Revista Tela Viva 181 - Abril 2008

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 17_#181_abr2008

amém

Discretamente, pastor R.R. Soares monta rede de comunicação que inclui DTH, TV aberta e programas espalhados em diversas emissoras nacionais.

ENTREVISTA CEO da Net Serviços fala sobre a concorrência e ataca as cotas na TV

PRODUÇÃO TV digital ainda não impulsionou a infra-estrutura para a alta definição



Foto: marcelo kahn

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ELA VIVA participou em meados de abril, do MipTV, principal evento mundial de programação para televisão, que acontece anualmente em Cannes, na França (na verdade, semestralmente, pois o Mipcom, em outubro, é virtualmente o mesmo evento). É o local onde, além de ter a oportunidade de assistir a palestras de alguns dos grandes nomes da mídia mundial, inclusive das novas mídias, as empresas se encontram para comprar e vender programas, e para negociar projetos de co-produção. Nos quilômetros de estandes exibindo os últimos lançamentos em documentários, novelas, animações, séries etc, o que se via era mais do mesmo. Toneladas de produções lutando pelo pequeno espaço deixado pelos grandes estúdios norte-americanos, que ainda dominam o mercado mundial. Um produtor/distribuidor experiente calculou que apenas 20% de toda a produção fora das majors encontra um “outlet”, um canal de exibição digno deste nome. Nos debates, as novas mídias (dá para chamar de novas ainda?) dominaram o temário. Todos querem saber como transformar toda esta tecnologia de celular e banda larga em receita para quem produz audiovisual. Ninguém descobriu ainda, sem falar na ducha gelada que foi o Joost, a grande novidade do ano passado, que vem naufragando por problemas técnicos e de conteúdo. A verdade é que a teoria da Cauda Longa funciona bem apenas para quem agrega conteúdo de terceiros para oferecer ao usuário, ganhando pouco em cima dos conteúdos de nicho, mas faturando bem em cima do volume total de vendas. Para o produtor, que tem em geral poucos títulos em catálogo para conseguir uma boa receita, a esperança ainda é emplacar um programa na mídia tradicional. O que parece sim funcionar cada vez mais é o mercado de idéias, ou formatos. A venda de scripts e “bíblias” de programas de sucesso para serem produzidos localmente é uma tendência que cresce ano a ano. Produções locais, como novelas coreanas e alemãs, fazem sucesso em seus países de origem e em seus vizinhos. Para não falar em sucessos globais como “Betty, a Feia”, novela colombiana que virou até sitcom nos EUA. A Televisa, gigante mexicana do broadcast, por exemplo, anunciou no MipTV sua parceria com a francesa JLA, que produzirá seus dramalhões na Europa, com atores franceses e texto adaptado aos costumes locais. É uma forma que a Televisa encontrou de ter participação direta no mercado internacional, inclusive na divisão da publicidade. A Globo, maior broadcaster e maior exportador brasileiro de conteúdos, ainda não embarcou neste modelo e apresentou no MipTV seu cardápio de novelas e séries prontas. Mas não deve demorar para a emissora do Jardim Botânico aderir a esta grande tendência de exportar não a “lata de filme”, mas o que ela tem de mais valioso: seus textos e o know-how da produção.

capa: Carlos fernandes/gilmar

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(índice )

( cartas) Liberdade de escolha Por que não existe liberdade de escolha para os canais de TV paga? Nos impõem pacotes em que a maioria dos canais não interessa aos consumidores. Lembramos que os canais são concessões públicas. Acho que cabe uma ação no STJ para garantir nossa liberdade de escolha. Em tempo: as produções nacionais devem ter um maior espaço nos canais. Pagamos caro para as produções estrangeiras.

Radiodifusão

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Como a RIT, do missionário R.R. Soares, montou sua rede de comunicações

Scanner

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Sylvio Pinto Jr. Porto Alegre, RS

Figuras

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Debate equilibrado Instigante e equilibrada a matéria “Cabo de guerra”, sobre as cotas para a TV por assinatura. É de ponderações desse tipo que estamos precisando para fomentar o debate, e não de abordagens desequilibradas, que escamoteiam a realidade.

Produção

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Mercado ainda não sentiu demanda por infra-estrutura de produção HD 16

Entrevista

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José Felix, da Net, aposta no triple play para crescer

Cláudia Amaral São Paulo, SP retificação No organograma do Pôster “O Mercado de TV por Assinatura no Brasil”, a Discovery Holding Company (DHC) foi colocada como subsidiária integral da Liberty Media Corp. Na realidade, a Liberty Media fez o spin-off da DHC em 2005 e não possui mais participação societária. O fundador e chairman da Discovery Communications, John S. Hendricks, possui ainda uma ação de controle da Discovery Communications LLC. Assim, a cadeia societária da Discovery Communications é composta por John S. Hendricks, Discovery Holding Company (66,66%) e Advance/Newhouse Communications (33,33%).

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Audiência

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Mercado

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Gullane filma em São Paulo sua primeira co-produção com a China

Making Of

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Licenciamento

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Como emissoras e produtoras vêm gerando receitas com suas marcas

Programação Globo apresenta nova programação e reforça liderança

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

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Investimento em produção

Fuso horário

A TV Cultura deve investir R$ 19 milhões em produção em 2008, sendo aproximadamente R$ 4 milhões em produções internas, com pessoal e infra-estrutura da emissora, e outros R$ 15 milhões em produções independentes. A diretoria da TV trabalhou nos últimos meses para equacionar os contratos de produção que estavam em aberto com produtores independentes. Agora, a emissora quer lançar novos projetos. A Cultura fechou também parceria com o canal Futura. O primeiro passo é a exibição pela TV paulista do programa “Ao Ponto”, apresentado pelo médico Jairo Bouer e voltado ao público adolescente. O programa "Ao Ponto", com Jairo Bauer: cobre uma faixa de público pouco atendida pela TV atração do Canal Futura será Cultura e ao mesmo tempo dá ao Futura uma janela em exibida pela TV Cultura São Paulo, mercado onde está presente apenas via cabo e satélite. A parceria deve evoluir para eventuais co-produções e também para a aquisição conjunta de conteúdos, com exibição, simultânea ou não, nos dois canais.

Horário nobre HD Desde 1º de abril, o horário nobre do canal HBO está sendo transmitido em HD. Das 20h às 23h, os filmes e séries do canal podem ser vistos em alta definição por assinantes de operadoras que estejam tecnologicamente capacitados para receber e transmitir o sinal em HD. O sinal será enviado para as operadoras usando a compressão MPEG-4 via satélite Intelsat 3R, em conjunto com os serviços existentes da HBO para o Brasil em definição padrão. A programadora anunciou também que deve oferecer, em meados deste ano, um canal 24 horas em alta definição para toda a América Latina.

Quem será a próxima top model?

Com duas mesas de som no estúdio, Álamo pretende aumentar produtividade.

A versão brasileira do formato “America’s Next Top Model” terá uma segunda temporada no canal Sony, com produção da Moonshot. “Brazil’s Next Top Model”, o reality show que busca a próxima modelo de sucesso brasileira, estréia entre agosto e setembro deste ano no canal pago. foto divulgação

Foto: Jorge Rosenberg

No começo de abril, começaram a valer para todo o Brasil as regras da Portaria 1.220/2007 do Ministério da Justiça, que exige que a programação das emissoras seja exibida de acordo com os fusos horários locais, e não apenas com base no horário de Brasília. Até então, a aplicação dos horários de classificação indicativa estavam suspensas na região Norte e em alguns estados do Centro Oeste. Isso significa que, para manterem a mesma programação que transmitem em outros estados, as emissoras terão que atrasar a programação em uma ou duas horas, em função do fuso horário. Com isso, a exibição deixa de ser simultânea em todo o Brasil. As emissoras esperam, agora, que projetos de lei unificando os fusos da região Norte facilitem um pouco a aplicação de grades de programação diferenciadas.

foto luciano mattos

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Novo estúdio atender mais clientes”. Outra novidade é a triamplificação das caixas de som, o que ajuda o técnico a perceber melhor as nuances do som. O primeiro filme a utilizar esta nova sala é “Blindness”, co-produção canadense, brasileira e japonesa dirigida por Fernando Meirelles, com estréia prevista para setembro deste ano. “Estamos preparados para trabalhar com produções internacionais e acreditamos que com a estréia de ‘Blindness’, haverá procura”, afirma Stoll.

A Álamo, empresa do ramo de mixagem de som e dublagem, montou um novo estúdio para a mixagem de longas. O estúdio Michael Stoll tem agora duas mesas de som, o que permite que dois técnicos trabalhem simultaneamente no mesmo projeto. “Isto dá mais agilidade e produtividade ao processo”, diz Alan Stoll, diretor da Álamo. “A estimativa é reduzir de 30% a 40% o tempo de mixagem, o que traz vantagens para o cliente, que pagará menos horas de estúdio e para a empresa, que poderá

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A vencedora da primeira edição do programa, Mariana Velho, e a apresentadora Fernanda Motta.


Cotas: limite para pacotes acima de 40 canais

TVA em HD

O deputado Jorge Bittar (PT/RJ), em seu definição descarta, por exemplo, canais novo substitutivo ao PL 29/2007, manteve legendados – e que forem veiculados por em linhas gerais o sistema de cotas satélites não precisarão cumprir a cota de apresentado anteriormente, incluindo três horas de veiculação semanal algumas flexibilizações para canais obrigatória de conteúdo nacional (10%). estrangeiros e empresas que fazem venda avulsa de canais. Poderes da Ancine Com relação às cotas, um destaque é a O relator desistiu de incluir em seu novo definição do limite máximo que será texto artigo que daria poder à Ancine para exigido das operadoras de TV por instruir o Conselho de Administração de assinatura no cumprimento da cota de Defesa Econômica (Cade) em casos de canais nacionais, criada pelo práticas anticoncorrenciais no relator. Esta cota continua setor audiovisual. Mesmo fixada em 25% do total de assim, a Ancine continua tendo canais de cada pacote, mas seus poderes ampliados e agora limitada ao valor de passará a fiscalizar os outros dez canais entre os ramos do mercado, como a chamados Canais BR. A idéia distribuição e o empacotamento de criar um teto para a de canais pagos. Bittar propõe, exigência já vinha sendo inclusive, que se altere a LGT divulgada pelo parlamentar, para incluir a Ancine como que calculou o limite com fiscalizadora das empresas de base no que seria um pacote TV por assinatura. standard oferecido pelas TVs Deputado Jorge Bittar A agência também terá a pagas. Pelo limite fixado no responsabilidade de avaliar texto (dez canais), o parâmetro usado foi eventuais pedidos das empresas para de 40 canais em um pacote padrão. dispensa no cumprimento das cotas. Na prática, o teto garantirá que as Outra possibilidade criada por Bittar é que empresas que decidirem oferecer pacotes as programadoras solicitem à Ancine a com total de canais superior a 40 não compensação de cotas entre canais sob terão a obrigação de canais elevada sua administração. Assim, um canal que continuamente. Se uma operadora de TV veicule apenas conteúdo considerado por assinatura vender pacotes com 100 nacional poderá compensar a cota de canais, por exemplo, a obrigação de outros canais, por exemplo, desde que inclusão continuará sendo de dez Canais veiculados à mesma programadora. BR. Assim, programadoras como a Globosat, Bittar incluiu ainda uma salvaguarda para que têm canais em que quase a totalidade os canais plenamente estrangeiros e que da grade é de conteúdo brasileiro, entram na grade de programação dos poderiam compensar a necessidade de pacotes vendidos hoje no Brasil. O texto cotas em canais em que o conteúdo é garante que os canais que tiverem estrangeiro. A íntegra do novo substitutivo conteúdo, inclusive publicitário, que não está disponível em www.teletime.com.br/ forem destinados a brasileiros – a arquivos/subs_bittar2.pdf

O novo set-top box de alta definição da TVA será lançado em junho. A partir de então, os assinantes HD passarão a receber os canais abertos e dois canais HBO em alta definição. Além disso, a operadora está negociando para ter as Olimpíadas em HD. A idéia é que o set-top box HD seja negociado em forma de comodato por metade do preço dos set-top boxes da TV aberta. Os atuais assinantes de TV HD da TVA receberão a nova caixa gratuitamente. São cerca de 500 assinantes, diz a operadora. O equipamento poderá receber o sinal do cabo, MMDS e rede Ethernet. Segundo Virgílio Amaral, a caixa foi desenvolvida internamente e é fabricada por um parceiro em Taiwan. “Queríamos uma caixa que nos permitisse redirecionar o sinal da TV aberta digital para o assinante sem a necessidade de qualquer tipo de conversão”, explicou o executivo. Portanto, a caixa trabalhará com a mesma compressão de vídeo do SBTVD, o padrão de TV digital aberta. “Os canais fechados também usarão MPEG-4, mas com outra especificação”, disse. Para o final do ano, a TVA promete o seu novo DVR, já com capacidade de gravação do conteúdo HD. Fibra óptica A TVA está utilizando a infraestrutura da Telefônica (sua acionista) para oferecer pacote triple play via fibra óptica no bairro dos Jardins, em São Paulo. A oferta inclui TV por assinatura, via cabo e já com os canais Globosat, plano de voz para ligações locais e longa distância dentro do Estado de São Paulo, Speedy 30 Mega e rede wi-fi. O assinante paga por este serviço R$ 399. A promessa é que, em um futuro próximo, o assinante receba também conteúdo IPTV.

ABC paulista tem TV na internet O ABC Paulista tem um canal de TV na Internet. Trata-se do UPTV (www.uptv.com.br), fundado pelo apresentador Lucky Ravaneli e pela produtora Liliana Gonçalves, ambos do canal 12 Net Cidade. Com anunciantes regionais, estúdio próprio em Santo André e equipe fixa de 15 funcionários e 20 apresentadores, o canal estreou em março com 70% dos programas ao vivo e 30% gravados.

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Lucky Ravaneli e Liliana Gonçalves, diretores do UPTV, canal de TV na Internet.

