Graffiti: O poder do aerossol na interferência visual das cidades, por Daniel Netto e Rodrigo Gurski

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GRAFFITI

O PODER DO AEROSSOL NA INTERFERÊNCIA VISUAL DAS CIDADES Daniel Netto ROdrigo Gurski GDG2013N


SUMÁRIO

Introdução

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O que é o graffiti

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Fundamentos do design II A linha do tempo 7

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Palavras-chaves 8

Painel de Imagens 9

Tpografias 10

Os 20 momentos do graffiti 11 Cores no design

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Especificação técnica das cores 19 Variação de tonalidade 20

Aplicação da cor no projeto 21 Ilustração Digital II

Harmonia Cromática 25

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Interface e usabilidade

Metas de usabilidade 27

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Wireframes 27

Topologia de navegação 29 referências de persquisa

Pesquisa de Campo 33

REFERÊNCIAS VISUAIS 34

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Introdução: A proposta é desenvolver uma linha do tempo destacando 20 momentos, mentalidades, estilos de épocas ou movimentos artísticos importantes da história. Após análise de briefing, definimos que desenvolveríamos uma linha do tempo sobre o GRAFFITI. Definido sobre o que iria tratar a linha do tempo, partimos para a pesquisa sobre o assunto e resolvemos seguir uma linha que conta história do Graffiti a partir do primeiro registro da lata de Aerossol, artefato muito importante para o processo de evolução Graffiti, que vem desde a pichação até chegar aos dias de hoje.

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O QUE É GRAFFITI: Graffiti é toda pintura feita em patrimônio público ou privado, não necessariamente com autorização do proprietário do espaço. A aplicação da pintura tem sua porcentagem majoritária da utilização de latas de spray e qualquer outro material utilizado é apenas para dar um suporte e um detalhamento melhor a partes da pintura. As pinturas têm por sua história ter um teor sócio- cultural ou político. Como forma de protesto ou informação. As pinturas são feitas em locais urbanos, onde o contato com as pessoas é presente obrigatoriamente, sendo da sua vontade ou não. O graffiti é a forma mais rápida de atingir uma pessoa, seja de forma sentimental ou mental. É uma forma de arte onde as pessoas não precisam pagar para ver e nem se locomoverem a locais específicos, pois ele está espalhado por todos os locais da cidade. O grafiteiro tem a liberdade de se expressar nas pinturas da forma que melhor lhe convém, por letras, personagens ou cenários. Quando encontramos uma situação em que há um contrato e um serviço prestado onde o grafiteiro tem que seguir um tema específico, um layout aprovado, uma mudanças de distribuição de elementos na pintura. Identificamos como “pinturas usando o estilo do graffiti” e não propriamente “graffiti”. Neste serviço, o grafiteiro não tem a sua liberdade de expressar, fazendo com que perca a característica principal do graffiti. Podemos observar esta ocorrência também em pinturas em quadros, tênis, orelhões, camisas, que utilizam como customizações ou intervenções urbanas o estilo O Estrangeiro Removido do Vale do Anhagabau em São Paulo OS GEMEOS

graffiti. Não podemos classificar como graffiti toda pintura ou escritura feita em paredes, orelhões, banheiros, ônibus, com a utilização do spray ou não, pois seria o mesmo que considerar propagandas como “Búzios e Taro” e “Compro Carro” como este tipo específico de arte.

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Tag reto, Tags, assinaturas, pixo, grapixo, nomes, são pichações, também são feitos com o uso do spray, porem não são classificados como graffiti. Existem dois tipos de categorias para os grafiteiros: Old School (os grafiteiros mais antigos) e New School (os novos grafiteiros). As letras no graffiti são divididas em 3 categorias: Throw-Up : Um tipo de letra de fácil e rápida aplicação, pois essa categoria Throw-Up - COPE 2

de letra e bastante usada na parte de vandalismo, onde o grafiteiro tem que deixar a sua marca o mais rápido possível, para não ser pego e nem visto por policiais, seguranças e proprietários dos estabelecimentos. Esse tipo de letra e feita geralmente com 2 cores, uma de preenchimento e outra de contorno. Grafiteiros que praticam bastante essa modalidade: Cope2, Stile, RZN e 1Up. 3D: É um tipo de letra que requer bastante tempo para execução e bastante estudo técnico de movimento, luz, sombra e perspectiva, pois as letras tem que passar um efeito tridimensional, onde o resultado tem que parecer que as letras estão saindo da superfície. Grafiteiros que praticam

