Em Cena - Edição 25

Ano XVIII - Número 25 Janeiro/Fevereiro 2015

E AGORA BRASIL? Especialistas fazem projeções pouco otimistas para o cenário econômico do País em 2015

índice

janeiro/fevereiro 2015

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EDITORIAL CARTA DO LEITOR ESPECIAL Brasil 2015

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COMPORTAMENTO Revolução da pílula

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EDUCAÇÃO Currículo Nacional

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ATUALIDADE Efeito Blackfish

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SINDICALISMO Sindicato Infantil na Bolívia

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LEGISLAÇÃO Regras da Anatel

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SUSTENTABILIDADE Resíduos

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BELEZA Transformação

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PERSONAGEM DA SAÚDE Luiz Eduardo Coelho

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CADERNO VIP Encontro Paulista da Saúde e Encontro Nacional da Saúde Dia da Mulher 12 de maio Festa Junina da Saúde Ofisaec

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FATOS E FOTOS Bragança Paulista

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EXPEDIENTE

janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 3

editorial

O ano de 2014 ficará marcado na história do Brasil No começo de 2014, na primeira edição anual da Em Cena, falamos que este seria um ano peculiar, com samba em março, goleada em junho e urna em outubro. E assim foi. Carnaval é sempre festa e o Brasil deu demonstrações, mais uma vez, que sabe como levar a alegria para o povo com um espetáculo fantástico, que toma conta das ruas das cidades de norte a sul do País.

Mas falar de goleada e Copa do Mundo é assunto que tira o sorriso de qualquer brasileiro.

A goleada existiu, mas não foi dada pela Seleção Brasileira, ao contrário. Uma rasteira histórica, num jogo de 7 x 1 em favor da Alemanha, além de tirar o Brasil da disputa, constituiu-se no maior vexame dos 100 anos da história do nosso futebol. Inesquecível e humilhante.

Mas a torcida é para que a Copa movimentasse a economia. Ao final, o que todos assistiram não compatibilizou com as perspectivas iniciais. Muitas das obras de infraestrutura que beneficiariam a população não foram concluídas e muitos setores amargaram com a retração nas vendas. Alguns ganharam, mas são setores, como o de hotelaria, bebidas, bares e segmentos, ligados ao turismo e lazer, que deram suporte às mais de 700 mil pessoas que vieram ao Brasil para acompanhar a Copa.

Já, a indústria manteve a tendência de queda, seja em função do número de feriados e dias não trabalhados, quanto pelos resultados que a economia brasileira vem apresentando desde 2013 e que a Copa não foi capaz de reverter. O desemprego cresceu e a produtividade caiu. Com os resultados negativos do Produto Interno Bruto (PIB) em dois trimestres consecutivos, o Brasil entrou no que os economistas chamam de “recessão técnica”. A previsão era de que o País chegasse ao final do ano com um crescimento pífio da ordem de 0,24% do PIB, a menor desde 2009. As perspectivas para 2015 não

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são muito animadoras e a expansão da economia deverá permanecer estável em 1%. E o que é o PIB? É a soma de todos os bens e serviços produzidos em solo brasileiro - mesmo que por empresa estrangeira - e é o índice utilizado para medir o crescimento da economia.

Mas esta realidade preocupante não foi suficiente para atrapalhar o jogo praticado pelo Governo Federal no último evento de real importância para os brasileiros: as eleições. A presidente Dilma Rousseff (PT) foi escolhida para um segundo mandato ao ganhar do senador Aécio Neves (PSDB) por uma pequena margem e em segundo turno. Ela venceu a disputa com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio. Caberá à presidente Dilma corresponder ao voto de confiança dado por pouco mais da metade dos eleitores brasileiros e mostrar aos demais a que veio. Mais ainda precisará cumprir todas as promessas de campanha e elas não são poucas. Na saúde, a área do nosso interesse, algumas foram bem vagas, como “melhorar todo o sistema de saúde”, mas já foi bem específica quando prometeu construir 500 unidades de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas e 8.600 unidades básicas de saúde em todo o País.

Resgatando a história, vale lembrar que em seu primeiro mandato, a presidente Dilma prometeu apoiar e aprovar a jornada de 30 horas para a enfermagem. Ficou devendo, assim como outras promessas feitas. Ganhou mais quatro anos para cumprir tudo que prometeu. E deve iniciar já, a começar por colocar a economia e a saúde em campo, na linha de ataque, pois, a conferir as matérias que recheiam esta revista, estes dois setores fazem parte de um jogo no qual se não colocados em linha de ataque, muitos pontos são perdidos a cada dia que passa.

No mais, vale lembrar que também foram escolhidos pelo voto os novos senadores, deputados federais, estaduais e também governadores de Estado. Cada um, dentro de sua função, faz parte deste jogo e deve cumprir com responsabilidade a representação da população.

Edison Laércio de Oliveira Presidente

expediente - carta do leitor

Em Cena “Com alegria, quero cumprimentálos e parabenizá-los pelo trabalho e missão e agradecer o envio de suas publicações ao nosso escritório. A imprensa é sinônimo de voz, de informação e quanto mais a sociedade estiver informada, mais o nosso povo poderá agir com consciência e decidir com determinação. Esta é a base da democracia, lembrando que vida pública, como o próprio nome diz, é de todos nós e, com este sentimento, quero fazer cumprir nossa missão como representantes da população.

Aproveitando para deixar nosso trabalho e mandato à disposição e renovamos nossa admiração e apreço.”

Célia Leão - deputada estadual

Ano novo, as esperanças se renovam “No ano novo realmente as esperanças se renovam, mas por pouco tempo, pois a gente se perde no caminho. Bem que tentei me planejar, como diz na reportagem, deixar meus vícios de lado e tirar meus projetos da gaveta e colocá-los em prática. Como diz na reportagem, 214 foi o ano do cavalo, que impulsiona para realização de projetos. Comigo, um deles deu certo: voltei a estudar.”

Marta Cristina Marta de A. T. Machado - Pirassununga

Redução de jornada “Queria deixar registrada a admiração que tenho pelos profissionais da saúde. Lendo a revista Em Cena, edição 24, percebi que eles trabalham mais tempo do que devia e, por isso, teriam que ganhar muito bem por cuidar de nossa saúde, mas neste País só ganha bem que não faz nada, infelizmente.”

Paulo Sérgio M. R. Silva Amparo

“Agradeço ao Sindicato a oportunidade que me deu quando fiquei viúva. Sem nunca ter trabalhado, em julho de 1996, comecei a trabalhar no setor de Higiene na Casa de Saúde de Campinas. Na época, a Sofia (diretora de Comunicação do Sinsaúde) me orientou a estudar no Projeto Educação na Saúde. Foi o pontapé que eu precisava. Durante o curso, tive incentivo para dar continuidade aos estudos, tanto que hoje sou técnica em enfermagem.

Estou me aposentando e muito feliz pelo dever cumprido. Reconheço todo esforço da diretoria do Sinsaúde, na pessoa do presidente Edison, que sempre lutou pelos profissionais da área da saúde e também a Leide, por sempre lutar por salários melhores na Casa de Saúde. Agradeço à Casa de Saúde pela confiança depositada em meus serviços todos esses anos e um agradecimento especial ao diretor Edson Eugênio pelo companheirismo.”

