Revista Fecomércio PR - nº 112

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PALAVRA DO PRESIDENTE

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confiança que recebi da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, para ser o Delegado Empregador titular na 105ºª Conferência da Organização Internacional do Comércio, deu ao Paraná um lugar de destaque no evento em Genebra. A CNC representou as principais confederações patronais brasileiras, aumentando ainda mais a importância da nossa participação, inclusive porque estivemos trabalhando lado a lado com o Ministro do Trabalho e Previdência Social e com a nossa embaixadora na ONU. Nesta edição, trazemos um resumo do discurso pronunciado no plenário da Conferência. Outro destaque desta edição são as obras que compõem o nosso projeto de expansão. A programação de inaugurações este ano começa pelo novo Sesc Portão, em Curitiba, que será objeto de ampla matéria na próxima edição; depois teremos a abertura das unidades integradas Sesc Senac em São José dos Pinhais e Londrina Norte, na região dos 5 Conjuntos. Quero ressaltar a intensa atividade dos setores do nosso Sistema nesses dois

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últimos meses. As Câmaras de Relações Internacionais, da Mulher, do Turismo, as diretorias de Planejamento e Sindical, a assessoria legislativa, a assessoria junto ao Sebrae, as diretorias da Fecomércio, Sesc e Senac, as gerências de setores e das unidades, todos demonstraram seu dinamismo em tempo integral, desenvolvendo as inúmeras atividades que formam o conjunto de missões e objetivos das nossas Casas. No mês de agosto, quando sediarmos em Curitiba a reunião dos Institutos Fecomércio, poderemos mostrar um pouco dessa atuação aos congêneres de todo o país. Enquanto isso, a economia parece que começa a nos dar sinais, lentos porém constantes, de que vamos reagir. Embora o presente continue difícil, o índice de confiança dos empresários, no Paraná cresceu 50% no primeiro semestre, passando de 30 para 45%. Um índice significativo, a trazer algum alento para a nossa atividade. Sem dúvida, deve-se à credibilidade dos atuais condutores da política econômica, à frente o Minis-

Gilson Abreu

Representação internacional para o Paraná

tro da Fazenda, Henrique Meirelles. As medidas duras ainda não vieram, mas o empresariado está preparado para elas. Não é à toa que somos chamados de Guerreiros do Comércio. A propósito, na próxima edição vamos mostrar os detalhes desta festa, a ser realizada no próximo dia 22 de julho, em Curitiba. Boa leitura! Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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ÍNDICE

16 CAPA 32 TURISMO

11º Festival de Turismo das Cataratas Sis tema avança em projeto de expansão 35 GASTRONOMIA

É preciso ter simplicidade 37 FEIRA DAS PROFISSÕES

Vitrine da qualificação 39 CASE DE SUCESSO

Um empreendimento familiar 41 ESPORTE

Pelo combate ao sedentarismo 3 PALAVRA DO PRESIDENTE 44 CONGRESSO

FECOMÉRCIO PR Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andar CEP 80410-001 Curitiba PR 41 3883-4500

5 NOTAS

Em clima de Jogos Olímpicos

8 LEI

47 CULTURA

Novo Código Comercial

Música ao vivo e de boa qualidade

10 CNSP

51 ARTE

O Sindicalismo na Era da Inovação

Clube de Colagem de Curitiba, no Sesc Centro

14 CNSP

52 ARTE PARANAENSE

O hábito da ética

Ensinar a ver

SESC PR Diretor Regional: Dieter Lengning

16 CAPA

54 ARRAIAL

Trabalho decente e produtivo

Sol e diversão garantidos no Paraná Junino

SENAC PR Diretor Regional: Vitor Monastier

20 CONTRABANDO

56 SINDICATO

O preço da ilegalidade

Sincopeças Paraná comemora 60 anos

22 NEGÓCIOS

58 FEIRA

O reconhecimento da excelência

Oitava Autopar, recorde de público

24 PESQUISA

60 ECONOMIA

Varejo dá sinais de recuperação

“Um novo mercado após a crise”

27 RELAÇÕES INTERNACIONAIS

61 COOPERATIVISMO

Paraná mais próximo da Mongólia

Piana com Blairo Maggi, na Ocepar

29 OBRAS

62 ARTIGO

Sistema avança no projeto de expansão

Domingo é dia de comprar

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING jornalismo@fecomerciopr.com.br | 41 3883-4530 www.fecomerciopr.com.br | issuu.com/fecomerciopr www.sescpr.com.br | www.pr.senac.br

SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR Presidente: Darci Piana

REVISTA FECOMÉRCIO PR ANO XVI Nº 112 MAIO | JUN 2016

Núcleo de Comunicação e Marketing Coordenador Geral: Cesar Luiz Gonçalves Jornalismo Coordenador: Ernani Buchmann Jornalistas Responsáveis Karla Santin DRT-PR 6657 Silvia Bocchese de Lima DRT-PR 6157 Redação e Revisão: Carolina Lara, Fernanda Ziegmann, Isabela Mattiolli, Karen Bortolini, Karla Santin e Silvia Bocchese de Lima Estagiária: Thaynara Rezende, Andressa Parra e Andreza Santos Fotos: Bruno Tadashi e Ivo José de Lima DRT-PR 9999 Arte e Diagramação: Vera Andrion DRT-PR 10260 Impressão: Ajir Artes Gráfica e Editora Ltda. Curitiba PR | Tiragem: 10 mil exemplares

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NOTAS

Bruno Tadashi

Campanha do Agasalho

Aproximadamente 150 famílias atendidas pela Casa de Mães da Vila Audi, no bairro Uberaba, na capital paranaense, foram beneficiadas por mais uma entrega da Campanha do Agasalho do Sesc PR. A ação foi realizada em conjunto com o Exército Brasileiro, Instituto GRPCOM e RPC, que destinaram 5.600 peças para a entidade no dia 23 de junho. A entrega foi coordenada pela equipe do Sesc Centro e pela Gerência de Ação Social do Sesc

PR. Também participaram da ação a tenente Sade – representando o Comandante da 5ª Região Militar General de Brigada, Carlos Alberto Mansur, e Mathisa Stachuk, responsável pelo terceiro setor do Instituto GRPCOM.

A CAMPANHA Com o tema “Onde há calor há mais vida”, a 8ª edição da Campanha do Agasalho vai até o dia 12 de agosto. Promovida pelo Sistema

Fecomércio Sesc Senac PR junto a seus 61 sindicatos filiados, Instituto GRPCOM e RPC, a ação acorre em 32 cidades paranaenses e recebe o apoio do Exército Brasileiro. As doações podem ser feitas em unidades de serviço do Sesc e do Senac, além de pontos disponibilizados em condomínios pelo Secovi-PR em Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá. Mais informações pelo site www.sescpr.com.br/ campanha-do-agasalho

Edilson Tadeu Giordano

Jucepar inaugura Agência Regional em Matinhos No dia 25 de junho, a Agência Regional da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) abriu as portas em Matinhos. O novo ponto de atendimento foi inaugurado pelo prefeito Eduardo Antonio Dalmora; pelo presidente da Jucepar, Ardisson Naim Akel, e pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana – que atuou junto ao governador do Paraná, Beto Richa, para a realização do empreendimento. O objetivo da Agência é facilitar a vida do empresário de Matinhos e região, que não precisará mais se deslocar até Paranaguá ou Curitiba para iniciar uma empresa, fazer alterações de contrato, entre outros procedimentos relativos ao registro empresarial. Em Matinhos, a agência da Junta Comercial funcionará ao lado da Prefeitura, na Avenida JK de Oliveira, 3546, em conjunto com a Sala do Empreendedor.

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Da esq. p/ a dir.: O prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora; o presidente da Jucepar, Ardisson Naim Akel, e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, durante inauguração da Agência Regional no município do litoral paranaense

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NOTAS

Festival Poético Para revelar talentos da poesia e incentivar novos poetas e produções, o Sesc PR abre o edital para seleção de poesias do já tradicional Festival Poético de Cornélio Procópio, realizado há 32 anos. Até o dia 12 agosto, escritores a partir dos sete anos de idade poderão inscrever seus trabalhos em Língua Portuguesa, que serão avaliados pela originalidade, criatividade do texto, coerência e clareza, por especialistas designados pela comissão organizadora. As obras selecionadas comporão a coletânea impressa do festival e farão parte da exposição itinerante “Varal de Poesias”. A cerimônia de premiação será no dia 25 de novembro, no anfiteatro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Cornélio Procópio. A 32ª edição do festival é uma realização do Sesc PR em parceria com o Rotary Club; Lions

Club; Prefeitura de Cornélio Procópio; Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio (Alaccop) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (43) 3520-5400, ou pelo e-mail dalvabrito@sescpr.com.br.

Raquel Ricardo tinha pouco mais de 18 anos quando iniciou sua trajetória no Sesc PR em 1985, primeira e única empresa para qual trabalhou, mesmo ano em que o Sesc da Esquina foi inaugurado. Inicialmente ela prestou serviços na Divisão de Suprimentos, Patrimônio e Infraestrutura. Depois, foi transferida para a Divisão Administrativa e Financeira, setor em que permaneceu por 29 anos e do qual se despediu no dia 16 de maio deste ano. Após 31 anos de serviços prestados, Raquel deixou o Sesc para dar início a uma nova fase em sua vida, agora aposentada. “Nessa trajetória aprendi muito, enfrentei desafios, conheci pessoas, errei e acertei. Saio com um saldo positivo, foram muitas conquistas, principalmente amizade e respeito”, afirma ela.

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Ivo Lima

Raquel Ricardo, 31 anos de Sesc Querida por todos, Raquel diz que teve muitas oportunidades dentro da empresa. Durante os 10 anos que também permaneceu envolvida com a organização do Triathlon, pôde viajar, conhecer o interior do estado e somar novas experiências. Ainda ressalta que escolheu permanecer por tanto tempo no Sesc por gostar do ambiente de trabalho e das pessoas a sua volta. Sorridente e bem-humorada, aos 49 anos, encerrou esse ciclo. Fez questão de deixar, carinhosamente, um recado aos colegas. “Sentirei falta das conversas e da agitação dos últimos meses, mas me despeço com a sensação de dever cumprido. Desejo que a empresa continue trilhando o caminho do sucesso e que todos os meus colegas realizem suas metas profissionais”.

Raquel Ricardo

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NOTAS

Fecomércio PR cria Programa de Benefícios Clube Fecomércio PR traz descontos e ofertas especiais para usuário do Fecomércio PR Card A Fecomércio PR apresenta uma novidade para os usuários do seu cartão pré-pago: é o Clube Fecomércio PR. Ao utilizar o cartão pré-pago recarregável desenvolvido pela instituição, o cliente recebe descontos e ofertas especiais em compras nos parceiros credenciados em cada região. De acordo com o diretor de Planejamento e Gestão da Fecomércio PR, Rodrigo Rosalem, não é preciso fazer qualquer tipo de cadastro, basta utilizar o Fecomércio PR Card como meio de pagamento nos estabelecimentos parceiros. “O Clube Fecomércio PR é uma ação desenvolvida a fim de beneficiar os clientes do Fecomércio PR Card, proporcionando descontos e vantagens, unitários ou continuados, em estabelecimentos conveniados nos mais diversos segmentos. Por outro lado, a empresa parceira também é beneficiada pela exposição da sua marca e aumento do fluxo de clientes em seu estabelecimento”, explica.

SOBRE O FECOMÉRCIO PR CARD O Fecomércio PR Card é um cartão pré-pago que funciona na função crédito e permite compras a vista em lojas físicas e online, pagamento de contas, recargas de celular e saques emergenciais, sem a necessidade de ter conta bancária, nem aprovação de cadastro. O cartão está disponível em várias lojas do varejo do estado e conta com uma rede de recarga que abrange 39 municípios, com mais de quatro mil pontos no Paraná. As recargas podem ser feitas por meio de boleto bancário, emitido via site, aplicativo para celular ou tablet, e em pontos de recarga conveniados no comércio em geral. O Fecomércio PR Card tem como parceiros a Acesso Soluções de Pagamento e a W Teixeira Corretora de Seguros, e é distribuído pelos sindicatos e câmaras setoriais associados à Federação.

A lista de parceiros e benefícios oferecidos está disponível na página “Clube de Benefícios” do site www.fecomercioprcard.com.br, e inclui empresas dos ramos de hotelaria e turismo, restaurantes, farmácias, postos de combustíveis e assistência mecânica, clínicas e consultas médicas, instituições de ensino, seguradoras, academias de ginástica, cinema, entre outras, que oferecem descontos especiais para os clientes que fizerem o pagamento com o cartão da Fecomércio PR. Inicialmente, participam estabelecimentos da região de Cascavel, Curitiba e RM, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon e Maringá, além de outras cidades e estados, sendo que a rede de conveniados está em expansão. O empresário que queira se tornar parceiro do programa pode entrar em contato com a Fecomércio PR pelo e-mail fecomercioprcard@gmail.com.

Mais informações e consulta a tarifas para o usuário pelo www.fecomercioprcard.com.br.

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LEI

Novo Código Comercial O deputado federal Laércio Oliveira fala sobre as mudanças e benefícios para os empresários TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTO: BRUNO TADASHI

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s vésperas de ser votado pela Câmara de Deputados, o Novo Código Comercial vem gerando preocupação ao G7 – entidades representativas do setor produtivo paranaense. O objetivo principal do projeto é modernizar a lei para que as empresas possam funcionar e se desenvolver melhor, sem amarras. Porém, o artigo do projeto que autoriza os cartórios a registrar empresas mercantis, hoje exclusividade das Juntas Comerciais, não tem agradado. O deputado federal Laércio Oliveira, presidente da Comissão Especial do Novo Código Comercial, esteve em Curitiba, a convite do presidente da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), Ardisson Naim Akel, para debater as implicações da lei. O encontro realizado no auditório da Fecomércio PR reuniu representantes das principais entidades comerciais e empresariais do estado. “O Brasil tem hoje mais de dois mil cartórios. Autorizar que o registro de novas empresas seja feito por essas entidades, além de muita confusão, resultaria na perda de garantias e segurança jurídica para os empresários, o que é um dos pilares do Novo Código Comercial”, alertou Akel.

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Laércio Oliveira, deputado federal e presidente da Comissão Especial do Novo Código Comercial

Durante a reunião, o deputado garantiu ser contrário à nova atribuição dos cartórios. “Eu estou convencido da importância das Juntas Comerciais. Enquanto empresário, eu não registraria uma empresa minha em um cartório, registraria na Junta. As Juntas têm uma identidade forte com o país e os empresários brasileiros confiam nelas”, afirmou. O vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, afirmou que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná,

também é a favor da exclusividade das Juntas Comerciais do Paraná. “Representamos hoje mais de 500 mil empresas no estado e sabemos que a Junta Comercial está preparada para anteder às demandas do empresariado”, destacou Bittencourt. Laércio Oliveira concedeu uma entrevista à Revista Fecomércio PR e explicou sobre a importância da aprovação do texto do Novo Código Comercial, e também da participação dos empresários para a melhoria do Código. Confira:

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REVISTA FECOMÉRCIO PR: Quais os princípios gerais da atividade empresarial defendidos pelo Novo Código? LAÉRCIO OLIVEIRA: A modernização e o ambiente da segurança jurídica são os principais deles. Hoje não existe nenhuma segurança jurídica nas relações comerciais, nem com referência aos negócios e a sua continuidade. No ranking mundial sobre a atratividade mundial de investimentos, o Brasil aparece em uma posição muito ruim. O Código Comercial é o instrumento que aquecerá essa possibilidade de investimentos e consequentemente passaremos a ter riqueza e renda. R.F.: O Novo Código Comercial altera a Lei das micro e pequenas empresas? L.O.: Não, de forma alguma. O Código Comercial não trata do aspecto das micro e pequenas empresas. Essas estão muito bem consolidadas. O que vem sendo feito no Brasil é muito positivo, mas o código não alcança. R.F.: O que o Novo Código Comercial traz de avanço na proteção ao comércio eletrônico? L.O.: O Novo Código Comercial define as regras, pois não existe

nenhuma regra com referência ao comércio eletrônico hoje. Foi escrito um capítulo que trata da questão do comércio eletrônico. Logística é uma área que também não estava contemplada em lugar nenhum. O Novo Código Comercial trará subsídios e ferramentas para o comércio eletrônico entre empresários, pois grande parte dos negócios é realizada por plataformas eletrônicas. R.F.: Que categoria empresarial ou segmento econômico deverá ser mais beneficiado pelo Novo Código Comercial? L.O.: Todos. É um código do empresário, do Brasil, dos negócios e do comércio. O setor produtivo pode se sentir contemplado. O que a gente precisa é reforçar a necessidade de segurança jurídica com um instrumento legítimo, que contemple as necessidades que o empresário enfrenta. Atenderá a todos. Desde o pequeno empresário no interior do Estado até o grande empresário, encontrará no Código Comercial a segurança que tanto buscou nesses anos e nunca teve. R.F.: Todas essas mudanças propostas pelo Novo Código Comercial deverão acarretar maior competitividade para as empresas nacionais? De que forma?

