The blue magazine

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Modelo: Luís Sousa Fotografia: Beatriz Lourenço Assistência: André Jardim/ João Carter Edição: Beatriz Lourenço


Welcome to Blue World



João Vasco dá-nos um parecer sobre o “Mundo Azul” em que vivemos


A descoloração do “Mundo Azul” “Blue World” foi o tema escolhido para a primeira edição da Blue Magazine. O significado literal desta expressão remete, evidentemente, para “mundo azul”. Este termo é bastante usado para descrever o nosso planeta já que a Terra, por ter 70% da sua superfície preenchida por água, se assemelha a um pequeno ponto azul quando vista do espaço. No entanto, por causa da poluição humana, este pequeno ponto azul está a perder o seu brilho tão característico. Toda a poluição antropogénica está a ter efeitos devastadores no ecossistema terrestre. O recuo dos glaciares, o aumento do nível médio das águas, a erosão costeira, o aumento da temperatura média global e a maior e mais intensa ocorrência de fenómenos climáticos extremos são realidades que atualmente assolam a “aldeia global”. A temperatura média global aumentou 0,8ºC desde a revolução industrial, tendo este aumento ocorrido de forma mais acentuada na última década. Daí que não seja de estranhar as temperaturas invulgarmente quentes que se sentiram no final do ano de 2015, tendo este sido apontado como o ano mais quente de que há registo, superando as temperaturas recordes que se registaram em 2014. Também a subida do nível médio das águas do mar alarma a comunidade

internacional, já que a maior parte da população mundial vive em zonas urbanas litorais. Por forma a conter as consequências, salvar milhares de pessoas (e milhões de dólares em prejuízo) e manter o brilho do nosso planeta, os líderes mundiais têm vindo a consciencializar-se que a ameaça do aquecimento global é real e afetará todos sem exceção. Para isso, várias conferências ambientais têm tido lugar ao longo dos anos. A Conferência de Estocolmo em 1972 foi a primeira a reunir os países para o objetivo comum de fazer frente às alterações climáticas, e, em 1988, na Conferência de Toronto, foi criado o IPCC (“Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas”), responsável pelo fornecimento de dados científicos sobre as alterações climáticas. Porém, as divergências entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento ditaram o fracasso de conferências posteriores, como são exemplo a de Haia (2000), Montreal (2005), Copenhaga (2009) e Cancun (2010). Porém, com a crescente pressão por parte das Organizações NãoGovernamentais (ONG), os chefes de estado viram-se assim obrigados a reunir de forma séria e tornar medidas reais e concretas. Para isso, reuniram-se em Lima, em 2014, para ultrapassar as divergências


“O Acordo de Paris tem tanto de promissor que acaba por ser visto como uma ilusão”

existentes e formular um “rascunho zero” que seria tornado oficial em Paris, na COP-21. A COP-21, e o seu consequente sucesso, eram fundamentais não apenas para um aumento de popularidade de François Hollande (e possível manutenção nas eleições de 2016), mas também porque desta conferência adviria um novo protocolo com metas reais e concretas que viria substituir o já caducado Protocolo de Quioto (considerado um fracasso já que no seu período de concretização – 2005 a 2012 – as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram exponencialmente, ao invés de diminuírem). Porém, não devem ser esquecidos outros cenários. Um aumento de 3,5ºC até 2100, provocaria a extinção de quase 70% de todas as espécies, e o cenário mais pessimista com um aumento máximo previsto pelos cientistas de 6,4ºC, causaria o colapso da sociedade civilizada nos moldes atuais. Para evitar consequências devastadoras e irreversíveis no planeta, 196 países reuniram-se na COP-21. Entre chefes de estado, organizações ambientais e ONG foram mais de 46 mil pessoas que passaram pela capital francesa entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. No Acordo de Paris, os países comprometem-se a reduzir o aumento da temperatura média para

