Revista Budo 14

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EDITORIAL

De olho no pódio dos Jogos

Pan-Americanos de Toronto

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hegamos ao fim de mais uma temporada na qual, nas áreas competitiva e estrutural, o balanço é extraordinariamente expressivo. A Federação Paulista de Karatê (FPK) deu exemplos seguidos de como organizar e promover eventos esportivos e de reagrupar os professores paulistas em torno de uma proposta que reverencia a origem e toda a tradição da modalidade, por meio de uma gestão moderna e inovadora. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) nada a braçadas, seja no campo esportivo seja na área da gestão. Neste ano o judô brasileiro manteve a curva de crescimento na obtenção de resultados nas mais diversas classes, passando pela base, alto rendimento e veteranos. No campo da administração, a CBJ surpreendeu com o lançamento do Centro Pan-Americano de Judô, no dia 30 de novembro. O mais novo equipamento esportivo, situado na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas (BA), atenderá simultaneamente ao desenvolvimento técnico do judô brasileiro e de todo o continente americano. Por meio de uma gestão séria e fundamenta exclusivamente no progresso da modalidade, a nova diretoria da Confederação Brasileira de Karatê (CBK) atingiu um patamar de desenvolvimento bastante satisfatório, promovendo em menos de dois anos o resgate de uma modalidade que sistematicamente caminhava para trás e encolhia. Hoje, podemos comemorar a volta do karatê verde e amarelo ao primeiro lugar nos rankings sul-americano e pan-americano. Nestes dois anos o Brasil obteve dois ouros e várias medalhas em campeonatos mundiais, e no campo da gestão os avanços têm sido surpreendentes. Como consequência de todo esforço e inovação demonstrados pela diretoria da CBK, a World Karatê Fede-

Centro Pan-Americano de Judô

ration (WKF) premiou o Brasil com a realização de uma etapa da Premier League em 2015, principal evento do calendário anual da entidade. A competição mundial, que se realizará na última semana de maio em São Paulo, reunirá os principais karatecas e técnicos do mundo, na atualidade. O judô paulista manteve a trajetória de conquistas dentro e fora dos tatamis, e no fim da temporada pôde comemorar a inauguração de mais um Centro de Excelência, em Divinolândia, o que eleva para oito o número de núcleos de treinamento para o alto rendimento no Estado. Definitivamente 2014 ficará marcado como um ano de ouro para o judô e o karatê brasileiros. Um ano que antecedeu os Jogos Pan-Americanos que se realizarão de 10 a 26 de julho, em Toronto, no Canadá, onde certamente ambas as modalidade marcarão grande presença no pódio e obterão numerosas medalhas de ouro. Que venha 2015, que venham os Jogos Pan-Americanos, e que 2014 jamais seja esquecido! O editor

Sarah Meneses e Douglas Brose esperanças de podio em Toronto

EXPEDIENTE

Revista de Judô e Esportes de Combate

Editor e Diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Luiz Fernandes Araújo Junior José Jantália Flávio Bang Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864 Direção de Arte André Siqueira Assistente de Produção Geisa Guedes Web Site Thaís Sogayar Colunistas Anderson Dias de Lima Fernando Malheiros Filho José Carlos Alves de Oliveira Mateus Saito Consultores Técnicos Luís Alberto dos Santos – Judô Waldir Zuza - Karatê Colaboradores Mário Manzati – FPJ Valter França – CBJ Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Kura – Capa Paco Lozano – Europa Marcelo Lopes – São Paulo Geraldo de Paula – Internacional Valter França – CBJ Daniel Ferrentini – Rio de Janeiro Cristiane Ishizava – São Paulo Paulo Pinto – Brasil Departamento comercial Daniela Mendes de Souza revistabudo@gmail.com Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR)

A Revista Budô é uma publicação trimestral da Global Sports Editora. Administração, publicidade e correspondências Rua Henrique Júlio Berger, 855 – Conj. 102 – Caçador (SC) 89500-000 - Fone: (49) 3563-7333 Distribuição dirigida Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos Reservados © 2014 - Global Sports Editora Impressa no Brasil – Printed Brazil www.revistabudo.com.br

Informação a serviço do esporte

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Revista Budô número 14 / 2014 Revista Budô número 13 / 2014

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A pratica é a chave de tudo e o uchi-komi é uma das principais praticas no judô. É a aplicação repetitiva de uma determinada técnica de arremesso com o propósito de aprender, levando o oponente bem próximo da projeção. Após a pratica do uchi-komi é sempre bom praticar o nage-komi, que é a execução completa do golpe de forma repetitiva. Mas a melhor maneira de praticar o nage-komi é com o tatami específico para esta prática produzido pela Agglorex. Com o tatami de amortecimento para nage-komi da Agglorex você pode repetir as técnicas de arremesso com total segurança sem causar desconforto para seu companheiro de treino.

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NESTA EDIÇÃO Miguel Suganuma “Penso o judô fundamentado no desenvolvimento humano”

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A Equipe do Judô Inhumas foi fotografada por Paulo Pinto com câmera Nikon D 800 e lente EFX 24-70mm f/2.8L

4 Editorial & Expediente – De olho no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Toronto

6 Sumário

8 Idalis Ortiz Bocourt - Cubana, com muito orgulho

12 São Paulo vai sediar Premier League 14 Kime (Foco) 22 Minas Tênis é tricampeão do Grand Prix Interclubes Feminino

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36 Brasil surpreende e fica em quinto lugar no Campeonato Mundial Sub 21 de Judô

Douglas Brose conquista bicampeonato mundial inédito

52 War Fighting Race

Torneio dos Campeões premia destaques da temporada

44 Paulista Aspirantes recebe 960 judocas 56 Mauá encerra temporada sediando o Brasileiro Máster 78 Brasileiro Sênior de Judô - São Paulo mantém supremacia! 86 Uma gestão voltada para o desenvolvimento mútuo 90 Reflexos do trabalho de iniciação e formação no judô de rendimento 92 Pinheiros é heptacampeão do Grand Prix 96 Shihan Jackson da Silva - Pioneiro do Karatê-dô Tradicional infantil na capital do Brasil 100 São Caetano e Pinheiros vencem Paulista Sênior de Judô 106 Goiás faz história no Grand Prix Nacional de Judô 112 William Cardoso - Reescrevendo o futuro do karatê no Brasil 114 IVª Copa São Paulo de karatê bate recorde de participantes 122 Jogos Escolares mantém tendência de crescimento 126 Final do Brasileiro recebe 1600 karatecas 140 Divinolândia abriga novo Centro de Excelência do Judô 142 Medicina Esportiva – Lesões nas mãos do lutador 144 Academia Shotokan - 35 anos de hegemonia esportiva e cidadania 156 259 judocas paulistas são aprovados em exames de faixa 173 No karatê-dô um aprendizado para a vida 174 Commotio Cordis 176 Associação Colossus promove Festival Curumim de Judô 178 Brasileiros conquistam cinco ouros em Málaga

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Interview

Idalis Ortiz Bocourt

Cubana, com muito orgulho! Nascida em Pinar del Rio, em 27 de setembro de 1989, a cubana campeã olímpica e bicampeão mundial Idalis Ortiz Bocourt vive em Havana (Cuba), onde além de manter a performance vencedora é educadora física e faz especialização em treinamento esportivo. Por PAULO

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PINTO I Fotos PACO LOZANO

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De que forma chegou aos tatamis? Aos 10 anos, caminhava pela rua com minha mãe e um senhor nos parou, disse que era treinador de judô e perguntou para minha mãe qual era minha idade e se eu não queria praticar judô. Eu era gordinha e queria muito fazer esporte, minha mãe sabia disso e me perguntou se eu queria fazer judô. Eu nem sabia o que era isso, mas na mesma hora respondi que sim. Como deu os primeiros passos nos tatamis? No dia seguinte me apresentei ao senhor Chamiso, num local muito acanhado, pequeno e cheio de meninos fazendo projeções. Ele me chamou na área central e, do nada, disse: “Pegue este garoto, jogue-o de ippon e não permita que ele jogue você”. Eu não sabia o que era nada daquilo, mas olhei para o lado, vi como os meninos faziam, e tratei de cumprir a ordem recebida. Foi assim que dei meus primeiros passos no judô.

Qual caminho percorreu até chegar à seleção cubana? Durante quatro anos fiz parte da seleção provincial de Pinar del Rio, na qual conquistei vário títulos, como o bicampeonato nacional, além de inúmeras competições regionais. Sempre fui muito dedicada, centrada, e isso fez com que ficasse muito forte. No fim do quarto ano de judô participei de um torneio juvenil nacional, no qual competiram várias atletas da seleção cubana. Fiz várias lutas com elas e perdi apenas uma. Em função do meu desempenho, no início do ano seguinte fui convocada para o centro de treinamento de Cerro Pelado, onde o professor Ronaldo Veitia logo me colocou para competir. Voltei a ganhar das mesmas meninas que havia vencido no torneio nacional e o professor Veitia disse à minha irmã Inalvis, que me acompanhava: “Volte para casa e traga as coisas de sua irmã, pois ela não sairá mais daqui”. Foi assim que, em 2004, cheguei à seleção de Cuba.

De que modo chegou ao alto rendimento? Em função da escola, naquele primeiro ano não pude dedicar-me ao judô da forma que meu treinador queria. Estava no quinto ano e precisava estudar, mas chegaram as férias no início do ano, o pessoal do judô foi à minha casa, e recebi a notícia de que havia sido convocada para estudar na Escuela de Iniciación Deportiva Escolar (EIDE), uma instituição para crianças selecionadas para o alto rendimento. Isso me motivou muito porque eu sabia que a partir daquele momento poderia focar muito mais meu desenvolvimento no judô. Creio que apenas um ou dois meninos que estavam comigo no centro de treinamento conseguiIdalis com o ouro conquistado no mundial de ram esta façanha. Chelyabinsk, em 2014 www.revistabudo.com.br

você percebeu desenvolvimento técnico na competição? No transcurso destes anos o nível técnico está subindo rapidamente. Mundialmente o judô tem evoluído muito, e o feminino tem acompanhado esta tendência, ou melhor, penso que o feminino vem imprimindo uma evolução maior até mesmo que a do masculino. Sobre o GP este é um torneio fortíssimo, as meninas estão cada vez mais seguras e soltam os golpes com mais facilidade. Na verdade, o resultado prático das mudanças nas regras efetuadas pela FIJ está aparecendo agora, e muitas pessoas nem lembram mais da época em que eram permitidas técnicas como o morote-gari e o te-guruma. O judô feminino brasileiro está muito bom. Vimos muitas meninas jovens que, com um pouco mais de trabalho e empenho, em poucos anos estarão brigando por medalhas em campeonatos mundiais e nos Jogos Olímpicos.

Quem sabe nós cubanos tenhamos mais coragem, maior pegada ou até mesmo muito mais valor. É muito difícil precisar.

Quantas vezes você defendeu o Minas Tênis Clube no GP? Esta foi minha terceira edição do Grand Prix de Judô, e felizmente nas três edições conquistamos o título. Sinto que já faço parte desta equipe, e só falta agora me naturalizar brasileira e me filiar à Federação Mineira de Judô. Nesse

período

No pesado, especificamente, você vê o mesmo desenvolvimento? Apesar de toda a complexidade do +78 kg, penso que o crescimento tem sido muito grande. Antes, numa competição desta classe, víamos apenas dois corpos quase parados fazendo o-soto-maki-komi. Agora vemos judocas do pesado fazendo ippons com sasae-tsurikomi-ashi, o-uchi-gari, o-goshi, sode e até mesmo de uchi-mata. Assim como o judô como um todo, o pesado está evoluindo tecnicamente. Qual é a sua avaliação do judô atual? O judô cresceu muito, e vivemos um grande momento. Finalmente os atletas são valorizados, recompensados, e o nosso esforço está sendo justificado. Antes os judocas faziam tudo que fazemos hoje, mas não havia a premiação e Revista Budô número 14 / 2014

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Interview

Idalis jogou a brasileira Altmann de ura-nage na final em Chelyabinsk e correu pro abraço

a recompensa que existem hoje. Agora podemos dizer que ser atleta de judô vale a pena. Penso que no futuro certamente teremos momentos muito melhores que os atuais, mas houve sim uma melhora significativa em todos os níveis.

Idalis exibe o terceiro ouro conquistado no Grand Prix Nacional de Judô

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No passado o judô feminino de Cuba estava muito próximo do japonês. O que aconteceu? Sua pergunta é lógica, mas para respondê-la preciso me aprofundar um pouco. Acontece que a realidade econômica de Cuba é totalmente diferente da de países como Japão e Brasil. As judocas brasileiras podem participar de toda e qualquer competição classificatória que haja no mundo, assim como as japonesas, francesas etc. Cuba é um país do Terceiro Mundo que não está fortalecido economicamente. Com isso não podemos participar do circuito mundial, e todos sabem que este intercâmbio técnico é fundamental. Para maior compreensão da realidade em Cuba, destaco que em todo país temos apenas dois tatamis para o feminino e dois para o masculino. Possuímos apenas 1.500 judocas treinando no feminino, e devido a esta realidade fazemos apenas o que podemos. Mas, paradoxalmente, não passamos uma Olimpíada ou um mundial sem conquistar medalhas. Realmente não entendo como países que têm recursos para fazer o que bem entendem, treinam o ano todo onde quiserem, não conquistam os mesmos resultados que Cuba. Contudo, mesmo com a falta de estrutura econômica, obtemos resultados melhores que os de muitos países ricos

e com mais tradição no judô. Mesmo com todos os problemas econômicos e sociais que nos afligem, penso que estamos muito bem. Será que isso não acontece porque os cubanos aproveitem melhor as oportunidades que surgem? Penso que deveria ser feita uma análise mais ampla. Pode ser até que sua colocação esteja correta, ou quem sabe nós cubanos tenhamos mais coragem, maior pegada ou até mesmo muito mais valor. É muito difícil precisar. Quais são seus principais títulos? Aos 16 anos, quando passei a treinar com a seleção nacional, tive de abdicar de minha vida pessoal para dedicarme exclusivamente ao meu preparo, treinando forte de verdade. No início sofri um bocado, mas em seguida comecei a competir no circuito europeu até que as medalhas começaram a surgir. Em meu currículo ostento um ouro olímpico, sou bicampeã mundial, tenho também um bronze olímpico e dois bronzes de mundiais. Não posso esquecer, é claro, do tricampeonato no Grand Prix de Judô, do qual sinto grande orgulho. Cresci ouvindo histórias sobre o judô brasileiro, o grande rival de Cuba nas Américas. Jamais poderia imaginar que um dia defenderia um clube brasileiro, e o Minas Tênis Clube é uma instituição maravilhosa, que nos oferece uma estrutura excelente. Qual é sua meta nos tatamis? Conquistar mais medalhas para o meu país. O judô a fez feliz? Sim. Sempre! www.revistabudo.com.br


A MARCA DA CONQUISTA

Renan Tsutsumi

Campeão Pan-americano 2012 – México Campeão Brasileiro 2012 Campeão Paulista 2012 Campeão Paulista Estudantil 2012 Campeão da Copa Cidade de Sâo Paulo 2012 Campeão do Torneio Paulistano 2012 Campeão Brasileiro Regional 2011 Campeão da Copa São Paulo 2011 Campeão Paulista Inter-regional 2010

é atleta do Círculo Militar de São Pauloe aluno do sensei Fernando P. Catalano Calleja. Para treinar ou competir Renan veste sempre o judogi Grand Prix da Shihan.

LOJA DA FÁBRICA Rua Bento Vieira, 69 – Ipiranga – São Paulo (SP) Fone (11) 2215-6589 – shihan@shihan.com.br www.revistabudo.com.br

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Premier League de Karatê

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São Paulo vai sediar Premier League

m 2015 o Brasil sediará nos dias 30 e 31 de maio uma etapa da Premier League, principal evento do karatê mundial, que reúne os melhores atletas e técnicos do mundo. O evento da World Karatê Federation (WKF) terá a chancela da Confederação Brasileira de Karatê (CBK) e será realizado pela Federação Paulista de Karatê (FPK) na cidade de São Paulo. Certamente será um divisor de águas na modalidade no Brasil, já que a FPK e a CBK deverão adotar parte do padrão utilizado nesta competição nos certames nacionais. O principal evento do calendário da WKF receberá as equipes dos países mais tradicionais do karatê mundial, e para José Carlos de Oliveira, presidente da FPK, o comitê organizador local está empenhado em promover a melhor edição da Premier League. “Estamos trabalhando muito e com a maior seriedade possível. Quando fazemos isso com determinação os resultados sempre aparecem. Fomos procurados porque eles sabem que temos capacidade e faremos de tudo para surpreender os dirigentes internacionais, realizando algo no mesmo nível dos promovidos na Europa, ou até acima. Consideramos São Paulo o berço do karatê em toda a América, e este será um presente que a FPK e a CBK oferecerão a todos os karatecas paulistas.” O dirigente estadual explicou que os trabalhos para este evento já foram iniciados. “Desde que nos foi dada certeza de que sediaríamos a Premier League, começamos a planejar a execução deste evento. Enviamos uma equipe de professores, capitaneada pelo professor Ennio Vezzuli, ao campeonato mundial realizado em Bremen, na Alemanha. Eles voltaram há poucos dias e ainda estão preparando o relatório final.

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Achamos que com este descritivo em mãos poderemos definir as pessoas-chave do comitê organizador local, que terá 180 dias para projetar e executar a competição.”

Dirigente pontua crescimento técnico nacional

Por Paulo

Pinto I Fotos REVISTA BUDÔ

Competição, que se realizará pela primeira vez no continente americano, vai receber a elite do karatê mundial e promete mudar padrão de eventos no Brasil.

William Cardoso, diretor técnico da CBK e um dos responsáveis pela organização da competição, explicou como funciona este evento. “A Premier League é um circuito mundial anual, iniciado em 2012, constituído por oito etapas reconhecidas e apoiadas pela World Karate Federation (WKF). Seu objetivo é reunir os melhores competidores de karatê do mundo numa série de competições abertas com escala e qualidade mundiais.” William pontua a evolução internacional do karatê brasileiro. “Desde 2013 verificamos um crescimento técnico em comparação com o nível mundial. Conseguimos a nona colocação geral no 22º campeonato mundial sênior em 2014, o bicampeonato pan-americano sênior (2013/2014), o bicampeonato sul-americano (2013/2014) e o título de campeão do Festival Olímpico Pan-Americano 2014, entre outros feitos. Outra evidência do crescimento técnico é a crescente participação do Brasil na Premier League, refletida no aumento do número de medalhas conquistadas nesse circuito.” Para o diretor técnico da CBK, os resultados obtidos pelo Brasil nas últimas temporadas credenciaram o País a promover grandes eventos. “Tais conquistas, provenientes de um trabalho árduo e constante da nova gestão da CBK, abriram os olhos da WKF para o karatê brasileiro. Assim sendo, a candidatura do Brasil a sede de

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Ennio em Bremen

uma etapa da Premier League foi apresentada em maio deste ano. No início de setembro foi anunciado que o Brasil receberia a competição. A partir de então começamos a avaliar qual cidade poderia ser a sede do evento. Na abertura da Copa São Paulo, em 27 de setembro de 2014, foi anunciada oficialmente a escolha de São Paulo (SP).” William destacou o grande intercâmbio que a Premier League proporcionará. “O Brasil passa a ser o primeiro país do continente americano a sediar uma etapa da Premier League. Este feito é de fundamental importância para o crescimento do karatê brasileiro e americano, pois um evento de tamanha grandeza proporcionará grande intercâmbio técnico, em especial aos atletas que não dispõem de recursos para disputar torneios desse nível no exterior. Nossos atletas do alto rendimento terão a grande oportunidade de competir em território brasileiro e demonstrar nossa força para o mundo.” O diretor técnico da CBK enalteceu o trabalho feito em equipe, reunindo dirigentes nacionais, estaduais, professores e atletas de todo o País. “Todas estas conquistas são fruto do trabalho da CBK, que tem encontrado apoio nas federações estaduais, por serem elas as grandes responsáveis pelo crescimento do karatê nos Estados e, consequentemente, de seus professores e alunos, que trabalham diariamente em prol do desenvolvimento do karatê. Recomendamos a todos os atletas seniores que sonharam em disputar um dia tão grandioso evento que se preparem e participem, pois esta competi-

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José Carlos

William Cardoso

ção é aberta a todos os atletas filiados à CBK.” William finalizou lembrando que a Premier League do Brasil promoverá também o encontro de grandes amigos dos tatamis. “O Brasil por si só já é um atrativo turístico. Quando juntamos isso a um grande evento, tudo fica perfeito. Foi o que ouvimos de dirigentes, atletas e professores de vários países por ocasião do mundial realizado na Alemanha. Agora vamos à Premier League no Brasil.”

racterísticas e diferenças que existem em relação ao Brasil: o aspecto cultural, como o senso de compromisso generalizado, e o respeito aos horários e ao acordado, com ênfase na infraestrutura de maneira geral. Estes elementos, por si, facilitam muito qualquer tipo de empreendimento, não só os esportivos.” Vezzuli acredita que o Brasil está capacitado a promover certames desta magnitude. “Apesar de não termos as facilidades culturais e estruturais citadas, acho que o Brasil tem condições de realizar eventos de igual ou maior qualidade, mas isso exigirá muito mais esforço. Uma evidência do que digo são os eventos que a Federação Paulista de Karatê tem realizado ultimamente, como a Taça São Paulo 2014.” O professor paulista finalizou enumerando os maiores desafios na realização desta competição. “A organização de um evento grande como este demanda estrutura e investimento, mas acho que o aspecto logístico, o cumprimento de horários e a segurança como um todo serão os itens que vão exigir preocupação e cuidado maiores.”

Professores paulistas foram à Alemanha Para o professor Ennio Vezzuli, instrutor chefe da FPK e responsável pela equipe paulista que foi a Bremen, a viagem foi coroda de êxito. “A pedido do José Carlos Gomes, presidente da Federação Paulista de Karatê, fui à Alemanha com os professores Ailton Grilo e Carlos Magno Duarte para observar os aspectos organizacionais, técnicos e de arbitragem do campeonato mundial. Nossa observação ajudará a compor o projeto de execução da edição da Premier League que se realizará em São Paulo no próximo ano.” Ennio falou sobre as principais lições aprendidas na Europa. “Observamos as mesmas ca-

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CRÔNIC A

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conceito é próprio à física, à óptica, mas tem seus ramos espalhados para todas as atividades humanas, ainda mais na arte de lutar, emblema do significado da vida. O conceito físico de foco atrai a noção de convergência, unificação de energias sobre um só ponto. Toda a criança que já brincou com lentes de aumento ao sol terá percebido ludicamente o que significa. Basta o efeito convergente dos raios solares deitarse sobre um objeto combustível para que logo o fenômeno se produza. Faz-se o fogo. Não é mágica, mas um velho conceito da física que pode transcender para todas as atividades humanas. Nessa transcendência, o foco (Kime) ganha outros matizes, facetas e gradientes. Primeiro, distingue-se o foco mental do foco físico. Obviamente, o segundo não se produzirá sem o primeiro, mas o foco mental haverá de ser objetivo da mais alta relevância para o praticante, na mais encarniçadas de suas lutas: a que trava consigo mesmo. O foco mental garante a seu portador o pensamento pontual, desvestido das emoções que o corrompem, sempre que da mente necessitamos a maior acuidade. Foco mental significa dar ao pensamento a autonomia, a racionalidade, a primazia; pensar objetivamente servindo-se dos elementos disponíveis à reflexão, ainda que essa, nas inúmeras complexidades existenciais, seja meramente intuitiva. Mesmo para a intuição há necessidade de ter foco (Kime). O foco físico é mais simples, embora tecnicamente complexo, e representará a transferência de energia (normalmente cinética em se tratando de budokas) sobre um único ponto. Tanto maior será o resultado quanto maior a concentração energética. Enganam-se piamente aqueles que associam o resultado à quantidade de energia gerada. Essa extravasão nunca terá por simetria os bons resultados. A energia bem aplicada no foco não poderá ser de grande quantidade, sob pena de não ser possível dominá-la, condição essencial para que o foco se produza. É a energia qualitativamente empregada. A velha equação que resume a técnica, em qualquer área: o máximo de resultado com o menor custo. No domínio da téc-

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Kime (Foco)

O foco mental haverá de ser objetivo da mais alta relevância para o budoka, na mais encarniçada de suas lutas: a que trava consigo mesmo!

Por FERNANDO MALHEIROS FILHO I Foto REVISTA BUDÔ

“O foco é o caminho da luz e somente ela conduz à iluminação. Do outro lado estão as trevas.”

nica, a aplicação do foco, a observação e aprendizado do praticante, que não se deixa enganar pelas facilidades do pensamento mágico. Sabe que a boa técnica somente é acessível aos pertinazes, àqueles que se dedicaram com ardor ao seu caminho. Como em tudo, nessas imensas dualidades que compõem o mundo, interno e externo, nas quais nos louvamos para explicar o que vemos, o foco melhor se explica pela percepção de seu antípoda, o Kyo, que também pode ser dividido em mental e físico, o primeiro na desatenção e o segundo no desequilíbrio, embora o conceito seja mais amplo e profundo, compreendendo mesmo o âmago da existência humana. Não há melhor explicação e compreensão para o estado de Kyo, senão a ausência de Kime (foco). E quantas vezes fomos surpreendidos por indefensáveis desatenções, que para muitos podem ter custado suas vidas? Não há Kime com origem genética, embora alguns raros saibam encontrá-lo e praticá -lo com incrível facilidade e rapidez, razão de seu sucesso. O Kime provém de anos de experiência e formação adequada, da qualidade do praticamente, ultima ratio, do ser humano. Em sua versão conceitual guarda os mais profundos segredos, somente acessíveis àqueles que ousaram dedicar a vida a desvendá-lo. No exercício do conceito, a mente perfaz em abstrato o que poderá ser utilizado em qualquer situação da vida. Saberá o praticante, ante todos os desafios que a existência haverá de lhe reservar, que, antes de tudo, deverá ter foco. A melhor decisão é a decisão qualitativamente boa, e sem foco nada disso será possível. Voltando ao princípio, à óptica, de onde o conceito tem sua origem, o foco é o caminho da luz e somente ela conduz à iluminação. Do outro lado estão as trevas.

Fernando Malheiros Filho é professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito da família e sucessões.

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Kodanshas do Brasil

“Penso o judô fundamentado no desenvolvimento humano” Além de revelar detalhes sobre o judô nos anos 1950, nesta entrevista o professor kodansha 8º dan Miguel Suganuma avalia o judô contemporâneo, produzindo um elo entre passado, presente e futuro da modalidade criada por Jigoro Kano. Por PAULO

PINTO I Fotos REVISTA BUDÔ

Você é brasileiro? Nasci no dia 2 de março de 1937, em Presidente Bernardes (SP). Meus pais eram japoneses. Minha mãe, Sutio Suganuma, nasceu em Yamaguchi e meu pai, Suekite Suganuma, era de Shizuoca, mas se conheceram aqui no Brasil. Sou formado em Educação Física pela Faculdade de Guarulhos, e no judô possuo o 8º dan. Como chegou aos tatamis? Antigamente morávamos na roça, e o pessoal da colônia japonesa sempre levava filmes de judô para nos mostrar. Na época os atores mais famosos do judô eram Sugawara Kenji e Suruta Kogi. Isso me chamou muito a atenção, e passei a procurar academias por toda parte, mas na região em que vivíamos não havia nenhum dojô. Depois mudamos de Quatá para Indiana, e ouvi dizer que em Presidente Prudente havia uma academia de jiu-jitsu (antigamente não se falava judô). Em 1952 conheci a academia do sensei Kuchimatsu Kusabara, onde treinei dos 15 aos 18 anos. Lá disputei e venci vários torneios katinuke.

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O que é katinuke? O significado exato é luta seguida. Eram competições em que lutávamos até vencer ou perder, independentemente da quantidade de atletas. Quem fosse ganhando até o fim era o campeão. Na primeira competição de que participei eu era o único faixa marrom, e me colocaram na ponta para começar porque era o menos graduado. Mas acabei derrotando os nove adversários. As lutas eram organizadas por categoria de faixa, não por peso. Esses torneios eram feitos pelas escolas, porque ainda não existia federação. Por ter vencido todos os faixas pretas em seguida, promoveram-me a faixa preta. Na época as promoções tinham por base as competições. Mas eram obrigados a fazer mais de cinco lutas no mesmo dia? Desculpe, mas vocês não vivenciaram o verdadeiro judô. Lembro que em 1960 a colônia japonesa promoveu uma apresentação em Brasília (DF), para comemorar a fundação da nova capital brasileira, que envolveu karatê, kendô e judô. A competição seguiu o formato katinuke, e para ser campeão tive de vencer 20 adversários. De quebra, o sensei Ninomiya me escalou para ser seu uke na apresentação de nage-no-kata. Na sequência, o sensei Kihara foi seu uke na apresentação de kime-no-kata. Enquanto descansávamos, carregávamos pedra. Qual é seu tokui-waza? O hane-goshi, o mesmo do meu professor. Passei uma vida toda me aperfeiçoando para fazê-lo do lado esquerdo tão bem quanto do direito. Como chegou ao dojô do Parque Dom Pedro? Foi um longo percurso. Em 1955 saí de Indiana e fui para Sorocaba, onde me alistei e posteriormente ingressei no 7º Batalhão de Caçadores da Polícia Militar. E foi lá que conheci Tadao Nagai, que era da Budokan e ia de São Paulo para dar aula em Sorocaba. Era aluno direto de Ryuzo Ogawa, com quem começou a praticar aos 11 anos. Em 1958, quando terminei a escola de promoção de soldados, por ser praticante de judô me classificaram na escola de Educação Física da Policia Militar. No fim de 1958 conheci o professor Kihara, mas antes já tentara treinar na Academia Ono de Jiu-jitsu, mas não consegui porque havia muita gente. Depois de tentar a academia do www.revistabudo.com.br

professor Hikari Kurachi, perto da Praça da Sé, que também estava superlotada, iniciei no dojô do sensei Alfredo Tambucci, na Rua Boa Vista, onde treinei por dois meses. Um dia meu amigo De Cico falou sobre o sensei Kihara: “Vou te levar para conhecer um professor japonês que é faixa vermelha e branca”. Nunca tinha visto aquilo na vida, e fiquei impressionado com a novidade. Fomos ao dojô do Parque Dom Pedro, que na verdade se chamava Associação Kodokan de Judô, me matriculei e passei a treinar lá.

trouxe o sensei Yoshio Kihara para o Brasil justamente para promover e difundir o judô do Instituto Kodokan. Posteriormente ambos reuniram-se com os senseis Fukaia, Takahashi e Tani e explicaram qual era a situação real do judô no Japão. Lentamente os professores mais antigos foram aderindo às mudanças vindas do Instituto Kodokan. Mas até então eram praticantes de jiu-jitsu, tanto é que o Yasuichi Ono dizia que o professor Sobei Tani era o único que fazia frente a ele na luta de chão. Na época todo mundo corria do Ono porque ele era muito bom. Ele era bom em pé porque jogava muito bem, e era implacável no chão. Aliás, por diversas vezes em nossos almoços dominicais ele falava sobre seus inúmeros combates, elogiava muito o Hélio Gracie e dizia: “Ele é muito bom de chão e possui uma flexibilidade fora do comum. Só que desafia meio mundo, mas não me desafia porque tem medo”. Na época o Takeo Yano, Maeda (Conde Coma) e o Ono eram os três bambambãs no chão. O Takeo Yano dizia que todos nós éramos um bando de molengas, e volta e meia disparava: “Por qualquer coisa vocês dão três tapinhas e ficam aliviados”. Eu fazia shime-waza (técnica de estrangulamento) com um pedaço de pau. Treinava mais de uma hora sem afrouxar. Na minha época não tinha isso de três tapinhas, ou você desmaiava o cara, ou matava o sujeito.

Em minha época não tinha isso de três tapinhas. Ou você desmaiava o cara, ou matava o sujeito.

Quais eram as principais escolas da época? Associação Budokan, do sensei Ryuzo Ogawa; Associação Tambucci, do sensei Alfredo e seu filho Luiz; academia do Esporte Clube Pinheiros, do sensei Seisetsu Fukaia; Associação de Judô Jaraguá, do sensei Sobei Tani; Escola Kurachi de Judô, do sensei Hikari Kurachi; a primeira filial da Budokan na Freguesia do Ó, do sensei Hiroshi Yamamoto; Lapa Judô Clube, do sensei Fuyu Oide; Associação Ono, do professor Yasuichi Ono e seu filho Akira Ono, que foi um grande amigo. Às vezes ia almoçar lá aos domingos, e seu pai sempre dizia: “Convido o Akira para fazer tapete, mas ele sempre foge de mim”. Até que um dia perguntei para o Akira o que era aquilo de tapete, que seu pai falava sempre. “É luta de chão, ne-waza”, disse, e rimos muito, pois sabíamos que o sensei Yasuichi era um dos maiores lutadores de chão do Brasil, e ninguém queria treinar com ele. Mais tarde conheci o lendário Takeo Yano – eu ainda era garoto e já ouvia falar que ele era forte para caramba. Mas voltando aos grandes professores da época, havia o pessoal de Suzano e região, capitaneados por Katsutoshi Naito e Teruo Terazaki. Havia também o professor Okoshi, que não vivia de judô, mas era o mais graduado do Brasil e muito respeitado por todos, exercendo grande liderança na comunidade. Mas vocês eram judocas ou jiu-jitsukas? Na verdade todas as escolas da época eram de jiu-jitsu. Somente após a vinda do professor Kihara houve a mudança para o judô. O dr. Tatsuo Okoshi, o judoca mais graduado do Kodokan no País,

E o Kurachi, onde ele se encaixa neste cenário? O professor Hikari Kurachi era um virtuoso. Era independente, passou por várias escolas e depois aderiu ao judô kodokan. Era o mais jovem entre os grandes mestres. Chegou ao Brasil aos 7 anos e aos 11 começou no judô em Itapecerica da Serra, com os senseis Nukaria e Hashizume. Posteriormente se mudou para a capital, onde treinou com os mestres Ogawa, Ono e Tani. Como aconteceu a mudança para o judô kodokan? Os professores Kihara, Tani, Takahashi, Okoshi, Kurachi e Fukaia lideravam o grupo que aderiu aos propósitos do Instituto Kodokan. A turma do Naito e Terazaki mostrou certa resistência, mas com o tempo aderiu Revista Budô número 14 / 2014

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Kodanshas do Brasil ao judô kodokan. O único professor que resistiu até a morte foi o sensei Ryuzo Ogawa, que faleceu como jiu-jitsuka, por não aceitar o que Jigoro Kano criou. Lembro que em determinada oportunidade os professores Kihara e Kotani foram à casa dele e conversaram muito, mas ele não aceitou e disse que seguiria a linha dele. Posteriormente fundaram a FPJ e ele teve de aderir ao novo sistema, caso contrário todo o seu grupo ficaria isolado. A Budokan foi a maior rede de escolas de judô do Brasil, era um grupo imenso e muito respeitado. Quem foi realmente seu sensei? Além dos senseis Kusabara e Kihara, tive mais dois professores e dois grandes amigos com quem aprendi muita coisa: Jorge Medi, profundo conhecedor de judô; Shuhei Okano, que dispensa maiores comentários; Chiaki Ishii, o que ele conhece de judô não está escrito; e Antônio Pereira Morgado, com quem aprendi defesa pessoal. Com quais desses grandes mestres teve oportunidade de treinar? Quando cheguei perto dessas lendas do judô, quase todos estavam com idade bem avançada. Mas tive o prazer de treinar com Masayoshi Kawakami, o aluno mais destacado de sensei Hiroshi Yamamoto; seu judô era impecável e foi uma lenda nos tatamis, dentro e fora do Brasil.

presença. A diferença é que eu não era apenas um aluno no dojô do Parque Dom Pedro, fui sempre o uke dele. Quando percebeu que sua vida estaria ligada ao judô para sempre? Não sei explicar porque, na verdade, sempre tentei me afastar do judô. Trabalhava na Polícia Militar, ganhava pouco e tinha de fazer bico, porque meu irmão estudava medicina e tinha de ajudá-lo. Mas o professor Kihara sempre me recrutava, e eu não ganhava nada para acompanhá-lo. Ele percorria todo o Brasil. Onde havia judô ele ia dar aulas de nage-no -kata, e eu tinha de ir junto. Quando entrei na academia dele havia vários faixas pretas, mas o único que executava uma queda do jeito que ele gostava era eu. Ele me levava para tudo quanto é lugar, e com isso não consegui me afastar do judô. Quando ele morreu achei que fosse ficar fora, mas aí a FPJ me convocou para terminar o que ele estava construindo, o curso de nage-no-kata.

Jigoro Kano percebeu o valor educacional do budô, compilou diversos estilos de ju-jutsu e idealizou uma disciplina para o novo Japão. Não podemos simplesmente trocar toda esta referência ideológica e cultural por um punhado de medalhas.

O professor Kihara foi o precursor do kata no Brasil. Com seu falecimento, você herdou o legado dele? Sim, ele foi o precursor do kata no Brasil, e veio para cá com esta missão. Acabei herdando seu legado, porém outros professores aprenderam com ele, e o Mário Matsuda é um exemplo. Aprendeu uma parte com o sensei Kihara e outra comigo. Em alguns cursos os senseis Fuyu Oide e Nobuo Suga também marcaram

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Por quantos anos esteve ao lado dele? Comecei com o professor Kihara em 1958 e ele faleceu no dia 11 de junho de 1974. Ele trabalhou incessantemente pelo judô

brasileiro; fazia nage-no-kata, kime-no-kata, katame-no-kata e depois aprendeu o kodokan-goshin-jutsu com o professor Kotani, que posteriormente me convocou para ser seu uke, quando veio pela primeira vez ao Brasil. Foi assim que acabei aprendendo o tai-jutsu, a defesa pessoal usada pela polícia japonesa. O professor Kihara também fazia o itsutsu-no-kata nas cinco formas, mas não deu tempo de aprender o koshiki-no-kata. Tinha problema de diabetes, exagerou na comida e veio a falecer. Eu consegui aprender o tai-jutsu, defesa pessoal, com o Shinobu Sekine. Ele foi campeão japonês, mundial e olímpico, e como prêmio ganhou uma função especial na polícia japonesa. A atividade de uke lhe ofereceu o conhecimento que possui hoje? O judô me colocou nos tatamis, e, como as pessoas achavam que eu sabia tudo sobre kata, me convidavam. Eu fui uke do sensei Kihara por quase 20 anos. No começo eu não entendia muita coisa, mas depois de um tempo comecei a estudar sozinho e passei a assimilar tudo que vivenciei com ele e os mestres japoneses. Entre os mestres brasileiros que citamos, quais fizeram escola e história de verdade? Todos fizeram escola e ajudaram a construir a história do judô brasileiro. Todos têm alunos que hoje são professores e mantêm as escolas de seus mestres vivas. O Tani fez um trabalho muito bom e, assim como ele, seus alunos eram muito técnicos. Um deles, o Lhofei Shiozawa, é tido como o judoca mais técnico do Brasil. O Hikari Kurachi fez uma escola espetacular, da qual saíram ases como Nishimura, Yoshio Anraku, que em 1958 sagrou-se primeiro www.revistabudo.com.br


Sensei Miguel Suganuma jogando a campeã mundial (2011) Andreia Ambrósio

Qual é a importância do kata no desenvolvimento técnico? O sensei Jigoro Kano criou o kata para nos aprimorarmos na disciplina, nos aspectos moral e espiritual, principalmente quando paramos de competir e passamos a fazer a transmissão aos mais jovens. Na área técnica, lembro que por meio do kata aprendemos a jogar do lado direito e do esquerdo; aprendemos a manter a postura correta, assim como a movimentação e o balanço adequados. Com isso a técnica flui naturalmente. Tudo está intrinsicamente ligado. No judô, assim como no karatê, o kata está para o shiai da mesma forma que a água está para a vida. campeão pan-americano de judô do Brasil, e Dante Kanayama, que há décadas é referência na arbitragem. O Yasuichi Ono formou vários judocas fortes, como Edson Violin, Akira Ono, Luiz Tambucci e Messias Rodarte. Da Budokan saíram Tadao Nagai, Jorge Yamashita, Toranuske Ono e muitos outros. Seisetsu Fukaia também formou uma turma boa, assim como o grande sensei Fuyu Oide, que fez uma das maiores escolas do Brasil, formando campeões e uma infinidade de grandes professores, como Carlos Eduardo Mota, Floriano de Almeida, Beto Fuscão, Arnaldo Menani, Roberto Machusso, Mauro Oliveira e o excepcional Sumio Tsujimoto. Na região de Mogi e Suzano tivemos, além do Terazaki e do Naito, os senseis Egoshi e Yokichi Kimura, do Judô Clube Mogi das Cruzes. Fora da Grande São Paulo havia vários núcleos nos quais o judô floresceu. Na região de Campinas tivemos o sensei Shigueichi Yoshima, engenheiro químico formado em Waseda (Japão), que chegou ao Brasil ostentando o san-dan. Formou inúmeros professores que disseminaram o judô pelo Estado, nomes como Sebastião Germano, José de Almeida Borges, Stanley Virgílio e o carismático Motoyuki Murayama. Na região de Bastos existia um núcleo muito bom, mas não lembro os nomes dos professores. Em Minas Gerais estava o sensei Takeo Yano, em Brasília havia o professor Ninomiya, e no Rio de Janeiro o sensei Augusto Cordeiro se destacava. Existe hoje um número muito grande de judocas, mas não vemos a mesma pegada, a técnica refinada e a competitividade do passado. Houve avanços ou retrocesso no judô mundial?

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O judô regrediu muito, e em minha análise a culpa é do departamento de arbitragem da Federação Internacional de Judô (FIJ), que anualmente inventa moda. O pior é que muitas vezes as mudanças não são em benefício do judô. Tecnicamente o judô regrediu e dificilmente vai levantar-se. Certamente não veremos mais aquele judô de pegadas e posturas corretas, em que o objetivo era fazer a projeção por meio de um uchi-mata, tai-otoshi ou seoi-nage. Sei que no Japão professores como Yamashita e Inoue estão puxando treinamento nos quais só vale ippon, com a ideia de resgatar um pouco o judô verdadeiro, mas, se a FIJ não mudar de postura, não vai adiantar. O judô vai de mal a pior, e já está no fundo do poço. Mas isso também não se deve ao fato de a escola ser fraca, hoje? Sim, com certeza. Para a maioria dos professores treinar nage-no-kata é uma grande bobagem. Mataram os fundamentos, e o judô está alicerçado nesses fundamentos. Na verdade, vivemos hoje no maravilhoso mundo das conveniências, em que é mais fácil não ensinar nada, assim ninguém é cobrado. O judô propriamente dito não é apenas luta, é disciplina, respeito com os colegas, o professor e o mundo a nossa volta. No campo específico da competição o judô tem de ser wazari e ippon. É preciso deixar o atleta lutar e concentrar-se na luta para achar e encaixar um golpe. Hoje não dá tempo. O árbitro já vem para cima e pune, porque a regra exige isso. Há judoca sendo campeão mundial com aquele risquinho amarelo que aparece na TV, que significa falta de combatividade. Veja se isso tem cabimento, e perceba onde o judô foi parar!

Você vive ou viveu do judô? Jamais vivi do judô. Aposentei-me na Polícia Militar como primeiro tenente, e sempre atuei na área de ataque e defesa pessoal. Mas foi por meio do judô que entrei na PM, e entendo que tudo que conquistei devo ao judô. Contudo, sou obrigado a reconhecer que nunca recebi nada diretamente do judô, porque jamais aceitei. Até hoje viajo para todos os lugares para os quais sou convidado, e recebo apenas as passagens. Se não houver melhor condição, eu durmo em qualquer lugar e como qualquer coisa. A proposta é fazer a transmissão. Em que ano casou-se? Casei com Helena Suganuma em 1964 e tivemos dois filhos, formados faixas pretas. O Roberto Suganuma é coronel da Polícia Militar, e o Ricardo Suganuma é formado em Educação Física, mas atua na corretagem de imóveis. Como foi sua evolução na graduação? Peguei a faixa preta com apenas sete meses de judô. Com um ano e dois meses já era 2º dan. Com mais dois anos peguei o san-dan. De 4º para 5º dan fiz exame, acabei aceitando ser 6º dan por pressão dos professores Fuyu Oide e Nobuo Suga. Eles queriam que eu fosse kodansha de qualquer jeito. Eu não queria ser kodansha, e depois me promoveram a 7º dan. Posteriormente o Chico me promoveu a 8º dan. Relutei, mas os professores me convenceram e acabei aceitando. Depois o professor Mamede queria me promover a 9º dan, mas pedi a ele que não fizesse aquilo. E parei por aqui. Porque não aceitou o 9º dan? Veja bem, eu nunca quis isso de graduação. Meu primeiro professor, o Kusabara, Revista Budô número 14 / 2014

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Kodanshas do Brasil morreu sendo ni-dan – e ele era bom para caramba. Meu segundo professor, sensei Kihara, morreu 7º dan e também era muito bom. Sei que não aprendi nem a metade do que eles sabiam. Como posso ser mais graduado que eles? Considero-me um bom faixa preta, e ponto final. Qual foi o maior ensinamento que obteve com o professor Kihara? Não diria ensinamento, pois o maior ensinamento que recebi foi a convivência com ele. Mas recebi muitos prêmios dele, os mais importantes quando, na vinda dos professores japoneses, me chamava para ser uke. Quando o professor Takeuchi veio ao Brasil, fui seu uke, e no fim de sua passagem por aqui ele me disse: “Suganuma, você está de parabéns. Você pode ser uke para os maiores professores do Japão”. Outro prêmio foi quando o sensei Toshio Daigo veio ao Brasil e o sensei Kihara me chamou para ser uke. No fim ouvi o professor Daigo comentar: “Viajei o mundo todo, e até que enfim encontrei uma pessoa que sabe ser uke”. Quando o professor Kotani veio ao Brasil, o Kihara também me chamou. Foi nessa ocasião que ele aprendeu o goshin-jutsu, e fui uke para os dois. Destaco que nem os bambambãs do Japão conseguiam chegar perto desses mestres, e graças ao professor Kihara e à técnica que desenvolvi me aproximei deles e aprendi muito com alguns virtuosos do judô mundial. Qual foi a melhor coisa que o judô lhe proporcionou? As viagens, nas quais pude conhecer lugares e pessoas incríveis. Ensinei gokio e nage-no-kata em todo o Brasil. O judô foi uma bênção dos céus. Sempre que dou cursos não levo nada preparado, chego lá e passo tudo que sei para a turma. Creio que a convivência com o pessoal do Japão me proporcionou esta capacidade de improvisação. Qual foi sua trajetória como competidor? Em minha época existiam gigantes nos tatamis, nomes como Jorge Medhi, Akira Ono, Hikari Kurachi, Lhofei Shiozawa, Tadao Nagai e Chiaki Ishii. Eu não tenho quase nenhum título, fui campeão brasileiro acho que por três vezes, e nada mais. Mesmo porque isso para mim sempre foi irrelevante. Qual foi o judoca mais técnico do Brasil?

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O número 1 foi Massayoshi Kawakami. O Lhofei Shiozawa era muito bom, mas o Kawakami era mais técnico. O que é ser um judoca na acepção da palavra? É treinar judô por amor, praticar e ensinar com a intenção de formar bons judocas e bons cidadãos. Porque formar um campeão não é formar um judoca de verdade. Dou como exemplo o meu amigo Fuyu Oide, que formou inúmeros campeões e acabou morrendo sozinho e abandonado. Qual foi o maior dirigente que conheceu no judô? Sérgio Bahi. Foi um sujeito muito honesto, positivo, e batalhou muito pelo judô. Era uma pessoa íntegra, posicionada e dedicada à causa do judô. O que mais o aborrece no judô, hoje? Os professores que abrem mão da responsabilidade pedagógica implícita no ensino do judô para crianças. Professores que esqueceram aquilo que nos foi ensinado, coisas simples como cobrar a boa conduta em casa e na escola, a postura correta, kimono, unhas e cabelos asseados, respeito aos mais velhos. Estes pseudoprofessores estão renegando tudo que o sensei Kano nos ensinou e deixou. Não aceitam o desafio de se aprimorar e se desenvolver, pois o judô é a prática do sacrifício para evoluirmos moral e espiritualmente. Lembro que os homens que transformaram o Japão na potência que é hoje fazem parte da turma de judô. Muitos foram alunos do Jigoro Kano que, aliás, foi ministro do Japão. Foi o espírito de judoca que construiu o Japão de hoje. Sem os professores do passado, como ficamos na questão da transmissão? Já estamos no fundo do poço, e penso que a situação ainda vai piorar. Quem leciona judô, hoje, já começa a ensinar luta, bota as crianças para fazer randori e shiai. Esqueceu o ukemi e toda preparação inicial, que é fundamental. A turma toda já foi embora, e a maioria dos que estão ensinando hoje não tem ideia de que o judô é postura, balanço e movimentação. Fazem de conta que sabem, e o pior é que não querem aprender. Quais cargos você ocupou como dirigente?

Na FPJ fui diretor técnico na primeira gestão do Katsuhiro Naito; fui vice-presidente do Hatiro Ogawa; vice-presidente também do Chico; fiz parte da comissão de cursos e graduação da FPJ e da CBJ na era Mamede; e também fui presidente da Liga de Judô. Qual foi a sua ação de maior relevância na área da gestão? O fato mais marcante foi a criação do exame para faixas pretas pela FPJ. Fundada em 1958, só a partir de 1968, com a posse de Katsuhiro Naito, a entidade passou a fazer os exames para faixas pretas. Assim que tomou posse, Naito buscou definir com os professores a questão da graduação, pois havia muita gente sendo graduada indevidamente. Depois de negociar com professores e mestres, Naito conseguiu aprovar seu projeto, mas então surgiu outro impasse: ele não sabia como fazer os exames e quais critérios deveriam ser adotados. Eu era o diretor técnico, e resolvi o problema criando o seguinte formato: para um candidato solicitar exame de graduação, teria de fazer cinco lutas e vencer no mínimo três. Depois disso tinha de fazer uma boa apresentação de nage-no-kata. Esta ação pôs fim às graduações indevidas, e alguns professores kodanshas 7º e 8º dans acabaram baixando sua própria graduação. Este modelo acabou sendo usado em todo o País e posteriormente foi sendo readequado. O que sonha para o judô? Torço para que um dia volte a ser judô de verdade, que ajude na formação de uma sociedade melhor e fundamentada no respeito mútuo. O judô educa, forma e possui todos os ingredientes necessários para construir uma nova consciência, e até mesmo uma nova cultura. Temos de pôr energia nesse pensamento, e não apenas nas medalhas e no olimpismo. Essas coisas atendem a outros propósitos, e devemos pensar o judô de forma mais ampla e vê-lo até sob um enfoque filosófico, como caminho e como budô. Aliás, o judô é uma das primeiras formas de expressão do budô moderno. Jigoro Kano percebeu o valor educacional do budô, compilou diversos estilos de ju-jutsu e idealizou uma disciplina para o novo Japão. Não podemos simplesmente trocar toda esta referência ideológica e cultural por um punhado de medalhas. www.revistabudo.com.br


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Grand Prix Feminino

A

nona edição do Grand Prix Nacional Interclubes Feminino, foi disputada nos dias 15 e 16 de novembro no ginásio do SESI, em São José dos Campos (SP). Após todas as rodadas das fases classificatória, semifinal e final, o Minas Tênis Clube alcançou mais uma vez o topo da galeria de campeões. A cerimônia de abertura reuniu autoridades políticas e esportivas, entre as quais José Luís Nunes do Couto, secretário municipal de Esportes; Robnelson Pereira, gestor técnico nacional da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ e representante de Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, no evento; Calasans Camargo, vereador de São José dos Campos e delegado da 2ª DRJ; Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ; e os professores kodanshas José Pereira, gestor nacional de arbitragem, e Michiharu Sogabe. Grandes nomes do judô feminino internacional marcaram presença no ginásio do SESI, como Jimmy Pedro, medalhista de bronze em duas Olimpíadas (Atlanta/1996 e Atenas/2004), campeão mundial na Inglaterra/1999 e que, como técnico da seleção dos Estados Unidos, coleciona inúmeras medalhas olímpicas. Ele veio ao Brasil para ser coordenador técnico do Judô Inhumas. Ronaldo Veitia Valdivie, renomado técnico cubano e certamente um dos maiores detentores de medalhas olímpicas e mundiais, veio para assistir à competição. Outra estrela de primeira grandeza presente no ginásio foi a norte-americana Kayla Harrison, atual campeã olímpica no -78 kg, que trabalhou como auxiliar técnica do Judô Inhumas. Expedito Falcão, professor e técnico da campeã olímpica Sarah Meneses, também fez parte da comissão técnica do Judô Inhumas e esteve entre os notáveis que atuaram à beira dos tatamis. Em cima deles estiveram verdadeiras gigantes da modalidade, entre elas a cubana Idalis Ortiz. Detentora de um ouro olímpico, um bicampeonato mundial, um bronze olímpico, dois bronzes em mundiais, ainda conquistou o tricampeonato neste Grand Prix, defendendo o Minas Tênis Clube. Outra grande judoca no GP foi a norte-americana Marti Malloy, medalhista de bronze em Londres e vice-campeã mundial em 2013 na categoria até 57 kg. Ela defendeu as cores da Organização Atitude Social de Inhumas (OASI). Das pratas da casa vimos em São José dos Campos Sarah Meneses, bicampeã mundial júnior de 2008 e 2009 e campeã dos 48 kg nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, que defendeu o Judô Inhumas. Outra judoca que marcou presença, mas não chegou a competir, foi a gaúcha Mayra Aguiar. Nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007, ela obteve a medalha de prata no até 70 kg; no mundial de 2010, em Tóquio, conquistou a prata no até 78 kg; foi ouro no pan-americano em 2012, bronze na Olimpíada de Londres e, em 29 de agosto de 2014, tornouse campeã mundial na categoria até 78 kg, ao derrotar na final a francesa Audrey Tcheuméo por wazari.

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Minas Tênis é

tricam do Grand

Raquel Silva, Rafaela Silva e Geraldo Bernardes, o trio de prata do judô fluminense

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Todas estas estrelas e contratações deram enorme importância ao Grand Prix Interclubes de Judô, além de grande projeção internacional e a certeza de que no ano que vem teremos uma competição ainda mais acirrada, com a presença de nomes cada vez mais expressivos brigando pelas medalhas.

peão

Minas Tênis chega ao tri

Prix Interclubes Por

PAULO PINTO I Fotos CBJ I Fotos Valter França/CBJ

Alexandro Puglia, presidente da FPJ e Robnelson Pereira, o gestor técnico nacional de eventos da CBJ que manteve a sua marca realizando mais www.revistabudo.com.br um grande evento para o judô brasileiro

Num torneio vibrante, com a participação de numerosas estrelas internacionais, o Minas Tênis Clube venceu o Instituto Reação por 4 a 1 na decisão e conquistou o tricampeonato, feito inédito na competição.

Com a vitória sobre o Instituto Reação por 4 a 1 na decisão, o clube de Belo Horizonte chegou ao terceiro título do torneio, tornando-se o maior campeão – Sogipa e A.D. São Caetano venceram o torneio duas vezes. Na disputa do terceiro lugar a Sogipa derrotou o Pinheiros por 4 a 1 e garantiu a medalha de bronze. O experiente o técnico mineiro Floriano Almeida revelou a fórmula que ajudou seu time a comemorar o tricampeonato. “A equipe é muito homogênea e experiente em disputas de Grand Prix. Nos três títulos tivemos Érika, Ketleyn, Mariana e Idalis, que já faz parte da família. Acredito que o nosso segredo é sempre ir com calma, trabalhando uma luta por vez, nunca pensando na final, mas muito concentrados em cada confronto. Tem dado certo dessa forma.” A decisão começou com um confronto em nível de seleção brasileira. Érika Miranda, medalhista de bronze no Mundial Chelyabinsk 2014, enfrentou a sua reserva Raquel Silva e venceu por pouco, com uma punição a menos, colocando o Minas na frente. Na luta seguinte, Ketleyn Quadros, medalhista de bronze nos Jogos de Pequim 2008, lutou com Giulia Penalber. Outro confronto equilibrado, que foi decidido apenas no golden score, quando a atleta do Instituto Reação recebeu uma punição por falso ataque. Na terceira luta uma surpresa: Rafaela Silva, campeã mundial no leve em 2013, foi escalada no meio-médio para enfrentar Mariana Silva. E com um estrangulamento marcou o primeiro ponto do Instituto Reação, mantendo a equipe viva na briga pelo ouro. Bárbara Timo e a alemã casca grossa, Anne Lisewski também fizeram uma luta memorável, equilibrada e dura, que só foi decidida no fim, quando a europeia que defende o Reação, em desvantagem no placar por causa de uma punição, deu oportunidade para que Bárbara a projetasse e conseguisse um wazari. A vitória do Minas estava decretada. Idalis Ortiz e Tuany Siqueira fizeram o último confronto, que terminou de maneira triste. Ao projetar a brasileira, a cubana acabou caindo sobre a perna de Tuany, que sofreu uma grave lesão e terá de passar por uma cirurgia. Mostrando desapego e altruísmo, Geraldo Bernardes, técnico carioca, enfatizou a importância da medalha de prata num certame de tamanha qualidade. “Foi um esforço de todos, de uma equipe muito unida, muito coesa. Em alguns pesos, sabíamos que os adversários eram mais fortes, mas tivemos a garra, a vontade, o espírito do guerreiro do samurai. Isso sempre imperou entre as meninas e elas são as grandes campeãs e vencedoras. Essa prata num campeonato com nível tão alto e equipes tão fortes vale ouro.”

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Grand Prix Feminino Sogipa devolve resultado da fase classificatória e fica com o bronze

Na primeira luta do dia, Sogipa e Pinheiros se enfrentaram para ver quem conseguiria chegar ao pódio. No começo, Eleudis Valentim colocou o Pinheiros em vantagem ao vencer Milena Mendes. No confronto seguinte, uma surpresa. Giovanna Pernoncini, que está no primeiro ano da categoria juvenil, conseguiu um ippon sobre Flávia Gomes, reserva de Rafaela Silva e Ketleyn Quadros na seleção sênior, e deixou tudo igual. No terceiro embate, a francesa Sarah Loko marcou o segundo ponto da Sogipa depois de vencer Dione Lima por dois yukos. Em outro confronto entre atletas de seleção, Maria Portela conseguiu um ippon sobre Nádia Merli e decretou a vitória da Sogipa. Rochele Nunes ainda conseguiu um wazari na luta contra Sibilla Faccholli e definiu o placar em 4 a 1. A nota triste ficou por conta das lesões, ainda que sem muita gravidade, de Flávia Gomes e Nádia Merli. Entusiasmado com o resultado surpreendente que deixou o Clube Pinheiros na quarta colocação e fora do pódio, o técnico gaúcho Antônio Carlos (Kiko) Pereira enfatizou o histórico sogipano na competição. “Essa medalha representa a força da nossa tradição. Participamos de todas as edições do Grand Prix e em apenas uma não chegamos ao pódio. Fiquei feliz porque esse evento tem de ser uma ocasião para revelar talentos, e hoje nós revelamos uma menina de 16 anos, faixa roxa, uma graduação baixa, que conseguiu vencer a pressão da televisão e de um adversário muito respeitado por nós.”

Minas Tênis Clube, Instituto Reação e Sogipa dividiram o pódio da 9ª edição do GP Nacional de Judô

Time goiano surpreende e gera preocupação

Ao contrário das equipes que ocuparam as quatro primeiras colocações, cujos clubes possuem orçamentos milionários, as demais participantes lutaram bravamente na tentativa de fazer frente a algumas das maiores instituições clubísticas do País. Nesse cenário, a Organização Atitude Social

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de Inhumas fez um bom planejamento e obteve o melhor desempenho, garantindo a quinta colocação. O time goiano investiu na contratação da campeã olímpica Sarah Menezes e da vice-campeã mundial Marti Malloy, e superou o F.M.E.L São José, de Santa Catarina, por 5 a 0. O time goiano venceu também a fortíssima equipe do SESI-São Paulo, por 3 a 2; e o F. M. E. L. São José dos campos, pelo mesmo placar. Paradoxalmente, os times fortes, que não formam atletas e fundamentam todo trabalho em contratações – tirando das escolas os talentos lapidados por abnegados professores –, surpreenderam-se com a atitude do time goiano, reclamaram muito de uma prática que eles mesmos adotam e difundem. Claramente as chamadas grandes equipes temem ter de dividir um espaço que até há bem pouco tempo pertencia única e exclusivamente a elas, alternando-se na ocupação das três vagas no pódio do certame. Com a entrada do Instituto Reação no cenário competitivo, os vencedores de sempre tiveram de rever seus conceitos para continuar garantindo um lugar no pódio. E parece que o surgimento de mais uma equipe competitiva está incomodando bastante. A sexta colocação geral ficou com o SESI-SP, que havia vencido o S.E.L. de São José dos Campos por 3 a 2. Já o São José dos Campos, com uma vitória sobre o São José de Santa Catarina por 4 a 1, terminou em sétimo lugar, deixando o adversário no oitavo lugar. Os dois últimos clubes terão de disputar o qualifying para voltar ao Grand Prix em 2015.