L.O.: Sim, as regras estarão muito claras e definidas ali. Isso trará uma competitividade muito maior, uma necessidade de especialização de cada um. E tem um fator muito interessante que o código contemplará que é o preço justo. O investidor vem ao Brasil quando começa a produzir o seu produto, coloca uma taxa de risco porque no país não existe uma segurança política nas relações comerciais. Isso acresce ao custo dele um determinado valor para cobrir exatamente esses problemas que poderão acontecer. É a relação comercial que passa a existir no Brasil de uma forma clara, eficiente, objetiva e aplicável. R.F.: Como o empresário pode contribuir com as discussões do Novo Código? E qual a importância da sua participação? L.O.: A participação do empresário foi, é, e continuará sendo uma contribuição muito valiosa. O código não está fechado, blindado. Precisamos esgotar todos os canais. Sempre quando eu recebo a insatisfação de algum setor que não foi contemplado ou cujo negócio ficou pior, isso me traz a responsabilidade e o desejo de ouvi-lo, entender e atender se for possível. É um código que depois de sancionado ajudará negócios, setores e empresários.

O vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, o presidente da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), Ardisson Naim Akel, e Laércio Oliveira, deputado federal e presidente da Comissão Especial do Novo Código Comercial

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CNSP

O Sindicalismo na Era da Inovação Realizado há 32 anos, evento reúne classe empresarial e sindical patronal brasileira para discutir assuntos do setor, cenários econômicos e alternativas para driblar panoramas negativos TEXTO E FOTOS: SILVIA BOCCHESE DE LIMA

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retomada do crescimento é possível. Foi o otimismo frente aos cenários políticos e às projeções econômicas brasileiras que permeou as palestras e discussões do 32º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNSP), realizado em maio, na cidade catarinense de Blumenau. Ao todo, mil e duzentos empresários e líderes sindicais e políticos de todo o Brasil, entre eles,

90 paranaenses, trataram de assuntos ligados ao comércio, ao sistema confederativo e à economia do país no evento que trouxe como temática O Sindicalismo na Era da Inovação. A cerimônia de abertura foi marcada pela homenagem póstuma prestada ao empresário Manuel Jorge Colares, um dos idealizadores da primeira edição do evento, participante de outras 30 edições e que faleceu em

fevereiro deste ano. Patrono desta edição do evento, o empresário cearense Alberto Farias salientou a importância do empresariado brasileiro como força motriz da economia. “Tenho certeza de que o comércio continuará vivo, proporcionando a abertura de novos empregos, desempenhando um importante papel social que nos cabe e proporcionando o pão nosso de cada dia. Nada pode substituir o papel do comércio.

Noventa empresários integraram a caravana paranaense no congresso

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O governador de Santa Catarina, João Raimundo Colombo

Chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas

cer pelo esforço próprio, pelo foco, garra e determinação”, constatou.

Para o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, os empresários carregam no DNA o empreendedorismo e arregaçam as mangas sem pestanejar. “Que a atmosfera que permeia este evento contagie o Brasil. Nós, cidadãos brasileiros, temos muito a agradecer à classe empresarial deste país, que suplanta as dificuldades, supera as necessidades e faz aconte-

Segundo o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac SC, Bruno Breithaupt, os empresários brasileiros têm papel fundamental na consolidação da economia e enfatizou “a reforma política é a mãe de todas as reformas pelas quais o país urge passar”. Já para o presidente do 32º CNSP, Emílio Rossmark Schramm, o congresso esteve pautado na im-

portância da capacitação dos dirigentes sindicais, estimulando a propagação de ideias e das melhores práticas em defesa do setor. MOMENTO ECONÔMICO

“Podemos decolar novamente!”. Esta é a afirmação do mestre em Economia, Carlos Thadeu de Freitas, que palestrou durante o evento. Freitas foi diretor do Banco Central, chefe do departamento do Mercado Sindilojas Blumenau

Somos imbatíveis porque somos absolutamente necessários”, disse.

Cerimônia de abertura do 32º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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CNSP Aberto e hoje comanda o Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Um dos indicadores que comprovam o otimismo de Freitas são as commodities, que tiveram o período áureo de 2004 a 2009, com melhora em 2011 e, uma queda acentuada posteriormente. Freitas explicou que quando os valores das commodities estão em queda o dólar está em alta e vice-versa. “A grande vantagem que temos hoje no Brasil é que as commodities estão começando a reagir positivamente. No começo do ano, o dólar caiu, não só pela expectativa do novo governo, mas porque as commodities subiram e quem ganha sempre com isso é o comércio”, explicou o economista. Outro fator que pode levar alívio aos empresários é da empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro, a Bloomberg, que revela que do início de janeiro a maio deste ano, o real foi a moeda que mais valorizou no mundo, chegando a 10,75%, bem próximo do rubro russo, com 10,35% e à frente do euro, com 2,57% e do peso argentino com

-7,97%. “Isso significa que os países que mais deram lucro aos investidores foram o Brasil e a Rússia, pois ambas moedas valorizaram. Quem comprou o Brasil ganhou. A expectativa que o real viesse a valorizar fez com que entrasse muito dinheiro no país no começo do ano”, afirmou. Freitas acredita que em 2016 o real terá valorização, o dólar deve ficar na casa dos R$ 3,00 a R$ 3,20. “Se não houver uma catástrofe política, poderemos ter um segundo semestre melhor e um ano que vem melhor ainda”, previu. O economista é mais cauteloso quando o assunto são os juros reais praticados no Brasil. Ele lembra que em 2015, as taxas chegaram a 8% ao ano e, neste ano, estão em 6% e defende que a maior preocupação econômica do Brasil é o quadro fiscal. MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO

Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e autor do programa Movimento pela Conciliação – implementado em todo o país pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

–, Marco Aurélio Gastaldi Buzzi defende que a conciliação resolve de maneira rápida e adequada as questões cíveis de menor complexidade e de pequeno valor, agilizando e desafogando o Judiciário, sem ônus à cidadania. “Neste momento precisamos no Brasil de um choque da iniciativa privada. Não se trata de um choque de direita ou de esquerda, nem de partidos políticos, mas um choque de instituições, de ideologia institucional”, acredita. Buzzi declamou um trecho do poema de Castro Alves, O Livro e a América, fazendo referência ao saber. “Esse audaz guerreiro, que conquista o mundo inteiro, sem nunca ter Waterloo... Eólo de pensamentos, que abrira a gruta dos ventos, donde a Igualdade vooul... É essa igualdade que me refiro. Igualdade com qualidade, inteligência e com eficiência é que nós buscamos. Essa igualdade tem lugar em um mundo de competidores, porque é a igualdade implantada pelo saber e não pelo poder econômico exclusivamente. Peço aos senhores que a conciliação e a mediação sejam práticas nas empresas e nos sindicatos brasileiros”, disse.

O patrono do 32º CNSP, Alberto Farias; o empresário Adonai Arruda; Mediação e conciliação foram temas abordados pelo Ministro do Superior

o presidente do Sindilojas Blumenau, Emílio Rossmark Schramm, e

Tribunal de Justiça, Marco Aurélio Gastaldi Buzzi

o vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Farias Bittencourt

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e o Poder Legislativo – esta comandada pelo conselheiro regional do Sesc PR, Zildo Costa.

Na foto, os presidentes do Sistema Fecomércio Sesc Senac Rio Grande do Norte, Marcelo Fernandes de Queiroz; do Espírito Santo, José Lino Sepulcri; do Paraná, Darci Piana; de Santa Catarina, Bruno Breithaupt; do Distrito Federal, Adelmir Santana, e do Rio Grande Sindilojas Blumenau

do Sul, Luiz Carlos Bohn

O CNSP também contou com palestras do historiador e professor Leandro Karnal abordando a ética como virtude a ser adquirida pelo hábito; com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, apresentando os números registrados pelo estado sob seu comando e os diferenciais catarinenses em relação às demais unidades federativas e, com o advogado, professor, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e gestor de pessoas na Fiat Automóveis, Osmani Teixeira de Abreu, falando sobre os caminhos e os desafios da negociação coletiva de trabalho. Também fizeram parte da programação as rodadas de negócios, oportunidades para a troca de experiências inovadoras e de sucesso. Para marcar o encerramento do 32º CNSP foi promovida uma mini Oktoberfest, com a apresentação de dança da Associação Folclórica Germânica e show musical O Encontro dos Velhos Camaradas, do Männerchor Liederkranz.

A temática Relacionamento Sindical e o Poder Legislativo foi comandada pelo conselheiro regional do Sesc PR, Zildo Costa (ao centro). Na foto, o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Fecomércio SC, Elder Arceno e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana

Sindilojas Blumenau

PROGRAMAÇÃO

Aos executivos, assessores jurídicos e de comunicação e marketing foram preparados encontros nos quais estiveram reunidos para apresentação e compartilhamento de cases já implantados nos sindicatos de todo o Brasil. Cinco salas simultâneas foram organizadas para debater as temáticas: Gestão da qualidade como diferencial competitivo; Shoppings centers; Desenvolvimento sindical – Sistema de excelência em gestão sindical; Comércio de rua, e Relacionamento Sindical

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O CNSP é realizado anualmente e as próximas edições serão nas cidades de João Pessoa (PB) e Bonito (MS). 

O historiador Leandro Karnal

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CNSP

O hábito da ética O historiador Leandro Karnal defende que a virtude ética deve ser adquirida pelo hábito e precisa ser ensinada em casa, na escola, no trabalho. Aos empresários, um conselho: ser ético é altamente lucrativo

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figura do personagem Zé Carioca ainda é utilizada para ilustrar uma das características constitutivas do povo brasileiro: a malandragem. Criado por Walt Disney, na década de 1940, Zé Carioca era constantemente assediado por cobradores e nunca os pagava, vivia a plenitude do ócio e era exímio com a lábia. É a típica malandragem que Fernando Motta descreve em Cultura e Organizações no Brasil como uma predisposição para tirar vantagem, passar para trás e, eventualmente, enganar, presente do malandro maltrapilho ao de terno e gravata. Em palestra realizada em Blumenau, SC, durante o 32º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o professor doutor da Universidade Estadual de Campinas, Leandro Karnal, ao abordar o tema “Vida sem ética dá mais trabalho”, lembrou os problemas éticos pelos quais o Brasil e os brasileiros têm passado e vivido no decorrer da história. Karnal pontuou o ranking sobre a percepção da corrupção no mundo, divulgado no início de 2016, pela organização não-governamental – Transparência Internacional –, que analisa 168 países e qualifica o Brasil na 76ª colocação. Um ano antes, o país ocupava a 38ª posição, mas o escândalo na Petrobrás foi um dos motivadores para a queda na classifi-

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Divulgação

TEXTO: SILVIA BOCCHESE DE LIMA

cação. Somália, Coreia do Norte e Afeganistão figuram entre as nações mais corruptas do mundo. ÉTICA NA POLÍTICA

O professor discorreu sobre um episódio, ocorrido logo após o término da Ditadura Militar, em que um ministro utilizou o carro público para levar uma cachorra ao veterinário e, de um governador que fez uso do helicóptero público para viagem da babá e do cachorro ao litoral para atendimento à família dele. “O problema central Leandro Karnal do Brasil é a confusão que existe entre o público e o privado. ca. O governo é o espelho do social. Temos que mudar nossa cultura de Enquanto nosso trânsito for violento, escravidão, que exige ser servido, enquanto houver racismo, bullying nas para uma tradição republicana, na escolas, enquanto houver violência qual temos funções e hierarquias di- entre as pessoas, nada se espera disferentes e até poderes distintos. Mas, tinto de um governo eleito por estes quanto maior o meu poder, maior a mesmos eleitores, do que um governo minha obrigação em servir as pesso- não ético. Não existe estado corrupto as”, defendeu Karnal. baseado em uma nação não corrupta”, afirma o historiador. Em uma sociedade repleta de “Zés Cariocas” não há de se esperar repre- O professor conta que ouve constansentantes políticos com condutas di- temente críticas ao estado e, na sua ferentes. “Se a ética não começar na avaliação, quase todas justas, mas relação dos pais com os filhos, passar revela lecionar há 33 anos. Neste pepela fidelidade nos relacionamentos, ríodo recebeu incontáveis atestados não continuar na escola, não atingir as médicos falsos de pais de alunos. empresas, ela nunca chegará à políti- “Há mais de três décadas eu rece-

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Karnal acredita que possivelmente em 2016 a inflação a ser registrada no fim do ano será de 7% e o desemprego deverá passar da casa dos 10% a 12%, entretanto lembra que no último mês do governo Sarney, o país registrou 84% de inflação ao mês, com índice acumulado de 4.800%. “As crises econômicas registradas em 1929 e 1989 certamente foram piores do que a atual, mas a principal crise que assola o país é o esvaziamento de valores. Precisamos resgatar valores que valham a pena acreditar”, diz. ÉTICA É HÁBITO

Karnal crê que a ética é uma virtude a ser adquirida pelo hábito. “Ética não é um dom natural e não faz parte do código genético. Os seres humanos são distintos dos demais animais porque, em primeiro lugar, além da natureza, temos um exercício de construção. Nossa natureza é capaz de adquirir ética, aperfeiçoá-la e ensiná-la”, pontua.

ou seja, o caráter pode ser transformado e melhorar a cada ano. Karnal pontua “se eu quiser, se melhorar o caráter for meu projeto de vida, apesar das dificuldades, eu posso transformá-lo. Eu preciso melhorar meu caráter sempre e constantemente”. ÉTICA EMPRESARIAL

O palestrante defende que valores éticos precisam ser ensinados para filhos, alunos e para funcionários. “Haverá sempre menos ética na medida em que eu pai, eu professor ou eu patrão, for mais omisso. Quanto mais eu me omitir no campo da ética ou quanto mais eu for um péssimo exemplo, mais eu estou impedindo o florescer da ética”, diz Karnal. O ser ético, para Karnal, tem refletido na conduta das empresas e associar uma marca a um comportamento ético é, atualmente, lucrativo. “Pela primeira vez na história descobrimos que não ser ético prejudica os negócios a médio e longo prazo. Grandes empreiteiras estão tendo prejuízos

na casa de bilhões de reais por causa de propinas fornecidas no passado. Você deve ser ético para reforçar a sua marca no mercado, eticamente intransigente, justo e equilibrado, porque os consumidores querem, cada vez mais, associar este código de direito de consumidor ao exercício crítico e cidadão”, enfatiza. O historiador afirma que são crescentes os casos de sucesso de empresas que optaram por comportamentos éticos e confessa acreditar que o resultado da atual crise no Brasil resultará em um eleitor e um consumidor profundamente engajados, optando por questões éticas. Por fim, para Karnal, ouvir ou ler sobre ética e continuar cometendo os mesmos erros é como ir ao médico, considerá-lo um excelente profissional e não aplicar nada do que foi aconselhado. “Aí eu recomendo, não vá ao médico e não escute palestras sobre ética. Vá direto pelo acostamento, é a sua vocação”, conclui.  Istockphoto

bo estelionato de pais e, talvez este seja o pior exemplo que uma criança pode receber na vida”, avalia.

