Revista Fecomércio PR - nº 96

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Palavra do presidente Investimento

Índices melhores, maiores expectativas

O

período de vendas de Natal aproxima-se e com ele a ansiedade dos empresários do comércio. As variações da conjuntura econômica fizeram com que, ao longo do ano, as expectativas variassem entre as muito e as menos pessimistas, todas ancoradas nas previsões que indicavam menos vendas em relação ao mesmo período dos anos anteriores. Aos poucos o pessimismo presumido foi cedendo lugar aos números reais, afastando o catastrofismo anunciado e mostrando que temos índices capazes de sustentar a atividade com todo dinamismo. O programa Minha Casa Melhor, do governo federal, contribuiu para gerar o incremento às vendas. Mas, ao mesmo tempo, a economia paranaense dá sinais de vitalidade, com os dados de setembro do

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) comprovando a incorporação de 15.925 empregos no estado, o maior saldo para o mês nos últimos cinco anos. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), com base em pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou alta mínima, mas alterou o viés de baixa que vinha sendo detectado, com 58,3% da população sentindo-se mais segura no emprego. Tudo isso, no entanto, nos leva a uma situação aparentemente contraditória. Como os desempregados representam parcela pequena da população, hoje surfando em situação de pleno emprego, as ofertas para trabalho temporário diminuirão. A estimativa da nossa Federação é que tenhamos 10 mil vagas provisórias com carteira assinada em todo o Paraná. Sabemos que os temporários têm boas chances de se tornar efetivos, dependendo de condições de duplo desempenho: em primeiro lugar, pelas condições da economia e suas previsões para o primeiro semestre do próximo ano. E, depois, pela análise do desempenho apresentado, conforme as avaliações pelas quais passará na empresa em que estiver empregado. O importante para garantir a vaga futura é sua capacitação, para exercer com eficiência papel o motor de vendas. Esta edição nº 96 da Revista da Fecomércio PR traz ainda muito mais. Tivemos a realização da 7ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, mais uma vez coroada de sucesso. E ainda, o lançamento do projeto Comércio em Movimento, a nova edição do Fórum Social da Educação, denominado Vivência Autoral, os eventos e cases do Senac, e muito mais. T Boa leitura! Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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NESTA EDIÇÃO

Capa 16

Ano XIII Nº 96 setembro | outubro 2013

Comércio em Movimento Sesc PR ainda mais próximo do trabalhador do compercio

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Palavra do Presidente

Sindilojas Paranaguá

Temporários afinados

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Artigo

Uma nova Julio, um novo comércio

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14 Uma economia do tamanho do Brasil

16 Para movimentar o comércio

18 Casa completa

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Colorindo o Centro Histórico de Curitiba

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Fecomércio recebe missão do Burkina Faso

Mercado de trabalho aquecido

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Senac PR inicia etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento

Justiça no Bairro Sesc Cidadão na 100ª edição

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Centro Histórico Divertido

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Maratona Internacional de Foz do Iguaçu bate recorde de participantes

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23 Muitas maneiras de encontrar os leitores

26 Cafés especiais 4

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Reinventando ideias

Copa da Gastronomia

Outubro Rosa

Entenda o eSocial

Sindicato das Madeiras, testemunho da história

71 É o fim do caminho

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Curiosidades maratonísticas

Luiz Gagliastri, de Curitiba para o mundo

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Uma maratona nas belezas de Foz do Iguaçu

51 Menos lixo, mais qualidade de vida

54 O comércio pode ser mais sustentável

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Pratos à mesa

79 Ela causa inveja a qualquer jovem

81 Santa cozinha

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www.fecomerciopr.com.br www.sescpr.com.br www.pr.senac.br

Fecomércio PR

Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andar CEP 80410-001 Curitiba PR 41 3883-4500 Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana Diretor Regional do Sesc PR José Dimas Fonseca Diretor Regional do Senac PR Vitor Monastier NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING jornalismo@fecomerciopr.com.br 41 3883-4530 Coordenador do Núcleo de Comunicação e Marketing Cesar Luiz Gonçalves Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann Jornalistas Responsáveis Karla Santin DRT-PR 6657 Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157 Redação e Revisão Carolina Lara Fernanda Ziegmann Isabela Mattiolli Karen Bortolini Karla Santin Silvia Bocchese de Lima Fernanda Brisky – Estagiária Fotos Ivo José de Lima Walter Alves – Capa Arte e Diagramação Vera Andrion Impressão CTP Graciosa Gráfica – Curitiba Tiragem 10 mil exemplares


Investimento Artigo

Crisitna Bocayuva

Terceirização no mercado de trabalho

O

processo produtivo se caracteriza por ser um sistema em rede, no qual cada empresa contribui com uma parcela de valor agregado – que são os insumos da produção – formando um todo que é o produto final. Qualquer empresa, por mais simples que seja, consome uma certa quantidade de serviços, que são produzidos por outras empresas. É um processo produtivo que valoriza a especialização e propicia aumento da produtividade. A terceirização no setor produtivo representa um exemplo concreto do real benefício decorrente da especialização. Nessa área, pode-se tornar como caso emblemático de sucesso a prestação dos serviços de limpeza, onde são evidentes os ganhos de produtividades decorrentes da especializa-

ção, tanto para a empresa contratante como para a empresa contratada. O mesmo se verifica na área dos serviços de segurança. Merece destaque, nesse particular, o caso dos bancos que contratam, dentro das normas legais de terceirização, os serviços de segurança para as suas agências e seus clientes. Os opositores à terceirização de serviços consideram que isso representa uma precarização do trabalho e, em suas propostas de regulação, reivindicam que aos trabalhadores da empresa contratada, prestadora dos serviços de segurança, sejam pagos salários iguais aos da empresa contratante, além da extensão de todos os demais benefícios, tais como gratificações, assistência médica, auxílio refeição, vale transporte, etc. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego e o Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros do Estado de São Paulo (Sindeprestem), um em cada quatro dos trabalhadores com carteira assinada é terceirizado. Estudo realizado pela LCA Consultores observa que um dos resultados evidentes da especialização e da divisão do trabalho, proporcionados pela terceirização, é a redução dos custos. A terceirização significa uma forma de criar empregos, além de ser um mecanismo moderno de gestão empresarial com aumento da produtividade e redução dos custos de produção, utilizando serviços e trabalho especializa-

dos, sem significar redução de salários ou menor uso de mão de obra. Pelo contrário, como é fácil perceber, a especialização do trabalho, através da prática da terceirização, vai, obviamente, produzir maior criação de empregos e proporcionar melhores níveis de salário para os trabalhadores especializados. Feitas estas considerações, podemos concluir que não têm razão alguns segmentos sindicais de trabalhadores, quando promovem manifestações públicas contra o referido PL nº 4.330, que deve ser entendido como mais uma forma de defesa e de proteção dos direitos trabalhistas, e não o contrário. Inclusive porque prevê o rigoroso respeito à legislação trabalhista pertinente e às convenções e acordos coletivos celebrados pelos representantes das atividades econômicas e profissionais dos prestadores de serviços terceirizados. Em boa hora, chegou à Comissão de Constituição e Justiça o Projeto de Lei nº 4.330/2004, de autoria do Deputado Sandro Mabel, com substitutivo do Deputado Arthur Maia, que conta com apoio total da Frente Parlamentar presidida pelo Deputado Laércio Oliveira. T

Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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Investimento Notas

WEB TV Senac em Sergipe e Alagoas O Senac PR realiza em novembro uma campanha para divulgação e venda dos cursos livres da WEB TV nos estados de Sergipe e Alagoas. Estão sendo veiculadas peças publicitárias em veículos de rádio, televisão e mídias digitais. A ação faz parte de um projeto da Rede Nacional de Ensino a Distância do Senac. São ofertados 10 cursos nas áreas de gastronomia, beleza e moda. Com

custa R$70 e o aluno pode acessar as videoaulas quantas vezes desejar dentro do período de 30 dias. Até o fim de 2013 mais sete títulos serão incluídos no portfolio, além dos lançamentos previstos para 2014.

As videoaulas permitem um aprendizado mais dinâmico que as aulas habituais do

pode visualizar a prática da profissão, podendo exercitá-la tanto em casa quanto no ambiente de trabalho. Outros diferenciais da WEB TV estão ligados às inovações tecnológicas, como a utilização do servidor streaming, que possibilita fluxo rápido de dados, permitindo que o usuário baixe as aulas independentemente da velocidade de conexão que utiliza. Os cursos estão disponíveis no site www.

duração de vinte horas, cada curso

ambiente EAD. Por meio delas, o aluno

ead.senac.br.

Diferencial

Moção de aplauso ao Sindicomércio

O gerente executivo do Sesc Pato Branco, Neri Schneider; o gerente executivo do Senac Pato Branco, Ellison Marques; o diretor do Sindicomércio Pato Branco, Nelvo Ody; o ex-presidente do Sindicomércio Pato Branco e atual 1º vice-presidente, Neuri Nilo Garbin; o presidente do Sindicomércio Pato Branco, Ulisses Piva; o vereador Claudemir Zanco; o 2º vice-presidente do Sindicomércio Pato Branco, Ciro Conte Chioquetta; o 2º secretário do Sindicomércio Pato Branco, Olívio Chioquetta; os diretores do Sindicomércio Pato Branco,Vinicius Lachman e Valdecir Francisco Demezuk; o 1º secretário do Sindicomércio Pato Branco, Blademir Sérgio Martinelli e o diretor do Sindicomércio Pato Branco, Milton Marcante, durante cerimônia de entrega de moção de aplauso à diretoria do sindicato

Os vereadores de Pato Branco entregaram à diretoria do Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Pato Branco (Sindicomércio) – gestão 2010-2013, moção de aplauso, em virtude da construção da nova sede do Senac no município. A homenagem foi entregue ao ex-presidente do sindicato, Nilo Garbin, pela atuação em defesa da nova unidade, inaugurada em maio deste ano e a então diretoria. A homenagem também foi entregue ao gerente executivo da unidade do Senac, Ellison Marques.

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A moção foi uma proposição do edil Claudemir Zanco, o Biruba, subscrita pelos vereadores Augustinho Polazzo, Enio Ruaro, Geraldo Edel de Oliveira, Guilherme Sebastião Silverio, José Gilson Feitosa da Silva, Laurindo Cesa, Leunira Viganó Tesser, Raffael Cantu, Valmir Tasca e Vilmar Maccari. De acordo com o vereador Zanco, com a nova estrutura, o Senac tem a capacidade de atendimento diário, em três turnos, de 1.272 alunos, ampliou seu portfolio de serviços e

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está transformando Pato Branco em um centro formador e capacitador de profissionais. “O envolvimento e a participação da diretoria do Sindicomércio foi fundamental para a conquista e entrga desta obra à população de Pato Branco e região”, pontuou o vereador. Para Garbin, esta conquista só foi possível graças ao constante trabalho realizado em prol dos empresários do comércio, da parceria entre os poderes público e privado e das ações de todo o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR.


Colabore com a Campanha do Brinquedo 2013 As ações solidárias representam o que existe de mais gratificante entre as atividades desenvolvidas pelo Sesc. Desde 2009, a Campanha do Brinquedo é realizada pela entidade levando alegria a crianças do estado. O Instituto GRPCOM e o Exército Brasileiro são parceiros da ação que este ano teve início no dia 21 de outubro.

A campanha completa cinco anos em 2013 e a novidade desta edição é que os postos de arrecadação foram ampliados com o apoio de empresas do comércio de serviços, bens e turismo do Paraná, filiadas à Fecomércio PR. Unidades de serviço do Sesc e do Senac no estado também recebem as doações. No ano passado, 34.825 brinquedos foram arre-

cadados e 10.095 crianças de 117 instituições paranaenses beneficiadas. Podem ser doados brinquedos novos e usados, desde que estejam em perfeitas condições de uso. As doações serão destinadas às instituições sociais durante toda a campanha, que será encerrada no dia 16 de dezembro.

Mais informações pelo www.sescpr.com.br/campanha-do-brinquedo/

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Notas

A Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR) representou o comércio paranaense e brasileiro na Expo Paraguai Brasil 2013, realizada nos dias 24 e 25 de outubro, em Assunção, no Paraguai. A entidade participou com um estande no evento, em conjunto com as demais entidades paranaenses que formam o G7. O vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, e o assessor da presidência, Edson Luiz Guariza, integraram a comitiva

mitiu apresentar às empresas e autoridades paraguaias a força e a união das entidades representativas de classe do Paraná, que juntas lutam por melhores condições ao setor produtivo do Estado”, afirma Bittencourt. As entidades do G7 presentes na Expo Paraguai Brasil 2013 foram a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR), Associação Comercial do Paraná (ACP), Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura

paranaense que compareceu ao evento. O presidente do Paraguai, Horário Cartes, abriu a feira e visitou o estande do G7. A Expo Paraguai Brasil, que já está na 5ª edição, é uma feira multisetorial com o objetivo de promover o intercâmbio comercial, cultural e turístico entre ambos os países. “A participação do G7 e da Fecomércio per-

do Estado do Paraná (Faep), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), juntamente com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

Edson Luiz Guariza

Expo Paraguai Brasil 2013

O presidente do Paraguai, Horário Cartes, cumprimenta o vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, com o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, ao fundo

Darci Piana visita obras do antigo Cadeião de Londrina

Da esquerda para direita: o gerente executivo do Sesc Londrina, Cilas Vianna (de costas); o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o sócio-administrador da Costa Oeste Construções e engenheiro civil responsável pela obra, Edson Luiz Schmitz, e os conselheiros do Senac PR, Márcio Américo Strini e Sérgio Gilberto Bonocielli

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, visitou as obras de revitalização do antigo Cadeião de Londrina em 22 de outubro. O local vai abrigar um centro cultural do Sesc, com atividades em

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diferentes áreas. O espaço onde funcionou a Cadeia Pública de Londrina foi cedido pelo município ao Sistema Fecomércio em regime de comodato pelo prazo de 20 anos. As características do prédio serão mantidas,

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por se tratar de edifício histórico de Londrina. A obra encontra-se em fase de execução do revestimento do prédio da antiga cadeia, instalações elétricas e hidráulicas, cobertura e ampliação para construção do auditório.


Nova lei dos despachantes de trânsito é assinada pelo governador Beto Richa Em 20 de setembro, o governador Beto Richa assinou a nova lei que atualiza a profissão dos despachantes de trânsito no Paraná. A assinatura ocorreu durante jantar promovido pelo Sindicato dos Despachantes de Trânsito do Paraná (Sindepar) em comemoração ao Dia

do Despachante, comemorado no estado em 21 de setembro. A lei é resultado da compilação e modernização de duas outras leis pré-existentes, a 12.327 e a 15.060. Além de prever o aumento do número de despachantes no estado – cuja contratação

ocorre por meio de concurso público – a nova lei formaliza questões trabalhistas que não eram contempladas anteriormente, como a possibilidade do despachante usufruir de férias e licença médica.

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, elogiou a iniciativa do governador Beto Richa em propor a nova lei dos despachantes de trânsito no Paraná e também o trabalho das entidades envolvidas no processo de discussão, elaboração, votação e aprovação da nova lei. Na mesa, da esquerda para a direita, o diretor geral do Detran-PR, Marcos Traad; o deputado federal Sérgio Oliveira; o vice-presidente do Sindepar, William Araújo; o governador Beto Richa; o presidente do Sindepar, Everton Calamucci; e o líder da bancada governista na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Ademar Traiano

Soldadinho de Chumbo ganha vida no Natal no Paço A clássica história escrita pelo dinamarquês Hans Christian Andersen “Soldadinho de Chumbo e a Bailarina”, será contada na Praça Generoso Marques nos dias 10 e 11 de dezembro, às 20h30, durante o espetáculo Natal no Paço. O prédio do Sesc Paço da Liberdade ganhará luz e imagens por meio de animação em projeção mapeada. Dançarinos, músicos, acrobatas e o Papai Noel interagem com a

tecnologia das animações em 3D projetadas na fachada do prédio histórico, com uma história de superação, amor e espírito natalino. De acordo com a gerente executiva do Sesc Paço da Liberdade, Celise Helena Niero, o Natal no Paço faz parte do calendário de eventos turísticos de Curitiba, que há anos é conhecida como a capital do Natal. A projeção mapeada é uma técnica de computação gráfica capaz de criar ilusões visuais de volume e

tridimensionalidade, por meio da reprodução de projeção de filmes sobre superfícies diversas. Essa técnica permite que um vídeo seja projetado, sem distorção, independente das formas, do local a serem projetadas, adaptado à estrutura. A realização é do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e tem o apoio cultural da Prefeitura Municipal e Fundação Cultural de Curitiba e apoio da RPCTV. A empresa TempoArte assina a produção artística do espetáculo.

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Investimento Notas Câmara empresarial defende Inspeção Técnica Veicular Em sua primeira reunião de trabalho, em Brasília, a Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos da CNC debateu a Inspeção Técnica Veicular (ITV), tema prioritário do setor pelos seus reflexos na sociedade. A ITV, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, tem como objetivo inspecionar e atestar as reais condições dos itens de segurança e de controle de emissão de gases poluentes. Atualmente, o projeto que trata da inspeção aguarda inclusão na ordem do dia para votação no plenário da Câmara dos Deputados. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil tem o 5º maior número de mortes no trânsito do mundo: são cerca de 40 mil pessoas por ano – um número muito acima da média mundial. As mortes são causadas tanto por erro humano como pela falta de segurança dos veículos, como revelou o coordenador da Cbcpave, Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR.

Com a ITV, que deixará os automóveis mais seguros e menos poluentes poderiam ser salvas 12 mil vidas ao ano, na projeção do Instituto Brasileiro Veicular. “A relevância da preservação do meio ambiente está também em salvar vidas”, disse Piana. “O país não pode arcar com a despesa de milhões de reais por conta dessas mortes e do tratamento hospitalar de feridos. Nossa câmara quer trabalhar muito nesse tema e, por sua abrangência nacional e por incluir instituições diretamente envolvidas, tem condições e status para apresentar sugestões aos órgãos de trânsito”, completou o coordenador da câmara. Como órgão consultor da presidência da CNC, a Cbcpave deve apresentar suas conclusões para avaliação e posicionamento da diretoria da Confederação. Na reunião, foi debatido ainda o PLC 38/2013, de autoria do deputado Armando Virgílio, que regula e disciplina a atividade de desmontagem de veículos automotores e a comercialização de

peças usadas. Os membros da câmara também discutiram um tema que tem preocupado o setor de autopeças: a Margem de Valor Agregado (MVA), percentual que as Secretarias de Fazenda dos Estados fixam para os produtos com o objetivo de calcular o valor do ICMS a ser pago por substituição. As discussões, especialmente em relação à substituição tributária – regime pelo qual a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou prestações de serviços é atribuída a outro contribuinte – e as dificuldades que o segmento de autopeças tem encontrado, tiveram contribuições de representantes de vários estados, que trouxeram as peculiaridades regionais. Por fim, o advogado Cácito Esteves, da Divisão Jurídica da CNC, falou sobre aspectos da legislação que têm reflexos no cotidiano das empresas e o suporte que a entidade pode dar, esclarecendo os membros da câmara sobre procedimentos legais.

Walter Alves

Fórum Transparência e Competitividade

O presidente do Sistema Ocepar e do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, João Paulo Koslovski; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo; e o presidente da OAB PR, Juliano Breda durante reunião de lideranças do Fórum

O papel das empresas no combate à corrupção permeou o Fórum Transparência e Competitividade promovido pelo Sistema Federação das Indústrias (Sistema Fiep), em parceria com o Centro Internacional de Formação de Atores Locais para a América Latina (Cifal) e o Ins-

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tituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), realizado nos dias 5 e 6 de novembro, em Curitiba. Parte da programação do evento reuniu lideranças empresariais para discutir e apresentar propostas pela transparência e combate à

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corrupção. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, participou do diálogo junto ao presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo; do presidente do Sistema Ocepar e do Conselho Deliberativo do Sebrae/ PR, João Paulo Koslovski; do presidente da OAB PR, Juliano Breda; do presidente do Observatório Social do Brasil, Ater Cirstófoli; ente outros líderes e representantes de entidades. Durante os dois dias, os participantes do Fórum fizeram parte de diálogos, tais como informações dobre o Observatório Social do Brasil, controle do patrimônio público, Copa 2014 – Programa Jogos Limpos, e o custo da corrupção para a democracia. O evento contou com a presença da diretora executiva do Instituto das Nações Unidas de Treinamento e Pesquisa, Sally Fegan-Wyles; da chefe do Setor de Transparência e Anticorrupção do pacto Global das Nações Unidas, Olajobi Makinwa; e a participação em vídeo do diretor Geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo, entre outros nomes nacionais e internacionais que apresentaram painéis em sessões plenárias no último dia do evento.


Prudentópolis recebe reuniões do Sistema Fecomércio PR As reuniões dos conselhos do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR do mês de outubro, foram realizadas no município de Prudentópolis, na sexta-feira (25). Mais de cem pessoas de todo o estado, entre presidentes de sindicatos, conselheiros, diretores e colaboradores das instituições participaram das atividades no Hotel Ózera. A última reunião foi a do conselho da Fecomércio. Diversas autoridades e empresários locais puderam conhecer um pouco mais o trabalho da instituição no estado. “Nosso compromisso é com

os empresários do comércio, turismo de serviços e a ideia de fazer as reuniões no interior é mostrar aos empresários o que o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR está fazendo em prol deles, a preocupação da nossa federação é a estabilidade das empresas paranaenses”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. Entre os presentes estiveram o prefeito de Prudentópolis, Gilvan Pizzano Agibert; a primeira dama e secretária de Ação Social, Jane Agibert; a presidente do Sindicomércio de Prudentópolis

e também secretária de Indústria e Comércio, Cristiane Rossetin Boiko; o secretário de Turismo, Luiz Xavier; a secretária de Educação, Maria Helena Maia de Oliveira; a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Prudentópolis, Jane Cleusa Gomes da Silva; o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Prudentópolis (ACP), Sérgio Gomes; o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier; o diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca, entre outros.

