Revista Tela Viva 205 - Junho 2010

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Os s v e qu erv íde sp em iço o ec pr s e t on ial od ec l uz no in pa log e ra ias aw p eb ara

televisão, cinema e mídias eletrônicas

O ENGENHEIRO

Amilcare Dallevo, da RedeTV!, conta como a emissora aposta na inovação tecnológica para ganhar audiência e brigar pelas verbas publicitárias.

TV POR ASSINATURA NCTA mostra que a era on-demand já chegou para operadoras e canais

CINEMA Brasil ganha espaço e fecha novas coproduções no Festival de Cannes


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Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro

Editor Editor Tela Viva News Redação

Coordenadora de Projetos Especiais Arte

Depar­ta­men­to Comer­cial

Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski

Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Mariana Mazza (Brasília) Samuel Possebon Lizandra de Almeida (Colaboradora) Ana Martinelli (Colaboradora) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Geral­do José Noguei­ra (Edi­to­ra­ção Ele­trô­ni­ca) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Fernando Espíndola (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te)

Gerente de Marketing

Patricia Soderi

Gerente Administrativa Gerente de TI Central de Assinaturas

Vilma Pereira Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

Internet E-mail

www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br

Redação E-mail

(11) 3138-4600 telaviva@convergecom.com.br

Publicidade E-mail Impressão

A

Fernando Lauterjung

Gislaine Gaspar

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Todas as telas

André Mermelstein

Gerente de Circulação

André Mermelstein

lguém que leia pela primeira vez a revista TELA VIVA na edição deste mês dificilmente acreditará que se trata de uma revista tradicionalmente dedicada à cobertura dos mercados de televisão, cinema e TV por assinatura. Quem acompanha a revista percebe que temas como Internet, redes de banda larga, celular etc estão cada vez mais presentes em nossas páginas e em nosso noticiário online, o TELA VIVA News. Não poderia ser de outra forma. Falar em produção e distribuição de vídeo hoje sem falar em todas as novas telas e plataformas é ficar preso a um passado que já não existe. Nesta edição, por exemplo, você lerá um suplemento especial com as dicas para quem quer distribuir conteúdos online, da produção à hospedagem e ao gerenciamento. E verá como este mercado já está desenvolvido, gerando receitas para empresas de vários segmentos. Lerá também sobre o movimento das TVs públicas, que abrem cada vez mais seus conteúdos para o mundo online, democratizando o acesso à informação e ao entretenimento. Em nossa cobertura exclusiva da NCTA, maior evento de TV por assinatura do mundo, que aconteceu no último mês em Los Angeles, verá que as operadoras e programadoras de cabo nos EUA já vivem um presente em que o conteúdo sob demanda impera, e um futuro próximo no qual os modelos tradicionais de empacotamento terão que ser obrigatoriamente revistos. Claro, toda essa transformação não acontece de uma hora para a outra. Os conteúdos lineares ainda têm uma longa vida pela frente, e não devem desaparecer, pois em muitos casos ainda são a melhor opção (ou alguém prefere gravar os jogos da Copa para assistir mais tarde?). O importante é que estamos antenados, buscando trazer ao nosso leitor o que há de mais atual, cobrindo in loco os principais eventos do Brasil e do exterior. Entre maio e junho você acompanhou nestas páginas as coberturas da NAB, MipTV, NCTA e Festival de Cannes, além de matérias exclusivas sobre o que vem acontecendo também no Brasil. Afinal, este debate sobre novas e velhas mídias está acontecendo simultaneamente em todo o mundo, e nosso papel é trazer as questões (e quem sabe algumas respostas) de onde quer que elas venham.

(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.

Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

capa: marcelo kahn (foto)

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Ano19 _205_ jun/10

(índice ) Entrevista

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Amílcare Dallevo fala sobre televisão, tecnologia, programação e publicidade

Scanner Figuras

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especial vídeo online

Conteúdo

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Portais apontam quais são os conteúdos que caíram no gosto popular

Serviços 26

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Empresas se especializam na produção e transmissão de TVs online

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Publicação

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Ferramentas como integração às redes sociais e interatividade agregam valor às soluções de hospedagem

TV por assinatura

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Operadoras e canais se mostram prontas para o on-demand na NCTA

Audiência Convergência

( cartas) Cartão de milhagem Parabéns a TELA VIVA pela cobertura dos eventos internacionais na edição de maio. É bom poder acompanhar as tendências nos mercados de conteúdo e tecnologia. João Carlos Zanetti, São Paulo

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Emissoras públicas e educativas aproveitam o potencial da web para facilitar acesso ao conteúdo

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Internacional

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Brasileiros buscam distribuição e coproduções no Festival de Cannes

Caro João Carlos, Neste mês você pode acompanhar a cobertura dos principais eventos internacionais de TV por assinatura e cinema, a NCTA e o Festival de Cannes.

Making of Case

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Cinematográfica Vera Cruz retoma produção com o longa-metragem “L.B. Persona”

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

Upgrade Agenda Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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Show de bola

Google TV

Força latina

Finalmente as especulações sobre as TVs equipadas com software do Google chegaram ao fim. A gigante da Internet anunciou o Google TV, uma solução que permitirá que os equipamentos embarcados com o software auxiliem na busca por conteúdo em vídeo. Segundo o Google, a ferramenta fará a busca de conteúdo entre os canais disponíveis no line-up do usuário, bem como em seu DVR e na Internet (incluindo YouTube e a locadora virtual Netflix). Os primeiros equipamentos com a tecnologia Google serão uma TV da Sony e uma caixa da Logitech, que poderá ser ligada a qualquer televisor com entrada HDMI. O Google criou uma página explicativa para a nova solução, localizada em www.google.com/tv/. O Google não pretende entrar na produção de vídeo para TV, mas segue como agregador de conteúdos gerados por usuários por meio do YouTube e, com a nova ferramenta, deverá dar um grande impulso para as TVs conectadas (broadband TVs).

O Discovery Home & Health anunciou a produção de versões latino-americanas de alguns de seus programas. Serão quatro séries e um especial de uma hora de duração, todos com previsão de estreia ainda em 2010. O Brasil está na rota de produção assim como México, Colômbia e Argentina. Serão gravados no País episódios de “10 Anos Mais Jovem’, “Chef a Domicílio’ e “Babá a Domicílio’. O canal também prepara a série inédita “Conhecendo o Meu Bebê’, com gravações previstas no Brasil, no México e na Colômbia, que contará com a colaboração de especialistas da Johnson’s Baby para acompanhar as etapas de crescimento do bebê. O especial de uma hora de duração sobre casamento, “La Gran Boda’, será “Chef a Domicílio”, série do Discovery Home & produzido no México. Neste programa, Health que terá episódios gravados no Brasil. exclusivo ao mercado mexicano, um casal de noivos contará com a participação dos telespectadores na tarefa de escolher quatro detalhes-chave do casamento pelo site do canal: o tema da festa, o bolo, as alianças e o vestido de noiva. O resultado final escolhido pelo público será conhecido no dia da estreia deste especial. A Cuatro Cabezas será responsável por produzir “Chef a Domicílio’, “Babá a Domicílio’, “Conhecendo Meu Bebê’ e “La Grand Boda’. A Endemol Argentina é a responsável por “10 Anos Mais Jovem”.

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FOTOS: divulgação

FOTOS: marcello bravo

SuperUber também desenvolveu O SporTV apresentou, na um software especialmente para estreia da programação especial alinhar as imagens sobre cada da Copa, no dia 7 de junho, as aresta da volumetria. Esta novidades cenográficas dos tecnologia põe fim aos telões de programas “Tá na área” e plasma usados para entradas ao “SporTV News”. “Essa mudança vivo. No novo cenário, os tem a ver com a personalidade repórteres podem aparecer do canal”, explicou o diretor projetados de corpo inteiro e executivo do SporTV, Raul Costa interagir com o apresentador. Jr. A ideia de reformular o “Isso modifica um pouco o nosso cenário surgiu em setembro do sistema de captação, porque ano passado. A proposta era agora temos outras possibilidades trazer para dentro da televisão para os links ao vivo. Também um sistema de projeções, que temos que ficar atentos para que apresenta bons resultados em o cenário não chame mais espetáculos, exposições, shows e “Tá na Área” e “SporTV News” ganharam cenário com atenção do que as informações”, eventos, mas ainda não havia sistema de projeção. observa Roberto Primo, diretor sido adotado por um canal de de engenharia da Globosat, que também chama a televisão. A produtora multimídia SuperUber foi atenção para outro aspecto: “Teremos uma experiência escolhida para a tarefa e desenvolveu uma estrutura de 3D ainda em uma transmissão 2D”. Outras atrações volumétrica de 10 metros de comprimento por 4 metros como “Troca de Passes”, “É Gol”, “Redação SporTV”, de altura. Nela, três projetores importados com “Bem Amigos” e “Arena” também devem ganhar novos exclusividade para o canal (eles foram lançados neste cenários dentro da proposta de reformulação da ano na NAB, evento de tecnologia de radiodifusão) identidade visual do canal. O SporTV já os desenvolve reproduzem imagens variadas. Por enquanto, há seis com outros parceiros. possibilidades desenvolvidas para cada programa. A


Intercâmbio de bola

Unidade móvel

A TV Cultura estreou a série infantojuvenil “A Minha Copa do Mundo”. São 26 curtas-metragens com duração entre dois e cinco minutos, protagonizados por crianças e realizados em modelo de intercâmbio de produção entre Argentina (Canal Encuentro), México (Once), Uruguai (TV Nacional), Colômbia (RCN), Bolívia (produção independente) e Brasil (TV Cultura). O projeto original “El Mundial Y Yo” é coordenado pelo Canal Encuentro, emissora educativa da Argentina. A proposta é apresentar ao telespectador a cultura e o universo futebolístico dos países vizinhos, já que todos os países envolvidos exibirão as produções uns dos outros. O Brasil contribuiu com cinco curtasmetragens produzidos pela TV Cultura: “Paixão Verde Amarela”, “Um Dia Especial”, “Esquadrão de Ouro”, “Como Se Joga Futebol” e “Sai Pra Lá Urucubaca”. A atração irá Argentina, México, Uruguai, Colômbia, Bolívia e Brasil ao ar aos sábados às 16h e produziram curtas-metragens que compõem a série aos domingos às 12h. infantojuvenil exibida pela TV Cultura.

A Rede Anhanguera de Televisão, de Goiás, composta por 11 emissoras pertencentes à Organização Jaime Câmera (OJC), afiliadas à Rede Globo, adquiriu uma unidade móvel HD que começa a operar em junho para a cobertura de eventos culturais, jornalísticos e esportivos, especialmente para a transmissão dos jogos de futebol ao vivo realizados no estado, já que Goiânia tem dois times na série A do Campeonato Brasilero que demandarão transmissão para a rede. O investimento realizado pela OJC na aquisição da unidade foi de R$ 4 milhões e contemplou, além do caminhão, 11 câmeras HD Sony, dois servidores Slow Motion EVS, matriz de vídeo, monitoração multiviewer Harris e mesa de áudio 5.1. da Yamaha. A Rede Anhanguera de Televisão começou as transmissões em alta definição em 2008 em Goiânia. Desde então, toda a infraestrutura técnica e de jornalismo foi reformulada para suportar a nova demanda. Está previsto, ainda para 2010, o início das transmissões digitais para as cidades de Anápolis, Luisiânia e Palmas, esta última, com amplificação para todo o estado de Tocantins.


( scanner) FOTOS: divulgação

Coprodução

Marcelo Miranda (diretor de marketing), Luiz Eduardo Baptista da Rocha (presidente) e Agrício Neto (vice-presidente de marketing e programação) comemoram o primeiro ano de Sky HDTV.

Um ano depois O balanço que a Sky faz do primeiro ano de oferta de pacotes HD é positivo. Tanto é assim que a operadora estima dobrar o número de assinantes dos produtos Sky HDTV, saindo dos atuais 200 mil e chegando a 400 mil até o final do ano, segundo o vice-presidente de marketing e programação da operadora, Agrício Neto. “O HD foi um sucesso e continua sendo um desafio”, afirma, destacando que empresa investirá fortemente em ações de incentivo e degustação do serviço nos próximos meses. Neto lembra que o serviço começou com a oferta de dez canais HD e, hoje, já oferece 29, entre pagos e abertos. Seis novos canais devem entrar para o line up até o fim de 2010. Dois ou três deles já devem ser lançados em julho. Um serviço exclusivo para o cliente Sky HDTV cujo desempenho tem garantido boas expectativas é o video on-demand, o Sky On Demand, colocado no mercado em “soft launch”, no fim de 2009, como explica a diretora de produtos Regina von Zuben. Em maio, o serviço, pelo qual o assinante paga pelo consumo de um conteúdo previamente gravado em seu DVR, foi

lançado para toda a base. A grande novidade do lançamento era o filme “Sherlock Holmes”, lançado simultaneamente no home video. “A ideia é colocar à disposição os blockbusters que recém saíram do cinema, na mesma janela do home video. O pay-per-view é um sucesso, mas depende de uma grade. No caso do VOD, você adapta o consumo ao gosto do consumidor”, explica Agrício. Ele conta que a oferta on-demand tende a aumentar também. Hoje, são oferecidos dez eventos. A ideia é chegar em 20 até o final do ano. Já estão programadas para maio as estreias de “Fúria de Titãs”, “A Órfã”, “O Exorcista” (1973) e “Maratona Matrix: Matrix; Matrix Reloaded; Matrix Revolutions”. Nos meses seguintes devem entrar para o Sky On Demand “Invictus”, “Onde Vivem os Monstros”, “Bastardos Inglórios”, “Abraços Partidos”, “Julie & Julia”, “Sex and the City 2”, “Amor sem Escalas” e “Homem de Ferro 2”, além de clássicos do cinema remasterizados em HD como “O Iluminado”, “2001 Uma Odisséia no Espaço”, “Os Imperdoáveis”, “Os Bons Companheiros” e a trilogia “Senhor dos Anéis”.

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A Globo e a emissora portuguesa SIC anunciaram a conclusão das negociações para uma parceria de coprodução de dramaturgia em Portugal. O acordo, válido por dois anos, renováveis, prevê a produção de duas novelas, a primeira já em pré-produção. Pela parceria as duas empresas participam de todas as etapas de criação e produção, incluindo roteiro, planejamento e definição de elementos artísticos. A primeira obra a ser produzida será “Caminho da Felicidade” (título provisório), escrita por Pedro Lopez, com a supervisão de texto de Aguinaldo Silva. Para este primeiro projeto, além da supervisão do roteirista, a TV Globo destacou seu diretor de produção internacional, Guilherme Bokel, como produtor executivo associado. Além deste contrato com a SIC, atualmente está no ar nos Estados Unidos e México a novela “El Clon”, produzida pela Telemundo. A novela “Louco Amor”, de Gilberto Braga, também está sendo coproduzida em parceria com a TV Azteca e irá ao ar no segundo semestre no México.

Interatividade A LG anunciou o primeiro handset com o sistema DTVi (antigo Ginga), middleware de interatividade da TV digital no padrão nipobrasileiro, o SBTVD. Trata-se do aparelho LG TV Phone GM 600, que oferece suporte à interatividade móvel entre os usuários e as emissoras de TV. Com esse recurso, o telespectador pode obter informações adicionais sobre programas e seus participantes, trocar dados, fazer sugestões, participar de enquetes, entre outros conteúdos. Apesar de não haver contrato de exclusividade de parte a parte, a novidade foi anunciada em parceria com a TV Globo, que transmitirá a aplicação de interatividade junto com a programação regular da TV digital, sem custos adicionais para o espectador, portanto. A disponibilidade de conteúdos e cobertura varia de acordo com a emissora de TV. LG TV Phone GM 600: primeiro handset com o middleware de interatividade da TV digital.

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( scanner) Representante

Mudança

A partir deste mês, a Cinema Animadores passa a ser a representante para o mercado publicitário da Buba Filmes, especializada em 3D e dirigida por Alê Camargo e Camila Carrossine. Dessa forma, a Buba Filmes, que se dedicava quase exclusivamente ao mercado autoral e de entretenimento, passa a contar com a estrutura de atendimento, administrativa e de produção da Cinema Animadores, que dará também suporte à finalização. Alê Camargo teve passagens pela Vetor, Casablanca e Trattoria. Nos últimos anos o profissional se dedicou à produção de curtas-metragens de animação.

Desde 1º de junho, o canal Cinemax tem a nova marca Max HD, enquanto o Cinemax 2 tem a nova marca Max. O Max HD terá todo o seu conteúdo gerado em alta definição. Contudo, a base de assinantes do serviço de TV em standard definition receberá o canal em SD. Segundo a programadora “Homem Aranha”, que estará na HBO, o Max HD, traz em sua programação o cinema programação do Max HD, nova marca do canal Cinemax. dos principais estúdios, além de conteúdo para adultos, sempre em alta definição. Entre os filmes do canal no mês de junho estão: “10.000 AC”, “Antes de Partir” e “Temos Vagas”. Já o Max é especializado em cinema independente, trazendo filmes e documentários que participaram dos mais importantes festivais de cinema. Em junho o canal exibe filmes como “A Câmara Escura”, “Adoração”, “Cidade de Deus” e “Coisas Melhores”.