Graffiti 3D - Daim

bastante essa modalidade: Daim, EdMun, Gal, Fred, Totem2, Atos e Tot. Wildstyle: São letras mais emboladas, com péssima legibilidade, onde o propósito é uma pintura abstrata onde quem não faz parte do meio do graffiti e não conhece algumas tipografias, fica praticamente impossível de ler o que está escrito, tem uma característica muito importante que as serifas geralmente contem setas. O processo de criação dessa letra também requer um tempo para a sua execução, são letras mais soltas onde o grafiteiro pode fazer sem se preocupar tanto com a sua forma. Grafiteiros que praticam bastante essa modalidade: Does, Astro, Can2, Goaboy, Mad’c, Maumeks e Daze.

Wildstyle - Goaboy

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fundamentos do design ii


A linha do tempo O graffiti está diretamente ligado à pichação, a maioria dos grafiteiros (Old School) vem, necessariamente, da pichação. Os grafiteiros, em sua maioria, estão em grupos e cada grupo é denominado de CREW (grupo de pessoas com um interesse comum em uma atividade, como o rap, o grafite, skate, etc). Para desenvolver a linha do tempo, partimos dessas mesmas características do graffiti, desses laços entre os próprios grafiteiros e o laço principal entre o graffiti e a pichação e chegamos à conclusão que seria uma linha do tempo que funcionasse de forma que ela se auto explicasse. Cada página está relacionada ao seu momento na história, interpreta o fato datado e quando fazemos a junção de todas as páginas, cria-se um grande cenário interligando o projeto do início ao fim. Além de poder fazer essa interligação, escolhemos o cenário, pois, caracteriza a vida dos grafiteiros, alguns estão começando outros, já conquistaram seu lugar ao sol, mas cada um deles tem seu “cenário” gravado na mente, sobre tudo que passam ou que passaram para exercer a sua arte, representando o grande palco que é a vida.

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Palavras-chave: Após conceituar todo o projeto, definimos as palavras que o representam:

Underground Colorido Informativo Dinâmico Interligado União Desenvolvendo o projeto: Após definirmos palavras-chaves, como seria a estrutura da linha do tempo e todas as informações necessárias, partimos para a pesquisa de referência. Destacamos imagens que pudessem nos guiar na utilização das cores, tipografias, elementos gráficos de composição, enfim, imagens que pudéssemos sugar tudo quanto é tipo de característica do tema para acrescentar ao projeto. HIGHRAFF

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Abaixo, o painel de imagens:

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Tipografias: Utilizando o graffiti como base, percebemos que as tipografias utilizadas, são em sua maioria, carregadas de elementos, às vezes perdem até a legibilidade. Tentamos trabalhar com essas características predominantes do graffiti, mas sem que interferissem na leitura e na qualidade tipográfica do texto. Então, selecionamos uma fonte, a ILLEGALEDDING, que apesar de ser baseada no graffiti, ela não perde tanto a legibilidade para utilizar nos títulos principais das páginas que são as datas dos momentos. Para servir de apoio utilizamos a CALIBRI, ela é aplica em nos subtítulos e no próprio corpo do texto, é uma fonte que, apesar de sem serifa, não prejudica a leitura.