O professor lembra que há 30 anos o uso do cinto de segurança não fazia parte do cotidiano do brasileiro. Apesar do Código Brasileiro de Trânsito, de 1966, exigir o cinto como item obrigatório dos veículos automotores, o então acessório perdia-se no banco traseiro do carro. “Nós mudamos mediante educação, coerção, bom senso e multas”, salienta. A crença aristotélica foi traduzida em um neologismo, a perfectibilidade do caráter,

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CAPA

Piana discursou em Genebra Delegação brasileira na 105º Conferência da OIT foi liderada pela CNC. Piana foi o Delegado Empregador titular no evento prestigiado por 187 países

Divulgação

TEXTO: ERNANI BUCHMANN

(À frente) O ministro do Trabalho e Previdência Social, Ronaldo Nogueira; a embaixadora do Brasil na ONU, Regina Maria Cordeiro Dunlop; o delegado da representação sindical, Sérgio Luiz Leite; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e delegado empregador titular na conferência, Darci Piana; (Atrás) O deputado federal por Sergipe, Laercio Oliveira; o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho; o vice-presidente da CNC, Josias Albuquerque e, o vice-presidente da CNC, José Roberto Tadros

À

frente da delegação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, Darci Piana,

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também vice-presidente administrativo da CNC, foi o Delegado Empregador titular na 105ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, na Suíça, pela Orga-

nização Internacional do Trabalho (OIT), entre os dias 30 de maio e 11 de junho. Nesta edição, a CNC foi responsável pela representação das confederações da Agricultura

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Divulgação

e Pecuária (CNA), Indústria (CNI), Saúde (CNS), Transportes (CNT) e Sistema Financeiro (Consif). A Conferência reuniu mais de cinco mil delegados, dos 187 países que compõem a OIT. Entre outros, estiveram presentes o Ministro do Trabalho e Previdência Social, Ronaldo Nogueira; os vice-presidentes da CNC, Josias Albuquerque, deputado federal Laércio Oliveira, José Robertio Tadros e Carlos de Souza Andrade e o vice-presidente da Fecomércio SP, Ivo Dall’Acqua Junior.

Da esq. para direita, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Bahia, Carlos Andrade; o Ministro do Trabalho e Previdência Social, Ronaldo Nogueira, e o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana Divulgação

Piana discursou no dia do encerramento do evento, que este ano teve como tema Construir um Futuro com Trabalho Decente. Na mesa de autoridades, a Ministra do Trabalho da África do Sul e presidente da Conferência, Mildred Oliphant, e o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. O resumo do discurso de Darci Piana está das páginas seguintes. 

Comitiva brasileira na OIT

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CAPA

Trabalho decente e produtivo Resumo do discurso pronunciado por Darci Piana na Conferência Internacional do Trabalho Divulgação

“Mudanças estruturais estão redefinindo o mundo do trabalho, notadamente no que diz respeito à organização da produção. Como fatores que propiciam tais mudanças, merecem destaque a globalização; a nova geografia do crescimento; a mudança tecnológica; e o desenvolvimento ambientalmente sustentável e as novas formas de contratação do trabalho. Esse processo de reorganização da produção em escala mundial já ocorre há bastante tempo, mas se acentuou a partir da década de 1980. A discussão geral proposta pela Conferência acerca do trabalho decente nas cadeias produtivas mundiais proporciona oportunidade única para melhorar a compreensão acerca do fato de como a participação em cadeias globais de valor pode contribuir para o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico inclusivo e a empregabilidade aliada ao trabalho decente. A cadeia global de valor constitui-se num conjunto de atividades que se articulam, progressivamente, desde os insumos básicos até o produto final, incluídas a distribuição e a comercialização. Assim, cada elo da cadeia de valores é responsável pela produção per si de um bem perfeito e acabado, que será utilizado

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Piana foi delegado embaixador

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Divulgação

como insumo pelo elo seguinte. Com a descentralização das diversas etapas do processo, o valor final passa a ter diversas nacionalidades. Podemos considerar que a integração dos valores permite adaptação às mudanças tecnológicas e exigências do mercado, acarretando transferência de tecnologia entre os países, otimização dos gastos e redução das desigualdades entre aqueles com diferentes níveis de desenvolvimento econômico. Assim, a decisão de investir ou participar de uma cadeia global de valor perpassa por aspectos importantes como a qualidade das instituições e da infraestrutura e os incentivos para os investidores e para as empresas dentro da economia local. O nível de proteção global não pode dificultar a participação nas cadeias de valores. Eventuais decisões ou normas da OIT não deveriam potencializar barreiras técnicas ao comércio mundial, mas sim valorizar as cadeias produtivas, nas quais resta evidenciado o respeito aos instrumentos legais pertinentes, em todas as suas fases. Deve-se ter cautela para que eventual regulação da matéria não importe na adoção de entraves burocráticos que sufoquem ainda mais a atividade empresarial. O excesso de burocracia afeta a segurança jurídica indispensável a novos investimentos e ao exercício da livre iniciativa. A prática nos mostra que a adoção de regulações demasiadamente restritivas sacrifica o empreendedorismo. Hoje, a realidade mundial é descrita por meio de sucessivas quedas na atividade econômica e deterioração do mercado de trabalho com a destruição de postos de trabalho formal e queda da massa salarial e do rendimento médio dos trabalhadores.

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105ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Daí por que as empresas devem intensificar seus esforços para elevar a produtividade de modo a ganhar competitividade, introduzindo inclusive novas formas de contrato de trabalho. Torna-se mais evidente e premente a necessidade de enfrentar o desafio de promover sistemas de proteção social, pautados no princípio da isonomia, da idade mínima e do tempo de contribuição. Deve-se investir em mais empregos, com a adoção de disposições facilitadoras de contratações e rescisões, bem como de novas estratégias de seguridade social e de recolocação profissional. Com o desenvolvimento econômico deve-se oferecer emprego decente para todos aqueles que buscam trabalho, com foco na proteção e na seguridade social; nos salários alinhados à realidade do país; no apoio às pequenas e médias empresas; nas tecnologias apropriadas; na proteção dos direitos dos trabalhadores; e nos investimentos em mobilidade urbana e infraestrutura. O empresariado brasileiro renova o propósito na colaboração para retomada dos investimentos, na geração de postos de emprego e na elevação dos índices de produtividade e competividade. No entanto, isso deve ocorrer

de maneira gradual e progressiva. Na verdade, não precisamos criar mais entraves burocráticos ao setor produtivo. O cumprimento da legislação nacional de forma efetiva, por si só, já representaria enorme avanço para muitos países que hoje ocupam posições de destaque no cenário mundial e, em especial, nas cadeias globais de valor. A bancada empregadora, representada pela CNC, deve ter como objetivo geração de empregos e de oportunidades de investimentos e incentivos aos empreendimentos, com foco no objetivo maior que é o crescimento econômico. O consenso e a discussão coesa entre as bancadas – prática diária durante a Conferência – levam a melhores e efetivos resultados. Assim, continuamos abertos ao diálogo social no âmbito do tripartismo para darmos seguimento às proposições e conclusões aprovadas neste evento. Temos a forte convicção de que atingiremos o pleno consenso em prol de toda a sociedade, com foco no trabalho decente e produtivo, ofertado por empresas economicamente sustentáveis.”  Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

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CONTRABANDO

O preço da ilegalidade Contrabando e sonegação de impostos trazem prejuízo à economia do país TEXTO: ANDREZA SANTOS

O

s altos reajustes nos impostos e a falta de ações articuladas entre os governantes para a proteção das fronteiras têm elevado cada vez mais o número de mercadorias contrabandeadas dentro do país. Em 2015 o Brasil deixou de arrecadar R$ 100 bilhões por conta dos produtos ilegais e a estimativa para 2016 é ainda mais assustadora, cerca de R$ 115 bilhões. Em 16,8 mil quilômetros de costa o Brasil faz fronteiras com outros dez países e em cada região os produtos contrabandeados são bastante específicos. “Na fronteira com o Paraguai, por exemplo, são 1,7 mil quilômetros que vão de Foz do Iguaçu, no Paraná, até a foz do Rio Apa, no Mato Grosso do Sul. A rota é a mais utilizada para o contrabando de pneus, eletrônicos, medicamentos e peças para carros. Já nas fronteiras do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai, existe o roubo e contrabando de gado. Do outro lado do país, na Amazônia, o que mais ocorre é a evasão de minérios e outros recursos naturais, é o contrabando “às avessas”. O país também perde muito desta forma”, afirma o presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), Luciano Stremel Barros. Segundo um estudo realizado pelo Idesf, no ano passado, o Brasil conta com duas grandes rotas para o contrabando: a BR-163, que corta o país verticalmente, e a BR-277, que corta

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horizontalmente o Paraná. Além de diversas rodovias secundárias e caminhos escondidos, de difícil acesso. Ainda de acordo com esse estudo as dez mercadorias mais contrabandeadas no país são: cigarros (67,44%), eletrônicos (15,42%), informática (5,04%), vestuário (3,03%), perfumes (2,45%), relógios (2,03%), brinquedos (1,89%), óculos (1,50%), medicamentos (0,85%) e bebidas (0,35%). Os cigarros lideram o ranking do contrabando, pois a alta incidência de tributos sobre a mercadoria diminui a competitividade no comércio. Hoje um terço do mercado brasileiro de tabaco é dominado por marcas vindas ilegalmente do Paraguai, conforme o Idesf. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Evandro Guimarães, uma maneira de dizimar essa prática é implementando ações, tanto preventivas quanto repressivas. “É necessário aumentar a segurança nas fronteiras brasileiras e reforçar a fiscalização nos locais considerados como as principais rotas de entrada. Também é preciso fazer operações permanentes de combate ao comércio de produtos ilegais nos estados e a revisão dos tributos aplicados para melhorar a competitividade das mercadorias nacionais frente aos contrabandos”, explana.

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As 10 mercadorias mais contrabandeadas no país são: • cigarros 4 67,44% • eletrônicos 4 15,42% • informática 4 5,04% • vestuário 4 3,03% • perfumes 4 2,45% • relógios 4 2,03% • brinquedos 4 1,89% • óculos 4 1,50% • medicamentos 4 0,85% • bebidas 4 0,35%

Fonte: Idesf

Istockphoto

SONEGAÇÃO

PARANÁ

Porta de entrada para diversos produtos ilegais, o Paraná perde em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), geração de empregos e algumas de suas cidades aparecem entre as mais violentas do país, como Foz do Iguaçu e Guaíra. Estima-se que no município de Foz de Iguaçu, cerca de 15 mil pessoas estejam diretamente envolvidas com contrabando. Somando-se à cidade de Guaíra, o número sobe para 40 mil envolvidos com o trabalho ilícito.

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Em 2015 o país deixou de arrecadar cerca de R$ 420 bilhões por conta de sonegação de impostos, é o que aponta uma projeção do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). Para enfrentar o problema não há um único caminho a ser adotado, é preciso que haja um trabalho integrado, segundo o ETCO. “Advogados, juízes, administradores tributários e associações precisam agir em conjunto. Além da Simplificação Tributária e da contínua melhoria dos Sistemas de Inteligência Fiscal e da Nota Fiscal Eletrônica, deve existir um trabalho de prevenção e maior agilidade na cobrança tributária”, afirma Evandro Guimarães, presidente da ETCO.  FECOMÉRCIO PR     21


NEGÓCIOS

O reconhecimento da excelência Selos destacam qualidade no serviço e promovem competitividade entre empresas alimentícias, turísticas e do varejo no Paraná TEXTO: THAYNARA REZENDE DE OLIVEIRA

O

que os consumidores procuram na hora de escolher um serviço? Atendimento de qualidade e custo-benefício são alguns dos fatores que influenciam na decisão da compra.

A saída é apostar em soluções criativas e inovadoras para conquistar o público, o que muitas vezes é tarefa difícil aos empresários. Diante deste cenário, surge o programa Selo de Qualidade no Turismo, com o objetivo de explorar e aprimorar os serviços turísticos ofertados no Paraná, validando o modelo de gestão e desempenho.

Rafael Moreschi

Em meio às diversas opções de escolha e amplo acesso à informação, entender o que as pessoas desejam fazer e onde elas farão é essencial para o desenvolvimento e a oferta de produtos e serviços.

Assessor da presidência da Fecomércio PR, Paikan Salomon de Mello e Silva, durante o lançamento do programa em Maringá

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No ciclo de atividades 2016-2017, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná passa a fazer parte do comitê gestor do programa junto a Fecomércio PR instituições como Sebrae/PR, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (ABAV-PR), Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC-PR), Paraná Convention & Visitors Bureaux e Paraná Turismo. “Já somos parceiros de outros programas, como o Paraná MICE, e acompanhamos todo o desenvolvimento do Selo de Qualidade no Turismo em 2015. Agora, a Fecomércio PR entra como agente nessa ação, contribuindo com o setor de comércio e serviços, e qualificando ainda mais os empresá-

rios”, destaca o assessor da presidência da Fecomércio PR, Paikan Salomon de Mello e Silva. Empresas de diversos setores ligadas ao turismo estão aptas a participar como meios de hospedagem, gastronomia, agências de viagens, organizadoras de eventos e transportadoras. Os participantes passam por um processo de avaliação por meio de questionários, visitas e entrevistas seguindo as normas técnicas do Modelo de Excelência em Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Outro referencial do programa é o diagnóstico do “turista oculto”. Um consultor atua como consumidor, avaliando os serviços do estabelecimento. Após essa atividade, os resultados são apresentados para a elaboração de um plano de ação, seguido de uma nova avaliação. O selo tem validade de um ano, sendo entregue após a realização do programa, com duração de aproximadamente seis meses. Em 2015, 50 empresas do turismo do Paraná foram premiadas. Já em 2016, as cidades atendidas são Morretes,

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Bruno Tadashi

ta com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) e Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). COMÉRCIO Já o Selo de Referência do Comércio foi desenvolvido pela Fecomércio PR junto à Sebrae/PR para validar o modelo da performance em gestão das micros e pequenas empresas, com a comprovação de seu desempenho global e maturidade de gestão a partir dos seus resultados.

