Pici pedro salgueiro

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em personagem principal de seu livro infantil A Casa dos Benjamins). Da alegria de vermos aquele casarão ainda bonito, majestoso, no meio de um bairro tão pobre, foi dando lugar ao desencanto de constatar que do sítio mesmo já não restava quase nada. De um lado a povoação desordenada em torno da antiga Base Americana da II Guerra e do outro a extensão do conjunto Casa Popular (depois denominado de bairro Henrique Jorge) engoliram o que fora antes “quase só natureza”. Demos uma caminhada pelas ruas em torno, procurando o “Riacho do Pici”, o açude dos Queiroz, as grandes árvores, e só encontramos um córrego com cara de esgoto imprensado entre fundos de casa, e no local que antes fora o açude (onde um dia a mocinha Rachel de Queiroz tirou várias fotografias com os irmãos) existe apenas um capinzal, que acredito ter “sobrevivido” somente pela dificuldade de se construir no terreno irregular. Desolação: muito fácil prever que, em pouco tempo, aqueles míseros “resquícios de natureza” vão desaparecer. Mas lembrei de uma reportagem recente, lida em jornal ou blog, em que o arquiteto da UFC, José Sales Costa, um piauiense radicado em “terras alencarinas”, defendia (com vastos fundamentos) o ideário do “Parque Ecológico Rachel de Queiroz”. No artigo o estudioso nos descreve: “Uma primeira descoberta foi a constatação de uma reserva natural ‘escondidinha’ na vizinhança dos maiores bairros e principais vias da Zona Oeste da cidade de Fortaleza com

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