VetScience Magazine nº 3

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ÍNDICE

03. ENDOCRINOLOGIA

03. ENDOCRINOLOGIA VETERINÁRIA - A Precisão e a Segurança do Radioimunoensaio 05. DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS ENDÓCRINAS: PROVAS FUNCIONAIS 07. OBESIDADE CANINA 09. Principais alterações hormonais em equinos: correlação clínico – laboratorial 11. HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO RENAL 13. HIPOADRENOCORTICISMO: ENFERMIDADE RARA OU SUB-DIAGNOSTICADA EM NOSSO MEIO? 14. FUNÇÃO TIREOIDIANA – VALOR DO K TIREOIDEO

13. MEDICINA VETERINÁRIA 17. GERIATRIA 17 . PARÂMETROS CLíNICO-LABOPREVENTIVA RATORIAIS NO CÃO IDOSO 15 . QUALIDADE DA COLETA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM MEDICINA VETERINÁRIA

21. DERMATOLOGIA

23. ALERGOLOGIA

27. BIOLOGIA MOLECULAR 29. HEMATOLOGIA

21. DERMATITE ATÓPICA – DIAGNÓSTICO CADA VEZ MAIS COMUM NOS CÃES

23. ENTENDENDO A ALERGOLOGIA VETERINÁRIA 25. ASMA E BRONQUITE EM CÃES E GATOS

27. DIAGNÓSTICO DA LEPTOSPIROSE E TOXOPLASMOSE POR PCR – REAL TIME

31. LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

31. MITOS E VERDADES NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

29. ANEMIA HEMOLÍTICA EM CÃES E GATOS(1)

33. PATOLOGIA

36. MEDICINA LAB. DE FELINOS 39. MEDICINA LAB. DE SILVESTRES

33. APLICAÇÕES DAS COLORAÇÕES ESPECIAIS NO DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

36. ACNE FELINA 37. COLETA DE SANGUE PARA ANÁLISES LABORATORIAIS EM FELINOS

39. COLETA DE AMOSTRAS EM AVES SILVESTRES DICAS E ORIENTAÇÕES

EXPEDIENTE Editores /publishers:

CIRCULAÇAO DIRIGIDA

Projeto Gráfico e Diagramação:

A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.

Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. . afonsoperez@tecsa.com.br Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br Haja Comunicação . haja@hajacomunicacao.com

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Grupo TECSA – 20 anos de precisão, tecnologia e agilidade.

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ISSN: 2358-1018


Dr. Afonso Perez Diretor Executivo

Dr. Luiz Ristow Diretor Técnico

O MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO PARA VOCÊ, MÉDICO VETERINÁRIO Caros Colegas, Neste Terceiro número da VetScience, o TECSA laboratórios comemora o seu 20 º Aniversário. Desde o começo o TECSA já se preparava para atingir o posto de melhor Lab. Veterinário da América Latina! Para que isto fosse possível investimos durante anos em consultorias, equipamentos sofisticados e precisos, profissionalização de equipes, sistemas de garantia da qualidade, otimização de processos e, sobretudo em INOVAÇÃO. O TECSA Laboratórios tem a inovação no seu DNA. • Inovação na Gestão administrativo-financeira - visando maximizar e automatizar processos. Para isto possui equipe de consultores com práticas reconhecidas mundialmente para otimização de recursos e procedimentos, com conseqüente diminuição de perda/retrabalho e assim redução de custos. Através da gestão pela excelência e por ser o TECSA hoje, o maior laboratório de Patologia Clínica/Anatomia Patológica Veterinária da América Latina - com um volume médio de 4 milhões de análises ano, conseguimos importantes negociações com fornecedores nacionais e internacionais. Todos estes fatores nos levaram a alcançar o melhor custo-benefício, mantendo Qualidade Classe Mundial. Hoje o TECSA se encontra em um patamar de eficiência e oferta de exames que supera muitos laboratórios no mundo, mas com valores que atendem a realidade socioeconômica do Brasil. Dentro desta política sempre ficou claro que todos os nossos ganhos em escala iriam ser revertidos para estabelecer preços justos ao cliente e priorização do desenvolvimento de novas tecnologias; • Inovação na Logística de Materiais Biológicos - A qualidade da amostra está diretamente relacionada aos padrões estabelecidos de coleta, armazenamento e transporte. Estes determinam a confiabilidade e garantia do resultado encontrado. Sabe-se que a implantação de procedimentos padrões (POPs) é o primeiro passo para que haja o controle destas variáveis. O TECSA desenvolveu e padronizou o uso da exclusiva Bolsa Canguru, que estabeleceu a forma apropriada de envio de amostras veterinárias, sem que possíveis derramamentos contaminem os pedidos de exames. Por outro lado, após várias experiências com empresas especialistas em transporte de biológicos do mercado, o TECSA criou sua própria empresa de Logística – a LOGLIFE - que já nasceu atuando em 26 Estados e mais de 200 cidades no País. Com uma rede de funcionários próprios e com o padrão TECSA de atendimento! Na Loglife as inovações e os controles, gerando qualidade das amostras, são tantos que os maiores Labs. Humanos se tornaram clientes Loglife!

• Inovação em Exames e Metodologias – O TECSA foi o primeiro laboratório veterinário a realizar exames com a metodologia ELISA no segmento veterinário, o que gerou uma redução significativa no prazo de entrega de resultados , que antes duravam ate 20 dias. A entrada do TECSA revolucionou todo o mercado de análises veterinárias. Impôs um padrão de qualidade certificado (ISO9001/DNV/INMETRO, PRIMEIRO DA AMÉRICA LATINA) onde todos os processos e insumos são diferenciados. O TECSA sempre utilizou Kits de procedência certificada e considerados padrão–ouro no mundo, não aceitando utilizar kits baratos oriundos de países com histórico de baixa qualidade. Além disto, foi o TECSA quem trouxe ao Brasil os melhores métodos e os melhores kits para doenças que até então não eram nem diagnosticadas por aqui. Após Pesquisas e intercâmbios empresa – universidades, conseguimos viabilizar um menu de exames inovadores, de tal forma que hoje somente raros laboratórios dos EUA possuem a mesma gama de opções de diagnóstico animal que o TECSA lhes oferece. São 20 anos de pesquisas, estudos, intercâmbios, investimentos financeiros e capacitação em equipes. Somos mais de 130 profissionais garantindo a posição que o TECSA conquistou e o reconhecimento que temos em todos os segmentos da Medicina Veterinária no Brasil. Mas nada disto importa se não for para lhe atender – colega médico veterinário – se não for para facilitar sua atuação e para lhe engrandecer e lhe gerar orgulho em ter ao seu lado uma empresa Brasileira com Qualidade Padrão Mundial.

Dr. Afonso Perez

Dr. Luiz Ristow


ENDOCRINOLOGIA

ENDOCRINOLOGIA VETERINÁRIA A Precisão e a Segurança do Radioimunoensaio Os animais, assim como os seres humanos, podem apresentar uma série de distúrbios hormonais que em geral são caracterizados por um conjunto de sinais determinando síndromes que, apenas ao exame clínico, não permitem um diagnóstico conclusivo. Portanto torna-se necessário tanto para fins diagnósticos como para avaliação do tratamento, a realização de exames laboratoriais que envolvem provas hormonais específicas, além de avaliações indiretas demonstradas por provas hematológicas e bioquímicas. A casuística de endocrinopatias abrange disfunções relacionadas principalmente às glândulas Tireóide, Adrenal e Pâncreas (endócrino), sendo Diabetes, hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo e hipertireoidismo as mais frequentes doenças hormonais. Para o diagnóstico dessas e outras enfermidades do sistema endócrino existem várias metodologias de análises e uma boa gama de kits. Porém, em sua imensa maioria, trata-se de Kits p/ Lab. humano e metodologias testadas e aprovadas para análises humanas. A grande diferença entre as dosagens hormonais em animais e em seres humanos está na concentração de determinados hormônios e também na sua biodisponibilidade, o que torna a grande maioria dos kits e métodos diagnósticos dos Labs. humanos inapropriados para as análises hormonais em medicina veterinária . Desde a década de 60 a metodologia de RADIOImuNOENsAIO-RIE está disponível para a medicina veterinária, por isto quase a totalidade dos trabalhos científicos sobre endocrinopatias estão referenciados com dados da metodologia de RIE. Desde a sua implantação esta metodologia se mostrou insubstituível para o uso pelo médico veterinário, sendo infinitamente superior aos métodos de quimioluminescencia e Elisa , pois apresenta leitura de níveis hormonais muito baixos – picogramas – o que não é possível em métodos que foram desenvolvidos para humanos . As características do método RIE o tornam o mais preciso e seguro para o diagnóstico dos hormônios seja em mamíferos, aves ou em outras espécies . Os kits de RIE são os únicos que podem ser utilizados para dosagem de hormônios em animais silvestres de forma confiável. sua extrema precisão , aliado ao fato de poderem dosar hormônios de quase todas as espécies de animais de estimação, fizerem com que este método fosse considerado o Padrão Ouro em hormonologia e até hoje insubstituível para o endocrinologista que precisa de dados confiáveis e precisos. hormônios disponíveis em metodologia RIE :

COD-EXAME 293 70 635 69 275 154 71 147 74 624 636 73 626 72 621

HORMÔNIOS Avaliação Hormônios Sexuais LH Estradiol Estradiol - RIE Progesterona FSH Testosterona Avaliação da Função Tireoidiana/Paratireoidiana TSH T4 Total T4 Livre T3 Total - - RIE T4 Total Pós-Levotiroxina T4 Livre - - RIE T4 Livre Diálise – análise de 1ª escolha Avaliação da Função Pancreática Exócrina Insulina Avaliação da Função Adrenal Cortisol Pós-supressão com Dexametasona (Basal, 4 e 8 horas) - RIE

PRAZO (DIAS)

2 dias

2 dias

3 dias 2 dias 2 dias 3


ENDOCRINOLOGIA

Avaliação da Função Adrenal (continuação) COD-EXAME HORMÔNIOS 646 Cortisol Pós-estímulo com ACTH - RIE 218 ACTH Hipersensível 634 Relação Cortisol/Creatinina Urinária

PERFIS FACILITADORES 124- Curva glicêmica (Glicose - Até 5 determinações) 320 - Perfil Andrológico (Espermograma + Testosterona) 581 - Perfil Glicêmico (Glicemia de Jejum + Glicohemoglobina + Frutosanima + Dosagem de Insulina) 336 - Perfil Hipotireoidismo (Hemog., Colesterol, Fosf. Alcalina , TSH, T4 Livre ) 334 - Perfil Hiperadrenocorticismo (Hemog., Sódio, Potássio , Uréia , Cortisol Basal) 339 - Perfil Cão Obeso (Hemog. , TSH , T4 livre , Cortisol Basal , Colesterol Total, Glicemia, Uréia e Creatinina ) 332 - Perfil Geriátrico II (Hemog. ; Urina Rotina ; Glicose ; Uréia : Creatinina; T4 Livre ; TGP (ALT)) 352 - Perfil Reprodutivo Patologias (Hemog., Estrógeno, Testosterona, Progesterona,Citologia Vaginal, Brucelose) 695 - Perfil Tireoidiano (T4Total;T4 Livre;TSH)

PRAZO (DIAS)

2 dias

PRAZO (DIAS)

