Revista Fecomércio PR - nº 119

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Perspectivas e contrapartidas E

Os dados demonstram que o Porto de Paranaguá atua no limite do limite de suas possibilidades. Exige investimentos expressivos para permitir uma operação com a mínima margem de segurança, mas tanto o governo estadual quanto federal não possuem recursos para nada – quando muito, apenas para o próprio custeio. A solução será o investimento privado, caso o programa de privatizações avance, o terminal graneleiro de Paranaguá seja concedido e as obras, enfim, realizadas. A via aeroportuária passa pelo mesmo processo. A decantada terceira pista do Aeroporto Afonso Pena, fundamental para torná-lo capaz de receber aeronaves de grande porte, desapareceu em meio ao nevoeiro gerado pelas desapropriações das áreas necessárias para a ampliação. A construção de outro terminal, no segundo planalto, ainda não decolou por insegurança dos investidores, em dúvida quanto os rumos da economia nacional. Na questão do transporte interno, a questão é angustiante em ambos os modais. A modernização de rodovias e ferrovias anda devagar, quase parando. Há riscos de estrangulamento, problemas com a segurança e, pairando como um fantasma, o recorrente problema do pedágio, este no caso das rodovias.

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Gilson Abreu

nquanto os índices seguem apontando para uma retomada da atividade econômica plena, vivemos uma era de dificuldades nos investimentos estatais. Foi o que afirmei dias atrás em artigo para o Boletim da Fetranspar. O G7, ente que une o setor produtivo do estado, vem manifestando sistematicamente seu sentimento de apreensão com o exaurimento da infraestrutura do estado. Enquanto a produtividade eleva-se em todos os segmentos da atividade econômica, demandando capacidade cada vez maior de transporte, escoamento, distribuição e armazenamento das riquezas geradas, os itens que compõem o complexo infraestrutural estão esgotados. Tão discutido quanto postergado, o assunto pedágio está dividido em duas vertentes: a tarifa a ser cobrada e as obras de duplicação exigidas. A lógica do crescimento exige que nenhum custo seja imposto ao empresariado antes da execução de qualquer investimento. Precisamos partir deste princípio, sem o qual não haverá condições de avançar na solução do tema. O setor produtivo tem feito a sua parte, colocando a economia paranaense em patamares sempre crescentes. Falta o suporte, compromisso de resolver os gargalos – alguns, de tão antigos, comemoram décadas de postergação. Nesta edição o leitor tem a comprovação de que o Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná segue investindo, oferecendo serviços de educação, saúde, cultura, esporte, lazer e ação social em tempo integral. Nós, assim como as demais entidades que compõem o Sistema S no Paraná, vislumbramos o cenário com destemor, sem jamais esquecer que a economia paranaense é movida à tecnologia e às perspectivas de futuro. Não pode se tornar passageira de uma lenta carruagem que a reduza a simples abóbora.  Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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ÍNDICE

16 CAPA

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

29 OTIMISMO

46 CULTURA

Retomada da confiança

Arte que reverbera

30 PESQUISA

50 ENTREVISTA

Varejo paranaense fecha 1º semestre com baixa de 2,64%

Vidas refugiadas

32 HISTÓRIA

54 LITERATURA PARANAENSE

Tradição no comércio de presentes finos

Escrever, necessidade orgânica em Curitiba

35 SINDICATO

60 RESPONSABILIDADE SOCIAL

Novos desafios e novos objetivos

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Recorde de solidariedade

Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andar

5 NOTAS

36 E-COMMERCE

62 INAUGURAÇÃO

11 TURISMO

O desafio da venda na Era Digital

Sesc inaugura banco de alimentos do Mesa Brasil

CEP 80410-001 Curitiba PR 41 3883-4500 NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

Passaporte Turístico

12 DEBATE João Doria palestra em Curitiba

14 RELAÇÕES INTERNACIONAIS

jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530

38 SINDICATO

64 ESPORTE

Para o crescimento do setor calçadista

Atestado médico, exigência de saúde

39 GASTRONOMIA

66 SAÚDE

O essencial que surpreende

Sesc Saúde da Mulher inicia atendimento

Integração entre consulados

www.fecomerciopr.com.br | issuu.com/fecomerciopr www.sescpr.com.br | www.pr.senac.br

SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR Presidente: Darci Piana SESC PR

42 INVERNO Embaixada do Senegal visita o Paraná

Culinária para dias frios

44 CULINÁRIA PARANAENSE Gastronomia Regional do Paraná no Rio e em Brasília

Puchero espanhol, prato servido pelo Senac PR, no Festival de Inverno

68 SINDICATO

SENAC PR

Representatividade do comércio platinense

Diretor Regional: Vitor Monastier

69 ARTIGO

REVISTA FECOMÉRCIO PR

A Reforma Trabalhista

ANO XVII Nº 119 julho | agosto 2017

Bruno Tadashi

27 DIPLOMACIA

Diretor Regional: Emerson Sextos

Núcleo de Comunicação e Marketing Coordenador Geral: Cesar Luiz Gonçalves Jornalismo Coordenador: Ernani Buchmann Jornalista Responsável Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157 Redação e Revisão: Fernanda Ziegmann, Isabela Mattiolli, Karen Bortolini, Karla Santin e Silvia Bocchese de Lima Estagiários: Ana Beatriz Luz e Lucas Lavor Fotos: Bruno Tadashi e Ivo José de Lima DRT-PR 9999 Arte e Diagramação: Vera Andrion DRT-PR 10260 Impressão: Ajir Artes Gráfica e Editora Ltda. Curitiba PR | Tiragem: 10 mil exemplares

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NOTAS

Bispo de Jacarezinho visita Sesc e Senac

Café do Paço em destaque O Café-escola do Paço, em Curitiba, recebeu o Certificado de Excelência 2017 do Trip Advisor, maior site de viagens do mundo, que oferece aos viajantes as experiências de outros usuários na hora de escolher onde ficar, qual voo pegar, o que fazer e onde comer. O Café do Paço, ao longo do ano, recebeu constantemente ótimas avaliações de seus usuários o que conferiu a certificação.

BOM GOURMET

O gerente executivo do Senac Jacarezinho, Antenor de Matos; o Bispo Diocesano, Dom Antonio Braz Benevente; o gerente do Sesc Jacarezinho, Dimas Fonseca; o pároco da Catedral de Jacarezinho, Padre Antonio Carlos Pinheiro, e o radialista João Teodoro da Silva

No início de julho, o Bispo da Arquidiocese de Jacarezinho, Dom Antonio Braz Benevente, visitou a unidade integrada do Sesc e Senac do município. Ele elogiou o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR pelo trabalho que incentiva o Turismo Religioso no Paraná, sobretudo na chamada Rota do Rosário – percurso que interliga 30 cidades da região da Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi) e que faz parte da Diocese de Jacarezinho. Em junho, o Sesc Jacarezinho e o Núcleo de Santo Antônio da Platina promoveram uma excursão do Turismo Social ao Santuário São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes – local de peregrinação que faz parte do roteiro – com a participação de 36 pessoas.

Falando em premiação, o Cappuccino Brasileiro do Café do Paço foi indicado ao Prêmio Bom Gourmet 2017, do jornal Gazeta do Povo, na categoria Sabor Especial – Café. O Cappuccino Brasileiro é uma releitura do café clássico que leva leite vaporizado montado sobre o café espresso saborizado e aromatizado com cacau e canela. O vencedor desta categoria foi o Café Espresso (menu amarelo), do Supernova Coffee. De acordo com a assistente de gerente do Café do Paço, Manoela Marchesini Taques Pizarro, a indicação à premiação já é motivo para comemorar. “O fato do Café do Paço ter sido lembrado e participado deste seleto grupo de cafeterias indicadas já nos deixa muito orgulhosos. Afinal, foram apenas nove em meio a tantos cafés em Curitiba”, avalia. O voto de indicação do Café do Paço para a premiação foi feito pelo presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Gláucio Geara, um dos nove jurados da categoria Café.

O Sesc da Esquina foi palco do 1º Festival Paranaense de Viola (1/9). O evento reuniu grandes nomes da viola no Paraná, como Cláudio Avanso, Fernando Deghi e Rogério Gulin. Foram apresentados no espetáculo 16 composições, interpretadas por grupos, duplas e solistas. O Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná foi apoiador do evento. O presidente Darci Piana esteve presente e destacou a importância da música caipira na cultura paranaense.

Bruno Tadashi

Sesc da Esquina recebe o 1º Festival Paranaense de Viola

Entre as músicas, foi realizado um bate-papo com Alexia Marli Dias, filha do violeiro Tião Carreiro, da dupla Tião Carreiro e Pardinho, contando histórias sobre a dupla, uma das pioneiras na música sertaneja de raiz. O destaque à viola caipira vem sendo impulsionado por ações do Deputado Evandro Roman, membro da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. Por iniciativa de Roman, foi instituído o Dia Nacional da Música e Viola Caipira. Foi nessa data que nasceu Cornélio Pires, jornalista, escritor, folclorista e empresário brasileiro, criador do primeiro grupo musical de raiz caipira do país.

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NOTAS

Ivo Lima

Ecos no Seminário de Embalagem & Sustentabilidade

Paulo Nauiack destacou os resultados do projeto Ecos no seminário

O Projeto Ecos foi tema de palestra proferida pelo vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo Nauiack, que integrou a 1ª edição do Seminário de Embalagem & Sustentabilidade. O evento contou com a parceria da ABRE, e ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto, no prédio do Sistema FIEP, em Curitiba. Nauiack, acompanhado do coordenador do projeto no Sesc Paraná, Fabrício Braga, falou sobre a trajetória do Ecos. Em três anos,

período de implantação no Departamento Regional do Sesc, o Ecos resultou na economia de 31% de energia, 28,64% de água e 33,42% de redução de copos descartáveis. Neste ano, ações foram implementadas como a coleta seletiva, o Espaço Ecos, a Sexta Sem Elevador, o projeto de troca de lâmpadas pelas de LED, a Campanha de coleta de pilhas e baterias, a parceria com o Instituto Barigui para doação de papel, e o ponto de coleta de óleo.

SEMINÁRIO DE EMBALAGEM & SUSTENTABILIDADE O Seminário promoveu debates entre representantes de entidades envolvidas na temática, da indústria e do comércio. Participam profissionais e acadêmicos que discutem sobre projetos de embalagens sustentáveis; sustentabilidade na cadeia de fornecedores, reciclagem de embalagens; e Conscientização do consumidor sobre o ciclo de vida e o bom uso das embalagens.

Ivo Lima

A história dos municípios no Sesc Brincando nas Férias Duas mil crianças participaram da edição de inverno do Sesc Brincando nas Férias. Vinte e três unidades de serviço do Sesc PR ofertaram atividades educativas e lúdicas a crianças de seis a 12 anos, no mês de julho. Com o tema “A história dos municípios”, a programação do evento fez um resgate histórico das cidades, apresentando pontos turísticos e valorizando a cultura local, com contação de histórias, oficinas e visitas guiadas.

Participantes de Curitiba durante a visita ao Sesc Paço da Liberdade

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Em Curitiba, as crianças inscritas nas atividades oferecidas pelo Sesc da Esquina e pelo Sesc Portão tiveram a oportunidade de ir até o Sesc Paço da Liberdade e conhecer a história do edifício centenário que é um dos cartões-postais da capital. O grupo foi recebido pelos colaboradores da unidade cultural do Sesc PR, que realizaram visitas guiadas na parte interna e externa do prédio. As crianças também participaram de oficinas de estêncil, assistiram a um filme e tiveram noções sobre Educação Patrimonial, já que o Paço é o único imóvel da cidade tombado nas três instâncias de proteção histórica: municipal, estadual e nacional.

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Diretora de Ministério de São Tomé e Príncipe visita Sesc e Senac A diretora geral de Turismo e Hotelaria do Ministério de Finanças, Comércio e Economia Azul de São Tomé e Príncipe, Mirian Daio, visitou as unidades do Sesc e Senac em Foz do Iguaçu acompanhada do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, no início de julho. A visita se deu devido à reunião de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Foz do Iguaçu, durante o 12º Festival de Turismo das Cataratas. Piana apresentou as instalações e explanou sobre as ações do Sistema no Paraná. “Temos algo semelhante a isso em nosso país, porém é subaproveitado. Estou maravilhada com tudo. Vou embora com muitas ideias”, destacou a diretora.

A auxiliar administrativo da Fecomércio PR, Waldirene Meneguetti; o gerente executivo do Sesc Foz do Iguaçu, Luiz Langoski; o presidente do Sindilojas Foz do Iguaçu, Carlos Nascimento; a diretora geral de Turismo e Hotelaria do Ministério de Finanças, Comércio e Economia Azul de São Tomé e Príncipe, Mirian Daio; o presidente Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, e o gerente executivo do Senac Catartas, Lúcio Marcelo Chrestenzen

Fecomércio PR recebe representantes da Confederação Argentina da Média Empresa Ivo Lima

No início do mês de julho, a Fecomércio PR recebeu representantes argentinos durante encontro da Confederação Argentina da Média Empresa (Came). O evento teve como objetivo fortalecer os laços bilaterais entre os países, bem como discutir novas oportunidades de negócios entre o Brasil e a Argentina. De acordo com Fabián Tarrio, a Came está presente em todas as províncias argentinas, representando um universo aproximado de 700 mil empresas. “Seus dirigentes vêm ao Paraná conhecer as características do estado e o perfil das instituições, visando ao desenvolvimento de ações futuras de mercado, especialmente relacionadas com as pequenas e médias empresas paranaenses”, afirmou. O Paraná conta hoje com 697 mil empresas do comércio de bens, serviços e turismo que representam 67% do PIB (Produto Interno Bruto). “Nossa grande preocupação é a sustentabilidade dessas empresas, para que continuem trabalhando, gerando empregos e riquezas. Certamente essa parceria trará excelentes resultados em nossas relações bilaterais”, disse o presidente Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana.

O presidente de Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, e o presidente da Came, Fabián Tarrio

Participaram do encontro, o presidente de Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o presidente da Came, Fabián Tarrio; do secretário de Comércio Exterior, Ricardo Diab; do secretário de indústria, Pedro Cascale; do cônsul adjunto da Argentina em Curitiba, Carlos Nazareno

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Ayala; do diretor de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes, e demais diretores do Sistema Fecomércio.

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NOTAS

Bruno Tadashi

Autoridades de Bela Vista do Paraíso e do Sesc PR assinam acordo

Ao fundo: o assessor jurídico do Sesc PR, Carlos Sotti; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico no Estado do Paraná (Sindióptica Paraná), José Alberto Pereira; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval Londrina e Região), Roberto Martins; o presidente do Sindicato dos Salões de Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares do Estado do Paraná, Antonio Carlos Parieti; o presidente da Câmara de Vereadores de Bela Vista do Paraíso, Rondinele Beluci Meira; a vereadora Elisete Fernantes Vilaça Amaral; o vereador Donizete Teodoro Fernandes; o vereador Jean Palú; a vereadora Lúcia Darcin; a vereadora Isabela Garcia Gasparelli; a engenheira civil, Rosângela Rabello; o vereador Alex William Rumachella Pinheiro. À frente: o prefeito de Bela Vista do Paraíso, Edson Vieira Brene; o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, Alex Canziani; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; e o diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, e o diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos, receberam, em agosto, a visita da comitiva de representantes legislativos do município de Bela Vista do Paraíso, comandada pelo prefeito Edson Vieira Brene e pelo deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, Alex Canziani. Na oportunidade, foi assinado o documento que formaliza o interesse do Sesc PR em receber em doação o imóvel do teatro municipal “Geraldo Moreira”, localizado no município de Bela Vista do Paraíso. O teatro, de 953,07 m2, construído no formato do avião 14 Bis, de Santos Dummont, foi inaugurado na década de 1960. De acordo com o presidente Piana, caberá ao

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Sesc PR, após a formalização da doação por meio de lei municipal, a reforma, reciclagem, instalação e administração de uma unidade de serviços do Sesc PR. “As novas unidades do Sesc e Senac no Teatro Geraldo Moreira, em Bela Vista do Paraíso, integram-se ao projeto de expansão do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, levando nosso conhecimento e nossas especialidades às populações das cidades paranaenses. Após a formalização da doação, o local será reformado para que suas instalações sejam readequadas. Ao mesmo tempo em que será retomada a programação teatral, o Sesc oferecerá serviços de educação, saúde, esportes, lazer e ação social. No lado oposto do edifício, o Senac realizará cursos de educação profissionalizante para os habitantes da cidade e da região. O início das obras deve ocorrer no primeiro semestre de 2018, com

um custo estimado de R$ 3 milhões, aos quais devem ser acrescidos os custos de mobiliário e equipamentos internos”, destaca P. Para o deputado federal Alex Canziani, o município de Bela Vista do Paraíso está concretizando um sonho com a realização deste acordo. “Ter instituições de credibilidade e de prestígio como o Sesc e o Senac instaladas em Bela Vista do Paraíso é um privilégio que menos de 10% dos municípios do Paraná têm. Toda a cidade e região têm a ganhar com isso, em bem-estar, qualidade de vida, qualificação e capacitação”, pontua o deputado federal. Com este repasse, o prefeito de Bela Vista do Paraíso acredita estar atendendo ao clamor da população local que pede pela transformação do espaço.

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NOTAS

Cascavel é a décima cidade paranaense a passar pelo Programa de Revitalização de Espaços Comerciais, parceria da Fecomércio PR, Sebrae/PR e poder público que vem transformando ruas tradicionais do varejo.