CALIBRI ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1234567890

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Os momentos na linha do tempo Como o aerossol é o artefato que praticamente, dá início a pichação que, por seguinte, surge o graffiti, escolhemos a patente da 1ª lata de aerossol para dar início a nossa história sobre o graffiti. Em seguida, destacamos a primeira tinta utilizada como spray, na sequência a utilização do spray, marcando a história da revolta estudantil em Paris. No início dos anos 70 o graffiti começa a aparecer em Nova York e em Los Angeles as gangues entram e conflito e utilizam o graffiti para marcar território. Taki 183 cria sua teg e vira referencia e o graffiti é considerado o 4º elemento da cultura Hip Hop. No final dessa década, suge Juneca e Cão Fila em São Paulo e no Rio Celacanto Provoca Maremoto. Mais a frente, cai o muro de Berlim onde o graffiti ajudou a contar a história da divergência entre o lado capitalista e o lado comunista. Já na década de 90 a Montana colors aparece no mercado, o graffiti torna-se proibido em Nova York, a Associação Sobrado de Arte e Cultura é criado em São Gonçaõ – Rj e o griffiti chega a Lapa no Zoeira Hip Hop. Já no início do século seguinte Meres assume o 5 Pointz, e São Paulo ganha lei que inibe o graffiti. O Meeting Of Favela surge em Caxias, RJ e ainda no Rio, os Gêmeos expõem pela primeira fez no Brasil. Nova lei busca descriminalizar o graffitti e a primeira Igreja católica do Brasil é Grafitada.

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Abaixo, detalhamos os 20 momentos do Graffiti: 1927 – Patente da 1ª lata de aerossol Em 23 de novembro de 1927 é patenteada a primeira lata de aerossol e válvula acionada por um sistema propelente (vapor pressurizado em equilíbrio com um líquido) pelo inventor norueguês Erik Rotheim. Essa invenção foi precursora para o uso do aerossol moderno. As latas atuais possuem o mesmo sistema inicial, com apenas algumas melhorias. 1949 – 1ª tinta em spray com a cor alumínio 1949

Em 1949, a mulher de Seymour Bonnie sugeriu que utilizasse a lata de aerossol, que a principio era utilizada com inseticida pelos soldados americanos, que colocasse tinta dentro. Nisso, surge a primeira tinta em spray com a cor alumínio. Seymour cria a firma “Seymour of Sycamre, Inc.”, em Chicago – EUA, para fabricar a tinta em spray. 1968 – Revolta Estudantil em Paris Após a Segunda Guerra Mundial, o spray vai se popularizando cada vez mais, aumentando a agilidade, mobilidade e praticidade das pichações. Na cidade de Paris, com a Revolta Estudantil em 1968, os estudantes utilizam o spray como forma de protesto contra as instituições universitárias e manifestam pela liberdade de expressão.

1968

1970 – Pichação e graffiti em Nova York e pichação em Los Angeles

1970

No início da década de 70 começam a surgir as primeiras pichações e os primeiros graffitis nos trens de Nova York. Com isso, a população pôde prestar atenção na arte que era produzida no subúrbio. No mesmo ano as gangues rivais Blood e a Crips marcam as ruas de Los Angeles com pichações que demarcavam a disputa territorial pelo tráfico de drogas.

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1971 – Taki 183 é o primeiro grafiteiro de Nova York Um dos mais influentes grafiteiros, Taki 183 cria sua tag diminuindo o nome Demetraki, uma alternativa grega para o seu nome Demétrio e o número 183 seria seu endereço, street 183, Washington. Seu apelido estava por todas as ruas de Nova York. Neste ano, o The New York Times publicou um artigo sobre ele na primeira página. 1972 – Graffiti, o 4º elemento na cultura Hip Hop O hip hop teve início nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas que habitavam na cidade de Nova York. Afrika Bambaataa, reconhecido como o criador oficial do movimento, estabeleceu, em 1972, os quatro pilares essenciais: o Rap que expressa a música falada, o MC, o breakdance, e a escrita do graffiti.

1971

1976 – Juneca e Cão Fila em São Paulo

1972 1976

As primeiras pichações em São Paulo surgem em 1976 aguçando a curiosidade de todos sem saber do que se tratava, eram Juneca e Cão Fila. Juneca se tornou anos seguintes um grande grafiteiro, já Cão Fila era dono de um canil no Km 26 da Via Raposo Tavares, por isso, às vezes a pichação Cão Fila era acompanhada de Km 26. 1977 – Celacanto Provoca Maremoto A frase tirada do desenho japonês, National Kid, surge, em 1977, como a primeira pichação do Rio de janeiro. A expressão célebre do jornalista Carlos Alberto Teixeira, não queria dizer absolutamente nada, justamento por isso, fez tanto sucesso. Essa pichação virou um enigma decifrado somente anos depois. 1989 – Queda do muro de Berlim

