projeto CRIME E CASTIGO 1145 2025

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Concepção

“Crime e Castigo 11:45” é um solo criado pela atriz Liliane Rovaris a partir do célebre romance de Dostoiévski, com direção de Camila Márdila.

A peça traça um paralelo entre o encontro de Raskólnikov e Sônia, dois personagens da obra, e uma série de acontecimentos autobiográficos que culminaram no encontro da atriz com o livro, sobretudo uma experiencia que envolve o ídolo da música, David Bowie, cujas músicas atravessam a narrativa do solo

Com equipe de criação feminina, apostando em uma linguagem direta, e até mesmo com humor, o clássico russo ganha um recorte acolhedor e afetivo ao ser narrado pela perspectiva da compaixão, sentimento presente na obra de Dostoiévski e que nos guia aqui.

O trabalho proposto se inspira em peças performáticas, como as de Lola Arias, artista argentina cujo trabalho tem como marca a sobreposição entre realidade e ficção e como as do norte americano Spalding Gray, cuja presença vibrante, apesar de alguns fatos densos que contava, parecia sempre celebrar o milagre de estar ali, no teatro, compartilhando uma história

Ao transitar entre as suas memórias e as histórias dos personagens do livro, Liliane convoca o público a caminhar ao seu lado em direção ao mistério intrínseco à vida. É sobre o milagre de se estar vivo, sobre nossas possíveis relações com a fé e o impalpável que nos alarga a alma e nos confere humanidade.

Dramaturgia

Crime e Castigo é um dos livros mais lidos no mundo e, no Brasil, sua leitura é a preferida entre presidiários, que o fazem em troca de dois dias de liberdade. É o resumo escrito por um desses homens, em um pequeno pedaço de papel, publicado em uma matéria jornalística, que inspira o recorte dramatúrgico da peça:

“O romance conta a história de Raskólnikov. Jovem estudante que comete um crime bárbaro. Ninguém descobre o assassino, mas ele, solitário, é perseguido por sua própria consciência até que conhece Sônia, filha de um amigo seu, que se prostitui para sustentar sua família. Ela é a única pessoa para quem ele consegue contar sobre aquilo que fez. Ela o ajuda a confessar seu crime.”

Assim, tomamos como ponto de partida o desejo de aproximar o público à essa narrativa tão cara à história literária mundial, tamanha sua contundência, abrangência e inegável atualidade, através da íntima e reveladora relação que a própria atriz estabelece com a obra. De tal forma que a peça em si seja um terceiro encontro: aquele em que a narrativa se torna experiência partilhada.

Raskólnikov, vive à beira da miséria e é angustiado pela sombra de realizar algo importante. De consciência perturbada, acaba por assassinar uma senhora a quem penhorava seus bens, tentando justificar o crime por uma perigosa teoria que o desnorteia. Quando finalmente encontra Sônia, pede à ela que leia a passagem bíblica sobre a ressurreição de Lázaro (Jo,11:1- 45), e sua leitura lhe revela algo de muito íntimo. No impulso de concretizar o laço entre os dois, Raskólnikov é tomado pela necessidade de confessar seu crime à ela. É através da compaixão de Sônia que ele entra em contato com a potência destruidora de seus pensamentos utilitário-racionalistas e se dá conta de que sua teoria era apenas uma obediência cega a algo que se disfarçava de princípios morais para legitimar uma ação criminosa. Tomado pela possibilidade de reconciliar-se com a humanidade, entrega-se ao mundo do sentimento vivo e espontâneo, encarnado por Sônia, resgatando potencialidades até então adormecidas.

É em uma festa em homenagem póstuma a David Bowie, em Janeiro de 2016 no Rio de Janeiro, que Liliane experimenta um sentimento análogo à trajetória de Raskolnikov. Um ano após o falecimento de sua mãe, ao dançar a música Life on Mars na festa, ela teve a exata percepção de que seu pai, já doente, partiria naquela noite. Uma semana depois, ao iniciar a leitura de Crime e castigo, o livro passa a lhe fazer grande companhia Durante sua leitura, Liliane descobre que aquela história, a princípio distante, traduzia grande parte do indecifrável que a habitava durante seu período de luto

histórico

“Crime e Castigo 11:45” foi contemplado pelo edital da Prefeitura do Rio de Janeiro FOCA e pelo Sesc Pulsar RJ . Foram realizadas uma temporada no Sesc Copacabana em Julho de 2022 e quatro apresentações para estudantes do ensino médio da rede pública na Arena Jovelina Pérola Negra e Arena Chacrina. Em novembro de 2022 a peça foi apresentada no Sesc Paraty Caboré durante a FLIP.