01 03 01 03 03 02 02 03 02

Equipamentos de RIE – TECSA LABORATÓRIOS

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ENDOCRINOLOGIA

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS ENDÓCRINAS PROVAS FUN CI O NAI S 1. HIPERADRENOCORTICISMO O hiperadrenocorticismo é uma desordem endócrina comum, causada pela secreção excessiva de cortisol pelo córtex adrenal por disfunção desta glândula ou por hiperestímulos oriundos da Hipófise. É mais frequente em cães adultos e idosos, sendo incomum em gatos e outros animais domésticos. Alguns estudos têm demonstrado que animais com excesso de cortisol circulante também apresentam concentrações elevadas de hormônios sexuais, sugerindo que a dosagem destes também poderia auxiliar na confirmação da doença. O diagnóstico endócrino desta enfermidade é realizado após a confirmação da suspeita de hiperadrenocorticismo pelos dados de anamnese, exame físico, resultados laboratoriais (urinálise e perfil bioquímico), achados radiográficos e/ou ultrassonográficos. As principais técnicas utilizadas para o diagnóstico desta enfermidade são o radioimunoensaio, quimioluminescência, entre outros. Somente a dosagem do nível basal de cortisol não tem valor diagnóstico, devido ao fato de que tanto o cortisol quanto o hormônio corticotrófico (ACTH) são secretados esporadicamente, o que leva a ocorrência de valores mais altos ou mais baixos de acordo com o período do dia. Por este motivo são necessárias provas específicas para o diagnóstico desta enfermidade como, por exemplo, o teste de supressão pela dexametasona e a estimulação pelo ACTH. 2. TESTE DE SUPRESSÃO PELA DEXAMETASONA A dexametasona é um potente glicocorticóide sintético que quando administrado em pequenas doses normalmente suprime a liberação de ACTH e, conseqüentemente, do cortisol. Portanto, este teste baseia-se no fato de que o eixo hipófise-adrenal mostra-se resistente à

supressão induzida pela dexametasona nos pacientes com hiperadrenocorticismo. Em animais normais e naqueles com hiperplasia idiopática cortical adrenal, o cortisol plasmático é reduzido 8h após a injeção EV de 0,01mg/kg de dexametasona, sendo que também se recomenda a análise de amostra coletada 4h após a aplicação da droga. A supressão apenas parcial do cortisol plasmático (duração de 3 a 6 horas) ocorre quando há hiperplasia cortical adrenal associada a tumores funcionais hipofisários, sendo que nenhuma supressão significativa acontece em animais com tumores funcionais do córtex adrenal. Uma alta dose de dexametasona, no teste de supressão, pode ser benéfica na diferenciação dos casos questionáveis de excesso de cortisol ocasionados por tumores funcionais hipofisários, daqueles originados por um tumor do córtex adrenal. Os níveis de cortisol, na maioria dos animais com tumores hipofisários, tornam-se deprimidos com esta dose mais elevada do medicamento, ao passo que não há depressão quando o excesso de cortisol é causado por tumores funcionais do córtex adrenal.

Figura 1: Animal com hiperadrenocorticismo apresentando perda de pelo e distenção abdominal. Fonte: (1)

3. TESTE DE ESTIMULAÇÃO PELO ACTH Em contrapartida, o teste de estimulação pelo ACTH baseia-se no fato de que, tanto animais acometidos por adenomas hipofisários (secretores de ACTH) quanto aqueles que possuem tumores adrenocorticais funcionantes

apresentam uma resposta exagerada à estimulação pelo hormônio corticotrófico e podem, portanto, ser diferenciados daqueles animais saudáveis. 4. HIPOADRENOCORTICISMO O hipoadrenocorticismo ou Síndrome de Addison é uma endocrinopatia pouco freqüente em cães, e ainda mais incomum em gatos. Pode ser classificada de acordo com a origem em: hipoadrenocorticismo primário e secundário. O hipoadrenocorticismo primário caracteriza-se pela deficiência na secreção de glicocorticóide (cortisol) e mineralocorticóide (aldosterona) pelo córtex adrenal, causada geralmente por destruição imunomediada desta glândula. No hipoadrenocorticismo secundário (menos freqüente) tem-se secreção deficiente de glicocorticóides em consequência ao déficit hipofisário de ACTH. É importante ressaltar que a secreção de glicocorticóides pelas adrenais é estimulada pelo ACTH. Na falta deste hormônio, a camada fasciculada do córtex adrenal (camada responsável pela produção de glicocorticóides) sofre atrofia. Nota-se que a produção de mineralocorticóides está preservada uma vez que a camada responsável pela sua produção (camada glomerulosa do córtex adrenal) não é controlada pelo ACTH, mas sim pelo sistema renina-angiotensina. Os sinais clínicos são muito variáveis e dependem da severidade e da evolução da doença. Alguns cães apresentam sinais crônicos e intermitentes (por exemplo, êmese e diarréia) enquanto que outros apresentam quadros agudos e chegam ao hospital veterinário em choque (hipotensos, bradicárdicos e hipoglicêmicos). As alterações clínicas não são específicas e sim comuns a uma variedade de outras doenças. No entanto, deve-se suspeitar de hipoadrenocorticismo crônico quando uma doença tem seus sintomas exacerbados pelo estresse 5


ENDOCRINOLOGIA e respondem a tratamentos inespecíficos e à terapia de suporte. O diagnóstico baseia-se nos achados clínicos, exames laboratoriais complementares (hiponatremia, hipercalemia, hipoglicemia e hipostenúria) e teste funcional. Ainda que os sinais clínicos estejam presentes e os exames complementares sejam compatíveis com hipoadrenocorticismo, um diagnóstico definitivo requer a comprovação do mau funcionamento da adrenal. Para tanto, utiliza-se um teste funcional (teste de estimulação com ACTH). Bibliografia • 1. Peterson, Mark E. Cushing’s Syndrome: A Common Hormonal Disorder in Dogs. Animalendocrine. [Online] 17 de Março de 2011. [Citado em: 15 de Julho de 2014.] http://animalendocrine.blogspot.com.br/2011/03/cushings-syndrome-common-hormonal.html.

EXAMES DO TECSA LABORATÓRIOS (LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA NACIONAL) QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO DE HIPERADRENOCORTICISMO E HIPOADRENOCORTICISMO: MATERIAL Sangue em tubo tampa roxa Sangue em tubo tampa roxa (enviar plasma congelado) Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa roxa e vermelha Sangue em tubo tampa roxa, cinza e vermelha Urina em frasco estéril

COD/EXAMES 39- HEMOGRAMA COMPLETO - PET E ANIMAIS SILVESTRES 218- ACTH - HORMONIO ADRENOCORTICOTROFICO 619- DOSAGEM DE CORTISOL BASAL (RADIOIMUNOENSAIO) 630- DOSAGEM DE CORTISOL POS ACTH (RADIOIMUNOENSAIO) BASAL + POS ESTIMULO COM ACTH 621- CORTISOL POS SUPRESSAO DEXA 3 DOSAGENS (RADIOIMUNOENSAIO) 634- RELACAO CORTISOL CREATININA URINÁRIA 334- PERFIL HIPERADRENOCORTICISMO (hemograma completo + sodio + potassio + ureia + dosagem de cortisol basal ) 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNCOES COM HEMOGRAMA 234- URINA ROTINA

PRAZO DIAS Mesmo dia 2 Dias 2 Dias 2 Dias 2 Dias 2 Dias 3 Dias 1 Dia 1 Dia

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TECNOLOGIA EM SANIDADE ANIMAL


ENDOCRINOLOGIA

OBESIDADE CANINA 1. INTRODUÇÃO É cada vez mais frequente e preocupante, a quantidade de cães obesos atendidos nas clínicas e hospitais veterinários. Segundo o último levantamento da Associação Médica Veterinária Americana, 40% dos cães dos Estados Unidos carregam quilos extras. No Brasil, a estimativa é que 30% dos cães sejam obesos. Má alimentação, sedentarismo, castração e predisposição genética são alguns dos principais vilões do sobrepeso. A obesidade é um distúrbio grave em animais: é fator de risco para problemas respiratórios e cardiovasculares e ainda predispõe a dores nas articulações. O mais difícil é convencer os donos de que a situação é séria e requer tratamento e que eles são os principais responsáveis pela obesidade do seu animal de estimação. Em muitos casos o animal pode até correr risco de vida. 2. FATORES PREDISPONENTES • MÁ ALIMENTAÇÃO

Figura 1: Exemplo de cão obeso (imagem superior) e o mesmo animal no peso ideal (imagem inferior). Fonte: (2)

Muitos proprietários desconhecem que a maioria das rações disponíveis no mercado atendem perfeitamente as necessidades nutricionais dos cães. No entanto, além da ração, muitos proprietários também fornecem petiscos e comida caseira como arroz, feijão e angu fazendo

com que o animal ingira mais energia do que gasta (balanço energético positivo) e esta energia excedente é armazenada principalmente em forma de tecido adiposo. É comum abusar de ossinhos, bifinhos e biscoitos que contém muitas calorias (um biscoito médio em forma de ossinho tem cerca de 90 calorias). • SEDENTARISMO Os cães estão vivendo cada vez mais confinados, muitos vivendo em apartamentos que não possuem área física para se exercitarem e, além disso, acompanham o estilo de vida do dono que mal sai de casa e se o fazem, é somente no momento das necessidades, passando praticamente o dia todo deitados ou dormindo. Quanto mais eles engordam, mais sedentários ficam, e com isso a capacidade de se locomoverem fica mais dificultada. • CASTRAÇÃO Cães e cadelas castrados apresentam o dobro da probabilidade de se tornarem obesos – o distúrbio é mais freqüente entre as fêmeas. Com a castração, elas deixam de produzir hormônios que atuam na inibição do apetite e consequentemente comem mais do que o necessário. No caso dos machos, a retirada dos testículos interrompe a produção de hormônios andrógenos, importantes para instigá-los a se movimentar. • PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA Cães de algumas raças, como labrador, Golden Retriever, Collie, Cocker Spaniel, Beagle e Dachshund têm predisposição a engordar. Há alterações nos hormônios que controlam a saciedade, como a leptina, produzida pelas células adiposas. Cães obesos têm resistência à substância, ingerindo maior quantidade de alimentos. 2. SINAIS CLÍNICOS A obesidade é identificada basicamente pela inspeção visual do animal, pela palpação da quantidade de tecido

adiposo no tórax, no dorso e na região pélvica e pela pesagem do animal. Um cão normal deve ter suas costelas facilmente palpáveis e o contorno corporal deve ter forma de ampulheta quando visto de cima. É mais difícil avaliar a obesidade em gatos, por causa da diferente distribuição de gordura nesta espécie. As seguintes alterações são observadas em um cão obeso:

•Dificuldade em palpar as costelas; •Ausência de cintura visível; •Necessidade de afrouxar a coleira; •Dificuldade para caminhar; •Locomoção vagarosa; •Respiração curta/ofegante; •Animal dorme mais que o normal. 3. COMPLICAÇÕES Assim como no ser humano, nos cães a obesidade predispõe a doenças ou agrava as pré-existentes, como por exemplo: - Expectativa de vida diminuída: Já foi demonstrado através de um estudo que durou cerca de 13 anos e analisou 48 Labradores que a obesidade diminui a longevidade em cães. - doenças osteo-articulares: a obesidade leva a problemas ósseos em todas as idades do cão. Cães filhotes de raça grande, com Bibliografia 1. Canine Obesity – A HUGE Problem…. A place for paws. [Online] 17 de Abril de 2011. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www.aplaceforpaws.com/blog/ canine-obesity-a-huge-problem. 2. Becker, Karen. Why are So Many Pet Owners Allowing Their Companions to Get Fat? Halthy Pets. [Online] 06 de Julho de 2012. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://healthypets.mercola.com/ sites/healthypets/archive/2012/07/06/ high-risks-of-pets-obesity.aspx.

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ENDOCRINOLOGIA

Figura 2: Escala de peso – Muito magro a Obeso. Fonte: (1)

ingestão excessiva de alimento podem desenvolver Osteodistrofia hipertrófica, além de agravar sintomas de displasia coxo-femoral. A artrite também pode ocorrer, pois a obesidade aumenta a força sobre as articulações, podendo levar à destruição da cartilagem. Cães obesos podem exacerbar doenças do disco intervertebral piorando o prognóstico. E de certa forma problemas osteoarticulares tendem a complicar a obesidade, pois os animais com dor ficam mais sedentários devido à restrição de atividade física, instalando um círculo vicioso. - Distúrbios Circulatórios: a obesidade aumenta o risco de insuficiência cardíaca congestiva por aumentar as necessidades de perfusão da massa gordurosa desenvolvida. - Condições Respiratórias Crônicas: ocorre restrição do volume pulmonar, devido aos depósitos de gordura intratorácica, assim como deslocamento do diafragma pela gordura abdominal.