Árbitros que atuaram no GP Nacional feminino 2014

Técnicos avaliam desempenho

Segundo Geraldo Bernardes, a competição premiou o trabalho tático. “Tirando o fato ocorrido com nossa atleta do pesado, que parece ter sofrido uma fratura séria, considero a participação da minha equipe a melhor possível. Esta é a nossa segunda participação no GP e conquistamos o vice-campeonato no masculino e no feminino. Para nós este é um feito gigantesco, uma vez que as equipes que participaram do GP eram muito fortes e equilibradas. Em minha análise a vitória foi uma questão muito mais tática do que técnica. Vimos equipes teoricamente mais fortes caírem devido a erros táticos. Foi um jogo de xadrez em que os técnicos puderam exercitar suas capacidades táticas.” Na visão de Marinho Esteves, do SESI-SP, este foi o GP com nível mais elevado. “Pela primeira vez participamos do GP e pudemos conferir o nível técnico das demais equipes. As mais fortes possuem várias judocas da seleção e de outros países. Acredito que este tenha sido o GP mais forte e equilibrado dos últimos anos, e agora vamos trabalhar mais a equipe, pois felizmente já estamos classificados para o próximo GP e não vamos precisar passar pelo qualifying. Vamos atuar com mais determinação para chegarmos mais preparados.” Para Kiko, técnico da Sogipa, o trabalho no topo é muito parelho. “Para nós da Sogipa esta edição do GP foi muito boa. Subimos ao pódio e revelamos uma menina de 16 anos que ainda Equipes perfiladas

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Grand Prix Feminino é faixa roxa. Sobre a competição, penso que vai continuar assim, com Pinheiros, Minas, Sogipa e Reação alternando-se no pódio. Teremos sempre esta alternância porque somos as equipes mais estruturadas do País. Dessa vez ficamos em terceiro, amanhã ficaremos em quarto, depois seremos campeões e vice-campeões. O trabalho é muito parelho e o importante é manter a disputa assim.” Jimmy Pedro, coordenador técnico do Judô Inhumas elogiou a qualidade do evento. “A organização do GP foi impecável e tudo funcionou muito bem. Definitivamente os dirigentes brasileiros fazem uma gestão de Primeiro Mundo e fomentam o desenvolvimento da modalidade. A nossa participação no GP foi muito gratificante, pois sempre gostei das competições por equipe. Os atletas mostram maior paixão, são mais comprometidos e tornam-se mais corajosos. Já a viagem como um todo foi ótima, e me senti em casa. Nossa equipe tinha boas atletas, mas precisa de uma ou duas judocas com mais experiência. Todas lutaram bravamente, mas o nível ainda precisa ser aprimorado. Se no próximo ano for convidado, estarei aqui novamente. O Júnior está desenvolvendo um trabalho muito bonito, pois o judô não é só ganhar medalhas ou ser campeão. O principal papel do judô é transformar pessoas, e o trabalho que desenvolve na área social é muito importante. O que o Júnior está construindo é algo maravilhoso.” O técnico Ronaldo Veitia, de Cuba, elogiou o estilo das judocas brasileiras. “Já participei de várias edições do GP e acho que este é um evento muito bom e com muita qualidade. O Brasil é a maior potência sul-americana de nossa modalidade e poder participar do GP aqui no Brasil é muito gratificante. No primeiro dia as grandes equipes apresentaram desempenho equilibrado, mas no transcorrer da competição os clubes mais estruturados abriram distância e o resultado premiou o melhor trabalho. Gosto muito de ver as brasileiras lutando, porque exibem muita rivalidade e uma forma de competir muito expressiva. Vimos várias novas atletas que prometem bastante devido ao excelente preparo físico e talento.” Floriano, do Minas Tênis Clube, lamentou o excesso de lesões no último dia de disputa. “Nossa participação foi muito positiva, apesar de terem ocorrido várias lesões, até mesmo em função da competição do dia anterior, que foi muito dura e, com isso, a musculatura das

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atletas talvez não tivesse se recuperado bem. As finais são as mais difíceis, equilibradas, e aconteceram todos esses acidentes e lesões que acabam tirando um pouco o brilho da disputa e até mesmo de nossa vitória. Todos nós ficamos bastante chateados, mas infelizmente faz parte do esporte. Nossa equipe já vem treinando há algum tempo junta, e este ano tivemos a adesão da Bárbara Timo. A Idalis já faz parte da família e nos acompanha há quatros anos. É um grupo bastante experiente, coeso, e sabemos que esta competição exige afinco, muita calma e paciência. Para alcançar o resultado desejado precisamos ter muita

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tranquilidade, determinação, e mais uma vez atingimos nosso objetivo.” Para Expedito Falcão, a meta é formar uma equipe mais forte para o próximo ano. “Com exceção do Minas Tênis Clube, a competição foi muito nivelada. O time mineiro estava com quatro atletas da seleção brasileira e mais uma da seleção de Cuba. Penso que fizemos a nossa parte e estivemos bem próximos de brigar por uma medalha. Temos de agradecer ao Júnior por ter viabilizado a formação desse grupo com tanta competência. Ele está focado em tirar o judô feminino do eixo Sul-Sudeste, e incluir o Centro-Oeste na rota do alto rendimento. E está no caminho certo. Tenho certeza de que no próximo ano ele formará um time mais forte, coeso, e que fará frente às grandes equipes.” Para Carlos Kira Yamazaki da S.E. São José dos Campos, todos os objetivos foram atingidos. “Esta foi a nossa terceira participação no GP, e apesar do resultado adverso estamos satisfeitos com tudo que vivemos aqui. Sediamos o evento em nossa cidade e as meninas adquiriram mais experiência. Nosso time é formado por atletas da cidade, são pratas da casa. As demais contrataram várias atletas para ajudar, mas estamos felizes com a projeção que a modalidade obteve na região. Agora vamos trabalhar para conquistar uma vaga no GP do ano que vem.” Keila Harrison, auxiliar técnica do Judô Inhumas, exaltou a qualidade do judô brasileiro. “Foi uma experiência fantástica. A competição é muito boa e o judô brasileiro é muito bom de verdade. Vimos diferentes estilos e é muito legal ver competições por equipe, nas quais as lutas apresentam muita garra e determinação. Mesmo não sendo do mesmo lugar, numa competição por equipe todos se juntam e se comprometem com o resultado. Viramos uma família, e eu queria muito ter lutado e ajudado a nossa equipe.” Andrea Berti, do Esporte Clube Pinheiros, lamentou o resultado adverso. “Chegamos aqui com equipe nova, mas bastante equilibrada. Lutamos muito bem no primeiro dia, mas depois as coisas não deram certo. Acho que o lado psicológico influenciou. É claro que estou saindo daqui muito triste por não termos medalhado, mas judô é isso. É luta por luta. Num dia ganhamos, no outro perdemos. O importante é que chegamos aqui focadas na vitória, que lutamos com atitude e determinação. Agora é preciso rever os erros cometidos.” Para Fábio Maciel, técnico do São José de Santa Catarina, o foco agora é fortalecer a equipe. “Fizemos nossa estreia na competição e percebemos que as equipes são muito mais fortes do que esperávamos. Muitas possuem atletas olímpicos do Brasil e de fora, e para nós, que estamos praticamente começando, é bem complicado encarar todo este poderio técnico. Conseguimos chegar até aqui, e agora vamos trabalhar para fortalecer a equipe.” João Henrique, técnico do Judô Inhumas, lamentou a falta de mais apoio e investimento. “O objetivo acabou não sendo alcançado, www.revistabudo.com.br

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Grand Prix Feminino pois nossa meta era conquistar uma medalha, porém a qualidade e o investimento feito por outras equipes superaram as nossas expectativas. Penso que não basta apenas ter boas atletas na equipe, é necessário fazer um planejamento árduo e constante, que nos ajude a obter resultados. Esperávamos melhor desfecho, mas em virtude da forma como tivemos de fazer convocações, de última hora, nos impediu traçar qualquer tipo de estratégia, já que uma competição por equipe demanda qualidade técnica e estratégia na competição. Espero que, para o ano que vem, consigamos mais apoio e incentivo do governo estadual e das prefeituras de Goiânia e Inhumas, e que com isso possamos traçar um planejamento mais adequado e ambicioso para o GP, que se realizará em nosso Estado.”

Judô Inhumas 5º colocados

Atletas falam sobre o evento

Após realizar uma proeza, Sibila Facholli comemorou o primeiro ippon na rival. “A Rochele é a atleta que busco superar visando a uma vaga na seleção brasileira, e aquele ippon foi uma surpresa. Eu estava perdendo a luta de wazari e a surpreendi, porque ela encaixou o golpe e estava me jogando, mas consegui reverter e contra-ataquei jogando de tani-otoshi, para trás. Foi lindo e vibrei muito. Acho que ela não acreditou. Conquistamos um resultado importantíssimo na fase classificatória vencendo a Sogipa por 4 a 0, mas na disputa do bronze elas reverteram e ficamos fora do pódio. Agora temos de treinar mais e focar a seleção brasileira.” Para a campeã olímpica Sarah Meneses a experiência foi muito positiva. “Foi muito bom fazer parte do Judô Inhumas nesta edição do GP. É uma equipe nova e bastante diferenciada em função da proposta de seus dirigentes. O resultado não foi excelente, mas penso que tivemos uma participação positiva, que nos abre a perspectiva de estar entre os melhores e no pódio, nos próximos anos.” Para a norte-americana Marti Malloy, a participação no GP foi uma experiência única. “A competição em si é muito boa e muito bem formatada. Gosto desse espírito de equipe, da paixão, de atletas lutando uma pela outra. Gosto das pessoas fora dos tatamis vibrando e participando. É emocionante, e a atmosfera é muito boa. O fato de poder vir ao Brasil e representar uma equipe brasileira foi muito legal, e escutei do nosso técnico que agora somos irmãos e que um teria de dar suporte ao outro. Mesmo não vencendo este ano, se for convidada voltarei para ganhar em 2015, desde que não colida com eventos da FIJ. Nunca havia participado de um torneio como este, e achei muito interessante.”

Nadia tentou de tudo para jogar Portela, mas acabou torcendo o joelho esquerdo

Goiás sediará GP 2015 Para Luiz Fernandes Júnior, dirigente do Judô Inhumas, o trabalho foi recompensado. “Buscamos montar uma estrutura profissional e acho que conseguimos, porque oferecemos

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Classificação final

1º Minas Tênis Clube - MG 2º Instituto Reação - RJ 3º Sogipa - RS 4º Esporte Clube Pinheiros - SP 5º O. A. S. de Inhumas - GO 6º SESI - SP 7º F. M. E. L. São José - SP 8º F.M.E.L. São José - SC

Todos os campeões 2005 - 2006 - 2008 - 2009 - 2010 - 2011 - 2012 - 2013 - 2014 -

Esporte Clube Pinheiros - SP Associação Desportiva São Caetano - SP Associação Desportiva São Caetano - SP Sogipa - RS Sogipa - RS Minas Tênis Clube - MG Clube de Regatas Flamengo - RJ Minas Tênis Clube - MG Minas Tênis Clube - MG

As samurais do Instituto Reação, vice-campeãs do GP 2014

As gaúchas da Sogipa conquistaram a 3º colocação

O time comandado pelo maestro Floriano levou o tricampeonato para Belo Horizonte

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a melhor condição possível aos nossos atletas. Não faltou nada que comprometesse a equipe fora do shiai-jo. O GP é uma competição forte, disputada por equipes fortes. Nos detalhes o grupo fez o diferencial e o placar dos confrontos mostra isso. Lutamos contra cinco equipes e vencemos três. Perdemos para o Clube Pinheiros e para a Sogipa por 3 a 2. Vencemos a equipe de Santa Catarina por 5 a 0; superamos o São José dos Campos e o SESI-SP por 3 a 2. Isso até gerou uma insatisfação porque ficamos de fora da fase seguinte por uma vitória apenas. Se tivéssemos vencido um combate a mais contra Sogipa ou Pinheiros, teríamos avançado para as semifinais. Com um pouco mais de sorte poderíamos ter tido um resultado melhor. Mesmo em quinto lugar o balanço final é bastante positivo para nós, que somos do interior do Brasil e estamos fora do eixo SulSudeste. Tenho certeza de que agora, com o apoio do Governo do Estado de Goiás e das empresas que passaram a conhecer o que é o judô e a força dele no Brasil, nossa organização encontrará caminhos mais fáceis. Agradeço a vinda do Jimmy, Fernanda, Keila, Malloy, Sara, Expedito, Gláucia, Gebara, Clenice e Tatiana. A presença desse grupo foi marcante e chamou a atenção da mídia de Goiás e de outros locais, porque promovemos a vinda de duas campeãs olímpicas, vários medalhistas olímpicos e campeões mundiais. Deixamos nossa marca nesta edição do GP, e se Deus quiser faremos muito mais no ano que vem.” Emocionado, o dirigente goiano comemorou a realização do próximo GP em Goiás. “Conquistamos o direito de sediar a edição do GP 2015 em Goiânia porque a CBJ entendeu a importância do nosso trabalho no judô do Estado. Com a quinta colocação aqui já garantimos a participação sem ter de disputar o qualifying, e agora vamos trabalhar para promover a melhor edição do GP feminino em Goiás. Faremos o maior GP da história da competição. A décima edição do GP será um divisor de águas; vamos encher o ginásio nos dois dias de disputa e alavancaremos o judô do Estado. Esse será o legado do evento.” Outro depoimento bastante emocionado foi o de José Pacheco, presidente da Câmara Municipal de Inhumas, que foi a São José dos Campos acompanhar o desempenho do time goiano. “Temos orgulho de ver uma equipe carregando nossa bandeira numa competição com atletas de vários países e continentes, no qual Inhumas esteve representada por duas medalhistas olímpicas. Sabíamos que a disputa seria dura, pois iríamos enfrentar as maiores instituições do Brasil. Mesmo assim a competição foi bastante acirrada e com uma ou duas atletas mais poderíamos ter subido ao pódio. Nossas judocas mostraram que estavam bem preparadas e determinadas. Com isso já seguramos uma vaga na competição do ano que vem e agora vamos trabalhar para fortalecer a equipe e receber este evento em nosso Estado.” Revista Budô número 14 / 2014

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22º C ampeonato Mundial Sênior de K aratê da WKF

Douglas Brose

conquista bicampeonato mundial inédito Por

PAULO PINTO I Fotos GERALDO DE PAULA

A seleção brasileira voltou de Bremen com o melhor resultado obtido até hoje em mundial realizado fora do Brasil. Com o ouro conquistado por Douglas Brose e o bronze de Vinicius Figueira, o Brasil terminou a competição em nono lugar, posição jamais alcançada num campeonato mundial sênior.

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e 3 a 9 de novembro a World Karate Federation (WKF) promoveu a 22ª edição do Campeonato Mundial Sênior de Karatê, em Bremen na Alemanha. Ao todo 116 países e 996 atletas participaram do evento, que contemplou disputas no kata individua, kata equipe, kumitê individual e kumitê equipe. A seleção brasileira chegou à Alemanha com uma equipe composta por 31 pessoas: 18 atletas, quatro técnicos, cinco árbitros, fisioterapeuta, diretor técnico, fotógrafo e o presidente da CBK. Nos tatamis o time brasileiro estava formado basicamente por karatecas jovens, e mesmo assim pela primeira vez na história de mundiais, conseguimos um resultado tão expressivo. No kumitê o Brasil fez a lição de casa, subindo duas vezes ao pódio, com Douglas Brose, que se sagrou bicampeão mundial no -60 kg, e Vinicius Figueira, que obteve um bronze no -67 kg. Para atingir o bi, que é uma façanha inédita para o karatê brasileiro, Douglas superou na final o holandês Geoffrey Berens, medalha de bronze no campeonato europeu 2014. O iraniano Amir Mahdi Zadeh, atual campeão mundial desta classe, teve de conformar-se com a terceira colocação.

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Douglas Bros vibra com segundo ouro conquistado

a seleçã Arawaza vestiu

o brasileira em

Bremen


O belíssimo ippon sanbon de Vanessa Araújo com ura-mawashi

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22º C ampeonato Mundial Sênior de K aratê da WKF Com estes excelentes resultados o Brasil alcançou o também inédito nono lugar na classificação geral da competição, a melhor colocação de todo o continente americano. Na comunidade internacional Brose é considerado um megacampeão da modalidade devido à importância dos títulos que ostenta em seu currículo: foi campeão mundial em Belgrado, em 2010; vice-campeão mundial em Paris, em 2012; campeão pan-americano em 2014; e campeão mundial em Bremen 2014.

Douglas já foca os jogos pan-americanos Bastante emocionado com sua conquista, Douglas Brose falou sobre a importância deste ouro para ele e para o Brasil. “Este é um título de extrema importância não só para a minha carreira, mas também para o karatê brasileiro. Nenhum karateca do nosso País havia atingido esta marca, logo, isto fortalece e estimula a prática do karatê. Indiretamente, esta conquista poderá abrir portas para as próximas gerações de karatecas que pensam em dedicar-se à competição e ao alto rendimento.” De olho em 2015, Douglas explica que o foco agora são os jogos pan-americanos. “Já estou me preparando para chegar a Toronto, no Canadá, bem melhor do que cheguei a Bremen. Em função dos Jogos Olímpicos, que se realizarão no Rio em 2016, essa competição terá um significado imenso para o esporte e para o Brasil. Toda a mídia esportiva brasileira e mundial vai estar lá. Os jogos serão uma vitrine gigantesca para o karatê, e quero fazer a minha parte.”

Outras conquistas No campo da arbitragem e da gestão o Brasil também obteve importantes conquistas na Alemanha, entre estas a aprovação do árbitro Moisés Cassimiro para o nível Judge A da WKF. Outra importante conquista foi a nomeação de Luiz Carlos Cardoso, presidente da CBK, que agora é membro do Comitê Executivo da World Karate Federation (WKF). O dirigente brasileiro avaliou a importância desta nomeação. “Particularmente, representa uma grande conquista e uma realização pessoal. Na verdade não tínhamos esta pretensão, já que nosso objetivo desde o início foi fazer um bom trabalho no karatê do Brasil. Mas entendo que essa nomeação signifique uma forma de reconhecimento pelo trabalho que está sendo feito por nossa diretoria. Até porque, levamos dois anos seguidos conquistando títulos mundiais, já que no ano passado o Breno Mateus foi campeão mundial júnior na Espanha e agora o Douglas repetiu a conquista de 2010. Douglas e o técnico Ricardo comemoram o bi inédito

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22º C ampeonato Mundial Sênior de K aratê da WKF

Vinícius Figueira com o bronze

O pódio do -67 kg

Seleção Brasileira Equipe brasileira em Bremen

Seleção Brasileira Kata Williames Souza Santos Alessandra Caribé Moura Frederico da Silva Rocha Eric Matheus Alcântara Nascimento Monique Saory Yonamine Mota Noelle Praxedes Felipe Nicole Helena Yonamine Mota Kumitê Douglas Brose Vinicius Rezende Figueira

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Milton de Souza Menezes Rogério Emerick Wellington Rodrigues Barbosa Edemilson Gutz dos Santos Gilmarcos de Bastos Junior Vanessa Araújo Campos Valéria Kumizaki Maike Steffen Machado de Oliveira Natalia Ribeiro H. Brozulatto Comissão Técnica Ubirajara Rangel da Silva - Técnico

Simone Yonamine - Técnica Ricardo Miguel de Aguiar - Técnico João Carlin Padilha – Técnico Alexandre Badan Collucci - Fisioterapeuta William Cardoso - Chefe da delegação Celso Rodrigues - Diretor de Arbitragem Moisés Cassimiro Albuquerque - Árbitro Antônio Hércules P. de Queiroz - Árbitro Ennio Carlos Cardoso - Árbitro Eduardo Porchat - Árbitro Geraldo de Paula - Fotógrafo Luiz Carlos Cardoso - Presidente da CBK

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Douglas e Luiz Carlos vibraram muito com o bicampeonato

Acredito que aos olhos do comitê executivo da WKF o karatê do Brasil se apresenta hoje de forma totalmente diferente, em que disputamos todos os eventos com equipes completas em níveis continental e mundial.” Luiz Carlos explicou o significado desta nomeação na área da gestão. “No campo administrativo esta é uma conquista muito importante, pois referenda o trabalho que está sendo feito pelo Brasil. Esta nomeação mostra que estamos no caminho certo. O mais relevante é que na prática isso nos propicia maior representação dentro da WKF. Com esta nomeação o Brasil passa a ter representatividade e voz junto ao comitê executivo da entidade. Agora podemos opinar, apresentar propostas e até fazer reivindicações de interesse do nosso País”, disse o dirigente.

A meta para 2016 é chegar entre os seis primeiros William Cardoso, diretor técnico da CBK, comemorou a grande atuação do Brasil. “O desempenho da equipe brasileira como um todo foi surpreendente. Esta foi na verdade a primeira oportunidade que tivemos para avaliar o trabalho que estávamos fazendo desde que assumimos a direção técnica da CBK, em 2013, quando passamos a adotar novas metodologias no treinamento e na formação da seleção brasileira. Tínhamos parâmetros de nosso potencial dentro da América, mas esta foi nossa primeira experiência mundial no sênior, e amplamente positiva. Esta foi a segunda melhor atuação do Brasil em mundiais. Perdemos apenas para o mundial do Rio de Janeiro, no qual obtivemos um ouro, uma de prata e um bronze. Aliás, este foi nosso melhor resultado em competições fora do Brasil. É muito importante salientar que este desempenho nos transformou na nona potência do karatê mundial, algo inédito em nossa história.” Otimista, William sonha com desempenhos muito mais expressivos. “Este resultado nos motiva a seguir adiante, melhorando o que deve ser melhorado e mantendo o que está dando certo, pois nossa meta em 2016 é ficar entre as seis maiores potências do karatê mundial. Já estamos trabalhando em função desse objetivo.”

Japão mantém a escrita

O pódio do -60 kg

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Além de ser o berço do karatê mundial, o Japão é e sempre será uma das maiores potências da modalidade, e em Bremen os nipônicos mantiveram a escrita, ficando com a primeira colocação geral. O Egito foi vice-campeão, seguido por França, Turquia, Alemanha, Irã, Itália, Espanha, Brasil e Geórgia. Revista Budô número 14 / 2014

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C ampeonato Mundial Sub 21 de Judô

Brasil surpreende

e fica em quinto

Com um ouro, um bronze e um sétimo lugar no masculino, além de uma prata e dois quintos lugares no feminino, a seleção brasileira integra a elite do judô júnior mundial, conquistando a quinta colocação geral. Por PAULO

PINTO I FONTE CBJ I Fotos IJF

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epois de três semanas de treinamentos intensos que envolveram também atletas da seleção brasileira masculina sênior e lutadores japoneses, a seleção brasileira sub 21 desembarcou nos Estados Unidos no dia 19 de outubro para conquistar um dos resultados mais expressivos desta temporada. O time brasileiro chegou a Miami com os seguintes atletas: Luiz Cláudio Lima Júnior (55 kg/SP), Vítor Carvalho (60 kg/ SP), Ricardo Santos Júnior (66 kg/MG), Gabriel Pinheiro (66 kg/PE), Lincoln Neves (73 kg/SP), Rafael Macedo (81 kg/ RS), Eduardo Santos (81 kg/SP), Thiago Chiodi (90 kg/SP), Gabriel Souza (100 kg/SP), João Cesarino (+100 kg/RS), Larissa Farias (44 kg/MS), Tawany Silva (48 kg/SP), Jéssica Pereira (52 kg/RJ), Tamires Crude Silva (57 kg/RJ), Flávia Gomes (57 kg/SP), Danielle Karla Oliveira (63 kg/RJ), Mariana Veiga (70 kg/MS), Sibilla Faccholli (+78 kg/SP) e Camila Gebara (+78 kg/MS). Já a comissão técnica multidisciplinar foi composta por Marcelo Theotônio, gestor técnico; Douglas Vieira e Andrea Berti, técnicos; Edmilson Guimarães, assessor técnico; Ricardo Amadei e Gustavo Braga, fisio-

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lugar Rafael Macedo, ca

mpeão mundial

Larissa, vice

-campeã m

undial

terapeutas; Armando Gonzalez, preparador físico; Mariana Correa, psicóloga; e Patrícia Vieira, nutricionista. O campeonato mundial sub 21 realizou-se no Broward Convention Center com 563 atletas inscritos, dos quais 331 no masculino e 232 no feminino. Ao todo 80 países participaram da competição, mas só Japão, Rússia e Estados Unidos chegaram a Miami com 20 atletas, número máximo permitido. Brasil, França e Holanda figuraram logo atrás, com 19 judocas em suas equipes. Por outro lado, 11 países foram representados por apenas um atleta: Aruba, Camarões, Djibuti, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Estônia, Panamá, Paquistão, Paraguai, Suíça e Togo.

Larissa Farias é prata no super-ligeiro O Brasil iniciou a competição com o pé direito por meio da super-ligeiro Larissa Farias, que conquistou uma medalha de prata e garantiu o pódio para o Brasil. A judoca sul-mato-grossense venceu três lutas para chegar à disputa do ouro e, logo na estreia, Larissa, segunda colocada no ranking mundial da categoria, não deu chance para a espanhola Laura Martinez Abelenda. Jogou a adversária por duas vezes de yuko e encerrou a luta com um belíssimo ippon. Nas quartas de final, Larissa encarou uma pedreira: a mongol Narantsetseg Ganbaatar, muito mais alta que a brasileira. Mas a pequenina Larissa não se intimidou e conseguiu uma projeção por yuko logo no começo da luta. Passou grande parte do tempo dominando as ações, mas faltando pouco mais de um minuto para o fim também sofreu um yuko e a luta foi para o golden score. Mesmo cansada, a judoca sul-mato-grossense conseguiu impor volume de luta e a mongol acabou sendo punida, decretando a vitória de Larissa. A semifinal foi disputada contra a tunisiana Olfa Saoudi, número 8 do mundo, que não teve chances. Com cerca de um minuto de luta foi jogada por yuko. Poucos segundos depois, Larissa www.revistabudo.com.br

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C ampeonato Mundial Sub 21 de Judô

Pódio do 66 kg, com Ricardo Santos exibindo sua medalha de bronze

conseguiu a imobilização até o ippon e garantiu a vaga na final contra a japonesa Hitomi Sakaguchi. Na grande decisão, Larissa não conseguiu impor seu judô contra uma adversária muito veloz. Quase na metade da luta, foi projetada por yuko. Passou, então, a abrir mais o jogo para conseguir uma pontuação e equilibrar o confronto e foi aí que a japonesa aproveitou e, já no fim da luta, imobilizou a brasileira até o ippon. “Essa medalha foi a realização de um grande sonho. Estou feliz, mas não totalmente satisfeita. Vou em busca de uma douradinha! Esse é só o começo e estou pronta para os próximos desafios”, disse Larissa. Outros brasileiros competiram neste dia, mas não conseguiram chegar ao bloco final. Luiz Cláudio Lima foi o primeiro, mas numa luta dura perdeu para Jaehyeon Kim (Coreia), na diferença de punições. A ligeiro Tawany Silva, que em 2011 foi campeã mundial sub 17, fez sua estreia contra a japonesa Ami Kondo, favorita ao título e atual campeã mundial sênior, e foi derrotada por ippon. Já Vítor Carvalho fez uma luta equilibrada contra Tsogtbaatar Tsendochir, mas acabou derrotado por um yuko..

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Pódio do 81 kg, onde Rafael Macedo exibe o ouro

Ricardo Santos Júnior é bronze O Brasil conquistou sua segunda medalha com Ricardo Santos Júnior, que derrotou Adrián Labrado Fernandez na disputa do bronze, por wazari, e garantiu vaga no pódio. Ricardinho, como é conhecido o atleta do Minas Tênis Clube, esteve fora do circuito mundial durante boa parte do ano por conta de uma lesão, e por isso teve de lutar desde a primeira rodada. Na estreia, enfrentou o cubano Gleydiel Camilo Hourruitinier e conseguiu um ippon por imobilização. Nas oitavas de final, fez uma luta muito dura contra o cazaque Yerassil Sakenuly e venceu por uma punição de diferença. Nas quartas de final, mais uma pedreira, contra Rodion Golod (Isarel), que havia eliminado adversários difíceis como o georgiano Gela Kelikhashvili e o português João Crisóstomo. Mas o brasileiro dominou a luta e venceu de maneira segura, depois que o israelense foi punido duas vezes, garantindo a vaga nas semifinais. A semifinal foi contra o russo Egor Mgdsyan, número 5 do ranking mundial da categoria. E o atleta do Leste Europeu mostrou muita força física, matando a pegada do brasileiro e fazendo com que Ricardinho fosse punido duas vezes. Em desvantagem no placar, o atleta do Minas Tênis Clube foi para cima do russo que aproveitou uma falha para jogá-lo de wazari e avançar para a decisão. Coube ao brasileiro erguer a cabeça e pouEdgar Ozon, um dos fundadores da FPJ

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C ampeonato Mundial Sub 21 de Judô

cos minutos depois voltar aos tatamis para tentar buscar o bronze contra o espanhol Adrián Fernandez, que já havia derrotado o brasileiro Gabriel Pinheiro na estreia dos dois na competição. Superior no combate, Ricardo conseguiu jogar o espanhol por wazari quando faltava pouco mais de um minuto para o fim do combate e dominou as ações até o cronômetro zerar. “Essa medalha tem um sabor muito especial para mim. No outro mundial, eu perdi na primeira luta. Fiquei contando os dias para ter uma segunda chance e fazer tudo diferente. Era minha última oportunidade”, disse Ricardo. “Lutei com muita raça até o fim. Escorreguei na semifinal porque dei chance para o russo me jogar. Mas levantei a cabeça e fui para cima do espanhol. Ganhei o bronze, mas acho que encerrei esta fase com chave de ouro”, completou. Outros dois brasileiros chegaram ao bloco final nesta rodada, mas não conseguiram

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medalhas. Jéssica Pereira foi derrotada na luta pelo terceiro lugar pela japonesa Mako Uchio e terminou na quinta colocação. Lincoln Neves fez a final da repescagem contra Nuno Saraiva, mas não conseguiu impor seu melhor judô e acabou derrotado por dois shidôs, ficando na sétima colocação. Depois de ser derrotada por Amandine Buchard (França), algoz de Sarah Menezes no mundial sênior 2014, nas quartas de final, Jéssica Pereira garantiu uma vaga na repescagem contra Oana Nicolaescu (Romênia), logo na primeira luta do bloco final. A atleta do Instituto Reação não deu chances para a adversária, jogou a romena por wazari e depois a imobilizou até o ippon. Na disputa pelo terceiro lugar, enfrentou a japonesa Mako Uchio. Muito veloz, Uchio dominou a luta e forçou três punições para Jéssica, que acabou na quinta colocação. Lincoln Neves esteve muito perto de chegar às semifinais. Nas quartas de final, o atleta de São José dos Campos enfrentou o japonês Yuji Yamamoto, que havia vencido com facilidade os adversários anteriores – dois por ippon e um na diferença de punições –, e fez uma luta muito equilibrada, com muitas tentativas de golpes para ambos os lados. A luta caminha-

va para o golden score, sem pontuação para nenhum dos dois atletas e com uma punição para cada lado. Mas, faltando 15 segundos para o fim, tomou outra punição e perdeu. Na repescagem, enfrentou o português Nuno Saraiva, mas acabou derrotado e ficou na sétima colocação. Outros três brasileiros lutaram neste segundo dia, mas não conseguiram chegar ao bloco final. Gabriel Pinheiro foi derrotado por Adrian Fernandez (Espanha) e Tamires Crude perdeu para Jessica Klimkait (Canadá), ainda na primeira fase. Flávia Gomes venceu Cynthia Rahming (Bahrein) por ippon na estreia, mas nas oitavas de final não conseguiu superar Jennifer Schwille (Alemanha). Mas a luta foi muito equilibrada. A atleta do Clube Pinheiros perdia por três shidôs, mas conseguiu um yuko faltando 30 segundos para o fim do combate. Só que, no recomeço da luta, a alemã achou um brecha na defesa da brasileira e conseguiu o ippon.

Rafael Macedo joga russo Igolnikov de ippon e conquista o ouro do meio-médio O talentoso Rafael Macedo é o mais novo campeão mundial do Brasil. O meio-médio paulista nascido em São José dos Campos, que hoje defende a Sogipa (RS), conseguiu um ippon por imobilização contra o russo Mikhail Igolnikov na grande decisão da categoria e ficou com o ouro. Rafael é o décimo segundo campeão mundial júnior do Brasil. Ele se junta a nomes que depois vieram a fazer história no judô sênior brasileiro, como Aurélio Miguel (SP), Sebastian Pereira (RJ), Tiago Camilo (SP), Fabiane Hukuda (SP), João Derly (SP), Leandro Guilheiwww.revistabudo.com.br


Larissa Farias no pódio do 44 kg

ro (SP), Leonardo Eduardo (SP), Sarah Menezes (PI), Rafaela Silva (RJ) e Mayra Aguiar (RS). Número 1 do ranking mundial, o judoca de São José dos Campos começou a competição já na segunda rodada, vencendo o tcheco Jiri Petr por wazari. Depois, nas oitavas de final, passou pelo eslovaco Peter Zilka por um yuko. Nas quartas de final, o atleta da Sogipa fez uma luta muito dura contra o holandês Rico Harder, que havia eliminado o mongol Gaajadamba Bayanmunkh e o japonês Seidai Sato. O brasileiro demorou a se encontrar na luta, e acabou sendo punido três vezes. Mas quando a luta já ia para o fim, faltando menos de 20 segundos para o fim, Rafael conseguiu um yuko e garantiu sua vaga na semifinal. Contra o sueco Jonas Bjorktorp, o paulista entrou muito concentrado e conseguiu um ippon com apenas um minuto e meio de luta. Na decisão, saiu perdendo para Mikhail Igolnikov por uma punição por falso ataque. Mas, logo depois, conseguiu projetar o adversário por yuko e o imobilizou até o ippon. “A sensação de ser campeão mundial é muito boa! Demorou um pouco para cair a ficha, mas agora estou muito feliz mesmo!”, disse o campeão, que finalizou avaliando a competição. “O mundial é muito forte, com vários atletas de altíssimo nível. Tive lutas muito duras, algumas até em que comecei perdendo e consegui reverter. Preparei-me para atingir este objetivo e, graças a Deus, consegui conquistar essa medalha para o Brasil.” No terceiro dia de competição o Brasil ainda ficou muito perto de outra medalha no meio-médio. Danielle Karla Oliveira fez uma disputa muito equilibrada com a alemã Vivian www.revistabudo.com.br

Herrmann pelo bronze, mas não conseguiu encaixar seu judô. Adotando a estratégia de contragolpear, esperou os ataques da adversária e acabou sendo punida duas vezes. Precisando de uma pontuação para virar o confronto, acabou dando chance para Vivian, que conseguiu o ippon e levou a medalha. Mostrando maturidade e determinação, a atleta do Clube de Regatas Flamengo fez uma campanha bastante consistente. Na disputa da repescagem, não tomou conhecimento da russa Diana Dzhigaros, e conseguiu o ippon com apenas 15 segundos de luta. Antes, ela só havia sido parada pela britânica Lucy Renshall, nas quartas de final. Danielle não conseguiu mostrar seu melhor judô contra Renshall e, num contragolpe, acabou

sofrendo o ippon. Mas no começo mostrou o seu talento. Na primeira luta na competição, jogou a americana Lauren Baez quatro vezes, sendo duas que valeram yuko e duas que valeram wazari, encerrando o confronto. Nas oitavas, passou pela mongol Mungunchimeg Baldoroj por ippon com pouco mais de dois minutos de luta. Eduardo Yudi Santos chegou até as oitavas de final depois de vencer o sul-coreano Moon Jin Lee na estreia. Mas acabou derrotado pelo sueco Bjorktorp por ippon com três minutos de luta. Já Mariana Veiga e Thiago Chiodi não passaram da primeira rodada ao serem derrotados por Barbara Matic (Croácia) e Syerik Byeryedmurat (Mongólia), respectivamente.

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C ampeonato Mundial Sub 21 de Judô

Classificação Final

Paulo Wanderley comemorou o excelente resultado obtido por Larissa, Rafael e Ricardo em Miami

No quarto e último dia de competições individuais, o Brasil contou com quatro representantes nas categorias meio-pesado e pesado, mas nenhum deles chegou à disputa por medalhas. O primeiro a lutar foi o meio-pesado Gabriel Souza, derrotado pelo japonês Aaron Wolf por ippon. O jovem João Marcos Cesarino, de apenas 17 anos, sentiu o peso da estreia e foi jogado por ippon pelo sul-coreano Min Young Choi. No pesado feminino foram duas representantes: a sul-mato-grossense Camila Gebara, que pegou uma pedreira na estreia e não resistiu à japonesa Sarah Asahina, sofrendo o ippon com um minuto de luta; e Sibilla Faccholli, medalhista de bronze no último mundial júnior, que teve uma adversária muito dura na primeira luta, a cubana Gusmary Garcia Savigne, atual campeã mundial juvenil, e acabou sofrendo o ippon também com pouco mais de um minuto de luta.

Desempenho surpreendente Indubitavelmente o trabalho desenvolvido pela comissão técnica brasileira foi coroado de sucesso, já que o Brasil terminou na quinta colocação geral, atrás apenas das seleções do Japão, França, Rússia e Mongólia, que conseguiu um bronze a mais que o Brasil. Fizemos, porém, um quinto e um sétimo lugares a mais que os mongóis, o que mostra a paridade técnica brasileira com o selecionado asiático. O judô verde amarelo mostrou que está inserido na elite da categoria, superando adversários tradicionais como Cuba, Espanha, Coreia do Sul e Ucrânia. Um pouco além dos resultados obtidos em Miami, fica a promessa de renovação pelo excelente judô mostrado por atletas que não medalharam, mas mostraram grande maturidade técnica e evolução.

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AQUATRO

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Fase Final C ampeonato Paulista Aspirantes

Paulista Aspirantes recebe 960 judocas Em sua segunda edição, o Campeonato Paulista Aspirantes tem presença gigantesca de atletas e consagra-se como uma das maiores competições do calendário anual da FPJ.

A

Por PAULO

PINTO I Fotos MARCELO LOPES/BUDÔ

Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou no dia 11 de outubro, no Ginásio Municipal de Esportes Celso Daniel, em Mauá, a fase final do Campeonato Paulista Aspirante, certame que abriga atletas das classes sub 9, sub 15, sub 18 e adulto. O município sediou quase uma dezena de eventos do judô paulista nesta temporada. Para atender a aproximadamente 960 atletas inscritos, a coordenação técnica da FPJ disponibilizou 12 áreas de disputa, permitindo que os combates fluíssem com maior rapidez. Assistiram à cerimônia de abertura várias autoridades esportivas, entre as quais Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Alessandro Puglia, presidente da FPJ; José Jantália, vice-presidente da FPJ; os delegados regionais Wilmar Terumiti Shiraga, Cléber do Carmo,

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Akira Hanawa, Argeu Maurício de Oliveira, Sidnei Paris, Joji Kimura e Takeshi Yokoti; e os medalhistas olímpicos de Los Angeles Luiz Onmura, Walter Carmona e Douglas Vieira. O evento contou também com a presença brilhante de ícones do judô bandeirante, como os professores kodanshas Massao Shinohara, Valdir Melero, Douglas Eduardo de Brito Vieira, Walter Carmona, Luiz Yoshio Onmura, Rubens Pereira, Sadao Fleming Mulero, Zeniya Morimasa, Nelson H. Onmura, Pedro Jovita Diniz, Rioiti Uchida, Alcides Camargo, Maurílio Cesário, Gerardo Siciliano, Belmiro Boaventura da Silva, Kanefumi Ura, Antônio Rizzardo Rodrigues, Hissato Yamamoto e Takeshi Nitsuma, além de Edison Koshi Minakawa, que é também o coordenador de arbitragem do Estado de São Paulo.

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Fase Final C ampeonato Paulista Aspirantes Homenagens marcam o encontro do passado com o futuro Numa ação que ratifica a importância que a diretoria da Federação Paulista de Judô dedica aos grandes judocas do Estado, participaram da abertura do evento quatro personagens que ajudaram a escrever a história vitoriosa do judô de São Paulo: professor kodansha Massao Shinohara, que além de ser um dos maiores formadores de atletas medalhistas olímpicos do Brasil foi técnico da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, e os medalhistas Luiz Onmura, bronze na categoria leve; Walter Carmona, bronze no médio; e Douglas Vieira, prata no meio-pesado. A presença destes grandes personagens do judô brasileiro no Paulista Aspirante comemorou o trigésimo aniversário de suas façanhas nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Vale lembrar que, após a conquista da primeira medalha olímpica do judô por

Massao Shinohara

Joji Kimura entrega homenagem ao professor kodansha 9º dan, Massao Shinohara

Valdir Melero entrega homenagem ao professor kodansha Douglas Vieira

Walter Carmona

Mesa de honra

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Francisco de Carvalho entrega homenagem ao professor kodansha Walter Carmona

Gerardo Siciliano entrega homenagem ao professor kodansha Luis Onmura

Chiaki Ishii, em 1972, em Munique, o Brasil só voltou a obter medalhas olímpicas em 1984, e foram logo três. Desde então, o judô brasileiro subiu ao pódio em todas as edições dos Jogos Olímpicos. Para algumas pessoas a ação da FPJ foi corriqueira ou até mesmo supérflua, mas nós, que acompanhamos o judô no dia a dia, entendemos que esta homenagem foi de extrema importância, pois conhecemos inúmeros judocas com menos de 15 anos que desconhecem até o campeão olímpico Aurélio Miguel. A FPJ acertou, e deve reverenciar, sim, todos os mestres e medalhistas que no passado escreveram a história do judô de São Paulo e do nosso País. Na sequência, José Jantália, o mestre de cerimônias, convidou os árbitros para a realização do rei-ho inicial, e a competição começou oficialmente. Nos tatamis estavam judocas vindos de 194 agremiações filiadas às 16 delegacias regionais do judô paulista que, para chegar a esta competição, tiveram de passar por duas seletivas: uma regional e outra estadual do interior, que reúne quatro regiões do Estado de São Paulo.

Luis Onmura, Douglas Vieira, Walter Carmona e Massao Shinohara

Luis Onmura

Douglas Vieira

Foto histórica com os professores kodanshas Francisco de Carvalho, Alessandro Puglia, Douglas Vieira, Luis Onmura, Valter Carmona e Massao Shinohara

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Fase Final C ampeonato Paulista Aspirantes Professores kodanshas no evento

Massao Shinohara

Sadao Fleming Mulero

Gerardo Siciliano

Maurílio Cesário

Francisco de Carvalho Filho

Rubens Pereira Kanefumi Ura

Valdir Melero

Edison Koshi Minakawa

Antônio Rizzardo Rodrigues

Douglas Vieira Walter Carmona

Takeshi Nitsuma

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Nelson H. Onmura

Belmiro Boaventura da Silva

Luiz Onmura

Zeniya Morimasa

Rioiti Uchida

Hissato Yamamoto

Alcides Camargo

Pedro Jovita Diniz

Alessandro Puglia

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Fase Final C ampeonato Paulista Aspirantes Classificação individual Feminino Sub 9

Super-ligeiro 1º Talita Yukari Chiao - Academia Chiao 2º Maria Luíza Alves - ADPM - Reg. S. J. C. 3º Eduarda Pereira - A. D. E. S. Equilibrium 3º Jhade Moraes - São João/Apaja Ligeiro 1º Gabriella L. de Abreu - Assoc. Mongaguá 2º Nykoli Ester França - Academia Chiao 3º Nicoly Bentivoglio - Associação Kyoei Suzano 3º Gabrielle Kuroda - Judô Clube Itararé Meio-leve 1º Laura Menezes - A. E. P. - Nissi 2º Rafaella Nery - Associação Nery 3º Agnes Marques - Associação de Judô Mauá 3º Ana C. Almeida - Academia Samurai Leve 1º Sofia Aranega - Performance Academia 2º Jullya Santos - Judô Clube Mogi 3º Gabriela Torres - Associação Fernandes 3º Marcele Mineto - Concórdia/Ômega Meio-médio 1º Luíza Barros - Academia Pissarra 2º Marjory Costa - Associação de Judô Mauá Médio 1º Maria I. Specian - Sayão Futebol Clube 2º Raíssa Y. Lima - ADPM - Reg. S.J.C. 3º Lorena V. Pereira - Associação Itapira 3º Gabrielly Ferreira - SEMEL F. da Rocha Meio-pesado 1º Beatriz Pessoa - Associação Jita Kyoei 2º Giovanna Sayuri - Associação Registrense 3º Yasmin Matias - SEMEL Amparo Pesado 1º Giovanna M. Santana - SEMEL F. da Rocha Sub 15 Super-ligeiro 1º Bárbara Camargo - Associação Itapetininga 2º Tifany G. Brito - SEMEL Salto 3º Jhennifer K. Alves - Judô Rubiacéia 3º Emanuela Ribeiro - A.D.E.S. Equilibrium Ligeiro 1º Paola G. Ribeiro - SESI-SP 2º Adriana Souza - Associação Cho do Kan 3º Luma Sartori - Edinho Company 3º Ane Rocha - Associação Venceslauense Meio-leve 1º Carolina de Souza - SESI-SP 2º Lorrane de Freitas - Sindicato São Sebastião 3º Izabelly de Paiva - Associação Hortolandense 3º Maria B. Feitosa - Morada do Sol Leve 1º Mayuri Rego - Associação Venceslauense 2º Mayrla Azevedo - Judô Torres 3º Agatha Santos - Associação Hortolandense 3º Iasmin Andrade - SESI-SP Meio-médio 1º Roberta Rodrigues - Assoc. Jita Kyoei 2º Jéssica Carvalho - SEDUC Praia Grande 3º Beatriz Oliveira - C. A. Taboão 3º Victoria Pchegoski - SESI-SP Médio 1º Bruna Macedo - Associação Alto da Lapa 2º Daniele Goncalves - SESI-SP 3º Ana C. Vieira - Círculo Militar SP 3º Letícia F. Benedito - Associação Aleixo Meio-pesado 1º Samia Calderari - Associação Jita Kyoei 2º Thauana Aparecida Lopes - Dojô Treinamento 3º Bianca Ferreira - SEMEL Pindamonhangaba 3º Maria Vitória Costa - Assoc. Trajano Pesado 1º Inara Rosado Ribeiro - Associação Pompeia 2º Samara Mohamad - Associação Pro Alcance 3º Stephanny Correia - São Paulo Futebol Clube 3º Lailaine Sampaio - SESI-SP Sub 18 Ligeiro 1º Ketlyn Martimiano - Associação Hortolandense

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2º Jayne da Mata - SEMEL Franco da Rocha 3º Lis Abreu Nunes - APAJUSVO 3º Larissa Ap. Montagnana - SEMEL Sertãozinho Meio-leve 1º Echillen L. Camini - Mogi Judô 2º Elizângela Nunes - Academia Calasans 3º Melissa Coronado - ADREARMAS 3º Lyandra Eleodoro - Associação Ponte Preta Leve 1º Thailine C. Xavier - ADUC 2º Daiane Salles - Associação Itapira 3º Thais Pires - Mogi Judô 3º Gislaine Cardoso - Associação Mongaguá Meio-médio 1º Amanda Lopes - Judô Taquarivai 2º Larissa Millk - Associação Limeirense 3º Camila Castilho - Associação Ubatuba 3º Larissa dos Santos - Associação 9 de Julho Médio 1º Ana C. Lima - Academia Calasans 2º Layane Falqui - Edinho Company 3º Maria E. Batista - SEMEL Salto 3º Maria de F. Lemes - Judô na Faixa Meio-pesado 1º Ellen Santana - Associação 9 de Julho 2º Nayla G. Tobias - SESI-SP 3º Danielle Ferreira - Associação Irmãos Ribas 3º Daiane C. Forato - SEMEL Amparo Pesado 1º Regiane de Carvalho - Judô na Faixa 2º Izabelly Gomes - D. E. R. L. A/Aguaí 3º Sabrina Rodrigues - Associação Limeirense 3º Ariane C. Evangelis - D. E. R.L. A/Aguaí Adulto Super-ligeiro 1º Mariane Novais - Associação Irmãos Ribas 2º Larissa Celtron - Sayão Futebol Clube 3º Elizandra C. de Souza - SME Penápolis Ligeiro 1º Gabriele C. Britto - Lins/Morimoto 2º Pamela S. dos Santos - SEMEL Caraguatatuba 3º Amanda de Alencar - Pirituba Futebol Clube 3º Inaiara Garcia - Rio Preto A. C. Meio-leve 1º Thaise C. da Silva - Ateneu Barão de Mauá 2º Camila Abreu - Associação Hombu Budokan 3º Adriana Overgoor - São Paulo Futebol C. 3º Tamires C. Eufrásio - APAJUSVO Leve 1º Jéssica Falcão - Sec. Mun. Esp. Itu 2º Natália Pabliane - Associação Limeirense 3º Natália Santana - Associação Limeirense 3º Marcela Ap. de Carvalho - Projeto Judô Goya Meio-médio 1º Bárbara Rodrigues - Ribeirão Pires 2º Suelen Ap. Souza - SEMEL Sertãozinho 3º Natália Nunes - SEMEL Salto Médio 1º Geovana Gonçalves - Lins/Morimoto 2º Natália Esteves - São Paulo Futebol C. 3º Diane Ramos - Rio Preto A. C. 3º Ariane Alves - Ateneu Barão de Mauá Meio-pesado 1º Tamires Pereira - Assoc. Irmãos Ribas 2º Caroline Keli da Silva - Assoc. Limeirense 3º Ana Maria Delgado - Assoc. Itapevense Pesado 1º Caroline de F. Alves - Grêmio Cubatão 2º Jackeline Alves - Grêmio Cubatão 3º Liliane Doriguello - SEMEL Salto 3º Lalesca N. Millk - Assoc. Limeirense

Masculino Sub 9 Super-ligeiro 1º Kevin Sampaio - ADPM-Reg. S.J.C. 2º Djonatan Schelbauer - Associação Jita Kyoei 3º Matheus Azevedo - Círculo Militar SP 3º João P. Rodrigues - SEMEL Salto Ligeiro 1º Matheus Carvalho - São João/Apaja

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2º Kevim Aquino Leite - Academia Pissarra 3º Gabriel Vieira - Clube Paineiras 3º Felipe Correa - Assoc. Indaiatubana Meio-leve 1º Cauã Yuta Kiwada - Associação Araçatuba 2º Rik Cogine - Assoc. Akatsuki 3º Rafael Correia - Associação Hombu Budokan 3º Pedro Sargentelli - Associação Itapira Leve 1º Mateus Martinho - São João/Apaja 2º Lucas Martins - Associação Hirakawa 3º João Vitor Queiroz - Unimes 3º Gabriel Favrin - Jean Piaget Meio-médio 1º Kauã Sandes Leal - Clube Atlético Taboão 2º Fernando Batista - Associação Tupã 3º Rafael Teixeira - Círculo Militar SP 3º João Vítor Soares - Morada do Sol Médio 1º João V. Rodrigues - Academia Calasans 2º Thiago F. Motta - Mogi Judô 3º Lucas F. Ribeiro - Academia Pissarra 3º Nicolas G. Ferreira - Associação Tupã Meio-pesado 1º Ricardo Berg - Associação Limeirense 2º João H. Batista - Associação Nintai 3º Luís H. Ribeiro - Associação Mauá 3º Francisco C. Marques - Mogi Judô Pesado 1º Pedro L. Possidônio - Lins/Morimoto 2º Vinicius de Araújo - Associação Divinolândia 3º Mateus Moreira Alves - SME Penápolis 3º Paulo A. Campos - Judokan Boituva Super-pesado 1º Isaías R. Andrade - Budokan Peruíbe 2º Gustavo Santana - Alfredo Contatto 3º Rhuan M. Ferreira - SEMEL Ribeirão 3º Adriano K. Camargo - Associação Piedadense Sub 15 Super-ligeiro 1º Gustavo Neira - Associação Colossus 2º Jonatas Leopoldino - A. E. P.- Nissi 3º Glauber V. de Souza - ADPM-Reg. S.J.C. 3º Vinicius A. Cardo - Judô na Faixa Ligeiro 1º Gustavo Ribeiro - Morada do Sol 2º Jhonatan H. Pereira - Paulista Shoshichi 3º Paulo C. Bento - Academia Chiao 3º Enzo Scavarielo - Judô na Faixa Meio-leve 1º Pedro H. Vidal - Internacional de Regatas 2º Breno Bueno - A.D.E.S Equilibrium 3º Antônio Camargo Jr. - Associação Alto da Lapa 3º Kevin Camargo - Associação Itapevense Leve 1º Mateus Peres - Birigui Clube 2º Washington C. Santos - Associação Pompeia 3º Wesley Yamaguchi - C. Esportivo de Ourinhos 3º Luiz G. Andrade - Associação Irmãos Ribas Meio-médio 1º Satil Neto - Judô na Faixa 2º Danilo Mesquita - SESI-SP 3º Caylan Brusin - Associação Ubatuba 3º Paulo H. Cardoso - Judô na Faixa Médio 1º Luiz F. Constantino - SEDUC P. Grande 2º Eliseu Leme - Associação Mercadante 3º Vítor de Matos - Associação Aurélio Miguel 3º João V. de Melo - SESI-SP Meio-pesado 1º Andrew P. Soares - Associação Ponte Preta 2º Gabriel Ferreira - Judô na Faixa 3º Robson Marques Jr. - Associação Pessoa 3º Daniel Nogueira - Associação Pompeia Pesado 1º João V. Sattler - Fundação E. Matonense 2º Luiz D. Lopes - SEMEL Francisco 3º Victor Tannus - Associação Vila Sônia 3º Guilherme Cabral - SESI-SP Sub 18 Super-ligeiro

1º Richard J. Cardoso - Judô na Faixa 2º Wellington Moreira - SESI-SP 3º Vinicius de Souza - Associação Hortolandense 3º Lucas Ferreira - Judô na Faixa Ligeiro 1º Jhonatan Marques - SEMEL Francisco Morato 2º Peter A. Ribeiro - SEDUC Praia Grande 3º Rafael A. Dourado - Nikkey de Marília 3º Marcos R. de Macedo - Morada do Sol Meio-leve 1º Fábio da Costa - Associação Irmãos Ribas 2º Jonatas J. dos Santos - Morada do Sol 3º Lucas Vieira - Associação Limeirense 3º Yuri Oliveira - SESI-SP Leve 1º Raí Ferreira - Assoc. Aurélio Miguel 2º Felipe de Oliveira - Mogi Judô 3º Gabriel Gomes - Associação Catanduvense 3º Washington Y. Rodrigues - Associação Registrense Meio-médio 1º Matheus Pereira - Associação Irmãos Ribas 2º Bruno Sabatini - SESI-SP 3º Eduardo Pizani - Associação Jita Kyoei 3º Vítor Hugo de Oliveira - Associação 9 de Julho Médio 1º Aryel de Queiroz - Associação Aurélio Miguel 2º Vanderlei Silveira - Judokan Boituva 3º Edmar Correia Jr. - Lins/Morimoto 3º Taygaro R. Vieira - SME Penápolis Meio-pesado 1º Phelipe Rocha - ADUC 2º Gabriel Camargo - Associação Pompeia 3º Kelvin Bezerra - Clube Penha 3º João L. Vasconcelos - SESI-SP Pesado 1º Gabriel Monteiro - Academia Pissarra 2º Thiago Batista - SEMEL Francisco 3º Samuel Silva - Paulista Shoshichi 3º Renan Vieira - Regatas Tumiaru Adulto Super-ligeiro 1º Nataniel Conceição - A. Judô São Carlos 2º Angelino Branco - Judô Taquarivaí 3º Marco Fukuda - Pirituba Futebol Clube 3º Rafael Bezerra - D. E. R. L. A/Aguaí Ligeiro 1º Silas Sales - Academia Pissarra 2º Gustavo Ribeiro - Academia Pissarra 3º Carlos R. Matta Jr. - Marao A. Clube 3º Kelvin R. Lima - Associação Indaiatubana Meio-leve 1º Luís Felipe Rodrigues - D. E. R. L. A/Aguaí 2º Jean Carlos Pereira - Associação Indaiatubana 3º Victor Mendes - Academia Pissarra 3º Felipe G. Chaves - Osasco/Yanaguimori Leve 1º Yago F. dos Santos - SESI-SP 2º Bruno de Souza - Associação Irmãos Ribas 3º Flávio Rogério Jonas - Nikkey de Marília 3º Raphael H. Chamar - SME Penápolis Meio-médio 1º Marcelo Ribeiro - Associação Tupã 2º Carlos Amaro - SEMEL Franco da Rocha 3º Geraldo Gonçalves - Associação Araçatuba 3º William Morais - Associação de Judô Mauá Médio 1º Danilo dos Santos - SEMEL Francisco Morato 2º Rafael Freitas - Osasco/Yanaguimori 3º Francisco C. de Faria - Associação Piquete 3º Herman Hisao Uema - Associação Tupã Meio-pesado 1º Thiago de Oliveira - Grêmio Recreativo Barueri 2º André Luiz Sales - Associação Projeto Budô 3º Wagner de Moura - Academia Pissarra 3º Michael Moreira - Associação Itapevense Pesado 1º Ueliton Carvalho - Paranapanema Judô 2º Joílson de Oliveira - Associação Nelson Morimoto 3º Samuel Moreti - C Monte Líbano 3º Paulo E. Guglielmetti – Clube de Regatas Tumiaru

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War Fighting

Criado para dinamizar ainda mais os esportes de combate, em sua quarta edição o War Fighting foi totalmente reformulado, e entre as inovações vimos disputas de muay thai, jiu-jitsu e MMA, além da inclusão de um circuito de obstáculos que tornou a competição muito mais vibrante.

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O

Ginásio de Esportes Mauro Pinheiro recebeu no dia 22 de novembro a 4ª edição do War Fighting. Intitulada Edição Race, teve combates de jiu-jitsu, muay thai e MMA, além de um circuito de obstáculos antes das lutas que empolgou atletas e o público. Gratuito para a população, que troca o ingresso por 1 kg de alimento não perecível, o evento tem atraído cada vez mais pessoas, que podem ver de perto um verdadeiro show. Atletas das principais academias de artes marciais do Brasil participaram desta quarta edição da disputa, mas um dos grandes diferenciais do War Fighting é a megaestrutura montada com cenários temáticos, além das sensacionais warfightgirls, que animaram o público no intervalo dos combates. O formato desta edição foi bem dinâmico. Ao soar o gongo as equipes largaram simultaneamente e precisaram correr para realizar o trajeto o mais rapidamente possível e superar cada etapa do percurso de obstáculos montado no grandioso cenário. No percurso de obstáculos cada atleta foi acompanhado por um fiscal da prova e por um técnico indicado por sua equipe. Para passar adiante no percurso os atletas precisaram fazer corretamente cada obstáculo e passar pelo crivo do fiscal que o acompanhou. Os atletas que não conseguiram passar pelo obstáculo precisaram imediatamente pagar o castigo daquele obstáculo (10 burpees) para poder seguir adiante e passar para a fase seguinte. As equipes que venceram a primeira etapa do percurso saíram na frente com 3 pontos na segunda etapa e tiveram o direito de escolher quem iriam enfrentar nos tatamis, no jiu-jitsu, muay thai ou MMA. Ao fim de cada combate foi decretada a equipe vencedora pela somatória total de pontos. Nesta edição a competição contou com 18 equipes, com três atletas por equipe, e peso até 79 kg ou acima de 79 kg.