Em 2023 cumpriu temporada de um mês no Sesc Ipiranga (SP) em Julho.

Em 2024 fez 3 apresentações na Mostra Movimentos de Solo no Teatro Domingos Oliveira (RJ) em Janeiro, uma temporada no Teatro Ziembinski (RJ) em novembro, uma apresentação no Festival Midrash no Teatro Café Pequeno (RJ) e no Fespin (Festival de teatro de Espírito Santo do Pinhal).

O processo de pesquisa do solo teve inicio em 2018, durante o mestrado feito por Liliane, que se dedicou ao estudo de elementos da obra de Dostoiévski e de seus procedimentos artísticos, tratando-os como inspirações e referências para refletir sobre o trabalho de criação da atriz e do ator na contemporaneidade.

ficha técnica

Concepção e dramaturgia: Liliane Rovaris a partir da obra de Dostoiévski

Direção: Camila Márdila

Atuação: Liliane Rovaris

Tradução do romance: Paulo Bezerra

Direção de arte: Branca Bronstein e Patrícia Tinoco

Direção de movimento: Denise Stutz

Figurinista: Gabriela Marra

Iluminação: Sarah Salgado

Fotógrafo: Pedro Prado

Design gráfico: Ana Carneiro

Produção e administração: Aura Cunha (Elephante produções)

Direção Geral: Aura Cunha

Colaboração artística:

AREAS Coletivo ( Miwa Yanagizawa e Maria Silvia S Campos) Adriano Guimarães e Emergências Coletivo

Currículos

Liliane Rovaris atriz e dramaturga

Atriz, mestra em Artes Cênicas(UNIRIO), formada pela CAL/RJ e pelo CPT/SP, ministrado por Antunes Filho Integrante do AREAS Coletivo com quem realizou e atuou na peça “Plano sobre queda”, direção de Miwa Yanagizawa e com quem mantém a pesquisa “Estudo para o ator: a Escuta”.

Recentemente foi indicada ao prêmio Shell RJ como melhor atriz, pela atuação em “As pequenas coisas” de Daniel Mac Ivor, com direção de Inez Viana (Sesc Copacabana – Abril 2025)

De 2022 a 2024 circulou com o solo “Crime e castigo 11:45” com direção de Camila Márdila.

Em 2021 realizou o projeto “De um Dostoiévski a outro”, série de ações on line em comemoração ao bicentenário do autor e em 2022 ministrou a oficina de teatro “ Um mundo a sonhar” para jovens que cumprem medidas socioeducativas no DEGASE

Com direção de Adriano Guimarães do Coletivo Irmãos Guimarães atuou em “Sopro” de Samuel Beckett e em “NADA - uma peça para Manoel de Barros” (prêmio de melhor elenco do site Questão de Crítica) Também atuou, entre outros, em “A Ponte”, com direção de Adriano Guimarães, em “Naotemnemnome” com direção de Emanuel Aragão, em “Ponto de Fuga” de Rodrigo Nogueira, em “Trainspotting”, dir. de Luis Furlanetto e “Fragmentos Troianos” dir. de Antunes Filho Foi colaboradora artística da Cia teatro autônomo com direção de Jefferson Miranda na “Série 21” (Espaço Sesc/RJ 2009).

No audiovisual, atuou no longa “O Cerco”, de Gustavo Bragança, Aurélio Aragão e Rafael Spínola (mostra de Tiradentes 2021) e em “ Infinitas Terras” de Cauê Brandão e em “Onde moram os irmãos” de Marisa Mendonça.

diretora

Atriz e diretora brasiliense formada em Comunicação Social na Unb, premiada no Fes/val de Sundance e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por seu trabalho no filme Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. Realizou diversos trabalhos na tv, como as séries "Jus/ça", "Feras", "Onde está meu coração", entre outras, e ainda a novela "Amor de Mãe". No teatro trabalhou com os diretores Irmãos Guimarães, Felipe Hirsch, e é integrante do Areas Cole/vo, com quem mantém a pesquisa “Estudo para o ator: a Escuta” e também realiza os espetáculos teatrais ("Plano Sobre Queda” e "Naquele dia vi você sumir") Diretora da peça “Crime e Castigo 11:45”, de Liliane Rovaris, está no elenco dos filmes “Carvão”, de Carolina Markowicz (2022), "Meu Nome é Gal", de Dandara Ferreira e Lô Poli/, e “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. É atriz da série "Bom dia Verônica” e interpreta Viviane Senna na série “Senna”, ambas da Netflix.