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, recebendo das mãos da presidente do Sindicomércio, Cristiane Rossetin Boiko, uma cesta com produtos da terra

O presidente do Sindicato Empresarial do Comércio Varejista de Campo Mourão e Região, Nelson Bizzotto; o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Materiais de Construção no Estado do Paraná (Simaco), Sigismundo Mazurek; o prefeito de Prudentópolis, Gilvan Pizzano Agibert; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; a presidente do Sindicomércio e também secretária de Indústria e Comércio, Cristiane Rossetin Boiko; o 1º secretário da Câmara de Vereadores, Valdir Krik; e a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Prudentópolis, Jane Cleusa Gomes da Silva

Relação de vencedores do Jabuti valoriza Paço da Liberdade As ações do Sesc Paço da Liberdade na área da literatura têm mostrado a visão estratégica que rege a política cultural da unidade. Prova disso está na relação de laureados do Prêmio Jabuti, a mais prestigiada premiação da literatura brasileira. Entre os autores destacados na versão 2013, três deles estiveram no Paço para palestras ou lançamento de livros. Adauto Novaes ministrou palestra no ciclo Mutações, em 2012. Sua obra, Elogio à Preguiça (edição do Sesc São Paulo) venceu a categoria

Ciências Humanas do Jabuti. Caetano Galindo, primeiro lugar na categoria Tradução, com o livro Ulysses, de James Joyce (Cia. Das Letras), lançou a obra na unidade, também em 2012. E, finalmente, Paulo Venturelli, segundo colocado na categoria Infantil, com Visita à Baleia (Editora Positivo), realizou uma conferência este ano na unidade do Sesc. Além disso, foi no Paço da Liberdade que, em fevereiro, Paulo Venturelli tomou posse na Cadeira nº 5 da Academia Paranaense de Letras.

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Paulo Venturelli

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Investimento Notas

19º Congresso Internacional Abed de Educação a Distância O Senac PR participou com o Senac Nacional e as regionais de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do 19º Congresso Internacional Abed de Educação a Distância, realizado em Salvador, de 9 a 12 de setembro. O evento foi

Profissionais Fazem Bons Programas de EAD: como estamos?”. Durante o congresso, o Senac montou um estande oferecendo palestras sobre a produção e gestão de cursos a distância, o uso de tecnologias, entre

participação de mais de 70 pessoas com o tema: “Web TV Senac – tecnologia educacional aplicada à formação sócio profissional”. Além das palestras, o congresso apresentou cursos e mesas-redondas voltadas para o ensino a

promovido pela Associação Brasileira de Educação a Distância e abordou a temática “Bons

outros temas. A analista do EaD do Senac PR, Ana Paula Kamizi, ministrou uma palestra com a

distância, com especialistas brasileiros e de países como Itália, EUA, Canadá, Colômbia e Alemanha.

Semana Cultural levou experiências culturais a profissionais de educação Entre 21 e 25 de outubro, a Semana Cultural levou aos profissionais da rede municipal de ensino de Curitiba experiências culturais gratuitas, em diferentes horários e espaços da cidade, facilitando o acesso dos profissionais da área de educação a diversas linguagens artísticas. Incluída no processo de formação continuada da rede municipal de ensino, a Semana Cultural

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foi promovida pela Prefeitura de Curitiba em parceria com a Fundação Cultural e apoio do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, por meio do Sesc Paço da Liberdade. A abertura ocorreu no Teatro Guaíra, em Curitiba, e reuniu três mil profissionais de ensino, além de autoridades e representantes municipais. Esse primeiro dia foi marcado pela aula-show sobre o centenário de Vinícius

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de Moraes, com a participação do professor de literatura brasileira da Universidade de São Paulo (USP), José Miguel Wisnik, da cantora de música popular brasileira, Paula Morelenbaum, e do violonista e compositor Gabriel Improta. O espetáculo foi promovido pelo Sesc Paço da Liberdade, que levou, ao longo da semana, outras atividades culturais para dentro das escolas.


Virada Cultural Paraná amplia programação para 11 cidades do estado A Secretaria de Estado da Cultura e o Departamento de Trânsito do Estado (Detran/ PR) realizaram a segunda edição da Virada Cultural Paraná com o apoio do Sesc PR,

Sesi PR e prefeituras dos municípios que receberam as quase 500 atividades do evento. Campo Mourão, Cianorte, Cornélio Procópio, Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá,

Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo e São José dos Pinhais contaram com atrações regionais e nacionais no Palco Conexão, nos dias 26 e 27 de outubro.

Algumas das atrações que percorreram as 11 cidades paranaenses • • • • •

Jair Rodrigues Almir Satter 14 Bis Zélia Duncan Fafá de Belém

• • • • •

O Teatro Mágico Tangos e Tragédias Raimundos Planta e Raiz Sandra de Sá

Novidade da edição, a semana arte-educação promovida pelo Detran/PR junto aos parceiros contou com mais de 200 atividades voltadas

• • • • •

Molungo Gentileza Maxixe Maxine Viola Quebrada Big Time

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A Banda Mais Bonita da Cidade Trombone de Frutas Sá e Guarabyra Moraes Moreira Djambi e Charme Chulo

para a educação no trânsito, entre os dias 21 e 26 de outubro. Caminhadas, apresentações de teatro, oficinas de arte urbana, palestras,

blitz educativas, entre outras fizeram parte da programação.

montado na Boca Maldita e trouxe representantes da música paranaense e brasileira. O cantor Criolo foi uma das atrações mais aguardadas e se apresentou no domingo. O Palco Riachuelo, promovido pelo Sesc PR

e pela Fundação Cultural de Curitiba, levou ao público da Praça Generoso Marques, em frente ao Sesc Paço da Liberdade, shows de Guilherme Arantes, Morais Moreira, Poléxia e banda Blitz.

Corrente Cultural Curitiba recebeu a edição da Virada Cultural nos dias 9 e 10 de novembro, como parte da programação da Corrente Cultural, que este ano ocorre entre os dias 3 e 10, com mais de 300 atrações programadas. O Palco Conexões foi

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Investimento Economia

Uma economia do tamanho do Brasil Estabilidade econômica, conquista da liquidez internacional, produção energética e de alimentos, desenvolvimento regional e demanda doméstica indicam a construção de uma sólida economia no país Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Walter Alves

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e pirâmide a losango. Esta foi a guinada que a economia brasileira deu na última década em sua formação social. Enquanto em 2005, as classes D e E representavam 51,05% da população no Brasil e formavam a base da pirâmide social, hoje, este percentual reduziu para pouco mais de 25%. A classe C passou de 34,44% para 52,99% em 2013. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o topo da pirâmide também aumentou, passando de 14,51% para 21,99%. Na opinião do jornalista Paulo Henrique Amorim, que esteve em Curitiba a convite do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Estado do Paraná (Sinca PR), esta nova composição econômica é um dos pilares que o Brasil está construindo para se tornar uma economia crescente, próspera e igualitária. “Os esforços para a construção desta economia foram a estabilidade econômica e a liquidez internacional. Depois o Brasil resolveu o problema do estrangulamento energético e da produção de alimentos. Resolvidos os problemas estruturais básicos, o país tem con-

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O jornalista Paulo Henrique Amorim

dições de se tornar uma grande economia”, acredita Amorim. O jornalista defende que o país passa por um momento histórico e irreversível, tornando-se uma sociedade capitalista de massa, ou seja, criou-se uma demanda doméstica. “Em uma única geração, incorporamos à classe C mais de 40 milhões de pessoas e fizemos isso dentro de um regime democrático, ao contrário

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dos demais países do BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul”, avalia. Quando cita a democracia, Amorim é enfático ao dizer que os três poderes ao lado da imprensa, funcionam perfeitamente. “Temos aqui um bem imaterial chamado contrato, que permite com que haja previsibilidade e solidez das instituições políticas e econômicas”, destaca o jornalista.


CONSUMO EM ALTA

Contrariando o pessimismo dos empresários registrado no começo do semestre deste ano, Amorim destaca que os números do crescimento do varejo são positivos para as vendas de fim de ano. “De acordo com balanço realizado pelo Bradesco, este será um Natal brilhante, seguindo o crescimento médio anual na casa de 4%. O desemprego no país está em 5,3%, um dos mais baixos do mundo e hoje, o salário mínimo nos Estados Unidos é 11% menor do que aqui. Há 158 shoppings centers em construção no Brasil. Onde está a crise?”, questiona. Para o jornalista não há espaço para amadorismo no país que em 2020 será o quinto maior mercado consumidor do mundo. “Só vai crescer quem conhecer a classe C, que usa cartão e consume celular, cursos, casa, tem carteira assinada, computador e, agora, usa a CVC”, conclui. T

“Mais de 40 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média, alterando a estrutura social no país.” NOVA GEOGRAFIA ECONÔMICA

Amorim ressalta que o Brasil deixou de crescer exclusivamente no Sudeste e todas as demais regiões passaram a viver este novo cenário. “Hoje o país se desenvolve fora do antigo triângulo claustrofóbico Rio-São Paulo-Minas que vem desde a Era Vargas e conquistou isso graças a muito esforço. Criou-se uma nova geografia econômica”, salienta. Como exemplo deste novo desenvolvimento, Amorim destaca cidades como a mineira Vargem Grande, com três mil habitantes e produtora mensal de um milhão de roupas íntimas femininas; as cidades mato-grossenses de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum produzem de cinco a seis milhões de toneladas de soja e sete milhões de toneladas de milho ao ano. “Esta nova geografia permitirá em breve que o setor atacadista, por exemplo, transporte os produtos brasileiros não só pelo Oceano Atlântico, mas pelo Pacífico, chegando ao Chile e ao Peru”, prognostica. O jornalista também prevê que em

breve, o Brasil não mais exportará produto in natura, mas beneficiado, com valor agregado. Ele cita uma recente pesquisa da Mackenzie, publicada no Wall Street Journal, que revela que em 2025, 75% das maiores companhias do mundo estarão nos mercados emergentes. “O Brasil está ficando do tamanho do Brasil. Das 50 maiores obras em curso no mundo, 15 estão no Brasil. Para se ter uma ideia, somente as usinas de Belo Monte, no Rio Xingu; de Santo Antônio e de Jirau, empreendimentos que juntos somam R$59 bilhões, além da transposição do Rio São Francisco; da Usina Nuclear Angra III; do rodoanel, em São Paulo; do Cinturão das Á guas, no Ceará e do arco rodoviário do Rio de Janeiro e os 12 estádios de futebol em construção no país”, relaciona Amorim.

“O Brasil está ficando do tamanho do Brasil.

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Investimento Capa

Para movimentar o comércio

Unidades de serviço do Sesc em 15 cidades paranaenses abrem as portas com atividades gratuitas aos trabalhadores do comércio e apresentam o produto Comércio em Movimento na semana em que se comemora o Dia do Comerciário Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Walter Alves

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Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana

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ma semana para o trabalhador do comércio viver integralmente o Sesc. Esta foi a proposta da instituição ao abrir as portas, de 28 de outubro a 1º de novembro, de 18 unidades de serviços do Sesc Paraná, na capital paranaense e em outros 14 municípios. A ideia é que a família comerciária desfrutasse de uma série de serviços que vão desde cursos de atualização e de inglês a desenvolvimento da língua portuguesa, promoção da saúde, práticas esportivas, apresentações culturais, e cases para troca de experiências. Todas as ações foram pensadas para oferecer gratuitamente serviços e oportunidades de realização pessoal e atualização profissional do público atendido pelo Sesc PR. Estas atividades fizeram parte de um novo produto que o Sesc PR passa a oferecer aos comerciários, o Comércio em Movimento. O objetivo é estar ainda mais próximo do trabalhador do comércio, conhecer quais são as suas necessidades de qualidade de vida e bem-estar e ampliar o repertório cultural, educacional e social deste trabalhador, por isso as atividades propostas poderão ser desenvolvidas no próprio local de trabalho do comerciário ou nas unidades do Sesc PR.

Desde o fim do primeiro semestre deste ano, o Sesc realiza uma consulta de opinião, para conhecer as demandas do empresário, traçar o perfil e a opinião do comerciário, seus interesses e, em conjunto aos departamentos de recursos humanos das empresas, oferecer atividades que possam atendê-lo melhor. “O Sesc abre as portas diariamente para milhares de trabalhadores paranaenses, mas queremos entender e conhecer mais suas expectativas em relação à instituição, por isso que nosso movimento será ao contrário. Vamos entrar na empresa, conhecer este trabalhador, e com o RH da empresa, vamos humanizar os processos, elaborar um plano de trabalho conjunto e colocá-lo em prática”, diz a diretora da Divisão de Educação e Cultura do Sesc PR, Marússia de Souza Santos. Marússia acredita na necessidade de uma constante aproximação do Sesc com o seu público preferencial – o comerciário e empresário do comércio. “Nós queremos ouvir este profissional, entendê-lo para criarmos um processo coletivo entre o trabalhador do comércio, empresários e o Sesc, formando assim uma família muito maior do

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que hoje já temos”, defende. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, este novo produto beneficiará, especialmente, a família comerciária. “Esse programa tem um alcance extraordinário na questão social, principalmente na questão da saúde, educação, esporte, lazer e assistência social. Essa qualificação e aproximação com nossos colaboradores será um grande benefício para os empresários”, acredita Piana. Para o diretor regional do Sesc PR, Dimas Fonseca, com este novo produto, a instituição cumpre seu papel social e leva qualidade de vida e ampliação do repertório social, cultural e educacional aos empresários e trabalhadores do comércio. “Neste ano, o Sesc completa 65 anos no Paraná e para coroar com êxito, lança o produto Comércio em Movimento, que vem ao encontro dos anseios dos empresários”, salienta o diretor regional. Os empresários que tiverem interesse de implementarem este produto em suas empresas para benefício de seus colaboradores devem procurar uma unidade do Sesc e verificar a disponibilidade de atendimento. T

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Comércio Investimento

Casa completa Programa Minha Casa Melhor estimula crescimento do comércio paranaense Texto: Karla Santin

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casa própria é o sonho de todo o brasileiro. Nos últimos anos, a economia do país tem contribuído para que cada vez mais pessoas consigam comprar ou construir um imóvel. Em setembro, a Caixa Econômica Federal atingiu o total de R$ 100 bilhões em contratações do crédito imobiliário. O valor é 35,4% superior ao mesmo período de 2012, quando foram aplicados cerca de R$ 74 bilhões. Com tantas novas unidades habitacionais, o setor de móveis, decorações e utilidades domésticas anda aquecido, não só pelos fogões ou micro-ondas vendidos, mas pelo comércio de todos os itens necessários para preencher os cômodos ainda cheirando a tinta. A elevação de 7,13% nas vendas de móveis e eletrodomésticos no mês de julho em comparação com o mês anterior e o acréscimo de 9,15% sobre igual mês de 2012 demonstra que o programa Minha Casa Melhor, lançado pelo Governo Federal para os beneficiários do

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Os impactos do programa foram medidos pela Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR) e foram mais intensos no interior do Estado. A maior alta ocorreu em Londrina, com 11,13% sobre o mês anterior, seguida por Foz do Iguaçu (10%) e Maringá (6,41%). Na comparação com julho de 2012, o setor de móveis e decorações de Foz do Iguaçu deu um salto de 29,07% e de 22,39% em Londrina.

REVISÃO DO PROGRAMA

programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, já influencia o varejo. A linha de crédito especial foi lançada em junho, mas o uso dos cartões começou efetivamente em julho.

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Francisco Ontivero, proprietário da Móveis Brasília, loja tradicional de Londrina voltada para as classes C, D e E, relata que os produtos mais vendidos são fogão, geladeira e sofá. “Os armários de cozinha também são bastante procurados pelas mulheres, que consideram esta a parte mais importante de uma casa. Mas como esse item e alguns outros, como o micro-ondas, não estavam contemplados na primeira lista de opções do cartão, o programa acabou ficando engessado e muitas pessoas


não tinham suas necessidades totalmente atendidas”, explica. A limitação dos produtos foi revisada pelo governo e, em 16 de setembro a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.868, que institui efetivamente o Minha Casa Melhor, em substituição à Medida Provisória 620, editada em junho. Com a alteração, móveis para cozinha, micro -ondas, estantes ou racks e tablets passaram ser financiados pela linha de crédito. O preço máximo dos produtos, outro ponto questionado por empresários e consumidores, também foi ampliado. “Verificamos que o cliente das classes mais baixas também se preocupa com a qualidade dos produtos, pois não quer gastar novamente em pouco espaço de tempo. É o caso de guarda-roupas e sofás, em que o programa havia estabelecido limites muito baixos”, complementa. A solução para ofertar móveis de qualidade dentro dos valores estabelecidos foi, por exemplo, desmembrar o tradicional conjunto de estofados, explica o diretor superintendente da Multiloja, Geraldo Luiz Gonçalves. Em vez do conjunto, os sofás de dois e três lugares são vendidos separadamente, ou ainda o cliente acaba optando por um roupeiro mais simples e compacto. “Logo após o lançamento do Minha Casa Melhor houve uma corrida muito grande às lojas. Julho foi o mês de maior movimento, mas a tendência é de que ocorra um assentamento na demanda nos meses seguintes”, relata. Gonçalves acredita que o programa tem potencial para movimentar ainda mais o comércio. Do orçamento previsto de R$ 18,7 bilhões, a Caixa Econômica Federal concedeu apenas R$ 1 bilhão em empréstimos a mais de 270 mil famílias até outubro. “O governo ainda está se adaptando. De modo geral, o uso deste cartão é bastante simples, é só o cliente pas-

sar na máquina e operacionalizar. E para as lojas também é muito bom, pois as transações são garantidas pela política de crédito”, assevera.

PRESTAÇÕES QUE CABEM NO BOLSO

Com o cartão Minha Casa Melhor, as pessoas que financiaram seu imóvel pelo programa Minha Casa, Minha Vida têm até R$ 5 mil de crédito para comprar móveis e eletrodomésticos. A taxa de juros é subsidiada e fica em 5% ao ano e o prazo para pagar as parcelas é de 48 meses. “O Minha Casa Melhor oferece várias opções que os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida podem escolher e não é necessário escolher todas”, disse a presidente Dilma Rousseff em sua conta no Twitter. São 14 tipos de móveis e eletrodomésticos, cada qual com um preço máximo. Segundo a presidente, o programa oferece boas condições. “As prestações ficam mais em conta e correspondem à metade do que se cobra no mercado”. Basta estar em dia com as prestações do financiamento da casa própria para ter acesso ao cartão. Dois meses após mudar-se com o marido e a filha para a casa nova, construída pelo programa Minha Casa, Minha Vida, a cascavelense, Carine Cristina Walziniack vai, aos poucos, preenchendo todos os espaços. Parte dos eletrodomésticos foi adquirida com o cartão do Minha Casa Melhor. “Comprei geladeira, notebook, máquina de lavar, televisão e fogão e tenho quatro anos para pagar. Na parte de eletrodomésticos, o programa é muito bom, já para os móveis, o limite dos preços era muito baixo, mas mesmo assim é uma opção interessante”, avalia Carine, que financiou os itens antes da revisão do programa. “Se não fosse esse financiamento, nós dificilmente conseguiríamos equipar nossa casa tão rápido”, reitera. T setembro | outubro 2013

São mais de 13 mil lojas credenciadas em todo o Brasil e 14 tipos de móveis e eletrodomésticos

guarda-roupa

cama, berço e beliche mesa com cadeiras

sofá

estante ou rack

móveis para

cozinha fogão

geladeira

micro-ondas

lavadora de roupa automática TV digital

computador ou notebook tablet

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Gastronomia Investimento

Copa da Gastronomia Aproveitando o clima de Copa do Mundo o estado do Paraná investe na divulgação da culinária local com o programa Gastronomia Paraná e a Copa da Gastronomia Texto: Fernanda Ziegmann I Fotos: Ivo Lima

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Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se inspirou no clima da Copa do Mundo de Futebol para criar o projeto Copa da Gastronomia em que homenageará os oito países campeões do mundial: Brasil, Espanha, Itália, França, Alemanha, Argentina, Inglaterra e Uruguai. A primeira edição da Copa da Gastronomia acontecerá em Curitiba nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2014, durante o campeonato de futebol, para a qual serão convidados oito consagrados chefs brasileiros, cada um especialista na culinária de um dos países campeões. “Aproveitamos que a Copa do Mundo de Futebol, a rainha de todas as copas, vai acontecer no Brasil e criamos a Copa da Gastronomia. A disputa terá um sabor todo especial que a gastronomia pode oferecer, com a criação e a degustação de pratos diferentes”, comenta o diretor da Abrasel PR, Luciano Ferreira Bartolomeu.

Segundo o diretor da Abrasel PR, a ideia é reunir competidores que trabalham com insumos brasileiros mesmo em pratos estrangeiros. “Os melhores chefs brasileiros da gastronomia desses países estarão reunidos nessa copa, principalmente os que trabalham com insumos brasileiros, pois significa que adaptaram a culinária ao sabor do Brasil”, destaca o diretor. O evento será anual e de abrangência nacional, mas com ambição internacional. A capital paranaense foi escolhida para sediar as disputas, pois se trata de uma cidade com grande diversidade gastronômica. “A Copa sempre será realizada em Curitiba, nossa capital tem uma colonização muito rica, com muitos povos diferentes, com um grande potencial nessa área”, explica Bartolomeu. O cenário da primeira Copa da Gastronomia será em uma arena em homenagem ao mundial de futebol. As traves serão as cozinhas, os jogadores serão as mesas dos jurados e a arqui-

Luciano Ferreira Bartolomeu, diretor da Abrasel PR

bancada será a área vip, onde os convidados poderão degustar os pratos. Ao todo serão 320 pessoas que votarão no melhor prato servido como Menu Degustação, escolhidos entre convidados corporativos, apoiadores, organizadores. Ainda haverá convites à venda. O projeto é uma criação da Abrasel PR e conta com o apoio da Gazeta do Povo e do Caderno Bom Gourmet.

Copa da Gastronomia homenageará os oito países campeões do mundial:

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Brasil

Espanha

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Itália

França

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Alemanha

Argentina

Inglaterra

Uruguai


GASTRONOMIA PARANÁ

Gastronomia Paraná é um programa criado pela Secretaria de Esporte e Turismo, por meio da Paraná Turismo. O objetivo é impulsionar a gastronomia paranaense, fortalecendo-a como atrativo turístico, além de incentivar a sustentabilidade. Pratos de alta qualidade e com ingredientes produzidos em solo paranaense são os destaques do programa. O Gastronomia Paraná foi lançado durante a Feira Mundo Gastronômico, realizada de 14 a 17 de agosto, na Expo Renault Barigui. Durante o evento, os visitantes puderam eleger a marca do programa e ainda desfrutaram de um ciclo de aulas e palestras. “Dentre as próximas ações previstas estão a formação de um comitê com especialistas da área para definir as ações prioritárias do programa e a realização de oficinas de gastronomia no Estado para identificar ingredientes e receitas típicas, ajudando a definir a nossa identidade gastronômica”, destacou a presidente da Paraná Turismo, Juliana Vosnika. De acordo com os dados do turismo gastronômico, da Travel Industry of America, 85% dos turistas têm interesse em conhecer

O Barreado, prato típico do estado, é um dos destaques da culinária paranaense

a cultura e a culinária do local que visitam, 66% querem experimentar a cozinha regional, as especialidades culinárias, bem como os vinhos locais e 70% gostam de levar de lembranças, produtos e receitas para compartilhar com amigos e família. “Nossa ideia é proporcionar uma experiência tão boa a ponto de fazer o turista ficar mais alguns dias, ou até voltar outras vezes”, finalizou Vosnika. T

Juliana Vosnika, presidente da Paraná Turismo

O Senac já vem destacando a culinária de diversos países em suas Semanas Gastronômicas

França

Itália

Brasil

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Alemanha

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Saúde

Criada em 1997 a campanha tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama

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Texto: Fernanda Ziegmann I Fotos: Walter Alves

utubro é o mês em que o mundo se veste de rosa. É tempo de conscientizar as mulheres da importância da prevenção do câncer de mama. O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todos os cantos do planeta. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra a doença e estimula a participação da população, empresas e entidades. O rosa simbólico alerta às mulheres para que façam o autoexame e, a partir dos 50 anos, a mamografia, diminuindo os riscos que aparecem nesta faixa etária. Na capital paranaense diversos pontos ganharam uma nova iluminação, entre eles o Jardim Botânico, praças e shopping-centers. O Sesc também contribuiu, unidades como a do Água Verde e o Sesc Educação Infantil foram banhadas de rosa em prol da causa. Outra ação foi em parceria com o Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Hunsol), na realização de palestras e oficinas do “Chaveiro da Vida”, recurso didático que utiliza o modelo construtivista para levar a mensagem da prevenção do câncer de mama e que tem efeito multiplicador. A Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios (CMEG) patrocinou a ação realizada pelo Salão de Beleza Lady & Lord, em apoio à campanha mundial. Quem passou pelo local pode contribuir com doações ao Hospital Erasto Gaertner. Durante a campanha, a CMEG apresentou aos clientes do

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Unidade de Serviço do Sesc Água Verde

salão um vídeo sobre os trabalhos da instituição em todo o estado.