Edison Lucas

Programa de Revitalização de Espaços Comerciais será implantado em Cascavel

O lançamento ocorreu em 21 de julho e reuniu mais de 150 pessoas, entre representantes de entidades públicas e privadas e empresários, na unidade do Senac Cascavel. A proposta inicial é atender 250 empresas no entorno da Avenida Brasil, no quadrante entre as ruas Paraná e Rio Grande do Sul, Sete de Setembro e Barão do Cerro Azul/Antônio Alves Massaneiro. A proposta favorecerá a implantação de novas práticas comerciais para atrair consumidores e tornar a região um espaço de compra e lazer para os moradores e visitantes de Cascavel. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, que participou do evento, o projeto não muda apenas o visual das lojas. “A nossa missão aqui é que o empresário desenvolva, primeiro, o modelo de gestão do negócio, o que será conduzido pelo Sebrae. O segundo aspecto a ser trabalhado será a melhoria no ambiente comercial; no terceiro ponto, o Senac fará o papel de qualificação da mão de obra dessas lojas e o Sesc assessorará as famílias dos funcionários dessas empresas. Todos ganharão com esse programa”, afirmou Piana. “Como um apaixonado por gestão pública, comemoro muito esta conquista para Cascavel, que é, hoje, a décima cidade a receber esse projeto de revitalização. Receber essas ‘marcas’ aqui (Fecomércio PR, Sebrae/PR) é, ao mesmo tempo, satisfação e responsabilidade”, destacou o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos. Com entidades engajadas, é preciso o envolvimento dos empresários da região que acolhe o projeto em Cascavel. “O projeto só tem resultado com o envolvimento claro e ativo dos empresários. Funciona como um somatório de forças para os empresários que trabalham

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Da esquerda para a direita: o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cascavel (CDL), Samoel Antonio de Mattos Junior; o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), Edson Vasconcelos; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná (Sinfarma), Nelcir Ferro; o diretor de Operações do Sebrae Paraná, Julio Cesar Agostini; o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta; o presidente do Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região (Sindilojas), Paulo Beal; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos de Cascavel (Sincopeças), João Valdenir Schemberg; a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Cascavel (CMEG), Julia Emiko Inomata, e o presidente da Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Oeste do Paraná (Amic Oeste), Celso Benedito Bevilacqua

todos os dias. Nossa missão aqui é motivá-los para se capacitar, oferecendo ferramentas para melhorar a gestão e o resultado das empresas”, enfatizou o diretor-superintendente do Sebrae/ PR, Vitor Roberto Tioqueta. Ao aderir ao projeto de melhoria, os empresários devem participar de um total de 107 horas de capacitações coletivas e 41 horas de consultorias individuais. Os temas programados são diversos, desde tendências de varejo, planejamento estratégico, gestão de pessoas, processos, gestão financeira, atendimento,

marketing, coaching, indicadores de resultados, dentre outros temas. Além de Cascavel, o Programa de Revitalização de Espaços Comerciais, também já foi implantado nos municípios de Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa, Londrina, Matinhos, Castro, Francisco Beltrão, Maringá e Marechal Cândido Rondon. (Com informações de Juliana Dotto – Assessoria de Imprensa Sebrae/PR)

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NOTAS

Lucas Lavor

Um dia para falar de cursos técnicos 12 de julho foi o dia de falar sobre o mercado de trabalho para os cursos técnicos. Todas as unidades do Senac do Estado realizaram uma série de palestras sobre o assunto, a fim de orientar a população sobre cada curso técnico ofertado. A qualificação técnica é considerada o grande gargalo do país. E tem muita empresa em busca de profissionais com esse tipo de formação. Por isso os bate-papos contaram com a participação de representantes de empresas, que explicaram o perfil profissional desejado, dia a dia da ocupação e faixa salarial.

O gerente executivo do Senac São José dos Pinhais, Denny Enzo Yamashita, falou da programação de cursos técnicos a alunos da Guarda Mirim. O diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, acompanhou algumas palestras realizadas na unidade

alcançando níveis de procura bastante elevados e isso aumenta nossa responsabilidade nesses cursos voltados para a capacitação para o comércio”, analisa.

De acordo com o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, o objetivo das palestras foi expor o potencial de empregabilidade dos cursos técnicos oferecidos pela instituição. “O curso técnico, durante muito tempo, foi diminuído, não recebeu sua devida importância e dadas suas características de curta duração e de procura pelo mercado, hoje os cursos técnicos estão

As palestras foram direcionadas a estudantes do Ensino Médio, alunos do próprio Senac, usuários do Sesc, empresários e para a comunidade em geral. As unidades do Senac

receberam um público de aproximadamente 4,3 mil pessoas. A ação do dia 12 de julho fez parte da campanha para divulgação dos cursos técnicos do segundo semestre, que ofertou mais de quatro mil vagas em cursos técnicos presenciais e a distância, cujas turmas tiveram início em agosto.

Bruno Tadashi

Diretor regional do Senac PR recebe comenda Tropeiro da Lapa

O diretor regional do Senac Paraná, Vitor Monastier, recebeu a comenda das mãos da presidente do Instituto Histórico e Cultural da Lapa, Maria Inês Pierin Borges da Silveira

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O diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier, recebeu a comenda Tropeiro da Lapa, do Instituto Histórico e Cultural da Lapa. A condecoração ocorreu em 19 de julho, no Theatro São João, um dos mais antigos do Brasil, inaugurado no século XIX. A comenda é entregue a pessoas não nascidas na Lapa, mas que tenham história de participação no desenvolvimento da cidade. Monastier, nascido em Curitiba, passou infância e juventude na Lapa, na Fazenda Santa Amélia, propriedade da família na qual aprendeu o ofício de tropeiro, na lida diária com o gado. Também foi na Lapa onde conheceu sua esposa, Ana Maria.

Fecomércio filia mais dois sindicatos Na última reunião de diretoria da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná, realizada no dia 28 de agosto, foram aprovadas as filiações de mais dois sindicatos na base da Fecomércio: o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Paraná, que tem como presidente Justino Rodrigues da Fonseca; e o Sindicato das Empresas Cerealistas do Estado do Paraná (Sindicereal PR), presidido por Flávio Barbosa Andreo. Com essas duas novas filiações a Fecomércio PR passa a integrar 63 sindicatos filiados.

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TURISMO

Passaporte Turístico Com apoio do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Paranatur lança Passaporte Turístico, que promove quatro regiões turísticas do estado TEXTO: SILVIA BOCCHESE DE LIMA FOTO: IVO LIMA

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exuberância natural, a diversidade cultural, gastronômica, geográfica e de eventos faz do Paraná um local privilegiado para o turismo. Para auxiliar o viajante a conhecer novos destinos, a Paranatur lançou, com apoio do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, a primeira edição do Passaporte Turístico – Vitrine de Regionalização, durante a realização, em agosto, do 2º Salão de Turismo dos Campos Gerais. O Passaporte traz informações sobre os principais destinos turísticos de quatro regiões turísticas do estado: Campos Gerais, Corredores das Águas, Terra dos Pinheirais e Vales do Iguaçu. No total, 14 regiões turísticas paranaenses serão abordadas em quatro guias de bolso. “Trata-se de um instrumento para podermos divulgar, promover e incentivar a comercialização de novos produtos turísticos. O nosso desafio nos últimos dois anos foi o de trazer alternativas para os destinos já tradicionais como Foz do Iguaçu, Curitiba e Ilha do Mel”, salientou o diretor presidente da Paraná Turismo, Manoel Jacó Gimenes. Ele conta que o desafio da Paraná

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“São dicas que promovem o turismo interno e divulgam os destinos por região.” Diretor presidente da Paraná Turismo, Manoel Jacó Gimenes

Regiões Turísticas do Paraná u Campos Gerais u Cataratas do Iguaçu e Caminho ao Lago de Itaipu u Corredores das Águas u Ecoaventura, Histórias e Sabores u Entre Morros e Rios u Lagos e Colinas u Litoral do Paraná u Norte do Paraná u Norte Pioneiro u Riquezas do Oeste u Rotas do Pinhão u Terra dos Pinheirais u Vale do Ivaí u Vales do Iguaçu

Turismo é dar visibilidade aos destinos, divulgá-los e promovê-los, a partir dos próprios paranaenses. “Esta é uma mobilização para avançarmos na condição de ter o Paraná como um produtor de turismo”, conta. Além das dicas de destino, o passaporte traz informações sobre as distâncias, produtos turísticos, principais eventos e contatos das prefeituras ou secretarias de turismo. “São dicas que promovem o turismo interno e divulgam os destinos por região. As regiões, por sua vez, priorizam os municípios indutores do turismo regional, dando visibilidade para cidades que concentrem atrativos históricos, culturais, naturais, de aventura e gastronomia”, pontua Gimenes.  FECOMÉRCIO PR     11


DEBATE

João Doria palestra em Curitiba G7 e Universidade Positivo realizam palestra com o prefeito de São Paulo durante almoço debate com o apoio da Lide Paraná, com a participação de 450 empresários paranaenses TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTOS: IVO LIMA

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G7, grupo formado por entidades representativas do setor produtivo do Paraná, em parceria com a Universidade Positivo (UP) e apoio institucional do Lide Paraná, promoveu, no dia 3 de agosto, um almoço/debate com o empresário e atual prefeito de São Paulo, João Doria. O evento aconteceu no Salão de eventos da UP, no prédio da Pós-Graduação do câmpus Ecoville, em Curitiba. A palestra teve como tema a “Gestão Pública e gestão privada: a experiência e os possíveis choques” e reuniu mais de 450 lideranças de diferentes segmentos econômicos do estado do Paraná. Prefeito de São Paulo, João Doria

Durante o evento, Doria destacou que o Brasil precisa passar por uma transformação, criando um novo modelo de gestão pública, pautado na honestidade e eficiência. “O Brasil tem um enraizamento e uma defesa quase continuada de que é melhor deixar as coisas como estão do que transformá-las. Eu não acredito nisso”, disse. Segundo Doria, a estrutura estatal precisa ser enxuta, porém eficiente. “Precisamos de um Estado menor, um Estado mais eficiente, mais produtivo e mais focado na sua real necessidade de atender o que é

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imprescindível: saúde, educação, habitação popular, transporte coletivo, programas sociais e segurança pública”. O trabalho do G7 também foi mencionado por Doria. Ele destacou a necessidade de uma maior união da sociedade civil organizada. “É um fato positivo que as entidades empresariais do Paraná trabalham unidas. Isso não é normal, embora SEJA óbvio. É uma ação conjunta, dos diferentes setores, todos trabalhan-

do juntos mesmo que com defesas setoriais individualizadas, mas com o sentimento comum da defesa da livre iniciativa, do desenvolvimento econômico e do progresso social”. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, coordenador do G7, ressaltou a importância de fortalecer o diálogo entre empresários e administração pública. “A ideia é de que no próximo ano possamos realizar um grande congresso empresarial do Paraná. Precisamos conhecer a

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fundo as experiências e necessidades dos empresários. Encontros como esse nos possibilitam discutir os rumos do país”, explicou Piana. O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, também falou sobre a ideia de realizar novos encontros com lideranças para discutir os rumos do país. “Vivemos um momento de reconstrução depois de tantas maldades a que temos assistido ao longo do tempo e precisamos mesclar novas lideranças com outros líderes que pensem que a política deve ser mais participativa”, completou Campagnolo.

O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken; o presidente da Fecomércio PR, Darci Piana; o presidente da Faep e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Ágide Meneguette; o

Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, a presença do prefeito para falar ao setor produtivo paranaense é fundamental para promover o desenvolvimento. “O Brasil precisa da participação da sociedade, não adianta criticarmos o congresso nacional porque é nosso retrato, nós que os elegemos. Temos que nos organizar para eleger pessoas que possam nos representar. Infelizmente não podemos esperar o governo estadual, nacional e nem municipal para o desenvolvimento do nosso país, pois grande parte das arrecadações se recolhe para pagar folha de pagamento. Tem que ser através das concessões para conseguirmos desenvolver a situação econômica do país”, disse Meneguette.

presidente da ACP, Gláucio Geara; a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti; o prefeito de São Paulo, João Doria; o governador do Paraná, Beto Richa; a secretária Estadual da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa; o presidente da Fetranspar, Sérgio Luiz Malucelli; o presidente da Faciap, Marcos Tadeu Barbosa e o presidente da Fiep, Edson Campagnolo

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e coordenador do G7, Darci Piana,

O governador do Paraná, Beto Richa também participou do evento e falou sobre o desafio de conseguir meios para ampliar o percentual de investimentos. “Hoje temos tantas vinculações orçamentárias que não sobra quase nada para investir em favor da população. Procuro governar o Paraná como os empresários administram as empresas: cortando gastos e buscando eficiência na máquina pública”, disse o governador.

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durante abertura do evento

SOBRE O G7

Fazem parte do G7, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a Federação e Organização

das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e a Associação Comercial do Paraná (ACP). 

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Integração entre consulados Corpo Consular do Paraná agrega 43 consulados acreditados no Paraná TEXTO: KARLA SANTIN FOTOS: IVO LIMA

A

gregar consulados de países dos cinco continentes presentes no Paraná, promover maior aproximação entre seus membros e ampliar o intercâmbio cultural, econômico, turístico e social. Foram com estes objetivos que foi criada a Sociedade do Corpo Consular no Estado do Paraná, em 22 de janeiro de 1951, seis anos depois do fim da II Guerra Mundial. O ato também representou um esforço pela recuperação da irmandade entre os povos de lugares tão diferentes entre si, naqueles tempos de comunicação difícil e de ânimos tão abalados. Atualmente, a entidade denominada Corpo Consular do Paraná congrega 43, dos 46, consulados acreditados no Paraná, e é presidida pelo cônsul honorário da República Dominicana e da República da Albânia, Thomas Neves. A iniciativa de filiação deve partir do próprio consulado. Neves enfatiza que a finalidade do Corpo Consular é agregar os consulados e dar suporte aos cônsules, fazendo sempre valer e respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Consulares. “Damos suporte para cônsules, sejam eles honorários ou de carreira, principalmente quando são recém-nomeados, a fim de auxiliar no entrosamento

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Presidente do Corpo Consular, Thomas A. Amaral Neves

em meio à sociedade consular e à sociedade em geral”, explica ATIVIDADES

O Corpo Consular realiza reuniões

mensais, nas quais são debatidas pautas diversas, com exceção de política, como Neves faz questão de frisar: “O Corpo Consular é apartidário e não discutimos política em nossas reuniões”.

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A entidade também realiza dois jantares por ano: em junho, quando acontece a posse da nova diretoria, que se renova a cada dois anos, e em novembro, evento de confraternização e também de concessão de homenagens. “Em novembro passado, tivemos a honra de homenagear o juiz federal Sérgio Moro”, relata. Entre as homenagens concedidas pelo Corpo Consular estão medalhas e condecorações, e os diplomas de Honra ao Mérito, Ordem do Mérito Consular e de Honraria da Amizade. MUDANÇA NO ESTATUTO

Antes da gestão de Thomas Neves, a diretoria era renovada anualmente, com possibilidade de uma recondução. Mas os cônsules mais antigos mudaram o estatuto e agora a diretoria da entidade é eleita por dois anos, podendo ser reeleita por igual período. “Essa alteração foi uma grande honra para mim, pois foram os cônsules mais antigos e atuantes que fizeram essa proposição, que foi aprovada por unanimidade pelos demais membros do Corpo Consular”, afirma. DIA DO CÔNSUL

Uma das mais recentes conquistas da entidade foi a criação do Dia do Cônsul como data oficial no Estado. O pedido de Neves foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e sancionado pelo governador. Assim, o dia 6 de agosto passou a ser uma data especial para todos os cônsules acreditados no Paraná. SETOR PRODUTIVO

“Também busquei fazer um bom entrosamento com a Fecomércio, na figura do Rui Lemes, que é um grande parceiro e sempre está presente conos-

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O vice-presidente do Movimento Pró-Paraná, Wilson Portes, que sempre participa das reuniões do Corpo Consular; o diretor de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes, e o presidente do Corpo Consular, Thomas A. Amaral Neves

co, em nossas reuniões mensais, dando sugestões com assertividade”, avalia o presidente do Corpo Consular. Para estreitar esse relacionamento, em outubro do ano passado a Fecomércio PR realizou um café de negócios com o Corpo Consular, no qual os participantes puderam discutir temas que influenciam no desenvolvimento do comércio exterior e planejar ações para reforçar as relações bilaterais entre os países. Os cônsules presentes puderam indicar como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo poderia apoiá-los em 2017. Essa pesquisa também demonstrou que os cônsules desejam ampliar a integração entre as Câmaras de Indústria e Comércio e os Consulados durante missões e reuniões de negócios. Na ocasião, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, foi homenageado pelo Corpo Consular, pelos serviços prestados em prol do comércio paranaense, e foi presenteado com a bandeira do Corpo Consular.

A entidade também é bastante próxima da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e da Associação Comercial do Paraná (ACP), onde fica instalada sua sede. O espaço foi concedido durante a presidência de Cláudio Gomes Slaviero na ACP, em 2004, ao então presidente do Corpo Consular, Kiyoshi Ishitani, cônsul-geral honorário das Filipinas. Segundo Neves, um dos principais objetivos do Corpo Consular do Paraná é ampliar o entrosamento com as entidades que representam do setor produtivo. “Queremos atuar com conjunto a Fecomércio, ACP e Fiep para promover nosso Estado entre os países aqui acreditados, com o intuito de aumentar o volume de negócios entre o Paraná e esses países, trazendo investimentos, e buscando também promover intercâmbios culturais entre universidades, para a troca de tecnologias e informações”, projeta. 

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CAPA

Símbolos de ética e de sucesso profissional Desde 2006, quando foi instituído, o Troféu Guerreiro do Comércio já homenageou 637 empresários ligados aos sindicatos patronais do comércio paranaense. Em 2017, além das entregas dos troféus, quatro personalidades receberam as comendas da Ordem do Mérito do Comércio do Paraná TEXTO: SILVIA BOCCHESE DE LIMA, COM COLABORAÇÃO DE ISABELA MATTIOLLI FOTOS: IVO LIMA, BRUNO TADASHI E WILSON JUNIOR

O

futuro ainda é de incertezas políticas e econômicas, embora o otimismo do empresário do comércio do Paraná tem sido retomado, mas os caminhos percorridos no último ano foram turbulentos e resultaram, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no fechamento de 108,7 mil empresas em todo o Brasil, sendo 8.309 somente no Paraná. Manter empregos e empreendimentos abertos diante de cenários tão inconstantes é digno de reconhecimento. Por isso, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), promoveu, em julho, a 12ª edição do troféu Guerreiro do Comércio, homenagem a 49 em-

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presários do comércio, indicados por 47 sindicados filiados, que se destacaram nos últimos 12 meses em inovação e no desenvolvimento do empreendimento. Estes empresários de todo o estado somam-se aos outros 588 já homenageados em todas as edições do prêmio, em um universo de 700 mil empresas. Homenageamos estes empresários, verdadeiros guerreiros, pois superaram as dificuldades, a alta tributação, as deficiências na infraestrutura e as incertezas que estremecem o país. Todos eles são símbolos de dedicação, de ética e de sucesso profissional”, pontua o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana.

Durante cerimônia de premiação, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, classificou os empresários como símbolos de dedicação, de ética e de sucesso profissional

Além de destacar empresários de diferentes ramos do comércio, foram

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concedidas quatro comendas da Ordem do Mérito do Comércio do Paraná – adicionadas às outras 19 distribuídas durante os quase 70 anos de existência da Fecomércio PR. Receberam a condecoração, o presidente do Grupo Toninho Espolador, Antonio Miguel Espolador Neto, em reconhecimento pelo seu trabalho de comerciante, empreendedor e incen-

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tivador do associativismo; o desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto, em reconhecimento à atuação do poder judiciário em defesa da lei, da ordem e da justiça social e, com destaque à Operação Lava Jato; a sócia-diretora da Tavarnaro Incorporações Ltda., Liliana Ribas Tavarnaro, pelo seu exemplo como

liderança feminina; e o presidente do Conselho de Administração da Gazin Holding, Mário Valério Gazin, por seu exemplo e destaque como comerciante que trabalha para o desenvolvimento do Paraná. A 12ª edição do troféu Guerreiro do Comércio foi patrocinada pela Caixa Econômica Federal.