- Diabetes Mellitus: cães obesos podem desenvolver resistência a insulina endógena, o que pode agravar a intolerância a glicose em animais já predispostos à diabetes. Os cães podem acabar desenvolvendo diabetes tipo 1 (insulino-dependente). - Hipertensão: em condições experimentais demonstrou-se que aumentos ou reduções moderadas no peso corpóreo aumentam ou diminuem a pressão sanguínea arterial média nos cães. - Problemas Dermatológicos: tais como dermatite de prega cutânea, seborréia e dermatite por malassezia podem ser mais comuns em cães obesos. - Risco cirúrgico e anestésico aumentado: O risco anestésico depende da técnica empregada, mas pode haver superdosagem de medicação bem como recuperação anestésica lenta pelo depósito de drogas lipossolúveis na gordura corporal. O tempo cirúrgico, por exemplo de uma cirurgia de castração em fêmeas (ovariohisterectomia) pode ser muito maior numa cachorra obesa. Outras doenças que podem ser induzidas pela obesidade são a hiperlipidemia, lipidose hepática e pancreatite. O animal obeso deve passar por um exame físico completo, além de exames laboratoriais, incluindo hemograma, urinálise, bioquímicos e em alguns casos exames hormonais, para avaliar a possibilidade de causa de base levando a obesidade ou doença concomitante.

APOIO DIAGNÓSTICO TECSA LABORATÓRIOS - O TECSA Laboratórios oferece inúmeros exames para o diagnóstico da obesidade e doenças correlacionadas. Os seguintes exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega: MATERIAL Sangue em tubo tampa roxa, cinza e vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa roxa, cinza e vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa roxa e cinza Sangue em tubo tampa roxa e cinza 8

COD/EXAMES

PRAZO DIAS 339- PERFIL OBESIDADE (hemograma, TSH, cortisol basal, colesterol total, glicose, uréia, creatinina, T4 livre) 2 Dias 626- T4 LIVRE - DIALISE (PRE-RADIOIMUNOENSAIO) 2 Dias 624- T3 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 2 Dias 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNCOES COM HEMOGRAMA 1 Dia 107- LIPIDES TOTAIS 1 Dia 97- COLESTEROL TOTAL E FRACOES (TOTAL+LDL+VLDL+HDL) 1 Dia 581- PERFIL GLICEMICO (Glicose, Glicohemoglobina, Frutosamina, Insulina) 1 Dia 234- URINA ROTINA 1 Dia


ENDOCRINOLOGIA

Principais alterações hormonais em equinos: correlação clínico – laboratorial Frederico Miranda Pereira A endocrinologia veterinária é a especialidade responsável pelo diagnóstico e tratamento de doenças que afetam as glândulas endócrinas (produtoras de hormônios). Os hormônios são substâncias químicas que controlam o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução, além de atuarem na adaptação dos animais ao meio ambiente. As glândulas endócrinas situam-se em diferentes partes do corpo, sendo que as principais são: hipotálamo, hipófise, tireóide, pâncreas, adrenais, ovários e testículos. Essas glândulas podem desenvolver problemas no seu funcionamento de forma a produzir hormônios em quantidade insuficiente ou em excesso. A endocrinologia de equinos é uma especialidade que tem se destacado progressivamente nos últimos anos às custas da melhor capacitação e especialização dos médicos veterinários e de testes diagnósticos mais apurados e disponíveis nos laboratórios. Os distúrbios mais frequentes encontrados nos equinos são aqueles envolvendo o pâncreas, pituitária e tireóide. 1. SÍNDROME METABÓLICA EQUINA(SME) A síndrome metabólica Equina é caracterizada por uma resistência crônica à insulina, sendo esta definida por uma redução na capacidade da insulina em estimular tecidos. A smE pode ser diagnosticada através da história clínica, detecção de obesidade ou depósitos de adipócitos regionais e nos exames laboratoriais. Cavalos suspeitos devem ser testados para resistência à insulina, submetendo uma amostra de plasma para medição dos valores basais de glicose e insulina.Para determinar o valor de glicemia e insulinemia é aconselhado fazer um período de jejum de pelo menos 6 horas antes da colheita de sangue, uma vez que o valor de insulina está falsa-

mente aumentado em alguns cavalos após as refeições. A determinação destes parâmetros deve também ser adiada caso o paciente se encontre com episódios agudos de laminite, onde o valor de cortisol e leptina podem também auxiliar o diagnóstico: leptina acima de 7,3 ng/mL pode ser usado como preditivo de laminite. O teste de açúcar oral é o mais utilizado. Deve-se coletar as amostras sanguíneas para avaliação de glicose em tubo para coleta de sangue a vácuo de tampa cinza e as amostras para avaliação de insulina em tubo para coleta de sangue a vácuo de tampa vermelha. muitas vezes cavalos com smE possuem baixos níveis de T4, tendo sido detectada uma correlação negativa entre os níveis de insulina e a concentração de T4. Cavalos suspeitos de smE podem ser testados para hipotireoidismo através da medição da concentração de T4 e T3 no soro. O diagnóstico de hipotireoidismo pode ainda ser comprovado através da medição das frações de T4 e T3. O TECsA Laboratórios oferece inúmeros exames para diagnóstico de smE. Os seguintes exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega: EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS COD. 105 72 626 164 66

MATERIAL PRAZO EXAME Glicose - Glicemia Tubo tampa cinza 1 Dia Dosagem de Insulina Tubo tampa vermelha 2 Dias T4 Livre pós Diálise Tubo tampa vermelha 2 Dias Tubo tampa vermelha 2 Dias T4 Total Tubo tampa vermelha 2 Dias T3 Total

2. DISFUNÇÃO DA PARS INTERMÉDIA DA PITUITÁRIA (SÍNDROME DE CUSHING) A Disfunção da Pars Intermedia da Pituitária (DPIP), também conhecida como síndrome de Cushing, é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela diminuição dos neurotransmissores

da dopamina, ocasionando a proliferação das células melanotrópicas e, consequentemente, produzindo quantidades excessivas de pro-opiomelanocortina (POmC) e peptídeos derivados. somado ao hormônio adrenocorticotrófico (ACTh), este aumento do POmC resulta na hipertrofia e hiperplasia do pars intermedia da pituitária. A DPIP é reconhecida por pesquisadores como principal endocrinopatia geriátrica dos equinos. Os sinais clínicos apresentados são: hirsutismo, cobertura de pelos longos e crespos que inicialmente se restringe ao

Figura 1: Síndrome de Cushing Equina. Fonte: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.

pescoço, base da calda e aspecto palmar e plantar dos membros; perda de peso por perda de massa muscular promovida pelo aumento do catabolismo protéico em resposta ao aumento do cortisol, embora o apetite permaneça normal ou aumentado. A principal complicação da DPIP é a laminite crônica. Aproximadamente 50% dos cavalos com sindrome de Cushing apresentam laminite. A expansão do tumor pela sela diafragmática pode provocar a compressão do hipotálamo e do quiasma óptico, o que resulta em cegueira e déficits neurológicos. Existem diversos testes no TECsA Laboratórios que são utilizados no auxílio ao diagnóstico da DPIP, sendo que o teste inicial deve incluir hemograma completo, perfil bioquímico sérico e urinálise. Indica-se também fazer o teste de insulina, uma vez que os níveis de insulina plasmática são regularmente mais 9


ENDOCRINOLOGIA altos em equinos com adenoma de pituitária, podendo chegar a 125,3 mu/ml. 3. TIREÓIDE EQUINA A glândula tireóide tem função importante no crescimento e maturação de órgãos, além de estimular o consumo de oxigênio, a síntese e o catabolismo EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS MATERIAL PRAZO COD. EXAME 39 Hemograma Completo Tubo tampa roxa 0 Dias 324 Perfil Bioquímico Sérico Tubo tampa vermelha 1 Dia 234 Urina Rotina Tubo para uriina 1 Dia 72 Dosagem de Insulina Tubo tampa vermelha 2 Dias Cortisol pós Supressão Tubo tampa vermelha 2 Dias 156 da Dexametasona

de proteínas, a taxa metabólica basal, ajudar na regulação do metabolismo de lipídeos, dentre outras. Existe uma grande discussão sobre a ocorrência de hipotireoidismo equino, com apenas poucos trabalhos que confirmam a presença de hipotireoidismo. Aparece, em alguns casos, de forma iatrogênica, por meio de uso prolongado de medicações sistêmicas à base de iodo. O hipotireoidismo congênito (Bócio) ocorre em potros ao nascimento devido à deficiência ou ao excesso de iodo, ingestão de plantas goitrogênicas ou deficiência de selênio, todos relacionados à dieta da égua. Estes potros muitas vezes nascem fracos, com hipotermia, alopecia e anormalidades músculo esqueléticas, como contratura e ruptura de ten-

dões e atraso no desenvolvimento ósseo. Os sinais clínicos que caracterizam o hipotireoidismo são: apatia, letargia, gordura localizada no pescoço, anormalidade da pelagem, apetite reduzido, letargia e edema dos membros posteriores. Pesquisadores estão concordando que muitos dos sinais clínicos do hipotireoidismo são semelhantes aos da síndrome metabólica Equina (smE), por isso a importância também em avaliar o animal para smE. Também encontraram alguns sinais clínicos semelhantes à Disfunção do Pars Intermedia da Pituitária (Cushing). Para o diagnóstico laboratorial do hipotireoidismo equino e, dentro do que é encontrado disponível no mercado para equinos, os testes sugeridos são: EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS COD. EXAME 626 T4 Livre pós Diálise 164 T4 Total 66

T3 Total

MATERIAL

PRAZO

Tubo tampa vermelha Tubo tampa vermelha

2 Dias 2 Dias

Tubo tampa vermelha

2 Dias

T4 total, T4 livre pós diálise e T3 total, e todos esses exames você encontra no TECsA Laboratórios. Existem vários fatores que podem alterar os valores de T4 total. Desta forma, não é caracterizado que o animal seja hipotireóideo, apesar do nível de T4 total estar abaixo da normalidade. Exemplos destes fatores são tratamentos com fenilbutazona ou corticosteróide, fatores nutricionais, mudança de rotina etc. Assim, até que mais pesquisas sejam

realizadas e melhores testes sejam desenvolvidos, os diagnósticos devem ser baseados na combinação de um histórico bem feito, de sinais físicos, de testes laboratoriais e de diagnósticos diferenciais com a doença de Cushing equina e a síndrome metabólica Equina. 4. DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM ÉGUAS E vIABILIDADE FETAL A análise do nível de progesterona não é suficiente para confirmar a gestação da égua, pois o exame informa apenas se a égua está produzindo este hormônio em níveis suficientes para a manutenção da gestação. Recomenda-se a realização do exame PmsG (Gonadotrofina Coriônica Equina), quando as éguas estiverem entre o 45º e o 90º dia de gestação. Éguas gestantes que apresentem índices inferiores a 10 u.I. por ml podem correr o risco de perder a gestação, sendo necessária a manutenção de terapia com progesterona. Do 90º dia em diante, a análise de estrógenos totais é utilizada para confirmar a gestação e monitorar a viabilidade fetal. Este teste inclui sulfato de estrona e tem nível de confiabilidade de aproximadamente 99%. Aproximadamente duas semanas antes do parto, os níveis de estrógenos totais reduzem rapidamente para 300 pg/ml. Nas éguas, os progestágenos se elevam e os estrógenos totais caem antes do parto. Esta rápida elevação dos progestágenos pode ocorrer em função da secreção de corticóide pelo feto.

Bibliografia • http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/cushing_equinos.pdf • www.betlabs.com.br • www.escoladocavalo.com.br

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ENDOCRINOLOGIA

HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO RENAL 1. a doença Trata-se de uma síndrome caracterizada pela elevada concentração de paratormônio (PTH) biologicamente ativo secundária a uma falência renal crônica (IRC). Em geral, deve-se à ausência absoluta ou relativa de síntese de calcitriol, embora também esteja ligado a baixas concentrações de cálcio iônico. Afeta mais comumente cães do que gatos.

calcitriol é deficiente em pacientes com insuficiência renal crônica severa e o reduzido número de túbulos funcionais é incapaz de compensar os níveis de PTH ,podendo esse atuar como uma toxina urêmica e promover nefrocalcinose e a progressão da falha renal. 3. SINAIS Os sinais envolvem as alterações clínicas comumente presentes na insuficiência renal, variando de acordo com o grau de acometimento dos rins: poliúria, polidipsia, anorexia, letargia, vômitos, eliminação de urina durante a noite, constipação, diarréia, hipertensão, cegueira, ptialismo e fraqueza muscular com ventro-flexão cervical. Osteodistrofia também pode ocorrer, sendo um achado comum em cães jovens acometidos severamente pela doença.