HISTÓRIA

A campanha surgiu nos Estados Unidos há 16 anos, quando entidades das cidades de Yuba e Lodi começaram a fomentar ações voltadas a prevenção desse tipo de câncer. No Brasil a primeira iniciativa foi vista no dia 2 de outubro de 2002. Um grupo de mulheres simpatizantes da causa e com o apoio de uma empresa de cosméticos europeia, iluminou de rosa o monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, conhecido como Obelisco do Ibirapuera, situado em São Paulo. Mas foi em 2008 que a ação ganhou força, quando entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram monumentos e prédios das grandes

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capitais, como por exemplo, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Cada vez mais pessoas aderem ao movimento e a iluminação rosa se tornou uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar. A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em torno de uma nobre causa.

DADOS DA DOENÇA

O câncer de mama é um dos tipos de doença mais comum entre as mulheres. Em 2012 foram registrados 52 mil novos casos no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença deve acometer cerca de 27 milhões de mulheres em todo o mundo até 2030. Desde 2010, mais de 1.500 mulheres paranaenses morreram da doença. T


Investimento Literatura

Muitas maneiras de encontrar os leitores 32ª Semana Literária e Feira do Livro do Sesc PR percorreu 21 cidades paranaenses em setembro, tendo como tema a pergunta: Cadê o leitor? Texto: Mariana Sanchez | Fotos: Shigueo Murakami

Até hoje, nenhum país se tornou de primeiro mundo sem passar pela porta da faculdade e da biblioteca. Estas são condições sine qua non”. A frase, proferida pelo escritor Afonso Romano de Sant’Anna, foi uma das muitas que ecoaram durante a 32ª Semana Literária e Feira do Livro do Sesc PR, realizada simultaneamente em 21 cidades do Paraná entre os dias 16 e 21 de setembro de 2013.

O evento, que vem se consolidando com um dos mais grandiosos encontros literários do país, teve como mote uma pergunta recorrente no ambiente cultural e educacional brasileiro: afinal, onde está o leitor? “Toda a curadoria foi pensada levando em consideração o tema e seus desdobramentos, começando pela palestra de abertura de Affonso Romano de Sant’Anna e culminando com o seminário ‘O desafio de cons-

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truir leitores’, que reuniu renomados especialistas no assunto”, destaca o curador Rogério Pereira, diretor da Biblioteca Pública do Paraná. “Debater temas como a importância da leitura é algo que sempre será fundamental para nós, pois a discussão, de alguma forma, permeia as programações do Sesc na área de literatura. Para esta edição da Semana Literária, optamos por dar mais visibilidade ao assunto, no maior evento de literatura

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Investimento Literatura realizado pelo Sesc”, comenta a diretora de Educação e Cultura do Sesc PR, Marússia de Souza Santos. Em uma das numerosas mesas-redondas do evento, o crítico literário pernambucano Lourival

Mesas-redondas

Holanda lembrou que as civilizações sempre estiveram agregadas em torno de um grande texto, seja Odisséia, Ilíada, a Bíblia ou o Alcorão. Porém, isso se dava de forma verticalizada, enquanto, no

Marina Colasanti

HOMENAGENS

Bartolomeu Campos de Queirós – autor de mais de 40 obras e ícone do movimento Por um Brasil Literário – foi o homenageado da edição, que, pela primeira vez, contou ainda com a figura de um patrono: Manoel Carlos Karam, catarinense radicado em Curitiba e falecido em 2007. “Ele misturava teatro do absurdo, microcontos, bula de

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Leitura de trechos de obras literárias

remédio, anúncios de rádio, bilhetes, pedras poéticas. Tudo com um humor extraordinário, criando uma literatura viva e pulsante”, citou o escritor pernambucano Marcelino Freire na palestra “Karam: irônico mordaz”. Tanto Karam quanto Bartolomeu foram lembrados em todas as mesas-redondas do evento a partir da leitura de trechos de suas obras.

Livrarias e editoras universitárias de todo o Brasil comercializaram títulos dos segmentos literário e acadêmico

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mundo contemporâneo, estamos horizontalizando o olhar. “Ler o mundo é mais importante do que ler livros, mas a leitura literária contribui muito para esta decodificação do mistério”, opina.

Affonso Romano de Sant’Anna

LIVRARIAS E EDITORAS

Mantendo uma parceria bem sucedida iniciada no ano anterior, mais uma vez a Semana Literária e Feira do Livro do Sesc foi realizada, em Curitiba, juntamente à Feira do Livro Universitário da Editora UFPR, dois eventos complementares com sólida tradição na capital paranaense.

Programação infantojuvenil contou com oficinas, contações de histórias e encontros com escritores


Cerca de 30 estandes de livrarias locais e editoras universitárias de todo o Brasil estiveram presentes, comercializando títulos dos segmentos literário e acadêmico com descontos que chegavam a 50%. “Fala-se muito na importância da leitura, mas isso não deve se aplicar apenas ao livro literário. É importante defender o livro de maneira mais extensiva, afinal, a

reflexão do mundo também passa por outras áreas do conhecimento”, opina Gilberto de Castro, diretor da Editora UFPR. A Editora Senac São Paulo trouxe 118 diferentes títulos nas áreas de gastronomia, moda, comunicação e artes, beleza e estética, ciências humanas, desenvolvimento social, design e arquitetura, educação, turismo e

hotelaria e gestão de negócios. Além dos estandes voltados ao segmento universitário, outras livrarias e editoras marcaram presença no evento, como as curitibanas Livraria do Chain, Travessa dos Editores, Joaquim, o sebo Kapricho e a Arte & Letra, que lançou durante a feira o volume de contos Pescoço ladeado por parafusos, do patrono Manoel Carlos Karam.

contações de histórias e encontros com escritores. Entre eles, estiveram presentes Marina Colasanti, Ernani Ssó, Liana Leão, Ilan Brenman e muitos outros. “É obrigação sagrada dos adultos estimular a leitura desde a infância, seja na família, seja no convívio social. Portanto, a Semana Literária do Sesc apostou em uma programação consistente voltada para o público infantojuvenil. O contato com os autores é importante nesta fase inicial da vida de leitor, pois ajuda a dessacralizar a figura do escritor e a tirar da literatura o estigma de algo chato, cuja serventia está ligada apenas ao período escolar. A programação

infantojuvenil da Semana Literária mostrou que a literatura é uma grande e prazerosa aventura”, conclui o curador Rogério Pereira. Aos que acreditam que a literatura deve se reinventar para conquistar o interesse dos mais jovens – hoje disputado por games, redes sociais, etc. –, Marina Colasanti lançou a provocação: “o que tem que se reinventar não é apenas a literatura, é o cotidiano, são as relações, é o modo de enfrentar a vida. Mas eu não usaria a palavra ‘reinventar’. Na progressão do mundo, nada se reinventa, tudo evolui, tudo avança, sem apagar o passado e assimilando o presente”. T

Manoel Carlos Karam foi o patrono desta edição

PROGRAMAÇÃO PARALELA

Concertos musicais, saraus poéticos, sessões de cinema, espetáculos teatrais. Atividades como estas agitaram o cotidiano das 21 cidades paranaenses que receberam a Semana Literária do Sesc. Em Curitiba, o evento praticamente dobrou de tamanho para abrigar tantas atrações, ocupando um espaço ainda maior da Praça Santos Andrade, no centro da capital. Com entrada franca e aberta à população em geral, de todas as faixas etárias, a programação do evento se revelou extremamente rica e diversa. Uma das novidades desta edição foi a fortalecimento da programação infantojuvenil, que ganhou oficinas,

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Produtos Investimento paranaenses

Cafés especiais Brasileiros estão consumindo cafés de melhor qualidade Texto: Karla Santin | Fotos: Walter Alves

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café de todo dia virou gourmet. O consumo de produtos diferenciados, seja em cafeterias, restaurantes ou mesmo em casa aumenta gradualmente. Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) constatou que 16% dos consumidores já experimentaram em casa, cafés premiuns, superiores ou gourmets e que a máquina de espresso doméstica está presente em 850 mil lares brasileiros. O hábito de tomar café fora de casa também aumentou consideravelmente e passou de 17% em 2003 para 37% em 2008. Esse aumento é reflexo da dedicação dos produtores, da melhoria na qualidade dos grãos, da torra adequada e do crescimento de bons locais para se degustar a bebida.

PONTUAÇÃO DE SABOR

O primeiro selo de qualidade a valorizar um café de excelência foi o Selo de Pureza Abic, criado em 1989. Na época, o consumo havia tido uma queda vertiginosa e o selo garantiu ao consumidor a compra de um produto puro, sem fraudes como a adição de milho ou cevada torrada, para dar volume. Em 2004 a Abic lançou uma nova classificação para o mercado interno,

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estabelecendo uma escala de 0 a 10, obtida com base em análises sensoriais do café preparado. São três as categorias: os cafés tradicionais devem ter nota igual ou superior a 4,5; os cafés superiores, notas entre 6,0 e 7,2; e os cafés gourmets, notas entre 7,3 e 10. Mas para ser considerado um café especial é preciso atingir, no mínimo, 80 pontos pela metodologia da Special Caffee Association of America (SCAA), uma das associações de maior prestígio no mundo. O método SCAA avalia onze atributos do café: fragrância e aroma, sabor, persistência do sabor, acidez, corpo, equilíbrio, doçura, xícara limpa, uniformidade, defeitos e avaliação global. A nota final será calculada somando as pontuações individuais em cada atributo e pode chegar a 100 pontos.

PRODUÇÃO NO NORTE PIONEIRO

As condições climáticas favoráveis e as características do solo influenciam decisivamente no sabor do café e lhe conferem propriedades únicas. O café do Norte do Paraná possui doçura natural, mais acentuada do que de outras regiões produtoras do país. De acordo com Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, sócio-proprietário da Fazenda Califórnia, localizada em Jacarezinho, o Norte Pioneiro paranaense apresenta a coexistência de solos vulcânicos de altíssima fertilidade, boa distribuição de chuvas ao longo do ano e está localizado na região subtropical brasileira, o que resulta em um microclima ideal para a produção do café. “As quatro estações do ano bem definidas e uma grande amplitude térmica, fazem dessa porção de terra abençoada um ambiente extraordinário ao desenvolvimento de lotes de Coffea arabica de altíssima qualidade”, assegura Rodrigues, que também é presidente da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp).

O Paraná se destaca como um dos principais produtores de café do país, com mais de 158 mil toneladas de grãos. O Norte Pioneiro é responsável pela colheita de aproximadamente 50% do total. Atualmente, a região conta com 7,5 mil produtores de pequenas propriedades, distribuídos em 45 municípios, que fazem o cultivo e o processamento do grão de forma praticamente artesanal. Desde 2006 eles participam de um projeto criado pelo Sebrae/PR e pela Acenpp, quando o cultivo de cafés na região passava por mais uma crise. Em oito anos, a produção de cafés no Norte Pioneiro, até então focada em commodity, evoluiu muito.

TORREFAÇÃO

A torrefação é um momento crucial para um café e é feita pelo “Mestre torrefador”. Apreciador da bebida, Adhemar Martins é proprietário do Empório Café da Casa, empresa especializada na torra e embalagem de cafés de diversos produtores, inclusive da Fazenda Califórnia. “A torra expressa todas as qualidades e eventuais defeitos do grão. Nesse processo, o café verde perde acidez e umidade. Ao mesmo tempo, as moléculas de açúcar se quebram e liberam um aroma doce”, explica. A torra em demasia carboniza o açúcar e deixa o sabor amargo. Os grãos vão então para uma embalagem metalizada com uma válvula que permite a saída do gás carbônico liberado após a torração. Segundo Adhemar, o café torrado ainda precisa descansar por dez dias para eliminar o excesso de gás e harmonizar seus componentes. “A luz e o oxigênio afetam diretamente o sabor do café. Por isso, depois de abrir a embalagem é preciso mantê-la bem fechada e em local escuro”, aconselha. E nada de colocar o pó na geladeira ou em recipiente transparente. O ideal é consumir o produto no máximo em seis meses se o pacote ainda estiver lacrado e em 15 dias após aberto. T setembro | outubro 2013

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Produtos paranaenses Os brasileiros estão consumindo mais café Consumo per capita anual:

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4,98 kg de café torrado 83 litros

* Dados Abic - nov/2011 a out/2012

Café espresso ou expresso? Não, não é erro gramatical ou de digitação. A grafia mais utilizada é café espresso, com “s”, porque se refere ao método de preparo, feito sob pressão, e não por ser um café rápido, do português “expresso”. Como a máquina de espresso surgiu na Itália, mantêm-se a palavra na grafia latina também para enfatizar a origem da bebida.

Curiosidade: Mocha foi uma cidade portuária situada na costa do Mar Vermelho no Iêmen. Entre os séculos XV e XVII se tornou o maior mercado de cafés do mundo onde se exportou cafés principalmente para os países árabes e regiões ao redor da Península Ibérica.

PREPARO

Um bom café também depende da forma como é preparado. Com status de sommelier, o barista é o especialista no assunto, agregando conhecimentos sobre a produção, industrialização e, principalmente, é quem domina os métodos de preparo da bebida, explica o instrutor do Café do Paço Senac, Eduardo Afonso Scorsin, também barista. A cafeteria atende 90 mil pessoas, utiliza uma tonelada de café anualmente e ainda funciona como uma escola de baristas. O espresso e o macchiato são os itens mais pedidos do cardápio. Para conquistar os paladares mais exigentes o local investe na qualidade da matéria -prima, vinda do Norte Pioneiro. “Recomendo procurar cafés especiais com torra média. Mas como o vinho, o bom café é aquele que agrada o paladar”, ressalva Scorsin. O barista revela algumas regras básicas para quem não vive sem um cafezinho. O melhor método para extrair o máximo de aroma do grão, juntamente com todas as suas qualidades gustativas, é a máquina de espresso. Mas para quem prefere o método tradicional, o coador de pano “da avó” é mais eficiente do que o filtro de papel, que aca-

Café Mocha

Coffee Shake

Ingredientes: • 50 ml de calda de chocolate • 220 ml de leite vaporizado • 30 ml de café espresso

Ingredientes: • 2 bolas de sorvete de creme • 100 ml de café (se utilizar café coado prepará-lo com uma dosagem maior para obter um café mais intenso em sabor) • Calda de chocolate • Chantilly (opcional)

Método de preparo: Para o preparo dessa bebida é necessário a utilização de uma máquina de café espresso. Em uma taça do tipo Hot Drink, colocar a calda de chocolate no fundo. Na sequência, vaporizar o leite e extrair uma dose de café espresso. Verter delicadamente o leite sobre a calda de chocolate na taça sem que eles se misturem e na sequência despejar o café espresso sobre o leite vaporizado, formando assim um drink em camadas.

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ba retendo parte dos óleos aromáticos. O tecido deve ser umedecido com água quente antes de receber o pó. “Cuidado com a temperatura da água. Ela não pode estar fervida, para não desestruturar a bebida pela falta de oxigênio. O ponto adequado é quando a chaleira começar a chiar ou aparecerem pequenas bolhas no fundo. Dependendo do tipo do café utilizado, a temperatura pode variar de 88°C a 94°C”, adverte. Depois de molhar o filtro, colocar o pó e também umedecê-lo. Aguardar alguns segundos e então derramar a água delicadamente, mantendo dois dedos de líquido acima do pó. A proporção correta é de 50 gramas de café para cada 500 ml de água, que deve ser mineral. Evitar a da torneira, por causa do cloro. O barista ainda menciona que a bebida deve ser consumida em 30 minutos, mesmo em garrafa térmica, pois começa a oxidar. Scorsin propõe não adoçar o café. “Tente experimentar o café sem açúcar, buscando sentir todas as sensações gustativas e olfativas proporcionadas pela bebida. Temos a cultura de adoçar tudo, o que mascara os atributos originais do café”, recomenda. T

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Método de preparo: Juntar o sorvete e o café em um liquidificador e bater até que os ingredientes se misturem bem. Decorar a borda de uma taça com calda de chocolate e em seguida verter a bebida. Finalizar com um pouco de chantilly.


Investimento Sindicato

Sindilojas Paranaguá Fundado há 53 anos, o sindicato trabalha em busca de melhorias para o empresariado do município Texto: Fernanda Ziegmann

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Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá (Sindilojas) está há 53 anos atuando em prol dos empresários de Paranaguá. Desde 24 de fevereiro de 2010, quando o presidente Armando Hamud Hamud, deixou a presidência do Sindilojas, Said Khaled Omar, até então tesoureiro, assumiu a presidência e vem angariando cada vez mais associados. Hoje o sindicato possui cerca de 840 filiados, mas somente 300 são contribuintes. “Estamos em busca de novos empresários. Trabalhamos divulgando a importância de se filiar a uma instituição como a nossa. Somos procurados para resolver algum problema, oferecemos assessoria jurídica, procuramos fazer o que está ao nosso alcance”, comentou o presidente. Uma das iniciativas tomadas pela presidência foi apresentar as ações do sindicato aos contadores, pois até então, as pessoas achavam que somente a Associação Comercial de Paranaguá (ACP) era a representante do comércio na cidade. “Nosso sindi-

cato era pouco conhecido na cidade então fizemos acordo com os contadores, pois eles trabalham em benefício de seus clientes, vão atrás de pagar menos impostos, fazendo com que o empresário economize, sem pagar o que não deve. Esse é o nosso papel, trazer benefícios aos associados”, explicou Omar. Em 2014 haverá eleições no Sindilojas e a atual administração já está formando uma nova chapa. “Queremos uma nova diretoria, a ideia é tornar nosso trabalho mais dinâmico na próxima gestão. Iremos implantar um sistema de informática que irá auxiliar bastante nos atendimentos”, ressaltou o presidente Said Khaled Omar, proprietário da Papeete Presentes, loja especializada em papelaria, presentes e brinquedos.

co laboratórios, como de informática e saúde. A nova escola do Senac ficará localizada próxima ao Aeroparque de Paranaguá, possibilitando fácil acesso a toda a população. O terreno doado pela Prefeitura Municipal possui uma área de 1.600 m² e será anexada a propriedade já adquirida pelo Senac, totalizando mais de 2.500 m². Será implantado no terreno um edifício de 1.650 m², divididos em dois pavimentos, onde serão disponibilizados serviços de ensino de qualidade, com cursos de capacitação profissional com estrutura e novos equipamentos. T

SENAC

Com o auxílio do Sindilojas o Senac Paranaguá ganhará uma nova unidade no município. As instalações oferecerão à população parnanguara, nove áreas pedagógicas para cursos de enfermagem, hotelaria, gastronomia e turismo, além de cin3x

Sindilojas Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá

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Sindilojas

Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá, Said Khaled Omar

Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá

SERVIÇO:

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Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá – Sindilojas Endereço: Rua Professor Cleto, 75 – Centro – Paranaguá - PR | Telefone: (41) 3422-3710

Sindilojas

Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá

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Sindilojas

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Silvia Bocchese de Lima

Revitalização Investimento

Uma nova Julio, um novo comércio Tradicional avenida comercial de Francisco Beltrão tem um de seus trechos, o Alto da Julio, revitalizado. O projeto conquistou recursos do Ministério da Cultura e hoje é referência para o Brasil Texto: Silvia Bocchese de Lima | Fotos: Divulgação Sebrae

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dinamismo da sociedade capitalista exige da indústria, do comércio e da prestação de serviços constantes mudanças e atualizações. Independente

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de onde esteja localizado, o mercado consumidor está ávido por novidades e transformações. Não foi diferente em Francisco Beltrão, município de aproximadamente 80 mil habitantes,

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localizado no Sudoeste do Paraná, quando os empresários perceberam a necessidade de melhorar os negócios instalados em uma área pouco atrativa aos clientes beltronenses.


Foi assim que o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e o Sebrae/PR apresentaram aos empresários e lideranças locais e de classe, há três anos e meio, o Programa de Desenvolvimento de Espaços Comerciais, criado no Paraná e referência para o país. O programa foi proposto quando o Conselho Deliberativo do Sebrae era presidido por Darci Piana. A proposta era sugerir uma área comercial que pudesse ser reformulada e transformada em um shopping a céu aberto, a exemplo do projeto executado em Curitiba, no Paço da Liberdade e entorno, que resgatou o Centro Histórico da cidade. A opção foi pela Avenida Julio Assis Cavalheiro, no trecho compreendido entre a Travessa Frei Deodato e a Avenida Luiz Antonio Faedo, e o espaço passou a ser denominado Alto da Julio. Mas a escolha não ocorreu ao acaso. Na segunda metade da década de 1980, foi construído um calçadão na avenida, dividindo-a em duas. De um lado, as grandes lojas do setor varejista e instituições bancárias, do outro – no Alto da Julio – redução cada vez maior do número de pessoas consumindo, poucos investimentos em melhorias e em novos empreendimentos e imóveis vazios e degradados, sendo utilizados por moradores de rua e ponto para consumo de drogas. Com a ação conjunta da iniciativa privada e pública foi criada a governança do projeto, composto por 13 instituições locais, o grupo propôs ações de mudanças na gestão empresarial, na melhoria das fachadas e das vias públicas. Tudo, com um objetivo em comum: transformar o Alto da Julio em uma área atrativa e competitiva. “Trazemos um conceito criativo – “Estar no Alto da Julio me faz bem!’ – aliando o tratamento diferenciado com a experiência positiva de compra. Todas as campanhas de formação e de qualificação buscam atingir este conceito e o nosso intui-

mado “cliente oculto”, que permitiu um diagnóstico dos pontos fortes e fracos de cada empresa. Além disso, 16 cursos foram ministrados, 38 palestras e oficinas, mais de mil horas de consultorias, oito missões técnicas e houve a criação de três grupos de gestão, de marketing e de infraestrutura – tudo com o foco na melhoria do serviço no ponto de venda.