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( scanner) Peixe brasileiro A série de animação nacional “Peixonauta”, da TV Pinguim, está sendo distribuída pela canadense Breakthrough, que também detém títulos como “Atomic Betty” e “Capitão Flamingo”. A empresa distribui o desenho para todo o mundo, com exceção do Brasil e dos países francófonos. A TV Pinguim também fechou uma co-produção com a canadense Fandango Animation para a série “De Onde Vem”, que já teve uma temporada exibida na TV Cultura. A produtora busca agora um terceiro co-produtor europeu.

O código Isan Patrick Attalah, presidente e diretor de gerenciamento da Agência Internacional do Isan (International Standard Audiovisual Number) esteve no Brasil no começo de abril para divulgar entre representantes da indústria audiovisual a codificação internacional para obras audiovisuais desenvolvida pela ISO (International Organization for Standardization), que auxilia no combate à pirataria e facilita o pagamento de direitos autorais. Empresas como a Microsoft, Walt Disney, Discovery Chanel, Warner, Fox, Sony Picture e HBO já usam a codificação, que é necessária para a reprodução, réplica ou execução do Blu-Ray. Sem o Isan, a mídia não é lida pelo aparelho. “O retorno do mercado brasileiro à nossa proposta tem sido positivo. Agora temos um longo trabalho pela frente porque esta ferramenta envolve produtores, diretores, roteiristas, atores e broadcasters. Eles precisam conhecer as vantagens do código para que no futuro ele seja tão natural quanto o ISBN é para o mercado de livros”, diz Attalah, acrescentando que o código é interessante também para os institutos medidores de audiência. “Com o Isan, eles conseguirão mensurar a audiência de vídeo on demand”. O código Isan é uma numeração que só pode ser atribuída pela Agência Internacional Isan ou pelas Agências de Registro mediante o pagamento de US$ 25 para obra original ou obra episódio e US$ 8 para obra versão. São 19 agências no total, sendo que a única na América Latina é a Abrisan (Associação Brasileira de Registro de Obras Audiovisuais), Patrick Attalah, presidente da ISAN, fundada em março de 2007 e coligada à divulga as vantagens da codificação internacional para materiais audiovisuais. Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes). Ao solicitar o Isan, automaticamente é gerado um código de barras 2D que conterá todas as informações da obra e será gravado nas capas de CD/DVD ou nas mídias gravadas, daí a proposta de combate à pirataria. Um dos pontos destacados durante a apresentação de Attalah é o potencial de ampliação comercial que a codificação proporciona, já que o Isan pode ser usado no ambiente de e-commerce de audiovisuais para promover de forma cruzada o merchandising digital.

TV Câmara em busca de novos conteúdos

fotos: divulgação

A TV Câmara, canal do poder Legislativo Federal, está em busca de novos conteúdos para preencher a grade do canal de programação especial. Atualmente, a TV Câmera é veiculada na TV por assinatura, com transmissão terrestre apenas em Brasília. A partir do segundo semestre, quando começará a transmitir em sinal aberto em São Paulo, já digital, a TV Câmara deverá ter um canal exclusivo e sem cortes para as reuniões das comissões da Câmara, ao vivo e gravadas, durante 24 horas por dia. Outro canal transmitirá as sessões do Plenário. Finalmente, um terceiro canal veiculará os demais conteúdos do canal como telejornais, programas de debates, séries especiais, documentários, filmes nacionais e programas de auditório. O canal poderá tanto comissionar novas produções como adquirir conteúdos já prontos ligados a seus eixos temáticos como comunicação, cidadania, educação, economia, humanidades, política e saúde.

Direitos autorais As informações da obra audiovisual codificada ficam em um banco de dados internacional que pode ser acessado por uma sociedade de gestão coletiva. Assim, são identificados os detentores dos direitos autorais da obra para que o pagamento seja feito. “Sabemos que há muitas obras brasileiras sendo executadas no exterior sem que seus autores recebam por isso. A Abramus propõe usar o conhecimento que tem como sociedade autoral da área de música para fazer a gestão coletiva para o audiovisual se os profissionais do setor nos autorizarem”, diz a gerente geral da Abrisan, Mônica Frese. A sociedade tem atualmente 15 afiliados, entre eles, a Rede Record, que já codificou duas novelas.

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( scanner) fotos: zé paulo cardeal/tv globo

Conteúdo compartilhado

"Programa do Jô" e "Altas Horas" entraram para a grade dos canais Globosat.

Alguns programas da TV Globo entraram para a grade dos canais GNT e Multishow, da Globosat, em abril. Segundo o diretor-geral da TV Globo, Octávio Florisbal, a parceria de conteúdo que já existia entre a Globo e os canais SporTV e Globo News agora se estenderá para os canais de entretenimento da programadora. A primeira experiência foi com “A Semana do Jô”, no GNT. São escolhidas algumas entrevistas do “Programa do Jô” exibido pela TV Globo, que ganham uma nova cabeça para serem exibidas no GNT aos domingos. Os programas “Altas Horas”, “Som Brasil”, “Os Normais” e alguns quadros do “Fantástico” estão no Multishow. “O objetivo é dar aos assinantes a chance de assistir aquilo que não conseguiram ver na TV aberta”, disse Florisbal.

Produção brasileira

foto: Robson Siqueira

Os canais Cartoon Network e Boomerang, da Turner, investirão em produções originais feitas no Brasil. Ambos já tiveram algumas produções de pequeno porte como vinhetas e interprogramas no País em 2007. O objetivo agora, segundo a gerente de programação dos canais para a América Latina, Daniela Vieira, é produzir séries e programas brasileiros. Com foco em crianças de 6 a 11 anos, de ambos os sexos, o Cartoon busca séries divertidas, dinâmicas e alegres, sem restrições em relação à técnica de

animação (2D, 3D) e com formatos flexíveis. Podem ser 13 ou 26 episódios de 30’, mas também de 5’ ou 11’. O Boomerang, reposicionado como canal de entretenimento geral para adolescentes e pré-adolescentes, quer expandir os gêneros de programação com realities, game shows e música. Os modelos de negócios também são bem flexíveis, passando por pré-compra, co-produção e comissionamento. “Pode ser, inclusive, uma co-produção com um canal aberto”, explica Daniela.

Lei da EBC é aprovada com um veto A Presidência da República sancionou no dia 7 de abril, a Lei 11.652 criando a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a TV Brasil. O texto foi publicado na edição da terça-feira, 8 de abril, no Diário Oficial da União e traz um único veto no artigo 31. Este artigo obrigava as emissoras, donas de direito de exclusividade de transmissão de jogos desportivos, a ceder a veiculação das disputas à TV Brasil quando os jogos não fossem transmitidos na rede aberta de televisão.

Tropicalismo É da Bossa Nova Films e da norte-americana Mojo Pictures o documentário “Tropicália”, que será co-produzido com a Record Entretenimento. A produção executiva é assinada por Fernando Meirelles, Denise Gomes e Maurice James. O documentário, dirigido por Marcelo Machado, abordará o movimento tropicalista que teve seu auge no final da década de 1960, e que continua a influenciar a produção cultural dentro e fora do País.

Cromossomos: jovens do laboratório experimental da Maria Bonita Coisas produziram especial para o Multishow.

Do YouTube para o Multishow A Multishow exibiu no dia 13 de abril o especial “O Dia do Beijo”, criado e desenvolvido pelo Cromossomos, laboratório experimental da Maria Bonita Coisas formado por jovens com menos de 25 anos que já tiveram vídeos de sucesso postados no YouTube. O programa, dirigido por João Vicente de Castro, misturou diversas técnicas audiovisuais para contar a história do beijo. 10

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Público para o cinema nacional Lançado no segundo semestre de 2007 em 30 cidades do interior do estado de São Paulo, o programa Vá ao Cinema chega à capital no dia 17 de abril. Trata-se de uma forma de fomento criada pela Secretaria de João Sayad Cultura do Estado de São Paulo voltada ao público, e não à produção. “A proposta surgiu a partir do diagnóstico de que boa parte dos filmes brasileiros não é vista”, explica o secretário João Sayad. A secretaria paga aos exibidores R$ 3 por ingresso, que é válido apenas para sessões de filmes brasileiros inéditos na localidade. Serão distribuídos gratuitamente 120 mil vale-ingressos nos primeiros 45 dias do programa, que continua na capital até o final do ano com a previsão de distribuição de 800 mil ingressos. No estado, a distribuição deve chegar a 2,5 milhões de ingressos. a b r 2 0 0 8


O poder da Web Reunidos em São Paulo para o World Web Expo Forum, evento promovido pela Converge Comunicações nos dias 18 e 19 de março, especialistas discutiram o potencial da Internet para expansão de negócios na área de comunicação. É um crescimento também relacionado ao desenvolvimento de outros meios, como a TV digital aberta no celular, conforme observa Juarez Queiroz, diretor-presidente do portal Globo.com. ”Estes celulares devem ser desenvolvidos com telas maiores e serão uma ‘carona’ para melhorar a interface de acesso à Internet”, diz, acrescentando que a comercialização de serviços 3G, que devem ganhar força ainda em 2008 e prometem, além da banda larga, queda nos preços e novos pacotes, devem também impulsionar a web. Segundo Queiroz, a Globo acelerou os planos de desenvolvimento para conteúdo móvel devido ao IPhone, que mesmo sem ter chegado oficialmente ao Brasil, foi responsável por um montante de 45 mil acessos ao portal Globo.com apenas no último mês de fevereiro. A expectativa de Queiroz é de que as versões móveis do portal (uma para o iPhone e outra para demais celulares) estejam prontas para

Elisa Calvo: "Não adianta destinar R$ 30 mil para uma campanha online".

lançamento já no segundo semestre. “Quando o iPhone chegar, já estaremos com os principais produtos da Globo no ar, que incluem o portal Globo.com, o site do Globo Esporte e o G1”, conta. Publicidade Os publicitários também estão otimistas quanto ao potencial da web. João Binda, diretor da área interativa da Age, e Elisa Calvo, ex-Young&Rubicam, debateram a convergência entre as mídias chegando ao consenso de que a publicidade online não é barata e para que ela funcione é preciso coragem do anunciante para tirar verba destinada a outras mídias, e direcioná-la para a Internet. Segundo Elisa, nos

Estados Unidos, de 10% a 15% das verbas das campanhas estão sendo destinadas ao serviço online. Enquanto isto, no Brasil, clientes e agências não estão preparados para investir grandes cifras nas campanhas de Internet. “Não adianta destinar R$ 30 mil para uma campanha online, não é suficiente”, afirma ela. Realizar trabalhos para a Internet também exige a manutenção das ações, ao contrário das mídias tradicionais. Para Binda, o problema vem dos anunciantes e principalmente das agências, tanto da área de mídia quanto de criação. “Grande parte das agências não têm sequer departamento interativo”, diz o diretor. Igor Puga, da Id/TBWA, destacou o impacto das campanhas na Internet, que pode ser maior que em outras mídias. “Os índices de audiência na TV não caem, o que cai é a retenção da publicidade pelo telespectador”, disse o publicitário, acrescentando que o telespectador “é muito passível”. Para Puga, a métrica na publicidade deveria ser feita pelo impacto causado no consumidor e não pelo volume de pessoas atingidas. “Faz mais sentido ter 150 mulheres interagindo com a marca em um debate no site da Natura que 150 mil lendo especificações de produtos cosméticos”, argumenta.

Para o pequeno grande público

Terra no celular

A Viacom Networks Brasil e a MTV Networks Latin America anunciaram para 1° de julho a estréia do Nick Jr., canal voltado para crianças em idade pré-escolar (2 a 6 anos), na América Latina. A distribuição está garantida em 50% do mercado mexicano de TV por assinatura, nas plataformas básicas da Cable Vision e da Sky México, Telmex e pacotes afiliados digitais da PCTV. No Brasil e nos demais países da região, a distribuição ainda está sendo negociada. Segundo Álvaro Paes de Barros, vice-presidente de distribuição da MTV Networks Latin America e gerente geral da Viacom Networks Brasil, a oferta de conteúdo multiplataforma on-line, video on demand e banda larga é um atrativo para a negociação do canal. Alguns programas estrearão primeiro no site NickTurbo Jr., e depois na televisão. “A multiplataforma é importante para os dois principais players deste mercado: para o público desta faixa etária, que gosta da repetição e quer ver o programa a qualquer hora, e para os operadores de cabo, que não são apenas vendedores de TV por assinatura, mas de telecomunicações em geral”, diz. Focada em entretenimento e educação, a programação do Nick Jr. inclui desenhos como “As pistas de Blue”, “Dora – A Aventureira”, “Go, Diego, Go”, “O Quarto de Blue”, “Super Fofos”, “O Pequeno Bill”, “A Janela de Allegra” e “Kai Lan”.

A partir de uma parceria com a Vivo, alguns conteúdos do Terra TV estão disponíveis nos celulares da operadora. Para acompanhar a programação, o usuário deve acessar o serviço Vivo Play e entrar no link TV, onde vai aparecer a opção do canal Terra. Entre os conteúdos disponíveis estão “Jornal do Terra”, “Esporte TV”, “Esporte Show”, “Chat com Famosos”, “Terra Extreme” e ensaios do “The Girl”. O preço do streaming é de R$ 2,40 por 24 horas e R$ 4,90 por 30 dias. O usuário só paga pelo conteúdo que assistir, sem limite de acesso dentro desses períodos.

“Super fofos” e “Dora – A Aventureira”, duas das atrações do canal Nick Jr.

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Promoção

Realização


(figuras ) A Otto Desenhos Animados de Porto Alegre passou a oferecer o projeto de Estágio Residência para animadores talentosos de fora da capital gaúcha. Os paraibanos Alisson Ricardo e Jacqueline Lima foram os primeiros a serem beneficiados com a iniciativa e, depois de um período de cinco meses no estúdio, retornaram a João Pessoa para continuar, de lá, animando para o longa em 2D “Fuga em Ré Menor para Kraunus e Pletskaya”.