Figura 1: Localização anatômica da parathyreóide no cão. Fonte: (1)

2. FISIOPATOLOGIA A hiperfosfatemia secundária a falência renal leva a diminuição da atividade de 1a-hydroxylase nos rins, levando a uma diminuição na produção do calcitriol. A redução da massa renal tubular funcional também contribui para a síntese reduzida de calcitriol. Sua concentração basal normal exerce efeito de feedback negativo na síntese de PTH pelas glândulas paratireóides. Baixas concentrações séricas de calcitriol e cálcio iônico resultam em estimular a produção de PTH e hiperplasia da glândula paratireóide. O aumento da produção crônica de PTH eleva os níveis séricos de calcitriol e a concentração de cálcio. A síntese do

Figura 2: Rim com lesão crônica e paratireoide aumentada (seta). Fonte: (2)

4. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Os diagnósticos diferenciais envolvem: • Hiperparatireoidismo Terciário: nefropatia hipercalcêmica, devido a ausência de feedback negativo das glândulas paratireóides, onde se tem altos níveis de cálcio sérico ionizado; • Adenocarcinoma de glândulas apócrinas paranais e Linfoma: níveis de PTH encontram-se reduzidos devido à hipercalcemia determinada por essas neoplasias; • Hiperparatireoidismo primário: hipercalcemia (total e iônica), concen-

trações normais a aumentadas de fósforo e elevada concentração de PTH. 5. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O exame laboratorial é baseado na avaliação semanal da taxa de filtração glomerular através da determinação dos níveis de uréia e creatinina sérica; dosagem de fósforo e cálcio sérico, cálcio ionizado, urinálise e, mensalmente, a concentração de PTH. Para tal, oTECSA Laboratórios oferece inúmeras análises: • Uréia – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Creatinina – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Perfil Facilitador - Perfil Renal (Uréia + Creatinina) – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Fósforo – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Cálcio – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Cálcio Iônico – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Urina rotina – Urina coletada em frasco estéril, mínimo de 5,0 mL (cistocentese ou micção natural, nesse caso coletar jato médio); • Razão Proteína/Creatinina Urinária – Urina coletada em frasco estéril, mínimo de 5,0 mL (cistocentese ou micção natural, nesse caso coletar jato médio); • PTH – Paratormônio Intacto – Material 2,0 mL de sangue total, sem anticoagulante (tubo tampa vermelha) ou 1,0 mL de soro; • Histopatologia (biópsia) – Fragmento de órgão em formol 10%.

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ENDOCRINOLOGIA

HIPOADRENOCORTICISMO: ENFERMIDADE RARA OU SUB-DIAGNOSTICADA EM NOSSO MEIO? O hipoadrecorticismo, também conhecido como síndrome de Addison, é uma disfunção endócrina resultante da deficiência da produção de glicocorticóides e mineralocorticóides, que tem sido relatada pela literatura como uma “enfermidade” pouco comum em cães e raríssima em felinos, mas hoje em dia a casuística tem aumentado na espécie canina. Quanto à causa dessa síndrome, elas podem ser classificadas como Primárias e Secundárias. A primária é idiopática, podendo se tratar de processo imunomediado, overdose de mitotano, doença granulomatosa ou metástase de neoplasias. A secundária ou iatrogênica é conseqüente da interrupção de terapia longa com glicocorticóides, deficiência isolada de ACTH, pan-hipopituitarismo e tumor de hipófise não–funcional. Sua patofisiologia relaciona-se à inabilidade da aldosterona (mineralocorticóide) em exercer seu papel regulatório na excreção de potássio e retenção de sódio, levando a diminuição do volume efetivo circulante, que por sua vez, contribui para a azotemia pré-renal, hipotensão, desidratação, fraqueza e depressão. A hipercalemia (juntamente com outros distúrbios metabólicos) pode resultar em toxicidade do miocárdio, ao passo que a deficiência na produção de glicocorticóides (cortisol) contribui para vômitos, anorexia, melena, letargia e perda de peso, além de predispor à hipoglicemia e resultar em excreção deficiente de água livre de sódio, o que se verifica clinicamente como incapacidade de concentrar urina determinando PU/PD (poliúria e polidipsia). O diagnóstico é laboratorial, uma vez que não há sinais patognomônicos e envolve as seguintes análises: HEMOGRAMA COMPLETO, no qual pode ser verificada anemia, eosinofilia e linfocitose. Amostra: Sangue (1,0 mL) em tubo tampa roxa (EDTA)

DOSAR: SODIO, POSTÁSSIO, CLORETO (Cloro), CÁLCIO, FOSFATASE ALCALINA constiuem-se componentes séricos alterados que merecem avaliação e complementam o diagnóstico. Amostra: Sangue (2,0 mL) em tubo de tampa vermelha (SEM ANTICOAGULANTE) URINA ROTINA frequentemente revela incapacidade de concentração urinária. Amostra: Urina (3,0 mL) em tubo coletor tipo seringa (Monovet) CORTISOL BASAL disponível nas metodologias de Eletroquimioluminescência ou Radioimunoensaio (mais sensível). Amostra: Sangue (2,0 mL) em tubo de tampa vermelha (SEM ANTICOAGULANTE) CORTISOL PÓS ACTH disponível nas metodologias de Eletroquimioluminescência ou Radioimunoensaio , no qual os animais portadores da síndrome apresentam cortisol em níveis indetectáveis, não responsivo ao estímulo de ATCH. Amostra:Sangue (2,0 mL) em tubo de tampa vermelha (SEM ANTICOAGULANTE) ACTH: sua dosagem no plasma de pacientes com níveis eletrolíticos dentro da normalidade permite diferenciar o hipoadrenocorticismo primário do secundário. Amostra: Sangue (1,0 mL) em tubo tampa roxa (EDTA). Amostras que serão transportadas por período maior

que 4 horas, solicitamos o envio do plasma congelado. Cálculo da relação Cortisol/ACTH para o diagnóstico do Hipoadrenocortisismo primário em cães O método é uma alternativa a estimulação com ACTH. A estimulação com ACTH é o método mais habitualmente utilizado para diagnosticar a enfermidade de Addison em cães, mas o cálculo da relação Cortisol/ACTH é um sistema mais barato y totalmente confiável segundo os resultados de um estudo desenvolvido pela Universidade Estatal de Mississippi. Cientistas da Universidade de Veterinária do Estado do Mississippi-USA , validaram um método confiável e mais barato que a estimulação com ACTH para diagnosticar hipoadrenocorticismo primário, ou enfermidade de Addison, em cães. O método se baseia no cálculo da relação cortisol/ACTH no soro sanguíneo.Neste estudo o grupo com hipoadrenocorticismo (HAD) mostrou concentrações basais de cortisol significativamente mais baixas e de ACTH mais altas que os grupos sem Hipoadreno (P < 0,001). Desta forma, a relação cortisol/ACTH foi significativamente menor no grupo HAD que noss outros dois grupos (P < 0,001). Ficou confirmado que a Ralação Cortisol/ACTH permite diagnosticar de forma precisa o cão que sofre de hipoadrenocorticismo primário.

*Lathan P, Scott-Moncrieff JC, Wills RW. Use of the Cortisol-to-ACTH Ratio for Diagnosis of Primary Hypoadrenocorticism in Dogs. J Vet Intern Med. 2014 Jun 25. doi: 10.1111/jvim.12392.

Figura 1: O cão de água Português é uma das raças com pré-disposição a sofrer a enfermidade de Addison (Foto: Langhaartyp - CC License)

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MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

QUALIDADE DA COLETA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EM MEDICINA VETERINÁRIA O resultado de um exame laboratorial confiável e de qualidade depende do preparo do animal, da colheita do material e do manuseio e armazenamento da amostra colhida. Para que se tenha resultados laboratoriais condizentes com o quadro clínico do animal, deve-se tomar cuidados para evitar alterações nas amostras provocadas por estresse, garroteamento prolongado, antissepsia inadequada, contaminação. Quando os devidos cuidados não são tomados, pode-se gerar complicações na saúde do animal devido a uma interpretação incompleta ou incorreta de resultados. Preencher corretamente a ficha que

Figura 1:Coleta de amostra biológica. Fonte: http://www.agencia.fiocruz.br/

acompanhará a amostra é imprescindível, devendo conter na mesma, NOME do PACIENTE, NOME do Proprietário, Código do Convenio, médico veterinário responsável, suspeita clínica, informações de medicamentos usados, dieta, presença de agitação durante coleta e ainda se houve utilização de anestésicos. 1. HEMOGRAMA Amostra hemoconcentrada: na amostra destinada a hemograma, há mais sangue do que o recomendado, risco da amostra coagular, eleva falsamente valores de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Amostra hemodiluída: na amostra destinada a hemograma, há menos sangue do que o recomendado diminui falsamente valores de eritrócitos, leucócitos e plaquetas, o excesso de anticoagulante pode causar dano na morfologia dos eritrócitos.

O anticoagulante de eleição para a realização do hemograma na maioria das espécies, é o EDTA, pois a heparina não evita a aglomeração plaquetária e causa alterações leucocitárias.

- Falso aumento na Proteína. Amostras com hemólise intensa podem influenciar bastante nos resultados sorológicos de várias patologias como Leishmaniose, Leptospirose, Cinomose e dentre outras. 3. AMOSTRAS PARA ANÁLISES BIOQUÍMICAS

Figura 2: Tubo para coleta de amostra - Hemograma.

Amostra com coágulo e/ou fibrina: altera muito o resultado, impossibilita a contagem de plaquetas. 2. Causas de hemólise - Velocidade de aspiração X Agulha de pequeno calibre; - Tubos com fluoreto = Deterioração celular. -Colocar o sangue no tubo sem retirar a agulha da seringa antes; - Homogeneização violenta; - Lipemia; - Tempo até o processamento; - Congelamento da amostra;

Figura 3: Parâmetros de amostras hemolisadas Fonte: http://www.hemoglobinopatias.com.br/dialab/ dialab-index.htm

Alterações que a hemólise provoca no Hemograma: - Falsa diminuição no número de hemácias; - Falsa diminuição do hematócrito; - Falso aumento da [hemoglobina]; - Falso aumento do CHCM; - Falsa diminuição do VCM;

Tubo de coleta para a maioria das análises: - Tampa vermelha e preta ou tampa vermelha e amarela (preferencial). - Tubo para glicemia: Tubo tampa cinza e branca. - Tubo para análise de tempo de coagulação, fibrinogênio: Tubo tampa azul.

Figura 4: Tubos de coleta para análises bioquímicas Fonte: http://www.labmedvet.blogspot.com.br/

A maioria dos exames bioquímicos recomenda jejum de 8 horas, mas para a dosagem de colesterol e triglicerídeos esse tempo deve ser aumentado para 12 h. Sempre mandar amostra suficiente para a realização dos exames solicitados, lembrando que para a obtenção de 1 ml de soro são necessários 3 mL de sangue (rendendo menos em caso de desidratação e menos na presença de anemia) O ideal é enviar mais amostra do que o necessário, caso haja necessidade de repetir o exame. 4. urina Enviar no mínimo 5 ml para o exame de urinálise (urina tipo 1). Deve ser protegida da luz, pois pode conter 15


MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

Figura 7: Amostra em lâmina. Fonte: http://www.upf.br/ppgbioexperimentacao/index.php/infraestrutura/laboratorios

Figura 6: Swab para coleta. Fonte: http://br.images.search.yahoo.com/ Figura 5: Amostra de urina Fonte: http://br.images.search.yahoo.com/

substâncias fotossensíveis (bilirrubina e urobilinogênio). A análise deve ser feita em até 2 horas após a colheita, pois podem ocorrer diversas alterações, como deteriorização de células, formação de cristais in vitro, proliferação de bactérias com posterior alcalinização da amostra e dissolução de cilindros. Amostras destinadas a urocultura e antibiograma devem ser armazenadas em tubo estéril e coletadas por cistocentese. Para análise de cálculos urinários armazenar em frasco limpo e seco, sem

o uso de conservadores e em temperatura ambiente. 5. FEZES Ideal colher diretamente da ampola retal, caso o tamanho do animal não permita, a amostra deve ser obtida da parte superior do bolo fecal, onde não houve contato com o solo.Para coprocultura coletar com swab estéril diretamente do reto. 6. CITOLOGIA O exame citológico apresenta como característica principal a rapidez do

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

diagnóstico, quando comparado ao exame histopatológico e por necessitar de pequena quantidade de material. Sua desvantagem é não permitir a visualização da arquitetura do órgão e, portanto, deve ser considerada uma tentativa de antecipar o diagnóstico. É indicada particularmente para diferenciar processos inflamatórios agudos ou crônicos e neoplásicos benignos e malignos. Utilizar sempre lâminas limpas e desengorduradas em álcool comum. Após a colheita do material as lâminas devem ser fixadas ao ar, conservadas em temperatura ambiente, identificadas em adesivo ou esparadrapo e enviadas ao laboratório em no máximo 48 horas juntamente com as informações relacionadas.

