
1 minute read
HistóriasdeAlhosVedros HistóriasdeAlhosVedros
Todas as actuais localidades e freguesias ribeirinhas, nos actuais concelhos da Moita e Barreiro, são, nos primeiros séculos da nacionalidade, mencionados como quintas com suas marinhas.
A comendadeira do mosteiro de Santos mandou, em 1432, tomar posse de todas as marinhas de Alhos Vedros. Nesse sentido o seu procurador elaborou a lista de todas elas, com o nome dos foreiros, preço do foro, quantidades de sal nas eiras e outras, pela qual se constata existir 45 marinhas, entre as Verderenas e Sarilhos, que bordavam todo o litoral destes concelhos.
Advertisement
Crendo, como a mais recente documentação divulgada parece apontar, que a colonização desta "margem sul" se processou pós reconquista, é de facto notável movimento, sobretudo no século XIV, de conquista de uma região que passou a ser de grande importância para a economia e a vida da capital e do país, como é o facto da expedição a Ceuta, considerada como o início da expansão portuguesa, ter sido financiada com o produto da venda do sal de Alhos Vedros.
A indústria salineira foi fundamental para a fixação humana nesta região e manteve ao longo dos séculos até quase aos nossos dias um papel de relevo na economia local que ainda não estudámos na sua verdadeira importância e dimensão.
De facto, logo que os cristãos conseguiram alguma estabilidade militar com a conquista definitiva aos mouros do eixo Lisboa-Palmela-Alcácer os nossos colonos transformaram em poucas décadas uma natureza hostil, em região bastante rentável para o país. Ainda hoje se vê por vários quilómetros as muralhas, quase todas construídas por esses primeiros colonos, sem dúvida uma obra gigantesca que justifica e confirma o interesse comercial do produto.
Em minha opinião, a terra que temos hoje muito deve a esses cristais, comuns até nas casas mais humildes, a que vulgarmente chamamos sal.
Jornal O Rio. 1 /8 /1998