Nova diretoria e conselho A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) elegeu a sua nova diretoria nacional e conselho superior para o biênio 2008-2010. Ricardo Bastos, vice-presidente executivo da J&J, continua à frente da entidade. Luiz Carlos Dutra, vice-presidente de assuntos corporativos Brasil e América Latina da Unilever, volta a presidir o conselho superior. Farão parte ainda da diretoria: o primeiro vice-presidente Horácio Del Nero Rocha (diretor geral da Bombril); e os vice-presidentes Eduardo Bernstein (diretor de Ricardo marketing da Sadia), Flávio Vormittag (CEO da Bastos USP - United States Pharmacopeia Brasil), José Luiz Marino Liberato (diretor de imagem e publicidade da Tim Celular), José Otaviano Pereira (secretário de comunicação integrada da Secom - Presidência da República), Marco Simões (diretor de comunicação da Coca-Cola) e Samuel Russell (diretor de marketing da GM).

Emprego novo, cidade nova Após três anos como gerente de aquisição e novos conteúdos na Rede TV!, Juliana Algarañaz passa a integrar a equipe da RPCTV, afiliada da Rede Globo no Paraná, como gerente de produção.

Gerente de vendas

Fotos: divulgação

Paraibanos e gaúchos

David Nagib foi promovido a gerente de vendas de afiliados da Fox Latin American Channels. Na empresa desde 2004, David foi responsável por apresentar os canais às operadoras e treinar as equipes de vendas de todo o Brasil.

Sócios O diretor de cena José Pedro Goulart deixou a produtora Zeppeling Filmes, da qual foi sócio fundador. A direção ficará sob a responsabilidade dos atuais sócios fundadores: os produtores executivos Breno Castro, que volta Annete Bittencourt e Everson Colossi, a ter participação o diretor executivo Ricardo Baptista da Silva, o diretor de cena Rodrigo Pesavento e o diretor executivo de atendimento Breno Castro, que volta a ter participação societária.

Mudanças João Simi e Estela Renner são os novos diretores da Margarida Flores e Filmes no Rio de Janeiro ao lado de Lucia Novaes. Lara Marujo integra o atendimento da filial carioca. Fernanda Martins (ex-DM9DDB e Giovanni) assume a recém-criada área de relações estratégicas, atuando em todos os mercados em que a produtora está. Ricardo Carvalho volta a fazer parte do time de diretores da Margarida em São Paulo. Equipe da Margarida no Rio: João Simi, Estela Renner, Fernanda Martins, Mara Marujo e Lúcia Novaes.

Associação renovada

Antony

Patrícia

Representantes das agências associadas à Associação Paulista de Agências Digitais (Apadi) escolheram sua nova diretoria cujo mandato irá até março de 2009. O novo presidente da entidade é Antony Martins, diretor-executivo do Grupo TV1 e da TV1. com. Patrícia Andrade (AG2), que dirigiu a Apadi durante sua primeira gestão, agora é vice-presidente. Leo Szterenzys (Addcom) assumiu como tesoureiro e Marcelo Triploli (iThink) é o vice-tesoureiro. Carolina Mattos Donda (Webbox), Cláudio Coelho (Capuccino Digital), Cristiano Calamonaci (Fulltecno), Fernando Estanislau (Tritone), Marcelo Abdo (Picture Web) e Valdiney Viçossi (VM2) são os demais diretores.

Reforço em atendimento A Zulu Filmes contratou Jadi Stipp para a área de atendimento. Antes da produtora, Jadi trabalhava na Editora Trip.

Criativo

Marcello Droopy e

O diretor de arte Toni Rodrigues (ex-Talent, McCann-Erickson e DPZ) chega à QG Propaganda e terá como primeiro trabalho de destaque o reposicionamento do Banco PanAmericano. Rodrigues trabalhará diretamente com o diretor de criação da agência, Marcello Droopy.

Dois criativos O diretor de arte Guilherme Jahara (ex-Publicis, Almap BBDO e F/Nazca) e o redator Marcelo Reis (ex-Leo Burnett, Young&Rubicam e Loduca) formam a nova dupla de diretores

de criação da DM9DDB, integrando a equipe de criativos comandada por Rodolfo Sampaio e Julio Andery, vicepresidentes de criação da agência.


Vice-presidente de mídia

Direção da Ancine

Lica Bueno foi promovida à diretora geral de mídia da Giovanni+Draftfcb. Na agência desde 2000, ela começou como gerente de mídia, passou a diretora de grupo até chegar a diretora geral de mídia, cargo que ocupava antes da promoção.

Sérgio Henrique Sá Leitão foi nomeado pela Presidência da República para o cargo de diretor da Ancine em substituição a Leopoldo Nunes, exdiretor da autarquia, que interrompeu o mandato com validade até 17 de dezembro de 2010 para se unir à equipe da TV Brasil. Antes de se tornar membro da diretoria da Ancine, Leitão passou pelo Ministério da Cultura e pelo BNDES, onde encabeçou projetos de estímulo à área do audiovisual.

Atendimento A Giovanni+Draftfcb São Paulo contratou três profissionais para a área de atendimento. Mariana Brito, ex-Mix Comunicação, é a nova executiva de contas jr. para o cliente Sky; Fernanda Neute, ex-Datamídia, assume Paula Passini, Mariana Brito como supervisora de contas de e Fernanda Neute DPA e Paula Passini, ex-Eugenio, é supervisora de conta da Gafisa.

Diretor comercial associado Carlos Guedes, o Cebola, deixou a sociedade da Dínamo Filmes para assumir nova função na Mixer. A produtora criou o cargo de diretor-comercial associado para ele, que comandará o atendimento da área de publicidade, com a responsabilidade de implementar novas formas de relacionamento entre diretores de filmes e agências. Cebola já esteve à frente do atendimento da Conspiração por quatro anos, atuou por sete anos no atendimento da O2 Filmes, tem passagens pela Cia de Cinema e pelas agências JWT, Almap e Leo Burnett.

Sérgio Sá Leitão

Diretora de mídia Maria Rosa Barcellos assumiu a diretoria de mídia da Giacometti Propaganda e Arquitetura de Marca. Com experiência nas áreas de marketing, atendimento ao cliente e comunicação e mídia, Maria Rosa já passou pela Salles, CBBA Propaganda, MPM Propaganda, JWThompson e Meio & Mensagem.

Produção Beth Ganymedes e Gabriela Longo aumentam a equipe de produtores da rede Latina Estúdio Pró-Digital. Beth foi coordenadora de pós produção da Mixer. Gabriela já trabalhou como produtora em projetos como “Sweety Charity”, “Cosi Fan Tutti” e “O Inspetor Geral”. Gabriela Longo e Beth Ganymedes

Atendimento no Sul

Jamine Fagundes e Vanessa Dias

Vanessa Dias e Jamine Fagundes são as novas contratadas nos departamentos de atendimento e mídia da QG Sul. Vanessa, com passagens pela Competence, E 21, GAD e Happy House assumirá o cargo de executiva de contas e trabalhará para os clientes Josapar, Ipiranga e Elegê. Viviane (ex-DCS) atuará como assistente de mídia no departamento liderado por Viviane Cunha.


( capa) Humberto Costa

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O milagre da multiplicação de canais A RIT, do pastor R.R. Soares, é a base de produção para uma série de canais de conteúdo evangélico, além de um dedicado só a notícias.

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.R Soares é a conhecida assinatura de Romildo Ribeiro Soares, fundador e figura máxima da Igreja Internacional da Graça de Deus, uma potência evangélica com quase 2,5 mil templos espalhados pelo país e número não declarado de adeptos. É um homem de fala suave, chamado missionário, que começou na TV Tupi há mais de trinta anos apresentando um programa religioso. Hoje o sorridente pregador da palavra de Deus está à frente de um dos poucos programas evangélicos exibidos em horário nobre da TV. “O Show da Fé” é transmitido nas noites de segunda a sábado por quase uma hora na Band, além de outros horários na Rede TV!, e na CNT (com a participação de outros pastores). Alegando sigilo contratual, o missionário não diz quanto gasta pela locação dos horários de programação. Mas só na Band estima-se que desembolse R$ 2 milhões por mês. No canal da família Saad atinge média de até dois pontos no Ibope medido em São Paulo, o que significa quase 200 mil domicílios. “Surgiram oportunidades nas emissoras e nós fomos ocupando. Eu estou muito satisfeito com o retorno. Nas minhas andanças pelo país as pessoas comentam bastante sobre o programa. Eu suponho que o número de telespectadores atingidos seja até maior. Acho que o método de medição de audiência deveria ser revisto”, afirma R.R Soares, com uma ponta de desconfiança dos números oficiais. O “Show da Fé” é basicamente o registro dos cultos comandados por R.R

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material num portal multimídia. “Não tem sensacionalismo, violência gratuita. São notícias para ajudar o empresário, o cristão, sem preocupação com o Ibope”, explica Geraldo Carlos dos Santos, superintendente de outro negócio do conglomerado de comunicação de R.R. Soares, a Nossa TV, um serviço de DTH em operação desde setembro do ano passado. A operadora evangélica tem um pacote de 36 canais que inclui apenas a Band (principal exibidor do “Show da Fé”) entre as emissoras de TV aberta, além de Fox Life, National Geographic, filmes do TCM e Hallmark Channel, várias opções da família Discovery, o RIT Notícias e uma vasta programação religiosa dividida em oito sintonias. O número de compradores do serviço não é anunciado, somente projeções. “Nossa meta é chegar a 500, 600 mil assinantes em quatro, cinco anos”, aponta Santos. A base de operações da Nossa TV é no Rio de Janeiro, de onde sobe o sinal para o satélite que é distribuído para FOTO: arley alves

“Não tenho ambição de ser uma rede nacional, não tenho planos para o amanhã, tudo está na mão de Deus”. Missionário R.R Soares

Soares na sede da Igreja Internacional da Graça de Deus, no centro de São Paulo. São dez programas gravados aos finais de semana com seis câmeras que abastecem o estoque. Quase não há utilização de recursos de edição. Além de ser um dos pregadores com mais tempo de exibição na TV atualmente, o missionário também tem seu canal próprio, a Rede Internacional de Televisão. A primeira geradora da RIT surgiu em Dourados, interior de Mato Grosso do Sul, em 99. Três anos depois conseguiu o direito de instalar a base em São Paulo, e se transformou na cabeça de uma rede com afiliadas em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Salvador (BA), Teixeira de Freitas também na Bahia, Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC). E em breve, Manaus (AM) e Porto Velho (RO). Em algumas praças o sinal é aberto em UHF, além de estar presente no cardápio das parabólicas, um importante meio de penetração no interior do país. Apesar da expressiva presença nos principais centros urbanos (exceto o Rio de Janeiro), R.R Soares nega o desejo expansionista. “Não tenho ambição de ser uma rede nacional, não tenho planos para amanhã, tudo está nas mãos de Deus. Não tenho intenção de contratar figuras bem aceitas no vídeo. Os fins não justificam os meios”, sentencia. O missionário é a estrela da rede dele. Além do “Show da Fé” exibido diariamente, R.R. Soares comanda a atração das 6h às 21h aos domingos. A grade da RIT é recheada de conteúdo religioso, como atrações de música gospel, de ensinamentos bíblicos, além de pastores esclarecendo questões dos telespectadores sobre a mensagem do missionário. O menu inclui ainda um tira dúvidas de saúde (“Consulta ao Doutor”), programa de entrevistas e debates (“Vejam Só”). O público alvo da RIT é o povo

cristão. A estimativa é de que existam 36 milhões de evangélicos no país. “Aqui não tem palavrão, não tem apelação, não tem filme violento, cenas que explorem o duplo sentido”, explica Adenílson Terêncio, gerente geral da RIT. O missionário tem um discurso mais abrangente. “É uma emissora para ajudar a família inteira. Não queremos entrar em guerra religiosa. O público alvo é a nação toda. Tem muita gente viciada em novela e em jornalismo barato, isto é como ser dependente de um tóxico, de uma droga”, afirma Soares. Autodenominada “A TV que faz a diferença”, a RIT entremeia a programação religiosa com boletins noticiosos de dez minutos de duração apresentados de hora em hora (“Toda Hora”). O telejornalismo é abastecido por oito equipes de reportagem em São Paulo equipadas com câmeras Sony XDCAM e HVR-Z1. Ainda há o material enviado pelas praças. Apenas a afiliada de Curitiba tem um jornalístico local. Também é utilizado o conteúdo de agências

só na Band, estima-se que R.R Soares desembolse R$ 2 milhões por mês, atingindo média de até dois pontos no ibope medido em são paulo. internacionais de notícias e da TV Brasil. “Nós procuramos mostrar os valores positivos, o lado bom. Mas nós não deixamos de cobrir também o caso da menina Isabella, que é de grande interesse do público. Agora, a ‘Parada do Orgulho Gay’ não é pauta para a gente”, explica Adenílson Terêncio. A Igreja Internacional da Graça de Deus considera o homossexualismo uma aberração da natureza. O noticioso produzido pela emissora do missionário também alimenta um canal dedicado exclusivamente à informação, o RIT Notícias. Uma equipe de 60 profissionais, entre técnicos e jornalistas, se divide em cinco equipes envolvidas na maratona diária para produzir informação 24 horas por dia. A emissora se prepara ainda para abrigar em breve todo o

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todo o país, mas boa parte da produção dos programas religiosos é feita em São Paulo. A RIT possui quatro estúdios espalhados pela região central da capital paulista que são equipados com câmeras D-50 da Sony. Quinze estações de edição não-linear Blackmagic de vídeo sem compressão são utilizadas no suporte do jornalismo da RIT, na preparação do material para o RIT Notícias e na finalização de peças que compõem o resto da programação. A estrutura da RIT dá suporte técnico e de produção para canais como o IIGD, Igreja Internacional da Graça de Deus. A grade é basicamente uma espécie de making of de tudo que se passa no templo central da igreja, parte ao vivo, parte gravado. “Mesmo que tenha só meia-dúzia de gatos pingados

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( capa) a gente mostra”, conta Adenílson Terêncio. O “SOS Espiritual”, como o nome sugere, é um canal de interatividade religiosa com o telespectador. De hora em hora, o dia inteiro, pastores se revezam em orações e conversam e dão conselhos pelo telefone aos “necessitados”. A atração é feita com duas câmeras e uma central de atendimento telefônico. “É muito agitado, muitas ligações de pessoas que desejam conversar, contar as experiências, fazer pedidos”, revela Terêncio. Com 35 operadores de câmera, a RIT funciona como uma produtora do grupo. Durante quatro horas, nas madrugadas, põe no ar simultaneamente com a Band um programa ao vivo, o “Igreja da Graça em Seu Lar”, que chega a receber 900 telefonemas por dia.

