Revista Tela Viva 212 - Janeiro/Fevereiro 2011

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 20_#212_jan/fev2011

A TV social

Como os canais estão usando Facebook, Twitter e outras ferramentas para ampliar sua relação com os espectadores TV POR ASSINATURA

Fora da ABTA, programadoras estrangeiras resistem ao PL 116

EVENTO

Natpe discute a relação da TV com as outras mídias


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Foto: marcelo kahn

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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

s números do último relatório da consultoria norte-americana ComScore impressionam. Segundo o instituto, 179 milhões de norteamericanos, quase a população do Brasil, assistiram vídeos online a cada mês em 2010. Em dezembro, 88,6 milhões de americanos viram pelo menos um vídeo online por dia, em média, 32% a mais que em dezembro de 2009. O total de vídeos assistidos nos EUA em dezembro foi de 5,8 bilhões, ou 13% a mais que no ano anterior. E o tempo dedicado aos vídeos online também aumentou: foram 14 horas por pessoa em média durante o mês de dezembro, 12% a mais que em 2009, e cada pessoa assistiu a 201 vídeos em média no mês, crescimento de 8%. O Brasil não ficou atrás: 84% dos internautas do país com mais de 15 anos assistiram vídeos online em 2010. Foram vistos no ano 2,6 bilhões de vídeos, ou 243 milhões de horas. O Brasil, aliás, no ranking da ComScore, é a oitava maior audiência de Internet do mundo, tendo passado o Reino Unido em outubro. Ao mesmo tempo, uma curiosa pesquisa feita nos EUA pela agência Hill Holliday, embora não tenha peso estatístico (foi feita com apenas cinco famílias) mostra uma realidade um pouco diferente. Durante uma semana, estas famílias trocaram sua TV a cabo por caixas de provedores de vídeo over-the-top, como Roku, Apple TV, Xbox 360, Boxee Box e Google TV. Todas oferecem uma grande biblioteca de filmes e séries de TV para serem vistos na TV, em alta definição e on-demand. Resultado: após uma semana, todas as “cobaias” exigiam seus set-tops de cabo de volta. A comodidade do vídeo on-demand não supriu as necessidades destes espectadores contumazes. Sentiram falta do conteúdo ao vivo (como esportes), das notícias, do zapping aleatório, sem ter que pensar no que se quer assistir, e se queixaram da complexidade das interfaces, vídeos que demoram a carregar etc. A experiência pode ser vista em mashable.com/2011/01/31/connected-device-experiment/#. O que se pode concluir disso? Que tratam-se de coisas diferentes, que atendem a necessidades diferentes. Não se pode achar que o on-demand, embora cresça em grande velocidade, substituirá o conteúdo linear de boa qualidade, ao menos por enquanto. Nem que a TV convencional passará imune à onda do vídeo online. Visto por muitos como o fim da TV convencional, o vídeo on-demand ameaça na verdade outras formas de comercialização de conteúdos, como o home video tradicional, com DVD e Blu-ray. Um dono de locadora de vídeo deveria estar bem mais preocupado com isso do que o acionista de uma rede de televisão.

capa: editoria de arte converge/shutterstock

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Ano20 _212_ jan/fev/11

(índice ) 16

Redes sociais

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Como Facebook, Twitter e outras redes impactam nas estratégias dos canais

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Figuras

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Convergência

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Mercado de jogos cresce e oferece possibilidades a produtores de conteúdo

TV por assinatura

( cartas)

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Programadoras norte-americanas tornam-se principais opositoras ao PLC 116/2011

Política

TV ameaçada É triste a situação da televisão pública e comercial no Brasil. No campo público, enquanto a TV Cultura de São Paulo substitui o talento lapidado durante décadas por planilhas do Excel, a TV Brasil comemora o fracasso de crítica e público em sua programação. Já a precursora em TV segmentada no Brasil, a MTV, promoveu uma "revolução" em sua grade, cada vez mais recheada de calhaus. Cláudio Ferraccini, São Paulo, SP

28 32

Paulo Bernardo assume as Comunicações com foco inicial em banda larga

32

Produção Acho ótimo que novos animadores estejam chegando com força no mercado. É uma turma jovem e criativa que, certamente, contribuirá com muita diversidade e qualidade para o audiovisual brasileiro. Renato Souza, Porto Alegre, RS

Audiência

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Evento

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Congresso da Natpe discute relação da TV com mídias digitais em Miami

Making of

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Artigo

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Advogados analisam resolução da Anatel 48

Case

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Primo Filmes faz sua primeira coprodução internacional com a França e o Japão

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

Upgrade

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Agenda

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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Inclua em sua programação s

24 horas no ar dedicado à cultura.

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documentários brasileiros.

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O SESCTV é distribuido gratuitamente para as operadoras de tv por assinatura. O canal não veicula intervalos comerciais e é credenciado pelo Ministério da Cultura como canal de programação composto exclusivamente por obras cinematográficas e audiovisuais brasileiras de produção independente.

Solicite mais informações pelo tel.: 11.2227.6522


( scanner ) Novas plataformas A Globo está oferecendo seus conteúdos para download, na forma de aluguel e de compra, no site Globo Marcas Digital www.globomarcasdigital.com.br. A nova modalidade de comercialização de produtos da Globo foi desenvolvida pela Truetech. As produções podem ser adquiridas na íntegra ou por episódio, sendo que os programas comprados ficarão disponíveis para o cliente por tempo indeterminado. Os alugados serão disponibilizados por 48 horas a partir do momento em que forem executados. Entre os conteúdos oferecidos estão séries antigas da Globo como “Ciranda Cirandinha”, “Armação Ilimitada”, “Malu Mulher” e “Comédias da Vida Privada”, e séries mais recentes como “Os Normais” e “A Grande Família”.

Página da Globo Marcas Digital, com oferta de conteúdos da Rede Globo para download.

Qualquer hora

DRM universal

A Sony Entertainment Television lançou em janeiro o projeto Horário Nobre Toda Hora, através do qual pretendia oferecer na web os episódios das temporadas que estrearam em outubro de 2010 no canal. A ideia era oferecer ao internauta na íntegra e sem breaks comerciais episódios das séries “Grey’s Anatomy”, “Private Practice”, “Desperate Housewives”, “Cougar Town”, “Call Me Fitz” e “No Ordinary Family” até o dia 28 de fevereiro, mas o projeto foi descontinuado em poucos dias devido à pressão de operadoras de TV por assinatura.

Os maiores estúdios de Hollywood anunciaram uma nova plataforma de controle de direitos na distribuição de vídeo na Internet. A UltraViolet (UV) permitirá que os consumidores comprem licenças vitalícias do conteúdo, que poderá ser assistido em qualquer dispositivo compatível com a plataforma. O conteúdo ficará disponível na “nuvem”, sendo que os dispositivos compatíveis do usuário deverão estar logados ao serviço para exibir os filmes. O serviço deve ser lançado nos Estados Unidos em meados de 2011. A plataforma foi criada pelo consórcio Digital Entertainment Content Ecosystem, formado pela Microsoft, Intel, Motorola, Samsung, Fox, Paramount, Universal e Warner. Informações no site www.uvvu.com.

“Grey’s Anatomy”: canal teve que tirar a s séries do site.

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Online A Endemol USA e a AOL anunciaram um acordo de produção para codesenvolver e coproduzir programação original para web. Inicialmente, o acordo estará focado na audiência feminina da AOL. A parceria tem como objetivo criar conteúdo premium em vídeo, sem roteiro, utilizando as vantagens do tempo real, da interatividade e do espírito de comunidade da Internet. Os dois primeiros projetos “built-if-sold” a serem produzidos pela parceria são “Re-Dressed by America” e “Mama’s Recipe”. Cada série produzida nesta parceria terá conteúdos relacionados online, como votações, videoclipes complementares e blogs.

Roberto d’Ávila comprou a parte dos sócios da Moonshot e pretende ampliar o perfil de atuação da produtora.

Único O produtor Roberto d’Ávila comprou a parte de Patrick Siaretta e Jerome Merle na Moonshot. Como único dono da produtora, d’Avila anuncia a ampliação do perfil de atuação da Moonshot, que deve buscar projetos internacionais e dedicar mais esforços à produção de longas-metragens, sem abandonar a produção para a TV. “Queremos explorar principalmente o mercado infantojuvenil, com filmes rápidos de ‘girar’, com custos mais modestos e produção rápida, mas com potencial de mercado”, diz. A Moonshot já tem um projeto de coprodução com a canadense Lenz Entertainment. Trata-se do longametragem “Oitava Princesa”, voltado ao público juvenil. No caso de continuidade das séries já produzidas pela Moonshot, os antigos sócios devem atuar em parceria. Entre as produções para TV da produtora estão a série “9mm: São Paulo”, que tem uma segunda temporada em produção; “Brazil’s Next Top Model”, “Diário do Olivier” e “Por um Fio”.

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“O Samba que Mora em Mim”, documentário sobre a escola de samba Estação Primeira de Mangueira dirigido por Geórgia Guerra Peixe, conhecida como Joca, e produzido pela BossaNovaFilms, teve pré-estreia online no canal Elo Cinema (www.elocinema.com.br). A partir de 9 de fevereiro o filme ficou disponível gratuitamente por streaming para 500 acessos. No dia 11 o documentário entrou em cartaz nas salas de cinema e não estava mais disponível na web. A BossaNovaFilms tem feito outras investidas na produção de longas-metragens. Em parceria com a Nia Filmes, firmou um acordo com a uruguaia Salado Media durante o Ventana Sur, evento de coprodução que aconteceu na Argentina, no final de 2010, para a produção de “Primavera”, inspirado na obra do escritor uruguaio Mario Benedetti. O filme será dirigido por Luiz Villaça e será rodado em espanhol em locações do Brasil, da Argentina e do Uruguai.

FOTO: ac junior

Pré-estreia virtual

Documentário da BossaNovaFilms teve lançamento online.

Controle fora de casa

Saga vampiresca

A Sky lançou seu aplicativo para iPad e iPhone. O aplicativo, que está disponível na AppStore da Apple, permite aos assinantes do serviço HD da operadora agendar a gravação de programas no set-top box/DVR utilizado no serviço. Através do recurso, é possível consultar a grade de programação e clicar na opção gravar para programar uma gravação à distância. A gravação pode ser recorrente (de uma série inteira) ou apenas do programa selecionado. É possível ainda escolher em que Aplicativo da Sky para iPhone decoder da casa o e iPad permite agendar evento será gravado. gravações no set-top box. O novo aplicativo permite que assinantes e não-assinantes da Sky naveguem pela programação e visualizem a grade, acessando os destaques do Cine Sky e do Sky on Demand. Também é possível assistir trailers e consultar sinopses, agendar um aviso de alerta que avisa quando um programa vai começar, adicionar canais favoritos e visualizar a fatura. Além disso, o aplicativo permite recomendar programas e compartilhar informações sobre programação e postá-las pelo Facebook, Twitter ou enviar via e-mail para amigos.

A Delicatessen Filmes lançou a websérie “Alma e Sangue”, desenvolvida em parceria com a Editora Aleph, que publicou os quatro livros da série de vampiros homônima da escritora Nazarethe Fonseca. Segundo Fábio Zavala, produtor executivo da área de conteúdo da Delicatessen, a ideia “Alma e Sangue”, websérie coproduzida da editora é desenvolver um pela Delicatessen Filmes e Editora Aleph. projeto transmídia. “Estamos trabalhando no projeto de uma série de televisão. A ideia com a websérie é chamar a atenção para o história e para os livros”, diz o produtor. Futuramente, a saga pode ser transformada também em longa-metragem. Os três episódios, com aproximadamente quatro minutos de duração cada, foram gravados em Cruzeiro, no interior de São Paulo, em outubro de 2010. São parceiros no projeto a produtora de som Jukebox e a Casablanca. A série pode ser vista em www.almaesangue.com.br.

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Em outras mãos A Disney e a Turner anunciaram um acordo de produção para a terceira temporada latinoamericana do “The Amazing Race”, reality de aventura em que duplas de participantes disputam o prêmio em lugares exóticos. A atração, ainda em fase de pré-produção, terá “The Amazing Race”: nova temporada. onze duplas de participantes da América Latina e será exibida no canal Space para os países da região. As duas primeiras temporadas do programa foram produzidas pela Discovery e exibidas no Discovery Channel. Segundo a programadora, o reality rendeu bons resultados, mas o canal decidiu “dar lugar a novas atrações” e “cumprir com a premissa de renovar constantemente o conteúdo exibido na grade do canal”.

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FOTO: marcos hermes

Simples assim O Bem Simples, que começou como um site, passou a ser um projeto de um canal e depois tornouse um bloco de programação dentro do Fox Life, passa a ser comercializado como canal 24 horas a partir de março. Segundo o diretor de afiliados da Fox, Leonardo Caetano, esses passos são necessários para o amadurecimento do projeto, e o teste realizado com o bloco de programação no Fox Life mostrou bons resultados. “A audiência quase dobrou durante a manhã, quando o bloco é exibido”, diz. Apesar da tentativa de lançar o canal anteriormente não ter se concretizado, a Fox aposta que o teste realizado no Fox Life e o momento pelo qual passa o mercado ajudem a emplacar o canal. “O sucesso da faixa Bem Simples no Fox Life tem ajudado as negociações com as operadoras”, diz Caetano. “Além disso, um dos vetores de crescimento do mercado hoje são os novos entrantes na TV por assinatura”. Segundo Caetano, o canal continua o mesmo do projeto original, mas agora conta com mais conteúdo original e brasileiro. O diretor diz que atualmente o canal tem mais de 300 horas de conteúdo brasileiro original, feito com talentos nacionais. A ideia é que a programação brasileira chegue a 100%. Baseado no canal Utilisima, o Bem Simples tem como conceito “simplificar” a vida das pessoas, com dicas para a realização de tarefas do dia a dia. Entre os temas abordados estão culinária, artesanato e decoração. O canal aposta em apresentadores que são referência em suas respectivas áreas de atuação, como a chef de cozinha Carla Pernambuco, que ganhou o novo “Brasil no Prato”. A produção com os talentos brasileiro é gravada nos estúdios Fox Toma Uno na Argentina, onde também são gravados os programas do Utilisima. Carla Pernambuco: chef apresenta programa no Bem Simples, canal 24 horas que a Fox lança em março.

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FOTOs: divulgação

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Ricardo Whately, Sebastian Soneira, José Henrique Caldas e Guto Figueiredo: sociedade entre argentinos e brasileiros.

Duas pontas O diretor Ricardo Whately e seu sócio Jorge Henrique Caldas fizeram uma sociedade com a produtora argentina Fight by Flehner, liderada por Sebastian Soneira, Edi Flehner e Cecília Felgueras, e lançaram no mercado brasileiro a Dogs Can Fly. O modelo de sociedade permite à Dogs Can Fly utilizar o time de diretores de cena e as estruturas completas de produção da Fight by Flehner na Argentina, Uruguai, Porto Rico, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, México e Alemanha. A sociedade facilita o processo com os trâmites legais entre os países com a vantagem do atendimento local, o que agiliza a comunicação e o dia-a-dia

entre agência e produtora. Segundo os sócios, tratase da primeira sociedade de fato entre uma produtora argentina e uma brasileira, e não apenas uma jointventure ou associação comercial. A sociedade é uma forma de driblar a concorrência que produtoras brasileiras de comercial vêm tendo com suas congêneres argentinas, que além dos talentos contam com uma vantagem cambial. Também é uma forma de atender às exigências das leis de comunicação social dos dois países, pois a lei argentina exige um percentual de participação nacional na publicidade, e no Brasil a produção nacional paga menos tributos que os filmes importados.

Faroeste digital A Gávea Filmes fechou parceria com o Yahoo! Brasil para proporcionar a participação de internautas na produção do longa-metragem “Faroeste Cabloco”, coproduzido com a Globo Filmes, República Pureza e Fogo Cerrado. Na página www.yahoo.com.br/faroestecabloco os internautas têm acesso a informações do filme em primeira mão e podem auxiliar a equipe na escolha de personagens e trilha sonora, além de participar de um concurso para fazer uma ponta no filme. •

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Sucesso nacional

Festival na web

O Discovery Pré-sal é tema de um Channel exibiu em dos documentários coproduzidos pelo fevereiro três Discovery e pela Mixer. documentários coproduzidos com a Mixer, sob direção de Rodrigo Astiz. “Águas Mortais” aborda as consequências das fortes chuvas na América Latina, com foco no Brasil; “Células-Tronco: A Chave da Regeneração”, mostra pesquisas e tratamentos experimentais com células-tronco; “O Desafio do Pré-Sal”, é sobre a reserva de petróleo recentemente descoberta. Produções nacionais têm trazido bons resultados para o canal. “O Assassinato de JeanCharles Menezes” foi a produção original de mais sucesso do Discovery Channel no Brasil em 2010. Para a Discovery Networks, as produções originais, como a série coproduzida no Brasil com a Mixer e “Instinto Assassino”, que conta com episódios gravados na América Latina, são as que mais se destacam na programação.

A Unifrance, associação que reúne profissionais do cinema francês, promoveu em janeiro a primeira edição do MyFrenchFilmFestival.com, com dez curtas-metragens e dez longas-metragens de realizadores franceses em competição. Os filmes ficaram disponíveis em dez idiomas (alemão, inglês, árabe, espanhol, francês, italiano, japonês, português, coreano e russo). Internautas de alguns países tiveram que pagar pelo acesso aos vídeos sob demanda. Na Rússia e nos países latinoamericanos o acesso foi grátis. Houve três premiações em cada categoria para os filmes escolhidos pelos internautas, blogueiros estrangeiros e a imprensa internacional. Os longas premiados serão mostrados a bordo de todos os aviões da Air France a partir de 1º de abril de 2011. Para engajar a audiência, a organização criou jogos no Facebook e os usuários concorreram a viagens para Paris e Nova York.


( scanner) Novela musical Com os bons resultados das novelas adolescentes “Isa TKM” e “Isa TKM+”, o Nickelodeon estreia em 14 de março, às 19h, sua nova novela musical. “Sonha Comigo” é resultado de uma parceria entre o canal, a Televisa e a produtora argentina Illusion Studios. A novela musical, gravada em 2010 em Buenos Aires, irá ao ar de segunda a sexta-feira. O público também terá contato com o conteúdo da atração nas plataformas digitais como SMS, jogos online e redes sociais. “Sonha Comigo”, estreia do Nickelodeon em março, é coproduzida com a Televisa e com produtora argentina.