Tereza Angela N. de Souza Campinas

EXPEDIENTE Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde) Site: www.sinsaude.org.br E-mail: sinsaude@sinsaude.org.br Facebook: facebook.com/sinsaude Presidente: Edison Laércio de Oliveira Diretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento Redação e criação: DOMMA Comunicação Integrada

Histeria coletiva “Achei muito interessante a matéria sobre histeria coletiva. É de se admirar como as pessoas se influenciam por um fato e ficam histéricas e, às vezes, sem saber porquê. Parabéns pela reportagem.”

Cássia de A. P. Q. Pereira Campinas

Sua opinião ou sugestão é muito importante!

Correspondências para esta seção: Por e-mail: srodrigues@sinsaude.org.br ou domma@domma.com.br Por carta: Rua Duque de Caxias, 368, Centro CEP 13015-310 – Campinas/SP

Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114) Redação: Ingrid D’Elboux (Mtb 62.871), Mariana Dorigatti (Mtb 60.431), Sirlene Nogueira, e Vera Bison (Mtb 12.391) Projeto gráfico: Javé Editoração: Felipe Teixeira e Gabriel Viveiros Capa: Felipe Teixeira Fotografia: Ari Ferreira (Mtb 28.843) e Gustavo Tilio (Mtb 43.790) Revisão: Vera Bison Tiragem: 22 mil exemplares

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especial

Alerta! 2015 será mais um ano difícil para os brasileiros

A

reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) com uma margem justíssima de votos, 51,64% contra 48,36% conquistados por Aécio Neves (PSDB), praticamente dividiu o País ao meio. Ao contrário do que aconteceu em 2010, quando foi eleita por 56,5% dos votos sobre a glória de ser a primeira presidente mulher do Brasil, o resultado da última eleição refletiu a insatisfação do povo brasileiro e o declínio da credibilidade que o governo acreditava ostentar.

A presidente Dilma perdeu para Aécio Neves nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, enquanto a petista venceu no Norte, além de obter quase três vezes mais votos que o tucano no Nordeste.

O resultado das eleições não foi suficiente

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para tirar o clima de insegurança que continua pairando no mercado interno, o que se repete também no ambiente externo. Esperava-se que a presidente Dilma desse início, logo após as eleições, às medidas que acalmassem o mercado, a começar pelo anúncio da nova equipe econômica, já que a atual sofre com o descrédito da população. Vale lembrar que para quem é reeleito, o tempo de mandato não para de correr.

Numa entrevista exclusiva para a revista Em Cena, o economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, faz uma avaliação sobre a tendência econômica para o Brasil em 2015, com projeções em relação ao crescimento do País, desemprego e o índice de inflação, além de uma profunda reflexão sobre as consequências de aumentos salariais acima da inflação.

Ele, que foi ministro da Fazenda entre 1988 e 1990, no lançamento do Plano Verão, num dos períodos mais difíceis da economia brasileira, conseguiu restabelecer as relações com a comunidade financeira internacional e consolidou as reformas que modernizaram institucionalmente as finanças públicas, avalia que a presidente Dilma fez, até agora, a parte mais fácil, como indicar os novos ministros da área econômica - Joaquim Levy, como ministro da Fazenda, e Nelson Barbosa, no Ministério do Planejamento -, assim como preparar medidas de ajustes que há muito são cobradas.

“O difícil será manter as mudanças e resistir às pressões para abandono da estratégia. Isto vai requerer da presidente a convicção sobre o rumo adotado, a capacidade de articulação política e a habilidade para neutralizar as pressões por alteração destes rumos”, aponta.

Independente da astúcia da presidente nesse

processo, o economista entende que o ano de 2015 ainda será de muitas dificuldades, com baixo crescimento e inflação elevada. “Talvez um pouco melhor do que em 2014.” Se a lição de casa for feita como deve ser, Mailson da Nóbrega acredita que se pode contar com uma gradual restauração do potencial de crescimento do Brasil, contribuindo para que a presidente Dilma termine seu segundo mandato garantindo ao País um crescimento entre 3% e 4% e inflação abaixo dos 6%.

O emprego e os reajustes salariais Prevendo o crescimento do desemprego neste primeiro ano de segundo mandato da presidente Dilma, Maílson não deixou de criticar o movimento sindical, por este continuar perseguindo aumentos acima da inflação. Considera que este trabalho, executado com determinação pelas lideranças dos trabalhadores, é um desserviço para o

“O difícil será manter as mudanças e resistir às pressões para abandono da estratégia. Isto vai requerer da presidente a convicção sobre o rumo adotado, a capacidade de articulação política e a habilidade para neutralizar as pressões por alteração destes rumos.“

foto: divulgação

Maílson da Nobrega, ex-ministro da Fazenda

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especial

“O pior é que as projeções incluem aumento da carga tributária para diminuir as dívidas públicas e o crescimento do desemprego, enquanto as promessas da presidente eram de redução do emprego e aumento da renda.”

Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo e do Sinsaúde Campinas e Região

Brasil por ser ilusória, além de reintroduzir a indexação de salários e gatilhos salariais.

“A rigor, a bandeira correta seria apoiar uma estratégia de ajuste capaz de permitir que o País volte a crescer em um ou dois anos. Só assim será possível manter e ampliar o emprego de forma sustentável. Mas isto é pedir muito dos líderes sindicais”, analisa.

Sua posição é rebatida pelo presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo e do Sinsaúde Campinas e Região, Edison Laércio de Oliveira.

Para ele, o que leva o País para o desequilíbrio é o alto valor dos impostos pagos pelas empresas e pela população. “O pior é que as projeções incluem aumento da carga tributária para diminuir as dívidas públicas e o crescimento do desemprego, enquanto as promessas da presidente eram de redução do emprego e aumento da renda.” Oliveira entende que o movimento sindical não tem escolha e tem que batalhar para que as

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perdas dos trabalhadores sejam minimizadas. Em sua opinião, o governo não passa credibilidade para a classe trabalhadora ou patronal, quando ele mesmo quer mudar as regras vigentes para garantir o superavit primário.

Com as contas no vermelho, o governo enviou um projeto alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), permitindo ao Executivo descontar da meta uma poupança para pagar juros da dívida, todo o valor gasto anual com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com desonerações tributárias. Com a proposta, a meta fiscal, hoje de ao menos R$ 81 bilhões, deixa de existir na prática e o governo fica autorizado até mesmo a fechar o ano com as contas no vermelho. “E depois são os trabalhadores que estão errados?”, indaga o sindicalista.

Por Sirlene Nogueira e Mariana Dorigatti

Mailson da Nóbrega O duro caminho da retomada do crescimento Confira a íntegra da entrevista concedida pelo ex-ministro Mailson da Nóbrega à revista Em Cena.

Após as eleições, a perspectiva era que o governo começasse a adotar ações que mostrassem, na prática, o que a presidente pregou durante a campanha eleitoral. Isto não vem acontecendo, o que aumenta a insegurança em relação à economia. O senhor acredita que há motivos para um quadro de aumento da recessão?

Essa correta percepção começa a mudar com as primeiras escolhas do ministério de Dilma no segundo mandato. As medidas de ajuste afetarão temporariamente a atividade econômica e o emprego, que podem piorar nos próximos dois anos.

Mas os sacrifícios momentâneos serão compensados por um ambiente favorável, de maior confiança, expansão econômica, mais emprego e bem-estar.

foto: divulgação

Em sua opinião, a presidente conseguirá colocar o País nos trilhos, garantindo a retomada do crescimento? Quais medidas são necessárias para isto?