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Campeões e vices aprovam novo formato

Rafael Neder, capitão da equipe G13 BJJ, que competiu no até 79 kg, destacou a importância de um bom preparo físico na competição. “Apesar de o jiu-jitsu exigir sempre bom preparo dos praticantes, a competição aqui é muito intensa e requer muito nós. É muito importante participar de um evento como esse, porque é um trabalho diferenciado em termos de preparo físico e psicológico. Tivemos de fazer um preparo muito forte para participar e conciliar a parte física com a luta, mas vencemos e foi uma experiência muito legal. Espero agora ser convidado para participar das próximas edições.” Jurandir Vieira, atleta da equipe G 13 BJJ, campeã do acima de 79 kg, elogiou a organização. “Este evento é muito bem organizado, e acredito que não exista uma estrutura como essa no Brasil. Luto fora do nosso País, e até então só tinha visto estrutura com essa no exterior. Sou aluno do mestre Roberto Godoi

e parabenizo a organização do evento. Saio muito feliz, principalmente pela vitória.” Bruno Saldanha, capitão da equipe Alpha de Muay Thai, campeã no até 79 kg, gostou muito da estreia e já aguarda novo convite. “Esta é a nossa primeira participação e damos nota 10 ao evento, muito bem estruturado e com grande apoio a todos os atletas. Gostamos muito e se houver convite participaremos em outras edições.” Para Elias Alves Jr., da equipe Rato de Muay Thai, a competição é nota 10. “A disputa é muito dinâmica e para toda a nossa equipe esta edição foi nota 10 mesmo. Gostei bastante de competir aqui.” Rafael Plínio, da equipe Pamplona de Muay Thai, a organização surpreendeu. “Foi um grande evento e o time da organização deu enorme respaldo para todos os atletas. Não houve canseira de ficar esperando ou de ter de refazer o aquecimento. Foi tudo muito bem organizado e parabenizo os organizadores.” Já para Rafael Nascimento, da equipe Bronx de MMA, o circuito de obstáculos foi

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War Fighting pauleira. “Achei o evento muito dinâmico, apesar de o circuito ser muito difícil. Acabei cortando a mão toda, mas está valendo. É a primeira vez que participamos e queremos competir mais vezes.” Celso Ribeiro, da equipe Fight Point de MMA, a dinâmica do novo formato ficou excelente. “Fiz minha estreia hoje, mas havia assistido às edições anteriores e achei este novo formato mais complexo e ágil. Foi pedreira, mas valeu a pena mesmo.” Veterano na disputa, Iuri Messias, da equipe Fight Point de MMA, aprovou o novo formato. “Foi um tremendo evento. Participei de todas as edições anteriores, e esta quarta etapa foi a melhor, pois exigiu muito mais de todos nós. Agora encontramos dois desafios: um contra nossos adversários e o outro contra nós mesmos, já que o preparo físico é fator determinante.”

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Dirigente comemora novo formato

Satisfeito com o resultado prático do evento, Roberto Godoi, promotor da competição, vibrou com nova forma de disputa. “Nossa avaliação deste formato é a melhor possível. Buscamos sempre inovar e apresentar o melhor espetáculo para o público aficionado dos esportes de combate. Acho que para o público da luta, especificamente, esta fórmula que criamos tem muito mais a ver com o espetáculo. Não descartamos o paintball, ele continua dentro do evento como um dos obstáculos a serem sobrepostos. Nas edições do ano que vem deveremos trabalhar dentro do que foi apresentado aqui, mas sempre fazendo os ajustes necessários para que os atletas e o público possam estar sempre mais envolvidos e satisfeitos.” O War Fighting é uma realização da Associação de Jiu-Jitsu Pró-Esportivo (AJJPE), com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo.

Resultado por equipe Circuito 1 Equipe Gracie Barra – Circuito de obstáculos Equipe Gracie Barra – Desafio de Jiu-Jitsu faixa azul +79 kg Circuito 2 Equipe Gracie Barra – Circuito de obstáculos Equipe Gracie Barra – Desafio de Jiu-Jitsu faixa roxa -79 kg Circuito 3 Equipe G13 BJJ Interlagos – Circuito de obstáculos Equipe G13 BJJ Interlagos – Desafio Jiu-Jitsu faixa marrom +79 kg Circuito 4 Equipe G13 BJJ – Circuito de obstáculos Equipe G13 BJJ – Desafio de Jiu-Jitsu faixa preta +79 kg Circuito 5 Equipe G13 BJJ – Circuito de obstáculos Equipe G13 BJJ – Desafio de Jiu-Jitsu faixa preta +79 kg Circuito 6 Equipe Bronx – Circuito de obstáculos Equipe Bronx – Desafio de Muay Thai até 79 kg Circuito 7 Equipe Alpha – Circuito de obstáculos Equipe Pamplona – Desafio de Muay Thai -79 kg Circuito 8 Equipe Fight Religion – Circuito de obstáculos Equipe Bronxs – Desafio de MMA -79 kg Circuito 9 Equipe Fight Point – Circuito de obstáculos Equipe Fight Point – Desafio de MMA -79 kg

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C ampeonato Brasileiro Veteranos 2014

Mauá encerra temporada sediando o

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om o apoio da Federação Paulista de Judô (FPJ) e do Governo do Estado de São Paulo, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) promoveu o campeonato brasileiro de veteranos. A disputa realizou-se no dia 8 de novembro, no Ginásio Poliesportivo Celso Daniel, em Mauá (SP). A competição reuniu 305 atletas de vários Estados, que disputaram medalhas do M1 ao M8 na modalidade shiai, enquanto a competição de kata reuniu 74 duplas que fizeram apresentações de nage-no-kata, juno-kata, katame-no-kata, kime-no kata e kodokan-goshin-jutsu. Ao todo 15 Estados participaram desta edição do certame nacional: São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Tocantins, Alagoas, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Paraíba e Mato Grosso.

Por

PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES

Campeonato brasileiro veteranos reuniu 305 atletas em Mauá, inclusive vários judocas que foram à Málaga, na Espanha, em busca de medalhas.

Assistiram à cerimônia de abertura e compuseram a mesa de honra professores kodanshas, membros da diretoria e delegados da FPJ, entre os quais Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Tom Pacheco, presidente da Federação de Judô de Tocantins; José Jantália, vice-presidente da FPJ; Dante Kanayama, membro da comissão de graduação da CBJ; Hissato Yamamoto, coordenador de arbitragem da competição; Luís Alberto dos Santos, diretor de cursos da FPJ; Adib Bittar, tesoureiro da FPJ; e os delegados regionais Cléber do Carmo, André Gonçalves, Celso de Almeida Leite, e Júlio Jacopi.

Os professores kodanshas Celestino Seiti Shira, Mishiharu Sogabe e Pedro Jovita Diniz com a faixa preta de karatê Geisa Guedes Alessandro Puglia, Valdir Meleiro e Cléber do Carmo

Luiz Virgílio de Castro Moura recebe homenagem de Francisco de Carvalho Filho

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Como ocorre tradicionalmente, a competição contou com a importante presença de vários professores kodanshas do Estado de São Paulo, entre os quais Valdir Melero, Yoshiyuki Shimotsu, José Gomes de Medeiros, Alcides Camargo, Gerardo Siciliano, Rubens Pereira, Celestino Seiti Shira, Pedro Jovita Diniz, Hissato Yamamoto, Takeshi Niitsuma, Rioiti Uchida, Michiharu Sogabe, Antônio Roberto Coimbra, Leandro Alves Pereira, Belmiro Boaventura da Silva e Milton Ribeiro Correa. Mantendo a tradição dos eventos realizados pelo judô paulista, após a execução do Hino Nacional José Jantália, o mestre de cerimônias

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de todas as competições da FPJ, convocou os árbitros para a realização do rei-ho inicial.

Homenagens No transcorrer do evento vários atletas paulistas que medalharam no Campeonato Mundial Grand Masters, disputado em Málaga, na Espanha, foram homenageados pela diretoria da FPJ, que fez questão de premiar o esforço dos atletas que sempre se empenham e trazem resultado para o nosso País. Entre os homenageados estavam Irahy Tedesco, Cristian Cezário, Rogéria Cozendey da Silva, Nelson Onmura, Renato Fiori Ramos,

Fernanda Oliveira, Pedro Ribeiro da Cruz e Fátima Belboni Camargo. O presidente da FPJ, Alessandro Puglia, elogiou a coragem e a determinação da classe máster. “Ao todo 52 países participaram do campeonato mundial de veteranos neste ano, no qual 1.519 atletas brigaram por medalhas. O Brasil levou a Málaga 65 judocas, sendo 33 do Estado de São Paulo. Na somatória geral o Brasil conquistou 17 medalhas, e 11 delas vieram para São Paulo, o que para todos nós é motivo de muito orgulho. Fizemos essa pequena homenagem a vocês, mas estendemos nossos cumprimentos a todos os judocas brasileiros que tiveram a iniciativa de encarar este desafio, já que para entrar no shiai-jo da Espanha cada um de vocês teve de arcar com todas as despesas, atitude que enobrece ainda mais a coragem de cada um de vocês.”

Após chegarem à final vencendo todas as lutas por ippon, Glauber Diniz e Maurício Cataneo protagonizaram um dos combates mais acirrados desta edição do brasileiro. Numa vacilada do adversário Glauber encaixou o uchi-mata, jogou e Cataneo decolou. Depois do abraço Revista Budô número 14 / 2014 fraternal, Cataneo assumiu o vacilo e se resignou com a medalha de prata.

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Outro judoca homenageado foi o carioca Luís Virgílio de Castro Moura, ex-atleta da seleção brasileira que em 1980 disputou os Jogos Olímpicos realizados em Moscou, na Rússia. Após receber a homenagem, Luís Virgílio, que participou da competição na classe pesada do M6, falou sobre a emoção vivida. “Vim a São Paulo para estar com meus amigos dos tatamis, mas, além de conquistar uma medalha de prata, ainda recebi esta linda homenagem dos dirigentes paulistas. O judô tem estas coisas que o torna tão diferente das demais modalidades esportivas, e só me resta agradecer pela lembrança e pela homenagem recebida dos amigos paulistas.”

Bahia fica em primeiro lugar Por ser o Estado anfitrião e possuir um número infinitamente superior de atletas na competição, São Paulo abriu mão de participar da contagem geral de pontos por Estado, e com isso a Bahia ficou com a primeira colocação geral, seguida por Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Dirigente diferenciado volta às origens Exímio conhecedor do judô de São Paulo, onde defendeu equipes fortíssimas como o São Caetano, Georgton Pacheco, que hoje preside a Federação de Judô de Tocantins, falou sobre a volta à capital paulista e a participação no torneio. “Participar na categoria máster é a maneira mais justa de continuar sentindo o gostinho de entrar no shiai-jo em busca de uma medalha e um objetivo. Agora, participar de uma competição em São Paulo, o berço do judô nas Américas e o celeiro da seleção brasileira, aumenta muito a nossa responsabilidade, pois aqui encontramos grandes ex-atletas que continuam dando aula e mantêm certo ritmo de treinamento. Todos sabem que o nível técnico é altíssimo.”

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Francisco de Carvalho, Alexandre Lomonaco e Cristina Palavichino

Mesa de honra

O dirigente tocantinense elogiou a qualidade da competição. “A organização teve padrão do Canadá. Todos estão de parabéns. Cumpriram o horário de pesagem e de abertura, a competição não parou em momento algum, tivemos oito áreas de lutas, e a premiação foi digna de certame brasileiro. Contudo, o ponto alto foi rever os amigos paulistas e de todo o País.” Sobre o nível técnico da disputa, Ton lembrou que o segredo é só correr atrás da bola certa. “Precisamos lembrar que, com o tempo, naturalmente nossas condições técnica e física ficam comprometidas. Mas a experiência faz aumentar a qualidade dos ippons, que vão rareando e só podem acontecer no momento certo.” Na avaliação de seu próprio desempenho Georgton explicou que ficou o gostinho de quero mais. “Fiz apenas três lutas, e na primeira, contra o alagoano Antônio Milhasses, venci por ippon jogando de uchi-mata. Na segunda, contra o paranaense Jorge Ferreira, imobilizei de yoko-shihô-gatame. Na final, contragolpeando, joguei o paulista Vanderlei Dantas de o-uchi-gari, no mais puro estilo do sensei Shiozawa. Ou seja, eu aqui em São Paulo, voltando às minhas origens e às de meu querido professor, o paulistano Lhofei Shiozawa, que nasceu no Jaraguá e no mesmo bairro aprendeu judô com outro ícone dos tatamis, o lendário sensei Sobei Tani. Poderia ter feito mais duas ou três lutas, mas volto para Tocantins com a sensação do dever cumprido.”

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Classificação individual Feminino Máster 1 Leve 1º Sabrina H. Tsuchiya - SP 2º Adriana Cavalcanti - SP Médio 1º Mirian Fernandes - SP Pesado 1º Lorena Coelho - SC 2º Anna P. Rodrigues - SP Feminino Máster 2 Meio-leve 1º Valdicéia Galdino - SP Meio-médio 1º Munique C. Calasans - SP 2º Vanessa C. Billard - SP 3º Miriam Ap. Moreira - SP 3º Phyllis Rodrigues - DF Médio 1º Laura C. Fernandes - SP Meio-pesado 1º Luciana Mazetto - SC Feminino Máster 3 Ligeiro 1º Lucineia Fernandes - SP Leve 1º Maria Ap. Maia - SP Meio-médio 1º Zenaide Machado - SP 2º Mônica Simões - SP Médio 1º Cláudia Guimarães - BA Pesado 1º Raquel de Oliveira - SP 2º Dulcineia Pontes - RS 3º Rogéria Cozendey - SP 3º Fernanda Gomes - SP Feminino Máster 4 Ligeiro 1º Marília Soares - PA 2º Sandra B. da Silva - SP 3º Sharon M. Yamamoto - DF Meio-leve 1º Nádia H. Hori - SP 2º Márcia Aparecida Yamaguti - SC Leve 1º Edneia Carvalho - SP Meio-médio 1º Kátia M. da Silva - PA 2º Ednaura de Oliveira - SP Médio 1º Andreia M. Accordi - RS 2º Marta Franco - SP 3º Fátima Belboni - SP 3º Ilka Gonçalves - RS

Meio-pesado 1º Cristiana Pallavicini - SP Pesado 1º Rosália Ferreira - SP

Masculino Máster 1 Ligeiro 1º Antônio M. da Silva - AL 2º Rodrigo Gonçalves - SP 3º Sidnei Paris Jr - SP 3º Argeu H. Cardoso - SP Meio-leve 1º Leandro C. Lima - SC 2º Wellington Luiz Vizotto - SP 3º Diego Bueno Biriba - SP 3º Sidney de Lima - SP Leve 1º Flávio Chastinet - BA

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2º Pedro Moraes - SP 3º Lucas A. Borges - SP 3º Diego Cassol - SC Meio-médio 1º Thiago Santos - SP 2º Wellington T. da Silva - SP 3º Lucas Biava Miquiniotti - SP 3º Rafael G. da Silva - SP Médio 1º Adriano E. Roveri - SP 2º Anilton Rocha Jr. - BA 3º Everton Ambrósio - SP 3º Filipe de Mello - SP Meio-pesado

1º Renato Fiori - SP 2º Willian Martins - SP 3º Manoel Santos - SP 3º Rafael Facanali - SP Pesado 1º Renato Florio - SP 2º Fábio Oliveira - SP 3º Marcos Freitas - SP 3º Bruno Figlioli - SP Masculino Máster 2 Ligeiro 1º Cristian Cezário - SP 2º Agnovaldo Reis - BA 3º Arthur de Mello - SP 3º Fábio Lopes - SP Meio-leve 1º Luís F. Leal - BA 2º Álvaro Borges Jr. - SP 3º Alberto H. Assano - SP 3º Ederson Ramos - SP Leve 1º Bahjet Rached - SC 2º Ronaldo E. Gomes - SP 3º Ronaldo Rocha 46 - SP 3º Leandro A. Gonçalves - SP Meio-médio 1º Alex S. Russo - SP 2º Danilo Sanjiorato - SP 3º Alexandre Bucchino - SP 3º Sandro J. Borges - SC Médio 1º Peterson de Mello - SP 2º Ícaro A. Menezes - SP

3º Edimilson Rodrigues - SP 3º Michael Mendes - SP Meio-pesado 1º Wilson Carvalho - SP 2º Douglas de Mello - SP 3º Leandro Bello - SP 3º Alexandre Custódio - SP Pesado 1º Willian T. Akutagawa - SP 2º Valmir Gomes - SP 3º Romiro S. Ribeiro - SP 3º Luiz A. Fossatti - MG Masculino Máster 3 Ligeiro 1º Alexandre A. Nogueira - SP 2º Newton de Oliveira - SP 3º José A. Cassiano - BA 3º Jeferson Souza - MS Meio-leve 1º Leandro U. Borges - SP 2º Frederico Guerra - TO 3º Rafael Rossi 46 - SP 3º Rubens da Costa F. - SP Leve 1º Rogério Andrade - SP 2º Marcelo Ângelo - SP

3º Alessandro Santiago - SP 3º Edson Nascimento - AL Meio-médio 1º Marcelo Eiji Fujimoto - SP 2º Márcio da Costa Lessa - RJ 3º Roberto A. de Macedo - SP 3º Alessandro de Oliveira - SP

Médio 1º Fábio E. Spinosa - SP 2º José Luís Lemanczuk Jr. - PR 3º Anderson C. dos Santos - SP 3º Ângelo Nicolini Neto - PR Meio-pesado 1º Glauber Diniz - SP 2º Maurício A. Cataneo - SP 3º Rafael Nunes - SP 3º Uátila Ferreira - SP Pesado 1º Luiz A. dos Santos - SP 2º Régis Vasconcelos - SP Masculino Máster 4 Ligeiro 1º Antônio A. Guimarães - BA 2º Lauro Azuma - PR 3º Ademar Akira Ireijo - SP 3º Paulo S. Miranda - BA Meio-leve 1º Paulo R. Castelanos - SP 2º Marcelo Pernoncini - RS 3º Sandro Costa - SP Leve 1º Vagner Sandes - SP 2º Carlos Salto Neto - SP 3º Rogério Duarte - SP 3º Rodrigo G. Motta - SP Meio-médio 1º Georgetown Pacheco - TO 2º Vanderlei Dantas - SP 3º Jorge Ferreira Jr. - PR 3º Antônio L. Milhasses - AL Médio 1º Jefferson Brito - SP 2º Fernando J. Melo - BA 3º Marcos Benador - SP 3º Luís César Merli - SP Meio-pesado 1º Mário R. de Marchi - SP 2º Ailton Rodrigues - SP 3º Lairton C. Secches - SP 3º Sérgio Fernandes - SP Pesado 1º Marcelo Zanetti - SP 2º Leo E. Secches - SP 3º Agenor Garcia Jr. - SP 3º João Carlos Felipe - SP

Masculino Master 5 Meio-leve 1º Clóvis Koji Kuno - PR 2º Carlos R. Peres - SP 3º Júlio Kawakami - SP 3º Alexandre Mendes - SP Leve 1º Eduardo R. Vicente - SP 2º Pedro L. Fernandes - SP 3º Demétrio Karabourniotis - SP 3º Antônio R. Ceolin - SP Meio-médio 1º Maurício Neder - PR 2º Wagner A. Vettorazzi - SP 3º Hélio Guengi Itto - SP 3º João Velloza - SP Médio 1º Ediwaldo A. Fazzolari - SP

2º Júlio C. Ferreira - RJ 3º Hidehiro Obata Jr. - MG 3º Márcio Carvalho - RJ Meio-pesado 1º Heleno J. Carvalho - RJ 2º Walter Tadahiro Shima - PR 3º Acácio V. Lorenção Jr. - SP 3º Ubirajara Bezerra - SP Pesado 1º Marco A. Pereira - SP 2º Kleber Castelões - RJ 3º Tarcísio Alves Jr. - SP Masculino Máster 6 Ligeiro 1º Luiz C. Moreira - SP Leve 1º Dario Pimentel Jr. - SP 2º Edson Bertolli - SP 3º Romário A. de Oliveira - SP Meio-médio 1º Antônio Casanova - RS Médio 1º Ronaldo Magno - SP Meio-pesado 1º Pedro Ribeiro - SP 2º Kleber Fragoso - DF 3º Wilson Beck - SP Pesado 1º Maurício Calil - SP

2º Luís Vergílio Castro - RJ 3º Niverci Ferreira - SP 3º Samuel Lopes - SP Masculino Master 7 Ligeiro 1º Sérgio Honda - SP Leve 1º Hamilton Correia - RJ 2º Reginaldo de Melo - SP 3º José F. Brizotti - SP Meio-médio 1º Carlos H. Gaitan - SP 2º José R. da Silva 720 - SP 3º Aristides de Souza - SP Médio 1º Antônio C. Rodrigues - RJ 2º David J. de Souza - SP Masculino Máster 8 Meio-médio 1º Irahy Tedesco - SP 2º Morihiro Shiroma - SP Médio 1º Kiichi Watanabe - SP 2º Giorgio E. Buoro - SP Meio-pesado 1º Luís Pereira - SP Classificação geral por Estado 1º São Paulo 2º Bahia 3º Santa Catarina 4º Rio de Janeiro 5º Paraná 6º Rio Grande do Sul 7º Pará 8º Tocantins 9º Alagoas 10º Distrito Federal 11º Minas Gerais 12º Mato Grosso do Sul 13º Ceará 14º Paraíba 15º Mato Grosso

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om o apoio da Prefeitura de São Paulo, a Federação Paulista de Karatê (FPK) realizou no dia 25 de outubro o Torneio dos Campeões desta temporada. O certame classificatório para o campeonato brasileiro zonal 2015 foi realizado no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, no Ibirapuera. Para receber apenas 324 karatecas, a federação paulista promoveu um evento singular, com dez áreas de disputa que ofereceram grande espaço para aquecimento. O staff da FPK foi composto de 42 árbitros, 24 mesários e 23 colaboradores. Mais uma vez a diretoria de eventos da FPK inovou e repaginou o antigo ginásio Mauro Pinheiro, que abrigou uma competição com altíssimo padrão técnico e organizacional. A locução do evento foi feita pela experiente Juliana Sampaio. Várias autoridades esportivas compareceram à cerimônia de abertura, entre as quais José Carlos de Oliveira, presidente da FPK; Ivon da Rocha Dede, diretor financeiro da FPK; João Batisttela, diretor jurídico da FPK; Pedro Oshiro, vice-presidente da FPK; Carlos Tsutiya, diretor de graduação; Ailton Bichara Grilo, diretor adjunto de arbitragem; Carlos Magno, coordenador da seleção paulista; José Marcondes, técnico da seleção paulista; Paulo Pinto, editor chefe da Revista Budô; Paulo Bartolo, presidente da Associação Resistência; Sérgio Takamatsu, representando o diretor técnico da FPK; Paulo Romeo da Silva, diretor de eventos da FPK; Gilmar Janini, diretor de eventos da FPK; Geraldo de Paula; ex-atleta da seleção brasileira; e Mirtha Celayes, presidente da Associação de Karatê Zenbukai. Ao todo 59 clubes, academias e associações participaram da competição: SESI -SP, Guarulhos, Palmeiras, Kami, Cambuci, Gladiators, Mizuho Dojô, Hisatugo, Kami, Hatha, Yamato, P. A. Cidadão, Acak; Garra de Águia; Seikan, Yoshimura, Kakaton, Kime Dojô, Bushidô, Muniz, Ourinhos, Shureikan, Vinhedo, Heian, Gaviões, Hitsuji, Kuroshio, Unidos, Hortolândia, Nogueira, Kiyomizu, Portuguesa, Country Club, Subaru, Oliveira, Ipiranga, Alves Dojô, Cadetes, Praia Grande, Aranha, Prokae, Makoto, Wado Ryu, Gomes, Resistência, Recanto, Lions Club, Okinawa, Quissi, Sport Way, TK Karatê, CPP Wada, Kiyomizu, Guarukai, Bonsai Jiuku, Kuei Shin, Nindokan, KPTD, Nishikawa e Ken In Kan.

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Torneio dos

premia

Em evento ímpar, a Federação Paulista de Karatê reuniu os melhores atletas da temporada, encerrando o calendário de competições em altíssimo nível.

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Campeões

destaques da temporada

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Mesa de honra

Juliana Sampaio

Árbitros do evento

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José Carlos entrega premiação a Pelé

José Carlos entrega homenagem a Geraldo de Paula

Zeca e Geraldo comemoram reencontro

Em seu pronunciamento na cerimônia de abertura José Carlos de Oliveira agradeceu a todos os participantes e aos que apoiaram a competição. “Agradeço aos pais, que não medem esforços e sempre estão presentes. Agradeço também aos árbitros, atletas e técnicos que aqui estão, mas principalmente a todos que representaram o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro realizado no Distrito Federal, no qual trabalharam por quatro dias fazendo uma maratona superdesgastante. Fomos campeões novamente e devemos este feito a cada atleta e membro de nossa comissão técnica. Isso ratifica o nosso comprometimento, nosso poder de superação e principalmente a força do trabalho que juntos realizamos. Lembro que os campeões desse torneio estarão pré-selecionados para o regional brasileiro do próximo ano, em Foz do Iguaçu (PR).”

Homenagens Um dos pontos altos do evento foi o reencontro de dois gigantes do karatê paulista: José Carlos de Oliveira e o fotógrafo Geraldo de Paula, que no passado foi um dos expoentes da seleção brasileira e volta a marcar presença nos eventos da FPK. Hoje Geraldo de Paula desenvolve importante trabalho como repórter fotográfico da Agência Estado, mas conseguiu uma brecha em sua agenda para ir ao Ibirapuera prestigiar o trabalho de José Carlos de Oliveira, seu colega de seleção brasileira que hoje dirige o karatê paulista. Juntos, Zeca e Geraldo lideraram uma geração vencedora que conquistou numerosas medalhas para o karatê do Brasil. Visivelmente emocionado com a presença do grande parceiro dos tatamis, Zeca prestou homenagem ao velho companheiro. “Peço desculpas a todos, mas vou quebrar o protocolo por estar bastante surpreso com a presença de um irmão de luta e dos tatamis que não via há muito tempo. Nós, que cerramos fileiras ao seu lado por mais de uma dezena de anos, sabemos da importância dele no contexto do karatê do nosso Estado e do Brasil. Fico feliz por vê-lo de volta, pois o karatê precisa muito

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Takashi Shigeeda, Pedro Oshiro e Mirtha Celayes

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Sérgio Takamatsu

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Torneio dos C ampeões 2014 de você. Seu currículo extenso e invejável ratifica sua luta em prol do desenvolvimento de nossa modalidade.” Na sequência o dirigente paulista homenageou o colega entregando uma moeda alusiva à comemoração dos 40 anos da FPK. “Tenho certeza de que a nossa história é parte significativa da memória do karatê paulista, por isso gostaria que guardasse esta lembrança com muito carinho.” Outra homenagem foi feita ao Pelé, professor do litoral que conquistou o ouro no brasileiro realizado em Brasília. “Em nome da diretoria técnica da FPK estamos homenageando o professor Pelé, pela importante conquista no campeonato brasileiro. Essa deferência está sendo feita pelo empenho, superação e a forma como lutou. Você fez seis lutas e foi campeão da classe veteranos, e desejamos que sua conquista sirva como exemplo e estímulo para os atletas mais jovens.” O juramento do atleta feito por Fabrício Siqueira, da Academia Kakaton de Jundiaí, que defende São Paulo, a seleção brasileira e nesta temporada foi campeão sul-americano. A seguir o sensei Marcos Kamaguso fez o rei inicial, e após o cumprimento dos árbitros a competição começou.

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Tops da temporada Sérgio Takamatsu, membro da comissão técnica da FPK, falou da importância do Torneio dos Campeões. “Esta competição tem como objetivo premiar atletas que se destacaram durante a temporada. Os quatro melhores de cada etapa do campeonato paulista classificam-se juntamente com os atletas que são convocados para atuar na seleção brasileira. Na verdade, este evento é uma festa para os karatecas que apresentaram melhor desempenho na temporada. É um prêmio maior, em que o campeão se classifica para a primeira etapa do brasileiro do ano seguinte. O intuito é valorizar e criar um palco especial para os destaques do ano. É por esta razão que fechamos a temporada com esse torneio. A primeira etapa classificatória do brasileiro de 2015 será em Foz de Iguaçu, em abril, da qual participarão as seleções de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Ceará e São Paulo. Anualmente é feito um rodízio entre os Estados e regiões, e no próximo ano nosso grupo será muito difícil.” José Carlos de Oliveira fez uma avaliação extremamente positiva da gestão da FPK nos últimos anos. “Posso afirmar que na área técnica alcançamos nota 8. Na questão estrutural estamos nos aperfeiçoando para em duas ou três temporadas atingir

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nível ideal. Já na área administrativa ouso afirmar que obtivemos nota 7. Um exemplo do trabalho que vem sendo feito é um evento que estamos realizando em Presidente Prudente, no qual resgatamos grande parte daquilo que houve no passado. No primeiro ano que fizemos o evento naquele município contamos com a participação de 80 atletas, e neste ano fizemos o mesmo evento com mais de 600 karatecas inscritos. O crescimento tem sido muito grande, ou seja, só nesta região do Estado em

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dois anos de trabalho tivemos um crescimento de 800%. Estamos tendo um incremento significativo, mas enfatizo que isso é resultado de planejamento, muito trabalho e competência de nossa equipe.” Antes mesmo de completar um ano à frente da entidade, o dirigente paulista comemora o sucesso de sua gestão. “Este ano foi muito produtivo, e ainda estamos indo para o segundo ano de mandato. Conseguimos imprimir avanços significativos e muitas metas traçadas para o longo prazo já foram alcançadas. Firma-

mos parcerias extremamente importantes, como os convênios firmados com os governos do Estado e da cidade de São Paulo. Nossa meta agora é oferecer maior estrutura para os nossos professores, promover competições mais organizadas e dinâmicas. Um ambiente de competição melhor estruturado, mais limpo e organizado atrai mais escolas, atletas e investidores, e o que buscamos é oferecer o melhor possível para os nossos atletas; afinal, são eles que fazem a coisa acontecer. O show é feito para eles contracenarem, e nossa meta é dar sequência ao trabalho que vem sendo desenvolvido.

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Classificação individual Kata Mirim B - 6/7 Fem. 6º kyu e acima 1º Amanda Mota - Gladiators Kata Mirim B - 6/7 Masc. 6º kyu e acima 1º Felipe de Carvalho - Mizuho Dojô 2º Marcus Vinicius Reis - Hisatugo 3º Jonathan Correia - Gladiators Kata Mirim A - 8/9 Fem. 6º kyu e acima 1º Ana Carolina Kamaguso - Bushidô 2º Júlia Brito - Palmeiras 3º Cynthia Vilela - Cambuci Kata Mirim A - 8/9 Masc. 6º kyu e acima 1º Cauã dos Santos - Kami 2º Emanoel Lobo - Guarulhos 3º Henry Souza - Palmeiras 3º Hideki Camilher - Hatha Kata Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima 1º Beatriz da Silva - Kami 2º Jéssica Matos - Kami 3º Maria Eduarda Mascari - Yamato 3º Khetillyn Caruso - SESI-SP Kata Inf. B - 10/11 Masc. 2º kyu e acima 1º João Pedro Barboza - P. A. Cidadão 2º Luiz Guilherme Mariano - Acak 3º João Vítor Andrade - G. de Águia 3º Gabriel Germano - G. de Águia Kata Inf. A - 12/13 Fem. 2º kyu e acima 1º Rachel de Freitas - Guarulhos 2º Letícia dos Santos - Seikan 3º Rebeca Torquato - Yoshimura 3º Luanni Rocha - Palmeiras Kata Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima 1º Fabrício Siqueira - Kakaton 2º Maurício Makoto - P. A. Cidadão 3º Lucas Nascimento - Kime Dojô 3º Gabriel Kamaguso - Bushidô Kata Cad. - 14/15 Fem. 2º kyu e acima 1º Gabriela da Silva - SESI-SP 2º Letícia Garcia - SESI-SP 3º Amanda Boarato - Ourinhos 3º Nayara N. De Paula - Muniz Kata Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima 1º Felipe Agra - SESI-SP 2º Bruno Paraguay - Kami 3º Marcelo Tsunoce - Ourinhos 3º Natan Salas - Seikan Kata Jun. - 16/17 Fem. 2º kyu e acima 1º Bruna R. Baiocchi - Kami 2º Bianca Borba - Guarulhos Kata Jun. - 16/17 Masc. 2º kyu e acima 1º Edgard Diana - Shureikan 2º Thayan Junqueira - Kami Kata Sub 21 - 18/20 Fem. 2º kyu e acima 1º Geovanna Santiago - Vinhedo 2º Luana Bueno da Silva - Heian 3º Caroline de Lima - Yoshimura Kata Sub 21 - 18/20 Masc. 2º kyu e acima 1º Diego Sales - Gaviões 2º Maxwell Carneiro - Hitsuji 3º Lucas Argolo - Kuroshio Kata Sênior - 16 e Ac. Fem. 2º kyu e acima 1º Luana Bueno da Silva - Heian 2º Agnes - Gomes - Muniz 3º Caroline de Lima - Yoshimura 3º Geovanna Santiago - Vinhedo Kata Sênior - 16 e Ac. Masc. 2º kyu e acima 1º Vinicius Nakamura - Guarulhos 2º Daniel Yamaoka - SESI-SP 3º Lucas Tadeu Rodrigues - SESI-SP 3º Allan Jozala de Souza - Unidos Kata Vet. A - 36/40 Fem. 2º kyu e acima 1º Cynthia Nakamura - Hortolândia 2º Regina Bramucci - Cambuci Kata Vet. A - 36/40 Masc. 2º kyu e acima

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1º José Carlos Nogueira - Nogueira 2º Fábio Hisatugo - Hisatugo 3º Marcos Miranda - Kime Dojô Kata Vet. B - 41/50 Masc. 2º kyu e acima 1º Delfino Ayres Neto - Kiyomizu 2º João Paulo Ornelas - Portuguesa 3º Waldenilson de Sousa - Country Club Kata Vet. C - 51/60 Masc. 2º kyu e acima 1º José Carlos Floriano - Acak 2º Ricardo Pincelli - Kiyomizu 3º Jair Davanso - Palmeiras 3º Joacir de Almeida - Subaru Kata Vet. D - 61 e Ac. Fem. 2º kyu e acima 1º Linda Watanabe - Mizuho Dojô 2º Yukie Nakashima - Shureikan Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima -30kg 1º Beatriz da Silva - Kami Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima -35kg 1º Sabrina Ferreira - Unidos 2º Ana Luíza Barbosa - Ourinhos 3º Jéssica Matos - Kami Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima -40kg 1º Franciele da Silva - Oliveira Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima -45kg 1º Khetillyn Caruso - SESI-SP 2º Ana Beatriz da Silva - Ipiranga Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima -50kg 1º Lorena Barbosa - Alves Dojô Shiai Inf. B - 10/11 Fem. 2º kyu e acima +50kg 1º Maria Eduarda Mascari - Yamato Shiai Inf. B - 10/11 Masc. 2º kyu e acima -30kg 1º Henry N. Euneri - Cadetes 2º José Maurício Portela - Praia Grande Shiai Inf. B - 10/11 Masc. 2º kyu e acima -35kg 1º André Marques - Unidos 2º Luiz Guilherme Mariano - Acak Shiai Inf. B - 10/11 Masc. 2º kyu e acima -40kg 1º João Vítor Andrade - G. de Águia 2º Gabriel Germano - G. de Águia 3º Wallace Vieira - Ourinhos Shiai Inf. B - 10/11 Masc. 2º kyu e acima -45kg 1º João Pedro R. Barboza - P. A. Cidadão 2º Loran Barbosa - Alves Dojo 3º Erich dos Santos - Alves Dojo Shiai Inf. A - 12/13 Fem. 2º kyu e acima -40kg 1º Gabriela Turquetti - Aranha Shiai Inf. A - 12/13 Fem. 2º kyu e acima -45kg 1º Aline Teixeira - Gladiators Shiai Inf. A - 12/13 Fem. 2º kyu e acima +45kg 1º Letícia dos Santos - Seikan 2º Stephany de Oliveira - Yamato 3º Giovana Zaparolli - Ourinhos 3º Ana Beatriz Borges - Kami Shiai Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima -35kg 1º Júnior Rafael Fagundes - Prokae Shiai Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima -40kg 1º Gabriel Kamaguso - Bushidô 2º Allan da Silva - Unidos 3º Joaquim do Nascimento - Shinshukan Shiai Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima -45kg 1º Gabriel Pineiro - Yamato 2º Gabriel K. Hara - Muniz 3º Enrico Lima - Makoto 3º Fabrício Siqueira - Kakaton Shiai Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima -50kg 1º Maurício - Makoto - P. A. Cidadão 2º João Victor Martiniano - Ipiranga 3º Matheus de Lima - Unidos 3º Matheus Santana - Seikan Shiai Inf. A - 12/13 Masc. 2º kyu e acima +50kg 1º Leonardo Araújo - Wado Ryu 2º Guilherme Silva - Seikan 3º Igor Takahashi - Gomes Shiai Cad. - 14/15 Fem. 2º kyu e acima -47 Kg

1º Ayra N. Euneri - Cadetes 2º Luiz Orsini - Resistência 3º Ana Júlia Piazaroli - Subaru 3º Letícia Garcia - SESI-SP Shiai Cad. - 14/15 Fem. 2º kyu e acima -54kg 1º Amanda Alves - SESI-SP 2º Gabriela da Silva - SESI-SP 3º Giovana G. César - Recanto Shiai Cad. - 14/15 Fem. 2º kyu e acima +54 Kg 1º Brenda Pereira - SESI-SP 2º Nathally Vicente - SESI-SP 3º Amanda Boarato - Ourinhos 3º Gabrielly Santos - Lions Club Shiai Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima -52kg 1º Davi Santos - Lions Club 2º Patrick Girelli - Okinawa 3º Álvaro Mendonça - SESI-SP 3º Breno Coimbra Libori - Quissi Shiai Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima -57kg 1º Leonardo Figueiroa - Lions Club 2º Marcelo Tsunoce - Ourinhos 3º Leonardo da Silva - Subaru 3º Pedro Santana - Unidos Shiai Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima -63kg 1º Rilan Reis - SESI-SP 2º José Augusto Netto - Ourinhos 3º Guilherme Missena - Unidos 3º Jhonatan Félix - Shinshukan Shiai Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima -70kg 1º Bruno Paraguay - Kami 2º João de Almeida - Alves Dojô 3º Giovani F. Salgado - Sport Way Shiai Cad. - 14/15 Masc. 2º kyu e acima +70kg 1º Guilherme Salgado - Sport Way 2º Pedro Neres - Gomes 3º Matheus Fongaro - Alves Dojô 3º Biancardy Bueno - Alves Dojô Shiai Jun. - 16/17 Fem. 2º kyu e acima -48kg 1º Jéssica de Paula - SESI-SP 2º Bruna R. Baiocchi - Kami 3º Thayna Bertanha - TK Karatê Shiai Jun. - 16/17 Fem. 2º kyu e acima -59kg 1º Stephany de Lima - TK Karatê 2º Gabrielle Sepe - CPP/Wada Shiai Jun. - 16/17 Fem. 2º kyu e acima +59kg 1º Sarah Vale - Lions Club. 2º Nathalia Ileck - SESI-SP 3º Jhennifer Sammers - Lions Club. Shiai Jun. - 16/17 Masc. 2º kyu e acima -61kg 1º Vítor Araújo - Wado Ryu 2º Caio Drummond - Prokae Shiai Jun. - 16/17 Masc. 2º kyu e acima -68kg 1º Sérgio Nascimento - SESI-SP 2º Thayan Junqueira - Kami 3º Edgard Diana - Shureikan Shiai Jun. - 16/17 Masc. 2º kyu e acima +76kg 1º Rafael Mota - Gladiators 2º Cleisson Correa - Seikan 3º Jardel Neves - Gomes Shiai Sub 21 - 18/20 Fem. 2º kyu e acima -50kg 1º Luana Bueno da Silva - Heian Shiai Sub 21 - 18/20 Fem. 2º kyu e acima -55kg 1º Fernanda dos Santos - Resistência Shiai Sub 21 - 18/20 Masc. 2º kyu e acima -60kg 1º Andrew Vicente - Guarukai 2º Guilherme Cirilo - CPP/Wada Shiai Sub 21 - 18/20 Masc. 2º kyu e acima -67kg 1º Thiago J. Kai - Acak Shiai Sub 21 - 18/20 Masc. 2º kyu e acima -75 Kg 1º Hélio Pereira Neto - SESI-SP 2º Lucas Clemêncio - Kuroshio 3º Maxwell Carneiro - Hitsuji Shiai Sub 21 - 18/20 Masc. 2º kyu e acima +84kg 1º Hugo Rocha - Alves Dojô

Shiai Sênior - 18 e Ac. Fem. 2º Kyu e acima -50kg 1º Luana Bueno da Silva - Heian 2º Viviane Vechi - Bonsai Jyuku Shiai Sênior - 18 e Ac. Fem. 2º kyu e acima -55kg 1º Renata Trevisan - TK Karatê Shiai Sênior - 18 e Ac. Fem. 2º kyu e acima -61kg 1º Érica dos Santos - SESI-SP 2º Danielle Ramos - Shinshukan Shiai Sênior - 18 e Ac. Fem. 2º kyu e acima +68kg 1º Carolina dos Santos - Yamato Shiai Sênior - 18 e Ac. Masc. 2º kyu e acima -60kg 1º Andrew Vicente - Guarukai 2º Thiago Sudário - Gomes 3º Guilherme Cirilo - CPP/Wada 3º Marcos Silva Santos - Palmeiras Shiai Sênior - 18 e Ac. Masc. 2º kyu e acima -67kg 1º Felipe dos Santos - SESI-SP 2º Alonso J. dos Santos Neto - Askan 3º Fernando Hisatugo Jr. - Hisatugo 3º Everton Santos - Kuei Shin Shiai Sênior -18 e Ac. Masc. 2º kyu e acima -75 Kg 1º Hélio Pereira Neto - SESI-SP 2º Carlos Enrique Lima - SESI-SP 3º Maxwell Carneiro - Hitsuji 3º Uyter da Silva Santos - Askan Shiai Sênior - 18 e Ac. Masc. 2º kyu e acima -84kg 1º Marcos Paulo Silva - SESI-SP 2º Daniel Júnior do Prado - Castro 3º Marcelo Honorato - Alves Dojô 3º Júlio César da Silva - Nindokan Shiai Sênior - 18 e Ac. Masc. 2º kyu e acima +84kg 1º Rogério Gonçalves - Muniz 2º Alexandre Gomes - Nindokan 3º Henan Costa - Acak Shiai Vet. A - 36/39 Fem. 6º kyu e acima Open 1º Cynthia Nakamura - Hortolândia 2º Regina Bramucci - Cambuci 3º Viviane Vechi - Bonsai Jyuku Shiai Vet. A - 36/39 Masc. 6º kyu e acima Open 1º Alonso J. dos Santos Neto - Askan 2º Luciano Silva Moreira - KPTD 3º Cristiano Beltrão - Muniz 3º Fabio - Hisatugo - Hisatugo Shiai Vet. B - 40/43 Masc. 6º kyu e acima Open 1º Maurício Rizzo - Wado Ryu 2º Antônio Pereira da Silva - Butoku Kai 3º Ronaldo dos Santos - Askan Shiai Vet. C - 44/46 Masc. 6º kyu e acima Open 1º Célio Moraes de Oliveira - Acak 2º Marcos Antônio de Souza - Makoto Shiai Vet. D - 47/49 Masc. 6º kyu e acima Open 1º João Paulo Ornelas - Portuguesa 2º Waldenilson de Sousa - Country Club 3º Edison de Arruda - Cadetes Shiai Vet. E - 50/55 Fem. 6º kyu e acima Open 1º Sônia de Almeida - Palmeiras Shiai Vet. E - 50/55 Masc. 6º kyu e acima Open 1º José Carlos Floriano - Acak 2º Ricardo Barbosa - Bonsai Jyuku 3º Divino Carlos - Nishikawa Shiai Vet. F - 56 e Ac. Fem. 6º kyu e acima Open 1º Yukie Nakashima - Shureikan Shiai Vet. F - 56 e Ac. Masc. 6º kyu e acima Open 1º Edmundo B. Silva - Ken in Kan 2º Marcos José da Silva - Heian 3º Joacir de Almeida - Subaru

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C ampeonato Brasileiro SÊNIOR DE JUDÔ

São Paulo

mantém supremacia Por PAULO

PINTO I FONTE CBJ I Fotos Valter França/CBJ

Paulistas, gaúchos, cariocas, mineiros e catarinenses formam a elite atual do judô sênior brasileiro, mas exatos 19 Estados marcaram presença no pódio, comprovando a expansão gradativa no alto rendimento do País.

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C

om o apoio da Federação Cearense de Judô (FECJU), a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou o Campeonato Brasileiro Sênior, um dos principais eventos do calendário anual da entidade, nos dias 18 e 19 de outubro, no ginásio de esportes da Unifor, em Fortaleza (CE). Ao todo 252 atletas foram inscritos na competição – 137 no masculino e 115 no feminino. Com exceção do Acre, todas as federações estaduais marcaram presença no certame. Ao lado do Troféu Brasil e do Grand Prix Nacional Interclubes, o brasileiro sênior forma o trio dos principais eventos do judô nacional. Neste ano, porém, a competição ganhou em importância, já que foi a oportunidade que restava aos atletas para garantirem uma vaga na terceira e última etapa da seletiva Rio 2016. Os vencedores de cada categoria – exceto a super-ligeiro, que não é uma categoria olímpica – classificaram-se automaticamente para a disputa que se realizará em 13 de dezembro, no Rio de Janeiro (RJ). Na abertura da competição, Robnelson Ferreira, gestor técnico de eventos da CBJ, destacou que vários nomes das seleções sênior e de base marcariam presença. “Assim como ocorreu no ano passado, veremos nos tatamis da Unifor muitos atletas que já defenderam o Brasil em competições internacionais, entre os quais destaco Rafaela Silva (57 kg/RJ), campeã mundial em 2013, Manuella Braga Costa (57 kg/RS), João Pedro Macedo (73 kg/RS), Marcos Seixas (73 kg/MG), Stanley Torres (73 kg/PI), Ana Paula Prates (63 kg/MS), Renan Nunes (+100 kg/RS), Andressa Fernan-

des (52 kg/SP), Milena Mendes (52 kg/RS), Luana Pinheiro (52 kg/MG), Erika Ferreira (63 kg/CE), Talita Morais (78 kg/SP), Yuri Lourenço (55 kg/MS), Gabriel Silva (60 kg/MG), Rodrigo Lopes (60 kg/RS), Thelmo Martellota (66 kg/ RJ), João Vítor Falqueto (81 kg/ES), Henrique Silva (90 kg/RS), Luís das Virgens (90 kg/BA) e Ana Paula Morais (57 kg/MS).” Vários medalhistas do brasileiro sênior realizado em Manaus no ano passado tentaram subir ao pódio novamente, e no masculino eram Phelipe Pelim (60 kg/SP), ouro; Fabrício

Alves (60 kg/PI), prata; Adriano Souza (66 kg/ AM), prata; Yuri Miranda (81 kg/MG), ouro; Vinicius Panini (81 kg/SP), bronze; Richard Costa (90 kg/SC), prata; Horácio Antunes (100 kg/ RS), prata; Leandro Costa (100 kg/PR), bronze; Isaque Conversa (+100 kg/PB), ouro; e Juscelino Júnior (+100 kg/MG), prata. No feminino, buscavam sua segunda medalha Patrícia Marques (44 kg/SC), ouro; Rita Reis (44 kg/AM), bronze; Carolynne Hernandez (48 kg/AM), bronze; Maria Eduarda Gonçalves (48 kg/RJ), ouro; Lorrayna Costa (48 kg/MG), bronze; Rafaela Barbosa (52 kg/ AM), bronze; Maria Krauss (52 kg/SC), bronze; Veronice Chagas (63 kg/RN), ouro; Fernanda Araújo (63 kg/GO), bronze; Helena Romanelli (70 kg/SP), ouro; Renata Januário (78 kg/RJ), prata; Adriana Aragão (78 kg/PB), bronze; Gláucia Lima (78 kg/GO), bronze; e Mayara Oishi (+78 kg/PR), bronze. Se nos tatamis montados na arena Unifor competiram grandes nomes do judô brasileiro contemporâneo, a arbitragem não deixou por menos, já que cinco árbitros FIJ A e de renome internacional atuaram na competição: André Mariano, Edilson Hobold, Edson Minakawa, Danys Queiroz e Laedson Lopes.

Abertura Na cerimônia de abertura várias autoridades esportivas compuseram a mesa de honra, entre as quais Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ; José Cardoso Neto, presidente da FECJU; Wellington Soares, vice -presidente da FECJU; Luiz Fernandes Júnior, www.revistabudo.com.br

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C ampeonato Brasileiro SÊNIOR DE JUDÔ vice-presidente da FEGOJU; Tibério Maribondo, presidente da FJERN; e Danys Queiroz, presidente da FPIJ. Em seu discurso, o anfitrião Cardoso Neto agradeceu a confiança e o apoio prestados pela diretoria da CBJ. “Assumimos a gestão da FECJU há apenas três meses, e logo que cheguei recebi uma ligação do professor Paulo Wanderley, que me desejou sorte nesta nova empreitada e perguntou se queríamos sediar o brasileiro sênior. Prontamente respondi que aceitávamos o desafio. Trabalhamos duro durante os meses que antecederam a competição, e esperamos organizar o melhor brasileiro sênior da história. Desejo boas lutas a todos os atletas.” Na sequência, Paulo Wanderley Teixeira destacou a presença de grandes técnicos e também de uma atleta em especial, representando todos os competidores. “Quero evidenciar a presença da atleta Rafaela Silva, titular da seleção brasileira que está aqui competindo. Isso mostra a importância do campeonato brasileiro e, seguindo o exemplo dado por nossa campeã mundial, assumo aqui o compromisso de dar ainda mais peso a esta competição. Estamos trabalhando para isso, pensando em uma forma de tornar o brasileiro sênior ainda mais competitivo”, disse o presidente. O árbitro Edison Minakawa deu o “rei” inicial e em seguida entraram nos tatamis os atletas das categorias super-ligeiro e ligeiro.

Muitos Estados obtêm o ouro no primeiro dia Se lutar em casa ajuda, lutar num Estado vizinho também pode ser bastante proveitoso, e o primeiro dia de disputa mostrou a força do judô do Norte e Nordeste, que levou 11 Estados ao pódio. Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Paraíba,

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Pará, Pernambuco, Piauí, Amazonas, Alagoas e Bahia conquistaram medalhas. Houve até nordestino representando outro Estado sentindo-se em casa. Com uma torcida vibrante, com direito a cartaz e gritos de incentivo, a pernambucana Priscylla Lima conquistou um ouro na categoria ligeiro para o Estado de São Paulo. “Toda a minha família veio do Recife para me apoiar, mas senti um pouquinho de pressão. Queria mostrar para eles o que venho fazendo em São Caetano e para a felicidade de todos consegui ser campeã. É meu primeiro título brasileiro e agradeço muito aos meus senseis de Recife, da Cia. do Judô. Não esqueço as minhas raízes”, disse Priscylla, que teve o pódio invadido por um pequeno parente e grande fã. Além do ouro de Priscylla, São Paulo faturou outros três, além de duas pratas e cinco bronzes, alcançando a liderança no quadro de medalhas. Jonathan Freitas, no super-ligeiro; Phelipe Pelim, no ligeiro; e Helena Romanelli, no médio, foram os campeões. Esse foi o segundo título consecutivo de Pelim e

Helena. A atleta paulista comemorou muito, mas já traçou novo objetivo. “Vim bem preparada e focada em lutar com bastante volume e atenção porque sabia que ia enfrentar atletas que não conhecia e com as quais nunca tinha lutado. É sempre muito bom ser campeã brasileira e conseguir a vaga na seletiva. Mas meu objetivo agora é conquistar uma vaga na seleção principal”, disse Helena. O Rio Grande do Sul ficou em segundo lugar com dois ouros de Milena Mendes (52 kg) e Henrique Silva (90 kg) mais uma prata e um bronze. O Rio de Janeiro ficou na terceira colocação graças aos ouros de Rafaela Silva (57 kg), que confirmou o favoritismo vencendo todas as lutas por ippon, e Igor Pereira (73 kg). “Sempre é muito bom competir, ver o nível das atletas que querem estar no meu lugar. Estou numa posição confortável, mas daqui a pouco posso não estar. Foi bom para pegar ritmo de competição, já que desde o mundial eu não lutava e na segunda-feira temos o desafio. Eu me senti bem, mas ainda

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tenho de melhorar”, disse Rafaela, que na decisão enfrentou a jovem promessa Ana Paula Morais, de apenas 17 anos. Os outros ouros ficaram com Patrícia Marques (SC), bicampeã no super-ligeiro (44 kg); Veronice Chagas (RN), bicampeã no meio-médio (63 kg); Yuri Miranda (MG), no meio-médio (81 kg); e Gabriel José Silva (ES), no meio-leve. “Vim de uma derrota do brasileiro sub 23, mas cheguei aqui com a cabeça boa, sabendo que tinha condições de chegar ao título. Apesar de ter saído de um lado da chave com grandes nomes, depois que cheguei à final fiquei mais tranquilo. Agora o objetivo é a seletiva olímpica; este foi só um passo. É treinar mais, dedicar-me mais para chegar à seleção brasileira”, disse Gabriel. “Foi uma vitória muito importante porque treinei bastante para esta competição e é muito bom conseguir esse título, ainda mais enfrentando grandes adversários. Minha expectativa para a

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seletiva é a melhor possível. Quero continuar treinando forte, manter minha preparação para chegar bem no fim do ano”, disse Yuri Miranda.

São Paulo chega a sete ouros No segundo dia de disputa São Paulo garantiu mais três ouros e o Rio Grande do Sul ficou com o título no meio-pesado masculino. Com isso, o quadro de medalhas no feminino apontou São Paulo em primeiro, Santa Catarina em segundo, Rio de Janeiro em terceiro, Rio Grande do Norte em quarto e o Rio Grande do Sul em quinto. Mais uma vez os gaúchos ficaram abaixo da média, enquanto a seleção potiguar surpreendeu na quarta colocação geral. No masculino, São Paulo foi o campeão, seguido por Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nesta classe os gaúchos surpreenderam positivamente, roubando de Minas Gerais e Rio de Janeiro a vice-liderança. No último dia do brasileiro sênior, foi a vez

de os atletas das categorias meio-pesado e pesado mostrarem suas habilidades. E os que mais brilharam foram Talita Morais (78 kg), Leandro Gonçalves (+100 kg) e Kawanne Martins (+78 kg), campeões representando São Paulo, e Horácio Antunes (100 kg), que levou o título do meio-pesado masculino para o Rio Grande do Sul. Com os três ouros conquistados, São Paulo liderou o quadro de medalhas no masculino e no feminino. “A participação de São Paulo foi muito boa. Em algumas categorias nós não viemos com os atletas mais fortes porque, por exemplo, dois deles estão na seleção que disputará o mundial sub 21. Mas o nível da competição estava ótimo, a organização muito boa, foi um campeonato muito forte”, disse o técnico da seleção paulista, Renato Dagnino. “Gostei muito do atleta do ligeiro, que é do SESI. Não o conhecia e achei-o muito rápido e bastante técnico. Tem futuro”, comentou Dagnino, referindo-se ao jovem Jonathan Freitas. Além dele, os paulistas conquistaram o ouro por meio de Priscilla Lima (44 kg), Phelipe Pelim (60 kg) e Helena Romanelli (70 kg) no sábado. No domingo foi a vez de Talita Morais (78 kg), Leandro Gonçalves (+100 kg) e Kawanne Martins (+78 kg), que passou por adversárias difíceis para chegar ao seu primeiro título brasileiro. “Vencer o campeonato paulista foi muito difícil e sempre tive dificuldade de lutar com a Mayara (Oishi), com quem eu fiz a semifinal aqui. Mas eu venho trabalhando bastante, me esforçando muito para conseguir chegar aonde cheguei hoje. A final foi bem dura, foi para o golden score e ganhei no shido. Estou muito feliz! Agora, vou conversar com meus senseis para mudar o treino. Agradeço muito ao São Caetano, que me acolheu num momento difícil no começo do ano”, disse Kawanne. O único ouro que não ficou com a Fede-

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C ampeonato Brasileiro SÊNIOR DE JUDÔ ração Paulista no segundo dia de disputa foi o de Horácio Antunes. Ele conquistou a medalha que ajudou o Rio Grande do Sul a chegar ao vice-campeonato do brasileiro sênior no masculino, ficando à frente de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Na final, Horácio enfrentou o maranhense Pedro Rezende. “Eu já tinha garantido a vaga para a seletiva pelo brasileiro sub 23 e, por isso, vim para esta competição com uma cabeça muito boa, sem muita responsabilidade. Consegui soltar bastante meu judô e acho que lutei bem, bastante tranquilo, me senti muito bem. Já estou treinando há mais de um mês para a seletiva e esse campeonato foi mais uma etapa na minha preparação”, comemorou Horácio Antunes.

