Revista Voz da Igreja Outubro 2018

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XV - EDIÇÃO 187 - OUTUBRO DE 2018

ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

Impresso Especial 36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

SOMOS CHAMADOS A “ESCOLHER A VIDA”

CORREIOS

Artigos, práticas e testemunho que apontam para a inviolabilidade da vida, de modo a não a tratar como objeto de descarte Pág. 10 a 14

Padroeira do Brasil

Pacificar é Divino e Conciliar é Humano

Mês missionário

No mês de Nossa Senhora Aparecida, artigo convida a rezar com devoção o Santo Rosário

Paróquias em Curitiba possuem espaço para resolução de conflitos, evitando o ajuizamento de ações

Confira relatos de missionários enviados para testemunhar o Evangelho

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Agenda Mensal dos Bispos Outubro/2018

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Nesta edição da Revista Voz da Igreja, o especial se dedica à defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural. Trazemos um artigo de Dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS) e referencial da Promoção e Defesa da Vida do Regional Sul 3 da CNBB. O especial também traz o testemunho de uma mulher que desistiu do aborto após ser acolhida pela Casa Pró-Vida Mãe Imaculada e as informações sobre a Manifestação pela Vida, uma parceria inédita entre a Igreja Católica e as igrejas evangélicas de Curitiba. Outro tema destacado nesta edição são as missões, visto que outubro é o mês missionário, com o testemunho de uma jovem curitibana que está há dois anos em missão na África. Também em outubro, celebramos o dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Para marcar a

01 • Gravação na Tv Evangelizar 15 • Gravação do Programa Leitura Orante, 02 • Aula no Studium Theologicum na Tv Evangelizar • Gravação do Programa Conhecendo a • Visita no Seminário Rainha dos Palavra, na TV Evangelizar Apóstolos 16 • Reunião na APAC 03 • Expediente na Cúria 04 • Reunião dos 15 Setores na Cúria • Gravação do Programa Conhecendo a • Reunião com os Padres Confessores, Palavra 17 • Aula no Studium Theologicum na Cúria • Visita no Seminário Bom Pastor • Expediente na Cúria 05 • Aula no Studium Theologicum • Visita no Seminário Propedêutico 18 • Reunião com os Padres Capelões de • Reunião do Setor Campo Largo, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida Hospital • Missa de Aniversário do Hospital Nossa • Visita no Seminário São José 19 • Aula no Studium Theologicum Senhora da Graças, na Paróquia Nossa Senhora da Mercês • Reunião dos Formadores, no Seminário 06 • Aula no Seminário Rainha dos Apóstolos Propedêutico 20 • Missa na Comunidade AME, em • Encontro CPP e CAEP da Região Episcopal Centro-Oeste, no Sant. N. Sra. Almirante Tamandaré 21 • Aula para o IAFEE, na PUCPR de Lourdes 22 a • Reunião da Comissão Bíblica • Missa na Paróquia Nossa Senhora de 26 Catequética o CELAM, no Chile Nazaré 08 • Gravação do Programa Leitura Orante, 27 • Crisma na Paróquia São Pio X 28 • Crisma na Paróquia Santa Terezinha do na Tv Evangelizar 09 a 11 • Assembleia Geral do Clero, na Casa de Menino Jesus 29 • Gravação do Programa Leitura Orante, Retiros do Mossuguê 10 • Formação na Paróquia Santo Antônio, na TV Evangelizar 30 • Reunião do Conselho Presbiteral, na em Orleans 12 • Missa na Paróquia Nossa Senhora Cúria Aparecida, no Seminário • Gravação do Programa “Conhecendo a 13 • Missa com a Pastoral da Pessoa Idosa, na Palavra”, na Cúria 31 • Expediente na Cúria Paróquia São Francisco • Missa no Santuário de Schoenstatt 14 • Palestra para o Movimento de Casais Jovens

data, esta edição traz um artigo que reflete sobre

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

a importância e beleza do Santo Rosário, além das programações das paróquias dedicadas à padroeira na Arquidiocese para o dia da solenidade. Você também poderá saber mais sobre o projeto “Pacificar é Divino” – uma parceria entre a Arquidiocese de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Paraná -, receber dicas de como ser mais parecido com São Francisco de Assis no seu dia a dia e conferir testemunhos da presença do laicato na catequese. Convidamos todos a contribuirem com a Revista Voz da Igreja por meio de sugestões, críticas e elogios. Desejamos a todos uma boa leitura!

14 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora de 02 • Reunião do Setor Portão, na Paróquia Senhor Bom Jesus Fátima, no CIC 15 • Formação na FASBAM • Formação para os MESCES na Paróquia 16 • Reunião na APAC Nossa Senhora do Sagrado Coração • Palestra na Paróquia São Lucas 03 • Expediente na Cúria 18 • Missa no Santuário Nossa Senhora de • Missa na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré Schoenstatt 19 • Missa de Aniversário do Colégio Everest 04 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setor • Reunião dos Formadores, no Seminário 04 a 07 • Visita Pastoral na Paróquia São Francisco de Assis, no Xaxim Propedêutico 20 • Crismas no Colégio Bom Jesus, em 06 • Missa de Dedicação da Paróquia São Francisco, no Xaxim Campo Largo 25 a • Visita Pastoral na Paróquia São Pedro, 08 • Missa na Paróquia Nossa Senhora 28 no Xaxim Aparecida, em Pinhais - PR 27 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do 09 a 11 • Assembleia Geral do Clero, na Casa de Retiros do Mossuguê Rocio 28 • Crisma no Santuário São José 09 • Missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Uberaba • Missa no Santuário São Judas Tadeu 30 • Reunião do Conselho Presbiteral, na 12 • Missa na Paróquia Santa Cecília, em Campo Largo Cúria • Reunião do Setor Rebouças 13 • Missa Com as Irmãs da Divina 31 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Providência, no Ahú Fátima, no Tarumã 14 • Missa no Carmelo • Missa na Paróquia Nossa Senhora da Paz

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Cesar Leandro Ribeiro | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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• Missa n Centro Âncora, em Pinhais 19 • Investidura dos MESCES do Setor Cabral, • Expediente na Cúria na Paróquia Santa Efigênia • Missa na Paróquia São Benedito 20 • Missa de Aniversário do Colégio Sagrado • Reunião dos 15 Setores, na Cúria Coração, na Paróquia Santa Terezinha • Novena na Paróquia Nossa Senhora do Menino Jesus Aparecida, no Uberaba • Crisma na Capela Nossa Senhora da • Investidura dos MESCES do Setor Consolação Pinheirinho, na Paróquia Nossa Senhora 21 • Missa do Padroeiro, na Paróquia São do Sagrado Coração Lucas • Visita à Comunidade Vila Esperança, na • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré Saúde, em Pinhais – PR • Missa de Aniversário do Movimento das 23 a • Visita Pastoral na Paróquia Senhor Bom Capelinhas, na Paróquia Santo Antônio 28 Jesus, no Cabral de Orleans 25 • Reunião do Setor Colombo, na Paróquia • Dedicação da Paróquia Nossa Senhora Santa Terezinha de Lisieux das Vitórias 26 • Crisma no Colégio Santa Maria • Assembleia Geral do Clero, na Casa de 27 • Crisma no Colégio Bom Jesus Aldeia, em Retiros do Mossuguê Campo Largo • Missa na Capela Nossa Senhora • Missa no V Encontro do Terço dos Aparecida, no Atuba Homens, no Santuário de Schoenstatt • Reunião na APAC 28 • Missa no Santuário Cristo Rei e São • Reunião do Setor Almirante Tamandaré, Judas Tadeu na Paróquia Nossa Senhora da 30 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Conceição Cúria • Reunião dos Formadores, no Seminário • Reunião da Dimensão Social, na Cúria Propedêutico 31 • Expediente na Cúria


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Pelo Direito de Nascer:

uma manifestação pela vida A sociedade brasileira vive um momento crítico e grave diante da eminência da descriminalização do aborto. A possibilidade de legalização da prática até 12 semanas de gestação, que jamais avançou em comissões da Câmara dos Deputados e Senado Federal, agora será votada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de um mecanismo jurídico intitulado Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 442) ingressada por um partido político. Se aprovada a ADPF 442, a decisão entre vida ou morte de crianças em gestação no Brasil terá sido tomada por 11 ministros não eleitos pelo povo, sem que este projeto tenha passado pelo Poder Legislativo. O argumento daqueles que ingressaram com a ação é que a proibição da interrupção voluntária da gravidez fere o Direito Constitucional de liberdade da mulher. O texto pede que o STF confira “às mulheres o direito constitucional de interromper a gestação, de acordo com a autonomia delas, sem necessidade de qualquer forma de permissão específica do Estado, bem como garantir aos profissionais de saúde o direito de realizar o procedimento”. A argumentação é rasa tanto do ponto de vista jurídico, como científico e moral. A primeira e fundamental questão diz respeito ao início da vida humana. O feto, ainda que com poucos dias e semanas, já é um indivíduo. Biologicamente, não se pode negar que a existência de um novo ser, com código genético, se inicia no momento da fecundação, quando se unem óvulo e espermatozoide. Sendo o embrião uma vida, o aborto caracteriza-se como um homicídio e, liberá-lo, representaria a autorização do Estado para a morte de crianças inocentes. Desse modo, o direito da mulher não pode se sobrepor ao direito do feto que, como criança, tem direito à pro-

teção e segurança. É preciso reconhecer sim que muitas mulheres recorrem ou praticam o aborto, ainda que clandestinamente, em cenários de vulnerabilidade, desespero e dor. É necessário o amparo às mulheres grávidas em situações difíceis, sem que isso represente interromper a gravidez. A defesa do aborto como crime busca defender duas vidas: a do bebê e mãe que, ao abortar, também corre riscos de sequelas físicas, humanas, afetivas e psicológicas. Tais fatos levaram ao surgimento de movimentos organizados contrários à legalização do aborto em uma mobilização inédita e histórica entre as igrejas Católica e evangélicas, realizada no dia 15 de setembro. O Estado é Laico, mas a população brasileira, em sua maioria, não quer que seja autorizado o derramamento do sangue de inocentes que não podem se defender. Sensibilizar as autoridades constituídas, em especial, os ministros do STF sobre a gravidade do tema e do posicionamento popular contrário à legalização do aborto, é também cumprir a orientação bíblica presente em Provérbios “Abre a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados”. Neste caso, bebês nascituros que clamam por nossa defesa por não terem como proteger a si mesmos dessa ameaça de morte precoce.