• http://www.agencia.fiocruz.br/ • SIMON, C. F.; FISCHER, C. B. D.; SILVEIRA, F.; ALLGAYER, M. C. Patologia clínica: colheita, conservação e remessa de amostras. Veterinária em Foco. Canoas. v.4. n.2. jan./jun. 2007. p.131-141. Disponível em <http:// www.imuno.com.br/novo/site/docs_vet/siimon_fischerv4n2.pdf. • http://www.labmedvet.blogspot.com.br/ • Chaves Borges, F.A., Mineo, J.R. Medidas de Biossegurança em laboratórios. UFU. 1997. • World Health Organization. Laboratory biosafety manual. 2ª. 2003.

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GERIATRIA

PARÂMETROS CLíNICO-LABORATORIAIS NO CÃO IDOSO

Fonte: http://www.superbwallpapers.com/animals/old-dog-in-the-forest-26289/

1. INTRODUÇÃO A idade adulta e a velhice no cão diferem de raça para raça, em geral as raças de pequeno porte vivem mais que as de grande porte, mas a idade que o cão atingirá também depende da criação e dos cuidados que recebeu durante a vida, que dura entre dez e quinze anos em média. Como acontece com os humanos, o pêlo pode ficar esbranquiçado com a idade e a pele mais frágil e flexível. sendo assim, o dono deve ter cuidado para evitar ferimentos no animal, pois nesta idade a recuperação do organismo também é mais lenta e há uma diminuição no funcionamento do sistema imunológico, o que pode tornar perigosa uma inflamação. Existem alguns problemas de saúde típicos da idade avançada como a osteoporose, perda relativa da visão e do olfato. Além destas existem outros problemas fisiológicos e de comportamento dos quais trataremos. Dentre os problemas fisiológicos es-

IDADE DO SEU CÃO

JOVEM ADULTO IDOSO

6 meses 1 ano 1 ano e 1/2 2 anos 4 anos 6 anos 8 anos 10 anos 12 anos 14 anos 16 anos 18 anos 20 anos

tão os cardíacos. Pode haver dilatação do coração ou problemas nas válvulas cardíacas. Pode ocorrer também a insuficiência renal crônica, quando há perda de 75% dos néfrons dos rins. Este é um problema sério e deve ser tratado o quanto antes. Pode ocorrer acúmulo de tártaro nos dentes, o que pode levar a infecções nas gengivas, mau-hálito e perda de dentes se não forem retirados. Pode ocorrer também a “prisão de ventre”, mas este problema tende a ser evitado por uma alimentação adequada. Outros problemas, apesar de aparecerem em todas as idades, se tornam mais frequentes no cão idoso como dermatites, problemas de visão e aparecimento de tumores benignos ou malignos. 2. MUDANÇAS NO PêLO E PELE O cão idoso pode apresentar gradual embranquecimento dos pêlos, principalmente no focinho e ao redor dos olhos. seu pêlo pode se tornar mais fino

IDADE CORRESPONDENTE AO HOMEM Tamanho do seu cachorro Pequeno Médio Grande Gigante 17 anos 22 anos 25 anos 27 anos 29 anos 36 anos 46 anos 55 anos 62 anos 68 anos 76 anos 87 anos 99 anos

8 anos 12 anos 20 anos 23 anos 39 anos 51 anos 63 anos 75 anos 82 anos 98 anos

6 anos 8 anos 12 anos 16 anos 22 anos 40 anos 55 anos 75 anos 94 anos

8 anos 12 anos 16 anos 22 anos 40 anos 55 anos 75 anos 94 anos

e sem brilho, ainda que isto também possa ser sintoma de doença ou deficiências nutricionais. A pele dos cães mais idosos torna-se mais fina, menos elástica e mais propensa a ferimentos. Alguns cães podem também desenvolver múltiplos tumores benignos de pele (ou verrugas) que não devem ser removidos antes de uma avaliação clínica e laboratorial. 3. DECRÉSCIMO NA MOBILIDADE A artrite tem uma ocorrência bastante comum em cães idosos, especialmente em cães de grande porte ou em cães com um espaço maior entre as patas dianteiras e traseiras, como os Dachshunds e Bassets, raças com tendência a doenças intervertebrais (do IV disco). Cães que tiveram acidentes ou algum problema em suas articulações quando jovens também têm tendência a desenvolver artrite quando envelhecem. Assim como nos humanos, a artrite pode causar apenas um pequeno enrijecimento ou se tornar uma limitação debilitante e terrivelmente dolorosa. Os cães podem ter dificuldades em subir ou descer escadas, pular para dentro do carro ou mesmo erguerem-se rapidamente quando acordam. 4. DECRÉSCIMO NO SISTEMA IMUNOLÓGICO Outra decorrência do envelhecimento: o sistema imunológico já não funciona de modo eficiente e o cão idoso está mais sujeito a desenvolver doenças infecciosas e, nestes casos, a infecção se apresenta com mais gravidade do que num cão 17


GERIATRIA

Figura 1 – A degradação enzimática das cartilagens favorece a imobilidade articular no cão idoso. Fonte: publications.royalcanin.co2

jovem. É importante manter seu velho amigo com todas as vacinas em dia. Infestações de pulgas, carrapatos e vermes devem ser imediatamente combatidas. 5. DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO CARDÍACA À medida que o coração de seu amigo canino envelhece, ele perde um pouco de sua eficiência e deixa de ser capaz de bombear a quantidade de sangue necessária (num certo intervalo de tempo). As válvulas do coração perdem um pouco de sua elasticidade e isto também contribui para uma diminuição de sua eficiência de bombeamento. A válvula mitral é a que está mais comumente envolvida nestes quadros, especialmente entre as raças pequenas. Alguma mudança na função cardíaca é normal. Entretanto, as mudanças mais severas podem ocorrer em cães que tiveram algum problema cardíaco quando jovens, apresentam algum problema congênito ou, como nos humanos, quando estão muito acima do peso adequado. Exames para um diagnóstico correto devem ser feitos. 6. DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR Os pulmões também perdem sua elasticidade durante o processo de envelhecimento e a capacidade de oxigenar o sangue também pode estar diminuída. Alguns problemas cardíacos podem fazer refluir líquidos para os pulmões que, gradualmente, ocupam o espaço do ar tornando o cão ofegante e facilmente cansável. Cães idosos também têm mais tendência a terem infecções respiratórias. 18

7. DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO RENAL Com a idade, os animais correm um maior risco de doenças renais. Isto pode ser devido a mudanças no próprio rim ou como resultado da disfunção de outros órgãos, como o coração - que se não estiver funcionando direito, diminuirá o fluxo sanguíneo ao rim. A função renal pode ser medida através de exames bioquímicos no sangue e análise de urina. Estes testes podem identificar problemas antes que sintomas físicos os denunciem. O mais frequente sinal de doença renal que pode ser observado pelos donos é o aumento marcado no consumo de água e na eliminação de urina, mas isso geralmente não ocorre até mais ou menos 70% da função renal estar perdida. 8. DIMINUIÇÃO DA FUNÇÃO DO FÍGADO Apesar de o fígado ser um órgão incrível e único na sua capacidade de regeneração, envelhece do mesmo modo que os demais órgãos do corpo. Sua habilidade de desintoxicar o sangue e de produzir numerosas enzimas e proteínas diminui com a idade. Algumas vezes as enzimas podem estar aumentadas de forma anormal num animal aparentemente normal e saudável. Outras vezes num animal com doença hepática aparente, a análise das enzimas acusa um resultado normal. Isto, naturalmente, dificulta bastante a interpretação destes testes. E porque o fígado metaboliza muitos medicamentos e anestésicos, a dose destas drogas deve ser diminuída se a função hepática já não está mais normal. Testes pré-anestésicos devem ser realizados para evitarem problemas potenciais em caso da necessidade de alguma cirurgia. 9. MUDANÇAS NA FUNÇÃO GLANDULAR Algumas glândulas tendem a produzir menos hormônios à medida que envelhecem, outras, ao contrário, tendem a produzir mais. Problemas hormonais são comuns em cães idosos, e a propensão de criarem problemas está, com freqüência, relacionada com a raça e/ou a linhagem.

Os Golden Retrievers, por exemplo, têm uma tendência muito grande a desenvolverem hipotireoidismo. Exames de sangue auxiliam a diagnosticar tais doenças. 10. ALARGAMENTO DA PRÓSTATA O homem e o cachorro são seres que possuem próstata. Quando um macho, que não foi castrado, chega aos 8 anos de idade, ele tem 80% de chances de desenvolver doenças da próstata, mas estas raramente são cancerosas. Na maioria dos casos a próstata apenas alarga-se. O alargamento da próstata, entretanto, pode causar problemas para urinar ou defecar. Cães machos idosos, especialmente os não castrados, deveriam ter sua glândula checada regularmente. 11. MUDANÇAS NAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS As fêmeas podem desenvolver algum enrijecimento das glândulas mamárias com a idade devido à infiltração de tecido fibroso. Neoplasia mamária, em fêmeas não castradas, é bastante comum tanto quanto nos humanos. Isso acontece a tal ponto que o câncer de mama é o tumor mais comum da fêmea idosa e também o mais maligno. As fêmeas idosas devem ter suas mamas checadas pelo veterinário regularmente e também por seus donos: basta virá-las de barriga para cima e apalpar suavemente cada mama, em busca de nódulos duros, verrugas ou outras alterações. 12. MEDULA SUBSTITUÍDA POR GORDURA Os cães idosos têm tendência a acumularem mais gordura. Esta gordura também se infiltra na medula, que é a responsável por criar as células vermelhas no sangue (que são as células que carregam e distribuem o oxigênio no organismo), as células brancas (que combatem as infecções, etc.) e as plaquetas (que auxiliam a coagulação). Se a medula é substituída por gordura de modo exagerado, o cão pode tornar-se anêmico. Esta é uma das razões pelas quais é recomendado que os cães façam um exame completo de sangue como parte de seu check-up anual.


GERIATRIA O TECSA Laboratórios tem sempre a preocupação em auxiliar o veterinário clínico em perfis de exames que lhe darão a ajuda necessária no esclarecimento do diagnóstico de cada caso. Veja abaixo alguns sinais e as respectivas doenças associadas em Cães Idosos. A partir destas hipóteses diagnósticas você pode escolher os melhores exames.