Da esquerda para a direita: Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; coordenadora estadual do programa Selo Alimentos do Paraná, Andreia Claudino; gerente da unidade de negócios competitivos do Sebrae/PR, Agnaldo Castanhari; e o assessor da presidência da Fecomércio PR, Paikan Salomon de Mello e Silva

Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Curitiba, Cascavel e Foz do Iguaçu. ALIMENTOS A parceria entre indústria, comércio e empresariado busca ampliar a atuação destes segmentos, possibilitando a comercialização de produtos fabricados por pequenos produtores paranaenses em grandes empresas. O programa Selo Alimentos do Paraná é um reconhecimento à qualidade dos processos de produção das indústrias e beneficiadores de alimentos e bebidas, que seguem as boas práticas e atendem às exigências sanitárias, padrões de qualidade, bem como gestão empresarial. Esta certificação é realizada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A participação da Fecomércio PR no comitê gestor do programa possibilita que produtos certificados com o selo venham a ser comercializados em es-

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tabelecimentos parceiros como minimercados, mercearias, panificadoras, delicatessens, hotéis, buffets, bares e restaurantes. Em 2016, as rodadas de negócios serão realizadas no período de agosto a outubro, e a meta é atender mais de 200 empresas. Indústrias, agroindústrias, distribuidores de micro e pequeno porte dos segmentos de alimentos e bebidas, além de cozinhas e restaurantes industriais já participam do programa. Ao longo de 12 meses são realizados treinamentos, capacitações, consultorias in loco. Os interessados investem 50% do valor do programa e o Sebrae subsidia a outra metade via ferramenta Sebraetec. O Selo Alimentos do Paraná é desenvolvido pelo Sebrae/PR, Fecomércio PR, Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Associação Paranaense de Supermercados (Apras), e con-

O seu foco está nas boas práticas em gestão, conquistadas a partir da elaboração de um plano de ação e da implantação de processos de melhorias e validadas por um diagnóstico de avaliação. A obtenção do certificado estimula a busca da melhoria contínua dos processos de gestão empresarial e o aumento da competitividade. É um indicador para os clientes de que a empresa atende a padrões elevados em excelência no atendimento, produtos e serviços. A concessão ao Selo é voluntária, evolutiva e inclusiva. As empresas participantes podem ingressar nas categorias mais básicas (Selo Anual) e evoluírem num processo contínuo (Selo Ouro). Programas como a concessão ao Selo são valorizados por diferenciar as empresas no mercado. Além disso, por ser realizado por instituições conceituadas e independentes proporciona à empresa reconhecimento regional, estadual e nacional. Recebem o Selo as empresas participantes dos seguintes programas: Varejo Mais, Varejo Top Loja e Programa de Revitalização de Espaços Comerciais.  FECOMÉRCIO PR     23


PESQUISA

Varejo dá sinais de recuperação Baixas temperaturas esquentam o comércio de calçados e vestuário. Intenção de consumo diminui o ritmo de queda TEXTO: KARLA SANTIN E CAROLINA LARA

O

frio mal havia chegado no Paraná e os consumidores já iniciavam uma corrida às lojas para se aquecer. Ainda no mês de abril, cuja última semana foi bastante gelada, as vendas de calçados e itens de vestuário tiveram aumento de 17,89% e 14,62%, respectivamente, na comparação com o mês anterior. Os dados são da Pesquisa Conjuntural, elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

Além das baixas temperaturas, a moda e as novas co-

leções motivaram os consumidores a renovarem o guarda-roupas e prepararem-se para o inverno. Em Londrina, o comércio de vestuário e tecidos teve aumento de 39,06% em abril, ante o mês de março. Em Curitiba e Região Metropolitana, o movimento adicional foi de 14,71% e em Maringá foi 11,34% maior. O setor também teve aumento no Sudoeste (7,07%), Ponta Grossa (5,29%) e na região Oeste (3,42%).

VESTUÁRIO E TECIDOS Abril/2016 sobre Março/2016

39,06 %

14,71 %

14,62 %

11,34 % 3,42 %

CURITIBA E RM

LONDRINA

MARINGÁ

REGIÃO OESTE

5,29 %

7,07 % -2,29 %

PONTA GROSSA

SUDOESTE

PARANÁ LITORAL

Fecomércio

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ano passado, ficou em 80 pontos, o que representa leve redução de 0,4% sobre o mês de maio.

CALÇADOS Abril/2016 sobre Março/2016

39,36 %

34,97 %

17,89 % 11,55 % 10,67 % 3,20 % CURITIBA E RM

LONDRINA

REGIÃO OESTE

PONTA GROSSA

6,24 % SUDOESTE

LITORAL

PARANÁ

Fecomércio

As botas e sapatos de inverno também trouxeram grande estímulo ao setor calçadista, que teve aumento de vendas em todas as regiões pesquisadas. Os destaques ficaram para o Litoral (39,36%) e Curitiba (34,97%). Londrina (11,55%), região Oeste (10,67%), Sudoeste (6,24%) e Ponta Grossa (3,2%) também registraram aumento no faturamento em abril na comparação com o mês anterior. Apesar do aquecimento desses setores, o varejo paranaense de modo geral teve redução de 4,85% em relação a março e de 3,47% quando comparado ao desempenho de abril de 2015. No acumulado do ano, o comércio mostra baixa de 7,43% nas vendas e de 6,7% no total de funcionários. INTENÇÃO DE CONSUMO

O ideal é que o indicador esteja acima de 100 pontos para que seja considerado positivo. Mas ainda assim, a Intenção de Consumo da Famílias paranaenses está acima da média nacional, que ficou em 68,7 pontos em junho. O fato do ICF ter caído menos do que em meses anteriores demonstra uma aparente estabilidade. O resultado indica que, aos poucos, as expectativas para os próximos meses devem melhorar. Entre os sete componentes do indicador, o acesso ao crédito foi o único a apresentar recuo significativo, com redução de 7,7% na variação mensal e de 33% na comparação anual. Isso se deve aos juros altos, à pouca disponibilidade de recursos para crédito e ao grande volume de inadimplência. Os demais quesitos avaliados pela pesquisa mantiveram-se constantes e alguns melhoraram na comparação com o mês de maio, a exemplo da perspectiva de consumo (2,3%) e compra de bens duráveis (2,5%).

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), paranaenses diminuiu o ritmo de queda em junho. O indicador, aferido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgado regionalmente pela Fecomércio PR que vinha em acentuada curva de retração desde novembro do

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PESQUISA

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF) Junho/2016 NACIONAL

PARANÁ

ICF

Variação

(Em Pontos)

Mensal (%)

Variação Anual (%)

Emprego atual 107,2 -0,5 -16,0 Perspectiva profissional 85,3 1,0 -6,0 Renda atual 156,2 0,4 -4,0 Acesso ao crédito 68,6 -7,7 -33,0 Nível de consumo atual 46,5 0,0 -44,0 Perspectiva de consumo 23,0 2,3 -57,0 Momento para duráveis 72,9 2,5 -25,0 Índice 80,0 -0,4 -22,0

ICF

Variação

(Em pontos)

Mensal (%)

Variação Anual (%)

99,4 -0,8 -13,7 92,9 -0,1 -13,6 84,9 -2,4 -22,3 63,8 -4,0 -30,2 43,6 -2,7 -38,1 54,1 -1,5 -34,8 42,0 -2,1 -35,8 68,7 -1,7 -25,1 CNC

ENDIVIDAMENTO

Em junho, o endividamento no Paraná apresentou crescimento pelo segundo mês consecutivo, com 85,5% das famílias do estado endividadas, perante a 83,6% em maio. O índice segue na contramão dos dados nacionais, que demonstraram queda pelo quinto mês consecutivo. Em junho, o endividamento das famílias brasileiras foi de 58,1%. Se comparado a junho de 2015, quando o percentual de famílias endividadas no Paraná era de 88,8%, o índice demonstra que os consumidores têm evitado o endividamento. O índice nacional seguiu a mesma tendência de queda na

comparação com junho de 2015, quando era de 62%. Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela CNC e divulgada regionalmente pela Fecomércio PR, demonstram ainda que, dos endividados no Paraná, 30% possuem contas em atraso, índice levemente maior do que o verificado em maio (29%) e também maior que em junho de 2015 (27,1%). A falta de condições para pagar as dívidas também aumentou de 12,3% para 12,8%, entre maio e junho. Em junho de 2015 esse índice era de 9,2%.

SÍNTESE DOS RESULTADOS (% em relação ao total de famílias)

Mês Paraná

Total de Endividados %

Com contas em atraso %

Nacional Sem condições de pagar %

Total de Endividados %

Com contas em atraso %

Sem condições de pagar %

Junho de 2015

88,80%

27,10%

9,20%

62,00%

21,30%

7,90%

Maio de 2016

83,60%

29,00%

12,30%

58,70%

23,70%

9,00%

Junho de 2016

85,50%

30,00%

12,80%

58,10%

23,50%

9,10% Fecomércio

Ao mesmo tempo, o índice das famílias endividadas que declararam condições de quitar totalmente suas dívidas diminuiu de 25,2% (maio) para 22,2% (junho). O percentual também foi inferior ao revelado pela pesquisa de junho de 2015, quando um total de 32,8% das famílias relatavam condições de arcar com os débitos.

26        FECOMÉRCIO PR

O índice de inadimplência (atraso superior a 90 dias) também teve leve aumento. Em maio, as famílias inadimplentes representavam 49,2%. Esse índice é maior entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, com 53,8%, em comparação às famílias que têm renda familiar de mais de dez salários, faixa em que apenas 35,7% estão inadimplentes.  MAI | JUN 2016

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Paraná mais próximo da Mongólia Estado é escolhido para sediar Câmara de Comércio Brasil – Mongólia TEXTO: CAROLINA LARA FOTOS: IVO LIMA

M

ais um país asiático entrou para a lista de parceiros da Fecomércio PR. A intenção foi manifestada durante recepção à embaixadora da Mongólia no Brasil, Sosormaa Chuluunbaatar, realizada em 22 de junho, na sede da Fecomércio PR. Na ocasião, foi assinado documento de instalação da Câmara de Comércio Brasil-Mongólia, que terá apoio da Fecomércio PR. A embaixadora cumpria agenda de quatro dias em Curitiba, onde visitou empresas e entidades de interesse para a Mongólia. O objetivo é aumentar a sinergia e as possibilidades de negócios com o Paraná. Durante a visita, foi realizada assinatura de instalação da Câmara de Comércio Brasil-Mongólia,

De acordo com Chuluunbaatar, o estado foi escolhido para sediar a Câmara por sua competitividade. “Vejo que existem grandes oportunidades de parcerias entre o meu país e o Paraná.” Como exemplo, a embaixadora citou que a Mongólia possui 60 milhões de cabeças de gado. “Precisamos de tecnologia de processamento de carne para melhorar a produção agrícola e poder exportar”, colocou. A diplomata também destacou o fato de o Brasil ter sido escolhido como porta de entrada da Mongólia na América Latina, com a instalação da

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que terá a Fecomércio como apoiadora. Da esquerda para a direita, a adida da embaixada da Mongólia no Brasil, Unurjargal Tsegmid; a embaixadora da Mongólia, Sosormaa Chuluunbaatar; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes, e o diretor-presidente do Instituto Tecnológico do Paraná, Acef Said, que presidirá a Câmara

embaixada na cidade de Brasília, em 2014. “Em termos de situação geográfica e em termos de população, os dois países são muito distantes um do outro, mas temos muitas coisas em comum. Os dois povos são hospitaleiros e têm senso de humor”, comentou.

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, afirmou que a Fecomércio PR pretende colaborar com assuntos de interesse dos empresários. “Tenho certeza de que encontraremos caminhos para beneficiar não só o nosso Paraná, e o nosso país, como também a Mongólia”, disse.

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS Localizada entre a China e a Rússia, a posição da Mongólia é considerada estratégica pela oportunidade de acesso aos dois grandes mercados. Durante o encontro na Fecomércio PR, os principais produtos brasileiros apontados como de interesse para a Mongólia foram soja, milho, feijão, café, açúcar, carne de frango e de porco, frutas tropicais, suco de laranja, calçados, mármore e granito para construção, pedras preciosas e produtos de beleza. Dos produtos exportados pelo Brasil em 2015, 56% foram itens de confeitaria, bombons e gomas, 18% couros bovinos e 10% aves congeladas. De acordo com a embaixada da Mongólia no Brasil, apesar do montante exportado pelos mongóis ao Brasil em 2015 ter sido mínimo, o país

asiático possui potencial para vender caxemira – é o segundo maior produtor do mundo –, vodca, obras de arte e produtos agrícolas. O diretor-presidente do Instituto Tecnológico do Paraná (Itapar), Acef Said, nomeado presidente da Câmara recém-instalada, acredita que, no momento de dificuldade pelo qual o Brasil está passando, a Mongólia representa um mercado a ser descoberto. “Eles vêm buscar aqui no Paraná produtos e serviços que nós temos em abundância. Creio que essa é uma oportunidade diante de todas as dificuldades que nós estamos enfrentando”, concluiu.

O PAÍS

A Mongólia não possui costa marítima, fazendo fronteira com a Rússia, ao Norte, e com a República Popular da China, ao Sul, Leste e Oeste. Com área de 1.560.000 km², tem população de apenas três milhões de habitantes. Desses, quase metade (1.4 milhões) moram na capital, Ulaanbaatar. 

A embaixadora da Mongólia, Sosormaa Chuluunbaatar, foi recebida na sede da Fecomércio PR. Da esquerda para a direita, o vice-presidente do movimento Pró Paraná, Wilson Portes; os vice-presidentes da Fecomércio PR, Paulo César Nauiack e Luiz Carlos Borges da Silva; o diretor tesoureiro da entidade, Sigismundo Mazurek; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; a embaixadora, Sosormaa Chuluunbaatar; o diretor da Câmara de Relações Internacionais da Fecomércio PR, Rui Lemes; o vice-presidente da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, e o diretor para Assuntos de Comércio Exterior da Fecomércio PR, Gumercindo Ferreira dos Santos Junior

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OBRAS

Sistema avança no projeto de expansão Obras Sesc Senac avançam e três novas unidades inauguram em 2016 TEXTO: CAROLINA LARA

O

projeto de expansão e interiorização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR é uma realidade. Desde 2007, unidades do Sesc e do Senac têm sido construídas ou modernizadas com o intuito de dar mais capilaridade às ações do Sistema, tanto em qualificação profissional quanto em qualidade de vida para a população de todas as regiões do estado. De lá para cá, o Sistema inaugurou 26 unidades. Atualmente, cinco obras do Senac e quatro do Sesc estão em andamento. Uma já tem data para inaugurar e outras duas devem abrir as portas ainda este ano.

De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, com as novas unidades, espera-se chegar cada vez mais longe no atendimento às necessidades do comércio. “Para chegar a todos os municípios do estado, contamos com as unidades físicas e móveis das duas casas, com os projetos de longo alcance, do Sesc, e com a Educação a Distância, do Senac. Dessa forma, estamos contribuindo com o desenvolvimento das atividades ligadas ao comércio, aos serviços e ao turismo, além de impactar em melhorias na qualidade de vida das pessoas”, disse.

3 SENAC PORTÃO Com inauguração marcada para o próximo 29 de julho, o Senac Portão, em Curitiba, foi reerguido do zero para abrigar a primeira escola do Brasil com certificação Leed Platinun – selo máximo do sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países. Entre as iniciativas, destaca-se a instalação de placas fotovoltaicas, que representarão economia de 34% no consumo de energia da unidade. Os 3.174m² de área construída permitirão atender a quase dois mil alunos por dia. A estrutura incluirá laboratório de óptica, um andar inteiro para a Unidade de Educação a Distância, dez salas de aula convencionais, quatro espaços pedagógicos de informática, auditório e biblioteca.

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OBRAS

O Sesc terá cinco salas de Educação Infantil, lanchonete, Espaço Conexão, clínica odontológica, seis salas de atividades e um ginásio com quadra poliesportiva, arquibancada, sala de técnicos, cabine de luz e som, áreas de apoio, área para avaliação física e Ginástica Multifuncional. São 4.119m² de área no total.

5SESC E SENAC LONDRINA NORTE A região mais populosa de Londrina, receberá em 2016 as unidades Sesc e

8 SESC E SENAC SÃO JOSÉ

DOS PINHAIS

Senac Londrina Norte, que também estão em fase final de construção.

No lado do Senac, com 2.630m², o público encontrará Confeitaria-escola, cozinha pedagógica, loja modelo, laboratório de análises clínicas, de radiologia e de podologia, laboratórios de informática, seis salas de aula convencionais e biblioteca. A capacidade diária de atendimento será de 1.146 alunos.

Os prédios que abrigarão as unidades Sesc e Senac no município de São José dos Pinhais já estão em fase de acabamentos. Em terrenos contíguos próximos ao aeroporto Afonso Pena, as novas unidades devem ser inauguradas ainda em 2016. Com área construída de 4.387m², o Sesc terá ginásio com quadra poliesportiva, arquibancada, sala de técnicos, cabine de luz e som, áreas de apoio e avaliação física. O prédio contará com espaço para Ginástica Multifuncional, auditório para 134 pessoas, Espaço Conexão, clínica odontológica, três salas de atividades e área de convivência, além das áreas administrativas e de apoio. O Senac, por sua vez, terá Café-escola, apartamento modelo, loja modelo, cozinha pedagógica, ambientes pedagógicos de cabeleireiro

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e maquiagem, manicure e pedicure, moda e design, informática, biblioteca e mais quatro salas de aula

convencionais. São 2.566m² de área construída com capacidade para atender a 1.194 alunos por dia.