Artigo(editado) de Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba em conjunto com Bispo Antônio Cirino Ferro, presidente do Conselho de Ministros Evangélicos do Estado do Paraná, publicado em 13 de setembro de 2018 no portal Gazeta do Povo.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2018 “Enviados para testemunhar o Evangelho da Paz” É o lema da Igreja do Brasil (CNBB) para a Campanha Missionária de 2018

A Igreja Católica, por mandado do próprio Cristo, é essencialmente missionária. A ordem que Cristo deu aos apóstolos no dia de sua ascensão aos céus é para todos os batizados católicos. O leitor certamente conhece esta ordem de Cristo. Para o leitor católico, aqui a transcrevo: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28, 19-20). O evangelista Marcos afirma a mesma mensagem missionária: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Aquele que crê e for batizado será salvo” (Mc. 16, 15-16). Tanto em Mateus como em Marcos, é uma ordem: ide. Não é um desejo, um querer próprio, um gosto, uma vontade para impor aos outros. É uma ordem que se estende a todos os seres humanos: “Fazei que todas as nações se tornem discípulos”. Mas que discípulos? Discípulos são aqueles que são “enviados para testemunhar o Evangelho da paz”. Este é tema da Campanha Missionária 2018 da Igreja do Brasil (CNBB). Discípulo não é só o que conhece o Evangelho da paz, mas o que o vive na prática com todos os ensinamentos da Lei de Deus. A ordem de Cristo é bem explícita: ensinando a “observar tudo quanto vos ordenei” (Mt. 28,19). Por isso, discípulo é aquele que aceita todos os ensinamentos e os observa, na prática, vivenciando com seu testemunho para ter paz na sua família, comunidade e sociedade. Na vida cotidiana, não é fácil ser testemunha do Evangelho da paz. Mas quem é o missionário? É todo o batizado católico. Uns julgam que missionário é o sacerdote, a religiosa, o leigo que vai à África, Ásia ou à Amazônia. Missionário não é apenas este, mas todos que são “enviados para testemunhar o Evangelho da paz”. Em primeiro lugar,

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é o Papa Francisco, para todo o mundo, o bispo em sua diocese, o sacerdote em seu ministério presbiteral, a religiosa onde se encontra e o leigo. Mas quem é este leigo? Em primeiro lugar, são os pais, os catequistas, os que pertencem a uma associação e movimento católico. Numa palavra, são todos os católicos. E qual é o autêntico missionário? Aquele que ensina todas as verdades da fé, da moral, com os dez mandamentos, enfim, todo o Evangelho, não apenas uma parte, excluindo outras. O Papa Francisco convoca todos os batizados católicos que sejam missionários em sua família e fora de casa para serem missionários dos parentes afastados de Deus, dos vizinhos, dos que trabalham na mesma firma, enfim, procurando atingir todos para “testemunhar o Evangelho da paz”. Amigos leitores, sejam “Enviados para testemunhar o Evangelho da paz”. Outubro é também o mês do Rosário. O Rosário é bíblico, teológico, Deus Pai, Cristológico, Cristo, pneumatológico, Espírito Santo, Mariológico de Maria, eclesiológico, Igreja e antropológico, a pessoa humana.


Reflexão

PE. RIVAEL DE JESUS NACIMENTO Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido

A necessidade de lucidez para compreendermos a verdadeira felicidade “Vento ventania eleve para as bordas do céu, eu vou puxar as barbas de Deus. Vento ventania, me leve para onde nasce a chuva, para lá de onde o vento faz a curva”. (B.C). A música é do início dos anos 90, mas já revelava a agitação que vivemos e as angústias que temos no tempo presente: uma vontade de desaparecer e se ausentar do mundo; se fala em perda do sentido da vida, em banalização, na busca de muitas respostas. O pragmatismo impera e tudo deve ser justificado na razão e na ação e nós parecemos como alunos de matemática que indagam seu professor sobre para que servirá uma equação ou um binômio para sua vida. Uma sociedade sem reflexão e movida por impulsos e pelo olhar estético e sem consciência da realidade, buscando sempre um vento que leve à fuga da realidade. Estamos em tempo de uma pluralidade de sentidos onde a sensação de liberdade é presente em toda a existência, entretanto, se vive em um grande paradoxo, mesmo em situações corriqueiras como a escolha de um prato em um restaurante: “Escolha você, o que você pedir eu como, tanto faz, para mim”. Quando a decisão para as coisas mais sérias surge, novos embaraços podem ser angustiantes como a escolha de uma profissão, uma vocação, um compromisso e para isso faltam as palavras equilíbrio e coragem. Uma decisão séria na vida de cada um de nós é viver bem o tempo presente. Como já dizia nossa vizinha a saudosa, Rosa Elias quando ainda era um garoto e suas frases me marcaram tanto: “Deus nos dando saúde, as demais coisas se ajeitam”. E acredito que ter saúde é um requisito essencial para vivermos bem o nosso tempo de hoje. Como vemos pessoas perdendo o sentido da vida, jovens, adolescentes, mas também muitos idosos, pessoas que já caminharam bastante na vida. O desafio do tempo presente é vivermos em busca da felicidade, mesmo com as complexidades deste tempo. Não podemos entender o tempo como uma realidade neo-estoica, visando somente o momentâneo. As músi-

cas de hoje presente em nossa cultura retratam elementos da falta de compromisso e do prazer momentâneo. Como ter lucidez para ver este problema que pode estar dentro de nossa casa, em nosso trabalho, em nossa comunidade? Um olhar que toca diante de tantas coisas que se contemplam no imaginário e acende falsas luzes no coração do ser humano e o leva sempre a insatisfação, a um consumismo desenfreado, uma admiração a luzes de tantas falsas estrelas que são momentâneas e podem apagar-se a qualquer momento deixando o ser humano no escuro e na angústia. Como cristãos e agentes de pastorais, a todo o instante temos que lembrar aos que estão em nosso redor que o ser humano traz dentro de si o infinito. A frase de Santo Agostinho nos chama atenção: “Inquieto este nosso coração até que descanse em Ti”. É este Deus que nos ajuda a olhar para a frente e não nos perdermos. Há uma necessidade de humanização, a vida urbana precisa ser humanizada. Enquanto vemos desvios de verbas para escolas, falta de incentivo para pesquisas cientificas, desempregos que desnorteiam toda uma sociedade, precisamos clamar a Deus e agir para que voltemos a ter ideia do bem comum e da coletividade. Para isso, temos a necessidade de santidade, de referências no nosso tempo, bons pais e mães de família, de padres, consagradas e consagrados. São Francisco fica nu e entrega ao pai a roupa do corpo e é coberto pela capa episcopal. O profeta Oséias desposa uma prostituta indicando a prostituição de Israel e Jeremias coloca uma canga no pescoço a mando de Javé para anunciar aos reis a mensagem do poder absoluto de Deus. Em nossa vida precisamos dar sentido a todas as coisas, em tempos que muitas luzes surgiram para confundir mentes e corações seja a luz de Deus em nós para iluminar e indicar o caminho a ser seguido. Tenhamos sempre clareza de nossa missão, com o objetivo de testemunhar o Reino de Deus e a felicidade que vem Dele, sentido para a nossa vida e seta que não nos deixa perdermos nos labirintos da existência.

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Juventude

TECO SALGADO Assessor da AJS - Paróquia São Cristóvão

Conheça a AJS – Articulação da Juventude Salesiana A Articulação da Juventude Salesiana é uma proposta educativa dos jovens para os jovens, amadurecida no âmbito da Família Salesiana. Fazem parte do Movimento: jovens e adultos consagrados e leigos que se identificam no carisma salesiano. É uma rede de apoio mútuo de articulação entre os variados grupos de jovens que se identificam com a Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS), segundo a proposta educativo-evangelizadora de Dom Bosco, e querem vivê-la. É constituída por jovens que pertencem a várias associações ou grupos animados pela Pastoral Juvenil Salesiana. Os grupos juvenis são os sujeitos primeiros da AJS, nos quais os jovens se encontram e se ajudam no seu caminho de crescimento. Na Arquidiocese de Curitiba, a AJS está presente nos trabalhos juvenis das obras de responsabilidade dos Salesianos de Dom Bosco: Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro Lindóia, e Paróquia São Cristóvão, no bairro Guaíra.

Saiba mais sobre Dom Bosco: Pai e Mestre da Juventude Dom Bosco empenhou todas as suas forças em prol das crianças e dos jovens, especialmente os mais carentes, acreditando que eles poderiam ser protagonistas de sua própria história. João Melchior Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, na Itália, em 16 de agosto de 1815. Perdeu o pai muito cedo e foi educado pela mãe, a camponesa Margarida Occhiena, nos princípios da fé e da caridade. Aos 9 anos, teve seu primeiro sonho profético em que via-se em meio a jovens desordeiros, que se transformavam em feras, e tentava modificar a situação por meio da violência. Nossa Senhora e Jesus apareceram para indicar a ele o verdadeiro caminho: “Não com pancadas, João, mas com mansidão e doçura...”. Esse sonho foi fundamental para que o jovem João Bosco percebesse que a educação passava pela confiança, pelo amor, pelo carinho; uma ideia que o acompanhou por toda a vida. Dom Bosco foi ordenado sacerdote em 1841, e escolheu como lema para sua vida religiosa a frase:” Da mihi animas cetera tolle” (Dai-me as almas, ficai com o resto). Desde o início, dedicou-se aos jovens, especialmente os encarcerados e os que viviam pelas ruas da Turim ganhando a vida com trabalhos esporádicos ou mesmo com pequenos furtos. Para ajudar aqueles garotos, acreditava que era preciso “prevenir e não reprimir”. Iniciou assim a proposta do Oratório, um espaço em que os meninos podiam aprender um ofício, brincar e seguir o caminho do bem por meio da religião.

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Dom Bosco foi um dos primeiros a perceber que a criança e o adolescente precisavam ser protegidos e educados para que assumissem novos projetos de vida. Ele buscava desenvolver cada criança e cada jovem em sua totalidade, e seu sistema educativo unia a qualidade de conteúdos ao mesmo tempo em que oferecia arte e cultura, formação profissional e desenvolvimento da espiritualidade. Seu método pedagógico colocava o educador como companheiro e incentivador no processo de aprendizagem. O sistema preventivo elaborado por Dom Bosco é baseado no tripé: razão, religião e amorevolezza (palavra italiana que pode ser traduzida como “amor educativo”). Dom Bosco passou muitas dificuldades e enfrentou todas elas com a certeza de que Nossa Senhora guiaria seus caminhos. A fé em Maria, com o título de Auxiliadora dos Cristãos, é outro traço fundamental para a Família Salesiana. Essa Família foi iniciada com a fundação da Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos de Dom Bosco). Junto com Santa Maria Domingas Mazzarello, Dom Bosco fundou o ramo feminino: o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. E começou também o ramo leigo, formado por homens e mulheres que integram os Salesianos Cooperadores. Atualmente, esse “amplo movimento em favor da juventude” conta com 31 ramos, presentes nos cinco continentes. Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1888, e seu corpo está na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim. Foi canonizado em 1º de abril de 1934. No centenário de sua morte, em dia 31 de janeiro de 1888, João Paulo II o declarou Pai e Mestre da juventude.


IR. VALÉRIA ANDRADE LEAL Assessora Eclesiástica do Setor Juventude

Sínodo da Juventude acontece na Igreja Neste mês, acontece o Sínodo da Juventude. É um tempo de graça! Nossa Igreja reflete de modo especial sobre a juventude, seu papel na Igreja, suas expectativas, seus desafios na vida cotidiana, enfim, o que é ser jovem hoje e como ele pode fazer uma experiência do encontro transformador com Jesus. A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos ocorrerá em Roma de 4 a 25 de outubro deste ano, com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Será fruto da ação do Espírito mediante a participação de jovens e especialistas do mundo inteiro, somados à reflexão e experiência dos Bispos que se dispuseram

a ouvir a juventude. Foi cuidadosamente preparado com questionários para jovens, seminários, reunião pré-sinodal e, agora, culmina no Sínodo. Desde o início, contou com a participação de jovens do mundo inteiro, dando-lhes voz e procurando perceber quais são as realidades que enfrentam no mundo inteiro, considerando aspectos da globalização e da experiência de fé. Nosso país estará representado por bispos e um jovem. A nós, que aqui permanecemos, cabe unir-nos em orações na espera de que se abram novos caminhos para evangelizar e ser evangelizado pelos jovens. Juntos rezemos pelo Sínodo!