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HOM ENAGE ADO S ESPECIAIS

CAPA

Ao centro, o homenageado com a comenda Ordem do Mérito do ComérO presidente do Grupo Toninho Espolador, Antonio Miguel Espolador

cio do Paraná, desembargador federal do Tribunal Regional Federal da

Neto, agraciado com a comenda Ordem do Mérito do Comércio do

4ª Região, João Pedro Gebran Neto, em reconhecido de sua atuação

Paraná, por ser exemplo de comerciante, empreendedor e incentivador

do poder judiciário em defesa da lei, da ordem e da justiça social, com

do associativismo

destaque à Operação Lava Jato

Ao centro, a homenageada com a comenda Ordem do Mérito do Comércio O presidente do Conselho de Administração da Gazin Holding, Mário

do Paraná, Liliana Ribas Tavarnaro, sócia-diretora da Tavarnaro Incorpora-

Valério Gazin, recebe a comenda Ordem do Mérito do Comércio do

ção por seu exemplo como liderança feminina, ladeada pelo presidente do

Paraná por ser exemplo de comerciante que trabalha pelo desenvolvi-

Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, e pelo deputado estadu-

mento do estado

al e presidente da Frente Parlamentar de Defesa do Comércio, Guto Silva

Comenda O desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto, responsável por analisar e julgar recursos dos réus condenados na Operação lava Jato, discursou em nome dos novos comendadores da Ordem ao Mérito do Comércio do Paraná. Ele encarou a honraria como uma oportunidade de reflexão. “Nas minhas reminiscências, conclui que essa homenagem é prestada apenas porque busco fazer exatamente aquilo

18        FECOMÉRCIO PR

que aprendi em casa. Atuar como diversos outros brasileiros com elevado ideal e espírito republicano fariam se estivessem no meu lugar”, pontuou. Ele enfatizou o papel das diversas instituições que atuam na Operação Lava Jato e que, segundo ele, atuam com qualidade, entre elas a Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário. “A Operação Lava Jato tem o mérito de promover a viragem paradigmática sobre alguns estigmas nacionais como impunida-

de, ineficiência do processo criminal, desigualdade, entre outros vícios de nosso país”, disse. Concluiu a fala ressaltando que a sociedade brasileira precisa manter-se atenta. “Ser vigilante significa não apenas seguir os princípios que foram ensinados por nossos pais, mas também passar para as futuras gerações esses valores. Passar-lhes a certeza que, em sua maior parte, este país é formado por pessoas sérias, que acreditam ser possível semear um futuro melhor”, comentou.

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O empresário homenageado, da cidade de Cascavel, Agostinho

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio

Lourenço Bacarin, ao lado do presidente do Sindicato dos Lojistas e

Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá (Sindilojas Parana-

do Comércio Varejista de Cascavel e Região (Sindilojas Cascavel e

guá), Said Khaled Omar, e o empresário homenageado, da cidade de

Região), Paulo Beal

Paranaguá, Ahmad Ali El Laden

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Calçados de Curi-

O presidente do Sindicato dos Representantes Comerciais Autônomos

tiba e Região Metropolitana (Sindccal Curitiba e Região Metropolitana),

e Empresas de Representação Comercial do Estado do Paraná (Sire-

Idalberto Batista Vilas Boas, ao lado do empresário homenageado,

com Paraná), Paulo Cesar Nauiack, ao lado do empresário homenagea-

Amarildo Espolador, da cidade de São José dos Pinhais

do, Antonio Angelo Ferreira Gonçalves, da cidade de Curitiba

O empresário homenageado, da cidade de Guarapuava, Carlos Avila

O empresário homenageado, da cidade de Campo Mourão, Carlos Ro-

de Moura, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista

berto Naves de Souza, ao lado do presidente do Sindicato Empresarial

de Guarapuava (Sicomércio Guarapuava), Abrão José Melhem

do Comércio de Campo Mourão e Região (Sindicam Campo Mourão e

HOM EN AGEADO S

Confira os homenageados:

Região), Nelson José Bizoto

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HOM EN AGEADO S

CAPA

A empresária homenageada, do município de Prudentópolis, Carolina

A empresária homenageada, da cidade de Curitiba, Célia Maria Dalle-

Maria Gunha Rech, ao lado da presidente do Sindicato dos Lojistas

done Zancan, ao lado do presidente do Sindicato dos Estabelecimen-

do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de

tos de Serviços Funerários do Estado do Paraná (Sesfepar Paraná),

Prudentópolis (Sindicomércio Prudentópolis), Cristiane Guimarães

Gelcio Miguel Schibelbein

Boiko Rossetim

O empresário homenageado, da cidade de Cornélio Procópio, Celso

A empresária homenageada, da cidade de Araucária, Chirlei Nunes

Aparecido Marmontello, acompanhado do presidente do Sindicato do

Pereira, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de

Comércio Varejista de Cornélio Procópio, Valter da Silva Barros

Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico no Estado do Paraná (Sindióptica Paraná), José Alberto Pereira

O empresário homenageado, do município de Curitiba, Claudio Luciano Rigolino, ao lado de Carlos Cesar Rigolino Junior, representante do

A empresária homenageada, da cidade de Pato Branco, Deli Lurdes

presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automo-

Spagnol Gobbi, acompanhada do presidente do Sindicato Patronal

tores, Equipamentos e Bens Móveis do Estado do Paraná (Sindiloc),

do Comércio Varejista de Pato Branco (Sindicomércio Pato Branco),

Michel Evandro C. Barbosa Lima

Ulisses Piva

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O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ivaiporã (Sindico-

tecimento de Alimentos do Estado do Paraná (Sindaruc Paraná), Paulo

mércio Ivaiporã), Luis Carlos Favarin, ao lado do empresário homena-

Salesbram, ao lado do empresário homenageado, do município de

geado, da cidade de São João do Ivaí, Edson Aparecido Marcos

HOM EN AGEADO S

O presidente do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abas-

Curitiba, Ederson Fernandes

Ao centro, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produ-

O empresário homenageado, da cidade de Cascavel, Elthon Ricar-

tos Farmacêuticos do Estado do Paraná (Sindifarma Paraná), Edenir

do Notoya, acompanhado do presidente do Sindicato do Comércio

Zandoná Junior, ladeado pelos empresários homenageados, da cidade

Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos de Cascavel

de Curitiba, Elias Bérgamo e Elmo dos Reis

(Sincopeças Cascavel), João Valdenir Schemberg

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas

Na foto, Mildo Ari Vendrúsculo Junior, representando o empresário

de Curitiba e Região Metropolitana (Sindiplan Curitiba Metropolitana),

homenageado, do município de Guaíra, Guilhermino Nunes, ao lado

Cassiano Dalledone Zancan, ao lado do empresário homenageado, da

do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Toledo (Sinvar

cidade de Curitiba, Erico Alberto Zoller Neto

Toledo), João Batista Silva Campos

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HOM EN AGEADO S

CAPA

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio

O empresário homenageado, da cidade de Umuarama, Ivanildo José

Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas, Material Elétrico e Apa-

Coutinho da Silva, ao lado do presidente do Sindicato dos Lojistas do

relhos Eletrodomésticos de Curitiba e Região Metropolitana (Sindilojas

Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios, de Maquinismo, Ferra-

Curitiba e Região Metropolitana), Ari Faria Bittencourt, e o empresário

gens e Tintas e de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de

homenageado, da cidade de Curitiba, Haisam Aziz Adbulla

Umuarama (Sindlojistas Umuarama), José Carlos Strassi

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Marechal Cândido

O empresário homenageado, da cidade de Toledo, Jaimir José

Rondon e Micro Região (Sindicomar Marechal Cândido Rondon e

Bortolotto, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista

Micro Região), Ademar Bayer, ao lado do empresário homenageado,

de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Paraná

Ivo Krause, da cidade de Marechal Cândido Rondon

(Sincopeças Paraná), Evandro Maldonado

Na foto, Alexandre Aggio, representando o empresário homenageado, do

O empresário homenageado, da cidade de Foz do Iguaçu, João Nel-

município de Campo Largo, João Batista Aggio, ao lado do presidente do

son Moretti, ao lado do presidente do Sindicato Patronal do Comércio

Sindicato do Comércio Varejista de Campo Largo e Balsa Nova (Sindiva-

Varejista de Foz do Iguaçu e Região (Sindilojas Foz do Iguaçu e

rejista de Campo Largo e Balsa Nova), Carlos Batista Rodrigues

Região), Carlos Rodrigues do Nascimento

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Joraci Boza, ao lado de Wanclei Said, representante do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios, Mercados,

Ao centro, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Adornos

Minimercados, Supermercados e Hipermercados de Curitiba, Região

e Acessórios, de Objetos de Arte, de Louças Finas e de Material Ótico,

Metropolitana de Curitiba e Litoral do Paraná (Sindimercados Curitiba,

Fotográfico e Cinematográfico de Curitiba e Região Metropolitana

Região Metropolitana de Curitiba e Litoral do Paraná), Pedro Joanir Zonta

(Sindjor Curitiba e Região Metropolitana), Camilo Turmina, ladeado

HOM EN AGEADO S

O empresário homenageado, do município de Fazenda Rio Grande,

pelas empresárias homenageadas, da cidade de Curitiba, Josete Gonzalez Hoefel e June Gonzalez Hoefel

A empresária homenageada, do município de Jacarezinho, Karina Juliane Rodrigues Subirá Cavazzani, ao lado diretor do Setor Sindical da Fecomércio PR, Alberto Samways, na oportunidade representando o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio

Na foto, Roberto Luiz Marques, representando o empresário homenagea-

Varejista de Gêneros Alimentícios, Maquinismos, Ferragens, Tintas

do, da cidade de Curitiba, Leonardo de Pinho Sepulcri, ao lado de Regina

e de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos de Jacarezinho

Bugalski de Andrade, representante do presidente do Sindicato das Em-

(Sindilojas Jacarezinho), Eneas dos Santos Brum

presas de Processamento de Dados e Serviços Técnicos em Informática do Estado do Paraná (Sepropar Paraná), Luiz Sérgio Wozniaki

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios em Mercados, Minimercados, Supermercados e Hipermercados

O empresário homenageado, do município de Paiçandu, Levi Cezar

de Ponta Grossa e da Região dos Campos Gerais do Paraná (Sindi-

Todon, ao lado do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e

mercados Ponta Grossa), Cesar Moro Tozetto, ao lado da empresária

do Comércio Varejista de Maringá e Região (Sivamar), Ali Saadeddine

homenageada, da cidade de Ponta Grossa, Leonor de Oliveira Cataneo

Wardani

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HOM EN AGEADO S

CAPA

O empresário homenageado, do município de Cambará, Luis Antonio

O empresário homenageado, da cidade de Curitiba, Luiz Carlos

Dias, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de

Rodrigues, ao lado de Alexandre Barea, representante do presidente

Gêneros Alimentícios do Estado do Paraná (Sinca Paraná), Paulo

do Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos no

Hermínio Pennacchi

Estado do Paraná (Sincamed Paraná), Antonio Barea

A empresária homenageada, da cidade de Medianeira, Margarete

O empresário homenageado, da cidade de Irati, Mariano Ivasko, ao

Caovilla, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de

lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Irati (Sindirati

Medianeira e Região (Sincomed), Valdir José Civiero

Irati), Rogério Vosnika

O presidente do Sindicato dos Despachantes do Estado do Paraná

O empresário homenageado, da cidade de Ponta Grossa, Miguel Do-

(Sindepar), Everton Calamucci, ao lado do empresário homenageado,

mareski Jor, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista

da cidade de Ponta Grossa, Mário David

de Ponta Grossa (Sindilojas Ponta Grossa), José Carlos Loureiro Neto

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O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do

dos do Paraná e Santa Catarina (Sindileilões), Gabriel Baron Junior, ao

Paraná (Sindetur Paraná), Onésimo Santos de Anunciação, ao lado

lado do empresário homenageado, do município de Colombo, Miguel

da empresária homenageada, do município de Pato Branco, Neides

Donha Junior

Portela Cattani

HOM EN AGEADO S

O presidente do Sindicato dos Leiloeiros Públicos e Oficiais dos Esta-

O empresário homenageado, do município de Londrina, Nestor Dias Correia, ao lado do presidente do Sindicato das Empresas de Compra,

O empresário homenageado, da cidade de Santo Antônio da Platina,

Venda, Locação, Administração, Incorporação e Loteamentos de

Paulo Roberto Massabki, ao lado do presidente do Sindicato do Co-

Imóveis e dos Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais do

mércio Varejista de Santo Antônio da Platina (Sindilojas Santo Antônio

Paraná (Secovi Paraná), Luiz Antonio Langer

da Platina), José Alex Gonçalves Figueira

O empresário homenageado, do município de Curitiba, Pedro Darci

O empresário homenageado, da cidade de Apucarana, Pedro Vilibaldo

Strapasson, ao lado do presidente do Sindicato Intermunicipal do

Fortuna, ao lado da presidente do Sindicato do Comércio Varejista de

Comércio Varejista de Materiais de Construção no Estado do Paraná

Apucarana (Sivana Apucarana), Aída Santos Assunção

(Simaco Paraná), Sigismundo Mazurek

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HOM EN AGEADO S

CAPA

O empresário homenageado, da cidade de Curitiba, Reginaldo Rafael

O empresário homenageado, do município de Céu Azul, Ricardo Már-

Vieira Correa, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejis-

dio Stefanoski, acompanhado do presidente do Sindicato do Comércio

ta de Maquinismos, Ferragens, Tintas e de Material Elétrico de Curitiba

Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná (Sinfarma

(Sinditiba Curitiba), Luiz Gonzaga Faysano Neto

Oeste do Paraná), Nelcir Antônio Ferro

O empresário homenageado, da cidade de Londrina, Rogerio Sapia

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Castro (Sindicas-

Gonçalves, ao lado do presidente do Sindicato do Comércio Varejista

tro Castro), José Marioli Simão, acompanhado da empresária homena-

de Londrina (Sincoval Londrina e Região), Roberto Martins

geada, Rosane de Fátima Rebonato Ferro, do município de Castro

O empresário homenageado, Rui Fernando Woehl, ao lado de Diógenes Spack, representante do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de União da Vitória (Sindilojas União da Vitória), Horst Adelberto Waldraff

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DIPLOMACIA

Embaixadora do Senegal visita o Paraná Em sua primeira viagem ao estado, emissária incluiu a Fecomércio PR no roteiro em busca de cooperação econômica bilateral TEXTO: ISABELA MATTIOLLI FOTOS: BRUNO TADASHI

a qual paraíso? a qual paraíso? luzinhas primeiras da minha infância jamais reencontrada… – Léopold Sédar Senghor, autor de Pérolas –

desenvolveu e onde nasceram outros vanguardistas, entre eles Fatoumata Binetou Correa, a primeira mulher a ocupar o cargo de Embaixadora do Senegal no Brasil.

O cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos; a embaixadora do Senegal no Brasil, Fatoumata Binetou Correa, e o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes

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O

poema Pérolas foi escrito por Léopold Sédar Senghor – primeiro africano a completar uma licenciatura na Sorbonne, em Paris, e que se tornaria presidente da República do Senegal, quando o país localizado na África Ocidental se tornou independente, em 1960. É neste solo de clima tropical que o país se

Em sua primeira passagem pelo Paraná, a emissária senegalesa veio acompanhada pelo primeiro secretário da Embaixada do Senegal no Brasil, Diagne Mbaye, e foi recebida pelo cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos, no fim de junho. No dia 29, o grupo esteve na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR) recepcionado pelo superintendente da Fecomércio PR, Eduardo Luiz Gabardo; pelo diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes; pelo diretor sindical da Fecomércio PR, Alberto Samways, e pelo assessor de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt.

FECOMÉRCIO PR     27


DIPLOMACIA

Da esq. p/ a dir.: o assessor de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt; o superintendente da Fecomércio PR, Eduardo Luiz Gabardo; o primeiro secretário da Embaixada do Senegal no Brasil, Diagne Mbaye; o cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos; a embaixadora do Senegal no Brasil, Fatoumata Binetou Correa; o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes, e o diretor sindical da Fecomércio PR, Alberto Samways

De acordo com a embaixadora, a sua visita ao estado visa o fortalecimento das relações de cooperação comercial, cultural, turística, esportiva, científica e na transferência de tecnologia entre o Paraná e o Senegal. “Eu vim em missão diplomática para encontrar com imigrantes senegaleses que aqui estão, mas outra parte muito importante do meu trabalho é reforçar a cooperação econômica entre o Brasil e o Senegal. Precisamos ver quais são as oportunidades e criar mais ligação marítima e aérea entre os países para reforçar essa cooperação; a minha visita à Fecomércio é para ver como podemos trabalhar juntos neste sentido”, comentou ela, que assumiu o cargo em dezembro de 2016. O encontro na Fecomércio PR foi realizado no primeiro dia da embaixadora no Paraná. Pela manhã, ela havia se reunido com a vice-governadora, Cida Borghetti; com o ministro do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Paraná (Erepar), Paulo Roberto Palm, e com o presidente da Agência Paraná de Desenvolvimen-

28        FECOMÉRCIO PR

to, Adalberto Netto. Na Fecomércio PR, Fatoumata Binetou Correa pode conhecer o trabalho desempenhado pela entidade por meio da Câmara de Relações Internacionais, entre as quais a parceria realizada com o consulado do Senegal, que possibilitou a vinda de todos os embaixadores africanos a Curitiba, em 2012. A embaixadora também fez um breve relato sobre o Senegal e as diretivas que guiam seu trabalho na Embaixada. Foi realizada troca de presentes e, após a reunião, a Fecomércio PR ofereceu um jantar para o grupo. “A embaixadora é muito competente, muito jovem, com uma visão interessante. Trouxe-a para a Fecomércio justamente pelas parcerias firmadas entre o consulado com a entidade”, reforçou cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos. VISITA AO PARANÁ E SANTA CATARINA

A missão da embaixadora no estado ainda contou com uma visita ao por-

tal africano, onde estão localizados 54 totens que representam cada país do continente. No local Fatoumata Correa descerrou placa no totem do Senegal, alusiva a sua visita. O grupo também visitou a Praça Zumbi dos Palmares. Em sua estadia em Curitiba, ela conheceu outros pontos turísticos da capital paranaense, entre eles o Sesc Paço da Liberdade, além de ter passado pela Associação Comercial do Paraná (ACP) e se reunido com centenas de senegaleses que residem na cidade e em outros municípios do interior dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A missão diplomática visou à regularização e atualização de documentos desses imigrantes que vivem no país. Após a agenda no Paraná, a embaixadora seguiu para Santa Catarina também acompanhada pelo cônsul geral do Senegal para os Estados do Paraná e de Santa Catarina, Ozeil Moura dos Santos, e pelo primeiro secretário da Embaixada do Senegal no Brasil, Diagne Mbaye. Lá ela teve a oportunidade de conhecer os Portos de São Francisco e Itapoá.  JUL | AGO 2017

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OTIMISMO

Retomada da confiança 58% dos empresários do comércio, serviços e turismo estão otimistas para o 2º semestre TEXTO: KARLA SANTIN

A Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, Serviços e Turismo aponta retomada da confiança para este segundo semestre. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 58% dos empresários do Estado declaram ter boas expectativas para o período, o que representa alta de 17,4% em relação ao primeiro semestre. Na edição anterior da pesquisa, 49% dos proprietários de estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços esperavam um faturamento melhor. Esta é a terceira alta consecutiva do indicador, e trata-se do melhor resultado desde o segundo semestre de 2014. O setor de turismo possui o maior nível de otimismo, com 62%, enquanto os empresários do varejo e serviços apresentam opiniões bastante parecidas, com 57% e 56% de expectativas favoráveis, respectivamente.