Curta-metragem da Buba Filmes: especializada em 3D, produtora será representada pela Cinema Animadores para o mercado publicitário.

Simplicidade O Fox Life apresentou nova programação em maio. “Temos um novo posicionamento com mais foco em gastronomia, lazer, música, realities. Será um canal não só de entretenimento, mas de estilo de vida”, explica Caroline Scholz, gerente de marketing da Fox, enfatizando que o público-alvo do canal são homens e mulheres de 18 a 49 anos. O grande destaque da nova programação é o bloco BemSimples, com apresentadores brasileiros, que irá ao ar diariamente entre as 6h e 18h, com atrações inspiradas no site www.bemsimples.com, cujo propósito é apresentar soluções práticas às necessidades cotidianas, no estilo “faça você mesmo”. Os programas, de aproximadamente 30 minutos cada um, serão repetidos ao longo dia e abordarão temas como cozinha, artesanato, beleza, decoração, saúde e maternidade. Entre as atrações estão o “Cozinha Caseira”, liderado pelas chefs Mariana Valentini e Carole Crema; “Homens Gourmets”; “Tudo Simples”, em que jovens ensinam como criar acessórios modernos; “Faça em

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Casa”, com dicas de decoração, e “Ser Mulher”, com foco no público feminino. Parte da programação poderá também ser encontrada no site BemSimples. O BemSimples entrou no ar com aproximadamente 100 horas de programação gravadas nos estúdios da Fox na Argentina. Caroline conta que o conteúdo é suficiente até o próximo ano, mas ainda no final de 2010 novos programas devem ser gravados. No ano passado, o BemSimples foi apresentado pela Fox como um novo canal SD. Segundo Gustavo Leme, vice-presidente da Fox Latin American Channels no Brasil, a ideia da programadora ainda é transformar o BemSimples em um canal futuramente. Como já havia material gravado por apresentadores brasileiros, a Fox optou por utilizá-lo e testá-lo na proposta de reformulação do Fox Life, que terá ainda séries e realities como “Dr.Oz”, “Kitchen Nightmares”, “Man Vs. Food”, “Design Star”, “House Hunters International”, “Dance Your Ass Off”, “Million Dollar Listing”, “Naughty Kitchen” e “Estúdio Billboard”.

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“Homens Gourmet”, atração do bloco BemSimples, parte da nova programação do Fox Life.

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Foto: carlosalkmin.com

São Paulo é cinematográfica. Venha filmar aqui.

www.ecine.sp.gov.br


FOTO: Mauro Kury

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“Mateus, o Balconista”, série produzida para mobile, chega à televisão pela Mix TV.

Às velhas telas O canal Mix TV estreou em maio uma série que surgiu em novas mídias. “Mateus, o Balconista” nasceu como uma série de 50 episódios de dois a cinco minutos produzida pela carioca Cavídeo Produções para a Oi TV móvel em 2008. Os episódios, inspirados nas situações vividas pelo diretor Cavi Borges como atendente na sua locadora, a Cavídeo Locações, foram também disponibilizados no YouTube e reunido em um DVD. A série ganhou repercussão com a novela “Viver a Vida”, da TV Globo, que tinha Mateus Solano, o mesmo ator da série da Oi TV, como protagonista. A Mix TV comprou 30 episódios da série para exibição na televisão. A produtora também editou o material em formato de longa-metragem, de 75 minutos, intitulado “O Balconista”.

Sem pânico

FOTO: wayne camargo

A Rede TV! transmitiu o programa “Pânico na TV” em 3D em maio. Foi a primeira transmissão do mundo em 3D ao vivo na TV aberta. O vice-presidente da emissora, Marcelo de Carvalho, anunciou a novidade durante o almoço do ABA Mídia 2010, evento da Associação Brasileira de Anunciantes que aconteceu em São Paulo. “Assim como anunciamos que transmitiríamos 100% da programação em HD, quando ninguém tinha uma TV em alta definição, agora vamos fazer a primeira transmissão 3D”, disse.

O apresentador Emílio Zurita durante a transmissão 3D do programa.

Sem fronteiras Newton Cannito tomou posse como secretário do Audiovisual em junho.Em seu discurso, ele apontou alguns caminhos novos para as políticas audiovisuais do órgão, focados sobretudo em conceitos da convergência de midias e de negócios. Segundo o secretário, o crescimento econômico e a melhor distribuição de renda no País criaram um novo público para os produtos audiovisuais, ao mesmo tempo em que a tecnologia permite uma multiplicação das mídias e possibilidades. “Nosso desafio é atuar pensando em todas as mídias, inclusive as físicas”, disse. Segundo Cannito, sua gestão será ancorada em três princípios: “Pensar grande, inovar e convergir”. A ideia, diz, é ocupar todos os espaços possíveis com a produção nacional, não só as telas de cinema e TV mas também livrarias, parques temáticos e outros. Outro foco do discurso de Cannito é a pesquisa e o desenvolvimento. Segundo ele, não cabe ao estado investir apenas em produtos, mas também em processos. Não financiar apenas a produção de filmes, mas também de roteiros, formatos etc. “A convergência começa nos livros”, disse. No aspecto regulatório, o novo secretário foi bastante preciso em suas metas: “vamos atuar na defesa das leis que fomentem o setor, na nova Procultura, no PL 29, e vamos entrar de cabeça no debate sobre direito autoral”, conta. Ele também propôs a implantação do Fundo de Inovação do Audiovisual, que seria complementar ao Fundo Setorial do Audiovisual, com foco em desenvolvimento, incluindo roteiros, desenvolvimento de projetos, storyboards e pesquisa. Finalmente, Cannito citou a possibilidade do MinC promover a criação de novos canais de TV independentes, apoiando consórcios de empresas ou associações.

25 anos A Joateme, empresa de captação e transmissão de shows, eventos esportivos, programas para TV, eventos corporativos e gravação de DVD, completa 25 anos de atividades em 2010 e anuncia investimento em aquisição de equipamentos 3D, já que a tecnologia é uma tendência no audiovisual para os próximos anos. Outra novidade é que a empresa amplia sua presença no segmento audiovisual como coprodutora da série de TV “Bipolar”, que será exibida no segundo semestre deste ano no Canal Brasil e no canal Globosat HD.


FOTOS: divulgação

Literatura na tela

100% nacional

O Canal Brasil estreou em maio a série “Cinco Vezes Machado”, baseada em contos de Machado de Assis. A série, com cinco episódios de 26 minutos, é uma coprodução do canal com a Bossa Produções. A atração produzida por Hélio Pitanga foi filmada na região do Vale do Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, e contou com o apoio da Film Commission do município de Barra do Piraí e patrocínio via lei de incentivo do ICMS da Light. Cada conto adaptado teve direção de um diretor diferente: “O Caso da Vara” (Lyloye Boubli), “Uns Braços” (Jom Tob Azulay), “Teoria do Medalhão” (Mário da Silva), “Entre Santos” (Helena Lustosa) e “Uma Visita de Alcebíades” (Octávio Bezerra). A série vai ao ar aos sábados às 20h e aos Atriz caracterizada para as domingos às 13h. filmagens da série inspirada em O canal também estreou novo contos de Machado de Assis. site em maio. Agora, o internauta pode ver trechos dos programas na web e algumas atrações podem ser vistas na íntegra, logo após exibição na televisão. O usuário também poderá compartilhar o conteúdo pelas redes sociais como Twitter, Orkut e Facebook.

A TV Globo lançou em maio o primeiro formato desenvolvido em conjunto com a Endemol Globo. “Melhor de 2”, programa com duração de aproximadamente 20 minutos, vai ao ar dentro do programa “TV Xuxa”. Duas celebridades por episódio participam com o desafio de interagir com crianças através de brincadeiras e jogos propostos pela produção. O que tiver a melhor performance, vence. Dois países já mostraram interesse em adquirir o o novo formato.

“Melhor de 2”, quadro do programa “TV Xuxa”, formato da Endemol inteiramente desenvolvido no Brasil.


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Foto: Deives Horbach

Foto: Wayne Camargo

Tap O Conselho de Diretores da Associação de Programadores de Televisão da América Latina (TAP), organização que representa 77 canais de televisão por assinatura e grupos de mídia na América Latina, nomeou Gustavo Pupo-Mayo, diretor do conselho diretor da entidade. Sua função será aumentar a visibilidade e influência da TAP e representar os interesses de seus membros na região. Pupo-Mayo tem mais de trinta anos de experiência em televisão e meios impressos. Foi presidente-fundador e CEO da MGM Networks Latin America por mais de dez anos. Lançou e criou dois canais pagos pan-regionais, em espanhol e português: MGM Channel e Casa Club TV.

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Moacyr B. Guimarães

Produção executiva

Comercial Antonio Rosa Neto deixa a área comercial da RedeTV!. Quem assume em seu lugar é Otaviano Pereira, que dirigia a área comercial em Brasília. Carlos Clemente assume a direção nacional de vendas. O executivo cuidava Otaviano Pereira apenas da área comercial das emissoras próprias. O objetivo é dar continuidade à expansão Carlos Clemente da área comercial da emissora.

João Sayad Foto: Luciano Piva

João Sayad, ex-secretário de Cultura de São Paulo, é o novo presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura, substituindo Paulo Markun. Candidato único ao cargo, seu nome foi ratificado após votação favorável de 35 dos 39 conselheiros presentes na reunião do Conselho Curador da instituição no dia 10 de maio. O advogado e jornalista Moacyr Benedito Guimarães foi eleito presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, tendo Jorge da Cunha Lima como vice. Gabriel Jorge Ferreira é o secretário da mesa. Sayad e os conselheiros tomam posse no dia 14 de junho para um mandato de três anos.

A Ínsula, empresa de ativação, promoção, eventos, digital e direct do grupo Neogama/ BBH contratou Alfredo Reikdal como diretor das áreas digital e direct. O profissional atuava como diretor de plataformas digitais da NBS desde 2008, é ex-sócio e diretor de operações da 10’Minutos e tem passagens pela Globo. com e pela Agência Click. Érico, Claudia e Michelle Três outros profissionais ainda reforçam o time da agência: Claudia Maciel (ex- Sun MRM, Wunderman Brasil e JWT Digital) assume o cargo de diretora de projetos online. Erico Adachi (ex-Power 4 e Leo Burnett) é o mais novo supervisor de criação below the line. A novidade no atendimento é a contratação de Michelle Dratovsky (ex- Motivare), como executiva de contas para o atendimento de Schincariol.

Foto: Jair Bertolucci

Fundação Padre Anchieta

Fotos: divulgação

Digital

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Bruno Weege desligou-se da Conspira Express, núcleo de publicidade para o segmento de varejo do Grupo Conspiração. Weege exercia o cargo de produtor executivo. Cristina Lopes, produtora executiva do núcleo de publicidade da produtora está também à frente da Conspira Express.

Mobile Rosane Moya assume como diretora do Conselho de Administração da Mobile Marketing Association (MMA) da América Latina. Recém contratada pela Sun/MRM Worldwide como diretora geral de atendimento, agência de marketing de relacionamento digital e direto, a profissional possui mais de 20 anos de experiência nas áreas de propaganda, marketing e planejamento estratégico.

Sócio Washington Soares é o novo sócio diretor da Ipanema Vídeo, com sede no Rio de Janeiro. O executivo chega para incrementar o departamento comercial e leva para a empresa sua expertise em broadcast, fruto dos 17 anos em que trabalhou na Sony Brasil.

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Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior


( figuras) Fotos: divulgação

Direção

Diretores

Jornalismo O jornalista e ex-presidente da TV Cultura Paulo Markun assinou contrato com a TV Gazeta de São Paulo. Markun participará da cobertura jornalística da emissora paulista, especialmente durante as eleições, quando fará comentários e participará de debates políticos. Há também planos para a criação de um programa próprio. Markun volta pela terceira vez à emissora, onde trabalhou nas décadas de 80 e 90. Ele não terá funções executivas na TV.

Foto: marcelo kahn

O canal Play TV contratou novos diretores. Luciano Amaral assume como diretor artístico, tendo a missão de fortalecer a identidade do canal por meio da unificação das linguagens utilizadas em cada programa. Cynthia Saguie (ex-MTV) assume Carlos Eduardo e Cynthia a direção de marketing e comercial com a tarefa de ampliar a receita publicitária do canal. O consultor na área de telecomunicações Carlos Eduardo Coelho chega como novo diretor de conteúdo.

A Delicatessen Filmes contratou o diretor de cena Ricardo van Steen, experiente em trabalhos de animação e efeitos especiais para o cinema, televisão e publicidade. Com Gustavo Leme, Ricardo Van Steen e Mário Peixoto a chegada do novo diretor, a produtora cria o selo Fauna e terá exclusividade no Brasil na representação de alguns profissionais especializados em efeitos especiais de animação, 3D e integração de imagens: Seb Caudron, Mathew Lamb, Ralph Karam e Ricardo Fernandes. Caudron é especialista em design gráfico e efeitos especiais. Lamb tem como especialidade os efeitos visuais 2D e 3D além do desenvolvimento de softwares de inteligência artificial. O brasileiro Karam é líder no desenvolvimento do coletivo Loft70, estabelecido em Buenos Aires. Ele comanda uma equipe especializada em animação, ilustração, fotografia e moda. Fernandes terá como responsabilidade a direção, animação e coordenação das produções que serão desenvolvidas pelos profissionais internacionais.

Marketing

Ibope O Ibope Inteligência reformulou a sua estrutura administrativa. Nelson Marangoni deixa a empresa para ocupar a posição de vice-presidente de desenvolvimento e negócios estratégicos do Ibope Participações, holding do Grupo Ibope. Márcia Cavallari Nunes, profissional Márcia Cavallari Nunes que está no grupo há 28 anos, assume a posição de CEO do Ibope Inteligência. Além dela, atuam na diretoria do Ibope Inteligência Marcelo Kac, responsável pela diretoria executiva de operações e negócios internacionais, Laure Castelnau, diretora executiva de marketing e novos negócios, Ney Silva, diretor executivo de desenvolvimento e soluções técnicas e Marcos Barros, diretor financeiro. A nova estrutura passa a vigorar a partir de julho deste ano.

Christian Zaharic assume a gerência de marketing da Nvidia no Brasil e Francisco Seffrin a gerência de vendas de soluções profissionais. Zaharic (ex-Intel e Myatech) vai coordenar e impulsionar a empresa na área de relacionamento com os clientes, ações de comunicação, eventos, estratégias de marketing para canais, entre outras funções. Seffrin (ex-Silicon Graphics e Sun Microsystems) tem a missão de ajudar a desenvolver o mercado de soluções profissionais no Brasil.

Gerente geral Humberto De Biase é o novo gerente de brand building da LG Eletronics América do Sul e América Central, tendo como atribuições a coordenação de brand building, comunicação, mídia, eventos e relações públicas para a região. O profissional tem passagens por empresas como Kodak, Unilever e Bayer.

Distribuição

Diretor de cena

O Grupo Endemol promoveu a executiva Ana Langenberg de gerente senior de licenciamento a diretora de distribuição de formatos. A profissional será responsável por acompanhar o fluxo dos formatos criados e adquiridos pela Endemol. Ela trabalhará junto às empresas Endemol pelo mundo para maximizar o valor dos formatos em cada território. Ela também liderará a distribuição dos formatos nos territórios onde o grupo não tem presença operacional. T e l a

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A Margarida Filmes contratou Marcelo Garcia como diretor de cena. Artista gráfico, músico e diretor de live action, o profissional desenvolveu seus mais recentes trabalhos comercias para a produtora Protozoa.

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Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Quinto elemento Com aposta em tecnologia, RedeTV! disputa audiência e verbas com as outras quatro grandes redes de televisão.

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FOTO: Marcelo Kahn

residente da RedeTV!, Amilcare Dallevo Júnior é um entusiasta da tecnologia, que diz estar no DNA da emissora criada por ele. Em entrevista exclusiva, explica por que faz questão de produzir e transmitir toda a programação em alta definição e por que investiu no pioneirismo da transmissão de conteúdo em 3D. O executivo aponta ainda os planos da emissora na Internet, como vai diversificar a programação, reclama da medição de audiência e da divisão injusta do bolo publicitário e mostra como a emissora paulista vem comendo pelas beiradas na disputa com as outras quatro grandes redes pela audiência e por verbas.

Amilcare Dallevo Júnior, da RedeTV!

corporativa da empresa se manter na vanguarda tecnológica.