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Patryck Madeira. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364

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DENIZE DOS SANTOS PINTO Paróquia Nossa Senhora Aparecida Setor Pinhais

Catequese

A presença do laicato na catequese Sou católica, estou em missão...

A Pastoral Catequética Sou catequista há muitos anos e fui agraciada com a missão de coordenar a Pastoral Catequética da minha paróquia. A partir de 2010, assumi primeiramente a coordenação da matriz e, após dois anos, fui incumbida de cuidar também em nível paroquial. Fiquei muito preocupada com a responsabilidade e combinei com meu pároco que ficaria por um período curto de tempo até que outra pessoa pudesse assumir essa tarefa. Eu mal sabia o que Deus me reservava para o futuro. Naqueles dias, nossa catequese era focada somente nas crianças e adolescentes. Aos poucos, estruturamos a pastoral e passamos a contar com dois grupos distintos em nossa caminhada. Tínhamos as crianças e, agora, um grupo de adultos que nos procurou. As dificuldades que apareceram foram superadas por todos os envolvidos, com muita oração e perseverança. Em minhas conversas com Deus (e foram muitas), sempre pedia o discernimento, a sabedoria para que eu pudesse conduzir tudo conforme a Sua vontade. Penso que Deus me ouviu, pois, sem que eu percebesse, novos catequistas chegaram. Pessoas que, assim como eu, tinham dúvidas, mas também muita vontade de trabalhar na obra do Senhor. Busquei formações, procurei inscrever o máximo possível de catequistas em cursos, seminários e encontros formativos, com o objetivo de capacitar principalmente os catequistas, pois são eles que trabalham diretamente com a evangelização. Aos poucos, pude perceber nossa equipe crescendo, participando, ousando. Era tanto trabalho que pensava que não daríamos conta. Quando penso em tudo que conquistamos, só tenho a agradecer a Deus, pois toda a adversidade superada nos fortaleceu como pessoas, como equipe e como pastoral. Concluí que meu trabalho estava terminado e que já era hora de buscar outros trabalhos, quem sabe em outra pastoral. Ledo engano. Quando Deus faz alguma coisa, Ele faz por inteiro, não deixa nada pela metade! Durante minha caminhada, participei de vários encontros na Arquidiocese. Lembro-me bem de algumas falas em que a ordem era: sejam ousados. O antigo modelo de catequese já não cabia em nossa comunidade. Foi assim que modificamos o modelo

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da catequese de adultos, implantando o Catecumenato e a Catequese Familiar. Agora, tínhamos três grupos distintos e os trabalhos triplicaram. Novamente, busquei “as pessoas certas” para esses trabalhos.

A Pastoral do Batismo O antigo modelo de “formação” para pais e padrinhos já se mostrava ineficaz. A reflexão da Igreja pedia que alterássemos a forma de evangelização das famílias dos batizandos, realizando um atendimento personalizado. Uma ideia magnífica, belíssima e, se o projeto desse certo, muitas famílias seriam evangelizadas. Então, em 2016, meu pároco comunicou que, a partir de 2017, a Pastoral do Batismo deixaria de existir em nossa paróquia e o trabalho com os pais e padrinhos ficaria sob a responsabilidade da Pastoral Catequética. Diante desta nova missão que acabara de receber, fui mais uma vez em busca de informações, formações e encontros formativos, onde aprendi o que fazer e, principalmente, o que não fazer. Iniciei minha busca por pessoas que pudessem assumir esse novo modelo de Catequese Batismal comigo. Todas as pessoas a quem convidei para este trabalho ousado e encantador disseram sim. As pessoas que antes procuravam a paróquia para se inscrever no curso de batismo ficaram surpresas com essa nova metodologia. Muitos criticaram, dizendo que não daria certo, pois as pessoas não deixariam “estranhos” entrar em suas casas. Outros se retraíram e preferiram evitar comentários. Mas, quando os catequistas chegam às casas com o “Kit de sobrevivência”, falando de Jesus Cristo, realizando uma leitura da bíblia, rezando e testemunhando, é possível sentir a presença de Deus. É possível presenciar a transformação que acontece na vida de cada um. Após dois anos de trabalhos intensos, já podemos ver os resultados. Muitas famílias nos procuram em busca da Catequese Batismal. Os desafios ainda são muitos e estamos vencendo todos com a graça de Deus. A taxa que era cobrada anteriormente pela participação de cada um nos antigos cursos de batismo foi substituída por alimentos não pere-


Kit agentes - Par. N. Sra. Aparecida

Testemunhos

cíveis, que são enviados à Pastoral da Caridade e à Pastoral da Criança. Os encontros são realizados nas casas das famílias, totalizando três. Porém, algumas famílias manifestam o desejo de continuar recebendo nossos catequistas.

“Há dois anos, quando fui convidada para trabalhar na Catequese Batismal, não tinha ideia do que isso faria em minha vida. Eu queria muito trabalhar com pessoas e fazer a diferença na vida delas. E é exatamente isso que fazemos. Vamos até as famílias falar de Jesus e ser o sal e a luz, despertando nelas o amor por esse Deus Trino”.

Sempre que possível, realizamos o encontro com a gestante. Muitas famílias que estavam afastadas da igreja voltaram a participar das missas, alguns até nos procuram para frequentar o Catecumenato, inscrever as crianças na catequese ou ainda para ser catequista. Hoje, nossa Pastoral Catequética conta com quatro equipes: Catequese de Crianças e Adolescentes, Catecumenato, Catequese Familiar e Catequese Batismal. Cada uma com sua identidade própria e com seus desafios únicos, os quais são superados no dia a dia. Posso dizer com toda a certeza que a Catequese Batismal, esse novo modelo de evangelização, já deu certo.

Vilma Alves Batista Humerez catequista

“A comunidade se sente muito feliz com nossa presença em suas casas. Eles nos dizem que se sentem abraçados pela Igreja e que nunca tinham sentido isso. Aprendi que, quanto mais perto estamos de Jesus, mais perto queremos estar”.

Só tenho a agradecer ao meu pároco pela confiança no meu trabalho, mas agradeço principalmente a Deus pela equipe maravilhosa que Ele me deu para trabalhar e por Ele não ter desistido de mim!!!

Roberto Alves Batista catequista

Ah! Eu continuo na coordenação... até quando Deus quiser. Escola de agentes do Batismo

Escola do catecumenato 2018 No dia 1 de setembro, concluímos, com alegria, a primeira Escola de Agentes da Iniciação à Vida Cristã de Adultos – Catecumenato. Essa Escola foi realizada após um olhar para as necessidades atuais, após reflexão e oração, a fim de propiciar aos agentes do catecumenato de adultos uma formação vivencial, orante, bíblica e mistagógica. Parabéns a essa primeira turma de agentes! Que Deus fortaleça e abençoe o ministério de vocês!

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2018

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DOM RICARDO HOEPERS Bispo da Diocese do Rio Grande Referencial da Promoção e Defesa da Vida do Regional Sul 3

Especial

“Não matarás o inocente e o justo ” (Ex. 23,7)

Querem aprovar o aborto no Brasil. No entanto, a maioria dos brasileiros e brasileiras não querem, não desejam e não aceitam o aborto provocado. Primeiro, porque somos cristãos e cremos que a vida é um dom de Deus e, portanto, todo atentado contra a vida é um pecado, um crime. Segundo, porque sabemos que a vida tem uma dignidade e deve ser respeitada desde seu início, na concepção, até o seu fim natural. Terceiro, porque o início da nossa vida é frágil e vulnerável e precisa ser cuidado e salvaguardado, pois o direito à vida é o que abre as portas para todos os demais direitos.

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Nossa consciência de cristãos e cidadãos nos diz que não podemos nos omitir na promoção e defesa da vida, seja pela sua sacralidade, seja pela sua dignidade ou inviolabilidade. Diante do conflito de consciência de uma mãe que, numa situação extrema, se vê pressionada para realizar um aborto, temos a obrigação moral de apresentar alternativas eticamente viáveis, levando em conta todos os sujeitos envolvidos. Mas quem são os sujeitos envolvidos? Toda concepção tem um pai, tem uma mãe, tem uma família. Mas não podemos esquecer o mais frágil e vulnerável dos sujeitos: o bebê! O bebê que está se desenvolvendo no ventre da mãe também é um sujeito de direitos - e o mais vulnerável. Por isso, numa decisão precipitada e errada, é sobre o mais frágil e inocente que irá recair a pena capital: privação do nascimento com sua morte. Porém, alguns poucos querem estabelecer a verdade inversa: negam a dignidade do bebê, subtraem seus direitos e o tornam um objeto descartável. Essa teoria subvertida e subversiva despreza o dom da maternidade e desacredita os valores da família. Somente uma ideologia com pressupostos antropológicos frágeis e arbitrários consegue desprezar os dados da genética e da embriologia, manipulando a verdade que é dada pela própria natureza. A ciência, unida à tecnologia, vem nos ajudando a conhecer profundamente as primeiras etapas do desenvolvimento embrionário. Desde o momento da fecundação, há uma explosão de vida e um processo contínuo de desenvolvimento ininterrupto de um indivíduo humano, e, por conseguinte, de uma pessoa. Na Encíclica Evangelium vitae, o Papa São João Paulo II, quando fala do aborto, afirma: “o valor em jogo é tal que, sob o perfil moral, bastaria a simples probabilidade de encontrar-se em presença de uma pessoa para se justificar a mais categórica proibição de qualquer intervenção tendente a eliminar o embrião humano” (EV. 60).

Portanto, impedir alguém de completar o seu ciclo vital é um atentado contra a sua dignidade e, assim, um ato imoral. Ao contrário, proteger, salvaguardar e garantir todas as condições de desenvolvimento do início da vida de uma pessoa é uma obrigação moral daqueles que já passaram por essa fase. A inviolabilidade da vida, prevista no Artigo 5º da Constituição, refere-se exatamente ao respeito pela dignidade da vida humana, de modo a não a tratar como objeto de descarte. O mandamento “não matarás um inocente” vem ao encontro desse imperativo moral de salvaguardar a vida do bebê desde o momento da concepção. A criança no ventre da mãe é o mais vulnerável, o mais pequeno, o mais frágil, o mais necessitado entre os inocentes. O mandamento “não matarás” vem se tornando um grito silencioso de muitas crianças que são condenadas antes mesmo de nascer. Diante da cultura da morte, somos chamados a “escolher a vida” (Cf. Dt 30,19). Desse modo, “o aborto – qualquer ato que tira, voluntária e diretamente a vida do embrião e do feto – é sempre um ato gravemente imoral. Quer seja praticado como um fim ou como um meio, perpetrado de qualquer modo ou num momento qualquer, o aborto voluntário direto é um ato moralmente inaceitável e repreensível” (EV 58). Contra essa mentalidade abortista, é necessária uma postura clara e bem fundamentada da cultura da vida, que cuida, protege, acompanha e se responsabiliza pela vida humana de modo integral. Aborto é um crime e não um direito a ser conquistado (cf. EV 28). A mulher que pensa em fazer ou já fez o aborto vive um drama e um sofrimento, não um exercício de sua liberdade e autonomia. Precisamos ajudar as mulheres e defender as duas vidas: a da mãe e a do bebê. Peçamos a Maria, mãe de Jesus, que, na sua inefável maternidade, possa proteger e salvaguardar as mães e os seus bebês que foram chamados à vida. Que, pelo seu Filho Jesus, não percamos nenhum daqueles que nos foram confiados. Amém.