PREVISÃO DE FATURAMENTO – 2º semestre 2017 58%

24% 11%

FAVORÁVEL INDEFINIDA DESFAVORÁVEL INDIFERENTE

O nível de confiança na região Oeste, que na edição passada da pesquisa era o mais baixo do Estado, com 31%, voltou a subir e chegou a 58% para este segundo semestre. Em Londrina 56% dos empresários esperam aumentar o faturamento e em Curitiba os otimistas chegam a 54%. Os comerciantes e prestadores de serviços da região Sudoeste estão um pouco menos confiantes, com 52%.

EXPECTATIVAS POR REGIÕES

COLABORADORES E INVESTIMENTOS

A pesquisa avaliou a opinião dos empresários nas seis principais regiões do Estado. Os maringaenses são os mais otimistas, com 79%. A segunda maior concentração de expectativas favoráveis está em Ponta Grossa, com 67%.

A pesquisa identificou a tendência de manutenção do quadro funcional, com 75%. No 1º semestre, 67% dos empresários afirmaram que manteriam o número de colaboradores. Os que pretendem reduzir o número de

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7%

funcionários são 11%, contra 14% no semestre anterior. Os que planejam abrir novos postos de trabalho são 10%, índice bastante semelhante à pesquisa anterior, quando era de 11%. Os que ainda não sabem somam 4%, ante 8% da edição passada. Em função da crise econômica e da instabilidade no campo político, 77% dos empresários afirmam que não farão investimentos no próximo semestre, mantendo a opinião evidenciada por 76% dos entrevistados no 1º semestre. Os que pretendem investir nos negócios somam 23%, ante 24% na edição passada do estudo. Dentre os que pretendem investir, os pontos mais citados foram reforma e modernização, publicidade, informática e novas linhas de produtos.  FECOMÉRCIO PR     29


PESQUISA

Varejo paranaense fecha 1º semestre com baixa de 2,64% Apesar da queda nas vendas, empregos e salários tiveram aumento no Paraná TEXTO: KARLA SANTIN

O

varejo paranaense fechou o primeiro semestre do ano com queda de 2,64% nas vendas de acordo com a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Os setores de combustíveis (-12,41%), autopeças (-11,61%) e livrarias e pa-

pelarias (-10,56%) tiveram as maiores perdas. Com alta de 27,41% no acumulado do ano, as lojas de móveis, decorações e utilidades domésticas despontaram no volume de vendas. O comércio de calçados (5,25%), as lojas de departamentos (2,19%) e o ramo de óticas, cine-foto-som (0,34%) também tiveram crescimento no faturamento. Os demais segmentos

avaliados – materiais de construção, supermercados, farmácias, concessionárias de veículos, vestuário e tecidos – encerraram a primeira metade do ano no vermelho. O mês de junho apresentou redução de 3,65% ante o mesmo mês do ano passado e queda de 4,23% na comparação com maio.

EVOLUÇÃO DAS VENDAS NO PARANÁ

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ANÁLISE REGIONAL

Entre as regiões do Estado analisadas pela Fecomércio PR, o Sudoeste foi o único a apresentar alta nas vendas, com aumento de 0,13% no semestre. Maringá teve a queda mais expressiva, com -7,36%, seguida da região Oeste, com -5,83%. A região de Ponta Grossa apresentou baixa de 3,4%, Curitiba e Região Metropolitana de 1,59% e em Londrina a redução foi de 0,7%.

ram móveis, decorações e utilidades domésticas (20,27%), supermercados (4,97%) e farmácias (4,08%). O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, vê neste dado um fato positivo. “O melhor da pesquisa está no fato de que não houve demissões no período. Isso significa que a economia está voltando a equilibrar-se e a tendência é de ampliação das vendas no segundo semestre”, avalia. ESTOQUE

EMPREGOS

Apesar da queda nas vendas, o varejo ampliou o número de postos de trabalho em 1,32% no primeiro semestre. Os setores que mais empregaram fo-

Como reflexo do baixo faturamento, os comerciantes paranaenses reduziram as compras para formação de estoque em 4,92% no acumulado de janeiro a junho. 

VENDAS – RESULTADO COMPARADO POR REGIÕES Acumulado do ano Jan-junho/2017 em relação a Jan-junho/2016 SETOR

CURITIBA LONDRINA MARINGÁ REGIÃO PONTA E RM OESTE GROSSA

MÓVEIS, DECORAÇÕES E UTILIDADES DOMÉSTICAS LOJAS DE DEPARTAMENTOS ÓTICAS, CINE-FOTO-SOM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO SUPERMERCADOS FARMÁCIAS CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS VESTUÁRIO E TECIDOS AUTOPEÇAS CALÇADOS LIVRARIAS E PAPELARIAS COMBUSTÍVEIS TOTAL

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SUDOESTE PARANÁ

39,85%

13,51%

2,52%

-5,32%

-2,87%

-13,21%

27,41%

2,58%

2,15%

-3,76%

0,39%

12,88%

-2,53%

2,19%

0,62%

-13,48%

14,73%

8,93%

-7,86%

0,61%

0,34%

-1,14% -7,44%

-8,42% -3,56% 18,28% -17,34% -4,87%

-1,74% -2% 0,13% 7,95% -3,53% 2,65% -0,17% -2,04% 7,12% -9,38% -7,17% -4,61% 3,35% -0,77% -3,61% 5,73% -0,87% -20,11% -7,99% -0,58% -3,02% -4,47% -1,67%

-1,2% -7,75% 6,39% 23,17% -2,89%

-6,43% -12,52% -35,14% -3,43% 0,43% -1,28% -11,61% -8,15% 16,67% 2,11% -17,93% -24,18% 36,37% 5,25% -12,91% - -25,04% 3,06% -10,8% - -10,56% -19,38% 4,72%

-9,43% -17,15% -12,9%

-1,59% -0,7%

-7,36% -5,83% -3,4% 0,13% -2,64%

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-0,5% -12,41%

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HISTÓRIA

Tradição no comércio de presentes finos Conheça a história de 130 anos da Glaser Presentes, o comércio de rua mais antigo do Paraná TEXTO: KARLA SANTIN FOTOS: BRUNO TADASHI E ACERVO

A

história da Glaser Presentes começou com a chegada de seu fundador ao Brasil, em 1878. Aos 15 anos, o jovem Wenzel, acompanhado por seus pais, Anna e Joseph Glaeser – este, professor de música e construtor –, deixou Langendorf, na

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Alemanha. A Europa estava sob forte tensão e com receio de ter seu único filho envolvido em um eventual conflito bélico, a família desembarcou na Colônia Dona Francisca, atual Joinville, em Santa Catarina, reduto de imigrantes alemães e suíços.

Poucos anos depois, estabeleceu-se em Curitiba. Foi na capital paranaense, que aos 24 anos Wenceslau Glaser – nome “abrasileirado” que recebeu – inaugurou, em 4 de janeiro 1887, a primeira loja no ramo de secos e molhados. Diferentemente de

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muitos imigrantes que vinham para o Brasil sem instrução e sem economias, a formação nos melhores colégios austríacos e o patrimônio da família permitiram que a empresa iniciasse suas atividades bem estruturada. Estrategicamente, o local escolhido foi a Rua Mato Grosso (atual Rua Comendador Araújo, nº 241), uma vez que era passagem obrigatória dos colonos que vinham a Curitiba fazer o abastecimento da semana. Naquela época, as mercadorias eram transportadas no lombo de burros. Aliados à boa localização, o zelo no atendimento e a retidão nos negócios fortaleceram a imagem da casa. Além dos viajantes, Glaser abastecia os quartéis e os hospitais da cidade. Logo passou a atuar em outros segmentos, como ferragens, tintas, utensílios de uso domésticos e de trabalho, além de porcelanas vindas de Paris e cristais importados de sua terra-natal, a Boêmia. Aliás, a própria origem do sobrenome está relacionada aos fabricantes ou comerciantes de vidro. PRÉDIO HISTÓRICO

Com a prosperidade dos negócios, a edificação simples deu lugar, em 1914, ao prédio atual da Casa Glaser, com traços ecléticos, exibindo combinações de elementos da arquitetura clássica, renascentista, barroca e neoclássica. Toda a estrutura do edifício é em aço fundido importado da Alemanha. Os cristais das vitrines foram trazidos da mesma região onde nasceu Wenceslau. Alguns já tiveram que ser substituídos, um deles no mês passado, em decorrência da invasão de um veículo durante um acidente, conforme relata Mário Fernando

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Glaser Presentes, localizada na Rua Comendador Araújo, 241

Mário Fernando Glaser e a filha Bianca Emanuelle Glaser

Glaser, diretor comercial da Glaser Presentes e neto do fundador. A fachada ainda conserva as barras de ferro originais, onde os clientes amarravam os animais enquanto faziam compras. A loja funcionava no térreo e no andar superior ficava a residência da família. “Quando era pequeno, na época das férias, eu saía pelas ruas para pegar os pedidos, embalava as mercadorias em cartuchos de papel, pois precisávamos fracionar os produtos, que estavam a granel. Empacotava e depois do almoço o caminhão fazia as entregas”, conta Mário. Seu pai, Alberto

Manoel Glaser, havia assumido a direção da empresa após o falecimento de Wesceslau Glaser, em 1936. Compartilhando da mesma árvore genealógica da família, o empreendimento foi repassado para a terceira geração na década de 1960. Mário, que deixou de cursar Medicina, e o irmão José Haroldo se tornaram diretores da empresa. E foi nessa época também que encerraram o comércio de gêneros alimentícios e a loja passou a comercializar apenas ferragens e presentes finos. Anos mais tarde, cada irmão se dedicou a um segmento. Mario escolheu a loja de presentes e utilidades para o lar.  FECOMÉRCIO PR     33


HISTÓRIA CENTRO EMPRESARIAL

Em 2002, na parte do terreno onde ficava o depósito, foi inaugurado o Centro Empresarial e a Galeria Glaser, um complexo com 186 conjuntos comerciais e 20 lojas, sendo a principal delas a Glaser Presentes. O comércio de ferragens foi então encerrado e Haroldo passou a dedicar a aposentaria à fazenda, sua grande paixão. QUARTA GERAÇÃO

Centro Empresarial e a Galeria Glaser

Há seis anos a administração da loja passou para Bianca Emanuelle Glaser, cuja vocação comercial falou mais alto e a fez deixar a carreira de advogada. Trabalhando juntos, pai e filha conciliam tradição e inovação. “Temos que manter a tradição, mas também é preciso modernizar. Implantamos as vendas online há um ano e meio e fazemos marketing nas redes sociais, Facebook e Instagram. Só cuidamos muito para não perder essa essência, o atendimento especial que é característica da Glaser Presentes”, argumenta Bianca. Enquanto antigamente os pedidos eram anotados pelo mensageiro de casa em casa, hoje muitas vendas já são feitas pelo Whatsapp, ainda de forma bastante personalizada, mas com a comodidade proporcionada pela tecnologia. Um dos objetivos de Bianca é conquistar o público jovem, que conhece a história da loja através das mães ou avós.

Artigos para presentes

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Apesar de todas as mudanças ao longo desses 130 anos, a Glaser Presentes mantém sua vocação original na oferta de produtos e utensílios finos de mesa e decoração. Nas vitrines, os cristais importados da Boêmia ainda ocupam lugar de destaque e dividem espaço com peças de design contemporâneo, para agradar a todos os gostos.  JUL | AGO 2017

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SINDICATO

Novos desafios e novos objetivos Atual presidente do Sincomed pretende continuar trabalho da antiga gestão e realizar projetos voltados às empresas associadas TEXTO: ANA BEATRIZ LUZ FOTO: WILSON RAYMUNDO JUNIOR

A

pós 26 anos na presidência do Sindicato do Comércio Varejista de Medianeira (Sincomed), Danilo Tombini, passou o comando da entidade para Valdir Civiero. Tombini foi o fundador do Sindicato e juntamente à Prefeitura e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, levou a Unidade Integrada Sesc Senac para Medianeira. Atualmente, Tombini exerce o cargo de vice-presidente do Sindicato. Valdir Civiero assumiu a presidência em setembro de 2016, mas anteriormente esteve como vice-presidente. “Acompanhei todo o andamento do Sindicato, conquistei muita experiência como vice-presidente por 12 anos”, ressalta. O presidente sindical afirma que em sua gestão pretende realizar um trabalho que atenda às necessidades de cada empresa filiada. “O maior desafio é mudar a visão do Sindicato e realizar um trabalho voltado aos associados”, finaliza. Medianeira possui cerca de 45 mil habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE-2016), sendo o setor agroindustrial a base da economia do município. Entre as empresas filiadas ao Sindicato constam a Frimesa, empresa que atua no processo de industrialização de carne suína e leite, a Cooperativa Agroindustrial Lar, com sede em Medianeira. Além de Medianeira, o Sincomed se preocupa em atender às necessidades dos associados de outros municípios, como Missal, Serranópolis do Iguaçu, Ramilândia, Matelândia e Diamante do Oeste. A entidade abrange cerca de 315 empresas, incluindo pequenas, médias e de maior porte, que contribuem com 47% na economia da região. Entretanto apenas 150 contribuem com a manutenção do sindicato. De acordo com o presidente, o maior desafio é fazer com que as pessoas entendam a importância do Sindicato para o município e seu principal propósito, que é representar a classe empresarial do comércio varejista e atuar nas convenções coletivas de trabalho para todas as empresas do ramo comercial e varejista.

Presidente do Sincomed, Valdir Civiero

Civiero promete dedicação máxima para entender quais são as necessidades específicas de cada associado. E para que isso aconteça, enfatiza que realizará visitas regularmente a cada empresa associada com o intuito de entender todas as necessidades e angariar novos parceiros para o Sindicato do Comércio Varejista de Medianeira. “Vou dar continuidade ao trabalho do antigo presidente e me empenhar para conseguir novos sócios para o Sincomed”, conclui Valdir Civiero. 

Serviço:

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE MEDIANEIRA – SINCOMED Avenida Brasília, 1920 – Fundos - Medianeira PR | Telefone: (45) 3264-2217 | sincomedsindicato@hotmail.com

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E-COMMERCE

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O desafio da venda na Era Digital TEXTO: ANA BEATRIZ LUZ

O

comércio eletrônico (e-commerce) é uma forma mais prática e rápida para o consumidor adquirir mercadorias por meio de dispositivos digitais, tais como computadores, tablets e smartphones. Os negócios virtuais têm sido amplamente utilizados pelas empresas, seja a venda de produtos em lojas virtuais ou nas redes sociais, como Facebook e Instagram. Segundo dados da E-bit, instituição que realiza estudos sobre o mercado brasileiro de comércio eletrônico, as compras durante o primeiro semestre de 2017 registraram crescimento nominal de 7,5%, faturando cerca de R$ 21 bilhões na comparação com o mesmo período de 2016, quando foram registrados R$ 19,6 bilhões. O número de pedidos aumentou 3,9% de 48,5% milhões, e o tíquete médio registrou expansão de 3,5%, passando de R$ 403 para R$ 418.

Um dos cursos nessa área, ofertado pelo Senac, é o Empreender com as Redes Sociais com turmas programadas nas unidades de Curitiba e Londrina. Na Capital as aulas serão ministradas pelo instrutor Guilherme Larangeira, graduado em Administração e com cursos de extensão nas áreas de comércio internacional, economia e política externa. Segundo Larangeira, o perfil das pesso-

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as que se matriculam neste curso é bastante variado. Na maioria das vezes são pessoas que têm uma visão empreendedora. Da mesma forma, há alunos que são donos de empresas e pretendem aumentar sua participação no mercado, assim como pessoas que já trabalham na área de marketing de empresas e buscam atualização. O objetivo do curso é compreender melhor o histórico de utilização das redes sociais, as formas atuais de utilizar o marketing nas redes sociais e os principais desafios e tendências na área do e-commerce, além de permitir que o aluno consiga utilizar formas pagas e estratégicas que aumentem e ampliem a imagem da empresa nas mídias sociais. O instrutor afirma que o aluno termina o curso sabendo usar o poder e influência das redes sociais para alavancar suas vendas, interagir com o cliente ou divulgar seu negócio. Além disso, é necessário perceber quais são os maiores interesses do público quando procura algum produto específico nas redes sociais, não só no Brasil, mas também no exterior. E principalmente, descobrir como utilizar os recursos financeiros para conseguir uma grande visibilidade para o negócio.

Curso empreender com as Redes Sociais • Curitiba Centro

Data: 02/10 a 11/10 Horário: 19h às 22h Segunda a sexta-feira Data: 06/11 a 16/11 Horário: 19h às 22h Segunda a sexta-feira

• Londrina Centro

Data: 09/10 a 27/10 Horário: 19h às 22h Segundas/quartas/sextas-feiras

CUSTO BENEFCIO

De acordo com Larangeira, o custo benefício do curso é excelente, pois o investimento costuma retornar rápido, ou seja, o aluno conseguirá lidar melhor com as redes sociais, tanto na hora de realizar a divulgação quanto na apresentação da empresa online. “Geralmente esses fatores costumam alavancar as vendas ou a participação da empresa no mercado; fora isso, temos a questão de manter-se atualizado no mundo em que a quantidade de informação está cada vez mais alta”, concluiu.  FECOMÉRCIO PR     37


SINDICATO

Para o crescimento do setor calçadista Desde 1993 o Sindcal trabalha em prol do aumento das atividades econômicas do setor de calçados e artigos em couro na região de Curitiba TEXTO: LUCAS LAVOR FOTO: WILSON RAYMUNDO JUNIOR

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om o intuito de representar e fornecer assistência ao comércio de calçados e artigos em couro em geral, o Sindicato do Comércio Varejista de Calçados de Curitiba e Região Metropolitana (Sindcal) foi fundado em 6 de janeiro de 1993. Com sede em Curitiba e atuação que abrange toda a Região Metropolitana, a entidade sindical defende os interesses econômicos de aproximadamente 250 associados.

Atualmente presidido por Idalberto Batista Vilas Boas, a participação do presidente em conselhos e reuniões ajuda a suprir as necessidades e promover ações que auxiliem o setor: “Sempre procuramos parcerias em diversas áreas, como a bancária, e sempre estamos em contato com fornecedores. Também realizamos campanhas de datas festivas, sempre procurando estimular o comércio ao máximo”, conta Batista. Entre as ações que fortalecem o setor calçadista estão as duas feiras anuais que ocorrem em Curitiba, em janeiro e julho, e ajudam a movimentar o mercado, além de campanhas publicitárias para datas como Dia das Mães e Natal. O sindicato fornece para os associados um representante jurídico para a área trabalhista, além de palestras motivacionais sobre temas econômicos e políticos realizados em parceria com o Sesc, que também realiza ações na área de saúde, educação e cultural. A parceria com o Senac garante a realização de cursos em diversas áreas e contribui para a formação, qualificação e capacitação dos filiados ao sindicato e trabalhadores do segmento. 