1977

Desde a sua construção na década de 60, o muro de Berlim era composto por um lado oriental com sua pintura intacta e um lado ocidental repleto de grafites e pichações em protesto contra o próprio

1989

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muro. Até a queda em 1989, o muro representava a divergência entre a ditadura do lado comunista soviético e a liberdade democrática do lado Ocidental. 1994 – Criação da Montana Collors O objetivo era simples, produzir uma lata de spray projetada especialmente para atender as demandas dos grafiteiros, com uma excelente qualidade e grande cobertura, uma extensa gama de cores e a um preço acessível. E foi exatamente isso que aconteceu, surge a Montana Colors, em 1994 na Espanha, a 1ª lata de spray específica para graffiti. 1994

1995 – Lei que proíbe o graffiti no metro e muros da cidade de Nova York O Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani cria uma lei que proíbe o graffiti no metro e em muros da cidade. A ideia é combater pequenas transgressões como graffiti que deterioravam o lugar, sujeira nas estações, alcoolismo, evasões de pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. 1997 – Surge a ASAC (Associação Sobrado de Arte e Cultura)

1995 1997

Os grafiteiros Ema, Eco e Akuma, criam, em 1997, a ASAC em São Gonçalo que mantém uma oficina desenho, mas precisamente em Alcântara, lugar conhecido por possuir inúmeros painéis de graffiti. O grafiteiro Ema é o responsável pela popularização da aprendizagem do graffiti nas principais favelas do Rio de janeiro. 1998 – Graffiti invade a Lapa no extinto Zoeira Hip Hop Com a produção de Elza Cohen, surge o “Zoeira Hip Hop” uma festa que mostrava os quatro pilares da cultura hip hop, abrindo espaço aos jovens que iniciavam na prática do graffiti. A primeira geração de grafiteiros do Rio de Janeiro toma conta dos muros nas imediações dos Arcos da Lapa com seus graffitis.

1998

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1999 – A Montana começa a exportar as tintas para a América do Sul No último ano do século XX, a Montana Colors faz uma mudança definitiva para os EUA, Canadá e México e também faz seu caminho para a América do Sul a Argentina. Com estas primeiras exportações para a América do Sul, estabelece o nome como verdadeiramente uma marca global. 2002 – Jonathan Cohen (Meres) começou a curadoria do 5Pointz O veterano Jonathan Cohen, mais conhecido por sua tag “Meres One”, funda e é curador da galeria ao ar livre de graffiti, “5Pointz Aerosol Art Center, Inc”. Em uma antiga construção de fábrica grafitada, Meres pretende converter os cinco andares em um museu do graffiti e ainda planeja abrir uma escola para aspirantes a artistas de spray.

1999

2006 – Lei cidade limpa proíbe o graffiti em partes de São Paulo A Lei Cidade Limpa, criada pelo prefeito Gilberto Kassab, siginifica a supremacia do bem comum sobre qualquer interesse coorporativo. Sua aplicação permite a São Paulo diminuir a poluição visual que prejudica o bem-estar. O texto original não cita o graffiti diretamente, mas na prática, todos os graffitis estão sendo apagados.

2002 2006

2007 – 1ª edição do mutirão de graffiti MOF O MOF (meeting of favela), criado pelo grupo de grafiteiros “Posse 471”, é um grande evento de graffiti voluntário que reúne anualmente mais de 300 artistas brasileiros e de países vizinhos, na Vila Operária em Duque de Caxias, RJ. Durante o encontro, os muros da comunidade são renovados com trabalhos de grafiteiros. 2009 – 1ª exposição de graffiti do Brasil com os Gêmeos

2007 2009

Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como “Os Gêmeos”, trazem a exposição “Vertigem” para o CCBB do Rio de Janeiro, a primeira exposição da história do Brasil sobre graffiti. São figuras humanas de

