Revista Ti Inside - 88 - Março de 2013

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>mercado GABRIELA STRIPOLI

O desafio de criar

apps de sucesso

O

mercado mundial de aplicativos móveis deve movimentar US$ 25 bilhões somente neste ano, segundo projeção do Gartner. E, para o Brasil, as perspectivas também são bastante promissoras. Uma pesquisa da Accenture realizada em 13 países revela que os brasileiros são os mais propensos a adquirir um smartphone num futuro “Entendemos que próximo — nada menos que 78% dos o mercado de entrevistados no país disseram ter a aplicativos é bem intenção de comprar esse tipo de diferente da aparelho, contra 40% em outras regiões. Este número tende a crescer cada vez internet. Agora vamos trabalhar mais em função do barateamento das para divulgar novas tecnologias, tanto de smartphones nosso app nas e tablets quanto do acesso a internet em lojas de banda larga 3G, além da entrada da aplicativos” classe C no mercado consumidor. No ano passado, por exemplo, os consumidores Felipe Fioravante, da iFood compraram três vezes mais por meio de dispositivos móveis, de acordo com dados da plataforma global de transações digitais Adyen. Entre os produtos adquiridos via smartphones estão eletrodomésticos, livros, CDs de música e, principalmente, aplicativos. Os aplicativos para dispositivos móveis, por sinal, se tornaram uma verdadeira febre no mercado. “É uma tendência mundial, temos cada vez mais smartphones no mundo. Antes, existiam apenas aparelhos top de linha, mas agora já vemos opções a preços mais módicos para outras camadas da população, o que no Brasil ajudou a acelerar o mercado de desenvolvimento de aplicativos móveis”, observa Eiran Simis, gerente de empreendedorismo do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R). 2 2

foto: divulgação

Experiência em plataformas móveis, conhecimento do mercado e, principalmente, descobrir um nicho inexplorado são alguns dos requisitos apontados por especialistas para quem quer entrar (e ser bemsucedido) no negócio de desenvolvimento de aplicativos móveis

Esse fenômeno fez aflorar um semnúmero de desenvolvedores de apps, que viram nesse segmento um negócio promissor. Mas, passada a euforia inicial, alguns começam a se dar conta da realidade do mercado. “Não é um mercado para aventureiros. Quem realmente ganha dinheiro com aplicativos móveis possui estratégia, já empreendeu negócios na área ou nesse segmento da indústria, acumula experiências e, inclusive, fracassos”, alerta Simis. Dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), que têm como base o autocadastro feito pelo próprio

A etapa mais árdua é a do marketing, a mais cara e a que demanda mais tempo e relacionamento T I   I n s i d e

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empreendedor, revelam que das 1.475 startups brasileiras em atividade, aproximadamente 10% são voltadas ao negócio de mobilidade (veja boxe ao lado). É a terceira maior categoria de empresas nascentes de tecnologia, atrás apenas de redes sociais e de comércio eletrônico — esta última categoria normalmente fornece serviços voltados ao varejo móvel. O desafio para os empreendedores começa na dificuldade de concorrer com os mais de 700 mil aplicativos disponíveis nas lojas virtuais dos fabricantes de dispositivos móveis. Isso sem falar na necessidade de um plano de marketing e de divulgação. “Para desenvolver o app são necessários, em média, um investimento de R$ 40 mil e alguns meses de trabalho, o que não é muita coisa. Colocar o produto à disposição de milhões de pessoas também pode ser feito praticamente do dia para a noite. A etapa mais árdua é a do marketing, a mais cara e a que demanda mais tempo e relacionamento”, explica Simis. Daí o fato de os empreendedores bem-sucedidos nesse segmento normalmente já terem experiência nessa área, com contatos estabelecidos e conhecimento do negócio. É o caso da iFood, startup de entrega de refeições por encomendas feitas por meio de celular. O CEO da companhia, Felipe Fioravante, conta que a ideia nasceu a partir de uma empresa já estruturada, que fornecia aos restaurantes a opção de pedidos feitos através da internet. “Já conhecíamos os problemas dos restaurantes e a dinâmica do processo de delivery. São detalhes, como a necessidade de um equipamento que imprime as notas em duas vias ou o barulho da máquina para alertar a cozinha sobre a chegada de um pedido, que o

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