1,5ºC até ao final do século. Para além disso, serão administradas verbas de 100 mil milhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento para que estes possam adaptar-se às energias renováveis. Disto resulta uma transição dos combustíveis fósseis para 100% de energias renováveis (ou saldo nulo na balança emissões de CO2/retenção de CO2) mais rápida e a uma escala muito maior. No entanto, o Acordo de Paris tem tanto de promissor que acaba por ser visto como uma ilusão. Isto porque apesar de se apresentar com um acordo global vinculativo, é um acordo demasiado vago, já que ao mesmo tempo que dita a elaboração de planos nacionais e a sua monitorização e revisão, não explicita quais essas metas a atingir por cada país, estando isso ao critério de cada nação. No dia 22 de Abril de 2016 - Dia da Terra - o documento será aberto à subscrição formal dos países. Para que este acordo passe, tem de ser ratificado por, pelo menos, 55 nações, que representem no mínimo 55% das emissões globais de gases com efeito de estufa. As expectativas são elevadas e, caso seja assinado por todos os países conforme foi seu desejo na COP-21, o Acordo de Paris entrará em vigor a partir de 2020. Até lá, o planeta aguarda.

João Vasco



Curiosidades‌


A origem da expressão “Sangue Azul”

A expressão “ter o sangue azul” para se referir às pessoas nobres é utilizada há muito tempo. A origem da expressão tem várias hipóteses, que têm vindo a ser discutidas. Os etimologistas apontam como principal hipótese que a expressão tenha surgido em Espanha, no longínquo século VI, num contexto de preconceito étnico, religioso e cultural. A expressão faria referência à cor clara da pele das pessoas de elevada estirpe social, onde as veias e as artérias azuis se destacavam. Na pele dos judeus e mouros, que ficavam expostos ao sol durante o trabalho, as veias e artérias azuis eram praticamente invisíveis. Outra teoria afirma que a expressão é ainda mais antiga e teve início no antigo Egito, onde os faraós diziam que o seu sangue era azul como as águas do Rio Nilo, enquanto o dos seus súditos era vermelho. Além disso, usavam a cor azul para estabelecerem a relação entre os faraós e a sua alegada origem divina. Há ainda quem diga que a expressão surgiu na Idade Média, onde os nobres, para não cometer blasfêmias, utilizavam a palavra azul em vez de Deus, quando proferiam a

frase “Sangue de Deus”. Os criados ou plebeus que ouviam a expressão acreditavam que os membros aristocratas possuíam Sangue Azul. A cor azul foi também usada pelos reis de França para estabelecer a ligação dos reis à religião cristã. Em Portugal, como D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques, era descendente dos reis de França, a primeira bandeira da monarquia portuguesa era constituída por uma cruz azul sobre fundo branco. «Possuir sangue azul» era, portanto, uma expressão simbólica, porque os cavaleiros deviam servir a religião cristã e a monarquia. Estas hipóteses confirmam o prestígio da cor azul, mas esquecem a sua importância como símbolo de realeza e do orgulho social ou nacional: por exemplo, o azul, que era a cor tradicional da monarquia francesa, e continuou a ser usada pelos franceses mesmo após a Revolução de 1789. Em Espanha, o azul também ganhou valor, sobretudo, depois da Guerra da Sucessão de Espanha, já que a família que começou uma nova dinastia e ainda hoje detém o trono espanhol constitui um ramo dos Bourbons, que ocupavam o trono de França.

Luís Sousa


Catarina Bairr茫o de Almeida escreve cr贸nica sobre o Modelo do Ano


Lucky Blue, o modelo do ano “A sensação do momento tem 1,7 milhões de seguidores no instagram e admite que o seu empenho em manter uma relação com os seus é essencial e um prazer!” 2015 foi um ano de sorte e muito sucesso para o modelo de 1m89, conhecido pelo cabelo loiro platina e pelos olhos azuis que fazem jus ao seu nome invulgar. Lucky Blue Smith cresceu em Spanish Fork, no Utah (EUA), mas, entre as suas viagens pelo mundo, dorme em Los Angeles com os outros Smiths. Quando tinha dez anos, uma das suas três irmãs (Pyper America, 18; Daisy Clementine, 20; Starlie Cheyenne, 22) foi descoberta pela agência de modelos NEXT L.A., cujo scouter viu um futuro potencial no Lucky. Fez pequenos trabalhos aos 12 anos, mas foi com 14 que começou a sério, com campanhas para a LEVI’s e para a GAP com a família. Agora, com apenas 17 anos, já fez campanhas para a H&M, Tommy Hilfiger, desfilou com roupas de Roberto Cavalli e é a cara da Calvin Klein Jeans e da Tom Ford, tendo trabalhado com inúmeros outros nomes conceituados e desfilado nas capitais da moda como Milão, Paris, Londres e Nova Iorque. A sensação do momento tem 1,7 milhões de seguidores no instagram (a crescer) e admite que o seu empenho em manter uma relação com os seus fãs (maioritariamente raparigas adolescentes) é essencial e um prazer!