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pele amarela, olhos separados e roupas super coloridas, pintadas em painéis de madeira. 2011 – Nova Lei busca “descriminalizar” o ato de graffitar A Lei n. 12.408, de 25 de maio de 2011, alterou a redação do artigo 65, da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, acrescentando um novo parágrafo no dispositivo, buscando “descriminalizar” o ato de grafitar e dispõe sobre a proibição da comercialização de tintas em embalagens do tipo aerossol a menores de 18 anos. 2013 – 1ª igreja católica grafitada no Brasil, pelo Ema

2011

A capela de São José na Vila Mimosa, cidade do Rio de Janeiro, é a primeira igreja do país a ter seu interior completamente grafitado. Vizinha ao reduto de prostituição mais famoso da cidade, a Capela ganhou a marca do grafiteiro Ema, um dos pioneiros do graffiti na cidade do Rio de Janeiro e de São Gonçalo.

2013

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CORES NO DESIGN


Tivemos a difícil tarefa de aplicar cores em um projeto que fala sobre graffiti. Em geral, os grafiteiros utilizam uma grande quantidade de matiz para compor sua arte, representando de modo vivo, alegre, trazendo mais vida e vivacidade a seus trabalhos que dá tanto em fazer. Por outro lado, existem alguns grafiteiros que preferem representar a sua arte com uma paleta de cor mais reduza, com poucos, tons pouco saturado. Com isso, resolvemos utilizar uma paleta de cor mais sóbria, com ausência de saturação para que não interferisse e nem causasse conflito com as ilustrações utilizadas no projeto, que são bem coloridas. Em toda estrutura da linha do tempo, aplicamos apenas as cores marrom e preta e suas variações, desconsiderando o preto por ser ausência de luz, ficamos apenas com a cor marrom, que faz referência às paredes e muros de tijolo o principal suporte utilizado para aplicar a arte. Citando uma forma mais psicológica da cor marrom, ela está diretamente associada à estabilidade, resistência, simplicidade e afasta a insegurança. O artista do aerossol está sempre em busca de estabilidade para sua profissão, que acabe a resistência das autoridades em aceitar a sua arte e a simplicidade eles têm por natureza.

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ESPECIFICAÇÕES TÉCINICAS DAS CORES:

C 26

R 172

PANTONE

HEXADECIMAL

M 65

G 101

7522 C

#ac6549

Y 75

B 73

K 12

C0

R0

PANTONE

HEXADECIMAL

M0

G0

Neutral Black C

#231f20

Y 0

B0

K 100

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VARIAÇÃO DE TONALIDADE PRETO

MARROM

RELAÇÃO DA COR COM AS REFERENCIAS:

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APLICAÇÃO DA COR NO PROJETO Aplicamos a cor marrom no menu fixo que o usuário utiliza para navegar entre os anos e momentos da história contada, a variação de tom aparece para dar uma diferenciada na página que está selecionada por questões de legibilidade. A mesma cor é aplicada nos muros de fundo, no trilho do trem e em elementos que compõe o cenário, como telhas, portão e porta. Já na barra horizontal utilizada para rolar o site do início ao fim, aplicamos de forma discreta uma variação de matiz para representar a gama de cores utilizadas pelos grafiteiros. Aplicação da cor marrom Aplicação da cor marrom

Aplicação de variação de matiz

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ILUSTRAÇÃO DIGITAL II


A proposta para a matéria Ilustração Digital II é desenvolver uma colagem que tivesse relação com a linha do tempo. Uma das características do graffiti é que as pinturas têm, por sua história, um teor sócio-cultural ou político como forma de protesto ou informação. Seguindo esse caminho de crítica social, desenvolvemos uma colagem que funciona como a capa do site e que representa um lado marginalizado dos grafiteiros. Sua arte é frequentemente confundida com a pichação, eles ainda esbarram por dificuldades e preconceitos para produzi-la.