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5 SESC E SENAC UNIÃO DA VITÓRIA Também integradas, as unidades Sesc e Senac União da Vitória terão área construída total de 3.704m² (2.578m² do Sesc e 1.125m² do Senac). A obra está em fase de execução da estrutura e a previsão de inauguração é para o primeiro semestre de 2017.

A área do Sesc compreende quadra poliesportiva coberta, arquibancada e áreas e apoio, Espaço Conexão, seis salas de atividades, espaço de convivência e lanches, e sala de desenvolvimento corporal.

O Senac terá laboratórios de informática, software e hardware, de enfermagem, espaço pedagógico para os cursos de cabeleireiro e de maquiagem, biblioteca e quatro salas de aula convencionais. A soma dos espaços permitirá atender a 747 alunos por dia.

Entre os ambientes do Sesc, estão previstos quadra poliesportiva coberta com arquibancada e áreas de apoio, Espaço Conexão, cinco salas de atividades, espaço de convivência e lanches, além de sala de desenvolvimento corporal.

Com capacidade para atender até 654 alunos por dia, o Senac terá Confeitaria-escola, cozinha pedagógica, laboratórios de informática e software, espaços pedagógicos para cabeleireiro e maquiagem, manicure e pedicure, enfermagem, biblioteca e mais duas salas de aula convencionais. 

5 SESC E SENAC RIO NEGRO A Unidade Integrada Sesc Senac Rio Negro também está em fase de execução da estrutura e tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2017. As unidades funcionarão em um mesmo prédio. São 3.798m² de área construída (2.640m² do Sesc e 1.158m² do Senac).

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TURISMO

11º Festival de Turismo das Cataratas CNC e Fecomércio PR participam da maior feira de turismo do Brasil em Foz do Iguaçu. Mais de sete mil visitantes passaram pelos corredores do festival. TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTOS: JEAN PAVÃO

N

a contramão da crise econômica, a 11ª edição do Festival Internacional de Turismo das Cataratas, realizado em Foz do Iguaçu, de 15 a 17 de junho, foi um sucesso, superando o número de visitantes, estandes e expositores, do ano passado. Durante os dois dias de feira mais de sete mil pessoas passaram pelos corredores do Rafain Palace Hotel & Convention Center. Desde que o festival foi criado, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR são patrocinadores oficiais do evento. O Festival de Turismo das Cataratas reuniu em 2016, 207 estandes com mais de 600 expositores apresentando destinos turísticos, produtos e serviços de estados como Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Rio Grande do Norte. Diversos representantes de países também estiveram presentes: Argentina, Uruguai, Paraguai e Peru. “O festival é reconhecido nacional e internacionalmente e mesmo em um momento econômico complicado ele se mantém. Eventos dessa categoria são necessários para movimentar o turismo.

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Solenidade de abertura do Festival de Turismo

Estande do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, CNC, FBHA e Sindilojas Foz do Iguaçu

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Tanto a CNC quanto a Fecomércio PR fazem a sua parte para contribuir com esse setor, seja por meio das nossas escolas de gastronomia, dos sindicatos e também do Sesc”, ressaltou o vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio PR, Darci Piana. Durante a abertura oficial do evento o coordenador, Paulo Angeli, destacou o fato do Festival já ter se consolidado no calendário brasileiro. “A cidade toda comprou a ideia do festival; não é à toa que já somos conhecidos como o maior evento de turismo do Brasil”. O diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, também falou da importân-

cia do Festival das Cataratas. “Esse evento serve para aferirmos como anda o turismo na tríplice fronteira. Vale destacar que turismo não se faz somente com atrativos ou belezas naturais; precisa de gente, de mão de obra e acredito que estamos indo no caminho certo”, disse Samek. Quem também prestigiou a abertura foi o diretor executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), Márcio Favilla, e falou sobre o momento que o turismo vive. “O turismo vem crescendo mais de 4% nos últimos anos. No âmbito geral é reconhecido como uma ferramenta para alavancar a economia de vários

países, tanto é que gera um em cada 11 empregos no mundo”, afirmou Favilla. Segundo ele, dentro dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável estipulados pela ONU, o turismo faz parte de três. O presidente da Embratur, José Parente, também presente, mencionou os grandes eventos que o Brasil vem sediando. “Precisamos aproveitar que os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil durante as Olimpíadas para divulgarmos nosso país. Cada turista que passa pelo Brasil movimenta 53 setores da economia. Não podemos deixar passar essa oportunidade”, acredita.

TROFÉU ABRAJET

Darci Piana, recebeu o troféu ABRAJET das mãos do secretário do Esporte e Turismo, Douglas Fabrício

Ainda durante a abertura, a Associação dos Jornalistas de Turismo do PR (Abrajet) e a Paraná Turismo homenagearam personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do setor de turismo no estado. O Troféu Cataratas – Centenário do Turismo no Paraná foi entregue ao presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; ao ex-governador Paulo Pimentel; ao ex-governador Jaime Lerner; à jornalista Rosy de Sá Cardoso; ao primeiro hoteleiro de Foz do Iguaçu, Frederico Engel; e a Sérgio Miguel, pela memória do Turismo do Paraná. FEIRA DE TURISMO E NEGÓCIOS

O presidente do Sindilojas Foz do Iguaçu, Carlos Nascimento; o vice-presidente da FBHA, Marco Antônio Fatuch; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana; o presidente do Sindihoteis Foz do Iguaçu, Carlos Silva, e o presidente do Seha, João Jacob Mehl

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e o Sindilojas Foz do Iguaçu também participam da Feira de Turismo e Negócios, em Foz do Iguaçu. Durante os três dias de feiras as entidades aproveitaram para divulgar as ações das casas, como os cursos do Senac, o Hotel do Sesc Caiobá e o cartão Fecomércio PR Card.

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TURISMO A equipe de gastronomia do Senac Foz do Iguaçu movimentou o estande servindo creme de abóbora com carne seca, preparado pelo instrutor Adriano Pereira da Motta e pelos alunos do curso de cozinheiro. Entre os expositores há uma grande variedade de segmentos, como rede hoteleira, SPAs, companhias aéreas, destinos turísticos, operadoras de viagem, resorts, gastronomia, vinícolas, entre outros produtos e negócios. PROGRAMAÇÃO

Criado para promover o destino Iguaçu, o festival ganhou nova dimensão, servindo como uma vitrine para o turismo

do Brasil e países do Mercosul. Foram mais de 30 atividades paralelas, como o Fórum Internacional, como tema “Turismo e Megaeventos”; também está sendo realizado o I Salão Brasileiro de Turismo Termal & Spa; Salão de Vinhos Argentinos; Salão E-Marketing Cataratas; Salão Adventure Cataratas; Salão Expo Hotel Cataratas; Salão de Turismo Cultural e Espiritualidade; Arena Gastronômica Abrasel; Mostra Regional de Produtos Sustentáveis; Salão MICE Cataratas; I Salão de Turismo de Compras do Paraguai; e o Hactour Cataratas. Márcio Favilla comandou a apresentação do Observatório Trinacional de

Turismo do Iguassu e do Observatório Mundial de Turismo Sustentável. O Potencial Feminino no Turismo, também foi tema de debates da Associação das Mulheres de Turismo de Foz do Iguaçu (Amutur) e Diálogos 100 Fronteiras. O encontro teve como objetivo discutir os desafios da mulher no setor de turismo e reuniu nomes como a presidente executiva da Rede Latino-Americana e Congressista da Colômbia, Angélica Muñoz; a ministra do Turismo do Paraguay, Marcela Bacigalupo; a diretora executiva e financeira da Itaipu, Margaret Groff; e a ministra da Mulher da República do Paraguay, Ana María Baíardi Quesmel. 

Instrutores e alunos do Senac Foz do Iguaçu, serviram creme de abóbora com carne seca

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GASTRONOMIA

É preciso ter simplicidade Claude Troisgros, famoso chef francês ministra aula show em Curitiba. Uma comitiva de 50 pessoas, entre alunos, instrutores e colaboradores do Senac fizeram parte da plateia TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTOS: BRUNO TADASHI

João Batista e Claude Troisgros

com a fonte de seus ingredientes é fundamental para preparar pratos de qualidade”, destacou Troisgros.

Chef Claude Troisgros

U

ma plateia atônita de 700 pessoas, composta por profissionais da área da gastronomia, estudantes, e fãs lotou o auditório da Universidade Positivo no dia 30 de junho, durante a aula show do chef de cozinha francês, Claude Troisgros, apresentador do programa Que Marravilha!, do canal GNT e seu fiel escudeiro João Batista. Foram mais de duas horas de um bate-papo descontraído em que os chefs prepararam alguns pratos com a aju-

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da de voluntários da plateia, utilizando produtos paranaenses em receitas tradicionais: mil folhas de pupunha com vieiras e vinagrete de pimenta dedo-de-moça com toque de mel de jandaia; peixe com banana e molho com pinhão; e de sobremesa, crepe recheado de amoras frescas. “O Paraná tem produtos incríveis e a nossa profissão permite que façamos adaptações de pratos clássicos utilizando novos insumos. O produtor evoluiu muito e esse contato do cozinheiro

O chef ao abrir a aula fez questão de destacar que o que apresentaria era uma cozinha tradicional. “O que vou ensinar não tem nada de molecular, são receitas de família. Acredito que nesse momento de crise que o país vem passando as pessoas estão buscando uma cozinha mais segura, uma comida com alma. Vou ensinar a fazer molho, nada de espumas”. Quando perguntado sobre qual dica poderia dar para aqueles que estão iniciando na carreira, Troisgros foi direto “Simplicidade”. “Para ser um bom chef é preciso passar por todas as áreas de uma cozinha, desde lavar

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GASTRONOMIA

Colaboradores e alunos do Senac PR

Auditório de 700 pessoas durante aula-show

Alunos do Senac PR

Peixe com banana e molho de pinhão

a louça, limpar peixe, e se preciso, até o chão. Só assim conhecerá de fato tudo o que faz parte de uma cozinha e se destacará no meio. Comida não precisa ser criativa, ela precisa ser boa”, disse o chef. O Senac vai ao encontro ao pensamento de Troisgros de que chef de cozinha não se forma, tanto é que o nome do curso que prepara profissionais para a área é o: Cozinheiro. “Acho muito importante as escolas colocarem o título de cozinheiro em seus cursos. Ninguém sai de uma sala de aula chef de cozinha, precisa conhecer todos os setores, aí sim poderá se tornar um grande profissional. O Batista, por exemplo, está comigo há pelo menos 30 anos e ele começou lavando a louça. Hoje ele me acompanha em tudo, é um grande chef”, afirmou o francês.

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Um grupo de cinquenta pessoas do Senac Curitiba, entre alunos, instrutores e colaboradores da área de gastronomia tiveram a oportunidade de assistir à palestra e conhecer um pouco mais das técnicas e histórias do chef francês, que vive há mais de 30 anos no Brasil. A palestra fez parte da programação do 26º Encontro Nacional da Abrasel e do Mesa ao Vivo Paraná, que ocorreu de 29 de junho a 1º de julho na Universidade Positivo. CLAUDE TROISGROS

O chef francês está no cenário gastronômico há mais de três décadas. Chegou ao Brasil em 1979, a convite do chef Gaston Lenôtre, para comandar o restaurante Le Pré Catelan, no Rio de Janeiro. Neste período, o chef que já é mais

brasileiro do que francês abriu vários restaurantes: Roanne, Olympe Restaurante, 66 Bistrô, CT Brasserie, CT Baucherie, CT Pátisserie. O Olympe é considerado o marco da integração da cozinha evolutiva brasileira com técnicas francesas. Troisgros é amante dos produtos brasileiros e desde que aqui chegou começou uma intensa pesquisa desses produtos que hoje estão presentes nos pratos de seu conceituado restaurante. “Eu amo os produtos brasileiros, tanto é que meu prato favorito é o jabá com jerimum. Tem sabores, aromas e texturas que só são encontrados aqui”, afirmou o chef. Claude Troisgros é considerado um dos grandes nomes da cozinha internacional no momento. É conhecido em todo o Brasil pelo grande sucesso de seu programa na GNT, Que Marravilha!  MAI | JUN 2016

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FEIRA DE PROFISSÕES

Vitrine da qualificação Feira de Profissões registrou mais de 19 mil atendimentos em 34 cidades

Rodrigo Hirata

TEXTO: CAROLINA LARA

Apucarana

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m dia inteiro para conhecer a estrutura e os cursos do Senac e poder experimentar um pouco do que cada profissão faz na prática. Assim foi a Feira de Profissões que, pelo terceiro ano consecutivo, abriu as portas de suas escolas em todo o estado com programação gratuita voltada para quem está em busca de um emprego ou pretende abrir o próprio negócio. Ao todo, 34 cidades participaram da feira no dia 4 de maio. Juntas, elas realizaram mais de 19 mil atendi-

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mentos, 48% a mais que na edição de 2015, quando foram registrados 13.300 atendimentos. Além de receber orientação profissional por meio de palestras e oficinas, o público teve acesso a vagas de emprego, a serviços de beleza e de saúde, e a uma programação diversificada que contemplou todas as áreas atendidas pelo Senac. A escolha do tema “Conquiste seu emprego em tempos de crise” teve

como objetivo ressaltar que, por meio da qualificação, o profissional pode superar a crise, conquistando um trabalho ou mesmo abrindo o próprio negócio. Este ano, a novidade foi a inclusão das quatro Unidades Móveis do Senac na programação. Elas ofertaram workshops e oficinas em cidades onde não há unidades físicas. Para quem não pôde se deslocar, a Unidade de Educação a Distância (UEAD) ofertou duas oficinas, também gratuitas.

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Rodrigo Hirata

Apucarana

Apucarana

Ivo Lima

No Senac Pato Branco, alunos do curso Técnico em Secretariado receberam o desafio de, em grupos, construir uma empresa. O resultado do trabalho interdisciplinar foi demonstrado durante a feira. Uma das empresas expostas foi a “Custom Shirt”, de customização de camisetas pelo método tie dye. De acordo com um dos integrantes do grupo que criou o negócio, o aluno Gabriel Travezani, a equipe decidiu não ficar só no projeto de empreendedorismo e pretende levar a empresa adiante.

Londrina

Campo Mourão

Edson Rossieri Junior

Para ressaltar a importância do empreendedorismo, algumas unidades tiveram exposições de “cases de sucesso”, com alunos que empreenderam a partir da realização de cursos do Senac e viram suas vidas se transformarem.

Rodrigo Hirata

EMPREENDEDORES

Flávia Teixeira

Carlos Aparecido Rodrigues

FEIRA DE PROFISSÕES

ESTUDANTES

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Ivo Lima

Ivo Lima

Curitiba

Curitiba

Prudentópolis

Jonathan Jaworski

Para o professor do colégio, Edmundo Cezar Riquelme, ações como a feira são fundamentais para os jovens. “A Feira de Profissões auxilia para que conheçam oportunidades de carreira na área técnica e recebam orientações sobre questões básicas do mercado laboral”. Riquelme acredita que, no Brasil, a carreira de nível superior não abrange todos os estudantes que saem do Ensino Médio. “Atividades como essa feira possibilitam que o aluno perceba as possibilidades de futuro promissoras em áreas técnicas”, defendeu. 

Curitiba

Cornélio Procópio

Patrícia Bermudes

Em diversas unidades, a presença de estudantes na feira foi intensa. Como no Senac Foz do Iguaçu, que recebeu a visita de 100 alunos do Colégio Estadual Carmelita de Souza. A prefeitura disponibilizou ônibus para transporte dos estudantes, que participaram das palestras e demonstrações.

