Campus nº 350

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Brasília, 2 a 15 de novembro de 2010

Carta da editora A

sala de reuniões é abafada, não tem janelas e mal comporta a agitação de toda a equipe do jornal. Mas não temos do que reclamar. Após um ano e meio da reforma na Faculdade de Comunicação que desalojou o Campus, voltamos a ter uma redação, uma bela redação. E com tudo ainda cheirando a novo, começamos a trabalhar no número 350 do nosso, agora quarentão, jornal-laboratório. “Queremos um jornal que seja assunto na fila do Restaurante Universitário.” Provocante, esse foi o tom que regeu a elaboração dos projetos editorial e gráfico. Desse modo, projetos definidos, saímos com uma ideia ousada de jornal e a responsabilidade enorme de concretizá-la. O único relógio da redação nem dava as 8h daquela terçafeira quando as cortinas foram abertas. Reunião de pauta, hora de montarmos o cardápio da nossa primeira edição. Muitos dados, nomes e comentários depois, ali estava, ainda não o jornal, mas o desafio. O desafio de contarmos as histórias dos violeiros que estão se rendendo às invencionices do mundo virtual; o desafio de vermos como anda o atendimento psicológico obrigatório nas UTIs dos hospitais públicos do Distrito Federal; e - por que não?- o desafio de vendermos nosso peixe a frequentadores da Feira do Guará e aos leitores que alcançarem a página oito. Mas as brincadeiras ficaram restritas à página final. Para a capa, uma denúncia séria: a ação dos atuais caubóis do cigarro pelos bares da cidade. Duas de nossas repórteres foram conferir essa nova forma de

propaganda de tabaco e contam tudo na matéria em destaque neste Campus. Uma denúncia assim, no entanto, não exige apenas uma apuração bem feita e um texto claro. Ela pede também uma imagem que materialize o fato. Primeiro, tentamos utilizar o método tradicional, pedir autorização e tirar a foto. Não deu certo. Então partimos para o clique às escondidas. Como sabíamos os dias e aproximadamente os horários em que nossos personagens agiam, plantamos fotógrafos nos bares em que eles já haviam sido flagrados. Nas duas primeiras noites, os caubóis escaparam das nossas lentes por muito pouco, para desespero da editora responsável. Os 15 minutos que correram entre a saída de um fotógrafo e a chegada do outro bastaram para eles desfilarem onde os estávamos aguardando e saírem ilesos. Veio a sexta-feira e com ela a nossa última chance, pois os personagens não trabalham nos finais de semana. O risco de ficarmos sem a principal fotografia do jornal levou até editores para os bares da Asa Norte, Asa Sul e Sudoeste naquela noite. E, após horas de uma espera tensa, recebemos a notícia que o leitor bem já conhece: conseguimos.

fac.unb.br/campusonline @campus_online

Bárbara Vasconcelos, editora-chefe

Ombudskvinna

Vitor Fubu

Para a UnB sair do papel Por Mel Bleil Gallo

Ao longo do último semestre, esta coluna buscou garantir espaço para diversos leitores expressarem suas opiniões sobre a publicação. No entanto, como também foi explicitado aqui, esse objetivo foi muitas vezes dificultado devido à falta de identificação do público-alvo do Campus – a UnB - com as matérias veiculadas. Ainda assim, grandes reportagens foram produzidas pelos jovens jornalistas e a última edição do semestre passado não fugiu à regra. Descobrir nas páginas do jornal que desde 1920 Brasília já tinha donos, espalhados pelo país, é instigante. Em uma mesma edição confrontá-los com os cerca de 400 moradores da Rodoferroviária, é uma boa experiência. Bem como conhecer a assistente social Edna Moraes e sua “equipe de investigação”, que dedicam a vida a tentar melhorar a vida dos outros. Apesar de um conteúdo investigativo muito interessante e de reportagens muito bem apuradas, a inserção do Campus entre estudantes, professores, técnicos-administrativos e demais integrantes da comunidade acadêmica ainda é baixa. “Pego o jornal e folheio para ver o que me chama a atenção. Geralmente são as matérias da UnB, mas tem tido poucas este semestre”, explica Lucas Rezende, do 5º semestre de Economia. Na edição comemorativa dos 40 anos do jornal-laboratório da UnB, foram revividas as matérias que marcaram as primei-