Show da fé para o mundo A Rede Internacional de Televisão faz jus ao nome e espalha sua programação também no exterior. Nas cidades americanas de Miami e Boston o alvo é a comunidade brasileira. Seis horas de programação diária da RIT são exibidas em canais locais. A mensagem do missionário R.R. Soares também é dublada em espanhol e inglês e exibida na TV da Índia, Inglaterra e Alemanha. Para atender a demanda de ultrapassar fronteiras, a RIT mantém até um departamento de tradução e dublagem.

atual vice-líder do Ibope. “O missionário costuma dizer que se a RIT chegar ao que é a Record, prefere fechar o canal. Ele não quer que a RIT seja tão religiosa, mas também não pretende ser a Record”, conta Adenílson Terêncio. Provocado a falar sobre o assunto, R.R. Soares desconversou. A metamorfose comercial da Rede Internacional de Televisão dá seus primeiros passos no break. A emissora não quer ocupar os intervalos apenas com anúncios de CDs de música gospel e livros de temática religiosa, os chamados produtos da casa. Mas impõe limites, nada de anúncios de bebidas alcoólicas ou peças publicitárias que explorem a sensualidade. Alguns anunciantes de peso, como o Bradesco, já freqüentaram a programação de forma sutil, com poucas inserções. “Nós estamos tentando convencer as agências de publicidade que os crentes também

Record, não R.R. Soares foi também um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus no final da década de setenta, junto com Edir Macedo. Diferenças de estilo na forma de conquistar adeptos levaram Soares a

FOTO marcos ac

“Não tem sensacionalismo, violência gratuita. São notícias para ajudar o empresário, o cristão, sem preocupação com o Ibope”. Geraldo Carlos dos Santos, da RIT.

sair da IURD para na década de oitenta dar início à Igreja Internacional da Graça de Deus. Além de concorrentes na evangelização, também são empresários de comunicação. Macedo tem investido pesado nos últimos anos para fazer crer ao mercado e aos telespectadores que a Record e a igreja que comanda são entidades absolutamente distintas. A programação religiosa foi confinada na madrugada. A emissora da Barra Funda exibe novelas com forte apelo sexual, o que pode parecer um acinte aos valores cultuados pelos seguidores da Universal. Macedo tem obtido êxito, pôde se assumir como dono da Record e com o crescimento exponencial de audiência já incomoda a concorrência em alguns horários. R.R. Soares dá sinais, pelo menos por enquanto, de querer trilhar caminho diferente da

consomem. Tomam guaraná, Coca-Cola, mas não bebem cerveja. O problema é que as agências só fazem negócio casadinho, se entra o guaraná, aí também tem que entrar a cerveja, é complicado. Nós estamos estruturando o departamento comercial. O faturamento vindo dos anunciantes ainda é pequeno”, afirma Terêncio. Ainda é uma obra em construção a afinação entre o que agrada o público evangélico e possa atrair também um novo telespectador, digamos simpatizante da mensagem da Igreja Internacional. Tentativas de dar um ar menos religioso para algumas atrações foram frustradas. “O povo cristão adora mesmo que a gente pegue assuntos do dia-a-dia e discuta biblicamente. Se não tiver isso, reclamam”, revela Terêncio. De certa forma, são os

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milhares de freqüentadores que buscam conforto espiritual nos templos da Igreja Internacional que bancam o milagre da multiplicação de canais da família RIT. O assunto é tratado com discrição na emissora, mas o que se fala é que dinheiro proveniente da igreja sustenta as emissoras. Números não são revelados. A estimativa é de que só o orçamento da RIT alcance por ano R$ 1 milhão. ”A despesa é pequena, o pouco que faturamos dá para pagar tudo. Nenhum apresentador é assalariado. Exceto os gastos com jornalistas e técnicos, tudo ali é por amor”, afirma R.R. Soares. Discurso religioso à parte, e olhando apenas o empresário de comunicação, o missionário guarda um paralelismo com Silvio Santos. Os dois são donos e a principal atração das TVs que mantém. Só que o comunicador do SBT restringe as exibições dele ao canal próprio. R.R. Soares não dá sinais de que pretende tão cedo confinar o “Show da Fé” apenas aos domínios da RIT. (veja box). O apresentador do mais assistido programa evangélico tem contrato com a Band até o fim de 2010. Rumores de que o horário seria ocupado por outra atração não abalam Soares. “Eu não quebro contrato. Não creio que vão quebrar, não ficaria bem para os olhos do mercado”. Fontes da emissora, porém, dizem que internamente o pastor é considerado um “mico”, apesar da receita que gera. “Ele paga o horário, mas derruba a a audiência do fim da tarde, e não entrega nada depois do programa, então ficamos sem esse público na programação da noite”, diz a fonte.

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( produção )

Daniele Frederico

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Infra-estrutura HD: ter ou não ter? Emissoras dizem que há demanda, mas prestadores de serviço ainda não vêem retorno satisfatório na substituição de seus equipamentos SD por outros de alta definição.

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esde o final de 2007, quando as transmissões da TV digital tiveram início em São Paulo, o mercado de prestação de serviços de produção passou a equipar-se para uma possível demanda de produção em alta definição. Novas câmeras, novos caminhões, novas estruturas de pós-produção foram adquiridos para suprir uma demanda das emissoras que, no entanto, mostrou-se tímida. Com a maioria dos canais montando seus próprios parques em alta definição, o que sobrou para os prestadores de serviço foram conteúdos excedentes (como jogos de futebol), eventos internacionais e até mesmo longas para o cinema. Por outro lado, para alguns radiodifusores, a infra-estrutura high-definition disponível hoje no mercado de produção não é suficiente para atender à demanda. A maioria das empresas prestadoras de serviço ainda está envolvida na mudança de seus parques analógicos para o digital e só vai começar a se equipar quando a demanda por parte das emissoras for maior. Diante deste cenário, até mesmo aqueles que estão investindo no novo formato têm sido cautelosos. O momento é de acompanhar a demanda do público, que por sua vez resulta em uma demanda de produção e consequentemente em uma demanda por serviços além

daqueles que a própria emissora é capaz de realizar. Assim como a transição de parques analógicos para os digitais não aconteceu repentinamente, a migração para o HD também está acontecendo de forma gradual, apesar do momento de euforia vivido inicialmente com o anúncio do início das transmissões digitais – e em alta definição – em São Paulo. Para o diretor de engenharia da Rede Globo em São Paulo, Raymundo Barros, a oferta e a demanda de infraestrutura HD ainda estão desalinhadas. “A maior parte dos prestadores de serviço está concluindo a migração para

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digital SDTV dos sistemas que estão disponíveis para aluguel. Raros são os investimentos em infra-estrutura dedicados para a produção HDTV”, diz. O diretor de operações e engenharia da Record, Reinaldo Gilli, também afirma que a infra-estrutura disponível hoje no mercado não é suficiente para atender à demanda. Ele acredita que além dos equipamentos próprios, as emissoras precisarão dos serviços de terceiros. No caso da TV por assinatura, que ainda tem poucas ofertas de transmissão em alta definição – no


momento somente a Net oferece o decoder HD aos assinantes – a demanda por serviços de produção existe principalmente pelo fato de as programadoras não estarem totalmente equipadas internamente para assumir a produção. O único canal HD disponível no momento é o Globosat HD, que serve como vitrine para os produtos em alta definição da programadora. Antes do lançamento do canal, a Globosat já fazia testes com alguns de seus conteúdos. No caso do SporTV, por exemplo, as produções de jogos em HD começaram no ano passado, na fase final do Campeonato Brasileiro. Como a programadora não tem estrutura interna de produção, buscou os serviços de produção disponíveis no mercado. “Nesse período, o mercado externo de produção estava engatinhando”, diz o diretor do Globosat HD, Pedro Garcia. “Cada um tinha um pedacinho do todo: um tinha a captação, outro a edição, outro a pós-produção”, afirma. O diretor explica também que na Globosat o mercado atingido por esse conteúdo HD é monitorado para determinar para onde deve caminhar a produção, ou seja, se deve ou não aumentar o número de horas produzidas neste formato. “Ainda não sentimos falta de equipamento no mercado. Talvez isso aconteça por que a nossa demanda seja pequena”, conta. Frustração na demanda Por mais que haja demanda por parte dos canais, o mercado tem sido cauteloso em com as suas aquisições. Para alguns prestadores de serviço, houve certa frustração em relação à demanda por serviços HD desde o ano passado. Rita Hernandes, da locadora Jotaeme, conta que eles tinham uma expectativa de demanda para depois de dezembro de 2007, mas ela não aconteceu. “Começamos com o HD há dois anos, e tínhamos uma expectativa

“A maior parte dos prestadores de serviço está concluindo a migração para digital SDTV dos sistemas que estão disponíveis para aluguel. Raros são os investimentos em infraestrutura dedicados para a produção HDTV.” Raymundo Barros, da Rede Globo

que a demanda crescesse depois de dezembro, o que não aconteceu. Estou um pouco decepcionada”, diz Rita. Mesmo tendo montado uma unidade móvel de captação HD com 12 câmeras, a locadora de Rita ainda faz cerca de 70% de seus trabalhos em SD, já que a demanda por este tipo de captação ainda é maior. “Mesmo os conteúdos captados em HD, como o São Paulo Fashion Week, feito para o canal GNT, da Globosat, acabam sendo transmitidos no formato padrão”, diz. Para Mário Luiz Santi, da Programasom, com poucas exceções, a maioria das emissoras ainda não precisa desse produto em HD. “As empresas que oferecem serviços HD no momento estão suprindo a necessidade do mercado”, diz Santi. A produtora não deve investir em uma migração neste primeiro momento, já que custaria, segundo Santi, cerca de R$ 6 milhões para substituir suas 14 câmeras atuais. “Vamos começar a comprar câmeras e equipamentos HD daqui a, no mínimo, dois anos”, afirma. Para ele, o grande gargalo está no consumidor final, que ainda não tem acesso a esse tipo de produto. “As pessoas estão querendo investir em produção, mas o consumidor não está sendo

incentivado a mudar o equipamento de suas casas” diz. “Produção, investimentos e público têm que caminhar juntos”, afirma Santi, que acredita que o HD vai se consolidar dentro de três ou cinco anos. Enquanto as emissoras dizem que a infra-estrutura hoje disponível não é suficiente, é notável que a televisão continua a insistir em um modelo de produção interno, adquirindo seus próprios equipamentos e com benefícios oferecidos pelo governo. “No caso da TV Globo a conversão do parque próprio de equipamentos para HDTV segue o planejamento estratégico de longo prazo e tira proveito da permanente redução dos custos desses ativos”, diz Barros, da Globo. “Produzimos quase 100% do conteúdo HD nacional hoje no ar em SP com recursos próprios”. Para Édina Fujii, da Quanta, a falta de incentivos como aqueles oferecidos às emissoras impede que as locadoras adquiram

“Produção, investimentos e público têm que caminhar juntos.” Mário Luiz Santi, da Programasom

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“Já há produtoras se preparando para fazer a produção em HD. Os produtores estavam esperando a demanda." Pedro Garcia, do Globosat HD

caminhão para lá pode não compensar”, diz. Diante desse cenário, o que sobra para produtoras e locadoras? Segundo Lutz Dobberthim, da Motion (empresa que foi integrada à Quanta para oferecer serviços de locação de câmeras além dos serviços de movimento e estúdio), os prestadores de serviço deverão focar seus esforços em alta qualidade, o que pode diferenciá-los das próprias emissoras. “Haverá mercado para a produção de minisséries e outras atrações que necessitem de alta qualidade, algo superior até mesmo ao HD full”, diz. Ele acredita que o padrão HD full buscado hoje é algo que deve ficar a cargo das emissoras. “A tendência para os prestadores de serviço é ter qualidade superior, com formatos 2K, 4K ou até 6K no futuro”, diz. No momento, a Motion tem tido demanda de câmeras HD para a produção de longasmetragens. Filmes do produtor Diller Trindade, como os longas da Xuxa e do Didi, e produções como a da Gullane Filmes em parceria com a China (ver matéria à página 34), utilizam o formato.

equipamentos em HD no ritmo esperado. “O mercado não está se equipando como deveria até por causa dos altos impostos”, diz. Antes mesmo de pensar em fazer a migração de suas estruturas para a alta definição, é preciso, segundo Barros, que haja massa crítica para esse tipo de produção. “É necessário que haja volume suficiente de programação HD por parte de emissoras e produtoras para que os prestadores de serviço possam fazer os investimentos em unidades móveis e instalações em HDTV para aluguel”, diz o diretor de engenharia. Na TV por assinatura, no entanto, as oportunidades podem ser mais freqüentes, já que as programadoras não costumam equipar-se internamente para a produção de seus programas. O modelo de compra de conteúdo já pronto e produção própria devem continuar, com a parceria de produtores independentes e fornecedores de serviço. “Sempre tivemos parceria com várias produtoras. Não é o HD que vai mudar isso”, diz Pedro Garcia. Ele ressalta, porém, que fora dos grandes eixos de produção, o HD é uma realidade um pouco mais distante, principalmente pela falta de distribuição desse tipo de formato. “No caso do futebol, se a praça não tem estrutura para a produção HD, talvez não selecionemos um jogo que aconteça neste local para fazer em alta definição. O custo de deslocar um

Correndo atrás Embora paulatinamente, podese perceber o movimento do mercado de produção e locação de equipamentos no sentido de experimentar e oferecer serviços para o novo formato. “Há que se reconhecerem os esforços localizados que começaram a surgir no fim do ano passado tanto em recursos de produção como em SNGs para transporte de sinais HDTV desde as arenas esportivas e de show até as emissoras”, afirma Barros, da Globo. “O mercado brasileiro começa a amadurecer e muitas produtoras já possuem know-how e ativos adequados para trabalhar para a TV Globo em projetos específicos”, diz. Garcia, do Globosat HD, conta que de dezembro de 2007 até o momento, o cenário mudou muito. “Já há produtoras se preparando para fazer a produção em HD. Os produtores estavam esperando a demanda”, analisa. Uma das produtoras que em 2007 ampliou a sua capacidade de prestação de serviços em HD foi a Casablanca. Embora já venha se equipando para a alta definição desde 1999, tendo hoje 70% de seu parque tecnológico em HD, foi no final do ano passado que a produtora montou duas unidades móveis para a transmissão de

"Circo do Edgard", do Multishow: produção da Mixer é um dos programas de linha da Globosat captados em HD.