Avaliações e estatísticas Se comparada à de 2013, esta edição do brasileiro sênior apresentou nível técnico bem mais elevado, enquanto a arbitragem manteve o mesmo bom desempenho da temporada passada. No tocante à organização, mais uma vez o time comandado por Robnelson Pereira, gestor técnico nacional e de eventos da CBJ, surpreendeu positivamente. A cada ano os torneios nacionais se aproximam daquilo que estamos acostumados a ver nas competições promovidas pela Federação Internacional de Judô (FIJ), o que para os amantes da modalidade é motivo de comemoração. Nos tatamis mais uma vez São Paulo reinou absoluto no feminino e no masculino. Foram sete ouros, duas pratas e cinco bronzes. O time bandeirante só não medalhou em duas classes de peso do masculino, enquanto as meninas foram impecáveis, fizeram a lição de casa e marcaram presença em todos os pódios. Nesta mesma classe Santa Catarina repe-

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tiu o resultado expressivo da temporada passada, conquistando o vice-campeonato geral com um ouro, duas pratas e um bronze. O judô feminino catarinense ratificou seu poderio superando Estados que fazem enorme investimento ou possuem maior tradição de pódio. Fica o exemplo deixado pelos catarinenses que, com um trabalho sério e muito bem focado, desbancaram Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e até mesmo Mato Grosso do Sul, que nos últimos anos tem mostrado um judô feminino altamente competitivo. Com apenas um ouro, obtido por Rafaela Silva, e cinco bronzes, o Rio de Janeiro ficou em terceiro lugar no feminino, seguido por outra grande surpresa do certame, o

time do Rio Grande do Norte que, com um ouro e um quinto lugar, ficou na quarta colocação geral, à frente de grandes centros do judô nacional. O quinto lugar ficou para o selecionado gaúcho, que conquistou um ouro e um sétimo lugar. No masculino São Paulo manteve a mesma hegemonia de sempre, mas, assim como na temporada passada, recuou no número de medalhas de ouro. Em 2012 foram cinco ouros, em 2013 foram quatro e neste ano, apenas três. Esta queda precisa ser revista e muito bem avaliada pela comissão técnica paulista. Apenas sete Estados subiram ao lugar mais alto do pódio, e surpreendentemente

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75% dos ouros no masculino foram conquistados por equipes do Sudeste, enquanto os 25% restantes foram obtidos pelas do Sul. Rigorosamente nenhum ouro dos homens escapou destas duas regiões. Já no feminino houve menor concentração: 62,5% dos ouros foram para o Sudeste, 25% para o Sul e 12,5% para o Nordeste. A tão sonhada nivelação do judô parece mesmo ser inatingível, ou muito mais difícil do que todos imaginavam. Mas, se analisarmos o retrospecto das três últimas temporadas, veremos que houve sim avanços. Em 2012 apenas São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraíba conquistaram medalhas de ouro. Em 2013, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraná, Minas Gerais e Paraíba, subiram ao lugar mais alto do pódio, o mesmo número de Estados desta temporada. Entretanto, muito precisa ser feito no sentido de massificarmos verdadeiramente o judô pelo País afora. Outro dado bastante animador é o número expressivo de Estados que subiram ao pódio nesta temporada. Em 2012 eram 17 Estados; já em 2013 tivemos 18 conquistando medalhas, e nesta edição 19 obtiveram medalhas. Se a disputa pelo ouro limitou-se a apenas sete Estados, nas demais medalhas vemos gradativamente maior distribuição. Pelo terceiro ano consecutivo Rafaela Silva participou do brasileiro, no qual sempre protagoniza lutas revestidas de outra importância, já que, além do título mundial, Rafaela sempre faz bons combates e é justamente isso que o público busca encontrar nas competições: qualidade técnica e emoção. Além da judoca carioca, vimos várias atletas que já defenderam a seleção brasileira brigando por medalhas, o que elevou consideravelmente o nível técnico da competição. Outro fator importante desta edição foi o compromisso assumido por Paulo Wanderley, que prometeu uma competição muito mais vibrante num futuro próximo. Provavelmente em breve o brasileiro sênior volte a ser referência curricular para os atletas e a certeza de combates que encham os olhos daqueles que têm no judô um estilo de vida fundamentado na vitória e no ippon. Ficamos na torcida! www.revistabudo.com.br

Classificação individual Super-ligeiro

Feminino 1º Patrícia Marques (SC) 2º Ana Paula Nobre (SP) 3º Rita Reis (AM) 3º Magda Maria Araújo (RJ) Masculino 1º Jonathan Freitas (SP) 2º Yuri Lourenço (MS) 3º Victor Guimarães (BA) 3º Antônio Marcos Silva (AL)

Ligeiro

Feminino 1º Priscylla Lima (SP) 2º Lorrayna Costa (MG) 3º Carolynne Hernandez (AM) 3º Maria Eduarda Gonçalves (RJ) Masculino 1º Phelipe Pelim (SP) 2º Antônio Fabrício Alves (PI) 3º Moacir Siqueira Júnior (PE) 3º Gabriel Silva (MG)

Meio-leve

Podio geral do masculino

Feminino 1º Milena Mendes (RS) 2º Rafaela Barbosa (AM) 3º Luana Pinheiro (MG) 3º Andressa Fernandes (SP) Masculino 1º Gabriel José Silva (ES) 2º Luciano Loiola (DF) 3º Emanoel Oliveira (MG) 3º Afonso Baldigen (RS)

Leve

Feminino 1º Rafaela Silva (RJ) 2º Ana Morais (MS) 3º Kamila Lemos (SC) 3º Fabiana Oliveira (SP) Masculino 1º Igor Pereira (RJ) 2º João Pedro Macedo (RS) 3º Emanoel Santos (SP) 3º Luís Augusto Nogueira Filho (PA)

Meio-médio

Feminino 1º Veronice Chagas (RN) 2º Viviane Donomai (PR) 3º Erika Ferreira (CE) 3º Daniele dos Santos (SP) Masculino 1º Yuri Miranda (MG) 2º Leonardo Kubo (MA) 3º Vinicius Panini (SP) 3º Marcílio Meneses (PE)

Podio geral do feminino

Médio

Feminino 1º Helena Romanelli (SP) 2º Rosângela Moraes (SC) 3º Valesca Santos (PB) 3º Kelly de Mesquita (RJ) Masculino 1º Henrique Silva (RS) 2º Felipe Oliveira (SP) 3º Osvaldo Pereira (RJ) 3º Felipe Soares (MG)

Meio-pesado

Feminino 1º Talita Morais (SP) 2º Isabela Sanches (MG) 3º Adriana Aragão (PB) 3º Renata Januário (RJ) Masculino 1º Horácio Antunes (RS) 2º Pedro Rezende (MA) 3º Lucas Brito (DF) 3º Felipe Bezerra (RN)

Pesado

Feminino 1º Kawanne Martins (SP) 2º Lorena Coelho (SC) 3º Bianca Teixeira (RJ) 3º Mayara Oishi (PR) Masculino 1º Leandro Gonçalves (SP) 2º Isaque Conserva (PB) 3º Augusto Lyrio (RJ 3º Juscelino Júnior (MG)

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C ampeonato Brasileiro SÊNIOR DE JUDÔ

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Confederação Brasileira de karatê FAK - Federação Alagoana de Karatê

Presidente Jadgilson T.de Oliveira Av. João Davino, 445 – Sl. 302 - Ed. São João - Maceió – AL karate.fak.alagoas@hotmail.com

FAK - Federação Amapaense de Karatê

Presidente Geyse Arruda Passagem José Barbosa, 115, Infraero 1 - Macapá – AP Tel. (96) 91546025 geysoramos@gmail.com

FAK - Federação Amazonense de Karatê Presidente Washynton Luis Carneiro de Melo Rua Santa Helena, 802 - Betânia - Manaus – AM Tel. (92) 93391407 – 8212-7419 www.fak.org.br

FBK - Federação Baiana de Karatê

Presidente Antônio Carlos Negreiro Praça Castro Alves - Palácio dos Esportes, sala 107 Salvador – BA Tel. (71) 33210083 www.fbk.org.br - fbk@fbk.org.br

FCK - Federação Cearense de Karatê

Presidente Luiz Carlos Nascimento Júnior Rua Pedro Rufino, 10 – Varjota - Fortaleza – CE Tel. (85) 32634101 www.karateoficialceara.com.br - karateoficialceara@ uol.com.br

FEK - Federação Espírito-santense de Karatê

Presidente João Espirito Santo Av. João Felipe Calmon, 723 – Centro - Linhares – ES Tel. (27) 99637222 – 33714941 - 32641422 contato@fgk.com.br - fgk@fgk.com.br

FEKAEGO - Federação de Karatê do Estado de Goiás

Presidente Joílson Ferreira Moraes Al. Couto Magalhães, QD.88 Lt.15 - Setor Pedro Ludovico - Goiânia – GO Tel. (62) 3942 6029 - 9619 6217 www.fekaego.com.br - fakaego@hotmail.com

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FKEM - Federação de Karatê do Estado do Maranhão

FPK - Federação Pernambucana de Karatê

FGK - Federação Gaúcha de Karatê

Federação de Karatê do Mato Grosso

FKEP - Federação de Karatê do Estado do Piauí

FRK - Federação Roraimense de Karatê

FKERJ - Federação de Karatê do Estado do Rio de Janeiro

FCK - Federação Catarinense de Karatê

FNK - Federação Norte-rio-grandense de Karatê

FPK - Federação Paulista de Karatê

Presidente Joaquim Pedro Almeida Ribeiro Rua das Hortas, 17 – Centro - São Luiz – MA Tel. (98) 88859688 www.budokanma.com.br - budokanma@hotmail.com

Presidente Gentil Apolinário de Souza Rua Arnaldo Estevan, 1215 – Centro - Rondonópolis – MT deltakarate@ibest.com.br - karatefkemt@hotmail.com

Federação Karatê Mato Grosso do Sul

Presidente Paulo José Muniz Rua do Touro, 130 – Vila Nhanha (Guanandizão) Campo Grande - MS Tel. (67) 3346-4300 - fkmsoficial@gmail.com - fkms@ brturbo.com.br

FMK - Federação Mineira de Karatê

Presidente João Carlos Godoy Av. Olegário Maciel, 311 – sala 206 – Centro - Belo Horizonte – MG Tel. (31) 32010114 www.fmk.org.br - minaskarate@bol.com.br

FKEPA - Federação de Karatê do Estado do Pará Presidente Pedro Yamaguchi Avenida Almirante Barroso 5.492 - Castanheira Bairro Souza - Belém – PA Tel. (91) 32313049 – 9981-8899 Karatedopara@hotmail.com

FPBK- Federação Paraibana de Karatê Presidente Antônio Carlos da Costa Nascimento Rua Santa Catarina, 444 – Liberdade - Campina Grande – PB carlinhodokarate@hotmail.com

FPRK - Federação Paranaense de Karatê Presidente Aldo Lubes Rua Marechal Deodoro, 51 - sala 810 - Curitiba – PR Tel. (41) 32241059 - 99620187 fprk@fprk.com.br - www.fprk.com.br

Presidente Luciano de Moura Beltrão Rua João Francisco Lisboa, 121. Cidade Universitária Recife – PE Tel. (81) 3272.2996 – 8899-2999 (OI) - 9695.4892 (TIM) karatepernambuco@hotmail.com

Presidente Fabricio Pimentel Soares Rua Jonatas Batista 852 – Centro Norte - Teresina - PI Tel. (86) 8838-5568 - 9955-8890 karatedopiaui@hotmail.com

Presidente Juarez Silva dos Santos Rua Garibaldi s/n - Centro - Duque de Caxias – RJ Tel. (21) 3842-4429 – 3248-3455 - 3046-8713 www.fkerj.org - secretaria@fkerj.com.br

Presidente Márcio Oliveira Lima Rua Antônio Farache, 1854 - A - 201 - Bairro Capim Macio - Natal – RN Tel. (84) 8813-4883 – 9698-7234 www.fnk.org.br - marciolima@supercabo.com.br

Presidente Celso Piaseski Rua Gonçalves Dias, 700 - Ginásio da Ginástica - Porto Alegre – RS Tel.(51) 32316670 - contato@fgk.com.br - www.fgk. com.br Presidente Oberlan Jones Avenida Getúlio Vargas, 7155 - São Vicente - Boa Vista – RR - 69303-472 Tel. (95) 36264677 - 91190320 - 81005808 karate.frk@gmail.com - oberlanj@gmail.com Presidente Durci da S. Nascimento Rua Bateias, 701 – Bairro Fátima - Joinville – SC Tel. (47) 3028-3926 – 3028-3946 - 9974 6148 9111 0603 www.fckarate.com.br - akan.durci@gmail.com Presidente José Carlos de Oliveira Rua dos Estudantes, 74 sala 45 - São Paulo – SP Tel. (11) 38879880 - 38876493 www.fpk.com.br - karatefpk@uol.com.br

FSK - Federação Sergipana de Karatê Presidente Cristóvão José Bittencourt da Silva Av. Francisco José da Fonseca, 418 - Aracajú - SE Tel. (79) 32512957 – 99622938 fsergipekarate@yahoo.com.br

Confederação Brasileira de Karatê

Presidente Luiz Carlos Cardoso do Nascimento Sede Rua Pedro Rufino, 40 Sala A Varjota – Fortaleza CE - 60175-100 Fones (85) 3048-6855 / 9792-3451 / 8883-9257 cbkarate.blogspot.com.br - karatecbk@uol.com.br www.karatedobrasil.org.br Revista Budô número 14 / 2014

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Dirigente em Foco

Uma gestão voltada para o

desenvolvimento mútuo Como chegou aos tatamis? Como a maioria das crianças, por meio de minha mãe. Estava com problema de crescimento e ela me levou até uma academia que poderia ser de judô ou karatê, pois era totalmente leiga no assunto. Quando percebeu que o karatê seria muito mais que um hobby? Quando participei de um campeonato paulista juvenil, aos 17 anos, no Clube dos Aeroviários. Ainda não usávamos tatamis, não existia nada do que temos hoje, apenas fitas demarcando as áreas no chão de cimento queimado liso e extremamente perigoso. Conquistei o terceiro lugar e meus familiares estavam presentes. Foi naquele evento que peguei gosto pela coisa, e nunca mais parei de treinar e competir. Qual é seu tokui-waza e quem é seu sensei? Minha técnica preferida é te-waza, com ênfase no kizami-zuki. Meu estilo é o shotokan, e desde que iniciei minha caminhada nos tatamis meu sensei é o professor Sérgio Hisaoka, e hoje sou 6º dan. Quais foram os principais títulos conquistados? Fui campeão paulista por 11 vezes, hexacampeão brasileiro, tetracampeão sul-americano, medalha de prata no campeonato mundial realizado em 1986 na Austrália, pentacampeão pan-americano e campeão dos jogos pan-americanos realizados em 1995 na Argentina. Qual medalha teve maior significado? Deveria ser a prata conquistada no mundial em 1986, mas eu ainda era muito novo e não avaliava a importância daquela conquista. Acho que o ouro dos jogos pan-americanos foi muito mais marcante. Eu havia lutado

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Pragmático, carismático e comprometido são apenas alguns dos adjetivos que poderíamos usar para definir José Carlos de Oliveira. O jovem dirigente paulistano, que aos 49 anos ostenta o 6º dan no karatê, revela enorme maturidade, mostrando que é um dirigente diferenciado e bem à frente de seu tempo. Por Paulo

Pinto I Fotos REVISTA BUDÔ

com a equipe um dia antes, e não tinha ido tão bem. Aquilo envolveu outras coisas, como os amigos ajudando, cobrando a superação, o próprio Didi falando comigo o tempo todo, e o time brasileiro em peso ali, gritando, vibrando e incentivando-me. Foi extremamente marcante e foi uma medalha que causou sentimento diferente, principalmente por ser a primeira medalha conquistada nos jogos. Depois soube que minha mãe estava assistindo ao Jornal Nacional e viu quando falaram que eu havia conquistado o ouro. Ela disse que quase desmaiou naquele momento, tamanha foram a felicidade e a emoção, pois havia sido ela que me levou à primeira aula e acompanhou todo o meu crescimento nos tatamis. Aquele ouro teve um significado indescritível. Quais foram os maiores karatecas que viu competir no kata e no kumitê? No kata foi o Edson Nakama. Ele era um cara diferenciado, que se dedicava e treinava muito. No kumitê foi o Johannes Carl Freiberg Neto. Convivi com muitos atletas de ponta, vi muitas lutas dele, participei de treinamentos e fiz parte da mesma equipe brasileira. Ele era muito bom e tinha um estilo diferenciado. Quais eram as feras quando estava na seleção brasileira? O Didi (DF), Geraldo de Paula (SP), Max (SP), o Pré (MG), a Ciça (RJ), o Caio Márcio (DF). É difícil lembrar todos e não quero ser indelicado deixando alguém de fora, mas havia muita gente boa. O Célio Renê (DF), que foi bronze no mundial e por várias vezes foi campeão pan-americano, era um tremendo atleta. Havia a Carla Ribeiro (DF), Yara de Oliveira (SP), Sheila Bortogarai (RS) – foi uma geração de grandes vencedores. De que forma chegou à presidência da FPK? Percorri um longo caminho: fui atleta, técnico da seleção brasileira, fiz parte da diretoria e fui diretor técnico da FPK. Casualmente em 2010 fui convidado para assumir a vice-presidência em virtude de uma desistência. Mas entendo que para chegar onde cheguei foi uma questão de amadurecimento. Comecei a ver as necessidades da modalidade. Percebi que poderia fazer algo melhor para toda a comunidade karateca, e passei a entender com maior propriedade as dificuldades enfrentadas pelos pais, atletas e professores. Sei que é muito difícil, mas estou tentando fazer o melhor para todos aqueles que fazem parte da www.revistabudo.com.br


federação paulista. Buscamos administrar a entidade visando ao benefício mútuo, e uma vez que entendemos o outro lado tudo flui melhor. Aliás, existe uma frase do sensei Kano, o fundador do judô, que explica muito bem meu enfoque: “É somente por meio da ajuda mútua e das concessões recíprocas que um organismo agrupando indivíduos em número grande ou pequeno pode encontrar sua harmonia plena e realizar verdadeiros progressos”. Qual era a situação da FPK quando o sensei Pedro Oshiro assumiu a entidade? Assumimos a FPK num estado lastimável, pois o karatê do Estado de São Paulo estava totalmente fragmentado, devido aos sérios problemas políticos. Grande parte dos nossos filiados afastara-se, enquanto outros tinham ido para outras entidades. Começamos a fazer um trabalho de formiguinha para resgatar todo o pessoal, afinal a Federação Paulista de Karatê possui 40 anos, e grandes atletas do nosso País passaram por aqui. Não poderíamos simplesmente enterrar toda a nossa história e iniciar uma nova entidade. Tradicionalmente a FPK era o berço do karatê vinculado à WKF. O que causou tamanha dispersão? Foram dois problemas, um político e outro de gestão, que resultaram na interdição da entidade pela CBK. Com isso ela ficou inoperante, e restaram apenas seis associações filiadas. Então o Marco Antônio Fialdini fundou uma nova federação, que acabou conseguindo aglutinar muita gente. Nesse momento a CBK teve grande interesse em que a FPK retomasse suas atividades. Foi feita uma reunião com todos os professores que estavam fora e decidiu-se parar com os trabalhos da nova entidade. Todos que estavam nela voltaram para a FPK. Foi quando reiniciamos as atividades, e tivemos como presidente o professor Juichi Sagara, tendo o sensei Oshiro assumido a vice-presidência. Isso foi exatamente há 14 anos, e precisamos deixar registrado que naquela transição para a FPK houve enorme bom senso do Fialdini, que sempre foi grande parceiro da entidade e dos professores. Por outro lado, a CBK suspendeu todas as restrições e pudemos reiniciar nossa jornada. E como aconteceu o resgate dos professores que se mantiveram afastados? Na verdade não buscávamos apenas fazer o resgate dos professores, queríamos resgatar nossa tradição no Estado de São Paulo e no Brasil. Foi um trabalho árduo e bastante lento, tivemos de convencer os professores a confiarem no trabalho a que nos estávamos propondo. Tivemos de mostrar para cada um que só teríamos credibilidade de novo se todos voltassem a fazer parte da entidade. Que somente unidos superaríamos tudo que havia ocorrido no passado. E como somos uma grande

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família, com muito trabalho, determinação e a participação de todos, paulatinamente conseguimos pôr fim ao quadro nefasto que vitimou nossa entidade. Hoje vemos o movimento contrário, em que todos voltaram e estão participando. Como conseguiu isso? Estou inserido no karatê há mais de 33 anos e, sem falsa modéstia, passei por todos os estágios e níveis de nossa modalidade e sei perfeitamente do que ela precisa. Além disso, ninguém mais quer ser tachado de nada, pressionado ou perseguido. As pessoas participam de todo o processo por livre e espontânea vontade, e aqui encontram um ambiente acolhedor e agradável, onde as decisões são tomadas por um grupo de pessoas sensatas, com caráter e usando bom senso. Acredito que este conjunto de situações seja a razão principal da mudança de postura da maioria dos professores paulistas.

financeiro. Mas respeito as escolhas de cada um. A meta da FPK é participar das competições e trazer para São Paulo o maior número possível de medalhas. Essa é uma das prioridades de nossa gestão. Não vamos a um torneio para medalhar ou marcar presença. Vamos com todo o nosso poderio, pois entendemos que resultado é a meta da boa gestão esportiva. No Campeonato Brasileiro realizado em Brasília, conquistamos umas 18 medalhas de ouro a mais que no ano passado, e é esta conta que fazemos. O problema dos outros Estados cabe a eles equacionar, e não à FPK.

“Todos os ganhos obtidos pela FPK estão sendo empregados em equipamento ou em recursos humanos, ou seja, na capacitação dos atletas, técnicos e árbitros.”

Como avalia o êxodo de atletas paulistas para outros Estados? Por décadas fui atleta e entendo a necessidade de eles buscarem algo novo, mas vejo este movimento de forma negativa porque, no fim, todos os lutadores paulistas acabam voltando. Hoje temos um calendário anual com mais de 20 competições, e se incluirmos os Jogos Abertos e Regionais chegamos a quase 30. Quando o atleta se transfere para outro Estado, o primeiro obstáculo que enfrenta é a distância. O segundo, e mais grave, é que para obter bons resultados ele precisa treinar e competir – e infelizmente em outros Estados não existe a mesma competitividade. Portanto, não vejo essa migração com bons olhos, principalmente para os que estão no alto rendimento. Fora daqui eles perdem suas referências técnicas, pois em São Paulo temos pelo menos duas competições fortes por mês. Sei que existe a questão da remuneração, mas hoje isso não justifica porque os atletas do alto rendimento têm ajuda significativa da Bolsa Atleta e da Bolsa Talento. Aqui eles também encontram maior mercado para dar aulas, e com isso passam a ter outro rendimento sem ter de parar de treinar. Como ex-atleta, como vê este quadro? Sei que satisfazemos nossos filiados pela quantidade e qualidade das competições que promovemos hoje. Entendo que tecnicamente é muito mais vantajoso para o atleta ficar no Estado do que migrar para outro lugar e ficar fora do circuito mais forte do País, já que isso vai ajudá-lo a crescer tecnicamente e proporcionar maior retorno

Perfeito, mas o que isso tem a ver com os interesses dos seus filiados? É simples: nosso trabalho faz com que ofereçamos cada vez maior estrutura para nossos karatecas. Estamos investindo nos atletas da seleção paulista, por meio do programa de alto rendimento, e, além do treino fortíssimo, viabilizamos recursos para a contratação de equipamento e profissionais de suporte, como preparadores físicos, psicólogos e nutricionistas. Com isso eles passam a obter melhores resultados nas mais variadas competições e passam a ter acesso aos numerosos programas oferecidos pelos governos estadual e federal. Mas não é só isso. Eles se preparam melhor para os torneios internacionais, que também proporcionam premiação.

A gestão da FPK compromete seu relacionamento familiar? Destaco que tem sido uma satisfação enorme fazer o que estou podendo fazer. Mas é muito sacrificante, pois acabo prejudicando os fins de semana com a família, esposa e filhos. São muitas viagens, mas tenho de dedicar-me de corpo e alma, caso contrário não obteríamos os resultados pretendidos. Entretanto, apesar de todo o desgaste, lentamente estamos construindo coisas que sonhamos a vida toda e isso nos motiva a seguir adiante. Minha família compreende o momento e felizmente sempre apoiou minhas escolhas. Quais foram as maiores avanços destes dois primeiros anos de gestão? Não quero e nem pretendo parecer arrogante ou prepotente, mas a FPK é a entidade mais forte do karatê do País, e se continuarmos fazendo esse grande trabalho, com toda a nossa diretoria, certamente atingiremos resultados jamais imaginados. Na verdade, ainda estamos plantando para muito provavelmente colhermos os frutos até o fim deste primeiro mandato. Busco espelhar-me sempre nas coisas que estão acima de mim. Neste ano, por exemplo, enviamos

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Dirigente em Foco de todos aqueles que fazem parte da FPK. Essa não é uma tarefa fácil, mas progressivamente estamos caminhando nesse sentido. O importante é que todos os ganhos obtidos pela FPK estão sendo empregados em equipamento ou em recursos humanos, ou seja, na capacitação dos atletas, técnicos e árbitros.

Anselmo Dias e José Carlos

uma comissão de professores para o campeonato europeu, o que para muitos pareceu um grande desperdício. Mas eles não foram à Europa passear. Fizeram uma avaliação técnica de toda a competição, um scout do torneio, passando pela organização, arbitragem e estrutura administrativa. Recentemente, outro grupo, liderado pelo professor Ennio Vezzuli e integrado pelos professores Ailton Grilo e Carlos Magno Duarte, foi observar os aspectos organizacionais, técnicos e de arbitragem do Campeonato Mundial Sênior, realizado em Bremen, na Alemanha. Nossa proposta é trazer tecnologias que permitam realizar a Premier League no Brasil, com o melhor nível possível. Buscamos importar o padrão de qualidade dos eventos promovidos no velho continente para usarmos toda esta tecnologia nos torneios da FPK. Certamente esta será uma das mais importantes conquistas de nossa gestão. No campo estrutural, houve avanços? Alguns, eu diria. O mais emblemático foi a aquisição de um meio de transporte para a arbitragem, pois procuramos sempre favorecer todos os segmentos que atuam na federação. A compra de uma van trouxe mais comodidade aos árbitros que semanalmente têm de percorrer grande distâncias em todo o Estado. Não podemos olhar cada setor da entidade de forma isolada, mas os árbitros tinham muita dificuldade para deslocar-se e precisávamos tornar a atividade deles o menos desumana possível. Com isso também reduzimos o custo do transporte do departamento de arbitragem. Custeamos também as despesas aéreas de árbitros paulistas que foram ao sul-americano e ao pan-americano. Com relação aos atletas, estamos dando maior suporte e oferecendo competições mais bem organizadas, com mais qualidade, num ambiente onde todos possam sentirse bem. Buscamos fazer o melhor possível para os professores, oferecendo cursos de capacitação técnica gratuitos, da mesma forma que fizemos com a arbitragem. Estamos buscando atender às necessidades

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Quais são as metas traçadas para este primeiro ciclo de gestão? A administração não é algo estático, quando assumi tínhamos uma meta e hoje as coisas tomaram outro rumo. Mas, como sou meio idealista, mantemos as prioridades traçadas para este quadriênio. Vou falar do que já foi traçado para 2015. No primeiro semestre do ano que vem teremos pela primeira vez nas Américas a realização da Premier League, em São Paulo. Um baita evento, que representa um desafio enorme, devido ao custo altíssimo. Como disse há pouco, buscamos trazer este torneio para adquirir tecnologias que nos permitam realizar melhores eventos em nosso Estado. Em paralelo vamos realizar e administrar os quase 30 eventos previstos no nosso calendário. O que posso adiantar é que fecharemos este primeiro ciclo à frente da FPK realizando em São Paulo o Campeonato Brasileiro de Karatê, o maior certame do calendário da CBK .

mente capacitados. Conseguimos montar um time unido, de ponta e totalmente comprometido. Temos uma comissão de pais e atletas que opinam e participam diretamente de tudo. A FPK está aberta para todos que queiram participar da gestão. Estou presidente e não sou presidente. Daqui a pouco eu saio, e a federação será tocada por pessoas capacitadas e comprometidas. Felizmente conseguimos agrupar pessoas boas, e esta é a nossa fórmula de sucesso. Além das questões competitivas, qual é o papel do karatê na sociedade atual? Recentemente assumimos a administração de alguns núcleos temáticos de lutas da Prefeitura de São Paulo, por meio da parceria que desenvolvemos com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Atualmente estamos gerenciando 23 núcleos, e devemos assumir mais dez células. Nos 23 núcleos que administramos atualmente temos aproximadamente 1.400 alunos treinando karatê, e graças a essa atividade pudemos ter outra percepção da importância do karatê e do budô no desenvolvimento humano. Um exemplo disso aconteceu na abertura de uma competição, durante o juramento do atleta. O ginásio inteiro ficou em silêncio e quando percebemos todos os atletas, sem exceção, faziam o juramento em voz alta e com muita determinação. Aquilo foi muito impactante e gratificante. A ênfase que aquelas crianças estavam dando àquele ato nos fez perceber quanto elas estavam comprometidas com o karatê. Nossa modalidade tem essa característica de mudar as pessoas. Contamos com a presença de vários educadores naquele evento e todos nos parabenizaram pela mudança no padrão de conduta daquelas crianças. Alguns enalteceram o diferencial do karatê na formação dos pequenos praticantes. Nós, que desde jovens estamos nos tatamis, sabemos que o karatê exerce grande poder de mudança no padrão comportamental e na percepção da vida dos seus praticantes.

Qual é a fórmula do sucesso de sua gestão? Não existe fórmula, e sim a percepção dos problemas que precisavam ser sanados. O que ajudou para que as coisas dessem certo até aqui foi a minha forma de ser e agir. Sou espontâneo, sincero e objetivo. Cumpro as coisas que assumo, o que pode ser visto como uma virtude ou um defeito, mas é minha forma de agir. Ainda resta muito que mudar e melhorar, porém algo que nos dá grande orgulho é o nosso departamento de arbitragem que, geralmente, é o ponto fraco de quase todas as entidades. Temos hoje mais de 120 árbitros em atividade, trabalhando de forma homogênea e extrema- Zeca e Luis Carlos, presidente da CBK

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Qual é o maior desafio agora? Sem falsa modéstia, em nível de realização não tenho medo de nada. O que achar que devemos fazer pelo desenvolvimento de nossa modalidade pode ter certeza que farei. Mas o que quero ou desejo pôr em prática na FPK é uma gestão mais empresarial, mais profissional. Isso não significa esquecer ou deixar de lado nosso comprometimento ético e filosófico. Refiro-me especificamente à questão da gestão. Qual é seu sonho para o karatê? Além de tornar a gestão mais profissional, nossa meta é colaborar ainda mais com professores e atletas, buscando a isenção ou a diminuição das taxas, o que, aliás, já está acontecendo. Buscamos também criar incentivos que fomentem o surgimento de mais projetos sociais. Entretanto, nosso grande desafio é a construção de uma sede própria, um centro de treinamento para atletas com alojamento, refeitório, sala de ginástica, musculação e fisioterapeutas. Hoje não vejo este sonho como algo distante ou impossível. Penso que podemos realizá-lo, até mesmo pelas pessoas e entidades que estão envolvidas e nos apoiam, hoje. Qual foi o maior karateca que conheceu até hoje? Como dirigente, não poderia responder a sua pergunta baseado apenas em rendimento ou em medalhas, pois o karatê possui um escopo muito mais amplo. Sou obrigado a responder com base na importância social que o karatê possui. Sob este ponto de vista, o maior karateca que conheci foi o professor Ennio Vezzuli. O conheço há mais de 30 anos e minha escolha é por sua postura, retidão, comprometimento e por conduzir sua vida pautada nos ensinamentos e princípios que regem o karatê. Aliás, ele vive e respira karatê. Conheço muitos karatecas que são grandes atletas, mas nenhum possui conduta como a dele. O Ennio

José Carlos e Ennio Vezzuli

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é um homem diferenciado, ou melhor, é um karateca na acepção da palavra. O maior sensei que conheceu até hoje? Depois de 33 anos de convivência com ele, não poderia citar outro nome além de Sérgio Hisaoka. O professor que me ensinou tudo sobre a prática e os princípios do karatê. Sou e sempre serei grato a ele por tudo que me transmitiu com tanta paciência, amor e dedicação.

Nesta entrevista você reverenciou seu sensei e destacou o caráter do professor Ennio. Nesta mesma linha, quais professores tiveram participação fundamental em sua formação como karateca? Sua pergunta é muito oportuna, pois desde criança fui muito observador e agindo assim tive a felicidade de aprender um pouco com vários professores e mestres, como Shinzato, Takamatsu, Sagara e Buyo, pois todos eles desenvolveram uma espécie de liderança. Mas existe uma pessoa que sempre teve presença marcante em meu crescimento como atleta e com a qual até hoje aprendo muito na área da gestão. Falo do professor Ricardo D’elia, meu primeiro técnico na seleção paulista, quando eu ainda era faixa roxa. Ele tem papel determinante em tudo que está acontecendo no karatê paulista, e me espelho muito nele. Foi um dos fundadores da FPK e só temos de agradecer por tudo que fez e faz pela modalidade. Ele é minha maior referência na administração da entidade propriamente dita. Hoje é um de nossos vice-presidentes, mas está sempre ao nosso lado, blindando a gestão e defendendo os interesses da federação, sempre pronto para ajudar.

“Os grandes parceiros da FPK, na verdade, são os professores, que são mais loucos que eu e acreditam naquilo que falo, faço e vou executar. Apoiam-me, levantam a bandeira, me seguem e brigam por mim, e isso não tem preço.”

Por várias vezes nesta entrevista você citou uma ajuda aos professores. O que isso significa? Sabemos que a FPK não é uma entidade filantrópica, mas temos hoje professores com graves problemas financeiros e de saúde. E temos outros até em estado degenerativo, e ninguém se importa com isso. Penso que devemos ajudar os professores mais velhos que necessitem de ajuda. Não faço isso de forma demagógica e nem uso isso politicamente, mas penso que devemos ajudar o próximo e, principalmente, os senseis mais necessitados. Devemos ser solidários com os nossos pares e temos grandes professores passando uma baita dificuldade. Não é um e nem dois, são vários e no que depender de mim nós vamos ajudá-los sim. Temos grandes ex-atletas sem dinheiro até para fazer um exame, e me sinto na obrigação de ajudar os amigos. Falando nisso, a FPK não deveria reverenciar os grandes mestres do passado, nomes como o do sensei Okuda, um dos maiores mestres do Brasil e o maior responsável pela fundação da FPK? Reconheço que existe mesmo este débito para com todos os mestres. O professor Okuda é uma pessoa respeitada no Brasil inteiro, e não é só ele. Um dos meus objetivos é resgatar e homenagear os grandes responsáveis pela difusão da modalidade no Estado de São Paulo e no Brasil. Temos a obrigação e o dever de reverenciar nossos antepassados e principalmente os professores. Oportunamente faremos isso.

Quais são os grandes parceiros da FPK, hoje? Na iniciativa privada contamos com a importante ajuda do Anselmo Dias, diretor financeiro da Odapel, um grande amigo e um cara que sempre lutou muito comigo. Quando assumi a FPK foi a primeira pessoa que nos apoiou, e nunca esqueceremos isso. A Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, que por meio do Celso Jatene nos apoia na realização dos principais eventos e desenvolve parceria conosco nos núcleos temático de lutas, projeto social de extrema relevância que, em médio prazo, será muito importante no desenvolvimento e expansão da modalidade. Da mesma forma, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo. Mas em meio a nossa gestão encontramos pessoas surpreendentes e uma delas é o Mauzler Paulinetti. Ele sempre acreditou em mim e me colocou à frente de tudo que está acontecendo. Mesmo sem ninguém saber, o karatê paulista deve muito a ele pelo trabalho fundamental que desenvolve nos bastidores. Contudo, os grandes parceiros da FPK, na verdade, são os professores, que são mais loucos que eu e acreditam naquilo que falo, faço e vou executar. Apoiam-me, levantam a bandeira, me seguem e brigam por mim, e isso não tem preço.

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Aspectos Pedagógicos do Judô

Reflexos do trabalho de iniciação e formação no

judô de alto rendimento Por ANDERSON

N

este texto, gostaria de compartilhar com os leitores algumas observações sobre questões pertinentes à fo rmação dos judocas infantis no Brasil e a importância desse processo no resultado final do atleta adulto de alto rendimento. Aliás, antes de quaisquer considerações a esse respeito, não posso deixar de ressaltar os grandes resultados desportivos obtidos pelo judô brasileiro ao longo da sua história, a ponto de colocá-lo como a modalidade olímpica com maior número de medalhas, 19 ao todo, somando todas as conquistas, até os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Portanto, é justamente pela força do nosso judô competitivo que faço as reflexões a seguir, com a finalidade de colaborar com o pensamento otimista de todos aqueles que acreditam que, apesar de todos os bons resultados conquistados até o momento, temos ainda muito potencial para melhorar. Certamente, vários são os aspectos nos quais ações ou mudanças de conduta poderiam contribuir com o melhor desenvolvimento das potencialidades do judô de competição. Entretanto, quero refletir, sobretudo, no que diz respeito ao processo de formação dos nossos judocas infantis, no qual penso haver muito a ser melhorado. Dentro da nossa cultura desportiva é comum pensarmos apenas nos atletas já formados, não dando maior importância ao processo de iniciação e aperfeiçoamento deles. Tanto por parte da mídia quanto entre

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DIAS DE LIMA I Foto REVISTA BUDÔ

patrocinadores, pais e dirigentes, assim como em todo o segmento que envolve o ambiente desportivo no Brasil, observa-se uma supervalorização da competição como fim, exaltando sobremaneira o técnico que trabalha com o alto rendimento. Enquanto isso, pouco ou nada se ressalta do trabalho daquele professor que, anonimamente, desenvolve o processo de iniciação e formação com crianças e jovens praticantes, visando à estruturação adequada dos futuros campeões. Partindo dessa premissa em relação à nossa cultura esportiva, cabe uma pergunta: será que a maioria dos nossos orientadores de judô prefere trabalhar com a iniciação ou com a competição de alto rendimento? Considerando que o status e o reconhecimento profissional são importantes elementos motivadores do nosso trabalho, parece-nos evidente que a maioria irá preferir trabalhar com a competição de alto rendimento. Se, por uma série de razões, eu não consigo chegar ao alto nível de rendimento do judô adulto, promovo a especialização precoce dos judocas infantis como forma de obter os expressivos resultados competitivos, conseguindo, assim, o status e o reconhecimento tão desejados pela maioria. Entretanto, se pensarmos na correta estruturação do futuro atleta adulto de alto rendimento, é de fundamental importância que o treinamento e a competição para os judocas mais novos estejam centrados na sua formação, enquanto a ênfase nos resultados compe-

titivos, propriamente ditos, seja reservada aos mais velhos. A competição no judô infantil não deve constituir um objetivo em si mesmo, sendo o seu resultado atlético irrelevante, devendo ser entendida como um instrumento, um complemento na formação do judoca e na preparação do atleta em longo prazo. Nas faixas etárias menores, a competição deve servir como estímulo à prática, dando oportunidade de participação, independentemente do talento de cada um, como forma de avaliar a evolução do aprendizado e de dar experiências competitivas a todos os praticantes. Evidentemente, quando pensamos na competição como fim, temos de trabalhar enfatizando os aspectos que mais impactam no resultado em si, ou seja, o treinamento desportivo propriamente dito, como forma de preparação para o desempenho atlético. Seguindo essa linha de observação, independentemente da faixa etária e do nível de formação do judoca, é comum ouvirmos falar em preparação física, técnica, tática, psicológica, nutricional, dentre outras, como sendo o trabalho mais importante na busca dos grandes resultados competitivos. Todavia, para que o judoca possa ser explorado na sua máxima potencialidade atlética, é necessário que tenhamos um atleta bem formado em todas as suas dimensões, desde a sua iniciação, passando pelo correto e devido estágio de aperfeiçoamento, até chegarmos à sua formação completa. Sem isso, dificilmente iremos obter todo o seu potencial como competidor www.revistabudo.com.br


adulto, especialmente quando exigido naqueles combates em que os mínimos detalhes fazem a grande diferença entre a vitória e a derrota. Quantos atletas, com enorme talento para a prática do judô competitivo, ficam comprometidos no desenvolvimento do seu potencial devido à má alimentação nos primeiros anos de sua vida, período sensível para o bom crescimento físico e para a formação saudável de todos os seus sistemas funcionais? Quantos outros têm o seu potencial atlético afetado porque, no período sensível da sua formação psicológica, foram prejudicados por desajustes no ambiente que envolveu o processo de construção da sua personalidade? Há outros tantos que, ao chegarem à idade ideal para o destaque no judô de alto rendimento, não conseguem desenvolver toda a sua potencialidade determinada pelo talento porque foram comprometidos, na sua aprendizagem motora e no seu desenvolvimento físico e técnico, por interferências negativas ou por falta de procedimentos adequados nesses e em outros fatores importantes para o bom resultado competitivo. Enfim, quantos e quantos judocas a mais não poderiam estar brilhando no cenário competitivo do judô brasileiro, pelo fato de estarem sendo especializados precocemente? Por isso, a chamada especialização precoce é uma atitude que pode comprometer um talento e arruinar definitivamente a formação do futuro judoca de alto rendimento. Os fatores significativos que completam o atleta de alto rendimento, ou seja, capacidades físicas, técnicas, táticas, psicológicas, nutricionais etc., precisam ser estruturados de forma adequada e sistemática, respeitando as características específicas de cada período dentro do sistema de formação do judoca, pois cada um deles se forma ao longo de um processo. Os iniciantes não podem, simplesmente, ser trabalhados na forma de treinamento desportivo propriamente dito, preconizada para o atleta já formado e pronto para competir. Na verdade, temos de entender o treinamento desportivo do judô como um processo contínuo de desenvolvimento que se estende desde a iniciação até a formação global e completa do atleta adulto. Nesse processo, é de fundamental importância trabalhar, de maneira harmônica e formativa, com cada um dos aspectos que irão impactar na performance, objetivando desenvolver ao máximo as potencialidades de cada um deles, cuja somatória irá refletir-se significativamente no resultado final da especialização competitiva do judoca adulto de alto rendimento. Aí sim, com o judoca completamente www.revistabudo.com.br

formado e pronto, poderemos explorar toda a sua potencialidade atlética, utilizando o treinamento desportivo como fim imediato de obtenção da melhor performance. Dessa forma, durante o processo de aprendizagem e de formação do judoca, temos de pensar o treinamento desportivo, também, como elemento de formação do atleta e não apenas como instrumento de preparação para a competição. É algo que se processa desde a iniciação na modalidade, pois, dependendo da forma como essa iniciação é conduzida, podemos desperdiçar inúmeros talentos, intervindo de forma errada ou deixando de intervir adequadamente em pontos fundamentais da sua formação desportiva. Segundo Matveev, “o treinamento desportivo é definido como um processo pedagógico pertencente à educação física que visa diretamente ao alcance de resultados desportivos superiores.” (...) “Os treinos compreendem, geralmente, diversos períodos do desenvolvimento do atleta no que se refere à sua idade. O conteúdo e a estrutura do treino sofrem grandes variações, de acordo com as particularidades de idades e a lógica do aperfeiçoamento desportivo”. Embora, atualmente, existam vários outros modelos de treinamento para o desporto de alto rendimento, penso que, para as categorias de base do judô, o modelo de periodização proposto por Matveev se presta muito bem, considerando a periodização em ciclos de vários anos, desde a sua iniciação, quando se prioriza mais o treino que a competição, até o início de sua fase como atleta adulto. Dessa forma, considero que o profissional que trabalha a iniciação ao judô com vistas à formação de atletas deve ter uma boa formação e conhecimentos consideráveis no campo do processo de treinamento desportivo de longo prazo, bem como no âmbito que se refere ao aprendizado motor, além daqueles referentes aos demais fatores que impactam na performance. O presente tema sugere muito mais detalhes sobre os quais poderíamos continuar refletindo, entretanto, o objetivo é apenas pensarmos de forma geral na importância do trabalho de iniciação ao judô e os seus impactos na formação do futuro atleta de alto rendimento. Considerando as nossas dimensões continentais, o número significativo de praticantes de judô em nosso País e, apesar dos grandes resultados competitivos do judô brasileiro, creio que ainda temos muito a crescer nesse campo. Logo, dentre outros fatores signifi cativos, penso que a questão referente ao processo de formação dos nossos judocas seja um ponto importante a ser repensado por todos, especialmente pelos dirigentes envolvidos com o judô no Brasil.

Certamente que toda mudança gera incômodo, pois tira o sujeito da sua zona de conforto, contudo, para evoluir é necessário dinamismo, é preciso sair da zona de conforto e buscar novos horizontes. Para isso, é preciso diagnosticar o problema com cuidado e precisão, planejar com critérios, dar os primeiros passos com segurança e rever o planejamento tantas e tantas vezes quantas forem necessárias, para que a mudança seja efetuada com o menor desconforto possível e os resultados esperados sejam satisfatoriamente atingidos. Em vista disso, tomo a liberdade de sugerir à entidade administrativa do judô brasileiro, Confederação Brasileira de Judô, uma atenção especial ao judô infantil, com a criação de um departamento exclusivo para desenvolver ações de estudos, diagnósticos e planejamentos de intervenções sistemáticas, sobretudo no processo de ensino e aprendizagem da modalidade. Evidentemente que, além de clínicas, cursos e outros meios de capacitação aos profissionais que atuam com o importante segmento da iniciação ao judô, várias outras ações podem e devem ser sugeridas e implantadas por tal departamento, em sintonia com os demais departamentos da entidade, no sentido de se estabelecerem novos objetivos, novos conteúdos, novas estratégias, enfim, desenvolver a construção de uma nova cultura de compreensão do judô infantil no Brasil. Finalizando, acredito que uma mudança adequada no paradigma de entendimento e atuação do nosso judô infantil, especialmente no campo da iniciação, aperfeiçoamento e treinamento de longo prazo, irá multiplicar significativamente a revelação de novos judocas de alto rendimento competitivo, elevando o nível de competitividade dos campeonatos nacionais, ampliando ainda mais as nossas oportunidades de conquista nos grandes eventos internacionais da modalidade. Anderson Dias de Lima é • Graduado em Educação Física – PUC-CAM - 1986 • Pós-graduado Latu Sensu – Universidade Castelo Branco (RJ) - 1989 • Kodansha 6º dan – FPJ/CBJ - 2004 • Delegado Regional 8ª Região Oeste de São Paulo desde 2005 • Diretor de Ensino e Credenciamento Técnico da FPJ desde 1998 • Membro da Comissão de Estudos da FPJ nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 • Membro da Comissão de Estudos da FPJ no Campeonato Mundial de Paris de 1996 • Membro da Comissão de Cursos da FPJ desde 1995 • Membro da Banca Examinadora da FPJ desde 1999 • Professor da disciplina Princípios da Educação Física Infantil e Conceitos Pedagógicos Aplicados à Iniciação Esportiva no curso para provisionados • Colunista pedagógico da revista Budô desde 2010

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Grand Prix Interclubes de Judô

Pinheiros é heptacampeão do

Grand Prix Por Paulo

Pinto I Fonte CBJ I Fotos Valter França/CBJ

Com o quarto título seguido, o Esporte Clube Pinheiros venceu o Grand Prix Nacional pela sétima vez, ratificando seu poderio no cenário nacional. Instituto Reação, em segundo, e Minas Tênis Clube, em terceiro, completaram o pódioda competição mais importante do calendário nacional.

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A

s disputas no ginásio do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, nos dias 8 e 9 de novembro, começaram sem grandes surpresas, já que Esporte Clube Pinheiros, Instituto Reação, Sogipa e Minas Tênis Clube confirmaram o favoritismo, passando com certa facilidade pelas duas primeiras fases e seguiram em busca do ouro. No grupo A, o Esporte Clube Pinheiros venceu a Associação Desportiva Santo André e o Esporte Clube Osasco/Yanaguimori por 5 a 0. A disputa entre os adversários terminou em empate de 2 a 2, e o Santo André avançou de fase por ter tido um ippon a mais que o Osasco. O desempenho do Minas no grupo B foi idêntico ao do Pinheiros. O clube da capital mineira destacou-se também com duas vitórias por 5 a 0 sobre S.E.L São José dos Campos e Jequiá Iate Clube. O São José venceu os cariocas por 3 a 1 e também passou para a fase seguinte. No grupo C, o Instituto Reação ficou em primeiro, mas teve mais trabalho com os adversários. Passou pelo SESI-SP por 3 a 1 na estreia e pela Associação de Judô Queiroz por 4 a 1. Já os paulistas superaram os piauienses por 4 a 1. No grupo D, a Sogipa precisou apenas vencer o Sesc/Vitória por 3 a 2 para garantir a vaga na segunda fase como líder do grupo – as duas equipes venceram o São Caetano, que não compareceu, por 5 a 0. Os clubes que avançaram formaram dois novos grupos, com quatro equipes. No grupo A, o Pinheiros continuou arrasador, vencendo todos os seus três combates – contra SESI, São José dos Campos e Sogipa – por 5 a 0, liderando o grupo com folga. Em segundo, ficaram os gaúchos, que venceram São José dos Campos por 3 a 2 e o SESI por 5 a 0. Os adversários dos paulistas e dos sogipanos saíram do grupo B, que teve um desfecho inusitado. Minas e Instituto Reação venceram seus confrontos contra Santo André e Sesc/Vitória e se enfrentaram na última luta do grupo em busca da liderança. Eduardo Bettoni colocou os mineiros em vantagem. O confronto entre Luciano Correa e David Moura terminou empatado, ou seja, sem ponto para nenhum dos lados. Gabriel Silva venceu Ricardo Santos Júnior e deixou tudo igual. No quarto combate, Alex Pombo vencia Igor Pereira por um yuko até o finzinho do combate, mas, na tentativa de fugir de possível golpe, acabou pisando fora da área. O cronômetro zerou, os árbitros laterais foram ver o videoreplay e acabaram confirmando que Pombo deveria ser punido pela quarta vez e a vitória foi para Igor Pereira e para o Instituto Reação. Na última luta, Yuri Miranda venceu Vítor Ferraz e igualou o placar em 2 a

Judocas pinheirenses comemoram o 6º título do GP Nacional

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Grand Prix Interclubes de Jud么

Dirigentes na arena Minas T锚nis Clube

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2. O Reação ficou em primeiro apenas porque venceu os outros dois confrontos do grupo por 5 a 0. Já o Minas venceu o Santo André por 5 a 0 e o Sesc/Vitória por 4 a 0. Assim, no primeiro critério de desempate, o somatório dos confrontos vencidos, cariocas tiveram 12 combates vencidos contra 11 dos mineiros.

Disputa de quinto lugar A equipe da Secretaria de Esportes e Lazer de São José dos Campos garantiu o quinto lugar, seguido pela Associação Desportiva Santo André, pelo SESI e pelo Sesc/Vitória. Já a Associação de Judô Queiroz e o Jequiá Iate Clube garantiram o nono e o décimo lugares e a permanência automática no Grand Prix do ano que vem. O Esporte Clube Osasco/Yanaguimori ficou em 11º lugar e terá de disputar o qualifying no ano que vem para voltar ao GP ainda em 2015.

Duelos de gigantes nas semifinais Com vitórias apertadas, pelo placar mínimo, Esporte Clube Pinheiros venceu o Minas Tênis Clube e conquistou uma vaga na final, assim como o Instituto Reação, que derrotou a Sogipa e avançou para a final. Minas e Sogipa disputaram o bronze e a tão sonhada vaga no pódio. O São José dos Campos venceu o Sesc/ Vitória e o Santo André e ficou com a quinta colocação. O Santo André, que venceu o SESI, foi o sexto. Na disputa pelo sétimo lugar, o SESI derrotou o Sesc/Vitória.

Pinheiros ratifica supremacia Com uma campanha impecável, o Esporte Clube Pinheiros tornou-se campeão do Grand Prix Nacional Interclubes Masculino pela sétima vez, a quarta consecutiva. Na decisão a equipe de São Paulo derrotou os cariocas do Judô Comunitário Instituto Reação por 4 a 1 e reafirmou a sua força no judô masculino. Na disputa de terceiro lugar, o Minas Tênis Clube venceu a Sogipa por 3 a 2 e completou o pódio. Com um elenco cheio de atletas da seleção brasileira, o Pinheiros pôde fazer um revezamento entre os atletas e manter um alto nível de exibição. Passou pelas duas primeiras fases da competição sem perder um confronto sequer. Bateu Santo André, Osasco, São José dos Campos, SESI e Sogipa por 5 a 0. Na semifinal, conseguiu uma vitória pelo placar mínimo (3 a 2) contra o Minas Tênis, e na decisão outra vitória tranquila (4 a 1). “É uma equipe muito homogênea. Mexo algumas peças, mas todos estão sempre muiwww.revistabudo.com.br

Esporte Clube Pinheiros, Instituto Reação e Minas Tênis dividiram o pódio da 12ª edição do GP Nacional de Judô

to preparados. Tiro um, coloco outro, e o nível da equipe se mantêm, confio plenamente em todos. Então, não dá para destacar um, tem de destacar um grupo”, disse Renato Dagnino, técnico da equipe. “Nossos objetivos não têm limites. Estamos aqui para disputar, e os títulos são consequência de um trabalho legal de todo mundo”, concluiu. O Reação, que estreou no GP em 2013 com um bronze, também sonha com voos mais altos. “Viemos para uma competição muito forte e nível técnico alto. Se chegamos a essa segunda colocação foi por causa do esforço e da dedicação dos atletas. O desempenho faz com que almejemos ainda mais chegar ao título. Se mantivermos a evolução, ano que vem é a nossa vez de levar o troféu para casa”, disse o técnico Geraldo Bernardes. O bronze ficou com o Minas Tênis, o anfitrião. Depois de perder a semifinal para o Pinheiros, os mineiros se recuperaram e bateram a Sogipa por 3 a 2. Os gaúchos repetiram o desempenho de 2013. Já o Minas manteve a tradição de chegar ao pódio, o que aconteCampeões anteriores 2003 - 2004 - 2005 - 2006 - 2007 - 2008 - 2009 - 2010 - 2011 - 2012 - 2013 -

Associação Desportiva São Caetano Associação Desportiva São Caetano Esporte Clube Pinheiros Esporte Clube Pinheiros Não houve disputa Esporte Clube Pinheiros Minas Tênis Clube Associação Desportiva São Caetano Esporte Clube Pinheiros Esporte Clube Pinheiros Esporte Clube Pinheiros

ce desde a edição de 2009, quando foi campeão. Em 2010 foi bronze e em 2011, 2012 e 2013, vice-campeão. “Nossa meta é ser campeão, mas nos confrontos com as equipes mais fortes do País, que foram os semifinalistas, os detalhes fizeram a diferença e, infelizmente, contra nós. Na disputa do bronze, viemos para outro campeonato, com muita vontade de estar no pódio, para dar esse presente nossa torcida, dirigentes e patrocinadores”, disse Sérgio Cota, chefe do departamento de judô do Minas. “Queria parabenizar a CBJ por organizar essa competição, na qual damos o retorno merecido para os nossos patrocinadores”, concluiu. Para Robnelson Ferreira, gestor técnico de eventos da CBJ, este é o principal certame interclubes do Brasil. “Pelo formato e pela visibilidade que proporciona aos clubes, o Grand Prix é sem dúvida a competição nacional mais aguardada e almejada por todos os envolvidos. É o campeonato que define qual é a agremiação mais poderosa do judô nacional.” Classificação final 1º Esporte Clube Pinheiros - SP 2º Judô Comunitário Instituto Reação - RJ 3º Minas Tênis Clube - MG 4º Sogipa - RS 5º Sec. Esp. Lazer de São José dos Campos - SP 6º Associação Desportiva Santo André - SP 7º SESI-SP - SP 8º Sesc - Serviço Social do Comércio - BA 9º Associação Judô Queiroz - PI 10º Jequiá Iate Clube - RJ 11º Esporte Clube Osasco/Yanaguimori - SP 12º Associação Desportiva São Caetano - SP

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Shihans do Brasil

Shihan Jackson da Silva O pioneiro do karatê-dô tradicional infantil na capital federal

Nascido na fazenda Rancharia, na região de Catalão (GO), Jackson Pereira da Silva mudou-se para a cidade aos 8 anos para continuar os estudos, e começou no esporte a partir do futebol colegial, chegando ao profissional amador. Em 1968 migrou para Brasília, onde iniciou a pratica do karatê-dô, para depois tornar-se um dos maiores propagadores da arte das mãos vazias do Centro-Oeste brasileiro. Nesta entrevista sensei Jackson conta um pouco de sua trajetória, uma história que é parte intrínseca da memória do karatê-dô brasileiro. Por PAULO

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PINTO I Fotos revista budô

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Foto histórica dos anos 70 onde entre outros aparecem os senseis Jackson, Inoki, Machida, Aderne, Sassaki e Eckner

De que forma conheceu seu professor? Em 1969, trabalhava como recepcionista no Hotel Nacional, em Brasília, quando conheci o sensei Takeo Hiyane, que acabara de chegar da Ilha de Okinawa, no Japão, e estava na capital desenvolvendo um trabalho de medicina oriental. Eu era muito amigo do Pimenta, diretor geral do hotel, e acertei tudo para o sensei Hiyane trabalhar numa sala próxima à sauna do hotel. Dessa forma ele começou a atender a elite de Brasília, políticos, hóspedes, e rapidamente a coisa prosperou. E como iniciou sua trajetória nos tatamis? Um dia o Takeo Hiyane disse que havia gostado muito de mim, e como forma de gratidão iria ensinar-me karatê, algo que levaria para o resto da vida. Fiquei sem saber o que dizer, pois eu nem imaginava do que se tratava. Num domingo fomos ate

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Foto de 1981 no dojô do sensei Shinzato, que aparece entre os senseis Jackson e Takeo Hiyane

um prédio chamado Nova Aurora, em Taguatinga, onde ele já tinha montado uma escola. Vi o treino e quando terminou ele perguntou se havia gostado. Eu disse que não. Era muito violento e, se me machucasse, não poderia trabalhar com o rosto desfigurado. Mas ele falou que me ensinaria, mas não me deixaria lutar. Como tinha duas horas de almoço, treinávamos nos corredores do hotel, e aos domingos íamos para a academia. O estilo do sensei é o uechi-ryu, mas ele também praticava e ensinava shorin-ryu e shotokan, por isso teve apoio dos senseis Tanaka e Higashino, precursores deste estilo no Brasil. Como se tornou professor de karatê? Já quase nos anos 1970, saí do hotel e fui trabalhar com o sensei, mas notei que ele só treinava com adultos, enquanto eu ficava apenas cuidando da manutenção do dojô. Logo vi que daquela forma eu jamais obteria o sucesso que almejava, e num belo disse a ele que não trabalharia mais de faxineiro na escola, porque aquilo não cobria minhas contas. Ao mesmo tempo, tentei convencê-lo de que havia muita procura por parte de pais que queriam matricular seus filhos na escola, mas ele relutava, pois no Japão as crianças não faziam karatê. Depois de muita insistência, assumi a responsabilidade, o convenci e comecei a dar aulas para alguns garotos da região de forma experimental. Posteriormente o volume de alunos aumentou e ele disse que teria de falar com o sensei Higashino, pioneiro da modalidade em Brasília, para ver se ele consentia nesse trabalho, e concluíram que as crianças poderiam ser ensinadas, se não fizessem kumitê. Dessa forma em 1970 passei a ensinar karatê-dô oficialmente para crianças em Brasília, o que até então era algo inédito no Brasil e no Japão. Após o sucesso obtido com o karatê infantil, o sensei Hiyane decidiu abrir outra academia na recém-fundaAlunos da Academia Uruma-kan observados por Reginaldo Miguel Rosa numa demonstração de kodomô

da Asa Norte de Brasília, e com o apoio de dona Kikuia, sua conterrânea, montamos o dojô no porão do seu barzinho. Foi ali que iniciei minha trajetória como professor, dando aulas para crianças. Fiz muitas demonstrações, a coisa pegou fogo, a academia superlotou, e não parei mais. Quando alcançou sua independência? Na verdade nunca deixei meu mestre, foi ele que decidiu regressar ao Japão e acabei herdando seu legado. Antes, porém, disse que iria escolher o nome da escola, pois dessa forma todo japonês saberia que ela foi fundada por um japonês. Foi daí que surgiu o nome da Academia Uruma-kan. O início foi muito difícil? Sim, com o sucesso entre a criançada logo houve grande procura do público adulto. Assumi os ensinamentos da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar; Corpo de Bombeiros, Aeronáutica e, por 15 anos, na Escola Americana. Mas focando sempre as crianças, até que em 1977 dei aula para o pequeno Gleen Homer, que tinha apenas 3 anos e, em 1986, fez demonstrações no Japão, onde recebeu muitos elogios. A TV Globo soube e fez uma entrevista para o Fantástico. Tamanha foi a repercussão que acabaram fazendo mais três filmagens, e essa visibilidade nos proporcionou grandes benefícios. Na época era o único professor que dava aula só para crianças, e continuo com esta proposta até hoje. Treinei a Andreia, que foi campeã brasileira, e treinei Sarah, que levei para fazer uma demonstração em Goiânia e acabou gerando muita polêmica. Ela fez uma demonstração maravilhosa, e a Revista Kiai, que era a maior mídia dirigida às artes marciais, deu grande destaque. Aos poucos fomos introduzindo as crianças no shiai kumitê, e hoje crianças e jovens do mundo todo competem nesta categoria.