DOÊNÇAS COMUNS

SINAIS E SINTOMAS

COD - EXAMES (sugestões)

CÂNCER

• • • • • • • • •

Inchaços anormais que persistem ou continuam a crescer; Feridas que não cicatrizam; Perda de peso; Perda de apetite; Sangramento ou descarga de qualquer órgão aberto; Odor desagradável; Dificuldade em comer ou engolir; Hesitação ao exercício ou perda de resistência; Dificuldade em respirar, urinar ou defecar;

• 649- IMUNO-HISTOQUÍMICA (1 MARCADOR) • 648- IMUNO-HISTOQUÍMICA (PAINEL GERAL) • 86- HISTOPATOLOGICO – HE • 644- HISTOPATOLOGICO COM MARGEM CIRURGICA (BIOPSIA) • 87- CITOLOGIAS - PET

• • • •

Dificuldade de permanecer de pé; Dificuldade para subir degraus e/ou saltar; Mudanças de comportamento – irritável/ recluso; Perda de massa muscular;

• 535- PROTEINA C REATIVA - PCR

DOENÇA/ INSUFICIÊNCIA RENAL

• • • • • • •

Aumento do ato de urinar e sede; Perda de peso; Vômitos; Perda de apetite; Fraqueza; Mucosas pálidas; Diarréia; Sangue no vômito ou fezes enegrecidas; Úlceras orais e mau hálito; Mudanças de comportamento;

• 349- PERFIL RENAL (UREIA E CREATININA) • 234- URINA ROTINA

DOENÇAS PROSTRANTES

• Urina concentrada; • Sangue na urina;

• 234- URINA ROTINA • 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES COM HEMOGRAMA

HIPOTIREOIDISMO

• Ganho de peso; • Pele seca e fina; • Letargia, depressão;

• 696- PERFIL DE HIPOTIREOIDISMO - RIE • 39- HEMOGRAMA COMPLETO • 97- COLESTEROL TOTAL E FRAÇÔES • 101- FOSFATASE ALCALINA • 73- T4 LIVRE RIE • 71- TSH

DOENÇA DE CUSHING

• • • •

• 334- PERFIL HIPERADRENOCORTICISMO • 39- HEMOGRAMA COMPLETO • 110-SÓDIO E 108-POTÁSSIO • 114- URÉIA • 621- CORTISOL PÓS SUPRESSÃO C/ DEXAMETASONA (3 DOSAGENS) RIE

OLHOS SECOS

• Grandes quantidades de descargas amarelo-esverdeadas dos olhos;

• 51- CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA

EPILEPSIA

• Animal apreensivo.

• 169- ANÁLISE DE LIQUOR • 100- DOSAGEM DE FENOBARBITAL

DOENÇAS GASTROINTESTINAIS

• • • •

Vomito e diarréia; Perda do apetite e de peso; Sangue nas fezes; Fezes enegrecidas (melena)

• 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES COM HEMOGRAMA • 63- EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES • 732-PARVOVIROSE (PCR QUALITATIVO) • 393- COPROCULTURA

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL

• • • •

Diarréia; Vômito; Muco ou sangue nas fezes; Aumento da freqüência da defecação.

• 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES COM HEMOGRAMA • 63- EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES • 732-PARVOVIROSE (PCR QUALITATIVO) • 393- COPROCULTURA

• • • •

Aumento da sede e micção; Perda de peso; Fraqueza, depressão; Vômitos;

• 581- PERFIL GLICEMICO (GLICOSE, GLICOHEMOGLOBINA, FRUTOSAMINA, INSULINA) • 124- CURVA GLICEMICA • 234- URINA ROTINA

OBESIDADE

• • • •

Excesso de peso; Intolerância ao exercício; Dificuldade para andar ou levantar-se; Pêlo despenteado, especialmente na região anal

• 339- PERFIL OBESIDADE • 39- HEMOGRAMA COMPLETO • 71- TSH e 73- T4 LIVRE RIE • 68- DOSAGEM DE CORTISOL BASAL RIE • 97- COLESTEROL TOTAL E FRAÇÔES • 105- GLICOSE – GLICEMIA • 349- PERFIL RENAL (UREIA e CREATININA)

ANEMIA

• Intolerância ao exercício; • Mucosas fracamente coradas.

• 39- HEMOGRAMA COMPLETO • 273- FERRO SERICO • 311- TRANSFERRINA

DOENÇAS HEPÁTICAS

• • • •

• 333- PERFIL HEPÁTICO (BILIRRUBINAS, PROTEINA TOTAL E FRAÇÕES, TGP (ALT) e TGO (AST), LIPIDES TOTAIS, FOSFATASE ALCALINA)

CÁLCULOS RENAIS

• Dificuldade de urinar e/ou sangue na urina; • Pode não demonstrar sinais.

ARTRITE

DIABETES MELLITUS

Pele e pelagem fina; Aumento de sede e micção; Aumento do apetite; Abdômen distendido (“barrigudo”)

Vômitos; Perda de apetite; Mudanças de comportamento; Mucosas pálidas ou amareladas;

• 234- URINA ROTINA • 213- ANALISE DE CALCULO URINARIO

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DERMATOLOGIA

DERMATITE ATÓPICA – DIAGNÓSTICO CADA VEZ MAIS COMUM NOS CÃES 1. Introdução A Dermatite Atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele, recidivante e de caráter crônico,caracterizada por prurido intenso, com eritema, alopecia, pápulas e colaretes epidérmicos. A DA acaba causando incômodo tanto para os proprietários quanto para os animais, uma vez que a coceira acaba por deixar os proprietários incomodados e o animal pode acabar se lesionando de tanto se coçar. Algumas vezes o prurido é tão intenso que o animal deixa de brincar, de interagir com seu dono e de se alimentar adequadamente. É uma das causas mais comuns de doença inflamatória crônica recorrente de pele ,em que estão envolvidas complexas interações entre fatores ambientais, microbianos, genéticos, imunológicos e farmacológicos.Como ocorre com outras manifestações alérgicas, é possível que várias doenças sejam englobadas na denominação de DA com características clínicas semelhantes. Assim como outras doenças atópicas, os sintomas da DA envolvem a interação de múltiplos genes, do ambiente e do sistema imunológico.

Figura 1: Na dermatite atópica precoce a coceira é muitas vezes sazonal e a pele parece normal.Os cães tendem a se coçar todo, mas muitas vezes se concentram nas orelhas, axilas e no abdome. Eles também mastigam e esfregam os pés, virilha e rosto. Fonte: County Vets. (1)

2. Fatores de risco A elevação de casos de doenças alérgicas, incluindo DA, torna fundamental o estabelecimento de fatores de risco para possíveis intervenções. Na DA, fatores

hereditários, imunológicos e ambientais

são os de maior importância. • Pais e irmãos com atopia estabelecem um importante fator de risco ao desenvolvimento da DA. Caso ambos os pais apresentem DA a chance dos filhotes em desenvolver a doença é de aproximadamente 70%. • Alguns estudos têm tentado identificar marcadores imunológicos para o desenvolvimento de doenças alérgicas, entre elas a DA. É importante salientar que é muito comum a associação de DA com outras doenças alérgicas. • Alérgenos presentes em tecidos sintéticos, carpetes, agentes de limpeza, em plantas e em gramíneas podem causar um incômodo levando a uma irritação mecânica, isso acaba modificando o pH tegumentar e alterando a barreira epidermal. Tudo isso leva a uma resposta inflamatória exacerbada e, consequentemente, a um prurido intenso no cão atópico. 3. Etiopatogenia A DA não tem uma etiopatogenia totalmente esclarecida. Tem sido encontrada uma relação complexa envolvendo fatores genéticos, imunitários, ambientais, farmacológicos e alteração da própria estrutura da pele. A DA, recentemente, foi classificada em extrínseca e intrínseca. A extrínseca ou alérgica atinge 70 a 80% dos pacientes com DA e está relacionada com a sensibilização contra alérgenos ambientais e níveis elevados de IgE. Já na intrínseca ou não alérgica, que ocorre em 20 a 30% dos casos, são encontrados baixos níveis de IgE e ausência de detecção de sensibilização alérgica. A pele do paciente com DA está sempre mais suscetível a colonizações ou a infecções por microrganismos. O Staphylococcus sp coloniza mais de 90% de lesões de pacientes que tenham DA, podendo exacerbá-las ou mantê-las, também tem sido isolado de pele não lesionada. Alguns sinais clínicos como aumento de exsudação e pequenas pústulas superficiais são indicadores sensíveis de DA infectada. O fato

de se coçar facilita a colonização bacteriana por acarretar solução de continuidade da barreira cutânea. Os fungos também estão entre os fatores desencadeantes de DA, principalmente os do gênero Malassezia. Há relatos de casos em que houve essa relação e foi em forma de DA de difícil tratamento. A IgE específica para Malassezia é encontrada em grande parte dos pacientes atópicos. Alguns estudos têm mostrado a importância dos aeroalérgenos em provocar ou agravar as lesões eczematosas da DA. Entre esses aeroalérgenos destacam-se os ácaros da poeira domiciliar, as baratas e os fungos. Os alérgenos de ácaros são os mais envolvidos na sensibilização atópica. Alguns representantes principais são o Dermatophagoidespteronyssinus, Dermatophagoides farinae e Blomiatropicalis. Eles podem atravessar a barreira córnea e penetrar profundamente na epiderme, geralmente ocorre na DA pelo fato de haver pele lesionada. Outros alérgenos associados a DA são pólens de arbustos, de ervas daninhas e de gramíneas. 4. Sinais clínicos

A DA pode apresentar quadros clínicos variados, desde formas mais leves e localizadas, até formas mais graves e disseminadas pelo corpo do animal. O prurido é o sinal clínico clássico da DA. Devido e

Figura 2: Algumas gramíneas estão entre os alérgenos que acometem os cães. Fonte: Bonny Bonita Berkovec (2)

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DERMATOLOGIA esse prurido há presença de hipotricose, alopecia, escoriações, ulcerações, pápulas, pústulas, crostas e liquenificação. A infecção secundária é comum devido à cronicidade, apresentando hiperqueratose, hiperpigmentação, liquenificação tegumentar e, na maioria das vezes, associada à seborreia seca. A DA é conhecida não como uma lesão que coça, mas sim um prurido que lesa. De acordo com alguns estudos, os sinais clínicos geralmente iniciam entre os seis meses e três anos de idade. Alguns autores têm demonstrado que há uma maior incidência em fêmeas, isso ainda não foi comprovado. Embora possa ocorrer em qualquer cão, algumas raças são mais predispostas, como por exemplo, shar Pei, West highland White Terrier, Lhasa Apso, shih Tzu, Dálmata, Pug, Golden Retriever, Boxer, Labrador, schnauzer, Pastor Belga, entre outras. Na DA as lesões tem predileção por determinadas áreas, como por exemplo, membros torácicos e pélvicos, tanto nas extremidades, quanto nas áreas flexurais, nas orelhas, na face (regiões perilabiais, perioculares e mentonianas), na superfície ventral (região cervical ventral, axilas, abdômen, e região inguinal), e na região perianal. Em 86% dos cães com DA há presença de otite externa associada à infecção bacteriana

Figura 3: Alopecia, hiperqueratose, DA crônica e severa. Fonte: County Vets (1).

ou a malassezia sp. Já em 68% dos pacientes a piodermite superficial (impetigo ou foliculite) ou profunda (celulite) está presente. 5. PROFILAXIA

A eliminação dos fatores desencadeantes da alergia no animal é de fundamental importância no manejo desses pacientes, assim como evitar o contato dos mesmos com os alérgenos. sendo assim, deve-se evitar, por exemplo, o contato do animal com vegetais, com locais empoeirados, eliminar almofadas, caminhas, cobertores e outros objetos que possam acumular ácaros. quando por saliva de pulga, evitar que o animal tenha esses ectoparasitos. Ou seja, de acordo com a alergia do animal evitar a presença do alérgeno. Para auxiliar o animal a reduzir as reações alérgicas o TECsA disponibiliza a hEsKA ImmuCEPT, que é um tratamento imunoterápico indicado como controle e prevenção dos sintomas associados à atopia. De acordo com estudos recentes o número de alérgenos selecionados para a produção da vacina deve ser o mínimo possível. Em casos de múltiplas reações positivas obtidas, as reações mais fortes são os alérgenos mais importantes clinicamente que devem ser selecionados para o tratamento. Para otimização do tratamento é recomendado que não sejam utilizados mais de 10 (dez) alérgenos.

6. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da DA deve ser baseado no histórico do paciente, em uma anamnese completa e em um exame clínico sistemático, identificando as lesões primárias na pele do animal quando essas estiverem presentes. É importante também sempre se lembrar dos possíveis diagnósticos diferenciais que podem levar a um diagnóstico errôneo. A avaliação laboratorial fornece auxílio para identificar os agentes provocadores da DA, e de outras possíveis dermatopatias.Isso é de grande importância para que o tratamento e as orientações que serão passadas ao proprietário do paciente sejam feitos de forma adequada. No TECsA são realizados exames importantes que auxiliam nos diagnósticos de várias dermatopatias. O tricograma é importante para que seja feita uma avaliação do pelo, desde as pontas, hastes até as raízes, permitindo identificar a fase de crescimento em que o pelo está, se há alteração na pigmentação e, às vezes, se há infecção por fungo. A pesquisa de sarnas e fungos está entre os exames complementares mais usados na área de dermatologia veterinária. Cultura fúngica e bacteriana, com fungigrama e antibiograma, respectivamente. Além desses exames complementares, existem os testes específicos com painéis de 24 e 36 alérgenosque auxiliam na detecção dos causadores da alergia no animal. Nesses testes serão dosadas Imunoglobulinas E (IgE) vinculadas a cada alérgeno pesquisado.