O “rapaz azul” não se fica só pela carreira de modelo: é a estrela de um filme que irá estrear em 2016, “Love Everlasting” A verdade é que a sua popularidade nas redes sociais o ajudou a lançar a sua carreira em 2015, tendo até sido entrevistado pela Ellen. Mas o “rapaz azul” não se fica só pela carreira de modelo: é a estrela de um filme que irá estrear em 2016, “Love Everlasting”, e toca bateria numa banda com as suas irmãs, admitindo que a música é uma grande paixão. The Atomics, a banda formada por irmãos surrealmente atraentes da indústria da moda, já dá concertos e já lançou singles originais. No final de um ano cheio de fãs à espera de uma fotografia consigo à porta de desfiles, Lucky Blue conquistou o título de Top Model 2015 pela Vogue (pelo qual concorreu contra dez nomeadas) e ficou em segundo lugar em Most stylish man of the year, segundo a revista GQ, cuja final disputou contra Kanye West. Uma prova de que uma base de fãs nas redes sociais e de que um penteado característico podem mudar as nossas vidas, em 2015 Lucky Blue foi a sensação da moda e do instagram; veremos se em 2016 concretiza os sonhos de “estar em filmes e tocar música em espetáculos esgotados”. Good luck, Lucky Blue!

Catarina Bairrão de Almeida


Blue Lips, Blue Soul

Modelos: Laura Nunes Carolina Nunes Cristina Pereira Mariana Martins


Modelo: Leena Sousa Fotografia: LuĂ­s Sousa




Modelo: Carolina Nunes Modelo: LuĂ­s Carolina Nunes Fotografia: Sousa Fotografia: LuĂ­s Sousa


Modelo: Cristina Pereira Fotografia: LuĂ­s Sousa



Modelo: Mariana Martins Fotografia: LuĂ­s Sousa



Modelo: Laura Nunes Fotografia: LuĂ­s Sousa



Diogo Mota Quaresma: “O cabelo nos homens hoje em dia não é só um corte com estilo, mas um espelho da nossa personalidade”


“Uma máscara para o cabelo é um complemento (…) para lhe dar mais resistência, brilho, hidratação e saúde” Os tempos mudam e as vontades também! E sabe-se que hoje em dia cada vez mais homens habituaram-se a ter maior cuidado com o corpo, com a aparência e tudo mais! Um homem cudar de si é perfeitamente normal em século XXI. Por isso neste artigo decidi escrever acerca de um assunto que grande parte da população masculina ainda se desleixa um pouco: O CABELO. Meus senhores, um cabelo bem tratado e bem cuidado é tão importante quanto a aspiração e lavagem que damos nos nossos carros aos fins-desemana… Vejamos as razões são as mesmas: aparência, higiene e saúde. O cabelo nos homens não é só um corte com estilo, mas um espelho da nossa personalidade e um elemento que pode destacar. Ah! E pode ser também uma arma de sedução para mulheres! Portanto vamos lá começar a tratar do “tufo” que temos em cima das nossas cabeças! PRIMEIRO PASSO – pesquisa um pouco na net acerca de cortes de cabelo para analisares o que se usa, ou o que gostas, e acima de tudo o que achares que te vai ficar bem! Em última análise, se não tiveres nem p’raí virado, pega numa máquina e rapa-o. SEGUNDO PASSO – compra os produtos certos para ti. Cada cabelo é um cabelo, por isso vai a um supermercado e encontras de certeza uma variedade grande de produtos que podes usar (desde shampoos, a amaciadores, máscaras, gel, cera, etc..) para o teu tipo de cabelo. TERCEIRO PASSO – Usar amaciador não é assim tão complicado! Se vês que só com shampoo, o teu cabelo não fica macio e por vezes se confunde com o esfregão de palha d’aço de lavar a loiça, está na altura de dares a volta à situação e usar um amaciador. No banho, quando retirares o shampoo, coloca um pouco de amaciador