A presidente começou bem o segundo mandato, escolhendo uma equipe econômica de credibilidade. Esta é a parte fácil, assim como será a preparação das medidas de ajustes que implicarão no abandono de uma política econômica equivocada, a realização de um ajuste fiscal crível e a restauração da confiança do setor privado, essencial para a retomada do crescimento. O difícil será manter as mudanças e resistir às pressões para abandono da estratégia.

Isto vai requerer de Dilma a convicção sobre o rumo adotado, a capacidade de articulação política e a habilidade para neutralizar as pressões por alteração deste rumo. Seja qual for o andamento do processo, ainda teremos um 2015 de muitas dificuldades, com baixo crescimento e inflação elevada, talvez um pouco melhor do que em 2014. Se os rumos forem preservados, poderemos ver uma gradual restauração do potencial de crescimento. Dilma terminaria seu segundo mandato com o País crescendo entre 3% e 4% e com inflação inferior a 6%.

Com a alta de inflação e redução de crescimento, volta o fantasma do desemprego. Em sua opinião, quais devem ser as bandeiras de luta dos sindicatos que representam os trabalhadores brasileiros?

Em rigor, a bandeira correta seria apoiar uma estratégia de

ajuste capaz de permitir que o País volte a crescer em um a dois anos. Só assim será possível manter e ampliar o emprego de forma sustentável. Mas isto é pedir muito dos líderes sindicais.

Muitos deles precisam manter seu prestígio nas bases e empunhar bandeiras equivocadas e ilusórias, que no médio e longo prazos são prejudiciais aos trabalhadores. Não sou otimista. O discurso dos líderes sindicais tende a continuar o diapasão da defesa de reajustes salariais acima da produtividade, a perigosa reintrodução da indexação de salários e gatilhos salariais, que mostram ser prejudiciais aos trabalhadores.

O senhor considera um risco para a economia a conquista de aumentos reais conquistados neste ano, após a alta da inflação, o que levou as categorias a lutarem por aumentos de 10 e até 20%?

O risco é para os trabalhadores, mais do que para a economia. Há décadas, sabe-se que reajustes acima da produtividade conspiram contra os interesses dos trabalhadores.

O aumento do custo unitário do trabalho reduz a competitividade das empresas - que perdem mercado e declinam - e conduz a déficits insustentáveis em conta-corrente do balanço de pagamentos. Imaginando que a perda de dinamismo da economia se devia à deficiência da demanda, o governo desenvolveu uma série de estímulos de natureza creditícia, fiscal e tributária. Como a indústria não tinha como atender o aumento da demanda, parte dela vazou para o exterior e para os serviços que não sofrem a concorrência internacional e cujas empresas podem repassar aos custos qualquer aumento salarial. A indústria teve que aceitar aumentos semelhantes, o que lhes retirou competitividade. Os trabalhadores da indústria pagam o preço dos erros da política econômica.

Quais os reflexos que um escândalo, como o da Petrobras, podem trazer para a economia?

O escândalo tende a contribuir para redução dos investimentos da cadeia do petróleo. Não é desastroso, mas contribuirá para manter ou elevar a mediocridade que ora se observa na economia. Outra consequência é o aumento de custos.

Os funcionários da Petrobras tendem a ser mais rigorosos no estabelecimento de regras e no julgamento de concorrências para obras e serviços, o que pode implicar mais exigências, mais despesas nas empresas e mais tempo de condução dos respectivos processos.

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especial

A economia e o emprego na opinião de outros analistas Complementando o pensamento do ministro Maílson da Nóbrega, a revista Em Cena foi conferir o que pensam outros expoentes do jornalismo e da economia sobre as perspectivas para 2015.

Nenhum deles se mostra otimista para este primeiro ano, o que torna aconselhável ao cidadão comum ter prudência, uma vez que o mercado deverá agir da mesma maneira. Acompanhe o raciocínio de analistas respeitados, como José Pastore, Delfim Netto, Miriam Leitão e Ricardo Amorim.

Ricardo Amorim Ricardo Amorim é o único brasileiro incluído na lista dos mais importantes e melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, e profere, há ano, palestras sobre economia e tendências no Brasil e exterior.

Ricardo Amorim é um dos debatedores do programa ‘Manhattan Connectionda Globo News’ desde 2003. É também colunista na revista ‘IstoÉ’.

Miriam Leitão Miriam Azevedo de Almeida Leitão é jornalista e apresentadora de televisão brasileira.

Atualmente, ela apresenta o ‘Globo News Mirian Leitão’ e faz comentários no ‘Bom Dia Brasil 1’ e na coluna ‘Panorama Econômico’ de ‘O Globo’.

fotos: divulgação

Economia - Estagnada, a economia precisa voltar a crescer. Nesta situação, as empresas adiam investimentos e estudam cortes, um pro-

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Economia - O novo governo precisa sinalizar um choque de confiança para o mercado. A situação política instável, com o escândalo em torno da Petrobras, e um possível regime hídrico desfavorável neste verão, apontando para um racionamento de energia em 2015, são os maiores riscos para o início do mandato de Dilma. A receita para reconquistar a confiança passa por uma política agressiva de estímulo a produção e aumento da produtividade, para recolocar o Brasil na rota do crescimento.

cesso que deve ser combatido. Ainda não sabemos como o governo pretende enfrentar isto. Assim, a economia perde o ânimo.

As previsões dos bancos ou instituições daqui e de outros países mostram que o Brasil está no grupo com as perspectivas mais negativas. O mundo não terá um crescimento tão forte que nos puxe, mas existem alguns ventos bons que o Brasil pode pegar para melhorar seu desempenho e reverter as expectativas ruins. Há dois problemas externos pela frente: alta de juros nos EUA e desaceleração da China.

José Pastore José Pastore é doutor honoris causa em Ciência e PhD em Sociologia pela University of Wisconsin (EUA). É professor titular da Faculdade de Economia e Administração e da Fundação Instituto de Administração, ambas da Universidade de São Paulo; pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e consultor em relações do trabalho e recursos humanos.

Emprego - O declínio das taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o fato de a criação de empregos continuar frágil, o quadro de inflação crescente, a

Antonio Delfim Netto Antonio Delfim Netto, economista, participou dos governos Castello Branco, no Conselho Consultivo de Planejamento; Costa e Silva e Médici, como ministro da Fazenda; e Figueiredo, como ministro da Agricultura e secretário do Planejamento, controlando o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central.

Emprego - Nossas dificuldades se agravarão se o “andar de baixo” tiver que descer a escada que o levou à generosa miragem de que é “classe média”, forçado pela solução simplista de corrigir a situação com um “tremendo” choque fiscal e uma “dura”

anemia dos investimentos que decorre de um quadro desfavorável da economia no momento atual e a conjuntura internacional são variáveis que influenciam no nível de desemprego. Para o nosso desgosto, como pesquisadores do mercado de trabalho e cidadãos brasileiros, vimos com tristeza uma iminente elevação da desocupação no final de ano, com extensão ao longo do próximo. Mesmo com um choque de gestão do governo e uma forte correção dos problemas atuais será difícil de evitar uma elevação do desemprego em 2015. Esta é a leitura mais crítica que fazemos das atuais condições da economia brasileira.

política monetária.

Ele, provavelmente, será submetido a um desemprego politicamente inaceitável, porque a famosa “restrição fiscal expansiva” é ela mesma outra miragem. É claro que será preciso maior coordenação e maior cuidado com a política econômica (fiscal, salarial, monetária e cambial), mas isto é apenas a condição necessária para criar a “expectativa” de volta ao crescimento. A condição suficiente está escondida na microeconomia, na capacidade do governo de cooptar o setor privado, devolvendo aos empresários as condições que lhes acendem o “espírito animal” e aos consumidores a confiança de que não lhes faltará o emprego.