São Mateus do Sul

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CASE DE SUCESSO

Da esquerda para a direita: Diamantina Gambin Campos, Marina Peixoto do Nascimento e Ana Paula Campos Amaro. Todas fizeram o curso de

Um empreendimento familiar Cozinheiro do Senac Curitiba

Da necessidade por alimentos saudáveis surgiu a Da Mamy Papinhas, uma empresa curitibana que buscou no Senac PR a qualificação necessária para empreender TEXTO: ANDREZA SANTOS FOTOS: BRUNO TADASHI

É

cada vez maior o número de pessoas que trocam uma carreira bem-sucedida no mercado de trabalho por empreendimentos que tragam, principalmente, realização pessoal. Ana Paula Campos Amaro, proprietária do Da Mamy Papinhas, é uma dessas pessoas. Com a mãe, Diamantina Gambin Campos Ama-

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ro, resolveu dar início ao próprio negócio. Segundo Ana Paula, a ideia surgiu de uma necessidade pessoal depois do nascimento do filho. “Eu trabalhava fora e não conseguia cozinhar as papinhas dele, ao mesmo tempo que não encontrava produtos naturais e de qualidade para comprar no mercado. Há três anos, coloquei a ideia no papel,

criei o projeto e comecei a executar”. Formada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, trabalhava na área de marketing de uma grande empresa quando resolveu deixar tudo para garantir a alimentação saudável do filho e dos bebês de algumas amigas. Ana Paula e Diamantina viram, então,

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CASE DE SUCESSO a necessidade de buscar especialização, pois cozinhar para “fora” é algo mais complexo e exige ainda mais responsabilidade. “Procuramos várias escolas de gastronomia pela cidade, pesquisamos, conhecemos bastante, mas optamos pelo Senac por ser a melhor e mais completa. Além de aliar teoria e prática o tempo todo”, afirma Diamantina, investidora e “dona” de grande parte das receitas que hoje, fazem parte do cardápio da empresa. Em fevereiro desse ano, as duas receberam o certificado de conclusão do curso de Cozinheiro do Senac, e em seguida; a Da Mamy Papinhas iniciou a produção. Para isso, Ana Paula trocou seu espaço de lazer por uma cozinha industrial. A churrasqueira deu lugar a um forno combinado, um ultracongelador e uma câmara fria, tudo para garantir a qualidade dos alimentos servidos aos pequenos clientes. No cardápio são oferecidas quatro linhas de alimentação: frutas, cremosas, pedacinhos e porções. Cada uma delas com indicação de idade. Entre as papinhas salgadas, estão os sabores Caldo de Feijão com Batata e Couve; Carne de Panela com Abobrinha e Aipim, e Peito de Frango com Legumes. Além das sobremesas: Mamão e Laranja e Abacaxi com Banana. No total são 44 opções, entre doces e salgadas.

Cozinha industrial do Da Mamy Papinhas

Câmara fria onde as papinhas ficam armazenadas

A produção dos alimentos passa por um processo bastante rigoroso, desde a escolha da matéria-prima até a distribuição. Inicialmente, todas as receitas sofreram adaptações e correções nutricionais. As papinhas são livres de corantes e conservantes, com baixo teor de sódio e sem adição de açúcar. Além de mãe e filha, a equipe Da Mamy Papinhas conta com Marina Peixoto do Nascimento, também formada no Curso de Cozinheiro do Senac.  40        FECOMÉRCIO PR

Ana Paula e Marina mostrando as papinhas já prontas para a distribuição

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ESPORTE

Pelo combate ao sedentarismo Dia do Desafio promove atividades em todo o estado e obtem 44,67% de participação no Paraná TEXTO: KAREN BORTOLINI E ISABELA MATTIOLLI FOTOS: IVO LIMA

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om o tema Jogos Olímpicos – Rio 2016, 4.262.697 paranaenses combateram ao sedentarismo com as ações promovidas pelo Dia do Desafio (DDD). O percentual corresponde a 44,67% da população dos 309 municípios inscritos nesta edição, com participação registrada pelo site do Sesc Paraná. O confronto entre as cidades foi estabelecido por meio de sorteio no Sesc São Paulo, coordenador nacional do DDD.

A competição saudável foi realizada entre cidades de mesmo porte na última quarta-feira do mês de maio (25). Das 309 cidades participantes, 299 foram vencedoras e quatro se autodesafiaram (quando não competem com outro município). De acordo com o técnico de atividades da Gerência de Esportes, Lazer e Saúde do Sesc PR, Lucas Chaves – coordenador da iniciativa no estado –, o DDD busca sensibilizar sobre a importância de um estilo de vida mais ativo. “O Sesc Paraná coordenou todas as atividades simultaneamente nas unidades, espaços abertos e estabelecimentos comerciais”, conta. Quanto ao tema escolhido, o coordenador do DDD comenta que esta foi uma ótima oportunidade de vivenciar as modalidades olímpicas.

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Procure a modalidade do seu gosto e inicie o desafio

8 O coordenador do

DDD no Paraná, Lucas Chaves, incentiva a prá-

tica de atividades físicas em todo estado

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ESPORTE A programação variou da luta à dança, ganhando espaços públicos, como o calçadão da Rua XV de Novembro, em Curitiba, com atividades realizadas em ação conjunta com a Prefeitura. “Esta parceria fortalece o objetivo principal que é promover a atividade física, tratar da sua importância para a saúde e os benefícios que ela traz”, avalia o coordenador de grandes eventos do Departamento de Esporte, Lazer e Juventude da Prefeitura de Curitiba, Celso Augusto Silveira. No entanto, ele aponta que as atividades em prol da saúde, tanto da Prefeitura quanto do Sesc, são sistemáticas, e que o DDD é um impulso para que a população participe de um extenso calendário. Mas, para ele, não há desculpas para o sedentarismo. “A qualquer momento você pode optar por fazer um exercício, como subir alguns degraus, caminhar até o trabalho, enfim, pequenas iniciativas em que se busca a melhoria na qualidade de vida”, sugere. O coordenador relata que a programação na Rua XV foi pensada neste sentido: mostrar opções agradáveis para iniciar uma prática regular. Quem passou pelo coração da capital pôde fazer ao ar livre, aulas de Tai Chi Chuan, Kung Fu, Judô, Zumba, demonstração de Ginástica Rítmica e de jogos olímpicos além de jogos recreativos, escalada, tênis de mesa e cama elástica. “Atividade física é tudo na minha vida, é não ficar parado! A dança me ajuda em tudo, fico mais animada”, garante Andreia Alves de Freitas, participante da aula de Zumba. Silveira finaliza ao salientar que somente promover exercícios não é suficiente e, sim, é necessário fazer uma campanha. Para isso, o Sesc PR contou com a parceria da RPC e do GRPCOM, que contribuiu para a divulgação da ação e levou a ginástica laboral para sua equipe de colaboradores.

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O calçadão da Rua XV ficou repleto de atividades

8 O coordenador de

grandes eventos do

Departamento da Prefeitura de Curitiba, Celso Augusto Silveira, destaca a força da parceria

A Ginástica Multifuncional teve programação especial no DDD

Desafio às alturas

Superação de Desafios

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Vale qualquer modalidade, sõ não vale ficar parado

A ginástica laboral nos espaços do GRPCOM

COMUNICAÇÃO COM ESPORTE

A atividade física invadiu os espaços da RPC e do GRPCOM. Na redação da Gazeta do Povo, por exemplo, os jornalistas largaram seus teclados por alguns minutos para exercitar o corpo. Para o enfermeiro do Trabalho do grupo, Rogerson Marques de Paula, combater o sedentarismo e praticar atividades físicas são conceitos da Medicina do Trabalho, que devem ser levados a todas as empresas. “Disponibilizá-los com o Dia do Desafio proporciona ao colaborador um momento de distração para que ele possa cuidar da saúde. Fazer isso de forma descontraída, simpática e lúdica é muito benéfico”, argumenta.

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O GRPCOM participa do DDD em todas as cidades em que há emissoras filiadas. Foram 1.800 colaboradores participantes. “Combater o sedentarismo não é algo fácil. Então, o desafio tem que ser diário. O DDD é um incentivo, mas temos que nos conscientizar e praticar seja na academia, no trânsito... O que importa é fazer algo que beneficie o seu organismo”, indica. 

8 Rogerson, enfermeiro do trabalho do GRPCOM

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CONGRESSO

Em clima de Jogos Olímpicos Para aproximar os idosos das modalidades olímpicas, o evento contou com as boas-vindas do medalhista Marcelo Negrão, e atividades temáticas TEXTO: KAREN BORTOLINI FOTOS: IVO LIMA

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om a presença do medalhista olímpico, Marcelo Negrão, a 5ª edição do Congresso do Idoso Sesc PR foi realizada de 10 a 13 de maio, no Sesc Caiobá. A abertura, que simulou a dos Jogos Olímpicos, foi no Ginásio de Esporte, com direito a apresentação de grupo de ginástica rítmica, fanfarra e desfile das bandeiras com representantes das cidades em que unidades do Sesc desenvolvem ações para grupos de idosos. O evento contou com 400 participantes, de 19 cidades. O tema das demais atividades do congresso foram os Jogos Olímpicos. Marcelo Negrão, intitulado embaixador do esporte pelo Banco do Brasil, falou que a prática de atividades físicas é fundamental para o envelhecimento com qualidade de vida. “As ações esportivas do Sesc demonstram que a entidade é incentivadora do combate ao sedentarismo, para todas as classes sociais e faixas etárias”, comentou ele que veio por intermédio do superentendente regional do Banco do Brasil Ney Resmer Viera Ele foi fotografado com os participantes e distribuiu camisetas autografadas.

O medalhista olímpico, Marcelo Negrão, fala para os participantes do congresso

A gerente de Ação Social, Elisângela Domingues; o gerente executivo do Sesc Caiobá, Rafael Lessa; o medalhista olímpico, Marcelo Negrão; a diretora da Divisão de Educação, Cultura e Ação Social, Maristela Bruneri e o diretor regional do Sesc PR, Dieter Lengning

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MENTE E CORPO EM EXERCÍCIO

O evento esteve repleto de atrativos que garantiram exercícios de corpo e mente aos idosos. Foram caminhadas beira-mar, happy hour no mezanino da piscina, sessões de cinema, oficinas e palestras, como a que abriu a programação, proferida pelo médico geriatra, de Londrina, Marcos Cabrera, que falou “envelhecer com saúde”. Caminhada à beira-mar, um exercício ao ar livre

As modalidades parolímpicas também fizeram parte da programação

Entre outros destaques, a atenção às modalidades parolímpicas, como a partida de basquete de cadeirantes com times da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), na tarde de 11 de maio. No dia seguinte, o espírito de superação continuou, com as palestras de atletas que buscaram no esporte um forte aliado para vencer no jogo da vida. O medalhista de prata da Parolimpíada de Pequim na modalidade de tênis de mesa, Welder Knaf, foi homenageado. O cadeirante Laércio Lopes Gonçalves, jogador de basquete, contou sua trajetória e o significado do esporte na sua vida, após ser vítima de assalto. Ao fim da tarde, os grupos de idosos fizeram city tour pelo Centro de Matinhos, momento de fomento ao comércio local. BAILE

Os cadetes acompanharam as senhoras na dança

O diretor regional do Sesc PR, Dieter Lengning, destacou a energia jovem dos participantes, e os esforços da equipe de trabalho para a realiza-

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ção do evento. “O local é aprazível para sediar o congresso. Um ambiente favorável ao turismo e à prática de atividades”, ponderou.

O baile à fantasia mostrou que não existe idade para a dança. Cerca de 30 cadetes da Escola de Oficiais da Policial Militar do Guatupê vieram ao baile para dançar com as senhoras. Antes da abertura do salão, o público assistiu a uma apresentação musical de danças típicas do grupo de folclore Grego, Neolea, com a quebra de pratos, costume tradicional para espantar energias negativas.

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CONGRESSO

ENCERRAMENTO

O último dia (13) foi marcado pela palestra O Envelhecimento no Brasil – Avanços e Desafios, proferida pela doutora em Serviço Social, Silvana Maria Escorsin, que tratou sobre os direitos dos idosos. As apresentações musicais entraram em sequência, incluindo o co-

ral do Sesc Água Verde. O gerente executivo do Sesc Caiobá, Rafael Lessa, agradeceu pela participação de todos. “Esperamos que este sucesso se repita no ano que vem”, frisou. Para a gerente de Ação Social do Sesc PR, Elisângela Domingues, é gratificante possibilitar estes momentos há cinco anos aos idosos. “Os grupos levam um aprendizado do congresso, mas

nós também aprendemos com eles. É recompensador sabermos que damos a eles oportunidades de experiências tão bonitas, como ver o mar pela primeira vez, ou assistir a uma sessão de cinema”, destacando que, para isso, foi necessário um trabalho em equipe de 200 colaboradores. Em seguida, as caravanas seguiram de ônibus rumo a suas cidades de origem 

Abertura olímpica Participaram da abertura do congresso do idoso: o diretor regional do Sesc PR, Dieter Lengning; o assessor da Fecomércio PR para Assuntos do Litoral, Sérgio Juarez Tavares; a prefeita de Guaratuba, Evani Justus; o prefeito de Pontal do Paraná, Edgar Rossi; o Comandante da Academia Militar do Guatupê, Tenente Coronel Mauro Celso Monteiro; a Capitã da Polícia Militar, Roberta Regina Mildemberger; o presidente do Conselho Regional de Educação Física do Paraná, Antônio Eduardo Branco; o superintendente regional do Banco do Brasil, Ney Augustos Resmer Vieira; o Capitão do Corpo de Bombeiros de Matinhos, Douglas Martins Konflaz; a secretária municipal de Educação; Regina Lúcia Ferraz Torres; a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR, Maristela Bruneri; o gerente executivo do Sesc Caiobá, Rafael Lessa; a gerente de Ação Social do Sesc Paraná, Elisângela Domingues e o gerente executivo do Senac Caiobá, Gilberto Pereira Dias.