no cabelo, e penteia-o com os dedos. deixa-o atuar enquanto lavas o corpo e, depois, retiras tudo. Se usares um bom amaciador, vais ver que assim que saíres do banho até parece que estás a tocar em ceda! Não basta uma vez, tens de o fazer regularmente. QUARTO PASSO – máscaras também se usam! Uma máscara para o cabelo não é só cena de gaja! Vamos tentar masculinizar aqui um pouco a situação. Uma máscara não é coisa que se faça todos os dias! Até porque o pode estragar! Uma máscara para o cabelo é um complemento do cuidado diário que se tem com o nosso “tufo” na cabeça para lhe dar mais resistência, brilho, hidratação e saúde. No caso dos homens, o meu conselho é fazer uma máscara apenas uma vez por semana. E arranjar um dia fixo para o cuidado com o cabelo ser regular e contínuo. Marca na tua agenda que domingo é o dia da máscara. No banho, em vez de a seguir ao shampoo usares o amaciador, coloca a máscara e deixa-a atuar por 15-20 minutos. Rende o tempo no banho e aproveita para lavares os dentes, cortares as unhas, tirar os pelos debaixo dos braços… enfim, cosas básicas de higiene que podes fazer no banho. Após esse tempo, passa por água e retira muito bem a máscara do cabelo. QUINTO PASSO – Se usares, arranja produtos complementares de hairstyle adequados ao teu cabelo (gel, cera, etc). E é isto pessoal. Estas foram as minhas dicas para começarem a ganhar hábitos de cuidado com o cabelo. Para o próximo artigo vou escrever acerca dos melhores produtos que andam aí e que já experimentei e gostei! Até lá!

Diogo Mota Quaresma


Izabella Pinho, escritora de renome, ensinanos o segredo para escrever um bom livro


Como escrever um bom livro Nos últimos anos, tenho recebido com frequência várias perguntas dos meus leitores. E hoje decidi debruçar-me sobre uma que me despertou um especial interesse: “Como escrever um bom livro?” O primeiro passo é muito claro: ter a convicção de querer levar o projeto adiante. Escrever todos podem, mas não é qualquer um que leva a escrita a outro nível. Para o fazer, é essencial o empenho em tornar uma história supostamente de ficção em desenvolvimentos reais para os olhos do leitor. Portanto, para escrever um bom livro, têm que dedicar-se aquela história, tem que torná-la realidade. Um mau escritor cria histórias sem fundamentos, sem qualidade, sem emoção, onde todas aquelas palavras foram escritas em vão. Enquanto o escritor com determinação cria um mundo de possibilidades, faz com que o leitor tenha mais vontade ainda de terminar o livro. Um mau escritor é aquele que apenas escreve palavras, que não passa emoções. A grande diferença entre um bom e um mau escritor é, no fundo, a sua capacidade (ou incapacidade) de passar emoções ao leitor. A minha primeira dica no que toca à escrita é saber exatamente sobre o que escrever. Escolher um tema que agrade ao escritor é essencial, pois poderá ser frustrante escrever sobre algo que não lhe desperta interesse. Mas se não sabe exatamente sobre o que escrever, procure, pesquise, não se limite a pensar, investigue! Investigar é a base para um livro, pois é dela que chegam ideias que fazem de um livro mais ou menos original. Depois de escolhido o tema, a segunda coisa a fazer é escolher um lugar adequado para a escrita, algo que não deve ser de todo desprezado. Este lugar vai tornar-se o seu ambiente de trabalho, no qual vai permanecer durante muito tempo. Convém então ser um lugar tranquilo e silencioso, onde o pensamento possa fluir sem qualquer interrupção ou distração. Caso o isolamento de um escritório não lhe seja propício à concentração, o ambiente de exterior será uma solução a ter em conta.