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comportamento 54 anos desde o seu surgimento, a pílula anticoncepcional contribuiu para expressivas transformações comportamentais

E

m 2014, a pílula anticoncepcional completou 54 anos de existência. É mais de meio século desde sua criação, mas pouco tempo se colocarmos na balança as mudanças que vieram com a contribuição dela, levando a debates e polêmicas, no âmbito científico, social, religioso, moral e ético.

A primeira pílula foi produzida e lançada nos EUA em 1960, a segunda, de origem alemã, no ano seguinte, na Europa e Austrália. E continua sendo, até hoje, a primeira opção entre os métodos anticoncepcionais em quase todo mundo.

Nesse período, o contraceptivo, que também é o mais usado no Brasil, foi responsável por grandes revoluções comportamentais que transformaram os padrões sexuais e permitiram que as mulheres tivessem mais liberdade para decidir sobre o próprio corpo. Isto porque, na década de 50, com as mulheres se consolidando no mercado de trabalho, começou a ser afrouxada a dependência com relação ao homem. A

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mulher começa a romper barreiras e vai atrás de uma carreira profissional. Mais tarde, com o surgimento da pílula, elas veem a possibilidade de adiar a maternidade para priorizar os estudos e a conquista dos sonhos profissionais.

Prova disso é que, ainda hoje, as mulheres estão engravidando cada vez mais tarde. No Brasil, as que se tornaram mães entre 30 e 34 anos somavam 14,4% em 2002. Dez anos depois, o grupo representava 19%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento também aponta que, apesar de as adolescentes iniciarem a vida sexual cada vez mais cedo, o fenômeno da gravidez na adolescência está diminuindo no País. Caiu de 20,4%, em 2002, para 17,7%, em 2012, o índice de gravidez dos 15 aos 19 anos.

“O que mudou é que as mulheres ampliaram seus horizontes no campo das realizações pessoais e também profissionais. Com isto, deixam

A pílula anticoncepcional engorda?

Mito. Entretanto, algumas mulheres são mais susceptíveis à retenção de liquido que outras.

Dependendo ainda da formulação de cada pílula, pois umas têm mais hormônio que outras.

Mulheres que usam pílula têm mais dificuldade para ganhar massa muscular?

Mito. Isto depende também da rotina alimentar e dos hábitos de vida.

A pílula anticoncepcional pode ser um aliado para tratar a acne? para engravidar mais tardiamente e intensificam a procura por métodos contraceptivos”, esclarece a ginecologista Maria Eugênia de Santi, que atua há 20 anos na área.

Além de engravidarem cada vez mais tarde, as mulheres também estão optando por ter menos filhos. Enquanto nos anos 50 e 60, o País registrava as maiores taxas de crescimento, chegando a quase 3% ao ano, com as mulheres tendo cerca de seis filhos, atualmente elas escolhem ter uma ou duas gestações. “Culturalmente, a mulher tinha dificuldades para assumir outras responsabilidades que não a de esposa e mãe. Hoje, já fazemos isto com menos culpa, o que aumentou a busca de métodos contraceptivos”, completa Maria Eugênia.

Quanto ao futuro da pílula, a tendência indica o interesse das mulheres em utilizar produtos com ação prolongada, que permitam uma maior comodidade no uso, se possível, abolindo a necessidade de ingestão diária de comprimidos.

Por Mariana Dorigatti

Verdade. Algumas formulações ajudam mais que outras, mas este é um ganho secundário das pílulas.

Fumantes que fazem uso da pílula podem ter problemas como trombose?

Verdade. As pílulas combinadas (aquelas que têm estrogênio e progesterona, bem como os adesivos e o anel vaginal) são absolutamente contraindicadas em mulheres acima de 35 anos de idade e que fumam mais de 15 cigarros/dia, pelo risco cardiovascular.

Tomar anticoncepcional por muito tempo pode causar infertilidade?

Mito. O uso de anticoncepcional por muito tempo não deixa a mulher infértil.

Pílula diminui a cólica menstrual?

Verdade. Mas depende do tipo de pílula e da aceitação de cada organismo. janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 13

educação Em julho de 2014, o Ministério da Educação iniciou o processo de produção da Base Nacional Comum da Educação Básica; proposta define as áreas fundamentais para a formação do aluno.

14 - EM CENA - janeiro/fevereiro 2015

Foto: Nara Lúcia Tavares

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o dia 3 de julho de 2014, o Ministério da Educação (MEC) deu o pontapé inicial para a discussão e construção da chamada Base Nacional Comum da Educação Básica, que prevê o que os estudantes brasileiros devem aprender em cada fase escolar. O documento oficial, que regulamenta tais mudanças, foi enviado à Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC e já é discutido em diversos setores da educação.

Produzido por um grupo de trabalho e coordenado pela Diretoria de Currículos e Educação Integral do MEC, a proposta também tem o objetivo de guiar o processo de avaliação e da própria formação de professores. Apesar de estar previsto na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), este dispositivo nunca foi elaborado.

Para a coordenadora-geral do movimento Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, a principal mudança esperada é a maior equidade no sistema educacional. “A Base Nacional Comum, se Simone Mamede bem elaborada, além de Professora e coordenadora dar clareza sobre o que de Pedagogia os alunos têm direito a

aprender em cada etapa escolar, também poderá ajudar os professores, que terão uma orientação mais clara sobre o que se espera do seu trabalho em cada fase”, explica. Ela ressalta que, com o projeto, a sociedade terá ainda mais objetividade para qualificar a educação.

A professora e coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação de Bom Despacho (Faceb), de Minas Gerais, Simone Márcia dos Santos Mamede, compartilha a mesma opinião e ressalva a respeito da divergência de conteúdo nas escolas. “Hoje, há uma diferença muito grande do que os alunos aprendem nas diversas regiões do País. O ensino nas escolas públicas é muito desigual; é preciso dar uma condição de aprendizado igual a todos”, adverte.

Simone comenta sobre a possibilidade do ensino nas escolas sofrer um “engessamento” por causa da Base Nacional Comum e alerta para o que pode ser feito para que isto não ocorra. “A visão que algumas pessoas têm sobre o Currículo Nacional vir a engessar o ensino acontece porque elas têm receio de que seja ensinado apenas o mínimo previsto na LDB. Por isso, é preciso ampliar o conteúdo a ser ensinado”, pontua.

Segundo informações da Secretaria de Educação Básica do MEC, inicialmente a proposta será estudada internamente. Após esta etapa, serão convidados o Conselho Nacional de Educação e a representação de professores e pesquisadores para traçarem uma metodologia participativa de discussão com as comunidades escolares.

Foto: Alexandre Ondir

Entenda o que é Formação continuada A Base Nacional Comum é um conjunto de conheQuando se trata do debate sobre a base curricular cimentos que deve ser trivial a todos os estudantes do nacional, a questão da formação do docente surge ensino fundamental e médio, independentemente da como ponto central. Alejandra esclarece que a proescola ou região. Estabelecida a partir da LDB, de 1996, posta deverá fazer parte da formação inicial e conela prevê também que as instituições de ensino articulem tinuada do professor. “O planejamento, não apenas seus currículos, respeitando as características regionais, das escolas, mas também da rede de ensino, deverá culturais, sociais e econômicas. É a chamada Parte incorporar esta base, modificando a prática na sala Diversificada, que complementa o currículo básico, de aula, adequando a infraestrutura escolar para dar contextualizando o ensino em situações condições de execução aos professores, específicas. mudando as ferramentas de avaliação Conforme estatuto do MEC, os cone diagnóstico que hoje estão disponíteúdos contemplados na parte “comum” veis”, aponta. são fundamentais aos valores e às prátiPara ela, embora o País conte com cas sociais, indispensáveis para qualquer a chamada Prova Brasil, com o Índice cidadão, por isso devem ser obrigatórios.