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Com esses fundamentos, utilizamos na colagem um grande grafiteiro que representa todos os outros, com uma máscara no rosto para passar essa ideia de marginalizado e um spray na mão pintando um imenso centro de uma cidade sem cor, sem vida, negra representada por prédios na base da colagem. A ideia do grafiteiro “colorindo” a cidade representa a única vontade dessas pessoas que é dar mais vida, formas e cores com a sua arte, e utilizar a arte para o bem, como inclusão e desenvolvimento do ser humano, com dignidade e enquanto isso sofre com a repressão das autoridades. Dentro dos elementos gráficos, além das formas de tinta colorida saindo do spray, existem “figuras” que representam o lado repressor que são a viatura da polícia e o policia militar. O policial está pintado de rosa como uma crítica e uma simples brincadeira (baseado na crença popular que menina nasce de cor rosa e menino na cor azul), visto que, todos os grafiteiros são contra o movimento armado, a policia é a linha de frente no confronto e sempre quando há uma oportunidade eles fazem uma crítica aos policias, e nada mais “humilhante” para os que se dizem soberanos e “machões” que duvidem da masculinidade deles, por isso representado na cor rosa. No jato de spray ainda existem o trem, o graffiti e as próprias cores que são os elementos utilizados para representar o graffiti que é à base do projeto. No lado direito colocamos uma mão com um rolo entrando na colagem por cima e “apagando”, jogando tinta cinza na ilustração, para sinalizar as inúmeras investidas dos governantes que tentam de todas as formas cobrir grandes cidades e seus enormes painéis de graffitis na cor cinza, transformando metrópoles em simplesmente concreto, sem cor, sem vida.

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Harmonia Cromática: Na aplicação das cores da colagem destacamos dois momentos que definem a harmonia cromática: o contraste de matizes e ausência de saturação. No contraste, utilizamos uma paleta de cores variadas, que juntas representam vivacidade, alegria, referindo-se diretamente, a grande variedade de cor que os grafiteiros usam para representar a esperança de um mundo melhor através de sua arte. Em contra partida, a aplicação de uma variação de tons de marrom, preto e cinza representando o lado obscuro, o lado que os representantes na sociedade insistem em querer colocar os artistas grafiteiros como marginais. Essa ausência de saturação, também representa os muros e paredes que são as principais telas utilizadas para aplicar a arte. Desconsiderando o preto, que na cor-luz é ausência de luz, e o cinza por ser uma variação na escala do preto, resulta o marrom fazendo com que a paleta seja monocromática. A aplicação dessas duas paletas cromáticas está diretamente relacionada à linha do tempo. Aplicamos dessa forma, pois, como já foi citado, o graffiti utiliza uma grande variedade de matiz e para manter uma uniformidade e não causar conflito entre as ilustrações utilizadas no projeto e os backgrounds, preferimos deixar um fundo neutro. A estrutura tanto do projeto quanto da colagem é monocromática. Com isso, conseguimos um resultado harmônico com as cores e o projeto. A cor marrom, que consideramos a cor principal do projeto, além de fazer referência à parede do tijolo é um matiz que está diretamente ligada à estabilidade, a resistência, simplicidade e afasta a insegurança. O artista do aerossol está sempre em busca de estabilidade para sua profissão, que acabe a resistência das autoridades em aceitar a sua arte e a simplicidade eles têm por natureza.

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INTERFACE E USABILIDADE


Definido o tema e o conceito do projeto, partimos para o desenvolvimento do site. Queríamos uma linha do tempo dinâmica, que o público pudesse interagir e que contasse a história do Graffiti no próprio site. Fize-

WIREFRAMES

mos buscas de referência para servir como base e alguns wireframes até chegar ao modelo final que atende de forma objetiva, e que possibilita o bom funcionamento do layout da timeline, que são páginas que contam a história de cada momento específico e a junção de todas, forma um grande cenário que conta a história do graffiti destacada no website. Com base nos estudos, foram definidas as regras de usabilidade pertinentes ao projeto. Desenvolvemos as que melhor se enquadram e que continuam com a ideia de dinâmica do nosso projeto.

Metas de Usabilidade: Anterior Próximo

1960

Atendemos as metas de usabilidades de EFICÁCIA e EFICIÊNCIA permitindo que as pessoas realizem suas tarefas e também, realizem-nas com alto nível de produtividade, a meta de APRENDIZAGEM que permite ao usuário aprenda de forma simples e ágil a manipular a linha do tempo e

História do grafite: mitos e verdades

também a meta de MEMORIZAÇÃO onde o usuário se lembrará facilmente de como utilizar após ter aprendido.