Como por exemplo, ver um casal a passear num parque ou até mesmo uma senhora de idade contemplando os seus dias a olhar uma

fotografia antiga da sua juventude. Isso são cenas normais do quotidiano que lhe poderão inclusivamente despertar algum sentido criativo e “humano” no seu texto. Uma outra dica fundamental é um excitante e prometedor início de livro. Ninguém quererá continuar a ler uma obra se acabar por se aborrecer logo nas primeiras páginas. Imagine-se na pele de cada personagem, traga-os para a vida. Se for um livro de ficção científica, use detalhes, principalmente ao escrever na terceira pessoa. Os leitores gostam de poder imaginar estar “naquele” mundo no qual o escritor esteve durante muito tempo. Leitores de ficção científica querem acreditar que a sua história é passível de ser real. Para tal, ler outras obras do género de modo a ganhar inspiração não é errado, é apenas uma preparação para o modelo que requer um género específico. Mas atenção, a ficção científica também tem as suas armadilhas. Antes de escrever, pesquise sobre a ciência do nosso mundo, sobre coisas possíveis e impossíveis e depois deixe sua imaginação tomar conta da sua mente. No caso de for um romance, em minhas meras palavras “Não existe nada melhor do que escrever um bom romance encontrando um bom contador de histórias.” Isso quer dizer que, o que mais existe neste mundo são histórias de amor. Uma história verídica pode ser fundamental para um bom livro de romance. Para além de relatar os verdadeiros factos, há também os sentimentos. No meu ponto de vista, “os livros de romance são os mais difíceis de serem escritos, mas não impossíveis de serem criados.” Toda história de romance precisa de ser vivida, sentida e, de certa forma, imaginada por todos nós. Escrever um bom romance é escrever uma história que no fundo tenha uma realidade, que transmitirá talvez uma solução, uma esperança. Um bom romance tem que transmitir desejos, amor-próprio. Mas antes de aprofundar-se num romance, cabe a si escolher o tipo de romance. Depois da escolha do tema, do lugar, das pesquisas, está na hora de começar a escrever e criar uma história completamente distinta da realidade.

Izabella Pinho




Jo達o Marcelino fala-nos sobre a sua paix達o pela fotografia


“Lembro-me de adorar rever todos os momentos que eram proporcionados pelas fotografias que a minha mãe mandava revelar” O meu nome é João Marcelino, tenho 18 anos e sou natural de Reguengo Grande, concelho da Lourinhã. Desde pequeno que desenvolvi um enorme gosto pela área da fotografia. Lembrome de adorar rever todos os momentos que eram proporcionados pelas fotografias que a minha mãe mandava revelar, e de passar tardes inteiras a remexer nos álbuns e nas caixas que tínhamos cheias de fotos. Aos 14 anos adquiri a minha primeira máquina fotográfica, e foi através dela, que comecei a descobrir algumas técnicas simples e a desenvolver a minha criatividade. Gostava do resultado de algumas fotos e comecei a partilhá-las numa plataforma online chamada Olhares, criada pela SAPO, destinada a dar a conhecer o trabalho de imensos fotógrafos amadores. Quando fiz 16 anos, arranjei um trabalho de verão e comprei a minha máquina fotográfica reflex, sendo essa máquina que mantenho até hoje e que me tem vindo a ajudar a melhorar e a dar a conhecer todos os meus projetos. A fotografia é arte pela qual me sinto mais à vontade de expressar os meus sentimentos e a minha forma de ver o mundo. Gosto de aprender mais a cada dia que passa e, para mim, a melhor foto é sempre a próxima. Já recebi alguns prémios, entre eles o 2º lugar no concurso de fotografia realizado pelo Conselho da Europa em 2014: "No Hate Speech Movement", acerca da Islamofobia e da intolerância religiosa (foto à esquerda).