Satisfação

Terra e Youtube farão cobertura do Carnaval de Salvador.

Folia na rede O Carnaval 2011 deve movimentar a Internet. O YouTube, do Google, anunciou o lançamento de um canal específico de carnaval (www.youtube.com/carnaval) com transmissão ao vivo da festa, e um camarote no circuito Barra-Ondina. O YouTube anunciou que terá câmeras exclusivas em quatro trios elétricos, entre eles o de Ivete Sangalo, além de câmeras fixas no camarote, externas e internas. Parte da cobertura será transmitida ao vivo - até seis horas por dia, segundo o portal - com foco nos blocos e trios, exibindo material pré-gravado e com a apresentação de um “MC” durante os intervalos. O conteúdo oferecido no canal será criado em parceria com a Nova Promoção & Conteúdo e a Caco Music. A captação das imagens será feita em alta definição, com edição em uma ilha dentro do camarote e transmissão via satélite. Todo o conteúdo será também gravado e oferecido depois no canal. A tradicional cobertura do Terra do carnaval de Salvador terá, em 2011, o patrocínio de Schin, Itaú, Peugeot, Smirnoff Ice e Intel. Cerca 150 pessoas (50 apenas do Terra TV) serão mobilizadas para cobertura, que contará com dez câmeras e transmissão HD. Serão seis dias de transmissão de trios elétricos, do fim da tarde até o começo da madrugada. Além de Salvador, o Terra realiza cobertura com repórteres e fotógrafos no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Recife/Olinda. O eBand, portal do Grupo Bandeirantes, transmitirá o carnaval de Salvador (circuitos de Campo Grande e BarraOndina), Recife e Olinda. Com patrocínio de Bradesco, Skol e Tim, o site terá conteúdo exclusivo, além das imagens da televisão. 10

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Os assinantes da Sky são os mais satisfeitos com a programação recebida. A informação foi divulgada no relatório PTS de dezembro e consta em estudo realizado pelo instituto em parceria com o Ibope em março do ano passado. Segundo o estudo, 74% dos assinantes da Sky consultados avaliam positivamente o pacote de programação recebido (22% consideram ótimo e 52% acham bom o pacote). No caso dos assinantes da Net, 15% consideram ótimos e 55% consideram boa a combinação de canais, totalizando 70% de avaliação positiva. Entre os clientes da Via Embratel, também 70% avaliam positivamente o pacote de programação, sendo 10% os que consideram ótima e 60% os que consideram boa. As três operadoras são seguidas pelo serviço Telefônica TV (com 69% de aprovação), OiTV (com 63% de aprovação) e TVA (com 58% de aprovação). O estudo apontou que a avaliação dos pacotes oferecidos pelas operadoras de TV é positiva. Opinaram sobre os pacotes de programação 3.529 assinantes de TV paga. Apenas 5% avaliou negativamente o empacotamento de canais; 3% não quis opinar ou não sabe; e 21% dos entrevistados consideraram regular o pacote. A avaliação positiva foi de 71% dos ouvidos, sendo que 16% consideram ótima e 55% consideram boa a programação.

3D nacional A Microservice, empresa que fabrica mídia óptica no Brasil, anunciou o início da produção de discos Blu-ray 3D em Manaus. O primeiro título a ser produzido é a animação “Meu Malvado Favorito”, da Universal Pictures. O lançamento em 3D será um projeto exclusivo para as lojas Fnac. No fim de 2009 a Microservice investiu R$ 10 milhões na linha de fabricação de discos de Blu-ray e agora usa dessa mesma tecnologia para produzir a versão 3D.

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Bola na mão

Esporte em alta

O canal Esporte Interativo sublicenciou junto à TV Globo os direitos de transmissão de competições de vôlei em 2011. O canal exibirá mais de 140 jogos ao vivo. O EI também sublicencia jogos de outros esportes, como o futebol. O acordo envolve quatro torneios das seleções nacionais: a Liga Mundial e a Copa do Mundo Masculina, o Grand Prix e a Copa do Mundo Feminina. Também estão no pacote as Superligas Masculina e Feminina (campeonatos nacionais) e o Circuito Mundial de Vôlei de Praia, que classificará para a Olimpíada de Londres, em 2012. Outra novidade do Esporte Interativo é que o canal está disponível em um aplicativo para iPad e iPhone que permite assistir ao canal ao vivo, pela Internet. É mais uma plataforma dentro da estratégia de distribuir o sinal gratuitamente, remunerando-se com a publicidade.

A ESPN estreou em “As Aventuras de fevereiro seu primeiro Renata Falzoni”, programa nacional da grade primeiro programa de grade da ESPN produzido em HD: “As produzido em HD. Aventuras de Renata Falzoni”, atração quinzenal de 30 minutos, que vai ao ar pela ESPN HD. A ESPN já produziu outras atrações nacionais em alta definição como os documentários especiais como “Nos Tempos da Ladeira”, “Viajantes Radicais”, “Gosto de Terra” e “X da Questão”. A programadora também apresentou novos cenários para as atrações locais “Bate-Bola” e o “SportsCenter”. Os dois programas ganham também mudança gráfica com a adoção do Vizrt, equipamento que permite a criação de grafismo em 3D e animações em tempo real, seguindo o padrão da ESPN no mundo. O “BateBola” foi completamente reformulado. A exemplo do que já aconteceu durante a cobertura da Copa do Mundo no ano passado, o cenário ganhou um vídeo wall com nove telas de plasma, mesas e cadeiras altas. O “SportsCenter” segue os moldes da versão dos Estados Unidos, ganhando um prolongamento de cenário que funcionará como uma área de debates para receber convidados.


Ministério da Cultura

Comunicação

Ana de Hollanda foi nomeada ministra da Cultura pela presidente Dilma Roussef e promoveu mudanças na pasta. Ana Paula Santana assumiu a Secretaria do Audiovisual (SAv), no lugar de Newton Cannito. Ana Paula está na SAv desde 2002, tendo atuado na coordenação internacional Ana de Hollanda da secretaria e na área de fomento a programas e projetos audiovisuais. Vitor Ortiz assume como secretário executivo do ministério. A Secretaria de Articulação Internacional fica sob o comando de Roberto Peixe e a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural fica com Marta Porto. Claudia Leitão é a nova secretária de Economia Criativa e Henilton Menezes mantém-se a frente da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura. Sérgio Mamberti assume a Secretaria de Políticas Culturais.

O jornalista Celso Teixeira assumiu a função de diretor nacional de comunicação da Rede Record. Ele está desde 2009 à frente da Central Record de Comunicação como gerente. Celso atuou como repórter por 25 anos, com passagens pelo SBT e Record.

Multiplataforma

Mais cortes A TV Cultura de São Paulo demitiu no início de fevereiro três diretores e 150 funcionários, em um movimento que teve início ainda em 2010, com a chegada de João Sayad à presidência da Fundação Padre Anchieta. Deixam a emissora o diretor de engenharia, José Chaves, de administração, Celso Tadeu, e de produção independente e aquisições, Wagner LaBella (Waguinho). A emissora confirmou em nota a demissão de 150 funcionários. Segundo a Cultura, a redução “se deve a um projeto de reestruturação da emissora, adequando a grade de programação à capacidade instalada, redução de custos e investimentos em novos programas”.

Heitor, Thomaz, Mariana e Pedro

Na Bold Conteúdo, empresa focada na criação de conteúdo multiplataforma, Thomaz Monteiro (ex-iThink) e Heitor Kohatsu (ex-Bold/Agência Click) reforçam a equipe que atende a Skol. Mariana Hasselmann (ex-Wunderman) integra o time do açúcar União e HBO. Pedro Cerqueira chega para a pesquisa de conteúdo e redes sociais.

Independentes A associação NeoTV está sob nova direção. Com o desligamento de Neusa Risette do comando da entidade no final do ano passado, assume o cargo de diretoraexecutiva da associação Mariana Filizola. Ela é formada em administração de empresas pela Universidade de Administração de Brasília e pós-graduada em marketing estratégico pela Mariana Filizola Fundação Getúlio Vargas. Foi gerente nacional comercial e de marketing da Acom, onde trabalhava desde 2000, inclusive representando a empresa junto à NeoTV. Entre as diretrizes que deverão ser seguidas na nova gestão estão o fortalecimento do papel institucional da NeoTV, a continuidade dos trabalhos de negociação de programação para pequenos operadores e, a partir de agora, o auxílio para os operadores associados no desenvolvimento de algumas atividades operacionais que muitos deles, pelo pequeno porte ou pouca experiência, tenham dificuldade de desenvolver sozinhos.

Direção e fotografia O diretor de cena Luigi Dias, conhecido no mercado apenas com Luigi, é o novo membro da equipe da Cia. de Cinema. Com passagens na DM9DDB, onde era diretor de arte, e na Fazenda Produtora by Movi&Art, Luigi se diferencia por ser um diretor que também fotografa seus filmes. O diretor foi premiado com Leão de Prata em Cannes, em 2004, pela direção do filme “Ataque Cardíaco”, criado pela DM9DDB para a Escola de Francês Bonjour Paris.

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Fotos: divulgação

Foto: agência brasil

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Renovação

Reestrutura Foto: Willy Ertel

A MTV Brasil renovou seu quadro. Zico Góes, depois de uma passagem pelo GNT como diretor de programação, retornou ao canal. Ele assumiu a diretoria de programação no lugar de Cris Lobo, que deixou a emissora. Além de Cris, Raquel Affonso, gerente de programação, e o gerente de produção Adilson Tokita também deixaram o canal. Tokita foi substituído por Adriana Tavares, Ricardo Anderáos que já fazia parte do quadro de funcionários da casa. Ricardo Anderáos deixou a diretoria de negócios online do Grupo Bandeirantes para assumir a diretoria de mídias digitais da MTV Brasil. Na Band, Marcelo Mainardi, diretor executivo comercial da emissora assume o comando do portal eBand. A jornalista Eliane Leme, que também coordena a assessoria de comunicação da Band, assume a direção-executiva do veículo.

Daniel Mielzynski, Daniel Freixo, Marcelo Pacheco, Cássio Brandão e Juliana Siqueira

A área comercial da ESPN passou por uma reestruturação. A equipe liderada por Marcelo Pacheco tem agora quatro divisões. Daniel Mielzynski assume a gerência de publicidade em São Paulo. Daniel Freixo, gerente de negócios, passa a ser responsável também pelas regionais. Juliana Siqueira, recém-chegada da ESPN dos Estados Unidos, atua como gerente de planejamento de vendas e oferece aos anunciantes novos formatos e conteúdos desenvolvidos para o Brasil. Cássio Brandão deixou o cargo de gerente de novos negócios para assumir a gerência de publicidade digital.

Fórum SBTVD Foto: arquivo

O conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), elegeu e empossou Roberto Franco como presidente da entidade para o biênio 2010-2012. Franco já havia presidido o Fórum SBTVD no período 2006-2008, quando foram criadas as normas técnicas que referenciam o padrão nipobrasileiro, inaugurada a TV digital no Brasil e iniciado seu processo de disseminação. O principal Roberto Franco objetivos do próximo mandato é dar continuidade às ações do ex-presidente da entidade, Frederico Nogueira: expansão do padrão ISDB-T dentro e fora do País, disseminação de equipamentos aptos para captar o sinal ISDBT e a implantação do middleware Ginga, introduzido em aparelhos a partir de 2010. No âmbito global, Franco também assume como presidente interino do Forum ISDB-T International, cargo antes ocupado por Frederico Nogueira e que deverá exercer até março de 2011, quando está prevista a nova reunião dos países-membros.

Comercial Maurício Kotait é o novo vicepresidente de ad sales da Sony Pictures Television no Brasil. O profissional substitui Alberto Niccoli, que assumiu o cargo de vice-presidente sênior e gerente geral da Sony Pictures Television no Brasil no final de 2010. O executivo trabalhou durante sete anos como gerente de ad sales no escritório brasileiro da SPT. Depois de Maurício Kotait uma passagem pelo Terra, ele volta para liderar a divisão, sendo responsável por todos os projetos comerciais dos nove canais que a empresa representa no País: A&E, AXN, Animax, BIO, Casa Club TV, E!, The History Channel, MGM, e SET. Kotait já trabalhou em outros grupos de mídia como a Folha de S.Paulo, TVA, Globosat, Turner International e iG.

Executivos A Grass Valley anunciou o novo grupo de executivos que assume a empresa após a aquisição por parte da Francisco Partners. O presidente e CEO da fabricante será Alain Andreoli, que foi sócio operacional da Francisco Partners e presidente da Sun Microsystems na Europa, e teve passagens por empresas como

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Storagetek e Texas Instruments. Jeff Rosica, que era o principal executivo da empresa antes da aquisição, permanece como vicepresidente executivo e chefe de vendas e marketing. O vicepresidente executivo e CFO será Ian Halifax. Os três principais executivos ficam baseados em San Francisco, na Califórnia.

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Fotos: divulgação

( figuras) Mercado hispânico

Sul

A Discovery nomeou Iván Bargueiras gerente geral da Discovery Networks US Hispanic Group. Há 14 anos na empresa, Bargueiras é também vicepresidente sênior de vendas de publicidade para a América Latina, mercado hispânico dos Estados Unidos e mercados internacionais. Com a nova função, além de supervisionar as atividades de venda na TV e na Internet, Bargueiras estará encarregado da expansão dos negócios dos portfólios dos canais em espanhol da companhia, como Discovery Español e Discovery Família. Ele continuará trabalhando no escritório do grupo em Miami e se reportará ao vice-presidente executivo e diretor geral para América Latina e mercado hispânico nos Estados Unidos, Enrique R. Martínez.

O administrador José Carlos Rodrigues assumiu a gerência da TVA Sul. Há doze anos na operadora, o profissional já ocupou o cargo de supervisor administrativo em Curitiba e foi gerente de praça em Florianópolis. Rodrigues tem ainda passagens pela Impressora Paranaense e pela Rádio e Televisão Iguaçu.

Diretor A BossaNovaFilms anuncia a chegada de Pucho Mentasti como diretor de cena. O profissional fez carreira como diretor de arte e diretor geral de criação em agências de publicidade na Argentina e na Europa. Mentasti tem experiência na direção de comerciais e videoclipes e atualmente está envolvido com cinema, desenvolvendo um longa-metragem baseado no best seller latinoamericano “Abzurdah”.

CEO Robert Bakish foi nomeado presidente e CEO da Viacom International Media Networks. Bakish trabalha na Viacom desde 1997. Antes de assumir a nova função, o executivo ocupava o cargo de presidente da MTV Networks International. Agora, Bakish tem a missão de controlar todas as unidades da Viacom que operam fora dos Estados Unidos, incluindo a MTV Networks International e os canais BET Robert Bakish Networks e a Paramount Pictures. A Viacom International Media Networks compreende 145 canais de televisão em 160 países. Com base, em Nova York, Bakish se reportará diretamente ao presidente da Viacom e CEO, Phillipe Dauman.

Reforço A Zulu Filmes tem novo diretor de cena. Claudio Cinelli, ex-Conspiração Filmes, integra o time de Hugo Prata, Ike Veit, Karina Ades e Hermano Moreira.

Treze A OgilvyOne, unidade de marketing de relacionamento do Grupo Ogilvy, tem 13 novos integrantes em sua equipe. Chegam à agência, na área de atendimento, Paula Marsilli (ex- Hands), como diretora de novos negócios; Maria Silvia Freire (ex-M Traffic), como executiva de contas; Carolina Fittipadi (ex- TV1 Ponto.Com) e Maria Fernanda Laudisio (ex-Deloitte), como supervisoras de contas. Na criação, chegam Rodrigo Frederico (ex-J3P Propaganda), redator; Vinicius Baumgratz (ex-QG Propaganda), redator jr; e Renato Rozenberg (ex-Repense), assistente de arte. No planejamento, Aline González (ex-LongPlay 360) assume como planejamento sênior; Graciella Cremonini (ex-141 Soho Square), como gerente de planejamento; Alessandra Koch (ex-Buzz Direct Marketing), como diretora de CRM e Camila Zupo (ex Salpic Cultural), como supervisora de planejamento. Já Jodir Doria (ex-141 Soho Square) é o novo gerente de projetos de database marketing.

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Cena A Dínamo Filmes contratou o diretor de cena Lucas Gontijo. O profissional vem do mercado mineiro e, além de filmes publicitários, dirigiu dois curtas-metragens (“A Aposta” e “Apneia”) e um episódio do longametragem “Cinco Frações de Uma Quase História”. A produtora também reforça a área de atendimento com a chegada de Danielle Dhoye (ex-AD Studio e O2 Filmes).

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( figuras) Fotos: divulgação

Unidade carioca A BusTV contratou Eugênio Romaguera como diretor geral da unidade carioca. Ele será responsável por todos os processos da unidade no estado, o que inclui expansão, conteúdo, manutenção e a parte operacional. O profissional tem passagens por empresas como Coca-cola e Wella e agências de propaganda como AlmapBBDO e NeogamaBBH.

Seis

Atendimento Paula Fernandes (ex-Sinc/Grupo Oon) assume a diretoria de atendimento da WMcCann no grupo da vice-presidente Andrea Sanches. Ela atenderá as contas de Mastercard, ColgatePalmolive, American Airlines, Nestlé e CPW. Thaís Martins (ex-Johnson & Johnson) também chega para reforçar o atendimento da agência. A nova gerente de atendimento reforça o grupo da VP Juliana Rojas no atendimento à Pfizer.

América Latina

A Fischer+Fala anunciou a contratação de seis novos colaboradores. A supervisora Inaê Gusmão (ex-Bamberg Comunicação) e a assistente Nathany Neves (ex-Leo Burnett e Borghierh/Lowe) chegam para o atendimento. Bruna Passerini (ex-Media Factory) integra a área de mídia como coordenadora de interatividade. O diretor de arte jr. Lucas Aguiar (ex-Mohallem Meireles) e Inaê, Adriano, Leo, Bruna, o redator Adriano Monteiro (ex-Wunderman) Nathany e Lucas reforçam a criação. Já a produção recebe Leo Lopes (ex-Age Comunicações) como artbuyer.

O executivo de vendas publicitárias Rafael Davini foi promovido a vicepresidente de vendas publicitárias da Turner América Latina. Com base em São Paulo, o profissional será responsável por liderar a Turner Media + (equipe de vendas publicitárias) em toda a região, com canais e sites em inglês e espanhol. Além disso, Davini lidera as vendas do canal aberto de televisão Chilevisión, no Chile. Estão sob seu comando as instalações de São Paulo, Miami, Buenos Aires, Cidade do México, Santiago, Bogotá e Cidade do Panamá.