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Shihans do Brasil

Professores na abertura do campeonato brasileiro no DF

Professores e alunos da academia Uruma-kan

Como funciona a modalidade de luta que criou exclusivamente para crianças? Num determinado ano, tivemos um problema com um aluno que nos acusou de ter sido vítima de violência em nosso dojô. Foi então que entendi porque meu mestre não queria dar aula e ensinar kumitê para crianças. Mas comecei a tomar mais cuidado, fazendo um trabalho mais lúdico, visando a desenvolver a habilidade dos jovens karatecas usando brincadeiras, até que crescessem suficientemente para lutar, se defender. Posteriormente tive a ideia de criar uma forma de competição exclusiva para os jovens, até que criei o método Kodomô, que em japonês significa criança no karatê. O Kodomô hoje é uma modalidade dentro do karatê-dô tradicional, que valoriza a base (ki-hon), ajudando as crianças que estão começando nas competições. Por meio dela os jovens karatecas adquirem, de forma lúdica, noções de distância, postura, limites e velocidade. E como funciona o Kodomô? Cada praticante do Kodomô recebe um colete almofadado que é colocado sobre o kimono, nas cores branco e vermelho ou branco e azul, com três neonatos identificadores nos pontos vitais do corpo (região baixa, mediana e dorsal). As crianças são orientadas que cada identificador representa um saber com pontuações. Usamos vários termos em japonês, como thukame, hiratê e mawai, que significam recolher, mão aberta e distância, respectivamente. Usamos as cores com pontuação diferente, pois cada uma tem significado e grau de dificuldade diferentes. A verde vale dois pontos e fica na região da bexiga, e com isso os alunos aprendem que devem ter cuidado com toda a região baixa do organismo e devem preservar o verde e a

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natureza. A vermelha vale três pontos e é fixada no plexo. Com isso eles sabem que devem ter muito cuidado com a região do corpo que abriga o coração, e aprendem a reverenciar o Japão, país que criou o karatê. A amarela é fixada nas costas e vale cinco pontos. Além de ser a mais difícil, ela ensina a importância de respeitar o amarelo no sinal de trânsito e um conceito básico do karatê, que é o de jamais dar as costas para o inimigo. Mas as crianças conseguem absorver tanta informação? Assimilam rapidamente, e ainda ensinamos que um bom atleta precisa ter boa alimentação, deve dormir cedo, tem de ter bom comportamento em casa, na escola e na academia. Além disso, de forma lúdica, eles vão sendo preparados para praticar o karatê. Quando estão treinando com a mão à frente, eles sabem que estão treinando um kizami-zuki; quando estão desenvolvendo a mão em sentido contrário ao corpo, estão fazendo um guiaku-zuki; quando andam para frente, eles sabem que estão em oi-zuki. Você só treinou o uechi-ryu? Hoje ostento o 8º dan no karatê tradicional, mas estudei e pratiquei outros estilos e até mesmo o kobudo, mas não cheguei onde estou sozinho. Nenhum de nós faz nada sozinho, e quero aproveitar esta oportunidade para agradecer às pessoas que me ajudaram a aprender tudo que sei. Mestres como os shihans Takeo Hiyane e Yoshihide Shinzato. Por muitos anos estive ao lado do sensei Shinzato, um dos professores mais antigos e graduados do País. Ele foi o introdutor do karatê shorin -ryu no Brasil e na América do Sul. Sou 4º dan deste estilo e tenho grande orgulho por tudo que vivi ao lado deste grande

mestre japonês. Muita gente não sabe, mas, ao lado de meu amigo Hugo Nakamura, em 1977, participei ativamente da fundação da Confederação Brasileira de Karatê-dô Tradicional, bem como da fundação da Federação Brasiliense de Karatê-dô Tradicional. Promovi as primeiras competições do tradicional no Brasil, e recentemente tivemos a honra de sediar aqui no Distrito Federal mais um evento da CBKT, quando constatei o crescimento que a nossa organização obteve. Isso me faz ter certeza de que tudo que vivemos pelo karatê valeu a pena. Independentemente da graduação, todo karateca tem de saber preservar com muito orgulho, carinho e respeito todos os ensinamentos que recebemos dos nossos mestres e antepassados. Quantos faixas pretas formou até hoje? Hoje sou presidente de honra da Federação Brasiliense de Karatê-dô Tradicional, e presidente da Associação Uruma-Kan de Lutas Marciais. Com o passar dos anos, já formei algumas centenas de faixas pretas, mas tive o orgulho de participar da formação de grandes seres humanos. Mulheres e homens que fundamentaram suas vidas na essência do budô. Entre outros tive a felicidade de formar meus filhos Jeison, 5º dan; J. Rambel, 3º dan; e Jackyen, 1º dan. Não vou pontuar nomes e graduação dos meus alunos, pois certamente esqueceria muita gente querida. Mantenho com cada faixa preta formado por mim uma relação fundamentada no carinho e no respeito mútuo. O karatê lhe deu tudo que buscava na vida? Posso dizer que sim. Ele me deu bons amigos, uma sede na capital, finanças sem preocupações e uma academia muito bem conceituada no seio da família brasiliense. Sou um homem realizado e o karatê-dô fomentou quase tudo em minha vida.

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Filiada a International Traditional Karate Federation – ITKF

Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional Filiada a International Traditional Karate Federation – ITKF Representante oficial do karatê tradicional no Brasil

Karatê-Dô Tradicional: Filosofia - Arte Marcial - Educação Presidente de Honra: Yasutaka Tanaka Presidente: Gilberto Gaertner Vice-presidente: Sérgio Bastos 2º Vice-presidente: Robert Burnett Diretor secretário: João Cruz Erbano Filho Diretor administrativo e financeiro: Rui Marçal Diretor de arbitragem: Hiroyasu Inoki Diretor técnico: Sérgio Bastos Diretor de graduações: Ugo Arrigoni Neto Diretor de eventos: Alfredo Aires Diretor jurídico: Antônio Sérgio Palu Filho Diretor médico: Admar Moraes de Souza Diretor de projetos sócioeducativos: Guilherme Carollo Coordenador de seleções: Nelson Santi Consultores Técnicos: Tasuke Watanabe, Yochizo Machida e José Humberto de Souza

Shihan- Kai

Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Takuo Arai, Ugo Arrigoni Neto, Gilberto Gaertner, Sérgio Bastos e Eckner Cardoso Sobrinho Av. Comendador Franco, 2885 – Curitiba (PR) – CEP 81520-000 – Fone 55 41 3027-7007 / 41 9681-7246 – www.cbkt.org.br - cbkt@cbkt.org Federações Estaduais Alagoas – Maceió Bahia – Salvador Álvaro Gonzaga Menezes fkbt@fkbt.com.br

Espírito Santo – Vitória Carlos José de Oliveira Matos Carlos.karate@yahoo.com.br

Mato Grosso – Cuiabá Vladimir Leonardo Zanca fktmt.nova@gmail.com

Paraná – Curitba Antônio Carlos Walger presidente@karateparana.com.br

Rondônia – Porto Velho Fábio Marconso de Holanda Sales marconsosales@hotmail.com

Goiás – Goiania

Pará – Belém Takeriko Machida takerikomachida@yahoo.com.br

Rio de Janeiro – Rio de Janeiro Eduardo Santos ferjkt@yahoo.com.br

São Paulo – São Paulo Tatsuhiko Sasaki fpktradicional@yahoo.com.br

Santa Catarina – Blumenau Ademar Rulenski ademrul@ibest.com.br

Rio Grande do Norte – Natal

Pernanbuco – Jaboatão dos Guararapes Ary Spencer Chaves de Holanda fpkt@ig.com.br

Ceará – Fortaleza Francisco Maciel fmaciellima@gmail.com

Maranhão – São Luiz Marcio Jorge Bastos Costa marciokaratetradicional@hotmail.com

Distrito Federal - Brasília Jackson Pereira da Silva academiaurumakan@hotmail.com

Minas Gerais – Belo Horizonte Durval Gomes de Araújo durvalgomesaraujo@hotmail.com

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Piauí – Teresina José Cirone dos Santos karate-do.tradicionalpi@hotmail.com

Rio Grande do Sul – Porto Alegre Paulo Cesar Rodrigues Martins fsrkt@fsrkt.com.br

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C ampeonato Paulista Sênior DE JUDÔ

São Caetano e Clube Pinheiros

V EN C E M

paulista sênior Por PAULO

PINTO I FOTOS MARCELO LOPES

Reeditando a mais tradicional disputa por medalhas e pelo pódio no alto rendimento do judô paulista, o São Caetano/ Viver Bem foi campeão do feminino, enquanto o Esporte Clube Pinheiros venceu no masculino.

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A

Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou o campeonato paulista da classe sênior no dia 6 de setembro, no ginásio do Esporte Clube Pinheiros. Este foi o último certame estadual do judô paulista desta temporada e definiu os atletas que formaram a seleção paulista que defendeu o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro sênior. A competição reuniu 418 atletas, sendo 176 do feminino e 242 do masculino. Ao todo 109 associações e clubes, vindos das 16 delegacias regionais, participaram desta edição do campeonato com maior glamour do judô paulista. A cerimônia de abertura reuniu destacados professores kodanshas e grandes nomes do judô bandeirante, entre os quais Edgar Ozon, membro do conselho do Esporte Clube Pinheiros; José Pereira, gestor nacional de arbitragem; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Edison Koshi Minakawa, diretor de arbitragem da FPJ; Celestino Seiti Shira; Luiz Alberto dos Santos, coordenador de cursos da FPJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Júlio Sakai Yokoyama, procurador do TJD da FPJ; Takeshi Yokoshi, delegado da 16ª Delegacia Regional; Argeu Maurício, delegado da 3ª Delegacia Regional; Takeshi Nitsuma; Paulo Roberto Duarte; Celso de Almeida Leite, delegado da 15ª Delegacia Regional; Douglas Vieira, vice-campeão olímpico, supervisor de judô do Club Athletico Paulistano

José Pereira, gestor nac

ional de arbitragem

Arnaldo Pereira, Franci sco de Car valho e Sérgio Baldijão

e atual técnico da seleção brasileira; Kanefumi Ura; Yoshiyuki Shimotsu; Cléber do Carmo, delegado da 12ª Delegacia Regional; Dante Kanayama; e Pedro Jovita Diniz. Edgar Ozon deu boas-vindas a todos e destacou a tradição do judô da agremiação. “O judô é uma das modalidades mais importantes em nosso clube e tenho o orgulho de ter sido um dos precursores de nossa modalidade no clube e em nosso Estado. Estamos muito felizes em poder mais uma vez sediar e proporcionar uma grande competição a todos vocês. Agradecemos a presença de todos e desejamos a vocês uma boa competição.” Mais uma vez Alessandro Puglia, presidente da FPJ, enalteceu a antiga parceria entre a Federação Paulista de Judô e o Clube Pinheiros. “É com enorme satisfação que estamos realizando mais uma edição do campeonato paulista sênior, um evento que tradicionalmente é revestido de importância e simbologia. Temos certeza de que a seleção paulista que será definida aqui obterá um grande resultado para São Paulo no campeonato brasileiro em Fortaleza. Agradecemos à diretoria do Clube Pinheiros pela parceria que mantém com o judô paulista há décadas e desejo a todos uma boa disputa.” Na sequência, José Jantália, vice -presidente e mestre de cerimônia da FPJ, convocou os árbitros para a realização do rei-ho inicial, e a competição foi aberta oficialmente, dando início aos combates.

No feminino o São Edgar Ozon, um dos fundadores da FPJ

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C ampeonato Paulista Sênior DE JUDÔ Caetano se impõe e recupera a antiga hegemonia Com os ouros conquistados por Daniele dos Santos e Kawanne Martins, o São Caetano/Viver Bem se impôs diante do arquirrival Clube Pinheiros, e foi campeão geral do feminino. Disputando as finais em cinco categorias de peso, a equipe do ABC ainda faturou três medalhas de prata e duas de bronze, por meio de Amanda Alves, Priscylla Santos, Amanda Valério, Janielly Bila de Pontes e Paloma Rocha. Em segundo lugar ficou o Esporte Clube Pinheiros, com dois ouros, uma prata e três bronzes conquistados por Tawany Gianelo, Fabiana de Oliveira, Flávia Rodrigues, Jéssica Santos, Dione Barbosa e Rubiana Cury. A terceira colocação foi conquistada pela Sociedade Esportiva Palmeiras, que por meio de Ana Paula Nobre e Talita Libório obteve duas medalhas de prata. O time da Água Branca conquistou ainda dois bronzes com Ketelyn Nascimento e Jéssica Neves. A quarta colocação foi dividida entre Associação Rogério Sampaio e Associação Kiai Kam. Ambas as equipes conquistaram uma medalha de ouro; a do time do litoral foi conquistada por Andressa Fernandes, enquanto a da equipe de Franca foi obtida pela experiente judoca Helena Romanelli. O quinto lugar geral foi conquistado pelo A.D.C. Santo André, que fez duas finais e obteve duas medalhas de prata com Andressa Fernandes e Tamires Donetti.

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Clube Pinheiros sobra no masculino Mantendo a tradição, o Esporte Clube Pinheiros sobrou nos tatamis, fazendo seis finais e conquistando dez medalhas no naipe masculino. Foram quatro medalhas de ouro que ratificaram a supremacia da equipe pinheirense. Phelipe Pelin, Emanoel Ferreira, Vinicius Panini e Gabriel Gouveia subiram ao degrau mais alto do pódio e garantiram vaga na seleção paulista que foi a Fortaleza. As demais medalhas da equipe campeã foram obtidas por Breno Alves, Adriano Toshio Miwa, Rubens Inocente Filho, Eduardo Yudy Brito, David Dias Lima e Arthur Abreu Lima. Para Sérgio Baldijão, supervisor de judô do Esporte Clube Pinheiros, o resultado conseguido na competição é compatível com o investimento que é feito pelo clube. “Temos de fazer uma avaliação fundamentada apenas no resultado obtido na competição, e dentro deste parâmetro estamos satisfeitíssimos com as 16 medalhas conquistadas por nossa equipe. Mas gostaria de salientar que neste mesmo fim de semana nossos principais judocas estão representando o Brasil em várias disputas internacionais. Buscamos fazer um investimento no alto rendimento e na base, e é devido a esta política que podemos manter atletas lutando constantemente por São Paulo e pelo Brasil”, disse Baldijão. A segunda colocação foi para outra equipe que faz hoje um grande investimento na base, o SESI-SP, que chegou a quatro finais que resultaram em uma medalha de ouro e três de prata. O ouro do SESI foi conquistada por Jonathan Bauer, que na final do super-ligeiro venceu Diego Rocha, seu companheiro de equipe. As medalhas de prata foram conquistadas por Felipe Vieira e Andrey Del Rosso. A terceira colocação foi conquistada pela SEMEL de São José dos Campos, cidade do Vale do Paraíba com enorme tradição no judô bandeirante. E por meio de Leandro Gonçalves, Raphael Magalhães e Diogo Coutinho, a equipe vale-paraibana obteve um ouro, uma prata e um bronze. Em quarto lugar ficou uma representante do litoral, a Associação de Judô Rogério Sampaio, que conquistou uma medalha de ouro com Felipe C. de Oliveira e uma de bronze com José Basile. O quinto lugar geral foi obtido por mais uma equipe da capital, a Hebraica, que conquistou uma medalha de ouro com Danilo Ferrante, o campeão do meio-leve. www.revistabudo.com.br

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C ampeonato Paulista

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Classificação individual Feminino Super-ligeiro 1º Ana Paula Nobre - Sociedade E. Palmeiras 2º Amanda Alves - São Caetano/Viver Bem 3º Amélia Rosa Souza - SEMEL Lins/Morimoto 3º Jéssica Carvalho - São João/Apaja Ligeiro 1º Tawany Gianelo - Esporte Clube Pinheiros 2º Priscylla Santos - São Caetano/Viver Bem 3º Jéssica Neves - S. E. Palmeiras 3º Águeda Arruda - São João/Apaja Meio-leve 1º Andressa Fernandes - A. Rogério Sampaio 2º Nayara Leandro - SESI-SP 3º Andreia Romanoviski - Osasco/Yanaguimori 3º Janielly Bila Pontes - São Caetano/Viver Bem Leve 1º Fabiana Oliveira - Esporte Clube Pinheiros 2º Flávia Rodrigues - Esporte Clube Pinheiros 3º Ketelyn Nascimento - Sociedade E. Palmeiras 3º Tamara dos Santos - SEMEL São José Meio-médio 1º Daniele Santos - São Caetano/Viver Bem 2º Amanda Valério - São Caetano/Viver Bem 3º Jéssica Santos - E. C. Pinheiros 3º Dione Barbosa - E. C. Pinheiros Médio 1º Helena Romanelli - Associação Kiai Kam 2º Tamires Donetti - A. D. Santo Andre 3º Fernanda Peinado - A. Edinho Company 3º Cláudia Penha - SESI-SP Meio-pesado 1º Talita Libório - Sociedade E. Palmeiras 2º Samarita Santagnello - Rio Preto A. C. 3º Rubiana Cury - Esporte Clube Pinheiros 3º Júlia C. Araújo - SESI-SP Pesado 1º Kawanne Martins - São Caetano/Viver Bem 2º Marília Vieira - A. D. Santo André 3º Victoria de Oliveira - Clube Atlético Juventus 3º Paloma Rocha - São Caetano/Viver Bem

Masculino

Super-ligeiro 1º Jonathan Bauer - SESI-SP 2º Diego A. Rocha - SESI-SP 3º Douglas Sena Jr. - Associação Guairense 3º Adriano Rodrigues - Ateneu Barão de Mauá Ligeiro 1º Phelipe Pelin - Esporte Clube Pinheiros 2º Felipe Vieira - SESI-SP 3º Kainan Pires - Assoc. Esportiva Guarujá 3º Sérgio K. Wada - Associação Registrense Meio-leve 1º Danilo Ferrante - A Hebraica São Paulo 2º Breno Alves - Esporte Clube Pinheiros 3º David Dias Lima - Esporte C. Pinheiros 3º Marcelo Kenji Fuzita - Associação Vila Sônia Leve 1º Emanoel Ferreira - Esporte Clube Pinheiros 2º Andrey Del Rosso - SESI-SP 3º Renan Pereira - Rio Preto A. Clube 3º José Basile - Associação Rogério Sampaio Meio-médio 1º Vinicius Panini - Esporte Clube Pinheiros 2º Adriano Toshio Miwa - Esporte C. Pinheiros 3º Eduardo Yudy Brito - Esporte C. Pinheiros 3º Diogo H. Coutinho - SEMEL São José Médio 1º Felipe Oliveira - Associação Rogério Sampaio 2º Raphael Magalhaes - SEMEL São José 3º Rubens Inocente Filho - Esporte C. Pinheiros 3º Arthur Abreu Lima - Esporte Clube Pinheiros Meio-pesado 1º Gabriel Gouveia - Esporte Clube Pinheiros 2º Felipe Amorim - Academia Edinho Company 3º Leonardo Ribeiro - Sociedade E. Palmeiras 3º Eduardo P. Reinig - Assoc. Divinolândia Pesado 1º Leandro Gonçalves - SEMEL São José 2º Josué Bragança Jr. - Associação Moacyr 3º Ewerton Ribeiro - Grêmio Recreativo Barueri 3º Rodrigo Silva - A. D. Bandeirantes Sorocaba

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Goiás faz história

no Grand Prix Nacional de Judô Com apoio da iniciativa privada, dirigente goiano surpreende e contrata ícones da modalidade e agora foca o pódio da principal competição por equipes do Brasil. Por

PAULO PINTO I Fotos REVISTA BUDÔ

José Eliton com Sarah, Kayla, Fernanda e Marti

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H

á três anos Luiz Fernandes de Araújo Júnior, empresário do agronegócio, percebeu no judô a possibilidade de promover inclusão social e transformar a vida de crianças em situação de risco por meio da prática esportiva. Achando que poderia alçar voos mais altos, formou uma equipe para disputar o Grand Prix Nacional de Judô. Com este projeto, o empresário visionário buscou criar uma equipe que motivasse e estimulasse os jovens judocas de Goiás e as mais de 100 crianças que frequentam o projeto Atitude Social de Inhumas, criado por Fernanda Araújo, sua filha mais velha. A ação inédita no Estado demandou grandes esforços, pois uma iniciativa como essa exige grande investimento e jamais uma equipe da região Centro-Oeste havia participado da competição que somente os grandes clubes sociais do País disputam. O empresário sabia que, até mesmo pela falta de tradição de Goiás neste certame, dificilmente contaria com apoio da iniciativa privada e do poder público, e teve de arregaçar as mangas para seguir em frente. O início foi muito difícil, como se viu nas duas primeiras participações, em 2011 e 2012. Contudo, na terceira edição, realizada neste ano em São Jose dos Campos (SP), Júnior conseguiu mais apoio, pôde formar uma equipe realmente competitiva, e os resultados começaram a aparecer. A diretoria do Judô Inhumas não mediu esforços para trazer expoentes da moda-

Pacheco Júnior, Luiz Fernandes de Araújo e Dioje Ikeda

lidade no continente americano. A maior contratação foi Sarah Menezes, brasileira campeã olímpica até 52 kg, nos jogos de Londres/2012. Outro importante nome do time goiano foi Marti Malloy, norte-americana medalhista de bronze em Londres e vice-campeã mundial até 57 kg em 2013. Gláucia Lima, da seleção goiana, lutou no até 70 kg, enquanto Camila Gebara, atleta da seleção brasileira sub 21, defendeu as cores de Inhumas no +70 kg. A brasileira

Fernanda Araújo, radicada em Boston (EUA), onde faz parte do Team Force, completou o time goiano no até 63 kg.

Comissão técnica vencedora Se nos tatamis a equipe de Goiás contou com grandes nomes do judô mundial, fora deles esteve mais forte ainda. Expedito Falcão, técnico de Sarah Menezes e João Henrique, foram os técnicos da equipe; a norte-americana Kayla Harrison, atual campeã olímpica no menos de 78 kg, foi a auxiliar técnica; Jimmy Pedro, medalhista de bronze em duas Olimpíadas (Atlanta/1996 e Atenas/2004), campeão mundial na Inglaterra/1999 e técnico da seleção dos Estados Unidos, foi o coordenador técnico; e o dr. Marcelo Gonçalves de Almeida foi o ortopedista da equipe. A nona edição do Grand Prix Nacional de Judô realizou-se nos dias 15 e 16 de novembro, e todos os membros da equipe desembarcaram em Goiânia no dia 12 de novembro, e lá fizeram os ajustes finais para a competição. Além do treinamento físico e tático, o time goiano teve de participar de numerosos eventos e homenagens organizados por autoridades esportivas e políticas, apoiadores e amigos.

Câmara de Inhumas homenageia membros da equipe O primeiro compromisso, uma homenagem na Câmara Municipal de Inhumas, surpreendeu atletas e técnicos do Judô Inhumas. Jorge Jonas Zabrockis com parte da equipe Judô Inhumas

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José Eliton recebendo o agasalho do Judô Inhumas da campeã olímpica Kayla Harrison

Politicos e atletas apos a seção solene que homenagiou os judocas da OASI

Em sessão solene no dia 13 de novembro, os vereadores entregaram títulos de cidadão inhumense aos integrantes da equipe de judô que iriam representar a cidade e o Estado de Goiás na maior competição interclubes do judô brasileiro. A cerimônia realizou-se no Palácio Fulgêncio Soyer, onde os atletas e membros da comissão técnica foram recebidos pelas autoridades municipais. Participaram da solenidade as seguintes autoridades: Pacheco Júnior, presidente da Câmara Municipal de Inhumas; Suair Teles, primeiro secretário; Amaury Personi, segundo secretário; os vereadores Fernando Andrade, Bruno Brás, Clodoaldo Costa e Charles Rodrigues; o vereador Leandro Essado, representado por seu irmão Altair; Tatiane e Daiane, professoras do projeto Organização Atitude Social de Inhumas; Breomar de Oliveira, secretário de Educação; Manuel Vila Verde, subcomandante do Colégio Militar; representantes de várias escolas municipais e Dioji Ikeda, prefeito de Inhumas.

Pacheco Junior explicou o porquê da homenagem. “Os atletas aqui presentes recebem essa honraria por levarem o nome da cidade ao 9º Grand Prix Nacional de Judô, por defenderem o projeto social de Inhumas, que conta hoje com mais de 100 crianças matriculadas, e pela atitude dos nobres atletas que se deslocaram de suas cidades até aqui para enaltecer o nome de Inhumas. Dessa forma, oferecemos o titulo de cidadãos inhumenses a todos os membros da equipe que aqui estão, e agradeço a todos por nos representarem e inscreverem o nome de nosso município do desporto olímpico brasileiro. Agradeço também ao grande idealizador do projeto Atitude Social de Inhumas, nosso amigo Júnior, que não mede esforços para viabilizar seu ideal, rompendo desafios e incluindo o nome de nossa cidade na elite no judô nacional.” O prefeito Dioji Ikeda desejou boa sorte aos membros da equipe. “Conhecemos o Júnior e toda sua família e sabemos do seu comprometimento na manutenção e no desenvolvimento do projeto social de Inhumas, Jorge Jonas Zabrockis cumprimenta a campeã olimpica Sarah Meneses

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bem como de elevar o nome do nosso município por meio do judô. Às vezes não conseguimos fazer o que gostaríamos, pois como gestores públicos, temos de optar por setores prioritários, mas sabemos das dificuldades que enfrenta e de seu poder de superação. Quero registrar aqui minha homenagem a você Júnior, e a sua família, por tudo o que têm proporcionado para Inhumas. Poucos sabem, mas há cerca de 20 anos o Júnior e eu sonhamos com a fundação de uma associação de jovens empresários em nossa cidade, e o pontapé inicial foi dado. Hoje tenho muito que te agradecer, da mesma forma que agradeço aos atletas e a toda a comissão técnica do Judô Inhumas. Desejo boa sorte, e que façam um grande trabalho no GP, pois estaremos todos aqui torcendo por vocês.” Atletas e comissão técnica foram à tribuna para agradecer a homenagem recebida. Bastante emocionado, Luiz Araújo Júnior agradeceu aos membros do Poder Legislativo e ao prefeito inhumense. “Tudo isso causa grande emoção porque, quando iniciamos o projeto social em 2006, jamais imaginaríamos que as coisas tomariam esta proporção. Agradeço às professoras Dina e da Zezé por estarem aqui, e as parabenizo porque elas iniciaram o projeto conosco, quando a Fernanda foi para os EUA e conheceu a Malloy e o Jimmy. Aquele momento foi difícil, pois estávamos iniciando o projeto que, acima de tudo, buscava homenagear o professor Shiozawa, o precursor do judô em Goiás e primeiro brasileiro campeão pan-americano de judô, que faleceu há cinco anos. Tenho certeza de que a presença desses atletas aqui, hoje, é uma grande homenagem a esse ícone do esporte brasileiro. Este é um momento histórico para o judô goiano e para Inhumas. Agradeço a iniciativa do Pacheco Júnior, presidente da Câmara Municipal, a todos que aqui estão e ao nosso prefeito, Dioji Ikeda.”

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Audiência no palácio do governo Outro importante compromisso ocorreu em Goiânia, no Palácio Pedro Ludovico, onde a equipe do Judô Inhumas foi recebida por José Eliton, governador em exercício. Participaram do encontro Ruy Rocha de Macedo, presidente da AGEL; professor kodansha Josmar Amaral Gonçalves, presidente da Federação Goiana de Judô (FEGOJU); Luzimar Santos, assessor da presidência da AGEL e presidente da Federação Goiana do Desporto Universitário; Pacheco Júnior, presidente da Câmara Municipal de Inhumas; Jimmy Pedro; Marti Malloy; Kayla Harrison; Sarah Meneses; Fernanda Araújo; Expedito Falcão e Luiz Fernandes de Araújo Júnior. Após apresentar todos os membros da equipe inhumense ao governador, Júnior falou sobe o projeto social que mantém em Inhumas há oito anos, e falou sobre o ambicioso projeto criado em torno da equipe que iria disputar o GP Nacional de Judô. Por último o dirigente goiano falou sobre a tradição dos clubes que disputam o GP Nacional, instituições como Esporte Clube Pinheiros (SP), Minas Tênis Clube (MG) e Sogipa (RS), e finalizou explicando seu objetivo de incluir Goiás na elite do judô nacional. Jimmy Pedro, norte-americano que é coordenador técnico da equipe, falou sobre a experiência inédita no Brasil. “Esta é minha primeira vez no Brasil, conheço o mundo todo e meu amigo Júnior nos convidou para ajudar nesta competição. Viemos conhecer o Brasil e estou surpreso com tudo que vivenciamos aqui. Está sendo uma experiência fantástica e temos enorme prazer de poder ajudar a equipe a obter um bom resultado.” Após conhecer os membros do time

Visita ao projeto atitude social de Inhumas.

goiano. José Eliton disse: “Estou muito feliz por recebê-los aqui e dou boas-vindas a todos. Faço um agradecimento especial a Sarah Meneses, nossa campeã olímpica, e desejar que aprimore cada vez mais sua técnica e que possa cada vez mais dar este belo exemplo de civismo aos judocas de Goiás e do Brasil. Quero cumprimentar os dois técnicos que aqui estão, e parabenizar o Júnior por esta importante iniciativa. Somos amigos de longa data e vejo em suas palavras e em seu olhar uma emoção própria daqueles que fazem as coisas por ideal e têm o sonho de contribuir com o desenvolvimento humano. Justamente por compreender esse momento convoquei dirigentes da área esportiva do governo para estarem presentes, já que por parte do governo do Estado existe grande interesse em incentivar a prática esportiva, desde a parte amadora até a formação de atletas do alto rendimento. Estamos concluindo nosso centro de excelência em Goiânia, um complexo esportivo para treinamento atletas de ponta. Por meio da Agência Goiana de Esporte e Lazer (AGEL) e inspirados até no

modelo esportivo norte-americano, de difusão esportiva nas universidades e escolas, estamos incentivando cada vez mais a prática e a difusão do esporte nas escolas estaduais. Quero destacar que, na medida do possível, estamos prontos para apoiar de forma decisiva iniciativas como essa que está posta aqui, e destacar também a formação de uma equipe que representará a cidade de Inhumas e o Estado de Goiás. E desejamos que o resultado da equipe do GP seja exitoso, mas acima de tudo desejo que todos conheçam e desfrutem um pouco a tradição, a cultura, a história, os sons e sabores de Goiás, e que assim possam conhecer um pouco da alma goiana”. O governador finalizou assumindo o compromisso de apoiar o Grand Prix 2015, que se realizará em Goiânia. “Estamos cientes de que no próximo ano este grandioso evento esportivo se realizará em Goiás, e destaco que o governo do Estado está pronto para apoiar essa competição em tudo que for necessário. Espero que todos vocês estejam aqui em 2015, para projetar o nosso Estado para o Brasil e para o mundo.”

Visita ao dojô da Academia Ippon

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Registro após treinamento no dojô Nikkey Sports Center, do sensei Shiozawa

Ruy Rocha, presidente da AGEL, destacou a importância da vinda das campeãs olímpicas a Goiás. “A vinda desses atletas é extremamente importante porque são ídolos do esporte que fomentarão o desenvolvimento do judô no Estado de Goiás, e consequentemente farão com que surjam talentos. A presença dessas campeãs mostrará a força de Goiás no Grand Prix.” A terceira visita do time goiano foi à sede do frigorifico JJZ, um dos apoiadores da equipe, que fica em Goianira, onde Jorge Jonas Zabrockis recebeu os atletas e técnicos medalhistas olímpicos e lhes mostrou as instalações da empresa. No encontro o empresário explicou por que apoia o time de judô goiano. “O esporte é uma das principais chaves para um futuro promissor de nossa sociedade, pois fomenta a inclusão social e o combate à violência. O esporte proporciona qualidade de vida, por meio de uma vida mais saudável e ativa. O judô não é apenas uma modalidade esportiva, e sua pratica é revestida de outra importância porque é uma atividade que educa, disciplina e cobra respeito ao próximo.” Jorge Jonas enfatizou a importância do judô no sentido de impulsionar a prática

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Dioji Ikeda, prefeito de Inhumas

Marty, Fernanda, kayla e Jimmy com Oscar, aluno do projeto social OASI

José Eliton e Luiz Fernades de Araújo

José Eliton e Ruy Rocha de Macedo com atletas e dirigentes

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Sarah Meneses com vários faixas pretas na Academia Ippon de Anápolis

Sarah, Kayla, Jimmy, Fernanda e Marty com Herbert Ribeiro Araújo apoidor do Judô Inhumas

esportiva como um todo, em Goiás. “O judô é um esporte reconhecido mundialmente e cada vez mais se populariza no Brasil. É a modalidade que conquistou até hoje o maior número de medalhas olímpicas para o nosso País. Somos destaque nas principais competições mundiais. Nos grandes centros, o judô está inserido na grade de ensino de escolas públicas e privadas, o que nos permite ver o judô como uma grande profissão do esporte nacional e acima de tudo modalidade difusora da prática esportiva.” O último compromisso da delegação ocorreu em Anápolis, onde Sarah Meneses foi recebida por centenas de crianças que se espremeram e acotovelaram para conhecer

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Treinamento no dojô Nikkey Sports Center em Goiânia

Pacheco Júnior

a primeira judoca campeã olímpica do Brasil. Numerosos professores goianos marcaram presença no encontro, entre os quais os kodanshas Josmar Amaral Gonçalves e Wesley Oliveira. Sarah Meneses agradeceu o carinho com que foi recebida e falou sobre seu crescimento nos tatamis. ”Estou muito feliz por me esperarem e se esforçarem para estar comigo. Comecei no judô aos 9 anos, num projeto social em Teresina, e depois cheguei à seleção brasileira. Com isso conquistei títulos mundiais e hoje sou campeã olímpica. Lembro que para obter todos estes resultados tive de treinar e me dedicar muito ao judô. Todos poderão chegar lá desde que façam

as coisas com dedicação e determinação.” No encerramento das atividades em Goiás, o dirigente goiano finalizou agradecendo o apoio recebido de empresários, amigos e do poder público. “Quero agradecer aos apoiadores que viabilizaram a formatação dessa grande equipe: Arroz Cristal, Frigorífico JJZ, Prática, Soma Contabilidade, Fazenda Favorita, Kiko’s Ranch, Agência Goiana de Esporte e Lazer (AGEL), Complem, Proesporte, JH Sports e Temper Vidros. Ao governo de Goiás, por meio do governador Marconi Perillo, e ao seu vice José Eliton, que nos recebeu no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, numa audiência muito proveitosa no sentido de planejarmos o Grand Prix 2015, que será realizado em Goiânia. Por último quero agradecer ao vereador Pacheco Júnior, presidente da Câmara Municipal de Inhumas, que concedeu títulos de cidadãos inhumenses às pessoas que tanto nos ajudaram nesse projeto.” Marcelo Mendes, professor da escola estadual João Lobo Filho, maestro da banda de Inhumas que possui 50 componentes, destacou a honra por receber os campeões e medalhistas olímpicos que foram a Inhumas.

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Interview

Reescrevendo o futuro do karatê no Brasil

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om a experiência de quem passou por vários momentos no karatê, William explica que o trabalho da atual diretoria da CBK caracteriza-se por plantar hoje o que pretende colher no futuro. “Não sei se estaremos à frente da entidade na próxima gestão, mas o que tentamos fazer é deixar um formato que nos faça sentir orgulhosos de saber que colocamos o karatê do Brasil no trilho certo. É isso que achamos importante.” O diretor técnico da CBK fala com orgulho de sua família, na qual “todos vestem kimono”, inclusive seu pai, pre-

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N.T.MATEUS I Fotos REVISTA BUDÔ

Animado com os resultados do campeonato Brasileiro e ansioso pela realização da Premier League, o diretor técnico da CBK, William Cardoso, projeta tempos vitoriosos para o karatê brasileiro.

sidente da entidade. Na academia, são eminentemente karatecas, todos dão aulas e cumprem horário, passando o exemplo para seus alunos. Com relação à modalidade, em âmbito nacional, William afirma que é preciso mostrar o potencial de mercado do karatê e torná-lo atrativo para parceiros e patrocinadores. Alcançar esse objetivo é só uma questão de tempo. A realização da Premier League no País ajudará a encontrar esse caminho. Ao mesmo tempo em que demonstra o salto de qualidade dado pelo karatê brasileiro nos últimos anos, o evento

William Cardoso, diretor técnico da CBK

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Devemos melhorar mais

Perfil do dirigente William Carlos Cardoso do Nascimento é diretor técnico da Confederação Brasileira de Karatê (CBK) e administra a Academia Karatê Clube Verde Mares, de Fortaleza (CE). Cearense nascido em Fortaleza, em 1º de novembro de 1981, é faixa preta 4º dan e formado em Educação Física (UNIFOR-CE). Tem também especialização em Fisiologia e Cinesiologia do Exercício (UVA-RJ) e em Artes Marciais, Lutas e Jogos de Combate (UECE-CE). Além de atleta, foi técnico da seleção estadual (1998-2012) e da seleção brasileira (2009-2012), além de ter comandado a seleção brasileira universitária (2010-2012). internacional vai compensar um vexame que há tempos está atravessado na garganta dos karatecas nacionais. Não há melhor forma de dizer isso do que repetir as próprias palavras de William: “Quando atleta eu disputei vários campeonatos no exterior e ouvi muitas piadas, dizendo que jamais o Brasil sediaria um torneio importante. Tudo por causa do campeonato mundial realizado pela CBK no Rio de Janeiro, em 1998. Foi o maior fiasco internacional, no qual assinamos um certificado de total incompetência. Além de toda vergonha vivida pelo karatecas brasileiros que foram ao Maracanãzinho, por anos e anos estamos sendo cobrados e ironizados por algo de que não participamos”. É fácil entender, portanto, por que a atual geração de karatecas sonha tanto com a realização de outro campeonato mundial no País, e por que deposita tantas esperanças na etapa da Premier League que será organizada em parceria com a Federação Paulista de Karatê. “A CBK e a FPK estão agarrando este evento com unhas e dentes, e vamos para guerra. Juntos promoveremos um evento do tamanho do Brasil. O karatê brasileiro merece isso!” Se antes o desafio era trazer a Premier League, a expectativa agora é encarar um desafio maior ainda, que é realizar o mundial no Brasil. “Com isso resgataremos a credibilidade que merecemos internacionalmente”, diz William.

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Campeonato brasileiro Com 1.600 atletas de 25 Estados, o campeonato brasileiro de 2014 acumulou avaliações positivas, da qualidade técnica dos participantes à arbitragem e ao próprio formato da competição. Para William, cada lutador sabia quem seriam seus adversários e teve de traçar uma estratégia, o que contribuiu para o seu aprimoramento. Nos dois dias da fase final foram disputadas 174 categorias das 176 propostas pela CBK, ou seja, em apenas duas – uma do infantil e outra dos veteranos não houve finalistas. Outro dado importante: cerca de 300 atletas disputaram medalhas tanto no kata quanto no kumitê, evidência de que os professores estão trabalhando de fato em prol do verdadeiro karatê, na análise do diretor técnico. E a maioria deles pertencia às categorias de base, o que projeta uma futura geração de atletas bem fundamentados. Para chegar a grande final em Brasília, cerca de 5 mil atletas passaram por seis fases classificatórias. Na final houve categorias representadas por 25 atletas, o que mostra o nível técnico e a complexidade para organizar tal número de apresentações. “Não temos base de comparação nesse formato, mas acredito que, se não foi o maior, está entre os maiores campeonatos brasileiros já realizados”, avalia William.

O dirigente reconhece, entretanto, que certos aspectos precisam mudar na edição do ano que vem. Algumas categorias estão superlotadas, como a infantil, que inscreveu 70 participantes. “Isso é algo impensável para atletas, árbitros e até mesmo para a organização da competição”, explica. “Algumas propostas estão sendo estudas para chegarmos a uma formatação melhor, quem sabe usando divisão por iniciantes ou faixas.” Para a categoria iniciante, por exemplo, o ideal seria no máximo 15 atletas, já que com isso podemos obter dados estatísticos exatos e fazer projeções mais precisas para o futuro. O que importa, para o dirigente, é ter um olhar diferenciado para estas classes, pois são crianças em formação. “Temos de ter mais categorias, até mesmo para classificar mais e obter um número maior de atletas.” Como o infantil não disputa mundiais, a CBK estuda com a confederação sul-americana uma forma de redimensionar a participação infantil. Com relação aos veteranos, a confederação já fez subdivisões que contemplaram mais as idades dos atletas, o que resultou num aumento da demanda neste ano. Todavia, será necessário subdividir novamente, talvez por graduação e, muito provavelmente, por peso. “Tudo precisa estar fundamentado em dados quantitativos e qualitativos para desenvolvermos um trabalho compatível com a realidade e a demanda de cada categoria e classe de peso”, detalha William. “É assim que a nossa diretoria técnica atua. Vivemos na era da rapidez da informação e não podemos negligenciar os números que refletem a nossa própria realidade.” O dirigente reconhece que a arbitragem no Brasil está tendo um grande crescimento, mas mesmo assim enfatiza que a CBK trabalha muito nesse setor. Para ele, não adianta a CBK se esforçar para elevar o nível técnico dos atletas e equipará-lo ao padrão encontrado no exterior sem ter uma arbitragem de ponta. “Por isso incentivamos o aumento do número de árbitros internacionais”, diz. O trabalho na área técnica ate agora foi estrutural e os resultados apareceram. O nivelamento entre a arbitragem e a área técnica, portanto, é fundamental. “Do meu ponto de vista, temos muito ainda a melhorar em ambos os setores. Os atletas têm muito que melhorar e a arbitragem também. Com isso o karatê brasileiro chegará aos eventos mundiais com nível altamente competitivo.”

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4ª Copa São Paulo de K aratê

Copa São Paulo

bate recorde de participantes

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om o apoio da Prefeitura de São Paulo, a Federação Paulista de Karatê (FPK) realizou no dia 27 de setembro a quarta edição da Copa São Paulo de Karatê. O torneio aberto a todos os karatecas do Brasil, realizou-se no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, no Ibirapuera, palco de grandes competições do desporto bandeirante. O gigantismo e a qualidade técnica deste certame levaram a Confederação Brasileira Karatê (CBK) a

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PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES

A quarta edição da Copa São Paulo de Karatê coroou de êxito uma competição que agora passa a valer pontos para o ranking da Confederação Brasileira de Karatê.

inseri-lo no seu calendário oficial, e para receber os quase 1.000 karatecas inscritos a FPK montou dez áreas de disputa. O staff da FPK foi composto de 52 árbitros, 44 mesários e 32 colaboradores, e mais uma vez a locução esteve a cargo de Juliana Sampaio. Várias autoridades políticas e esportivas compareceram à cerimônia de abertura, entre as quais José Carlos de Oliveira, presidente da FPK; Luiz Carlos Cardoso do Nascimento, presidente da CBK; Celso Jatene, secretário Municipal de Esportes de São Paulo; Pedro Hidekasu Oshiro, vice-presidente da FPK; Ivon da Rocha Dede, diretor financeiro da FPK; Masahiro Shinzato, ex-presidente da FPK; sensei

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Andréa Mesquita; Márcio Marques de Oliveira, diretor do departamento de kobudô da FPK; Fernando Ribeiro, representante da Federação de Karatê do Estado do Rio de Janeiro; Luiz Carlos Cardoso Ricardo Aguiar, técnico das seleções paulista e brasileira; Sérgio Takamatsu, técnico da seleção paulista; Celso Rodrigues, diretor de arbitragem da CBK; Giuliano Alves, técnico da seleção paulista; Fábio Hisatugo, técnico da seleção paulista; Valmir Zuza da Cruz, diretor técnico adjunto da FPK; Carlos Tsutiya, diretor adjunto de graduação da FPK e Nelson Higa, diretor de arbitragem da FPK. Em seu pronunciamento na cerimônia de abertura, José Carlos de Oliveira agradeceu a todos os participantes e prometeu maior estrutura para a próxima edição da competição. “Agradeço

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aos atletas, pais, técnicos e professores que prestigiam nosso evento. Fazemos um agradecimento especial aos atletas e membros das comissões técnicas que vieram de outros Estados. Nesta quarta edição da Copa Sâo Paulo estamos contando com as presenças de equipes do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal e Santa Catarina. Nossa Mesa de honra proposta é trabalhar muito mais no sentido de oferecer melhores condições para as equipes que vêm de outros Estados. Com isso certamente faremos um evento muito maior, e poderemos receber karatecas de todo o Brasil.” José Carlos de

Oliveira

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4ª Copa São Paulo de K aratê

Fernando Ribeiro recebe homenagem de José Carlos

Homenagens Luiz Carlos recebe homenagem de José Carlos

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Pedro Hoshiro recebe homenagem de José Carlos

Na sequência o dirigente paulista homenageou as autoridades presentes com a moeda alusiva à comemoração dos 40 anos da Federação Paulista de Karatê. Os agraciados foram Luiz Carlos Cardoso do Nascimento, Celso Jatene, Pedro Hidekasu Oshiro, Masahiro Shinzato, Fernando Ribeiro e Celso Rodrigues. Ao todo 107 clubes, academias e associações participaram da competição: Associação Detla – Américo Brasiliense, Karatê Várzea Paulista, Okinawa Shinshukan de Santos, Secretaria de Esportes de Poá, Shinshukan Peruíbe, A.F.P. Diadema, Mizukan Karatê, Kaizen Karatê, Bonsai Jyuku, Dojô Karatê AZK, Karatê-dô Guarulhos, APAK - Paraná, Seikan - Praia Grande, Projeto Karatê para Todos de Cubatão, Praia Grande Karatê Shotokan, Escola Celestin Freinet Karatê Kobu-dô, Caraguatatuba Karatê Shotokan, Dojô Kimê, Country Club Valinhos, Karatê Clube Escola Cambuci, Academia Acqua Center, Makoto Dojô, Hatha Karatê Brasil, Wado Ryu, Sumaré, Galpão Atlectico, Academia Kakaton de Jundiaí, Associação Muniz, SESI-SP, Hortolândia, Dias, Associação Shureikan, Gaviões, Ourinhos, Shitsuke, Prokae, Kami, Kuroshio, Yoshimura, Gladiators, Mizuho Dojô, Moraes, Sucena, Shitsuke, Sociedade Esportiva Palmeiras, Clube São João, Santa Fé do Sul, Sol Nascente, Resistência, Mente Força, AFP Piracicaba, Cadetes, Itapetininga, Kakaton, Hisatugo, Quissi, Ornaghi, Mckan, Nindokan, Performance, Askan, Heian, Jyreikan, Tanden, CPP, Kiyomizu, Coimbra, DEC. RDF, Unidos, SEJUL Cras, Yamato, Kyodo Kai, Joel Neli, Nindokan, Girassol, Inoue Há, Louveira, Soke, Min.do Tietê, Guarukai, Curuçá, Sport Way, Gomes, TK Karatê, Subaru, Falcões, ADC Rigesa, Karatê Posse, C.I.J.K, Prokae, AKASA, Olímpia, Indaiatuba, Yamaguchi, Castro, C. São Vicente, Hitsuji, Washi Kio, Studio Global, Bonfim, Dinâmica, Ribeirão Preto, Quirino, Verdes Mares, Butoku Kai e Primavera. Frederico de Lima Felipe, da Associação dos Funcionários Públicos Municipais de Piracicaba (AFPMP), fez o juramento do atleta, enquanto o rei inicial foi efetuado pelo sensei Nelson Mitsuo Higa, diretor de arbitragem da Federação Paulista de Karatê. www.revistabudo.com.br


Celso Rodrigues recebe homenagem de José Carlos

Masahiro Shinzato recebe homenagem de José Carlos

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Celso Jatene recebe homenagem de José Carlos

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4ª Copa São Paulo de K aratê

Exibição de kobudô Antes do início das competições de kata e kumitê houve a apresentação primorosa de kobudô feita pela equipe da Associação Karatê e Kobu-dô Shinshu-kan. Composta por dezenas de figurantes, a equipe de kobudô fez apresentações de tonfa, bo, sai, hanbo e kama, entre outros.

Balanço final Fernando Ribeiro, dirigente fluminense, destacou o gigantismo da competição. “Mais uma vez voltamos a São Paulo para participar de um campeonato promovido pela FPK, entidade que atingiu a excelência na realização e promoção de eventos em nossa modalidade. Além das medalhas, nossos atletas vêm em busca de aperfeiçoamento técnico, e nos tatamis vimos dezenas de atletas da seleção brasileira. Este é um evento gigante e, pela qualidade técnica que vimos aqui, tenho certeza de que crescerá mais a cada ano.” Outra presença marcante no Ibirapuera foi Luiz Carlos Cardoso, presidente da

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CBK, que foi à capital paulista oficializar a inclusão da Copa São Paulo no calendário oficial da entidade. “É sempre um grande prazer participar dos eventos realizados pela equipe comandada por nosso colega José Carlos, o Zeca. Porém, nesta edição viemos com a missão de promover a inclusão deste evento no calendário oficial da CBK. Com isso a Copa São Paulo passa a valer pontos para o ranking nacional. Nada mais justo, já que esta é uma competição de grande expressão.” Surpreso com o número de atletas inscritos, o dirigente paulista prevê mudanças no formato da disputa. “A Copa São Paulo desta temporada superou todas as expectativas e prognósticos estabelecidos, mas felizmente

nossa equipe conseguiu oferecer um grande evento aos atletas inscritos. Tudo estava muito organizado e o número recorde de atletas não comprometeu a qualidade da competição. No próximo ano mudaremos a formatação e a logística, visando a comportar um número ainda maior de Estados e equipes. Além dos atletas que vieram de todo o Estado, recebemos várias partes do País, e vamos trabalhar para trazer mais Estados na próxima temporada. Nossa proposta é promover o maior intercâmbio técnico possível, contemplando maior número de atletas. Recebemos aqui inúmeros karatecas da seleção brasileira e isso fez com que o evento ficasse muito bom tecnicamente. É desse intercâmbio que o karatê brasileiro precisa. A Copa São Paulo passou a valer pontos no ranking da CBK, e é por isso que no ano que vem faremos a competição em dois dias. Vamos organizar-nos mais para melhor receber nossos convidados de outros Estados.” www.revistabudo.com.br


Classificação final Kata Pré-mirim F Absoluto 1º Marina Garcia - Dias 2º Jamile Matos - Kami Kata Pré-mirim M Absoluto 1º Ronaldo Rodrigues - Kami 2º Lucas Silva - SEESP Poá 3º Luiz E. Rufato - Kuroshio Kata Mirim B F 6º kyu e acima 1º Giulia Olsak - Yoshimura 2º Jeniffer Joaquim - Dias 3º Luciana Moreira - Karatê Todos 3º Amanda Mota - Gladiators Kata Mirim B M 6º kyu e acima 1º Felipe Carvalho - Mizuho Dojô 2º Jonathan Correia - Gladiators 3º Enzo Gabriel - St. Fé do Sul 3º Kauan Lisboa - M. Moraes Kata Mirim A F 6º kyu e acima 1º Maria Nascimento - Okinawa 2º Ana Clara Murata - Suvcena 3º Thainá Miranda - Dojo Kimê 3º Júlia O. Brito - Palmeiras Kata Mirim A M 6º kyu e acima 1º Emanoel Lobo - Guarulhos 2º Gabriel Silva - Club São João 3º João Ribeiro - Sol Nascente 3º Gustavo Fulozino - Shitsuke Kata Infantil B F 6º kyu a 3º kyu 1º Mariana Evers - Cl. São João 2º Alice Beatriz Gomes - Seikan 3º Letícia Carlquist - Resistência 3º Karin de O. Shu - Hatha Kata Infantil B F 2º kyu e acima 1º Khetillyn Caruso - SESI-SP 2º Beatriz Silva - Kami 3º Gabriela Almeida - Hatha 3º Brenda Garret - APAK Kata Infantil B M 6º kyu a 3º kyu 1º Wagner Santos - Mente Força 2º Eric Veja Ruiz - Guarulhos 3º Gustavo Pereira - Mizuho Dojô 3º Deivid Normilio - AFP Piracicaba Kata Infantil B M 2º kyu e acima 1º João Barbosa - P. A. Cidadão 2º Maycon A. Sasso - Palmeiras 3º Henry Nakamura - Cadetes 3º Luiz G. Mariano - Itapetininga Kata Infantil A F 6º kyu a 3º kyu 1º Bárbara Cruz - Seikan 2º Ana P. Vilalba - St. Fé do Sul 3º Thainá Pedrogão - Guarulhos 3º Mariana Olímpio - Hortolândia Kata Infantil A F 2º kyu e acima 1º Rachel de Freitas - Guarulhos 2º Aline Teixeira - Gladiators 3º Letícia L. dos Santos - Seikan 3º Luami A. Rocha - Palmeiras Kata Infantil A M 6º kyu a 3º kyu 1º Luiz H. Medeiros - APAK 2º João V. Barbosa - Guarulhos 3º Lucas Y. Watanabe - Shureikan 3º Marcelo Firmino - Mizuho Dojô Kata Infantil A M 2º Kyu e acima 1º Fabrício Siqueira - Kakaton 2º Guilherme G. Silva - Seikan 3º Rubens da Costa - Shureikan 3º Lucas Nascimento - Dojô Kimê Kata Cadetes F 6º kyu a 3º kyu 1º Nayara Neri de Paula - Muniz 2º Isbelle Carriel - Ornaghi 3º Maria V. Braga - Mckan 3º Victoria da Silva - Mckan Kata Cadetes F 2º kyu e acima 1º Giovanna Melo - Guarulhos 2º Juliana Menezes - Seikan 3º Nathália dos Santos - Hisatugo 3º Katrine da Silva - Suvcena Cadetes Masc. 6º kyu a 3º kyu 1º Thiago de Camargo - Shureikan 2º Haroldo dos Santos - Gaviões 3º André Cavagnari - APAK 3º Victor Teodoro - Mckan

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Kata - Cadetes M 2º kyu e acima 1º Marcelo Tsunoce - Ourinhos 2º Erick Menezes Canto - Quissi 3º Maurício Sassaki - PA Cidadão 3º João Victor Ferreira - Mckan Kata Júnior F 6º kyu a 3º kyu 1º Isabel de Souza - Mckan 2º Carolina Ferraz - Mckan 3º Bárbara Guimarães - APAK 3º Lígia Vieira - Shitsuke Kata Júnior F 2º kyu e acima 1º Bruna Baiocchi - Kami 2º Daiane Felizardo - Detla 3º Ana B. Merotti - Cadetes 3º Bianca Diana - Shureikan Kata Júnior M 6º kyu a 3º kyu 1º Giovanni Andreotti - Kuroshio 2º João Victor Teixeira - Gaviões 3º Daniel de S. Santos - Mckan 3º André Kawakami - Shureikan Kata Júnior M 2º kyu e acima 1º Guilherme Hiroiti - SESI-SP 2º Edgard Nakashima - Shureikan 3º Luís Asanome - Prokae 3º Matheus Lourenço - Caraguá Kata Sub 21 F 6º kyu a 3º kyu 1º Deyse de Souza - Mckan 2º Karen Pontes - Nindokan 3º Jeniffer da Costa - Askan 3º Rafaela Ferreira - Gaviões Kata Sub 21 F 2º kyu e acima 1º Luana B. da Silva - Heian 2º Carolina de Lima - Yoshimura 3º Francielle Lima - AFP Piracicaba 3º Geovanna Santiago - Vinhedo Kata Sub 21 M 6º kyu a 3º kyu 1º Fernando F. Santos - Shureikan 2º Alexandre Borges - Mizuho Dojô 3º Bruno Cordeiro - Mckan 3º Anderson Matos - Gaviões Kata Sub 21 M 2º kyu e acima 1º Lucas Marcondes - Performance 2º Wellington Serri - Jyureikan 3º Thiago J. Kai - Tanden 3º Guilherme Cirillo - CPP Kata Sênior F 6º kyu a 3º kyu 1º Isabel de Souza - Mckan 2º Carolina Ferraz - Mckan 3º Larissa Santana - Kiyomizu 3º Deyse P. de Souza - Mckan Kata Sênior F 2º kyu e acima 1º Carolina de Lima - Yoshimura 2º Luana B. da Silva - Heian 3º Carina Morais - Guarulhos 3º Agnes Santos - Muniz Kata Sênior M 6º kyu a 3º kyu 1º Giovanni Andreotti - Kuroshio 2º Daniel S. S. Sênior - Mckan 3º Carlos Alberto Costa - Mizukan 3º César A. de Oliveira - Shureikan Kata Sênior M 2º kyu e acima 1º Christian Tavares - Performance 2º Murilo Alves - Kaizen 3º Daniel Yamaoka - SESI-SP 3º Vinicius Nakamura - Guarulhos Kata Veterano A F 6º kyu a 3º kyu 1º Márcia Rodrigues – C. São João 2º Christiane Israel - Caraguá 3º Regina Bramucci - Cambuci Kata Veterano A F 2º kyu e acima 1º Silmara Oliveira - P. A. Cidadão 2º Cynthia Nakamura - Hortolândia 3º Neuma dos S. Argolo - Kuroshio Kata Veterano A M 6º kyu a 3º kyu 1º Paulo Rodrigo Pinto - Bonsai Jyuku 2º Alfredo Brandt - Dojô Kimê 3º Osmar Porcino - CPP 3º Marcelo Galiotte - Palmeiras Kata Veterano A M 2º kyu e acima 1º Fábio Hisatugo - Hisatugo 2º Delfino A. Neto - Kiyomizu 3º Allan Nascimento - Hortolândia

3º Iranildo da Silva - Hortolândia Kata Veterano B F 2º kyu e acima 1º Janice M. - Dias - G. Atléctico 2º Marta Rocha V. Ferreira - Mckan 3º Lúcia Hashimoto - P. A. Cidadão Kata Veterano B M 6º kyu a 3º kyu 1º André de Lima - Cambuci 2º José Eudes dos S. Filho - Cambuci 3º Evilásio Barbosa - PEC. RDF Kata Veterano B M 2º kyu e acima 1º José Carlos Floriano - Itapetininga 2º Jozuel M. Duque - Detla 3º Edson Cremasco - Country Club 3º Jair Davanso - Palmeiras Shiai Mirim A F Absoluto 1º Alessandra de P. Ferreira - Unidos 2º Maria Eduarda Nascimento - Okinawa 3º Amanda Mota - Gladiators 3º Bianca Aronchi - SEJUL CRAS Shiai Mirim A M Absoluto 1º José Maurício Portela - Praia Grande 2º Cauã Eduardo Oliveira - Kami 3º Lineker V. Pietrucci - Hisatugo 3º Gabriel da Silva - SEJUL CRAS Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu -30kg 1º Ana Flávia Pereira - Yamato 2º Emilly Damião - Acqua Center 3º Ana Beatriz Mees - Yoshimura Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu -35kg 1º Mariana Franco - Kyodo Kai 2º Sarah dos Santos - Hortolândia 3º Ana Luíza Barboza - Ourinhos Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu -40kg 1º Alanis de Castro - Muniz 2º Giulia Cipriano - Praia Grande 3º Laura Pedrogão - Guarulhos 3º Micaelly de Paula - Muniz Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu -45kg 1º Giuliani Andreotti - Kuroshio 2º Alice Beatriz S. Gomes - Seikan 3º Geovanna Araújo - Kami 3º Emily Santana - Unidos Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu -50kg 1º Adrielly Santos - Kami Shiai Infantil B F 6º kyu a 3º kyu +50kg 1º Fiorella Matallo - Bonsai Jyuku 2º Bárbara Onaga - PEC. RDF Shiai Infantil B F 2º kyu e acima-30kg 1º Bianca da Silva - Cadetes 2º Beatriz Silva - Kami Shiai Infantil B F 2º kyu e acima -35kg 1º Steffany Schedenfeldtt - Kyodo Kai 2º Jéssica Matos - Kami 3º Sabrina de P. Ferreira - Unidos Shiai Infantil B F 2º kyu e acima -40kg 1º Brenda Garret - APAK 2º Gabriela Almeida - Hatha Shiai Infantil B F 2º kyu e acima -45kg 1º Khetillyn Caruso - SESI-SP 2º Ana Beatriz Silva - Joel Nelli Shiai Infantil B M 6º kyu a 3º kyu -30kg 1º Júlio César da Silva - SEJUL CRAS 2º Enzo Kpzone - Seidokan 3º Heitor S. Barbosa - Ourinhos 3º Marco Aurélio Rodrigues - Ourinhos Shiai Infantil B M 6º kyu a 3º kyu -35kg 1º Fagner Furtado - Okinawa 2º Lucas de Oliveira - Acqua Center 3º Erick N. Matsuda - Nindokan 3º Gustavo Pereira - Mizuho Dojô Shiai Infantil B M. 6º kyu a 3º kyu -40kg 1º Matheus Gabriel - Ourinhos 2º Gustavo Zarh - Hortolândia 3º Eric Veja Ruiz - Guarulhos 3º Leonardo Garcia - Gladiators Shiai Infantil B M 6º kyu a 3º kyu -45kg 1º Fernando Vital Filho - Girassol 2º Matheus Bartolomasi - Resistência 3º Fabrizio Tarpini - Kami 3º Guilherme Miranda - Ourinhos Shiai Infantil B M 6º kyu a 3º kyu -50kg 1º Pablo H. Santos - Louveira