Presidente do Sindcal, Idalberto Batista Vilas Boas

Serviço:

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CALÇADOS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA Alameda Prudente de Moraes, 291, Curitiba PR | Telefone: (41) 3233-2034

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GASTRONOMIA

O essencial que surpreende Bom atendimento, comida de qualidade e ambiente requintado, esse é o Restaurante-escola do Senac TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTOS: BRUNO TADASHI

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omer é um dos grandes prazeres da vida, e pra quem é bom de garfo não existe nada melhor do que acertar na hora da escolha do restaurante. Escolher um local inesquecível para fazer uma refeição especial pode ser bem mais acessível do que se pensa. Os Restaurantes-escola do Senac PR, com unidades em Curitiba, Foz do Iguaçu, Caiobá e Maringá oferecem uma experiência gastronômica única com preço acessível e pratos saborosos. Ao visitar um dos restaurantes do Senac o cliente ainda contribui para a preparação de novos profissionais. O atendimento, um dos grandes diferenciais, é feito por profissionais de qualidade e também pelos alunos da escola, sempre com a supervisão dos instrutores.

p Crocante de Siri q Petit Gateau

Os Restaurantes-escola do Senac propõe um cardápio com ingredientes rigorosamente selecionados e receitas de dar água na boca. Opções a La Carte, buffet, barreado e feijoada fazem parte da experiência gastronômica oferecida. Em Curitiba toda terça-feira um novo cardápio é servido no buffet temático,

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GASTRONOMIA sempre contemplando uma culinária diferente: italiana, árabe, portuguesa, francesa, holandesa, alemã, entre outras. Esse mesmo modelo é servido em Maringá, nas quintas-feiras. O mais interessante é o preço: por menos de R$ 40 é possível fazer uma viagem gastronômica inesquecível. Na sugestão da casa o cliente experimenta o requinte do a La Carte, composto de entrada, prato principal e sobremesa, tudo servido pelos maîtres e alunos do curso de garçom. Esse tipo de serviço é ofertado nas unidades de Curitiba e Foz do Iguaçu (com duas opções de pratos principais).

O prato típico paranaense também faz parte do cardápio do Senac. Toda quinta-feira o Restaurante-escola do Senac Curitiba serve um farto buffet de Barreado, com direito a farinha de mandioca crua, banana cozida, pirão, diversas opções de salada e o verdadeiro barreado. Para finalizar o almoço, um buffet de sobremesas pode ser apreciado. No restaurante de Caiobá o prato é servido de um modo inusitado: um medalhão de barreado ao molho litoral, acompanhado de purê de aipim e lâminas de banana-da-terra. Existe também a opção do “Barreado Senac” servido com filé de pescado à milanesa, molho de camarão, pirão, arroz, bolinhos, aipim e banana frita.

E que tal comer uma feijoada e não se sentir “pesado”? Calabresa, charque, costelinha, orelha, lombo, paio, rabo, couro, língua, pé e feijão, tudo preparado com o maior cuidado e servido separadamente. Esse é o buffet de feijoada servido todo sábado no Restaurante-escola de Curitiba. Maringá serve o prato em cumbucas. Os restaurantes do Senac abrem somente para almoço, com exceção do Restaurante-escola de Caiobá que abre somente no domingo nesse horário; nos outros dias funciona para o jantar. Todas as unidades aceitam reservas para eventos. FICOU NA DÚVIDA? CHAME O SOMMELIER

Para os amantes de um bom vinho ou cervejas especiais o Senac tem em seu quadro sommeliers experientes que podem auxiliar na hora da escolha das bebidas, harmonizando perfeitamente cada refeição, e assim tornando-a única.

p Panna Cotta com Calda de Frutas Vermelhas q Estrogonofe de Frango

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O sommelier, palavra de origem francesa que significa “amarrador de cargas”, também cuida da compra, armazenamento e elabora cartas de vinhos para os restaurantes. Além disso, aprende como degustar e apreciar a bebida, tendo um mercado de trabalho repleto de vagas. Para quem tem interesse na profissão, ou quer simplesmente conhecer mais sobre as bebidas, o Senac oferece o curso em seu portfolio.

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APERFEIÇOAMENTO

Pensando no aprimoramento dos profissionais de gastronomia o Senac Curitiba lançou o curso de Aperfeiçoamento em Cozinha Nacional e Internacional, por meio do Projeto Senac Gourmet. “O Senac Gourmet é um projeto inovador, essa é uma das primeiras etapas, a ideia agora é de que possamos a cada momento iniciar um título novo totalmente diferenciado com uma nova proposta”, destacou o gerente executivo do Senac Curitiba Centro, Marco Biss.

Jantar de encerramento no Restaurante-escola do Senac Curitiba Centro

Para o encerramento do curso os 13 alunos, com o auxilio dos instrutores, prepararam um jantar para cerca de 80 convidados, entre familiares e amigos no Restaurante-escola de Curitiba, no início de agosto. O jantar fez parte das comemorações dos 70 anos do Senac PR e proporcionou aos alunos uma experiência única. O objetivo do curso foi de aperfeiçoar as habilidades dos profissionais na cozinha internacional e nacional, ensinando receitas clássicas e contemporâneas, food design e técnicas avançadas de confeitaria. Para que isso fosse possível os próprios instrutores precisaram voltar às salas de aula para se capacitarem. “Nossa equipe buscou qualificação para poder ministrar o curso da melhor forma possível; um exemplo foi o curso de Sous Vide, técnicas de cozimento de alimentos a vácuo, ministrado pelo Hermes Custódio aos nossos instrutores”, ressaltou Biss. “Procuramos criar um curso complementar ao cozinheiro em que ensinamos novas técnicas, como a cozinha molecular. Para esse jantar compilamos o que teve de melhor no curso e o que mais agradou. Esperamos ter atingido as expectativas”, ressaltou a instrutora responsável pela criação do curso, Flávia Gazola.  JUL | AGO 2017

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Alunos formandos do curso de Aperfeiçoamento em Cozinha Nacional e Internacional

Serviço: CURITIBA

MATINHOS

Rua André de Barros, 750 - Centro – 2°Andar

Rua Doutor José Pinto Rebelo, nº 91 – Bal. de Caiobá

Segunda a sexta-feira das 11h30 às 14h

Terça-feira a sábado das 19h às 23h

Sábados das 11h30 às 14h30.

Domingos das 11h30 às 15h.

Reservas

Reservas

(41) 3219-4853 | (41) 3219-4854

(41)3473-1186 | (41)3473-2469

restaurante@pr.senac.br

restaurantecaioba@pr.senac.br

FOZ DO IGUAÇU

MARINGÁ

Rua João Rouver, 160 - Centro

Av. Colombo, 6225 - Centro – Zona 7

Segunda a sexta 11h30 às 14h

Segunda a Sábado 11h30 às 14h.

Reservas

Reservas

(45) 3521-6200

(44) 3218-5100

fozdoiguacupr@pr.senac.br

restaurantemga@pr.senac.br

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INVERNO

Culinária para dias frios Sistema Fecomércio Sesc Senac PR participa da 5ª edição do Festival de Inverno do Centro Histórico de Curitiba TEXTO: KARLA SANTIN FOTOS: BRUNO TADASHI

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omo nos anos anteriores, o Sistema Fecomércio Sesc Senac foi parceiro da quinta edição do Festival de Inverno do Centro Histórico de Curitiba, realizado de 7 a 23 de julho. A iniciativa celebra a cultura de inverno na capital mais fria do país e, é claro, busca movimentar ainda mais a região.

O festival é promovido por 23 estabelecimentos, que juntos formam a Associação de Empresários do Centro Histórico. “A Associação foi criada em 2012, via Sebrae, Sistema Fecomércio e Prefeitura com o objetivo de realizar ações para revitalizar esses espaços históricos. Já conseguimos muitas melhorias, como segurança e iluminação. Somos 23 empresários apaixonados pelo Centro Histórico e compartilhamos o pensamento de que não devemos olhar apenas para os nossos estabelecimentos, mas pensar em conjunto em como melhorar nosso entorno”, afirma Maria Bonamigo, presidente da Associação de Empresários da região. “O Festival de Inverno trouxe um aumento no movimento em torno de 15%. Recebemos muitos turistas de fora, que visitaram a região por conta do festival”, relata Tamara Maia, proprietária do restaurante Bella Vivenda.

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CULINÁRIA DE INVERNO

No sábado (22/07), o Senac promoveu um workshop de gastronomia sobre comidas de inverno, no Bar do Alemão. Os instrutores Kaio Trevisan e Christian Tamoyo demonstraram, respectivamente, o preparo do Capeletti in brodo, prato típico italiano em que a pequena massa recheada é cozida pelo caldo quente, e o pu-

chero espanhol, um cozido de carnes suína e de caça com legumes. Kaio revelou o segredo para uma sopa de capeletti saborosa: a clarificação do caldo, feito com carcaça de frango, legumes e ervas, com a adição de clara de ovo. A mistura é aquecida em fogo brando, mexendo-a sem parar durante os cinco primeiros minutos. Depois de 15 minutos, é possível extrair um caldo livre do excesso de gordura e resíduos e rico em sabor. Na receita de puchero do chef Christian foram utilizados carne bovina,

lombo suíno, linguiça calabresa, pato, barriga de porco defumada, batata, cenoura, batata doce e grão de bico. Um prato mais substancioso, ideal para as baixas temperaturas. “O Senac sempre busca valorizar a gastronomia e o comércio. Temos uma parceria de longa data durante todos os Festivais de Inverno, sempre com temáticas que nos permitem demonstrar ao público receitas simples, mas que se bem-feitas, podem ser feitas em casa e até mesmo em restaurantes”, avalia Gilberto Pereira Dias, assistente de gerente do Senac Curitiba.

PROGRAMAÇÃO CULTURAL

O Senac participou ainda com a realização de dois workshops de moda e estilo. No Sesc Paço da Liberdade teve contação de histórias, oficinas criativas, jogos e brincadeiras, cinepensamento e apresentações musicais. Durante os 16 dias do evento também foi realizada a exposição dos trabalhos selecionados no concurso de fotografia “Mostre Curitiba através de sua lente”, dos alunos do curso de fotografia do Senac. A comissão julgadora foi composta pelo grupo de empresários do Centro Histórico e representantes do Senac. O 1º lugar foi para a imagem da Igreja do Rosário, do fotógrafo Léo Flores, que também ficou com a 3ª colocação, com o trabalho “Largo da Ordem – Cavalo Babão”. No 2º lugar foi selecionada a fotografia do Paço de Liberdade, de Débora Silva. Todas as fotografias foram impressas nas canequinhas de “Submarino”, carro-chefe do Schwarzwald – Bar do Alemão, consumidas durante o festival. De acordo com o gerente do local, Jorge Tonatto, foram servidas cerca de quatro mil canecas de chope Pilsen com uma dose de steinhäger. O destilado aromatizado com zimbro fica submerso na cerveja em uma caneca em miniatura de porcelana, que virou um suvenir do Bar do Alemão e objeto de coleção. “Muitas vezes pensamos em homenagear alguns fotógrafos que têm fotos fantásticas de Curitiba. Pretendemos fazer uma nova impressão, para que essas fotografias passem a ilustrar as canequinhas de Submarino servidas após o festival”, planeja Tonatto.  JUL | AGO 2017

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CULINÁRIA PARANAENSE

Gastronomia Regional do Paraná no Rio e em Brasília Quase duas mil refeições foram servidas nas duas edições do evento TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTOS: FÁBIO CARVALHO

Salada de Frutos do mar com vinagrete de mel de Ortigueira

B

arreado, Tilápia ao velouté de cachaça de banana de Morretes, Leitão à Pururuca, Medalhão de mignon ao molho de café com purê de abóbora cabotiá, e doces como o Maria de Ingá, Cuca e Banoffee Paranaense. Esses foram alguns dos pratos preparados pelos instrutores do Senac PR durante as Semanas

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da Gastronomia Regional do Paraná que aconteceram no Rio de Janeiro (3 a 7 de julho) e em Brasília (21 a 25 de agosto). Sob a coordenação do assistente de gerente do Senac Curitiba Centro, Gilberto Pereira Dias, a equipe teve a preocupação de apresentar pratos

preparados com ingredientes paranaenses como a cachaça de Morretes, mel de Ortigueira, café do Norte Pioneiro e o pinhão. “Foram levados em conta preparos tradicionais, com produtos locais; alguns, inclusive, ganharam recentemente IG (Indicação Geográfica) reconhecida, como por exemplo, a cachaça de Morretes

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(município do litoral paranaense). Outros são considerados patrimônio, como é o caso do Barreado”, destacou Dias.

Rio de Janeiro: os instrutores do Senac PR, Letícia Petruszyn Pereira Vasmon, de Maringá; Adriano Pereira da Motta; de Foz do Iguaçu; o sub-gerente do Restaurante-escola Senac

O Senac procurou selecionar um instrutor de cada Restaurante-escola do Paraná, para promover um intercâmbio cultural gastronômico ainda maior. “Os instrutores de gastronomia das quatro unidades do Senac PR buscaram a valorização de cada região, bem como suas peculiaridades, afim de repassar ao público a completa referência da culinária paranaense”, completou Dias.

Downtown, Filipe Rocha; o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier; o assistente de gerente do Senac Curitiba Centro, Gilberto Pereira Dias, e os instrutores Erick Eiti Gushi, de Curitiba e Kassia Virginia Ale, de Caiobá

“Foi uma excelente oportunidade para mostrarmos a cultura e valorizar os produtos paranaenses. Estamos também apresentando a expertise dos nossos instrutores. Esse evento vai auxiliar o desenvolvimento dos nossos alunos e da equipe que se envolve em todo processo, desde a pesquisa necessária para elaboração dos pratos até a troca de experiências na hora de servir”, ressaltou o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier. RIO DE JANEIRO

Brasília: os instrutores do Senac PR, André Luis Lourenço

O primeiro evento aconteceu no Rio de Janeiro, de 03 a 07 de julho. Foram servidas 350 refeições no Restaurante-escola do Senac Downtown. Foi realizado também um workshop para os instrutores da unidade, com degustação de Carne de Onça e barreado.

Batista, de Maringá; Carlos de Lima da Silva, de Foz do Iguaçu; Eliane Kreusch, de São José dos Pinhais; o assistente de gerente do Senac Curitiba Centro, Gilberto Pereira Dias e o instrutor Ken Francis Kairalla Kusayanagi, de Curitiba

A equipe foi composta pelos instrutores Erick Eiti Gushi, de Curitiba; Letícia Petruszyn Pereira Vasmon, de Maringá; Adriano Pereira Da Motta, de Foz do Iguaçu, e Kassia Virginia Ale, de Matinhos. BRASÍLIA

Em Brasília a Semana da Gastronomia Regional do Paraná foi realizada de 21 a 25 de agosto e passou por dois Restaurantes-escola Senac Downtown. Nos dois primeiros dias foi servido buffet no anexo IX da Câmara dos Deputados. Para se ter uma ideia do sucesso, somente no primeiro dia foram servidas 650 refeições. Maria de Ingá – Muffin com massa de café e damascos coberto com creme de queijo e zestes de laranja

Cordeiro ao molho de vinho com Aligot de mandioca

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O Restaurante-escola do Senac Downtown, localizado no prédio da Confederação Nacional do Comércio (CNC), recebeu os instrutores Ken Francis Kairalla Kusayanagi, de Curitiba; André Luis Lourenço Batista, de Maringá; Carlos De Lima Da Silva, de Foz do Iguaçu, e Eliane Kreusch, de São José dos Pinhais, nos dias 24 e 25 de agosto. O cardápio foi um Menu Executivo servido no sistema à la carte. No total foram quase 1.600 refeições servidas em Brasília. A culinária paranaense também foi tema de uma aula-show, ministrada pelos instrutores do PR aos instrutores de Brasília.  FECOMÉRCIO PR     45


CULTURA

Arte que reverbera Os 20 anos de itinerância do Palco Giratório e seus passos pelo Paraná TEXTO: ISABELA MATTIOLLI FOTOS: BRUNO TADASHI E IVO LIMA

A

arte tem o poder de transformar, romper fronteiras, dialogar e repercutir o que está ao seu redor. Reconhecido no cenário cultural latino-americano e com 20 anos de trajetória, o Palco Giratório se consolida como maior rede de difusão e intercâmbio das artes cênicas do país. Sua passagem pelo Paraná começou em abril e, até outubro, somará apresentações em 19 cidades do estado. De forma gratuita, a programação paranaense contou com duas intervenções urbanas e dez espetáculos de teatro e dança selecionados pela curadoria nacional do projeto. “Nesses 20 anos, o Sesc busca trazer um panorama da dramaturgia e outras expressões artísticas brasileiras. Além dos espetáculos e intervenções, a iniciativa também oferece ações formativas voltadas para a comunidade não apenas das capitais, mas também em cidades onde o acesso a esse tipo de programação é restrito”, enfatiza a gerente de Cultura do Sesc PR, Isabel Bezerra. Desde que o circuito paranaense foi iniciado, as cidades de Londrina, Toledo, Umuarama, Francisco Beltrão, Maringá, São José dos Pinhais, Paranavaí, Campo Mourão, Apucarana, Curitiba, Medianeira, Ivaiporã, Cornélio Procópio, Guarapuava, Matinhos, Foz do Iguaçu e Jacarezinho já receberam espetáculos. Cascavel e Ponta Grossa encerram a temporada 2017 do Palco Giratório no estado, em outubro, com o espetáculo “O Quadro de Todos Juntos”, do grupo Pigmalião Escultura que Mexe, de Belo Horizonte (MG).

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A intervenção Dilúvio MA, da Ecopoética: Arte e Sustentabilidade abriu a programação da Mostra na capital

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tal, na manhã do dia 7, chamando a atenção para a responsabilidade com o descarte e a urgência no tratamento de questões ambientais e sanitárias.

A performance Maiêutica com a Raquel Mützenberg

Integrantes do coletivo, os artistas Marina Mendo e Rossendo Rodrigues, compartilharam parte de suas experiências obtidas nesse trabalho, na ação formativa “Performatividade em Intervenções Urbanas”, realizada no Sesc da Esquina. “O Palco é uma oportunidade maravilhosa de partilhar a nossa proposta em locais diferentes e também de experimentar o trabalho em outros espaços. Acreditamos que é um tema necessário a ser tratado em qualquer lugar. Na maioria das cidades tem dois ou três arroios poluídos; Curitiba foi exceção, mas também nos trouxe o desafio de ir para outro espaço, que não é aquático, de colocar a rede sob uma rua, onde a questão da poluição fica mais evidente”, explica Marina. Outra intervenção urbana presente na mostra foi “Maiêutica”, da artista Raquel Mützenberg, de Cuiabá (MT). Com o foco em temas como parto humanizado, violência obstétrica e misoginia, o trabalho foi apresentado ao público no dia 9, na extensão da Praça General Osório até a o relógio localizado na Boca Maldita.

Ações formativas do Palco Giratório foram realizadas no Sesc da Esquina

MOSTRA POÉTICAS URBANAS

Espetáculos e performances do projeto de circulação artística do Sesc passaram por Curitiba, durante a Mostra Poéticas Urbanas, entre os dias 7 a 13 de agosto. A intervenção Dilúvio MA, da Ecopoética: Arte e Sustentabilidade, de Porto Alegre (RS), abriu a programação com apresentação na Rua XV de Novembro (Boca Maldita), no centro da capi-

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O artista cênico Romário Souza participou da oficina “Corpo e matéria – Compartilhar a pele”, com Raquel Mützenberg e Millena Machado pelo Palco Giratório. “Eu já vinha investigando esse processo de construção do ator com bonecos, e por isso eu me interessei por essa oficina do Palco Giratório. A princípio eu não conhecia tanto o trabalho da Raquel, mas foi incrível, porque eu tinha um conhecimento raso sobre essa arte e a oficina fez com que eu entendesse melhor esse processo”, comentou.