Arte Retorno Flávio Casarotti chega à Y&R para dividir com Rui Branquinho o reposicionamento da criação da agência. Depois de seis anos na Fischer América, quatro deles como vice-presidente de criação, Casarotti tirou um período sabático e voltou ao mercado este mês, como diretor de criação da Young. Casarotti acumula também passagens pela Lowe Loducca, Carilo & Pastore e DM9DDB, além da própria Y&R. Foi agraciado com o Grand Prix do Prêmio Abril de Publicidade, CCSP, Leões em Cannes; Clio e NY Festival, entre outros. Em 2008, representou o Brasil no Festival de Cannes, como jurado na categoria Radio Lions. Faz parte da diretoria do Clube de Criação de São Paulo.

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A unidade carioca da NBS ganhou reforço com a chegada do diretor de arte Fernando Barcellos. Com 25 anos de carreira, o profissional tem passagens por agências como a McCann e a Giovanni+Drafctfcb.

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Planejamento Sumara Osório Paião é a nova diretora de planejamento da 141 SoHo Square. A profissional, que tem passagens por agências como Lew Lara/TBWA e DPZ/POA, chega com o objetivo de intensificar o processo de integração entre as áreas da agência.

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( capa ) Ana Carolina Barbosa

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Todo poder aos fãs Usadas como base para a tomada de decisão de produção e programação, as redes sociais ampliam perspectivas da televisão e têm função estratégica em canais de diferentes perfis.

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antiga a discussão sobre os novos hábitos de consumo de mídia e o papel complementar da Internet em relação à televisão e vice-versa. Os canais entenderam a importância de desenvolver suas estratégias online e, neste vasto mundo a explorar, têm se empenhado com especial ênfase em testar as possibilidades das redes sociais. A ideia das áreas de novas mídias é explorar as potencialidades de sites como Facebook e Twitter para mobilizar o público em torno das atrações, gerar audiência e aproveitar a repercussão na rede para orientar as decisões de produção e programação. “Para um canal que fala com o público jovem é absolutamente fundamental, uma prioridade entender o que acontece nas redes sociais. É fonte de pesquisa e de talentos”, afirma Tatiana Costa, gerente de programação e novas mídias do Multishow. Além de ter uma equipe dedicada a monitorar o que acontece na rede, dar feedback aos usuários e repassar às equipes de produção e programação relatórios sobre a repercussão do Multishow nas redes sociais, o canal lançou em junho do ano passado o projeto experimental Outros500 (outros500.tv), cuja proposta é selecionar usuários com perfil bastante ativo na Internet de acordo com os pilares do canal: sexo, aventura, comportamento, humor e música. Os selecionados, denominados FOTO: Eny Miranda

“embaixadores”, colaboram com o canal fazendo uma varredura no que há de mais novo em suas respectivas áreas e dando dicas. As informações, conta Tatiana, servem de suporte para a produção de conteúdos. Com o apoio e avaliação dos colaboradores do projeto Outros500, algumas atrações já entraram na grade e outras estão a caminho. Felipe Neto, um fenômeno do You Tube, estreou a série “Será que faz Sentido?”, no bloco de humor,

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no ano passado. A blogueira Natália Klein ganhou espaço na TV com a série “Adorável Psicose”, inspirada no blog homônimo. O site de notícias falsas e bem humoradas “Sensacionalista” (www. sensacionalista.com.br) ganhará uma versão de televisão neste ano. Conectados A Viacom apostou na criação de uma rede social fechada para convidados, a Conicktados. Os insights vindos da rede auxiliam nas

“Para um canal que fala com o público jovem é absolutamente fundamental entender o que acontece nas redes sociais. É fonte de pesquisa e de talentos.” Tatiana Costa, do Multishow

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permitam interação em tempo real. “Um exercício é olhar e interpretar bem as especificidades de cada uma e desenvolver estratégias, incrementar e criar novas estratégias de uso”, sugere Alegria. Em busca de novas estratégias de uso, o canal lançou em fevereiro o jogo online Clube Desafio Futura – CDF (www. cdf.org.br). Trata-se de uma competição de perguntas e respostas que adapta para o mundo virtual o formato dos jogos de tabuleiro. O gerente de novas mídias do canal, Leonardo Machado, conta que a ideia foi fazer uma versão virtual do jogo de tabuleiro que faz parte do kit educativo dos agentes Futura. As salas temáticas do jogo são inspiradas em programas do canal. O internauta pode escolher jogar no site ou no aplicativo do Orkut. Em breve, haverá um aplicativo para o Facebook também. Machado observa que a versão virtual traz uma série de novas possibilidades: permite a integração entre os participantes, a colaboração (já que o usuário pode contribuir com o envio de novas perguntas) e a geração de negócios, uma vez que o jogo permite a abertura de novas salas temáticas patrocinadas. A maior emissora do país também está atenta ao que se fala nas redes. Segundo o diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, a Rede Globo conta hoje com uma área de mapeamento de redes sociais do Brasil, um modelo

FOTO: DIVULGAÇÃO

ações do departamento de novas mídias, marketing e pesquisa da programadora. Juliana Gatti, diretora de novas mídias da Viacom, conta que a rede mais utilizada para os canais VH1 e Nickelodeon é o Twitter, e que um dos melhores exemplos de ação da programadora nas mídias sociais foi o “Meus Prêmios Nick 2010”. “Fizemos uma cobertura no Twitter ao vivo durante as gravações dos shows que aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo, postando fotos e fazendo TwitCams. Também acompanhamos a estreia do prêmio na TV junto com os seguidores da Nick no Twitter. Durante esse período conseguimos mais de 20 mil followers novos”, comemora Juliana. Juliana explica que em 2010 o Twitter do Nickelodeon foi chamado com muita frequência durante as vinhetas de programação, especialmente durante a campanha dos “Meus Prêmios Nick”. A forte resposta nas redes sociais sobre o evento levou o canal a criar uma versão especial do programa com comentários gráficos aplicados sobre a tela. Os comentários usavam o estilo de comunicação em tempo real das redes para comentar, pontuar, criticar e satirizar momentos do programa. Esta versão foi a última de várias reapresentações de “Meus Prêmios Nick” e foi a que teve maior audiência, encorajando o canal a repetir a fórmula em 2011. Ainda para o Nickelodeon, a Viacom

“Meus Prêmios Nick”, evento da Nickelodeon, ganhou uma reexibição com inserção dos comentários das redes sociais e teve a melhor audiência.

produziu uma série de programetes, o “Nickflash”, com linguagem semelhante à utilizada pelas crianças em redes de relacionamento. Para João Alegria, gerente de programação, jornalismo e engenharia do canal Futura, as redes sociais, ao permitirem o estabelecimento de diálogos, tornam a vida de quem trabalha com televisão “muito mais interessante”. Ele destaca que o maior desafio dos canais é identificar a vocação de relacionamento de determinado programa. Alegria exemplifica com as propostas diferenciadas de duas atrações jornalísticas da casa. O diário “Conexão Futura” requer uma rede que permita a construção de relacionamentos duradouros, enquanto o semanal “Sala de Notícias em Debates”, exige redes que

Empresas de mídia A Socialbakers (www.socialbakers.com) é uma empresa especializada em medir o desempenho das marcas no Facebook. Com base em Praga, na República Tcheca, a empresa gera dados estatísticos gratuitos com o ranking por país de marcas e um ranking a parte das empresas de mídia mais bem sucedidas nas redes sociais, além de outros serviços pagos, como a ferramenta de mensuração Socialbakers, desenvolvimento de aplicativos e pesquisas customizadas na Internet. O critério para o ranking é a quantidade de fãs de cada empresa. No Brasil, o GNT ocupa o topo da lista com 32.494 seguidores, seguido da revista Piauí, do Canal FX Brasil, da HBO Brasil e da revista Elle Brasil.

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Jiri Voves, diretor do Socialbakers, respondeu a TELA VIVA por e-mail que a chave do sucesso para as marcas e empresas de mídia no Facebook é interagir com os usuários, postar conteúdo de interesse que possa encorajar os fãs a participar. “Todas as marcas e empresas de mídia top já seguem estas estratégias”, observa. Para Jiri, o Facebook é uma ferramenta bastante interessante para os canais de televisão porque não só permite ao próprio canal fazer a promoção de suas atrações, mas também criar uma comunidade de fãs que possa fazer isso de forma proativa e, consequentemente, atrair novos fãs, visitadores e audiência.

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Ação no Twitter para a promoção da série “Hawaii Five-0”, do Liv, aumentou em 450% a audiência do canal em conjunto com outros esforços.

Personalidade e personalidades Além de conhecer as especificidades das redes e dos programas, Daniela Mignani, gerente de marketing do GNT acredita que um dos motivos para o bom

que vem sendo construído nos últimos dois anos. “Há uma equipe própria que cuida deste assunto e que tem a ajuda de uma das principais consultorias do país nessa área. O trabalho desse grupo é extrair, analisar, interpretar e definir estratégias de comunicação a partir de dados do Twitter, Facebook, Orkut, You Tube e outras redes. Por dia são analisadas mais de 10 mil citações sobre os programas da emissora de várias redes e tudo está arquivado nos sistemas desenvolvidos exclusivamente para a Central Globo de Comunicação (CGCOM), responsável por este trabalho”, conta Erlanger. Segundo ele, os relatórios elaborados pela CGCOM seguem para todas as áreas da emissora, que com as informações em mãos decidem os caminhos a seguir na estrutura das produções. Erlanger conta que o maior volume de referências nas redes ocorre para as novelas e produções como o “Fantástico”, que a cada semana apresenta novidades, comentadas pelos internautas. A interatividade é grande também em atrações como o “Big Brother Brasil”. “O ‘BBB’ se relaciona diretamente com os fãs do programa, e muitas vezes segue as sugestões que o público encaminha através desse contato”, relata o diretor da CGCOM.

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vídeos”, aconselha. Desde junho de 2009, o canal tem investido no conteúdo online e nas redes sociais, com especial ênfase no Facebook. Com mais de 30 mil fãs, o canal lidera o ranking de empresas de mídia no Brasil na lista do Socialbaker, uma ferramenta de mensuração do desempenho de marcas no Facebook (ver box na página 17). Outro elemento que movimenta a rede e acaba refletindo na audiência é a personalidade tuiteira que participa das atrações e avisa nas redes sociais, como Sabrina Sato no “Conexão Direta”. Gisiele Vendramini, da área de novas mídias do Canal Brasil, também observa este efeito. “Quando o programa tem um apresentador que está no Twitter ou Facebook, também temos um resultado mais alto, pois além dos

Para o sucesso nas redes, o canal precisa assumir uma personalidade e conhecer a vocação de cada programa. desempenho de um canal nas redes sociais é a construção de uma personalidade na rede. “É importante você definir se a sua relação vai ser mais textual, mais com imagens ou com

Brasileiros nas redes O Ibope Mídia publicou em setembro do ano passado a revista Many to Many – O fenômeno das redes sociais no Brasil. “Queríamos entender como o brasileiro se comporta nas redes sociais”, explica Juliana Sawaia, gerente de inteligência de mercado do instituto. O estudo foi realizado com 8.561 entrevistados com dez anos ou mais em 11 regiões metropolitanas do País. A pesquisa revela que o uso das redes sociais já está incorporado na rotina dos entrevistados: 60% usa a rede há mais de três anos e um terço deles permanece conectado no mínimo uma hora por dia. O Orkut é a rede mais acessada (91%), seguida do Facebook (14%) e do Twitter (13%). A maior parte acessa a Internet de casa (70%). Depois vêm a lan house (37%), a casa de amigos (22%), o trabalho (13%), a escola ou faculdade (8%) e o celular (5%).

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fãs do programa que vai ao ar no canal, temos também os fãs do apresentador. Eles se misturam, a audiência cresce e isso comprova o quanto as plataformas devem estar em plena conversação para melhorarem cada vez mais os seus resultados”, pondera. Uma personalidade elogiando determinada atração de televisão também gera resultados positivos e reforça o prestígio do canal, na opinião de Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo da TV Cultura. “A gente observa coisas importantes, por exemplo, nos perfis da Ivete Sangalo e Claudia Leitte no Twitter: elas cantam música do ‘Cocoricó’. Isso mostra a penetração da Cultura no Nordeste”, diz. Sóvero Pereira, gerente de marketing da Rede Telecine, destaca que com as mídias sociais os canais também têm a possibilidade de estreitar relacionamentos com as personalidades-chave da rede. No ano passado, para o lançamento de

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( capa) “Lua Nova” no Telecine Premium, o canal promoveu um encontro com as fãs com que se relacionava na Internet em um cinema de São Paulo, para uma maratona com exibição dos dois primeiros filmes da saga “Crepúsculo”.

relevante, entre outros fatores, para a decisão da Cultura de trazer a atração de volta à grade. São as equipes internas dos canais que em geral fazem a mensuração da repercussão nas redes, com ferramentas oferecidas pelas próprias mídias sociais. Como não há fórmulas prontas, cada canal tem testado formas de envolvimento

Audiência Pereira percebe alguma relação entre audiência do canal e repercussão nas redes sociais no caso dos filmes voltados para o público mais jovem. De acordo com ele, as redes sozinhas não são determinantes para as decisões de programação, mas são importantes dentro de um mix de ações que inclui mensuração da audiência e pesquisas. A repercussão dos filmes nas mídias sociais fornece dicas para a pesquisa e dão ao canal a possibilidade de interagir de forma mais instantânea com o telespectador do que o “Fale Conosco”. No caso dos canais pagos, observa Pereira, ainda é possível tomar conhecimento das opiniões dos assinantes das operadoras. Vieira de Mello também acredita que as mídias sociais têm bastante influencia, mas funcionam dentro de um conjunto de ações que balizam as tomadas de decisão em um canal. Uma comunidade do Orkut com mais de 65 mil participantes pedindo a volta de “O Mundo de Beackman” foi

Pesquisa da ESPN mostra que 14% dos espectadores acompanham esportes na mídia por mais de um meio simultaneamente. O número cresce para 23% durante a transmissão dos jogos. com internautas que possam refletir em audiência e muitos têm se surpreendido positivamente com os resultados. O diretor de marketing da ESPN, André Quadra, conta que pesquisas internas do canal mostram que 14% dos espectadores acompanham esportes na mídia por mais de um meio simultaneamente. O número cresce para 23% durante a transmissão dos jogos, chegando a 28% entre homens. “Temos picos de interações em nosso site durante as transmissões de clássicos do futebol internacional, como nos jogos da UEFA Champions League”, afirma o executivo. “Além disso, alguns fãs de esportes de nicho também interagem bastante conosco durante a transmissão dos jogos. Na final do campeonato de futebol americano do ano passado, o Superbowl, tivemos mais de 25 mil comentários em nosso site durante a

Perfil famoso O Warner Channel lançou no Brasil em fevereiro a série “$#*! My Dad Says”, baseada em um perfil real do Twitter. A atração tem como protagonista Justin Halpern (@Justin_ Halpern), um rapaz que se vê forçado a voltar para a casa do pai depois determinar o namoro, perder o emprego e se afundar em dívidas. Dessa situação, nasceu o perfil de Twitter @ shitmydadsays, onde o jovem de 28 anos registra, como num

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transmissão”. No PFC e no Combate, canais a la carte também voltados para o esporte, os eventos ao vivo repercutem mais. “O público manda os comentários, dá opiniões. Participa ativamente e com retorno dos narradores e comentaristas, que leem durante a transmissão ao

diário, os comentários do seu pai, Sam, um senhor de 72 anos, que tem uma opinião formada sobre tudo e faz questão de expressá-la sempre. Hoje, essa conta de Twitter registra mais de 1,7 milhão de seguidores. Além disso, deu nome a um blog e é título de um dos livros mais vendidos nos EUA, segundo o New York Times “$#*! My Dad Says”, série do Warner Channel, foi criada com base em um perfil do Twitter.

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vivo”, observa Pedro Garcia, diretor dos canais. Para promover a série “Hawaii Five-0”, do canal Liv, no Twitter, a Discovery desenvolveu a ação “Liv Like a Star”, cujo prêmio era uma viagem de seis dias com direito a um acompanhante para Los Angeles e acesso aos estúdios de Hollywood. A ação, segundo Henrique Tichauer, gerente de marketing da Discovery Networks, quintuplicou a base de seguidores do canal no Twitter. Os telespectadores deveriam seguir o perfil @liv_brasil e responder pelo Twitter às perguntas de múltipla escolha que eram exibidas durante os intervalos comerciais dos três primeiros episódios da série. Cada resposta correta equivalia a pontos e foi nomeado o vencedor o usuário com maior número de pontos acumulados. “A ação foi extremamente bem sucedida, já que além de gerar tráfego significativo ao site do canal ela, em conjunto com outros esforços, elevou a audiência do canal em 450%”, conta Tichauer. Quando o Liv foi lançado, em abril do ano passado, a equipe do canal também levou em consideração os bons índices de audiência da série “Dawson’s Creek” e os tweets de telespectadores fãs da série para programar uma maratona com os primeiros episódios no final de semana. Para o lançamento da série “Tabu América Latina”, no Nat Geo, a Fox desenvolveu uma ação de guerrilha

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com um forte trabalho de redes sociais. Todo o conceito foi desenvolvido a partir do tema do primeiro episódio da série que falava sobre modificações corporais. Para chamar atenção do público offline e online, e ainda gerar mídia espontânea, um praticante de body suspension fez uma performance na movimentada esquina da Avenida Paulista com a Consolação. Pendurado por um gancho ligado a um guindaste e com a imagem transmitida por streaming ao vivo, ele ia sendo içado à medida que o público retuitava o perfil @NatGeo_br. Ele chegou a 50 metros do chão, ficou três horas no ar e o #tabu foi trend topics no mundo no Twitter. O perfil @NatGeo_br ficou sob o comando da equipe da ação durante todo o dia, e o número de followers cresceu 15%. Marcello Braga, diretor de marketing dos canais Fox, conta que ao todo foram 1,5 milhão de pessoas

A promoção da série “Tabu América Latina”, do NatGeo, teve performance de praticante de body suspension, que era içado conforme o público retuitava o perfil do canal.

impactadas, considerando o total de seguidores dos 1,8 mil que comentaram sobre a ação em twitters e blogs. Além disso, a ação teve mais de 5 mil visualizações ao vivo do streaming do evento, com um pico simultâneo de 1,6 mil. Os representantes dos canais que deram

entrevista a TELA VIVA afirmam que a tendência é que as redes sociais ganhem importância cada vez maior dentro do negócio da televisão. “O mercado de entretenimento é movido, dentre outros fatores, pela opinião do público, e isso nos motiva a interagir com ele e estar aberto às opiniões, críticas e sugestões”, resume Braga. João Alegria, do Futura, também destaca a agilidade com que as coisas acontecem nas mídias sociais e a possibilidade de providenciar correções a tempo como motivo pelo qual o monitoramento da rede será cada vez mais frequente e importante para os canais. “As redes são ótimos lugares para você saber o que está acontecendo com o canal. Se a transmissão não está boa em Santos, por exemplo, alguém vai reclamar e você vai ficar sabendo na mesma hora, o que por meios tradicionais e relatórios técnicos demoraria mais tempo”, diz.