MATERIAL

COD/EXAMES

Sangue total (3,0 mL) colhido em tubo de tampa vermelha ou 1,0 mL de soro sem hemólise Sangue total (3,0 mL) colhido em tubo de tampa vermelha ou 1,0 mL de soro sem hemólise Sangue total (3,0 mL) colhido em tubo de tampa vermelha ou 1,0 mL de soro sem hemólise Pêlos arrancados gentilmente de forma a preservar a integridade de sua estrutura Raspados de pele e pêlo superficiais e profundos Raspados de pele e pêlo superficiais e profundos Raspados de pele e pêlo superficiais e profundos. Cepa de fungo isolado em cultivo

685 / TESTE ALERGICO PAINEL C/ 36 ALERGENOS 686 / TESTE ALERGICO PAINEL C/ 24 ALERGENOS 683 / TESTE ALERGICO TRIAGEM SCREENING 736 / TRICOGRAMA (AVALIACAO MORFOLOGICA MICROSCOPICA DE PELOS) 355 / PESQUISA DE SARNA E FUNGOS 51 / CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA 759 / CULTURA DE FUNGOS COM ANTIFUNGIGRAMA

PRAZO DIAS 7 dias 7 dias 2 dias 3 dias 1 dia 5 dias 30 dias

Referências:

• •

1. Itchy Pet. County Vets. [Online] [Citado em: 25 de Maio de 2014.] http://www.county-vets.co.uk/veterinary-services/small-animals/dogs/itchy-pet/. 2. Berkovec, Bonny Bonita. All Natural Pet Care.com . [Online] 23 de Agosto de 2012. [Citado em: 25 de Maio de 2014.] http://allnaturalpetcare.com/blog/2012/08/23/natural_treat-

ment-allergic-atopic-dermatitis-skin_allergies-dogs-shampoo-recipe/.

• • 22

3. Patel, Anita e Forsythe, Peter. Dermatologia em Pequenos Animais. Saunders Elsevier. 4. Castro, Ana Paula M. et al. Guia Prático para o Manejo da Dermatite Atópica. Artigo de Atualização. 20 de Dezembro de 2006.


ALERGOLOGIA

ENTENDENDO A ALERGOLOGIA VETERINÁRIA 1. INTRODUÇÃO

Em medicina veterinária, as alergias constituem 70% das dermatopatias atendidas, sendo a “coceira” a principal queixa dos proprietários, com exceção aos felinos, que são considerados “coçadores silenciosos”. Sua importância deve-se ao fato de se constituírem a causa primária de problemas de pele persistentes em pets, estando diretamente ligadas a um diagnóstico trabalhoso, recorrência das crises e incômodos aos proprietários devido a aparência dos animais e odor desagradável de algumas lesões.

Figura 1: Animal com prurido decorrente de um processo alérgico.. Fonte: http://sobrecaesegatos.com.br/

2. O QUE É ALERGIA?

O termo alergia refere-se a uma resposta imunológica exagerada (Hipersensibilidade) a um estímulo antigênico externo específico (alérgenos), provocando uma lesão tecidual resultante da não eliminação de antígenos/patógenos pelo organismo. Essa ocorre por ocasião de uma segunda provocação, ou estímulo subseqüente com o alérgeno (antígeno causador de alergia).

3. QUAIS AS CAUSAS DE ALERGIA?

As causas de alergia estão ligadas a hereditariedade, ingestão, inalação ou contato com alergênicos. Os principais alergênicos são: • Pólen; • Fungos/bolores; • Ácaros; Pó / poeira; • Alimentos; • • Substâncias químicas (produtos industriais, saliva de artrópodes DAAP), medicamentos.

Figura 2: Acarus siro (ácaro doméstico). Fonte: ces.csiro.au/

4. QUAIS OS TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADES ENVOLVIDOS NOS PROCESSOS ALÉRGICOS?

Os processos alérgicos envolvem basicamente dois tipos de hipersensibilidade, seguindo uma simples classificação baseada principalmente na variação de tempo decorrido entre contato do organismo sensibilizado com antígeno e a visualização macroscópica do fenômeno alérgico. Hipersensibilidade Imediata (tipo I) e Hipersesnibilidade Tardia (tipo IV). A hipersensibilidade do tipo I é caraterizada por uma resposta de IgE, mastócitos e basófilos podendo se apresentar de forma instantânea, minutos ou poucas horas depois do contato com alérgenos. As reações envolvidas são anafilaxia, as reações citotóxicas e as reações devidas a determinados tipos de complexos antígeno-anticorpo determinando alterações teciduais. Fisiologicamente, na hipersensibilidade tipo I tem se uma fase incial de liberação abundante de histamina seguida de leucotrienos. A atopia, doença de carácter hereditário, constitui-se um exemplo de reação tipo I, na qual há a produção de IgE anti-alérgenos ambientais e grande concentração. Já a hipersensibilidade tipo IV ou tardia é caracterizada pela sensibilização de linfócitos T, determinando o aporte de células inflamatórias (linfócitos e macrófagos) ao local de estímulo antigênico. A dermatite de contato é um exemplo clásico de reação do tipo IV.

5. Quais os fatores intensificadores dos processos alérgicos?

Aero-alérgenos: ácaros e poei-

ras domésticas. • Trofo-alérgenos: proteínas de carnes bovina, suína, equina e de frango, do leite (caseína e lactona), do ovo, do trigo, da aveia e de derivados da soja ou em fungos e algas presentes a água. • Irritantes: lã, tecidos sintéticos ou ásperos, carpetes, tapetes, agentes de limpeza ambiental ou de roupas, irritantes químicos ou presentes na superfície de plantas ou gramíneas podem provocar irritação mecânica, modificar o pH tegumentar, alterar a barreira epidermal e exacerbar a resposta inflamatória. • Auto-alérgenos: O trauma contínuo da pele induzido pelo prurido tem conduzido à liberação de uma proteína citoplasmática do ceratinócito que tem a capacidade de ativar células T, levar à formação de IgE alérgeno-específico e à liberação de citocinas tipo TH1, realçando a resposta imunoalérgica e o prurido, sendo um dos responsáveis pela perpetuação, cronificando as lesões tegumentares. • Alérgenos microbianos: excesso de citocinas TH2 determinam subexpressão de genes responsáveis pela formação de peptídeos antimicrobianos na pele levando assim a exacerbação e manutenção da dermatite. • Alterações comportamentais: indução de ansiedade e atos compulsivos. Adicionalmente, a liberação de neuropeptídeos por fibras nervosas epidermais, induzida pelo estresse, tem sido relacionada à diminuição da apoptose e ao aumento da meia vida de eosinófilos, o que colabora para a iniciação ou a perpetuação dos sintomas relacionados à doença. 6. Quais as principais doenças alérgicas que acometem cães e gatos?

As principais alergias em pets são: Urticária e angioedema; Hipersensibilidade alimentar; Atopia canina e Dermatite alérgica a picada de pulgas. Menos comuns tem-se ainda Rinite alérgica; Bronquite alérgica; Pneumonite alérgica; Asma brônquica e Dermatite alérgica de contato. 23


ALERGOLOGIA A DAPP – Dermatite alérgica a picada de pulgas é o primeiro distúrbio mais comum em cães. Ela envolve hipersensibilidades do tipo I e IV em resposta a diferentes antígenos (+ de 15) presentes na saliva de pulga que determinam uma reação basofílica cutânea. As lesões se manifestam como dermatite pruriginosa papular, seguidas de lesões secundárias como alopecia, liqueinificação, crostas e hiperpigmentação, sendo as áreas atingidas a lombo-sacra dorsal, coxas na porção caudomedial, abdômen ventral e flancos. Foliculite bacteriana, dermatite piotraumática e seborréia secundária são comuns. A atopia ou dermatose atópica é outra enfermidade de origem alérgica com incidência em 10% da população de caninos e felinos, sendo considerada o 2º distúrbio cutâneo alérgico mais comum em cães. Trata-se de uma doença inflamatória de origem genética cujo modo de herança ainda é desconhecido. sua patogenia envolve a hipersensibilida-

de do tipo 1 na qual imunoglobulinas IgE e IgG são produzidas em resposta à sensibilização e a antígenos ambientais, determinando assim uma afecção pruriginosa sem lesão. Apenas 40% dos cães apresentam prurido generalizado. Locais como orelha, extremidade das patas, ventral, inguinal e axilas são os locais mais comumente afetados. Lesões de auto-trauma, foliculite bacteriana secundária e seborréia também podem ocorrer concomitantemente a infecções recorrentes por: staphylococcus intermedius e malassezia pachydermatis. Lesões como otite externa e conjuntivite são achados em 50% dos casos. Inflamações como foliculite bacteriana, dermatite piotraumática e dermatite acral por lambedura em 68% dos casos. A seborréia constitui-se um achado menos freqüente, estando presente em apenas 12% dos cães. Em relação aos felinos, 0 a 50% apresentam alterações respiratórias como tosse, rinite, broncopneumonia e blefaroconjuntivite.

MATERIAL

COD/EXAMES

SORO SORO

683 / TESTE ALÉRGICO TRIAGEM - SCREENING 688 / TESTE ALÉRGICO – ALERGIA À MALASSEZIA 684 / TESTE ALÉRGICO – ALERGIA À PICADA (SALIVA) DE PULGA 686 / TESTE ALÉRGICO – PAINEL COM 24 ALÉRGENOS 685 / TESTE ALÉRGICO – PAINEL COM 36 ALÉRGENOS 86 / EXAME HISTOPATOLÓGICO 650 / EXAME HISTOPATOLÓGICO – COLORAÇÃO ESPECIAL

SORO SORO SORO FRAGMENTO DE TECIDO FIXADO EM FORMOL 10% FRAGMENTO DE TECIDO FIXADO EM FORMOL 10% RASPADO DE PELE RASPADO DE PELE SANGUE EM EDTA – TAMPA ROXA Sangue total colhido em tubo de tampa cinza e em tubo de tampa vermelha

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Já a hipersensibilidade alimentar, terceira causa mais comum de alergia (15%), está ligada a resposta imune a antígenos da dieta, em especial proteínas de alto peso molecular (18 a 36 Kilodaltons). O alérgeno mais comum é a carne bovina, seguido de produtos lácteos, frango, trigo, ovos, milho e soja. As manifestações clínicas envolvem principalmente o prurido. secundariamente apresenta sinais cutâneos diversos: pápulas, placas, pústulas, alopecia, liqueinificação, pigmentação, otite externa, seborréia e foliculite. Por fim, a urticária e angioedema são alterações incomuns nos cães e raras nos gatos, determinando geralmente quadros agudos. sua fisiopatogenia envolve a degranulação de mastócitos ou basófilos devido a causas diversas (ex: picada de inseto, vacina). Clinicamente apresentam-se como vergões pruriginosos ou não, durando menos de 24hs e tumefações grandes, respectivamente.

355 / PESQUISA DE SARNA E FUNGOS 60 / PESQUISA DE ECTOPARASITOS 39 / HEMOGRAMA COMPLETO 570 / PERFIL CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES

PRAZO DIAS 2 DIAS 7 DIAS 7 DIAS 7 DIAS 7 DIAS 4 DIAS 7 DIAS 1 DIA 2 DIAS MESMO DIA 1 DIA


ALERGOLOGIA

ASMA E BRONQUITE EM CÃES E GATOS 1. INTRODUÇÃO A asma é uma doença crônica dos pulmões, na qual as vias respiratórias se estreitam e a respiração se torna mais difícil. As vias respiratórias em um animal asmático são extremamente sensíveis a certos fatores conhecidos como desencadeantes. Quando estimuladas por esses desencadeantes, as vias respiratórias reagem desesperadamente com uma inflamação anormal que leva ao edema, aumento da secreção de muco e contração muscular das vias áreas. O fluxo de ar normal é interrompido por esses fatores, entretanto, os sintomas são reversíveis e podem ocorrer horas depois de uma primeira crise. Assim como os seres humanos, cães e gatos também são suscetíveis à asma, os felinos, inclusive, são ainda mais suscetíveis. A asma em um animal de estimação pode ser agravada por alérgenos ou irritantes encontrados no ambiente do animal. Os gatilhos mais comuns para os animais costumam ser a grama, poeira, pólen de árvores, fumaça do escapamento do carro, poluição do ar, fungos, mofo, cigarro, sprays domésticos e soluções químicas, tais como: sprays de cabelo, desodorantes, fragrâncias de material de limpeza, odorizadores de ambiente e sprays para pulgas. Também podem ser fatores para desencadear a asma: alergias alimentares, exercícios e sensibilidade ao frio ou calor.