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CULTURA

Ledores no Breu, da Cia. Tijolo fechou as apresentações da Mostra Poéticas Urbanas

Outra ação formativa que compôs a programação na capital foi “Diálogos entre dois espaços: primeiro ocupe, depois se vire”, no dia 11, com Rodrigo Mercadante e Dinho Lima Flor, integrantes da Cia do Tijolo São Paulo, de São Paulo. A companhia encerrou a Mostra Poéticas Urbanas com apresentações do espetáculo “Ledores no breu”, nos dias 12 e 13 de agosto, no Teatro do Sesc da Esquina. A Cia Tijolo também levou o mesmo espetáculo para Paranavaí, Campo Mourão e Apucarana. TRIBO DE ATUADORES ÓI NÓIS AQUI TRAVEIZ

Com 39 anos de estrada e diversos espetáculos em seu repertório, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre (RS), foi

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escolhida pela curadoria nacional do palco Giratório para ser a homenageada nesta 20ª edição do projeto. A desmontagem “Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência”, com a atriz e integrante da Tribo, Tânia Farias, foi apresentada de forma intimista no Teatro do Sesc da Esquina, no dia 10. O Ói Nóis também levou para o público da Rua XV de Novembro o espetáculo “Caliban – A tempestade de Augusto Boal”, no dia 11. Conhecida pelo teatro de rua e pelo seu viés político, a Tribo trabalhou com a versão de “A Tempestade”, de Augusto Boal, a qual se apropria da peça de Shakespeare e do pensamento do cubano Retamar para questionar a exploração da América do Sul pelo colonialismo europeu e para

discutir a postura neocolonialista dos Estados Unidos. A Tribo de Atuadores já foi convidada a participar de outras duas edições do Palco Giratório. “Estar nesse grande projeto que é o Palco Giratório sempre teve uma importância muito grande para todos nós, no sentido de fazer intercâmbios com outros grupos, conhecer lugares, a cultura local, as pessoas. E agora ser o grupo homenageado justamente num momento de extrema dificuldade para todo o país acaba sendo um alento até para pensar em outras perspectivas e na própria sobrevivência do Ói nóis, além de ser uma forma de estar nas ruas dizendo o que a gente pensa e também de responder a esse momento”, enfatiza a atriz, Marta Haas.

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Caliban – A Tempestade de Augusto Boal com a homenageada Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

Nesta edição do Palco no Paraná, a Tribo de Atuadores fez intercâmbio com o grupo paranaense Às de paus, de Londrina (PR) – convidado para compor a Mostra Poéticas Urbanas, e que também teve a experiência de circular pelo país por meio do projeto no ano de 2013. A companhia londrinense apresentou no dia 10 o teatro de rua “A Perei-

ra da Tia Miséria”. “Sempre bom participar do Palco Giratório, ainda mais nesse intercâmbio que faremos com a Ói Nóis, que é uma companhia consagrada no país. Vir para Curitiba é sempre bom e ver essa roda bonita composta de tanta gente é um prazer muito grande”, comentou o ator da às de Paus, André Demarchi.

Janete Lopes e a filha Alana estavam passando pela Rua XV de Novembro e aproveitaram para assistir ao espetáculo da Às de Paus. “Amei, muito lindo. É bacana é gratuito. A minha filha adora. Eu sempre costumo levá-la ao teatro. Não conhecia o Palco Giratório, mas para nós foi um prazer estarmos aqui”, disse Janete. 

A Pereira da Tia Miséria, dos paranaenses do Núcleo Às de Paus

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ENTREVISTA

Vidas Refugiadas Com o tema “Literatura e(m) Movimento: travessias do tempo e do espaço”, a Semana Literária Sesc PR e XV Feira do Livro Editora UFPR chega a sua 36ª edição, em setembro. Realizada concomitantemente em 22 cidades paranaenses traz palestras, oficinas e encontros que promoverão reflexões sobre a literatura e a maneira como ela transita no tempo e no espaço TEXTO: SILVIA BOCCHESE DE LIMA E ANDRESSA PARRA FOTOS: VICTOR MORIYAMA

R

efugiada no Brasil desde 2014, a jornalista cubana, historiadora, pesquisadora independente e antropóloga, María Ileana Faguagua Iglesias, Mimi, é uma das convidadas da 36ª Semana Literária Sesc PR e Feira do Livro UFPR, em Curitiba, que ocorrerá de 18 a 23 de setembro. Mimi é licenciada em História pela Faculdade de Filosofia e História da Universidade de Havana, pós-graduada em Etnologia e mestre em Antropologia Sócio-cultural. É diretora do programa de diálogos Revista Fecomércio PR: Historiadores e antropólogos descrevem o brasileiro como um povo cordial. Os noticiários mostram situações de xenofobia no Brasil. Como você vê este paradoxo entre a cordialidade e a intolerância? Mimi: A identidade é um fenômeno complexo. Sempre traz à tona aquilo que você é, como você pensa que é, e como os outros veem você. Para completar o quadro, nesta época do espetáculo e das comunicações, temos que contar nesse processo com as imagens que estes projetam das sociedades.

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Intercultural e Inter-religioso da Comissão para o Estudo da História das igrejas na América Latina e no Caribe (CEHILA Cuba); também é fundadora do Mulheres Imigrantes de Ascendência Africana e Africanas (MIDAA) e do projeto Vidas Refugiadas. Entre as premiações que recebeu estão o de pesquisa pela Universidade McGuell, de Montreal, no Canadá; conta com publicações em Cuba, no Brasil, nos Estados Unidos, no Canadá, na Jamaica, na Espanha e na Itália.

Para os curadores da Semana, a proposta do evento é levar ao público uma discussão sobre a maneira como a literatura relaciona-se com os processos de migração em curso e quais são os diálogos que se constroem nas cidades que recebem novas comunidades. A curadoria revela que é interessante avaliar as implicações da desterritorialização na escrita daqueles que optaram por deixar o país de origem. Confira a entrevista com María Iglesias: E para nós, cientistas sociais, especialmente antropólogos e sociólogos, está aí como um elemento muito importante: os estereótipos, que são construídos pelos outros sobre nós, muitas vezes são incorporados acriticamente nos processos de construções identitárias ou de construções dos discursos próprios sobre estas. Então, pelo que tenho pesquisado, nem todo historiador ou antropólogo percebe realmente o povo brasileiro como “cordial”, mas muitos, acriticamente ou porque esta tem sido sua experiência, têm essa percepção. E para isso argumentam com a parte lúdica desta

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sociedade. Só que a festa e o espetáculo esportivo podem ocultar, em qualquer lugar, realidades que são muito complexas. Nessas realidades contraditórias e complexas está à xenofobia que aqui, às vezes, se manifesta até como agressão verbal e física, levada esta última ao extremo da morte, para nos fazer duvidar de tanta cordialidade ou, quando menos, dos exageros de generalizar e de absolutizar, como se a sociedade brasileira for um monólito e todo brasileiro, automaticamente uma pessoa cordial. Porém, é preciso o equilíbrio em todas as análises. Talvez mais próximo da realidade seja considerar o povo brasileiro numa cordialidade que não deixa de exprimir os seus medos e os seus problemas não resolvidos enquanto sociedade, como o racismo contra as pessoas não brancas, um racismo que é especialmente brutal contra as pessoas negras, por exemplo. R.F.: Cubana e exilada política no Brasil. Você se vê como um sujeito com voz e história aqui? Como está sendo a (re)construção da sua identidade no país? Mimi: Pois não, eu ainda não me percebo como um sujeito com voz e história aqui. Fica difícil para mim até me desenvolver como sujeito, porque o sujeito tem possibilidades para participar, e isso é algo que por muito que lute ainda me aparece para mim como um direito muito limitado. Aliás, em sentido geral na sociedade brasileira a sociedade cubana se percebe muito estereotipada, e isso não colabora para eu aparecer como uma voz também cubana, mas diferenciada do discurso oficial construído pelo governo do meu país.

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Tudo isso faz muito difícil para amplos setores desta sociedade aceitar uma pessoa cubana que não está imersa dentro do olhar estereotipado que tem sobre o que é um cubano. É quase impossível ter voz quando o outro não lhe quer ouvir e tenta lhe invisibilizar para ficar mais confortável na sua ideia. Aos poucos, com muitas limitações e em um raio de ação extremamente pequeno, eu mostro outra maneira de serem cubanas e igualmente outras narrativas da cubanidade e outros discursos de cubanos e sobre Cuba além do meu próprio. E tento assim mesmo mostrar outras partes da cultura cubana, que tem uma grande riqueza e aqui é quase somente identificada com o Buena Vista Social Club. Aventurando-me também a mostrar outras narrativas da história do meu país, porque nós tivemos história antes do ano 1959 e essa época não é precisamente como se pensa em muitas partes do mundo, mesmo no Brasil. R.F.: Os refugiados encontram-se representados na literatura contemporânea? As produções literárias ainda são carregadas de estereótipos?

Mimi: Na literatura de quais países? Não conheço muito da literatura brasileira de ficção, tenho me focado mais na literatura das ciências sociais. Do que conheço da literatura universal percebo bem mais presente nela os migrantes que os refugiados. As diferenças culturais parecem menos problemáticas para os literatos que as diferenças politicas. Até porque às vezes o reflexo unicamente das diferenças culturais com uma perspectiva critica do assunto, tem sido motivo de serias e feias controvérsias, de intolerância e até de ameaças de morte para os escritores. Mas pode que por ter sido eles mesmos exilados ou, para usar a nova categoria, refugiados por motivos políticos, a surafricana e premio Nobel de literatura Nadine Godimer e o escritor cubano Carlos Alberto Montaner, por exemplo tem trabalhado o exílio político como eixo em algumas das suas obras literárias. Mesmo que escritores chilenos exiliados do período da ditadura militar de Pinochet e escritores nicaraguenses.

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ENTREVISTA O país então, para dar uma verdadeira acolhida, precisaria duma política direcionada para isso, pensada e estruturada além da emergência. Essa política deveria incluir não só o primeiro assistencialismo. Deveria contar com recursos primários de ensino dos códigos culturais, éticos e legais deste país, também uma política direcionada enfaticamente nas mulheres e nas crianças. E deveria se aceitar e estimular, como estipulam os protocolos internacionais assinados pelo Brasil, a participação dos refugiados na organização dessa estrutura, mas não meramente simbólica e sim com voz, o qual não deveria ser confundido com a imposição de nenhuma das partes, e sim um equilíbrio e reequilíbrio das necessidades segundo o caso pontual. No caso dos cubanos exiliados neste quase sessenta anos do governo dos irmãos Castro, são muitos os literatos e artistas de Cuba que utilizam o exilio como eixo das suas criações. Observo com preocupação e tristeza que essa não é uma literatura que resulta em geral atraente para editores nem é interessante para os críticos literários. E, não sei se por isso, não tem uma grande demanda entre os possíveis leitores. R.F.: O Brasil está estruturado para receber refugiados que são mais de 39 mil pessoas? O que precisa ser criado e aperfeiçoado? Mimi: Não. Até o presente o Brasil não tem estrutura para dar acolhida aos refugiados. E não por estes serem muitos, que não são. Nem os solicitantes nem os refugiados representam cifras significativas neste país. Por isso é um exagero falar de “crises de refugiados” aqui. Menos de 40 mil solicitudes de refúgio e menos de 10 mil refugiados não de-

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veriam constituir um problema num país com as dimensões e as riquezas do Brasil. A verdade que tampouco no plano qualitativo os refugiados são um perigo para a identidade desta nação. Receber refugiados significaria, na boa, criar uma mínima estrutura de políticas públicas que sejam favoráveis ao reacomodo do recém-chegado. Do contrário o recém-chegado, que na maioria das vezes é literalmente um fugido e pelo mesmo carece de recursos económicos e duma rede de apoio para se guiar no novo panorama (físico, sociológico, institucional, etc.), fica sem saber o que fazer, onde morar, como vai conseguir se alimentar, etc. E muitos deles não dominam a língua portuguesa, pelo qual não conseguem se comunicar e entram em estresse, se estabelecendo entre eles e as pessoas no lugar de acolhida um diálogo de surdos que pode terminar criando um problema onde não tem que existir.

Um país que acolhe refugiado deveria ter uma atitude de valorização para os diferentes. E para isso deveria se programar e por em pratica uma política educativa nacional que contemple as diferenças e com um enfoque que perceba estas como riquezas. E deveria valorizar também a heterogeneidade das pessoas refugiadas. Acho fundamental isso para realmente estabelecer uma boa política de acolhida e de inserção e para quebrar estereótipos, nos quais muitas vezes fica fechado e ancorado o refugiado. R.F.: Como se dá o acesso a elementos culturais do seu país e como tem sido o consumo e acesso a produções culturais locais? A cultura, no seu conceito mais amplo, tem sido inclusiva ou excludente? Mimi: Resulta para mim interessante e esperado contar com tão parco contato direto com a cultura do meu país, eu quero dizer dum modo “direto”, desde a nossa ilha mesma. É esperado por mim conhecer as condições

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materiais e de recursos tecnológicos do meu país, que são muito pobres e controladas. É igualmente esperado por mim conhecer que existe uma política de isolamento forçado direcionada para os cubanos que não estamos no país nem somos oficialistas. Então o meu contato com a cultura do meu país neste momento se dá, poderia se dizer que indiretamente, principalmente através dos cubanos que moram no exterior. Fundamentalmente em contato com a comunidade cubana de Miami, Flórida, que é a primeira e maior comunidade constituída por cubanos diaspóricos. Uma comunidade que também tem uma história de desenvolvimento artístico e intelectual, muito preocupada em preservar nossa identidade nacional e transmiti-la às novas gerações nascidas ou criadas na diáspora. R.F.: Na sua visão, os refugiados têm melhor condições de qualidade de vida no Brasil ou nos seus países de origem?

Mimi: É difícil responder essa questão. Para tentar ser equilibrados e panorâmicos, não pode ser uma resposta unidirecional. A anterior situação da vida de cada refugiado está em dependência do país de origem e até das condições particulares de vida familiares e individuais do sujeito particular. Pode acontecer também com a situação no presente, pois alguns deles têm condições para se relacionar com os familiares estejam aqueles ou não no país de origem, mas outros não. Alguns podem ser ajudados economicamente pelos familiares e outros não. No entanto faz parte dos estereótipos sobre refugiado acreditar que este é um coitadinho e que morria de fome antes de chegar ao Brasil. Mas essa ideia é um absurdo total, até porque pensar assim significa que não se tem a tona o motivo particular pelo qual a pessoa teve que fugir e pelo qual é aceito em condição de refúgio, que é estritamente político, religioso ou sexual.

R.F.: O que o público pode esperar da sua participação na 36ª Semana Literária Sesc PR e Feira do Livro? Mimi: Acho que minha participação na 36ª Semana Literária Sesc PR e Feria do Livro pode ser interessante para ambas as partes, para o público e para mim mesma. No meu caso, a nível não só profissional quanto humano (caso de ambos poderem ser separados, o que é difícil). No plano pessoal vai ser para mim uma extraordinária possibilidade de me aproximar duma diversidade de realidades brasileiras. No sentido de visitar outra cidade num país que geográfica e culturalmente é tão diverso, no sentido de me aproximar de intelectuais e escritores, um contato que para mim aqui tem sido muito escasso. No sentido de me aproximar das obras deles e de ter a possibilidade de falar da minha e das obras de outros autores cubanos, a maioria dos quais são aqui desconhecidos. 

A PROGRAMAÇÃO DA 36ª SEMANA LITERÁRIA SESC PR E FEIRA DO LIVRO E A ENTREVISTA COMPLETA ESTÃO DISPONÍVEIS EM WWW.SESCPR.COM.BR/ SEMANALITERARIA/

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LITERATURA PARANAENSE

Escrever, necessidade orgânica em Curitiba Viver em Curitiba, mesmo que prejudicial à saúde de alguns, instigou cinco autores a escreverem seus nomes na história da cidade. TEXTO: LUCAS LAVOR FOTOS: ACERVO BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ

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á para o bairro Pilarzinho e encontre Leminski festando com sua família e amigos. Siga para o Parque Barigui e veja Karam pas-

seando. Pegue o biarticulado, desça na Praça Osório e atravesse a Boca Maldita: talvez você encontre Snege fumando um cigarrinho. Suba uma quadra e Wilson Bueno caminha ao lado da Biblioteca Pública indo editar o Nicolau. Mais algumas quadras, vá até a Cinemateca e ocupe um assento ao lado de Xavier. Andar por Curitiba, dependendo da visão, é respirar literatura. Em um espaço de 21 anos, a “capital literária” (que conta com o peso de Dalton Trevisan) perdeu os cinco escritores do parágrafo anterior. O primeiro a partir foi Paulo Leminski (19441989). Nascido em Curitiba, o poeta de mil faces é um dos autores mais lidos no Brasil hoje. O bigodudo virou até roteiro turístico na cidade em que nasceu, viveu, bebeu e morreu em virtude de complicações hepáticas. Em sequência, Jamil Snege (1939-2003), talvez o escritor mais cult por conta da sua circulação limi-

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tada, se foi por conta de um câncer de pulmão (fumava muito). Pela mesma causa, Manoel Carlos Karam (19472007) faleceu alguns anos mais tarde e, um ano depois, o “escritor visual” Valêncio Xavier, em decorrência de uma pneumonia (1933-2008). Por fim, vítima de um assassinato brutal, Wilson Bueno (1949-2010). Por essência, “Curitiba sempre foi uma cidade literária, desde o tempo dos simbolistas. A maioria das revistas simbolistas surgiu na cidade. Nas primeiras décadas do século XX, muitos paranaenses dominavam a cena nacional. Com a revista Joaquim, em 1946, a cidade entrou de vez no mapa da literatura brasileira. A geração de Leminski, à qual pertencem os autores que você cita, consolidou isso” como explica o escritor ponta grossense Miguel Sanches Neto. A opinião é reforçada pelo escritor curitibano Cristóvão Tezza: “Curitiba tem uma imagem literária boa, consistente e original no resto do país. Que se fez principalmente pela presença impactante da literatura do Dalton Trevisan nos anos 1970, e, mais tarde, pela poesia do Leminski”, conta o autor de Trapo.