(convergência) Daniele Frederico

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O poder do“play” Com previsões otimistas para a indústria de games, profissionais do audiovisual enxergam possibilidades para trabalhar nesta área e realizar parcerias.

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nquanto os especialistas em mídia discutem o desaparecimento da televisão com o avanço da Internet, ou o redirecionamento da verba publicitária das publicações impressas para os meios digitais, uma outra indústria cresce com velocidade surpreendente, quase atropelando outras mídias em busca da fatia do bolo publicitário. Trata-se do mercado de jogos, que se tornou uma indústria de US$ 20 bilhões somente nos Estados Unidos, e que até 2014 deve ser o segmento mais forte em expansão de receitas publicitárias, segundo o estudo Global Entertainment and Media Outlook 2010-2014, da PriceWaterhouseCoopers (PwC). Com previsões tão otimistas para essa indústria, a questão, especialmente para mercados que têm pontos em comum com ela, como o do audiovisual, passa a ser: como funciona esse universo e de que forma é possível trabalhar com ele? As semelhanças entre os dois segmentos começa no tipo de profissional contratado para atuar nas empresas. Nas desenvolvedoras de jogos existem profissionais tanto da área de programação, mais ligados às ciências da computação, quanto de criação e animação, que podem ser provenientes do mercado audiovisual. “Fazer um jogo é mais complicado do que fazer apenas software, já que existem artistas envolvidos. Também é mais difícil do que fazer um filme, porque existe a FOTOs: divulgação

parte de programação”, resume o VP administrativo e financeiro da Abragames e sócio-diretor da Webcore, Fernando Chamis. Dentro de uma desenvolvedora de games trabalham, basicamente, quatro tipos de profissional: o game designer, o artista, o programador e o produtor. O game designer é quem define o roteiro, as regras do jogo, as diferentes fases etc. Este profissional, de um modo geral, não precisa de uma formação técnica para exercer a função. “Em outros lugares do mundo, existem equipes grandes para fazer a função do game designer. Mas no Brasil, costuma ser uma pessoa só”, diz Chamis. Além dele, o desenvolvimento de um jogo conta com uma fase de produção, na qual estão envolvidos os artistas e os

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programadores. O artista, que normalmente tem formação em artes plásticas ou desenho, é, em geral, o mesmo profissional contratado pelas produtoras de animação. No departamento de arte de uma desenvolvedora, trabalham profissionais que fazem interface, sombra, modelagem 3D, entre outras tarefas semelhantes às dos animadores. Apesar de serem os mesmos profissionais, Chamis alerta para as diferenças entre a modelagem de um jogo e de uma animação para a TV. “Quando se faz animação para TV, não é preciso se preocupar se aquele material está pesado. Para o jogo, o personagem precisa ser leve. Dependendo da plataforma em que será jogado, é preciso ser ainda mais simples”, diz.

“Fazer um jogo é mais complicado do que fazer apenas software, já que existem artistas envolvidos. Também é mais difícil do que fazer um filme, porque existe a parte de programação.” Fernando Chamis, da Abragames e Webcore

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A animação é predominante no universo dos jogos. Vídeos em live action são mais usados, segundo Chamis, em pequenas sequências, normalmente para uma troca de fases, por exemplo. Neste caso, uma produtora audiovisual pode fazer o trabalho “por fora”. Da mesma forma, a produção de som normalmente é terceirizada, e acontece dentro dos estúdios utilizados para outras finalidades, como publicidade e cinema. Depois de definida a parte de arte, quem entra em ação é o programador, que normalmente tem formação em processamento de dados ou ciências da computação, e é quem dá vida ao jogo. Durante todo o processo, há ainda um produtor, que é quem controla todas as fases do projeto. Além de contar com pessoas muitas vezes com as mesmas qualificações, as indústrias de jogos e produtoras audiovisuais têm em comum a falta de profissionais especializados. “Todos os profissionais estão em falta”, resume Chamis. “Quando contratamos um profissional, temos que dar um bom treinamento”. Cadeia produtiva Não só de empresas desenvolvedoras de jogos é formada a indústria de games. A cadeia produtiva conta ainda com uma figura externa, a do publisher, que entra em cena para distribuir, divulgar e, por vezes, investir em uma propriedade. Chamis conta que no modelo clássico de lançamento de jogos, o publisher costumava “bancar” totalmente o jogo e fazer a distribuição, com uma divisão de lucros de aproximadamente 80% para ele e 20% para o desenvolvedor. Atualmente, porém, o publisher quer o jogo pronto, ou seja, não investe na produção, e a divisão fica 50% e 50%. “Com isso, o risco é muito grande para o desenvolvedor”, comenta o executivo da Abragames. O publisher normalmente é

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facilmente encontrada no País, que sofre ainda com a pirataria. Além disso, diferente da indústria audiovisual, que conta com mecanismos de incentivo e linhas de crédito para bancar as suas produções, a indústria de games ainda é carente neste sentido. Essas dificuldades fazem com que o modelo de negócios mais comum no Brasil seja baseado em publicidade, com predomínio dos advergames. Nessa modalidade, um cliente solicita a realização de um jogo para uma determinada marca – e paga pela totalidade do custo de produção desse jogo. “Normalmente são jogos menores e mais simples, e que conseguimos desenvolver em

Denio Di Lascio, da DayDreamLab: para que a transição de uma mídia para a outra seja natural, é preciso que o perfil dos personagens e a história sejam respeitados.

requisitado para trabalhar em jogos próprios, ou seja, criados e desenvolvidos pela própria empresa de games. “No caso de jogos distribuídos em CDs ou até mesmo por download, mas para consoles, é preciso um publisher para distribuir em 95% dos casos”, diz Chamis. “Um jogo grande feito no exterior, desses que vendem seis milhões de cópias em um final de semana, custa de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões para ser produzido. Somente em publicidade, gasta-se US$ 200 milhões”. Com as diferentes possibilidades de distribuição que vão além dos consoles,

Os jogos, além de gerarem receitas com publicidade, também têm feito sucesso com as marcas porque geram engajamento do público. como por exemplo a publicação na loja da Apple, onde o proprietário do jogo pode ganhar 70% na divisão das receitas, o publisher passa a ter uma função diferente. “No caso de Internet e iPhone, o publisher tem como função fazer a divulgação do jogo, promover críticas em portais de jogos etc”, explica Chamis. O desenvolvimento e a distribuição de jogos próprios, nos moldes internacionais, encontram alguns complicadores no Brasil. Apesar de sua importância no mercado, a figura do publisher não é

menos tempo. No máximo de dois a três meses, com custo entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão”, resume Chamis. Além destes, há ainda a possibilidade de investir em um jogo com “in game advertising”, na qual a publicidade é realizada dentro do game. “Os dois são bem comuns, mas o advergame é mais requisitado”, conta o diretor da Webcore, empresa que produz especialmente este tipo de jogo. Os jogos de entretenimento produzidos no Brasil têm melhores chances de sucesso quando são feitos para plataformas digitais, ao invés de consoles. Isso porque a produção para consoles como Playstation 3 e Wii passa pela falta de escala e por um processo mais demorado e custoso para realização. “É preciso ter uma certificação das empresas, como Sony e Nintendo, para que se possa desenvolver para eles”, diz Chamis. “Além disso, custa caro e todo o processo é diferente. Para cada marca existe um kit de desenvolvimento e uma certificação”.

Interação pela TV Com a interatividade na TV aproximando-se da realidade, as empresas de jogos também se preparam para trabalhar nesta plataforma. Para Fernando Chamis, a TV interativa ainda está no começo, mas existe possibilidade de participação por parte das desenvolvedoras de games. “Acho que as emissoras vão terceirizar algumas coisas mais complexas”, diz. “Mas acho que isso ainda vai demorar um pouco para acontecer”, completa o executivo da Agragames.

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( convergência) Entre as plataformas digitais, as mais utilizadas hoje são o Facebook e o iPhone. “Os jogos de Orkut têm dado muito certo também”, conta o executivo. Esses jogos disponíveis nas plataformas digitais normalmente são pagos por meio de publicidade, com “in game advertising”, ou com os chamados micropagamentos. Essas microtransações são pagamentos de pequenas quantias de dinheiro para comprar determinadas vantagens ou objetos dentro de um jogo. Segundo o vice-presidente da área digital da USA Networks, Jesse Redniss, as microtransações devem gerar US$ 2 bilhões em 2011. Outra possibilidade é cobrar uma mensalidade para ter acesso a um determinado jogo durante um período, como acontece com o “World of Warcraft”. FOTO: Ben Duffy e Simon Wilkinson

“Estamos gerando receitas reais a partir da oferta de jogos das atrações do canal”. Jesse Redniss, da USA Network

Propriedades televisivas Para o produtor audiovisual e para as emissoras uma das possibilidades para a entrada no mercado de games é partir para a produção de jogos de suas propriedades, junto a parceiros. É com esse tipo de parceria que a DayDreamLab, de Denio Di Lascio, trabalha. Entre outros projetos, a produtora realiza a parte interativa da série de animação “Peixonauta”, da TV Pinguim. Di Lascio diz que para que a transição de uma mídia para a outra seja natural, é preciso que o perfil dos personagens e a história sejam respeitados. Para desenvolver jogos sobre a propriedade, a DayDreamLab aproveita tudo o que foi feito na TV Pinguim em termos de desenho e animação. “Acesso os servidores da produtora, onde encontro muitos ativos e animações em flash”, diz. No caso da animação 2D em flash, não é preciso fazer alterações para trabalhar os jogos. Se a série fosse realizada em animação 3D ou mesmo

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FOTOs: divulgação

live action, a transição para o game seria mais difícil. Isso porque em 3D a modelagem tem um alto número de polígonos, e o jogo exige que esse número seja baixo. “Além disso, como é o jogador quem vai movimentar os personagens, as cenas não podem ser renderizadas antes. Tem que ser renderizado em tempo real”, explica Di Lascio. O projeto de “Peixonauta”, que conta com site, jogos e aplicativo para iPhone, inclui ainda um jogo para Wii, mas este passo ainda não saiu do papel. “No Brasil o número de consoles oficiais é baixo. E não existe a figura do publisher. Mais do que o desenvolvimento, o problema é que esse será um jogo vendido apenas no País”, pondera Di Lascio. Ele conta que atualmente tem trabalhado

“O cenário mais provável é que tiço.” Moris Arditti, da Gradiente Para desenvolver jogos sobre a série “Peixonauta”, a DayDreamLab aproveita tudo o que foi feito na TV Pinguim em termos de desenho e animação.

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com outras produtoras de conteúdo, como a TV Pinguim, com modelo de parceria, ou seja, ambas as empresas investem e dividem os resultados. A DayDreamLab trabalha ainda com um projeto próprio, o “Hackerteen”, que envolve uma série para televisão e um site com conteúdo interativo relacionado ao seriado. Para Di Lascio, a entrada no universo dos jogos é uma questão de sobrevivência para quem quer chegar ao público jovem. “Quem só pensa em TV não vai atingir esse público”, afirma. Sucesso garantido Enquanto alguns começam a colocar em prática seus projetos de jogos derivados de programas de TV em outras mídias, o VP da área digital da USA Network, Jesse Redniss, garante que está ganhando dinheiro com jogos online das atrações do canal. “Queremos aumentar as receitas dos programas. Para isso, estamos integrando o anunciante nos jogos relacionados às atrações”, disse durante painel realizado no congresso da Natpe (National Association of Television Program Executives), em Miami. “Estamos gerando receitas reais a partir da nossa oferta de jogos”. Os jogos, além de gerarem receitas com publicidade, também têm feito sucesso com as marcas porque geram engajamento do público. “A questão não é criar um game ou um programa de TV. É criar conteúdo”, diz Redniss, lembrando que não são apenas os produtos de TV que podem se tornar games. Os jogos também podem ir para as telas, como aconteceu com “Tomb Raider”, que foi para o cinema, e “Angry Birds”, que está sendo produzido para a televisão. Fazer um game baseado em um programa de TV, pelo menos para o mercado norteamericano, pode custar de US$ 15 mil, no caso de um jogo casual online, a US$ 500 mil, em um trabalho transmídia, segundo Redniss. “Nesses casos, tentamos trazer um anunciante para cobrir o custo”.

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O tempo do PL Programadores discordam da ABTA sobre urgência na aprovação do PLC 116/2011 e demandam mais discussões em torno das cotas de conteúdo.

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FOTO: agência brasil

s setores que compõem a indústria da TV por assinatura no Brasil não chegaram a um consenso sobre a redação do PLC 116/2010, que abre o serviço de TV a cabo para as operadoras de telecomunicações, estabelece regras de propriedade cruzada no mercado e cria cotas para o conteúdo no serviço de TV paga. No entanto, a maior parte do setor concordou com a importância da imediata aprovação do projeto, passando a aceitar pontos considerados inadmissíveis até há poucos meses para algumas das principais empresas do meio. A principal voz remanescente contra a aprovação do projeto de lei é o grupo de programadoras norte-americanas que atuam no Brasil, acompanhados da Sky, única operadora de porte não ligada a uma empresa de telecom. Esse cenário ficou mais claro quando a disputa de interesses dentro da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) culminou com a saída de alguns programadores estrangeiros da associação, por discordar da posição adotada pela entidade, que deixou de se opor ao projeto. A entidade que representa os interesses das programadoras norteamericanas no Brasil, a ABPTA (Associação Brasileira das Programadoras de TV por Assinatura) foi a primeira a deixar a principal associação do setor de TV paga, seguida das programadoras Fox, Discovery, Viacom e HBO. Permanecem como associadas à ABTA, no entanto, Turner e ESPN. A polêmica no projeto de lei, que tramita no Congresso desde 2007, é o capítulo quinto, que cria cotas de conteúdo nos canais; cotas de canais

brasileiros na operação de TV; estabelece regras sobre a veiculação de publicidade; e dá poderes regulatórios à Ancine sobre o mercado de conteúdos. Em conversas com executivos do setor, TELA VIVA apurou que o acordo em torno da aprovação do PLC 116/2010 como está é mais uma trégua que um entendimento final. A ABTA optou por não apenas deixar de se opor ao projeto de lei, mas trabalhar por sua imediata aprovação, por um sentimento de urgência entre os seus associados, ou pelo menos entre a maioria dos que permaneceram associados. A urgência foi, de certa forma, forjada pela Anatel. Enquanto o projeto tramitava na Câmara dos Deputados, ainda como PL 29/2007, a ABTA se opunha firmemente às cotas. O problema se deu quando o projeto foi encaminhado ao Senado, em meados de 2010, e, paralelamente, a Anatel anunciou que criaria um novo planejamento do serviço de cabo, dando

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possibilidade de as concessionárias de telefonia fixa entrarem na disputa por licenças. Com isso, as operadoras de telefonia ficariam livres para explorar o serviço, sem ser submetidas a regras que estavam no PLC 116/2010, como o veto à entrada das operadoras na área de produção e programação de conteúdo audiovisual. “Ficou urgente a aprovação de um novo marco regulatório”, explica Alexandre Annenberg, presidente da ABTA. “Havia o risco de que se contornassem as limitações legais da Lei do Cabo, que as teles entrassem no setor ‘pela porta dos fundos’”, completa. Segundo o presidente da associação, o ideal é que o PL seja aprovado antes da publicação do regulamento de TV a cabo que está sendo preparado pela Anatel. Se houver qualquer mudança no projeto durante a tramitação no Senado, ele teria que voltar à Câmara, para uma nova rodada de negociações, o que retardaria ainda mais a sua aprovação. Discórdia ou entendimento Ainda segundo Annenberg, não há discórdia “no mérito da questão”. A ABTA se coloca contra as cotas, mas acredita que a imediata aprovação do PL servirá uma causa maior, que é a abertura e consequentemente o crescimento do setor de TV por assinatura. No entanto, o entendimento ao qual parte do setor chegou é momentâneo. A ideia da ABTA é deixar a discussão sobre a questão das cotas para uma etapa subsequente, após a aprovação da lei e criação de um marco regulatório para o setor. “Não sabemos ainda qual será o melhor caminho para discutir as cotas após a aprovação da lei”, diz Annenberg, ainda ressaltando que o

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FOTO: arquivo

“Não há conflito de mérito com o que pensam os programadores americanos. É importante que eles entendam que a inexistência do marco regulatório retarda a entrada das teles e o crescimento do mercado.” Alexandre Annenberg, presidente da ABTA

tempo para discussão não se extingue após a aprovação da lei. “Não há conflito de mérito com o que pensam os programadores americanos. É importante que eles entendam que a inexistência do marco regulatório retarda a entrada das teles e o crescimento do mercado”, finaliza. Para o diretor-executivo da ABPTA, Carlos Alkimim, não há um “bem maior” que justifique sequer o “risco” da criação das cotas da maneira como está no projeto. “O crescimento só é importante se for estruturado, correto e saudável. Não dá para crescer de qualquer maneira e deixar pra resolver os problemas lá na frente. Os malefícios que o capitulo 5º trazem não serão resolvidos apenas com o crescimento do setor”, diz o executivo. Há uma tentativa de reaproximação entre a ABTA e os programadores estrangeiros. Um executivo de programadora diz que, para que haja um entendimento, a

associação terá de rever sua posição “e ouvir todos os sócios nas decisões importantes”. Esta mudança de posição, pelo menos por enquanto, não é aceitável para a associação, diz Annenberg. Outro programador, ironicamente, diz que “a ABTA mudou de posição em relação ao PL 29 no ano passado. Quem diz que não vai mudar em relação ao PLC 116 em 2011?”. De fato, as posições dos próprios agentes de mercado têm mudado ao longo do tempo. A Band e a Record, por exemplo, foram contrárias e favoráveis à aprovação do projeto em momentos distintos. Hoje, a Band é absolutamente contrária, assim como o SBT. Entre os argumentos estão a contrariedade com a impossibilidade de que grupos radiodifusores operem TV por assinatura (Band e SBT têm participações em operadoras). Curiosamente, essa vedação é parte do acordo pelo qual a Globo mais lutou: a separação entre quem produz e quem distribui, cada um delimitado ao seu

mercado. No entanto, a própria Globo, que é formalmente favorável ao projeto, até em respeito à parceria que tem com a Embratel (que precisa do projeto para assumir de vez o controle da Net), em alguns momentos mostra alguma hesitação em defender publicamente o PLC 116. Flexibilização Contrários à criação de cotas de conteúdo nos canais e de cotas de canais brasileiros nos line-ups e à regulação por parte da Ancine, reservadamente os programadores apontam que aceitariam uma flexibilização das regras, bem como maior prazo à adequação. Entre os argumentos apresentados para se opor à cota semanal de 3h30 de conteúdo no horário nobre, sendo que metade deste tempo deve ser de conteúdo da produção independente, estão custo e caracterização dos canais. “O projeto trata diferentes como iguais, é uma falsa isonomia”, diz um programador. “Alguns canais sequer contam com publicidade, tendo apenas a receita gerada pelo assinante”, completa. Para este