TELA VIVA - Por que a RedeTV! investe tanto no pioneirismo tecnológico? Foi a primeira emissora tapeless 100% HD e fez a primeira transmissão em 3D. Amilcare Dallevo Júnior - Ainda é a única emissora 100% HD, desde janeiro de 2008. São vários fatores. O principal é a tecnologia no DNA, nós viemos dessa área, eu já tinha empresa de software. A gente sempre teve a característica de tentar resolver qualquer problema através da tecnologia. Sempre tivemos essa familiaridade com a tecnologia. É claro que houve um investimento alto. Tivemos que trocar mais de 120 câmeras. Mas é um investimento que nossos concorrentes teriam condições de fazer. Acontece que está na cultura

Pretendem ser 100% 3D também? Nós já somos. Ainda dependendo de alguma conversão do conteúdo. Hoje todos os programas ao vivo são feitos com câmeras 3D, como o “Manhã Maior”, o “Pânico”, o “Superpop”. Todos os programas de estúdio estão com sinal 2D e 3D. A gente acha que está aprendendo muito com essa experiência, da mesma forma que aconteceu com o HD. No HD havia muitos mitos em relação à maquiagem e ao cenário, e realmente há algumas diferenças em relação ao SD. Embora alguns estivessem estudando o HD muito antes de a RedeTV! existir, o fato de estarmos há mais de dois anos 100% em HD nos deu uma experiência muito maior. O HD está na rotina da nossa produção. Não é mais algo especial. Agora é o momento de fazer o

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mesmo no 3D. Estamos aprendendo o melhor enquadramento, quando mexer no ponto de convergência para levar o espectador mais para dentro do ambiente de gravação. Vamos buscar a experiência. Essa cultura de desbravamento tecnológico tem algum efeito nas receitas publicitárias? Eu acho que o retorno foi lento, mas existiu. Mesmo assim, até hoje não tivemos um único comercial em HD. Temos todos os players disponíveis para HD. Podemos receber o comercial em qualquer formato HD. Agora já temos inclusive players em 3D. Acredito que as agências podem abraçar o 3D antes do HD, por conta do modismo e do barulho em torno do “Avatar” e outros filmes.


E a audiência, muda por conta desse investimento? Quando lançamos o 3D, disseram que a RedeTV! fez isso “sem saber para quem”. Foi o que aconteceu quando Roquete Pinto transmitiu rádio para 80 aparelhos. Também com o Chateaubriand, que instalou televisores em praça pública para que pudessem acompanhar as primeiras transmissões. Queremos, sim, lançar coisas sem saber para quem, desde o HD até o 3D. Em algum momento a gente descobre quem está vendo. Com a Copa do Mundo, a base de televisores HD no Brasil deve chegar a 10 milhões. Quem tem TV HD hoje, dá preferência à RedeTV!, porque quer ver o jornal com qualidade de imagem. Não muda a audiência de uma hora pra outra, mas essas pessoas estão adquirindo o hábito de ver a RedeTV!. Um dia isso vai aparecer na audiência. Mas hoje não muda, ainda não há uma base significativa de telespectadores de TV digital na medição de audiência. Mas isso é uma incoerência da medição. Nem é a incoerência mais significativa. São 25 milhões de parabólicas no Brasil. Metade da população assiste TV por parabólica, e isso é fato. Porque o Ibope acha que as parabólicas não existem? Enquanto o mercado publicitário fizer de conta que as parabólicas não existem, vai estar jogando fora o dinheiro do anunciante. Pega qualquer estrada, saindo 30 km dos grandes centros, e procura uma antena tipo espinha de peixe. Não vai achar, só tem parabólica. Como é que as parabólicas não fazem parte do Painel Nacional de Televisão? Mas a própria RedeTV! não conta apenas com a parabólica para ter distribuição nacional. Há perspectivas em aumentar a rede?

só abre o sinal do satélite nas localidades não atendidas, não resolve o problema garantindo força ao conteúdo local? Não. Não dá para saber com certeza se o sinal chega com qualidade em determinado endereço. O telespectador sabe melhor que ninguém, ele sabe se precisa ou não de parabólica. A questão não é essa, é que o satélite iguala muito a cobertura das redes. Se assumirmos o satélite como Qual é a cobertura digital? realidade, ao invés de tentar fingir São Paulo, Rio de Janeiro, Belo que não existe, uma rede ter 50 ou Horizonte, Porto Alegre e, claro, o HD e 70 afiliadas não faz muita o 3D no BrasilSat C2. diferença. Mesmo Há essa conversa antiga “Há uma emissora nas grandes de que o sinal aberto e cidades há que tem mais ou gratuito no satélite, que parabólica nos é o nosso modelo, pode menos 40% de share e condomínios e afetar a venda de 80% do dinheiro. As prédios, com o publicidade regional. sinal descendo outras quatro Não afeta. Por um antena emissoras têm que se pela motivo muito simples: coletiva. estapear pelos 20% mais da metade do Brasil não é coberto Mesmo assim, que sobram, pegar pela TV terrestre. É há uma alguma migalha uma conversa pra boi de para poder fazer expectativa dormir. Não adianta haver mais televisão.” construir caminho onde conteúdo as pessoas não passam, regional? porque vão acabar abrindo caminho Já temos jornais locais no Rio estragando a grama. O Brasil conquistou de Janeiro e em Belo Horizonte. uma unidade nacional através do Este ano queremos ter ainda em satélite e não tem o que mude isso. As Recife e Fortaleza. Sempre parabólicas já estão sobre as casas das investindo bastante em tecnologia. pessoas. Não adianta instalar um Nesses dois casos será tudo transmissor ao lado dessa casa, a controlado pelo apresentador, que antena vai ser a mesma. define as câmeras antes mesmo da geração do jornal. A TV digital terrestre não tem As 50 afiliadas também geram potencial para mudar esse cenário? conteúdo, inclusive para a rede. Não muda, porque as pessoas já Também vamos aumentar as fizeram o seu próprio caminho, já têm equipes. Hoje temos cem o satélite, que inclusive tem mais webreporteres (que contam com opções de programação que a TV uma câmera e um laptop para gerar aberta. Além disso, é impossível a TV e enviar matérias para a emissora). digital terrestre cobrir o que o satélite cobre. Nem hoje e nem em 2060. A grade da RedeTV! é Duvido que alguém faça uma afirmação calcada no programa de diferente dessa. auditório e no jornalismo. Essa tendência se manterá? E o modelo de acesso condicional Hoje temos muitos programas proposto e adotado pela Globo, que jornalísticos e continuamos Temos 50 afiliadas. Queremos dar um “banho de loja” de tecnologia nas afiliadas. Vamos oferecer alguns softwares em comodato e agilizar a digitalização destas emissoras. Se a gente levar alguma infraestrutura tecnológica, fica mais fácil para as emissoras investirem em transmissão digital, só tem que comprar o transmissor. Assim também garantimos que o conteúdo gerado por elas tenha a mesma qualidade que o gerado por nós.

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( capa) são muito “quadradinhos”, com diversas regras. Todo incentivo é bem vindo, mas uma produção de sucesso se realiza e se paga sem a necessidade de incentivo nenhum. E se não tiver sucesso, o incentivo não vai manter essa produção na grade. Nós apostamos nas parcerias porque não queremos ficar olhando para o próprio umbigo. Queremos trazer novas ideias, de outras pessoas. Isso vale muito mais que o incentivo fiscal. Nossa área de programação está estudando diversos roteiros (de produtoras independentes) e pretendemos já no segundo semestre ter definido o que será produzido.

FOTO: Marcelo Kahn

investindo nisso. Já captamos e transmitimos uma partida do campeonato da Série B em 3D. Também estamos investindo na área do entretenimento. Continuamos comprando formatos como o “Mega Senha”, “O Passageiro” e “No Tanque dos Tubarões”. O “Dr. Hollywood” acabou na sexta temporada (a última transmitida pelo canal), mas resolvemos comprar o formato da E!. Nós vamos produzir em Beverly Hills, com os mesmos médicos, mas sem o Dr. Ray, por uma questão de valores. Pensamos em produzir aqui, mas a associação brasileira de cirurgia plástica não permitiria. Queremos oferecer o programa aos canais internacionais que já compram. Para isso, devemos começar a estruturar uma unidade para venda de conteúdo.

“Enquanto o mercado publicitário fizer de conta que as parabólicas não existem, vai estar jogando fora o dinheiro do anunciante.”

E dramaturgia? Construímos um estúdio de 1,5 mil m2, onde queremos produzir séries e minisséries, não novela. Achamos que novela é um formato que perdeu seu momento. A Globo faz as melhores novelas do mundo, e estão muito mais sofisticadas do que eram no passado, produzidas com mais qualidade. Mesmo assim, as novelas do Projac têm hoje 40% da audiência. Na década de 1980, quando ainda não eram tão sofisticadas, tinham 80%. Hoje têm um custo muito mais alto, por um retorno menor na audiência. A sociedade quer conteúdos mais rápidos. Ninguém quer mais esse compromisso diário rígido. O jovem de 25 e 30 anos não fica mais assistindo novela.

oito camarins para abrigar a produção de dramaturgia, bem como os formatos novos. E a RedeTV! pretende manter o trabalho com a produção independente? Já temos o “Operação de Risco”, uma parceria de sucesso com a Medialand, uma produtora independente. Na área de dramaturgia queremos ter novas parcerias. É um modelo interessante, meio longe do modelo da TV aberta no Brasil, mas que acreditamos que pode se tornar frutífero, se bem desenvolvido.

Os investimentos na nova unidade foram para abrigar esta produção? Temos mais estúdios do que nossa capacidade atual de produção. Estamos construindo mais quatro salas de produção e

Os mecanismos de incentivo fiscal que estão surgindo são bem vindos, então? Não acho que sejam essenciais. Não é o incentivo fiscal que vai fazer a gente produzir com parceiros, até por que eles

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E o jornalismo? Desde o início a RedeTV! investiu bastante na infraestrutura técnica, tendo desenvolvido algumas ferramentas próprias de aquisição, edição e exibição. Agora começou a investir em nomes de peso do jornalismo. Essa é uma tendência? Sim, queremos trazer mais conhecimento e mais informação, mas não queremos ditar o certo e o errado. Não queremos dar opinião. Trouxemos o Américo Martins (novo diretor de jornalismo da emissora) da BBC de Londres, e o Asdrúbal Figueiró, da BBC Brasil, para reestruturar nosso jornalismo. Teremos novos colunistas nas diversas áreas. Teremos um jornal na hora do almoço. A ideia é cada vez trazer mais conteúdo e notícias, mas sem ser opinativo. Achamos que nossa audiência tem crescido justamente pelo foco do nosso jornalismo na notícia. Para este ano há um investimento na cobertura das eleições. Já confirmamos nossos debates presidenciais. No primeiro turno será no dia 12 de setembro. O do segundo turno será no dia 17 de outubro. Fechamos também um convênio com a Folha de S.Paulo para que o debate seja conjunto, dos dois veículos.

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A RedeTV! pretende continuar vendendo espaço na grade? É fundamental para manter a emissora? Temos no Brasil uma incongruência na divisão da publicidade. Temos uma emissora que tem mais ou menos 40% de share e 80% do dinheiro. As outras quatro emissoras têm que se estapear pelos 20% que sobram, para pegar alguma migalha para poder fazer televisão. Nas quatro, a única forma de ter alguma pluralidade nas comunicações é realmente vendendo horário. Não é o nosso objetivo. Aliás, temos reduzido a venda de horários, principalmente no fim de semana, porque fechamos o campeonato italiano e temos ainda a série B do futebol, a Fórmula 3 Sul-americana, o GT3. Temos muita coisa esportiva no fim de semana, diminuindo o espaço vendido.

FOTO: Marcelo Kahn

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audiência -TV paga

“Nós apostamos nas parcerias porque não queremos ficar olhando para o próprio umbigo. Queremos trazer novas ideias, de outras pessoas. Isso vale muito mais que o incentivo fiscal.”

Espera trabalhar com formatos diferentes da venda de 30 segundos? Fazemos merchandising. Ainda há aqueles que querem a banquinha de venda de produto, mas o “Pânico na TV” faz merchandising que faz parte do conteúdo. O usuário gosta e não desliga, o que é melhor pro anunciante. Estamos estudando meios de rentabilizar a interatividade. Quem sabe agora que acabou toda essa discussão de Ginga, Java, Lua, canal de retorno, o negócio pode começar a andar.

pode ver nossa programação. Não dá pra parar a convergência das mídias e ficar nos modelos antigos. As pessoas estão na Internet e demandam conteúdo gratuito. Além disso, não há tanto problema na medição de audiência, porque eu posso medir os cliques e auditar qualquer medição. Temos os webreporteres gerando conteúdos exclusivos também para o portal. Todos os novos talentos da casa terão alguma participação no portal, em texto e vídeo.

A RedeTV! investiu em um portal com conteúdo principalmente da grade da TV. Há planos de ter conteúdos exclusivos na web? Sim. Hoje temos muito vídeo, com até 20 mil acessos simultâneos. Usamos a Internet para ampliar o sinal da TV. O conteúdo está lá no portal ao vivo. O cara que está no Japão, em Portugal ou nos Estados Unidos

Há planos de ir para outras mídias? Não digo nunca, mas não há planos. Se liberada a multiprogramação, o que a RedeTV! faria? A Abra, associação da qual sou presidente, defende a

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multiprogramação. Como hoje não é permitido, não fizemos planos. Não temos na gaveta um canal de esportes, por exemplo, esperando a multiprogramação. O conteúdo para dispositivos móveis precisa ser adequado para as telas pequenas e os hábitos diferentes da audiência. O padrão brasileiro de TV digital é o melhor do mundo, e por isso está sendo adotado em diversos países. Restringir a multiprogramação e o conteúdo diferenciado para o celular não faz sentido. Esta é uma época de convergência, não dá pra ficar proibindo. A tecnologia está aí para fazer as coisas poderem, e não adianta proibir por decreto. Como é que alguém vai ver um jogo de futebol no celular se não dá pra ver a bola? No dia que liberar o conteúdo diferenciado para celular, a gente muda. Já temos o portal voltado exclusivamente para celulares, porque não pode para o conteúdo da TV? A TV vai perder este espaço. Nosso conteúdo já está pronto para celulares, para iPhones, para iPads, tudo pela web. Para iPhone e iPad só falta o conteúdo ao vivo, mas está quase pronto o site. No 3G é tudo liberado, não preciso de autorização. A multiprogramação não resolveria o problema de venda de espaço? Poderia vender uma programação? Não. Não queremos mais vender espaço. Mas vocês já não queriam antes... A multiprogramação multiplica a possibilidade de produzir e de vender publicidade. Se a gente quisesse ganhar muito dinheiro de forma fácil, teria uma empresa com cinco funcionários e venderíamos a maior parte da grade pra um canal de vendas. Queremos fazer televisão e crescer neste negócio.


ESPECIAL VÍDEO ONLINE A possibilidade de transmissão de vídeo pela Internet ganhou novo impulso com a evolução dos codecs, a disseminação das redes e o aumento nas capacidades de acesso em banda larga. Hoje, o conteúdo online movimenta o dia a dia de dezenas de empresas do segmento audiovisual, de produtoras a grandes emissoras de TV. Neste especial, mostramos quais os conteúdos, as plataformas e os serviços que possibilitam o crescimento desta modalidade de comunicação.


(conteúdo)

especial vídeo online

Da janelinha à tela cheia O vídeo é responsável por uma fatia crescente do tráfego de conteúdo online, com tendência de crescimento. Atualmente, o conteúdo audiovisual é uma das mais importantes ferramentas para manter os internautas nos grandes portais, que investem em gêneros e formatos variados.

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Internet é uma mídia em constante mutação, adequandose constantemente à evolução das redes e dos equipamentos, aos novos dispositivos e à mudança no hábito de consumo de mídia. O vídeo é o conteúdo da web que passa por mudanças mais frequentes e mais rápidas, visto que a popularização de seu consumo online é recente. Vale lembrar que o YouTube, principal ferramenta de distribuição de vídeo online, foi fundado há apenas cinco anos e comprado pelo Google em 2006. O famoso portal de conteúdo gerado por usuário conta atualmente com 100 milhões de acessos mensais. De lá para cá, o hábito do internauta mudou permitindo outros gêneros de conteúdo e apresentação de formas variadas. Hoje, o conteúdo em vídeo da “velha Internet” se mistura com conteúdos produzidos para a televisão, ou mesmo conteúdos exclusivos com qualidade broadcast. Um estudo da Cisco VNI aponta que em 2012 90% do tráfego na web será em vídeo. O estudo aponta ainda que o conteúdo em vídeo gera atualmente US$ 598 milhões por mês. Deve chegar a US$ 3,4 bilhões em 2014. “Não há mais um tipo de vídeo mais propício à Internet. Tudo depende do momento do usuário”, explica Pedro Rolla, diretor de mídia do portal FOTOS: divulgação

Terra para a América Latina. Já não há mais a “ditadura” do vídeo curto, embora o formato também não tenha morrido. Também não há um gênero de conteúdo específico que faça sucesso. “As variáveis são duração e tipo de conteúdo, dependendo de onde está o usuário e o que está fazendo”, explica o executivo do Terra. Segundo ele, no ambiente de trabalho as pessoas tendem a buscar vídeos que as atualizem durante o dia, geralmente curtos. São vídeos de notícias ou lances esportivos, por exemplo. Em casa, o consumo é mais variado. “Nos momentos de lazer, há um consumo maior dos vídeos longos. Na hora de lazer há espaço para vídeo curto também, como o YouTube. Tratase de um momento quando há predisposição ao consumo de conteúdo, à informação e ao entretenimento”, diz. No Terra o conteúdo rápido dá maior audiência. Contudo, o conteúdo “longo” vem conquistando público cada vez maior. “Durante a semana, o conteúdo rápido é mais acessado. No fim de semana cresce o consumo de

“Na web há maior segmentação, atendemos o público que tem pouco espaço no canal.” Mauro Bedaque, da MTV

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Até 2012, 90% do tráfego na web será em vídeo, prevê Cisco.

séries, documentários, infantis etc”, diz. “É importante facilitar o acesso para o público, variando as formas de distribuição. Temos vídeo no site, mas permitimos, em alguns casos, que sejam ‘embedados’ em outros sites”, explica o executivo. “As rede sociais podem ser importantes ferramentas de divulgação de vídeos, com a ajuda do próprio usuário”, diz. Além disso, é importante ficar atento aos novos dispositivos. Para Pedro Rolla é importante disponibilizar conteúdo nos celulares. “As

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( conteúdo) pessoas criam novos hábitos com a chegada de novos dispositivos, interagem mais, criando novas janelas. As pessoas são multimídia e também multidevice”, explica.