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Paulo Leminski É

inquestionável que Curitiba tem Leminski como principal marco literário que exerce influência até hoje, assumindo o posto de cânone para uns ou pária responsável por uma produção poética duvidosa para outros. De um jeito ou de outro, é de leitura indispensável e de importância inegável. Para Sanches, a “sombra Leminski” se vê presente nas produções atuais. “Tanto na contemporânea quanto na produção posterior. Isso se vê em muitos escritores que fazem uma poesia curta, uma literatura mais de vanguarda. Foi o lado vanguardista de Leminski que encantou os escritores mais recentes”. Leminski publicou dezenas de obras, da poesia ao ensaio, nos dois extremos com a poesia minimalista e sua prosa experimental iniciando por Catatau (1975) e diversas produções poéticas como quarenta clics em curitiba (1976), caprichos & relaxos (1983) e outros, todos reunidos no livro Toda Poesia, editado pela Cia. das Letras e uma das obras mais vendidas no país. A mesma editora também publicou Vida, reunião das biografias de Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski. A “sombra” se estende até o “discurso oficial da cidade”, como afirma o autor de Chá das cinco com o Vampiro. “[Leminski] Se fez um elemento turístico, uma identidade. Mas não é culpa dele. Em vida, foi sempre um agressivo combatente de todas as formas de respeitabilidade social” pondera. Opinião compartilhada por Tezza, que configura a questão como extra-literária: “Acho ótimo que as cidades tenham uma relação afetiva forte com os seus poetas. Leminski é uma síntese forte de Curitiba, realmente uma figura inescapável da cultura curitibana”. No documentário Ervilha da Fantasia, produzido por Werner Schumann em 1985, um Leminski eloquente, reforçando o papel do poeta de revolta contra o sistema, diz: “o poeta não é uma excrescência ornamental da sociedade, e sim uma necessidade orgânica” e “eu não sei se todos os povos amam seus cientistas, mas todos os povos amam seus poetas”. Em definitivo, Curitiba ama Leminski.

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“Violência, – caminho mais curto entre dois pontos, mesmo que recentemente elevados às culminâncias cardeais. Para quem não fala, qualquer língua serve; mas para quem já disse tudo, mas eu que falo de muitas maneiras, preciso descobrir o ganho desses manejos todos. Criarem o mundo abriu inaudito precedente de incalculáveis consequências efetivas.” Do livro Catatau, de Paulo Leminski, edição do autor, 1975. t Catatau – Paulo Leminski

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LITERATURA PARANAENSE

Jamil Snege

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atenção dos leitores brasileiros para Leminski não se estende para nenhum dos outros escritores abordados nesta reportagem, como é o caso de Jamil Snege – talvez o mais cult de todos pelo “ostracismo inverso”. Curitibano do Água Verde, o “Turco”, como era conhecido por conta da origem árabe do pai, foi o grande galhofeiro em seus círculos. No total, publicou 11 obras, entre elas Tempo Sujo (1968), Senhor (1989) e o romance autobiográfico Como eu se fiz por si mesmo (1994), sempre por iniciativas próprias ou alternativas, fugindo do mercado editorial de convenção. Formou-se em Sociologia e Política pela PUC-PR. Na contramão artística de Leminski, Snege foi plural até onde se permitia: trabalhou principalmente com publicidade (Leminski também atuou na área, mas não teve papel preponderante como o Turco), mas foi dono de loja de antiguidade, serviu o exército na juventude (pelo CPOR) e escreveu para jornais. Nos últimos sete anos de vida assinou crônicas na Gazeta do Povo. Hoje, divergências familiares impedem que novas edições sejam editadas, mantendo o status de “cult”. E isso (de ser cult) vem da própria postura do autor: no ano de 1998, em uma entrevista para a Gazeta do Povo, Snege afirmou – não sem temer ser interpretado como elitista – que receava as exigências editoriais e não tinha interesse em ser lido pelo povo “Porque eu acho que quando você trabalha com muita doação às pessoas, como eu faço, você procura manter uma conexão com quem vivencia o mesmo que você, e não com qualquer pessoa. Eu não me proponho a ser um autor para ser lido na praia. Acho que o Sidney Sheldon seria muito mais gratificante para esse leitor” afirmou

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o escritor. O assunto é incerto: também configurado como “extra-literário”, Tezza conta que a decisão de não ser lido era estritamente pessoal e que “Jamil não tinha interesse em ser editado nacionalmente. E não faltaram ofertas. Ele sempre preferiu cuidar artesanalmente dos próprios livros, controlando da capa à escolha das fontes. Não sei avaliar a escolha dele”, pondera. Miguel Sanches também define a via de contramão de Snege à Leminski e afirma o embate entre os escritores: “Ele queria ser lido, sim. Isto era apenas para impressionar. E para justificar o fato de que seus livros não tinham leitores. Mas o que mais aprecio nele foi a sua recusa de fazer sucesso a qualquer custo. Havia uma competição entre ele e Leminski. Jamil foi o primeiro namorado da Alice Ruiz, que viria a se casar depois com Leminski. E Leminski fazia sucesso. Jamil então criticava o sucesso fácil e se vingava indiretamente do seu adversário”. Considerava-se “um profissional da comunicação, um trabalhador braçal da propaganda”, coisa que não impediu de se sobressair como escritor. No currículo, realizou campanhas pela Beta, sua agência, de Tony Garcia (ficou em segundo lugar na eleição

para o senado) e, para o Governo do Estado, Rosimeri Kredens discursava contra o machismo com um olho roxo na TV (mais uma semana e ela venceria, segundo Jamil). Mesmo com sua vida profissional “à parte”, o Turco seria mais lido hoje, “mas não como ficcionista, e sim como cronista. No final da vida, sua dedicação à crônica dava o público que ele sempre no fundo desejou. E a crônica era um formato adequado ao seu ritmo lento de produção”, conta Sanches. “Jamil foi o cultor da frase perfeita. Era um escritor de fôlego curto porque tinha obsessão pela frase. A qualidade dele é, para mim, a mesma de um Raduan Nassar, autor também de origens árabes e católicas. Fomos muito amigos e tínhamos uma liberdade para nos criticar. Transformei esta arte amorosa da maledicência na marca de meu romance Chá das cinco com o vampiro”. Tezza completa: “O Jamil foi um minimalista refinado”. E o que é Snege hoje? “Uma reserva de literatura que gostamos de manter em segredo, para que pertença apenas aos poucos entendidos”, desfia Miguel Sanches.

p Como se fiz por si mesmo – Jamil Snege

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Manoel Carlos Karam

“Após a descoberta da possibilidade de aventura, fica-se (como manda o figurino) irremediavelmente apossado pela ideia da possibilidade de aventura, uma ocorrência que pode envolver um magarefe e entreter o bibliotecário da aldeia, um incidente capaz de prometer emoção a um telegrafista e divertir o bobo da aldeia”.

p Comendo Bolacha Maria no dia de São

Nunca – Manoel Carlos Karam

Do livro Comendo Bolacha Maria em Dia de

EXPERIMENTO NARRATIVO

São Nunca, de Manoel Carlos Karam, Ciência

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do Acidente, 1999

e passagem para Nova Iorque em 1966, Manoel Carlos Karam assentou em Curitiba e por aqui ficou. A brincadeira foi feita em uma entrevista para a TV UFPR, em 2004. Nascido em 1947 em Rio do Sul, Santa Catarina, Karam iniciou-se no mundo artístico com a escrita da peça “O velório de Joaquim Silvério” em uma espécie de compromisso estudantil e, possivelmente, uma influência velada de seu pai que era ator e chegou a escrever algumas peças. Cursou jornalismo e passou pelas redações da Tribuna do Paraná e O Estado do Paraná, além de trabalhar em TV. Depois de escrever dezenas de peças, deixou o teatro para estrear na literatura com Fontes Murmurantes (1985), quando passa a se admitir oficialmente como escritor. Com prosa marcada pelo non-sense, ler Karam é viajar por uma Curitiba absurda – exatamente como ela é. Define o escritor e tradutor Ernani Ssó na orelha de O impostor no baile de máscaras (1992): “O humor de Karam varia do absurdo à alusão literária, da gozação de clichês à associações, do lírico ao curto e grosso. Em boa parte, exige cultura. Mas para

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o resto basta inteligência”. Tezza: “A literatura dele é extremamente pessoal; ele absorveu de uma forma muito original o espírito dos anos 70, quase um cruzamento de Cortázar com Woody Allen”. As histórias já são conhecidas.“Em 1968 ou 1969 trabalhei numa peça escrita pelo Karam e dirigida pelo Ari Para-Raio. Lembro que em outro momento ele emprestou sua casa para alguns ensaios de Os confinados, uma peça que escrevi e dirigi. Nesse tempo a gente conversava bastante. Depois ficamos muitos anos sem nos ver, e os contatos foram esporádicos” conta Cristóvão Tezza. A preocupação de Karam com a escrita o fez abandonar o bar para não ser um escritor de fim de semana. Em 1997, Cebola é publicado, encerrando a Trilogia de Alhures do Sul, a Curitiba fantasiada do autor.

Admirado por escritores como Joca Terron, Manoel Carlos Karam tinha referências que, assim como ele, tinham a experimentação narrativa como lei. Nomes como Cabrera Infante e Campos de Carvalho faziam parte da lista de escritores que admirava e o influenciava. Sanches Neto afirma: “Karam se isolou em uma experimentação que em muitos momentos é árida. Ele tinha prazer em trabalhar a forma, mas isso virou um jogo, algo gratuito. Leminski e Jamil conseguiram ultrapassar os limites do trabalho formal e construíram obras mais universais, de interesse mais amplo, mais humano” conta. “Karam é um escritor para escritores adolescentes, que se encantam com as brincadeiras formais”.

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Valêncio Xavier

LITERATURA PARANAENSE LITERATURA VISUAL E O NICOLAU

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as palavras de Valêncio Xavier, como escreve na orelha de Comendo Bolacha Maria em Dia de São Nunca, Karam se equipara a grandes escritores, como Machado de Assis, que escreveram somente uma única obra. No lançamento do livro de um, a entrevista para o jornal era realizada pelo outro. Assim como – apesar das divergências – Jamil Snege foi o primeiro a resenhar Catatau para o jornal, o esforço conjunto para fomentar o mercado literário era de todos. É daí que todos, e centenas de escritores e poetas paranaenses, colaboraram com o Nicolau, editado na Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC) entre 1987 e 1996. O primeiro passo para o jornal foi dado por Adélia Maria Lopes, Luiz Antonio Guinski, Josely Vianna Baptista e, por fim, Wilson Bueno. Valêncio Xavier (1933-2008) era um “escritor visual”. Chegou em Curitiba com 21 anos, vindo de São Paulo. Foi cineasta e se desenvolveu como profissional de TV. Em 1975 funda a Cinemateca de Curitiba. Com extenso currículo audiovisual, dirigiu filmes como Os 11 de Curitiba, Todos Nós (1995) e O Pão Negro – Um Episódio da Colônia Cecília (1993) e ganhou o prêmio “Melhor Filme de Ficção” na IX Jornada Brasileira de Curta-Metragem com Caro Signore Feline (1979). Publicou, em 1981, O Mez da Grippe em que experimenta algo como um “texto-montagem” em um discurso polifônico que mistura diversas formas de linguagem. Em 1998 é reeditado pela Cia. Das Letras, ganhando o Prêmio Jabuti de 1999 em Melhor Produção Editorial. Entre suas obras, lançou Curitiba, de nós (com Poty Lazzarotto, em 1975), Meu 7º Dia (1998), Minha História Dele (1998) e Minha Mãe Morrendo e o Menino Menti-

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p “O mez da grippe” – Valêncio Xavier

do (2001). Colaborou frequentemente com contos para diferentes jornais, vários ilustrados por Poty Lazzarotto na Gazeta do Povo. Para Miguel Sanches Neto, no entanto, Xavier “era um naïf da literatura. Tinha muita dificuldade para escrever, então vencia isso dialogando com o cinema, tevê e artes gráficas. Foi um cineasta que filmava com livros” reflete. “Era o mais delirante dos escritores paranaenses. E adorava elogiar o próprio Valêncio. Acho a literatura dele superestimada. Fomos amigos por um tempo, mas ele era muito centrado em si mesmo, o que nos afastou bastante. Faz parte dos escritores para os quais a forma é tudo”. O autor de O Filho Eterno equilibra: “Era uma figura simpática e engraçada, e um talento bastante

especial. Não sei dizer qual teria sido sua influência na literatura local – sempre entendi o Valêncio e sua obra como um caso único e intransferível”.

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Wilson Bueno

CHAPÉU Partiu Carlos Alberto Pessoa Por Ernani Buchmann

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ilson Bueno foi o escritor limítrofe, como já propõem sua principal obra, Mar paraguayo (1992), que mescla línguas e gêneros formando o acontecimento literário de sua vida. Vindo de Jaguapitã (PR), o escritor que tinha como referências Guimarães Rosa, Machado de Assis e seu autor favorito: Franz Kafka. Publicou 16 livros no total, com a iniciação na cena literária advinda de Leminski, que fez o prefácio de Bolero’s Bar, em 1986. “Bueno ora se dá como menino abandonado (meio Dickens, meio “beat”)” escreve o autor de Catatau. Entre as obras, destaca-se Manual da Zoofilia (1991), Amar-te a ti nem sei se com carícias (2004) e A Copista de Kafka (2007). Com tiragem mensal, durante seus oito anos de existência o jornal Nicolau Wilson Bueno foi responsável por movimentar a cena cultural. “Ele recolocou em circulação o Paraná literário com o Nicolau. Foi um grande articulador do local com o nacional. Mas usava também o jornal, que era público, para se promover e promover sua literatura. Mas todos devemos muito a ele. Eu devo minha entrada na cena literária. E sua prosa poética tem uma qualidade estética inquestionável”, afirma Sanches Neto. 

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p Mar Paraguayo – Wilson Bueno

“Si, el infierno, añaretã, anãretãmeguá, existe e, creio, forçando certa honestidad, que el infierno a mi se afigura, acima de todo, el deseo de siempre y sempre más e mais amor - inquieta insaciabilidad que me completa nua llorando en la viuda cama de casal, tan larga, llorando la certeza sin duda de que un dia, un dia, un dia a gente se va a morir: tecové, tecové, tecovepavaerã.” Do livro Mar Paraguayo, de Wilson Bueno, Iluminuras, 1992

Faleceu na manhã de 14 de agosto, depois de ser diagnosticado com um câncer que se revelou fatal em três semanas, o jornalista e escritor Carlos Alberto Pessoa. Nascido em Irati, Nego Pessoa, como era chamado pelos amigos, poderia fazer parte da matéria escrita por Lucas Lavor, que analisa a obra diferenciada de outros cinco autores paranaenses. Mas ao sugerir a pauta, ninguém imaginava que o autor, empenhado em escarafunchar a linguagem e as ruas de Curitiba – era um andarilho curioso, a fazer quilômetros diários calçado em tênis e vestido com agasalho de academia – fosse morrer de súbito. Abaixo, um retalho da linguagem radical de Carlos Alberto Pessoa, radical também em suas opiniões, instruindo sobre o ato de se traçar uma feijoada: “Come-se em silêncio reverente, obsequioso. Ou acompanhado de poucas, raras, boas palavras. Nada de política, essa abominação. Nada de futebol, chatice 24 vezes por segundo. Nada de religião, estritamente reservado. Nada de sexo, papo de gentinha. Nada de assuntos pessoais – ninguém é importante para falar de si, do repugnante ego. (Pessoas educadas não falam eu nem eles, falam sobre tópicos). Só uma bebida acompanha a feijoada. E não atende pelo nome cerveja. Ideal para comer salsicha. Feijão pede cana. De brava. Da boa. De gerais. Mineira. Da pesada. Branca. Teor alcoólico acima de 40°. Pro santo. E vamos nós. Saúde. Tchin-tchin”. (do livro Modos&Modas, de Carlos Alberto Pessoa, Travessa dos Editores, 2009).

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Recorde de solidariedade Campanha do Agasalho supera edições anteriores e arrecada mais de 406 mil peças em 32 cidades paranaenses TEXTO: ISABELA MATTIOLLI FOTOS: IVO LIMA/BRUNO TADASHI

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inalizada em 12 de agosto, a 9ª edição da Campanha do Agasalho bateu recorde em arrecadações de roupas, calçados e cobertores. Foram mais de 406 mil peças doadas nos postos disponibilizados em 32 cidades do estado, repassadas a 300 entidades sociais. Até então, a maior arrecadação da campanha de responsabilidade social tinha sido na edição de 2015, com 352.824 itens doados.

Para celebrar esses números, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR convidou seus parceiros, Instituto GRPCOM, Exército Brasileiro, Secovi-PR e demais apoiadores para um evento de encerramento que beneficiou a população atendida pela Associação Beneficente São João Batista, no bairro Santa Quitéria, em Curitiba, no dia 1º de setembro. No formato de brechó social, seis mil peças de roupas, cobertores e calça-

dos foram disponibilizada a mais de 140 famílias da região. O diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos, creditou os 30% a mais em arrecadações nesta edição, à solidariedade dos brasileiros e o engajamento dos parceiros. “Para nós é uma alegria imensa bater esse recorde, e poder contribuir ainda mais com aqueles que precisam. Só tenho a agradecer a todos aqueles que participam dessa campanha do agasalho, e aos nossos parceiros, a RPC por meio do Instituto GRPCOM, o Exército Brasileiro, o Secovi, os nossos sindicatos, as Câmaras da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios, os empresários que aderiram a iniciativa”, endossou o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana. PARCEIROS

O diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos; o presidente do Sindepark, Pedro Cezar Vinholi; o coordenador de Desenvolvimento Corporativo do Senac PR, Antonio Carlos Langner; o Coronel da 5ª Região Militar, Sérgio Veloso Vaz Sampaio; a representante do Instituto GRPCOM, Lorena Laska do Nascimento; o gerente geral do Secovi PR, Edvaldo Amadei, e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana

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Representante do Instituto GRPCOM no encerramento da Campanha do Agasalho, Lorena Laska do Nascimento reforçou o alcance social da iniciativa em prol aos paranaenses. “Nós acreditamos que por meio dos nossos veículos conseguimos alcançar um grande número de pessoas, de várias classes locais que contribuíram para essas doações”, observou.

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Desde 2013, o Secovi-PR apoia a iniciativa disponibilizando postos de arrecadação em condomínios conveniados à entidade em Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá. No período, o Secovi já arrecadou mais de 250 mil peças e, nessa edição, em torno de 65 mil peças. “É uma campanha que o Secovi está engajado, pela especificidade do nosso sindicato e a facilidade de estar em contato com esses condomínios, viabilizando um bom montante de doações”, sintetizou o gerente geral da entidade, Edvaldo Amadei. Também participaram do encerramento Coronel Vaz Sampaio, da 5ª Região Militar do Exército Brasilei; o major Alessandro Costa da Silva, chefe da Seção de Assistência Social da 5ª Região Militar do Exército Brasileiro; a Tenente Mânica; o coordenador de Desenvolvimento Corporativo do Senac PR, Antonio Carlos Langner; o presidente do Sindicato das Empresa de Garagem, Estacionamentos e de Limpeza e Conservação de Veículos no estado do Paraná (Sindepark), Pedro Cezar Vinholi; o gerente geral do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), Edvaldo Amadei; a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR, Maristela Bruneri; o coordenador do Núcleo de Comunicação do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Cesar Luis Gonçalves; a gerente de Ação Social do Sesc PR, Elisângela Domingues; o gerente de Educação do Sesc PR, Adriano Trentin; a gerente de Cultura do Sesc PR, Isabel Bezerra; o gerente executivo do Sesc da Esquina, Osiel Silva; a gerente executiva do Sesc Água Verde, Silmara Marques, o gerente executivo do Sesc Portão, Henrique Gaio, e a presidente da Associação Beneficente São João Batista, Fátima Santos Portela.  JUL | AGO 2017

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Ações cívico-sociais do Exército O 5º Batalhão Logístico do Exército Brasileiro (5º BLog) realizou no dia 24/ de agosto, uma ação cívico-social em comemoração à Semana do Soldado. A Escola Municipal Joaquim Távora, localizada no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC), abriu as portas para alunos, familiares e moradores da região, que receberam atividades organizadas pelos militares e parceiros – entre eles o Sesc PR. Diversos serviços foram ofertados à comunidade. O Sesc Portão e o Sesc da Esquina coordenaram o brechó solidário, disponibilizando duas mil peças arrecadadas pela 9ª edição da Campanha do Agasalho. Além do CIC, cidades da Região Metropolitana de Curitiba também receberam as ações-cívicas do Exército e os brechós solidários: Piraquara (23/8), Colombo (29/8) e Pinhais (30/8). “As ações buscam aproximar o Exército Brasileiro das comunidades, além de ofertar serviços de acordo com as necessidades dessas pessoas”, enfatiza o Capitão Martins, Comandante da Companhia de Comando e Apoio do 5º B-log. A diretora da Escola Municipal Joaquim Távora, Josete Biss, comentou que a iniciativa veio em boa hora e também contribui para a integração de alunos, familiares e moradores locais. Caso de Janete Dias, que foi até a escola onde a neta estuda para escolher algumas peças do brechó solidário. “Vou levar essas peças para uma família de conhecidos que mora no litoral e que precisa muito desse tipo de doação. É a solidariedade que vai além”, pontuou.