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executivo, as cotas trarão “O crescimento só é importante se novos custos aos canais, sem for estruturado, correto e saudável. trazer receita adicional. “Cada Não dá para crescer de qualquer canal tem um público maneira e deixar pra resolver os específico, custo e receitas problemas lá na frente.” específicas. Os canais básicos, Carlos Alkimim, diretor-executivo da ABPTA na maioria dos casos, são os que têm maior receita, têm mais de 8 milhões de assinantes. realização de diversos Como as cotas para estes canais workshops e de tentativas de são iguais às de canais que têm buscar novos fornecedores, 500 mil assinantes?” acaba voltando ao seleto grupo de Além do preço, programadores produtoras usual. “Sempre que tentamos questionam a relevância do variar as parcerias, o que é estratégico para conteúdo nacional em alguns canais nós, temos dor de cabeça. No fim das específicos. Para eles, alguns canais contas, quanto mais desenvolvido é o de nicho, muito segmentados, serão parceiro, menor é o trabalho da desfigurados. “Em alguns canais, programadora”, diz. mais direcionados ao cotidiano, é No caso da aprovação do PLC 116/2010 simples produzir localmente, sem com a redação atual, as alternativas entrar no mérito do custo. Em apontadas pelos canais para se adequar às outros seria impossível, pelo menos cotas são aumentar o volume de reprises, sem descaracterizar o canal”, diz produzir conteúdos mais baratos que os um executivo. conteúdos nacionais feitos hoje ou repassar Em relação à qualidade do os custos ao operador. Reprisar ainda mais conteúdo produzido no Brasil, todos o conteúdo ou optar por produções mais são categóricos ao afirmar que há baratas e com menor qualidade, para um know-how para se criar por aqui. A “Se alguém tiver que maioria, no entanto, diz que não há oferta para suprir o aumento da regular, que seja a Ancine”, demanda, o que levará ao diz um programador. inflacionamento do conteúdo, bem como do serviço de produção, uma programador, “acaba com a ideia original vez que a maioria das programadoras de um canal de TV por assinatura, que é estrangeiras não contam com entregar conteúdo de alta qualidade para estrutura própria para produzir a uma audiência segmentada, que paga pelo cota de conteúdo nacional que não que quer ver”. precisa ser independente. Uma voz solitária entre os programadores Disputa de espaço norte-americanos, no entanto, diz Se mudar o preço dos canais, diz uma que a oferta se ajustará à demanda fonte, o programador terá de renegociar o “instantaneamente”. Para ele, o que contrato com o operador. Aí, apontam os ficará inflacionado é o conteúdo programadores, está outro problema. A gerado pelas “cinco ou seis cota de canais brasileiros os colocariam produtoras” que atendem quase em uma situação delicada para todas as programadoras estrangeiras. renegociar os preços. O projeto propõe “Se eu tiver demanda, vou conseguir que em todos os pacotes ofertados ao negociar preço. A tendência é assinante, a cada três canais de espaço contratar 30 ou 40 horas de conteúdo qualificado existentes no pacote, ao por mês para uma produtora menos um deverá ser canal brasileiro. menor e ‘apertar’ o orçamento”, “Há limitação física e financeira na diz. Para ele, há qualidade entre as operação de TV”, diz Carlos Alkimim, da produtoras menores. ABPTA. “Quanto mais conteúdo, mais caro Outro programador discorda, fica”. Além disso, os programadores temem afirmando que, mesmo após a que se não houver oferta suficiente de

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canais nacionais, as operadoras terão de cortar canais estrangeiros sem colocar nada no lugar, para que os canais brasileiros possam equacionar a cota. “Não haveria espaço para todos os canais no line-up das operadoras pois há um limite físico. Isso impacta, no mínimo, os planos de lançamentos de novos canais”, aponta um programador. Outro executivo diz que pode haver corte de canais estran­ geiros, “e a probabilidade é que sejam com as programadoras menores, fortalecendo ainda mais as maiores”. “O mercado está crescendo pelo aumento da demanda na classe C, mas também porque finalmente se conseguiu fechar pacotes de programação encontrando um equilíbrio entre o que as pessoas querem ver e o preço que podem pagar. Esse rearranjo na programação vai mexer em uma equação muito complicada e delicada”, diz um programador. Regulação Reservadamente, as opiniões em relação ao aumento de regulação no setor não são unânimes. Pelo PL caberá à Ancine fiscalizar o cumprimento das cotas e decidir sobre exceções. Também caberá à agência fixar um horário nobre para a TV por assinatura, respeitado o limite máximo de sete horas diárias para canais de programação direcionados para crianças e adolescentes e de seis horas para os demais canais de programação. “Com os poderes delegados à Ancine, a TV por assinatura seria mais regulada que a radiodifusão, que usa o espectro público”, diz um programador. Outro programador prega a autorregulação do setor. No entanto, se esta hipótese não for viável, aceita que seja a Agência Nacional do Cinema, que, segundo ele, vem dialogando com o setor. “Se alguém tiver que regular, que seja a Ancine”, diz.

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( política)

Samuel Possebon, de Brasília

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Sob nova direção Paulo Bernardo assume as Comunicações dando um novo tom à condução das políticas. Banda larga e Lei de Comunicação Eletrônica parecem ser as prioridades.

É

O braço direito de Cezar Alvarez para questões de inclusão digital quando ainda estava na presidência era Nelson Fujimoto, que agora é o secretário de Telecomunicações. Em conversas informais, ambos deixaram claro que existirá, no Minicom, uma espécie de gestão compartilhada dos temas: quem conduz as negociações e a formulação das políticas é a Secretaria de Telecomunicações, com a coordenação direta da Secretaria-executiva e do gabinete do ministro Paulo Bernardo. Outra função importante no novo Ministério das Comunicações é a Secretaria de Comunicação Eletrônica, responsável por todas as questões referentes à radiodifusão. O secretário escolhido por Paulo Bernardo é Genildo Lins de Albuquerque Neto, nome que acompanha Paulo Bernardo desde o Ministério do Planejamento (era chefe de gabinete do ministro) e que entrou com uma proposta bem clara: sistematizar e organizar a tramitação dos processos envolvendo emissoras de rádio e TV. Aí está a segunda mudança importante na forma de trabalhar do Ministério das Comunicações de Dilma Rousseff. Se no governo Lula o Minicom era dominado pela figura do ministro, que interferia em praticamente todas as questões mas que estava ofuscado por uma atuação muito mais contundente da Casa Civil, agora o ministério de Paulo Bernardo parece ter uma distribuição mais clara de delegações. Primeiro, o

FOTO: agência brasil

inegável que existe uma diferença clara entre o primeiro mês do governo Dilma Rousseff e a toada que vinha sendo dada nos anos Lula no que tange as comunicações. O ministério montado sob a batuta do ministro Paulo Bernardo inicia o ano com algumas missões claras, muitas posições novas já manifestadas, mudanças estruturais na forma com que o Minicom operará e expectativa de muita polêmica. O foco principal da gestão Paulo Bernardo nas comunicações tem sido, até o momento, a banda larga. O novo governo assumiu com a complicada missão de completar a negociação do Plano Geral de Metas de Universalização que valerá para os anos de 2011 a 2015 e que deveria ter sido concluído em 2010. O tema vinha sendo tratado pela Anatel com acompanhamento direto da Presidência da República no final do governo Lula. Mas se houve uma mudança de endereço, as pessoas envolvidas ficaram, de uma maneira geral, as mesmas. O principal coordenador do trabalho do ministério é Cezar Alvarez, ex-assessor especial de Lula e agora secretário-executivo de Paulo Bernardo. Ele já era o responsável pelas principais questões envolvendo as políticas de inclusão digital no governo passado, incluindo o Plano Nacional de Banda Larga, e agora tem sob sua secretaria no ministério a coordenação de todos esses trabalhos.

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“O projeto (de lei de comunicação) só sai quanto houver posição fechada do governo.” Paulo Bernardo, ministro das Comunicações

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ministério em si é quem coordena as políticas, e não mais os gabinetes do Palácio do Planalto. Depois, internamente, a secretaria-executiva, que desde os tempos do ministro Miro Teixeira não tinha nenhum papel formulador, passa a ser o centro da condução política, enquanto o ministro é, ao que tudo indica, o articulador político e supervisor de todas as atividades. Ainda não se sabe como esse modelo se comportará ao longo do tempo, já que a secretariaexecutiva é também um órgão que, tradicionalmente, cuida da burocracia interna do ministério. Mas interlocutores do secretário Cezar Alvarez admitem que, se de um lado há uma sobrecarga de trabalhos burocráticos que se acumulam com as funções políticas, por outro o segredo será reforçar a equipe da secretaria com funcionários que possam se encarregar de outras tarefas referentes à formulação política. Estilos semelhantes O Ministério das Comunicações tem, na figura do ministro Paulo Bernardo, uma referência política forte. As leituras mais comuns no mercado apontam para uma grande semelhança com o primeiro ministério do governo Fernando Henrique Cardoso, sob a batuta de Sérgio Motta. Nos dois casos, apontam esses analistas, os ministros não eram ligados ao setor, tinham grande força política dentro do governo e assumiram a pasta com o objetivo de implementar uma política específica. No caso de Sérgio Motta, o projeto político passava pela mudança nos critérios de outorgas de concessões rádio e TV e, posteriormente, pela

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Motta: a revisão do marco legal da radiodifusão, a instituição de uma agência reguladora para o setor de rádio e TV e uma legislação convergente para o campo das comunicações. Paulo Bernardo tem dito que é possível que esse projeto, depois de analisado pelo governo e colocado em consulta pública, possa ser encaminhado ao Congresso ainda este ano. Sabe-se que boa parte dos técnicos do governo que trabalharam com Franklin Martins na elaboração do texto preliminar estão sendo chamados ao Ministério das Comunicações como colaboradores em cargos comissionados, o que é um indício de que o tema deve

agência. Sérgio Motta nunca conseguiu tirar a ideia do papel no que diz respeito à radiodifusão. Resta saber se Paulo Bernardo conseguirá. Fica, por enquanto, a frase de um radiodifusor a esse noticiário: “Minha impressão é que acabou a fase do ‘pé na porta’”. Sobre o ritmo das discussões de uma futura Lei de Comunicação Eletrônica, Paulo Bernardo tem usado uma frase emblemática: “Se fizermos um trabalho cuidadoso e pensado, teremos uma tramitação longa e ampla. Se fizermos com pressa, a tramitação vai ser rápida,

como sergio moTTa, paulo bernardo é um ministro com força política e o objetivo de implantar uma política específica. mesmo estar na pauta de prioridades. Paulo Bernardo tem dito que ainda não há uma decisão, por exemplo, sobre o modelo de agência reguladora, se será única ou se seriam duas agências separadas, uma para conteúdos e outra para as redes de distribuição. Mas a todo instante cita que modelos de regulação semelhantes existem nos EUA, Europa etc, e que avançar sobre essa discussão não se confunde com censura ou restrição às liberdades. Para o ministro Paulo Bernardo, a melhor maneira de promover a regulação do setor de radiodifusão é através de uma agência, que segundo o ministro, “tem autonomia, estrutura adequada, se especializa na fiscalização”. Curiosamente, resgatando uma entrevista dada pelo ministro Sérgio Motta à revista PAY-TV (desta editora) em 1995, o discurso sobre a necessidade de uma agência reguladora para a radiodifusão era muito parecido. Na ocasião, o então ministro da Justiça, Nelson Jobim, havia viajado aos EUA para conhecer o modelo da FCC. Motta, na ocasião, declarou que também via com bons olhos um modelo regulado por

pois o projeto será rapidamente enterrado”. Paulo Bernardo diz que espera ter uma consulta pública de pelo menos dois meses, mas que as discussões ficarão sob a responsabilidade do Congresso. “O projeto só sai depois que houver uma posição fechada do governo sobre ele”, diz. Uma das alternativas é, inclusive, que o projeto seja fatiado e enviado em partes para o Congresso. Nesse sentido, o governo tem apoiado a tramitação rápida do PLC 116/2010, que cria novas regras para o setor de TV por assinatura e já atenderia uma parte daquilo que se prevê para o novo marco da comunicação. Ficaria faltando uma nova lei de radiodifusão. Fim do cartório Mas para além das questões estratégicas e da formulação das grandes políticas setoriais, o Ministério das Comunicações é, ainda hoje, o principal regulador do mercado de radiodifusão, e tem para si a função quase cartorial de administrar os milhares de processos envolvendo rádios e TVs,

FOTO: divulgação

privatização da Telebrás. No caso de Paulo Bernardo, o que se diz é que o Plano Nacional de Banda Larga deverá ser uma das bandeiras do governo Dilma, ao lado de educação e saúde, daí a opção por um ministro ligado ao PT. Curiosamente, alguns itens da pauta política também são semelhantes entre os dois ministros, mesmo com os mais de 15 anos de diferença entre um e outro. Sérgio Motta abordava, já em seu discurso de posse, a questão das concessões de radiodifusão, até então feitas com critérios unicamente políticos. Uma das primeiras medidas do ex-ministro tucano foi suspender o processo de liberação de outorgas, só retomado dois anos depois, já com uma regra de licitação clara estabelecida em lei. Como consequência, Sérgio Motta bateu de frente com o principal apoiador político do governo FHC, o ex-ministro das Comunicações e senador Antônio Carlos Magalhães. Paulo Bernardo, ao assumir o cargo de ministro em janeiro, foi pelo mesmo caminho. Evitou falar sobre o setor de radiodifusão em seu discurso inaugural, mas logo, incitado por perguntas de jornalistas, acabou criticando o controle de emissoras de rádio e TV por políticos, e como uma das primeiras medidas transferiu o poder de fiscalização e sanção sobre questões técnicas da radiodifusão para a Anatel. Também disse que a propriedade cruzada entre veículos de radiodifusão e mídia impressa pode ser um problema em algumas situações. E com essas e outras declarações, Paulo Bernardo acabou entrando em um assunto que ele mesmo não tinha como prioridade para as suas primeiras semanas no cargo: a Lei de Comunicação Eletrônica. Trata-se de um projeto deixado pelo ex-ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula. A proposta é o resgate de uma ideia que, de novo, vem desde os tempos de Sérgio

Genildo Albuquerque tem a missão de organizar os processos de rádio e TV.

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( política) FOTO: arquivo

Cezar Alvarez: secretárioexecutivo coordena as ações do plano de banda larga.

desde pedidos de alteração societária, processos de licitação, até solicitações de licenças de rádio comunitária etc. O novo secretário de comunicação eletrônica do Minicom, Genildo Albuquerque, estabeleceu uma prioridade central para sua gestão. “Precisamos modernizar e agilizar os nossos processos internos. É isso que fará com que não sejamos apenas um cartório, como é hoje, e possamos nos dedicar também à formulação de políticas”. Albuquerque tem duas metas traçadas: uma de curto prazo, que é eliminar redundâncias e etapas desnecessárias nos procedimentos que hoje são seguidos pela secretaria na análise dos milhares de pedidos e processos. Nesse caso, existe uma data interna de trabalho até 31 de março para que sejam apresentados os primeiros estudos do que pode ser melhorado, e como. “A implementação desses novos procedimentos deve acontecer até maio, e se tudo correr bem, no segundo semestre podemos ter de forma mais clara as demandas e retomar as atividades de outorgas”, diz o secretário. Até lá, tudo deve ficar suspenso, explica, “para não aumentar a fila”. A segunda etapa é bem mais complexa e envolve digitalizar os processos internos, torná-los acessíveis para os interessados pela Internet e eliminar a burocracia em papel. Esse trabalho deve levar pelo menos os quatro anos do governo Dilma. “Espero pelo menos colocar a semente desse novo projeto”. Genildo Albuquerque teve uma experiência semelhante quando atuava no Ministério do Planejamento, que foi a informatização dos processos de convênios entre o Governo Federal e as prefeituras. “Lá, levou dois anos, mas o Ministério do Planejamento tinha muito mais

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recursos do que aqui”. O resultado, diz, foi a eliminação quase que completa de todo o fluxo de papel. “Não pretendemos que a burocracia seja substituída por cópias escaneadas de documentos. Teremos que mudar toda a estrutura de tramitação dos pedidos”. Uma das dificuldades dessa informatização, diz Genildo Albuquerque, é a integração entre os processos de outorgas e as demandas pós-outorgas. Outro problema é em relação ao acesso público. “Quanto mais aberto forem esses processos na Internet, mais segurança precisaremos colocar, estabelecer hierarquias, e tudo isso consome tempo. Por isso não posso dizer que tudo estará aberto ao público imediatamente”. Ele diz que hoje o ministério não consegue manter um registro preciso de quantos pedidos de todas as naturezas estão sendo analisados ou do tempo que eles levam para ser processados. Estes

também fiscalizará questões referentes a conteúdos. “Nas questões técnicas, isso está previsto em lei. A mudança é uma forma de fazer a lei ser cumprida mais rapidamente”, diz o secretário. Mas o novo secretário rechaça veementemente qualquer hipótese de alteração do papel de outorga de radiodifusão, especificamente uma transferência dessa função para a Anatel. “Quem faz a análise e concede outorgas é o Ministério das Comunicações e isso está expresso na legislação. Não pretendemos mudar”, diz Genildo Albuquerque, deixando claro que se essa discussão acontecer, será no âmbito do debate de um novo marco legal das comunicações. “Nada disso ainda está sendo tratado agora”, diz. Problemas futuros Genildo Albuquerque reconhece que hoje o Ministério das Comunicações tem pouco conhecimento econômico sobre o setor de radiodifusão. Ele se refere às relações entre as empresas (por exemplo, contratos de afiliação), bem como dados sobre empregos,

Minicom comemora a transferência total das funções fiscalizatórias e sancionatórias para a Anatel como uma forma de desafogar os trabalhos internos. pedidos vão desde a solicitação de outorgas até alterações técnicas, societárias e contratuais, sem falar no processamento dos editais de outorga e nos processos sancionatórios. Sem mudança nas outorgas A nova Secretaria de Comunicação Eletrônica do Minicom comemora a transferência total das funções fiscalizatórias e sancionatórias para a Anatel como uma forma de desafogar os trabalhos internos. Foi um dos primeiros atos do ministro Paulo Bernardo, que ratificou um novo entendimento jurídico de sua consultoria jurídica estabelecendo que cabe, sim, à Anatel o papel de fiscalizar e sancionar questões referentes ao espectro. Por convênio, a Anatel

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faturamento e programação das emissoras de TV. Uma parte destas informações, sobretudo as de natureza geográfica e contratual, diz o secretário, pode ser conseguida quando tudo estiver informatizado, mas um acompanhamento mais minucioso seria impossível agora e, se for feito, é uma meta de longo prazo, explica. Sobre as constantes demandas que chegam à Secretaria de Comunicação Eletrônica, sobretudo de parlamentares, o secretário diz acreditar que elas diminuirão quando a tramitação for automatizada e ágil. “Hoje existem demandas que deixarão de fazer sentido nesse novo cenário”, explica.