INVESTIMENTOS E RETORNOS

Vista do Alto da Julio, em Francisco Beltrão

to é sermos o espaço comercial mais atrativo da região”, revela a gestora do projeto, Jocelei Fiorentin. O projeto teve adesão de 35 empresas. Hoje 30 delas formam a Associação de Potencialização de Espaços Comerciais (Apec). Com a criação da Apec foi possível realizar promoções temáticas, revitalizar os empreendimentos e os espaços públicos. As promoções marcam as principais datas do calendário, como Natal, Dia das Mães e dos Namorados e, claro, a Festa Julina. Para a formação deste grupo conciso, foram realizadas 160 visitas do cha-

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Nenhuma ação de sucesso é conseguida em um empreendimento se não houver investimentos. E os números do Alto da Julio mostram que cada empresário investiu, em média, recursos na ordem de R$34 mil para melhorar o seu ponto de venda tornando-o mais atrativo. A meta era que o faturamento das empresas, ao fim do projeto, ultrapassasse a casa dos 20%. “As empresas tiveram bom crescimento em seu faturamento antes da implantação do projeto, em torno de 10,5%, e no fim de 2012, a evolução do faturamento foi de 22,7%. O sucesso do projeto alcançado em Curitiba foi referência para que ele fosse implantado em Francisco Beltrão e em outras quatro cidades. O projeto é responsável pela revitalização das empresas e dos seus entornos, mas também possibilitou que cada entidade representativa, pública ou privada, contribuísse dentro de suas competências”, revela o assessor técnico da Federação do Comércio do Paraná, Paikan Salomon de Mello e Silva. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, em Francisco Beltrão, o projeto teve como objetivo resgatar os calores culturais da região, dinamizar o varejo e, principalmente, incentivar a instalação de novos tipos de comércio, para que o público voltasse a consumir e frequentar o Alto da Julio. “Não será apenas Francisco Beltrão que será beneficiada, mas todo o Sudoeste, que passará a ter um centro de compras moderno,

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Revitalização

Alto da Julio em números • 30 empresas participantes • Média de investimentos: R$33.923,00 • 22,7% de evolução no faturamento, em 2012

• Aumento no número de colaboradores de 250 para 350

• 90% realizaram treinamentos para suas equipes

• 80% ofertaram novos serviços • 76% realizaram reforma completa

A governança do projeto, em Francisco Beltrão, é formada pelas seguinte instituições: • Sistema Fecomércio Sesc Senac PR • Sebrae/PR • Prefeitura de Francisco Beltrão • Associação Empresarial de Francisco Beltrão (ACEFB)

• Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) • Sindicato do Comércio Varejista de Francisco Beltrão (Sindicom)

• Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Francisco Beltrão (CMEG) • Associação de Potencialização dos Espaços Comerciais (Apec) • Associação dos Moradores do Centro (Amoccen) • Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) • Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) • Universidade Paranaense (Unipar) • Núcleo das Imobiliárias (NIFB)

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Registro do Alto da Julio na década de 1970

seguro, confortável e com diversas atrações”, destaca Piana. Com a criação da Apec, os empresários da região estão aplicando o conceito de cooperativismo, potencializando suas ações e realizando, inclusive, compras e promoções em conjunto, visando a diminuição dos custos. Segundo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Francisco Beltrão, Gilmar Passaia, com o trabalho em conjunto dos empresários e com a aplicação do projeto foi possível visualizar uma nova dinâmica profissional e estrutural das empresas envolvidas. O Programa de Revitalização de Espaços Comerciais é aplicado em Curitiba, Francisco Beltrão, Castro, Londrina, Marechal Cândido Rondon e em Maringá.

CONQUISTAS

Uma das reivindicações dos empresários era a necessidade de ocupação dos imóveis desocupados e a instalação de uma agência bancária no Alto da Julio. Isso foi possível com a inauguração de uma agência da Caixa Econômica Federal em um prédio que estava desocupado há mais de vinte anos. Os empresários da região também comemoraram as novas salas comerciais foram construídas em terrenos baldios, houve diversificação de produtos e de ser-

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viços e há possibilidade de instalação de uma grande rede varejista para o próximo ano. O projeto em Francisco Beltrão é inovador e hoje, referência nacional. A Apec apresentou ao Ministério da Cultura um projeto cultural e artístico para a cidade, que foi aprovado e conquistou recursos na ordem de R$386 mil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – a Lei Rouanet. Com esta lei, é possível que cidadãos e empresas destinem parte do Imposto de Renda (IR) devido a ações culturais. Para o presidente da Apec, Guy Mauro Berhorst, com a Lei Rouanet será possível incentivar a cultura e as artes de Francisco Beltrão e do Sudoeste. O projeto já teve apoio e adesão do Ítalo Supermercado, da Bonetti Agro Nutri e da Copel. Os desafios do grupo não param por aqui. A manutenção dos empresários unidos, as melhorias nas vias públicas e a implementação do projeto cultural são ações que envolveram o grupo em 2014. “As lideranças locais e os empresários do Alto da Julio acreditaram no projeto e aceitaram a sua aplicação, envolvendo-se na construção e comprometendo-se na execução das ações estratégicas. Este grupo soube avaliar os resultados atingidos, celebrar as conquistas alcançadas e criar alternativas frente aos novos desafios”, pontua Jocelei. T


Educação

Reinventando ideias Vivência Autoral propõe novidades aos tradicionais processos de educação à centenas de profissionais do Sesc Texto: Cristiane Lebelem | Fotos: Renan Costa

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oi um encontro de apaixonados pela educação. De 23 a 25 de outubro, mais de 300 profissionais da educação das unidades do Sesc em todo Paraná estiveram reunidos no Centro de Turismo e Lazer Sesc Caiobá, para trocar experiências das vivências desenvolvidas em cada cidade do estado. Com o tema “Estabelecer Redes e Compartilhar Educação”, os profissionais foram recebidos não só com palestras e atrações culturais, mas também estiveram reunidos em oficinas em que as “vivências” locais foram apresentadas e divididas. Foram realizadas 29 oficinas de “Vivência Autoral” e dezenas de outras ideias forma divididas para serem aproveitadas regionalmente.

O nome dado pelos educadores à atividade – vivência – é uma proposta ampliada do conceito já trazido no projeto precursor do contraturno, o Futuro Integral, que há dois anos ajuda a mudar o cenário da educação no Paraná. Nestes três dias, representantes das escolas da rede públi issionais do Sesc e do Senac do Paraná passaram por experiências de educação continuada, onde foi possível repensar e transformar conceitos educacionais e sociais em conjunto. Para isto, a programação incluiu encontros com renomados autores como a professora Dulce Magalhães, PhD em Filosofia pela Columbia University, que trouxe como tema

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“A Arte de Viver a Mudança”, um exercício da consciência, percepção e escolhas, “com a proposta de mais uma vez incentivar os profissionais a desenvolverem nas comunidades estudantes autores da sua própria história, capazes de motivar o seu entorno e se responsabilizar meu meio em que vivem, transformando a vida de todos”, afirmou a diretora de Educação e Cultura do Sesc PR, Marússia de Souza Santos. Seguindo a proposta do encontro, o professor José Pacheco discutiu com os participantes “Como é Possível Transformar a Educação” e falou sobre o envolvimento da escola nas transformações das comunidades a que pertencem. José Pacheco, referência

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Investimento Educação

Márcia Tiburi, pós-doutora em História da Arte pela Unicamp

Profissionais da educação das unidades do Sesc de todo o Paraná

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na área, é mestre em Educação da Criança pela Universidade do Porto – Portugal, e conta que passou décadas da sua vida estudando a escola, e hoje contribui a pensar a vida pela educação. Baseada também no argumento da transformação, a professora Márcia Tiburi, pós-doutora em História da Arte pela Unicamp falou aos paticipantes com o tema “Educação, Transformação e Alegria”, intensificando o discurso da busca por uma vida melhor e mais feliz. E os profissionais fecharam a programação de palestras com a participação da professora Emília Cipriano, da PUCSP, em “Educação e Transformação: Desafios da Atualidade”. Para a orientadora de atividades Athauyara Lopes Valença, do Sesc de União da Vitória, a experiência completa dos três dias foi capaz de dar informações novas e ajudar a aplicar e modificar as práticas nas vivências locais. Para a representante da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Joara de Almeida Ferreira, o encontro foi a oportunidade de troca entre os profissionais. “Esta proposta do Sesc é transformadora para a educação no Paraná, revela a coordenadora de Programas e Projetos de Educação da Seed, que saiu satisfeita mais uma vez da parceria com o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, que há dura três anos. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, “a proposta para 2014 é ainda mais ousada em investimentos”, revelou. Já que agora não são apenas os alunos do Ensino Médio que participam, os estudantes dos últimos anos do Ensino Fundamental já estão incluídos. Desde 2011, já passaram mais de 40 mil estudantes pelo projeto do contraturno em 27 municípios do Paraná. T


Investimento Comércio Exterior

Fecomércio recebe missão de Burkina Faso Empresários africanos em busca de investidores, parceiros comerciais e fornecedores Texto: Carolina Lara | Fotos: Walter Alves

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ma comitiva composta por empresários, dirigentes de entidades comerciais e representantes diplomáticos de Burkina Faso estiveram em Curitiba para uma rodada de negócios na Fecomércio PR seguida de visitas a empresas locais. Aproximadamente 20 empreendimentos foram representados neste encontro que, além de prospectar oportunidades de negócios com empresas paranaenses, serviu para estreitar o relacionamento entre o país e o estado do Para-

ná, considerado uma referência para os burquinenses em termos de desenvolvimento e urbanismo. As empresas que participaram da missão são em sua maioria de pequeno e médio porte. Elas vieram ao Brasil em busca de investidores, parceiros comerciais e, principalmente, de fornecedores para as áreas de energia, segurança, comércio de alimentos, móveis, materiais de construção, equipamentos agrícolas, cosméticos entre outros. Antes do Paraná os visitantes estiveram em São

Paulo. Após passagem pela capital paranaense, os burquinenses seguiram para o Rio de Janeiro. Segundo o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR e presidente da Agência de Internacionalização do Estado do Paraná (Aginpar), Rui Lemes, a iniciativa fomentou a concretização de negócios entre os empresários. O evento, realizado em 24 e 25 de outubro, foi promovido pela Fecomércio PR e pela Aginpar, em

Da esquerda para a direita, o cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos; o membro da Câmara de Comércio e Indústria de Burkina Faso, Jean de Dieu Somda; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, o presidente do Comitê de Organização do Fórum Africallia, Gaspard Ouedraogo; o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Burkina Faso, Lassiné Diawara; o embaixador de Burkina Faso no Brasil, Alain Ilboudo; e o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes

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Comércio Investimento Exterior parceria com a Fiep, Ocepar, Faep, Faciap, Fetranspar e Associação Comercial do Paraná (ACP).

MODELO

Para o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Burkina Faso, Lassiné Diawara, o modelo de desenvolvimento do Brasil e o dinamismo das entidades empresariais são exemplos que podem ser seguidos pelo país africano. “Esse dinamismo merece que nós venhamos conhecer as experiências para nos inspirarmos e aquilo que os empresários brasileiros fazem”, comentou. Diawara também mencionou a proximidade existente entre os dois países. “Nos quesitos população e clima, muitas coisas assemelham-se entre Brasil e África e, particularmente, entre Brasil e Burkina Faso. Nós pensamos que as tecnologias desenvolvidas aqui nos setores agrícola e industrial são tecnologias que podem ser adaptadas à nossa situação”, enfatizou. O embaixador de Burkina Faso no Brasil, Alain Ilboudo, que veio a Curitiba em março deste ano para dar início às negociações que antecederam a missão dos empresários, espera que a relação entre Burkina

Faso e o Paraná possa desenvolverse cada vez mais. “O Brasil é um parceiro importante para nós, mas eu tenho que dizer que o Paraná nos conquistou de imediato. Nós estamos vendo o que o estado tem feito em relação aos países africanos”, afirmou.

APROXIMAÇÃO

Segundo o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, que recepcionou a comitiva, a busca do mercado africano tem sido uma constante na gestão da entidade, que trouxe ao Paraná, em 2011, mais de 30 embaixadores africanos, além de ter promovido, em 2012, um encontro em Brasília para todos os embaixadores africanos acreditados no Brasil. “Esses encontros são início de uma grande parceria, não só comercial, mas também industrial, de transferência de tecnologia, de educação, de artes e de cultura. Nós queremos que essa aproximação seja transformada em negócios que possam ajudar, não só os paranaenses que querem vender e comprar, mas também os africanos que precisam dos nossos produtos”, declarou Piana.

Da esq. para a dir., o embaixador de Burkina Faso no Brasil, Alain Ilboudo; o diretor de Relações Internacionais da Fecomércio PR e presidente da Aginpar PR, Rui Lemes; o cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos; o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Burkina Faso, Lassiné Diawara; e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, Yoshiaki Oshiro

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O PAÍS

Situado no coração da África Ocidental, Burkina Faso está posicionado entre Mali, Níger, Benim, Togo, Gana e Costa do Marfim. Sua área territorial abrange 274 mil quilômetros quadrados com uma população estimada de mais de 16 milhões de habitantes. Mais de 80% da população do país depende da agricultura. O idioma oficial é o francês. T

Integração Sul-Sul O cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos, responsável pela coordenação diplomática do encontro, acredita que esses eventos mostram, não só o potencial do Paraná, mas apresentam aos empresários paranaenses a grandeza do continente africano. “Estamos muito felizes em propiciar essa integração Sul-Sul”, reiterou.

Durante a Rodada de Negócios, representantes de empresas paranaenses puderam mostrar seus produtos e serviços a empresários de Burkina Faso


Investimento Olimpíadas

Senac PR inicia etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento O Senac PR terá representantes nas ocupações de Cabeleireiro, Técnico em Enfermagem, Cozinha e Serviço de Restaurante Texto: Fernanda Ziegmann

Instrutores e avaliadores da ocupação de Técnico em Enfermagem durante os dias de provas

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Senac Paraná já está se preparando para a Olimpíada do Conhecimento de 2014. Em outubro foi realizada a etapa estadual nas ocupações de Cabeleireiro e Técnico em Enfermagem e em novembro Caiobá sediará as disputas de Cozinha e Serviço de Restaurante. Entre os dias 15 e 17 de outubro, Cascavel recebeu os concorrentes da ocupação de Cabeleireiro, foram selecionadas duas alunas. Marília Woitas Santos, do Senac Curitiba, e

Mayra Caroline Luiz, do Senac Cascavel, garantiram as vagas. A unidade do Senac Maringá abriu as portas para as competições de Técnico em Enfermagem entre os dias 22 e 25 de outubro. Ao todo foram oito duplas. Caroline Carvalheiro Martins e Nayara Ferreira Santos, de Londrina, e Kely Fernanda Vieira Marotti dos Santos e Jeiza Cristiana de Paula, de Maringá, foram as selecionadas para os treinamentos. Os dois primeiros colocados de cada ocupação passarão a receber treinamen-

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tos diários para prepará-los para a Etapa Nacional. Mas antes de representar o Senac na Olimpíada do Conhecimento, que acontece no ano que vem, em Belo Horizonte, os alunos passarão por um desempate técnico, no qual será escolhido apenas um representante por ocupação, com exceção de Técnico em Enfermagem, que é em dupla. A ideia de realizar a etapa estadual em diferentes cidades foi para descentralizar a competição e assim motivar os alunos de todas as unidades do Senac a participar. T SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

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Dia das Investimento Crianças

O cortejo da A Bem Soada Cia. foi uma das atividades oferecidas pelo Sesc durante o evento

Centro Histórico Divertido Ação reúne cinco mil pessoas em estabelecimentos e espaços públicos da região Texto: Isabela Mattiolli | Fotos: Miriane Figueira

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alegria tomou conta das ruas do entorno do Centro Histórico de Curitiba no dia 5 de outubro, com a segunda edição do Centro Histórico Divertido. Promovido pela Rede Empresarial do Centro Histórico em parceria com o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Sebrae/PR e Prefeitura de Curitiba, o evento concentrou atividades voltadas para as crianças em 30 pontos da região.

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Para celebrar o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, a ação ofereceu ao todo 58 atividades. De acordo com o assessor técnico da Fecomércio PR, Paikan Salomon Mello e Silva, as atividades foram ampliadas na segunda edição em diversos locais. “Além da Tenda Sesc, atividades foram realizadas nas Ruínas São Francisco e no Relógio das Flores, e contou também com a participação do Sesc Paço da Liberdade

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com o Sábado no Paço”, comentou ele sobre parte da programação oferecida pelo Sistema Fecomércio PR. O Sesc PR montou a Tenda Sesc no Largo da Ordem com apresentações de teatro circense com a TripCirco e Cia. dos Palhaços, além de oficinas de circo ministradas pela TripCirco. No Relógio das Flores, o Coletivo Joaquina contou as histórias “Amor de circo” e “A bela adormecida”, além do cortejo pelas ladeiras


do Largo, com A Bem Soada Cia. O Sesc também promoveu o Concerto em Ri Maior, com a Cia. dos Palhaços, nas Ruínas São Francisco. No Sesc Paço da Liberdade, o Sábado no Paço trouxe jogos gigantes de xadrez e espaço para pintura. O Coletivo Joaquina também promoveu a contação de história “A bela adormecida” na tarde de sábado, no local. A gerente executiva do Sesc Paço da Liberdade, Celise Helena Niero, comentou que o projeto é fruto de um diálogo entre a unidade com os comerciantes da região, o que resulta em atividades realizadas um sábado de cada mês. O Senac participou do Centro Histórico Divertido com a oficina “Prevenção de acidentes na infância: uma atribuição do cuidador infantil”, ministrada pela instrutora Cleisy Mari Safiano, no Sesc Paço da Liberdade.

PARCERIA

Desde 2005, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, o Sebrae/PR e a Prefeitura de Curitiba realizam o Progra-

ma de Desenvolvimento de Espaços Comerciais. Foi a partir desse trabalho que o antigo Paço Municipal foi restaurado e se transformou em unidade cultural do Sesc PR, tornando-se Sesc Paço da Liberdade, em 2009. As ruas Riachuelo e São Francisco também já passaram pelo processo de revitalização, assim como a Praça Tiradentes e Generoso Marques. O programa de revitalização se estende a mais cinco municípios do estado: Londrina, Maringá, Castro, Francisco Beltrão e Marechal Cândido Rondon. O entorno desses centros revitalizados também é beneficiado, seja pelas atividades artísticas e culturais ofertados pela unidade do Sesc, ou por cursos de capacitação oferecidos pelo Senac PR aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo da região. O Sebrae/PR também realiza cursos de gestão empresarial para tornar os estabelecimentos do centro histórico mais atuais e competitivos. Fazem parte desse pacote de ações projetos como o VarejoMais, Empre-

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tec, Visitas e Missões Técnicas do Comério, entre outras ações. O Centro Histórico Divertido também é um elo de corrente que promove o cenário turístico, gastronômico e cultural da região, como explica a a consultora do Sebrae/PR, Walderes Bello. “Tivemos o Festival de Inverno do Centro Histórico, agora esse evento voltado para as crianças e ainda teremos o Natal no Centro Histórico que são algumas ações feitas em parceria com a Rede, o Sistema Fecomércio PR e com a Prefeitura de Curitiba, voltadas tanto para a família curitibana, como para aqueles que visitam nossa cidade e possam descobrir tudo aquilo que o Centro Histórico pode proporcionar”, ressaltou. Segundo o presidente da Rede Empresarial do Centro Histórico, Fernando Portella, os eventos realizados na região têm refletido uma imagem positiva do Centro Histórico e contribuído para o aumento da clientela do comércio local. A Rede Empresarial conta hoje com 15 associados, que também tiveram atividades voltadas para as crianças durante o evento que reuniu cerca de cinco mil pessoas. T

Empresas participantes do Centro Histórico Divertido Bar Brasileirinho, Bar do Alemão, Bicicletaria Cultural, Casa Lilás, Jeito Mineiro, Jokers Pub Café, Lolitas Salon de Coiffure, Oriente Árabe, Padaria América, Restaurante Nonna Giovanna, Solar do Rosário, Suiane Maria, Tuba´s Bar, Papelaria Papers, Masena´s, Libélula Brechó, Sebo Espaço Alternativo, Fire Fox, The Farm.

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Maratona

Largada da Elite Masculina, na Itaipu Binacional

Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Organização, possibilidades de distâncias e a bela paisagem compõem a fórmula que atrai Texto: Karen Bortolini | Fotos: Ivo Lima

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tempo nublado e a bela paisagem ajudaram os atletas no percurso de 42,195km da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, realizada em 29 de setembro. As largadas iniciaram às 6h no Mirante do Vertedouro da Itaipu Binacional, e chegada dentro do Parque Nacional do Iguaçu, com a surpreendente vista para as Cataratas no último quilômetro de prova, para motivar o sprint final. A prova, reconhecida nacional e internacionalmente pela dificuldade do perfil altimétrico aliada às altas temperaturas de Foz do Iguaçu, tem ganho mais inscritos a cada ano. Para agradar os fundistas de distâncias distintas, o

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Sesc elabora um evento com várias opções. Os iniciantes no pedestrianismo podem optar pela prova dos 11,5km, com percurso dentro do parque, em um ambiente que complementa o trabalho dos pulmões. Mas quem acredita que a prova é “moleza” por causa do visual, está enganado. As fortes subidas colocam à prova o treino dos atletas. Àqueles que querem dar várias passadas a mais, podem optar pela Maratona de Revezamento, em duplas masculinas, femininas e mistas, em que cada um percorre pouco mais de 21km. Já os mais aventureiros com grande preparo físico podem optar pela Maratona. O molde de organização e possibilidades de distâncias levou ao

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recorde de inscritos. Neste ano o evento atingiu um saldo de cerca de 2.100 atletas, sendo 761 inscritos na Maratona, 350 no revezamento e mil na corrida dos 11,5km. As categorias foram divididas em Elite Masculina e Feminina, Comerciários e Geral. Prova de superação foram as Categorias Atletas com Deficiência (AcD) e Cadeirante. Para o diretor regional do Sesc Paraná, Dimas Fonseca, o braço social do Sistema Fecomércio, cumpriu seu papel ao realizar este grande evento, que preza pela qualidade de vida. “É também um incentivo ao turismo, em uma região que necessita cada vez mais dos nossos investimentos, e o Sistema Fe-


Tempo parcialmente nublado para ajudar os maratonistas no percurso

bate recorde de participantes mais atletas a cada ano comércio se faz presente em Foz. São grandes atletas de diversos estados e países que marcaram presença nesta prova, declara.