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No processo de evolução do projeto, destacamos alguns momentos onde melhoramos o desenvolvimento até chegar ao resultado final. Anteriormente, tínhamos uma lightbox que, quando clicava em “Saiba Página da lightbox antes

Página da lightbox depois

Mais”, surgia na frente de toda a página, detalhamento de cada página, como fotos e textos explicativos, após a Profª Paula dar uma olhada no nosso esboço ela nos deu a ideia, de modificar o lightbox e colocar somente fotos nessa parte, pois o usuário não teria por obrigação ter que abrir página por página para saber o conteúdo. Criamos um Box por cima do cenário em cada página, já informando o texto. E no final do texto um link de “fotos”, onde o usuário quando clica, abre uma lightbox contendo fotos e o texto novamente. Vimos que, abrindo a caixa ao lado, o usuário poderia integrar as imagens do momento e o ano com a explicação sem precisar ficar voltando.

Página do túnel antes

Página do túnel depois

Outra parte que alteramos, foi a página do túnel. Para integrar com o pr[oximo momento, afastamos o tunel, acrescentamos um sinal ferroviario e colocamos uma viaduto que passa por cima do tunel e sinaliza que ao usuario que ele sai dos trilhos e vai para a rua. Para facilitar a visualização e a interação do público com as imagens utilizadas no site, incluímos uma opção onde o usuário pode clicar em uma lupa e abre uma janela onde pode navegar por todas as imagens da linha do tempo, opção que não existia na criação do projeto.

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Topologia de navegação: Como a proposta é uma linha do tempo, optamos por utilizar na estrutura do site a topologia de navegação INTERLIGADA, onde cada página dá ao usuário a oportunidade de se deslocar a cada uma das outras páginas disponíveis, através de um menu de navegação global (conjunto de links que representa as categorias do primeiro nível do site e que aparece em todas as páginas do site). Abaixo, sintetizamos as formas de navegação de acordo com os princípios de interface e usabilidade: Apesar de os backgrounds mudarem, a estrutura do site é a mesma, os textos alternam no lado direito e esquerdo para não perderem a legibilidade de acordo com fundo, mas matem a mesma estrutura – Princípio de Design, Consistência. 1 – Quando o usuário passar o mouse em cima de cada data há uma inversão das cores, o escuro fica claro, e os números claros ficam escuros – Principio de Design, Feedback. 2 – O usuário ao clicar na opção “fotos”, abrirá uma lightbox contendo o texto novamente, e fotos mostrando mais detalhes sobre o momento selecionado. 3 – Menu suplementar onde o usuário pode passar as páginas usando o scroll do mouse, ou clicando na seta. Optando pela seta, ela muda de cor quando o usuário pressiona.

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4 – O usuário pode navegar pela própria rolagem horizontal da linha do tempo, clicando na bolinha e pressionada para se locomover na velocidade que quiser e soltando quando achar melhor. A cor da bolinha de rolagem muda (4.1), dando um feedback ao usuário, informando que a bola está clicada. 5 – Nessa outra forma de navegação, é permitido ao usuário navegar pelas setas do teclado, utilizando-as o usuário tem a possibilidade de mudar de página apenas usando o seu teclado. Ao pressionar as setas do teclado, as setas da tela mudam de cor (5.1), mostrando ao usuário a resposta da ação feita pelo usuário. 6 – Chegando ao início ou no final da linha do tempo, as setas ficam da cor cinza, informando ao usuário que não é mais permitido avançar para este lado. Princípio do Design, Restrições. 7 – Quando a lightbox estiver aberta (depois de clicar na opção “fotos” item 2) o usuário pode fechá-la a hora que quiser, basta apertar onde tem o “x”. Símbolo internacionalmente conhecido, como símbolo para fechar janelas (páginas). 8 – Na mesma janela do item 7, aparece uma “lupa” que, quando clicada pelo usuário, abre uma galeria de imagens onde o usuário poderá navegar apenas pelas fotos do projeto com maior visibilidade de cada imagem. Quando o mouse é colocado em cima da lupa aparece uma frase dizendo “ir para galeria de imagens” dando ao usuário a resposta da ação (8.1). Princípio do Design, Feedback. 9 – Na galeria de imagens do item 8, quando o mouse é passado em cada canto da imagem, surgem barras laterais contendo setas indicando avançar ou recuar, dando opção ao usuário de clicar e realizar a ação. A seta da direita indica o que está por vir a da esquerda, indica o que está atrás. Princípio do Design, Mapeamento.