Brasileiro da Educação Básica (Ideb) São eles: linguagens e códigos (Língua e com metas para as redes e as escolas, Portuguesa, Literatura, Artes e Educação ainda não foram definidos os direitos Física), ciências da natureza (Física, Quíde aprendizagem, as expectativas dos mica e Biologia), matemática e ciências alunos brasileiros por série ou por humanas (História, Geografia e Filosofia). ciclo. Desta forma, os exames acabam Alejandra Meraz Velasco Já, na Parte Diversificada podem ser cobrando algo que nunca foi estaCoordenadora-geral de incluídas disciplinas de livre escolha das belecido pelo Estado, nem alinhado Todos Pela Educação escolas e dos sistemas de ensino, de acordo previamente com as escolas. “É precicom interesses e possibilidades. Não há so elaborar e adotar estes direitos para delimitações temáticas para esta última que as redes, as escolas e os professores parte; é possível optar por ministrar Geografia Municisaibam quais objetivos pedagógicos precisam alcançar pal, Educação Ambiental, Dança de Salão, Informática, e possam ser avaliados de forma mais justa”, finaliza.

Por Ingrid D’Elboux Língua Italiana, etc. janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 15

atualidade Como um documentário conseguiu transformar a opinião pública sobre uma indústria bilionária.

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ão é difícil encontrar alguém que na infância se encantou com os filmes “Free Whily” e “Flipper” e que hoje sonha em poder nadar com golfinhos ou, quem sabe, ver de perto as majestosas orcas. São seres que há tempos fascinam os humanos, mas que agora começam a ser vistos com um olhar diferente. Desde o lançamento do documentário “Blackfish – Fúria animal”, em 2013, a verdade sobre o funcionamento de parques, como o famoso Sea World, é revelada ao mundo. E a partir de agora, as pessoas começam a se questionar sobre a crueldade de se manter em uma piscina um animal que pode chegar a pesar 10 toneladas e que, na natureza, nada

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muitas dezenas de quilômetros por dia, em troca de puro entretenimento.

O polêmico documentário conta a história da orca Tilikum, um macho que é o maior da espécie vivendo em cativeiro e está envolvido em quatro mortes. Desde sua captura na Islândia nos anos 1980, quando era um filhote, passando pela tortura e castigos físicos que suportou durante o treinamento, vivendo em espaços que mal podia se mexer e isolado de outras baleias para não ser mais agredido. Tudo isso por meio de depoimentos de antigos treinadores dos parques, mostrando o drama dos animais e o que teria levado Tilikum a matar brutalmente a experiente treinadora Dawn Brancheau, em 2010.

“O cativeiro é um ambiente que pode ser estressante para os animais por diversos motivos.

No momento em que um tratador se coloca em um ambiente junto com um animal que é muito maior que ele e que pode matá-lo com uma simples mordida, deve estar ciente que é uma atividade de risco. Na verdade, pensando por este lado, é de se espantar que tenha havido apenas quatro mortes em todas estas décadas de shows diários em diversos parques”, diz o especialista em biologia marinha, Dr. André Silva Barreto.

Desde seu lançamento, o documentário, criado

Treinadora Dawn Brancheau abraça Tilikum em uma das apresentações no Sea World

Você sabia?

As orcas não são nem baleias e nem assassinas. A espécie é muito mais próxima dos golfinhos e são tão assassinas como uma onça ou um lobo. Elas são predadoras de outros animais, incluindo outros mamíferos marinhos, como focas e baleias, mas matam para comer, assim como qualquer outro animal carnívoro. A fama de baleia assassina vem, provavelmente, de um erro de tradução, já que o termo original significa “assassina de baleias”.

pela cineasta Gabriela Cowperthwaite, fez sucesso em festivais pelo mundo afora e já influenciou artistas a cancelarem contratos com o Sea World por não querer sua imagem associada ao cativeiro de animais marinhos. Em sua defesa, a empresa divulgou várias notas acusando a produção de “desonesta, enganosa e cientificamente imprecisa”, Dr. André Silva Barreto além de afirmar que Especialista em Biologia Blackfish manipula Marinha emocionalmente as

pessoas que assistem. Mas parece que as tentativas de defesa não deram muito certo. O próprio parque informou recentemente que sua frequência caiu em 13% no ano passado. De janeiro 4 a 31 de março de 2014, os números caíram para cerca de 3,05 milhões de visitantes em comparação com 3,5 milhões no mesmo período de 2013.

Para o especialista em biologia marinha, Dr. André Silva Barreto, um cativeiro bem preparado, adequado para a manutenção de um animal tem um potencial educativo muito grande, mas precisa oferecer condições dignas para que ele consiga manter uma boa saúde física e mental, o que é muito difícil no caso de cetáceos.

“Acho que a importância de termos alguns animais selvagens em cativeiro é para permitir que as pessoas possam vê-los, conhecê-los e desejarem conservar o ambiente onde vivem, para que a espécie janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 17

atualidade

como um todo sobreviva. Mas é preciso que dade contra os animais é a conscientização das vejam os comportamentos naturais que eles pessoas. “A melhor coisa a se fazer é parar de gasexibem, não pulando por dentro de aros, jogantar dinheiro em parques marinhos e aquários. A do bolas ou carregando segunda melhor coisa, que treinadores”, opina. acontece quase que natu“Se você passasse 25 anos em uma Na visão do ativista ralmente após a primeira, banheira, não acha que ficaria um Guilherme Pirá, que é divulgar e explicar para pouco irritado, ofendido, talvez um já esteve no Japão para as pessoas o quão ruim, pouco psicótico?” divulgar sobre a mamentirosa e imoral é esta Frase que compõe o documentário tança de golfinhos que indústria. Você pode se acontece na cidade de juntar a grupos que estão Taiji e atualmente participa de uma operação de lutando por isso. Unir forças e fazer algo positivo proteção de baleias e outros cetáceos nas Ilhas para um mundo melhor.”

Por Mariana Dorigatti Faroé, a chave para mudar este cenário de cruel-

Sentindo na pele “Um belo dia, um ser estranho se apropria do seu corpo e lhe coloca em um quarto fechado, onde o ar que você respira é diferente do que você está acostumado. Este ar irrita sua pele e seus olhos. Você estava acostumado a andar pelo seu bairro todos os dias, se exercitar, ver os pássaros e outras pessoas no parque... Agora, você só consegue dar voltas dentro do quarto. Você não sabe onde os outros membros da sua família estão e isso lhe incomoda porque vocês sempre foram muito ligados. Você tem fome e só ganha comida quando obedece a uma ordem para dar um pulo ou uma cambalhota em frente a uma multidão estranha. Quando você come, aquilo não lhe satisfaz. A comida é pobre em nutrientes e só serve para lhe manter vivo. Você sente sede e, para você não morrer desidratado, uma pessoa, que diz ser seu amigo, enfia um tubo na sua garganta e coloca água para dentro. A depressão lhe pega e para Guilherme Pirá Ativista você continuar com energia para obedecer os comandos do treinador “amigo”, ele coloca remédio antidepressivo na sua comida. Quando você atinge maturidade sexual, usam o seu corpo para produzir uma cria, que será roubada de você. Você não suporta viver muito tempo desta forma e só consegue ver duas opções na sua frente: vingança ou suicídio.”

