Revista Tela Viva 215 - Maio

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especial rio de janeiro por Ana Carolina Barbosa

anacarolina@convergecom.com.br

Na crista da onda Produtores confirmam o bom momento do conteúdo audiovisual no Rio de Janeiro e pedem atenção dos governos municipal, estadual e federal para que o setor possa absorver a demanda crescente e manter o ritmo.

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Jorge Nassaralla, da KN Vídeo: trabalho na captação de imagens do Rio de Janeiro para arquivo e desenvolvimento de atrações relacionadas ao esporte para a televisão.

FOTO: DIVULGAÇÃO

timismo é palavra recorrente na boca dos produtores de conteúdo audiovisual do Rio de Janeiro. Entre os motivos estão, obviamente, os ventos que sopram a favor do setor de forma geral, como a expectativa de aprovação do PLC 116, e novos mecanismos de fomento, como o Fundo Setorial do Audiovisual e o Artigo 3ºA. Porém, no caso dos cariocas, o fator “cidade maravilhosa” também se impõe. Cartãopostal mais importante do Brasil, prestes a sediar partidas da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, cenário de superproduções como “Velozes e Furiosos 5” e “Amanhecer”, da saga “Crepúsculo”, o Rio de Janeiro desperta cada vez mais interesse. Os produtores já vêm sentindo o aumento da demanda, mas ainda acreditam que precisam de mais investimentos, sobretudo dos governos municipal e estadual, para surfar na crista da onda gigante que está por vir e ter fôlego para manter o ritmo de crescimento. Para Jorge Nassaralla, diretor e proprietário da KN Vídeo, fundada há 20 anos e com a produção de conteúdo para canais como o GNT e Multishow e empresas como Oi e Petrobras no portfólio, o mercado carioca de conteúdo audiovisual já se mostra aquecido há aproximadamente cinco anos, devido à demanda de

conteúdo para a TV paga e o crescente mercado de vídeos para Internet e celular. Nassaralla acredita que ainda há muita coisa para acontecer no mercado, que deve deslanchar após as Olimpíadas de Londres, em 2012. Ele conta que já fez dois orçamentos para empresas de fora para produzir conteúdo na cidade e que tem feito por conta própria algumas imagens de arquivo de pontos estratégicos do Rio de Janeiro, pois acredita que serão bastante requisitadas em breve. Está nos planos da produtora também o desenvolvimento de projetos sobre esportes para a coprodução com canais pagos, para aproveitar o interesse pelos eventos esportivos. Segundo Nassaralla, a KN Vídeo investe bastante em equipamento próprio. Com a presença de muitos canais e produtores na cidade, a expectativa é poder alugá-los, a exemplo do que a produtora fez durante a ECO 92. Marco Altberg, produtor carioca e presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABPITV), observa que o Brasil todo evolui na produção de conteúdo audiovisual, mas que o progresso é bastante evidente no Rio de Janeiro. “O Rio perdeu muito espaço e agora recupera. Ele sofreu a tendência de ser nacional e agora retoma a produção com características regionais”, diz. Outro aspecto importante, de acordo com Altberg,

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