“A web permite que façamos pesquisas qualitativas, melhorando inclusive o conteúdo da televisão.”

Segmentação Em outras palavras, é preciso variedade para agradar o internauta e mantê-lo no site. No caso do Portal MTV, a variedade garantiu uma audiência sete vezes maior que seu predecessor, o site da emissora, que contava com aproximadamente um milhão de usuário por mês. Lançado há 15 meses, o portal MTV conta 7 milhões de usuários/mês. Para isso, conta com mais de 450 sites abrigados no portal. “Todo diretor de programa toma conta do respectivo site. Todo apresentador tem um site para cuidar”, diz Mauro Bedaque, diretor de conteúdo digital da MTV. O portal acabou tornando-se maior que a MTV, no sentido da abrangência do conteúdo, já que conta com conteúdos, gêneros, formatos e temas que não vão para o canal. Para gerar esse volume de conteúdo, o portal conta com aproximadamente 300 colaboradores, que não têm relação com a TV, entre blogueiros e videomakers. Alguns produtores têm canais próprios no portal, enquanto outros colaboram no Fiz, site de vídeo gerado pelo usuário que remunera o autor. “Alguns colaboradores acabam mandando o material para finalização, porque não têm estrutura própria”, explica Bedaque, embora admita que a web não exige tanta qualidade de produção. “Uma câmera portátil e um laptop resolvem tudo. Além disso, a web permite maior experimentalismo que a TV. A margem de erro que temos dá maior frescor”, diz. Além do conteúdo dos

Carlos Eduardo Coelho, da PlayTV

FOTO: DIVULGAÇÃO

especial vídeo online

FOTO: ARQUIVO

colaboradores, o portal cria conteúdos em vídeo próprios, exclusivo para a Internet. Contando com divulgação na TV, alguns destes conteúdos trazem audiência inesperada para o portal. “O show da banda Restart estourou o limite de banda do portal”, comemora Bedaque. A Internet permite a exibição de shows na íntegra e permite segmentar mais o público e o conteúdo. “Não tenho só 24 horas para o conteúdo. Portanto há maior segmentação, atendemos público que tem pouco espaço no canal, como de jazz, chorinho e blues. Acaba trazendo uma segmentação diferente. O público de jazz é mais velho que a média da audiência da MTV, por exemplo”. No Terra a produção própria se divide em três áreas: notícias, esportes e eventos. Além do hard news diário, o portal comprou direitos de grandes eventos esportivos e cobre eventos como o Carnaval em Salvador. Pedro Rolla concorda que a Internet permite trabalhar com segmentação maior. Cita como exemplo a cobertura dos Jogos de Inverno, em Vancouver, que contou com 2,4 milhões de views. “Quando o Brasil pôde acompanhar os jogos de inverno?”, questiona. Segundo ele, há um publico predisposto a acompanhar o evento. Além disso, como o conteúdo é disposto na Internet de forma não-linear, sem grade e no tempo do espectador, foi possível ainda criar um novo público potencial. Houve um esforço para “ajudar” o internauta a assimilar aquele conteúdo. “Podemos fazer matérias mais longas na

“Temos que oferecer conteúdo legal no tempo do usuário. Não dá pra ficar esperando, o usuário quer agora.” Pedro Rolla, do Terra

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Internet e conseguimos explicar ao internauta o que é aquilo que está sendo mostrado. Não adianta mostrar os jogos de curling, é preciso explicar para o usuário o que é o jogo e quais são as regras. Só na Internet dá para fazer isso”, diz o diretor do Terra. O canal de TV por assinatura PlayTV também conta com conteúdo gerados exclusivamente para seu site. Segundo Carlos Eduardo Coelho, diretor de programação do canal, a Internet permite chamar parte do público da TV para um conteúdo mais específico, mais segmentado. Nesse sentido, a PlayTV faz cobertura de eventos que despertam interesse da sua audiência. A cobertura vai também para a TV, mas em menor volume. “Alguns eventos especiais ganham cobertura maior na web, agradando um público mais segmentado, sem abandonar o restante da audiência do canal na TV”, explica. Como exemplo, comenta que o canal enviou equipe para cobertura do Consumer Eletronic Show 2010, que aconteceu em janeiro, em Las Vegas. A cobertura apareceu na TV, com chamadas para o site. “A cobertura online acabou sendo maior que a de veículos especializados em tecnologia”, diz Coelho. Para junho estava prevista da mesma forma a cobertura do E3 – Eletronic Entertainment Expo, que acontece em Los Angeles, com uma equipe de cinco pessoas. Conteúdo da TV O Terra, embora tenha presença apenas na Internet, conta com conteúdo da televisão no portal de vídeo TerraTV. O portal traz séries, documentários, animação etc. Em destaque estão as séries de sucesso da TV por assinatura, que estão disponíveis sob demanda no ano seguinte à exibição da temporada na TV. Contudo, os episódios

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inéditos ficam disponíveis durante uma semana logo após a exibição na televisão. A ideia é que o assinante de TV tenha a oportunidade de recuperar aqueles episódios que perdeu. “Temos que oferecer conteúdo legal no tempo do usuário. Não dá pra ficar esperando, o usuário quer agora”, diz Pedro Rolla, do Terra. O TerraTV tem 9 milhões de usuário por mês, quase um quarto dos usuário do portal Terra. Além das séries, se destacam no portal de vídeo os filmes. “Criamos uma janela a mais para esses conteúdos”, diz o diretor de mídia do portal Terra. O longa “Piratas do Caribe” teve um milhão de views no portal, enquanto o nacional “3 efes”, lançado simultaneamente em todas as janelas, teve 120 mil. Segundo Carlos Eduardo Coelho, a TV é o principal veículo de divulgação do conteúdo no site da PlayTV. “A audiência na web cresce em 30% quando há campanha na TV”, diz. Além disso, a própria TV é fonte da maior parte do conteúdo. Todos os programas do canal estão disponível para visualização sob demanda. O conteúdo ao vivo, no entanto, não aparece em tela cheia, para não disputar com o canal na

Com 60 milhões de views no YouTube, “Galinha Pintadinha” virou DVD.

TV. Esse conteúdo da TV é o responsável pela maior parte da audiência. Além disso, permite testar o público. “A web permite que façamos pesquisas qualitativas, melhorando inclusive o conteúdo da televisão”, diz o executivo da PlayTV. O Portal MTV também tem destaque no conteúdo da TV. Também para não disputar com o próprio canal, o feed ao vivo da MTV é durante seis horas diárias. Apenas o feed para celulares iPhone e Nokia é 24 horas. Além disso, todo o conteúdo do canal está disponível

sob demanda. “O conteúdo da TV é responsável pela maior parte da audiência de vídeo do portal, aproximadamente 70%. Mas alguns sites de blogueiros como Não Salvo e Quinta Categoria também trazem grande audiência”, explica Mauro Bedaque. A separação do conteúdo, na maior parte das vezes, é por episódio. Contudo, em alguns casos, o portal percebeu que o internauta não está buscando todo o programa, mas apenas uma parte dele. Por conta disso, os humorísticos foram divididos em sketches. Bedaque destaca que o site também colabora com o canal, tendo servido como celeiro de talentos. “O conteúdo exclusivo para a Internet serve também como laboratório para a TV”, diz. Entre os programas que migraram para a TV estão “Badalhoca” e “Didiabólico”. Além disso, alguns parceiros do portal acabam virando fonte de pauta para a TV. Espaço para pequenos Nem só os grandes conseguem sobreviver na web e encontrar espaço para rentabilizar com exibição de conteúdo em vídeo. A Elo Company lançou há dois meses uma série de

Qualidade garantida “Na web a primeira coisa a se pensar é na experiência do usuário. A experiência precisa ser boa”, diz André Altieri, da Cisco. Para ele, o sucesso do vídeo online hoje se deve não apenas a uma mudança no hábito de consumo, mas à evolução das redes e dos equipamentos, que permitiram melhor qualidade de imagem. Contudo, o executivo alerta que as redes não estão preparadas para o tráfego que deve ser gerado no futuro próximo. A expectativa apresentada pela Cisco é que assinantes de banda larga movimentem aproximadamente 15 TB por mês em um futuro próximo, por conta da popularização de tablets capazes de executar vídeos online, da video conferência, dos jogos online etc. A empresa propõe uma revisão do modelo de distribuição de conteúdo, pelo menos no caso dos conteúdos responsáveis pela maior parte do tráfego, como os grandes portais de vídeo. Para a Cisco, as operadoras poderiam contar com servidores que atuariam apenas em suas próprias redes, distribuindo o conteúdo dos portais mais acessados. Assim, os vídeos mais vistos no YouTube, por exemplo, poderiam ser transmitidos dentro de uma rede controlada, sem passar pela nuvem, garantindo assim maior qualidade. “A descentralização do acesso ao conteúdo dá maior inteligência ao tráfego deste conteúdo”, justifica. Esse novo modelo tecnológico poderia mudar inclusive o modelo de negócios, uma vez que operadores garantem acesso mais rápido aos conteúdos mais importantes, poderiam cobrar mais dos usuários. Por outro lado, poderiam cobrar dos donos do conteúdo, já que aliviariam suas estruturas de distribuição.

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canais online de conteúdo audiovisual dedicados à música, cinema, animação, dança, sustentabilidade entre outros. Segundo Sabrina Nudeliman, diretora da Elo, a ideia não é criar canais com a audiência dos grandes portais, mas espaço para o conteúdo de nicho, sobretudo cultural. “Nosso modelo de negócios é o patrocínio. Oferecemos aos anunciantes a possibilidade de colocar a marca no canal, que conta com conteúdo de qualidade”. A receita gerada com o patrocínio é dividida com os produtores do conteúdo. “A publicidade está mudando. As marcas não querem só o ‘trinta segundos’. Nesse modelo uma empresa com iniciativas de sustentabilidade pode patrocinar um canal dedicado a esse tema”, explica. Até por ainda não ter grande divulgação, a audiência dos canais é

“As marcas não querem só o ‘trinta segundos’. Nesse modelo uma empresa com iniciativas de sustentabilidade pode patrocinar um canal dedicado a esse tema.” Sabrina Nudeliman, da Elo

pequena, se comparada aos grandes: cerca de 5 mil vídeos visualizados por mês. Entre os conteúdos disponibilizados está em destaque o acervo da Vera Cruz, que está disponível no canal Elo Cinema. “As pessoas não encontram este conteúdo em outro lugar.”, explica Sabrina. A Bromelia Produções, de Campinas, conseguiu viabilizar suas produções graças à Internet. A equipe da produtora publicou no YouTube o clipe de animação “Galinha Pintadinha”, com o intuito de mostrar o

conteúdo a uma emissora de TV. Alguns meses depois, o número de views havia disparado. “Conseguimos 60 milhões de views no YouTube e acabamos criando um canal para nossos clipes no portal de vídeo”, explica o produtor Juliano Prado. O canal no YouTube, que conta com outros clipes do cancioneiro popular, recebe aproximadamente 250 mil visitas diárias. Para rentabilizar a série de clipes, a produtora lançou um DVD, que já vendeu mais de 80 mil cópias. Além disso, conta com 15 aplicativos para iPhone e uma série de produtos que usam a marca Galinha Pintadinha. A produtora capta recursos incentivados para a produção de um segundo DVD, que deve ser lançado pela Europa a tempo das vendas para o Dia das Crianças. Fernando Lauterjung


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especial vídeo online Daniele Frederico

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Da produção à medição Popularização da banda larga e mudança nos hábitos de consumo levam ao crescimento das empresas que oferecem serviço de web TV de ponta a ponta.

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om a melhoria da banda larga, computadores mais potentes e a popularização de portais de vídeo como o YouTube, o vídeo na Internet virou moda. E com essa moda, a demanda por serviços profissionais de web TV de ponta a ponta, que incluem desde a produção até a entrega de conteúdo e a medição dos resultados, cresceu exponencialmente. Para suprir essa demanda, pipocaram no mercado uma série de empresas, com históricos distintos e expertises de diferentes áreas, dispostas a fazer web TVs completas, transmissões avulsas e outros serviços de entrega de vídeo pela Internet. Algumas viram na web uma oportunidade de começar um negócio. Outras, viram uma chance de modernizar (e baratear) o seu serviço. É o caso da Sétima Arte, que há quase 19 anos produz conteúdo para TVs corporativas. Embora tenham começado a trabalhar com Internet em 99, foi em 2004 que as transmissões por este meio engrenaram, deixando para trás as caras transmissões via satélite, que chegavam a custar R$ 1 mil por uma hora. Essa transmissão via Internet, menos custosa, ajudou a popularizar o vídeo no ambiente corporativo. “Antes era difícil conseguir ter dois clientes. Hoje tenho cerca de dez empresas”, comemora o diretor comercial da Sétima Arte, Fernando Palermo, que

anos. “A empresa teve de se adaptar de uma simples produtora de conteúdo para um fornecedor de soluções de distribuição de conteúdo”, conta o diretor de novos negócios da Take 5, Alceu Costa Jr.

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tem entre seus clientes a Volkswagen. O que a maioria dessas empresas têm em comum é o uso de ferramentas próprias. Após a produção do vídeo, a entrega se dá por meio de plataformas exclusivas, customizadas ao gosto do cliente. Fernando Palermo conta que o desenvolvimento da primeira ferramenta de transmissão ao vivo levou um ano e três meses. Hoje, o mercado oferece diversas ferramentas para esse tipo de publicação. “Hoje temos uma ferramenta, a MyTV, com a qual montamos uma web TV em dias”, diz. Quem também utiliza ferramentas próprias e trabalha especialmente com o mercado de vídeo corporativo é a Take 5. A empresa chegou a trabalhar com treinamentos via VHS, o chamado “videomailing”, marca que registrou há 13

“Com a banda que existe hoje, o vídeo na Internet já vem crescendo. Com banda larga de verdade, não sei onde vai parar” Fernando Palermo, da Sétima Arte

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Popularização Um dos pontos mais importantes para a popularização do serviço de web TV - e para a proliferação de empresas prestadoras desse serviço foi o crescimento da penetração e a melhoria da qualidade da banda larga no Brasil. Com mais capacidade, era possível não apenas transmitir, mas também ter certeza que o público-alvo receberia as mensagens. “Com a banda que existe hoje, o vídeo na Internet já vem crescendo. Com banda larga de verdade, não sei onde vai parar”, diz Palermo. Costa, da Take 5, lembra que desde que a produtora começou a fazer vídeo para a web, a maior mudança que aconteceu no mercado foi comportamental, e aconteceu por causa de uma melhoria na transmissão. “Os executivos perceberam que o vídeo é fato na web, e que é possível ter uma boa experiência. Sofremos muito no começo pelo fato do vídeo na web ser desacreditado, por acharem que não funcionava”, compartilha. Por mais que seu foco seja nos vídeos gerados pelos usuários, o YouTube teve papel importante nessa mudança de comportamento. “Graças ao YouTube, as pessoas perderam o medo do vídeo na Internet”, diz Cláudio Odri, sócio-diretor da CdClip, empresa especializada em comunicação digital e produção de


vídeos corporativos para a Internet. Crescimento de dar inveja Com um cenário promissor, em que a banda larga melhora e se dissemina com rapidez, a demanda por serviços de web TV, sejam eles avulsos ou contínuos, tem aumentado para essas empresas que prestam serviço de ponta a ponta. Mesmo com a crise financeira mundial, que causou retração em investimentos nas áreas de marketing das empresas, esse mercado parece não ter tido sua ascensão afetada. A Sétima Arte, por exemplo, cresceu nos primeiros quatro meses do ano 30% em relação ao mesmo período do ano passado. A CdClip, que há três anos realizava menos de dez transmissões por trimestre, hoje realiza cerca de 30. Essa demanda fez com que