Ficou curioso para assistir ‘Blackfish’?

O documentário pode ser visto pelo Netflix ou em seu site oficial www.blackfishmovie.com

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sindicalismo

Crianças formam sindicato na Bolívia e mudam lei para trabalho infantil O novo código legal para crianças e adolescentes estabelece os 14 anos como idade mínima para o trabalho, mas autoriza os menores a trabalharem como autônomos a partir dos 10 anos

E

m um primeiro momento, a informação de que a Bolívia reduziu a idade mínima de trabalho para 10 anos, pode soar estranho.

Pode até parecer um equívoco com relação aos direitos das crianças, já que vivemos em um País que teve o índice de trabalho infantil despencando nos últimos anos e ainda investe no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) para tirar do labor crianças que deveriam estar na escola.

Mas na Bolívia, a realidade é diferente. Além de haver crianças carregando bolsas nos supermercados, lustrando sapatos, vendendo mercadorias, gritando os nomes das paradas dos ônibus e limpando os vidros dos carros nos semáforos, muitos também trabalham como mineiros, pedreiros, agricultores, cortando cana-de-açúcar ou quebrando castanhas. Segundo estimativas do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário, cerca de 250 mil crianças vivem nesta situação, representando 5% da população economicamente ativa da Bolívia.

Sabendo dessa realidade, em 2000, crianças bolivianas fundaram a União das Crianças e Adolescentes Trabalhadores da Bolívia (Unatsbo) para impedir que seus direitos fossem desrespeitados, sendo a favor do trabalho infantil, mas contra a exploração. E foi no final de 2013 que eles ganharam os noticiários ao sair pelas ruas, em passeata, enfrentando a repressão policial.

Em entrevista à BBC, o delegado nacional da Unatsbo, Rodrigo Medrano, de 15 anos, destacou a incoerência de se reprimir o trabalho de crianças.

“Por que a criança ou o adolescente trabalha? Por

causa da pobreza extrema, porque mora nas ruas. Por que este problema não é solucionado, em vez de impedir o trabalho infantil?”, questiona.

A partir daí, o movimento ganhou visibilidade e os líderes sindicais foram recebidos pelo presidente Evo Morales, que já declarou ter trabalhado como pastor de ovelhas, vendedor de sorvetes e ajudado seu pai em tarefas agrícolas, quando ainda criança. Mas foi o vicepresidente do país, Álvaro García Linera, que exercia a presidência interina, que promulgou, em julho de 2014 o novo código de proteção à criança e ao adolescente, que permite o trabalho por conta própria a partir dos 10 anos.

A norma também permite o trabalho infantil a partir dos 14 anos quando exista uma relação de dependência com um empregador. Desta forma, os menores trabalhadores passam a ter os mesmos benefícios sociais e trabalhistas que um adulto e seus empregadores deverão conceder duas horas diárias remuneradas para que estudem.

Em seu discurso, Linera disse que demorou muito para elaborar o novo “Código Niño, Niña e Adolescente” porque queria encontrar um “justo equilíbrio” entre a realidade boliviana e o estabelecido nos tratados internacionais de proteção infantil.

Desde então, as reuniões da Unatsbo acontecem a cada 15 dias e de forma virtual. Membros de nove Estados – menores de 18 anos – participam dos encontros online, quando analisam a estratégia para negociar com legisladores a reforma do Estatuto da Criança e do Adolescente do país. Por Mariana Dorigatti janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 19

legislação Resolução criada pela Agência Nacional de Telecomunicações para por fim aos problemas com empresas prestadoras de serviços de telefonia não funcionará sem a devida fiscalização; consumidor tem papel fundamental.

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Foto: Divulgação

C

ancelar serviços de telefonia, internet e TV por assinatura no Brasil pode ser um tanto quanto complicado frente à burocracia que existe por parte das empresas que disponibilizam estes serviços. Muitas vezes exige tempo e paciência do usuário, que chega a ficar horas em contato com as operadoras, tentando resolver, sem sucesso, determinado problema.

Para tentar resolver essa questão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) criou a Resolução nº 632/2014, que exige, entre outras coisas, o cancelamento automático dos serviços de telecomunicações via telefone ou site da empresa, sem que o consumidor tenha que falar com um atendente. A legislação entrou em vigor no dia 8 de julho de 2014, mas parece não ter mudado muito a situação.

A nova resolução está prevista no Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC) e deixa claro que quando a solicitação é feita online, a suspensão deverá será processada em dois dias úteis. No caso do telefone, a rescisão é sempre imediata. Em ambos os casos há um intervalo de dois dias para o usuário desistir do cancelamento e efetuar novo pedido para que o serviço continue ativo.

No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), nem todas as operadoras estão cumprindo a nova determinação. “Temos recebido diversas queixas dos associados, a maioria reclama das operadoras de telefonia, que ainda não se adequaram à nova regulamentação”, esclarece a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.

Para ela, a nova legislação dificilmente funcionará sem a devida fiscalização da Anatel. “O ideal seria que, assim que a empresa descumprisse alguma norma, a Anatel já aplicasse a devida penalidade. Caso contrário, ficaremos com um regulamento sem aplicabilidade”, enfatiza Maria Inês.

Ela esclarece ainda que o consumidor tem um papel fundamental, “já que é ele quem deve reclamar quando determinada Maria Inês Dolci empresa não cumpre Coordenadora com o que diz a lei”. institucional da Proteste

A Anatel, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, informou que os fiscais estão em campo desde o dia 8 de julho para verificar o cumprimento das obrigações pelas prestadoras. “Os resultados preliminares das fiscalizações da Anatel têm mostrado que, de modo geral, as regras vêm sendo cumpridas, com problemas pontuais em algumas operadoras”, divulgou.

Elaboração do regulamento Para elaborar o regulamento, a Anatel levou em consideração os principais problemas registrados pelos consumidores na central de atendimento da agência. Em 2013, foram registradas mais de 3,1 milhões de reclamações contra operadoras de serviços de telecomunicações.

Aprovado em 20 de fevereiro, o regulamento foi publicado no ‘Diário Oficial da União’ no dia 10 de março de 2014 e, segundo a Anatel, o cancelamento automático dos serviços deveria ser implementado pelas operadoras até 10 de junho do mesmo ano. Por Ingrid D’Elboux

Novas regras O cancelamento automático é apenas uma das regras previstas no Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações. A depender da complexidade da obrigação, as operadoras têm prazos de 120 dias a 18 meses, contados a partir da publicação do regulamento, para implementá-las.

Conheça os principais regulamentos que já estão em vigor: • A prestadora está obrigada a retornar a ligação para o consumidor caso a mesma sofra descontinuidade durante o atendimento no seu call center. Se não retomar o contato, a operadora deve mandar mensagem de texto com número de protocolo.

• Sempre que o consumidor questionar o valor ou o motivo de uma cobrança, a empresa tem 30 dias para lhe dar uma resposta. Se não responder neste prazo, a prestadora deve automaticamente corrigir a fatura (caso ela ainda não tenha sido paga) ou devolver em dobro o valor questionado (caso a fatura já tenha sido paga). O consumidor pode questionar faturas com até três anos de emissão.

• Todas as recargas de pré-pago têm validade mínima de 30 dias. As operadoras precisam ainda oferecer duas outras opções de prazo de validade de créditos, de 90 e 180 dias. O usuário também deverá ser avisado pela prestadora sempre que seus créditos estiverem para expirar.