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10 – Legenda informativa sobre a foto que está selecionada (na galeria de imagens). 11 – Clicando nessa seta, as fotos pequenas ocultam, de modo que, a foto selecionada apareça na visualização de tela cheia (galeria de imagens). 12 – A foto que está selecionada aparece com uma moldura na cor marrom, informando ao usuário em qual foto ele está na barra de miniaturas de imagens. (galeria de imagens) 13 – Com essas setas nas extremidades das miniaturas, permite ao usuário alterar as imagens que aparecem em blocos de nove. Passando o mouse em cima da seta, fica mais clara para sinalizar que está selecionada. Também pode alterar cada imagem com as setas do teclado. (galeria de imagens) 14 – Fecha a galeria de imagens.

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Hive. Archive for trains: Slovenia Part 2. <Disponível em: http://hiveforbrighton. wordpress.com/tag/trains/> Wikipedia, the free encyclopedia. Graffiti in New York City. <Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Graffiti_in_New_York_City> MARA, Marina. Os gêmeos levam Vertigem ao CCBB. http://www.marinamara. com.br/2010/05/16/osgemeos-levam-vertigem-ao-ccbb/> COLORS, Montana. Historia Timeline. <Disponível em: http://www.montanacolors. com/webapp/historia;jsessionid=1jcscwq8q77xw> Projeto Cartograffiti – Teaser 1. <Disponível em: http://subsoloart.com/blog/category/producoes/page/21/> JOVEM, Michelle. 6 of Paris’ Abandoned Metro Stations and an Abandoned Tunnel with Vintage Trains <Disponível em: http://untappedcities.com/2013/09/03/6-paris-abandoned-metro-stations-and-an-abandoned-tunnel-vintage-trains/> Lei libera graffiti e proíbe venda de spray para menor. <Disponível em: http://graffitibrazil.wordpress.com/2011/05/06/lei-libera-graffiti-e-proibe-venda-de-spray-paramenod/> Muros brancos, povo mudo. <Disponível em: http://graffitilisboa.wordpress.com/ category/uncategorized/> KIRILOS, Pedro. Capelinha na Vila Mimonsa com traços do grafite. <Disponível em: http://oglobo.globo.com/rio/capelinha-na-vila-mimosa-com-os-tracos-do-grafite-10556280> Graffiti Poético vira pó em Itaquera <Disponível em: http://5zonas.com.br/graffitipoetico-vira-po-em-itaquera/> FEMININA, intuição. Veja trailer de documentário sobre grafite em SP. http://femininaintuicao.wordpress.com/2013/06/28/veja-trailer-de-documentario-sobre-grafite-em-sp/>

Pesquisa de campo: Davi, Acme, Ema, Mutant, Gal, Pakato, Siri, Akuma, Kajaman e Cris. Mc’s: Dipro, Marechal, Mamut e Gordo.

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REFERĂŠNCIAS VISUAIS: Tipografias

T otem - 3D Ed-mun - 3D

Ed-mun - 3D

T otem - 3D

Ed-mun - 3D T otem - 3D

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REFERÊNCIAS VISUAIS: Tipografias

1up - Throw-up Throw-up

Cope 2 - Throw-up Throw-up

1up - Throw-up

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REFERĂŠNCIAS VISUAIS: Tipografias

BTS - Wildstyle Can 2 - Wildstyle

Goaboy - Wildstyle

Does - Wildstyle

Does SP - Wildstyle

SWK - Wildstyle

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REFERĂŠNCIAS VISUAIS: Graffiti

Smug

Belin

Belin

Maclain

Sipros

Maclain

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REFERÊNCIAS VISUAIS: Intervenções urbanas

6emeia

6emeia

Banksy

6emeia

Banksy Banksy

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