2º Lucas F. Coelho - Soke 3º Gustavo Del Biachi - Cadetes 3º Ryan Wakugawa - P. A. Cidadão Shiai Infantil B M 6º kyu a 3º kyu +50kg 1º Hiago Cardoso - Kyodo Kai 2º Andrew Tayssuke - Karatê P.TOD Shiai Infantil B M 2º kyu e acima -30kg 1º Nicolas Hermínio - Ourinhos Shiai Infantil B M 2º kyu e acima -35kg 1º Andreh Marques - Unidos 2º Henry Nakamura - Cadetes 3º Luiz Guilherme Mariano - Itapetininga 3º Luís F. Visoto - Ourinhos Shiai Infantil B M 2º kyu e acima -40kg 1º José Vítor Alves - Louveira 2º Wallace P. Vieira - Ourinhos 3º Felipe Meula - Dias Shiai Infantil B M 2º kyu e acima -45kg 1º Kayque Azambuja - Shinshukan 2º Maycon A. Sasso - Palmeiras 3º João Pedro Barbosa - P. A. Cidadão Shiai Infantil B M 2º Kyu e acima-50kg 1º Bruno Guimarães - APAK Shiai Infantil A F 6º kyu a 3º kyu -35kg 1º Sabrina Merola - CPP Shiai Infantil A F 6º kyu a 3º kyu -40kg 1º Giovanna B. Simão - SESI-SP 2º Emily Lisboa Freire - SESI-SP 3º Helen Tavares - Min. do Tietê 3º Jaqueline Camargo - Hisatugo Shiai Infantil A F 6º kyu a 3º kyu -45kg 1º Bárbara C. Cruz - Seikan 2º Maria Eduarda da Silva - Shinshukan 3º Ana Paula Vilalba - St. Fé do Sul 3º Isabela Genuíno - Hisatugo Shiai Infantil A F 6º kyu a 3º kyu +45kg 1º Giovana Gomes - Ourinhos 2º Thainá Pedrogão - Guarulhos 3º Dayana Santos - Hisatugo 3º Elisa Barbosa - Hortolândia Shiai Infantil A F 2º kyu e acima -40kg 1º Mariana de Freitas - Yoshimura Shiai Infantil A F 2º kyu e acima -45kg 1º Stefany de Oliveira - Yamato 2º Aline Teixeira - Gladiators 3º Letícia Tauane Garcia - SESI-SP Shiai Infantil A F 2º kyu e acima +45kg 1º Ana Beatriz Borges - Kami 2º Rebeca Torquato - Yoshimura 3º Letícia L. dos Santos - Seikan 3º Ana Júlia Aronchi - SEJUL CRAS Shiai Infantil A M 6º kyu a 3º kyu -35kg 1º Daniel Ismael de Sá - Joel Neli 2º Luiz Henrique Medeiros - APAK 3º Gustavo Damasceno - SEESP Poá 3º Gabriel Oliveira Silva - Louveira Shiai Infantil A M 6º kyu a 3º kyu -40kg 1º Gabriel de Souza - P. A. Cidadão 2º Ramon Jane - Ourinhos 3º Vítor T. Nonino - Soke 3º Caio Ferraz - Mckan Shiai Infantil A M 6º kyu a 3º kyu -45kg 1º Nimai Caldas - Kami 2º Kaina Felipe - Ourinhos 3º Igor Balbino - Ourinhos 3º Júlio César Maiolo - Clube São João Shiai Infantil A M 6º kyu a 3º kyu -50kg 1º Lucas H. Mansan - Ourinhos 2º Gustavo A. Barboza - Ourinhos 3º Renan dos Anjos - Mckan Shiai Infantil A M 6º kyu a 3º kyu +50kg 1º João Victor Barbosa - Guarulhos 2º Isaac Moreira - Karatê P.TOD 3º Artur Antunes - Hisatugo 3º Gabriel H. T. Santos - Hisatugo Shiai Infantil A M 2º kyu e acima -35kg 1º Júnior Rafael Fagundes - Prokae Shiai Infantil A M 2º kyu e acima -40kg 1º Allan R. da Silva - Unidos 2º Enrico Lima - Makoto 3º Joaquim H. C. Nascimento - Shinshukan Shiai Infantil A M 2º kyu e acima -45kg

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4ª Copa São Paulo de K aratê

1º Gabriel A. Pinheiro - Yamato 2º Fabrício Siqueira - Kakaton 3º Leonardo Zeller - Subaru 3º Matheus Q. Lima - Unidos Shiai Infantil A M 2º kyu e acima -50kg 1º Leonardo P. Gonçalves - Seikan 2º Matheus N. Santana - Seikan 3º Lucas Nascimento - Dojô Kimê 3º Rubens A. da Costa Jr - Shureikan Shiai Infantil A M 2º kyu e acima +50kg 1º Guilherme G. Silva - Seikan 2º Leonardo M. Araújo - Wado Ryu 3º Igor Takahashi - Gomes 3º Gustavo Argolo - Kuroshio Shiai Cadetes F 6º kyu a 3º kyu -47kg 1º Thaís K. da Cruz - Mckan 2º Lethícia dos Santos - Joel Neli 3º Carolina Jacob - Ourinhos 3º Ester Barbosa - Joel Neli Shiai Cadetes F 6º kyu a 3º kyu -54kg 1º Maria V. Braga - Mckan 2º Pamela Pereira - Caraguá 3º Victoria da Silva - Mckan 3º Ana Beatriz Mangabeira - Caraguá Shiai Cadetes F 6º kyu a 3º kyu +54kg 1º Nádia Borges - A. F. P. Piracicaba. 2º Caroline Fernandes - APAK 3º Dayane Silva - Gomes - Seikan 3º Vânia Livramento - Caraguá Shiai Cadetes F 2º kyu e acima -47kg 1º Luíza Orsini Silva - Resistência 2º Maria Paula A. Freitas - Mckan 3º Ayra Nakamura - Cadetes Shiai Cadetes F 2º kyu e acima -54kg 1º Amanda Silvano Alves - SESI-SP 2º Gabriela F. Fortes - SESI-SP 3º Carina Caldeira - SEJUL CRAS Shiai Cadetes F 2º kyu e acima +54kg 1º Brenda Padilha - SESI-SP 2º Gabrielly Santos - Lions Cubatão 3º Nathally Vicente - Guarukai 3º Juliana Menezes - Seikan Shiai Cadetes M 6º kyu a 3º kyu -52kg 1º Tiago M. da Silva - SEJUL CRAS 2º André de Oliveira - Jyureikan 3º Murilo P. Borsaro - Soke 3º Thiago S. de Camargo - Shureikan Shiai Cadetes M 6º kyu a 3º kyu -57kg 1º Frank W. Furtado - SESI-SP 2º Rafael L. Segura - SESI-SP 3º João Gabriel N. Cruz - Hisatugo 3º Gabriel da Silva - Caraguá Shiai Cadetes M 6º kyu a 3º kyu -63kg 1º Haroldo dos Santos Jr. - Gaviões 2º Allan Galdino - Mckan 3º Matheus Silva - Acqua Center 3º Matheus Mendes - Gaviões Shiai Cadetes M 6º kyu a 3º kyu -70kg 1º Guilherme da Rocha - Shureikan 2º Estabili Amato - Hisatugo 3º Henrique T. dos Santos - Palmeiras 3º Sérgio Andrade - Ourinhos Shiai Cadetes M 6º kyu a 3º kyu +70kg 1º Kauê A. Silva - Guarulhos 2º Thiago Martins - SEESP Poá 3º Fábio Bispo dos Santos - SESI-SP 3º Wellington de Miranda - Curuçá Shiai Cadetes M 2º kyu e acima -52kg 1º Felipe dos Santos - Kami 2º Álvaro Mendonça - SESI-SP 3º Maurício Sassaki - P. A. Cidadão 3º Thiago do N. Ferreira - Unidos Shiai Cadetes M 2º kyu e acima -57kg 1º Frederico Felipe - A. F. P. Piracicaba. 2º Eduardo Ribeiro - Cadetes 3º Pedro Gabriel Santana - Unidos 3º Marcelo Tsunoce - Ourinhos Shiai Cadetes M 2º kyu e acima -63kg 1º Rilan Elias Camargo - SESI-SP 2º Guilherme Muniz - Unidos 3º José Augusto - Ourinhos 3º José Cacko - Kami Shiai Cadetes M 2º kyu e acima -70kg

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1º Giovani Salgado - Sport Way 2º Jhonatan V. Félix - Shinshukan 3º Gustavo Silva - Karatê P.TOD Shiai Cadetes M 2º kyu e acima +70kg 1º Guilherme Salgado - Sport Way 2º Pedro Neres - Gomes 3º Lucas Miranda - TK Karatê 3º Thiago Polastri - Karatê P.TOD Shiai Júnior F 6º kyu a 3º kyu -48kg 1º Ligia Vieira - Shitsuke Shiai Júnior F 6º kyu a 3º kyu -53kg 1º Carolina Ferraz - Mckan 2º Fernanda Guerra - SESI-SP 3º Isabel Paulino de Souza - Mckan 3º Sara J. Roveres - Hisatugo Shiai Júnior F 6º kyu a 3º kyu -59kg 1º Sofia Bustos - Subaru 2º Camila Inocêncio - Falcões 3º Thamiris Ferrari - Joel Nelli 3º Thaís dos Santos - Joel Nelli Shiai Júnior F 6º kyu a 3º kyu +59kg 1º Eduarda R. C. Luiz - Detla 2º Aline Restivo - Shitsuke 3º Isabela Malo - SESI-SP 3º Bárbara Guimarães - APAK Shiai Júnior F 2º kyu e acima -48kg 1º Bruna Baiocchi - Kami 2º Thainá Bertanha - TK Karatê 3º Jéssica Linhares - SESI-SP Shiai Júnior F 2º kyu e acima -53kg 1º Maria Elisa Nobrega - Sport Way 2º Larissa Rodrigues - Hortolândia Shiai Júnior F 2º kyu e acima -59kg 1º Gabrielle Sepe - CPP 2º Stephani Trevisan - Soke 3º Daiane da S. Felizardo - Detla 3º Bianca Diana - Shureikan Shiai Júnior F 2º kyu e acima +59kg 1º Thamires A. de Sousa - Soke 2º Diovanna A. Leôncio - St. Fé do Sul 3º Jennifer Sammers - Lions Cubatão 3º Ana Beatriz Merotti - Cadetes Shiai Júnior M 6º kyu a 3º kyu -55kg 1º Igor Cunha - Louveira 2º Lucas Sanches - PEC. RDF Shiai Júnior M 6º kyu a 3º kyu -61kg 1º Leonardo Oliveira - Shitsuke 2º Wilderfagner Silva - Louveira 3º Alex Martins - Mizuho Dojô 3º Daniel de S. Santos - Mckan Shiai Júnior M 6º kyu a 3º kyu -68kg 1º Anderson Bittini - ADC Rigesa 2º Frederico Kassem - Shitsuke 3º Matheus Castelani - SEESP Poá 3º Bruno Oliveira - Hortolândia Shiai Júnior M 6º kyu a 3º kyu -76kg 1º Giovanni Andreotti - Kuroshio 2º Maxsuel da Silva - Karatê P.TOD 3º Márcio Antônio Panato Filho - APAK 3º Gustavo Stress Moro - APAK Shiai Júnior M 6º kyu a 3º kyu +76kg 1º Matheus Caldas - Okinawa 2º Rafael Mota - Gladiators 3º Daniel Cardoso - Jyureikan 3º Leandro Rotert - Karatê Posse Shiai Júnior M 2º kyu e acima -55kg 1º Gabriel Stankunas - Yamato 2º Victor Mota - Jyureikan 3º Adilson Miranda - Cl. J. K 3º Luis Asanome - Prokae Shiai Júnior M 2º kyu e acima -61kg 1º Breno Salerno - Akasc 2º Vítor Mardegan - Wado Ryu 3º Gabriel A. Silvério - Hisatugo 3º Caio Drummond - Prokae Shiai Júnior M 2º kyu e acima -68kg 1º Sérgio Nascimento - SESI-SP 2º Ygor Correa - SEJUL CRAS 3º Cláudio Domingues - Prokae 3º Samuel Pereira - Cadetes Shiai Júnior M 2º kyu e acima -76kg 1º Hélio Pereira - SESI-SP 2º Victor Hojo - Akasc

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3º Nickson de Jesus - Olímpia 3º Hamilton Fernandes - SEJUL CRAS Shiai Júnior M 2ºkyu e acima +76kg 1º Lucas G. Silva - Curuçá 2º Pedro Rampazo - Min. do Tietê Shiai Sub 21 F 6º kyu a 3º kyu -53kg 1º Karen Pontes - Nindokan 2º Rafaela Ferreira - Gaviões 3º Camila Souza Silva - Shinshukan Shiai Sub 21 F 6º kyu a 3º kyu -60kg 1º Deyse P. de Souza - Mckan 2º Gabriela Silveira - Kuroshio 3º Gabriele Silva - Falcões 3º Jennefer da Costa - Askan Shiai Sub 21 F 6º kyu a 3º kyu +60kg 1º Juliana Guedes - Prokae 2º Daniele Negreiros - Min. do Tietê 3º Graziella Andrello - P. A. Cidadão Shiai Sub 21 F 2º kyu e acima -53kg 1º Francielle Lima - A.F.P. Piracicaba 2º Fernanda dos Santos - Resistência Shiai Sub 21 F 2º kyu e acima -60kg 1º Aline Perazzo Veronezi - Mckan Shiai Sub 21 F 2ºkyu e acima +60kg 1º Juliana de S. Silva - Suvcena 2º Larissa Máximo - Akasc 3º Jacqueline Medrado - Nindokan Shiai Sub 21 M 6º kyu a 3º kyu -68kg 1º Victor Tannous - Soke 2º Lucas Eloi dos Santos - Indaiatuba 3º Higor D. S. Oliveira - Jyureikan 3º Alexandre Borges - Mizuho Dojô Shiai Sub 21 M 6º kyu a 3º kyu -78kg 1º Gabriel Rossato - Osasco 2º Matheus Duarte - Sol Nascente 3º Anderson Matos - Gaviões 3º Bruno Cordeiro - Mckan Shiai Sub 21 M 6º kyu a 3º kyu +78kg 1º Ewerton da Silva - Okinawa 2º Luiz Felipe Aguiar - Caraguá Shiai Sub 21 M 2º kyu e acima -68kg 1º Hernani Veríssimo - Sport Way 2º Andrew Vicente - Guarukai 3º Alexandre Salmi - Kyodo Kai 3º Lislei da Silva Jr - Girassol Shiai Sub 21 M 2º kyu e acima -78kg 1º Carlos Enrique dos Santos - SESI-SP 2º Edmilson Z. Lima - Makoto 3º Lucas C. Barros - Kuroshio 3º Lucas Argolo - Kuroshio Shiai Sub 21 M 2º kyu e acima +78kg 1º Diogo R. Luciano - Hisatugo 2º Fabiano H. Pardo - Sport Way 3º Mateus de Souza - Yamaguchi 3º Daniel Junio do Prado - Castro Shiai Sênior F 6º kyu a 3º kyu -50kg 1º Camila Souza Silva - Shinshukan 2º Maria J. Gomes - Cl. S. Vicente Shiai Sênior F 6º kyu a 3º kyu -55kg 1º Ana Viotto - Kaizen 2º Amanda Américo - Sol Nascente Shiai Sênior F 6º kyu a 3º kyu -61kg 1º Deyse P. de Souza - Mckan 2º Clarissa Namorato - Bonsai Jyuku 3º Gabriela Silveira - Kuroshio 3º Aline Perazzo Veronezi - Mckan Shiai Sênior F 6º kyu a 3º kyu -68kg 1º Daniele Negreiros - Min. do Tietê 2º Aryanne de Jesus - Mckan Shiai Sênior F 6º kyu a 3º kyu +68kg 1º Maria Ap. Silva - Hitsuji Shiai Sênior F2º kyu e acima -50kg 1º Luana B. da Silva - Heian 2º Viviane Vechi - Bonsai Jyuku 3º Thauana Schiavom - Washi Kio 3º Rafaela G. Miguel - Hisatugo Shiai Sênior F 2º kyu e acima -55kg 1º Renata Trevisan - Soke 2º Natasha Kussano - Inoue Há 3º Carla Aquim - Muniz 3º Elayne Rabelo - Mckan Shiai Sênior F 2º kyu e acima -61kg 1º Érica dos Santos - SESI-SP

2º Beatriz Menegasso - Studio Global 3º Danielle da S. Ramos - Shinshukan 3º Ketlyn Silva - Dias Shiai Sênior F 2º kyu e acima -68kg 1º Thaís Elói - Performance Shiai Sênior F 2º kyu e acima +68kg 1º Mariana Ferreira - Bonfim 2º Kelly Cristina - Louveira 3º Verônica C. Rubião - Soke Shiai Sênior M 6º kyu a 3º kyu -60kg 1º Giovani Siqueira - Kuroshio Shiai Sênior M 6º kyu a 3º kyu -67kg 1º Marcos Bragantin - Dias 2º Rafael Bezerra - Indaiatuba 3º César Augusto Oliveira - Shureikan Shiai Sênior M 6º kyu a 3º kyu -75kg 1º Welton Castanheiro - Ourinhos 2º José Aparecido Ferreira - Louveira 3º Gabriel Souza - A. F. P. Piracicaba. 3º Bruno Cordeiro - Mckan Shiai Sênior M 6º kyu a 3º kyu -84kg 1º Thiago Santos - Kaizen 2º Rodrigo S. de Oliveira - Nindokan 3º Luiz César Mendonça - Osasco 3º Carlos Alberto Costa - Mizukan 5º Aron dos Santos - Shinshukan Shiai Sênior M 6º kyu a 3º kyu +84kg 1º Vítor Tavares - Dinâmica 2º Alexandre Pereira - Dias 3º Raldinei Scaramal Filho - Dias 3º Laion Cabrareto - Bonfim Shiai Sênior M 2º kyu e acima -60kg 1º Levi Félix Pereira - Rib. Preto 2º Lislei da Silva Jr. - Girassol 3º Guilheme Cirillo - CPP 3º Hedpo A. da Rocha - Nindokan Shiai Sênior M 2º kyu e acima -67kg 1º Hernani Veríssimo - Sport Way 2º Rafael Cândido - Nindokan 3º José Eduardo Silva - Akasc 3º Felipe dos Santos - SESI-SP Shiai Sênior M 2ºº kyu e acima -75kg 1º Wilians Quirino - Quirino 2º Pedro Alberto - Falcões 3º Carlos Enrique Santos - SESI-SP 3º Breno Teixeira - Verde Mares Shiai Sênior M 2º K kyu e acima -84kg 1º Marcos Paulo Andrade - SESI-SP 2º Ivan de Oliveira - Butoku Kai 3º Kevin Freitas - Wado Ryu 3º Eduardo Oliveira - Primavera Shiai Sênior M 2º kyu e acima +84kg 1º Samuel Paschoalotti - Bonsai Jyuku 2º Jean Medrado - Nindokan 3º Fabiano H. Pardo - Sport Way 3º Leandro Camargo - Bonfim Shiai Veterano A F 6º kyu e acima 1º Cynthia Nakamura - Hortolândia 2º Christiane Israel - Caraguá Shiai Veterano A M 6º kyu e acima 1º Fábio Hisatugo - Hisatugo 2º Renato Manjaterra - Bonsai Jyuku 3º Rogério Gonçalves - Muniz 3º Luciano Moreira - Karatê P.TOD Shiai Veterano B F 6º kyu e acima 1º Neuma dos S. Argolo - Kuroshio 2º Marta Rocha V. Ferreira - Mckan 3º Lúcia Hashimoto - P. A. Cidadão 3º Cleuza Souza - Kyodo Kai Shiai Veterano B M 6º kyu e acima 1º Waldenilson de Sousa - Country Club 2º Rildo Cunha Ramos - Makoto 3º Maurício Rizzo - Wado Ryu 3º José Raimundo N. Silva - Mizukan Shiai Veterano C F 6º kyu e acima 1º Janice M. Dias - G. Atlectico Shiai Veterano C M 6º kyu e acima 1º José Carlos Floriano - Itapetininga 2º Clésio Maciel - Resistência 3º Joaquim dos Santos - Curuçá 3º Carlos Melgaço - Okinawa

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Nome da Academia Bang Taekwondo Club Academia AMW Sports • Spah Center Academia Atividade (TKD Bang) Academia Bebedouro TKD Bang Academia Belmiro Giordani Academia Central Team Mauá Academia de Taekwondo Leopardo Academia Frente a Frente Taekwondo Cotia Academia Ipiranga Academia OTC Carlos Costa Academia Studio das Lutas Rio Claro Associação Alto Rendimento TKD Sorocaba Associação Bandeirantes Taekwondo Associação de Taekwondo de São Paulo Associação Desportiva Taekwondo Itu Associação Deuilson Lima Taekwondo Associação Fúria Taekwondo Associação Miyamoto de Taekwondo Associação Rodney Taekwondo Santos • Guarujá Associação Seon de Taekwondo Clube Associação Weleder Lourenço Bang Garça Bang Oriente Bang Paraguaçu Paulista Bang Presidente Prudente Bang Santa Antonieta Bang Vera Cruz Casa do Pequeno Cidadão Unidade 3 e 6 Casa do Pequeno Cidadão Unidade 4 Casa do Pequeno Cidadão Unidade Nóbrega Círcolo Italiano São Caetano do Sul Clube Campineiro de Regatas e Natação CT Twins Fighters ECN - Juventus Academia Matrix Equipe Hwarang-do Equipe Sander Sport de Taekwondo Fundesport Bang Araraquara I.T.A.M Taekwondo Jackson de Oliveira Instituto AFG Ivanildo Taekwondo Joyce Taekwondo Korak Taekwondo Liga Vale-paraibana de Artes Marciais Marquinhos Taekwondo Team Massa Team NTKD Combate de Taekwondo Prefeitura Municipal de Indaiatuba Prefeitura Municipal de Vargem Grande Paulista Programa Atleta Cidadão Projeto Raça – Prefeitura de Hortolândia Ribeirão TKD Bang Rogério Botelho Taekwondo Santo André TKD Scorpions Taekwondo Team Secretária de Esportes de Ribeirão Pires

Nome da Academia Bang Taekwondo Club Academia AMW Sports • Spah Center Academia Atividade (TKD Bang) Academia Bebedouro TKD Bang Academia Belmiro Giordani Academia Central Team Mauá Academia de Taekwondo Leopardo Academia Frente a Frente Taekwondo Cotia Academia Ipiranga Academia OTC Carlos Costa Academia Studio das Lutas Rio Claro Associação Alto Rendimento TKD Sorocaba Associação Bandeirantes Taekwondo Associação de Taekwondo de São Paulo Associação Desportiva Taekwondo Itu Associação Deuilson Lima Taekwondo Associação Fúria Taekwondo Associação Miyamoto de Taekwondo Associação Rodney Taekwondo Santos • Guarujá Associação Seon de Taekwondo Clube Associação Weleder Lourenço Bang Garça Sociedade Bang OrienteEsportiva Palmeiras Sport Club Corinthians Paulista Bang Paraguaçu Paulista Taekwondo Maninho TKD Du Sol Team Bang Presidente Prudente Vinhedo Taekwondo www.revistabudo.com.br Equipe de Lutas do Tatuapé Bang Santa Antonieta Casa do Pequeno Cidadão Unidade Rosália

Cidade Marília São Paulo – Vila Invernada Marília Bebedouro Santos Mauá Suzano Cotia São Paulo – Ipiranga Campinas Rio Claro Sorocaba Bauru Americana Itú São Vicente Suzano São Paulo – Vila Santana Santos Taboão São Vicente Garça Oriente Paraguaçu Paulista Presidente Prudente Marília Vera Cruz Marília Marília Padre Nóbrega São Caetano do Sul Campinas São Miguel Paulista São Paulo – Pq. da Mooca São Paulo – Brooklin Vargem Grande do Sul Marília Araraquara Praia Grande Santos São Paulo – Jardim Satélite Biritiba Mirim São Carlos São José dos Campos São Paulo – Jd. Paulistano São Paulo – Vila Silva Teles São Vicente Indaiatuba Vargem Grande Paulista São José dos Campos Hortolândia Ribeirão Preto Praia Grande Santo André Itu Ribeirão Pires

Cidade Marília São Paulo – Vila Invernada Marília Bebedouro Santos Mauá Suzano Cotia São Paulo – Ipiranga Campinas Rio Claro Sorocaba Bauru Americana Itú São Vicente Suzano São Paulo – Vila Santana Santos Taboão São Vicente Garça São Paulo – Perdizes Oriente São Paulo – Tatuapé Paraguaçu Paulista Mogi das Cruzes Jacareí Presidente Vinhedo Prudente São Paulo Marília Rosália

Telefone (14) 99761-9598 (11) 2028-5778 (14) 98133-2040 (17) 99131-6301 (13) 3011-3326 e 99149-2126 (11) 4519-5594 e 97193-2606 (11) 3433-5231 e 47342-3843 (11) 4242-0357 e 97348-3995 (11) 5062-3675 (19) 3227-2777 (19) 98182-6518 e 3533-3114 (15) 3017-2462 e 99635-3757 (14) 3204-8834 (19) 3601-0563 e 98361-7154 (11) 4013-0587 e 982235058 (13) 3463-6601 e 9961-1671 (11) 4744-4947 e 98599-8320 (11) 99173-2996 (13) 3236-4096 e 7811-1230 (11) 4092-2345 (13) 3464-5590 e 99122-4185 (14) 99761-9598 (14) 99761-0167 (18) 99745-3190 (18) 99745-3190 (14) 99660-9519 (14) 98145-7875 (14) 98223-1206 (14) 98199-6837 (14) 99691-6157 (11) 98445-2056 e 4238-5693 (19) 3794-2700 (11) 2033-0271 (11) 98390-6850 e 4224-2291 (11) 5044-9827 (19) 3641-5029 (14) 3454-4669 e 98119-5245 (16) 3332-3122 e 99183-4712 (13) 3471-4939 e 99783-1845 (13) 3251-2000 (11) 99619-9302 (11) 4791-3842 e 4692-1503 (16) 3419-8666 (12) 98178-9997 e 3901-7336 (11) 3813-5403 e 7771-3019 (11) 2566-4420 e 98139-8275 (13) 3021-7828 (19) 3825-6270 (11) 4158-3360 (12) 3932-8700 e 99161-8088 (19) 99628-9975 (16) 99213-7636 (13) 3472-2647 (11) 98047-9151 (12) 2093-0382 e 95276-4965 (11) 4519-5594 e 97183-2602

Telefone (14) 99761-9598 (11) 2028-5778 (14) 98133-2040 (17) 99131-6301 (13) 3011-3326 e 99149-2126 (11) 4519-5594 e 97193-2606 (11) 3433-5231 e 47342-3843 (11) 4242-0357 e 97348-3995 (11) 5062-3675 (19) 3227-2777 (19) 98182-6518 e 3533-3114 (15) 3017-2462 e 99635-3757 (14) 3204-8834 (19) 3601-0563 e 98361-7154 (11) 4013-0587 e 982235058 (13) 3463-6601 e 9961-1671 (11) 4744-4947 e 98599-8320 (11) 99173-2996 (13) 3236-4096 e 7811-1230 (11) 4092-2345 (13) 3464-5590 e 99122-4185 (14) 99761-9598 (11)99761-0167 97248-0678 e 3874-6500 (14) (11) 94124-3450 (18) (11)99745-3190 2312-2980 e 2378-5662 (12) 99721-4155 e 98160-7975 (18) (19)99745-3190 99123-9107 e 99241-4938 Revista Budô número 14 / 2014 121 (11) 98127-4542 e 98414-5921 (14) 99660-9519 (14) 98199-6837


Jogos Escolares de São Paulo

Jogos Escolares mantêm tendência de crescimento

A

pós dez etapas realizadas, a Federação Paulista de Judô encerrou a edição dos Jogos Escolares do Estado de São Paulo desta temporada. E o balanço do certame foi altamente positivo. Para Gerardo Siciliano, gestor da FPJ para esta competição, o evento promovido pelo governo do Estado de São Paulo vem mantendo a expansão. “Este é o terceiro ano consecutivo em que a Federação Paulista de Judô realiza esta competição, e felizmente estamos mantendo a tendência de crescimento. Nas dez etapas deste ano acreditamos ter recebido um pouco mais de 1.000 atletas nas quatro categorias: pré-mirim, mirim, infantil e juvenil. O que, comparado a 2012, quando assumimos o torneio, representa um crescimento de 70% no número de inscritos.” Nesta edição dos Jogos Escolares

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Pinto I Fotos REVISTA BUDÔ

nove etapas foram realizadas nas cidades de Botucatu, Mauá, Araçatuba, Registro, Fernandópolis, Brotas, Tupã, São Caetano e São Paulo, além da repescagem, em Mauá. Esta competição tem por objetivo promover, por meio da prática esportiva, a integração e o intercâmbio entre os alunos do ensino fundamental das redes públicas estadual e municipal e da particular, além das escolas técnicas estaduais e federais, favorecendo a descoberta de novos talentos que possam ser indicados para os programas Bolsa Talento Esportivo e Centro de Excelência Esportiva. Ao todo são disputadas 20 modalidades, desde as mais tradicionais, como futsal, judô, vôlei, basquete e atletismo, passando pelo xadrez e pelo tênis de mesa, até as voltadas aos alunos com deficiência física, inwww.revistabudo.com.br


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Jogos Escolares de São Paulo

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telectual e visual. A disputa abrange os naipes feminino e masculino e compreende quatro categorias: pré-mirim, até 12 anos; mirim, até 14 anos; infantil, até 17 anos; e juvenil, até 18 anos. Os Jogos Escolares do Estado de São Paulo são realizados por intermédio das secretarias de Educação, Esporte, Lazer e Juventude (SELJ); de Direitos da Pessoa com Deficiência; e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, com execução da Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo e demais entidades de administração ligadas ao setor. A disputa do judô é realizada por meio da parceria entre a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude de São Paulo e a Federação Paulista de Judô.

Resultado surpreendente Após o encerramento da fase estadual, os vencedores de todas as categorias nas 20 modalidades disputaram os Jogos Escolares da Juventude, e São Paulo obteve o melhor resultado desde a criação da competição nacional, conquistando 82 medalhas. Cláudio Roberto dos Santos, gestor dos Jogos Escolares paulistas, explicou que o resultado superou as expectativas. “Tradicionalmente São Paulo obtém bons resultados, mas neste ano superamos tudo que já havia sido feito. Fomos a João Pessoa com 164 atletas e 20 técnicos, e fomos o campeão geral, conquistando 82 medalhas, quase o do-

bro das do Rio de Janeiro, que chegou em segundo lugar com 45 medalhas. Se nos basearmos nas medalhas de ouro, o resultado é muito mais expressivo, já que totalizamos 38, enquanto o Rio obteve apenas 14. Sâo Paulo conquistou 30% de todas as medalhas de ouro em disputa.” O gestor dos jogos finalizou enaltecendo o desempenho dos judocas paulistas. “Geralmente o judô é a modalidade que conquista maior número de medalhas para São Paulo, e neste ano as meninas do infantil foram surpreendentes, conquistando seis ouros e um bronze, o que evidencia o excelente trabalho desenvolvido pelos professores e dirigentes paulistas”, disse Cláudio Roberto.

Classificação individual Mirim Sub 15 Feminino Super-ligeiro 1º Natalia de Oliveira - Colégio Policia Militar 2º Fernanda Costa - E.E. Orestes Guimarães 3º Sanny Leite – E.M. Dom Silvia Maria Dario 3º Victoria Bagatela - E.E. Prof. Ilson Gomes Ligeiro 1º Julia Fernandes - EMEF Palmyra Sant Anna 2º Kaylani Sales - E.E. Prof. Camilo Faustino 3º Maria Beatriz F. – E. Pe. Antônio Jorge Lima 3º Barbara Lopes - Colégio Mario Alix Meio-médio 1º Laura Ferreira - EMEF Lúcio M. Rodrigues 2º Maythe Pirolo – E. Prof. Suetonio Bittencourt 3º Maury Rego - E.E. Dona Consuelo 3º Gabriela Shinoda - Derem - Martinópolis Leve 1º Kenia Astron - EMEF Ver. Antônio Sampaio 2º Bruna Siqueira - Colégio Amorim 3º Tauane Gonçalves - E.E. Orestes Guimarães 3º Yasmin Botelho - Margarida Pinha Rodrigues Meio-médio 1º Marcela Kin Shimada - Colégio Gutemberg 2º Luana do Valle - Colégio Amorim 3º Mariana Bueno - Escola Pinheiros 3º Catarina Santos - E.E. Leonor Oliveira Mello Médio 1º Sandy Vieira – E. Prof. Oscar Alves Janeiro 2º Milena Tieni Kimura - Escola Pueri Domus 3º Larissa Ferraz - E.E. Dom Barreto 3º Manuela de Frederique - Colégio Vértice Meio-pesado 1º Gabriela Morais - Colégio Odila Azevedo 2º Maria Diniz - E.E. Edera Irene O. Cardoso 3º Thuane Ap. Silva - José M. Lobo 3º Lívia Lara Lopes - Colégio Gênios Pesado 1º Viviane Fernandes - E.E. Aprígio de Oliveira 2º Juliana Furtado - E.E. Cel. Fernando Prestes 3º Inara Rosado - E.E. 17 de Setembro 3º Josiane Crisóstomo - E.E. Ver. Alcides Filho Mirim Sub 15 Masculino Super-ligeiro 1º Romulo Souza – C. Benedito Ferreira Lopes 2º Lucas Venerado – Esc. Ruth Neves Santana 3º Guilherme Cecato - Colégio Athena Dinâmica 3º Robert Santos - Colégio Amorim Ligeiro 1ºPedro Assunção – Col. Passionista São Paulo 2º Felipe B. Lima - Colégio Atibaia 3º Victor Toscano - Colégio Emilie de Villleneuve 3º Vinicius Pesseh - Externato São José Meio-leve

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1º João C. de Souza - Colégio Pinheiros 2º Caio K. Kiwada - Colégio Judá Araçatuba 3º Marcos Martins - E.E. Dorival Calazans Luz 3º Gabriel Oliveira – Col. Emilie de Villeneuve Leve 1º João Vitor Souza - Colégio Suerando 2º João de Oliveira - Colégio Adélia C. Correia 3º Matheus Rosabone – Inst. Noroeste de Birigui 3º Thiago Guidette - Colégio Tableau Meio-médio 1º Renan Tsutsumi – Col. Emilie de Villeneuve 2º Leonardo A. de Macedo - E.E. José Alvim 3º Luccas Bastos - Escola Noé de Azevedo 3º Haroldo Tápias - Colégio Nova Diretriz Médio 1º Felipe Carvalho - E. Dr. Alberto Mello Neto 2º Washington Campos - E. Prof. Camilo Faustino 3º Lorran da Silva - E.E. Prof. Dr. Laerte Ramos 3º Andrey Neves - Colégio Policia Militar Meio-pesado 1º Gustavo Siqueira - Instituto Dona Placidina 2º Matheus Oliveira – Benedito Ferreira Lopes 3º Lonny Hilario - E.E. Azarias Leite 3º Vinicius Silva - Colégio - Policia Militar Pesado 1º Luiz F. Moura - Colégio Odila Azevedo 2º Heitor Terciotte - Colégio Eduardo Gomes 3º Ricardo de Oliveira Jr - Colégio Amorim 3º Rone Bertoncini - E.E. Prof. Maria Ap. Santos Infantil Sub18 Feminino Ligeiro 1º Jessica Carvalho - Colégio Objetivo Atibaia 2º Bruna Borges - ETEC Albert Einstein 3º Luana dos Santos - E.E. Estevam Ferri Meio-leve 1º Gabriela Clemente - E. Deodato Wetheimer 2º Larissa Pimenta - Colégio Amorim 3º Amanda Costa - E.E. Padre Anchieta 3º Larissa Marques – Col. Alpha Nações Unida Leve 1º Jessica Lima - Colégio Adventista SJC 2º Joseana Nunes - E.E. Orestes Guimarães 3º Estefani Oliveira – E.E. Prof. Tsuya O. Kimura 3º Leila Luvezutto - E.E. Gabriel Ortiz Meio-médio 1º Ketelyn Nascimento - Colégio Amorim 2º Ryanne de Lima – Assoc. Vila Carrão 3º Tahynara Feitosa - E. Dom Camillo Cavalheiro 3º Yasmin Fernandes - Colégio Singular Médio 1º Joice Machado - Colégio Galvão 2º Yanka Pascoalino - Colégio Amorim

3º Daise M. Lacatelle - E.E. Ernesto Monte 3º Sabrina T. Roosseto - E.E. Major Aracy Meio-pesado 1º Pamela Palma - E.E. Carlos Augusto Villal 2º Giovanna Fontes - Centro Educacional SESI 3º Gabriela Máximo - Centro Educacional SESI 3º Giovana Oliveira - Colégio Carlos Drumond Pesado 1º Beatriz Rodrigues - E.E. Emiliano Augusto 2º Sarah Luiza Gomes - ETEC Poá 3º Meire de Souza - E.E. Prof. João Alvarrenga 3º Amanda Souza - Colégio França Infantil Sub - 18 - Masculino Super-ligeiro 1º Rodrigo Nascimento - Dona Alice Fontoura 2º Mike Pinheiro - Colégio Objetivo - Atibaia 3º Gabriel Ap. Dias - Colégio Exatus 3º Leonardo de Oliveira - E.E. Enersto Monte Ligeiro 1º Michael Vinicius – E.E. Edera Irene Cardoso 2º Renan Ferreira - Preve Objetivo 3º Douglas Ap. de Sena - E.E. Major Aracy 3º Bruno Watanabe - Colégio Objetivo - Atibaia Meio-leve 1º Tacio H. Bráulio - Colégio Amorim 2º Caio H. Santos - E Ada Cariani 3º Kainan Pires – C. Adélia Camargo Correia 3º Haniel G. Simas - Colégio Objetivo - Atibaia Leve 1º Jeferson L. dos Santos - E.E. Major Arcy 2º Felipe Cintra - E.E. Stela Machado 3º Ronin Lins Rocha - E.E. Dom Pedro I Meio-médio 1º David Lima - E.E. Prof. Francisco V. Lopes 2º Luan Matheus Fernandes - Colégio Teresa 3º Lucas R. Togni - Escola Adventista do Campo 3º Giovani H. Ferreira - E.E. Major Aracy Médio 1º Ronnie W. Gomes - E.E. Águia de Haia 2º Eduardo de Souza - E.E. Maria Montessori 3º Igor da Silva - E.E. Ernesto Monte 3º João Victor Lopes - E.E. Major Aracy Meio-pesado 1º Henrique Francini - E.E. Pe. Saboia Medeiros 2º Matheus Pimentel - COC Colégio Incentivo 3º João Vitor Varela - E.E. Major Aracy 3º Kaue Santos - Colégio Salesiano S. Terezinha Pesado 1º Matheus da Rocha - E.E. Enersto Monte 2º Victor A. Pereira - E.E. Maria Montessori 3º André L. G. Soares - Colégio Objetivo - Atibaia 3º Jeferson Teodoro - E.E. Itajahy Feitosa Martins

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C ampeonato Brasileiro de Karatê – Fase Final

Final do brasileiro recebe

1.600 karatecas O Distrito Federal sediou a fase final do Campeonato Brasileiro de Karatê, evento que confirmou a expansão e o desenvolvimento da modalidade.

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Luiz Carlos Cardoso

Celio Rene

Aldo Lubes

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C

om apoio do Governo do Distrito Federal e da Confederação Brasileira de Karatê (CBK), a Federação Candanga de Karatê do Distrito Federal (FCKDF) realizou a fase final do campeonato brasileiro da modalidade. O evento realizou-se de 16 a 19 de outubro no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília (DF), e contou com a participação de 1.649 atletas, vindos de 25 Estados. A mesa de honra foi composta pelas seguintes autoridades políticas e esportivas: Luiz Carlos Cardoso, presidente da CBK; Abdias Cordeiro, presidente da Federação Candanga; Célio Rene Trindade, secretário de esportes do DF; Lucélia Ribeiro, técnica da seleção brasileira; Júlio César Ribeiro, deputado estadual; Vítor Paulo, deputado federal; Luiz Antônio de Araújo Kotsubo, presidente da IKGA do Brasil; Irazer Gadelha, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Karatê; Hércules Queiroz, diretor administrativo da CBK; Diego Lima, diretor jurídico da CBK; William Cardoso, diretor técnico da CBK; e Gervânio Antônio, membro do conselho fiscal da CBK. Na abertura desfilaram as 25 delegações, cujos representantes também ocuparam lugar na mesa de honra: Alagoas, representado por Thomas Cândido; Amapá, por Geyse Arruda; Bahia, por Antônio Carlos Negreiro; Ceará, por Luiz Carlos Cardoso Júnior; Espírito Santo, por João Espírito Santo; Goiás, por Joílson Ferreira; Maranhão, por Carla Almeida; Minas Gerais, por João Carlos Godoy; Mato Grosso do Sul, por Paulo José Muniz; Mato Grosso, por Gentil de Souza; Pará, por Pedro Yamaguchi; Pernambuco, por Luciano Beltrão; Rio Grande do Norte, por Márcio Oliveira; Paraná, por Aldo Lubes; Paraíba, por Antônio Carlos Costa; Piauí, por João Soares; Rio Grande do Sul, por Celso Piaseski; Rio de Janeiro, por Juarez Silva; Rondônia, por Ronaldo Patrício; Roraima, por Oberlan Jones; Santa Catarina, por Durci Nascimento; Sergipe, por Cristóvão Bittencourt; São Paulo, por José Carlos

de Oliveira; Tocantins, por Jocivaldo Cardoso; e Distrito Federal, por Abdias Cordeiro Dias. Após cumprimentar atletas e dirigentes, Célio Rene, secretario de Esportes do DF, enfatizou a força do karatê brasileiro. “Hoje é um dia muito importante para todos, em especial para mim que sou secretário de Esportes do DF, mas antes de tudo sou karateca e fiz parte da seleção por muitos anos. É com grande prazer que recebemos um campeonato dessa expressão no DF. Este não é apenas um evento esportivo, é uma competição gigantesca que recebe mais de 1.600 karatecas. Promover eventos desta magnitude ratifica a força e a importância do karatê no Brasil e do DF, que mostra capacidade em promover certames deste porte. Parabenizo o professor Luiz Carlos, que tem feito um brilhante trabalho à frente da CBK e com sua gestão está impondo enorme desenvolvimento em nossa modalidade. Estamos felizes pela dimensão e o respeito que o karatê brasileiro está conquistando no exterior, em função de uma gestão moderna e voltada para o desenvolvimento, no apoio aos professores, atletas e árbitros. Vivemos um momento único, no qual a palavra de ordem é crescimento. Espero que todos nós tenhamos discernimento para aproveitar e apoiar este movimento que mudou a realidade do karatê no Brasil. Desejo boa competição a todos.” Abdias Cordeiro Dias, o dirigente anfitrião, agradeceu a presença e deu boas-vindas a todos. “Estamos felizes com a presença de todos vocês aqui. Apesar de todo o trabalho e desgaste que vivemos na preparação desse evento, afirmo que este é um momento de muita alegria. Todos nós brasilienses estamos muito felizes por recebê-los. Aos atletas desejo que brilhem e desfrutem sempre toda a formação esportiva e educacional que o karatê proporciona a todos nós. A arte marcial nos oferece outro tipo de posicionamento e espero que todos vocês e, em especial, todos os faixas pretas, nunca esqueçam o compromisso de conduta e retidão que nós assumimos quando fizemos a opção de sermos karatecas. Agradeço a presença de todos, e faço um agradecimento especial à CBK, que não mediu esforços para que este evento fosse realizado em Brasília.” O dirigente candango fez uma pausa na cerimônia para homenagear Lucélia Ribeiro, uma das maiores karatecas do Brasil de todos os tempos. “Quero fazer uma homenagem a Lucélia Ribeiro, atleta de Brasília com quem tive a oportunidade de conviver e a satisfação de junto com ela conquistar vários títulos nacionais e internacionais. Quero dedicar esse campeonato brasileiro a ela, e dizer que muito do que realizei e conquistei no esporte foi impulsionado por ela. Lucélia possui um currículo invejável e entre suas conquistas destaco que é tetracampeã dos jogos pan-americanos e possui vários títulos mundiais. Hoje é técnica da seleção brasileira de karatê, na qual desenvolve trabalho excelente com a nossa diretoria técnica. Estou seguro Revista Budô número 14 / 2014

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C ampeonato Brasileiro de Karatê – Fase Final de que muitos títulos serão conquistados com a participação dela.” Após cumprimentar árbitros, técnicos, professores, diretoria e o corpo técnico da CBK, atletas e seus familiares, Luiz Carlos Cardoso homenageou os técnicos da seleção brasileira. “É uma satisfação enorme estar com todos vocês desfrutando o resultado prático do trabalho que cada um de vocês desenvolveu na temporada para chegar até aqui. Antes de vir a Brasília, passamos por vários Estados, onde promovemos as competições regionais no Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia. Foram cinco regionais que classificaram os melhores atletas do Brasil e que hoje estão aqui. Estes eventos reuniram mais de 5 mil atletas, e temos aqui hoje mais de 1.600 karatecas que traduzem o empenho e o esforço de cada professor, escola, academia e federação aqui representados. Pessoas que superaram as dificuldades interpostas em seu caminho, mas continuaram em busca do seu objetivo. Essa competição é um marco no karatê do Brasil, e nossa meta é crescer muito mais, e com a participação decisiva de todos vocês, tenho certeza de que atingiremos nossos objetivos. Antes de finalizar quero fazer uma homenagem aos

técnicos da seleção brasileira pelos resultados expressivos que estão conquistando para o nosso País. Representando todas as delegações presentes convido os professores e técnicos da seleção José Ulisses, Simone Yonamine, José Targino, Diego Spigolon, Ricardo Aguiar, Eurico Schopchaki, João Carlin, Lucélia Ribeiro, Tiago Carneiro, Moisés Cassimiro, Ubirajara Rangel, Gerardo Coelho e Roney Vítor para receberem esta pequena homenagem.”

Kodansha 9º dan

Ainda na cerimônia de abertura, Irazer Gadelha, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Karatê, outorgou o 9º Dan ao professor kodansha Aldo Lubes. “Desejo que esta graduação represente um símbolo de luta e reconhecimento aos serviços prestados pelo senhor ao karatê do Brasil.” Bastante emocionado, sensei Lubes falou sobre a importância do dojo kun. “Caros colegas, eu só quero transmitir que em minha trajetória no caminho do karatê o golpe mais forte que conheci são os lemas do karatê, ou seja, o dojo kun, algo que todos nós devemos desenvolver: caráter, consistência, sinceridade, autocontrole e acima de tudo o respeito. Muito obrigado.”

Homenagens

Em nome de toda a comissão técnica da FPK, Ricardo Aguiar, técnico da seleção brasileira, convidou o professor Walmir Zuza, diretor técnico da FPK, para fazer a entrega da homenagem ao professor Luiz Carlos Cardoso, presidente CBK, pelos relevantes serviços prestados ao karatê e principalmente por ter conseguido trazer para o Brasil uma etapa da Premier League, evento que se realizará no próximo ano, em São Paulo. Representando também toda a comissão técnica paulista, a professora Andréa Vieira de Souza prestou homenagem àquele que tem feito muito pelo karatê paulista e um dos responsáveis pela viabilização da Premier League em Sâo Paulo, o professor José Carlos de Oliveira, presidente da FPK.

Apresentação eletrizante

Antes das disputas houve apresentação de ginástica do Grupo Acrobático coordenado pela professora Márcia Janete Colognese, da Secretaria de Esportes do Distrito Federal, integrado por 32 ginastas que formam a seleção tricampeã brasileira, que representou o País no campeonato mundial realizado neste ano na França.

Ciça, Andrea e Carla, veteranas de ouro do karatê

Andréa Vieira entrega homenagem ao prof. Zeca

Professores Abdias Cordeiro, Didi, Geraldo de Paula, Zeca, Célio Rene, Pedro Oshiro e Aldo Lubes

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Os mais de 3 mil karatecas e a plateia que lotou o ginásio vibraram e aplaudiram muito a apresentação eletrizante dos alunos da professora Márcia. Com coreografia, música e vestimentas primorosas, o grupo envolveu crianças e adultos presentes. Como ocorre tradicionalmente em todos os certames do karatê, após a apresentação do grupo candango, Celso Rodrigues, diretor de arbitragem da CBK, convocou os árbitros para perfilarem diante da mesa honra e proferiu o rei inicial. Na sequência houve o juramento do atleta, feito pelo campeão mundial universitário Alberto Azevedo.

O bicampeão mundial Douglas Brose, a pentacampeã dos Jogos Pan-americanos Lucélia Ribeiro e Abdias Cordeiro com amigos na abertura do Certame

Valmir Zuza entrega homenagem a Luiz Carlos

Lucélia Ribeiro sendo homenageada por Abdias Cordeiro

Layla Cardoso e William Cardoso

Senseis Afonso Celso, Milton Coelho, Geraldo de Paula e Luiz Kotsubo

Dirigente mineiro comemora resultado

Milton Francisco Coelho, vice-presidente da FMK e coordenador técnico da seleção mineira, avaliou o certame positivamente. “A organização foi excelente e vimos grandes atletas. Tudo isso comprova o desenvolvimento da modalidade nos últimos dois anos. A nova gestão vai ao encontro do que vemos de melhor no karatê mundial. Vivemos um momento extremamente positivo em todos os sentidos: no planejamento, na administração, na arbitragem e na área técnica.” O dirigente celebrou o esforço de sua equipe. “O karatê de Minas Gerais está entre os três melhores. Paulistas, catarinenses e mineiros formam a elite de nossa modalidade. O desempenho mineiro aqui foi muito bom e conquistamos várias medalhas de ouro, prata e bronze. Creditamos estes resultados aos excelentes professores do nosso Estado. Professores como Alessandro Enege e Everton Rodrigues Carnaúba, de Pouso Alegre; Elmo Aparecido Santos, de Uberlândia; Paulo César Ferreira e outros técnicos que não vieram a esta competição, como os senseis Roney Vítor e André, de Uberlândia; sensei Baréu, de Águas de Lindoia; senseis Fábio e Robson, do Sul de Minas. Mas penso que tudo isso é fruto do exemplo que vem de cima. Estamos contagiados por um trabalho que visa ao desenvolvimento do karatê em todos os níveis e em todas as regiões do País.”

Recordista em títulos no kumitê destaca a importância do kata

Comissão técnica do Brasil sendo homenageada na abertura do certame

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Carla Ribeiro, brasiliense tetracampeã mundial de karatê, campeã mundial de kick boxing, tetracampeã pan-americana de karatê, tetracampeã sul-americana de karatê e bicampeã pan-americana de kick boxing, estreou na seleção brasileira em 1988 e só parou em 2004. Por 16 vezes foi campeã brasileira. Aluna de Flávio Testa, com quem acabou casando, Carla falou sobre o desempenho da equipe na época em que competia. “Antes do Testa tínhamos um tipo de resultando, e com ele as coisas mudaram bastante. Foi então que Revista Budô número 14 / 2014

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a equipe brasileira conquistou o vice-campeonato mundial no Japão, e começamos a acreditar que poderíamos ganhar efetivamente e não apenas participar. Estou fora do cenário e não poderia tecer nenhum comentário sobre o momento da modalidade. Vim visitar os amigos e fiquei surpresa com o tamanho da competição. Um ponto de que posso falar é a efetividade do karatê no MMA. Possuímos uma série de técnicas que, bem aplicadas, podem ser determinantes no octógono. Não existe karatê sem kata, e todo bom karateca tem de saber fazer kata. Quem faz um bom kata se dá muito bem no kumitê, e sua técnica é muito mais apurada.”

Técnico candango enfatiza trabalho da pré-temporada

Gerardo Júnior, técnico do Distrito Federal, ficou satisfeito com o desempenho de sua seleção. “Ainda não temos os números exatos da competição, mas acredito que tenhamos feito mais de sete medalhas de ouro e nos aproximamos de 30 medalhas no geral. Devemos ficar numa posição intermediária na tabela, mas a nossa avaliação inicial do trabalho é muito boa. Fizemos uma pré-temporada eficiente, nossos atletas estavam bem preparados, mas nas primeiras lutas entraram um pouco nervosos por estarem lutando em casa. Entretanto, aos poucos foram se soltando e os resultados apareceram. Apesar de bem jovens, muitos já são experientes e participam de campeonatos fora do Brasil.”

Dirigente paulista vê crescimento em todos os Estados

Embalado pela contagem de medalhas, José Carlos descreveu o momento da modalidade. “O karatê do Brasil está em franca expansão e em uma nova fase. Tudo é muito positivo. As pessoas estão entendendo a proposta, os presidentes entendem o que precisa ser feito e se mobilizam. Os pais estão mais participativos e comparecem em número bem mais expressivo. O ambiente está muito bom. Na competição São Paulo tem-se superado, e aqui ultrapassou as nossas expectativas. Ganhamos outros campeonatos brasileiros, mas este em especial se deve ao trabalho que vem sendo feito nos dois últimos anos, por intermédio do programa de desenvolvimento que estamos disponibilizando aos atletas. Vamos aperfeiçoar-nos ainda mais na área técnica, no tocante ao treinamento da seleção paulista, que, como sempre, participa dos eventos com um número bastante expressivo de atletas. A meta agora é alcançar a maior quantidade possível de medalhas. Os demais Estados estão evoluindo bastante, temos de nos adequar, até mesmo pela nova proposta da CBK.”

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Luiz Carlos Júnior relata a pulverização do karatê no Ceará

O presidente Federação Cearense comemorou o bom momento e a introdução da modalidade em projetos sociais. “Em termos de participação de atletas esta competição foi a maior de todas. O nível técnico foi altíssimo e na questão organizacional vimos algumas falhas que deverão ser corrigidas nos próximos eventos, mas nada que desabone o trabalho da federação candanga. Em minha avaliação o momento do karatê brasileiro é surpreendente, e hoje podemos comemorar por estarmos vivendo uma nova era na questão de gestão. Algo que não víamos há muito tempo e é de fundamental importância para o crescimento é a valorização dos atletas e professores, e com isso vemos cada vez mais pessoas envolvidas. Como karateca, professor e dirigente estou bastante otimista com o desenvolvimento de nossa modalidade, que hoje segue um modelo de gestão tirado de um Estado pobre como o Ceará, onde hoje temos 136 municípios praticando karatê, que foi introduzido no ensino fundamental. Apostamos nisso e temos hoje vários acadêmicos com graduação em karatê, pois no Ceará o governo desenvolve vários projetos sociais que precisam de professores capacitados. Temos certeza de que novos talentos surgirão nesses projetos e com isso alavancaremos ainda mais a nossa modalidade, disse Luiz Carlos Cardoso Júnior.”

Anfitrião comemora sucesso da competição

Professor Abdias Cordeiro, presidente Federação Candanga de Karatê, festejou o sucesso do evento. “Tivemos uma competição com alto nível técnico, muitos atletas do alto rendimento e boa organização. O resultado geral foi excelente para a modalidade. Trabalhamos para que o torneio transcorresse de forma tranquila e elevasse o karatê. Tenho certeza de que este evento alavancará ainda mais a modalidade no Distrito Federal, um Estado com grande tradição no karatê. Agradeço aos nossos apoiadores, ao GDF que possibilitou a realização desse trabalho, ao Frango no Pote, uma rede de fastfood de nossa cidade, ao Pedro Luís, ao Paulo da ABKS, a Sueli, minha secretária que não mediu esforços na realização da competição, a Raiane Oliveira, uma atleta que cuidou de toda a logística, e a minha família, que sempre está ao meu lado.”

Focando a massificação da modalidade

O dirigente nacional Luiz Carlos Cardoso destacou as novas parcerias e já pensa em 2015. “No aspecto quantitativo, tivemos mais de 1.600 atletas provenientes dos cinco torneios regionais realizados em diversos Estados, totalizando mais de 5 mil participantes. Chegamos à fase final de um brasileiro muito peneirado, e quando temos bom número no quantitativo o nível técnico sobe bastante. www.revistabudo.com.br

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C ampeonato Brasileiro de Karatê – Fase Final Tudo isso vem ao encontro da nossa gestão e de uma de nossas principais metas, que é a massificação do karatê do Brasil. Houve erros, falhamos em alguns aspectos, mas já estamos trabalhando na correção do que não deu certo aqui. Daqui por diante seremos mais criteriosos com a estrutura local, mas em linhas gerais o evento surpreendeu positivamente e superou as expectativas. Um aspecto bastante positivo foi a competição por estilos, que pôde propagar as características e particularidades técnicas e de arbitragem de cada um. Agregamos também a parceria com a Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), pois a parceria com a CBDU já existia desde a gestão passada, e pudemos realizar também os eventos destas entidades. Em linhas gerais minha avaliação é muito boa e agora precisamos pensar e trabalhar no calendário de 2015, que nos reserva novidades e muita emoção.”

Atletas comemoram conquistas

O pentacampeão brasileiro Manoel Santana quase não chegou a tempo para a competição, mas vibrou bastante com mais um título. “Foi muito difícil chegar a Brasília, mas valeu porque é uma satisfação enorme conquistar mais um título nacional. Fizemos lutas muito boas, mas muito difíceis. Ao todo foram quatro parelhas, e não houve luta fácil. Estava bem preparado, mas estou muito cansado e acho que isso tem muito a ver com o fim da temporada, quando as competições vão-se afunilando. Estou com 36 anos e já era para estar competindo no máster, mas ainda estou brigando no sênior e me sinto muito bem fisicamente. Foi muito complicado participar dessa competição e dedico essa medalha de ouro à minha filha Lívia da Costa Santana, que nasceu depois de estar casado por 15 anos. O desafio agora é manter a performance e me preparar para o próximo ano.” Bruno Alves Nascimento, do acima de 84 kg adulto, comemorou o primeiro ouro nacional. “Sou da Associação Rocha, de Santana de Parnaíba, e este é meu primeiro titulo brasileiro. Tinha um ouro e um bronze no paulista, e para subir ao pódio tive de fazer três lutas, numa competição com alto nível técnico. A meta agora é medalhar nos Jogos Abertos.” Erica Santos foi campeã sênior até 61 kg, e já foca a seletiva para a seleção que se realizará em janeiro. “Conquistei o tricampeonato brasileiro e estou muito feliz. Estou há cinco anos na seleção nacional, mas um título brasileiro sempre será motivo para muita comemoração. Defendo o SESI-SP, e meu tokui -waza (golpe preferido) é o guiaku-zuki de esquerda. Fiz quatro lutas, mas a primeira contra a Raiane, de Brasília, e a última com a Larissa, do Rio de Janeiro, foram as mais difíceis. Nossa categoria é uma das mais disputadas, mas isso só nos fortalece mais.”

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De olho no pódio de Bremen, Welinton Barbosa comemorou o bicampeonato do sênior, no acima de 84 kg. “Este foi meu segundo ouro brasileiro nesta categoria, se somarmos outras categorias, esse é o quinto ouro que alcanço. Sou de Brasília e meu sensei é o Caio Márcio, da CMK Fight. Meu golpe preferido é o kizami zuki, e para chegar ao ouro fiz cinco lutas. O nível técnico estava bem elevado e tivemos a participação dos melhores atletas do Brasil. O foco agora é o mundial da Alemanha, pois faço parte da seleção brasileira.” Outra karateca que focava o pódio da Alemanha era Noeli Praxedes Felipe, campeã no kata equipe adulto. “Volto para casa com a sensação do dever cumprido. A meta agora é trazer um bom resultado do mundial da Alemanha.” Aline Souza de Paula, campeã do kumitê -53 kg do sub 21, trabalha com afinco para representar o Brasil. “Poder participar da elite do karatê é o sonho de todo atleta. Sou aluna sensei Hércules, do Clube Verdes Mares, e este é meu último ano no sub 21. Estou tentando terminar a temporada em primeiro lugar no ranking, pois a meta é representar o Brasil.” Nicole Yonamine Mota busca manter toda tradição da família. Campeã individual do kata sênior, Nicole possui vários títulos pan-americanos, sul-americanos e brasileiros. Em sua última participação em mundiais ficou em quinto lugar. “Vou participar do mundial da Alemanha no kata equipe, e a sensação de integrar a elite do karatê e poder dar sequência ao trabalho dos meus pais e senseis – Simone Yonamine e Paulo Mota, no Gojuryu e Shitoryu, respectivamente – é muito gratificantes. Sou federada por Santa Catarina, e representar o Brasil é maravilhoso.” Lucas Argolo, campeão pan-americano sub 21 de kumitê por equipe, foca o novo desafio na seleção. “Minha meta agora é a seleção brasileira adulta. Este será um grande desafio, mas a disposição está sempre à frente. Sou atleta por São Paulo e defendo a associação Kuroshio. Meu sensei é Tiago Bernardino Rufato, e meu estilo é o shotokan.” Outra fera em Brasília foi Breno Mateus de Souza Teixeira, que revelou seus sonhos e metas. “Sou o atual campeão mundial júnior do -61 kg, pela World Karate Federation (WKF). Sou aluno do sensei William Cardoso, da Associação Clube Verdes Mares. Fazer parte da elite do karatê sul-americano é um sonho, mas representar nosso País é melhor ainda. Mas temos de trabalhar com determinação e afinco para vermos nossos sonhos realizados. A meta agora é participar do próximo mundial em 2015, e subir ao pódio de novo.”