OS VENCEDORES

João Marcos Fonseca, o João Gari, repetiu a façanha de 2010 e conquistou a segunda vitória na 7ª edição da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, com o tempo de 2h19min56s. A queniana Leah Jerotich dividiu com ele o primeiro lugar no pódio, chegando em 2h52min08s. Os vencedores do revezamento misto foram Marcelo dos Santos e Shelen, com 2h56min32s; os pri-

meiros do Masculino foram Rudinei Presoto e Jonh, com 2h33min56s; a dupla feminina que subiu ao pódio foi Angélica Pronsati e Keila, que completaram em 3h07min29s. O cadeirante vencedor foi Jaciel Antonio Paulino, 2h43min2 6s e a vencedora foi Angelina Nascimento da Silva, 4h30min. Na AcD, quem chegou primeiro foi Carlos Alberto Beltramo, às 3h18min20s e Edneusa de Jesus Santos Dorts, com 4h41min49s. Quem ganhou a corrida dos 11,5km foi João Paulo Garcia Ferreira, com a marca de 39min20s e no Feminino a vitória foi de Gabriela Letícia Rocha, que completou em 45min17s.

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ESTRUTURA DA PROVA

A Maratona Internacional de Foz do Iguaçu atrai tantos atletas, pelo local em que é realizada, organização e segurança. Os postos de água fixados a cada três quilômetros, além dos postos com drinks especiais e isotônicos, para garantir a hidratação dos atletas. Guarda volumes, banheiros químicos, sinalização, postos de controle também compõem a estrutura. A prova é aferida pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT). Para a prevenção de incidentes no percurso e cuidado com a saúde dos atletas, é necessário que eles apresentem atestado médico para no ato das inscrições.

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Investimento Maratona Gastronomia Exposição

Os primeiros quilômetros são dentro da Itaipu Binacional

SERVIÇO MÉDICO

A prova contou com um reforçado serviço médico, com três postos de atendimento e nove ambulâncias no percurso. O médico responsável por este serviço na prova, Marcelo Leitão, salienta que a equipe foi composta por cerca de 100 profissionais da área de saúde, entre eles médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, professores de Educação Física.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Aliar qualidade de vida ao meio ambiente, esta é uma das premissas da prova. Mas para que isso aconteça várias medidas de responsabilidade ambiental são aplicadas pela organização. O plantio de 2.200 mudas

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de árvores do Parque Nacional do Iguaçu é a principal prova desta preocupação. Os regulamentos e informações ao atleta, não são impressos e sim disponibilizados somente pela internet, para evitar o desperdício de papel. Os carros madrinha da prova, que acompanham os atletas de elite, são elétricos e todo o lixo produzido é recolhido e destinado corretamente a uma associação de reciclagem. Outro detalhe é a sacola do kit do atleta, confeccionada com material orgânico, 100% em algodão cru. O vice-diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Apolônio Rodrigues, frisa que esta parceria está cada vez melhor. “Realizar uma prova desta dimensão não tem gerado traumas para o parque, uma unidade de conservação que também recebe visita.

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Estas duas atividades tem sido muito bem conciliadas. A organização limpa e desocupa a pista, retirando toda a estrutura rapidamente. Quem visita o parque à tarde não percebe que houve a competição pela manhã. Tudo muito bem planejado”, relata.

EXPECTATIVAS E RESULTADOS

No dia anterior à realização da prova, a reportagem entrevistou os dois favoritos ao pódio para saber quais eram suas expectativas frente aos resultados. O palpite foi certeiro com a confirmação da subida de João Gari ao degrau mais alto, e com Maria Bernardete Cabral, como primeira brasileira a concluir os 42,195km. Confira os resultados na próxima página.


Categoria Elite

Revezamento

Corrida dos 11,5Km

Resultados MARATONA GERAL FEMININO • Leah Jerotich – 2h52min08s • Maria Bernardete Cabral – 2h57min39s • Ilda Alves dos Santos – 3h01min20s • Euza Maria Dias Gomes – 3h25min08s • Suzana Maria Sabino Jantara – 3h27min38s MARATONA GERAL MASCULINO • João Marcos Fonseca (João Gari) – 2h19min56s • Marcos Alexandre Elias – 2h22min43s • Fabio Mota Paiva – 2h27min51s • Paul Kipekemei Korir – 2h27min53s • Fabio Ramos dos Santos – 2h27min56s MARATONA ATLETAS COM DEFICIÊNCIA FEMININO Edneuza de Jesus Santos Dorts – 4h41min49s Rita Praxedes Pereira – 5h31min46s MARATONA ATLETAS COM DEFICIÊNCIA MASCULINO Carlos Alberto Beltramo – 3h18min19s Sergio Luiz Negreiros Dias – 3h30min32s Alfredo Santos – 4h59min22s

CORRIDA 11,5KM ATLETAS COM DEFICIÊNCIA MASCULINO José Bonifácio Soares Filho – 50min37s Eduardo Ferreira da Silva – 56min28s Anderson I. Alves Pereira – 1h00min41s

MARATONA CADEIRANTE FEMININO Angelina Nascimento da Silva – 4h29min57s MARATONA CADEIRANTE MASCULINO Jaciel Antonio Paulino – 2h44min13s Eduardo Aparecido de França – 3h19min22s Armelindo Rossete – 6h10min57s

CORRIDA 11,5KM CADEIRANTE MASCULINO Seneir Graciano da Silva – 49min11s Valeriano S. da Silva Neto – 1h19min54s Nelson do Carvalho – 1h27min28seg

MARATONA DE REVEZAMENTO FEMININO Angelica Pronsati e Keila – 3h07min18s Sueli T. Estácio e Cirene – 3h44min26s Aniele Glaucia Mariano e Ivani – 3h56min28s

CORRIDA 11,5KM – FEMININO Gabriela Letícia Rocha – 44min50s Elda Beatriz Ayala Escurra – 51min13s Leila Aleixo de Oliveira – 52min15s

MARATONA DE REVEZAMENTO MASCULINO Rudinei Presotto Nunes e John – 2h33min30s Ricardo Micali e Luciano Miguel – 2h36min27s Itamar José Zampieri e Josué – 2h44min49s MARATONA DE REVEZAMENTO MISTO Marcelo dos Santos e Shelen – 2h56min21s Juliane Fontana e Gilson Martins – 3h27min28s Gildeneide da S. Santos e Cristiano Medeiros – 3h27min43s

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CORRIDA 11,5KM – MASCULINO João Paulo Garcia Ferreira – 38min57s Victor Gustavo Freitas – 39min35seg Osmar Leandro da Silva – 40min19s

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Maratona General de Brigada, Altair José Polsin “É um privilégio correr em uma prova tão bem organizada como esta. O percurso é único. Correr dentro do parque arborizado em meio a esta natureza exuberante, e na chegada ser banhado pela neblina das Cataratas é inesquecível. Uma prova muito bonita, muito gostosa, e quem não tem preparo físico para uma corrida mais longa tem outras opções de distâncias”. Sargento Costa

O plantio das árvores é o principal exemplo de responsabilidade ambiental

“Esta é a segunda vez que participo da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR. Acredito que ela se define pelos 12km finais. É uma prova difícil que requerer treinamento e psicologia. Esta é a melhor organização de maratona que existe!”.

Depoimentos Vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt “Agradeço ao apoio de todas as entidades parceiras. Da Prefeitura de Foz do Iguaçu, da Itaipu Binacional, da Rede Massa, Exército, Marinha e Polícia Rodoviária. Esta parceria é muito importante para que seja feita uma maratona perfeita, como nesta sétima edição. Este evento também é de grande relevância para a cidade pois movimenta o comércio de hotéis e restaurantes”. Prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira

Superintendente regional da Caixa Econômica Federal do Oeste do Paraná, Luiz Carlos Costa Formigari “A Caixa Econômica é uma das maiores incentivadoras do esporte no Brasil e temos muito orgulho de patrocinar há alguns anos a Maratona Internacional de Foz do Iguaçu. A organização é maravilhosa. Cada vez mais nos surpreende. É gratificante ver o orgulho dos participantes ao cumprirem os 42,195km. A Caixa valoriza a todos que gostam de esporte e que vencem desafios”.

“Esta maratona traz resultados positivos para o turismo esportivo. Ele dá visibilidade para outras provas que acontecem em Foz e isso gera o crescimento anual destes eventos, consolida a imagem da cidade. Com o suporte e bom acolhimento que damos este público volta. Ficamos felizes pelo Sesc ter nos escolhido para firmar este evento em nosso calendário, que traz atletas de todo o Brasil e de outros países”.

Secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Jaime Nelson Nascimento

Presidente do Sindilojas de Foz do Iguaçu, Carlos Nascimento

Secretário de Esportes de Foz do Iguaçu, Anderson Andrade

“O Sesc conseguiu cumprir o objetivo de promover qualidade de vida em Foz do Iguaçu. Além disso gera impacto econômico. Vemos pela cidade muitas pessoas de fora que contribuem para o desenvolvimento. Assim, podemos mostrar que temos um comércio pujante. O percurso da prova também foi feito pensando nisso ao passar pelo Centro da cidade”.

“Vemos a cada ano o crescimento deste evento, o que nos deixa felizes, pois o público está abraçando mais esta ideia. Destaco também as belezas naturais apreciadas no percurso. Nosso município ganha em esporte, gerando qualidade de vida somada à natureza. Um visual que vai ficar marcado para sempre entre os apaixonados pela modalidade.

Revezamento dos 21km

“O turismo é um dos maiores beneficiados. A cidade ganha visibilidade antes e depois do evento. Isso atrai mais turistas para a cidade, e associa a imagem de Foz ao esporte, saúde e meio ambiente. Estamos muito satisfeitos com esta realização e gostaríamos de ter mais eventos dessa natureza no calendário. Espero que esta maratona se eternize em Foz do Iguaçu”.

T

Vários postos de água para garantir a hidratação dos atletas

Destaques presentes Prestigiaram o evento o vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt; o diretor regional do Sesc Paraná, Dimas Fonseca; o presidente do Sindilojas de Foz do Iguaçu, Carlos Nascimento; o presidente do Sinfarma de Cascavel; Nelcir Ferro; o presidente do Sinditiba, Zildo Costa; o superintendente de comunicação da Itaipu Binacional, Gilmar Piola; o vice-diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Apolônio Rodrigues; o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, o General de Brigada Altair José Polsin; o secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Jaime Nelson Nascimento; o secretário de Esportes de Foz do Iguaçu, Anderson Andrade e o superintendente regional da Caixa Econômica Federal do Oeste do Paraná, Luiz Carlos Costa Formigari. O evento foi organizado pela equipe da Divisão de Esportes e Lazer do Sesc Paraná, dirigida por Marcus Vinicius Mello, realizado em conjunto com os gerentes executivos e contou com a atuação de 121 colaboradores do Sesc, incluindo a equipe de Foz do Iguaçu, gerenciada por Luiz Langoski. A realização é do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Itaipu Binacional, Parque Nacional do Iguaçu, Instituto Chico Mendes e Prefeitura de Foz do Iguaçu, conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Os apoiadores são o Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Foz do Iguaçu e Região, Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Foz do Iguaçu (CMEG) e Rede Massa.

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Maratona

Curiosidades maratonísticas Texto: Ernani Buchmann

• Pela primeira vez, a barragem

de Itaipu foi iluminada para receber os maratonistas. O espoucar dos flashes demonstrou o fascínio dos atletas pela visão grandiosa da hidrelétrica.

• A temperatura muda muito ao lon-

go da prova. Do intenso frio ao amanhecer no mirante de Itaipu, ao calor na linha de chegada.

• Os locutores da prova são um nú-

minutos depois da largada. Ainda assim fez questão de fazer a prova.

mero à parte, com seus bordões. O mais conhecido deles é Edinei Silva, com seu “Chega chegando”, repetido à exaustão, mesmo quando a buzina soa e os atletas se encontram “larga largando”. Rodrigo dos Santos e Humberto Silva também fazem parte do grupo de animadores. O também conhecido locutor Rato foi a ausência do ano, por motivos de saúde.

• Um maratonista chegou ao portão

• João Gari, o vencedor da mara-

• Houve quem esquecesse itens fun-

damentais como o próprio numeral ou as fitas adesivas para colar no corpo. O mais desligado pediu um chip reserva, porque havia deixado o seu no hotel. Foi desclassificado.

• Um atleta chegou às 6h40, dez

de entrada de Itaipu pedalando uma bicicleta. Avisou que tomassem conta dela, que depois da prova ele voltaria para buscá-la.

• Pelo menos um marido de maratonis-

ta resolveu voltar a dormir no hotel.

• Um atleta pediu informações em

chinês. A jornalista que o atendeu não era fluente no idioma, mas a linguagem dos gestos salvou a ambos.

• Até Papai Noel resolveu posar para a

foto simulando a flecha de Usain Bolt. Diferente dos 9s58 do recordista dos 100m, o atleta natalino completou os mais de 42km em 4h20min46s. Pelo jeito o trenó fez falta.

tona, chegou duas vezes. Na chegada verdadeira, fez uma estrela acrobática. Depois, pediu aos fotógrafos que registrassem uma nova chegada, para dar a foto aos seus patrocinadores.

• Dois atletas fizeram questão de

cruzar a linha de chegada com filhos nos braços. O de número 111 cruzou primeiro, com a filha Gabriela. Em seguida chegou o atleta 105, levando o filho.

• Coube ao curioso quati – animal

símbolo do Parque Nacional do Iguaçu, a recepção aos atletas na chegada.

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Maratona

Uma maratona nas Texto: Iúri Totti (Jornal O Globo) | Fotos: Ivo Lima

C

onhecer Foz do Iguaçu sempre esteve nos meus planos, mas nunca tinha surgido uma oportunidade. E ela apareceu há cerca dois meses, quando fui convidado pelo Sesc para participar da sétima edição da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu. Topei na hora. Era a chance para visitar a cidade que tem como atrativos as Cataratas do Iguaçu, a Usina de Itaipu e a Ponte da Amizade, que liga o Brasil à Ciudad del Este, no Paraguai. Como estou me preparando para a Maratona de Chicago, no próximo dia 13, pedi para correr o revezamento e escolhi como parceiro o também jornalista André Sant’Anna. Na semana que antecedeu à prova, que aconteceu no domingo passado, dei uma navegada pelo site da prova (www.sescpr.com.br/maratonafoz)

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para estudar o percurso de 42km entre a Usina Itaipu Binacional, local da largada, e o Parque Nacional do Iguaçu, com chegada ao lado das Cataratas. A altimetria mostrava que a prova começaria a 169 metros de altitude e terminaria a 212 metros, tendo o ponto máximo em 244 metros do nível do mar. Dos 42km de prova, apenas 2,99km seriam corridos no plano. De subida, seriam 21,77km e outros 17,50km de descida. Com este dados, fui amadurecendo a ideia de fazer o segundo trecho. Propus isso ao André que topou acordar às 5h e chegar em Itaipu às 6h para a largada às 6h30min. No sábado, partimos do Galeão às 10h em um voo direto para Foz do Iguaçu. Duas horas depois estávamos na cidade da tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). Depois de fazer o check-in no hotel e almoçar, fomos

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retirar o kit na unidade do Sesc, onde tive a primeira boa impressão da organização. Como não tínhamos mandado nossos atestados médicos, nossas inscrições estavam suspensas, Após a apresentação do documento, pudemos retirar o kit (camiseta, número de peito e tornozeleira com o chip). A segunda boa impressão foi o esquema de transporte para a largada e para a área de transição (três horários muito cedo, antes do galo cantar). Já que estou falando de organização, o que me surpreendeu foi encontrar uma área de transição muito bem planejada, com uma boa quantidade de banheiros químicos limpos, com papel higiênico e álcool gel); a preocupação de avisar com boa margem de antecedência a aproximação dos parceiros de prova para efetuar a troca de dupla; e a fartura de água e frutas. Durante o percurso, a cada 3km


belezas de Foz do Iguaçu

havia um posto de hidratação, com água, frutas, isotônico e refrigerante, e voluntários bastante solícitos. Tudo isso a R$50 pela inscrição. Conclusão: uma prova muito bem organizada, mas que para receber a nota 10, deveria ter colocado mais lixeiras pelo caminho, principalmente na rodovia BR 464, para evitar que os corredores jogassem no chão os copos plásticos. Sobre como foi correr a prova, vou deixar que o André fale da primeira parte do revezamento: “Sob a minha responsabilidade ficaram os 21 primeiros quilômetros da prova. A temperatura de 15 graus na largada foi um dos primeiros desafios que encontrei. O início pontualmente às 6h30 fez com que a prova começasse com clima frio e sob céu escuro. Nos primeiros 5km, percorridos dentro da Usina, é impossível não ficar impressionado com a vista da

Banheiros químicos Pontos de hidratação a cada 3 km

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Maratona maior hidrelétrica do mundo. Talvez por isso, essa primeira parte passe rápido o suficiente para que o atleta não perceba que aqueles 21km são diferenciados. Logo na saída da Usina, o segundo ponto de hidratação marca a chegada ao Km 6. Esse, aliás, é mais um dos pontos positivos da prova: hidratação a cada três quilômetros. Para um corredor que sofre com o frio, como eu, é importante ficar ainda mais atento e não deixar passar nenhuma oportunidade de se hidratar. Um erro comum de muitos atletas é beberem pouca água, por acharem que desidratam menos na baixa temperatura. Do Km 7 em diante, já correndo pela parte central da cidade de Foz do Iguaçu, a prova começa uma sequência de altos e baixos. E ainda não estou falando dos desafios psicológicos que, de maneira geral, uma meia maratona pode despertar na cabeça de um corredor. O número de subidas no percurso é o que faz da Maratona de Foz do Iguaçu uma prova tão técnica. A corrida apresenta um total de 21,77km de subida contra 17,5km de descida. Independente se você vai para os 42km ou faz o revezamento, é importante sempre deixar um pouco mais de perna e fôlego para o que ainda está por vir. Voltando à minha prova, só consegui sentir um pouco de calor chegando ao Km 10. Ainda assim, a cada metro percorrido eu tinha ainda mais certeza que fiz uma boa escolha, ao optar por calça térmica e camisa de manga comprida para a prova. Outro ponto que me chamou atenção é que essa é uma prova que você corre ainda mais sozinho do que todas as outras. O número limitado de atletas faz com que você esteja completamente isolado em determinados pontos do circuito. No Km 14, a corrida chega ao ponto crucial. Para quem pensa em fazer um bom tempo e bater seu próprio recorde, esse é o momento certo de

Largada na Itaipu Binacional

Percurso na área da Itaipu Binacional

Trecho da corrida no centro da cidade

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partir para o ataque. É preciso tirar proveito da decida íngreme até o Km 15 e se concentrar para as duas partes mais difíceis do primeiro trecho. A subida constante, entre os Kms 15 e 16, é só um prenúncio do que vem pela frente. Depois de alguns metros de terreno plano, chegamos a uma decida maior, que deve ser feita com cuidado. Nessas horas, tudo que vinha à minha mente eram as dicas de postura e equilíbrio. Do Km 18 ao 19, o trecho mais sacrificante: uma subida ainda mais forte, onde tudo que se quer é acabar logo e passar o chip para o parceiro de revezamento. Vencidos os 19 mil metros iniciais, só pensava em administrar e manter o ritmo. Meu recorde pessoal estava garantido. Quando cheguei ao ponto de transição, era visível a ansiedade do Iúri, que já me esperava pronto para os outros 21k. Conclui minha parte em 1h46min47s. Peguei o ônibus da organização e fui para a chegada no Parque Nacional de Foz esperar pelo companheiro de revezamento e curtir a alegria de mais uma prova conquistada.” Agora é minha vez de contar sobre os 21 km finais. “Como faria a segunda parte, tive o privilégio de poder dormir um pouco mais e tomar um café da manhã reforçado para encarar a meia maratona. Quando acordei, o tempo estava nublado. Para não ter surpresas, vesti uma calça, mas levei na mochila uma bermuda de compressão. Ao chegar na área de transição, vi que era besteira correr de calça e optei em ir de bermuda, que troquei num vestiário masculino. O clima estava ótimo para correr. Após pegar o chip com o André, encarei a BR 464 em direção ao Parque Nacional. Como a estrada tinha poucas curvas, era possível ver, ao longe, as subidas e descidas do trajeto. Era me programar para manter um ritmo bom nos primeiros quilômetros e não me empolgar com as descidas. Foram 11,5km de estrada até a entrada do Parque. Estava trocando o visual

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Maratona comum em estradas por uma vista de verde por todos os lados. De vez em quando, retirava o fone de ouvido para ouvir a natureza. Estava ansioso em ver as Cataratas. Conforme ia avançado, ia imaginando como seria ver aquela massa d’água no fim da prova. A cada quilômetro vencido, que conforme orientação da minha sport coach, Vanessa de Figueiredo Protássio, deveria ser mais rápido que o anterior, a expectativa pela chegada ao som das Cataratas aumentava. E foi no Km 41 que aquela maravilha da natureza se apresentou do meu lado direito e me deu mais gás para fazer o quilômetro final em 4min55s, fechando uma das melhores meias maratonas que já fiz em 1h53min15s. Para brindar um desempenho que considero muito bom pelas peculiaridades da prova e pelo que venho treinando para o terreno plano de Chicago, encerramos a maratona com um passeio pelas Cataratas. Após uma prova que só trouxe satisfação para a dupla (cada um conseguiu melhorar seu tempo nos 21km), é uma bênção estar num lugar abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza (diria Jorge Ben Jor). Para quem quer conciliar corrida com turismo, eu recomendo participar da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR. Vocês devem estar me perguntando se eu cruzei a fronteira com o Paraguai para fazer compras? Sim, atravessei a Ponte da Amizade. Paguei R$ 70 para conhecer o famigerado comércio, que não me encantou em nada. Me senti na Saara carioca, mas com os preços cotados a um dólar que dependia da cara do freguês e que não eram tão vantajosos se comparados com os preços praticados nos Estados Unidos. Me senti muito mais feliz gastando R$ 60 na churrascaria Búfalo Branco, que não fica a dever a nenhuma aqui do Rio, do que comprando coisas de procedência duvidosa.” T

Praça de revezamento

Revezamento de atletas

Chegada no Parque Nacional do Iguaçu

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Sustentabilidade

Menos lixo, mais qualidade de vida Com a Lei nº 12.305, aprovada em 2010, empresas precisam repensar suas práticas e instituir a logística reversa Texto: Carolina Lara | Fotos: Banco de Imagens

A

partir da Lei nº 12.305/10 – aprovada após 20 anos de discussão no Congresso – que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes passam a ter responsabilidade compartilhada pelo

ciclo de vida de seus produtos. A medida tem mobilizado os setores envolvidos uma vez que prevê o recolhimento dos produtos e resíduos remanescentes do consumo para reaproveitamento nos ciclos produtivos, assim como a destinação ambientalmente adequada.