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CULTURA

Música ao vivo e de boa qualidade Prestes a completar quatro décadas de realização, o Femucic ultrapassa limites do teatro Calil Haddad ao transmitir on line as apresentações musicais, em tempo real TEXTO: KAREN BORTOLINI E ISABELA MATTIOLLI FOTOS: IVO LIMA

João Arruda com as crianças do CDM, regidas por Dhemy de Brito, acompanhados pelos músicos Lucas Machado, Paulo Baptistelli e Alany Steiner

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pluralidade musical do Brasil subiu ao palco do Teatro Calil Haddad, em Maringá, nos dias 10 e 11 de junho, durante a 38ª edição do Festival de Música Cidade Canção (Femucic). Ao todo, 1.600 pessoas acompanharam gratuitamente as 26 apresentações musicais, entre canção e instrumental, passeando pela

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diversificada cultura brasileira por meio de notas e acordes. Apesar de ser o festival mais tradicional de música da Rede Sesc, o evento segue como formato de mostra musical e se reinventa a cada ano. Prestes a completar quatro décadas de realização, esta edição contou

com diversas ações paralelas, que ultrapassaram os limites do palco do teatro. Pela primeira vez, o Femucic no Comércio levou músicos participantes da mostra até empresas do comércio de bens, serviços e turismo de Maringá. De acordo com o gerente do Sesc Maringá, Leandro Rodrigues, isto mostra a capacidade do

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CULTURA Sesc em unir diversas áreas, com sua equipe de trabalho, para fortalecer suas ações e chegar ao seu público fim: os comerciários e seus dependentes. Já o Femucic nas Escolas promoveu uma aproximação descontraída entre crianças de dez instituições de ensino municipais de Maringá e Região Metropolitana, com músicos do festival, por meio de apresentações didáticas. Novecentos e cinquenta alunos foram beneficiados pelo projeto. “Foi uma troca de energia muito grande. Como nós temos oficinas de música no período da tarde, o próprio músico convidado se surpreendeu com as crianças que interagiram, cantaram com ele”, conta a diretora da Escola Municipal Pioneira Mariana Viana Dias, Margareth Pinhate, que recebeu o músico João Arruda, de Campinas, SP. Outra ação formativa de destaque desta edição foi a realização das Oficinas de Música no Sesc Maringá, que possibilitaram intercâmbio e aprendizado entre músicos de Maringá e região com os músicos Arismar do Espírito Santo, Thiago do Espírito Santo, Paulo Almeida e Sergio Coelho. A ação ocorreu de 6 a 9 de junho e foi dividida entre os módulos: composição, criação, improvisação e arranjo musical além de aperfeiçoamento e técnicas instrumentais. Cento e vinte oito músicos participaram das oficinas de música do Femucic, que foram encerradas com o show Alegria nos Dedos, de Arismar do Espírito Santo junto aos músicos convidados. “Acredito que a riqueza do festival, sua permanência e longevidade se estabelecem pela multiplicidade de possibilidades que ele se oferece para aqueles que vêm aqui, e para os próprios músicos que fazem seus intercâmbios, suas trocas com a

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Proximidade com instrumentos desde a infância

As oficinas foram ministradas por Arismar do Espírito Santo e músicos convidados

João Leopoldo e sua cararaterística de dialogar com o teclado

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comunidade e entre a classe artística”, reflete o assessor da Direção Regional do Sesc PR, Antônio Vieira, que representou o diretor regional da entidade, Dieter Lengning durante o festival. FEMUCIC – ANO 38

O Centro de Difusão Musical (CDM) do Sesc Maringá compartilhou com o público do Femucic o trabalho que realiza em suas instalações. Regidas por Dhemy de Brito, 150 crianças do projeto de canto coral, realizado pelo CDM em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, apresentaram-se no palco do Calil Haddad, acompanhados pelo músico João Arruda, na canção Beira de Folha. Na noite seguinte, foi a vez da turma infanto-juvenil, composta por 30 adolescentes do Projeto Social do CDM, subir ao palco para interpretar a mesma música. Beira de Folha é uma parceria de João Arruda com Consuelo de Paula e estava entre as 1.131 inscritas no festival e as 26 selecionadas para esta edição. “Eu sabia que ia cantar com um coral de crianças, mas não imaginava qual

seria o tamanho dessa emoção. Quando eu fui ensaiar com aquele bando de passarinhos cantando bonito, aquilo encheu meu coração de alegria. É um alívio, principalmente nos tempo em que estamos vivendo, faz a gente acreditar que é por aí, a junção da arte, da cultura e da natureza”, completa o músico paulista ao enfatizar as fontes que inspiram suas músicas. Dando sequência às apresentações, músicos de renome do Brasil e outros tantos talentos subiram ao palco, levando qualidade sonora de forma autoral. Nomes que já deixaram marcas na memória auditiva em outras edições retornaram com novas interpretações e composições. Foi o caso da cantora Ana Paula da Silva, de Joinville, SC; João Leopoldo, de Sorocaba, SP, característico por promover um diálogo dramático com seu piano, e Daniel Migliavacca, de Curitiba, PR, responsável por difundir um estilo musical tão brasileiro com o bandolim: o choro. Teve gaúcho contando história do Puxa Puxê, em música tradicional trazida pelo Trio Chão de Areia, de

Tramandai, RS, e houve também uma formação de três irmãs que uniram suas vozes pelo samba no grupo Sampri, de Campo Grande, MS. Teve quem passou por horas de voo, somadas a outros meios de locomoção até percorrer os 4.357,9 km que separam Boa Vista, RR de Maringá, caso da cantora Leka Denz e do pianista Jason França. “Foi sensacional essa experiência, essa troca que aconteceu com os músicos de outros estados e de Maringá também, com os mestres que ministraram as oficinas. A gente vem pensando que o evento se limita apenas às apresentações, mas as experiências que levamos na nossa bagagem não tem preço”, comenta Leka. Pratas da casa, os maringaenses mostraram que têm samba no pé e instrumentos afinados. “Meu pai participou do festival há muitos anos, quando ainda era competitivo. Hoje, a gente tem essa diversidade da música autoral, mas a minha relação com a música e com o samba vem de berço”, revela Julia Jones que se apresentou com o grupo maringaense Estação Copacabana.

O Femucic no Comércio foi uma das novidades, com a participação do bandolinista Daniel Migliavacca

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CULTURA TRANSMISSÃO AO VIVO

Nascido na Itália e radicado em Peabiru, PR, Diego Salvetti, levou o Flamenco ao palco, com seu violão oito cordas. “Quem carrega este estigma de que na Europa existe mais espaço para a música instrumental está enganado. No Brasil estou tendo boa aceitação, possibilidades de difundir meu estilo e ainda mesclar com elementos daqui”, diferencia o músico. Com a transmissão ao vivo pelo canal do Sesc PR no Youtube, familiares e amigos de Salvetti e dos músicos de dez estados que participaram desta edição do Femucic, puderam acompanhar as apresentações em tempo real. O Femucic foi acompanhado na Itália, nos Estados Unidos e em Portugal. Vale ressaltar, que os shows continuam disponíveis para acesso pelo canal do Sesc PR. O Femucic é uma realização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR em parceria com a Prefeitura de Maringá e a RPC. Esta edição contou com o apoio da NET; das rádios MundoLivre FM, Maringá FM, CBN Maringá, Mix FM, UEM FM e Nativa FM; dos jornais O Diário do Norte do Paraná e Gazeta do Povo, e do portal Odiario.com. Entre as autoridades presentes, destaque para o secretário Estadual da Cultura, João Luiz Fiani; o vice-prefeito de Maringá, Claudio Ferdinandi; a secretária de Cultura de Maringá, Olga Agulhon; o assessor da Direção Regional do Sesc PR, Antônio Vieira; a diretora de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR, Maristela Bruneri; a gerente de Cultura do Sesc PR, Isabel Bezerra, e o gerente do Sesc Maringá, Leandro Rodrigues.  50        FECOMÉRCIO PR

Leka Denz, de Boa Vista, RR

Junia Jones, prata da casa, carrega o Femucic como tradição

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ARTE

Clube de Colagem de Curitiba, no Sesc Centro Na abertura da exposição, mais de 300 pessoas participaram da experiência sensorial completa TEXTO: KAREN BORTOLINI FOTOS: IVO LIMA

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ara encerrar seu ciclo de atividades em grande estilo, o Sesc Centro realizou a vernissage da exposição do Clube de Colagem em Curitiba (CCC), com obras de 45 artistas. O evento ocorreu na noite de 1º de julho, no quinto andar da unidade, com direito a discotecagem, projeção mapeada e coquetel. A exposição permanece aberta ao público até 29 de julho, data em que a unidade fecha suas portas para início do processo de reforma e revitalização. O gerente executivo da unidade, Jefferson Ferraz, salienta que o Sesc Centro ficará marcado na memória por ser um espaço de projeção de grandes artistas. “Passam por aqui pessoas com potencial promissor, assim como os integrantes do CCC. Temos o compromisso de acompanhá-los em seus primeiros passos e darmos estrutura para alavancarem suas carreiras”, explica. Estas características foram percebidas no cuidado em que a organização teve, não só para este evento, mas a todos que atuam por meio da unidade, e ainda aos que passarão por ela. “Na reabertura do Sesc Centro pretendemos seguir esta mesma linha, com enfoque na disseminação da cultura”, garante o gerente.

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EXPERIÊNCIA SENSORIAL

A técnica de atividades do Sesc Centro, Flavia Milbratz, conta que a unidade teve envolvimento não só na elaboração da galeria e do catálogo da exposição, que ilustra todas as obras, mas na divulgação em todos os elementos visuais do evento. Todo este trabalho prévio garantiu uma visitação que ultrapassou a marca prevista de 300 pessoas, somente na noite de abertura. “Contamos aqui com um acervo de colagem de artistas de diferentes estilos. O evento em si teria que conversar com estas características. Por isso, tudo foi pensado para se promover uma ‘experiência’ ao público. Dessa forma, criamos mecanismos que aguçassem os cinco sentidos. Até mesmo o cardápio foi temático, fazendo referência às obras”, disse.

O sucesso foi tamanho que o grupo se prepara para nova participação, dessa vez na Semana Literária Sesc Paraná, conforme antecipam os produtores e organizadores da exposição Amorim e Juliana Coelho. “O CCC surgiu em janeiro, de forma independente. Hoje sentimos que o Sesc entendeu nossas expectativas e vontades. Estamos muito contentes em podermos contar com este apoio para a realização do nosso trabalho autoral, ao podermos trazer um panorama de possibilidades que a colagem proporciona”, finaliza a dupla. 

Os artistas Amorim e Juliana coordenaram a

A criatividade é presente em todos os traba-

exposição do Clube de Colagem de Curitiba

lhos de colagem

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OLHAR

ARTE PARANAENSE

PAR ANÁ

Ensinar a ver Projeto Olhar Paraná se reinventa ao ampliar seu acervo e unir cultura e educação em exposições itinerantes TEXTO: ISABELA MATTIOLLI FOTOS: ACERVO E ARQUIVO

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irculando desde 2012 pelas unidades de serviço do Sesc PR, o projeto Olhar Paraná passou por uma reestruturação em seu acervo, além de imprimir um novo conceito às suas exposições itinerantes: o de educar por meio da arte. O slogan Ensinar a Ver apresenta este novo viés ao projeto, que percorrerá 17 unidades do estado até o fim de 2016. De acordo com a analista da Gerência de Cultura do Sesc PR, Juliana Perrella, a ideia principal do Olhar Paraná, que é a circulação das exposições de artistas paranaenses pelas unidades de serviço do Sesc, manteve-se, principalmente nas cidades do interior do estado, devido ao acesso mais restrito às artes visuais nessas localidades. “Como o Olhar Paraná é um projeto itinerante, as pessoas têm muito contato com as obras, e essa manipulação foi danificando muito das nossas coleções. Então, passamos a circular com as que realmente estavam em condições de serem apresentadas, além de incluir outras no circuito”, explica a analista. Ao todo, sete exposições fazem parte deste ciclo do projeto, totalizando um acervo de 80 obras. Presente desde o lançamento da iniciativa há quatro anos, Lagamar, do fotógrafo açoriano radicado em Curitiba, Orlando Azevedo, permanece em circulação, assim como a arte gráfica de

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Fernando Rosenbaum, em Fatias da Memória; as gravuras da curitibana Denise Roman, em “Uma sinfonia entre amigos”, e as esculturas feitas por artistas na Ilha da Catinga, na exposição Arte Indígena. O frescor do projeto fica a cargo dos trabalho inserido nesta reedição: as fotografias de Rogerio Ghomes, em “Incrível como um distúrbio afeta a credibilidade”, e as gravuras da curitibana Denise Roman, em “Uma sinfonia entre amigos”. Após retratar as paisagens paranaenses, Shigueo Murakami, retorna ao circuito com a exposição Luteria, com fotografias do trabalho primoroso desenvolvido pelo luthier, Luiz Amorim. Outra exposição a itinerar pelo projeto, “Italia mon amour”, apresenta o trabalho coletivo dos fotógrafos italianos Claudio Di Francesco, Gabriele Menconi, Mongobi, Pasquale Tangi e Saniela Simoncini, que fazem uma verdadeira declaração de amor ao país – um dos colonizadores do Brasil e do Paraná. “Um dos pontos principais do Olhar Paraná é o regionalismo, pois são todos artistas paranaenses ou que moram aqui, com a exceção de Italia mon amour, que incluímos porque é uma exposição que fazia parte do nosso acervo e estava bem montada, além de proporcionar um trabalho interessante com o cunho educativo”, revela Ju-

Arte indígena por artistas da Ilha da Cotinga

Fatias da memória por Fernando Rosenbaum

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OLHAR

liana Perrella.

AÇÕES EDUCATIVAS

Incrível como um distúrbio afeta a credibilidade, por Rogerio Ghomes

Além da reformulação de seu acervo, as exposições aproximam o público da cena artística paranaense por meio de palestras e visitas mediadas para escolas e público espontâneo. No caso das escolas, os alunos têm a oportunidade de ter uma nova vivência com as obras, com atividades propostas em materiais de apoio feitos exclusivamente para o projeto. “Nesse material, adequamos os textos da curadoria com uma linguagem mais acessível, com a inserção de glossário apresenta termos específicos de cada exposição, além de contar com atividades que podem ser feitas durante as visitas às obras. A exposição do Shigueo Murakami, por exemplo, traz elementos pertinentes à fotografia e a música. Nesse encarte, ha questionamentos relacionados tanto à linguagem fotográfica quanto de instrumentos musicais”, ilustra a analista. Quem acompanha essas visitas é o técnico de Cultura ou um orientador de atividades da unidade que recebe a exposição, que ainda pode aplicar oficinas após utilizar as atividades propostas pelo material de apoio. “Estamos conseguindo levar quase todas as turmas do Futuro Integral e das Salas de Apoio do Sesc, pois no projeto contemplamos um transporte, que viabiliza a ida desses alunos até as unidades”, pontua Juliana. Confira a programação e detalhes sobre as exposições pelo site www. sescpr.com.br/olhar-parana  MAI | JUN 2016

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PAR ANÁ

A curadoria é assinada pela própria Gerência de Cultura do Sesc PR. A ideia da entidade é que a cada ano, aumente o acervo de artistas.

Luteria, por Shigueo Murakami

Uma sinfonia entre amigos, por Denise Roman Lagamar, por Orlando Azevedo

Italia mon amour, por Claudio di Francesco, Gabriele Menconi, Mongobì, Simoncini e Tangi

O material de apoio é entregue aos Visita mediada no Sesc Pato Branco

alunos que visitam as oficinas

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ARRAIAL

Sol e diversão garantidos no Paraná Junino Quase 40 mil produtos foram comercializados por um público de 27,5 mil pessoas TEXTO: KAREN BORTOLINI FOTOS: IVO LIMA

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ara reacender a cultura folclórica do arraial, o Sesc em parceria com a RPC realizou o Paraná Junino em três cidades do Estado. A programação típica foi bem variada para agradar sinhozinho e sinhazinha. Teve contação de histórias e espaço de brincadeiras para crianças; feira de artesanato, que valorizou a produção local, e a feira gastronômica, com um cardápio muito mais variado que o pinhão e a pipoca. Os shows ficaram por conta de Tonho Costa, Maryanne Francescon Trio e Viola Quebrada, além das atrações locais, que trouxeram um repertório bem variado, do forró à música sertaneja. A primeira cidade a sediar a festa foi Foz do Iguaçu, no dia 4 de junho, na Unidade do Sesc. Na sequência, no dia 25, foi a vez da capital; e no dia seguinte, o Sesc Cadeião, em Londrina. Ao todo, foram comercializados quase 40 mil produtos nas feiras. As três festas somaram um público de 27,5 mil pessoas. A entrada foi gratuita.

A feira gastronômica comercializou um cardápio bem variado

CAPITAL

Neste ano, São João fez uma parceria com São Pedro para que o arraiál do Sesc ficasse bem animado. O sol

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Maryane Francescon Trio

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contribuiu para que o Paraná Junino, realizado no Bosque São Cristóvão, levasse milhares de pessoas ao bairro Santa Felicidade. Uma das principais atrações foi a típica dança junina, a quadrilha. O técnico de esportes do Sesc Paraná, Lucas Chaves, que animou o baile, contou que os participantes fazem parte do grupo de idosos do Sesc Água Verde. Os ensaios foram sistemáticos para fazerem bonito na dança. A integrante do grupo, Neusa Teixeira, falou que participa constantemente das atividades do Sesc Água Verde. “O Sesc é tudo de bom! Um espaço para confraternizar, socializar, o que faz muito bem para nós”, comenta. Pedro Pires concorda com a amiga, e complementa que para participar da quadrilha não tem idade, o que vale é divertir-se e manter em dia uma atividade física, para garantir a saúde. Para que um evento desse porte atinja grande público é necessário seu fortalecimento por meio de parcerias, como a feita com a RPC. A coordenadora de eventos da rede, Marina dos Santos, pondera que a parceria de longa data foi feita para resgatar a tradição da festa junina para que fosse aberta ao público. “Nos unimos para fazermos uma grande tarde de diversão”, finalizou. 