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(audiência - TV paga)

Filmes dublados dominam 2010

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Foto: divulgação

esmo com grandes eventos esportivos exibidos pelos canais pagos, como a Copa do Mundo de Futebol da África do Sul e os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em 2010 o ranking dos canais pagos com melhor alcance entre os adultos continuou a ser liderado pelo TNT. No ano, o canal teve alcance diário médio de 10,69% e tempo médio diário de audiência de 31 minutos. Em seguida na lista aparecem SporTV, Multishow, Globo News e Fox. Além desse, outro canal de filmes dublados ganhou destaque em 2010. Lançado na TV por assinatura em julho de 2008, o Megapix, da Globosat, estreou entre os canais com melhor alcance em 2009 e em 2010 conquistou o 15º

“Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”: filme mais assistido no Megapix em 2010.

lugar da lista que considera o alcance do ano todo. Com a chegada do Megapix e do Nickelodeon entre os 20 canais pagos com melhor alcance diário médio entre o público acima de 18 anos, Sony e ESPN Brasil deixaram o ranking. Também no ano passado, a TV por assinatura viu um novo canal surgir e

alcançar sucesso instantâneo. Com programação atual e de arquivo da Rede Globo, o canal Viva, da Globosat, fez sua estreia no ranking dos canais com melhor alcance em agosto, apenas dois meses após o seu lançamento na TV paga. No total do ano, nota-se uma queda do alcance diário médio dos canais pagos entre o público acima de 18 anos. Em 2009, o alcance diário médio foi de 48,01%, enquanto em 2010 foi de 45,84%. Entre o público de 4 a 17 anos, quem levou a melhor foi o Disney Channel, com 16,72% de alcance diário médio e uma hora e quatro minutos de tempo médio diário de audiência. O Cartoon Network, primeiro lugar desse ranking em 2009, acabou em segundo, seguido de Discovery

Alcance* e Tempo Médio Diário – total 2010 Total canais pagos TNT SporTV Multishow Globo News Fox Warner Channel Discovery Channel Universal Channel National Geographic SporTV 2 Discovery Kids Cartoon Network Disney Channel Telecine Pipoca Megapix AXN GNT Telecine Premium Telecine Action Nickelodeon

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 45,84 3.550,46 02:20:25 10,69 828,31 00:31:47 9,94 770,12 00:40:39 9,22 714,47 00:18:57 8,72 675,10 00:28:13 7,70 596,81 00:26:10 7,47 578,67 00:28:23 6,61 511,74 00:20:58 6,50 503,58 00:31:19 6,41 496,66 00:18:52 6,20 480,23 00:21:20 6,20 479,96 00:53:18 6,08 471,30 00:34:51 6,01 465,35 00:35:01 5,83 451,70 00:34:28 5,65 437,24 00:27:55 5,44 421,02 00:24:28 5,16 399,55 00:17:11 4,53 350,62 00:24:00 4,38 338,94 00:22:32 4,19 324,25 00:29:14

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Multishow Disney XD TNT Fox SporTV Telecine Pipoca Warner Channel Megapix Universal Channel Boomerang Discovery Channel SporTV 2 Globo News Telecine Premium National Geographic Telecine Action

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,35 759,98 02:48:43 16,72 262,58 01:04:28 14,90 233,88 00:59:59 13,60 213,44 01:15:09 12,95 203,33 00:54:49 8,44 132,44 00:24:41 8,41 131,95 00:51:17 7,95 124,77 00:25:51 7,56 118,62 00:28:19 6,69 104,95 00:33:15 5,26 82,62 00:31:06 5,13 80,50 00:23:13 4,83 75,94 00:23:17 4,57 71,81 00:22:30 4,46 69,92 00:23:47 4,26 66,80 00:17:23 4,05 63,65 00:17:30 3,67 57,65 00:16:46 3,62 56,82 00:22:19 3,49 54,81 00:13:10 3,22 50,46 00:18:05

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.569.400 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Ano de 2010

**Universo: 7.746.000 indivíduos

Acima de 18 anos**


Kids, Nickelodeon e Multishow. No total, os canais pagos tiveram alcance diário médio de 48,35% entre o público infantojuvenil em 2010. Entre este público também houve queda no alcance, que em 2009 foi de 51,59%. O tempo médio diário de audiência, por outro lado, aumentou,

passando de duas horas e 25 minutos para duas horas e 48 minutos, com destaque para o Discovery Kids, que teve nesta faixa etária uma hora e 15 minutos de tempo médio diário de audiência. Nos últimos dois meses do ano passado, o TNT liderou o ranking de alcance diário médio entre o público adulto, e o Disney

Channel foi o primeiro entre o público de 4 a 17 anos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico

Total canais pagos TNT SporTV Globo News Multishow Warner Channel Fox Megapix SporTV 2 Discovery Kids Cartoon Network Disney Channel National Geographic Discovery Channel Viva Universal Channel Telecine Pipoca AXN GNT Telecine Premium Telecine Action

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,53 3.677,55 02:19:34 11,18 864,89 00:31:07 10,29 796,12 00:41:21 9,24 714,81 00:28:49 8,59 664,63 00:16:57 7,55 584,22 00:32:10 7,52 581,92 00:24:51 6,77 523,53 00:31:08 6,67 515,85 00:20:43 6,48 501,31 00:53:15 6,44 498,66 00:35:07 6,35 491,41 00:36:11 6,33 489,52 00:20:40 6,15 476,01 00:20:41 6,07 469,77 00:35:22 6,06 469,05 00:29:23 5,61 434,12 00:31:42 5,22 403,76 00:21:31 5,01 387,58 00:16:30 4,57 353,41 00:22:56 4,47 345,68 00:20:56

**Universo: 7.738.100 indivíduos

Acima de 18 anos**

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Nickelodeon Discovery Kids TNT Disney XD Fox Multishow SporTV Megapix Warner Channel Telecine Pipoca Universal Channel SporTV 2 Boomerang Discovery Channel Globo News Telecine Premium National Geographic Viva

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 52,00 820,18 02:35:44 17,88 282,09 01:04:18 17,07 269,28 01:02:43 14,44 227,82 01:00:18 13,94 219,93 01:09:05 8,85 139,55 00:24:23 8,40 132,57 00:53:41 8,29 130,87 00:27:44 8,12 128,15 00:21:21 7,40 116,70 00:35:06 6,32 99,73 00:24:35 6,19 97,57 00:31:50 4,99 78,74 00:31:02 4,33 68,38 00:19:47 4,19 65,99 00:14:43 4,10 64,71 00:24:18 4,02 63,44 00:17:19 3,97 62,54 00:13:45 3,74 58,97 00:20:06 3,61 56,93 00:14:07 3,24 51,16 00:23:43

**Universo 1.577.300 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Novembro/2010

Alcance* e Tempo Médio Diário – novembro/2010

Total canais pagos TNT Multishow SporTV Globo News Fox Warner Channel Discovery Kids National Geographic Cartoon Network Disney Channel Megapix Universal Channel Viva Discovery Channel SporTV 2 Telecine Pipoca GNT AXN Nickelodeon Animal Planet

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 45,50 3.523,11 02:15:37 11,03 853,99 00:32:25 8,24 637,78 00:17:31 8,23 637,56 00:33:10 7,79 603,04 00:26:44 7,34 568,05 00:25:39 7,33 567,66 00:32:04 6,58 509,18 00:52:57 6,40 495,81 00:21:25 6,33 490,16 00:36:59 6,28 486,58 00:38:26 6,28 486,52 00:30:14 6,16 477,25 00:32:18 6,12 473,55 00:34:22 5,88 455,36 00:20:57 5,58 431,77 00:17:51 5,18 401,09 00:37:11 4,87 377,12 00:17:10 4,75 367,45 00:22:58 4,23 327,36 00:29:11 4,07 315,44 00:18:25

**Universo: 7.743.500 indivíduos

Acima de 18 anos**

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Nickelodeon Discovery Kids TNT Multishow Disney XD Fox SporTV Warner Channel Megapix Universal Channel Telecine Pipoca Boomerang SporTV 2 Discovery Channel National Geographic Viva Globo News FX

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,35 759,98 02:48:43 16,33 256,64 01:07:41 14,97 235,32 01:10:18 13,99 219,84 01:02:23 13,26 208,45 01:13:35 8,57 134,63 00:31:08 7,95 124,99 00:24:46 7,94 124,89 01:02:20 7,53 118,39 00:28:21 5,83 91,57 00:29:32 5,79 91,06 00:37:36 5,53 86,90 00:25:09 4,83 75,92 00:23:04 4,49 70,60 00:32:05 4,05 63,61 00:24:50 3,82 60,08 00:15:25 3,70 58,13 00:15:49 3,68 57,92 00:17:46 3,59 56,39 00:25:24 3,39 53,24 00:12:09 3,09 48,54 00:16:38

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.571.900 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Dezembro/2010

Alcance* e Tempo Médio Diário – dezembro/2010


( evento) Daniele Frederico, de Miami

d a n i e l e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

De casa nova Em seu primeiro ano sediado em Miami, evento da Natpe contou com forte presença latina e destacou a relação da TV com as mídias digitais. FOTOS: Ben Duffy e Simon Wilkinson

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pós nove anos em Las Vegas, o congresso e mercado da Natpe (National Association of Television Program Executives) mudou-se para um cenário mais ensolarado. Foi em Miami, na Flórida, entre os dias 24 e 26 de janeiro, que aconteceu a 48ª edição do evento, que conta com congresso, feira e espaço para reuniões, concentrados no Fountainebleau Hotel. O espaço, que foi muito criticado por causa dos elevadores, que não comportavam o número de pessoas tentando subir e descer das suítes, também abrigou uma série de encontros e festas, entre elas a recepção de abertura, promovida pela Globo TV International, uma das patrocinadoras do evento. A Natpe este ano teve início com um café da manhã na beira da piscina com a presença dos atores e executivos da série “Burn Notice”, da USA Network. Apesar da presença ilustre, o primeiro dia foi marcado pelas declarações de Jeff Zucker, em uma de suas últimas aparições como presidente e CEO da NBC Universal – o executivo, que trabalhou durante 24 anos e meio na empresa, deixou o cargo no dia 28 de janeiro. Em sua apresentação, Zucker defendeu serviços de entrega de vídeo online como o Hulu, portal que ajudou a lançar. “Estou orgulhoso do que o Hulu se tornou. Antes dele, as pessoas roubavam o nosso conteúdo”, disse. O Hulu foi uma joint venture entre NBC, ABC e Fox para a distribuição de conteúdo online, financiada por publicidade. Segundo Zucker, o Hulu

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Natpe teve início com café da manhã com atores de “Burn Notice” e executivos da USA Network.

apresentou um modelo de sucesso, ao oferecer conteúdo profissional sem custo ao usuário final. “O conteúdo online não é gratuito, ele tem modelo baseado em publicidade”, lembra. “Se você não oferece o conteúdo, o pirata aparece, como aconteceu com a música”. Para o executivo, não há evidência de que haja canibalização do conteúdo neste modelo. E defende ainda a Internet perante os dispositivos de gravação digital (DVRs). “O online é ainda melhor para nós do que o DVR, por exemplo, pois permite maior controle sobre a audiência e não possui ‘fast forward’”, afirma, lembrando da possibilidade de “pular” os comerciais oferecida pelos gravadores digitais. Para Zucker, grande parte do conteúdo é consumida ao vivo, como esportes e notícias, por isso é importante investir em marcas fortes, como a NBC faz com a NFL (liga de futebol americana). Ele defendeu ainda o sistema TV Everywhere, que propõe o acesso ao

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conteúdo de TV a partir de outros devices, mediante autenticação. “Os consumidores aproveitarem o conteúdo em qualquer tela é de interesse da indústria. O próximo desafio é que o TV Everywhere seja tecnicamente viável”, observou. Para Zucker, em cinco anos deve-se observar um movimento contínuo em direção à mobilidade e às diferentes telas. “A questão central é como vamos monetizar todas essas telas”, lembrou. O executivo afirmou ainda que experimentar e encontrar novos modelos é o único caminho possível. “Não podemos mudar o progresso. Seria como colocar a Jeannie de volta na garrafa”, diz, comparando o movimento com a série de televisão “Jeannie é um Gênio”, famosa nos anos 60. As declarações de Zucker, que já chegou a afirmar, em 2008, que não era possível “trocar os dólares analógicos pelos centavos digitais”,

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encontraram defensores e opositores durante os outros dias de congresso. Em uma das discussões mais acaloradas, a audiência dos vídeos na Internet e o efeito dessa audiência nas verbas publicitárias foi colocada em cheque. Enquanto alguns defendem que vídeos postados no YouTube, ou distribuídos por outras plataformas online, têm não apenas mais audiência, mas maior envolvimento do usuário e por isso deveriam contar com mais apoio publicitário, outros defendem que a televisão continua sendo o investimento mais seguro para os patrocinadores. Para Dan Weinstein, da Salent Media/The Collective, que representa criadores online como Dane Boedigheimer, de “The Annoying Orange”, um dos maiores hits do YouTube atualmente, uma audiência pequena, mas segmentada e engajada com o conteúdo, tem mais valor do que o espectador passivo. Já Ran Harnevo, vice-presidente sênior da AOL Video, acredita que o vídeo online ainda precisa criar escala e modelos para o anunciante. “O mercado de TV é um mercado de US$ 90 bilhões”, lembra. Para Harnevo, na teoria, é possível abordar um anunciante e pedir mais investimento na Internet porque ela tem mais engajamento do que a TV, mas na prática isso é muito diferente. “Na realidade, os anunciantes adoram a TV e sabem como comprar essa mídia”. Christian Busch, da Alloy Digital, concorda, e diz ainda que as marcas das redes, como Warner e NBC, são conhecidas dos anunciantes e que eles sabem exatamente aquilo que estão comprando.“É um esquema mais

“Estou orgulhoso do que o Hulu se tornou. Antes dele, as pessoas roubavam o nosso conteúdo.” Jeff Zucker, da NBC Universal

das salas durante as apresentações dos CEOs de canais voltados para o público hispânico nos Estados Unidos. O presidente da Univision Networks, Cesar Conde, enfatizou que a rede, que está atualmente entre as cinco maiores do país (considerando todas as emissoras, e não apenas as voltadas aos latinos), quer ser a rede número um dos Estados Unidos em cinco anos. Para crescer ainda mais e alcançar esse objetivo, uma parte da estratégia adotada pela Univision tem sido a produção de conteúdo original. O grupo investiu na construção de estúdios próprios

complexo (o de investir na Internet). Não é como na televisão, em que o anunciante liga a TV e vê que o canal está passando o seu comercial”, diz, ressaltando que a Internet tem essa característica de fragmentação no conteúdo e da audiência. “Hola” Embora cerca de dois terços do público do evento da Natpe, que foi de cerca de 4,5 mil participantes, fosse proveniente dos Estados Unidos, a presença latina foi bastante expressiva. Entre as emissoras brasileiras, Globo e

globo anunciou durante o evento uma parceria com consultores de tv com o objetivo de expandir as coproduções para o mercado de língua inglesa. Record contavam com suítes próprias para as negociações. Os vizinhos argentinos também garantiram sua presença, com a Cámara Argentina de Exportadores Audiovisuales, associação de 20 empresas relacionadas ao audiovisual (canais, produtoras, distribuidoras, entre outras), que participou do evento pela primeira vez. Além das empresas presentes, e dos participantes dos canais brasileiros que circulavam pelos corredores, a força latina pôde ser notada pela ocupação

há cerca de um ano, com o objetivo de “customizar a programação mais proativamente”, segundo Conde, que lembrou que não deixará de ter conteúdo dos parceiros, entre os quais o grupo mexicano Televisa. O forte da rede, assim como outros grupos da América Latina e do mercado hispânico dos Estados Unidos, são as novelas. “A novela é uma força da natureza”, afirma Conde. “Ela transcende a língua e a geografia”. Além das novelas, Conde destacou a importância das notícias e dos esportes na grade das emissoras da rede. Quem também aposta na produção de conteúdo original é sua concorrente direta. Segundo o presidente da Telemundo Networks, Don Browne, a produção de conteúdo próprio é a força motora para competir com outras emissoras, estabelecer parcerias,

“A novela produzida localmente tem sucesso na maioria dos casos.” Don Browne, da Telemundo

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( evento)

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“Queremos ser a rede hispânica número um dos EUA em cinco anos.” Cesar Conde, da Univision