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( produção) FOTOS: divulgação

Rita Hernandes, da Jotaeme, acreditava que a demanda por HD cresceria depois de dezembro. Abaixo, a unidade móvel HD da locadora.

eventos ao vivo. A primeira transmissão HD da Casablanca aconteceu para o canal japonês NHK. Para o Brasil, o primeiro trabalho deste tipo foi a Copa do Mundo de 2006 para a TVA, seguido, em 2007, pelo Live Earth, evento de música que acontece simultaneamente em oito países. O mercado de eventos internacionais, aliás, é uma das fatias de mercado a ser explorada pelos prestadores de serviço. O Live Earth, por exemplo, também beneficiou a Jotaeme, responsável pela captação. “Há demanda para transmissões internacionais e eventos de fora do Brasil. Agências que vêm do exterior procuram a captação e a transmissão em HD”, diz Rita Hernandes. Seja por parte das emissoras quanto das prestadoras de serviço, o fato é que os equipamentos para produção e transmissão HD estão em crescimento no mercado. Esse movimento de migração pode ser notado quando o assunto é venda e compra de equipamentos HD para broadcast. Segundo o gerente de broadcast da Sony Brasil, Luis Fabichak, a demanda por HD cresceu muito, especialmente no segundo semestre de 2007, com destaque para os segmentos de jornalismo em alta definição e produções de alto nível, como séries, novelas e filmes. “Em 2007 quase

triplicamos as vendas de produtos em alta definição”, diz Fabichak sobre produtos broadcast e dos segmentos de médio a high-end. “Acredito que o boom deve acontecer entre 2008 e 2009, com a expansão do HD para as afiliadas”, afirma. Ele diz que o segmento que abastece os estúdios recebeu muitos investimentos, com a compra de câmeras HDC da série 1500, por exemplo, que também são usadas em unidades móveis. “As XDCam também estão sendo muito requisitadas para o jornalismo”, conta. Quanto aos compradores, segundo Fabichak, o que se percebe é que as emissoras ocupam um volume grande

Pós avançada No quesito pós-produção, além das emissoras, as produtoras também têm buscado se equipar para atender a uma demanda pelo formato HD. Para o diretor do canal Globosat HD, a pósprodução está mais estruturada que a captação. Segundo o gerente de broadcast da Sony Brasil, Luis Fabichak, as produtoras estão preparadas para atender a uma demanda de pós-produção em HD, uma vez que foram as primeiras a investir na tecnologia. “As produtoras que trabalhavam com 35 mm precisavam manter a qualidade da película, e por isso investiram nesse tipo de produto”, afirma.

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das compras desse tipo de equipamento, mas o mercado de produção também vem crescendo. Para 2008, a perspectiva de crescimento da Sony em relação a 2007 é de 25% da linha broadcast, especialmente de equipamentos em HD (câmeras, switchers e outros) e 25% do segmento de HDCam. Futuro Embora o mercado ainda esteja passando por uma fase de transição, nota-se que o otimismo permeia o setor para o ano de 2008. Alguns programas de linha já estão em produção em HD, como o “Circo do Edgard”, do Multishow, com captação da Jotaeme. O próximo passo da locadora, aliás, é adquirir um VT em HDCam e oferecer estúdios para locação. Pedro Garcia conta que no caso da Globosat a demanda para 2008 já está mais ou menos estruturada. Além do “Circo do Edgard”, devem ser produzidas em HD outras atrações dos canais da programadora, como o “Prêmio Multishow”, shows e alguns jogos do Campeonato Brasileiro de futebol. Ele ressalta que terão preferência para captação em HD os jogos que possam ser exibidos também em alta definição. Os jogos captados em HD ainda estão sendo exibidos no pay-per-view em SD e apenas as reprises são exibidas no Globosat HD em alta definição. Ainda que as produtoras e locadoras estejam se equipando e percebendo a demanda por esse tipo de serviço, para Alex Pimentel, da Casablanca, a migração total para o HD deve demorar. “Acho que essa transição vai demorar os dez anos previstos para que as emissoras desliguem o sinal analógico”, afirma. A Casablanca, visando a cobertura de eventos ao vivo, pretende montar uma unidade móvel com essa finalidade ainda este ano.


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( entrevista)

André Mermelstein

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Pronto para a briga José Felix, CEO da Net Serviços, diz que a Telefônica não incomoda, que o DTH da Embratel será bom para a sua operadora, e ataca as cotas de programação no cabo.

O

propício. Temos que acelerar ao máximo, temos espaço para crescer nos três produtos (vídeo, voz e dados). Mas o crescimento da base tem que trazer crescimento de receita.

FOTO: marcelo Kahn

triple play entrou de vez no DNA da Net serviços. A maior operadora de TV por assinatura do país não se vê mais como tal, mas sim como uma empresa multisserviços. Tanto que, internamente, procura nem mesmo tratar os diferentes serviços, de voz, vídeo e dados, de forma isolada. Em 2007, a MSO cresceu 16% na base de clientes de TV por assinatura, chegando a 2,457 milhões de assinantes (sem contar os 105 mil adquiridos da BigTV, que ainda não haviam sido consolidados). A base de assinantes de pacotes digitais passou a 604 mil. O serviço de acesso banda larga Vírtua atingiu 1,424 milhão de clientes em dezembro, o que significa um crescimento de 66% no ano, e o serviço Net Fone chegou a 567 mil clientes em 2007, um crescimento anual de 212%. Na divulgação do balanço anual de 2007, a empresa revelou que investirá de R$ 500 milhões a R$ 550 milhões em 2008 diretamente relacionados à aquisição de novos clientes, e outros R$ 200 milhões para melhorias na rede. Do ponto de vista financeiro, a Net Serviços fechou o ano com R$ 2,9 bilhões em receita líquida (28% de crescimento), R$ 3,7 bilhões de receita bruta, Ebitda de R$ 804 milhões (crescimento anual de 26%) e margem Ebitda de 28%. Entre as receitas da Net, destacam-se aquelas com novos serviços. A de pay-perview, por exemplo, subiu 43,3%, passando de R$ 72,5 milhões para R$ 103,9 milhões. Já a despesa com programação foi de R$ 739,6 milhões, um crescimento de 20,1% em relação a R$ 615,5 milhões de

Nos últimos anos, a banda larga vem puxando o crescimento da Net, mas que os demais serviços. Vão focar neste serviço em especial? A gente tinha uma tendência de dividir os serviços, mas cada vez é mais difícil separar. Os três crescem, o que importa é a quantidade de domicílios conectados. A banda larga chama mais a atenção, mas tem crescido muito em função do triple play. É difícil, inclusive, separar a margem de cada serviço. Não damos importância a isso, o importante é o resultado final. José Felix, CEO da NET

2006. Mas percentualmente as despesas de programação representam 25% das receitas líquidas da Net. No ano de 2007, o lucro líquido cresceu 150,5%, totalizando R$ 207,8 milhões. A idéia agora é manter o ritmo de crescimento nos três serviços, como explica o CEO da empresa, José Felix, nesta entrevista exclusiva a TELA VIVA. Ele fala ainda sobre a concorrência com a Telefônica, o novo DTH da Embratel e os impactos das cotas de programação no setor de TV paga. TELA VIVA – Você participou do processo de reestruturação da empresa e assumiu o comando com uma situação de dívida equacionada. Qual a direção principal da Net agora? JOSÉ FELIX – A direção é para o crescimento sustentado, e o momento é

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Como se buscará este crescimento? Expandindo a rede? Não faremos investimento em crescimento da rede, o que há é um crescimento orgânico, natural da própria cidade. Mas será feito um upgrade na rede existente? Hoje, o que é construído já tem 1 GHz. Mas falar em melhoria da rede toda é complexo, a rede é a que existe. É mais adequado falar em como gerenciar esta rede. O aumento de banda virá principalmente com a liberação das faixas analógicas. As intervenções são locais, atacamos o problema onde ele existe, é uma coisa viva. Em que ritmo está a digitalização dos assinantes e a adoção das caixas de alta


definição? Há previsão para o fim dos canais analógicos? O digital tem crescido bastante, mas sempre vai ter uma base analógica. Quanto ao HD, disponível só em São Paulo, tínhamos uma estimativa de demanda “chutada”, e as caixas se esgotaram rapidamente. Estamos recebendo mais caixas, e terminando os testes para habilitar o serviço de DVR. Este serviço será cobrado, já que estamos subsidiando a caixa (set-top box). Para a TV digital, a Net tem um projeto de DVR com HD, e não de HD com DVR... A que você atribui o pouco interesse do público na TV digital terrestre? Só posso dar minha opinião no processo: está acontecendo o que a maioria das pessoas falava. Lançaram uma coisa que já existia na TV paga, as pessoas já tem acesso ao digital, com DVD etc. Fizeram uma fumaça em cima de uma coisa que é uma troca de tecnologia. A Net espera o desenvolvimento dessa “coisa” ai. O assinante da Net terá novos conteúdos em HD? Hoje, além dos abertos, só a Globosat teve interesse, mas logo os outros programadores virão. Se tiverem esta iniciativa, será bem vinda. Quanto aos custos, a questão está no pioneirismo, em estar na frente. Nós investimos na caixa, no headend, liberamos freqüências. Nós é que estamos bancando este avanço. (N. da R.: pouco depois da entrevista, no final de março, a HBO anunciou que traria seus canais em HD para o Brasil). Em relação ao serviços de banda larga, o que se pode esperar de inovação? Estão previstas a adoção do DOCSIS 3.0 e do FTTH (Fiber to the Home)? Temos a obrigação de nos manter atualizados, então pesquisamos e testamos tudo. Mas em termos de mercado, não sentimos demanda para nada além do que já existe. Se precisar, podemos adotar amanhã ou depois.

Quanto à fibra, ninguém conhece esse mercado de “superusuários”. O que vão fazer com essa banda? É um número muito reduzido. Hoje, procuramos oferecer o que o assinante demanda. Aliás, estamos indo no caminho inverso, com este pacote de R$ 39,90. Há um espaço enorme para crescer em cima de quem demanda acesso com velocidades baixas. E quanto ao vídeo sobre IP (IPTV), é uma tendência para operadoras de cabo? Hoje não é uma opção. Sai muito mais caro que transmitir em broadcast. Tenho a firme convicção de que podemos ser competitivos com o DVB-C por um longo tempo. A Embratel, empresa do grupo Telmex, como a Net, está lançando um serviço de DTH. Como vocês vêem isso? Será um competidor, ou vocês trabalharão juntos? Primeiro temos que conhecer o projeto... Por ser DTH, eles devem estar fazendo algo em nível nacional. A Net tem uma área de cobertura restrita, não está preocupada. Já sofremos uma severa

negócios, eu vejo com maus olhos. A Net tem clientes que todos os meses renovam sua assinatura porque estão satisfeitos com o que recebem. Somos portanto os maiores interessados em ter a melhor seleção de conteúdos. Então, não precisa de cotas. Essas coisas são sempre em cima da TV paga, e a gente já deu tudo: canais abertos, canais de uso obrigatório, do governo, cabo grátis nas escolas. Deveria haver um limite, a rede custou dinheiro, e alguém pagou por isso. É fazer cumprimento com o chapéu dos outros. E em relação aos canais que alegam ter dificuldades de distribuição nas redes a cabo? Cada caso é um caso, não se pode generalizar. Na TV aberta eles enchem o espaço com um monte de coisas, porque não tem programação. Por que não entram aí os independentes? Em relação aos canais, tem canal que até de graça seria ruim. Já passamos aquela fase do “lixo

"A TV paga já deu tudo, canais obrigatórios, do governo. A rede custou dinheiro. Isso (cotas) é fazer cumprimento com o chapéu dos outros." concorrência de todos os lados, então este novo player pode ser até bom para nós. Só vem ajudar, criar mais mercado. Estou muito entusiasmado. Quanto à sinergia, estamos à disposição para contribuir... E a Telefônica, tem sido um concorrente no serviço de pay TV? Não tenho conhecimento. Eles entraram em São Paulo, podem estar tendo sucesso, mas não estou sabendo. É mais um concorrente. A Net conhece o metiê, sabe o que faz. Não ganhou conhecimento da noite para o dia. Quem se mete a concorrer neste terreno tem que ser muito competente. Qual sua avaliação sobre o PL 29, em discussão no Congresso, que impõe cotas de programação na TV paga? Qualquer coisa imposta, que vá contra o sentido natural da evolução dos

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satelital” do começo da indústria. Tinha muita queixa, fizemos uma limpeza. Hoje restam os canais que têm algum tipo de apelo. Na TV paga, alguém paga. Cabe ao distribuidor elencar o que é bom e o que é ruim. Mas há canais, como os de vendas, que pagam para entrar na grade. Como eles atendem esse interesse do assinante? Quando se faz um business plan, se faz um leque de alternativas de receitas. Toda receita que ajude a prestar um serviço melhor é bemvinda. Não critico isso, mas sim a obrigatoriedade de pagar pelo que você não vê valor, que é só custo. Eu não pagaria pelos canais de venda, mas tem quem goste, não dá pra generalizar.

