
2 minute read
Traçando metas: professores, metas e bem-estar no dia a dia
Com o início do ano letivo, docentes podem sentir os impactos da retomada da rotina; planejamento e objetivos podem ajudar nessa questão
A conciliação entre vida pessoal e trabalho é uma das principais dificuldades em todo mundo. Com o avanço das tecnologias essa relação ficou ainda mais fluida, especialmente com as ligações e mensagens dos empregadores para colaboradores fora do horário de expediente. A dificuldade em se desconectar do ambiente de trabalho pode acarretar em diversos problemas de saúde, entre eles o burnout. Essa síndrome é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Um levantamento da consultoria Mercer Brasil com 10.910 profissionais (500 no Brasil) aponta que 81% dos entrevistados estão à beira do burnout. A pesquisa ainda mostrou que 50% dos entrevistados querem um futuro equilibrado entre trabalho, vida pessoal e saúde (física, mental e financeira), sendo que apenas uma em cada três empresas que participaram do levantamento têm ações concretas na agenda ESG. Dentre as profissões que mais estão sujeitas a ambientes desgastantes segundo levantamento feio pelo Instituto Swins estão os profissionais de TI, médicos, engenheiros, operadores de telemarketing e os professores. Os docentes estão expostos a rotinas longas de trabalho e que muitas vezes invadem um período de tempo que seria destinado para a vida pessoal.
Advertisement
“O professor em uma escola tem se tornado, além de docente, um monte de outras coisas, chegando ao escrúpulo de ser confundido, inclusive, com um ‘terapeuta educacional’, forçado a oferecer um serviço para o qual não foi sequer preparado, quiçá contratado. A rotina de uma escola está cada vez mais insana e isso não deverá mudar ou melhorar nos próximos anos”, avalia o diretor do Colégio Marista de Cascavel, Ronaldo Luzzi. Por isso é importante que os diretores se preocupem com a rotina e a qualidade de vida dos professores, bem como estabelecer um ambiente de trabalho aberto ao diálogo e respeito com esses profissionais. Esse canal de comunicação inclusive é benéfico para a construção de uma escola melhor, como por exemplo na análise da infraestrutura de salas e outros espaços do local.
“Quanto melhor for a organização da escola e dos profissionais, menor será o impacto da rotina de trabalho na rotina pessoal, seja do gestor ou do docente. Essa organização passa, necessariamente, pela expertise e profissionalização da rede. O conjunto de suporte que a escola oferece localmente e a sua capacidade de capilarizar os serviços de forma descentralizada em nível macro também refletirão na qualidade dessa conciliação entre as rotinas de trabalho e a pessoal do docente”, prossegue Luzzi.
Para auxiliar a rotina no dia a dia é fundamental o estabelecimento de metas, sejam de curto ou a longo prazo. Colocar no papel o que se deseja e então dividir essa aspiração em ações para conquistar esse objetivo. Por exemplo, caso o desejo a ser alcançado seja uma viagem é importante quebrar essa meta de médio ou longo prazo em pequenas ações no curto, como definir formas de poupar dinheiro para o investimento, levantar e pesquisar cronogramas e custos ou até mesmo aprender um novo idioma.
Também é possível traçar metas de curto prazo, mas que tenham impacto por muito tempo. É o caso da adoção de hábitos saudáveis como:
- Dormir de 7 a 9 horas por noite;
- Adotar uma alimentação saudável, substituindo alimentos processados e ultraprocessados por frutas, legumes e verduras, por exemplo;
- Praticar atividades físicas de forma regular;
- Cuidar da saúde e ter uma agenda de consultas médicas regulares.
“Os principais impactos são a melhora imediata da qualidade de vida do profissional e a sua consequente satisfação pessoal frente a própria rotina. O colaborador que mantém bons hábitos tem mais condições de equilibrar suas expectativas pessoais com a necessária rotina do ambiente de trabalho”, finaliza Luzzi.