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INAUGURAÇÃO

Sesc inaugura banco de alimentos do Mesa Brasil Nova sede, com área total de 920 m², banco tem capacidade de armazenar até 120 mil quilos de alimentos TEXTO: ISABELA MATTIOLLI FOTOS: BRUNO TADASHI

A nova sede do Mesa Brasil Sesc de Curitiba está localizada na Rua Francisco Parolin, 528

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uem planta solidariedade colhe desenvolvimento. Com esse objetivo o Sesc PR lançou oficialmente na capital paranaense as novas instalações do banco de alimentos do Mesa Brasil Sesc – Núcleo Parolin. A cerimônia ocorreu no dia 29 de agosto, no espaço de 920 m², localizado na Rua Francisco Parolin, 528. A nova instalação conta com quatro docas, uma câmara destinada ao

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congelamento de alimentos, câmaras frias e espaço para itens secos. O espaço também dispõe de área administrativa setorizada, sala para treinamentos e estacionamento. Esses são alguns pontos que elevam a qualidade dos serviços prestados pelo Mesa Brasil Sesc na capital, que desde 2003 é coordenado pelo Sesc da Esquina, e, se configura como o maior dos sete programas presentes no Paraná.

O diretor executivo do Sesc PR, Emerson Sextos, enfatizou que foi um evento simbólico, pois desde março o banco opera em totalidade na nova sede. “O Mesa Brasil transforma vidas. Neste ano, já foram doados 621 mil quilos de alimentos somente pelo programa de Curitiba. São 18 municípios atendidos no litoral e na Região Metropolitana. Hoje temos 200 instituições receptoras, beneficiando 34.386 mil pessoas”, apontou.

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Dados estaduais Além de Curitiba, o Mesa Brasil Sesc possui outros seis bancos de alimentos localizados nas cidades de Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina e Maringá, atendendo mais de 71 municípios em áreas de abrangência. No último ano, os sete Programas Mesa Brasil Sesc paranaenses atenderam aproximadamente 150 mil pessoas por meio de 735 instituições receptoras, sendo 296 empresas doadoras, totalizando mais de 2,3 milhões de quilos de produtos distribuídos. Conheça o Programa pelo www.sescpr.com.br/mesabrasil

A nova instalação conta com quatro docas

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, entregou uma homenagem à diretora de Marketing do Condor Supercenter, Elaine Munhoz, representando as empresas doadoras do Mesa Brasil Sesc

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, comentou sobre o alcance social do programa e enalteceu a importância dos doadores nesse processo coordenado pelo Sesc PR. “Esse projeto não iria a lugar algum sem os doadores que fazem com que isso seja possível. O nosso pessoal é responsável pela logística, de buscar onde sobra e levar onde falta, tudo isso de uma forma transparente e com rastreabilidade”, pontuou o dirigente, que entregou uma homenagem à diretora de Marketing do Condor Supercenter, Elaine Munhoz, para simbolizar o

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agradecimento a todas as empresas doadoras do programa. AUTORIDADES PRESENTES

Também prestigiaram o lançamento o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista e Materiais de Construção no Estado do Paraná (Simaco) e presidente da Comissão de Obras do prédio, Sigismundo Mazurek; a diretora de Recursos Humanos do Senac PR, Daniela Rosa de Lelis Oliveira – representando o diretor regional do Senac PR, Vitor Monastier; o engenheiro da P1 Engenharia,

responsável pela execução da obra, Pedro Guilherme de Castro; o gerente de Infraestrutura do Sesc PR, Gerson Konell, responsável pelo projeto arquitetônico e pela fiscalização da obra; o presidente do Sindicato dos Representantes Comerciais do Paraná (Sirecom) e vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo Cesar Nauiack; os conselheiros do Sesc: Zildo Costa; Otílio Mônaco; Ariosvaldo Rocha; Aldebrando Lins Albuquerque; Antonio Marcos Ribeiro e Remi Stelmach; o diretor de Saúde, Esporte e Lazer do Sesc PR, Marcus Vinicius de Mello; a diretora de Educação, Cultural e Ação Social do Sesc PR, Maristela Bruneri; o diretor da Administrativo Financeiro do Sesc PR, Tadeu Litwin; o diretor de Suprimentos e Patrimônio do Sesc Paraná, Paulo Roberto Falcão; o coordenador geral do Núcleo de Comunicação e Marketing do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Cesar Luiz Gonçalves; gerentes do Sesc PR, empresários, colaboradores e demais convidados.  FECOMÉRCIO PR     63


ESPORTE

O atleta Sérgio Correia Aguiar participou da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, em 2015

Atestado médico, exigência de saúde Esta medida preventiva é uma recomendação de todas as sociedades de medicina, que salientam a importância de realizar exames e avaliações frequentes antes de iniciar uma atividade física TEXTO: KAREN BORTOLINI FOTOS: IVO LIMA E CARLOS NOVAIS

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esde 2014 o Sesc PR passou a exigir, para participar em todas as ações esportivas, a apresentação do Atestado Médico, salientando que o atleta está apto para realizar a atividade física pretendida. Em pro-

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vas que exigem grande esforço físico, como o Sesc Triathlon Circuito Nacional – Etapa Caiobá, e na Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, este procedimento sempre foi obrigatório.

Graças a este cuidado, o atleta Sérgio Correia Aguiar, de Paiçandu, ficará impedido de fazer a prova, no entanto a medida poder prevenido que ele sofresse um mal súbito no percurso. Corredor há cerca de 15

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anos, ele se inscreveu na 10ª Edição da Maratona e ao realizar os exames cardiológicos anuais deparou-se com uma complicação. Ao fim do teste de resistência física feito na esteira de corrida, o atleta sofreu uma parada cardíaca. “Eu já havia feito o eletrocardiograma, mas não apontou nada de anormal. A parada ocorreu enquanto retiravam os eletrodos, depois de correr na esteira. Precisei ser reanimado e iniciar uma bateria de exames”, conta. O paciente fez um ecocardiograma e permaneceu com holter fixado ao tórax por 24 horas para aferir os batimentos cardíacos. Posteriormente, realizou uma ressonância magnética do tórax, mas não apontou nenhuma anormalidade. Somente ao fazer a ressonância magnética do coração, foi possível detectar uma atrofia muscular, chamada cientificamente de miocardiopatia hipertrófica assimétrica. Aguiar passou a tomar medicamentos contínuos e foi proibido de realizar exercícios físicos intensos. A ele restou a possibilidade de caminhadas e cliclismo moderado. A notícia infelizmente o retirou das pistas, mas preveniu que algo pior acontecesse. O diretor médico da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Marcelo Leitão, destaca que esta disfunção é congênita e pode se manifestar após a adolescência. “Esta é a causa mais comum de morte súbita durante a prática esportiva, em pessoas com menos de 35 anos”, alertou. O especialista atenta que os exames médicos devem ser feitos, independe da idade do paciente, de preferência uma vez ao ano, pois problemas, assim como esse, podem ser preexistentes e manifestarem-se tempo

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O diretor médico da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR, Marcelo Leitão, orienta colaboradores e maratonistas sobre os cuidados de saúde para a prova

depois, como foi o caso de Aguiar. “Não é somente o Sesc que exige o atestado médico, e sim todas as sociedades da área de medicina recomendam a realização de uma avaliação, principalmente para participar de uma maratona. Outras provas como as de Paris, Berlim e muitas da América do Sul também tomam esse cuidado”, explica. Ele salienta que o critério do exame e da liberação para a atividade é de responsabilidade do médico e, que apesar de o paciente passar por uma avaliação, isso não garante a ele imunidade para qualquer patologia, e sim, minimiza e previne possíveis problemas de saúde.

SERVIÇO MÉDICO

A exigência do atestado médico não é o único cuidado que o Sesc tem com a saúde do atleta. Nove ambulâncias estarão disponíveis aos atletas durante o percurso, com atendimento conforme protocolo exigido pela Agência Nacional de Saúde. Em cada ambulância contará com um condutor e socorrista, um médico e um enfermeiro. Seis profissionais da área de Saúde da Equipe Sesc Paraná, cinco médicos contratados para o pronto atendimento, 23 massagistas e oito enfermeiras em motos. Ainda no pós-prova, os atletas contarão com serviço de resfriamento, ambulatório, massagens, hidratação e reposição energética.  FECOMÉRCIO PR     65


SAÚDE

Sesc Saúde da Mulher inicia atendimento Unidade Móvel em Fazenda Rio Grande, primeiro município a receber os exames gratuitamente TEXTO: KAREN BORTOLINI FOTOS: IVO LIMA

À esquerda, o presidente da Câmara de Vereadores, Julio Cesar Ferreira de Lima Thedoro, o prefeito Marcio Wosniack, descerram a fita inaugural com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, e com a deputada estadual Cláudia Pereira

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nédita em todo estado, o Sesc Paraná lança a Unidade Móvel (UM) de Saúde da Mulher. Um serviço itinerante que oferece gratuitamente exames preventivos de câncer de mama, colo de útero e mamografias. O primeiro município a ser atendido foi fazenda Rio Grande (RCM), e desde o dia 8 de agosto está atendendo a população feminina. Os agendamentos seguem até 15 de dezembro, e a previsão é que todas as mulheres sejam consultadas. A iniciativa

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é parceira da Prefeitura de Fazenda Rio Grande e da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios do Paraná (CMEG). Os atendimentos serão feitos mediante triagem realizada por agentes comunitárias de saúde, conforme faixa etária. Os exames de mamografia serão prioritários a mulheres de 50 a 69 anos. Já os preventivos para mulheres de 25 a 64 anos. Também serão realizadas ações de

Educação em Saúde e capacitação profissional. Estima-se, que durante o período de permanência da Unidade Móvel, sejam atendidas cerca de três mil mulheres. LANÇAMENTO

A cerimônia de lançamento foi realizada ao lado da Secretaria Municipal de Saúde de Fazenda Rio Grande. A programação do dia 8 de agosto também incluiu uma feira de saúde,

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com aferição de pressão, teste de glicemia e orientações específicas para gestantes e lactantes. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, destacou os benefícios que a unidade proporcionará ás comunidades. “Ficamos muito felizes em podermos contribuir com uma região que está em constante expansão, serão beneficiadas aqui diversas famílias de comerciantes, comerciários e servidores”. O prefeito Marcio Wosniack e o presidente da Câmara de Vereadores, Julio Cesar Ferreira de Lima Thedoro, o Julinho do Pesque, agradeceram e destacaram que a unidade móvel contribuirá para a saúde daquela população, enquanto o diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos, falou sobre os modernos equipamentos no interior da unidade. “Eles podem detectar nódulos de até um milímetro. O que significa que as chances de cura são de 90%, quando detectados os casos precocemente. Isso vai além da missão do Sesc de transformar vidas, pois permite salvar vidas”, pontuou. Caso necessário, após os exames, as pacientes serão encaminhadas para tratamento no hospital Erasto Gaertner. A UM está em condições de funcionamento conforme lei que autoriza mamografia em unidades móveis, proposta pela deputada estadual, Cláudia Pereira, e sancionada pela vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti. “As projeções sobre incidência de câncer da mama demonstram que a prevenção é essencial para garantir a saúde da mulher. A lei 18.595, de autoria da Deputada Cláudia Pereira, facilita as ações do estado nesta questão, ao instituir a prática de exame de mamografia móvel no Paraná. Vem ao encontro do trabalho do Sesc na área de saúde, no momento em que

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Da esquerda para a direita: o diretor de Esporte, Lazer e Saúde do Sesc PR, Marcus Vinícius de Mello; a supervisora da CMEG, Cláudia Colpi; o diretor regional do Sesc PR, Emerson Sextos; o secretário de municipal de Saúde, Rejiomar Andrade; a deputada estadual, Cláudia Pereira; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marcio Wosniack, e o presidente da Câmara de Vereadores, Julio Cesar Ferreira de Lima Thedoro, o Julinho do Pesque

Sala de exame preventivo

Mamógrafo

inauguramos a Unidade Móvel de Saúde da Mulher, programada para circular pelos municípios paranaenses oferecendo atendimento gratuito. É motivo de otimismo sabermos que

estamos sintonizados nos esforços em favor de uma questão tão importante para aumentar o nível de qualidade de vida dos paranaenses”, finalizou o presidente Piana.  FECOMÉRCIO PR     67


SINDICATO

Representatividade do comércio platinense Associados tem atendimento garantido em Santo Antônio da Platina com serviços e cursos oferecidos pelo sindicato TEXTO: LUCAS LAVOR FOTO: WILSON RAYMUNDO JUNIOR

N

o dia 17 de janeiro de 1963 o Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio da Platina foi fundado por José Tanko. Hoje Representando 19 municípios e presidido por José Alex Gonçalves Figueira, o sindicato tem sede no mesmo prédio do Sesc e Senac do município. Em virtude dessa proximidade, a parceria entre as instituições garante um atendimento maior para os mais de 2.000 filiados. A entidade sindical oferta serviços que contribuem para a formação de todos os associados. Entre as ações desenvolvidas estão convenções de trabalho, atendimento jurídico, exames admissionais e palestras. “Também oferecemos vários cursos gratuitos nas áreas de vendas e atendimento. Contamos também com os cursos do próprio Senac” conta José Alex, que também é vice-presidente da Fecomércio PR. Outra parceria importante para os associados é com a Junta Comercial, que conta com um escritório instala-

do na sede da sindicato. Contadores e empresários realizam ali abertura e fechamentos de empresas, além de alterações contratuais, registros fiscais e outros serviços. Além disso, todos os associados têm direito a serviços médicos. “Nossos filados tem descontos especiais nos cursos do Senac e aproveitam as vantagens do Sesc. Realizamos a corrida de rua e o atendimento da terceira idade e infantil. Isso contribui muito para o sindicato; ganhamos uma visibilidade grande perante a população” diz Alex, que participa de diversos conselhos em que são estudados interesses dos membros do sindicato, além de manter uma atuação política grande com prefeituras e defendendo interesses do comércio nas 19 cidades em que atua.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio da Platina, José Alex Gonçalves Figueira

Para os próximos meses, José Alex tenta manter o otimismo para a melhoria da economia do país: “Se o Brasil não melhorar, o comércio tem queda. A gente espera que os

problemas políticos sejam resolvidos para que haja um crescimento econômico”. 

Serviço:

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA Rua Rui Barbosa, 799 | Santo Antônio da Platina PR | Telefone: (43) 3534-4389

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ARTIGO

Crisitna Bocayuva

A Reforma Trabalhista D

e um modo geral, todos concordam que a vetusta CLT – Consolidação das Leis do Trabalho de 1943, do Presidente Getúlio Vargas, com 922 artigos e milhares de parágrafos e incisos, está defasada em função das novas dimensões ocorridas há mais de setenta anos no relacionamento entre empregados e empregadores. Dessa forma, o Presidente Michel Temer marcou importante vitória política ao conseguir a aprovação da “Reforma Trabalhista nas duas Casas do Congresso Nacional. A nova Lei nº 13.467, de 13/7/2017, com 233 novas regras, que entrará em vigor em novembro próximo, é complexa, mas não se pode deixar de reconhecer que foi amplamente debatida entre todos os interessados. Entre as novas regras da Lei, merece destaque a que prescreve o conceito de que “o negociado prevalece sobre o legislado”, indicando que a “convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho tem prevalência sobre a lei quando, entre outras matérias, dispuserem sobre jornada de trabalho, banco de horas anual, plano de cargos, salários, teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente, remuneração

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por produtividade, troca do dia de feriado e participação nos lucros e resultados da empresa”. Essas inovações incentivarão as negociações coletivas diretas entre trabalhadores e empregados, importarão na redução dos litígios judiciais entre as partes e certamente irão conferir maior segurança jurídica às relações trabalhistas. A nova Lei acrescentou à CLT o artigo 59-A, que faculta às partes, “mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho”, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observando ou indenizando os intervalos para repouso e alimentação. A Lei trouxe avanços para as relações do trabalho racionalizando o uso do tempo pelo empregado, criando novos modelos de contratos de trabalho, estabelecendo equilíbrio entre direitos e deveres das partes e fortalecendo a auto-resolução de impasses pela negociação coletiva. Considero que a reforma quebrou paradigmas históricos ao retirar da tutela estatal parte da regulamentação das relações do trabalho, valorizando a autonomia de vontade das partes, como, por exemplo, na relevante questão das férias dos empregados, a nova Lei dá nova redação ao §1º do art. 134 da CLT, para estabelecer: “desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um”. Beneficiando os trabalhadores, foi acrescentado um parágrafo, que veda “o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso se-

manal remunerado”. Outra inovação da reforma trabalhista é a introdução de novas modalidades de contratação, tais como: o contrato de trabalho intermitente e o teletrabalho, que são formas de contratos já existentes em economias mais desenvolvidas. Em boa hora, a reforma estabeleceu que a jurisprudência não pode restringir direitos previstos em lei e tão pouco criar regras e condições de trabalho. Isso significa que a razoabilidade deverá ser observada por todos – capital x trabalho e operadores de direito –, a fim de que prevaleça a segurança jurídica no ambiente do trabalho.Ao que tudo indica, com a nova realidade haverá uma cultura comportamental voltada à governança de conflitos dentro das empresas, permitindo incrementar a produtividade e, consequentemente, contribuir para criação de novos postos de trabalho.Isso significa o empoderamento da Negociação Coletiva no Brasil, uma vez que se prestigia a vontade coletiva e individual em detrimento da norma celetista.A nova Lei contêm numerosas outras normas, que, por certo, aperfeiçoarão as relações entre os empregadores e os trabalhadores, assim contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do País. Por todas essas razões, a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) congratula-se com o Congresso Nacional e o Presidente da República pela aprovação e sanção da nova Lei, que efetivou a esperada Reforma Trabalhista.

Antonio de Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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CHAPÉU

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