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Especial

ROBERTO HERCULANO MACHADO E MÁRCIA REGINA SARTORI MACHADO Coordenadores da Comissão da Família e Vida

Comissão Família e Vida - Arquidiocese de Curitiba em defesa da vida humana “Porque em vós está a fonte da vida, e é na vossa luz que vemos a luz.” Sl 35,10

Diante das frequentes ameaças contra a vida humana, a Arquidiocese de Curitiba, através da Comissão Família e Vida e outras comissões e com o apoio da Casa Pró vida Mãe Imaculada, do NAB - Núcleo Arquidiocesano de Bioética, do CENPLAFAM – Centro de Planejamento Familiar, Pastoral Familiar e de movimentos e institutos familiares, seguindo os documentos da Igreja (como Amoris Laetitia, Familiares Consortio, Evangelium Vitae, Catecismo da Igreja Católica, Diretório da Pastoral Familiar, entre outros), está determinada a continuar agindo em defesa da vida, utilizando várias formas de contribuição. Para isso, a Arquidiocese de Curitiba promoveu, neste ano de 2018, as seguintes ações em defesa da vida: Vigília pela Vida na Paróquia Santo Estanislau, Manifestação em favor da Vida na Praça da Salete, juntamente com outras entidades cristãs, e o Seminário da Vida, que teve como tema: “50 anos da Encíclica sobre a vida humana: Desafios e perspectivas”. Nosso maior desafio é orientar, formar, conscientizar, rezar e agir para que seja cumprido o que está escrito em Jo 10,10: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Na missão da Pastoral Familiar citada no seu diretório, uma das metas é bem específica: “Fazer com que a família seja o santuário da vida”. Essa pastoral abrange todas as famílias, independentemente de sua situação familiar, com o propósito de promover a inclusão e resgatar os valores da dignidade de cada pessoa.

Na Arquidiocese de Curitiba, podemos contar com serviços para ajudar e orientar todas as pessoas sobre a importância e valorização da vida desde a sua concepção até a sua morte natural, entre eles: •

Casa Pró Vida Mãe Imaculada www.casaprovidami.com.br Fone: (41) 3156-0003 contato@casaprovidami.com.br A Casa Pró vida orienta, acompanha e trabalha com gestantes em risco de realizar aborto.

CENPLAFAM – Centro de Planejamento Familiar www.cenplafamcuritiba.org.br R. José Bonifácio, 190 – Curitiba Fone: 3233-8203 cenplafam@gmail.com O CENPLAFAM – “sempre a favor da vida!” - cuida da saúde do casal e prega o amor conjugal propondo o Planejamento Natural da Família através do Método Billings. A entidade possui profissionais colaboradores para ajudar os que a procuram, como: médicos, advogados, enfermeiras, assistente social, educadores, administradores, psicólogos e outros.

SOS Família – Serviço de Escuta – Diversas Paróquias da Arquidiocese. Este serviço é prestado por várias paróquias da arquidiocese através de voluntariado leigo e tem como objetivo acolher pessoas com o coração e o ouvido. É nesse espaço que as pessoas podem falar sobre suas angústias, dores, sofrimentos, dificuldades e inquietudes.

NAB – Núcleo Arquidiocesano de Bioética juarez_rangel@yahoo.com.br O NAB tem como objetivo motivar e promover a cultura da vida através de formações, reflexões, palestras e seminários.

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MARCIA ELIZANDRA FAUSTINO Livro: Depois daquele dia

A misericórdia em atos concretos Há cinco anos, a Casa Pró-Vida Mãe Imaculada em Curitiba acolhe mulheres em risco de fazer um aborto. A equipe da Casa oferece auxílio psicológico, jurídico, assistencial e espiritual a essas mulheres que buscam apoio, mesmo depois que seus filhos nascem. Mais de 500 crianças já vieram ao mundo graças ao projeto. Muitas das mulheres atendidas pela casa desistem de abortar ao receber ajuda e conhecer outros testemunhos. É o caso de H., que já tinha um filho de 20 anos quando descobriu que estava grávida novamente. Em meio às incertezas e ao desespero, o apoio que H. recebeu foi fundamental para que ela e a criança ficassem bem. Conheça essa história: “Eu não esperava engravidar. Estava com 41 anos, tinha acabado de conhecer uma pessoa e acabei tendo uma relação - e dessa relação, engravidei. Naquele momento, a minha resposta foi que não havia possibilidade de ter a criança. Meu primeiro pensamento foi abortar. Eu morava com meu filho mais velho, que tem 20 anos, com meu pai, minha mãe e meu outro irmão. Essa situação não se encaixava na minha vida. Não tinha nem condições financeiras nem espaço para cuidar da criança. Como iria dizer para minha família, para o meu filho de 20 anos: ‘Olha, eu estou grávida. Vou ter um bebê de uma relação passageira’?. Quando descobri, não contei para ninguém. Trabalho numa clínica de imagens e eu mesma fui até o aparelho, coloquei o aparelho na minha barriga e percebi que tinha algo diferente. Estava lá o saquinho gestacional. Fiquei desesperada. Comecei tomando chá, vários tipos. Tomei coisas fortes mesmo. Só que não tive nenhum resultado. Eu ia ao aparelho, verificava e o bebezinho estava ali. Mandei um e-mail para um site sobre clínicas de aborto e alguém me respondeu dizendo que em Curitiba não havia nenhuma casa especializada. Eu continuei entrando em sites e alguém me falou da Casa Pró-Vida, que eles poderiam me ajudar. Liguei, marquei um dia. Eu já estava depressiva, emagrecendo e estressada, não dormia mais. Eu estava me intoxicando de tanto tomar chá. Nos

acompanhamentos, o pensamento de aborto foi sumindo. Comecei a me imaginar com a criança, assumindo tudo aquilo. Havia um medo de, ao assumir, destruir tudo que eu construí. Eu acabei decidindo ficar com o bebê e conversar com a minha família. A Casa Pró-Vida estava disposta a me ajudar em tudo que eu precisasse. Decidi e não relutei mais. Cheguei em casa, fui até o quarto e falei: ‘Filho…’. Comecei a chorar, chorar. Quando contei para ele, foi uma coisa totalmente diferente daquilo que eu imaginava. A gente sempre imagina o pior, que vão te virar as costas, te abandonar, te julgar. Talvez muitas pessoas te julguem, mas muitas pessoas nos dão apoio. Ele falou: ‘Não, mãe. A gente tá junto’. Ele me abraçou e foi nesse momento que nossos laços se cruzaram com o nosso pequeno. Contei na empresa também. Não foi fácil, mesmo com todos aceitando. Demorei para me imaginar sendo mãe de novo, engravidar, ficar sozinha. Tentei falar com o pai da criança. Ele não quis saber, mudou os telefones, fugiu, evaporou. Vou cuidar do meu filho e seguir a minha vida, pensei. O enxoval do bebê foi a Casa Pró-Vida que me ajudou a fazer. Hoje, estou aí em novo local, meu apartamento alugado, comprei minhas coisinhas, está mobiliado. Meu filho está super bem, está lindo, é minha vida. Não consigo imaginar minha vida sem ele. Eu tento apagar da minha cabeça o que eu poderia ter feito. Se tivesse feito isso, não iria conhecer este rostinho maravilhoso. O aborto, naquele momento, me parecia a única saída. Eu sentia medo e desespero, como se o mundo tivesse desabado. E depois de tudo isso, hoje sinto paz. Vejo como sou forte. O caminho não é fácil, mas a gente consegue vencer. Deitar com a cabeça tranquila e dizer: ‘Ainda bem que não fiz’. Sinto muita paz, muita tranquilidade. Hoje, vejo como minha vida melhorou 100%. A relação com o meu filho mais velho mudou. Conheci quem ele realmente é: meu amigo e companheiro, mais que um filho. Ele me acompanhou durante a gestação, estava ao meu lado sempre que eu precisava. Não me abandonou em nenhum momento. Eu tenho muito orgulho do meu filho mais velho. Tenho certeza de que o bebê será tão maravilhoso quanto ele’’.

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Especial

Cristãos reuniram-se em Curitiba para manifestação contra a legalização do aborto Milhares de pessoas estiveram reunidas na tarde de 15 de setembro, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico em Curitiba, para manifestarem-se contra a legalização do aborto. A “Manifestação pela Vida” foi convocada por meio de uma união inédita entre a Igreja Católica e Igrejas Evangélicas de Curitiba e teve como proposta marcar um posicionamento contrário à ADPF 442 – medida em andamento no Supremo Tribunal Federal que propõe legalizar aborto a partir da 12ª semana de gestação. A mensagem transmitida pelos especialistas e líderes religiosos presentes foi clara, contra esta medida. “Onze pessoas não eleitas pelo povo não podem decidir pela vida ou morte das crianças em gestação, sem passar o projeto de lei pelo poder legislativo”, afirmou físico Robson Rodovalho, uma das lideranças presentes no evento. A população presente manifestou-se por meio de cartazes e faixas lembrando que a maior parte da população é contra o aborto e defende a vida desde a concepção. O evento contou com momentos de música e falas emocionadas da Cantora Zezé Luz, do Padre Reginaldo Manzotti,

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Julio Cézar Freitas & Banda, falas de lideranças religiosas e também de uma jovem mãe que desistiu de um aborto e estava ali presente com o filho, dando um testemunho em favor da vida. Com as pancadas fortes de chuva durante boa parte da tarde, o evento encerrou mais cedo que o previsto. Antes do término, um momento de forte impacto foi conduzido pelo arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que ao final de sua fala em defesa da vida, levou o microfone ao aparelho que ampliou o som do útero de uma mulher grávida, fazendo-se ouvir o som do coração do embrião batendo. “Esse é o pequeno Júlio que está dizendo que a vida está acima de qualquer outra causa”, disse Dom Peruzzo. O bispo Cirino Ferro, do Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná, lembrou que Curitiba foi uma das primeiras cidades a realizar uma manifestação como esta e que a iniciativa já está incentivando a organização de novas manifestações em outros locais do Brasil.


Liturgia

FREI EDMILSON BORGES DE CARVALHO OCARM

Santa Teresinha

nos faz um convite ao Combate Espiritual! Artigo em homenagem ao dia de Santa Teresinha do Menino Jesus, 1º de outubro

Certo dia em uma carta a um dos seus irmãos espirituais, Santa Teresinha confessou que, quando criança, sonhava em combater nos campos de batalha de modo contínuo: “Lutar cada dia para guardar o tesouro que temos dentro de nós” (Carta 224 – abril de 1897). Este espírito “guerreiro” da pequena e grande Santa das Rosas foi confirmado quando, mais tarde, já no Carmelo, assumiu como sua a Regra do Carmo. Nesta Regra, os Carmelitas, desde o século XIII, buscam inspiração para a caminhada de transformação humano-espiritual, entendida como um contínuo combate espiritual. Sabemos que a vida de fé é constantemente marcada pelos mais variados desafios. Um verdadeiro combate. Como enfrentar ou que atitudes cultivar diante da ditadura do relativismo, que, pela cultura do descartável, relativiza o valor da vida? Cada um acredita e faz o que é melhor para si mesmo. Eu sou a minha própria verdade e caminho, evidenciando um individualismo exacerbado em que cada um faz o que quer e como quer. Diante deste quadro, o maior erro seria achar que, não podendo fazer muito, não faremos nada. Pelo contrário, “combater o bom combate” (Cf. 1 Tm 1,18.6,12; 2Tm 4,7) significa lutar contra a maré, sabendo que o Senhor já venceu e que, com Ele, “somos mais do que vencedores” (Cf. Rm 8,37).

espiritual” (Cf. Bento XVI. Audiência Geral de 06 de abril de 2011): o caminho do abandono e da confiança de uma criança (Cf. Mt 18,1-4) que adormece, sem medo, nos braços do seu Pai (Cf. Carta 196 – setembro de 1896). Santa Teresinha nos convida a passar do Deus-Juiz implacável para o Deus-Mãe, da busca da perfeição para a procura da comunhão com Deus, das coisas complicadas para as simples, da imaturidade para a madura liberdade dos filhos de Deus (Cf. Rm 8,21), do medo para a confiança e o abandono a Ele - já que “é a confiança, e nada mais que a confiança, que nos deve conduzir ao Amor” (Cf. Carta 197 – setembro de 1896). Desejo a você, leitor(a), que uma chuva de graças caia de mansinho em sua vida. Que Deus te guarde na palma de suas mãos e o abençoe com a intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, ela que prometeu “passar o Céu, fazendo bem sobre a terra” (Cf. Caderno amarelo 17.7.1). Caso queiram continuar o “combate espiritual”, lhes convido a beber diretamente dos escritos de Santa Teresinha. Para isso, consulte suas obras completas, publicadas em 2002 pela Paulus.

