Revista Teletime - 142 - Abril 2011

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.:Especial de redes | ACESSOS FIXOS admite o executivo. “Não é uma decisão simplesmente de rede. Nossa estratégia começa com a definição dos serviços que achamos que nossos clientes irão necessitar em 5 a 10 anos. Uma residência terá em média três TVs, com maioria de canais em HD e uso intensivo de banda larga. Assim decidimos pelo FTTH, numa expansão gradual iniciando pelas classes AB e crescendo para outras áreas do Estado”, explica Fayan. O projeto de FTTH da Telefônica teve início em 2008 e conta atualmente com 400 mil home passed e cerca de 15 mil clientes. E o ritmo de expansão é acelerado, com um montante de 3 a 4 mil fibras sendo implantadas ao mês no Estado. “Nossa expectativa é alcançar um milhão de clientes conectados em fibra até 2015”, estima. E em um acordo com a Anatel, a empresa se comprometeu a ter pelo menos 70 mil clientes ao final de 2012. A rede FTTH está baseada no GPON e Fayan revela que a operadora, atenta à evolução da tecnologia, analisa executar em breve alguns trials com soluções 10G GPON e WDM-PON, possivelmente ainda em 2011. “Será um teste em escala pequena, para avaliar as soluções do ponto de vista de tecnologia, e operacional e dos impactos na operação”, diz. Interessante notar que enquanto as operadoras de telefonia evoluem suas redes para suportar serviços de vídeo, a arquitetura de rede da maior operadora de TV a cabo, a Net Serviços, se aproxima cada vez mais da de uma tele. “Quando tomamos a decisão de lançar o serviço de telefonia utilizando o protocolo IP, implementamos em conjunto com a Embratel softswitches e outros elementos de NGN e uma arquitetura IMS para fazer o controle dos serviços IP”, lembra o diretor de produtos da Net, Márcio Carvalho. “Estamos preparando nossa rede para o futuro, para o IP, alterando nossa topologia de rede metropolitana, com pontos concentradores metroethernet, camadas de sinalização e backbone de interligação dentro do backbone da Embratel”, revela. “Aumentamos a quantidade de concentradores, ligados em anel pra dar redundância, e o efeito positivo é que o node do cabo coaxial fica cada vez menor e fibra chega cada vez mais perto do cliente”, explica. Essa redução dos nodes permite que a Net administre serviços de banda larga, TV, telefonia e VOD em áreas

Total de cidades por tecnologia 5000

ADSL

ASDL2+

VDSL

Total Brasil: 5.565 Fonte: Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2011. Base: nov/2010

Cable Modem

331

0

108

1000

159

2000

4.676

3000

4.964

4000

FTTH

específicas de uma região atendida, sem que o controle passe por toda a rede da operadora. “Chegar em escala com fibra direto na casa do usuário será uma questão de tempo e de custo.” A Net caminha para a oferta de FTTH e já oferece algumas conexões diretas de fibra para clientes corporativos em GPON. E as mudanças não se restringem ao core da rede. Segundo Carvalho, todas as cidades em que a Net atua já contam com CMTS DOCSIS 3.0, pelo menos em algumas regiões da localidade, mas a idea é ter a cobertura completa do footprint até o final do ano. “O DOCSIS 3.0 nos dá uma capacidade de banda muito grande com a rede HFC que já temos implementada e isso nos permite otimizar o investimento. A grande vantagem é que também já nos prepara para a evolução dos serviços como o HD, o 3D e o VOD”, avalia Carvalho. O executivo conta que em laboratório a Net atingiu mais de 300 Mbps de velocidade utilizando DOCSIS 3.0 em oito canais. Cada canal é capaz de transmitir dados em até 40 Mbps. “Se utilizarmos mais de oito canais, podemos chegar a até 1Gbp. É tecnicamente factível, a questão será que serviços iremos oferecer para o usuário em nossos canais”. A Net começa a estudar agora a transmissão de vídeo sobre DOCSIS, tanto para transmissão unicast quanto para a entrega de conteúdos em outras plataformas que não set-top box, como tablets e aplicações de TV anywhere. Vale lembrar que o serviço de VOD que a Net lançou recentemente, o Net Now, ainda não terá a transmissão sobre IP. Utilizará a tecnologia DVB através do cabo coaxial tradicional. Apenas o menu de navegação no catálogo e as informações de compra trafegarão sobre IP. Importante ressaltar também a estratégia adotada pela Embratel, que embora detenha mais de 90% do capital total da Net Serviços, optou por construir uma rede própria HFC, complementar àquela da Net. “Nossa opção pelo HFC foi motivada verdadeiramente para chegarmos com banda larga de alta capacidade na casa dos usuários sem precisar investir neste primeiro momento em um acesso direto em fibra, facilita a extensão do acesso óptico e, quando fizer sentido, chegaremos com fibra nas residências ”, explica o gerente de tecnologia da Embratel, Luiz Fernando Bourdot. A construção da rede HFC da Embratel teve início em meados de 2010 e a comercialização dos serviços começou recentemente. “Temos um projeto bastante agressivo de pelo menos três anos para a oferta de banda larga e telefonia, o Via Fone, que utiliza a mesma tecnologia do Net Fone”, conta. A expectativa é que a rede cubra 37 cidades até o meados do ano e mais 87 ao final de 2011. A operadora oferece no momento velocidades de até 20 Mbps e, quando o cliente também está interessado em serviços de TV por assinatura, a entrega é feita por DTH. “A Embratel está mudando seu perfil de atuação e a construção das redes de acesso é fruto dessa estratégia”, ressalta Bourdot.

12 especial de redes | Teletime abr_2011


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