Leia o

ras quatro décadas do Campus e da Universidade de Brasília. Todas reportagens profundas, bem apuradas e até então inéditas. Nesse material, ficou evidente o papel diferencial deste periódico na cons-trução e registro da história da nossa UnB e, por conse-guinte, do Distrito Federal. A reportagem A UnB que não saiu do papel cumpre esta função. Ao comparar o projeto original da Universidade com sua situação atual, questiona-se os rumos da instituição que completa 50 anos. Ainda que Darcy Ribeiro tenha afirmado que “o modelo de UnB jamais se concretizaria no mundo das coisas”, cabe à imprensa local - jornal Campus, Campus Online, Secom, informativos das entidades e o que mais houver expor o que está sendo feito aqui, para que todos possam fazer parte da construção da melhor UnB que podemos ter.

RENASCIMENTO B

oas ideias devem ser reutilizadas. Por isso, voltamos a produzir o Campim, que fez parte do Campus do ano de 1984. Saem as palavras cruzadas e tirinhas da última página, e entra nossa homenagem à experiência que marcou este jornal-laboratório na década da redemocratização brasileira. O Campim original era um espaço dedicado ao humor, com falsas notícias que iam de “Ricardão pega Aids na piscina do C.O.” a “Sucuri come homem e GDF investiga”. Como no antigo Campim, a nossa proposta é dedicar um espaço ao diferente. Poesia, crônica, humor: a última página é destinada à descontração do leitor após sete páginas de grandes reportagens. Mas o Campim não deixa de ser também uma diversão para nós, futuros jornalistas. É um local onde podemos deixar as regras do jornalismo um pouco de lado e escrever um texto por prazer. Aproveite!

EXPEDIENTE Campus - jornal-laboratório da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília Editora-chefe: Bárbara Vasconcelos Secretária de Redação: Ana Elisa Nunes Diretor de Arte: Miguel Reis Editores: Tajla Medeiros (fotografia),Tatiana Tenuto (página 3), Braitner Moreira (páginas 4 e 5), Mariana Costa (página 6), Emanuella Camargo (página 7) e Lorena Bicalho (Campim) Diagramação: Clara Campoli, Letícia Correia, Thaís Cunha, Thiago Vilela e Vanessa Röpke Fotografia: Edemilson Paraná, Gabriella Furquim, Guilherme Pera, João Thiago Stilben, Luiza Machado, Rodrigo Antonelli Repórteres: Camila Maia, Camila Vellasco, Carícia Temporal, Daniela Gonçalves, Davi de Castro, Juliana Contaifer, Laís Alegretti, Larissa Leite, Nathália Koslyk, Paulliny Gualberto, Raphaella Bernardes, Renata Rusky e Roberta Almeida. Coluna de Opinião: Edemilson Paraná Ilustradores: Iúri Lopes, Guilherme Teles, Vitor Fubu Projeto Gráfico: Ana Elisa Nunes, Clara Campoli, Letícia Correia, Lorena Bicalho, Miguel Reis, Tatiana Tenuto, Thaís Cunha e Thiago Vilela Professores Responsáveis: Solano Nascimento e Sérgio de Sá Jornalista: José Luiz Silva Campus Darcy Ribeiro, Faculdade de Comunicação, ICC Ala Norte. Contato: (61) 3107-6498/6501 CEP: 70.910-900 E-mail: campus@unb.br Gráfica Plano Piloto - 4000 exemplares

ERRAMOS

Gustavo Aguiar

Na edição especial do Campus 40, ao contrário do informado pela legenda da página 4, o personagem da foto não é Rafael Pops, mas Albert Steinberger.


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