Para evoluir na área e aperfeiçoar algumas habilidades técnicas, tento ser o mais versátil possível na área, realizando alguns trabalhos mais pequenos, como batizados, casamentos e festas. No entanto, agora com 18 anos, sinto que necessito de uma especialização. Frequento o curso de Ciências da Comunicação, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e aliada ao gosto pela comunicação está a vertente do fotojornalismo, ramo pelo qual tenho vindo a desenvolver grande paixão e pelo qual pretendo emergir mais tarde. Não me sinto um fotógrafo de paisagens ou de casamentos, mas sim um fotógrafo de rua, um fotógrafo que vai atrás dos acontecimentos. Agora com uma rotina mais presa à cidade e com um leque de experiências e de oportunidades muito mais vasto, sinto que está na altura de estabelecer novas metas e de me agarrar com firmeza a esta grande paixão. Para o novo ano que aí vem, espero poder dar a conhecer novos projetos e algumas novidades. A fotografia é uma esfera bastante imprevisível e espontânea, nunca sei o que pode surgir ou o que posso ter de enfrentar. Porém, tenho a certeza de que é isto que me faz feliz, é sair para a rua de máquina na mão, de comunicar com os outros e com a sociedade através desta arte, que, tal como Fernando Pessoa expressa, me faz ter em mim, todos os sonhos do mundo.

João Marcelino


Modelo: Luís Sousa Fotografia: Beatriz Lourenço


“ O Ténis trata-se de uma modalidade fascinante e muito competitiva, existindo no nosso país as condições necessárias para a prática da mesma por qualquer pessoa.”

Ema Gil Pires


Ténis em Portugal “Eu era apenas uma menina do ballet e da natação, mas nenhum desses mundos me fascinava. Foi aí que fui apresentada ao mundo do Ténis.”

O Ténis é uma modalidade desportiva muito prestigiada por todo o mundo, tendo surgido na Inglaterra. Desde a sua origem, o número de atletas interessados na modalidade foi crescendo e a popularidade da mesma aumentando, como é possível verificar pelo enorme destaque dado atualmente às grandes competições tenísticas que se realizam nos diversos continentes. Deste modo, vou dedicar-me, neste artigo, a escrever um pouco sobre a realidade tenística no nosso país. O meu primeiro contacto com este desporto ocorreu aos oito anos de idade. Nessa altura, eu era apenas uma menina do ballet e da natação, mas nenhum desses mundos me fascinava. Foi aí que fui apresentada ao mundo do Ténis. Passados dois anos de treino intensivo, decidi dedicar-me a jogar torneios da Federação Portuguesa de Ténis por todo o país. De facto, a nível nacional, existem inúmeros torneios de natureza distinta. No grupo juvenil, verifica-se a existência de diferentes escalões, cada um correspondente a uma faixa etária jovem específica. Relativamente ao grupo/escalão sénior, que é considerado o escalão profissional, é importante frisar que as competições do mesmo são as que adquirem desde sempre maior importância em Portugal, o que também acontece em todos os outros países. Por fim, no grupo dedicado aos veteranos, existem também diversos escalões correspondentes a faixas etárias mais idosas, sendo este tipo de

competições dirigidas a atletas mais idosos ou a adultos com mais de 35 anos que não levam a modalidade a um nível profissional. Dentro de cada um destes três grupos (juvenil, sénior e veteranos), existem ainda competições de níveis distintos, estando esses níveis diretamente ligados ao grau de dificuldade dos torneios correspondentes. Assim, em Portugal, devido à enorme variedade de competições existentes, é possível a inclusão de todo o tipo de praticantes na modalidade. O Ténis trata-se de uma modalidade fascinante e muito competitiva, existindo no nosso país as condições necessárias para a prática da mesma por qualquer pessoa. É um facto que de norte a sul do país verifica-se a existência de clubes que se dedicam à modalidade. Qualquer pessoa pode deslocar-se a estes clubes para ter algumas aulas, participar em torneios ou simplesmente jogar com os amigos. Este é um desporto muito complexo e que exige um longo período de aprendizagem pois, de facto, os gestos técnicos são bastante elaborados e necessitam de ser executados com um elevado grau de perfeição para serem suficientemente eficientes. Mas, por outro lado, é uma modalidade bastante divertida e que oferece um vasto leque de experiências distintas àqueles que a levam mais a sério. Aventurem-se neste mundo, vão ver que vale a pena!