“A empresa teve de se adaptar de uma simples produtora de conteúdo para um fornecedor de soluções de distribuição de conteúdo” Alceu Costa Jr, da Take 5

muitos empresários, produtores e desenvolvedores abrissem os olhos para a produção de web TVs, e fez com que mais players começassem a brigar pelo mesmo público. “Ganhei outro perfil de concorrente, as empresas de tecnologia, que muitas vezes não dominam a produção audiovisual”, conta Palermo. Para o diretor de produção e sócio da Lab 3 TV, Danilo Bravo, que atua em transmissões ao vivo desde 2000, e que sentiu a partir de 2005 um crescimento grande na demanda para transmissões pela Internet, conta que de cerca de dois

anos para cá, o número de empresas quadriplicou. Ele acredita que não há espaço para todos os entrantes. “Realizar uma produção ao vivo é diferente de uma transmissão ao vivo. Ligar a câmera e transmitir é fácil. O que fazemos é desenvolver ferramentas que vão dar suporte a essa transmissão”, diz. O diferencial das empresas que fazem vídeos para a Internet tem sido a interatividade, ferramenta que produtores de conteúdo e desenvolvedores de tecnologia muitas vezes não dominam. “Hoje todo o mundo vende transmissão ao vivo. Mas da mesma forma que uma pessoa não abre o Word e vira um escritor, não é porque ele compra uma placa de vídeo que ele faz vídeo

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na Internet”, diz Odri. “O mercado tem comprado o mais barato, e acaba tendo uma experiência traumática. Essas empresas demoram para fazer outra transmissão”, completa. O custo do serviço, embora tenha diminuído com as transmissões via Internet, continua o mesmo na parte da produção do conteúdo. Fernando Palermo conta que essa é a parte mais custosa do processo. “Esse custo de produção não caiu com a produção para Internet. Em HD, ele até aumentou. O que mudou foi o custo de transmissão”, diz. Alceu Costa, da Take 5, conta que para os treinamentos e filmes semanais de TVs corporativas, os padrões de produção foram ajustados para a entrega de um vídeo profissional, mas com preço competitivo. “Um capítulo de três a oito minutos custa em média R$ 4 mil”, exemplifica. Ele conta que o preço tem caído bastante, especialmente pelo aumento da demanda. A redução do custo passa também por uma adequação da mensagem à web. “Na web, o internauta quer ir direto ao assunto, não quer perder tempo vendo vinhetas, logos. O público corporativo, principalmente, tem que ser objetivo. Isso acaba barateando a produção”. Ele lembra, porém, que o que determina o custo não é o meio, mas o propósito do vídeo. “As produções corporativas costumam ser mais simples”, resume. Ao permitir que o público entre em contato com os produtores e também com as empresas donas do conteúdo, a Internet criou ainda um novo desafio a empresas que trabalhavam, ou começaram a trabalhar, com produção e transmissão de conteúdo pela web: interação e medição. “Antes meu trabalho terminava na produção e

“Graças ao YouTube, as pessoas perderam o medo do vídeo na Internet” Cláudio Odri, da CdClip

transmissão. Hoje, meu trabalho vai além disso. Oferecemos para os clientes criar um relacionamento com o usuário. Interagimos com quem assiste, sabemos se a pessoa assistiu ou não a um conteúdo e, se não viu, queremos saber o porquê. Tenho que fazer tudo isso para garantir audiência”, diz Palermo. Loic Jeannin, da Vflow, empresa fornecedora de tecnologia, conta que a demanda está cada vez mais focada no controle do conteúdo. “No começo, todo o mundo colocava seus vídeos no YouTube. Mas existe um problema de controle”, lembra. Na CdClip, um mecanismo foi criado para que o cliente receba e organize as informações. “A informação é o que agrega valor. Depurar, dar valor ao que está sendo transmitido, vale ouro”, resume Odri.

Futuro móvel Embora seja difícil prever o que o futuro reserva para as web TVs, é possível dizer que existem alguns caminhos pelos quais elas devem evoluir. A melhoria da banda larga, que permitirá a transmissão de vídeos em melhor qualidade, é bem vista e aguardada pelo mercado. A fronteira a ser cruzada por essas empresas, porém, é a da mobilidade. “Existe muita procura de clientes corporativos por transmissão para celular”, diz Jeannin. Quem também acredita que a transmissão para dispositivos móveis vai ser um grande negócio é Bravo, da Lab 3 TV. “Vai ser importante para atingir um maior número de espectadores”, diz. Ele lembra, porém, que a produção de qualidade ainda é o que vai fazer a diferença. “A originalidade vai ser o ‘x’ da questão. As pessoas estão mais seletivas, vão assistir àquilo que agregue alguma coisa”, conclui.

Artistas 2.0 A área corporativa tem sido uma das grandes motoras desse mercado, com treinamentos, transmissões de comunicados, vídeos em e-mails, explicações para o varejo, entre outros. No entanto, áreas como entretenimento, saúde e notícias também tem utilizado o serviço de web TV, em modelos às vezes diferentes daqueles usados em comunicação corporativa - no qual as empresas pagam pela produção e pelo uso das ferramentas de publicação. Quem tem trabalhado diretamente com o mercado de entretenimento é a Lab 3 TV, que começou como uma empresa de construção de sites. Embora atenda também o segmento corporativo, é nas transmissões ao vivo e nas produções para artistas Danilo Bravo, da Lab 3 TV: que ela se destaca. “Elaboramos uma transmissão empresa quer trocar o link via ao vivo que não é apenas a transmissão do show, rádio usado nas transmissões por exemplo. Fazemos reportagens, no pré e no ao vivo pelo 3G. pós-show”, conta o diretor de produção e sócio da Lab 3 TV, Danilo Bravo. O equipamento, assim como o de outras empresas, é todo HD. A captação em alta definição permite uma migração para outras mídias. “Transmitimos um show da Ivete Sangalo pela Internet, mas precisamos captar em HD porque o material seria utilizado na programação da empresa aérea Tam”, diz Bravo. A transmissão ao vivo de eventos como esse exige um link via rádio, que transfere as informações para o servidor da Lab 3 TV. “Nossa intenção é deixar o link via rádio e ir para o 3G, mas por enquanto isso ainda não é viável”, conta o sócio.

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especial vídeo online Ana Carolina Barbosa

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Em busca da entrega perfeita Ferramentas de interatividade, integração às redes sociais, inserção de publicidade, autonomia do usuário e relatórios completos agregam valor aos serviços de hospedagem de vídeo online.

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boom do video na Internet, acentuado especialmente nos últimos anos desta década com o sucesso do YouTube, provou que a web é um habitat acolhedor para o conteúdo audiovisual. Tanto grandes grupos de mídia, já acostumados à produção de vídeo, quanto pequenas empresas, perceberam que os internautas consomem e procuram vídeos na rede e que fazê-los chegar ao usuário da melhor maneira possível é uma vantagem competitiva. Nem sempre os servidores gratuitos, como o próprio YouTube e outros, garantem uma entrega satisfatória. Diante da demanda de organizações de vários portes e com diferentes necessidades para o uso do vídeo online, os provedores de soluções de hospedagem buscam aprimorar os serviços e agregar valor ao produto desenvolvendo ferramentas que proporcionem autonomia aos clientes, forneçam relatórios cada vez mais completos, permitam a interatividade e os auxiliem na integração dos conteúdos às redes sociais e na monetização por meio da publicidade. A mineira Samba Tech, que nasceu em 2004 como uma distribuidora de conteúdo para celular, mudou de rumo em 2007 quando percebeu que bons ventos sopravam a favor do

Na Tivio.TV, o diferencial é a interatividade sobre o vídeo.

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video online. “Viramos uma empresa de gestão e distribuição de conteúdo de vídeo para a Internet. A mudança de estratégia aconteceu porque a gente percebeu que seria a forma mais rica para as empresas passarem mensagens”, explica Gustavo Caetano, presidente da companhia. A proposta de Samba Tech, desde o princípio, era trabalhar com grandes empresas, mais especificamente, com grandes grupos de mídia, que têm necessidade de trabalhar com muito conteúdo em vídeo na Internet. Foi preciso desenvolver uma plataforma baseada em cloud computing, com infraestrutura elástica para

suportar picos de audiência. Hoje, a Samba Tech tem clientes que trabalham com grande volume de vídeo, como SBT, Amazon Sat, o portal R7, a Abril Digital e o conteúdo de vídeo online das revistas da editora, TV Alterosa, Oi TV, as web TVs dos clubes Atlético Mineiro e Cruzeiro, e clientes que usam o vídeo para a comunicação interna, como O Boticário. “São cerca de 80 milhões de streamings por mês”, conta Caetano. O modelo de negócio da Samba Tech está baseado na quantidade de vídeos entregues, não em mensalidades fixas mensais e limites pré-estabelecidos de material e número de acessos

“Hoje, a oferta de vídeo online está muito acessível. Antes, havia alto custo de transmissão. Queremos oferecer também oportunidades aos pequenos investidores” Fernando Machado, da Host Location

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FOTO: marcelo kahn

como a maioria dos servidores. A fatura mensal é calculada pela entrega de vídeos, tamanho dos arquivos e número de acessos. Além de autonomia para o gerenciamento do conteúdo, que é feito online, e integração do vídeo às redes sociais, o cliente pode acompanhar relatórios e análise com taxa de buffering, loading, taxa de rejeição por categoria e por vídeo, verificar qual a região que mais assiste a determinado conteúdo e até bloquar o acervo para uma determinada região. Segundo o executivo, estas características, além da entrega em diferentes formatos, inclusive para o Iphone e para o Ipad, e da possibilidade de inserção de publicidade, são diferenciais.

Gustavo Caetano, da Samba Tech: foco em grandes grupos de mídia e modelo de negócio baseado na quantidade de vídeos entregues.

Monetização De acordo com Caetano, hoje, o cliente pode inserir publicidade nos formatos pre-roll (antes do vídeo), midroll (durante o vídeo) e post-roll (no fim do vídeo). A empresa tem planos de lançar um serviço junto com parceiros de publicidade para aproximar clientes e anunciantes e, assim, auxiliá-los a monetizar com os vídeos. “Temos clientes, como os clubes de futebol, que não têm área comercial estruturada para vender anúncios e acabam usando o canal só para distribuir conteúdo”, observa Caetano.

A Data Rate trabalha com video online desde 2004 e hoje atende alguns clientes na área de varejo, como Liquida Mix, Videomóvel, lojas de carro e a Rede TV +, que atua em dez praças e tem mais de cinco mil vídeos hospedados. Este tipo de cliente tem necessidade de monetizar com vídeo. “É muito difícil a empresa conseguir comercialmente resultados de vídeo com servidor grátis. É preciso passar credibilidade. Precisa de domínio próprio, senão o cliente não tem controle do tipo de produção a que ele está associado”, destaca Paulo Sérgio de Pinho Soares, desenvolvedor de novos produtos da empresa. De acordo com Soares, este segmento de clientes faz um uso mais agressivo do video online e, além da solução de hospedagem

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( publicação)

especial vídeo online

dos vídeos, é preciso desenvolver ferramentas de e-mail marketing. Dicas para escolher Alguns destes clientes também uma solução de precisam de soluções para levar o hospedagem conteúdo ao celular, como a Rede TV +. “A grande sacada TELA VIVA pediu aos entrevistados para o conteúdo em vídeo é o desta reportagem alguns conselhos mobile. A mobilidade é para quem está pensando em trabalhar com vídeos na Internet. O que deve ser fundamental”, afirma. levado em consideração? Gustavo Outra plataforma lançada Caetano, da Samba Tech; Paulo Sérgio recentemente com ferramentas de Pinho Soares, da Data Rate; Eldes elaboradas para facilitar a Saulo, da Tivio.TV; Fernando Machado da Host Location e Roberto Rozon, da monetização do cliente é a Locaweb, deram as seguintes dicas: Tivio.TV, que tem o lema “Crie e 1 Tenha controle sobre o seu conteúdo. programe sua própria TV” e um 2 Escolha um servidor nacional, é mais aspecto de rede social com a Rede fácil e rápido obter assitência quando Tivio.TV. Ela surgiu de uma jointnecessário. venture entre a Brainter, agência 3 Trabalhe com todos os players e de desenvolvimento web com 13 plataformas possíveis: Windows Media, Adobe Flash, Quick Time, Iphone, anos de mercado, e a Raxmídia, Ipad... empresa de consultoria de mídia. 4 Busque um modelo que seja A versão Express, grátis, baseada escalável. É difícil prever com precisão em publicidade, foi lançada no o quanto de acesso você terá. início de 2010 e conta com 350 5 Opte pelos serviços com facilidade de canais de usuários. Há ainda a uso e profundidade nos relatórios. Dependendo das suas necessidades, dê versões pagas como a Corporate preferência àqueles que oferecem (com clientes como TV Shopping integração com as redes sociais, da Gávea, a Paramount Pictures e ferramentas de interatividade e gestão o MaisModa.TV) e as lançadas em de publicidade. junho Master (R$ 199 mensais) e Professional (R$ 499 mensais). Segundo Eldes Saulo, diretor executivo da Tivio.TV, o diferencial A ferramenta serve ainda para da plataforma é a interatividade uma aula virtual, por exemplo. Pode sobre o vídeo. “O cliente consegue haver um layer de um questionário ou colocar layers interativos sobre o exercício enquanto o aluno assiste ao vídeo. Por exemplo, um cliente que vídeo. Tudo é customizável de acordo tenha uma loja virtual pode com o tipo de cliente ou do conteúdo e montar sua web TV, gravar e fazer os relatórios também podem ser upload de vídeos de produtos e consultados em tempo real. colocar um layer no canto do vídeo, com dados do produto, com Pequenas empresas a vantagem de ser clicável Outras empresas de hospedagem redirecionando têm visto suas áreas para o carrinho de transmissões ao vivo de vídeo crescer com compras”, explica. solicitações bastante têm sido muito “Ele pode variadas e com muita usadas por clientes ênfase nas categorizar os de todos os portes transmissões ao vivo produtos dentro do pela facilidade de pela web, já que o canal e o consumidor pode processo é facilmente execução. escolher que conduzido pelo produtos assistir, na hora e na próprio cliente com o auxílio do sequência que quiser. O poder de servidor e a Internet tem como persuasão é muito maior”. característica de mídia a capacidade

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de segmentação, de falar diretamente a públicos específicos. “Hoje, a oferta de vídeo online está muito acessível. Antes, havia alto custo de transmissão. Queremos oferecer também oportunidades aos pequenos investidores”, diz Fernando Machado, gerente corporativo da Host Location, revelando que, atualmente, aproximadamente 40% dos clientes da empresa são igrejas que querem transmitir seus cultos online. Roberto Rozon, gerente da Locaweb, também conta que há forte demanda vinda de pequenas corporações. “Há sites de lojas com apresentações em vídeo e clientes que nos procuram para fazer e-learning”. Rozon, como os demais profissionais ouvidos por TELA VIVA, acredita que a demanda pelo vídeo online ainda deve crescer nos próximos anos. Porém, para aprimorar a entrega, ainda é fundamental melhorar a infraestrutura. “O grande problema ainda é a infraestrura de banda larga. Precisamos melhorar as nossas redes para o uso do vídeo na Internet”, pondera. Gustavo Caetano, da Samba Tech, também aponta a frágil infraestrutura para o uso de vídeos em alta definição na web. “As empresas ainda não têm usado os vídeos em HD na web porque precisa de uma banda larga entre 2Mbps e 3Mbps. A média hoje é de até 1Mbps. Acredito que eles comecem a ser usados na medida em que a infraestrutura evolua”, ressalta. Machado acrescenta: “Acredito que esta tendência, de vídeos usados com profissionalismo, tende a ser cada vez maior. Pequenos e grandes provedores devem trabalhar para tornar o acesso ao usuário melhor. Quem conseguir simplificar a sequência enviar – disponibilizar – publicar, terá sucesso”.



( tv por assinatura) Samuel Possebon, de Los Angeles

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Uma nova TV por assinatura Nos EUA, operadoras e programadores abraçam os modelos não-lineares de distribuição de vídeo como resposta à Internet, mas crescimento e qualidade de serviço ainda são grandes desafios.

