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“A Vida de Ana Maria”

Eu, Ana Maria Alves da Vila, nascida em 6 de Dezembro de 1937 em Torres e Cercas, Freguesia e Concelho de Silves, Distrito de Faro, casei aos 21 anos e vim para Alhos Vedros atrás de um ferroviário, que era o meu marido. Vim morar para as Arroteias, junto à Passagem de Nível, onde fui muito bem recebida e acarinhada por toda a gente desta terra, que ainda hoje me sinto com grande orgulho pelo carinho que esta terra tem por gente da minha idade e não só, também pelos jovens que sempre me estimaram.

Recordo o casamento da minha amiga Susete Martins, que morava na casa da guarda da Passagem de Nível das Arroteias, onde a mãe dela era a guarda de mais idade, a D.ª Marquinhas. Lá também fazia serviço de guarda a D.ª Antónia Rita, também minha amiga.

Havia ali casas onde as pessoas moravam que pertenciam aos Caminhos de Ferro. Essas casas eram dadas aos Ferroviários. Havia na Vinha das Pedras, também havia a Passagem de Nível onde trabalhava e morava a D.ª Marieta Martins. Junto à Estação de Alhos Vedros, existia também outra passagem de nível, onde trabalhava a D.ª Maria José Cebola, que é esposa do Sr.º José Oliveira, também Ferroviário.

As guardas de passagem de nível eram pessoas que tinham uma grande responsabilidade, tano com os comboios como com os passageiros. Lembro-me da D.ª Maria José dizer a um senhor “não passe que vem aí o rápido”, e ele responder “ele espera”. O senhor levou uma pancada que foi parar ao outro lado da linha e a D.ª Maria José caiu desmaiada. Vieram duas ambulâncias: uma para levar o homem para a morgue, outra para levar a D.ª Maria José para o hospital.

Lembro-me de ir levar o almoço aos maquinistas, para levarem ao meu marido que trabalhava, na altura, no Depósito de Máquinas, no Barreiro. Isto era a vida dos Ferroviários. Nessa época, ganhava-se pouco, mas éramos felizes.

Por forma a ampliar o leque da sua oferta, este espaço comercial dispõe de raspadinhas, duas máquinas dispensadoras de tabaco, Wi-Fi e diversos canais televisivos desportivos.

As guardas de passagem de nível eram pessoas que tinham uma grande responsabilidade, tano com os comboios como com os passageiros. Lembro-me da D.ª Maria José dizer a um senhor “não passe que vem aí o rápido”, e ele responder “ele espera”. O senhor levou uma pancada que foi parar ao outro lado da linha e a D.ª Maria José caiu desmaiada. Vieram duas ambulâncias: uma para levar o homem para a morgue, outra para levar a D.ª Maria José para o hospital.

Eu usei um fogão a petróleo que comprei ao Sr.º Palma Afonso e só mais tarde comprei um a gás. Íamos buscar água para beber ao poço do Sr.º Valente e da D.ª Salinda e, para lavar a roupa, lavávamos no tanque no quintal.

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