É aqui que encontramos a mística profundamente evangélica de Teresa de Lisieux. Ela, sentindo seus próprios limites, conseguiu transpô-los. Em seus escritos, demonstrou que santo é o pecador que não desiste de lutar, mesmo sentindo-se pequeno diante do desafio a superar. Ao preferir ser pequena, Teresinha cresceu tanto que se tornou “a maior santa dos tempos modernos”, no dizer do Papa São Pio X, a “estrela do pontificado” de Pio XI, que lhe deu o título de Padroeira das Missões – e, finalmente, declarada Doutora da Igreja por João Paulo II, que a definiu como uma “especialista na ciência do amor” (Novo Millennio ineunte, 27). A “pequena Teresa”, além de ajudar e inspirar “os pequenos, os pobres, os que sofrem e os que contam com sua intercessão, iluminou toda a Igreja com sua profunda doutrina

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Nossa Senhora Aparecida

PE. VALDIR BORGES Pároco de Nossa Senhora Aparecida de Pinhais valdirb@hotmail.com – (41) 99955-3657

Maria, a mulher do Magnificat, primeira discípula e missionária, ensina-nos a rezar e a contemplar os mistérios da vida de Cristo por meio do Santo Rosário

É bom recordarmos que, nas principais aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria, Ela nos convida a rezar com devoção o Santo Rosário. No século XIII, São Domingos de Gusmão recebeu a incumbência da Virgem Maria para divulgar e rezar o rosário em honra da Mãe de Deus para afugentar os demônios. Na aparição de Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, em 1208, na Igreja do Mosteiro de Prouille, quando a Virgem Santíssima lhe entrega o santo rosário, Maria recebeu o título de Nossa Senhora do Rosário, celebrado no dia 7 de outubro. Conta-se que São Domingos de Gusmão expulsou muitos demônios com o santo rosário, e que estes consideravam o rosário como o grande espanto para todo o inferno. Ou seja, o rosário é uma poderosa arma contra o inferno e ajuda a combater e a destruir nossos vícios, trazendo-nos graças e bênçãos especiais. No século XV, o grande pregador e frade dominicano, o Beato Alano de La Roche, foi agraciado com uma aparição da Virgem Maria, aconselhando-o a difundir o rosário a todo o povo católico. Na ocasião, Nossa Senhora confiou 15 grandes promessas àqueles que rezassem o santo rosário com devoção. No século XX, nas aparições de Fátima, a Santíssima Virgem Maria insistiu com mais veemência: “Rezai o Santo Rosário todos os dias”. Desta forma, Maria está nos informando que a oração do Rosário lhe agrada muito, pois contempla toda a vida de Cristo. Recentemente, no século XXI, São João Paulo II complementou o santo rosário com os Mistérios Luminosos, que contemplam a vida pública de Jesus, antes de sua paixão. Temos que resgatar esta poderosa arma contra a influência e o assédio de Satanás em todos os âmbitos da vida, da sociedade, da cultura e da própria Igreja. Urge-nos fazer uso desta simples, mas poderosa ferramenta, que é o rosário, nas turbulências dos dias hodiernos. Rezar o rosário, ou também o terço, como é comumente conhecido, é colocar-se em devoção, contemplando, louvando, invocando e suplicando a Maria o bendito fruto do seu ventre, JESUS. É uma forma do católico fazer o percurso de toda a história da salvação, do nascimento até a ressurreição, em forma de oração. Não podemos ver o rosário apenas como uma forma de oração repetitiva, mas, antes de tudo, precisamos vê-lo como uma forma

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de alcançar graças, bênçãos e o conforto de Deus. Ele ajuda a divulgar o bem, afugentar o mal, dissipar o pecado, os vícios, a resolver conflitos pessoais, comunitários e até mundiais. O rosário é uma forma de espiritualidade que salva muitas pessoas, pois as converte e as torna próximas a Cristo Jesus. Deverá ser rezado com extrema piedade para que se alcancem as graças divinas e o fortalecimento da fé, ajudando a superar as crises e as cruzes da vida. Em 1935, em uma das visões de Santa Faustina, Cristo lhe mostrava o terço da misericórdia para a obtenção do perdão e da misericórdia diante de nossas más ações e pecados. Neste mês de outubro, celebramos Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Neste momento tão difícil e incerto da nação, imploremos a presença materna de Maria, nossa Mãe Santíssima. Diante de tantas notícias falsas, de tanta maldade, do crescimento exacerbado do discurso de ódio, a presença materna da Mãe NOSSA SENHORA APARECIDA cria laços de comunhão entre os brasileiros e inspira o seu estilo de vida, que é um modelo acabado de radicalidade ao seguimento de Cristo.


Outubro, mês de Nossa Senhora Aparecida Em 12 de outubro, celebramos o Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Nesse dia, as paróquias preparam uma programação especial a ela. Reunimos aqui as atividades previstas nas cinco paróquias dedicadas a Nossa Senhora Aparecida na Arquidiocese de Curitiba para a solenidade, além da agenda dos bispos.

Nossa Senhora Aparecida – Seminário

Nossa Senhora Aparecida – Campo Largo

Av. Nossa Aparecida, 1637 – Seminário, Curitiba Fone: (41) 3274-3477

Francisco Xavier de Almeida Garret, 2435 – Campo Largo Fone: (41) 3032-3065

8h: Missa. 10h: Missa. Logo em seguida, benção dos carros. 12h: “Almoço: Alcatra”, um almoço festivo já tradicional na paróquia, com bolo de Nossa Senhora Aparecida. 15h: Benção e consagração das crianças e brincadeiras. 19h: Missa e procissão luminosa ao redor da igreja.

8:30: Procissão saindo da Paróquia São Sebastião da Rondinha. 9:45: Ato cívico e benção dos carros. 10h: Missa solene. 15h: Benção e consagração das crianças. 17h: Benção dos animais.

Nossa Senhora Aparecida – Uberaba

Nossa Senhora Aparecida – Campo Magro

Rua Capitão Leônidas Marques, 1845 - Uberaba, Curitiba Fone: (41) 81540-470 / (41) 3369-2143

Rua das Camélias, 400 – Campo Magro Fone: (41) 3677-8617

8h: Missa. 9:30: 2º Pedalando com Maria. 10h: Missa. 12h: Batizados. 15h: Missa. 16:30: Carreata. 19h: Missa.

9h30: Teatro com os jovens. 10h: Santa Missa Solene. 11h15: Procissão e carreata com a imagem pelas ruas do bairro e bênção dos carros. 12h: Almoço festivo tradicional. 14h: Show de Prêmios.

Nossa Senhora Aparecida – Pinhais

Celebrações do Arcebispo e dos Bispos Auxiliares:

Rua Rio Iguaçu, 360 – Pinhais / Fone: (41) 3668-8344 9:30: Missa solene. Logo após, carreata com a imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas do bairro, com benção dos carros. Quem desejar receber consagração pode permanecer na paróquia nesse período. 12h: Queima de fogos. Em seguida, almoço festivo.

Dom Peruzzo celebra missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Seminário, às 10h. Dom Amilton celebra missa na Paróquia Santa Cecília, em Campo Largo, às 10h. Dom Francisco celebra missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, no Atuba, às 10h.

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Dimensão Social

JOÃO SANTIAGO Teólogo, Poeta e Militante

Pacificar é Divino e Conciliar é Humano Já são 10 paróquias em Curitiba que possuem lideranças comunitárias atuando como facilitadoras na resolução de conflitos, difundindo a cultura do diálogo e evitando o ajuizamento de ações. E o número deve crescer.

Neste ano de 2018 a Igreja Católica Apostólica Romana, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou a Campanha da Fraternidade com o tema “Fraternidade e Superação da violência”. A Arquidiocese de Curitiba a partir desse tema avança para águas mais profundas (Lc 5,4), e isso se dá através de um novo projeto “Com o objetivo de formar lideranças comunitárias para atuarem como facilitadoras na resolução de conflitos, com a finalidade de difundir a cultura do diálogo e da conciliação, promovendo a pacificação social e evitando o ajuizamento de ações”. Este é o enunciado do curso de capacitação em técnicas de resolução consensual de conflitos, fruto de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Paraná e a Arquidiocese de Curitiba, que tem coordenação e assessoria do Diácono Flavio Binder e sua esposa, a professora Dulce Slama Binder, da Paróquia Nossa Senhora da Paz no Boqueirão. Além da coordenação o projeto conta com um qualificado quadro de assessores. O Projeto Pacificar e Divino, merece três pontos de destaque: 1. A metodologia participativa e inclusiva, cuja afetividade é reflexo da amorosidade do profundo conhecimento dos assessores sobre o assunto. 2. A linguagem, nos textos ou mesmo na condução, revela a dimensão pastoral e a importância do encontro entre as pessoas. 3. A importância do projeto para a sociedade e comunidade, em tempos de disseminação do ódio, desassistência do Estado e exclusão do direito à justiça. Surge um novo paradigma de resolução de conflitos, parafraseando Jesus de Nazaré ao dizer aos seus discípulos e, por consequ-

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ência, a nós também, “Vocês é que devem dar-lhes de comer” (Lc 9, 13), poderíamos dizer: vocês é que devem resolver os seus conflitos; antes de qualquer outra dimensão, isso parece nos convidar à maturidade cristã.

Por que a Igreja está envolvida com esse projeto? O Projeto Pacificar é Divino é a representação de uma Igreja em saída, que sabe e assume a sua missão no mundo para transformá-lo. Entre outras fontes de inspiração, temos o exemplo de Paulo e seus companheiros em Éfeso, onde buscaram restituir a unidade da comunidade que vivia em conflitos, dividida e brigando entre si, “não há entre vós ninguém tão prudente que possa ser juiz entre os irmãos?” (1Cor 6,1-8). A Igreja assume o projeto Pacificar é Divino buscando contribuir com a solução dos conflitos entre irmãos e irmãs no nosso tempo. Três dimensões merecem destaque: a) promover o encontro entre as pessoas, a começar pelos mediadores entre si, entre as lideranças das comunidades, a partir de outro referencial que não as questões da agenda cotidiana da Igreja; b) possibilitar o encontro dos mediadores/as e, através deles/as, da Igreja com as pessoas em situação de conflitos; c) efetivamente criar a oportunidade de encontro entre as pessoas em conflito, oferecendo-lhes a oportunidade para a restauração das relações, da convivência e, por vezes, da amizade. É oportuno lembrar que o encontro entre as pessoas é um tema desejado pelo Papa Francisco.