• Com o novo regulamento, qualquer um - assinante ou não - tem direito de aderir às promoções que forem anunciadas pela operadora, na área geográfica da oferta.

• Antes de formalizar a contratação de qualquer serviço, as operadoras devem apresentar ao potencial cliente, de forma clara e organizada, um sumário com as informações sobre a oferta.

• A cobrança de assinatura só pode ser feita após o usuário usufruir dos serviços.

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sustentabilidade

Prazo para as cidades brasileiras se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos expirou e mais da metade dos municípios não conseguiu se ajustar.

A

pós 20 anos de uma ampla discussão, o Congresso Nacional aprovou, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A Lei 12.305/10 dispõe sobre coleta seletiva, educação ambiental, integração entre os setores público e privado e fim dos lixões em todo o território brasileiro até agosto de 2014. Para cumprir a legislação, todos os municípios deveriam ter traçado e concretizado seus planos sobre resíduos sólidos. No entanto, o prazo expirou e grande parte das cidades não conseguiu se adequar.

A previsão inicial era de que até 2012 todas as cidades no País já tivessem seus planos elaborados, mas isto não aconteceu. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, somente 2.202 municípios, de um total de 5.570, estabeleceram medidas para garantir a destinação adequada do lixo que não pode ser reciclado ou usado em compostagem. A justificativa dos municípios para não cumprir a obrigação é o déficit de recursos financeiros, operacional e técnico.

Mesmo sabendo que 60% dos municípios não cumpriram a lei, o governo não pedirá prorrogação de prazo. As cidades consideradas irregulares estão sujeitas à penalidade, que pode variar de R$5 mil a R$50 milhões, dependendo do impacto ao meio ambiente.

Nos últimos quatro anos foram disponibilizados R$1,2 bilhão para que Estados e municípios realizassem o planejamento das ações e iniciassem 22 - EM CENA - janeiro/fevereiro 2015

medidas para se adequarem à nova legislação de resíduos sólidos, mas apenas 50% do montante foi efetivamente aplicado, segundo a Pasta.

Atualmente, apenas três Estados possuem plano de resíduos sólidos: Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro.

Dados do novo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil apontam que o País gerou 76 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2013, 4,1% a mais do que no ano anterior (2012).

Quase 10% do total gerado sequer foi coletado, o que representa 7,2 milhões de toneladas de lixo sendo lançadas em rios e áreas clandestinas. Além disso, apenas 58,3% dos resíduos sólidos urbanos coletados tiveram destinação final adequada, enquanto 41,7%, cerca de 28,8 milhões de toneladas, foram depositados em lixões e aterros que não garantem condições de segurança.

A situação em Campinas Segundo o secretário municipal suplente de Serviços Públicos, o engenheiro Fernando Carbonari, Campinas conseguiu cumprir a meta no que diz respeito ao fechamento dos lixões a céu aberto. “Já faz algum tempo que o lixo da cidade é direcionado para o aterro. Antigamente, ele ia para o aterro Delta A, mas como ele foi finalizado, agora está indo para o aterro privado, em Paulínia”, explica.

O município de Campinas produz diariamente 4.685 toneladas de resíduos sólidos gerados nas

1. Fechamento de lixões: até agosto passado não deveria mais existir lixões a céu aberto, eles deveriam ter sido substituídos por aterros sanitários. Isto porque o solo dos aterros recebe preparo para evitar a contaminação do lençol freático, captam chorume, que resulta da degradação do lixo, e contam com a queima do metano para a geração de energia.

Confira os três principais pontos da política: Aterro sanitário Delta A “finalizado”, em Campinas

Foto: Fernando L. Carbonari

2. Rejeitos nos aterros sanitários: rejeito é a parte do lixo que não é reciclável. Ela representa apenas 10% dos resíduos sólidos. A maioria é orgânica e reciclável, sendo que a primeira, em compostagem, pode ser reaproveitada e transformada em adubo, e a segunda deve ser separada para a coleta seletiva.

3. Planos de resíduos sólidos nos municípios: os planos municipais deveriam ter sido elaborados para ajudar prefeitos e cidadãos a descartar de forma correta o lixo.

mais diversificadas fontes, sendo que quase 1,3 mil toneladas são domiciliares, de acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares, elaborado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Apesar de uma das metas ter sido cumprida, a cidade ainda não dispõe de um plano efetivo de direcionamento de resíduos. Ou seja, não são somente rejeitos que acabam nos aterros sanitários, mas sim todo o lixo produzido.

“Estamos trabalhando hoje em uma parceria para ter uma central de reci-

Sim

clagem máxima do lixo urbano, onde deverá ser feita a reciclagem, compostagem e geração de energia”, aponta Carbonari. “Em um futuro próximo isto será realidade em Campinas”, finaliza.

De acordo com os dados mais recentes do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) foram gastos, em 2012, U$286 (aproximadamente R$630,00) por tonelada com coleta seletiva na cidade. A pesquisa também apontou que 75% da população é atendida pela coleta seletiva e que apenas 546 gramas de lixo por pessoa, ao mês, são recicladas, o que representa 600 toneladas de lixo coletadas mensalmente em Campinas. Por Ingrid D´Elboux

Garrafas, potes, frascos limpos de produto de limpeza e alimentícios, cacos de qualquer um dos itens citados.

Garrafas, tampas, embalagens de higiene e limpeza, garrafas PET, CD e DVD, tubos vazios de creme dental e utensílios plásticos, tais como canetas e escovas de dente.

Envelopes, cartões e cartolinas, cadernos, papéis de embrulho limpos e papéis impressos em geral, como jornais e revistas.

Lata e papel limpo de alumínio, talheres de aço, embalagens limpas de marmita de alumínio, panelas, fios, geladeiras, pregos e parafusos.

Cristais, espelho, lâmpadas, cerâmicas e porcelanas.

Fraldas descartáveis, adesivos e embalagens com lâminas metalizadas, como bombons, biscoitos e outros produtos alimentícios.

Papel higiênico, fotografia, papel carbono, etiquetas adesivas, guardanapos e lenços sujos.

Esponjas de aço, grampos, clipes, latas de tinta e embalagens de aerossóis.

O que é reciclável?

Não

janeiro/fevereiro 2015 2014 - EM CENA - 23

transformação

Pesquisa aponta que 37% das brasileiras querem ser loiras.

E você?

U

ma das épocas do ano mais esperadas chegou. As altas temperaturas não escondem: é tempo de praia, sol, calor e piscina. Época em estilistas, cabeleireiros e maquiadores palpitam sobre as tendências que prometem ser febre durante os próximos meses. E dentre as apostas mais populares estão eles: os cabelos, que são parte essencial do look, marcando o estilo e a personalidade de cada mulher.

Ter a cor vibrante e em dia é mais importante para 86% das mulheres, do que ter o corpo em forma (78%) ou a roupa da moda (49%), por exemplo. Foi o que constatou a pesquisa do Instituto QualiBest, realizada com 819 mulheres entre 18 e 50 anos, das classes A, B e C, encomendada pela Koleston.