Unidos, continuam na mira da emissora brasileira. No momento, a Globo trabalha para entrar no mercado de língua inglesa. A emissora anunciou durante o evento uma parceria com Tony Fantozzi and Dick Robertson, consultores do mercado de televisão e entretenimento que atuam nos Estados Unidos e no Canadá. O objetivo é expandir as coproduções internacionais da emissora brasileira. Ainda não foram definidos quais serão os produtos a serem trabalhados em uma possível coprodução, mas estão sendo considerados desde os reality shows e sitcoms até as novelas. “Podemos desenvolver um drama com episódios semanais a partir de uma novela”, exemplifica Dick Robertson, lembrando do caso de “Ugly Betty”, série norteamericana baseada em argumento da novela colombiana “Betty, La Fea”. Robertson, que antes de se aposentar atuou na Warner Brothers,

disse durante a apresentação que a Globo tem em seu acervo uma série de títulos de sucesso, que podem ser adaptados para o mercado americano. Ter produtos já testados em um mercado do tamanho do brasileiro é uma das vantagens da Globo em relação às concorrentes. “Apenas 17% das produções para TV nos Estados Unidos retornam para uma segunda temporada”, lembrou Robertson. “Temos como diferencial o produto pronto, em vídeo, para mostrar aos possíveis parceiros”. A Globo apresentou também durante a Natpe a terceira temporada do “GloboDoc”, série de documentários voltados para o mercado internacional. São nove episódios novos que tratam temas como cultura, festas populares, personalidades e natureza. Entre os títulos de destaque dessa nova leva está “Brazil 2014 – The Cup of Hope”, que vai mostrar a preparação do país e da população para a próxima Copa do Mundo de futebol. FOTOS: Ben Duffy e Simon Wilkinson

formar relações no mercado internacional e atrair anunciantes. Browne contou, em uma das sessões mais concorridas dos três dias do congresso, que há cerca de seis anos o modelo de negócios da Telemundo, rede voltada para o mercado hispânico dos Estados Unidos, era basicamente de aquisições. “Não conseguíamos competir”, lembra o presidente. Atualmente, a Telemundo é a segunda maior provedora de conteúdo em espanhol do mundo. “Quando abrimos a porta para o conteúdo, as pessoas talentosas começaram a aparecer”, lembra. Para Browne, a produção de conteúdo também permite estabelecer alianças, como a que a Telemundo fez com a Globo para a produção de “El Clon”. “Quando a Globo viu que nos tornamos produtores de conteúdo, nos deixaram produzir uma de suas propriedades. Atualmente, a coprodução foi vendida para outros países e é o primeiro lugar no primetime da Televisa, no México”, comemora. A presença no mercado internacional também se tornou possível, segundo Browne, depois que teve início a produção de conteúdo original. A novela “Donde Está Elisa”, por exemplo, já teve seu formato vendido para diversos países, entre eles o Brasil, para produção local. “A novela produzida localmente tem sucesso na maioria dos casos”, diz. Browne aposta ainda que a verba publicitária deve aumentar para os canais voltados à população hispânica à medida que essa população cresça. “O bolo vai ficar maior, e todos vamos aproveitar uma fatia maior desse bolo”, diz. “Em 2050, um em cada três residentes dos Estados Unidos será hispânico”, lembra. As coproduções internacionais, como a que a Globo fez com a Telemundo em “El Clon” para o mercado hispânico dos Estados

mercado infantil multiplica seus produtos Lançar uma propriedade voltada ao público infantil requer muito mais que apenas uma série para a TV ou um filme nas salas de cinema. É preciso oferecer jogos, aplicativos, cenas de bastidores, entre outros produtos derivados da marca, para agradar os espectadores e os compradores que colocarão a propriedade em diferentes plataformas. Essa é a opinião de produtores de animação e produtos infantis que participaram de painel da Natpe. “Existe uma indústria por trás da indústria”, resumiu Stephen J. Davis, do Hasbro Studios,

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responsável pelas marcas Hasbro, como Transformers. Cort Lane, VP de Animação, Desenvolvimento e Produção da Marvel, conta que em alguns casos é preciso ter um plano de produção separado da série. “Temos que oferecer alguma coisa especial para os clientes, como microepisódios que podem ser transmitidos nos intervalos da emissora, ou ainda cenas dos bastidores”, disse o executivo, que no momento trabalha na produção da série animada “Ultimate Spider-Man”.

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“Existe uma indústria por trás da indústria.” Stephen J. Davis, do Hasbro Studios



( making of )

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Download concluído

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posteriormente, já que era fim de tarde e uma chuva começava a se formar. Da mesma forma, quando o carro se aproxima de uma balada, que aparece em forma de download na tela, o skyline ao fundo também foi todo reconstruído. “Era um cenário com muitas árvores. Tivemos que tirar tudo para ter um céu mais azul e facilitar a visualização dessa balada ‘subindo’ na tela”, explica Cama. Também no pack shot do comercial o fundo teve de sofrer alterações, desta vez para dar mais destaque ao carro. “Esse contraplano era arborizado”, conta o diretor. “Se há uma massa muito grande de informação, não se desenha o que precisa no primeiro plano”. O complicador desta cena foi a câmera em movimento. “Para fazer composição, é importante que a câmera esteja fixa, para que possamos trabalhar com os diferentes layers. Podemos usar o motion control, mas é mais delicado para diárias de rua. Quando filmamos, usei a câmera em movimento. Tivemos que ‘travar’ e ‘destravar’ a câmera eletronicamente, na pós”, explica o diretor. Com diversas cenas como esta, com utilização de composição, o maior desafio deste trabalho foi que o filme tivesse ritmo. “Queríamos trazer esse ritmo para o filme, que poderia ter tido apenas câmeras paradas, devido às cenas de composição”, conclui.

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mundo virtual tem algumas características que a maioria das pessoas certamente gostaria de poder transferir para a vida real. Fazer o download de objetos de desejo, clicar em um link e transportar-se para belos cenários, e até mesmo deletar pessoas de certas situações, da mesma forma que arquivos podem ser deletados de um computador, são tarefas que facilitariam a vida em muitos aspectos. No novo comercial da Citroën essas situações são possíveis. Para apresentar o C3 Sonora, carro que oferece, entre outras funcionalidades, o download de músicas pelo serviço Sonora, do Terra, parceiro neste lançamento, a agência criou um roteiro em que a cidade vai sendo “baixada”, como se baixam arquivos em um computador, à medida em que o carro anunciado passa. “Demos a ideia para a agência de colocar a barra de download, para reforçar que as imagens estão sendo baixadas”, conta o diretor do comercial, Edu Cama, da Dínamo Filmes. A aparência de download também foi reproduzida no filme. “Quando a imagem é carregada, ela aparece em partes, pixelada, como acontece muitas vezes na Internet e especialmente no celular”, explica Cama. O comercial foi gravado em São Paulo, em diferentes locações. Em duas diárias, foram gravadas cenas em Alphaville, no bairro de Higienópolis, na avenida Paulista e em uma passarela no Morumbi. Segundo Cama, um dos principais trabalhos foi separar as diferentes camadas de imagem. Na cena em que uma turma assiste a uma apresentação de b-boys (praticantes de breakdance) em um viaduto, por exemplo, há quatro camadas diferentes: uma do carro, uma da plateia, uma do fundo e uma dos rapazes dançando, esta

ficha técnica Composição foi fundamental para fazer os objetos aparecerem, com o efeito pixelizado.

última captada em estúdio, com chroma key. “Essa cena começa com a câmera em movimento, acompanhando o carro, e emenda em uma cena travada. Mas ficou parecendo um plano sequência”, comemora o diretor. O fundo teve de ser trabalhado

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Título Download Cliente Citroën Produto C3 Criação Sidney Braz, Luciano Santos e André Santa Cruz Produtora Dínamo Filmes Direção Edu Cama Comp. gráfica Dínamo Digital Finalização Dínamo Filmes Produtora de som Comando S Áudio

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Destruição virtual

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omo apresentar ao consumidor as vantagens da tecnologia 3D quando poucos têm acesso a um televisor 3D e, principalmente, a conteúdo 3D na tela de suas casas? Para a Sony, a resposta foi encontrada no YouTube, portal de vídeos do Google que foi utilizado não apenas como plataforma, mas também como conteúdo da ação. A Taxi Labs, desenvolvedora de projetos de tecnologia, com foco em interatividade, fez um vídeo no qual os objetos ultrapassam a tela de exibição e invadem o entorno da página, ou seja, a área de comentários, sugestões de outros vídeos e links em geral. “Para transmitir a ideia do 3D a partir de imagens 2D, é necessário dar a impressão de que os objetos estão saindo da tela”, conta Edgard Zavarezzi, digital alchemist da Taxi Labs. A empresa criou o roteiro, baseado no pedido da agência de que o vídeo mostrasse uma cena de ação. A cena conta com helicópteros saindo da janela de exibição, tiros em direção a toda página e destruição de objetos. Do ponto de vista técnico, uma das dificuldades foi fazer com que os helicópteros “saíssem” da janela de exibição. “O centro da tela de projeção tem que estar no centro da tela do YouTube, para fazer este efeito”, explica Zavarezzi. “No entanto, essa tela do YouTube está alinhada à esquerda do vídeo. Tivemos que mudar a matriz de projeção da câmera”. Para realizar a ação, a empresa trabalhou com camadas. “Tudo que você vê é vídeo, tocado em camadas sincronizadas”, explica o digital alchemist. Uma camada é o fundo, composto pelo Grand Canyon; outra é a dos helicópteros; uma terceira engloba os tiros e as rachaduras na página; e uma última camada contém os elementos do

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Desafio foi usar o YouTube para criar a sensação de 3D na tela do computador.

YouTube, como o player, os comentários e as sugestões de outros vídeos. Os únicos elementos que não fazem parte desses vídeos são aqueles que contam com interatividade: o marcador de visitas e o último comentário. Ambos foram feitos em flash, que funciona como um agregador das camadas. Ao clicar no marcador, por exemplo, o usuário é levado a um final alternativo. Além dos desafios técnicos, a empresa teve de lidar também com as limitações impostas pelo Google, detentor do YouTube, o que fez com que a empresa tivesse de criar outras soluções para aspectos técnicos definidos anteriormente. Um desses casos foi o efeito 3D. A

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ideia inicial era que ele pudesse ser ligado e desligado, mas isso foi vetado pelo portal. “Entre essas regras, o Google determina que todo o processo tem que funcionar em 2D e 3D”, diz Zavarezzi Além disso, a duração do vídeo original era o dobro da versão final, que ficou com 40 segundos. Outra regra do Google fez com que botões como o “pausa”, frequentemente utilizado para que o vídeo carregue antes de ser rodado, também não pudessem funcionar. Os botões seriam destruídos durante a ação e todo elemento que seria destruído não poderia estar ativo. A burocracia levou ainda a um aumento do tempo previsto de entrega, de duas semanas para 40 dias. “Tivemos que mandar versões da cena para o Google, nos Estados Unidos, para que eles aprovassem”, conta Zavarezzi. Para Leonardo Dias, master chief da Taxi Labs, o prazo foi o principal desafio do projeto. Em 40 dias, a produtora definiu a ideia, aprovou e executou a ação. Para fazer tudo no tempo determinado, a renderização foi feita fora do país. “As 1,6 mil horas de renderização viraram 16”, conta Dias. O trabalho pode ser conferido em www.youtube.com/mundo3dsonybr.

ficha técnica Cliente Agência Produtora/tecnologia Direção Produção online Modelagem, texturização e iluminação Animação Edição Pós-produção e programação Sound design

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Sony Dentsu Brasil Taxi Labs Alexandre Fachin Marcus Macarroni

Aleks Braz Felipe Roque Aleks Braz Edgard Zavarezzi Loop Reclame


(artigo)

Fábio Cesnik, José Maurício Fittipaldi e João Gabriel Gomes Pereira* c a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

A resolução da Anatel e o futuro da TV a cabo FOTO: divulgação

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João Gabriel Gomes Pereira

Fábio Cesnik

José Maurício Fittipaldi

* Advogados, integrantes do escritório Cesnik, Quintino e Salinas Advogados.

m 3 de dezembro de 2010 o Conselho Diretor da Anatel aprovou a Resolução nº 551, que aprova o planejamento do serviço de TV a Cabo e do Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal (MMDS), proposto pela Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa. Com o advento da Lei Geral das Concessões de Serviços Públicos (Lei nº 8.987/95), cuja publicação se deu um mês após a Lei do Cabo (Lei nº 8.977/95), todas as concessões necessariamente deveriam ser precedidas de licitação, por expressa disposição prevista no art. 4º da mencionada lei. Em virtude disso, o Poder Executivo procedeu à outorga do Serviço de TV a Cabo em estrita observância ao que a lei dispunha neste sentido. Ocorre que a Lei Geral de Telecomunicação (Lei 9.472/97, art. 210) estabeleceu que as concessões, permissões e autorizações dos serviços de telecomunicações, dentre estes o Serviço de TV a Cabo, seriam regidos exclusivamente pela Lei Geral de Telecomunicações, a eles não mais se aplicando os ditames previstos na Lei Federal de Licitações e Contratos Administrativos (Lei n° 8.666/93), Lei Geral das Concessões de Serviços Públicos e Lei n° 9.074/95 e suas alterações (que obrigavam a realização do certame licitatório). A partir do entendimento pacificado, a resolução n˚ 551 da Anatel tornou possível a abertura do mercado de TV a Cabo (sem que seja necessária a realização de certame licitatório), uma vez que o Serviço TV a Cabo deve ser regido mediante interpretação harmoniosa entre os dispositivos previstos na Lei do Cabo, mas não desprezando as mudanças e padrões instituídos pela Lei Geral de Telecomunicações. Esta resolução alterou significativamente

o regime de outorga dos serviços de TV a cabo, acabando com o limite, por localidade, para a quantidade de operadoras do serviço de TV a Cabo. Com isso, consequentemente, foi extinta a obrigatoriedade de licitação prévia para selecionar os interessados em prestar o serviço. Para que se compreenda a extensão e impacto da decisão adotada pela Anatel, a agência regulou, via resolução, um tema que estava há muito tempo sendo discutido no Congresso Nacional e que se cristalizou no antigo (e famoso) PL 29, atualmente PLC 116 – em tramitação na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania - do Senado Federal. Ora, uma das principais questões tratadas neste projeto de lei é justamente a entrada das empresas de telecomunicação no mercado de televisão a cabo, estabelecendo-se ali uma série de restrições a este movimento – que representa ruptura radical com o modelo até então vigente e com profundas implicações no desenvolvimento do mercado de TV fechada. Ao autorizar a entrada das teles (e de quaisquer outras empresas, diga-se) no mercado, entretanto, a Resolução nº 551/10 não trouxe consigo as restrições e condições constantes do PLC 116. Na verdade, esse PL envolve temas muito mais amplos, tais como participação das empresas de telefonia na distribuição do conteúdo audiovisual, salvaguardas que impedem as empresas que distribuem o conteúdo de participar da produção, estabelecimento de conteúdo qualificado e instituição de cotas de exibição de conteúdo audiovisual brasileiro. A gama e a complexidade de assuntos abordados nesse PL gerou intensa discussão, durante sua


tramitação, entre os diversos atores envolvidos, o que permitiu que seus interesses fossem debatidos e cristalizando-se uma linha regulatória ao longo desse processo. Na contramão deste intenso debate, a Resolução nº 551/10, ao extinguir o limite de prestadores por localidade, acabou por abrir irrestritamente o mercado, bastando que as empresas interessadas paguem R$ 9 mil para obter a outorga para prestar o serviço de TV a Cabo, sem qualquer tipo de restrição. É importante observar que a Resolução nº 551/10 apresenta, no mínimo, algumas desvantagens em relação ao PL, que devem ser consideradas no contexto desse mercado. Em primeiro plano, há a questão da segurança jurídica da regulação desse setor. É certo que o regramento trazido no PL (produto de um processo legislativo), independentemente de seu conteúdo, possui muito mais estabilidade jurídica do que o constante na Resolução nº 551/10 (que resulta da mera vontade de um agente público e, por isso, pode ser revogado ou alterado a qualquer tempo). Outro aspecto de suma relevância diz respeito à legitimidade das regras definidas. A atual redação do PL é fruto de uma negociação que conjugou os interesses dos diversos players envolvidos, em que pese ainda haver divergências. É portanto fruto do processo legislativo e expressão legítima do regime democrático. A isso tudo deve ser somado um elemento extrínseco, mas não menos importante, que também deve ser avaliado: a conjuntura política do país em 2011. Com o início de mandato na Presidência da República, novos ministros são nomeados para assumir as pastas, o que pode gerar uma mudança nos rumos das políticas até então adotadas. No âmbito da outorga dos serviços de TV a Cabo, tais mudanças podem ser facilmente implementadas, uma vez que a Resolução nº 551/10 tem natureza de ato administrativo, o que

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permite ser revogada ou alterada por outro simples ato administrativo. Assim, para que essa abertura do mercado de TV a Cabo seja extinta, basta que outra resolução estabeleça novos limites de outorga por localidade, tal como anteriormente. O mesmo não ocorre com as regras instituídas pelo PLC 116, que tem natureza de lei, e, justamente por isso, só pode ser alterado por meio de outra lei (procedimento que exige que seja seguido novamente todo o trâmite legislativo no Congresso Nacional). Em outras palavras, o grau de dificuldade de alteração das regras contidas no PLC 116 é significativamente maior do que as instituídas pela Resolução nº 551/10. Ainda, a mudança dos titulares das pastas implica em possível lentidão nas políticas setoriais relacionadas ao audiovisual, uma vez que há possibilidade de

divergências internas), na medida em que a resolução antecipou a medida de distribuir concessões de forma ilimitada, sem a realização de licitação. Além disso, autorizou a mudança nos contratos de concessão das teles para retirar a cláusula que as proíbe de oferecer TV a cabo em suas áreas de concessão de telefonia fixa. Para a ABTA, o ato da Anatel criou uma insegurança jurídica tal para os diversos players do mercado de televisão paga que a questão das cotas de exibição de conteúdo audiovisual brasileiro (principal ponto da discordância da associação em relação ao PL) se tornou um problema secundário. Independente dos interesses envolvidos, o fato é que o setor necessita de um marco legal que permita sua devida consolidação e crescimento. A aprovação de um projeto de lei nessa direção, sem dúvida, se mostra como o melhor caminho, não só pela segurança jurídica que traz consigo, mas também por ser resultado de um processo de discussão no Congresso Nacional. Em suma, o que fica em evidência é que a Resolução nº 551/10, apesar de introduzir importantes agentes no mercado de televisão fechada, efetivamente não delineia, de modo suficiente e efetivo, regras para o desenvolvimento e consolidação do setor. Por esta razão, a medida adotada pela Anatel parece não atender, objetiva e satisfatoriamente, os interesses de quaisquer dos players direta ou indiretamente envolvidos. Definir com precisão e legitimidade o marco regulatório do setor é o primeiro passo para o estímulo de investimentos e construção de uma política de desenvolvimento. A Anatel certamente terá muito a contribuir no processo de consolidação e expansão do mercado, mas Congresso, sociedade civil e empresas do setor não devem se furtar a continuar discutindo o tema e finalmente estabelecer uma base legal sólida para o futuro da TV a cabo no Brasil.