“Pacificar é Divino” quer construir a Cultura de Paz como fruto da justiça (Is 32,17); abrindo novas perspectivas, novos caminhos e novas formas de obter uma Justiça Restaurativa; que não apenas resolva os conflitos, mas restaure as relações. Assim, poderemos também sonhar com uma Espiritualidade Restaurativa.

Apresentamos a seguir alguns dos principais problemas geradores de conflitos e atendidos pelo Espaço Pacificar. Em seguida, apresentaremos as paróquias que já estão atendendo com a metodologia e as diretrizes do programa. Seguindo a instrução de Jesus de Nazaré (Lc 10,1), “dois a dois são enviados”, com a missão de mediar os conflitos e facilitar o diálogo que leva ao acordo.

Espaço Pacificar Um espaço para resolução de conflitos, evitando ações judiciais

Você já conhece?

Você encontra um Espaço Pacificar nos seguintes locais:

É um local onde você encontra uma pessoa capacitada e certificada pela Igreja, em parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná, para ajudar a resolver o seu problema de conflito por alguma situação de:

Paróquia Bom Jesus dos Perdões - Centro / Fone: (41) 3281-7700 Paróquia Nossa Senhora da Luz – CIC / Fone: (41) 3246-2264 Paróquia Nossa Senhora da Paz - Boqueirão / Fone: (41) 3042-7117 Paróquia Santíssimo Sacramento - Vila dos Bancários / Fone: (41) 3242-5567 Paróquia Sto. Antônio Maria Claret – Boqueirão / Fone: (41) 3085-2827 Paróquia São Braz – São Braz / Fone: (41) 3024-1310 Paróquia São João Batista – Rebouças / Fone: (41) 3013-0150 Paróquia São José Operário – Alto Boqueirão / Fone: (41) 3378-1011 Santuário Nossa Senhora do Carmo – Boqueirão / Fone: (41) 3276-1936 Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Alto da Glória / Fone: (41) 3253-2031

• Batida de carro • Discórdia entre vizinhos • Pensão alimentar para os filhos • Questões de terrenos • Demais situações que geram conflitos. Antes de entrar na Justiça, resolva essa situação sem despesas e sem demora.

Contato em horário comercial. Informe-se: recupere a sua paz. Programa Pacificar é Divino. Agradecimento à coordenação do Projeto Pacificar é Divino da Arquidiocese de Curitiba pela gentileza no atendimento repassando as informações e pela doação ao projeto. Deus nos ilumine e nos dê discernimento nesta importante missão.

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WILLIAM MICHON Equipe Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo

Como o dízimo está inserido na missão de evangelizar? Neste mês missionário, lançamos uma reflexão sobre dízimo e evangelização

A Igreja, comunidade de comunidades, recebeu a missão de evangelizar. A missão necessita de entrega, doação e generosidade. A evangelização ocorre a partir da conscientização permanente do povo cristão batizado e da sua pertença à Igreja. Neste mês de outubro, quando a Igreja se dedica às missões, também celebra e conclama cada cristão batizado a rever o seu compromisso batismal, para assumir efetivamente o seu verdadeiro dever missionário. Os documentos do magistério da Igreja, sobretudo o Ad Gentes (AG), oriundo do Concilio Vaticano ll, são repletos de significados, tendo como premissa básica o mandato explícito de Jesus de anunciar a Boa-Nova à toda humanidade (cf. Mc 16,15). Nesta perspectiva vocacional, “todos os fiéis, como membros do Corpo de Cristo vivo e a Ele incorporados e configurados não só pelo Batismo, mas também pela Confirmação e pela Eucaristia, têm o dever de colaborar no serviço da obra de evangelização” (cf. AG n. 36). Para que a missão aconteça e vá além das fronteiras, todos os cristãos devem participar de três maneiras: • • •

Espiritualmente: com orações e penitências em vista de tornar fecunda a atividade missionária; Vocacionalmente: para que “venham a surgir mensageiros do Evangelho” (AG n. 39); Economicamente: para “não permitir que faltem recursos necessários à missão” (AG n. 35).

PASTORAL DO DÍZIMO NA MISSÃO DA IGREJA Para desenvolver a atividade missionária, é necessário que haja recursos e pessoas preparadas. Neste contexto, a Pastoral do Dízimo é solicitada como provedora de recursos para que, efetivamente, a evangelização dos povos possa acontecer. O dízimo, como pastoral inserida na Pastoral de Conjunto com as demais pastorais da Igreja, tem a missão essencial de evangelizar. Contribuir com o dízimo é um ato evangelizador. Cada cristão dizimista leva a Boa Nova ao Povo de Deus, pois quem colabora com a missão tem méritos de missionário. “O dízimo expressa a participação da pessoa batizada na missão de anunciar o Evangelho da Alegria” (CNBB, 2016, Doc. 106).

DIMENSÃO MISSIONÁRIA DO DÍZIMO A dimensão missionária do dízimo consiste em cumprir o mandado de Jesus à Igreja: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14) e abrange tudo o que diz respeito ao anúncio do Evangelho, longe dos locais, espaços e ocasiões ordinários de pregação. O Documento de Aparecida ressalta este compromisso: “Todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização de homens e mulheres em cada ambiente“ (DAp n. 171). São muitas as necessidades materiais e econômicas das missões e a dimensão missionária do dízimo deve atender uma ampla abrangência delas para contemplar a missão por excelência da Igreja: “Anunciar a Boa Nova para toda a humanidade” (Mc 16, 15). As aplicações do dízimo devem contemplar as missões ad intra (na própria arquidiocese) e ad extra (fora da arquidiocese). Nas missões ad intra, o dízimo deve ser investido nas seguintes ações: implantação e manutenção do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), dos Conselhos Missionários Paroquiais (COMIPA) e na Infância Missionária, realizando encontros, formando agentes e produzindo materiais. Nas missões ad extra, há necessidade de envio de recursos financeiros para comunidades em missão fora da Arquidiocese, seja no Brasil ou em outros países; envio de pessoas – sacerdotes, diáconos, religiosos consagrados, cristãos leigos e leigas – para áreas de missão e formação e participação em cursos e congressos missionários a nível regional, nacional e internacional. A CNBB tem um projeto de Igrejas-Irmãs, quando as dioceses, paróquias e comunidades do Brasil, assumem um compromisso de entreajuda – enviando dinheiro, promovendo a troca de experiências e visitas mútuas, na perspectiva da Igreja presente em todos os lugares. “A nossa capacidade de compartilhar nossos dons espirituais, humanos e materiais com outras Igrejas, confirmará a autenticidade missionária” (DAp n. 379).. É necessário que rezemos sempre pelas missões, mas não podemos deixar de fazer a nossa parte, partilhando dos bens que temos, pouco ou muito. A fé se fortalece quando é transmitida. Que a generosidade no dar seja sempre iluminada e inspirada pela fé! “Então, verdadeiramente, haverá mais alegria em dar do que em receber” (cf. At 20, 35).

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO:

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Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2018

Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309


FREI ALEXANDRE MAGNO CORDEIRO DA SILVA Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões

Liturgia

Francisco de Assis: um coração fraterno

No final do século XX, surgiu a ideia de que a crise ecológica só poderia ser enfrentada com uma nova visão da relação do ser humano com a criação, na intenção de reler o mandado de Deus ao ser humano em Gn 1, 1-3,6. A tarefa dada por Deus ao homem para que submetesse a terra, como uma licença para explorá-la sem restrições, teria sido mal entendida. Essa narrativa é precisamente um convite para tratá-la com cuidado, na qualidade de representante de Deus. Como protótipo desta compreensão, encontramos São Francisco de Assis. Por isso, em 1979, o papa João Paulo II fez de Francisco o padroeiro da Ecologia. Nesta questão, Francisco de Assis é uma figura singular. Ele, com fina percepção, sentia o laço de fraternidade e de sororidade que nos une a todos os seres vivos. Tinha consciência que todas as criaturas vieram do ventre criacional de Deus. Daí, ternamente, chama a todos de irmãos e irmãs: o sol, a lua, as formigas e o lobo de Gubbio. As coisas têm coração. Ele sentia seu pulsar e nutria veneração e respeito por todo ser, por menor que fosse. Nas hortas, também as ervas daninhas tinham o seu lugar, pois, do seu jeito, elas louvam o Criador. O coração de Francisco apresenta um estilo de vida, a expressão genial do cuidado, uma prática de confraternização e um renovado encantamento pelo mundo. Recriar esse coração nas pessoas e resgatar a cordialidade nas relações suscita no mundo atual o mesmo fascínio pela sinfonia do universo e o mesmo cuidado com a irmã e mãe Terra como o vivido por Francisco. Para isso, proponho uma série de atitudes que poderão converter o nosso coração: Na nossa intimidade com a natureza: • Procurar todos os dias o contato com a natureza e buscar readquirir nossa condição de seres naturais; • Expressar nossa alegria no encontro dos elementos que nos constituem: terra, água, fogo e ar; • Reencantar-se, vivenciando e anunciando as pequenas belezas naturais; • Voltar a sentir de perto e a ter consciência do ritmo das estações: do calor e do frio, do sol e da chuva, do cair das folhas e do germinar dos frutos, tendo a coragem de enfrentar o tempo, qualquer que ele seja; • Viver com sobriedade, não enchendo nossa casa do que é desnecessário. Ter um estilo de vida mais ligado à natureza; • Incluir atividades corporais para contrabalancear o excesso de trabalho intelectual.

Convivência fraterna com todas as criaturas: • Tratar a todos com respeito e cuidado, na conversa e na conduta, e ver, mesmo no adversário, o irmão ou a irmã; • Deixar de ver a natureza como utilidade prática, passando a apreciá-la como um valor em si; • Compartilhar a dor do próximo e a dor de toda criatura, como se fosse a sua própria dor; • Ser econômicos e cuidadosos com o ar que respiramos, com a água que bebemos, com o fogo que nos aquece, com a terra que nos alimenta; • Alegrar-nos com as flores do campo, sem acharmos que temos sempre a obrigação de colhê-las. E se experimentássemos o Espirito de Partilha? • Compartilhando com os outros o carro, a casa e o jardim - as coisas que possuímos; • Abrindo nossas portas, compartilhando nossa mesa e cultivando uma verdadeira hospitalidade. • Renunciando mesmo o que nos faz falta para pouparmos a natureza e compartilhando as coisas criadas com todas as pessoas do mundo; • Tornando nossos bens acessíveis à comunidade, como terrenos e praias; • Estando conectado nas relações entre progresso econômico e a crise ambiental, dívida externa e a fome, entre a industrialização e a pobreza e, a partir daí, chegar a um estilo de vida mais solidário. Se puséssemos em prática o espírito de paz... • Enfrentado a agressividade que se esconde em nós e todas as formas de violência, de boca e de atitude, através do esforço físico na natureza; • Suportando, com paciência e perseverança, os conflitos e tendo tempo para os nossos parceiros; • Nada querendo impor na vida, no convívio conosco mesmos e com as criaturas. Diversas são as paróquias que no dia 4 de outubro realizam a benção a animais de estimação. Neste mês, aprofunde o carisma franciscano, participe das atividades nas paróquias franciscanas.