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(audiência - TV paga) TNT lidera o ranking entre adultos em 2007 Fotos: divulgação

E

m um ano de muita discussão sobre o estabelecimento de cotas de conteúdo brasileiro nos canais de TV por assinatura, o ranking de alcance da TV paga entre o público com mais de 18 anos apontou a presença de três canais nacionais entre os cinco primeiros da lista. Em 2007, os canais com maior alcance diário médio foram, nesta ordem, TNT, Multishow, Globo News, SporTV e Universal Channel. O TNT apresentou alcance de 13,1% e tempo médio diário de audiência de 27 minutos. Entre o público adulto, os canais de TV por assinatura aferidos apresentaram um alcance diário médio de 49,1%, em um universo de 4.933.100 indivíduos, e tempo médio diário de audiência de duas horas e seis minutos. O levantamento do Ibope

Entre o público de quatro a 17 anos, o canal com maior alcance no ano de 2007 foi o Cartoon Network, com 19,7% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 58 minutos. Em seguida, aparecem Nickelodeon, Multishow, Discovery Kids e Disney Channel. No total, os canais pagos apresentaram entre o público infanto-juvenil um alcance diário médio de 51,2%, em um universo de 1.032.900 indivíduos, e tempo médio diário de audiência de duas horas e 14 minutos, consideradas as mesmas praças mencionadas acima. No primeiro mês de 2008, os três líderes do ano de 2007 voltaram a aparecer em seus respectivos lugares no ranking de alcance diário médio entre o público adulto: TNT, Multishow e Globo News conquistaram o topo da

TNT: canal de filmes e séries apresentou o maior alcance entre todos os canais pagos em 2007.

Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal.

>>

Alcance* e Tempo Médio Diário – total 2007

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 49,1 2.421 02:06:49 13,1 645 00:27:16 11,3 557 00:18:26 9,4 463 00:30:48 9,3 458 00:34:05 8,9 439 00:32:13 8,6 424 00:22:13 8,5 418 00:19:42 8,4 414 00:27:29 8,2 403 00:20:55 7,5 370 00:32:22 6,6 324 00:21:34 6,5 323 00:16:35 6,5 321 00:19:22 6,5 320 00:24:51 5,8 286 00:28:08 5,6 277 00:24:03 5,6 276 00:17:54 5,6 276 00:17:05 5,4 267 00:48:44 5,1 251 00:22:08

Total canais pagos Cartoon Network Nickelodeon Multishow Discovery Kids Disney Channel TNT Jetix SporTV Fox Boomerang Telecine Pipoca Discovery Warner Channel Telecine Premium AXN Universal Channel HBO National Geographic People & Arts Globo News

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 51,2 530 02:14:39 19,7 204 00:58:26 13,1 136 00:40:04 12,0 124 00:24:35 11,5 119 00:57:51 11,1 114 00:59:31 9,7 100 00:24:35 8,8 91 00:47:19 6,8 71 00:29:17 6,4 66 00:25:19 6,0 62 00:30:41 5,6 58 00:29:30 5,6 58 00:20:16 5,1 53 00:18:26 5,0 52 00:23:55 4,7 48 00:18:30 4,6 48 00:20:00 4,6 47 00:20:50 4,0 42 00:17:33 3,8 40 00:17:51 3,8 40 00:21:11

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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Fonte: IBOPE Telereport – Tabela Minuto a Minuto – Ano de 2007

Total canais pagos TNT Multishow Globo News SporTV Universal Channel AXN Discovery Warner Channel Fox Cartoon Network Sony National Geographic GNT Telecine Premium Telecine Pipoca HBO SporTV 2 People & Arts Discovery Kids Nickelodeon

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

**Universo 1.032.900 indivíduos

**Universo 4.933.100 indivíduos

Acima de 18 anos**


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( audiência - TV paga) lista, seguidos de Discovery Channel e SporTV. O TNT marcou 10,9% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 26 minutos. Em janeiro, o alcance de todos os canais, considerado o universo de 5.459.700 indivíduos, foi de 43,7%, com tempo médio diário de audiência de duas horas e dois minutos. Entre o público infanto-juvenil, o canal líder no mês de férias escolares foi o Disney Channel, com 15,6% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora e 20 minutos. Em segundo lugar, apareceu o Cartoon Network, seguido de Multishow, Discovery Kids e TNT. Para este levantamento, foi considerado um universo de 1.100.400 indivíduos. Em fevereiro, o destaque ficou para o canal AXN, que estreou entre os cinco canais com maior alcance diário médio entre o público acima de 18 anos, no ano de 2008. O AXN ocupa o quarto lugar da lista, com 7,6% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 21 minutos. No topo do ranking, aparecem TNT (com 11% de alcance diário médio e tempo médio de

Em fevereiro, o canal infantil Jetix alcançou o terceiro lugar do ranking entre o público infantil.

audiência de 24 minutos), Multishow e Discovery Channel. O Universal Channel ocupa o quinto lugar. No total, entre o público adulto (universo: 5.196.100 indivíduos), os canais apresentaram alcance diário médio de 44,1% e tempo médio diário de audiência de uma hora e 51 minutos. No ranking dos canais com maior alcance entre o público de quatro a 17 anos, o destaque ficou com o canal Jetix, que apareceu em terceiro lugar, com 9,8%

de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora e seis minutos. O Disney Channel manteve o primeiro lugar, seguido de Cartoon Network, Jetix, Nickelodeon e Multishow. Entre os 1.072.200 indivíduos considerados para este levantamento, o alcance diário médio de todos os canais foi de 48,2%, e o tempo médio de audiência de uma hora e 57 minutos. Daniele Frederico

Alcance* e Tempo Médio Diário – Fevereiro 2008

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 44,1 2.406 01:51:31 11,0 599 00:24:01 10,4 565 00:22:12 7,7 421 00:22:54 7,6 414 00:21:22 7,6 412 00:33:04 7,2 393 00:19:50 7,1 387 00:30:45 7,0 380 00:27:40 6,8 369 00:26:58 6,0 326 00:15:25 5,4 296 00:36:40 5,3 290 00:31:26 5,0 273 00:19:53 4,8 263 00:23:40 4,8 259 00:18:23 4,5 245 00:24:24 4,2 231 00:22:43 4,2 230 00:13:32 4,0 220 00:15:25 3,8 207 00:35:36

Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Jetix Nickelodeon Multishow TNT Discovery Kids Fox Boomerang Discovery Warner Channel AXN Telecine Pipoca SporTV Universal Channel Telecine Premium People & Arts Sony National Geographic HBO

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,2 533 01:57:22 15,8 175 01:03:59 13,1 144 00:45:02 9,8 108 01:06:43 8,9 98 00:39:05 8,7 96 00:28:49 8,0 88 00:27:24 7,4 82 00:42:49 7,1 78 00:23:10 5,1 57 00:32:20 4,6 51 00:15:37 4,5 50 00:26:19 4,5 50 00:17:55 4,5 49 00:22:48 4,3 47 00:23:01 4,1 46 00:24:43 3,9 43 00:18:17 3,1 35 00:12:50 3,0 33 00:21:10 3,0 33 00:14:49 2,8 31 00:16:54

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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Fonte: IBOPE Telereport – Tabela Minuto a Minuto – fevereiro/2008

Total canais pagos TNT Multishow Discovery AXN Universal Channel Fox SporTV Globo News Warner Channel National Geographic Disney Channel Cartoon Network Sony Telecine Premium GNT Telecine Pipoca HBO People & Arts ESPN Discovery Kids

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

**Universo 1.072.200 indivíduos

**Universo 5.196.100 indivíduos

Acima de 18 anos**



( mercado) Lizandra de Almeida

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Plastic City Co-produção traz asiáticos para o coração de São Paulo. Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.

N

a telona, duas gangues mafiosas – uma chinesa e outra japonesa – vão se digladiar pelo controle do mercado de produtos contrabandeados em São Paulo. Por trás das câmeras, uma equipe formada por brasileiros, chineses e japoneses trabalha – no mesmo local – para transformar em filme o roteiro criado pelo diretor chinês Yu-Lik-Wai. Primeira co-produção entre Brasil e China, o longa-metragem “Plastic City” tem suas filmagens previstas para terminar no final de abril ou início de maio. Ambientado no bairro oriental paulistano, a Liberdade – que já foi um reduto de japoneses, que hoje estão misturados a chineses e coreanos – o filme tem algumas licenças poéticas e vai retratar São Paulo de uma forma um tanto surreal. Até neve deve cair na cidade. A idéia do roteiro surgiu quando o diretor esteve em São Paulo pela primeira vez, em 2003, para finalizar um trabalho na casa de pósprodução TeleImage. Encantado com o caos de São Paulo, que considera

Primeira co-produção entre Brasil e China, "Plastic City" tem participação majoritária brasileira (60%). O restante foi captado com a pré-venda do filme na Ásia.

FOTOS: divulgação

“dez vezes maior do que o de Hong Kong”, conforme afirmou para o jornal Folha de S.Paulo, ele foi desenvolvendo a idéia até transformá-la no roteiro de “Plastic City”. Em 2006, voltou à cidade para trabalhar o roteiro com Fernando Bonassi, que assinou os roteiros de filmes como “Carandiru” e “Cazuza – O Tempo não Pára”. E agora está de volta para as filmagens em si. O filme é uma co-produção entre a brasileira Gullane Filmes e a produtora de Hong Kong Xstream Pictures, que tem como sócios Lik-Wai, Chow Keung e Jia Zhang Ke, diretor vencedor do Leão de Ouro de Veneza em 2007 com o filme “Still Life”. A aproximação entre LikWai e os irmãos Gullane aconteceu por intermédio de François da Silva, diretor da Quinzena dos Realizadores, uma das seções do Festival de Cannes. Fabiano e Caio Gullane, que com este filma fazem sua segunda co-produção internacional.

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A participação da Gullane Filmes é majoritária. De um orçamento de US$ 2,8 milhões, 60% estão sendo financiados pela produtora brasileira e os demais 40% pela Xstream. Os recursos brasileiros foram provenientes da captação de recursos com os artigos 1 e 1A da Lei Rouanet, assim como do uso do artigo 3º pela Paris Filmes, uma das distribuidoras do filme. A maior parte do montante veio do prêmio do BNDES de 2007, que também fomenta com o uso do artigo 1A da Lei Rouanet. Os demais 40% foram captados com a pré-venda do filme na Ásia. “A empresa japonesa Bitters End comprou os direitos para o mercado japonês. É uma distribuidora com cerca de dez lançamentos anuais, todos nessa linha de filmes de arte com apelo comercial”, diz Fabiano. A distribuidora chinesa Sun Dream, por sua vez, adquiriu os direitos de distribuição para a China e Taiwan.


“É uma produção 100% brasileira, com 60% de investimentos locais. Isso se reflete na composição da equipe e do elenco. E por enquanto só temos compromisso com três países asiáticos. Os mercados norte-americano e europeu ainda nem começaram a ser explorados”, afirma Fabiano. “Poderíamos ter ido atrás de mais recursos no exterior, mas a entrada de mais parceiros faria com que perdêssemos o controle.” A entrada das distribuidoras internacionais trouxe consigo algumas imposições quanto ao elenco, que foram consideradas adequadas pelo diretor e pelos produtores. Foi de onde surgiu a indicação de Odagiri Joe, ator que tem se destacado no cinema japonês e que já recebeu vários prêmios em festivais mundo afora, além de protagonizar “Blood and Bones”, do diretor japonês Takeshi Kitano. O elenco tem cerca de dez atores principais, metade asiáticos, metade brasileiros. Entre os estrangeiros estão também Anthony Wong, de Hong Kong, e a atriz chinesa Huang Yi. Alexandre Borges, Antônio Petrin, Milhem Cortaz e Tainá Muller integram o casting brasileiro. A equipe também é dividida. Segundo o produtor executivo Fabiano Gullane, o staff de fotografia, câmera e movimento veio da China. “Como Lik-Wai é diretor de fotografia, trouxe sua equipe, que já colaborou em outros filmes”, diz

Kong para o primeiro corte. Depois, retorna para ser finalizado no Brasil. A previsão é a de que esteja pronto no final de 2008, para começar sua carreira em 2009. Em seu currículo, Lik-Wai assina a direção de fotografia dos filmes de Jia Zhang Ke, um dos mais cultuados diretores chineses atuais, e a direção de fotografia de segunda unidade dos filmes mais recentes de Won-Kar-Wai. Seu longa “Love Will Tear Us Apart” Metade do elenco é asiático e metade brasileiro. Staff de fotografia, câmera e movimento veio da China. foi selecionado para a competição do Festival de Cannes em 1999, e “All Fabiano. Os demais membros são Tomorrow’s Parties”, de 2003, para a brasileiros, assim como todo o parque de mostra Un Certain Regard. equipamentos. “Oferecemos, inclusive, “Plastic City” é o segundo filme uma câmera HD de um modelo mais rodado pela Gullane Filmes em moderno do que o solicitado pela equipe.” co-produções internacionais. O A estratégia de primeiro foi “Chega de Saudade”, lançamento tem a ver de Laís com a política da Bodanzky, em Plastic Cit produtora de não só parceria com a y Longa-met explorar o mercado emissora ragem (Co-produção 35mm, lanç Brasil-China-Jap ão de exibição francesa Arté, amento pr Direção evisto para , fic, Yu 2008) -L ik -W ai comercial, mas de que colaborou Empresas produtoras fazer questão de no roteiro e Gullane Film Xstream P es (Brasil) e apresentar seus entrou com 8% roductions Sinopse (China) Numa São filmes nos dos recursos. A P au lo surrealista contraband , duas festivais mais produtora japonesa, istas, uma chinesa e gangues de lutam pelo controle do outra importantes do também prepara mercado mundo. “Sempre “Birdwatchers”, inscrevemos nossos filmes em todo o do italiano Marco circuito de festivais, para depois fazermos Bechis, um longa rodado na região o lançamento. Acreditamos que os Centro-Oeste, que discute a epidemia festivais alavancam o filme.” de suicídios entre os índios guarani Com filmagens previstas para de Dourados. Nesse caso, 80% da terminar em final de abril, o material produção é italiana, mas 95% da bruto segue com o diretor para Hong equipe é brasileira.

