DIVULGAÇÃO
OBSERVATÓRIO JURÍDICO
Feliz ano velho –
quando a crise institucional insiste em não ter fim
POR HENRIQUE NELSON CALANDRA E SERGIO RICARDO DO AMARAL GURGEL
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O resultado do excesso de vigilância sobre a vida alheia é o retrógrado aumento da judicialização dos conflitos sociais. Já não existe mais um perfil das ações que vão desaguar no Supremo Tribunal Federal
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réveillon é o dia em que nos despedimos do ano que se esgotou, desejando ver as experiências malogradas definitivamente guardadas nas gavetas da memória. Seja por um brinde do melhor champanhe francesa, ou pelos saltos sobre as ondas do mar, ou tão somente com o olhar catatônico em frente à televisão, até mesmo o mais pessimista dos homens ousa imaginar que dali para a frente muita coisa poderá mudar. Todavia, no campo da política, quem desse sonho compartilhou enquanto realizava a contagem regressiva nos dez segundos finais de 2017, levou menos de uma semana para perceber que, nesse aspecto, o mais adequado teria sido o cumprimento de “feliz ano velho”, parafraseando a obra do escritor Marcelo Rubens Paiva. A nomeação da deputada federal Cristiane Brasil para a pasta do Ministério do Trabalho foi o início de uma nova crise institucional que insiste em não ter fim. Por decisão liminar de um magistrado da Justiça Federal foi suspensa a solenidade de posse até que o mérito da ação popular fosse definitivamente julgado. A providência judicial teve como fundamento a violação ao princípio da moralidade (art. 37, caput, da CF), pelo fato de a referida parlamentar ter sido condenada pela revista CONCEITO JURÍDICO - www.zkeditora.com
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