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TV por assinatura nos EUA aceitou, definitiva– mente, que o seu futuro é não-linear. Modelos de distribuição de conteúdos sob demanda e pela Internet já fazem parte do dia-a-dia das maiores operadoras e dos principais provedores de conteúdo daquele país. Essa realidade, que em 2009 ainda se desenhava como uma possível resposta ao crescimento das plataformas de distribuição de vídeo baseadas na Internet, mostrou-se consolidada e irreversível na edição deste ano do NCTA Cable Show 2010, maior encontro de TV por assinatura dos EUA, realizado no começo de maio em Los Angeles. E um detalhe importante: a convenção aconteceu duas semanas antes do anúncio do Google TV, a plataforma de busca e organização de conteúdos de TV que o Google pretende colocar em televisores e set-tops. Certamente, ao longo do ano, a pressão do modelo proposto pelo Google deve forçar ainda mais as operadoras norteamericanas. Nos EUA, o conceito de “TV Everywhere” já é uma realidade em muitas operadoras. Trata-se do serviço que permite ao assinante de TV paga ter acesso aos canais que assina também através da Internet, para assisti-los onde estiver. Os serviços de video on-demand também são cada vez mais populares, e praticamente todos os grandes provedores de conteúdos oferecem suas bibliotecas. Com isso, recuperar episódios perdidos de uma série ou rever uma determinada partida de basquete é algo que está ao alcance do assinante, em muitos casos sem

NCTA Cable 2010: modelos em questão.

custo adicional. O gravador digital (DVR) também é parte da oferta de todos os operadores norte-americanos, além das centenas de opções de canais HD. A razão para que tantas mudanças tenham sido introduzidas em um tempo tão curto na realidade do mercado de TV por assinatura dos EUA passa, de um lado, pela ousadia dos provedores de conteúdos, que com medo da pirataria aceitaram diminuir o tempo entre as janelas de distribuição e passaram a oferecer seus conteúdos para serviços online. Do outro lado, houve justamente o surgimento destas plataformas de venda e distribuição virtual de conteúdos, como Netflix, Amazon e Apple TV. Para não falar em serviços como Hulu e YouTube, em que conteúdos profissionais ou gerados pelos usuários passaram a ser assistidos online. De fato, os programadores e produ– tores de conteúdo parecem estar muito mais confortáveis com essa realidade. Para Kevin Tsujihara, presidente da divisão de home entertainment da Warner Brothers, ainda há o desafio de entender quais os conteúdos que os usuários preferem ter de forma não-linear. Recentemente, os grandes estúdios se uniram às principais operadoras de cabo

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dos EUA para criar um grande acervo de conteúdos sob demanda, antes da janela do home video. “Ao colocarmos a campanha de VOD na praça provo– camos um aumento de 35% na com– pra de conteúdos”, disse Tsujihara. “Video on-demand é hoje uma realidade. Já batemos a marca de 25 milhões de streams, e hoje temos muito conteúdo. Isso está aumentando a importância do serviço em nossas receitas, mas mais do que isso, faz crescer o valor da nossa plataforma. É uma mudança na forma de distribuir, mas temos que pensar que o usuário que está pagando tem o direito a isso”, diz Patrick Esser, presidente da operadora Cox Communications. “Por 30 anos, as pessoas só consumiram conteúdo na TV. Hoje, as pessoas até estão consumindo mais conteúdos, mas não apenas na TV. Temos que estar onde a audiência está”, diz David Zaslav, presidente da Discovery. Ele pondera, contudo, que do ponto de vista do programador, não faz sentido econômico colocar o mesmo conteúdo em todas as plataformas de forma igual. “É preciso colocar conteúdos específicos em cada


plataformas, para que não se destrua o valor do conteúdo nas plataformas tradicionais”, disse. “Antes, tínhamos uma fonte de receita, que era a publicidade. Hoje temos 20 fontes de receitas, mas todas rendem centavos, enquanto a publicidade ainda paga a conta”, disse o presidente e CEO da CBS, Leslie Moonves. Para ele, todas as formas de distribuição agregam valor para os produtores de conteúdo, “exceto os DVRs”, disse. Para o chairman e co-CEO da Fox Film Entertainment, Tom Rothman, é ótimo para os provedores de conteúdos que eles estejam disponíveis em várias plataformas. “Mas mais importante é que sejamos remunerados por essa ubiquidade”. O grupo Time Warner é o que parece estar menos apreensivo com relação ao futuro. “O surgimento das novas plataformas, como o VOD, a Internet, tudo isso ampliou nosso universo. Hoje estamos com VOD sendo distribuído a 20 milhões de lares nos EUA. No ano que vem serão 50 milhões”, disse Jeffrey Bewkes, CEO da TW. Ele lembrou que o acesso a conteúdos hoje é tão simples que se ele não estiver disponível, será pirateado. Interatividade O grande desafio dos operadores nos EUA agora é em relação à interface com o usuário. O lançamento do iPad teve, para as operadoras de cabo e fornecedores de set-top boxes, o mesmo impacto que o iPhone teve para os fabricantes de handsets (celulares). O que se viu nos EUA durante a NCTA foi a constatação de que a interface dos set-tops precisa se adaptar a esta nova realidade dos tablets. “A simplicidade que o Google trouxe à Internet, que o iPhone trouxe para o celular, o iPad trouxe para a interação com o vídeo”, disse o presidente da TiVo, Tom Rogers. A constatação parte de um dado concreto: com pouco mais de um

não querem o número de canais que elas recebem da TV paga. A Internet vai acabar quebrando esse modelo também, e isso é preocupante”, diz Bazinet. Para Craig Moffett, analista da Sanford C. Bernstein & Co, quando a FCC sinalizou que iria regular os serviços de Internet como telecomunicações, gerou muita incerteza sobre como será o futuro das receitas com esse tipo de serviço. “A TV a cabo ganha com a banda larga, mas se não há certeza de recompensa pelo sucesso da banda larga, não se pode apostar nas empresas de cabo”, disse, alertando que hoje, o grande filão de crescimento está na venda de acesso, e não na venda de conteúdos. Moffett acredita que a TV por assinatura encontrará uma saída para esse desafio. “Em 2002 havia o medo das teles, havia o medo do satélite, havia medo de que o serviço de voz morresse, que os investimentos nas redes não fossem suficientes, que viria o vídeo pela Internet... todos estes riscos

Debate sobre Interatividade e iPad com presença de Tom Rogers (CEO da TiVo) e Evan Williams, CEO do Twitter.

milhão de iPads vendidos, esta já é a principal interface de consumo de vídeo depois da TV, pelo menos nos EUA. “Tudo o que está sendo feito em tecnologia está sendo pensado para ser conectado. Com certeza a TV a cabo será IP. Não estou falando sobre colocar o Twitter na TV, mas sim sobre ter uma plataforma integrada com a TV em que isso seja possível. Acho que o iPad mostra um caminho”, disse Evan Williams, fundador e CEO do Twitter. A megaoperadora Comcast foi a primeira a anunciar um aplicativo de integração que, via rede WiFi, conecta o iPad ao set-top e permite interação com o guia de programação, com a programação

preocupados com a pirataria, estúdios encurtam as janelas e apostam na oferta de conteúdos sob demanda. do DVR, comunicação instantânea com redes sociais e interatividade entre assinantes da operadora.

continuam aí, mas o mercado se mostrou resistente e cresceu”, disse. O fato é que as operadoras de cabo dos EUA estão, ao longo dos anos, perdendo clientes para o DTH, onde a DirecTV e a Dish são as principais concorrentes, e para as telcos. Bazinet, do Citibank, fez um duro alerta aos operadores: “Corro o risco de sair expulso daqui, mas vou dizer: os operadores de cabo estão perdendo assinantes, a Dish é hoje do tamanho da Time Warner Cable. Os operadores precisam ganhar assinantes básicos para crescer em novos serviços. Não adianta falar de interatividade se o atendimento ao consumidor é péssimo”, provocou o analista, explicando porque as operadoras não conseguem as valorizações que procuram no mercado de ações.

Críticas Visto sob o ângulo das inovações, o mercado de TV por assinatura nos EUA parece estar bem. Mas analistas finan– ceiros, que costumam fazer uma leitura mais cautelosa, são menos otimistas. Alguns desses analistas ponderam que a mudança de modelo trazida pela Internet, pela incerteza regulatória e pelo desempenho ruim do ponto de vista de qualidade de serviços e do crescimento de base ainda são problemas graves. Para Jason Bazinet, analista do Citibank, existe um grande risco, que é a quebra do modelo existente. Ele explica que a Internet foi arrasadora com modelos que não eram convenientes para o assinante, como o da música“As pessoas

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( audiência -TV paga)

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a sempre acirrada disputa pela atenção de crianças e adolescentes, o Disney XD destacou-se em abril. Nesse mês, o canal focado em meninos pré-adolescentes registrou alcance diário médio de 8,56% e tempo médio diário de audiência de 48 minutos, chegando ao quinto lugar do ranking de alcance dos canais pagos entre o público de quatro a 17 anos. No mês anterior, o canal havia registrado 7,55% de alcance diário médio e ocupado o sétimo lugar no mesmo ranking. Em abril, o Disney XD estreou o longa metragem original “Minutemen - Viajantes do Tempo” e a primeira temporada da série “As Aventuras de Merlin”, exibida também pelo canal HBO. Um outro canal do mesmo grupo ficou com o primeiro lugar do ranking entre o público

Foto: divulgação

Pelas barbas de Merlin

“As Aventuras de Merlin”, atração do Disney XD: alcance do canal aumentou em abril.

infantojuvenil. O Disney Channel registrou em abril 16,21% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora e dez minutos, seguido de Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Disney XD. No total, os canais pagos tiveram entre esse público alcance diário médio de 46,17%

e duas horas e 31 minutos de tempo médio diário de audiência (universo: 1.569.300 indivíduos). Entre o público a partir de 18 anos, o primeiro lugar do ranking, que fora ocupado pelo Multishow de janeiro a março, ficou com o TNT. Em abril, o canal de filmes registrou 10,21% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 28 minutos. Em seguida, aparecem SporTV, Multishow, Globo News e Fox. Os canais tiveram entre o público adulto alcance diário médio de 46,45% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 15 minutos (universo: 7.746.100 indivíduos). O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico

Alcance* e Tempo Médio Diário – abril 2010

Total canais pagos TNT SporTV Multishow Globo News Fox Warner Channel Universal Channel Discovery Cartoon Network Discovery Kids National Geographic Disney Channel SporTV 2 AXN GNT Telecine Pipoca A&E Megapix Telecine Premium Sony

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 46,45 3.598,04 02:15:49 10,21 790,77 00:28:59 9,94 770,06 00:40:26 9,09 703,85 00:18:38 8,80 681,40 00:27:04 7,69 595,44 00:25:36 7,52 582,15 00:31:36 6,91 535,12 00:33:52 6,88 532,80 00:21:40 6,77 524,43 00:39:18 6,47 501,43 00:56:15 6,34 491,41 00:16:59 6,05 468,69 00:32:09 6,01 465,23 00:19:51 5,66 438,66 00:22:26 5,43 420,43 00:18:03 5,41 418,79 00:29:17 4,45 344,53 00:15:03 4,42 342,71 00:21:59 4,30 332,75 00:21:50 4,21 326,28 00:18:32

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Disney XD Multishow Fox TNT SporTV Telecine Pipoca Warner Channel Discovery Universal Channel Boomerang SporTV 2 Globo News National Geographic Telecine Premium AXN Telecine Action

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 46,17 724,51 02:31:21 16,21 254,43 01:10:10 13,88 217,80 00:51:16 12,32 193,37 01:15:23 12,28 192,71 00:57:35 8,56 134,41 00:48:02 8,27 129,73 00:22:33 7,82 122,76 00:30:05 7,28 114,26 00:22:29 6,55 102,86 00:35:22 4,69 73,53 00:27:46 4,65 72,98 00:17:16 4,58 71,89 00:18:20 4,24 66,48 00:17:36 3,94 61,78 00:23:00 3,90 61,25 00:15:30 3,80 59,68 00:23:33 3,33 52,27 00:10:51 3,27 51,32 00:20:18 3,25 50,99 00:14:48 3,10 48,64 00:20:21

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.569.300 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Abril/2010

**Universo: 7.746.100 indivíduos

Acima de 18 anos**



(convergência)

Meio democrático Emissoras públicas e educativas encontraram na web uma maneira de facilitar o acesso do público ao conteúdo. Mais do que apoio à TV, as iniciativas online começam a ser encaradas como operações independentes, com linguagem própria.

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FOTO: marcelo kahn

e é missão das TVs públicas e educativas produzir conteúdo que contribua para o desenvolvimento do indivíduo, o ideal é democratizar o acesso e fazer com que a programação chegue ao maior número de interessados possível. Orientadas por essa premissa, emissoras com este perfil têm cada vez mais investido no desenvolvimento de plataformas na Internet. Em maio, foi a vez da TV Brasil estrear sua web TV. “Este era um desejo da EBC para democratizar o conteúdo da TV pública. Levar a programação para a web é um projeto mais amplo que a TV Internacional, é para brasileiros e não brasileiros. Assim também não perdemos o trem da tecnologia”, conta Rogério Brandão, superintendente de programação da

exceções. Brandão explica que foi preciso excluir o licenciamento internacional, cujos direitos para a web não foram adquiridos no contrato. “Não chega a 20% da grade”, observa. Neste caso, a programação na Internet é substituída por conteúdo de acervo, em sintonia com a grade da televisão: se é uma faixa infantil, o conteúdo da web TV também será direcionado às crianças. O próximo passo da web TV da TV Brasil, conta Brandão, é desenvolver ferramentas para disponibilizar conteúdo on-demand, inclusive material de acervo da TVE e TV Brasil. Outro assunto em pauta é a produção de conteúdo específico para a Internet, voltado especialmente para o público jovem e adulto. Segundo o

“Hoje o vídeo não deve mais ser pensado só como um vídeo. Já fazemos pensando em conteúdo expandido, que possa passar por todas as mídias, inclusive pela nossa revista” Érico Silveira, da TV Escola

TV Brasil. De acordo com um relatório da emissora, levando em conta o período de 6 a 20 de maio, a web TV recebeu 7.873 visitas sendo que 5.780 foram de visitantes únicos. Os acessos vieram de 469 cidades em todo o mundo. Em tempo de permanência no site, as cinco cidades que lideraram o ranking são Cuiabá (MT), Passo Fundo (RS), Tsukuba (Japão) e Freeport (Bahamas). Hoje, a web TV funciona em sistema de tempo real. O usuário encontra na Internet o mesmo conteúdo que está indo ao ar pela televisão, com algumas

Com o objetivo de ampliar as oportunidades de intercâmbio para o audiovisual latino-americano, a TAL – Televisión América Latina surgiu em 2003 como uma organização sem fins lucrativos, com a proposta de agregar na web conteúdo de emissoras e produtores independentes da América Latina e proporcionar a troca de produções entre os associados, todos canais públicos, culturais e educativos. Hoje, a TAL conta com mais de 700 programas no portfólio, com 500 programas já distribuídos a 25 canais. No Brasil, o conteúdo latinoamericano distribuído pela TAL já preencheu faixas de programação na TV Cultura, na TV Brasil e na TV Câmera. O conteúdo é cedido gratuitamente e também usado gratuitamente pelos canais. “É um modelo que tem dado certo e é sustentado por patrocínio”, explica Fernando Nogueira,

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diretor de operações e desenvolvimento da TAL. O internauta tem acesso grátis aos cerca de 300 programas disponíveis no site e os associados têm uma área especial, com dicas de como montar utilizar os programas. A TAL também tem investido na produção de conteúdo original. A primeira iniciativa neste setor é a série de documentários “LatinoAmericanos”, cuja proposta é produzir um documentário de 52 minutos sobre cada país da América Latina. Por enquanto, dez filmes já foram produzidos. A Petrobrás é patrocinadora na iniciativa. Segundo Nogueira, a TAL ainda desenvolve outros projetos de estímulo à produção independente e busca ampliar a rede de associados. Recentemente, fechou acordo com a rede de radiodifusores educativos e culturais do México, que representa 20 canais públicos no país. Negociou também com a rede de canais comunitários da Argentina.

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Integração latina

Making of do documentário “Os Paraguaios”, investida da TAL – Televisión América Latina na produção de conteúdo original.


Conteúdo expandido Outra emissora que trata a Internet como uma plataforma multimídia e não mais só como um suporte com material de apoio é a TV Escola, que em abril lançou sua web TV. Segundo Érico Silveira, coordenador do canal, o projeto demorou um pouco a sair por causa da aquisição dos direitos. A emissora trabalha com conteúdo de mais de 140 produtoras nacionais e internacionais e conseguiu autorização para migrar 90% dos programas da televisão para a web.

Programa de entrevista, produzido especialmente para o portal da Funtelpa, cuja proposta é integrar o conteúdo da rádio e TV Cultura do Pará.

FOTO: divulgação

superintendente de programação, existe a consciência que a operação web é outra operação, com vida própria. “Hoje temos algumas pessoas que cuidam especificamente da web, mas a programação e produção ainda é feita com o time de TV”, diz.

“É um material de bastante qualidade. São os melhores documentários e conteúdos da TV educativa no mundo”, ressalta Silveira. O portal foi desenvolvido no Ministério da Educação com o apoio da Rede Nacional de Pesquisa, projeto ligado ao MEC, e também faz parte de um projeto de ampliação do acesso das escolas à banda larga. Atualmente, 44.237 escolas da rede pública urbana têm acesso.