Ao autorizar a entrada das teles (e de quaisquer outras empresas, diga-se) no mercado, a Resolução nº 551/10 não trouxe consigo as restrições e condições constantes do PLC 116. tais gestores ainda não terem intimidade com as necessidades do mercado. O cenário exposto revela a insegurança jurídica que aparece no setor de audiovisual brasileiro, principalmente no que toca ao mercado de TV a Cabo. Essa condição, certamente, acaba por criar impedimentos ao desenvolvimento do próprio mercado, uma vez que não há parâmetros objetivamente definidos que permitam os players atuarem, leia-se, fazer investimentos, com a devida e necessária segurança. Um exemplo importante da relevância das recentes alterações para o próprio funcionamento do mercado foi a brusca mudança de posição, declarada publicamente, da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) em relação ao PLC 116. Inicialmente contra a aprovação do PLC 116, a ABTA passou a estar a favor depois que a Anatel publicou a Resolução 551/10 (ainda que com

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Tokiori Primo Filmes coproduz com França e Japão documentário sobre imigrantes japoneses no interior de São Paulo.

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FOTOs: divulgação

produtora paulistana Primo Filmes planeja para o festival É Tudo Verdade, em abril, a estreia de sua primeira coprodução internacional: o documentário “Tokiori – Dobras do Tempo”, do diretor Paulo Pastorelo. O projeto pessoal do diretor, de contar a história de imigrantes japoneses do bairro de Graminha, na cidade de Oscar Bressane, no interior de São Paulo, foi abraçado pela produtora brasileira, que já tinha apostado em Pastorelo na produção do documentário “Elevado 3.5” (2007), sobre os moradores do Minhocão, na capital paulista. Mestrando em cinema na Universidade de Sorbonne, o diretor conheceu Masa Sawada, imigrante japonês e produtor executivo da francesa Comme des Cinémas, que se identificou com a ideia e decidiu entrar na empreitada, levando junto a produtora japonesa Bitters End, sua parceira em outros projetos. A concepção do filme está muito relacionada às lembranças da infância de Pastorelo, que passou várias férias no bairro fundado por imigrantes japoneses na década de 30 e testemunhou acontecimentos importantes como o êxodo dos anos 80 e 90. O projeto de documentário, no entanto, começou a ganhar contornos mais nítidos com as comemorações do centenário da imigração japonesa, em 2008. “Os festejos me ajudaram a formular melhor aquilo que eu buscava com esse filme, ou seja, sair do quadro das identidades nacionais para tentar alcançar algo mais sutil, uma identidade sempre mutante e construída nos encontros e

A produtora francesa Comme des Cinèmas, liderada por um imigrante japonês, interessou-se pelo projeto concebido pelo diretor Paulo Pastorelo.

desencontros dessas vidas com as sociedades que lhes engloba”, explica Pastorelo. O diretor conta que a pesquisa foi uma parte crucial do trabalho. Ao longo de três anos, Pastorelo dividiu-se entre pesquisa de arquivo e imersões em Graminha. Para chegar às seis famílias retratadas no filme, ele contou com a ajuda de moradores locais e dois japoneses que se uniram ao projeto: a assistente de direção Noriko Oda e o monge budista de Marília (SP) Kentaro

O projeto recebeu aproximadamente R$ 300 mil do Ministério de Cultura do Japão, captados pela produtora japonesa parceira Bitters End. Sugao. Muito material colhido na pesquisa de campo, como as gravações das entrevistas, foram aproveitados para o material final, como nas narrações em off.

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Ocidente e oriente As gravações foram feitas no Brasil e no Japão, com parentes e amigos das famílias entrevistadas em Graminha. Para financiar o filme, orçado em R$ 1,5 milhão, a produtora brasileira captou recursos pelo Artigo 1ºA da Lei do Audiovisual. O projeto também recebeu aporte de aproximadamente R$ 300 mil do Ministério de Cultura do Japão, captados pela produtora japonesa parceira Bitters End. Para receber este apoio, uma das premissas é que o filme tenha estreia no circuito comercial no Japão e que parte deste montante seja investido no lançamento. Algumas parcerias ajudaram a viabilizar o projeto, como a Eléctrica e a Panasonic, que forneceram engenharia completa de equipamentos tanto para as filmagens no Brasil quanto no Japão. O filme já foi todo rodado e as produtoras buscam outros parceiros para a finalização do

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projeto. O documentário ainda está inscrito no Jan Vrijman Fund, ligado ao Festival de Documentários de Amsterdã. O prêmio concedido é de aproximadamente R$ 45 mil e, caso “Tokiori” seja contemplado, os recursos serão investidos na finalização, que está sendo feita na França. Nacional e internacional Enquanto finaliza e negocia a distribuição de “Tokiori”, a Primo Filmes cuida de outro projeto internacional: o longa-metragem de ficção “A Montanha”, dirigido por Vicente Ferraz. O filme, sobre um grupo de soldados brasileiros que participou da Segunda Guerra Mundial, está orçado em R$ 9 milhões e é uma coprodução com a brasileira Três Mundos Produções, com a italiana Verdeoro e com a portuguesa Stopline. O filme começou a ser rodado em fevereiro na Itália. A distribuição será da Europa Filmes e da RioFilmes. A ideia é que “A Montanha” esteja pronto para estrear no Festival de Veneza e depois no Festival do Rio, em outubro. Joana Mariani, sócia da Primo Filmes, formada em 2006 para a produção do longa-metragem “O Cheiro do Ralo”, de Heitor Dhália, conta que a produtora tem uma longa lista de projetos para os próximos dois anos. Neste ano,

Sinopse: A maior onda de imigração japonesa no Brasil ocorreu entre 1927 e 1934. Foi no bairro rural de Graminha, no oeste paulista, que o destino de seis famílias de imigrantes desse período se cruzaram. Arrancada da mata virgem pelos imigrantes japoneses, italianos, espanhóis, que, por sua vez, empregavam paulistas, mineiros e nordestinos em suas terras, a Graminha é um lugar de encontros e desencontros de pessoas, culturas e tempos. Seguindo o cotidiano de quatro gerações dessas famílias no Brasil e no Japão, “Tokiori” busca tornar visível suas identidades hibridas construídas ao longo do tempo.

devem ser rodados ainda os longasmetragens de ficção “Hoje”, de Tata Amaral, e “Joãozinho Trinta”. Para a televisão, a Primo Filmes desenvolve com um canal no Rio de Janeiro um programa sobre uma banda de rock,

Tokiori Longa-metragem

Formato Produtoras Direção

Produção executiva

Matias Mariani, Joana Mariani e Masa Sawada

uma atração sobre cabeleireiros chamada “Conversa de Salão” para o GNT e dois programas para o canal Futura: “Família Real” e “Show da História”.

Publicação anual com os principais provedores de conteúdos nacionais e internacionais. Análise e projeções sobre o mercado de produção e distribuição de mídias digitais. Adquira o seu exemplar!

Primo Filmes e Comme des Cinèmas Paulo Pastorelo

ana carolina barbosa


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Fernando Lauterjung

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É devagar, devagarinho

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belga I-Movix apresenta na próxima NAB, que acontece em abril, em Las Vegas, sua nova solução para aquisição de imagens em ultra-slow-motion, a SprintCam Vvs HD. O equipamento opera com frame rates de até 2,7 mil quadros por segundo, no formato 1080i50, ou até 5,8 mil quadros por segundo no formato 720p60. Nesta frequência de frames, permite exibir cenas em velocidade até 200 vezes mais lenta que o real. A solução é formada pela câmera Vision Research highspeed HD; um painel de controle operacional que permite equalizar matriz de cores e frame-rate; acesso remoto que permite selecionar uma sequência de vídeo para replay instantâneo ou para enviar a um gravador HD-SDI; e a unidade de controle da câmera, que comanda o replay slowmotion instantâneo, a câmera, e serve de interface entre a câmera e um servidor EVS ou gravador SDI. Entre as novidades estão um sistema de memória segmentado, a aceleração gradual de velocidade durante o replay, duas saídas para live action e replay, e integração do ao

SprintCam Vvs HD pode ser encomendada em uma versão para operação no ombro.

vivo e do replay no mesmo viewfinder. Do ponto de vista operacional, a nova solução de ultra-slow-motion também traz melhorias, como a compatibilidade com o modo “ultra-motion” dos servidores EVS; interface digital para controle das lentes com maior precisão de velocidade no ajuste de íris. Suporte para a sincronização de duas câmeras para trabalhar em 3D e um novo joystick no painel de controle. Desenhada para uso broadcast ao vivo, a SprintCam Vvs HD também pode ser encomendada em uma versão de câmera “standard”, para operação no ombro.

Plataforma renovada

Velocidade

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Front Porch Digital, baseada em contribuições dos usuários, fez algumas melhorias na plataforma de publicação de vídeo DIVApublish, que serão apresentadas na NAB, em abril. Com as mudanças, a plataforma passa a suportar workflows broadcast mais complexos. Além disso, a fabricante desenvolveu um novo utilitário DIVAframe, que incorpora as ferramentas de criação de metadados que anteriormente só estavam disponíveis no DIVApublish. Solução da Front Porch conta com novo utilitário para Com o utilitário os criação de metadados. usuário podem escrutinar seus conteúdos até o nível de cada frame, permitindo usar ferramentas de busca com reconhecimento facial, bem como reconhecimento de cena e de falas. Outra novidade é que a plataforma recebe o sufixo “mpx”, passando a ser chamada de DIVApublish mpx. A mudança no nome é para refletir o suporte a multiplataformas de distribuição. A solução permite estender o workflow desde o DIVArchive (plataforma de gerenciamento de armazenamento de conteúdo) até a publicação do conteúdo em comunidades online ou sistemas de video on demand.

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oi anunciada no início de janeiro a evolução da placa gráfica GPU GeForce GTX 460, da NVidia, lançada em julho passado. Trata-se da GeForce GTX 560 Ti, que, segundo a fabricante, conta com performance média 33% superior à do modelo predecessor, com maior capacidade de overclock e desempenho por watt maior que a maioria dos produtos no mercado. Baseada na arquitetura Fermi, a GTX 560 Ti é extremamente silenciosa, e consume pouca energia. Seu design inclui um núcleo gráfico padrão com clock de 822 MHz e 384 núcleos CUDA. A placa, que permite integrar até três monitores, conta com preço sugerido e estimado de US$ 249 nos Estados Unidos.

GTX 560 Ti inclui um núcleo gráfico padrão com clock de 822 MHz e 384 núcleos CUDA.

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Oferta ampliada

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ntre as novidades que a Thomson leva para Las Vegas está sua solução para TV convergente e over-the-top. A linha conta com o sistema de vídeo ViBE VS7000, uma solução integrada de vídeo IP para aplicações convergentes como Web TV, serviços de distribuição over-the-top, IPTV tradicional e distribuição IP/cable. O sistema conta com suporte aos principais codecs de áudio/vídeo, aos formatos mais recentes de streaming, e uma plataforma baseada em IT para redundância e escalonamento. Na linha de soluções para playout, a fabricante leva o servidor broadcast Sapphire MPEG. Trata-se, segundo a empresa, de uma solução “in-a-box” para operação de um canal, com ferramentas avançadas de captura, playout, ingest, processamento, logotipos e geração do canal. Entre as

novidades está a possibilidade de edição de clipes com precisão de frames e ferramentas mais avançadas para inserção de logos (com suporte a H.264). Para contribuição, a Thomson leva o ViBE VA5004, um chassis modular com quatro slots para qualquer combinação de módulos de encoding ou decoding. Os módulos podem ser alterados com o equipamento em uso. Entre os codecs disponíveis está o JPEG 2000, ideal para aplicações de alta qualidade em SD, HD ou 3G HD. No equipamento da Thomson, o codec demanda uma banda de 150 Mbps para um canal HD ou 40 Mbps para um canal SD.

Vibe VS7000 é a nova solução para aplicações convergentes da Thomson

Serviço gráfico

Multidefinição

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evento dos radiodifusores em Las Vegas também contará com uma série de produtos da Atlona. Um dos destaques é o AT-Line-Pro4, um processador/switcher/scaler com dez entradas de vídeo e saída em HDMI. Entre as entradas do equipamentos estão quatro HDMI/DVI, três VGA, uma entrada de vídeo componente, uma de S-Video e uma de vídeo composto. A caixinha faz o upscale de qualquer sinal de áudio/vídeo para a resolução nativa do monitor conectado a ela, que pode ser até 1080p ou 1920x1200. O equipamento pode funcionar como switch analógico ou digital, suportando ainda conteúdo 3D. Para uso com projetores digitais, a caixa conta com uma saída de áudio coaxial que pode ser enviado a um amplificador externo.

AT-Line-Pro4: processador/switcher/scaler com dez entradas de vídeo e saída em HDMI.

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Axis, da Chyron, é uma plataforma baseada em nuvem criada especificamente para a necessidade dos broadcasters.

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m serviço de disponibilização de gráficos para radiodifusão será o destaque da Chyron na NAB, em Las Vegas. Trata-se da Axis Graphics Online Content Creation, uma plataforma baseada em nuvem criada especificamente para a necessidade dos broadcasters. O serviço Axis conta com mapas em alta definição, gráficos em 3D e uma caixa de ferramentas virtualmente ilimitada para a criação de gráficos para uso em jornalismo. A plataforma conta com templates pré-construídos que levam à criação mais ágil de gráficos, permitindo obter a ilustração necessária em minutos.

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( agenda ) 16 a 18 de março de 2011 Feira, workshop, seminários e palestras discutem e analisam as tendências da web 2.0 no mais importante e completo evento do setor no Brasil. Web Expo Forum, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.webexpoforum.com.br

18 de março de 2011 Evento que apresenta estratégias e tecnologias para a entrega de conteúdo audiovisual em múltiplas plataformas. Congresso TV 2.0, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br

MARÇO

E-mail: boxoffice@hotdocs.ca. Web: www.hotdocs.ca.

25 a 1º/4 Festival Internacional de Cine en Guadalajara, Guadalajara, México. E-mail: info@festivalcinegdl.udg.mx. Web: www.ficg.mx

EUA. Tel.: (202) 2222-2430. E-mail: thecableshow@ncta.com. Web: www.ncta.com

MAIO 2 a 7 Cine PE Fetival do Audiovisual, Recife, PE. Tel.: (81) 3461-3773. E-mail: festival@bpe.com.br. Web: www.cine-pe.com.br

ABRIL 2 a 3 MipDoc, Cannes, França. E-mail: registration.depttele @reedmidem.com. Web: www.mipdoc.com

11 a 22 Festival de Cannes, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 5359-6100. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.org

3 MipFormats, Cannes, França. E-mail: registration.depttele@reedmidem.com. Web: www.mipworld.com/en/mipformats/

31 a 12/6 Cinesul 2011 – 18º Festival Iberoamericano de Cinema e Vídeo, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: festivalcinesul@gmail.com. Web: www.cinesul.com.br.

4 a 8 MipTV, Cannes, França. E-mail: registration.depttele@reedmidem.com Web: www.mipworld.com/miptv 6 a 17 13º Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (Bafici), Buenos Aires, Argentina. E-mail: info@festivales.gob.ar. Web: www.bafici.gob.ar.

JUNHO 6 a 10 34º Festival Guarnicê de Cinema, São Luís, MA. Tel.: (98) 3231-2887. E-mail: guterresfilho@gmail.com

8 a 18 15º É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários, São Paulo, Rio de Janeiro. São Paulo, Rio de Janeiro. Tel.: (11) 3064-7617. E-mail: info@etudoverdade.com.br. Web: www.itsalltrue.com.br

6 a 11 35º Festival Internacional de Animação de Annecy, Annecy, França. Tel.: (33 04) 5010-0900. Web: www.annecy.org 6 a 12 8º Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 2576-5744. E-mail: contato@feminafest.com.br. Web: www.feminafest.com.br

9 a 14 Nab Show, Las Vegas, Estados Unidos. Tel.: (508) 743-8536. Web: www.nabshow.org 23 a 30 Cine Esquema Novo 2011 – Festival de Cinema de Porto Alegre, Porto Alegre, RS. Web: www.cineesquemanovo.org.

9 a 16 21º Cine Ceará – Fetival Iberoamericano de Cinema, Fortaleza, CE. Tel.: (85) 3264-3877. E-mail: festival@cineceara.com.br. Web: www.cineceara.com.br

28 a 8/5 Hot Docs Canadian International Documentary Festival, Toronto, Canadá. Tel.: (416) 637-5150. 50

14 a 16 The Cable Show 2011, Chicago, •

T e l a

V i v a

18 e 19 de maio de 2011 Discussões sobre conteúdo para celular e entretenimento móvel, além de conceitos técnicos e de negócios aplicáveis ao setor. Tela Viva Móvel, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.telavivamovel.com.br

12 a 15 Banff World Television Festival Program Competition, Banff, Canada. Tel.: (1 416) 921-3171. E-mail: info@achillesmedia.com. Web: www.bwtvf.com 15 e 16 11º Forum Brasil – Mercado Internacional de Televisão, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.forumbrasiltv.com.br 19 a 25 Cannes Lions, Cannes, França. Tel.: (44 20) 7728-4040. Web: www.canneslions.com 21 a 24 Sunny Side of the Doc, La Rochelle, França. Tel.: (33 05) 4634-4652. E-mail: coordination@sunnysideofthedoc.com. Web: www.sunnysideofthedoc.com 23 a 10 10º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Florianópolis, SC. Tel.: (48) 3232-5996. Web: www.mostradecinemainfantil.com.br 24 a 1º/7 FAM 2011 – 15º Florianópolis Audiovisual Mercosul, Florianópolis, SC. Web: www.panvision.com.br

JULHO 11 a 17 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3813-8333. E-mail: audiovisual@uol.com.br. Web: www.festlatinosp.com.br

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