O técnico de Esportes Lucas Chaves narrou as atrações

O grupo de idosos do Sesc Água Verde dançou a quadrilha

Produtos comercializados: Curitiba – 15 mil Foz do Iguaçu – 17,825 mil Londrina – 6,287 mil

Público:

Teve muita música para animar a festa

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Curitiba – 12 mil Foz do Iguaçu – 9 mil Londrina – 6,5 mil

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SINDICATO

Sincopeças Paraná comemora 60 anos Uma história de conquistas e fortalecimento do comércio automotivo TEXTO: CAROLINA LARA FOTOS: BRUNO TADASHI

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Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Paraná (Sincopeças Paraná) completou, no dia 31 de março, 60 anos de fundação. A celebração ocorreu no dia 7 de junho, em um jantar com direito a homenagens a pessoas e empresas que contribuíram com o sindicato ao longo de sua trajetória.

Durante a cerimônia de aniversário, o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Ari Faria Bittencourt, destacou a importância do segmento, essencial para suprir a frota rodoviária do país. “Sem peças, os meios de transporte se deterioram, prejudicando e inviabilizando a movimentação de passageiros e de cargas”. Bittencourt também ressaltou a larga visão da direção do Sincopeças, ao liderar missões ao exterior, na procura por novos mercados para suprir as necessidades de estoque dos empresários do setor. Em vídeo, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, ex-presidente do Sincopeças, deixou uma mensagem de felicitações. “Durante esses 60 anos, o sindicato soube representar a nossa ca-

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O presidente em exercício da Fecomércio PR, Ari Faria Bittencourt, discursa na cerimônia em comemoração aos 60 anos do Sincopeças. Compõem a mesa de honra, da esquerda para a direita, o presidente da Cooperativa Sicredi Sincocred, Evaldo Kosters; o vice-presidente do Sincopeças Paraná, Evandro Maldonado; o presidente do Sincopeças Paraná, Ari dos Santos; o presidente do Sincopeças Ceará e presidente da Associação do Sincopeças do Brasil, Ranieri Leitão; o presidente do Sincopeças São Paulo e vice-presidente da Associação do Sincopeças do Brasil, Francisco Wagner De La Torre, e o presidente da Federação dos Empregados do Comércio do Paraná, Vicente Silva

tegoria em todos os segmentos: com os cursos feitos em parceria com o Senac, com as palestras desenvolvidas no estado, com as viagens ao exterior, defendendo os nossos interesses junto à Secretaria da Fazenda do governo do estado, entre tantas outras iniciativas”. Piana enfatizou ainda a atuação da cooperativa de

crédito Sicredi Sincocred, que muito contribui com os empresários do segmento. O presidente do Sincopeças Paraná, Ari dos Santos, narrou a trajetória do sindicato, desde sua fundação, em março de 1956, até os dias de hoje. Falou sobre as conquistas, os

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momentos de crise e as superações. “Nosso país há muito enfrenta situações conflitantes, mas acreditamos que com trabalho árduo e união dos empresários nós conseguiremos vencer os obstáculos”. Entre as conquistas enumeradas, Ari dos Santos destacou a consolidação do patrimônio, com sua sede própria, e a criação da cooperativa Sicredi Sincocred, em meados de 2005.

também as empresas concessionárias. Em 1996, as concessionárias passaram a ser representadas por um sindicato exclusivo. Desde seu início, o Sincopeças participou ativamente do movimento sindical do estado e foi um dos fundadores da Federação do Comércio Varejista do Estado do Paraná que, em 1998, fundiu-se à federação que representava o comércio atacadista. As duas entidades formaram a atual Fecomércio PR.

Participaram da festa, presidentes de sindicatos filiados à Fecomércio PR, diretores da entidade, do Sincopeças, empresários, representantes comerciais e familiares.

TRABALHO

HISTÓRIA

Fundado em 31 de março de 1956, quando foi reconhecido oficialmente pelo Ministério do Trabalho por meio da Carta Sindical, o Sincopeças Paraná surgiu da iniciativa de lideranças empresariais do comércio automotivo de Curitiba. A ideia era unir esforços para defender os interesses do setor.

Presidente do Sincopeças Paraná, Ari dos Santos

Em agosto de 1968, sua base de representação foi estendida para todo o Paraná. Durante muitos anos, o sindicato representou o comércio independente de veículos e peças e

Ari dos Santos (à esquerda) recebe de Ari Faria Bittencourt placa em homenagem aos

Entre os serviços prestados pelo Sincopeças aos associados e filiados estão a celebração de convenções coletivas de trabalho com entidades sindicais laborais; promoção de atividades culturais, técnicas e econômicas; assistência jurídica trabalhista, tributária, fiscal e empresarial, e representação do setor em juízo ou fora dele, na defesa dos interesses e dos direitos do comércio automotivo. 

Troféus entregues aos homenageados

60 anos do Sincopeças SERVIÇO:

Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Paraná | Sincopeças Paraná Rua Anne Frank, 3223 – Curitiba PR | 81650-020 | Telefone: (41) 3213-3550

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FEIRA

Oitava Autopar, recorde de público Com mais de 500 expositores, Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva atraiu público profissional de 47 mil pessoas TEXTO: CAROLINA LARA FOTOS: BRUNO TADASHI

O vice-presidente da Fecomércio PR, Luiz Carlos Borges da Silva, durante cerimônia de abertura da Autopar

R

ecorde de público mesmo durante a crise. Com mais de 500 marcas expositoras, a oitava edição da Autopar, Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva, teve 47 mil visitantes, 17 mil a mais que na última edição.

siderada o segundo maior evento automotivo do país e o primeiro da região Sul. Com realização bienal, a Autopar tem o objetivo de aproximar a indústria de seus clientes, distribuidores, lojistas, representantes e reparadores.

Promovida de 8 a 11 de junho, no Expotrade Convention Center, no município de Pinhais, a feira é con-

Na cerimônia de abertura, a crise econômica e política foi o assunto mais abordado. Na opinião do pre-

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sidente do Sincopeças Paraná e da Comissão Organizadora da Autopar, Ari dos Santos, é com trabalho que se construirá um novo país. “Diariamente, os empresários brasileiros lutam para manter a sua empresa aberta, honrar os seus compromissos, manter os empregos e dar segurança à classe trabalhadora e a sua família, mesmo em meio a um país em recessão. E aqui estamos nós, mantendo

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acesa a chama da esperança, promovendo mais uma Autopar”. O vice-presidente da Fecomércio PR, Luiz Carlos Borges da Silva, que representou o presidente da entidade, Darci Piana, reforçou a ideia de que em todo momento de dificuldades é possível criar oportunidades. “Quando se fecha uma porta, abre-se uma nova demanda. Este é o momento de fazermos uma reflexão e aproveitarmos para melhorar as nossas empresas, tornando-as mais produtivas”, enfatizou. De acordo com ele, a Federação do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo do Paraná não mede esforços para estar sempre presente, apoiando a feira. Desenlace da fita inaugural. Da esquerda para a direita, o presidente do Sincopeças Paraná e

Otimista, o presidente do Sincopeças São Paulo e vice-presidente da Associação Nacional dos Sincopeças do Brasil, Francisco Wagner De La Torre, falou que, com as dificuldades do consumidor final em obter financiamento para trocar de veículo, ele é obrigado a consertar o carro que já tem. “Nós temos uma frota que nos últimos dois anos envelheceu um ano e meio, um número muito forte e marcante. Isso significa oportunidade”, frisou.

da Comissão Organizadora da Autopar, Ari dos Santos; o vice-presidente da Fecomércio PR, Luiz Carlos Borges da Silva; o presidente da Diretriz Feiras e Eventos, promotora da Autopar 2016, Carlos Eduardo Jung; o presidente do Sindicato de Empresas de Reparação de Veículos do Estado do Paraná (Sindirepa PR), Wilson Bill; o presidente do Sincopeças São Paulo e vice-presidente da Associação Nacional dos Sincopeças do Brasil, Francisco Wagner De La Torre; e o prefeito de Pinhais, Luiz Goularte Alves

Apoiadores oficiais do evento, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e o Sincopeças Paraná marcaram presença em estante conjunto do qual

participou também a cooperativa de crédito Sicredi Sincocred, ligada ao Sincopeças. Café e serviço de Barreado foram as atrações do espaço. 

Estande conjunto do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, do Sincopeças

Com mais de 500 marcas expositoras, a feira é considerada o segundo

Paraná e da cooperativa de crédito Sicredi Sincocred

maior evento automotivo do país e o primeiro da região Sul

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ECONOMIA

“Um novo mercado após a crise” Sérgio Molinari, fundador da Food Consulting, falou sobre as tendências do setor de alimentação e os desafios para enfrentar a crise TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN FOTO: BRUNO TADASHI

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elhorar a experiência de consumo, combinando produtos de qualidade, preço, ambiente e conectividade. Esses são os principais desafios das empresas do setor de alimentação para ter sucesso durante a crise que o Brasil vem enfrentando. Para Sérgio Molinari, fundador da Food Consulting – empresa com sede em São Paulo especializada em pesquisas e consultoria para restaurantes –, Fundador da Food Consulting, Sérgio Molinari os três pontos mais importantes são: “o empresário precisa interpretar seu cliente, adaptar-se às Estatísticas apontam que, em médemandas e, principalmente propor- dia, um cliente satisfeito conta para cionar uma experiência inesquecível”. três pessoas sobre a experiência positiva. Ao mesmo tempo em que “O empresário brasileiro tinha o um insatisfeito, relata para 11 peshábito de, em momentos ruins, ficar soas sua vivência negativa no estaquieto e esperar melhorar; isso cos- belecimento. “A propaganda boca tumava acontecer entre dois e três a boca ainda é uma grande aliada, meses. Mas esse cenário econômico, mas é preciso tomar cuidado, pois que começou no fim de 2014, deve o perfil do consumidor millennial, se arrastar até o fim de 2017, tra- uma geração mais informada com zendo mudanças profundas no com- acesso à tecnologia, buscar na inportamento do consumidor, que esta ternet referências dos estabelecidispostos a gastar mais e com menos mentos. Esses consumidores reprefrequência”, destacou Molinari em sentam mais de 40%”, explicou o entrevista à Revista Fecomércio PR. fundador da Food Consulting.

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Molinari ainda afirma que assim que a crise passar os restaurantes terão menos clientes, mas que gastam mais. “Os novos clientes estão criando o hábito de sair menos para comer fora, porém estão dispostos a gastar mais. Quem entender isso conseguirá passar pela crise. Os restaurantes devem se reinventar oferecendo uma experiência completa: boa comida, bebida, atendimento, ambiente e tecnologia se adequando ao novo perfil de consumidor”, explica. PALESTRA

Sérgio Molinari ministrou palestra com o tema “Um novo mercado após a crise”, durante o 26º Encontro Nacional da Abrasel, que acorreu em Curitiba de 29 de junho a 1º de julho, em Curitiba. O encontro teve como tema “Inovação e Sustentabilidade” e reuniu empresários, profissionais e fornecedores do setor da alimentação fora do lar de todo o país.  MAI | JUN 2016

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COOPERATIVISMO

Piana com Maggi e Richa, na Ocepar Ministro Blairo Maggi esteve em Curitiba reunido com lideranças empresariais e sindicais

Ocepar

TEXTO: FERNANDA ZIEGMANN, COM INFORMAÇÕES DA OCEPAR

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette; o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi; o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; o governador do Paraná, Beto Richa; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana e, o presidente da Cocamar, José Lourenço

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ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, participou, no início de julho, da diretoria da Ocepar. Foi a primeira vez que o ministro visitou o estado oficialmente, desde que assumiu o cargo, em maio. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, participou da reunião. “Agricultura e agronegócio têm sido fundamentais para a economia brasileira. O ministro Blairo é a pessoa certa para garantir a continuidade deste sucesso”, disse Piana. Na sequência, o ministro participou

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de um evento que reuniu mais de 200 pessoas, entre lideranças cooperativistas e representantes de várias entidades ligadas ao agronegócio paranaense. O governador Beto Richa; o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, e o deputado federal Sérgio Souza, integrante da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), também estiveram presentes. Para o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, a grande participação do público foi uma demonstração da importância do assunto que estava em pauta. “A data de hoje é fundamental para nós porque começou uma nova

safra, no dia 1º de julho. Nada melhor do que aproveitarmos para fazermos uma discussão, com o ministro, de tudo aquilo que foi planejado para este ciclo, parte com a ministra anterior, ainda no governo passado. É um momento propício para darmos uma contribuição ao ministério. Nossa intenção é apresentar sugestões ao aprimoramento das políticas públicas de apoio à agricultura. Além do mais, uma das pessoas que mais conhecem desse assunto é o próprio ministro, que vive da atividade e tem toda autoridade para fazer uma análise geral das nossas propostas”, afirmou. O ministro destacou a relevância do encontro com os cooperativistas. “É uma oportunidade para aprofundar os conhecimentos sobre o trabalho realizado pelo cooperativismo paranaense, especialmente em benefício dos agricultores do estado”. O encontro contou ainda com a participação do superintendente do Sistema OCB, Renato Nobilie; dos presidentes da Faep, Ágide Meneguette; do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann; do Iapar, Florindo Dalberto; do diretor administrativo do BRDE, Orlando Pessuti e do reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho.  FECOMÉRCIO PR     61


ARTIGO

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esquisas profissionais apontam que mais de 73% dos brasileiros compram aos domingos, evento que se tornou hábito das famílias, em busca de compras com segurança, associadas a praças de alimentação, estacionamento, lazer, diversão e arte, proporcionados, principalmente, pelos shopping centers. O domingo é, em média, o terceiro melhor dia de faturamento na semana para os shopping centers, correspondendo a 14% das vendas semanais, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Os números brasileiros encontram similaridade em países como os Estados Unidos, a Inglaterra e outros do mundo desenvolvido. Por isso, soam estranhas, para o Sistema Confederativo do Comércio, notícias que dão conta de iniciativas e projetos, nas câmaras legislativas de alguns municípios brasileiros, na contramão do consagrado hábito de compra dos consumidores aos domingos. É retrocesso inimaginável cerrar as portas dos shoppings aos sábados, domingos e feriados, seja em períodos de plena estabilidade e crescimento econômico, seja principalmente em momentos de recessão econômica e adversidade social, como a atual. A liberdade para o exercício da atividade comercial, incluindo o trabalho

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Critstina Bocayuva

Domingo é dia de comprar aos domingos e feriados, é conquista a ser preservada. E ela decorre da evolução natural das sociedades: empresas, cidadãos, trabalhadores, enfim, é causa e consequência do avanço e da modernidade social. O comerciante, de shopping ou não, se localiza onde estão o desejo e a conveniência do consumidor. E ninguém melhor que ele para saber — instintiva ou profissionalmente — quais são os anseios daqueles que são a razão de sua existência. É da índole do comércio saber auscultar a vontade do consumidor. Além disso, há leis apropriadas que preservam as competências dos entes federativos municipais e asseguram a preservação integral dos direitos dos trabalhadores, além de assegurar aos mesmos ganhos adicionais expressivos. É inequívoco que iniciativas contrárias à realidade comercial brasileira, em se tratando de funcionamento das estruturas comerciais, não encontram apoio sequer dos trabalhadores, em função do histórico de ganhos e estabilidade, e menos ainda dos consumidores. Nada mais convincente do que a realidade e, mais uma vez, os shoppings apresentam números que impressionam pela magnitude: quase cem mil lojas, um milhão

de empregos diretos, circulação de 444 milhões de pessoas por mês. Enfim, o que era novidade há 30 anos, hoje, com a crescente urbanização e a comodidade do ambiente de compra, é indiscutível realidade que responde por quase um quinto do comércio varejista e mais de R$ 24 bilhões de impostos arrecadados em 2015. No Brasil, sobretudo na atual conjuntura econômica, deve ser rejeitada qualquer proposta voltada para a proibição de atividades geradoras de emprego e renda aos domingos e feriados. Seria um injustificável retorno ao passado. Antonio Oliveira Santos, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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