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COMIDI

Outubro, mês missionário Em todo o mundo, a Igreja Católica celebra outubro como o mês missionário, destinado a animar e a despertar vocações missionárias que levem o Amor de Deus para fora. Além disso, também acontece em outubro a coleta do Dia Mundial das Missões, sempre no penúltimo fim de semana do mês – este ano, nos dias 20 e 21 de outubro. O dinheiro arrecadado em cada paróquia e

comunidade é enviado ao Fundo Universal de Solidariedade, em Roma, para ser destinado a projetos sociais ao redor do mundo. Para celebrar a importância e a beleza da vocação missionária da Igreja, a Revista Voz da Igreja de outubro traz depoimentos de duas missionárias. Confira:

Grupo do Setor Pinheirinho viaja ao Mato Grosso em missão Alceni Maria Schwartz, da Paróquia São José das Famílias, participa de um grupo missionário formado há alguns anos por pessoas das dez paróquias do Setor Pinheirinho da Arquidiocese de Curitiba. A cada dois anos, em média, o grupo viaja para outras regiões do Brasil para conhecer outras realidades. Em 2018, estiveram em Confresa e Santa Teresinha do Araguaia (MT) a convite do Pe. André Pereira, que haviam conhecido em outras missões. O grupo, formado por 18 missionários, passou 17 dias no Mato Grosso. Eles foram acolhidos pelo padre e nas casas das famílias da região. A viagem foi preparada com bastante antecedência e cada um cobriu seus próprios custos. Os missionários também levaram itens para doação, arrecadados pela comunidade de Curitiba. Alceni dá seu depoimento sobre a viagem missionária. Confira: “Essa missão no Mato Grosso foi maravilhosa! Nós aprendemos muito e voltamos com nossas baterias recarregadas. A gente vai fazer e volta feito. Nesse trabalho, nós vivenciamos o que é ser uma Igreja em saída, que rompe com a acomodação e parte para o encontro, que partilha a vida com os marginalizados, fugitivos, refugiados, pobres, feridos e excluídos e, no meio deles, encontra Jesus Cristo crucificado. O padre que nos recebeu nos encaminhou para o abrigo de crianças da cidade, para o lixão e para visitar as famílias dos presidiários. Também estivemos na zona de marginilizados, como da prostituição. Foi um trabalho excelente. A Igreja sempre assumiu ser uma Igreja de santos e pecadores. Quando se chega a um determinado ponto, o trabalho se torna impossível só aqui dentro da nossa comunidade. Então, sair e crescer um pouco lá fora é muito importante”.

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Jovem curitibana missionária na África conta sobre seus dois anos de missão Em dezembro de 2016, Samara Taíza, uma jovem que hoje tem 23 anos, partiu de Curitiba para a Missão Católica Beato Paulo VI, em Quebo, na Guiné Bissau, África. A missão é de responsabilidade da Regional Sul 2 da CNBB. A Missão Quebo, como é chamada, está em sua fase inicial. Os missionários atuam na evangelização das duas capelas que existem na cidade, assim como nas áreas de saúde e educação. Samara é formada em enfermagem e diz ser apaixonada por ajudar o próximo. Ela participava ativamente da Paróquia Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial de Curitiba, mas sentia que faltava algo. Quando ouviu o Frei Rivaldo falar sobre uma viagem missionária, sentiu que aquele era o seu chamado. Como ela mesma conta, entregou seu desejo nas mãos de Deus e Ele cuidou de tudo. No final deste ano, Samara irá completar dois anos de missão. Ela relata como tem sido sua experiência até aqui: “A missao é muito mais que o fazer, ela é o viver. Eu demorei um pouco para compreender isso, mas Deus me trouxe aqui para cuidar de mim. Nos primeiros meses, estive em adaptação para entrar em um ritmo diferente e conhecer as realidades. É complicado e confuso, mas, aos poucos, Deus vai mostrando a graça de estar ali e você vai se esvaziando. Seu olhar brasileiro vai sendo deixado de lado, as situações vividas começam a ser compreendidas dentro da nova realidade, com o olhar da cultura local. Você aprende os dialetos, a nova maneira de cozinhar, muda o jeito de se vestir e seus conceitos. As responsabilidades chegam e você aprende a se adequar. Minha missão é ser leiga, constituir o reino de Deus aqui no meio deste povo, ser catequista e ir ao encontro dos jovens. É sobre ter contato, estar perto, junto com o povo. Eu atuo como enfermeira em um centro de recuperação nutricional (CRN-CARITAS). A minha formação faz parte da minha missão. Atuar na saúde aqui é se adequar a situações inesperadas. Temos 24 leitos, que geralmente estão lotados. No CRN, utilizamos quatro línguas para comunicação: português, criolo, fula e mandinga. As sensibilizações são diárias: as mães são ensinadas sobre cuidados básicos de higiene, a maneira correta de preparar os alimentos e até mesmo a saber que horas são. Viver aqui é viver a vontade de Deus. As dificuldades são muitas, mas a recompensa de poder tocar neste povo e na cultura deles não se explica. Sou grata por Deus cuidar tanto de mim a ponto de me tirar do meu mundo e me trazer para tão perto Dele aqui na Terra. Eu vejo Jesus todos os dias em meio a esta pobreza, que vai muito além do material. Todos os dias, tenho a oportunidade de ser um intrumento de Deus e vou me fazendo presente sem julgar, mas amando. Amando em um curativo na hora do almoço, amando em saudade, amando no abraço, ao ensinar, ao acolher, na paciência. Jesus bate à minha porta todos os dias. Às vezes ele pede “N'tene sede, n'misti bibi" ou "N'tene fome, N'misti kume". Outras vezes, ele se cala. Assim o tempo passa e eu vou vivendo cada dia como se fosse a primeira vez. Meu retorno será em breve, ainda sem data. Tenho planos para voltar a trabalhar, quero continuar a estudar, rezo para encontrar meu "José" e formar uma familia. Ser missionária é ser profundamente amada por Deus Pai, poder tocar todos os dias em Deus Filho e ser restaurada cuidadosamente pelo Deus Espirito Santo, recebendo sempre os carinhos da Mãe Maria Santisima. Ser missionária é ser, é viver, é estar”.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2018

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Encontro com Papa

DOM AMILTON MANOEL DA SILVA, CP.

Curso para os bispos novos em Roma Bispos auxiliares de Curitiba estiveram em encontro com Papa Francisco

Aconteceu de 5 a 13 de setembro, no instituto educacional Regina Apostolorum, em Roma, Itália, o “Encontro Anual de Formação para Novos Bispos”, do qual participaram 144 bispos de várias partes do mundo e 16 Bispos brasileiros, entre eles os dois Bispos auxiliares de Curitiba: Dom Francisco Cota de Oliveira e Dom Amilton Manoel da Silva, CP. Tendo como iluminação a encíclica Evangelli Gaudium, do Papa Francisco, e o tema: “Servidores da alegria do Evangelho”, o curso buscou estimular os participantes para o compromisso de comunhão afetiva, pastoral e doutrinal com a Igreja no serviço do episcopado. A maioria das conferências foi ministrada por cardeais responsáveis de diversos dicastérios da Cúria Romana abordando questões ligadas ao episcopado e à evangelização, como o ministério dos Bispos na transformação missionária da Igreja, os desafios dos operadores pastorais, a dimensão social da evangelização, o diálogo social como contributo para a paz e outros. O ponto alto do curso foi o encontro com o Papa Francisco, na sala do Consistório, no Vaticano. Após uma conferência de 20 minutos, o Santo Padre saudou cada um dos Bispos novos, encorajando-os na missão. Das suas palavras destacamos: “Vocês não são resultado de um escrutínio meramente humano, mas de uma escolha do Alto. Por isso, de vocês se exige não uma dedicação intermitente, uma fidelidade em fases alternadas, uma obediência seletiva, mas vocês são chamados a se consumar noite e dia”. Ao final afirmou: “A Igreja não é nossa, mas é de Deus! Ela veio antes de nós e estará depois de nós! O destino da Igreja, do pequeno rebanho, é vitoriosamente escondido na cruz do Filho de Deus. Os nossos nomes estão esculpidos no seu coração; a nossa sorte está nas suas mãos”. E acrescentou: “Cristo seja a alegria de vocês, o Evangelho seja o nutrimento, principalmente diante das famílias que frequentam as paróquias.” Paralelamente a este curso aconteceram outros dois: para os que completaram 10 anos de episcopado e para os 74 Bispos dos territórios de Missão (África e Ásia) promovido pela Congregação para a Evangelização dos Povos.

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Para Dom Francisco e Dom Amilton este encontro apresentou a grandeza e a beleza da Igreja, num ministério desafiador (do Bispo), cujo serviço à vida se torna cada vez mais gritante. Ao mesmo tempo apresentou com clareza alguns procedimentos técnicos, canônicos e pastorais, o que dá mais segurança ao Bispo, principalmente na vivência da comunhão pastoral, transformando-o na extensão do serviço do Papa, em unidade com toda a Igreja. O curso para os Bispos novos acontece todos os anos, no mês de setembro, promovido pela Congregação dos Bispos; todos os nomeados no decorrer do ano corrente são convidados a participar.


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Aberto o Ano Jubilar pelos 350 anos da primeira paróquia da cidade, atual Catedral No dia 8 de setembro, a Arquidiocese de Curitiba celebrou a solenidade da Padroeira de Curitiba, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Em 2018, especialmente, o Dia da Padroeira foi marcado também pela abertura de um Ano Jubilar em comemoração aos 350 anos da Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, primeira paróquia da cidade e que hoje abriga a Catedral Basílica Menor. O lançamento oficial do Ano Jubilar aconteceu na Catedral durante a missa das 10h, que foi celebrada pelo Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo. Outra atração especial dessa missa foi a entronização da primeira imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, trazida de Portugal pelos primeiros povoadores de Curitiba e que foi emprestada pelo Museu Paranaense à Catedral para o período do Ano Jubilar.

39ª Assembleia do Povo de Deus discutiu o protagonismo do leigo Entre os dias 21 e 23 de setembro, aconteceu em Curitiba a 39ª Assembleia do Povo de Deus. O encontro foi na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê e teve como tema “O protagonismo laical no serviço à vida plena”, assessorado pelo Prof. Dr. Cesar Augusto Kuzma. A assembleia reúne todos os arcebispos e bispos do Paraná, os padres que coordenam a Ação Evangelizadora e os coordenadores regionais das pastorais, organismos e movimentos. Um dos pontos altos da Assembleia deste ano foi o envio do casal Pércio Pereira Vitória e Marcia do Rocio Pereira Vitória para a missão na Guiné-Bissau, África.

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Arquidiocese de Curitiba tem dois novos padres A Arquidiocese de Curitiba recebeu com muita alegria dois novos sacerdote diocesanos, ordenados no mês de setembro. No dia 15 de setembro, Carlos Eduardo Ricordi foi ordenado por Dom José Antônio Peruzzo no Santuário São José, no Capão Raso. “Nesse momento especial, a única palavra capaz de traduzir tudo o que sinto é gratidão a Deus, que me chamou a esta missão, e ao povo de Deus, que rezou por mim e se fez presente na celebração. Tudo foi muito marcante e significativo”, comenta o Padre Carlos. Padre Carlos nasceu em Carlópolis (PR) em 15 de agosto de 1982. Em 29 de setembro foi a ordenação de Fernando Pieretto, também pelo arcebispo Dom Peruzzo, na Paróquia São José Operário, Alto Boqueirão, “Estou muito feliz! E ao mesmo tempo profundamente agradecido a Deus, à minha família, à arquidiocese de Curitiba, aos amigos e amigas, irmãos e irmãs de caminhada, e a todos aqueles que de alguma maneira fazem parte da minha história. A todos o meu muito obrigado! Espero, com o auxílio da graça de Deus, ser um sacerdote agradável ao coração de Jesus", afirmou o Padre Fernando. Ele nasceu em dia 23 de dezembro de 1981 em Planalto/RS.