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A lei determina a logística reversa para agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Segundo

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a lei, os consumidores deverão, após o consumo, efetuar a devolução dos produtos e das embalagens objeto de logística reversa aos comerciantes ou distribuidores. Esses, por sua vez, deverão transferir aos fabricantes ou aos importadores os produtos e embalagens reunidos ou devolvidos para que deem o destino correto. Apesar de não determinar a operacionalização dessa logística, nem deixar claro quem deve pagar pelo armazenamento e transporte desses resíduos, a lei preconiza os chamados acordos setoriais. Esses acordos consistem em propostas de sistemas de gestão que devem ser elaborados entre todas as partes da cadeia produtiva e apresentadas ao poder público, mais especificamente ao Ministério do Meio Ambiente, para validação e homologação dos acordos setoriais.

SENSIBILIZAÇÃO

A dinâmica prevista pela lei coloca o consumidor como uma peça fundamental para qualquer programa de logística reversa, uma vez que prevê a devolução de embalagens e resíduos pós-consumo. No caso de produtos cujo consumo e descarte são feitos pelos indivíduos e famílias, geralmente a partir do domicílio, a complexidade da logística reversa é maior do que para os produtos cujo consumo e descarte são realizados ainda no ponto de venda. O livro “Lixo Zero – Gestão de resíduos sólidos para uma sociedade mais próspera”, publicado em setembro de 2013, exemplifica justamente essa diferença de complexidade entre os resíduos objetos da logística reversa. “No caso de pneus, embalagens de agrotóxicos, óleos lubrifi-

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cantes e suas embalagens, o descarte é feito quase sempre em condições favoráveis à centralização dos produtos em mãos dos agentes responsáveis pela logística reversa. Mas, no caso de produtos eletrônicos, lâmpadas, pilhas, baterias e, sobretudo, no de embalagens, a dificuldade na formulação de modelos eficientes é muito maior, tendo em vista a natureza descentralizada do consumo e, portanto, do descarte.” Dessa forma, a sensibilização desse consumidor torna-se uma premissa para o bom funcionamento de um sistema de logística reversa, como defendeu o engenheiro ambiental e advogado da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Bernardo Souto, durante teleconferência que abordou o tema. “A lei classifica o consumidor como uma parte importante do ciclo de vida do produto, mas não atribui a ele a obrigação de participar ativamente da implantação da logística reversa. Nós precisamos chegar até esse consumidor para que ele seja sensibilizado e auxilie a viabilização da logística reversa”, manifestou.

GTT MEIO AMBIENTE

Para alinhar a posição do setor de comércio com a implementação da PNRS, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) criou, em 2011, o Grupo Técnico de Trabalho - Meio Ambiente (GTT-MA). A missão do GTT-MA é se antecipar aos fatos que possam afetar o empresário do comércio, apresentando ações preventivas que colaborem para redução dos impactos socioambientais negativos, alinhando as cadeias de negócios dos setores representados ao novo cenário ambiental brasileiro. Para o vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo César Nauiack, que representa a instituição no GTT,

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Ivo Lima

Sustentabilidade Maratona

Vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo César Nauiack

para que a logística reversa funcione é preciso haver entendimento de todas as instâncias envolvidas na cadeia. “A necessidade é que os acordos setoriais sejam nacionais. Nós não podemos ter um acordo regional em detrimento de um acordo nacional”, defendeu Nauiack, para quem uma das maiores dificuldades enfrentadas hoje é a diferença encontrada na legislação ambiental entre os estados. Um exemplo é a questão do licenciamento ambiental para a coleta e o transporte dos resíduos. “Se eu preciso destinar resíduos sólidos em uma praça diferente da minha, eu tenho que me balizar pela legislação ambiental daquela praça para onde vai será encaminhado o meu resíduo. Então eu tenho uma preocupação de licenciamento onde eu estou instalado e uma preocupação de licenciamento para onde essa mercadoria será enviada”.

TELECONFERÊNCIA

Outra ação realizada pelo Sistema CNC Sesc Senac, que debateu a PNRS, foi a teleconferência Resíduos Sólidos: responsabilidade do comércio, papel do consumidor. Transmitida ao vivo para todo Brasil em 5 de setembro, a conferência abordou temas que afetam diretamente o comércio.


Carolina Lara

Lixo, um problema mundial

Curitiba foi uma das cidades contempladas com a transmissão da teleconferência sobre resíduos sólidos

O debate reuniu o professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/ USP) e coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa), também da USP - Ricardo Abramovay; o Ph.D em Ecologia, com mais de 40 anos de ativismo ambiental, Genebaldo Freire; e o engenheiro ambiental e advogado da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Bernardo Souto, com mediação do jornalista Murilo Ribeiro e participação de Gildete Amorim, que fez a interpretação da conferência para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Nas oito cidades do Paraná onde houve transmissão ao vivo da teleconferência, 517 participantes, entre empresários, colaboradores do comércio, representantes de órgãos públicos, ambientalistas e outros interessados puderam acompanhar os debates e elucidar dúvidas a respeito da gestão de resíduos sólidos e logística reversa. As cidades paranaenses contempladas com a transmissão da teleconferência foram Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa e Campo Mourão, nas unidades do Senac. T

Segundo dados do Banco Mundial, a produção de lixo no planeta é de 1,3 bilhão de toneladas ao ano, com uma média de 1,2 quilos por pessoa, diariamente. Com a expansão da população e da renda, a estimativa é que em 2020 a produção anual de resíduos sólidos será de 2,2 toneladas. Em 2012 o Brasil gerou quase 63 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares, ficando pouco abaixo da média mundial, de um quilo de lixo produzido por habitante ao dia. Mas sabe-se que o descarte de resíduos cresce mais que a população. Segundo dados apresentados por Maurício Waldman no artigo elaborado como subsídio para a palestra sobre a PNRS proferida no Sesc Santos, em 2011, “Reciclagem, Catadores e Gestão do Lixo: dilemas e contradições na disputa pelo que sobra”, entre 1991 e 2000 a população brasileira cresceu 15,6%, enquanto o descarte de lixo aumentou 49%. Mais recentemente, em 2009, a população cresceu 1%. No mesmo ano, o crescimento da produção de lixo foi de 6%. Em Curitiba, dados do Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, responsável pela coleta e destinação do lixo domiciliar de Curitiba e mais 20 municípios da região metropolitana, mostram que, só em 2012, quase 830 mil toneladas de lixo foram enviadas aos aterros contratados. Para mitigar os impactos da ação do homem na natureza, Freire acredita que é preciso repensar o modo de vida atual. “Nós passamos a maior parte do tempo trabalhando com o objetivo de ganhar dinheiro para comprar coisas que se tornarão lixo. As pessoas não têm mais tempo para nada. A preocupação é a conta do cartão de crédito no fim do mês. O processo de educação ambiental deve levar as pessoas a perceber isso.” Freire também associou o modo de vida atual a diversas mazelas e doenças que o ser humano tem enfrentado. “Nosso tipo de vida nos levará a câncer, diabetes, pressão alta, depressão, e coisas desse tipo que são os grandes males da vida hoje. Se nós não passarmos por um processo de repensar isso, nós estamos fadados a ter quedas contínuas de qualidade de vida”, manifestou.

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Sustentabilidade Maratona

O comércio pode ser mais sustentável Empresas do comércio já são exemplo em logística reversa há mais de uma década Texto: Carolina Lara | Foto: Arquivo Grupo Pennacchi

O Grupo Pennacchi envia oito mil quilos de papelão por mês para a reciclagem

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á mais de dez anos, o Grupo Pennacchi incorporou a sustentabilidade aos seus valores e passou a transferir a cultura da preservação do meio-ambiente a todos os funcionários, desde a área administrativa até a distribuição dos produtos. A preocupação veio após uma viagem técnica organizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) a Vancouver (Canadá). “Visitamos uma empresa que tinha um projeto interessante para separação de lixo, então resolvemos

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fazer também”, explicou o presidente do grupo, Paulo Pennacchi. Para deixar de enviar ao aterro tudo aquilo que pudesse ser reaproveitado ou transformado, uma das primeiras iniciativas do projeto foi a organização da coleta seletiva de lixo. De todos os resíduos produzidos, o maior volume vinha da empresa de distribuição, com atuação no Paraná e em diversos outros estados. Embalagens plásticas e papelões usados para embalar os produtos e protegê-los durante as viagens eram geralmente deixados nos clientes.

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Com o projeto, esses resíduos passaram a ser recolhidos pelos próprios motoristas e levados de volta para o Centro de Distribuição, em Rolândia (PR). “Todo o caminhão quando chega de viagem vem cheio de lixo reciclável. Isso foi possível graças ao trabalho de conscientização, que é constante”, contou a gerente de logística do grupo, Josiane Sperandio. Mensalmente, a empresa envia para reciclagem 2.500 quilos de plástico e oito mil quilos de papelão, gerando uma receita de apro-


tante (latas, vidros e restos de ferro) é vendido. Além dos resíduos produzidos pela própria estrutura, o grupo também destina para a reciclagem embalagens vindas dos fornecedores, em um total de mil qu ilos por mês. Para Pennacchi, além do projeto não trazer nenhum ônus para as empre-

sas, é o mínimo que pode ser feito para diminuir os impactos da sua atuação. “Já passamos a ideia para mais colegas. Mostramos que o custo pode ser pago com a venda dos materiais, sem contar todo o resíduo que estamos deixando de eliminar no meio ambiente”. É um projeto recompensador, comentou Pennacchi.

reciclagem”, informou. Segundo o diretor, no que tange ao lixo gerado pela própria rede, essa prática é comum nas 45 lojas. Quanto ao público externo, uma das ações implementadas foi a coleta seletiva voltada a clientes. A rede mantém pelo menos um posto de arrecadação de papel, plástico, metal e vidro em cada uma das cidades onde atua, mas estuda uma forma de viabilizar o programa em todas as lojas da rede. “Estamos sempre intensificando a comunicação por meio de cartazes, folhetos e postos de coleta para que a conscientização seja cada vez maior”, afirmou Nascimento. Pilhas e lâmpadas usadas têm postos de coleta especiais em todas as lojas. Esses materiais são posteriormente entregues aos fabricantes. O Super Muffato também é parceiro de projetos que recolhem os produtos do setor de hortifrúti que

não passam pelo controle de qualidade da rede, mas que são próprios para o consumo, como o Mesa Brasil, programa do Sesc que redistribui alimentos excedentes próprios para o consumo ou sem valor comercial. Esses produtos são aproveitados para alimentar pessoas em vulnerabilidade social. “A adoção de práticas sustentáveis tornou-se uma necessidade premente em todo o mundo, uma vez que as agressões ao meio ambiente já causaram inúmeros danos à natureza, provocando alterações no clima do planeta. É preciso que cada um de nós, indivíduos e empresas, tomemos medidas para conter essa degradação”, declarou Nascimento. Segundo o diretor, o objetivo do Grupo Muffato é fazer a sua parte, contribuindo para a preservação do meio ambiente e incentivando as comunidades onde atua a fazerem o mesmo. T

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ximadamente R$5 mil por mês, que paga os custos com a prensa e um funcionário para operá-la. Os resíduos orgânicos passaram a ser enviados para compostagem e transformados em adubo, utilizado na própria fazenda do grupo. Restos de madeira são utilizados nas caldeiras da indústria de balas e o res-

MUFFATO

Na rede de supermercados Super Muffato, a implantação de uma política estruturada com ações voltadas para o meio ambiente teve início há dez anos. A empresa decidiu envolver não apenas seus colaboradores como também seus fornecedores e clientes, apostando na conscientização como o primeiro passo para uma mudança concreta de atitudes. Segundo o diretor administrativo do Grupo Muffato, Noroli do Nascimento, o público interno recebe treinamento constante realçando a importância da reciclagem e da separação correta do lixo e já incorporaram essas ações à rotina de trabalho. “Nossa equipe é orientada e treinada para fazer a separação de todos os materiais recicláveis ou reaproveitáveis, como papelão, plástico, madeira, vidro e óleo, que são semanalmente recolhidos por empresas parceiras e especializadas em

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Investimento Comércio

Temporários afinados Qualificação de vendedores freelancers é garantia de boas vendas no fim do ano Texto: Karla Santin | Fotos: Banco de imagens

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om a proximidade das festas de fim de ano, período mais aguardado pelo comércio, começa a fase de contratação de trabalhadores temporários. A estimativa da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR) é que sejam abertas aproximadamente 13 mil vagas provisórias com carteira assinada em todo o estado, número inferior a 2012, em função da situação econômica do país. O vice-presidente da Fecomércio PR e presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio

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Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas Curitiba), Ari Faria Bittencourt, explica que as lojas de departamentos e de confecções recebem o maior número de consumidores durante as festas de fim de ano e chegam a faturar 40% a mais no período. Mas o que é provisório tem grandes chances de virar emprego efetivo. “Os temporários oxigenam a empresa de duas formas. Dependendo do desempenho, podem substituir aqueles

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que não vinham apresentando atuação satisfatória. De outro lado, o ‘sangue novo’ agita os funcionários mais antigos e provoca uma concorrência saudável”, destaca Bittencourt. O empresário do ramo de vestuário, Jorge Dib Manne, pretende contratar três colaboradores temporários para atender a demanda extra e tem pretensão de mantê-los. “Eles começarão a trabalhar na metade de novembro e ficam conosco até o fim de dezembro, com boas possibilidades de efetivação”, afirma.


INVESTIMENTO NA QUALIFICAÇÃO DOS TEMPORÁRIOS

A inflação, as taxas de juros acima do ideal e o esgotamento da capacidade de endividamento e poder de compra do consumidor intimidaram as projeções de vendas do comércio para o Natal. A Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê um crescimento de 5% nas vendas de fim de ano em todo o país, ante 8,1% no mesmo período de 2012. No Paraná, a Fecomércio tem uma perspectiva semelhante. A concorrência natural da época do Natal exigirá que os lojistas incrementem as estratégias para atrair os clientes. A capacitação da equipe de vendas, inclusive dos temporários, é essencial. Afinal, o vendedor é o mediador entre a loja e o consumidor. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, quando 39% dos entrevistados afirmam que o bom atendimento é a principal motivação no momento do consumo, em detrimento do fator preço, significa que os paranaenses estão dispostos a investir não só no bem ou serviço adquirido. “O preço dos produtos não é empecilho para fechar uma venda, apesar de importante ao consumidor. A compra é uma experiência repleta de elementos intangíveis, como a empatia estabelecida entre comprador e vendedor. O bom atendimento é o primeiro passo para criar o vínculo com o cliente e se essa experiência for ruim a venda

não acontece, não importa o preço”, avalia. A instrutora do Senac Curitiba, Cristina Correia, alerta que um grande equívoco dos empresários é contratar vendedores temporários apenas para “quebrar um galho” e não qualificá-los. “Por mais que o freelancer seja simpático, comunicativo e dinâmico, ele não tem o principal, que é a técnica, e acaba perdendo diversas vendas ou poderia vender muito mais. O ideal é que a empresa também invista no treinamento dos temporários, pelo menos com uma palestra, focando no aspecto comportamental e no conhecimento técnico do produto que será vendido”, aconselha. Muitas vezes, o despreparo do vendedor pode afugentar o freguês para sempre. Cristina alerta que quando um cliente é mal atendido, relata a experiência negativa para, em média, 22 pessoas, além da família. E quando recebe um bom atendimento, comenta com, no máximo, oito pessoas. O caminho para evitar esses tropeços é a profissionalização. O Senac oferece cursos, tanto para as empresas que desejam encaminhar seus colaboradores quanto para quem quer se candidatar a uma das vagas temporárias. Há cursos rápidos, com duração de uma semana, como os de Técnicas em Vendas, Estratégia de Vendas para o Natal e A Venda com Foco no Cliente, com turmas abertas em diversas unidades do estado.

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O BOM VENDEDOR

A instrutora do Senac cita as características pessoais de um bom vendedor: dinâmico, ágil, simpático, ter empatia, gostar de lidar com gente, que combinadas com a técnica, resultam em um campeão em vendas. Seguir todos os passos do processo de venda também faz toda a diferença para conquistar o cliente. São eles: abordagem, sondagem, demonstração do produto e fechamento. Os erros mais comuns do vendedor sem treinamento dizem respeito à postura, tais como usar o celular na frente do cliente, mascar chiclete, ficar encostado no balcão ou permanecer de costas para a porta. “Mas a apatia é o pior defeito, aquele ‘vendedor sombra’ que fica andando atrás do cliente. Falta-lhe expressão facial, não tem argumento, não sabe como abrir o diálogo com o cliente”, descreve. Os lojistas precisam ficar atentos com as “sombras” dentro de seu comércio. T

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Investimento Legislação

Entenda o eSocial O Sistema de Escrituração Fiscal Digital (eSocial) mudará o modo como as empresas prestarão informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais ao governo Texto: Carolina Lara | Fotos: Banco de imagens

O

eSocial é a sigla para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital que faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), lançado em 2007. Atualmente, o sistema contempla a emissão de notas fiscais eletrônicas, emissão de livros e demonstrações contábeis, livros fiscais de ICMS e IPI, entre outros. A partir de 2014, será a vez das obrigações trabalhistas e previdenciárias serem monitoradas eletronicamente. Trata-se de um projeto do governo federal que tem como objetivo prover aos órgãos envolvidos (Receita Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência Social, Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, e Caixa Econômica Federal) informações precisas, de forma a garantir a viabilidade de fiscalizações virtuais, reduzindo fraudes, trabalho informal e sonegação por meio do simples cruzamento de informações. Com esse sistema, todos os dados relacionados à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício e, também outras informações previdenciárias e fiscais, passarão a constar em uma única plataforma digital. Assim, folhas de pagamento; eventos trabalhistas como admissão de empregado, alteração de salário; informações relativas à medicina e segurança do trabalho, Cadastro

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“As empresas precisarão rever seus processos internos, suas rotinas, de modo a adaptá-las às exigências do eSocial” Marcelo Guimarães, Diretor da ABRH-PR

Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre outros, passarão a constar no sistema.

PRAZOS

Todas as empresas brasileiras, de microempreendedores a empresas de grande porte, incluindo empregadores domésticos e microempreendedores individuais (MEI), terão de se adequar. Já existe um cronograma progressivo para cadastramento inicial das empresas e envio dos eventos mensais. Empresas em regime de lucro real terão de fazer isso no primeiro semestre de 2014. Para as empresas de lucro presumido e do Simples Nacional as datas limite são no segundo semestre do ano que vem. Segundo o diretor de Relações do Trabalho da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), o advogado trabalhista e professor de Direito Processual do Trabalho na Universidade Positivo, Marcelo Guimarães, a partir do novo sistema haverá maior padronização e unificação de informações pelo meio digital. “O que atualmente é informado em diferentes documentos para diferentes órgãos públicos será unificado. Isso facilitará bastante a atuação fiscal do governo em relação às empresas”, esclareceu. A maioria das exigências do eSo-

cial já estão previstas em lei, o que muda é a maneira como as informações serão prestadas. Para adequar-se às mudanças previstas, os empresários poderão enfrentar algumas dificuldades nos campos da tecnologia da informação, administração de pessoal, gestão e mudança cultural. “As empresas precisarão rever seus processos internos, suas rotinas, de modo a adaptá-las às exigências do eSocial. Isso precisará ser planejado antes do início da vigência do sistema, sob pena de acarretar atrasos e prováveis multas”, esclareceu. Guimarães explicou ainda que, em princípio, as empresas não serão obrigadas a comprar nenhum software porque as informações serão transmitidas no ambiente do eSocial (online), disponibilizado pelo governo. Porém, o advogado alerta para o fato de que a maioria das empresas não possuem as informações organizadas e integradas da forma como o eSocial exigirá. “Haverá necessidade de adaptações dos softwares já existentes ou aquisição de novos programas para realização desta tarefa, necessária antes do envio das informações no ambiente eSocial”, explicou. Embora o eSocial ainda não esteja valendo, existem orientações oficiais públicas a respeito das mudanças. Além disso, os leiautes definidos para o envio dessas informações já estão

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disponíveis, o que permite que as empresas já iniciem as alterações necessárias. “Todos os arquivos precisarão ser validados, isto é, estar de acordo com as exigências padronizadas pelo eSocial, sob pena de não serem aceitos”, afirmou o advogado. Um exemplo utilizado no Manual de Orientação do eSocial é que um evento de desligamento de empregado só será aceito se, para aquele empregado, tiver sido enviado anteriormente o evento de admissão. Outro exemplo é que um evento de afastamento temporário somente será aceito se o empregado já não estiver afastado. Para antecipar eventuais problemas e conseguir adequar-se a tempo, as empresas deverão reorganizar as informações de cada empregado de sua estrutura. Segundo Guimarães, diversas consultorias estão disponibilizando ou preparando cursos e seminários para esclarecer os empresários a respeito da importância e da necessidade de um planejamento imediato para adaptação dos processos internos. “Depois de implementado, o eSocial tende a facilitar a prestação de informações pelas empresas, mas antes, e durante o processo de implantação, as dificuldades serão muitas e as mais variadas”, completou. Confira o Manual de Orientação do eSocial na seção “Leiautes do eSocial” no site www.esocial.gov.br. T

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Revitalização Investimento

Colorindo o Centro Histórico de Curitiba Projeto Tudo de Cor para Você, da Tintas Coral, deve colorir 62 prédios e dar continuidade à revitalização do centro da cidade Texto: Isabela Mattiolli | Fotos: Walter Alves

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Investimento

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Revitalização Investimento

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ão é de hoje que o Centro Histórico de Curitiba está mais atrativo. Desde 2005, a região passa por transformações graças ao trabalho de Revitalização de Espaços Comerciais realizado pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e Sebrae/PR em parceria com a Prefeitura de Curitiba. Do projeto de restauração do antigo Paço Municipal, entregue à população em 2009, como centro cultural do Sesc PR, a ação continua promovendo o cenário histórico, cultural, turístico e gastronômico da região. No ano passado, as calçadas da Rua São Francisco ficaram mais amplas e uma nova iluminação e câmeras de segurança permitiram o aumento do fluxo de pessoas pelo local, revelando seu potencial gastronômico aos curitibanos. Para alavancar esse projeto de revitalização, a Tintas

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Coral entrou em cena prometendo colorir ainda mais os prédios localizados na rua e em seu entorno. O “Tudo de Cor para Você”, projeto socioambiental da Tintas Coral, retomou a ação em junho deste ano e, de acordo com o gerente de Marketing Institucional do projeto, Marcelo Abreu, deve colorir 62 fachadas até março de 2014. “O Tudo de Cor para Você veio para colocar a missão da Coral em prática, de levar cor para a vida das pessoas. Nosso objetivo é impactar a maior quantidade possível de pessoas, sendo que até hoje, impactamos mais de 18 milhões”, conta. Marcelo Abreu explica que a previsão de prédios é somada ao entorno do Centro Histórico. Além da Rua São Francisco, fazem parte do projeto a Avenida Jaime Reis, a Praça João Cândido, a Praça Garibaldi, a Rua Dr. Claudino dos Santos, a Rua Mateus

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Leme e o Largo Cel. Enéas. “Nessa fase do projeto foram pintadas duas fachadas e outros imóveis estão em fase de pintura, como é o caso da Igreja Presbiteriana, do Centro Juvenil de Artes Plásticas e do Palácio Garibaldi, o que indica que teremos mais fachadas em breve”, declara. A Tintas Coral já realizou outros projetos na cidade, caso do Hospital Pequeno Príncipe, a Igreja do Rosário do Largo da Ordem, a Vila das Torres, o Museu Oscar Niemeyer, a Praça Tiradentes, o Mercado Central, a Rua Riachuelo, entre outros. “A Coral é parceira de longa data da Prefeitura de Curitiba e já realizou diversos projetos na cidade. Por conta disso, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, sugeriu a participação da Coral, por meio do projeto Tudo de Cor para Você”, comenta.