“Hoje, a gente tem mais de 800 programas educativos. O objetivo é cuidar de trazer tudo o que está na TV para a web e agregar os conteúdos expandidos, criados por nossos consultores, com dicas de uso pedagógico e de como usar o material”, observa Silveira. Os programas entram para o site após a exibição na televisão e ficam disponíveis na íntegra para consulta on-demand durante dois anos, o período de licenciamento do conteúdo para a televisão. Dependendo do grau de utilização do conteúdo e das recomendações dos professores, é possível relicenciá-lo. O acesso ao conteúdo é livre, o usuário deve fazer um cadastro no site. As informações servem para que a equipe da TV e do

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( convergência) real na TV e na Internet proporcionam outro tipo de público ao conteúdo produzido pela TV Cultura, com outro tipo de exigência. “Este público requer acompanhamento constante, tem que atualizar o tempo todo, twittar o tempo todo”, afirma Garcia. A TV Cultura também tem experimentado o desenvolvimento de conteúdos especificamente para a web, como o programa “Login”, destinado ao público jovem, que tem como característica a participação do público por meio da Internet e vai ao ar de segunda à sexta às 19h. Às 20h, entra no ar ao vivo, exclusivamente para a Internet, o “YouLog”, com a mesma apresentadora. Recentemente, um projeto criado especificamente para web deu origem a uma série de programetes ainda em desenvolvimento para o público infantojuvenil. A FPA desenvolveu um projeto para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os presidentes do Brasil. “A FOTO: marcelo kahn

site possa conhecer melhor o público, saber de onde ele vem e direcionar melhor as ações. No mês de abril foram aproximadamente 51 mil acessos. Em maio, foram mais de 67 mil. No primeiro mês de operação, 5.889 usuários se cadastraram para assistir aos vídeos. Destes, 1.649 são professores e 877 alunos. Foram 23.242 exibições de 885 títulos diferentes. Para Silveira, ainda é um pouco cedo para avaliações, mas os comentários no site têm sido bastante positivos. A equipe já planeja evoluções no portal, como um sistema avançado de busca de conteúdo e uma ferramenta para o professor montar seu próprio canal. O coordenador destaca que a criação da web TV não apresenta um problema de competição entre plataformas. “Hoje o vídeo não deve mais ser pensado só como um vídeo. Todo o vídeo deve nascer com um viés educativo. Já fazemos pensando em conteúdo expandido, que possa passar por todas as mídias, inclusive pela nossa revista”, observa Silveira. Na TV Cultura, que já vem utilizando a web de forma diferenciada há algum tempo, com transmissão de programas ao vivo, por exemplo, a ordem é que nenhum projeto nasça voltado exclusivamente para uma mídia, enfatiza Mauro Garcia, diretor de projetos especiais da Fundação Padre Anchieta. “O que a gente tem desenvolvido é o pensamento e produtos audiovisuais para diferentes mídias. Não queremos fazer a transposição do que passou na televisão para a Internet”, explica. Garcia observa que com esta nova postura, os processos produtivos dentro da emissora sofrem alterações. “Esta é quase uma batalha interna. É uma nova alfabetização. Quem trabalha com televisão entende que o produto principal é o televisivo. As novas linguagens exigem capacitação, novos quadros de pessoal e incentivo a cursos de especialização”. A exibição de conteúdo on-demand e programas em tempo

Cultura Brasil Em abril, a Fundação Padre Anchieta lançou o Cultura Brasil, um portal de música brasileira com conteúdo da rádio e da TV Cultura. Ricardo Tacioli, editor do portal, explica que, hoje, 95% do conteúdo vem da rádio, mas a ideia é fazer mais uso do acervo da TV. “A proposta é ampliar o uso do acervo sonoro, audiovisual e iconográfico da fundação, articulando com os assuntos do dia-a-dia”, conta. Segundo o editor, não existe uma meta de integração do material da TV no site. O conteúdo entra de acordo com as necessidades editoriais. Tacioli destaca que com a nova proposta do site, o sistema de produção na Rádio Cultura mudou. “Antes nosso foco era o conteúdo exclusivamente sonoro. Agora, além do áudio nos preocupamos com foto, texto e elaboração de um conteúdo relacionado. Quando temos entrevista, por exemplo, é outra dinâmica: a gente pede fotógrafo da fundação, grava vídeos e às vezes produz algum material exclusivo para o site”.

“O que a gente tem desenvolvido é o pensamento e produtos audiovisuais para diferentes mídias. Não queremos fazer a transposição do que passou na televisão para a Internet” Mauro Garcia, da Fundação Padre Anchieta

pesquisa nos trouxe um material interessante, é uma tremenda aula de história”, conta Garcia. A atração deve ir ao ar antes das eleições de outubro na TV Rá Tim Bum e TV Cultura. Regional As emissoras públicas regionais também apostam no potencial da Internet para levar o conteúdo a espectadores distantes. A Funtelpa (Fundação de Telecomunicações do Pará), mantenedora da rádio e TV Cultura do Pará, reformulou em fevereiro de 2009 o seu portal e transmite todo o conteúdo do rádio e da televisão ao vivo e em tempo real. “O portal não tinha cara de veículo de comunicação. Ele era um suporte”, conta Marcos Urupá, diretor de comunicação integrada da Funtelpa. Segundo ele, com as mudanças, a audiência cresceu muito, saltando de 200 para 1,5 mil usuários únicos por dia. Segundo Urupá, cerca de 80% das atrações da televisão também estão disponíveis on-demand e há programas audiovisuais criados especificamente para a web, como as seções “Criação”, sobre o processo criativo de artistas, “Entrevistas” e “Eventos”. A Funtelpa ainda pretende usar a web para estreitar o diálogo entre a programação da rádio e da TV. Para a Copa, a fundação criou o programa “Papo de Copa”, com uma hora de transmissão de áudio durante os 30 dias da competição, com a produção de vídeo sobre os bastidores da atração. A ideia também é produzir futuramente uma revista semanal exclusiva do portal. Ana Carolina Barbosa

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( internacional )

Ana Martinelli, de Cannes

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Expansão internacional

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om incentivo do programa Cinema do Brasil, produtores brasileiros estiveram mais uma vez presentes ao Marché Du Film, mercado de filmes que acontece paralelamente ao Festival de Cannes. O clima do mercado não andava muito otimista, reflexo da crise econômica cujos efeitos ainda se sentem nos Estados Unidos e na Europa. Porém a diminuição da participação das majors norteamericanas pode significar também oportunidade de mais espaço de outros países. A América Latina cresceu 12% nesta edição, inclusive com a primeira representação da República Dominicana. Um dos destaques do evento foi a Argentina, assim como as gigantes e cada vez mais endinheiradas China e Dubai. É cedo para dizer se o Brasil cresceu em participação e volume de negócios de 2009 para este ano. De acordo com o Cinema do Brasil, desde a criação do programa, em 2006, até julho de 2009, o montante de negócios entre Brasil e outros países já ultrapassa a cifra de R$ 64 milhões com a venda de 239 produtos audiovisuais. Nestes anos, nossos maiores parceiros e compradores são Alemanha, França, Canadá e Espanha.

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País amplia sua participação no Marché du Film, impulsionado por programas públicos e acordos de coprodução, como o renovado texto entre Brasil e França.

Em primeiro plano Para começar com o pé direito, pelo terceiro ano como país integrante da Producer’s Network, no primeiro dia do encontro (13 de maio) o País foi tema do Spotlight. Durante a apresentação, cinco produtoras e seus projetos foram citadas nominalmente, a Dezenove Som e Imagem, Conspiração, Urca Filmes, Bossa Nova

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Films e a Schurmann Company. Em seu segundo ano em Cannes, Leonardo Edde da Urca Filmes, contou que a experiência foi ótima e que a divulgação refletiu-se especialmente na qualidade do retorno das produtoras com as quais deseja parcerias em seus projetos e também na ampliação do network. Os produtores ouvidos por TELA VIVA concordam que a presença no Marché Du Film é importante para a manutenção de projetos em andamento e para conhecer outros produtores do mundo, mais do que fazer negócios. “É preciso conhecer pessoal– mente, olhar no olho. Os negócios e os trâmites são feitos em outro momento”, afirma Edde. Outra janela importante é o Market Screening. “Ainda que o seu filme não seja tão fácil de vender, vale a pena marcar sua presença com um produto finalizado para ter o que mostrar quando se buscam parceiros para projetos em desenvolvimento”, completa o produtor,

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Coprodutores do Brasil e EUA de “Rio Eu Te Amo”: da esquerda para a direita Lincoln Phipps (programs director da Americas Film Conservancy), Denise Gomes ( diretora executiva e sócia da BossaNovaFilms), Paula Cosenza (produtora executiva da BossaNovaFilms), Oliver Kwon (diretor executivo da Americas Film Conservancy) e Paula Trabulsi (diretora e sócia da BossaNovaFilms).

que participou da exibição para o mercado com dois documentários: “Tamboro”, de Sérgio Bernardes, e “Arquitetos do Poder”, de Alessandra Aldé. Os compradores internacionais puderam assistir onze filmes brasileiros nesta edição do Marché, dos quais apenas três foram lançados comercialmente no país: “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck (Cineluz), “Lula, O Filho do Brasil”, de Fábio Barreto (LC Barreto), e “Bezerra de Menezes: O Diário de Um Espírito”, de Glauber Filho (Elo Company).


Na programação oficial do 63º Festival de Cannes brilharam “O Estranho Caso de Angélica”, do centenário cineasta português Manoel de Oliveira, coprodução da brasileira Filmes da Mostra Brasil com Portugal, Espanha e França. O longa fez sua première na abertura da mostra Un Certain Regard. Disponível para aquisição, foi exaltado na cerimônia de encerramento pela presidente do júri, a cineasta francesa Claire Denis. Muito elogiado pela crítica internacional, o longa-metragem coletivo “5 x Favela – Agora por Nós Mesmos”, produzido por Carlos Diegues e Renata Almeida Magalhães (Luz Mágica Produções), fez sua estreia como convidado Hors Competition. A repercussão foi comemorada pela RioFilme, distribuidora da película em território nacional (com previsão de chegar ao circuito comercial em agosto). “Com esta janela privilegiada, esperamos alcançar bons resultados de venda no mercado internacional”, afirma Sergio Sá Leitão, CEO da RioFilme. No exterior, a venda é negociada pela Elle Driver. A visibilidade já rendeu ao filme convites para outros festivais internacionais. O drama “Alegria”, de Felipe Bragança e Marina Méliande (Rio Film Comission), participou da Quinzena de Realizadores. E na competição pela Palma de Melhor Curta-Metragem o Brasil foi selecionado com “Estação”, primeiro curta de Márcia Faria (Gullane). Outras duas diretoras estreantes participaram do Short Film Corner, Bárbara Sturm, com “O Sussuro”, e Tuca Paoli com “Amadores”. O que vem por aí Algumas novidades foram anunciadas durante o próprio evento. “Rio, Eu Te Amo”, coprodução da Premium Entertainment Group com Oz Produções, Limite Produções e Bossa Nova Films, terá três diretores norte-americanos e três brasileiros. Paula Cosenza, diretora de desenvolvimento e produtora executiva

da Bossa Nova Films, revelou que o desenvolvimento. O projeto será a primeiro diretor fechado para dirigir um estreia da diretora Caroline Leone, dos episódios será o mexicano Guillermo montadora de “Os Famosos e os Arriaga, roteirista de “Babel”, que Duendes da Morte”. O filme será recentemente dirigiu seu primeiro longa, bilíngue: português e espanhol. A “Vidas Que Se Cruzam”. produtora busca coprodução com a Outra coprodução da Bossa Nova com a Argentina e Europa. Record Entretenimento, a Mojo Pictures O Funcine Virtù-Schurmann (EUA) e a Revolution Film (Reino Unido), o Cinema assinou um contrato com a documentário “Tropicália” fechou acordo Salt, investidora e distribuidora com o Americas Film Conservancy. O inglesa. Fundado no final de 2009, é o instituto custeará parte do restauro do primeiro fundo de investimento entre material de arquivo. Com direção de uma gestora e uma produtora de Marcelo Machado, as filmagens estão conteúdo. A parceria tem como previstas para começar em julho, com a objetivo facilitar o acesso a parceiros performance de Tom Zé, Mutantes e internacionais de produção, Gilberto Gil num show que celebrará a profissionais e distribuição. tropicália em Londres. O primeiro longa financiado pelo Em negociação com coprodutores norteVirtù-Schurmann tem filmagens americanos, a produtora começa a previstas para 2011. O fundo receberá trabalhar na captação de “Brazilian Model”, projetos para avaliação até o final projeto em desenvolvimento de seu primeiro deste ano. A expectativa é investir em longa-metragem de ficção. cinco ou seis projetos nos próximos Logo após o final do Festival de dois anos. David Schurmann diz que Cannes, Paula Cosenza partiu para espera uma produção diversificada Portugal, onde será mixado o para construir a carteira de produtos. documentário “O Samba A Urca Filmes Que Mora em Mim”, de negocia coprodução com europa e eua internacional com Geórgia Guerra-Peixe. O ainda sofrendo Portugal e Alemanha filme é uma coprodução da os efeitos da Bossa Nova com a para dois projetos em portuguesa Filmes do Tejo. crise, a américa desenvolvimento de A Dezenove Som e latina cresceu ficção com roteiro e Imagens fechou acordos de da casa. 12% no mercado direção coproduções internacionais Segundo Leonardo Edde, de cannes. para dois novos projetos de “Caldo de Cana” é um longas-metragens. projeto mais arthouse “Girimunho”, de Clarissa Campolina e previsto para 2011. O thriller com Helvécio Marins Jr., será uma coprodução direção de Renato Martins tem duas entre Brasil, Espanha e Alemanha e tem produtoras alemãs interessadas. filmagens previstas para junho. “Verônica”, Vencedor do Ibermedia de desenvol– o segundo longa de ficção de Marcelo vimento em 2009, “Caldo de Cana” já Gomes (“Cinema, Aspirinas e Urubus”), será tem parceiros nacionais, mas buscará coproduzido com a UMedia, produtora viabilizar a produção via capitalização francesa cujo catálogo tem cerca de 120 internacional. Já para a comédia longas-metragens de todo o mundo. As “Happy Hour”, Edde acredita haver filmagens começam em outubro de 2010. potencial mais comercial e visa mais o No mês de maio acabaram as filmagens público nacional. A direção será de de “Trabalhar Cansa”, primeiro longa de Eduardo Albergaria. Marco Dutra e Juliana Rojas. A produtora Em 2010, a Urca trouxe para Sara Silveira disse que espera voltar ao Cannes o documentário em finalização festival em 2011 com o filme concluído. “Carta Para o Futuro”, de Renato No Festival de Cannes, a Dezenove foi Martins e Lula Carvalho. Ainda com para participar do Pavillion Du Monde, uma uma semana prevista de filmagens em importante janela para projetos em Cuba, o produtor espera repetir a

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( internacional) estratégia de “Tamboro” e lançá-lo este ano no Festival do Rio. A ficção-científica “Área Q”, dirigida por Gerson Sanginitto e estrelada por Isaiah Washington, Murilo Rosa e Tânia Khalil, está em finalização. Filmada 70% no Ceará e 30% em Los Angeles, é a primeira produção que aborda ufologia no cinema nacional e uma coprodução da AJC Entretenimento, Estação Luz Filmes e Boa Vontade Filmes com a Reef Pictures (EUA) e apoio da Panavision. Os produtores trouxeram um teaser para viabilizar sua finalização através de coproduções ou pré-vendas. O primeiro corte está previsto para novembro e o lançamento para 2011. FOTO: marcelo kahn

“Mudanças no acordo Brasil-França darão mais dinâmica e ajudarão na captação de recursos”. Manoel Rangel, da Ancine

A Film Comission carioca anunciou em Cannes que as negociações com a produção do quarto filme do sucesso internacional “Twilight” estão bem avançadas para que uma parte das filmagens ocorra na cidade. Outra produção norte-americana, “Fast and Furious 5”, da franquia de ação “Velozes e Furiosos”, está confirmada. As duas devem ocorrer em 2011. Sobre a possibilidade de Woody Allen filmar no Rio de Janeiro, nos moldes do que fez na Espanha com “Vicky Cristina Barcelona”, apesar das notícias de que o projeto teria sido cancelado, Sá Leitão afirma que “as conversas ainda estão bem no começo, mas faremos todo o esforço para que se concretize”. Os brasileiros também aproveitam o momento do encontro para fechar acordos nacionais. Ao lado da Paris Filmes, a RioFilme fechou a distribuição do filme “The Great Game”, da Conspiração em coprodução com Portugal e Canadá.

Début Pela primeira vez participando efetivamente do mercado, o diretorpresidente da RioFilme, Sergio Sá Leitão, mostrou-se bastante otimista em relação ao trabalho de reformulação do perfil da instituição, cujo objetivo é atuar com outras distribuidoras nacionais e internacionais e expandir o alcance de seus produtos audiovisuais. “Este ano viemos com uma carteira de filmes variada, como queríamos, com filmes comerciais, de arte, documentários, para venda e em desenvolvimento. Os resultados já começam a aparecer”. A grande estrela da carteira, nesta edição, é o longa gay “Do Começo Ao Fim”, de Aluizio Abranches (Downtown Filmes). Em parceria com a Wide Management, sales agent, o filme já foi licenciado para os Estados Unidos, Inglaterra, Franca, Bélgica, Itália, Polônia, os países escandinavos e Taiwan. “A nossa expectativa é que o total das vendas internacionais do filme chegue perto de R$ 200 mil”, revela Adrien Muselet, diretor comercial. Na França, o filme estreou em 12 de maio com o título “Jamais Sans Toi”.