Movimentos Eclesiais de Curitiba organizam peregrinação ao Santuário do Rocio “Um dia de interação, emoção e apoio entre os Movimentos Eclesiais da Arquidiocese de Curitiba”: é assim que Josiane Andrade, coordenadora da Comissão dos Movimentos Eclesiais e do Movimento de Capelinhas da Arquidiocese de Curitiba, define o domingo de 16 de setembro, dia em que mais de 600 pessoas da cidade peregrinaram ao Santuário Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá. A peregrinação foi organizada pelo Movimento de Capelinhas e o Apostolado da Oração. Segundo Josiane, o dia foi muito animado e revigorou a fé de todos na vivência em comunidade. O grupo retornou a Curitiba no final da tarde de domingo.

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V Congresso Americano Missionário na Bolívia Com o grande impulso missionário do Papa Francisco, a Igreja Católica na América celebrou o V Congresso Missionário Americano (V CAM) em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) de 10 a 14 de julho de 2018. Com o lema "América em missão: O Evangelho é alegria", o V CAM espera fortalecer o sentido missionário de toda a Igreja Católica e encontrar formas de renovação e conversão missionária da Igreja na América. O Congresso reuniu 3.177 delegados de 26 países, das Américas, o único país ausente foi a Nicarágua em virtude dos conflitos que estão vivendo no momento. O Brasil foi representado por 175 delegados, sendo 11 do Paraná. Presente no evento representando o COMIRE – Conselho Regional Missionário - da CNBB Sul 2, Odaril José da Rosa, comentou que foram vividos cinco dias intensos de diversas atividades que ocuparam a atenção de todos os participantes.

Semana da Esperança na Capela das Almas Na semana de finados (29/10 a 02/11), será realizada na Capela das Almas Jesus Bom Pastor, que fica no interior do Santuário Nossa Senhora de Fátima no Tarumã, a Semana da Esperança. O objetivo é oferecer reflexões e promover a oração na intenção dos falecidos e de seus familiares. É a primeira vez que esse evento Pastoral é promovido e contará com a presença de Padres e leigos qualificados para falar do assunto. Dentre eles, Dom Amilton Manoel da Silva, Bispo auxiliar de nossa Arquidiocese. O evento é gratuito e aberto a todos. Programação: • • • • •

Dia 29 de outubro às 20h – Palestra: Superação do luto (Psicóloga Michele Maba). Dia 30 de outubro: 19h - Santa Missa. 20h - Apresentação cultural musical (Coral das comunidades). Dia 31 de outubro: 20h - Dores de Maria (Dom Amilton Manoel da Silva). Dia 01 de novembro: 20h – Palestra: Orações pelos fiéis defuntos. (Cônego Pedro Vilson). Dia 02 de novembro (Finados): 8h; 10h; 15h e 19h - SANTA MISSA | 12h; 14h30 e 18h - TERÇO MARIANO

Conheça a Capela das Almas Jesus Bom Pastor. Contato: (41) 3266 - 5384 / (41) 9 9767 - 2017 / www.capeladasalmas.com

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Exames gratuitos para prevenção à cegueira A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Curitiba, em parceria com o Pequeno Cotolengo e o oftalmologista Dr. Rogil Torres, está tocando o projeto “Visão para a Vida”, destinado à prevenção da cegueira entre crianças e adultos em situação de vulnerabilidade social em Curitiba e região metropolitana. O projeto surgiu do diálogo entre a Pastoral e o oftamologista, que se ofereceu para realizar exames e atendimentos gratuitamente, com o objetivo de diagnosticar doenças que possam levar à cegueira e encaminhar os pacientes ao tratamento necessário. Rogil explica a importância de um diagnóstico correto para a prevenção: “Quando uma pessoa simples vai ao posto de saúde com algum problema de visão, muitas vezes ela sai de lá achando que precisa de óculos, mas pode ser que ela tenha uma doença que vai deixá-la cega no futuro. Por isso é muito importante realizar os exames”. O consultório funciona dentro do Pequeno Cotolengo, com atendimentos a cada duas semanas, aos sábados. O objetivo ainda não é oferecer o tratamento, pois o

Missa de envio de novos agentes da Pastoral da Saúde No dia 8 de agosto, a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Curitiba celebrou uma missa de envio e entrega dos certificados aos novos agentes que passaram pela capacitação. A missa aconteceu na Paróquia São Pedro – Umbará e foi presidida por Dom Francisco Cota, bispo auxiliar de Curitiba e referencial para a Dimensão Social, e cocelebrada pelo Pároco Pe. Carlos Cigollini e Diacono Pilati.

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consultório não tem os equipamentos necessários. O paciente irá receber o diagnóstico, o que permite que ele tenha o tratamento adequado nos postos de saúde da sua região. Os atendimentos são gratuitos e voltados para crianças a partir de 3 meses e adultos em situação de vulnerabilidade social, sendo que óculos só são receitados para crianças de até 13 anos.

Projeto Visão para a Vida Local: Pequeno Cotolengo de Curitiba Rua José Gonçalves Junior, 140 Campo Comprido, Curitiba. Consultas apenas com agendamento, procure a Pastoral da Saúde na paróquia mais próxima. Mais informações: ireonildapastoralsaude@gmail.com


Padre Kleina é o novo assessor da Comissão de Comunicação A Comissão de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba ganhou um novo assessor eclesiástico: o Padre Luis Kleina, atual pároco da Paróquia Imaculada Conceição, no Guabirotuba. Ele acolheu o convite com muita alegria e entusiasmo: “Coloco minha vocação e meus dons a serviço dessa comissão, assim como minhas orações”. Ordenado em 1997 e reitor do Santuário do Carmo por 17 anos, Padre Kleina sempre utilizou a comunicação como uma forte ferramenta de evangelização. As celebrações das missas e novenas que preside são transmitidas por diferentes emissoras de rádio e TV. Ele atuou com programa diário de rádio e atualmente mantém programas de orientação espiritual aos ouvintes. Como escritor, lançou os livros “Deus quer mais de mim” e “Momentos de Espiritualidade”. Cursou Filosofia e Comunicação Social na Universidade Federal do Paraná e Teologia no Studium Theologicum. O padre também já foi ecônomo (administrador) da Mitra da Arquidiocese de Curitiba no período de 2004 a 2009. Compõem a Comissão de Comunicação: A Pastoral da Comunicação - antonio.kayser@gmail.com; a Pastoral da Educação: ecofil@uol.com.br; e a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese: comunicacao@mitradecuritiba.org.br / barbaramm@mitradecuritiba.org.br.

Já disponível para reserva: Novo

A edição 2018/2019 do Álbum Catequético-Litúrgico da Arquidiocese de Curitiba já está finalizada. A proposta do álbum é auxiliar na integração entre família, catequese e liturgia através de atividades de reflexão e partilha do Evangelho de cada domingo, além de exercícios e brincadeiras. O Álbum acompanha ilustrações, dinâmicas, jogos, um álbum de figurinhas e um Calendário Litúrgico para pendurar na parede, para acompanhar a participação do catequizando na missa ao longo do ano. O material pode ser reservado pelo email album@mitradecuritiba.org.br ou pelo telefone: (41) 2105-6325


Painel

Penitenciária Apostólica do Vaticano concede Indulgências Especiais à Arquidiocese por ocasião do Ano Jubilar Fiéis poderão receber indulgências na Catedral

O Supremo Tribunal da Penitenciaria Apostólica, um dos três tribunais da Cúria Romana, atendeu à solicitação do arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, concedendo a Indulgencia Plenária por ocasião do Jubileu de 350 anos da Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral Basílica. As indulgências serão concedidas aos fiéis nos dias 8 de cada mês - quando será feita a troca do manto da Padroeira e também quando grupos paroquiais visitarem a Catedral em forma de peregrinação, celebrando a Santa Missa. Para alcançar a indulgência plenária, além da

visitação à Catedral e assistir aos ritos jubilares ou celebrações, é preciso cumprir com as condições de costume - confissão, comunhão e oração nas intenções do Santo Padre - acrescidas da oração do Pai Nosso, Creio e alguma invocação à Maria diante de sua imagem. A concessão de indulgências para o Ano Jubilar será apenas na Catedral. As pessoas que por grave causa não podem sair de casa poderão obter a Indulgência Plenária fazendo um ato de arrependimento de todo o pecado e unirem-se espiritualmente às celebrações jubilares com a intenção de cumprir, logo que for possível, as três condições de costume. O decreto é válido por todo o jubileu – de setembro de 2018 a setembro de 2019. O agendamento de visitas e peregrinações será aberto pela Catedral em breve. Mais informações serão disponibilizadas em: www.catedralcuritiba.com | (41) 3324-5136.

Dom Pedro Fedalto, arcebispo emérito de Curitiba Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora de redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos.

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JOCELMA CRUZ Canção Nova

Mas afinal o que são as novas

comunidades? As Novas Comunidades são uma forma renovada de atualizar a experiência dos primeiros cristãos que, depois de seu encontro pessoal com o Cristo, se sentem movidos a deixar tudo e seguir o mestre, assim como fez Pedro, Mateus e tantos que encontramos na Sagrada Escritura. Somos na Igreja Católica uma forma renovada de viver os mesmos votos de Castidade, Pobreza e Obediência que um dia fizeram de Francisco de Assis um diferencial para o seu tempo. Quando se ouve falar em Novas Comunidades, alguns pensam até se tratar de outra Igreja. Não! As Novas Comunidades são para o tempo de hoje uma Primavera, como vai dizer João Paulo II em sua homilia na festa de Pentecoste de 1998, são a ”providencial resposta do Espírito.” As Novas Comunidades têm como uma de suas características principais a grande novidade da consagração de leigos, que vivem juntos em Comunidade. Seus membros deixam a segurança de suas famílias, o conforto de suas estruturas, para partilhar as alegrias e dores da vida. Abandonados na Divina Providência vivem de doações e dedicam-se à Evangelização, em grande parte através dos meios de comunicação. Seus membros podem ser solteiros, celibatários, padres e até mesmo pessoas casadas que, ao assumirem a radicalidade do seu batismo, se tornam para o mundo de hoje luzeiros de esperança,

sinal do amor de Cristo em meio às realidades cotidianas da vida, atualizando o convite de Jesus: “Vem e segue-me!”. Trazem um forte apelo à vida de oração intensa, tanto pessoal como comunitária, iluminando suas ações e decisões pela ação e condução do Espírito Santo, uma vez que estão enraizados na vivência dos dons e carisma do Espírito. As Novas Comunidades começaram a surgir na década de 1970 na França e nos EUA, tornando-se um fenômeno mundial. No Brasil, as primeiras Comunidades Novas surgem na década de 80 e, na década de 90, vê-se o surgimento de inúmeras Novas Comunidades que hoje no Brasil superam o número de 500. Em sua estrutura, as Novas Comunidades estão organizadas entre membros de dedicação total, chamados membros de vida, estes deixam sua família, trabalho ou até seu país. Os de dedicação parcial, chamados de membros de aliança ou 2º elo, permanecem inseridos em suas realidades de trabalho, sendo ali um leigo consagrado, um missionário da Igreja de Cristo, que deve levar a beleza do seu carisma às realidades do mundo onde está. As Comunidades devem obediência ao bispo local da diocese onde estão localizadas e assim colaboram com os trabalhos e ações evangelizadoras, dentro de suas possibilidades e carisma.

Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2018

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A edição 2018/2019 do Álbum Catequético-Litúrgico já está disponível para reserva pelo e-mail album@mitradecuritiba.org.br


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