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O podio geral com paulistas em primeiro, catarinenses em segundo e mineiros em terceiro

Atletas da seleção foram homenageados pela CBK

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C ampeonato Brasileiro de Karatê – Fase Final

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C ampeonato Brasileiro de Karatê – Fase Final quadro de medalhas

Classificação individual e por equipe Mirim “B” 6/7 anos Br/Pt Masc. 1º Felipe Carvalho - SP 2º Bruno Martins - SP 3º Lucas Cani - MG 3º Eduardo Filho - PB Mirim “B” 6/7 anos Br/Pt Fem. 1º Emanoela Ferreira - ES 2º Ana Silva - RJ 3º Lavínia Costa - RJ 3º Maria Ferreira - PA Mirim “A” 8/9 anos Br/Pt Masc. 1º Hugo Oliveira - MG 2º Júlio Garcia - RJ 3º Paulo Junior - BA 3º Carlos Moraes - AM Mirim “A” 8/9 anos Br/Pt Fem. 1º Leticia Kato - SC 2º Glória Ferreira - ES 3º Maria Simarro - MG 3º Ana Luíza - AM Infantil “B” 10/11 anos Br/Vd Masc. 1º Wagner Santos - RJ 2º Carlos Oliveira - AM 3º Eric Ruiz - SP 3º Rafael Coelho - MG Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 30Kg Masc. 1º Enzo Kozonoe - SP 2º Keven Oliveira - SE 3º Júlio Rodrigues - SP 3º Thúlyo Araújo - PE Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 35Kg Masc. 1º Fagner Souza - SP 2º Ruan Freitas - SP 3º João Costa - MG 3º Wagner Santos - RJ Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 40Kg Masc. 1º Willian Hangai - PR 2º Bryan Grade - PR 3º Jhames Albuquerque - CE 3º Victor Candido - PB Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 45Kg Masc. 1º Fernando Vital - MG 2º João Silva - RJ 3º Luis Rosa - MS 3º Guilherme Sandri - SP Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 50Kg Masc. 1º Samuel Perini - ES

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2º Levi Moura - CE 3º Nicolas Paulo - SC 3º Lucas Coelho - SP Infantil “B” 10/11 a Br/Vd + 50Kg Masc. 1º João Silva - SE 2º Marcelo Júnior - SP 3º Gustavo Reichert - SC 3º Deivid Martins - MG Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 30Kg Masc. 1º Antony Alvisi - SC 2º Vinicius Almeida - RO 3º Wallace Mendes - MG 3º Henry Nakamura - SP Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 35Kg Masc. 1º Kaue Rosa - SC 2º José Alves - SP 3º Carlos Coimbra - SP 3º Marcos Fonseca - MG Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 40Kg Masc. 1º Kauã Silva - RO 2º Nícolas Souza - SC 3º Diogo Santos - BA 3º Geovani Guzzon - MS Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 45Kg Masc. 1º Lucas Marongio - MG 2º Diego Pereira - SC 3º Bruno Morita - MS 3º Marcus Neves - DF Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt + 50Kg Masc. 1º Lucas Araújo - MS 2º Matheus Sena - MA Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 30Kg Fem. 1º Julia Nascimento - BA 2º Thais Prado - MT 3º Gabriela Frasson - SC 3º Analice Elias - SC Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 35Kg Fem. 1º Jaqueline Luebke - SC 2º Nicole Bauchipiess - SC 3º Daphynne Azevedo - PE 3º Andressa Mello - SC Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 40Kg Fem. 1º Adrielly Azevedo - MG 2º Giovanna Silva - SP 3º Nathália Cristine - AM 3º Kelly Cristina - AM Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 45Kg Fem. 1º Kailane Silva - RJ

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2º Giulianni Andreotti - SP 3º Alice Gomes - SP 3º Ingrid Corrêa - PA Infantil “B” 10/11 a Br/Vd - 50Kg Fem. 1º Gabriela Schereiber - SC 2º Fernanda Cota - MG 3º Paulina Costa - SE 3º Natalia Oliveira - MT Infantil “B” 10/11 a Br/Vd + 50Kg Fem. 1º Larissa Morine - MG 2º Ana Ivanoff - SP 3º Kamile Souza - BA 3º Leticia Oliveira - MG Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 30Kg Fem. 1º Maria Borgato - SC 2º Isabely Paula - MG 3º Beatriz Silva - SP 3º Yara Trogilo - SP Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 35Kg Fem. 1º Sthefany Schedenffeldt - SP 2º Camily Costa - SC 3º Maria Bertolin - SP 3º Jessica Matos - SP Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 40Kg Fem. 1º Franciele Silva - SP 2º Brenda Garret - PR 3º Luísa Klettenberg - SC 3º Clarice Silva - BA Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 45Kg Fem. 1º Maysa Silveira - SC 2º Giovanna Rossi - SP 3º Khetillin Caruso - SP 3º Gabriela Barros - PB Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt - 50Kg Fem. 1º Paula Barbosa - MG 2º Luana Goto - PA Infantil “B” 10/11 a Rx/Pt + 50Kg Fem. 1º Maria Masc.ari - SP Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 35Kg Masc. 1º Bernardo Silva - SC 2º Leonardo Schaeffel - SC 3º Marcus Santos - RJ 3º Vitor Falconi - RO Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 40Kg Masc. 1º Yuri Xavier - MG 2º Enrico Mietto - SP 3º Vitor Hessmann - SC 3º Gabriel Fonseca - MG

Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 45Kg Masc. 1º Wendell Ferreira - SP 2º Pedro Lucas - MG 3º Bruno Silva. - PB 3º Kalil Henrique - MT Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 50Kg Masc. 1º Lucas Miranda - DF 2º Antony Pablo - AM 3º Antonio Lima - SE 3º Henrique Caixeta - MG Infantil “A” 12/13 a Br/Vd + 50Kg Masc. 1º Gustavo Fernandes - MS 2º Andrew Leite - MG 3º Lucas Monteiro - PA 3º Matheus Morais - SP Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 35Kg Masc. 1º Kevin Jhonny - MS 2º Jonathan Oliveira - CE 3º Breno Silva - MG 3º Lucas Borges - DF Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 40Kg Masc. 1º Gustavo Martins - BA 2º Gustavo Fernandes - SP 3º Allan Silva - SP 3º Gabriel Jamaico - SP Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 45Kg Masc. 1º Allan Navarro - SP 2º Lucas Bezerra - SE 3º Isaac Santos - SE 3º Douglas Almeida - MG Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 50Kg Masc. 1º Fernando Leony - BA 2º Jhonatan Jobim - RJ 3º Mauricio Sassaki - SP 3º Alessandro Takagi - SP Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt + 50Kg Masc. 1º Guilherme Silva - SP 2º Marcos Gabriel - AL 3º Giovani Salgado - SP 3º Leonardo Mardagan - SP Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 35Kg Fem. 1º Nayra Silva - MG 2º Cintia Siqueira - SP 3º Isadora Lopes - SP 3º Bianca Freitas - MS Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 40Kg Fem. 1º Helen Tavares - SP 2º Alannis Amorim - PA 3º Leticia Ribeiro - MS 3º Ericka Nascimento - SC Infantil “A” 12/13 a Br/Vd - 45Kg Fem. 1º Camila Silva - CE 2º Maria Fernandez - SP 3º Nicole Silva - SP 3º Luma Reis - MG Infantil “A” 12/13 a Br/Vd + 45Kg Fem. 1º Anna Prezzoti - SP 2º Thais Santos - SP 3º Vivian Vieira - SE 3º Aynoan Santos - SE Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 35Kg Fem. 1º Brenda Oliveira - SC 2º Isadora Trombini - SC 3º Luiza Silva - SP Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 40Kg Fem. 1º Ariadne Boing - SC 2º Danielle Lima - RJ 3º Gabriela Strumendo - SP 3º Anne Ireno - MS Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt - 45Kg Fem. 1º Aline Teixeira - SP 2º Maria Silva. - MG 3º Beatriz Prado - MG 3º Talissa Jesus - SC Infantil “A” 12/13 a Rx/Pt + 45Kg Fem. 1º Maria Barbosa - MS 2º Ludmylla Batista - SE 3º Ana Pitanga - SC 3º Beatriz Schedenffeldt - SP Cadete 14/15 a Br/Vd - 52Kg Masc. 1º Kysller Balduíno - SP 2º Grigor Viana - SP 3º David Silva - SP 3º Gledson Araujo - BA Cadete 14/15 a Br/Vd - 57Kg Masc. 1º Frank Sousa - SP 2º Higor Santos - SP 3º Igor Cirilo - ES 3º Bruno Silva - DF Cadete 14/15 a Br/Vd - 63Kg Masc. 1º Pedro Lima - CE 2º Gleison Azevedo - CE 3º Victor Menezes - SE 3º Gustavo Souza - SP Cadete 14/15 a Br/Vd - 70Kg Masc. 1º Haroldo Junior - SP 2º Gustavo Moura - MG 3º Guilherme Hall - MS 3º Guilherme Rocha - SP

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Cadete 14/15 a Br/Vd + 70Kg Masc. 1º Thyago Brida - SC 2º João Pires - MG 3º Davi Ferreira - RJ 3º Erick Werner - SC Cadete 14/15 a Rx/Pt - 52Kg Masc. 1º Frederico Felipe - SP 2º Ayrton Sena - SP 3º Patrick Girelli - SP 3º Davi Santos - SP Cadete 14/15 a Rx/Pt - 57Kg Masc. 1º Erick Taira - MS 2º Weslei Nascimento - PR 3º Gabriel Azevedo - MG 3º Angelo Sales - PE Cadete 14/15 a Rx/Pt - 63Kg Masc. 1º Vitor Rodrigues - DF 2º Jhonathan Felix - SP 3º Claudio Domingues - SP 3º Rilan Reis - SP Cadete 14/15 a Rx/Pt - 70Kg Masc. 1º Bruno Ferrari - ES 2º Mailton Soares - CE 3º Ioseph Velho - SC 3º Josuan Schmitz - MT Cadete 14/15 a Rx/Pt + 70Kg Masc. 1º Ian Luchi - ES 2º Miqueias Mendes - MG 3º Heryk Souza - MG 3º Jorge Fortunato - RJ Cadete 14/15 a Br/Vd - 47Kg Fem. 1º Maria Carvalho - SC 2º Laura Losekann - SC 3º Daiana Silva - SC 3º Gleissy Alves - MT Cadete 14/15 a Br/Vd - 54Kg Fem. 1º Lívia Morais - SE 2º Sayonara Araújo - SE 3º Débora Lima - PE 3º Erica Zisinio - SC Cadete 14/15 a Br/Vd + 54Kg Fem. 1º Ana Merotti - SP 2º Joycele Santos - MS 3º Giulia Bueno - MG 3º Géssica Carmo - BA Cadete 14/15 a Rx/Pt - 47Kg Fem. 1º Barbara Rodrigues - MG 2º Juliana Oliveira - RJ 3º Beatriz Thihara - MS 3º Debora Amancio - MG Cadete 14/15 a Rx/Pt - 54Kg Fem. 1º Jessica Luebke - SC 2º Brigida Silva - MG 3º Tais Oliveira - CE 3º Jacyanne Santos - SE Cadete 14/15 a Rx/Pt + 54Kg Fem. 1º Gabrielly Santos - SP 2º Brenda Pereira - SP 3º Gloria Santana - CE 3º Yanne Vasques - MS Junior 16/17 a Br/Vd - 55Kg Masc. 1º Leandro Miranda - SP 2º Igor Cruz - BA 3º Guilherme Almeida - SP 3º Lucas Vieira - SP Junior 16/17 a Br/Vd - 61Kg Masc. 1º Vitor Ávila - SP 2º Armando Junior - ES 3º Riquelvi Tomas - SC 3º Vitório Leonardo - AM Junior 16/17 a Br/Vd - 68Kg Masc. 1º Lucas Macedo - MG 2º Pablo Rickes - RS 3º Alex Santos - PA 3º Lucas Santos - RJ Junior 16/17 a Br/Vd - 76Kg Masc. 1º Erick Guedes - BA 2º Luiz Lima - MG 3º Rayron Gomes - SC 3º Frederico Albuquerque - PR Junior 16/17 a Br/Vd + 76Kg Masc. 1º Thalles Gomes - GO 2º Matheus Santos - SP 3º João Costa. - PR 3º Alfredo Dores - MG Junior 16/17 a Rx/Pt - 55Kg Masc. 1º Alerrandro Sousa - CE 2º Gabriel Stankunas - SC 3º Patrick Dutra - RJ 3º Guilherme Pereira - SP Junior 16/17 a Rx/Pt - 61Kg Masc. 1º João Paula - CE 2º Luiz Boava - SC 3º Victor Matuszewski - SC 3º Vitor Mardegan - SP Junior 16/17 a Rx/Pt - 68Kg Masc. 1º Sergio Nascimento - SP 2º Diego Silva - MS 3º Lucas Oliveira - RJ

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3º Bíron Penteado - PR Junior 16/17 a Rx/Pt - 76Kg Masc. 1º Gabriel Santos. - DF 2º Hélio Neto - SP 3º Nickson Jesus - SP 3º Victor Hojo - SP Junior 16/17 a Rx/Pt + 76Kg Masc. 1º Jeferson Estevan - RJ 2º Leonardo Oliveira - DF 3º Daniel Bilert - PR 3º Daniel Baron - SC Junior 16/17 a Br/Vd - 48Kg Fem. 1º Carolina Ferraz - SP 2º Camila Souza Silva - SP 3º Josilane Nunes - MG 3º Jessica Cristina - MG Junior 16/17 a Br/Vd - 53Kg Fem. 1º Caroline Cândido - PR 2º Isabel Paulino - SP 3º Giovana Borba - SP 3º Karen Ferreira - SP Junior 16/17 a Br/Vd - 59Kg Fem. 1º Mikelen Pedraça - AM 2º Micaele Souza - MG 3º Juciele Sampaio - MA 3º Natalia Santos - BA Junior 16/17 a Br/Vd + 59Kg Fem. 1º Bruna Souza - MG 2º Vanusa Silva - MT 3º Sofia Bustos - SP 3º Luiany Araujo - MS Junior 16/17 a Rx/Pt - 48Kg Fem. 1º Jéssica Paula - SP 2º Bruna Baiocchi - SP 3º Tamillis Pimenta - ES 3º Julia Kruger - SC Junior 16/17 a Rx/Pt - 53Kg Fem. 1º Maria Eliza Nóbrega - SP 2º Rayane Freire - CE 3º Ana Ilorca - DF 3º Gabriela Silva - SC Junior 16/17 a Rx/Pt - 59Kg Fem. 1º Stephanie Trevisan - SP 2º Gabrielle Sepe - SP 3º Mayra Ferreira - SC 3º Isabela Rainho - SC Junior 16/17 a Rx/Pt + 59Kg Fem. 1º Shayene Ristow - SC 2º Nahomi Santana - PR 3º Ana Batista - ES 3º Luiza Fonseca - MG Sub 21 18/20 s Br/Vd - 68Kg Masc. 1º Lucas Freitas - SP 2º Lucas Santos - SP 3º Carlos Santos. - SP 3º Jorge Freitas - PE Sub 21 18/20 a Br/Vd - 78Kg Masc. 1º Igor Mendonça - PE 2º Jonathan Sousa - SP 3º Gabriel Souza - SP 3º Alisson Silva - PR Sub 21 18/20 a Br/Vd + 78Kg Masc. 1º Guilherme Santos - MG 2º Roger Avila - RS 3º Igor Ribeiro - BA 3º Lucas Souza - SP Sub 21 18/20 a Rx/Pt - 68Kg Masc. 1º Hernani Veríssimo - SP 2º Breno Teixeira - CE 3º Danilo Côrte - DF 3º Rafael Nascimento - MG Sub 21 18/20 a Rx/Pt - 78Kg Masc. 1º Filipe Alberto - RJ 2º Luiz Silva - PA 3º Lucas Argolo - SP 3º Felipe Furtado - PR Sub 21 18/20 a Rx/Pt + 78Kg Masc. 1º Gabriel Santos - MG 2º Fabiano Pardo - SP 3º Diogo Luciano - SP 3º Carlos Lima - SP Sub 21 18/20 a Br/Vd - 53Kg Fem. 1º Karen Pontes - SP 2º Thamires Cristina - MG 3º Paula Silva - MG 3º Patrícia Carvalho - MG Sub 21 18/20 a Br/Vd - 60Kg Fem. 1º Gabriele Silva - SP 2º Rafaela Lopes - MG 3º Ingrid Ramos - BA Sub 21 18/20 a Br/Vd + 60Kg Fem. 1º Barbara Souza - BA 2º Janaina Nascimento - MS 3º Lizandra Morais - MG Sub 21 18/20 a Rx/Pt - 53Kg Fem. 1º Aline Paula - CE 2º Juliana Barroso - SE 3º Luana Silva - SP 3º Gabriela Detoni - SP

Sub 21 18/20 a Rx/Pt - 60Kg Fem. 1º Aline Faria - MG 2º Lohana Moraes - RJ 3º Letycia Petri - MS 3º Ellen Santos - SE Sub 21 18/20 a Rx/Pt + 60Kg Fem. 1º Leticia Brito - SC 2º Nayara Gabriel - DF 3º Ana Melo - RJ 3º Ariane Silva - SC

Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 68Kg Fem. 1º Natália Brozulatto - SC 2º Bianca Mafra - SC 3º Ana Melo. - RJ 3º Nayara Gabriel. - DF Sênior 18 a e acima Rx/Pt + 68Kg Fem. 1º Morgana Simões - SC 2º Ariane Silva - SC 3º Marina Oliva - SC 3º Isabela Rodrigues - SC

Sênior 18 a e ac Br/Vd - 60Kg Masc. 1º Jean Barbosa - SC 2º Eder Braz - MG 3º Thyago Nascimento - DF 3º Claudemir Silva - SC Sênior 18 a e ac Br/Vd - 67Kg Masc. 1º Carlos Santos - SP 2º Edis Edgar - SP 3º Ederson Coutinho Amapá 3º Leandro Rocha - M Sênior 18 a e acima Br/Vd - 75Kg Masc. 1º Fabio Santos - SP 2º Evanildo Roldão - RO 3º Geovane Miranda - PE 3º José Silva - SP Sênior 18 a e acima Br/Vd - 84Kg Masc. 1º Daniel Silva - MG 2º Lucas Constantino - RJ 3º Caio Santos. - SP 3º Breno Borges - DF Sênior 18 a e acima Br/Vd + 84Kg Masc. 1º Bruno Nascimento - SP 2º Rauldinei Filho - SP 3º Cicero Miranda - MA 3º Vinicios Souza - BA Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 60Kg Masc. 1º Edemilson Santos - SC 2º Eric Henrique Braga. - RJ 3º Rafael Nascimento - MG 3º Douglas Ramos - SP Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 67Kg Masc. 1º Vinicius Figueira - SC 2º Luiz Rocha - SC 3º José Ribeiro - CE 3º Rayoll Vasconcelos - CE Sênior 18 a acima Rx/Pt - 75Kg Masc. 1º Milton Menezes - BA 2º Breno Teixeira - CE 3º Alisson Sobrinho - DF 3º Carlos Lourenço - DF Sênior 18 a acima Rx/Pt - 84Kg Masc. 1º Emanuel Ubirajara - SC 2º Marcos Silva - SP 3º Alison Harada - SP 3º Alberto Azevedo - DF Sênior 18 a e acima Rx/Pt + 84Kg Masc. 1º Wellington Barbosa - SC 2º Fabiano Pardo. - SP 3º Marlon Duarte - MG 3º Gledson Figueiredo - MG Sênior 18 a e acima Br/Vd - 50Kg Fem. 1º Thamires Cristina. - MG 2º Nayara Laureano - GO 3º Elizabeth Santos - SP 3º Ana Viotto - SP Sênior 18 a e acima Br/Vd - 55Kg Fem. 1º Paula Silva. - MG 2º Jessica Silva - SP 3º Joyce Oliveira - ES 3º Elielma França. - AM Sênior 18 a e acima Br/Vd - 61Kg Fem. 1º Yasmim Rodrigues - MG 2º Andresa Leal - RJ 3º Lorena Lima - DF 3º Giseli Vilarim - MS Sênior 18 a e acima Br/Vd - 68Kg Fem. 1º Lilian Valerio - MG 2º Mila Rocha - RJ 3º Janaina Nascimento - MS 3º Vivian Horing - SP Sênior 18 a e acima Br/Vd + 68Kg Fem. 1º Maria Silva - SP 2º Iara Sousa - DF 3º Suany Santos - BA Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 50Kg Fem. 1º Giovanna Feroldi - SC 2º Juliana Barroso. - SE 3º Aline Paula. - CE 3º Karla Teixeira - CE Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 55Kg Fem. 1º Valéria Kumizaki - SC 2º Rayane Santos - DF 3º Natasha Kussano - SC 3º Lohana Moraes - RJ Sênior 18 a e acima Rx/Pt - 61Kg Fem. 1º Erica Santos - SP 2º Larissa Barbosa Braga - RJ 3º Rayane Ferreira - DF 3º Maike Oliveira - SP

Master “A” 36/39 anos Br/Pt Masc. 1º Reginaldo Damião - MG 2º Wender Alves - MG 3º Julio Neto - BA 3º Alonso Neto - SP Master “B” 40/43 anos Br/Pt Masc. 1º Mauricio Rizzo - SP 2º André Matta - SC 3º Adriano Lopes - RJ 3º Paulo Silva - DF Master “C” 44/46 anos Br/Pt Masc. 1º Antonio Batista - MG 2º Rui Dantas - BA 3º Marcos Souza - SP 3º Jamir Oliveira - SP Master “D” 47/49 anos Br/Pt Masc. 1º João Fragoso - SP 2º Francisco Marreiro - CE 3º Ronaldo Paula - CE 3º Waldenilson Sousa - SP Master “E” 50/55 anos Br/Pt Masc. 1º Eziro Santos - BA 2º Ricardo Carvalho - SP 3º Breno Barreto - PB 3º João Gardini - MG Master “F” 56 a e acima Br/Pt Masc. 1º Marcos Silva - SP 2º Manoel Libanio - RJ 3º Carlos Teixeira - CE 3º Dorival Matos - DF Master “A” 36/39 anos Br/Pt Fem. 1º Cynthia Nakamura - SP 2º Viviani Vecchi - SP 3º Angelita Faria - SP 3º Ângela Jesus - BA Master “B” 40/43 anos Br/Pt Fem. 1º Adélia Rocha - PA 2º Neuma Argolo - SP 3º Luci Oliveira - SP 3º Kenia Peixoto - MG Master “C” 44/46 anos Br/Pt Fem. 1º Auxilene Silva - MG 2º Daniela Pagan - SP 3º Jeane Morais - SE 3º Marcia Deps - ES Master “D” 47/49 anos Br/Pt Fem. 1º Ilma Scota - ES 2º Vania Miguel - ES 3º Andrea Mesquita - SP 3º Cleusa Souza - SP Master “E” 50/55 anos Br/Pt Fem. 1º Vilma Andrade - SP 2º Ercilia Fernandes - SP 3º Sonia Almeida - SP 3º Fatima Oliveira - SP Master “F” 56 anos e acima Br/Pt Fem. 1º Yukie Nakashima - SP 2º Nelcinda Penha - SP Equipe Sub 21 18/20 a Rx/Pt Masc. 1º - DF9 - DF 2º - PR1 - PR 3º - SP8 - SP 3º - BA6 - BA Equipe Sub 21 18/20 a Rx/Pt Fem. 1º - SC10 - SC 2º - SP9 - SP 3º - MG2 - MG 3º - BA7 - BA Equipe Sênior 18 a Rx/Pt Masc. 1º - SC7 - SC 2º - SP10 - SP 3º - PR3 - PR 3º - DF10 - DF Equipe Sênior 18 a Rx/Pt Fem. 1º - SC8 - SC 2º - DF11 - DF 3º - BA9 - BA 3º - PR4 - PR Equipe Master 36 a Rx/Pt Masc. 1º - MG5 - MG 2º - BA10 - BA 3º - SP12 - SP 3º - PB2 - PB Equipe Master 36 a Rx/Pt Fem. 1º - SP13 - SP 2º - BA11 - BA 3º - MG6 - MG 3º ES8 - ES

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Centro de Excelência do judô

Danilo Pietrucci e Elton Quadros Fiebig

Professores Merli Cléber Puglia, Danilo Francisco e Elton ao lado de Ismar vibram com a inauguração de mais um núcleo de judô

O prefeito Ismar Ernani de Oliveira comemora o lançamento do Centro de Excelência

Divinolândia abriga novo Centro de Excelência do Judô Por meio da parceria entre a Federação Paulista de Judô e o Governo do Estado de São Paulo, o judô de alto rendimento da região da Serra da Mantiqueira conta agora com mais um local de treinamento: o Centro de Excelência do Judô de Divinolândia.

A

Texto e fotos I

MARCO ANTÔNIO FIORITE

prefeitura e o departamento de esportes do município inauguraram no dia 11 de novembro o Centro de Excelência do Judô de Divinolândia, com a presença de centenas de atletas de toda região. A partir de agora os judocas poderão crescer tecnicamente sem se deslocar para outros centros. O evento reuniu no anfiteatro da Prefeitura Municipal várias autoridades políticas e esportivas, entre as quais Ismar Ernani de Oliveira, prefeito de Divinolândia; Francis-

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co de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Cléber do Carmo, delegado regional da 12ª DRJ; Cláudia Maria Jacóia da Cunha, primeira dama de Divinolândia; Miguel Aparecido de Araújo, vice-prefeito de Divinolândia; Paulo Aurilietti, presidente da Câmara Municipal; vereadores Maurício, Benedito e José Sérgio; e os professores Danilo Pietrucci, Elton Quadros Fiebig e Luís César Merli. www.revistabudo.com.br


Alunos do Centro de Excelêcia recebendo judogis

Professores Elton, Puglia, Francisco, Danilo e Merli com o prefeito Ismar, a primeira dama Cláudia Maria e o vereador Maurício Pandolpho

Francisco de Carvalho destacou a importância do CT recém criado, para o desenvolvimento do judô da região

Com a inauguração do Centro de Excelência de Divinópolis o Governo do Estado de São Paulo disponibiliza agora oito núcleos de desenvolvimento técnico para o judô de alto rendimento. Com isso, Divinolândia se une a Santos, Fernandópolis, Ribeirão Preto, Atibaia, São Paulo, Sorocaba e Bastos, cidades que dispõem de núcleos similares e proporcionam desenvolvimento técnico aos judocas que buscam melhor preparo e mais competitividade. Para o prefeito Ismar Ernani de Oliveira, este é um projeto social e esportivo. “Todos nós estamos muito emocionados com esta conquista. Divinolândia foi contemplada com um projeto de alta relevância, e gostaria de agradecer o empenho de Francisco de Carvalho, que trabalhou incansavelmente para que Divinolândia fosse contemplada. Agradeço também a Alessandro, Cléber, Danilo, Elton e, principalmente, ao Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do governador Geraldo Alckmin. O esporte é o único caminho para evitar que os jovens se desviem para as drogas, e em Divinolândia o judô é a modalidade esportiva mais importante e praticada. Agradeço a todos que viabilizaram este projeto para nossa cidade.” Confiante, Francisco de Carvalho disse que esta é uma parceria vencedora. “Ações como as que viabilizaram a concretização do sonho do Danilo e do Ismar são muito

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importantes para o esporte e, consequentemente, para a juventude. O prefeito Ismar nos procurou em várias competições para falar sobre o projeto que buscava implantar aqui, e ele conseguiu. Quero parabenizá-lo pela determinação e empenho, que resultaram na viabilização desse projeto. Agora sou eu que faço um pedido: que assuma a responsabilidade de acompanhar o Danilo nos treinamentos, não apenas para cobrar resultados, mas o incentivando para que tudo dê certo. Tenho certeza de que esta parceria será vencedora e trará enormes resultados no campo competitivo e em âmbito social.” Na visão de Alessandro Puglia, o ponto alto do novo centro de treinamento é a qualidade dos professores que estão à sua frente. “O grupo de judô que vocês têm aqui possui um nível técnico excelente. Os professores Danilo, Elton e César desenvolvem grande trabalho na área técnica, e isso faz a diferença. Tenho certeza de que a ação deles à frente do centro de excelência deixará um grande legado, e espero que os atletas multipliquem a qualidade do trabalho feito por eles. Acreditamos que farão um trabalho promissor, tanto no aspecto competitivo quanto na formação dos jovens”, disse o dirigente, que finalizou parabenizando a prefeitura e o departamento de esportes de Divinolândia. “Trabalhando e investindo nos jovens, na educação e no esporte, vo-

cês estão fazendo o maior investimento que poderiam fazer no campo social.” Cléber do Carmo destacou a competência dos técnicos e do prefeito divinolandenses. “O Danilo é um profissional excelente porque trabalha com amor e muita competência. Temos aqui o melhor sub 21 do judô do Estado de São Paulo, e devemos isso ao trabalho desenvolvido pelos professores Danilo e Elton. Agradeço a Francisco de Carvalho e Alessandro Puglia por confiarem nos meninos, bem como ao prefeito Ismar de Oliveira pelo excelente trabalho que está realizando no esporte da cidade. Ele é um prefeito diferenciado, que promove a inclusão social por meio do esporte.” Para Elton Fiebig, ex-atleta da seleção brasileira e atual campeão mundial máster, a proposta é levar atletas do interior para competir em todo o País ao lado de grandes campeões. “A proposta dos centros de excelência é levar o judô para o todo o Estado, e a nossa meta é prepará-los da melhor forma possível para futuramente representarem nossa cidade e nosso País. O Projeto Futuro Centro de Excelência do Judô já é sucesso e tem várias conquistas. Temos de agradecer aos professores Chico, Alessandro e Cléber, bem como ao prefeito Ismar e a todos que estiveram conosco nesta luta.” Danilo Pietrucci agradeceu o apoio recebido. “É uma honra reunir as maiores autoridades de nossa modalidade em Divinolândia, e este é um sonho que está se realizando para mim e para vários atletas. Todos que um dia almejaram isso hoje têm de agradecer. Tudo isso está acontecendo graças à ajuda do prefeito Ismar de Oliveira, de Alessandro Puglia e Francisco de Carvalho. Esta é uma grande conquista de nossa cidade e dos nossos atletas. Só tenho de agradecer, dizendo muito obrigado.” Francisco de Carvalho concluiu mostrando a abrangência do projeto. “Este é o oitavo centro de excelência que o Governo do Estado de São Paulo implanta por meio do Eduardo Anastasi e toda a sua equipe. Este novo centro atenderá a toda a região Norte do Estado que faz divisa com Minas Gerais. Este projeto contou com grande apoio do prefeito Ismar de Oliveira, que cedeu as instalações para a implantação deste centro de treinamento. Tenho certeza absoluta de que a atuação dos professores Danilo e Elton coroará esta iniciativa, proporcionando o surgimento de novos talentos nesta região.”

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Medicina Esportiva

Cuidados com as

mãos do lutador

N

ossas mãos são formadas por um conjunto de ossos, ligamentos e tendões que, agindo em conjunto, realizam todos os golpes de ataque e defesa das diversas modalidades de luta. Para efetuar seu controle, um terço da região do cérebro responsável pela motricidade é dedicado inteiramente para as mãos e há até quem diga que foi a capacidade de manipular os objetos que permitiu ao ser humano evoluir para o que é hoje. As lesões traumáticas do punho e das mãos têm sintomas muito parecidos e são popularmente chamadas de “pulso aberto”. Este termo inclui lesões diferentes, como entorses e contusões do punho, a fratura do osso escafoide e lesões ligamentares do carpo.

Por DR. MATEUS

SAITO I Foto BUDÔ PRESS

Apesar de dolorosa no início, geralmente a recuperação é rápida, e uma característica comum das contusões é a formação dos hematomas. Eles podem surgir como manchas roxas no local do trauma. À medida em que são metabolizados pelo organismo, eles vão mudando de cor e do roxo passam para verde, marrom, amarelo, até desaparecer. Quando o hematoma não é reabsorvido, ele pode infectar ou criar depósitos de cálcio no seu interior, muitas vezes necessitando da drenagem cirúrgica.

Entorses

As entorses ocorrem quando há um movimento torcional do punho ou da mão. Nesse trauma, os ligamentos são esticados, porém não se rompem completamente, mantendo os ossos no lugar. São lesões relativamente comuns após quedas ou chaves. O tratamento geralmente é feito com imobilização da área afetada por uma a três semanas, com o uso de medicamentos anti-inflamatórios, com meios físicos e exercícios. Estas lesões são muito comuns nos dedos, e é fundamental evitar que eles permaneçam inchados por muito tempo

Contusões As contusões são consequência dos traumas diretos (pancadas) que atingem a mão e o punho, lesionando os tecidos em volta, mas preservando os ossos e ligamentos intactos. O tratamento inclui a imobilização, os anti-inflamatórios e a reabilitação.

COMO PROTEGER SUAS MÃOS 1 - Fortaleça a musculatura da mão, ela ajuda a dissipar o impacto e a proteger os ligamentos e articulações. 2 - Utilize sempre as bandagens recomendadas. Nos esportes com soco, prefira as luvas com contenção do polegar.

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3 - Combata sempre o edema. Se machucar a mão ou o punho, prefira mergulhar a mão inteira em um balde com água e gelo. Isso fará uma pressão uniforme ao redor da área edemaciada. Use bandagens elásticas suavemente para drenar e evitar o inchaço.

4 - Em caso de persistência de dor, procure o seu médico. Muitas lesões necessitam de tratamento específico, com boa possibilidade de recuperação quando tratadas a tempo.

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Lesões ligamentares

tica, existe a necessidade do tratamento cirúrgico, com reconstrução dos ligamentos. A técnica da artroscopia, na qual uma fibra óptica entra no punho e permite a visualização direta da lesão, é de grande valia, com maior precisão e uma recuperação mais rápida.

Fratura do escafoide

fratura do escafóide

para preservar o movimento. Para acelerar o processo utilize gelo, drenagem e bandagens elásticas. Se precisar imobilizar, tente deixar o dedo o mais estendido possível, até que um médico possa avaliar e descartar outras lesões, como as fraturas.

Lesões ligamentares do punho As lesões ligamentares do carpo são um estágio mais grave das entorses. Newww.revistabudo.com.br

las, ocorre a ruptura completa dos ligamentos que unem os ossos. A gravidade dessas lesões está no fato de quebrarem a harmonia do movimento dos ossos do carpo, gerando impactos que desgastam a cartilagem e geram dor e limitação do movimento. O diagnóstico deve ser feito precocemente, pois ainda não existem métodos eficazes de recuperação completa da cartilagem lesionada. Quando o diagnóstico é feito com os exames de raio-X e ressonância magné-

A fratura do osso escafoide é uma lesão grave do punho que, muitas vezes, passa despercebida. O osso é responsável pela transmissão da força do polegar para o resto do corpo e pode ser lesionado em uma queda sobre a mão espalmada. Como o osso é relativamente pequeno e tem o formato irregular, o exame inicial de raios-X pode não detectar a lesão. Caso o osso não seja imobilizado corretamente, a fratura não se consolida e pode gerar artrose (desgaste). Por esse motivo, alguns médicos preferem indicar o tratamento cirúrgico, com fixação do osso desde o início do tratamento. Outra complicação da fratura desse osso é a necrose, ou seja, a fratura leva à ruptura dos vasos do osso. Ele “morre” e acaba sendo parcialmente reabsorvido, deformando o osso e causando dor no punho. Quando a fratura tem desvio, por menor que seja, o tratamento de escolha é cirúrgico, com o correto posicionamento dos fragmentos e sua fixação adequada. Muitas vezes, um pequeno fragmento de enxerto ósseo tem de ser tirado da bacia ou do rádio.

Dr. Mateus Saito é ortopedista especializado em mãos. Atua como médico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), do Instituto Vita e do Hospital das Clínicas da FMUSP.

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Uma hist贸ria de vida e luta

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Academia Shotokan

35 anos de hegemonia esportiva e incentivo à cidadania

A

Texto EQUIPE

SHOTOKAN I

história da Shotokan confunde-se com a de seu criador. Para entender como tudo começou, devemos conhecer a carreira do sensei José Humberto de Souza, faixa preta 6º dan, engenheiro civil, árbitro internacional classe A pela International Traditional Karate Federation (ITKF) e fundador de várias entidades, como a Associação Centro América de Karatê Shotokan, Academia Shotokan e as federações mato-grossenses de pugilismo (FPMT) e karatê (FKMT). Em 1990 fundou a Federação de KaratêDô Tradicional do Estado de Mato Grosso (FKTMT), assumindo o cargo de diretor técnico, no qual permaneceu até 20 de fevereiro de 2014, sempre atuando em prol do desenvolvimento integral do ser humano por meio da prática salutar do karatê-dô. José Humberto começou a praticar karatê em 1970, na Academia Takey, em Uberlândia (MG), com o sensei Rui Barbosa Parente. Em 1975 mudou-se para Cuiabá para estudar engenharia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Já no primeiro dia em Cuiabá, começou a ministrar aulas de karatê na Academia Edmundo Curvo, a convite do sensei Marcos Pinto Gomes, na qual implantou e desenvolveu o karatê até 1978. Um dos seus primeiros alunos foi o sensei Juan de La Cruz Riveros Burgos, hoje com 70 anos e ainda em atividade. Em janeiro de 1979 fundou sua própria escola, a Academia Shotokan, e a Associação Centro América de Karatê Shotokan, entidade reconhecida

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Fotos ARQUIVO

SHOTOKAN e Charles Stihl

oficialmente em 1982 pelo Conselho Nacional de Desporto (CND). Filiada em 1983 à Confederação Brasileira de Pugilismo, a Associação Shotokan habilitou-se a participar de eventos oficiais da modalidade representando Mato Grosso. Nesse mesmo ano representou o Estado no campeonato brasileiro, conquistando a quinta colocação em kata individual masculino e feminino, com os atletas José Humberto de Souza e Maria Aparecida Serafina da Costa, como técnico o sensei Angelo Bergamaschi (sensei da Shotokan de 1980 a 1982). Desde então, passaram pela Shotokan mais de 6 mil alunos, com inúmeros objetivos: arte marcial, defesa pessoal, esporte, saúde, preparação física e mental, entre outros. Visando a melhor capacitação e expansão do conhecimento, sensei José Humberto e sua equipe participaram de diversos cursos de aprimoramento e treinamento com grandes mestres nacionais, entre os quais Yasutaka Tanaka, Inoki, Machida, Sasaki, Watanabe, Sagara, Okuda, Higashino, Uriu, Arai, Kazuo Naganime, Flávio Testa, Oswaldo Mendonça Jr., Ênio Vezulli, Johannes Freiberg Neto, Ugo Arrigoni Neto, Robson Maciel, Ronaldo Carlos, e internacionais como Hidetaka Nishiyama, Hiroshi Shirai, Osaka Yoshiharu, Masahiko Tanaka, Oishi, Kawasoe, Kurasako, Abe, Otta, Yahara, Yamamoto, Katsumi Ii, Ishiyama, Contarelli, Rick Jorgensen, Kwiecinski, Justo Gomez, Marcos Moron, Yokomichi e Nelson Carriòn.

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Uma história de vida e luta Sensei José Humberto foi o único brasileiro que treinou ininterruptamente com shihan Hidetaka Nishiyama, fundador do karatê-dô tradicional, de 1991 a 2007. Promoveu cursos, seminários, encontros e intercâmbios, em Cuiabá, com a maioria dos grandes mestres que moram no Brasil e alguns do Japão, Europa, Estados Unidos e Canadá. Por intermédio do sensei Sasaki, realizou intercâmbio com a Universidade Kokushikan do Japão, que enviou para Cuiabá 13 karatecas da equipe bicampeã japonesa universitária para uma semana de treino e torneio amistoso. Atuou pela primeira vez como árbitro internacional no pan-americano do México, em 1991, e seu trabalho e dedicação o levaram a obter o nível máximo como árbitro internacional – classe A em kata, kumitê, en bu e fuku go. Ao mesmo tempo foi nomeado diretor de arbitragem da Confederação

Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT). Esta nomeação valorizou e reconheceu o trabalho incessante de formação, ensino e qualificação de dezenas de árbitros nacionais e internacionais. Sensei José Humberto e sua equipe foram os responsáveis pela tradução do único livro de regras de karatê-dô tradicional escrito pelo shihan Nishiyama, e a partir daí todos puderam ter acesso às regras, aos padrões de competição e a uma ferramenta indispensável para o entendimento da modalidade. A International Traditional Karate Federation, detentora dos direitos autorais, disponibilizou a obra para todos os países de língua portuguesa. Além do livro, foi elaborada pela equipe da Shotokan uma cartilha nos idiomas português e inglês, ilustrada com fotos das sinalizações de árbitros lateral e central, facilitando o entendimento dos diversos termos e sinais utilizados pela arbitragem em competições. Sensei José Humberto lembra que, para

chegar onde chegou internacionalmente, dependeu muito de várias pessoas. Primeiro, do shihan Yasuyuki Sasaki, que inicialmente deu suporte a todo o trabalho técnico desenvolvido em Mato Grosso, e aos intercâmbios com a Universidade Kokushikan de Tóquio, atletas e mestres japoneses que vieram a Cuiabá. Destaque ainda ao shihan Luiz Tasuke Watanabe, pois por meio dele é que muitas portas foram abertas junto a diversos mestres de todo o mundo, e também ao apoio incondicional do sensei Oswaldo Mendonça Júnior durante o período em que ocupava o cargo de presidente da CBKT, quando o nomeou diretor de arbitragem, cargo em que permaneceu até outubro de 2013, último ano do primeiro mandato de Gilberto Gaertner.

Mundial da Polônia em 1998

7º Mundial Treviso Itália (1974)

Atletas do projeto medalhistas no brasileiro juvenil realizado no Rio de Janeiro, em 2014

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Atletas do projeto medalhistas no brasileiro do Distrito Federal, em 2014

Esporte de rendimento Como esporte de rendimento e resultado de trabalho e dedicação, sensei José Humberto, o karatê de Mato Grosso e, consequentemente, a Shotokan ganharam notoriedade. Em março de 1991, deixou a Infraero – na qual durante 11 anos ocupou os cargos de engenheiro, gerente de operações/manutenção/segurança e por diversas vezes superintendente interino – para dedicar-se prioritariamente ao karatê-dô tradicional. Como resultado, em dezembro do mesmo ano, dois de seus alunos integraram a seleção brasileira que disputou o pan-americano realizado no México, conquistando a segunda colocação. E a partir de 1992 Mato Grosso foi a base da seleção brasileira e a Shotokan a academia que mais títulos obteve dentro da CBKT.

Tais resultados obtidos ao longo do tempo trouxeram o reconhecimento e convite ao sensei José Humberto para ministrar cursos e seminários técnicos em várias cidades do Brasil e em outros países, assim como a vinda de professores, árbitros e atletas estrangeiros para treinamentos e seminários ministrados em sua sede, a fim de aprimorar o karatê e trocar experiências.

Trabalho social, esporte e cidadania

Consagrada no esporte de rendimento, a Shotokan iniciou o trabalho social em 2000, implantando um projeto piloto na escola Gonçalo Domingos de Campos (CAIC), em Várzea Grande (MT), em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso e a Prefeitura Municipal de Várzea Grande. Era uma

Apresentação coletiva

Principais resultados obtidos pela Shotokan até novembro de 2014 • Tricampeã mundial adulto (1994/2000/2010) • Dois vice-campeonatos mundiais adultos (1992/1996) • Três bronzes em mundiais adultos (1998/2002/2008) • Campeã da copa mundial júnior/juvenil (2001) • Campeã da copa mundial (1996) • Bronze na copa mundial (JKA) (2000) • Campeã intercontinental (2002) • Decacampeã pan-americana (1993/1995/1997/1999/2001/2003/2007/2009/2011/2013) • Campeã pan-americana júnior/juvenil (2003) • Bicampeã sul-americana interclubes (2003/2005) • Pentacampeã sul-americana (JKA) (2000/2002/2005/2007/2008) • Tetracampeã internacional interclubes (1996/2009/2010/2011) • 23 vezes campeã brasileira júnior/juvenil (1992 a 2014) • 21 vezes campeã brasileira adulto feminino individual - Adairce Castanhetti (1992 a 2012) • 17 vezes campeã brasileira adulto geral (1993/1995/1997/1999/ 2000/ 2002 a 2014) • 24 vezes campeã estadual (1989 a 2013)

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proposta diferenciada: aulas de karatê-dô tradicional duas vezes por semana como matéria obrigatória, contemplando os 450 alunos do período matutino que cursavam até a 4ª série. O desafio era promover a integração e reduzir os índices de violência, agressividade, indisciplina, falta de higiene, falta de concentração, baixo índice de aprendizagem, repetência e a formação e participação em gangues dentro e fora da escola. Após um ano e meio da implantação do projeto, constatou-se melhoria de 80% na maioria dos objetivos propostos, e o fim da participação dos alunos em gangues. Também se verificou que vários atletas se destacaram em diversas áreas. Após a finalização do projeto, que durou três anos, alguns alunos da instituição tiveram seus treinos transferidos para a sede Shotokan. Uma das alunas, Nélia Pedroso de Barros, que continua em atividade, formou-se faixa preta 1º dan, sagrou-se campeã brasileira por diversas vezes e venceu o torneio internacional interclubes. Mas sua maior conquista foi ingressar na universidade, no curso de engenharia civil, sendo recentemente convidada a estagiar numa grande construtora de Cuiabá que está construindo 500 casas. Acima do esporte, o karatê transforma a vida das pessoas. Apoiada pela Shotokan, a sensei Vilda Aparecida Lúcio, faixa preta 5º dan, campeã mundial de en bu misto (Itália/2000), reconhecida como uma das melhores professoras de karatê, especialmente para crianças até 13 anos, implantou em parceria com a faculdade em que estudava educação física um projeto social de karatê-dô tradicional para atender crianças da comunidade de Várzea Grande. Foi um passo importante rumo à consolidação dos projetos sociais. Neste projeto capitaneado por sensei Vilda, assim como no CAIC, muitos foram os destaques que continuaram seus treinamenRevista Budô número 14 / 2014

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Uma história de vida e luta

CMDCA

Carlos Klaus, secretário de esportes de Cuiabá

Diretores da Agro Amazônia

Ulisses Serotine da TVCA entregando kimono do projeto esperança a Emanuelly Pereira

tos na sede da Shotokan, entre eles Jesse Parente Tocantins, que também se graduou faixa preta 1º dan e em 2012 sagrou-se campeão mundial júnior e juvenil, na Polônia. Entretanto, como maior conquista, passou em primeiro lugar no vestibular de odontologia numa universidade de Cuiabá. O Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania surgiu dessas iniciativas e foi implantado inicialmente no Palácio das Artes Marciais Iusso Sinohara. Primeiro, em parceria com o SESI (Atleta do Futuro) para atender a crianças e adolescentes, principalmente da comunidade e adjacências; segundo, em parceria com a Secretaria de Assistência Social do Município de Cuiabá, para crianças e adolescentes beneficiadas pelo PETI; terceiro, para crianças e adolescentes selecionados para o projeto patrocinado pela empresa Agro Amazônia e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), por intermédio do Fundo da Infância e Adolescência (FIA). Essas iniciativas e resultados deram visibilidade ao Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania. Então, motivada, a equipe de professores vinculados à Shotokan buscou ampliar o trabalho social, implantando outros projetos na capital e no interior, em parceria com empresas, governos municipais, estadual e federal, conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, secretarias de Assistência Social, de Educação, de Esportes, Cidadania e Juventude, programas do governo federal (PETI, Segundo Tempo, Mais Educação, Educa Mais etc.), além do SESI, Fundação Banco do Brasil, Voluntariado do Banco do Brasil e Criança Esperança. Hoje o projeto é realizado em 18 polos: Palácio das Artes Marciais, CRAS, Asilo Santa Rita, Instituto São Domingos Sávio, Centro Comunitário, várias escolas públicas municipais e estaduais e na sede da associação. É necessário agradecer a Rudy Rader,

Banco do Brasil

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primeiro padrinho do projeto apoiado pela Fundação Banco do Brasil por intermédio do voluntariado da instituição, que sempre acompanhou de muito perto as ações e o desenvolvimento dos karatecas beneficiados (crianças e jovens estudantes de escolas públicas da capital mato-grossense) na prática do karatê e na melhoria de qualidade de vida como um todo. Hoje, o voluntariado continua apoiando o projeto por meio de toda a equipe da Agência Dom Bosco (Cuiabá/MT), liderada pela gerente geral de agência Ana Carolina Iocca Rosa, que não mede esforços para que as ações desenvolvidas pela Shotokan sejam coroadas de êxito. Outra grande conquista, fundamental para a difusão do projeto e do trabalho realizado pela Shotokan ao longo dos anos, é o apoio recebido em 2014 do Criança Esperança, que lhe valeu o selo da Unesco e da Rede Globo. Trata-se de um passo de suma importância, que confirma a credibilidade da instituição em relação ao trabalho realizado, o que a engrandece e com certeza aumenta muito a visibilidade e a responsabilidade do trabalho desenvolvido. Com o objetivo de apoiar os beneficiados mais dedicados e interessados e dar-lhes oportunidade, é oferecida a eles a possibilidade de treinarem ao lado de atletas de alto nível e participarem de eventos nacionais e internacionais. Crianças e jovens selecionados são levados para treinar na sede da associação, onde funciona um dos principais polos. Os resultados têm sido surpreendentes: um campeão mundial, campeões sul-americanos, campeões brasileiros e vários campeões estaduais.

Palavras do voluntariado aos beneficiados do projeto

“Nós, voluntários do Banco do Brasil no projeto Shotokan, temos como principal motivação para o exercício do voluntariado: a satisfação. O trabalho voluntário gera uma realização pessoal, um bem-estar interior originado do prazer de servir a quem precisa. É um sentimento de solidariedade e amor ao próximo aliado à importância de sentirse socialmente útil. No voluntariado, todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário trabalha e a comunidade. E o mais importante é ajudar essa equipe que faz a diferença no mundo, tornando a vida destas crianças mais alegre, além de prepará-las para serem melhores cidadãos do que nós fomos. O esporte ensina princípios que são de grande valia para a vida toda, como a disciplina, o www.revistabudo.com.br

Treino na Shotokan

Treino na Shotokan

Treino na Shotokan

Aulas no Projeto PETI em 2012

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Uma história de vida e luta

Alguns professores da Academia Shotokan

respeito à dedicação e a superação de seus limites. Só temos a agradecer ao Projeto Voluntariado do BB, que nos permitiu vivenciar esta experiência e ainda mais à Shotokan. Obrigada por nos deixar ajudar.”

Equipe consolidada

Os profissionais da Academia Shotokan, todos formados, preparados e comandados pelo sensei José Humberto, são os grandes responsáveis pelo sucesso alcançado por crianças e jovens nas competições, no trabalho social e na evolução como ser humano, atuando na sede da associação e nos diversos polos. Entre eles, devem ser citados sensei Vilda Aparecida Lúcio, educadora física, faixa preta 5º dan, diretora social da Shotokan, campeã mundial, tricampeã pan-americana, bicampeã sul-americana e decacampeã brasileira; sensei Rodrigo Lúcio de Souza, administrador de empresas, faixa preta 5º dan, diretor técnico e de arbitragem da Shotokan, vice-campeão mundial, oito bronzes em mundiais, campeão da copa mundial júniorjuvenil, pentacampeão pan-americano, heptadecacampeão brasileiro adulto e eneacampeão brasileiro júnior-juvenil; sensei Adairce Castanhetti, educadora física, faixa preta 5º dan, campeã mundial, campeã da copa mundial, sete bronzes em mundiais, octacampeã pan-americana, pentacampeã sul-americana e 22 vezes campeã brasileira; sensei Thiago de Lima Antônio, faixa preta 3º dan, campeão mundial, bicampeão pan-americano, campeão sul-americano, heptacampeão brasileiro júnior-juvenil e octacampeão brasileiro adulto; sensei Erick David dos Santos, faixa preta 1º dan, campeão pan-americano júnior-juvenil, campeão sul-americano, vice-campeão brasileiro adulto, duodecacampeão brasileiro júnior-juvenil; Gerson Messias

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Conceição

de Arruda, faixa preta 3º dan, tricampeão estadual; Renato Lúcio de Souza, faixa preta 2º dan, bicampeão estadual; sensei Clóvis César Astrissi, faixa preta 3º dan; sensei Jomar Jorge Bergo, faixa preta 3º dan; sensei Paulo Sérgio Silva de Lima, faixa preta 2º dan; sensei Ramos Delgado Filho, faixa preta 1º dan; sensei Géssica Adriana Carvalho Lúcio, faixa preta 1º dan, campeã sul-americana, bronze no Torneio Internacional Interclubes, duas vezes vice-campeã brasileira adulto e pentacampeã brasileira júnior-juvenil; sensei Cleyton Júnior Lima do Nascimento, faixa preta 1º dan, bronze no Torneio Internacional Interclubes, vice-campeão brasileiro júnior-juvenil e dois bronzes no brasileiro júnior-juvenil; sensei Paulo César Fanaia, faixa preta 1º dan; sensei Aparecido Soares Jerônimo, faixa preta 1º dan. Outros estão sendo formados nos cursos de capacitação e estágios monitorados pelos experientes senseis da Shotokan. É o trabalho de continuidade, dando aos jovens a oportunidade de terem uma opção de emprego, renda e ainda transmitirem o conhecimento que adquiriram e ainda adquirem no karatê. Mais profissionais atuam na preparação de atletas e em prol dos projetos sociais da associação, todos eles voluntários: dr. Ivo Antônio Vieira, dr. Benedito Soares Neto, dr. Haruki Matsunaga, dr. Cássio Maurício Teles e vários médicos residentes, psicólogos e nutricionistas, liderados pelos médicos dr. Marcial Francis e dra. Natasha Slhessarenko, que atendem e avaliam regularmente os atletas e beneficiados, diagnosticam, previnem, combatem as doenças e orientam os alunos sobre quaisquer adversidades que venham a atrapalhar seu desempenho e prejudicar sua saúde. Além do atendimento médico, a Shotokan conta com apoio irrestrito da Clínica Angel, coordenada pela fisioterapeuta Ânge-

la Maria Lúcio de Souza, na qual os atletas e beneficiários são atendidos preventivamente e pós-trauma. Quando é detectado algum problema mais crítico em relação à vulnerabilidade, a Shotokan conta com o apoio e a parceria da equipe multidisciplinar – policial, psicólogo e psicopedagogo – do projeto Rede Cidadã, que visita o beneficiado, a família e a escola, avalia e orienta a equipe da Shotokan para cada caso.

Benefícios

Karatê-dô tradicional é uma arte marcial japonesa que tem como objetivo principal a formação do caráter e da personalidade; portanto, é uma ferramenta essencial e indispensável para formação de bons cidadãos, motivados, disciplinados e do bem, que conhecem e respeitam os limites, as regras, as leis e a hierarquia, predispostos a enfrentar os desafios e as dificuldades que lhe forem apresentados com vigor, honestidade, respeito e disciplina. Entretanto, o que a prática do karatê tem de mais importante em nível social é o apoio à situação de carência de muitos alunos contemplados e os benefícios que a prática da arte proporciona a esses jovens. Muitos estão em situação de risco, vindos de famílias pobres que não poderiam pagar por ensino particular nem tampouco uma academia. A prática salutar da arte marcial permite que crianças e adolescentes sejam valorizados, tenham espaço garantido na sociedade e sejam vistos sem discriminação e como indivíduos produtivos, capazes de superar as dificuldades impostas pela vida e pelo meio. Mesmo vivendo em bairros de alta periculosidade e más influências, essas crianças e os adolescentes, quando praticam o karatê conswww.revistabudo.com.br


CAIC o primeiro projeto em 2000

tantemente, aprendem a lidar com suas dificuldades, com garra e espírito forte que lhes são peculiares, e que por meio do karatê são levados à tona e condensados, alcançando ainda valores que levarão por toda a vida, contribuindo para a formação de pessoas de bem. Muitas dessas crianças e adolescentes tornam-se multiplicadores de tudo que tiveram oportunidade de aprender e vivenciar, se não pelo esporte, pela conduta na sociedade, dando-nos a certeza de que a prevenção é infinitamente mais eficaz do que a punição.

budô no desenvolvimento humano. “Da mesma forma que vocês, eu também pratiquei karatê quando era criança, com esses mesmos mestres que estão aqui hoje. Isso ajudou muito em minha formação moral e disciplinar. Tenho certeza de que eu, assim como eles, teríamos um futuro bem diferente não fosse o acesso a esses princípios. Sempre fico na torcida para que tragam bons resultados. Eles nos surpreendem a cada competição e não medimos esforços para ajudá-los, porque sabemos que estão no caminho certo.”