A pesquisa também apontou que os cabelos bem cuidados estão em 1º lugar para as brasileiras quando o assunto é aparência. Naturalmente, os tons mais escuros são comuns no País, onde 73% das mulheres têm fios castanhos e 18% pretos e só oito em cada 100 mulheres são loiras naturais e, raridade, os cabelos ruivos estão presentes em 1% da população. Também foi apontado, pela pesquisa, que quatro entre dez brasileiras

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querem ser loiras, mas num país em que a maioria esmagadora das mulheres tem cabelo castanho, o assunto é sério. O verão 2015 já começou a ditar tendência e o loiro volta a ser cor do desejo. Sabrina Sato, apresentadora da TV Record; Bianca Bin, Vitória da novela global das sete, Boogie Oggie; e Claudia Raia, a vilã divertida da próxima novela das sete, Alto Astral (Rede Globo) provam isto, pintaram os cabelos de loiro platinado.

Mudar o visual (60%), cobrir os fios brancos (38%), dar brilho (22%) e seguir as tendências da moda (9%) são os principais motivos para tingir os cabelos. E 37% das mulheres que pintam os cabelos preferem as nuances loiras (loiros escuro, médio, claro, acinzentado, platinado e mechas claras).

Mas para a profissional, Nilse Vilela, do Salão Nilse Vilela Cabelo & Corpo, nem toda mulher pode se dar o luxo de ser loira, como é o caso da auxiliar de enfermagem do Hospital São Vicente de Paulo, de Jundiaí, Aparecida Shirley Baldinotti, que se submeteu a uma produção para esta coluna. Shirley, como gosta de ser chamada, chegou ao salão com os cabelos loiros e bastante danificados. Para a cabeleireira, a profissional

da saúde é um exemplo de que a cor loira nem sempre é a melhor opção. “Ela tem pele clara, um estilo chique e o loiro não estava em sintonia. Então escureci um pouco os cabelos e apliquei ombré hair, que deu um efeito de luzes”, diz Nilse.

Além da mudança de cor, Shirley passou por uma hidratação e um corte chanel desfiado, o que, segundo a cabeleireira, é possível usar naturalmente após lavar ou fazer uma escova, virando todo para cima. “A mudança de cor no cabelo e o corte deram luminosidade no olhar e ressaltou o tom de pele e tudo isto resultou numa produção elegante”, diz Nilse.

Para completar o look, Glaura fez as unhas e Cristiane finali-

zou com uma maquiagem leve, o que permite ser usada em qualquer momento, tanto de dia quanto de noite.

Shirley terminou sua produção radiante. “Superou minhas expectativas. No início estava insegura quanto à mudança da cor do cabelo, mas todos do salão me deram a maior força e a Nilse me inspirou confiança e foi o máximo. Adorei”, diz a profissional da saúde com seu sorriso largo e agradecida pelo carinho recebido da equipe do Salão Nilse Vilela Cabelo & Corpo e ao Sinsaúde pelo presente.

Depois de ver toda esta produção, você, trabalhadora da saúde, não acha que também merece este presente? Pense e se inscreva. Por Vera Bison

Esta coluna é destinada aos profissionais da saúde. E você pode ser a(o) próxima(o) a mudar sua imagem. Para participar, basta enviar um e-mail para srodrigues@ sinsaude.org.br ou domma@ domma.com.br ou ainda entrar em contato com Sofia pelo telefone (19) 3739-4277 - ramal 4244.

Fonte: Nilse Vilela Cabelo & Corpo Rua Dr. Clemente Ferreira, 93, Guanabara – Campinas/SP (19) 3227-2129 www.nilsevilela.com.br

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personagem da saúde

É

muito comum as pessoas pensarem na vida artística como profissão. À vezes porque realmente têm vocação e outras pela fama e glamour, outras ainda por acreditarem ser esta uma profissão simples e divertida. Mas não é bem assim, para ser ator tem que se desprender de todo o estereótipo que ronda esta carreira. Ser ator não é uma tarefa simples, especialmente no Brasil, tão carente de incentivos. Tem que estudar muito, dedicar-se de verdade e, muitas vezes, não ter a chance de seguir em frente por falta de incentivos financeiros.

Este é o caso do técnico de enfermagem do Instituto de Psiquiatria Américo Bairral, de Itapira, Luiz Eduardo Coelho, que aos 14 anos começou a participar de peças teatrais no colégio e tomou gosto pela arte, mas percebeu que o caminho para seguir a carreira era difícil e precisava de recursos financeiros para ir adiante. “Diante das dificuldades, era necessário arrumar emprego e foi o Bairral que me abriu as portas, onde comecei como atendente e onde estou há 36 anos”, recorda ele.

Uma profissão começava a despontar. O contato com a área da saúde despertou um lado que ele desconhecia e começou a investir, primeiramente fazendo o curso de auxiliar de enfermagem. E aí veio

a surpresa quando precisou fazer estágio. “Montamos uma peça de teatro sobre doenças transmissíveis para apresentar em escolas para crianças de 1º e 2º graus.

Foi tão produtivo que começamos a fazer apresentações durante a Cipa no Bairral”, diz.

Com essa atuação, o grupo ficou conhecido na região de Itapira e por várias vezes foram contratados por empresas para apresentar a peça. “Apesar do cachê baixo, a gente atuava em grande estilo, mas com a morte de um integrante, o grupo se desfez e aí tudo ficou mais difícil e eu me envolvi cada vez mais na área da saúde”. O primeiro passo foi cursar o técnico de enfermagem, para se aprimorar ainda mais na área e, consequentemente, melhorar o salário e, como a maioria dos profissionais, buscou mais um emprego no Lar São Vicente de Paulo, em Mogi Guaçu.

Com dois empregos, o sonho de seguir carreira de ator ficou no passado. “A atuação era um momento de terapia para mim, mas a vida apontou outro caminho, onde eu descobri que também posso atuar como num teatro e resolvi investir e ser bom naquilo que faço, porque as dificuldades em certo momento são maiores do que as glórias e acabamos olhando por outro prisma e buscando outra alternativa”, diz ele. Por Vera Bison janeiro/fevereiro 2015 - EM CENA - 26

saúde em fatos e fotos

Bragança Paulista

D

esde a 11ª edição da revista Em Cena, o Sinsaúde Campinas e Região vem homenageando os trabalhadores de sua base de representação que acreditaram e depositaram sua confiança no Sindicato, empenhando-se em suas lutas e conquistas para que a entidade ultrapassasse as barreiras do tempo e garantisse uma imagem forte e positiva por mais de sete décadas.

Os homenageados nesta edição são profissionais dos mais variados setores (Apoio, Administração e Enfermagem), que atuam nos estabelecimentos de saúde de Bragança Paulista e integram uma só equipe quando o assunto é dar qualidade de vida aos pacientes. Mesmo com a falta de estrutura e, muitas vezes, também de funcionários, eles enfrentam com serenidade e não medem esforços para cuidar da saúde de quem precisa.

Nas edições anteriores tiveram destaque, nesta coluna, os trabalhadores das cidades que compõem a base de Tupã, Araraquara, Americana, Amparo, Atibaia, Dracena, Araras, Itapira, Espírito Santo do Pinhal, Indaiatuba, Jundiaí, Limeira, Marília, Garça e São João da Boa Vista que, assim como Bragança Paulista, são formadas por profissionais que acreditam no Sinsaúde e apoiam seu trabalho.

Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e luta para vencê-los.

Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os trabalhadores da saúde de Bragança Paulista se mostram capazes de enfrentar os problemas impostos no dia a dia pela profissão e homenageá-los nesta página é uma forma de agradecer à dedicação e ao esforço em proporcionar o bem-estar às pessoas que necessitam de seus cuidados.

Santa Casa de Bragança Paulista

Santa Casa de Bragança Paulista

Clínica Sayão

Unimed

Unimed

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Santa Casa de Bragança Paulista