Novo acordo O Brasil e a França são parceiros e coproduzem filmes há muitas décadas. No dia 18 de maio, durante a assinatura do novo acordo de cooperação para a produção cinematográfica entre os dois países, em Cannes, Verónique Cayla, presidente do CNC (Le Centre National de La Cinematographie), e Manoel Rangel, presidente da Ancine, recordaram a importância do primeiro acordo, que data de 1969, e comemoram a rapidez com que a atualização do texto tramitou, em caráter de urgência, por conta da demanda e interesse dos produtores e distribuidores franceses e brasileiros. Um dos pontos mais relevantes do novo documento trata da participação minoritária do coprodutor. No antigo documento constava que a cota mínima de participação era de 30%. O novo prevê cota de 20%, com possibilidade de redução para

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10% e divisão de receitas proporcionais. Isso amplia a possibilidade de realização de coproduções, mesmo quando uma das partes é minoritária no projeto. A participação de mão-deobra especializada também deve manter a mesma proporção e segue os mesmos critérios de relevância artística para o projeto, porém com uma modificação: “profissionais oriundos do Mercosul podem ser contabilizados como talentos do Brasil”, revelou Manoel Rangel, em entrevista exclusiva a TELA VIVA. Outra mudança importante diz respeito à comercialização do filme, que não estará mais amarrada ao país de origem. O que isto significa? O fato de o projeto ter um coprodutor na França não necessariamente lhe dá o direito de venda ao mercado francês, por exemplo, que contempla França, Suíça, Bélgica, Argélia, Tunísia e Marrocos. O direito aos mercados de comercialização e as prioridades de acesso a eles deve ser negociado e determinado em cada projeto entre as partes, conforme a estratégia conjunta de distribuição internacional. “Estas mudanças visam dar maior flexibilidade ao projeto e dinâmica na hora de negociar a parte de cada um dos produtores, assim como facilitar a captação de recursos”, ressalta Rangel. O novo acordo entrou em vigor a partir da assinatura, e para estimular o crescimento das coproduções entre os países a Ancine está preparando uma programação para 2010. Para esclarecer eventuais dúvidas sobre parcerias, a Ancine prepara uma instrução normativa com os parâmetros básicos para a realização de coprodução artística e comercial. “Todo o movimento é dirigido à internacionalização do produto audiovisual brasileiro”, afirma Rangel. O presidente da Ancine mostra-se bastante otimista e diz que o crescimento do nosso cinema no exterior evolui dentro das expectativas da agência. Lembra também que ano passado foram assinados acordos com a Índia e Israel, e há negociações com a China e a Rússia.



( making of )

Lizandra de Almeida

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Torcida flashmob anterior ao show”, explica Renato Jabuca, um dos diretores da equipe de três que orquestrou as gravações. “Antes disso, porém, tínhamos feito umas cinco visitas técnicas para definir o posicionamento das câmeras. Usamos baldes vermelhos com lâmpadas dentro como pontos de tracking espalhados por todo o estádio.” Três diretores e mais de dez câmeras foram usadas no dia. No helicóptero que capta as palavras formadas pelos celulares acesos dos participantes havia uma câmera 35 mm. Três câmeras Red HD e outras seis Canon 5D Mark II estavam espalhadas por pontos estratégicos do estádio e pelas imediações, para captar a chegada dos convidados. Também foi usada uma câmera fotográfica Nikon, para captar imagens em time lapse. Uma grua Scorpio23 também foi usada no meio da multidão, que ocupou as arquibancadas e também o campo. A trilha sonora, inspirada na banda inglesa Coldplay, ganhou uma percussão bem brasileira. Sem narração ou diálogos, o filme é baseado na vibração da torcida, que forma as palavras como força e Brasil e imagens da bandeira com os celulares acesos.

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m filme de incentivo à Seleção Brasileira, feito a partir da mobilização pela Internet e para veiculação na Internet. Essa foi a ideia proposta pela equipe da Volcano Hotmind à operadora de telefonia celular Vivo, patrocinadora oficial da Seleção Brasileira até 2015, e passou a integrar uma ação maior ligada à Copa do Mundo chamada “Eu vivo a seleção”. Criado e concebido pelo coletivo da Volcano, o projeto pretende mostrar que “mais do que um patrocinador, a Vivo é, assim como todos os brasileiros, um grande torcedor”, comenta o diretor de criação Luiz Tastaldi. “Ficamos muito felizes por realizar essa proposta de advertainment para a Vivo, afinal, esta é a nossa especialidade”, afirma o sócio e diretor de cena Giancarlo Barone. Para realizar o filme, a produtora propôs a realização de um show no Maracanã, no Rio de Janeiro, com os clientes. Lá, as pessoas formariam palavras de incentivo à seleção com a luz de seus celulares. No dia 19 de maio, cerca de 42 mil pessoas se reuniram no estádio e participaram do filme, que começou a ser exibido no hotsite da operadora de celular no dia 3 de junho (www.euvivoaselecao. com.br/MaracaEuFui/). Os clientes da Vivo foram avisados por mensagens em seus celulares e pelas redes sociais do show, com a participação de Monobloco, Marcelo D2, Seu Jorge, Fernanda Abreu e outros convidados. Os ingressos eram gratuitos e os clientes só precisavam levar o celular e usar roupas nas cores verde e amarelo. Toda a produção do evento foi feita em função da gravação, que

ficha técnica

Gravação levou mais de 40 mil pessoas ao Maracanã para ver os shows ao vivo.

contou com uma equipe de mais de 150 pessoas. “Fizemos duas diárias no Maracanã. A primeira foi técnica, com cerca de 600 figurantes, no dia

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Cliente Vivo Produto Institucional Produtora Volcano Hotmind Criação Luiz Tastaldi Direção Luiz Evandro, Giancarlo Barone e Renato Jabuka Dir. de fotografia JR Junior Pós-produção Tribbo Post e e finalização Volcano Hotmind Montagem Talles Martins Trilha A9 Áudio


Cidade sob medida

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ara o lançamento no novo Fiat Uno, a Paranoid BR construiu uma verdadeira cidade no melhor estilo faça-você-mesmo. As pessoas vão chegando em seus Unos carregados e dali tiram o material necessário para montar uma cidade colorida. “Nosso grande desafio era que tudo tinha de ser gigante. Não eram maquetes, tudo precisava ter uma proporção real”, diz o diretor Denis Cisma. A ideia era que as pessoas montassem a cidade de uma maneira divertida, que não fosse trabalhosa, e que isso representasse as possibilidades de customização do carro, para o qual se pode escolher adesivos e acessórios que dão a cara do proprietário ao veículo. “Primeiro, precisamos encontrar um galpão, sem colunas, onde pudéssemos construir a cidade.” O local escolhido foi um centro de eventos na Rodovia dos Imigrantes, com mais de 10 mil m2. “Tinha gente na equipe que se deslocava pelo estúdio de skate”, conta Denis. Devido a esse gigantismo, cada cena exigiu soluções criativas específicas. Uma jardineira de flores sai de dentro de uma mala, um giragira articulado é armado com um puxão só, a casa se ergue esticada por cordas. Outra casa é carregada por um grupo de pessoas e só se vê os pés delas. “Primeiro pensamos em fazer essa casa de papel, mas não ficou legal porque vibrava demais. Resolvemos então fazer de madeira e aí, em vez de usar os figurantes e atores, tivemos que colocar o pessoal da pesada para carregar”, conta. No total, cerca de 60 pessoas participaram, entre figurantes e atores. “Trabalhamos com quatro câmeras gravando simultaneamente, num clima de flagrantes. As pessoas nem sabiam que estávamos filmando.” A maior parte das cenas foi feita a partir dessas traquitanas,

Maior parte dos efeitos foi feita com traquitanas, com alguns complementos em 3D adicionados depois.

mas em alguns casos foi preciso recorrer à computação gráfica. É o caso, por exemplo, da casa inflável, que surge do nada. “A casa foi feita em 3D, mas a rampinha lateral, por onde descem as crianças, é real”, explica o diretor. Alguns detalhes decorativos também foram acrescentados na pós-produção, como a fachada da casa que é erguida por cordas. No final, os atores erguem uma lona gigante que representa um céu azul sobre a cidade. A lona era real, mas o céu foi aplicado na pós-produção. “Criamos tantas traquitanas que as cenas nem couberam em um minuto.” A iluminação foi outro grande desafio da equipe de produção. Toda a luz do espaço foi substituída por boxes de luz construídos no galpão. “Precisávamos ter esse clima de luz do dia e até cogitamos

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filmar ao ar livre, mas a chuva não parava”, comenta o diretor. “Acho que o grande mérito do filme foi termos conseguido dar um tom de brincadeira sem ser infantil ou bobo. A ideia era mostrar que o carro é feito para todos os públicos e conseguimos isso sem perder a originalidade”, avalia. ficha técnica Cliente Fiat Automóveis Produto Novo Uno Agência Leo Burnett Direção de criação Ruy Lindenberg Criação André Kirkelis e Carlos Schleder Produtora Paranoid BR Direção Carlos Manga Jr. e Denis Cisma Fotografia Lito Montagem Alex Lacerda Produtora de som SaxSoFunny Pós-produção Casablanca


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L.B. Persona

Longa-metragem que mistura documentário e ficção marca a retomada das atividades de produção da Cinematográfica Vera Cruz.

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FOTOs: divulgação

m longa-metragem com estreia prevista para 2011 marca a volta da Cinematográfica Vera Cruz à produção após 33 anos. “L.B. Persona” é uma mistura de documentário e ficção coproduzido pela Digital Filmes & Toons e tem como proposta promover um encontro entre produtores, diretores e técnicos envolvidos na produção de “O Cangaceiro”. Produzido pela Vera Cruz em 1953, este foi o primeiro filme brasileiro a ganhar um prêmio no Festival de Cannes, na categoria filme de ação. Além da linguagem documental, com o depoimento dos profissionais que trabalharam em “O Cangaceiro”, “L.B. Persona” traz um contraponto ficcional, com o ator Milton Levy interpretando o diretor do filme, Lima Barreto, e sua persona, que comenta suas atitudes. Sérgio Martinelli, produtor executivo do filme, conta que o projeto do longa-metragem, apresentado por Galileu Garcia, que foi o primeiro assistente de direção de Barreto em “O Cangaceiro”, era o que faltava para que a Vera Cruz retomasse suas atividades de produção, interrompidas em 1977, após o lançamento de “Paixão e Sombras”, de Walter Hugo Khouri. A Cinematográfica Vera Cruz foi fundada em dezembro de 1949. Até 1977, a produtora realizou 40 longas-metragens e documentários, com títulos de sucesso como “Tico Tico no Fubá”, “Caiçara” e “Sinha Moça”, Nos últimos anos, a Vera Cruz dedicou-se à distribuição e à recuperação de seu acervo, com algumas iniciativas para preservar

Orçada em R$ 800 mil, produção foi financiada com recursos do Proac e da Lei do Audiovisual.

sua memória, como exposições e Femsa e a Viação Cometa. Os lançamento do CD-rom R$ 350 mil restantes ainda devem “Vera Cruz – Imagens e História do ser captados pelo Artigo 1º da Cinema Brasileiro” e do livro “Vera Cruz Lei do Audiovisual. e Seus Filmes”, de autoria de Martinelli, que esteve ligado à empresa desde o Primeiro de muitos trabalho com Khouri, em “Paixão e Segundo Martinelli, as filmagens Sombras”. Havia, no entanto, o desejo de foram “emocionantes”, com a retomar os trabalhos de produção. reunião dos profissionais ainda vivos Quando surgiu o projeto de Galileu de “O Cangaceiro”, incluindo equipe Garcia, o produtor técnica e elenco, A Cinematográfica entre eles a atriz colocou a infraestrutura de Vera Cruz e a Digital Vanja Orico, que produção da Digital durante o Films & Toons Films & Toon à depoimento canta continuarão a disposição. “Olê Muié coproduzir filmes. Rendeira”, música O filme, orçado em O próximo será uma que intrepretou na R$ 800 mil, começou a comédia inspirada em produção de 1953. ser rodado em março de 2010. No ano Foram três diárias “Proibido Beijar”. passado, os produtores nos Estúdios conseguiram parte dos recursos (R$ 450 Quanta para os depoimentos e mil) pelo Proac (Programa de Ação filmagens em locações para a Cultural), mecanismo de incentivo fiscal da dramatização de momentos da vida Secretaria de Estado de Cultura de São de Lima Barreto, como as caricaturas Paulo, tendo como patrocinadores a que ele fazia de transeuntes na

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esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, no centro de São Paulo. O filme ainda utiliza material visual do acervo da Vera Cruz e aborda a produção cinematográfica da década de 50. Atualmente o filme está em edição de som para o primeiro corte. A ideia é finalizá-lo ainda neste ano e fazer uma avant-premiere para convidados. “Acredito que conseguiremos lançar em março do ano que vem”, diz Martinelli, que ainda busca uma distribuidora. A parceria entre a Vera Cruz e a Digital Films & Toons deve render novos frutos. “Este filme é o primeiro de muitos”, avisa Martinelli. Um novo projeto começa a ganhar formas: já está em roteirização uma comédia baseada no longa-metragem “Proibido Beijar”, que a Vera Cruz lançou em 1954. ana carolina barbosa

Sinopse: Mistura de realidade e ficção sobre a produção de “O Cangaceiro”, longa-metragem brasileiro da Cinematográfica Vera Cruz lançado em 1953. Foi o primeiro filme a ganhar prêmio em Cannes na categoria de melhor filme de aventura. A produção traz depoimentos de profissionais envolvidos no filme e dramatização da vida de Lima Barreto, diretor do longametragem.

L.B. Persona Formato Produtora Coprodutoras Direção Produtor Produtor executivo

Longa-metragem Cinematográfica Vera Cruz Digital Films & Toons e Alexa Films Galileu Garcia Fred Khouri Sérgio Martinelli


Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

3D ready Para produção ao vivo, o Kahuna pode ser alimentado com as fontes que formam o vídeo estéreo em uma única entrada. A plataforma de switcher de produção da Snell ganhou ainda uma nova versão, a Kahuna 360. A nova plataforma abandona o sistema FOTOS: divulgação

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3D foi a grande atração do NABshow 2010, que aconteceu em abril em Las Vegas. Com as primeiras câmeras sendo disponibilizadas comercialmente, fabricantes dos equipamentos de produção, pós-produção, tráfego e armazenamento de conteúdo acompanharam e mostraram suas soluções para vídeo estereoscópico. A Snell anunciou durante o evento que os sistemas da empresa já estão preparados para o conteúdo em 3D. Entre os produtos já preparados para 3D estão o conversor de formato e definição Alchemist Ph.C HD, o switcher Kahuna, as soluções de controle e monitoração RollCall, e o sistema de automação Morpheus.

tradicional que conta com número fixo de M/Es e formatos, permitindo até 16 combinações criativas dos elementos do switcher, incluindo efeitos, transições, logos etc. A tecnologia proprietária Format Fusion permite que a plataforma suporte qualquer combinação de conteúdo SD, HD e 1080p, tanto nas entradas quanto na saída. Desta forma, é possível fazer qualquer tipo de conversão de formato no próprio switcher, eliminando a necessidade de equipamentos adicionais e agilizando o processo de produção. O Kahuna 360 também suporta conteúdo 3D. O switcher Kahuna agora suporta conteúdo 3D.

Família renovada

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Harris anunciou no NABshow 2010 novidades ambientes baseado em arquivos. na linha Nexio de servidores. O novo Nexio Além do novo modelo, a Harris anunciou Volt integrated mostra que a miniaturização melhorias na plataforma. Tanto o Nexio AMP quanto chegou aos servidores de vídeo. O equipamento é um o Nexio Volt agora contam com a possibilidade de ter servidor com as unidades de armazenamento os canais de entrada e saída configuráveis por embutidas, fazendo com que o equipamento seja mais software. Com isso, é possível licenciar o equipamento acessível e compacto. Assim como o modelo Nexio conforme a necessidade. É possível comprar um Volt SAN (sem armazenamento integrado), servidor com um número determinado de portas e apresentado em 2009, o novo modelo oferece suporte que trabalha com apenas uma resolução fixa, e a até quatro canais mixados de conteúdo SD/HD ou mudar esta configuração através da compra uma apenas SD, ocupando uma unidade de rack. licença adicional. È possível licenciar de dois canais O equipamento conta com armazenamento SD a até quatro canais SD/HD. O hardware é sempre Raid-3 de 1 TB e vem com o aplicativo de exibição fornecido de forma completa. Nexio Playlist, além do Nexio Remote, aplicativo para ingestão, playout e gerenciamento de conteúdo. Um aplicativo FTP também acompanha o produto, Servidores Nexio Volt contam com a possibilidade de ter os canais dando suporte a de entrada e saída configuráveis por software.

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