De acordo com o gerente de Marketing Institucional do projeto, a iniciativa está sendo recebida com entusiasmo pelos empresários da região, que veem nas novas pinturas, a oportunidade de revitalização do espaço. “Houve muitas adesões ao projeto e muitos ainda estão fazendo o orçamento da mão de obra, o que indica que ainda mais comerciantes devem participar”, observa. A região do Largo da Ordem também ganha as cores da Coral. O Quintal do Monge abriu suas portas de acordo com a proposta e recebeu nova cor pelo projeto. Segundo o arquiteto e sócio do local, Franklin Niece, a iniciativa revela a beleza e o potencial da região, algum tempo atrás havia sido esquecida pelos moradores da cidade. “Com a revitalização, você retoma para a cidade uma parte muito importante que ficou no esquecimento. Hoje, você nota uma mudança no público que frequenta a região, voltando a usar o espaço que faz parte da memória de Curitiba”, compara. Segundo o assessor técnico da Fecomércio PR, Paikan Salomon de Mello e Silva, os empresários das regiões que passaram pelo projeto de Revitalização dos Espaços Comerciais em Curitiba, tiveram um au-

mento de 40% do retorno financeiro. “Esse aumento não veio apenas dos espaços físicos já revitalizados, mas de uma série de ações feitas com os empresários da região, como cursos de capacitação de mão de obra e de gestão, projetos como o VarejoMais, as Missões Técnicas do Comércio, entre outras que contribuíram para que esses empresários se informassem, se capacitassem e, automaticamente, criassem mecanismos para movimentarem o local”, conta o assessor lembrando dos eventos feitos entre os parceiros e a Rede Empresarial do Centro Histórico, tais como Festival Gastronômico, Centro Histórico Divertido, entre outros.

TUDO DE COR PARA VOCÊ

Iniciado em 2009, o projeto socioambiental da Tintas Coral já renovou mais de 3.500 imóveis, utilizando mais de 520 mil litros de tintas, em diversas cidades brasileiras. A primeira obra foi realizada em São Paulo, no Bairro do Bixiga, e hoje, após cinco anos de atuação, está presente em todos os estados brasileiros. “Já realizamos mais de 1.000 projetos. Estamos trabalhando em média de 200 projetos por ano”, pontua Marcelo Abreu.

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Além de Curitiba, outras cidades paranaenses foram contempladas pelo Tudo de Cor para Você. “Em Foz do Iguaçu, pintamos a Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (Ceaec). Em Cascavel, demos mais cor à escola CMEI Paraíso da Criança, durante a Etapa da Fórmula Truck na cidade. Além desses lugares, pintamos também a Igreja Matriz de Pato Branco; Igreja Matriz de Medianeira; Rua da Praia, em Paranaguá e Igreja Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá”, destaca Abreu, lembrando que além do projeto em andamento no Centro Histórico de Curitiba ainda há outro, na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP). Não apenas os espaços das cidades são beneficiados com a ação, a população também é envolvida diretamente no projeto. Por meio dele, voluntários e aprendizes são capacitados com treinamentos de pintura ministrados pela equipe da Tintas Coral, e podem se tornar pintores profissionais no futuro. “Trata-se de cursos de três a quatro horas, em que ensinamos os princípios básicos para pintura. Até hoje, mais de 1.800 pessoas, entre aprendizes e pintores, já foram treinados”, explica o gerente de Marketing Institucional do projeto.

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Revitalização

Etapas do Tudo de Cor para Você Seleção: Escolha do local a ser pintado. A comunidade é escolhida pelo seu valor histórico e arquitetônico e pela relevância do projeto para as pessoas que ali transitam. Diálogo: As lideranças locais são contatadas e define-se um padrinho para o projeto. Formase um comitê com participação de pessoas da comunidade e autoridades locais para conversar sobre o mesmo. Execução: São oferecidos treinamentos para aprendizes e pintores locais que, em mutirão, com a ajuda de voluntários de toda a comunidade, contando também com o engajamento de funcionários e clientes da Coral, preparam e pintam as casas de acordo com o que foi pensado conjuntamente. Celebração: Depois de todo o trabalho, os envolvidos juntam-se para a última etapa. Nesta grande festa, com direito à presença de autoridades, é feita a formatura dos aprendizes que, no futuro, continuarão o ofício da pintura de forma remunerada. T

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Investimento Qualificação Profissional

Mercado de trabalho aquecido Senac oferece capacitação completa para monitor de sistemas eletrônicos de segurança, com laboratório especializado Texto: Karla Santin

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crescente preocupação com a segurança tem ampliado a demanda por monitores de sistemas eletrônicos de segurança. Este profissional é responsável pelo acompanhamento de câmeras de vigilância e sistemas de alarme instalados em residências e empresas. Essa função será ainda mais demandado durante a Copa do Mundo, pois durante os jogos e eventos relacionados, a segurança será reforçada em todas as cidades-sede. Além da atenção constante, ele precisa estar familiarizado com a tecnologia utilizada no trabalho. O Senac Curitiba possui a mais completa formação na área e conta com laboratório específico para as aulas sobre o principal software utilizado no Paraná. O instrutor do curso de Monitor de Sistemas Eletrônicos de Segurança, Luciano Celinski, explica que o mercado de trabalho está à procura de mão de obra já qualificada. “O campo de atuação anda bem aquecido, as empresas de monitoramento 24 horas não dispõem de tempo para ensinar o funcionário do zero, e há poucos profissionais na área”, afirma. Além das empresas de segurança, os participantes podem atuar em condomínios e organizações que possuem seu próprio sistema de monitoramento, mas o mais comum é a terceirização desse tipo de serviço, explica Celinski. Com 240 horas de duração, a capacitação do Senac inclui disciplinas como

Curso de Monitor de Sistemas Eletrônicos de Segurança em aula prática no laboratório

fundamentos para Atuação Profissional, Noções Básicas de Internet e de Redes, operação de Softwares de Monitoramento, Gestão de Procedimentos Internos, Pogramação Básica das Principais Centrais de Monitoramento e a Prática Profissional em Laboratório. O instrutor destaca que o curso também ensina como deve ser a comunicação adequada do monitor de segurança com os agentes táticos. “O contato entre a central e os agentes táticos é feito por rádio através de códigos. Essa codificação busca facilitar a comunicação, encurtar a mensagem e manter o sigilo dos clientes, uma vez que a equipe tática geralmente está na rua”, explica. A capacitação do Senac ainda inclui noções de Direito Penal e apresenta a diferença entre roubo e furto, crime doloso, crime culposo, lesão corporal, omissão de socorro, calúnia, ameaça, extorsão, apropria-

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ção indébita, estelionato, receptação, violação de sigilo profissional, falso testemunho ou falsa perícia. De acordo com a gerente executiva do Senac Curitiba, Daniela Rosa de Oliveira, o curso também poderá ser oferecido gratuitamente no próximo ano, pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec). “Ao capacitar o aluno para operar sistemas de monitoramento em segurança eletrônica, desenvolvendo competências para o exercício da profissão, o Senac contribui também para aumentar a segurança nas empresas e no comércio”, avalia Daniela. Para se inscrever é preciso ter mais de 18 anos e a 8ª série do Ensino Fundamental concluída. Para mais informações, entrar em contato com a unidade do Senac Curitiba, localizada na Rua André de Barros, 750 ou pelo telefone 0800 643 6 346. T

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Cidadania Investimento e Saúde

Justiça no Bairro Sesc Cidadão na 100ª edição Projeto comemora os resultados que garantiram cidadania e melhoria na qualidade de vida à população de 102 municípios Texto: Karen Bortolini | Fotos: Arquivo

O casamento coletivo é marca registrada desde o início do programa

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oi a população do município de Quedas do Iguaçu a beneficiada na comemoração da 100ª edição da parceria Justiça no Bairro Sesc Cidadão. Em 27 de outubro os moradores desta cidade,

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de Espigão Alto do Iguaçu e Novas Laranjeiras, além de nove aldeias indígenas da região de Rio das Contas, foram atendidos. Durante a ação foram emitidas cerca de mil carteiras de identidade

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aos indígenas. O evento foi encerrado com a celebração do casamento civil de 37 casais, oficializado pela juíza Luciana Luchtenberg Torres Dagostim, na aldeia Nova Laranjeiras. Na mesma edição, a coordenado-


imediatos, somente a primeira edição parceira, no Sesc Portão em novembro de 2005, resultou na união de 1.534 noivos. “Após a união dos dois projetos o objetivo passou a ser o de levar cidadania aliada à qualidade de vida aos paranaenses”, destaca a desembargadora.

Emissão de documentos, este é um dos serviços do programa

ra do Justiça no Bairro Sesc Cidadão, desembargadora Joeci Machado Camargo, oficializou a união de outros 129 casais, em Quedas do Iguaçu. A gerente de Ação Social do Sesc PR, Elisângela Domingues, explica que o Sesc Cidadão iniciou em 2005 para atender a uma necessidade da população de Curitiba. “O acesso a documentos, como RG, CPF, CTPS era muito precário mesmo na capital. A feliz coincidência de somar nossos interesses ao da desembargadora Joeci fez com que alinhássemos as entidades para a continuidade desse atendimento. Graças à estrutura do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR foi possível estender o trabalho para o interior do estado. Assim, garantimos também aos demais municípios os serviços como a emissão dos documentos, assistência judiciária e também na área da saúde”. A idealizadora do Justiça no Bairro, desembargadora Joeci, conta que este projeto acontecia isoladamente até 2005. “Ele nasceu há dez anos nas Ruas da Cidadania de Curitiba para dar oportunidade de acesso à população aos serviços do Poder Judiciário, pois a justiça não chega à comunidade economicamente vulnerável”.

Eles foram unidos formalmente no 100º casamento coletivo

ATRIBUIÇÕES DO SISTEMA

Atendimento em Quedas do Iguaçu

Segundo ela esse é o motivo de priorizar o foco ao atendimento a situações que podem ser resolvidas no dia da ação. Para tanto, a equipe é composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, juízes, promotores, enfim, todo o necessário para garantir a cidadania das pessoas. Para exemplificar os resultados

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No trabalho realizado conjunto ao Tribunal de Justiça, o Sesc Cidadão é o articulador das parcerias locais, o responsável pelo diagnóstico e pesquisa da demanda dos municípios. Fornece suporte aos fóruns locais, é responsável operacional e financeiramente pela estrutura física do evento e do casamento coletivo, bem como sua estrutura, logística da equipe de trabalho incluindo deslocamento e hospedagem. “Quando o Sesc não atua na triagem de noivos para o casamento coletivo capacita quem a faz, capacita também a equipe de trabalho cedida pelo município e os voluntários que participam do evento”, ressalta.

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Cidadania Investimento e Saúde casamento coletivo. Já ao Senac fica a responsabilidade da produção de cabelo e maquiagem das noivas.

101ª EDIÇÃO

Atendimentos na 100ª edição do Justiça no Bairro Sesc Cidadão

A 101ª edição do projeto foi realizada no dia seguinte, 28 de setembro, em Laranjeiras do Sul. Nos mesmos moldes da anterior, o atendimento chegou a Laranjeiras, Nova Laranjeiras, Marquinho, Porto Barreiro e Rio Bonito do Iguaçu. O evento foi encerrado com a união de 59 casais. Nas duas edições foram realizados atendimentos jurídicos e jurisdicionais, interdições judiciais, emissão de documentos, perícias médicas para audiências previdenciárias e orientações na área da saúde. A ação foi desenvolvida pelo Poder Judiciário e pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, e contou com a parceria das prefeituras de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, Instituto de Identificação do Paraná, Banco do Brasil, Instituto Curitiba de Informática, Exército, cartórios de Registro Civil, Amapar, FAE, Hospital Erasto Gaertner, INSS, Copel, Sanepar e Delegacia Regional do Trabalho. Além disso, estas edições contaram com o apoio de diversas representações locais.

RESULTADOS

Atendimentos no início da parceria Justiça no Bairro Sesc Cidadão

Além da organização pré-evento, que inicia cerca de três meses antes da realização, o Sesc também está presente no dia da ação. Conta com uma

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reforçada equipe de trabalho para coordenar atendimento, triagem e fluxo do público, atividades de recreação e saúde, além de fazer o cerimonial do

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Ao longo das 101 edições do Sesc Cidadão Justiça no Bairro, foram realizados 861,646 mil atendimentos, com a celebração do casamento de 9,182 mil casais. Os oito anos de parceria também foram responsáveis por alcançar 102 municípios do Paraná. Em alguns deles o atendimento chegou mais do que uma vez. Além da cidade que sedia o evento, todos os municípios da comarca podem ser beneficiados. “Quando vivenciamos as dificuldades da população de baixa renda, é possível entender que suas necessidades estão intimamente interliga-


A desembargadora Joeci Machado Camargo realiza as cerimônias do casamento coletivo desde a primeira edição

das. Ao providenciamos o RG, ou em alguns casos a Certidão de Nascimento tardia, liberamos uma série de entraves para a vida destes cidadãos”, destaca Elisângela. Ela dá o exemplo de como os serviços ajudaram uma família habitante de Cerro Azul, situada a pouco mais de 70km de Curitiba. “Quatro irmãos de 23, 28, 35, 40 anos não tinham Certidão de Nascimento. Consequentemente seus filhos também não possuíam. Isso ocorreu pela ausência de registro de nascimento e óbito do pai. Este foi um de muitos casos que me marcaram. Realizamos 11 registros de nascimento e um de óbito, que certamente mudaram a história dos adultos, jovens e crianças daquele núcleo familiar”, relata a gerente. O trabalho não atende exclusivamente o público comerciário, mas a comunidade em geral. Em muitas situações é grande o reflexo do impacto social tanto na cidadania quanto na saúde. Uma das ações realizadas

pode garantir o diagnóstico precoce de câncer de boca e inibir despesas financeiras para o estado. Acima de tudo pode salvar vidas no caso de tratamento na incidência em fase inicial. “Já no momento do casamento,

a alegria das noivas e noivos é contagiante. Aos filhos desses casais gera exemplos para garantir a continuidade da instituição Casamento, símbolo de família e fundamento da sociedade”, finaliza. T

Os primeiros casamentos coletivos foram realizados em 2005

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Investimento Sindicato

Sindicato das Madeiras, testemunho da história Com mais de 70 anos, sindicato viu a ascensão e o declínio do ciclo da madeira Texto: Carolina Lara | Foto: Walter Alves

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Presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Paraná, Saul Chuny Zugmann

undado no período áureo do ciclo da madeira, em 19 de agosto de 1939, o Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Paraná foi testemunha da crescente importância da atividade madeireira no estado, passando pelo auge e enfraquecimento do setor, até estabelecer-se como mercado de MDF e aglomerados. O sindicato é presidido desde 1998 por Saul Chuny Zugmann, que ingressou na entidade no início da década de 1960. Zugmann recorda-se de que quando começou a frequentar o sindicato, em 1961, a entidade representava uma força poderosa. “Esse período foi muito próspero. O sindicato tinha instalações luxuosas, bonitas, tinha até um bar lá dentro”, contou. Nessa época, os madeireiros representavam a maior potência econômica no estado. Tanto o mercado interno, quanto o externo, funcionava a todo vapor. “Ocorriam reuniões semanais, muito bem frequentadas. Via-se, na época, frotas de caminhões transportando madeira para São Paulo e para o Rio de Janeiro.” Ao longo de sua história, o sindicato teve forte atuação na criação de importantes órgãos, como o Instituto Nacional do Pinho, precursor do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje Ibama. Também influenciou decisões por meio da participação

política, como na criação da Comissão Coordenadora da Exportação de Madeira (CCEM) e na edição da Lei nº 5.106, sobre os incentivos fiscais a empresas de reflorestamento.

QUEDA

Segundo Zugmann, o ciclo da madeira – que sucedeu o da erva-mate – foi muito próspero e cresceu até um ponto em que começou a declinar. “A madeira estava chegando ao fim. Foi quando começou a ser industrializada a madeira de pinus e eucalipto, e quando teve início a produção de compensado. Se não fosse pelo pinus, não haveria mais florestas hoje no Brasil.” De acordo com o sindicalista, os materiais que predominam no setor atualmente são o aglomerado e o MDF, muito utilizados na fabricação de móveis e na construção civil. Esta última tem impulsionado o consumo de madeira. “Com as construções do programa Minha Casa, Minha Vida, a produção de painéis e de portas em madeira aumentou”, constatou. Para oferecer mais conforto e espaço físico para os associados, o sindicato está reformando a sede. Entre os projetos atuais, trabalha para aumentar o número de empresas associadas e também para melhorar a imagem dos comerciantes de madeira. T

SERVIÇO:

Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Paraná – Endereço: Alameda Doutor Muricy, no Centro de Curitiba.

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Investimento História Paranaense

É o fim do caminho Há 12 anos, a Polícia Federal fechou a Estrada do Colono. Com o uso de tratores destruiu o leito da estrada e, a balsa que fazia a travessia de veículos e da população foi dinamitada. O sonho da reabertura deste caminho permanece vivo Texto e fotos: Silvia Bocchese de Lima

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Iria e Anildo Theisen, moradores de Porto Lupion Acervo Prefeitura de Serranópolis do Iguaçu

uando os fogos de artifício, cornetas, surdos e timbaus celebram o Sete de Setembro do outro lado do Rio Iguaçu, a melancolia toma conta do casal Iria e Anildo Theisen, moradores de Porto Lupion, região de Capanema, Sudoeste do Paraná. A tristeza dos dois tem um motivo: há mais de uma década a estrada de 17,5 quilômetros que ligava Capanema a Serranópolis do Iguaçu foi fechada e, desde então, os Theisen e outras milhares de pessoas, colonos ou não, aguardam esperançosos pela reabertura do Caminho do Colono. Antigos proprietários de uma lanchonete que funcionou até 2001, os Theisen contam que a localidade morreu com o fechamento da estrada – que julgam arbitrário. “Se vem visita aqui, a gente conversa. Se não vem, a gente nem tem mais o que conversar, fica se olhando e acaba indo ao cemitério que virou a distração do lugar”, revela o morador. Do alto da estrada era possível avistar o rio e os motoristas sabiam que se a balsa estivesse do lado oposto, poderiam ir calmamente até a beira do Iguaçu. “Mas quando eles não viam a balsa, era aviso que precisavam se apressar. Os carros vinham buzinando, dando sinal de luz para que o balseiro esperasse por mais um veículo”, conta Theisen. Alguns motoristas, guiados por GPS desatualizados ainda chegam

Ação policial durante o fechamento da estrada, em 2001

a Porto Lupion na esperança de cruzar o rio. Mas a travessia não é possível desde o dia 13 de junho de 2001, quando a balsa foi dinamitada dentro do rio,

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pela Polícia Federal. O professor Dr. Antonio Marcos Myskiw, da Universidade Federal da Fronteira Sul, conta que 300 agentes federais procederam

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Investimento História Paranaense

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Seu Elói, morador de Porto Lupion

O barco de Seu Elói já não pode ser utilizado Acervo Prefeitura de Serranópolis do Iguaçu

o fechamento da estrada, cumprindo uma determinação do Supremo Tribunal Federal, utilizando seis ônibus, oito viaturas, dois helicópteros e duas lanchas – uma afronta para os moradores da região. O primeiro fechamento da estrada ocorreu em 1986 e um ano depois, foi reaberta de maneira ilegal. “Em 2001, o leito da estrada foi destruído mediante uso de tratores. A balsa foi dinamitada e afundada no Rio Iguaçu. Ocorreram violência, lesões corporais e prisões de colonos e de lideranças políticas e militares”, destaca o professor. Hoje a área é considerada intangível, não sendo permitida a travessia por barco, a pé, nem por veículos. Bem diferente do que acontece do lado argentino: a Ruta Nacional 101 cruza 42 quilômetros do mesmo parque. Tristeza para o Seu Elói, que não mais pode pescar e utilizar o pequeno barco, abandonado na área inferior de casa. A ele resta, no fim da tarde, olhar saudoso para o rio, na esperança que um dia o caminho volte a ser reaberto. Para a secretária de Educação, Cultura e Esporte de Serranópolis do Iguaçu, Maria Madalena Bertolini, o Caminho do Colono foi a principal porta para a colonização dos municípios das duas regiões. A antiga estrada é anterior à criação da maioria dos municípios das regiões Oeste e Sudoeste paranaenses. Datada do início do século XX, foi caminho indígena e utilizada como passagem pelos revoltosos da Coluna Prestes, na década de 1920. Por este caminho passaram, em caminhões e carroças, mudanças de colonizadores gaúchos e catarinenses que se instalaram no Paraná e em terras do Centro-Oeste. O ex-prefeito de Capanema, Egon Paulo Grams, conta que em 1969, a praça da cidade era local de parada de migrantes vindos do Sul do Brasil. “Em épocas de cheia do rio, a balsa não fazia o transporte e era necessário esperar até oito dias para que as águas baixassem. A praça

Antiga Estrada do Colono

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se tornava um grande acampamento, com famílias, mudanças e animais. Chegavam a passar até 40 mudanças por dia para desbravar estas regiões”, lembra Grams. A largura da Estrada do Colono não era maior do que 12 metros e pela terra batida passavam 22 linhas de ônibus diariamente. Em dias de sol forte uma vermelha nuvem de poeira era costumeira, assim como os atoleiros em dias de chuvarada. Todo este tráfego de pessoas e veículos movimentava a meia dúzia de estabelecimentos comerciais que se formou à beira do rio, em Porto Lupion e em Serranópolis do Iguaçu. Nenhum deles sobreviveu ao fechamento da estrada. A expectativa dos moradores é alimentada pelo projeto de Lei n° 7.123/2010, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado Federal, que institui a Estrada-Parque Caminho do Colono no Parque Nacional do Iguaçu. Com este projeto, pretende-se estabelecer regras para a circulação de veículos e pessoas, sem tráfego à noite, com a utilização de redutores de velocidade ao longo de todo o percurso, sinalização específica, guaritas para controle, pagamento de pedágio, policiamento e fiscalização de todos os veículos, além de facilitadores para a passagem de animais. “Sem a estrada, ficamos em um canto do mapa, numa rua sem saída, no fim do caminho. Posso até morrer, mas a esperança que esta estrada seja reaberta não morrerá jamais”, desabafa Theisen. T Acervo Prefeitura de Serranópolis do Iguaçu

Em Porto Lupion nenhum comércio sobreviveu ao fechamento da Estrada do Colono

A balsa que foi dinamitada no Rio Iguaçu

Fim da estrada, em Porto Lupion. Antigo acesso à balsa que fazia a travessia do Rio Iguaçu

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Investimento Perfil

Luiz Gagliastri,de Curitiba para o mundo Esculturas gigantes, monumentos, troféus, painéis fazem parte do acervo do artista Texto: Karen Bortolini | Fotos: Walter Alves

Dom Quixote

Formigão

Painel escultório

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iguras surreais, obras monumentais, cavalo, dragão e formiga gigante. Com esta descrição é bem possível imaginar que se trate de um conto, ou um mundo de fantasias, bem diferente de nossa realidade. Mas, na verdade, esta é a entrada do espaço do artista plástico curitibano, Luiz Gagliastri, uma referência de criatividade somada a muito trabalho sem, literalmente, medir esforços. O atelier e galeria das obras e residência do artista ficam situados em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Mas a cada passo é fácil nos depararmos com estes seres que criam vida na imaginação pelas mãos de Gagliastri. Logo na entrada da chácara há duas esculturas sobre as laterais dos portões. São dois guerreiros guardiões dos elementos Terra, Água, Fogo e Ar, feitos em mármore sintético e bronze com a responsabilidade de proteger o local. Já acima do atelier, onde são feitos criação, planejamento, modelagem e polimento, outra figura imponente. A grande escultura intitulada Dom Quixote a Arte e a Vida, um símbolo do artista e de suas obras. Assim como o personagem, ele também é um ser em constante transformação que faz do sonho a realidade. A escultura foi

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produzida em ferro, engrenagens, pedras preciosas e alumínio. Grande parte da matéria-prima utilizada seria descartada e foi adquirida para se transformar em arte. Dentro do atelier estão suas últimas obras, muitas delas feitas para integrar um novo espaço cultural para realização de eventos, planejado por Gagliastri e com previsão de inauguração em meados do segundo semestre de 2014. Bronze, alumínio e aço são as principais matérias-primas utilizadas. Como exemplo da formiga gigante feita por ele, que faz uma alusão ao tema trabalho. Outra também em fase de conclusão é o Homão, cujo nome já explica o conceito, da cintura para baixo é a representação de um homem, e para cima uma enorme mão. Uma grande área da casa de Gagliastri é reservada somente para o acervo e exposição de suas principais obras. Lá, podem ser vistas esculturas que já integraram renomadas exposições, outras já vendidas e ainda não entregues, cada uma com sua história. Um jogo de xadrez gigante, já vendido, entre outras obras encomendadas, painéis escultóricos e o acervo que compôs a exposição cujo tema foi Dom Quixote aliado à sustentabilidade, feita em São Paulo no ano passado.