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( making of )

Lizandra de Almeida

l i z a n d r a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

De bike pelo Rio

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fotos: divulgação

este filme de lançamento da campanha de restauração dos bicicletários do Rio de Janeiro, a apresentadora Cynthia Howlett percorre as ciclovias da cidade mostrando o trabalho patrocinado pela companhia de seguros SulAmérica. Pode parecer estranho que uma seguradora vá à televisão para divulgar seu apoio ao transporte alternativo, mas foi a própria agência que propôs a estratégia. A campanha começou no ano passado em São Paulo, com a criação da Rádio SulAmérica, uma emissora que só transmite informações sobre o trânsito. A agência se envolveu inclusive na implantação da rádio e, ao propor o patrocínio aos bicicletários do Rio, também assumiu parte da viabilização da idéia. “Depois da idéia em São Paulo, a seguradora queria um projeto relevante no Rio de Janeiro. Em nossas pesquisas, descobrimos que o Rio tem a segunda maior ciclovia da América Latina, então fizemos reuniões com a Prefeitura e o Instituto Pereira Passos, que cuida das ciclovias no Rio, e propusemos a criação de novos bicicletários e a manutenção dos existentes”, afirma. “A campanha tinha de ser filmada ao ar livre, no local, até porque nem todo o mundo tem idéia de tudo o que existe. Escolhemos então a Cynthia Howlett, que é um ícone associado tanto ao esporte como à preocupação ambiental”, continua Sutton. A pesquisa partiu do livro “Ciclovias da Cidade do Rio de Janeiro”, que mapeia os 140 km de ciclovias da cidade. “Fizemos uma extensa pesquisa de locação,

Foram pesquisadas formas de posicionar a câmera. Alguns planos foram feitos com carrinhos de rodas que não trepidam fixados na bicicleta.

porque a ciclovia vai de Grumari ao píer Mauá, passa pela orla toda, chega até a floresta da Tijuca”, conta a diretora Mini Kerti. “Também pesquisamos várias formas de posicionar a câmera e de filmar bicicletas. Já tínhamos feito um filme com bicicleta antes e mostramos nossas idéias para o maquinista Edgar Mugica. Ele desenvolveu uns dollies tubulares com rodas pneumáticas, ou seja, carrinhos com rodas que não trepidam, com uma estrutura que podia ser fixada na bicicleta. Conseguimos fazer planos muito legais com ele.” Com apenas duas diárias de prazo, foi preciso criar uma logística intrincada para percorrer as diversas paisagens do Rio. A primeira diária transcorreu com tranqüilidade, mas depois o tempo nublou. “Esperamos até o último momento, até que conseguimos um dia claro. Começamos as filmagens sempre de manhã bem cedo, para poder colocar o sol em quadro e obter uma cor bonita”, continua Mini. Filmado em 16mm, o material foi telecinado no equipamento Artworks, da Casablanca, aprovado pela diretora.

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“Esse telecine tem um processo diferente de captura das imagens, porque escaneia o negativo, e de marcação de cor, porque permite que as máscaras sejam desenhadas à mão. Além disso, seu tempo de renderização é muito menor, o processo é praticamente em tempo real, o que deu uma agilidade enorme.” ficha técnica Cliente SulAmérica Seguros Produto SulAmérica Auto Agência MPM Propaganda Criação Aaron Sutton, Jorge Iervolino, Margit Junginger e Elias Torres Dir. de criação Aaron Sutton e Jorge Iervolino Produtora Conspiração Filmes Direção Mini Kerti Dir. de fotografia Flávio Zangrandi Prod. executiva Lula Franco Produção Tim Maia Maquinista Edgar Mugica Platô Fernando Pestana “Chicão” Finalização Rita Vilhena Atendimento Cris Lope Trilha A9 Áudio


O carro é deles mesmo

A

nova campanha dos carros Fiat segue a linha documental que vem sendo implantada pela agência desde 2006. Mas agora os proprietários não dão só seu depoimento: eles vêm de carro e tudo para enfatizar seu amor pela marca. São dez filmes, com carros e consumidores diferentes. Em cada um, o proprietário conta histórias de seu envolvimento com o carro. “Na campanha anterior, levamos os donos de carro para o estúdio sem contar o que ia acontecer. Eles falavam de bate-

mas para mim, foi a primeira vez. Por isso conseguimos aquele frescor.” Para a nova campanha, foram desenvolvidos equipamentos para que os proprietários pudessem dirigir seus carros e falar para a câmera, sem que surgisse a sensação de que estavam sendo rebocados. “Foi um pouco difícil estruturar isso, mas depois que descobrimos o caminho das pedras foi fácil. Medimos os carros e produzimos grips do tamanho certo. Usamos duas câmeras 16mm e a iluminação foi feita só com luzes internas”, explica o diretor. Na verdade, foram usadas placas de

podiam dirigir bem devagar e até desviar o olhar, virando para a câmera, sem riscos de acidente. O diretor ia dentro do carro, acompanhando os depoimentos e estimulando a conversa. “A Fiat chegou em um momento em que não quer mais falar para o consumidor, mas quer ouvir. Nesses filmes, a gente consegue ver como as pessoas são envolvidas com seus carros. Em alguns casos, alguns depoimentos eram tão empolgados que até pareciam demais, acabamos até cortando”, diz Sutton.

pronto e o resultado foi ótimo. Agora, eles estão em seus próprios carros, falando com a câmera”, explica o diretor de criação Ricardo John. Para captar esse clima documental, foi escolhido o diretor Caíto Ortiz, autor do documentário “Motoboys – Vida loca” e “O dia em que Brasil esteve aqui”, que retrata a passagem da seleção brasileira pelo Haiti. Foram selecionados proprietários de automóveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, para onde a equipe se dirigiu. “Desde a campanha anterior, eu acreditei que se déssemos ouvidos às pessoas, tudo ia dar certo. Da outra vez, as pessoas contaram sua história para as pessoas da pesquisa,

leds como as de mostradores de celular, de 30 x 30 cm, com baterias ocultas no porta-malas dos veículos. É uma luz discreta, que permite que o exterior dos carros e a paisagem também sejam mostrados. Todo o equipamento estava dentro do carro e as lentes foram definidas segundo o modelo e o perfil do consumidor retratado. “Não havia nenhum texto preparado. Felizmente, agência e cliente acreditaram na minha proposta de bater um papo sobre o carro, sem perguntas prévias. Se perguntasse alguma coisa, certamente ficaria forçado”, diz Caíto. Por uma questão de segurança, os carros foram escoltados por dois carros da equipe, um na frente e outro atrás. Assim,

Equipe desenvolveu equipamentos para que os proprietários pudessem dirigir seus carros

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ficha técnica Cliente Produto Agência Diretor de Criação Criação Produtora Direção Dir. de Fotografia Diretor de Arte Montagem Produção Pós-Produção Prod. de Som

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Fiat institucional Giovanni+Draftfcb Adilson Xavier, Ricardo John e Sidney Araújo David Romanetto, Ricardo John e Caíto Ortiz Prodigo Caíto Ortiz Ralph Strelow Marcos Carvalheiro Alexandre Boechat / André Dias Prodigo Films Prodigo Films Tesis (Silvio Piesco)


(licenciamento) Ana Carolina Barbosa

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Com toda a licença Licenciamento ganha espaço em emissoras e a atenção dos produtores, que vêem na negociação do uso de suas marcas uma fonte de receitas.

Detentores de marcas recebem valor mínimo de garantia dos licenciados, além do pagamento mensal dos royalties, que variam de 4 a 14% dependendo da

Record e seus derivados, conseguimos gerar demandas em outros mercados”, afirma. Em abril, a Record já fechou com a Panini o licenciamento de “Caminhos do Coração – Os Mutantes” para o lançamento de um livro de figurinhas dos personagens da novela. Vislumbrando novas negociações, Urbaneja afirma que o apelo para o licenciamento da empresa estará concentrado principalmente nas obras de ficção, variedade e humor. Mais experiente na área, a Cultura Marcas, braço de licenciamento da Fundação Padre Anchieta, representou 4% da receita da fundação em 2007, registrando crescimento

“Há valor agregado no licenciamento. No momento em que uma criança brinca com a boneca Emília e a família assiste novamente a uma das nossas miniséries, eles estão se relacionando por mais tempo e de uma forma diferente com o nosso conteúdo” José Luiz Bartolo, da Globo Marcas

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de 31% em relação ao ano anterior. Criada em 2004 para atender à demanda pelo “Cocoricó”, a área já licenciou o programa infantil para 17 empresas dos segmentos de confecção, papelaria, decoração, editoração, softwares educativos, higiene e cosméticos. “Fazemos um trabalho de prospecção de empresas com potencial para licenciar nossos produtos e também analisamos as propostas que nos chegam. Nosso foco, atualmente, é o ‘Cocoricó’, mas também estamos trabalhando com outras possibilidades, como o ‘Roda Viva’, por exemplo”, diz Sandra Zanini, gerente comercial da Cultura Marcas. Para José Luiz Bartolo, diretor da divisão de licenciamentos da TV Globo, criada em 2000 e conhecida hoje como Globo Marcas, o licenciamento é também uma forma de a emissora estreitar e tornar mais duradouro o relacionamento dos telespectadores com suas marcas e programas. “Há valor agregado. No momento em que uma criança brinca com a boneca Emília, um jovem veste a camiseta de ‘Malhação’ e a família assiste novamente a uma das nossas miniséries, eles estão se relacionando por mais tempo e de uma forma diferente com o conteúdo produzido pela TV Globo”, observa. A Globo Marcas tem mais de 80 programas licenciados e, segundo Bartolo, embora haja boas experiências com as foto: zé paulo cardeal/TV globo

S

air das telas da TV ou do cinema para as capas de cadernos, embalagens de biscoitos, escovas de dente, roupas e brinquedos é um caminho natural a ser seguido pelas atrações que despertam o interesse do público. Tão natural quanto competitivo e lucrativo. Para participar deste mercado que, segundo estimativas da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), deve faturar R$ 3,2 bilhões em 2008, emissoras e produtores têm atentado para a estratégica área de licenciamento atraídos pelas possibilidades de geração de receitas. Além de um valor mínimo de garantia que o detentor da marca recebe da empresa licenciada com base nas projeções de vendas, há o pagamento mensal dos royalties que variam de 4% a 14% dependendo da categoria de produtos. Interessada em conquistar espaço neste filão, a Record, por meio da Record Entretenimento, empresa criada em março deste ano para atuar nas áreas de cinema, teatro e novas mídias, cuidará também dos licenciamentos da marca e dos programas da emissora. Segundo João Luiz Urbaneja, diretor executivo da Record Entretenimento, esta será uma área importante. “Ao ampliarmos a exposição da marca


contratada pela Televisa, rede mexicana, para fazer o licenciamento da marca “Rebelde”, transmitida pelo SBT. “A novela estourou, foram mais de 30 produtos licenciados e o SBT não teve participação em royalties porque não havia esta especificação no contrato”, conta Diesendruck. Por essas razões, segundo o diretor da agência, é comum que o dono da marca passe um percentual dos direitos autorais às emissoras porque a exibição, principalmente na TV aberta, estimula as vendas. “A TV paga ainda não gera massa crítica para um programa de licenciamento”, opina.

FOTOS: divulgação

marcas “Malhação”, “Big Brother”, novelas e extensões dos programas jornalísticos em livros, DVDs e fascículos, os produtos infantis são os campeões de audiência. Um dos pontos-chave do licenciamento é a escolha da categoria de produto e da fabricante. “O produto tem que ter uma relação direta com o DNA da marca e a qualidade proposta pelo fornecedor tem que estar de acordo com o nosso padrão de qualidade”, explica Bartolo. “Também precisa haver correspondência entre a imagem do produto, da empresa fornecedora e a mensagem do programa. Não posso, por exemplo, licenciar ‘Cocoricó’ para uma rede de fast food”, acrescenta Sandra.

“Acho que o produtor brasileiro tem que estar atento a esta área e saber negociar seu produto. É uma fonte de recursos e é muito melhor do que ficar esperando incentivos do governo”

TV paga Com oito anos de experiência na área de licenciamento, Reinaldo Marchezini, CEO da Flamma Films, que co-produziu em parceria com a produtora australiana Southern Star e o estúdio espanhol Neptuno Films a série de animação “Princesas do Mar”, transmitida pela Discovery Kids, acredita que a TV paga tem a vantagem de ter princípios mais claros e definidos. “O público também é mais segmentado e com maior poder aquisitivo. Mas hoje em dia tem que pensar que as crianças não estão somente na televisão. Elas estão também em outras mídias como a Internet e o celular”, destaca. Detentor dos direitos de licenciamento de “Princesas do Mar” na América Latina, Marchezini afirma que os aspectos comerciais não influíram na concepção do programa, mas o licenciamento será usado para gerar receita que viabilize seus outros projetos. “Acho que o produtor brasileiro tem que estar atento a esta área e saber negociar seu produto. É uma fonte de recursos e é muito melhor do que ficar esperando incentivos do governo”, sugere.

Reynaldo Marchezini, da Flamma Films

Quem ganha? Da mesma forma que as emissoras prospectam as empresas e produtos que tenham a essência de sua programação, as empresas também buscam as marcas que têm prestígio entre seu público-alvo, uma vez que os licenciamentos fomentam os negócios das empresas licenciadas. A Estrela, empresa de brinquedos, faz periodicamente pesquisas com crianças para saber o que elas estão assistindo e quais fazem mais sucesso entre este público. Identificados os programas, os detentores dos direitos autorais da marca são procurados para a apresentação de propostas. “Fazemos licenciamento de cinema também, mas os produtos da TV levam vantagem porque a televisão tem ciclo de vida mais longo. O meio banca a presença do personagem junto às crianças”, afirma Aires Leal Lopes, diretor de marketing da Estrela. Marici Foroni, diretora de marketing da Foroni, indústria gráfica que atua no segmento de papelaria (cadernos, fichários, agendas e material de escritório), afirma que os

produtos que estão associados a algum personagem de televisão também são bastante procurados pelo público adolescente e pré-adolescente, os que mais consomem cadernos universitários. “Personagens da TV aberta têm uma performance diferenciada, mas há exceções. Esse ano, uma personagem que vendeu muito na volta às aulas foi a Pucca, que está em canal pago”, observa. As emissoras não detêm os direitos autorais de toda a programação que exibem. Séries e desenhos animados que vêm de estúdios estrangeiros, por exemplo, têm seus próprios escritórios de licenciamento no País ou contratam uma agência de licenciamento para cuidar da estratégia de comercialização das suas marcas. Nestes casos, a emissora só tem participação em royalties se inclui este termo no contrato. David Diesendruck é diretor da Redibra, agência que representa, entre outras marcas, “Os Simpsons”, “As Meninas Superpoderosas” e “Chaves”. Sua empresa foi

“Precisa haver correspondência entre a imagem do produto, da empresa fornecedora e a mensagem do programa. Não posso, por exemplo, licenciar ‘Cocoricó’ para uma rede de fast food” Sandra Zanini, da Cultura Marcas

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( programação)

Novidades da líder Globo anuncia nova programação, mas destaque fica por conta das apresentações sobre TV digital e audiência.