Para Carlos Klauss, secretário municipal de Esportes, Cidadania e Juventude de Cuiabá, a perspicácia e a determinação norteiam a vida de José Humberto. “Em nome da Prefeitura de Cuiabá, por intermédio da Secretaria Municipal de Esportes, Cidadania e Juventude, quero manifestar nosso reconhecimento e gratidão ao sensei José Humberto de Souza, sua esposa, dra. Ângela Maria, e a todos os demais senseis e colaboradores pelo relevante trabalho social que desenvolvem em nossa cidade, há mais de 40 anos. A perspicácia e a determinação no trabalho fizeram da Academia Shotokan um grande exemplo de transformação pessoal por meio do esporte. Cuiabá tem muito a agradecer pelos milhares de crianças e alunos que recebem treinamento e formação na Academia Shotokan e nos projetos sociais desenvolvidos na nossa cidade. O apoio da Unesco e do programa Criança Esperança da Rede Globo é o reconhecimento pelo trabalho social que realizam.” Suely Levina da Silva, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), evidencia o comprometimento da Shotokan com a cidadania. “O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é responsável por formular políticas públicas e pela fiscalização das instituições registradas que mantêm projetos em

Gestores e dirigentes avaliam amplitude dos projetos sociais

Para José Rodrigues Rocha Júnior, secretário municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Cuiabá, o projeto desenvolvido pela Shotokan atinge as metas propostas. “O projeto de karatê-dô tradicional atende a mais de 1.200 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos em Cuiabá, que já participam de competições nacionais. O objetivo geral é promover a inclusão de crianças e adolescentes em competições e eventos oficiais da Confederação Brasileira de KaratêDô Tradicional, propiciando-lhes uma prática esportiva edificante, na qual obterão maior percepção de limites, respeito, disciplina, hierarquia e convívio social – fundamentos morais para a formação de um caráter desejável num cidadão de bem. Com este intuito a Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano colabora com o projeto, por meio de recurso do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Fundo da Infância e Adolescência (FIA), além de fornecer passagens e kimonos personalizados para todos alunos.” José Rodrigues enfatiza a importância do www.revistabudo.com.br

Celestina

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Uma história de vida e luta execução no CMDCA.” As doações são feitas ao Fundo Criança, por meio do site www.fundocrianca.gov.br. No site os doadores podem conhecer e fiscalizar as ações das instituições e verificar como os recursos são aplicados. É importante que tanto a pessoa física quanto a jurídica possam conhecer instituições que desenvolvam trabalhos com crianças e adolescentes no contraturno escolar, ocupando o tempo ocioso. Nesse sentido o projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania tem demonstrado comprometimento com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O projeto atende a crianças e adolescentes em vulnerabilidade social de vários bairros de Cuiabá, com ênfase na formação do caráter, do respeito, da convivência social, do saber fazer seguindo regras, desenvolvendo boas condutas e a disciplina para tornar-se um ci-

Lançamento Criança Esperança em Cuiabá 2014

Equipe médica e atletas do projeto Voluntariado Banco do Brasil

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dadão de bem. Com isso a criança e o adolescente têm a oportunidade de serem novos profissionais oriundos do projeto. Como presidente, tenho imenso orgulho de vivenciar o sucesso desde o início da implantação do projeto no CMDCA.” Roberto Motta, diretor comercial e marketing da Agro Amazônia Produtos Agropecuários, enaltece a importância da iniciativa. “A Agro Amazônia acredita no desenvolvimento social como garantia de um futuro sustentável. Por isso decidimos ser parceiros do Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania. Por meio deste projeto, inúmeras crianças aprendem valores importantíssimos, como respeito aos mais velhos, civilidade e educação. Além de contribuir para a formação de caráter idôneo, o projeto tem o aspecto esportivo, que é essencial para o desen-

volvimento dos valores humanos e melhor qualidade de vida.” Gilberto Gaertner, presidente da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT), destaca o caráter pedagógico do karatê-dô. “É com imensa satisfação que cumprimento efusivamente o professor José Humberto de Souza por sua trajetória e pelo excelente trabalho desenvolvido ao longo do tempo. No momento faço especial destaque aos projetos socioeducativos que são levados a termo em Mato Grosso por toda a sua equipe. O karatê tradicional, sem dúvida, é um excelente instrumento para contribuir com o desenvolvimento de valores humanos, pois dispõe de recursos e técnicas muito refinadas, aliados a uma rica base ético-filosófica. O karatê tradicional tem uma trajetória interessante, pois a partir da codificação feita pelo mestre Gichin Funakoshi na ilha de Okinawa, passou a ter um cunho educativo e foi implantado como prática física nas escolas locais. Cabe ressaltar que o mestre Funakoshi era professor de escolas de ensino básico e versado em filosofia chinesa. Quando o karatê, na década de 1920, foi levado a Tóquio e a outras cidades do Japão, sua disseminação ocorreu por meio das universidades.” O dirigente enumera os princípios que regem a modalidade: “A prática do karatê tradicional desenvolve todas as valências físicas equilibradamente, fortalece a autoestima e a resiliência e tem seu ensino pautado em cinco principios: retidão, sinceridade, dedicação, respeito e autocontrole. O karatê tradicional é sem dúvida uma ferramenta excelente e muito adequada para capitanear programas socieducativos. A CBKT apoia todas as iniciativas na área socioeducativa, como as de excelência desenvolvidas em Mato Grosso. Fazemos votos de que os projetos desenvolvidos pelo professor Humberto e sua equipe possam crescer cada vez mais, e com isto beneficiar um número cada vez maior de crianças e adolescentes”. Celestina Marques da Silva e Silva, mãe de integrantes do Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania apoiado pelo Criança Esperança, ratifica a importância do karatê na formação humana. “Sou professora no município de Cuiabá. Meu marido e eu trabalhamos o dia todo, por esse motivo nossos dois filhos, Acivaldo e Gabriel, ficaram em creches de tempo integral até 4 anos de idade. Depois disso ficaram sob os cuidados da avó paterna. Nosso tempo com eles é bem limitado desde que nasceram, contudo, havia uma constante preocupação do tempo ocioso no período oposto às aulas, por isso decidimos www.revistabudo.com.br


colocar o Acivaldo, o mais velho, então com 6 anos, nas aulas de karatê que eram dadas no Palácio das Artes Marciais, ao lado da casa de minha sogra. Escolhemos esse esporte pelos princípios e virtudes que o regem. Nosso objetivo maior era proporcionar a ele experiências que contribuíssem para sua formação enquanto cidadão, que aprendesse e internalizasse valores éticos e morais, levando esses conceitos para todos os segmentos de sua vida: na família, na escola, no convívio com os amigos. Mas, para nossa surpresa, aos 7 anos participou de seu primeiro campeonato e começou a levar as competições a sério, ganhando desde então diversas medalhas. Neste ano teve sua primeira participação no campeonato brasileiro e, embora não tenha conseguido medalha, foi importantíssimo para sua formação.” Celestina destaca o universo de possibilidades que resultam no crescimento sadio das crianças inseridas em projetos socioeducativos. “Há dois anos o Acivaldo passou a fazer parte do projeto Karatê-Dô-Tradicional Esporte e Cidadania, desenvolvido pela Associação Centro América de Karatê Shotokan, e, em 2014, o Gabriel Victor, de 8 anos, também foi admitido, começando já a colher os primeiros frutos nas competições e nos estudos. O fato de meus filhos serem parte desse projeto faz uma diferença enorme em nossas vidas. Podemos trabalhar tranquilos porque sabemos onde e com quem estão, e o que estão aprendendo em nossa ausência. Serei eternamente grata aos senseis José Humberto, Vilda, Rodrigo e demais profissionais que fazem desse trabalho um comprometimento social. Importa a eles dar oportunidade a essas crianças, oferecendo uma atividade sadia que lhes possibilite tornarem-se cidadãos de bem. Medalha é consequência do excepcional trabalho desenvolvido. Não poderíamos ter parceiros melhores na educação dos meninos.”

da Infância e Adolescência (FIA), Secretaria de Assistência Social e de Desenvolvimento Humano (SMASDH), Secretaria Municipal de Educação (SME), Secretaria Municipal de Esportes Cidadania e Juventude (SMECJ) e Secretaria de Comunicação (Secom), bem como de entes da sociedade civil organizada, conselhos escolares, associações de bairro e empresas como a Agro Amazônia, Mon Bijoux, Petraglia Dantas, Suporte Contabilidade, Clínica Angel, Corpo Médico do Hospital Júlio Muller (voluntários), Stamp e voluntários.

Participação da comunidade

A inclusão social, cultural e esportiva não é dever exclusivo do Estado. A sociedade organizada tem papel fundamental, em que cada cidadão deve contribuir fazendo a sua

parte no processo. Todos precisam atuar em parceria, em conjunto, de maneira a criar condições para que a inclusão social aconteça. O projeto age de forma a prevenir e apaziguar os problemas de uma sociedade, na qual poucas ações já fazem muita diferença na vida de pessoas cujo ambiente em que vivem só faria com que partissem para a marginalidade. Crianças cujo futuro seria nebuloso e conturbado são trazidas a um ambiente saudável, mostrando a elas um futuro promissor, dando a oportunidade de serem valorizadas como seres humanos. Como exemplo de engajamento da comunidade podemos citar a participação ativa de Maria Conceição Pereira de Sousa, mãe de Emanuelly Pereira de Sousa Lima, atleta do projeto desde 2009, que em 2013, aos 8 anos de idade, participou do campeonato brasi-

José Humberto com senseis Hidetaka Nishiyama e Luiz Watanabe, em 2001

Parceiros

O Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania visa a estimular crianças e adolescentes em vulnerabilidade social a adotarem uma nova postura de vida. Para isso, o projeto funciona somente por meio de doações de recursos financeiros e de consumo, de forma solidária e não contínua. Daí a importância dos recursos financeiros incentivados. Atualmente a Associação Centro América de Karatê Shotokan conta com parcerias e colaboradores: Fundação Banco do Brasil, Voluntariado Banco do Brasil-FIA, Unesco/ Rede Globo, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), Fundo www.revistabudo.com.br

Entrega de kimonos

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Uma história de vida e luta

Treino no polo Asilo Santa Rita

Vilda Aparecida Lúcio, José Humberto de Souza, Ângela Maria Lúcio de Souza, Rodrigo Lúcio de Souza e Renato Lúcio de Souza

Sensei Rodrigo puxando treino no Projeto Banco do Brasil

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Secretário José Rodrigues

Aos 70 anos Juan de La Cruz Riveros é o aluno mais antigo do prof. José Humberto

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Polo Alzira Valadares

leiro realizado em Porto Alegre, no qual conquistou uma medalha de ouro e uma de prata. Em 2014, obteve uma medalha de prata no campeonato brasileiro em Brasília. Maria Conceição desenvolve um trabalho relevante de voluntariado em todas as atividades em prol do projeto, mas também é um anjo da guarda que estende seu olhar cuidadoso a outras crianças que necessitam de uma palavra e um olhar mais abrangentes. Acompanha ativamente o desenvolvimento esportivo e formativo da filha, e em contrapartida auxilia nos trabalhos administrativos necessários.

Como ajudar

Polo Asilo Santa Rita

Projeto Peti em 2010

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Todos podem contribuir para a continuidade e ampliação do projeto de várias formas, uma delas por meio da doação de parte do Imposto de Renda a pagar – pessoa jurídica até 1% e pessoa física até 6%. Este tipo de doação é feita por meio do Fundo da Infância e Adolescência (FIA) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente do Município de Cuiabá (http://fundocrianca.cuiaba.mt.gov.br/home). As doações podem ser feitas na conta bancária do Fundo da Criança no Banco do Brasil – Agência 3834-2, conta corrente 30300-3. Com o comprovante em mãos, o contribuinte deverá entrar em contato com o CMDCA, ao qual poderá indicar a Associação Centro América de Karatê Shotokan como recebedora da doação. Nessa ocasião o CMDCA emite o recibo definitivo, que poderá ser usado para abater o valor da próxima declaração de Imposto de Renda. Para mais informações, entre em contato com o sensei José Humberto de Souza pelos telefones (65) 8463-7961 ou (65) 3052-1142 ou pelo e-mail shotokan@terra.com.br.

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Exame de Graduaç ão da Federaç ão Paulista de Judô 2014

judocas paulistas O exame de graduação da FPJ desta temporada bateu recorde de judocas inscritos: 259, contando 208 que se tornaram faixas pretas e 51 que foram examinados para ni-dan, san-dan, yon-dan e go-dan. Por PAULO

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PINTO I Fotos revista budô

omo ocorre tradicionalmente no fim de cada temporada, no dia 1º de novembro a Federação Paulista de Judô (FPJ) promoveu o exame de graduação para candidatos do 1º ao 5º dan do masculino e feminino. O evento, que possui também a chancela da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), realizou-se no excelente Ginásio Poliesportivo Celso Daniel, em Mauá, integrado ao complexo que abriga o Teatro Municipal e a sede administrativa da cidade, dispondo de amplo estacionamento. Com número recorde de participantes, o exame de graduação para faixas Alessandro Puglia entrega o go-dan a Régis Cândido da Silva

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foram aprovados pretas desta temporada da FPJ foi divido em três etapas. A primeira delas foi o curso História, Filosofia, Ética e Terminologias do Judô, realizado no Teatro Municipal, ministrado pelo professor Sadao Fleming Mulero. Em seguida os candidatos prestaram prova escrita, como parte do processo do exame, e por último submeteram-se aos exames práticos, diante das 12 bancas examinadoras disponibilizadas pela FPJ. O exame de faixa foi realizado pela Comissão de Graduação da FPJ, tendo como coordenador geral o experiente professor Dante Kanayama, que contou com o apoio de alguns dos mais conceituados professores do judô paulista. Ao todo 50 árbitros foram convocados para avaliar os candidatos: José Gomes de Medeiros, Goro Kosaihira, Yoshiyuki Shimotsu, Luís Alberto dos Santos, Hissato Yamamoto, Cláudio Kiyoshi Konno, Alcides Camargo, Celestino Seiti Shira, Vagner Antônio Vettorazzi, Takeshi Niitsuma, Belmiro Boaventura, Eduardo Melato, Kenzo Matsuura, Antônio Honorato de Jesus, Leandro 259 faixas pretas nos tatamis de Mauá

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Exame de Graduaç ão da Federaç ão Paulista de Judô 2014 Alves Pereira, Antônio Roberto Coimbra, Milton Trajano da Silva, Rodrigo Guimarães Motta, Luís Sérgio Ferrante, Marcus Michelini, Leonardo Yamada, Fernando da Cruz, Jiro Aoyama, Odair Antônio Borges, Rogério Sperti Possari, Raul de Mello Senra Bisneto, Eduardo Freire da Silva, Marcelo Nery Fontes, Cléber do Carmo, Edison Koshi Minakawa, Wagner Tadashi Uchida, Marcos Fernandes, Cristiano Soncin Carrion, Ricardo Moreira Régis, Rioiti Uchida, Carlos Alberto Previato, Eduardo Kitadai, Washington Sumio Aoki, Caio Kanayama, Vinícius Rodrigues Jerschow, Thiago Agostinho Leal Leite, Diego Sanches, Aline Soares de Carvalho, Paulo Roberto Alves, Arthur de Mello Reis Zumbano, Ademir de Souza Xavier, Francisco Aguiar Garcia, Priscila Leite Cardoso e Roberto Tokozima. As 12 bancas examinadoras avaliaram 208 candidatos para sho-dan, 31 para ni-dan, 15 para yon-dan e um para go-dan, e no fim dos trabalhos todos os 259 judocas paulistas foram aprovados. Além dos 51 candidatos que tiveram sua graduação elevada, o Estado de São Paulo conta agora com novos 208 faixas pretas. Após o encerramento dos exames práticos o sensei kodansha Yoshiyuki Shimotsu enfatizou a importância e a responsabilidade que os novos faixas pretas terão doravante. “A faixa preta significa que vocês conseguiram subir o primeiro degrau do judô, arte em que devem seguir treinando e buscando maior aperfeiçoamento. Vocês conseguiram abrir a porta para começar a aprender o judô de direito e de fato. A partir de agora vocês serão pessoas diferenciadas e terão de ter uma conduta exemplar e impecável porque servirão de exemplo para seus alunos, familiares e amigos. Sigam corretamente as regras e a filosofia do judô; sejam éticos, sensatos e justos. Tenham sempre em seu pensamento o jita-kyoei, que significa respeito, prosperidade e benefício mutuo. Vocês devem orgulhar-se da faixa conquistada hoje, pois é nela que está toda a trajetória que percorreram nos tatamis para chegar até aqui e obter esta importante graduação. Vocês foram aprovados, e em nome da FPJ parabenizo cada faixa preta formado hoje e desejo muitas felicidades no caminho que percorrerão nos tatamis e na vida, daqui por diante.”

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“Busquei transmitir o que vivenciei, achei em livros, documentos e tudo que ouvi dos professores mais antigos. Tive a felicidade de ser aluno do sensei Matsuo Ogawa, filho do professor kodansha Ryuzo Ogawa, bem como de poder conviver e treinar nas escolas dos senseis Hikari Kurachi, Fuyo Oide, Massao Shinohara e Tokuzo Terazaki.”

Sadao Fleming Mulero

Palestrante faz transmissão de conhecimento Após o encerramento das palestras, o professor kodansha Sadao Fleming Mulero explicou para a Revista Budô o que buscou transmitir aos candidatos que viram sua palestra. “Busquei transmitir o que vivenciei, achei em livros, documentos e tudo que ouvi dos professores mais antigos. Tive a felicidade de ser aluno do sensei Matsuo Ogawa, filho do professor kodansha Ryuzo Ogawa, bem como de poder conviver e treinar nas escolas dos senseis Hikari Kurachi, Fuyo Oide, Massao Shinohara e Tokuzo Terazaki. Tudo que estes homens falavam eu anotava, e estes dados fundamentam a minha pesquisa. Naquela época não existiam livros ou dados sobre o universo do judô, e foram estas informações que busquei passar para esta geração. Sempre falo que fazer a transmissão de conhecimento é uma questão de bom senso.” Sadao Fleming discorreu sobre os pilares do judô. “O mestre Jigoro Kano aprimorou o judô, mas acreditar que ele criou o judô sozinho é um pouco difícil, pois ele tinha apenas 22 anos quando apresentou seu trabalho, embora aos 17 anos já treinasse jiu-jitsu. Afirmar que após cinco anos ele havia criado 400 golpes é muito complicado. Ele criou, sim, o harai-goshi e alguns autores dizem que criou também o uki-goshi, o-guruma e uki-otoshi, mas os demais golpes já existiam. Minha intenção é fazer o pessoal despertar para esse tipo de coisa. Uma das grandes preocupações do professor Kano era propagar o amor que sentia em fazer com que as pessoas tivessem mais saúde e que no contexto social todos fossem mais participativos e ajudassem os outros. Comumente falo sobre dois pilares do judô criados por ele, que quase ninguém comenta: viver de forma digna e reta e ajudar o próximo, ainda que com sacrifício. Tudo isso se perdeu e vejo este fato com enorme tristeza, já que tudo que possuo devo ao judô e aos mestres que me ensinaram, pois perdi meu pai muito cedo e foram eles que me orientaram. Busco retribuir o que recebi e levo minha pesquisa a outros Estados sem cobrar um tostão das entidades. Tenho de deixar algo para os futuros judocas, caso contrário seria melhor não ter aprendido judô.” Estava conversando sobre isso com o sensei Paulo Kohara, e lembrei que vi algumas de suas lutas; ele era um monstro. Numa luta com o sensei Divino, que pesava mais de 130 quilos, ele aplicou um sode-tsuri-komi-goshi que fez toda a arquibancada do Pacaembu levantar – e o Divino dava dois dele. Assim www.revistabudo.com.br


como o sensei Shimotsu, que num campeonato inter-regional enfrentou meu amigo Osvaldo Simões (Boneca), que além de pesar mais de 135 quilos era campeão mundial universitário. E o Shimotsu deu um tremendo coro nele. Não conseguiu jogá-lo, mas o arrancou do chão por mais de três vezes de seoi-nage, e tinham uma diferença de mais de 70 quilos. Temos que contar essas histórias, não podemos esquecer como chegamos até aqui. O professor do ABC paulista finalizou destacando a importância de promover a transmissão de conhecimento e a disseminação de nossa história. “A falta de informação específica ocasiona enorme perda para todos nós. Temos de contar, transmitir e resgatar a nossa própria história. Vários grandes judocas do passado ainda estão aí e não são valorizados. As pessoas fazem questão de não aprender nada sobre o passado. Temos de contar o que havia naquele tempo, não podemos esquecer como chegamos até aqui. No término de minhas palestras digo sempre que a pessoa que não sabe de onde veio dificilmente sabe onde está e não saberá aonde vai. Precisamos levar esse espírito conosco, sem deixar nossa história e origem se perderem no esquecimento.” Para Francisco de Carvalho, vice -presidente da CBJ, a palestra do sensei Sadao Fleming contribuiu para o conhecimento dos candidatos. “A palestra do professor Sadao retratou muito bem o trabalho que ele gosta de fazer e foi fundamentada na pesquisa que desenvolve já há muito tempo. Ele transmite tudo que sabe e pesquisou, pois não adianta nada alguém saber e não transmitir aos mais novos. Seu trabalho e pesquisa estão ajudando a enriquecer o conhecimento dos judocas mais novos e inexperientes. Assisti à sua palestra e percebi que ele não colocou nada de forma impositiva, e sim de maneira dissertativa, o que dá às pessoas o direito de divergirem, já que a história não tem apenas um ângulo e depende muito da capacidade de visão daqueles que a contam. Quando se colocam determinadas questões, ou se apresentam dados concretos ou se abre a possibilidade de divergências.” www.revistabudo.com.br

Wilmar Shiraga, Francisco de Carvalho e Goro Kosaihira

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Exame de Graduaç ão da Federaç ão Paulista de Judô 2014 Faixas pretas falam sobre a conquista Alguns dos candidatos aprovados falaram sobre a importância de atingir um objetivo tão antigo e valorizado e a responsabilidade que terão daqui por diante. Régis Cândido da Silva foi aprovado para go-dan, e destacou os compromissos que virão pela frente. “Esta nova graduação é fruto de muito trabalho e dedicação no desenvolvimento e no aprimoramento do judô em função do próximo. Minha meta agora é me tornar kodansha, mas sei que para atingir este objetivo terei de desenvolver um grande esforço e trabalhar muito mais pelo desenvolvimento de nossa modalidade. Mas sinto que estou preparado para este desafio.” Aprovado para yon-dan, Ediwaldo Antônio Fazzolari lembrou o exemplo deixado pelos professores mais graduados. “Muito mais importante do que ser promovido foram os exemplos de vida e conduta deixados pelos senseis mais graduados, bem como o companheirismo e tudo o que vivenciei durante a realização do exame.” Aprovado para san-dan, Ulisses de Godoi enfatizou o apoio prestado por toda a família. “Pelo que conheço de judô desde a minha infância, a conquista desta graduação é revestida de significados importantíssimos. No campo pessoal é uma satisfação muito grande poder passar este exemplo de determinação para os mais jovens. Este ano estou terminando também a faculdade de educação física e estas conquistas são um marco em minha vida. O grande destaque de tudo isso foi o apoio

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recebido de toda a família. Ela sempre apoiou minhas escolhas, e isso é algo muito importante.” Rafael Lins de Magalhães obteve o ni-dan e a certeza de que ainda tem muito que aprender. “Esta conquista possui um significado muito grande, pois levo quase dez anos sem graduar. Mas destaco que esta vitória me proporcionou um aprendizado gigantesco, e mostrou que temos de aprender cada vez mais.” O novo faixa preta san-dan Wilson Shinoda destacou o exemplo deixado para os mais novos. “A obtenção do 3º dan é um feito muito importante, e não é para todo mundo. É uma conquista gigantesca, já que no passado um judoca só poderia ser considerado cem por cento capacitado para ser professor após a obtenção desta graduação. Temos aqui cerca de 260 judocas prestando exames, e apenas cerca de 40 estão acima de ni-dan. Esta é sem dúvida alguma uma conquista muito grande. Vamos nos graduando para servir ao judô, para dar exemplo aos mais jovens, porque depois de uma certa idade tudo fica um pouco mais difícil.” Para Grace da Silva, alcançar o san-dan possibilita maiores perspectivas até para seus alunos. “Esta graduação é muito importante porque corresponde a anos e anos de dedicação, muita busca e treinamento. Estamos sempre nos aprimorando e tentando oferecer o melhor para nossos alunos, e esta graduação proporciona enorme crescimento.” www.revistabudo.com.br

Ane Caroline Barbosa do Carmo lembrou que a obtenção da faixa preta é sinônimo de maior comprometimento. “É muito importante ser sho-dan, pois isso significa um novo ciclo, que exige mais responsabilidade e dedicação em todas as nossas ações. É um divisor de águas em nossas vidas, quando temos de dar exemplo e ter muita determinação.” Além da realização de um sonho antigo, para Beatriz Nery Soranz a faixa preta facultará o ensino do judô. “Minha visão é que a faixa preta é algo muito importante na vida de todos os judocas. Desde pequena pratico judô e sempre persegui este objetivo. Mesmo fazendo faculdade de nutrição, a conquista de minha graduação é muito importante porque é a concretização de um sonho e a realização de uma meta antiga. Quero seguir carreira como professora em Atibaia, onde já dou aulas de judô, e agora poderei dedicar-me ainda mais a isso.” Edson Donizetti Bertolli afirmou que a obtenção do sho-dan foi fruto da colaboração dos amigos. “A conquista do sho-dan tem grande significado, já que para atingir este objetivo tive de contar com a ajuda de muitos amigos. Agora quero transmitir tudo que aprendi para os mais novos.” Para Thainá Camila Coelho, o ni-dan possibilitará maior aprendizado. “Esta conquista é muito importante porque possibilitará maior conhecimento e aprendizado, para depois transmitimos para aos mais jovens. O judô é uma grande paixão, aliás, é a minha segunda pai-

Raul de Mello Senra Bisneto, Roberto Fuscaldo Walmir Shiraga

Cléber do Carmo e Dante Kanayama

Luis Sérgio Ferrante e seu filho Diego Ferrante

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Exame de Graduaç ão da Federaç ão Paulista de Judô 2014 xão. Faço medicina, mas quero levar esta filosofia de vida para sempre.” Segundo o sho-dan André Pascoal Silva, o judô é um caminho de vida. “Esta conquista tem um significado muito grande. Sou praticante de judô há 30 anos e foi ele que salvou a minha vida, fazendo com que eu fosse para o caminho certo e nunca me desvirtuasse dele.” Para Flaviane Caroline Marques Sanches, a obtenção do sho-dan significa a superação de um grande desafio. “Esta conquista representa muitos anos de dedicação, mas acima de tudo pude provar que tenho capacidade para superar desafios.” Para o sho-dan Guilherme Correa Gilberti, todo o esforço valeu a pena. “Este foi um passo imp or tantíssimo em minha vida, e ele foi fruto de muito treino, preparo e sacrifício. É a realização de um grande sonho, e valeu muito a pena.” Heber José Torres também lembrou os muitos anos de dedicação. “A obtenção do sho-dan é algo muito importante em minha vida, e é o resultado prático de muitos anos de dedicação. Nada existe de mais digno agora do que devolver tudo o que aprendi à Associação Ranchariense de Judô.”

um grande sonho para Jéssica Neves Miranda Osório. “Desde criança pratico judô e sei que tudo passa muito rapidamente em nossas vidas, e aqui estou eu realizando um sonho antigo, algo que quando eu era criança parecia muito distante ou até mesmo impossível.” Na visão de Kauan Cabrine, o judô é uma filosofia de vida. “A conquista do shodan representa todo um trabalho e uma filosofia de vida. Pretendo agora dar aulas e passar tudo que aprendi para outros judocas.”

Henrique

A obtenção do sho-dan, para Fernando Tavolaro de Castro, assinala uma nova fase da vida. “O judô é quase uma doutrina, e chegar à faixa preta significa estar literalmente iniciando uma nova fase de minha vida.”

há muito tempo, buscando me aprimorar constantemente. Acho que este resultado é uma porta que se abre para novas conquistas.” Enfática, Maria Paula Firmino Morais afirmou que sairá em busca de novos desafios. “O judô é a minha vida, e após a conquista do sho-dan tentarei dar o máximo de mim daqui por diante.” Lucas Zanchetta de Melo Antônio vislumbra um novo caminho. “Penso que com a obtenção do sho-dan vou iniciar uma nova etapa. Agora tenho de aprender muito mais para poder ensinar ao próximo, pois é isso que considero importante.”

Para a sho-dan Luciana Previdelli Garavello, a meta agora é retribuir toda a vivência obtida com o judô. “Além de ser um sonho realizado, esta conquista foi muito importante. Agora tenho possibilidade de ensinar judô a outras pessoas e retribuir tudo que ele me proporcionou.” Na visão de Lucas Takeshi Tengan, a obtenção do sho-dan proporciona novas oportunidades. “Esta conquista foi muito importante, pois batalho por isso

A obtenção do sho-dan foi a realização de

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Mirian, Adriana e Geisa

Roberto Fuscaldo, Roberto Moisés, Kanefumi Ura, Josino de Souza e Hanaoka

Francisco de Carvalho Filho

Yoshiyuki Shimotsu

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Exame de Graduaç ão da Federaç ão Paulista de Judô 2014 Mário Antônio de Carvalho destacou o apoio de amigos e familiares. “Meu sho-dan é fruto de muito trabalho e da paciência de senseis e das pessoas que contribuíram para a conquista deste objetivo, principalmente a minha família.”

Rafael Bondezan de Freitas disse estar vivendo um sonho. “Pratico judô desde os 3 anos de idade. Conseguir a faixa preta é a realização de um sonho gigantesco.”

André Luiz Gonçalves Uchoas comemorou a volta por cima. “Fui praticante de judô por 15 anos e depois parei. Voltei após dez anos longe dos tatamis, e a conquista do sho-dan é muito gratificante.”

Kim Watanabe Hayakawa pensa em seguir adiante. “Acredito que a obtenção do sho-dan é muito importante, no sentido de darmos continuidade a tudo que os mestres nos ensinaram. Agora é seguir em frente e aprender mais.”

Sensei Ricardo de Limeira com seus novos faixas pretas

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Família Shinoda

Para Rogério Scucuglia Andrade, a obtenção do sho-dan representa o inicio de uma nova fase. “A conquista da faixa preta é uma vitória importante e o início de um novo ciclo de aprendizado e ensino para nossos alunos.” Para Wedja Pereira dos Santos, esta foi uma etapa muito importante. “A obtenção do sho-dan é uma grande conquista. Pratico judô desde os 9 anos e sempre sonhei com este dia.”

Sinei Paris foi a Mauá acompanhar seus faixas pretas

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relação dos atletas aprovados nos exames Atletas aprovados para sho-dan Adílson Galhardo Alessandra Gonçalves Oliveira Alessandra Pereira Cardoso Alessandra Rocha Fernandes Alex França Melo Alexandre Ricardo Nardi Alexsandro de Oliveira Amílcar Key Kimura Ana Paula da Cunha Anderson Luiz Gonçalves Anderson Nilson Mariano André Luis de Oliveira André Luiz Estela Damasceno André Luiz Gonçalves dos Santos Uchoa André Luiz Zanobia André Nascimento Silva Cataneo André Pasqual Silva Scavarielo Andrey Henrique Reimberg de Souza Andrey Júnior Ferreira Angélica Maria da Silva Aníbal Prieto Mejia Júnior Anne Caroline Barbosa Silva do Carmo Anne Karoline Alves de Macedo Arthur Eduardo Santos de Almeida Arthur Liberman Beatriz Nery Soranz Breno Alessi dos Reis Almeida Breno Augusto Pietrobon Barense Bruno Borsani Marthes Bruno da Silva Rodrigues Bruno de Oliveira Bruno Mendes Moreira Cainã Cuellas Costa Caique Matheus Franco Marques Camila Vieira Carlos Alexandre Toth Carlos Andre Ribeiro Durvalino Carlos Henrique Ishikawa Ribeiro Carolina Cirino Caroline Farias Docado Celso Yasuo Takeda Christiano Maura Claudio Augusto Muniz Costa David Aparecido Zufi Júnior Débora Nascimento Débora Shinoda Diego Júnior Ribeiro de Azevedo Diego Manoel Douglas Moreira Camargo Edgar Toshiyuki Kawakita Edson Donizetti Bertolli Edwin Kitch Taves Ellen Aparecida de Oliveira Emerson Eisaku Tanahara Emiliano Tarsis Torres de Oliveira Emilio Nishiyama Ennio Varela de Souza Eric Arcas Kita Gonçalves Eron Egen Domingues Fabiano Aparecido Cavalcanti Silva Fabiano Bazzo Missono Fábio do Carmo Campos Fábio Mendonça de Jesus Felipe Freire de Vito Felipe Gruc Zyman Felipe Kenzo Pereira Nakamura

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Felipe Masaharu Ishizava Felipe Rivas Hadzic Fernando dos Reis Oliveira Fernando Fernandes Barbosa Fernando Tavolaro de Castro Flavia Aparecida de Camargo Paiva Flavia Naomi Ando Flavia Rodrigues da Cruz Flaviane Caroline Marques Sanches Flavio Tadeu Bacic Francisco Alisson Alves Camargo Gabriel Cipriano de Sá Gabriel Dias Oliveira Gabriel Naotaka Fujigaki Kinoshita Gabriella Patrício Argentini Geraldo Evandro Papa Filho Geraldo Fazzi Neto Gibson de Almeida Costa Giovani Fiuza Giancoli Giovanna Leticia de Oliveira Silva Guilherme Chiovatto Amaral Guilherme Correa Giberti Guilherme Daud Ronchi Guilherme Gomes Dória Guilherme Nogueira Martinatti Hamilton Alves da Cruz Heber José Torres Henrique Toledo Aranega Iago Dias de Carvalho Igor Galvão Gomes Antunes Igor Santiago Conde Ivete Carolina de Moraes Santos Jadiel Batista da Silva Jânio Correa de Araújo Filho Jessica Neves Miranda Osório Jessica Roberta Teles Jessica Sisa Martins Carvalho Joao Luiz da Silva Joao Pedro Porto João Victor dos Santos Silva Joao Vittor Oliveira José Antonio Gomes Neto José Luis Amorim Júnior José Ricardo Fernandes Bravim José Rodacoski Filho José Rodrigues Neto Juliano Ribeiro Lagares Júlio Cesar Rodrigues Kauan Henrique Cabrine Kawe Billard Gomes Kim Watanabe Hayakawa Laís Parolo Lawrence Lagos de Luna Junior Leonardo de Carvalho Luna Leonardo dos Santos Leticia Ribeiro Bailon Silva Lincoln Keiiti Kanemoto das Neves Lucas Fugikawa Santos Lucas Humberto Lopes da Silva Lucas Moroni Camargo Cramolichi Lucas Queiroz Godoy Lucas Takeshi Tengan Lucas Zanchetta de Melo Antônio Luccas Nerath Figueiredo Luciana Previdelli Garavello Luciano Alves Luis Cesar de Castro Ribeiro

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Luis Guilherme Félix da Silva Luiz Gustavo Constante de Oliveira Marcelo André Franchini Marcio Augusto Boruchowski Marco Aurélio da Silva Pedrosa Marcos Eduardo Eisencraft Marcos Roberto Merlin Filho Maria Paula Firmino Morais Mariana Mayumi Minakawa Mariana Santiago Possari Marina Gabrielle Gomes Batista Marinaldo Andrade de Souza Mario Antônio de Carvalho Matheus Girardi Matheus Storti Monteiro da Rocha Mauricio Batista Mauricio Ferraz Ferri Moacir Donizete Augusto Natasha Bauer Gomes de Godoy Odila Natalia de Aquino Otto Fernando Pinho dos Santos Patrícia Nakabayashi Moriya Paulo Marcos Figueiredo Fontana Pedro Iemma Meira Pedro Lopes de Paula Pedro Luiz Navarro Pedro Passero F. de Barros Toledo Pedro Rogner Pedro Vicenzo Deo Malaquini Rafael Alexandre Chiquito Sacchi Rafael Bondezan de Freitas Rafael Cafalchi Ramos Rafael Luiz Laturraghe Rafael Peres Ferreira Rafael Rodrigues Francisco Rafael Venturoso Capelozi Raphael Coutinho Renan de Meneses Renato Tortorelo Araújo Lourenço Ricardo Inoue Ricardo Kazumi Noda Richardson Bruno J. M. Silva Ridemar Hideyoshi Matsumoto Rilton Luiz Peres Robert Francisco Furlan Cardoso Rodney Guilherme Rodrigo Henrique Lisboa Rogerio Scucuglia Andrade Rubia Lombardi Alboreto Sarah Sheila Alves Tassinari Sérgio Gasulla Bouza Shigueo Yamada Conceição Oliveira Sidnei André de Carvalho Júnior Sidnei Prado de Oliveira Sidnei Flávio Martins Suzel Libel Tais Bitencourt Ferrante Tamara Oliveira Moraes Thiago Santos da Silva Tiago Landim de Sousa Tony Jean Mantovani David Vagner Pereira da Silva Valeria Alhambra Rocchetti Valtencir Colombo de Moraes Valterli Avona Victor Yudji Nakaharada Kokubo Vinicius Malveze

Vinicius Narcísio Mery Curtolo Virginia Crema Santos Wedja Pereira dos Santos William Varela de Souza Willian de Camargo Yasuo Vicente Kanashiro Yuri Mestrinel Hoeppner Zeynon Nascimento Nunes

Atletas aprovados para ni-dan Agenor Garcia Júnior Alberto Hideo Hassano Ana Carolina Pereira da Silva Beatriz Helena dos Santos Carlos Alberto Pereira Carlos Alexandre Dionizio Cleber Clemente de Lima Diego Viger Granjeiro Eiki Inui Elenilda Pereira Ferraz Eliandro de Siqueira Elvis Nobuyoshi Tashiro Eudes Gabriel do Nascimento Felipe César Marcelino Coutinho Fernando Haenni Infante Gilberto Ferreira de Oliveira José Mauro Martinez de Medeiros Marcelo Shimada Maurício Daniel Teixeira de Souza Mauricio Ferreira Marcondes Machado Mauro Gabriel Teixeira de Souza Natalia da Silveira Torres Nathalia Abolis Penna Rafael Nunes de Souza Raphael Lins de Magalhães Raquel Gardini Sanches Palácio Renan Bueno da Silva Robson Tadeu Tainah Camila Coelho Vanessa Cristina Billard Willian Arruda Araújo

Atletas aprovados para san-dan Danilo Henriques Ferreira Fabio de Camargo Santos Francis Minoru Endo Ura Grace da Silva João Manoel Costa da Rocha Leandro Tomé Correa Leonardo Cassab Antunes de Oliveira Leonardo Luís Vendrame Luís Cláudio de Andrade Assis Marcelo Guimarães Salvador Marcus Vinícius Silva Flora Nélson Eishin Ueti Sérgio Kazuo Noda Ulisses de Godoy Wilson Shinoda

Atletas aprovados para yon-dan Ediwaldo Antônio Fazzolari Glauber Diniz Aragão Sidney Massayuki Fukayama Wellington Centeno Gadelha

Atletas aprovados para go-dan Régis Cândido da Silva

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PERFIL

Katharina Modena Uberti

Maior disciplina por meio do karatê-dô Nascida em 12 de fevereiro de 2009 em Brasília (DF), Katharina Modena Uberti deu os primeiros passos nos tatamis aos 4 anos e, segundo os pais Cláudia Modena e Marcos Uberti, após dois anos de prática apresenta enormes mudanças no padrão de conduta e na relação com o mundo à sua volta. Quando e por que matricularam a pequena Katharina numa escola de karatê? Ela tinha 4 anos, e vivíamos perto da academia Uruma-kan. Ela queria muito matricular-se, e o sensei Jackson ofereceu uma bolsa para ela, e foi assim que tudo começou. O que vocês buscavam com esta ação? Na verdade foi ela que queria muito fazer karatê, mas nossa vontade era que a Katharina praticasse um esporte que contribuísse para sua formação física, moral e, acima de tudo, em seu processo de socialização.

Katharina com o sensei Jackson Pereira

Katharina com a sensei J. Rambel

Em linhas gerais quais foram as principais mudanças? Na disciplina, concentração e obediência, que mudaram bastante. Mas qual foi o resultado prático do convívio de Katharina com o karatê? Ela melhorou muito na questão da concentração, na disciplina e no convívio com as pessoas. Achamos que além de modalidade esportiva o karatê educa e forma cidadãos, na medida em que está associado a todo um conteúdo filosófico. Cada ser humano possui sua percepção das coisas à sua volta e neste aspecto ela também mudou? Sim. Ela questiona com maior sentido as coisas que não entende. Passou a resolver pequenos problemas por conta própria e a perceber as coisas do dia a dia de forma mais madura que o esperado para sua idade. “Achamos que além de modalidade esportiva o karatê educa e forma cidadãos, na medida em que está associado a todo um conteúdo filosófico.” www.revistabudo.com.br

Katharina com os pais Cláudia Modena e Marcos Uberti

Sob o ponto de vista de socialização houve grandes mudanças? Sim, achamos até mesmo que, por ter ampliado seu leque de relacionamentos, ela agora interage e conversa em diferentes níveis, seja com crianças mais novas seja com as pessoas idosas. Está valendo a pena? Sim. No dojô Katharina vivencia a aprende uma série coisas que se refletem em seu desenvolvimento pessoal e até mesmo em seu posicionamento no dia a dia. Percebemos que implicitamente acontecem inúmeras situações que contribuem positivamente para o processo de crescimento de nossa filha. Revista Budô número 14 / 2014

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MEDICINA ESPORTIVA

Commotio Cordis

C

ommotio cordis é uma arritmia cardíaca (fibrilação ventricular), provocada pelo impacto de um objeto contra o sem haver fratura de costelas ou do esterno e sem ferir diretamente o coração. Este impacto intenso e súbito faz com que o coração seja pressionado entre o osso esterno e a coluna dorsal, o que leva a uma instabilidade elétrica e ao consequente aparecimento de arritmias cardíacas graves. Do latim, commotio cordis pode ser traduzido como agitação do coração. As primeiras referências a ele surgiram na literatura médica apenas no século 19, porém mortes por golpes aplicados à esquerda do esterno constam de livros antigos sobre artes marciais chinesas. Os adultos correm risco menor, porque os músculos e o arcabouço ósseo da parede torácica são mais desenvolvidos e resistentes às pancadas. O risco depende da velocidade, da dureza, do tamanho e da forma do objeto que se projetou contra o tórax. Projéteis duros, pequenos e esféricos são os mais perigosos. Estima-se que energias de impacto de pelo menos 50 joules são necessárias para causar uma parada cardíaca. Podem ser aplicados 450 joules em golpes de karatê. De 1996 a 2007, o EUA Nacional Commotio Cordis Registry teve 188 casos registrados, com cerca de metade durante esportes organizados. Quase todos (96% das vítimas) eram do sexo masculino, com idade média nesse período de 14,7 anos, e menos de um em cada cinco sobreviveu ao incidente. Mais recentemente, com 224 casos, 50% dos eventos envolveram atletas com idade média de 15 anos, enquanto participavam de esportes competitivos; 26% das vítimas tinham menos de 10 anos; somente 9% eram maiores de 25 anos. Crianças e jovens de até 15 anos de idade são as vítimas em potencial da morte súbita por commotio cordis. O evento pode, por vezes, mas nem sempre, ser revertido pela desfibrilação. A desfibrilação deve ser iniciada o mais cedo possível (dentro de três minutos) para o benefício máximo com manobras de ressuscitação por meio de massagem cardíaca ou com o uso do desfibrilador.

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JOSÉ CARLOS ALVES DE OLIVEIRA

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cuidados de emergência médica.

Alguns dos esportes que têm maior risco para este tipo de trauma são: baseball, futebol, hóquei no gelo, polo, rúgbi, críquete, softball, esgrima, boxe, karatê, kung fu e outras artes marciais de impacto. Os protetores de tórax e luvas diminuem o risco, mas não são totalmente seguros.

4 - Educar treinadores, pais, funcionários e atletas no reconhecimento do mecanismo, os sinais e sintomas da concussão cardíaca.

Existem dois fatores mecânicos responsáveis pela fibrilação, eventos característicos do commotio cordis:

5 - Incentivar todos os treinadores e funcionários a fazerem treinamento periódico em ressuscitação cardiopulmonar (RCP), desfibrilador externo (DEA) de utilização automática e primeiros socorros.

1º - A localização do choque, que deve atingir a região anterior-esquerda do tórax na área correspondente ao coração, particularmente ao redor do centro da silhueta cardíaca.

2º - O impacto deve ocorrer no instante 6 - Estabelecer um plano de em que acontece o pico da onda T, evento ação de emergência em toZona sensível para a indução mecânica de distúrbios do ritmo cardíaco encontrase entre a 2 ª e a 4 ª costelas, à esquerda do esterno. elétrico que dura míseros 10 a 20 milésimos dos os locais esportivos. Code segundo. locação adequada e acesso Impacto que ocorre às unidades de desfibrilador dentro de uma porção de 10 externo automático. Pais, treinadores e a 20 milissegundos do ciclo funcionários devem ser envolvidos nescardíaco. Este período ocorses planos. re na fase ascendente da 7 – Desenvolver ideias nesta área, como onda T, quando acontece a aumentar a área de contado do objeto repolarização do miocárdio contundente, com uso de luvas mais ventricular, passando de síssemelhantes às de boxe, aumentando tole a diástole (relaxamento). assim a área de contato com o receptor O evento de commotio cordo golpe, ou reforçar os protetores à aldis pode ser visto em http:// www.youtube.com/watch?tura da silhueta cardíaca. Para exempliv=LLtzT2bXVGI ficar, as luvas usadas atualmente pelos Apesar de ser um evenpraticantes de karatê (WKF) conferem proteção somente para as mãos. to raro, o commotio cordis ganha enorme importância quando se trata de jovens atletas, que correm risco de Referências morte súbita e que a prinhttp://drauziovarella.com.br/drauzio/commotio-cordis/ cípio têm sua integridade física sob responsabilidade http://en.wikipedia.org/wiki/Commotio_cordi legal de seus pais, treinadoImpacto que ocorre dentro de uma porção de 10 a 20 milissegundos do ciclo res, entidades organizadocardíaco. ht tp: //em e dicin e. m e dsca p e.co m /ar ti ras de eventos esportivos, cle/902504-treatment árbitros e corpo médico. As sugestões a seguir podem ajudar a salvaguardar a integridade física dos jovens atletas e a segurança jurídica dos responsáveis por eles: 1 - Os atletas devem usar responsavelmente equipamentos de proteção, como protetores de peito e luvas, homologados pelas entidades maiores de cada modalidade, em qualquer tipo de competição e em treinamento. www.revistabudo.com.br

2 - Recomendar a todas as entidades organizadoras dos eventos esportivos que se certifiquem de que o local do evento, o carro de polícia ou a ambulância disponham de um desfibrilador externo automático (DEA). As entidades que puderem devem adquiri-lo. 3 - Professores e treinadores devem ter um celular totalmente funcional, pré-programado com números de acesso a

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrocardiograma http://www.rbconline.org.br/artigo/alternancia-eletrica-da-onda-t-bases-eletrofisiologicas-e-aplicacoes-clinicas-baseadas-em -evidencias/ José Carlos Alves de Oliveira é Cirurgião dentista, 3º dan de karatê shotokan, segundo diretor técnico da Federação Paranaense de Karatê Revista Budô número 14 / 2014

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Associação Colossus promove Festival Curumim de Judô São Paulo (SP) – Em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Federação Paulista de Judô Máster, a Associação de Judô Colossus realizou o Festival Curumim de Judô, no dia 12 de outubro, no ginásio de esportes do Centro Educacional da Mooca. O evento, que reuniu mais de 700 judocas, foi composto pelo festival para crianças de 5 a 12 anos e pelo torneio para jovens da categoria pré-juvenil (sub 15). Por possuir cunho lúdico e formacional, o Festival Curumim de Judô premiou todos participantes com medalha alusiva ao evento, enquanto a competição sub 15 premiou com medalhas de ouro, prata e bronze todos os atletas que subiram ao pódio. Ao todo 28 clubes e associações participaram da competição: Associação de Judô Mongaguá, Taboão da Serra, Associação de Judô Moacyr, Associação Sugai de Judô, As-

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PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES

sociação de Judô Mito, Associação de Judô Messias, 36º Batalhão da Polícia Militar, Projeto Arca de Noé, Judô Antunes, Associação Pessoa de Judô, CEU Sapopemba, Judô Santa Mônica, Instituto Aurélio Miguel, Judô Taipas do Jaraguá, Judô Fagundes, Sociedade Esportiva Palmeiras, Judô Cidade Tiradentes, Judô Novo Milênio, Associação de Judô Fernandes, EMEF Álvares de Azevedo, Academia Corpus, Clube Esportivo da Penha, Judô Vila Santa Izabel e Associação de Judô Colossus. A locução do evento esteve a cargo de Antônio Greco, e a mesa de honra contou com a presença de diversas autoridades e dirigentes esportivos, entre os quais Fábio Alvaracci Pinto, diretor do Centro Educacional

da Mooca; Nelson Onmura, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos; Gláucia Carboni, coordenadora do Centro Educacional da Mooca; Rubens Pereira, presidente da Federação Paulista de Judô Máster; e os professores kodanshas Solange Pessoa, Alcides Camargo e Milton Correa. Em seu pronunciamento de abertura, Rubens Pereira destacou que a prática do judô promove o desenvolvimento social dos jovens. “Toda vez que fazemos uma competição deste nível estamos engrandecendo o judô e fortalecendo os laços que unem as famílias. Este é um evento da família judô, e por isso damos boas-vindas a todos que aqui estão. Estamos na semana da criança e este evento foi pensado para homenagear os pequenos judocas da cidade de São Paulo, que cada vez mais encontram menos espaço nas

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grandes competições. O Festival Curumim tem a proposta de inserir os pequenos judocas na atmosfera da competição, porém de forma lúdica e harmoniosa. É por essa razão que realizaremos, em paralelo ao festival, o campeonato pré-juvenil, para que nossos futuros atletas possam observar e vivenciar uma competição”, disse o dirigente. Mais uma vez Fábio Alvaracci Pinto falou sobre a importância da participação do governo municipal e da iniciativa privada nos eventos esportivos. “Por meio do apoio da Prefeitura de São Paulo estamos inserindo crianças na prática esportiva. Como gestor do Centro Esportivo da Mooca reitero nossa predisposição em apoiar toda e qualquer iniciativa que insira as crianças na convivência e na prática esportiva, uma das maiores ferramentas de socialização dos jovens da atualidade.” Antes das disputas do festival houve a belíssima apresentação de ginástica olímpica, organizada pela professora Roseli Gonçalves Signoreli, responsável pela modalidade no Centro Educacional e Esportivo da Mooca. Após a apresentação, Roseli falou sobre a importância da difusão esportiva entre as crianças da comunidade. “Atuamos no Centro Esportivo da Mooca há mais de 20 anos, ensinando e disseminando a ginástica olímpica entre os jovens da região. Nossa proposta aqui é mostrar o trabalho que desenvolvemos aos praticantes de judô. A atividade feita aqui possui uma proposta pedagógica e social, e visa a promover o crescimento dos jovens que frequentam este espaço por meio do esporte.”

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6º World Veterans Championships, Málaga 2014 – Spain

Acácio Lorenção jogando o italiano A. Rigaldone, de harai-goshi

Brasileiros conquistam cinco ouros em Málaga

A

sexta edição do campeonato mundial promovido e realizado pela Federação Internacional de Judô (FIJ) realizou-se de 25 a 27 de setembro, e na análise da maioria de atletas foi a melhor de todas. Ratificando o poderio e a força do Brasil, entre os 1.519 judocas provenientes de 52 países o judô verde e amarelo chegou a Málaga com 65 atletas, uma delegação muito inferior à de países como Espanha e França, o Brasil surpreendeu conquistando 19 medalhas: cinco ouros, sete pratas e seis bronzes. Um grupo com número significativo de atletas foi formado por Alexandre Lomonaco, diretor da Meltrip Turismo, agência que tradi-

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Paulo Pinto I Foto PACO LOZANO

O Brasil subiu 19 vezes ao pódio da Espanha, obtendo cinco medalhas de ouro, oito de prata e seis de bronze. Um resultado surpreendente que consolida o judô do Brasil no topo da classe veteranos.

cionalmente organiza os maiores grupos de judocas que disputam os eventos dessa classe, e para Alexandre neste ano o trabalho foi bastante proveitoso. “Neste ano fomos a Málaga com um grupo satisfatoriamente grande de atletas e alguns levaram suas esposas e aproveitaram para conhecer outros países e fazer turismo. Para nós o resultado da competição foi excelente porque mantivemos uma média boa de participantes no grupo, e na competição recuperamos a média expressiva de medalhas, o que não aconteceu em Abu Dhabi.” As medalhas de ouro do Brasil foram conquistadas por Cristian Cezário, Elton Fiebig, Irahy Tedesco, Rosângela Oliveira e Iraci www.revistabudo.com.br


Grube. As oito medalhas de pratas vieram por meio de Humberto Alonso, Renato Ramos, Andréia Ambrósio, Joceli de Lima, Rogéria Cozendey, Kátia da Silva, Fernanda Oliveira e Nelson Onmura. Os seis bronzes foram obtidos por Edson Schultz da Silva, Alberto Nogueira de Carvalho, Luiz Virgílio de Moura, Pedro Ribeiro da Cruz, Maria de Jesus Correa e Fátima Camargo. Paco Lozano, o repórter fotográfico da revista Budô na Europa, avaliou a competição positivamente. “Foi um grande evento es-

Elton Fiebig campeão mundial do M3 + 100 kg

portivo que, mesmo recebendo mais de 1.500 atletas, apresentou uma qualidade excelente. A organização foi perfeita e as instalações da arena, espetaculares. O evento como um todo apresentou ótimo nível. O Brasil conquistou 19 medalhas, que ratificam o alto nível técnico do Medalhistas brasileiras comemoram em Málaga judô brasileiro. Além de repórter fotográfico sou judoca e quero destacar o espírito de companheirismo e amizade de todos os participantes. Todos mostraram preocupação e respeito com os adversários Foi uma experiência nova e muito gratificante.” Para Rubens Pereira, único dirigente brasileiro do máster em Málaga, esta foi uma edição histórica. “Para fazermos uma análise do

Cristian Cezário campeão mundial do M2 60 kg

Nelson Onmura despediu-se dos tatamis com uma medalha de prata

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desempenho dos atletas brasileiros, temos primeiro de fazer uma análise comparativa do número de atletas que defenderam os outros países. A Espanha inscreveu mais de 200 judocas e a França superou 260 competidores. Foi uma edição com número extremamente significativo de medalhas. Se comparada à dos anos anteriores, a organização foi excelente, porém a arbitragem deixou a desejar em alguns aspectos e o Brasil acabou prejudicado. Parabenizamos todos os atletas do Brasil que mais uma vez provaram que são guerreiros de verdade. Faço um destaque especial a Cristian Cezário e Elton Fiebig, que lutaram muito, fizeram lutas excelentes e tiveram atuações brilhantes.” O dirigente máster finalizou destacando as inovações previstas para o próximo ano. “Assim como a nossa entidade, nosso trabalho é pioneiro no judô máster do Brasil. Achamos que chegou o momento de inovar e buscar novos horizontes em 2015, e no início da próxima temporada serão anunciadas as ações que visam a alavancar ainda mais o judô máster do em nosso País.”

Rubens Preira e Alexandre Lomonaco

Rubens Pereira e Crsitian Cezário

Campeão comemora título inédito Campeão mundial no M2 60 kg, Cristian Cezário falou sobre o caminho que o levou ao ouro. “Esta foi a minha terceira participação em mundiais. Na primeira, em Frankfurt na Alemanha, em 2011, fui vice-campeão mundial. Em Miami, em 2012, fiquei em quarto lugar. Por mais experiência que tenhamos, sempre dá um nervosismo fora do comum na hora de lutar, e a ansiedade é muito grande. Em minha chave houve 18 lutas, e eu fiz

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Fabio Spinosa jogando o espanhol Iglesias

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6º World Veterans Championships, Málaga 2014 – Spain

Cristian Cezário ouro no M2 60kg

Irahy Tedesco ouro no M8 81 kg

Nelson Onmura prata no M6 73kg

Pedro Ribeiro da Cruz Bronze no M6 100kg

quatro. A primeira, contra um francês que foi campeão mundial em 2008. Saí perdendo, mas consegui reverter e penso que esta tenha sido a luta mais difícil. A segunda foi contra um ucraniano que acabei jogando de ippon. Na semifinal joguei o suíço de ippon e na final encarei um russo que estava invicto há cinco anos, mas o finalizei em 20 segundos com um sasae-tsurikomi-ashi. Ele se desequilibrou, o golpe acabou encaixando e arremessei de costas. No primeiro momento o árbitro deu um wazari, mas na videoconferência confirmaram o ippon.” Cristian falou sobre a experiência inédita. “É uma sensação maravilhosa, e acho que deu vontade de sair correndo e gritando feito louco, mas o técnico russo veio me cumprimentar e comecei a ouvir os gritos dos amigos que estavam torcendo. Foi indescritível. O Brasil obteve excelente desempenho e agora vamos pensar na próxima temporada.” Para o campeão mundial, depois do ouro o ponto alto da viagem foi ter conhecido Portugal. “Viajo sempre com a Meltrip Turismo, na qual encontramos melhor qualidade no atendimento e conforto. Havíamos progra-

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Humberto Alonso prata no M1 90kg

mado uma estada em Portugal, onde fizemos uma passagem excelente, e pudemos conhecer muitos lugares lindos e interessantes. O Lolo fez um pacote muito legal e além da competição pudemos conhecer outro país.”

Tricampeão mundial despede-se dos tatamis Três vezes campeão do mundo entre os veteranos, Nelson Onmura, de 56 anos, despediu-se do judô conquistando a medalha de prata na categoria M6 73 kg. “Estou feliz com esse vice-campeonato, minha chave estava muito complicada, com atletas experientes em competições. Eram cinco franceses, dois russos, um alemão e um cazaque. Havia também espanhol, italiano, sueco, holandês e britânico. Queria encerrar minha carreira como tetracampeão, mas não consegui alcançar meu objetivo, mesmo tendo chegado perto da medalha dourada”, disse Onmura, vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis, no até 65 kg. Depois de despedir-se das competições de veteranos, ele seguirá dando aula, apesar de admitir que sentirá falta das disputas ofi-

Renato Ramos prata no M1 100kg

ciais. “Já estou sentindo saudade das competições, mas não tenho como treinar, por isso a decisão de parar. Agora é passar meus conhecimentos aos meus alunos”, completou Onmura. Outro destaque brasileiro foi o pesado Elton Fiebig, bronze no Campeonato Mundial Júnior de Buenos Aires em 1992 na categoria até 95 kg. “Lutei contra um espanhol na decisão, com a torcida toda a favor dele. Sem conhecer o adversário, tinha de tentar uma estratégia que surpreendesse na hora. E a minha deu tão certo que o derrubei em três segundos. Foi muita emoção”, lembrou Fiebig. Mesmo com o bronze no F5 70 kg, a experiente Fátima Belboni lamentou o resultado. “Os europeus são muito fortes e, consequentemente, o campeonato também. Busquei fazer meu papel da melhor forma possível, mas infelizmente não atingi o resultado que esperava. Fiz quatro lutas, ganhei duas e perdi duas. As que venci entrei de tai -otoshi e foram de ippon. As que perdi foram por punição. No ano passado mudei para o F5 e esta temporada foi um pouco mais difícil, mas é assim mesmo, a vida de atleta não é fáwww.revistabudo.com.br


Fernanda Oliveira prata no F3 78kg

Rogéria Cozendey da Silva prata no F3 +78kg

Rosangela Oliveira ouro do F4 63kg

Fátima Camargo bronze no F5 70kg

Andréia Ambrósio prata no F4 63kg

Iraci Grube ouro F5 + 78kg

Maria de Jesus Corrêa bronze no F5 70kg

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Katia Sombra da Silva prata no F4 57kg

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Medalhistas do Brasil 1º LUGAR Cristian Cezário (M2 60 kg) Elton Fiebig (M3 +100 kg) Irahy Tedesco (M8 81 kg) Rosângela Oliveira (F4 63 kg) Iraci da Silva (F5 +78 kg)

2º LUGAR

Humberto Alonso (M1 90 kg) Renato Ramos (M1 100 kg) Nelson Onmura (M6 73 kg) Joceli de Lima (F2 52 kg) Fernanda Oliveira (F3 78 kg) Rogéria da Silva (F3 +78 kg) Kátia da Silva (F4 57 kg)

3º LUGAR Edson Schultz da Silva (M6 60 kg) Pedro Ribeiro da Cruz (M6 100 kg) Alberto Nogueira de Carvalho (M7 90 kg) Luiz Virgílio de Moura (M7 +100 kg) Andréia Ambrósio (F4 63 kg) Fátima Camargo (F5 70 kg)

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cil. Para chegar a Málaga contei com o suporte de patrocinadores e apoiadores como o Grupo Localfrio, Studio Garbo, Energy Sport e o pessoal da Associação Messias de Judô, que contribuíram com minha alimentação. Agora é manter o foco e me preparar para o próximo ano. Nesta temporada rompi o bíceps e se Deus quiser, com a ajuda do José Roberto, meu fisioterapeuta, vou me recuperar.” Depois de dois vices, Iraci Grube, campeã do F5 +78 kg, finalmente atingiu seu objetivo. “Esta foi minha terceira participação em mundial, em que por duas vezes fui vice-campeã e finalmente agora pude chegar lá. Fiz melhor de três com uma judoca da Mongólia e venci, ganhei as duas primeiras, sendo uma de sasae e a outra osae-komi. A cada ano o máster se supera e vemos atletas cada vez mais fortes. Como em minha academia não há mulheres, acabo treinando com homens e isso ajuda muito. Sei que agora terei de defender o título, e certamente estarei novamente no mundial em 2015.” No pesado do M4 Acácio Lorenção mantém a saga em busca do pódio na principal competição do grand master. “Mais uma vez preparei-me por toda a temporada e o pódio acabou ficando pelo caminho. Mas isso só me motiva a seguir adiante, em minha saga no judô. Mas contrariamente daquilo que aconteceu em Abu Dhabi, onde meu gás acabou, em Málaga meu desempenho físico foi muito melhor.” Com dois ippons e enorme determinação, Acácio já foca o preparo para o calendário de 2015.

“Na primeira luta peguei um francês muito bom e venci com um ippon de haraigoshi. Na segunda peguei o russo que havia sido campeão em 2013. Preocupava-me muito com ele, mas fazíamos uma boa luta, até que em determinado momento ele prendeu meu pé, e nem lembro de que forma caí, mas foi um wazari e senti bastante. Na terceira luta encarei o inglês John Stuart, e venci usando meu tokui-waza, o velho harai-goshi. Aliás, foi um tremendo harai-goshi. Na quarta luta fui para o tudo ou nada, e parti para cima forçando no que podia, mas no fim perdi por falta. Acabei em sétimo lugar, mas fiquei feliz porque mostrei um judô intenso, busquei o resultado e tive um desempenho técnico e físico melhor que o de 2013.” O campeão pan-americano enfatizou as amizades e o excelente clima que envolve o judô máster. “No balanço geral da competição aproveitamos bastante, pois a turma estava muito unida. A Meltrip sempre junta um pessoal muito legal, o que acaba dando outra condimentada na viagem. O mais importante é que a chama está mais acesa do que nunca para as próximas competições. Passeamos e conhecemos Málaga, com o Trinca que também foi com a esposa. Comemos muita paella e tomamos bons vinhos e conhecemos um pouco da cultura do Sul da Espanha. Como sempre, fomos muito bem assessorados pelo Alexandre, da Meltrip Turismo, que sempre pensa nos detalhes e nos proporciona viagens excelentes.”

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