Aura Cunha

diretora de produção

mestra em Artes Cênicas pela ECA-USP É integrante da Cia Hiato exercendo a função de gestora, diretora de produção e assistente de direção que inclui os espetáculos, “Cachorro Morto” (2008), O” Jardim (Prêmio Shell; Prêmio APCA; Prêmio Governador do Estado de São Paulo e Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – 2012); e “Projeto Ficção”: “Ficção” (03 indicações ao Prêmio Shell - 2014), “2 Ficções”, “(co-produção de KunstenFestivaldesArts/Bruxelas - 2015), Amadores indicado ao Prêmio APCA 2016 de Melhor Direção e Odisseia (2018), produzido em parceria com OCC / Atena e Mousonturm/Frankfurt, que e foi indicado, junto com a Cia Hiato, ao Prêmio Shell Inovação por seus 10 anos de trajetória artística no Brasil e exterior e realização do espetáculo Odisseia É diretora de produção do espetáculo Quarto 19, direção de Leonardo Moreira e atuação de Amanda Lyra, indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2017. É diretora do espetáculo Ser José Leonilson (texto de Leonardo Moreira). Atualmente está envolvida, junto à Cia. Hiato, com a produção e criação do Projeto Litoral.

Sara Salgado

Iluminadora

Formada em Rádio e TV e Relações Públicas, começou como iluminadora no teatro popular do Sesi em 2003 onde trabalhou com diversas companhias de dança e teatro. Fez shows com Luiz Melodia, Tom Zé, Chico César, Nuno Mindelis. Com companhias de dança participou da montagem da Cia. De Dança Deborah Colker, Balé da Cidade de São Paulo, Quasar Cia. De Dança. Entre as peças teatrais trabalhou com diretores como Antônio Abujamra, Denise Stoklos, Renato Borghi. A partir de 2006 inicia uma parceria com o iluminador Beto Bruel realizando trabalhos nas produções de Felipe Hirsch, Daniela Thomas, Hector Babenco, Bete Coelho, Monique Gardenberg e José Celso Martinez Participou de festivais de teatro no Brasil e países como na Alemanha, Portugal, Espanha, Colômbia e Chile. Indicada pelo Premio APTR como melhor iluminadora por CRIME E CASTIGO 11:45 em 2022

Branca Bronstein

Diretora de arte

Arquiteta e cenógrafa, formada pelo curso de arquitetura e urbanismo na PUC-RJ em 2011. Trabalhou e colaborou com os escritórios IN/EX arquitetura (Renata Bartolomeu), Mais arquitetura (Melissa Paro), Be.bo (Bel Lobo e Bob Neri), com a diretora de arte Mari Stockler e o cenógrafo Marcelo Lipiane. Participou da equipe de cenografia das séries “ O canto da Sereia” e “Onde nascem os fortes” e da novela Amor de Mãe”, na TVGlobo, com o cenógrafo titular Alexandre Gomes É professora do curso de design de Interiores no IEDRio

Patrícia Tinoco

Diretora de arte

mestra em arquitetura e urbanismo formada pela PUC-Rio com o projeto de pesquisa “Poéticas da cidade e o conceito de espaço público”, concluída em 2017. Durante a graduação, entre 2010 e 2011, cursou um ano na École National Supérieure d’Architecture Paris Malaquais. A atuação profissional de Patricia abarca projetos de arquitetura e design de interiores, cenografia em grandes produtoras de televisão, produção e direção de arte nos meios de audiovisual e teatro.

Especificações Técnicas

O espetáculo Crime e Castigo 11:45, é composto por uma cenografia simples, disposta numa aérea cênica de 7m x 5m, com possibilidade de adaptações.

Compõe a cenografia:

1 mesa de 1,10cm x ,80 cm

1 cadeira

1 pendete

RIDER TÉCNICO (adaptável)

SOM

01 mesa de som

02 caixas de som

01 cdj

LUZ

8 plano convexo

04 elipsoidais 25-50

04 set light

06 PAR 64#5

02 color trans 500w

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