Ema Gil Pires


Modelo: AndrÊ Jardim Fotografia: Beatriz Lourenço



Catarina Cardeta A Socialite Ribatejana conta-nos parte da sua carreira na patinagem


E o Natal passou… “Há uns tempos tive a oportunidade de participar num espetáculo, (…) também representámos a história da Cinderela (…) e foi... MÁGICO.” E o Natal passou... Aquela quadra especial em que se comemora a paz, o amor e a MAGIA! Sim, a magia! O Natal é uma festa religiosa que comemora o milagre do nascimento de Jesus. No entanto, há muito que ouço dizer que "o Natal é para as crianças", pela crença no Pai Natal, aquele ser que tem o dom de percorrer o mundo numa noite, e como que por milagre consegue fazer chegar a todas as crianças um presente de Natal, com o seu trenó e renas mágicas. As crianças e todos nós, na verdade, acreditamos na magia, de certa forma. Apesar de conhecermos a realidade e sabermos que o nosso planeta azul não é um "mundo cor-derosa", lá vamos acreditando. Em pequenos, vamos conhecendo os chamados "contos de fada", em que, na sua maioria, o milagre do amor acontece, e no final todos ficam "felizes para sempre". O milagre do amor, as histórias de encantar, a magia e a felicidade podem ser (e são) temas natalícios. As estações televisivas comemoram esta data passando filmes, com estes temas, não só para as crianças (penso que graças ao Natal já consegui assistir umas vinte vezes ao "Sozinho em Casa", mas com agrado confesso). Pois as férias permitem que muitas famílias se reúnam e partilhem doces momentos, como que numa pausa na correria do quotidiano.

Em 2015, para minha felicidade, grandes espetáculos portugueses, com excelentes atores, brilhantes patinadores e notáveis profissionais, estiveram em exibição para as famílias. Trazendo as histórias de encantar, já conhecidas de todas nós, contadas e interpretadas pelas personagens sobre patins de gelo. Como "Cinderela no gelo" e "Branca de Neve no gelo" que muitos tiveram a oportunidade de assistir. Há uns tempos tive a oportunidade de participar num espetáculo semelhante, também representámos a história da Cinderela, numa pista de gelo na Nazaré, em 2012, e foi... MÁGICO. Já para não falar no número considerável de pistas de gelo que estiveram à disposição de serem utilizadas, centenas de pessoas experimentaram o sentimento patinar sobre o gelo. Patino há treze anos, sobre rodas, e a sensação continua a ser indescritível. Sentir uma suave "brisa" enquanto há movimento, uma impressão de liberdade, fazem da patinagem uma "paixão em movimento". E se durante esta quadra há a oportunidade de experimentar e de patinar no gelo em diversos lugares, porém, durante todo o ano, há a oportunidade de se patinar nos nossos pavilhões desportivos em patins de rodas.


“Aguardo, como quando ainda acreditava no Pai Natal, que mais ajudas, mais reconhecimento, mais pessoas e ainda mais atletas apaixonados se juntem a este desporto” Em Portugal, em cima de patins de quatro rodas, há atletas notáveis, de qualidade ímpar, reconhecidos mundialmente. Há grandes espetáculos durante todo o ano, há grandes competições e há imensos clubes e escolas de patinagem nas quais treinadores e atletas se esforçam diariamente neste desporto que é a Patinagem Artística. Mas infelizmente, já não é com agrado que vos digo, que isso já não é assim tão reconhecido, nem noticiado... Com estas oportunidades de Natal, com a curiosidade e com a magia que estes espetáculos e as pistas de gelo possam ter despertado em muitos de vós, aguardo, como quando ainda acreditava no Pai Natal, que mais ajudas, mais reconhecimento, mais pessoas e ainda mais atletas apaixonados se juntem a este desporto, ao qual já muitos se renderam. Aguardo... mais um milagre de Natal! E já agora, desejo muita felicidade e vitórias para as princesas e príncipes mais novos que estão a iniciar a sua aprendizagem, especialmente, aos "meus" meninos que estão na escola de patinagem que eu tenho a honra de integrar. Um beijinho no vosso coração <3

Catarina Cardeta


Modelo: Beatriz Lourenço Fotografia: Luís Sousa Assistência: André Jardim/João Carter