SUSTENTABILIDADE

Gagliastri explica que a exposição Dom Quixote foi inspirada em um ambiente sustentável, uma das principais características presentes nas obras dele, que compra ferro e alumínio sucateados, até mesmo latinhas de refrigerante e, com criatividade transforma em obras de arte. Ele retira do meio ambiente outros componentes que virariam lixo como madeira de demolição, lona, e bronze.

ESPAÇO CULTURAL

A mente de Gagliastri está a todo o vapor com a criação do centro cultural. Consagrado pela crítica cultural um ícone de estilo e beleza, ele se volta agora para um projeto inovador, que alia a exposição das suas obras a um espaço para a realização de eventos, e até mesmo a construção de lofts. O espaço contará também com um jardim de esculturas e dois ateliers, um para criação e outro para a produção. “Esta será uma forma diferente de se realizar eventos, em um espaço alternativo que aliará cerimonial e cultura”, prevê. O centro cultural fará parte da rota de pontos turísticos de Pinhais, que integra o roteiro turístico da Graciosa, graças à parceria com a Prefeitura de Pinhais.

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

O conjunto da obra do artista teve reconhecimento internacional. A Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras de Paris conferiu a ele o Prêmio Medaille D`or, em 2009, pela primeira vez a um artista brasileiro. Após o reconhecimento o convite para expor uma de suas obras da exposição de Dom Quixote no Museu do Louvre. “Foram convidados artistas de vários países. Um dos motivos de meu destaque se dá pelo fato de eu ser o único no mundo a conseguir praticar a técnica de dupla fusão, ou

Fênix da arte. A árvore nasceu dentro da escultura, graças a um caroço de ameixa que sem querer Gagliastri jogou nas proximidades

seja, a mistura de duas matérias-primas fundidas a temperaturas diferentes”, explica. No entanto, um fato trágico impediu sua entrada no Louvre, por enquanto. No momento em que a escultura estava sendo transportada, a companhia aérea a derrubou de uma altura suficiente para danificar e quebrar em vários pontos. Braço, chapéu e outros detalhes foram destruídos. Agora, o artista, além de restaurá-la terá, que fazer o trâmite novamente para a formalização de entrada da obra no museu.

O INÍCIO

É difícil saber ao certo quando foi seu início na arte, pois desde menino já trabalhava em argila com o avô. Mas foi em 1980 que intensificou

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Nanda Gagliastri produz golas e braceletes com o excedente do material do marido

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Perfil

O artista na garupa do Cavalo de Dom Quixote

sua dedicação, deixando a carreira de engenheiro industrial para fazer esculturas. No ano seguinte mudouse para os EUA para aperfeiçoar suas técnicas, onde aprendeu a fundição. “Quarenta por cento da minha carreira está nos Estados Unidos onde morei, em Nova Iorque, Chicago, Miami e Los Angeles”.

POLÊMICA

A obra mais polêmica da carreira de Gagliastri foi uma estátua do ex-presidente dos EUA, George W. Bush. Logo após o atentado de 11 de setembro, foi feita uma encomenda pelo Partido Republicano para a produção da obra da figura do então presidente, com uma pomba da paz sobre o ombro. Hoje, a estátua encontra-se no Texas.

VOLTA AO BRASIL

Foi por amor que o artista voltou ao Brasil, onde já vive há 25 anos. Ao expor em Foz do Iguaçu, uma jornalista que fez a cobertura do evento levou a amiga, que

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tempo depois passou a ser a esposa dele, Nanda Gagliastri. “Após a exposição, voltei para os EUA, ficamos nos comunicando por cartas e, em sete meses, retornei ao Brasil para ficar”, conta. Como sempre tinha clientes no país, não teve grandes dificuldades ao retornar ao mercado, pois mesmo estando fora, recebia encomendas de esculturas e troféus, como recebe até hoje, atendendo o conceito passado pelo cliente, assim como o tradicional troféu do Guerreiro do Comércio, planejado exclusivamente para premiar os destaques empresariais Paranaenses indicados pela Fecomércio, já na 8ª edição. Ao voltar ao Brasil, idealizou portais monumentais para entradas de cidades, como em Santa Fé (PR) e São Francisco do Sul (SC). As cidades de Lages, Arapongas e São Paulo contam com enormes monumentos, com medidas entre 8m a 12m, além de outros tantos fixados em edifícios, condomínios e empresas.

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NANDA GAGLIASTRI

Seguindo a linha de sustentabilidade aplicada por Gagliastri, a esposa dele e designer de joias, Nanda Gagliastri, também se rendeu à criatividade aliada à beleza. Ela utiliza material semelhante ao usado por ele, como alumínio, reciclado, latão e pedras preciosas para fabricar braceletes e golas de encher os olhos femininos. Ela conta que a ideia surgiu para prestar uma homenagem ao marido, ao receber a medalha na França. “Fiz uma gola com o material usado por ele para eu usar no evento”, conta ela, que após o experimento não cessou o trabalho. Sua produção já participou de desfiles e foi usada por artistas consagrados, como Luiza Brunet, Ana Hickmann e Elton John. “Convidei Luiza Brunet para ser madrinha de um projeto meu, que contará com o trabalho de catadores de latinha para o auxílio na produção de minhas peças”, conta Nanda. T


Investimento Gastronomia

Pratos à mesa Mise en place, tradição e símbolo de distinção social Texto: Karla Santin | Fotos: Ivo Lima

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alheres, pratos e taças vão além de seu papel funcional. Eles possuem forte caráter simbólico e ainda hoje são aparatos de distinção social. De acordo com a arqueóloga e doutora em História Social, Tania Andrade Lima, a impressionante frequência com que fragmentos de louças são encontrados em escavações arqueológicas mostra que tais objetos foram intensamente incorporados à vida cotidiana. “No século XVIII, a aristocracia elegeu as porcelanas como um poderoso elemento de distinção, com a suntuosidade promovendo a discriminação social. Seu apelo visual e simbólico foi de tal forma intenso, que disparou um processo vertiginoso de consumo, absolutamente sem precedentes”, expõe em sua pesquisa sobre a arqueologia histórica no Rio de Janeiro, no século XIX. Nesta época, a sala de jantar era um espaço de exibição, um palco onde a burguesia emergente ostentava seu poderio econômico, desfalcada, porém, dos bons modos da tradicional aristocracia, vindos de berço.

Mise en place apresentada pelo Senac durante a Feira da Louça de Campo Largo

Instrutor do Senac, Gilberto Pereira Dias

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A louça é, em geral, associada à esfera feminina. No entanto, não foi assim no século passado. Como os jantares e almoços eram o pretexto para encontros de negociações e manifestações de poder, evidentemente deveriam ser controlados pelos homens. “O dono da casa comandava o espetáculo, liderando o cortejo que levava os convidados à mesa, servindo os alimentos, trinchando os assados, conduzindo a conversação”, explica Tania. Os tempos são outros, com refeições feitas às pressas, os congelados e os sanduíches integram o cardápio doméstico. Mas a tradição de uma mesa bem composta não mudou. Os momentos solenes e especiais ainda são regidos pelas normas de etiqueta e demandam uma mise en place impecável, esclarece o instrutor do Senac, Gilberto Pereira Dias. A palavra de origem francesa, assim como boa parte das normas do bem servir, significa literalmente “colocar no lugar”, ou seja, preparar o local para o que acontecerá.

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Gastronomia Investimento

Igor Kosiski

O instrutor do Senac esclarece que, em um restaurante, a principal função da mise en place é deixar o ambiente agradável, melhor apresentável para os clientes e facilitar o trabalho dos garçons e de toda a brigada de serviço. “Uma mesa bem posta, bem organizada, faz com que os convidados tenham ideia do que será servido, pelas características dos talheres, dos guardanapos ou das taças ele consegue antecipar qual será o menu”, relata Dias.

DEMONSTRAÇÃO Para desmistificar a premissa de que a arrumação de uma mesa é algo complexo e restrito, o Senac Paraná promoveu duas demonstrações de mise en place durante a Feira da Louça, realizada

em Campo Largo, no mês de setembro. Não poderia ter escolhido local mais propício, afinal a cidade é líder nacional na produção de cerâmicas. “As indústrias instaladas em Campo Largo fabricam 90% das porcelanas brancas de mesa nacional, 83% das porcelanas da América Latina, 40% das cerâmicas de mesa nacional, 40% das cerâmicas para eletromecânica e ainda 14 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos ao ano”, informa o presidente do Sindilouça/PR, realizador do evento, José Canisso.

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Decorador e organizador de eventos, Rodrigo Ono

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VALORIZAÇÃO DA GASTRONOMIA

Uma mesa bem apresentada, com talheres e taças dispostos adequadamente, combinados com um belo jogo de porcelana, faz qualquer refeição ser ainda mais apetitosa. Para o decorador e organizador de eventos, Rodrigo Ono, uma festa bem organizada e produzida, mesmo com uma linda decoração, não será lembrada se não tiver uma excelente gastronomia. Harmonizar os dois elementos essenciais de um evento social, a gastronomia e a decoração, é o segredo da empresa comandada por Rodrigo há 16 anos. “As pessoas primeiro apreciam com os olhos, depois pelo paladar. A apresentação de uma mesa valoriza a gastronomia e deve aliar elegância e o conforto do convidado”, aconselha. O expert na organização de casamentos relata que seus clientes geralmente se preocupam com a louça e como será a composição da mesa, pois querem que seus convidados apreciem e se sintam à vontade à mesa. Normalmente sugerimos ao cliente de acordo com o projeto desenvolvido para a festa, mas a escolha final é do cliente. Receber bem não é privilégio de poucos. Uma mesa bem arrumada nem sempre requer grandes produções e é possível usar recursos simples para embelezar uma refeição feita em casa. “Uma mesa bem arrumada requer elegância e não luxo”, sugere Ono. T


Investimento Perfil

Ela causa inveja a qualquer jovem Vôlei, pilates, hidroginástica, natação, alongamento e caminhada. Esta é a lista de esportes praticados pela senhora com alma de menina Texto: Karen Bortolini | Fotos: Walter Alves

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inônimo de determinação, saúde e vida longa, Tereza Maria Scuissiatto é frequentadora assídua do Sesc há 10 anos, de segunda a sexta-feira, mas já foi cliente em datas próximas à fundação da entidade. Nesta última década ela está concentrada à pratica do vôlei adaptado com bola agarrada e alongamento na unidade Centro. A senhora de 83 anos, com aparência de pouco mais de 60 e espírito de moça, conta que sempre almoçava no Sesc, e que um dia uma amiga dela, que já praticava a modalidade incentivou a iniciar. “Nunca mais parei. Estava deprimida com o falecimento do meu filho e precisava de uma atividade para me motivar, me distrair. Foi o que me ajudou muito, pois além de praticar o esporte, a atividade me ocupava o pensamento, saía de casa todos os dias, fazia amizades, encontros sociais”, conta. Ela, que também faz caminhada e é adepta da natação, hidroginástica e pilates, conta que seu interesse pelo esporte nasceu quando menina, nas aulas de Educação Física no colégio de freiras. Mas a paixão se intensificou aos 20 anos, ao iniciar no basquete. “Iniciei na turma fundadora do time de basquete do Sesc, quando a

sede ainda ficava na Rua Carlos de Carvalho, em Curitiba”, relembra. Tempo depois, ela se afastou temporariamente do Sesc, mas nunca da atividade física. Após voltar para o Sesc, ela participa não só do vôlei, do alongamento e do Dia do Desafio, como de outras ações de saúde, como campanhas preventivas. A instituição passou a ser um ponto de concentração para cuidar não só da saúde física e mental, mas também da sua vida social. “Nestes dez anos consegui fazer muitos amigos. Essa amizade se estendeu fora daqui. Fazemos churrascos, confraternizações de fim de ano, visito minhas amigas em casa e elas vêm na minha”, conta Tereza, que mora sozinha, mas afirma que com toda essa movimentação não sente solidão. Antes da aposentadoria, em 1993, foi assistente social por 40 anos, trabalhando com a comunidade. “Destinei este período para cuidar da minha qualidade de vida”, conta.

BENEFÍCIOS DO ESPORTE

“O esporte é minha vida, uma renovação diária. Se não existisse eu fundaria uma modalidade só para poder praticar. Quando entro

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Investimento Perfil em quadra automaticamente entro em um universo maravilhoso”, conta ela, que não se imagina sem atividade física. Certamente, se Tereza não cuidasse tanto de sua saúde com a prática esportiva, seus reflexos, agilidade e vitalidade não seriam os mesmos. Como exemplo do combate ao sedentarismo, ela convida a todos que estão “parados” a praticar qualquer esporte. “Nunca é tarde para parar e nunca é tarde para começar.

CAMPEONATO

O vôlei adaptado, praticado por senhoras e senhores clientes do Sesc, é uma brincadeira levada a sério. Os times estão se preparando para um campeonato que ocorrerá em novembro, com disputas entre os times das unidades. “É um dia inteiro de festa. Todos se concentram no Sesc Centro e os jogos são realizados ao longo do

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Acho que vou continuar até uns 90 anos. Tá bom né?”, brinca. A atleta da terceira idade conta que uma modalidade ajuda a outra. No vôlei pratica concentração, trabalho de braço e condicionamento, que dão resistência e força para a natação. Além disso, a modalidade coletiva trabalha o coleguismo, o espírito de equipe e é claro, uma pitada de competitividade. Tamanha disposição é de causar inveja a qualquer jovem.

dia. Ao fim, independe do resultado, todos ganham em ter participado”, descreve. Tereza encerra com um agradecimento especial pelo cuidado e paciência do professor, treinador, de sua equipe, Marcelo Sales. “Não é fácil lidar com um grupo da terceira idade, e ele faz isso muito bem. Com carinho e atenção com cada um de nós”. T


Investimento Case de Sucesso

Santa cozinha Instalado no bairro São Francisco, em Curitiba, o bar de comida mexicana La Santa aposta no clima undergound e conquista cada vez mais adeptos da boa gastronomia com preço justo Texto: Carolina Lara | Fotos: Walter Alves

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naugurado em abril, o La Santa Bar y Cocina Mexicana, situado no bairro São Francisco, em Curitiba, tem cara e clima de bar, mas com foco na gastronomia. Comandado por cozinheiros profissionais, os sócios e amigos de infância Felipe Mazzarotto (foto) e Rithiele Massaneira, o La Santa aposta no conceito de comida de rua, com serviço rápido e bem-humorado. Apesar de remontar a uma amizade antiga, a história aqui começa no momento em que Felipe decidiu fazer

o curso de Cozinheiro, no Senac Curitiba. Biólogo de formação, com pós-graduação em Ecologia, o hoje cozinheiro estava insatisfeito com o mercado de trabalho para a sua área de atuação. A decisão veio como uma resolução para o ano de 2012. Felipe queria aprender algo que pudesse usar em qualquer lugar do mundo. Decidiu então fazer um curso de Cozinha e escolheu o Senac. “Eu queria um curso que me profissionalizasse rápido para que eu pudesse entrar logo no mercado de trabalho”, contou.

Felipe só não sabia que, antes mesmo de iniciar o curso, as propostas de trabalho apareceriam. “Fiz um currículo no qual escrevi que era aluno inscrito no curso do Senac. Disparei para as vagas de cozinheiro e me chamaram para umas sete oportunidades”. Assim, dois meses antes do início do curso, e sem experiência, Felipe foi contratado pelo Bar do Vitor. Depois de alguns meses foi juntar-se ao atual sócio, no Café Brooklyn.

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Case de Sucesso

Foi em novembro de 2012 que os amigos começaram a dar corpo ao projeto do negócio próprio. A escolha do local, na Rua Paula Gomes, não foi por acaso. Foi nessa rua que os amigos moraram

PÚBLICO

A inauguração do La Santa ocorreu depois de quatro meses. No início, atraía pessoas que já frequentavam a região, mas após figurar como segundo Bar Revelação do Ano na Revista Veja Comer e Beber de Curitiba, o público se diversificou e grupos empresariais e famílias passaram a frequentar o local. Apesar do espaço ser pequeno – com 30m² o bar comporta apenas 22 pessoas sentadas – o La Santa chega a servir 200 pratos em uma noite. Isso

e conviveram durante 13 anos. “A ideia era criar um conceito de comida mexicana de rua para fazer parte do circuito cultural do bairro”. O nome La Santa foi inspirado na Santa Muerte, a santa underground do

México, conforme explicou Felipe. “É a santa dos renegados, dos esquecidos, dos bandidos e dos mais necessitados. O conceito da nossa cozinha gira em torno disso, é um balcão que fica quase na rua”.

porque comer em pé não é um problema para quem ficou fã da comida, servida de forma rápida e simpática pelos próprios donos. Com o esquema de pré-preparo – a cocção dos alimentos é feita diariamente antes da abertura da casa – os pratos ficam prontos em um minuto e meio. O cliente escolhe entre Tacos, Nachos ou Burritos, seleciona uma proteína e mais três acompanhamentos. O resultado é a possibilidade de 1.830 diferentes combinações. Nesse formato, os pratos custam entre qua-

tro e quinze reais. Para acompanhar, chope e cervejas especiais compõem o cardápio, que fica completo com a sobremesa tradicional do México: churros de doce de leite. Os planos para o futuro são muitos, mas por enquanto Felipe prefere ir com calma, sem perder o cerne do negócio idealizado para ter personalidade. “A gente tem muito interesse em expandir, mas não queremos sair daqui para não perder essa essência. O cantinho é pequeno, mas recebemos muitos elogios.” T

SERVIÇO: La Santa Bar y Cocina Mexicana | Rua Paula Gomes, 485 │ Curitiba - PR | Telefone: (41) 3232-8899

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SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

setembro | outubro 2013


O FUTURO É O NOSSO DESTINO. A Fecomércio representa o fortalecimento do comércio paranaense. Ela é a garantia institucional de que o comércio paranaense estará sempre em desenvolvimento, contribuindo para o empreendedorismo e a expansão das suas atividades econômicas.

Veja abaixo alguns dos programas que ela desenvolve.

FORTALECIMENTO E UNIÃO DO EMPRESARIADO São 60 sindicatos filiados. A instituição estabelece ações junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na defesa das empresas do comércio de bens, serviços e turismo em uma atuação integrada ao Sesc e Senac.

CERTIFICADO DIGITAL Uma parceria com a Certisign. A certificação digital que a Fecomércio PR oferece é a solução para sua segurança no mundo virtual.

GUERREIRO DO COMÉRCIO O troféu Guerreiro do Comércio destaca anualmente empresários e líderes de sucesso ligados aos sindicatos filiados à Fecomércio PR.

PROGRAMAS O programa Varejo Mais é realizado em parceria com o Sebrae. O programa, desenvolvido com a finalidade de melhorar o desempenho das empresas paranaenses, é aberto às micro e pequenas empresas.

MISSÕES EMPRESARIAIS CÂMARAS SETORIAIS As câmaras setoriais são órgãos consultivos que auxiliam na concepção, formulação e execução das políticas direcionadas para o fortalecimento e ampliação das competitividades do mercado.

Grandes objetivos precisam de grandes facilitadores. Para isso, a Fecomércio coordena rodadas de negócios, encontros e missões empresariais.

PESQUISAS: CONJUNTURAL E DE OPINIÃO

IFPD O Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento promove ações de natureza educacional, na área de pesquisa e na coordenação de programas de estágio.

Realizada mensalmente, a pesquisa conjuntural apresenta os resultados do comércio varejista no Paraná. Já a pesquisa de opinião coleta e divulga, por semestre, as perspectivas e opiniões do empresariado.

Faça parte você também desta parceria que dá resultado.

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