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evento esportivo que tem o intervalo comercial mais caro nos Estados Unidos. “A audiência da Globo tem, em média, um Super Bowl por dia”, afirmou.

Depois de São Paulo, a próxima cidade a ter o sinal digital da Globo será Belo Horizonte (a partir de 25 de abril), seguida pelo Rio de Janeiro (maio de 2008), Recife (até Investimentos abril de 2009) e Brasília Durante o evento, os (primeiro semestre de 2009). executivos da Globo se reveza– A interatividade, porém, ram para falar sobre os investi– deve demorar para chegar mentos da emissora em TV ao consumidor final. digital, TV móvel e Internet. Segundo o diretor-geral da Segundo o diretor da Central TV Globo, Octávio Florisbal, Globo de Engenharia, Fernando o Fórum do SBTVD deve Bittencourt, estão previstas a fechar a questão em dois ou duplicação do espaço da Central três meses, para que a partir Globo de Produção para produ– do segundo semestre os “Pesquisas zir programas em HD, com a receptores possam oferecer o mostram que construção de outros dois recurso. Depois deste aumenta o estúdios no Projac, além dos processo, as emissoras quatro já em funcionamento; a número de horas poderão fazer ações com troca de toda a pós-produção interatividade. “A qualidade que o brasileiro para HD; e a compra de uma passa na frente da será muito melhor do que o nova unidade móvel HD com até TV, e ainda assim que está sendo feito hoje no 30 câmeras. Segundo Bitten– cabo e no satélite”, diz. tem gente court, essa nova unidade será Quando o assunto é TV anunciando a usada pela primeira vez para a móvel, Florisbal citou uma morte da transmissão do Campeonato pesquisa em que 60% dos televisão.” Brasileiro de Futebol 2009. usuários de celular Anco Saraiva, da Central No momento, apenas os entrevistados manifestaram Globo de Marketing jogos transmitidos para São interesse em comprar um Paulo são produzidos em HD. O diretor novo aparelho que seja capaz de captar afirmou que os jogos transmitidos exclu– os sinais da TV aberta e ofereça sivamente para o Rio de Janeiro só serão possibilidades de interatividade, feitos em HD a partir de 2009. pagando para isso até R$ 1,5 mil. “É de se esperar que, em quatro ou cinco anos, teremos 60 milhões de celulares Nova programação recebendo TV aberta. Isso trará Entre as atrações da nova programação da Globo estão duas minisséries assinadas um valor extraordinário para a por produtoras independentes. Uma produzida pela O2 e outra pela Duetto. Esta segunda televisão e novas oportunidades será uma derivação do roteiro do filme “Ó Pai, Ó”. Entre os programas a serem gravados em HD estão a nova série “Dicas de um Sedutor”, alguns episódios de “Globo Repórter”, o comerciais”, observa. jornal regional “SPTV” e os Jogos Olímpicos de Pequim. Segundo o diretor-geral da TV Sobre a cobertura das Olimpíadas, o diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos Globo, a emissora também aposta na Henrique Schroeder, conta que a emissora terá uma equipe de 120 pessoas. Além destas, integração com a Internet e trabalha outras 47 serão designadas para realizar a transmissão dos jogos do vôlei de praia. A Rede Globo ficou responsável por transmitir a modalidade para todo o mundo, a convite junto com Globo.com para a produção do comitê olímpico. de sites interativos. FOTO: zé paulo cardeal/tv globo

Globo convidou os jornalistas para apresentar as novidades de sua programação em 2008. O anúncio das novas atrações, no entanto, ficou em segundo plano, diante das declarações que procuraram reafirmar a liderança da emissora na audiência. A primeira apresentação ficou por conta do diretor da Central Globo de Marketing, Anco Saraiva, que afirmou a liderança da TV sobre outros meios e defendeu a televisão aberta como a melhor mídia para os investimentos publicitários. “Pesquisas mostram que aumenta o número de horas que o brasileiro passa na frente da TV, e ainda assim tem gente anunciando a morte da televisão”, diz. Ele apresen–tou levantamento do Ibope Telereport que indica que o brasileiro assiste em média 4h40 de televisão diariamente, número que vem aumentando nos últimos seis anos – em 2001, a média era de 4h15. Para Saraiva, anúncios em uma emissora como a Globo, que tem 64% dos aparelhos de TV ligados no período das 18h às 24h, ainda são eficientes para a publicidade. Ele comparou a audiência da emissora com aquela atingida pelo

Além disso, a emissora apresentou durante o evento, seu novo logotipo e sua nova vinheta, que ficaram por conta de Hans Donner.

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Ana Carolina Barbosa e Daniele Frederico


(upgrade ) Tão longe, tão perto A Fujinon lançou uma série de novas lentes para alta definição. Em primeiro lugar está a XA88x12.5BES HD, uma super tele-objetiva com ampliação de 88 vezes, variando de uma ângulo de 12,5 mm a 1.100 mm. Apesar das características high-end, o equipamento consiste em uma pequena caixa, de 26,5 cm de altura, por 27 cm de largura e 59,3 cm de comprimento. A abertura de 2.3 no ângulo mais aberto e de 5.3 no mais fechado garante a captação de imagens em ambientes com pouca luz. O equipamento conta ainda com o controle digital da Fujinon Digi Power, que apresenta limitador de abertura, zoom rápido e duas pré-configurações de filmagens. A lente é ideal para captações que exijam uma tele potente, como esportes. Já o modelo HA23x7.6BE HDTV foi desenhado para maior variedade de demandas. Segundo o fabricante, pode ser usada para jornalismo, esportes, comerciais, filmes, documentários etc. Contudo, a Fujinon destaca que o uso ideal do modelo é a captação HD em externas. A HA23x7.6 tem zoom de 23 vezes, com ângulo de 7,6 mm a 175 mm. A abertura varia de 1.8, para ângulos de 122 mm, a 2.65, a 175 mm. A distância mínima para foco é de 80 cm da lente. A lente mede 10 cm por 22,36 cm, pesando 1,8 kg.

Super tele-objetiva com ampliação de 88 vezes é ideal para a captação de esportes.

Novo modelo pode ser usado para jornalismo, esportes, comerciais, filmes, documentários.

DVR ao vivo A Fast Forward Video apresenta neste mês de abril o eClips, um gravador de vídeo digital para produção ao vivo. Em um único pacote, a solução proporciona acesso instantâneo a clipes ou imagens still, como animações gráficas, clipes de áudio, logos, entre outros. Disponível para uso SD ou HD, o eClips conta com controles touch-screen em uma tela ampla. O vídeo pode ser inserido em tempo real, assim como importado de diferentes formatos, como AVI. A criação de playlists pode ser manual ou baseada nos mecanismos de busca do banco de dados da solução. Para facilitar a navegação entre os clipes, uma imagem thumbnail pode ser gerada no momenta da inserção do clipe no banco de dados. Durante a exibição, é possível executar toda uma

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Babel digital A corrida por equipamentos para a transmissão digital no Brasil abriu os olhos dos fornecedores internacionais. A Harris anunciou a disponibilidade de sua plataforma para a versão brasileira do ISDB-T. A fabricante demonstra na NAB, que acontece neste mês de abril, seus transmissores em diferentes potências. O transmissor da Harris conta com excitador digital ISDB-Tb (versão brasileira do padrão japonês) baseado no Harris Apex, e excitador ATSC (padrão norte-americano). A plataforma de rede de vídeo H.264 NetVX completa o pacote da fabricante norte-americana.

Disponível para uso SD ou HD o eClips, da FFV, conta com controles touch-screen.

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( agenda ) ABRIL

17 a 29 Cinesul 2008 – Festival LatinoAmericano de Cinema e Vídeo, Rio de

23 a 25 Expo Convención Canitec, Cidade

Janeiro, RJ.Tel.: (21) 2232-2044. E-mail: competitiva.cinesul@terra.com.br. Web: www.cinesul.com.br.

do México, México.Tel: (52-55) 5481-8050. Web: www.canitec.org

28 a 4/5 Cine PE – Festival do Audiovisual, 24 a 27 Sunny Side of the Doc, La Rochelle,

Recife, PE.Tel: (81) 3461-2765. Web: www.cine-pe.com.br

3 a 5 de junho

Maio

9º Fórum Brasil - Mercado Internacional de Televisão

2 a 6 Rose D’Or, Lucerne, Suíça. Tel: (41-41) 242-0907. E-mail: info@rosedor.ch. Web: www.rosedor.com

O mais importante encontro de negócios em programação de TV da América Latina traz em sua 9ª edição seminário internacional, sessões "30 Minutos" com dicas de executivos de canais do Brasil e do exterior, o dobro da área de exposições, pitchings, screenings e Encontro de TVs de Língua Portuguesa. Frei Caneca Convention Center, São Paulo, SP.Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.forumbrasiltv.com.br.

13 a 23 L.A. Screenings, Los Angeles, Califórnia, EUA.Tel: (818) 889-9188. E-mail: nlloyd_ceo@yahoo.com. Web: www.lascreenings.us

13 e 14 7º Tela Viva Móvel, Frei Caneca Convention Center, São Paulo, SP. Tel: 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br

Junho

14 a 25 Festival de Cannes, Palais des Festivals, Cannes, França.

6 a 13 12º FAM 2008 – Florianópolis Audiovisual Mercosul, Florianopolis (SC).

Tel: (33-1) 5359-6100. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.org

Orleans, Louisiana, EUA.Tel: (202) 222-2430. E-mail: thecableshow@ncta.com. Web: www.thecableshow.com

22 a 30 15º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, Cuiabá, MT.Tel: (65) 3624-5331.

15 a 21 Cannes Lions, Palais de Festivals, Cannes, França.Tel: (44-20) 7239-3400. Web: www.canneslions.com

Tel.: (61) 3225-9998. Web: www.mostrataguatinga.com.br

São Luís, MA.Tel.: (98) 3231-2887. E-mail: euclidesbmn@yahoo.com.br.

Web: www.brazilianfilmfestival.com 42

18 a 27 11º Festival Internacional de Cine Expresión en Corto, Guanajuato, México. Tel: (52) 415 1572 7264. E-mail: info@expresionencorto.com. Web: www.expresionencorto.com.

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Tel.: (31) 3291-0524. Web: www.festivaldecurtasbh.com.br.

AGOSTO 10 a 17 6° Cine Fest Petrobras Brasil, Nova York, EUA.Tel.: (21) 2439-2333. E-mail: inffinito@inffinito.com. Web: www.brazilianfilmfestival.com

11 a 13 ABTA 2008, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP.Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@ convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br.

14 a 23 15° Gramado Cine Vídeo e Mercado do Audiovisual, Gramado, RS.

15 a 21 31° Festival Guarnicê de Cinema,

30 a 7/6 12° Festival de Cinema Brasileiro de Miami, Miami, EUA.

Tel: (11) 3823-4600.

25 a 31 9º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG.

Tel: (31) 3282-2366. E-mail: cineop@univeroproducao.com.br. Web: www.cineop.com.br

27 a 1/6 8ª Mostra Taguatinga – Festival de Cinema e Vídeo, Brasília, DF.

7 a 13 3º Festival de Cinema LatinoAmericano de São Paulo, São Paulo, SP.

Canadá.Tel: (1-403) 678-1216. E-mail: info@achillesmedia.com. Web: www.bwtvf.com

12 a 17 Cineop - 3ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, Ouro Preto, Minas Gerais.

Horizonte, Minas Gerais.Tel: (31) 3274-5700. E-mail: amirt@terra.com.br. Web:www.amirt.com.br

JULHO

8 a 11 Banff World Television Festival, Banff,

Tel: (62) 3225-3436 / 3223-1313. E-mail: fica@fica.art.br. Web: www.fica.art.br.

26 a 28 9º Congresso Mineiro de Radiodifusão e Exposição Nacional de Equipamentos e Novas Tecnologias, Belo

Tel.: (48) 3232-5996. E-mail: lllins@uol.com.br. Web: www. mostradecinemainfantil.com.br

Paulo, SP.Tel.: (11) 3159-1323. E-mail: info@animamundi.com.br. Web: www.animamundi.com.br.

10 a 15 10° Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental – FICA.

E-mail: videocuiaba001@terra.com.br. Web: www.cinemaevideocuiaba.org

27 a 13/7 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Florianópolis, SC.

23 a 27 Anima Mundi – Festival Internacional de Animação do Brasil, São

Tel: (48) 3237-9634. E-mail: panvision@panvision.com.br. Web: www.panvision.com.br.

18 a 20 NCTA – The Cable Show’08, New

França.Tel.: (33-1) 7735-5300. E-mail: contact@sunnysideofthedoc.com. Web: www.sunnysideofthedoc.com

Tel.: (54) 3286-6226. E-mail: gcv@gramadosite.com.br. Web: www.gramadocinevideo.com.br

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PÔSTERES TEMÁTICOS

2008

Benefícios para quem assina. Vantagens para quem anuncia. Os Pôsteres Temáticos trazem um completo resumo do setor e têm acabamento editorial e gráfico com a mesma qualidade que caracteriza as revistas TELETIME e TELA VIVA e são enviados gratuitamente aos assinantes de ambas as revistas*.

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