Cr贸nica de um baterista em busca de um sonho

Jo茫o Ratinho


“A Câmara Municipal da Batalha convida-nos para tocar nas famosas Festas de Agosto (…) onde todos os anos vão grandes nomes da música portuguesa (…) Este convite constituiu, sem dúvida, o apogeu da banda.” Poderia iniciar esta crónica com um “Tudo começou em 2009...”. É verdade que foi em 2009 que comecei oficialmente a tocar bateria na Escola de Música do Centro Recreativo da Golpilheira, mas aqueles tiques de bater com os dedos nas mesas e com os pés no chão – barulhos irritantes para os meus colegas de turma – começaram bem mais cedo. O amor à musica e aos ritmos era tanto que só pensava em tocar bateria, mal eu sabia que se iria tornar uma das minhas paixões. Durante 3 anos seguidos deslocavame até à escola de música, sempre com um sorriso e com entusiasmo. Sempre procurando fazer melhor. Sempre com a mesma paixão. E conseguir transportar tudo isso para os espetáculos deixava-me realizado. Mas eu queria mais. Queria ser um Mike Portnoy, um Joey Jordison ou um Chris Adler. Queria ser um baterista tão bom como estes. Mas mais que isso, queria formar a minha própria banda e partilhar a alegria de tocar bateria com os fãs. E foi assim que, juntando mais dois amigos guitarristas, formámos os BlackHope. A nossa busca por um vocalista parecia infindável, até que encontrámos um rapaz que se enquadrava no nosso estilo e no que pretendíamos. Estava tudo a compor-se para (finalmente) começarmos a dar concertos. Depois de muitas horas e muitos meses de ensaio, os concertos começaram a surgir;

montar e desmontar a bateria não era um problema para mim. Entre centros recreativos e bares locais, as pessoas deslocavam-se com gosto e cantavam connosco as músicas. Os locais enchiam. A alegria era partilhada por todos e quanto a mim, um dos elementos que proporcionava essa alegria no público, não poderia estar mais satisfeito. Porque não há nada no mundo que nos realize mais do que fazermos aquilo que mais gostamos junto das pessoas mais importantes da nossa vida. Contudo, há sempre obstáculos que surgem na vida. O nosso vocalista teve que abandonar a banda e os BlackHope estiveram parados durante algum tempo. E essa inatividade é frustrante, poder tocar bateria mas não o poder fazer para o público. Era um “poder e um não poder”. Foi durante esta inatividade que decidimos mudar o nome da banda para Second HandSpeech e juntar um baixista. E, (novamente) após muita procura, encontrámos um vocalista que se mostrou disponível para integrar o projeto. Os concertos voltaram a acontecer e, no meio da euforia, a Câmara Municipal da Batalha convidanos para tocar nas famosas Festas de Agosto - para celebrar o Dia Internacional da Juventude - onde todos os anos vão grandes nomes da música portuguesa, tendo já pisado aquele palco bandas e músicos como Xutos e Pontapés, Tony Carreira, Marisa, Marco Paulo, Pedro Abrunhosa ou Expensive Soul. Este convite constituiu, sem dúvida, o apogeu da banda.


O baterista confessa que, com a entrada na faculdade, torna-se mais difícil se dedicar à música

Só queríamos que dia 12 de Agosto chegasse para mostrarmos a nossa raça e que somos dignos de pisar aquele gigante palco. Com o recinto bem composto e concentrados no que estávamos a fazer, o concerto durou apenas 5 minutos nas nossas cabeças, tal era a felicidade expressa no nosso rosto e sentida no nosso coração. Ter tocado num palco destes foi um concretizar de um sonho, uma meta atingida. O projeto tinha tudo para dar certo, desde que houvesse, claro, muito trabalho. No entanto mostrou precisamente o contrário: com a entrada na universidade, os nossos caminhos separaram-se e os ensaios tornaram-se numa realidade distante. Nem sempre conseguimos concretizar os nossos sonhos, seja por um fator intrínseco a nós, seja por um fator exterior. Mas é importante nunca desistirmos à primeira dificuldade que surge, é importante não nos tornarmos nos sujeitos passivos que tanto caracterizam a atual sociedade. Vamos lutar por aquilo em que acreditamos, vamos lutar por aquilo que gostamos. E se der trabalho, mais apelativo se torna o desafio. Só assim nos conseguiremos sentir realizados.

João Ratinho



Feliz Feliz2016 2016

Agradecimentos a todos os colaboradores da revista


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