Figura 1: Brônquio normal à esquerda e exemplo de bronquite à direita. Fonte: (1)

Figura 2: Os ácaros do pó estão entre os gatilhos mais comuns associados ao desenvolvimento e exacerbação de asma. Fonte: (2)

2. E COMO IDENTIFICAR SE SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO TEM ASMA? O principal sintoma para reconhecer esta doença em cães e gatos é através da tosse e da dificuldade respiratória. Os gatos, quando não conseguem respirar, mantém o pescoço esticado. Outros sintomas incluem aumento da frequência respiratória, letargia, engasgos, e lábios azulados. Nesses casos, leve-os logo ao veterinário. 3. GRUPO MAIS AFETADO Cães e gatos de todas as idades podem sofrer de asma, mas é mais prevalecente em jovens. Gatos Siameses têm uma predisposição especial.

tarão alterações nas radiografias. Uma vez diagnosticado, existem diversos tratamentos que podem ser adotados. Entretanto, apenas o veterinário é capaz de apontar o melhor caminho.

4. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da bronquite é feito baseado no histórico de tosse crônica com duração de dias ou meses na ausência de outras doenças ativas, bem como na presença de alterações características nas radiografias toráxicas. Porém nem todos pacientes com bronquite apresen-

5. TESTES ALÉRGICOS DE 24/36 ALÉRGENOS Os Testes Alérgicos oferecidos pelo TECSA se baseiam na Dosagem de IgE Específico, produzido pelos linfócitos B ativados após o contato com o alérgeno. É o contato destes alérgenos com os anticorpos IgE presentes nas membranas de mastócitos que levam à ativação destas células, gerando liberação de mediadores químicos que levam aos sinais clínicos. É possível mensurar os níveis destes anticorpos específicos através de testes sorológicos, sensíveis o bastante para identificar concentrações mínimas que podem ser prejudiciais ao animal. Interessante ressaltar que o teste dosa o IgE ligado ao mastócito, ou seja, a fração realmente ativa no processo de alergia. Não devemos confundir a DO-

Figura 3: As radiografias dos pulmões são cruciais para se descartar condições que exigem um tratamento específico. Na bronquite, muco nas vias aéreas descrevem padrões com formas definidas, linhas paralelas ou círculos. Fonte: (3)

SAGEM DE IgE com teste de provocação (intradérmico). A DOSAGEM DE IgE utiliza o SORO do animal, onde a reação de ELISA busca por anticorpos IgE específicos para cada alérgeno. O teste de provocação insere proteínas misturadas de alérgenos sobre a pele do animal através de uma agulha, onde se mede o halo de inflamação gerado. A superioridade da sorologia se deve pela reação de ELISA, que é mensurada por aparelhos calibrados e direcionados APENAS para este fim, garantindo sensibilidade e especificidade (superiores à 93%) infinitamente superior à do olho humano ou qualquer método macroscópico, além disto, não existe desconforto para o paciente. Conseguir identificar o alérgeno específico que desencadeia o processo alérgico no animal é essencial para que o médico veterinário tenha sucesso no tratamento e na prevenção. 6. TRATAMENTO PARA ASMA Uma grande parte do sucesso do trata25


ALERGOLOGIA mento da asma é determinar quais são os gatilhos. se os gatilhos forem identificados e forem eliminados, ela pode ser resolvida sem que seja necessário nenhum tratamento adicional. No entanto, raramente é possível identificar todos os gatilhos, ou mesmo se eles estiverem identificados, pode ser impraticável eliminá-los. Nestes casos o seu animal pode precisar ser medicado por toda vida para evitar que novos ataques de asma ocorram. O Tratamento medicamentoso pode ser feito com drogas terapêuticas convencionais: - Broncodilatadores - Corticosteróides - Anti-histamínicos

Figura 4: Animais sendo tratados. Fonte : (4)

7. TRATAMENTO COM A IMUNOTERAPIA SUBLINGUAL O tratamento sublingual heska ImmuCEPT é indicado como uma ferramenta auxiliar para o alívio dos sintomas associados à doença em cães e gatos. A partir dos resultados obtidos no teste alérgico sorológico, nós do TECsA disponibilizamos a ImuNOTERAPIA EsPECíFICA, totalmente personalizada, desenvolvida unicamente para o animal utilizando proteínas dos alérgenos que se mostraram positivos nos ensaios. O tratamento não é agressivo e muito raramente o animal apresenta algum tipo de reação secundária, ou seja, é uma opção muito melhor do que o uso de corticóides que a médio prazo causam efeitos colaterais irreversíveis. O objetivo da ImuNOTERAPIA é dessensibilizar o animal, ensinando o organismo a não montar uma resposta alérgica contra os alérgenos. As aplicações são fáceis já que são via oral/sublingual – a solução é doce e muito palatável. Os frascos são apresentados em Figura 5: Vacinas de IMUNOTERAPIA:a esquerda a 3 rótulos ( “A, B, C”). A caixa com o tratamento inicial contem dois frascos, identificados SUBCUTANEA e a direita a SUBLINGUAL. Fonte: heska, empresa Suíça parceira do TECSA como A e B. O tratamento deve se iniciar com o frasco A e quando o frasco for completamente utilizado, comece a utilizar o frasco B. Os refis seguintes também conterão 2 frascos, mas ambos identificados como C (manutenção). Cada frasco tem volume suficiente para 75 dias de tratamento. O protocolo de administração não se altera, ou seja, qualquer que seja o frasco (A, B ou C), devem ser administradas 2 doses, 2 vezes por dia A imunoterapia permite a redução significativa na terapia farmacológica sintomática e ocasionalmente sua eliminação. Acredita-se que os efeitos benéficos da imunoterapia têm relação com a teoria do anticorpo de bloqueio, que propõe que o paciente responda formando anticorpos específicos. Esses anticorpos circulantes são protetores, por se ligarem ao alérgenos invasores antes que esses atinjam as IgE´s.

CÓDIGO 683 686 685 576 225 788

COD/EXAMES

MATERIAL / COR TAMPA DO TUBO

TESTE ALÉRGICO TRIAGEM - SCREENING TESTE ALÉRGICO – PAINEL C/ 24 ALÉRGENOS TESTE ALÉRGICO – PAINEL C/ 36 ALÉRGENOS CULTURA COM ANTIBIOGRAMA COMBINADO (AEROBIOS E ANAEROBIOS) BORDETELLA BRONCHISEPTICA - PESQUISA (CULTURA C/ATB) CHECK UP GLOBAL DE FUNCOES COM HEMOGRAMA

Sangue tubo tampa vermelha Sangue tubo tampa vermelha Sangue tubo tampa vermelha Swab com meio Swab com meio Sangue em tubo tampa Cinza, Roxa e Vermelha

PRAZO DIAS 2 DIAS 7 DIAS 7 DIAS 8 DIAS 5 DIAS 1 DIAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ASTHMA in catsanddogs. In: THE WORLD PET ASSOCIATION. • SYMPTOMS. In: FELINE asthma. Disponível em: www.felineasthma.org/symptoms/index.htm. • http://www.chegadeasma.com.br/asma-em-animais/Acesso em: 08/07/2014 • 1. Geekie, Peter. Bronchitis Acute and Chronic - both in humans, cats and dogs. HubPages. [Online] [Citado em: 11 de Julho de 2014.] http://petergeekie.hubpages.com/hub/Bronchitis-Acute-and-Chronic. • 2. Martin, Gilles San. Dust mites ‘swarm’ around houses. BBC - Earth News. [Online] 21 de Dezembro de 2010. [Citado em: 11 de Julho de 2014.] http://news.bbc.co.uk/earth/hi/earth_news/ newsid_9290000/9290068.stm. • 3. Brooks, Wendy. Canine Chronic Bronchitis. Marvistavet. [Online] 28 de Setembro de 2011. [Citado em: 11 de Julho de 2014.] http://www.marvistavet.com/html/canine_chronic_bronchitis.html. • 4. Taylor, Kirsten. Feline Asthma: What to Know . Pawnation. [Online] 20 de Agosto de 2009. [Citado em: 11 de Julho de 2014.] http://www.pawnation.com/2009/08/20/what-you-need-to-knowabout-feline-asthma/.

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BIOLOGIA MOLECULAR

DIAGNÓSTICO DA LEPTOSPIROSE E TOXOPLASMOSE POR PCR – REAL TIME 1. LEPTOSPIROSE De acordo com o ministério da saúde (2010) a Leptospirose é uma doença infecciosa febril de início abrupto. O agente etiológico é uma bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira, do qual se conhecem atualmente 14 espécies patogênicas, sendo a mais estudada a L. interrogans. Dentre os fatores ligados ao agente etiológico que favorecem a persistência dos focos de leptospirose, deve-se ressaltar a capacidade de sobrevivência no meio ambiente (até 180 dias) e à ampla variedade de animais suscetíveis que podem hospedar o microrganismo. O principal reservatório são os roedores, entretanto outros importantes reservatórios são: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue, já na fase tardia podem ser encontradas na urina. A detecção pode ser por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados, exames sorológicos e soroaglutinação. Entretanto, são notórias as falhas em decorrência da possibilidade de reações cruzadas com outros microorganismos. sendo assim, para evitar “falsos-positivos” seria necessário realizar exames de contraprova, como o exame parasitológico direto e a reação em cadeia pela polimerase (PCR, na sigla em inglês). Nesse caso, a mais eficiente metodologia é a PCR em tempo Real (qPCR). Diversos estudos já demonstraram que, devido à elevada sensibilidade do qPCR, é possível desmascarar “falsos-positivos”, como também a detecção de patógenos em animais que haviam apresentado resultados negativos à sorologia, elucidando, da mesma forma, os “falsos-negativos”. O PCR em tempo real é um exame imprescindível e muito sensível porque ele detecta especificamente a presença do DNA do parasita. 2. ASPECTOS CLÍNICOS Área Rural: dentre os animais de pro-

dução, explorados em ecossistemas rurais, as manifestações clínicas mais freqüentes atingem a esfera reprodutiva, incluindo o abortamento, usualmente no terço final da gestação, alta mortalidade neonatal e redução na produção de leite. Além disso, já foi demonstrado que a Leptospirose pode ser responsável por surtos de uveítes (inflamações oculares) em rebanhos eqüinos, caprinos e ovinos. Área Urbana: Dentre os animais de companhia mantidos em áreas urbanas, a leptospirose pode acometer o cão doméstico, provocando quadros febris com sinais variáveis de hemorragias, icterícia e uremia com alto grau de letalidade e óbito decorrente das insuficiências hepática e renal. 3. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Através de exames complementares podem se chegar ao diagnóstico da doença. Com isso nós do TECsA Laboratórios com o objetivo de auxiliar o clínico em suas decisões disponibilizamos uma série de exames.

CÓDIGO 81 376 785 786 526

COD/EXAMES

MATERIAL

Método de Microaglutinação Pesquisa de Campo Escuro PCR Real Time qualitativo PCR Real Time quantitativo Perfil diagnóstico completo

Tubo tampa vermelha Urina Sangue em EDTA, Urina ou Soro Sangue em EDTA, Urina ou Soro Tubo tampa vermelha, roxa e urina

4. TOXOPLASMOSE A Toxoplasmose é uma enfermidade causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. É uma doença infecciosa e\ou congênita que acomete animais de produção (suínos, caprinos, bovinos, entre outros) e de estimação (principalmente gatos). similarmente à Leptospirose é uma enfermidade que atinge a esfera reprodutiva, gerando abortos e nascimento de fetos mal formados, inclusive em seres humanos. Outra similaridade da Toxoplasmose com a Leptospirose é ser frequentemente causadora de surtos de uveítes em diversas espécies animais.

Figura 1: As espiroquetas de Leptospira sp. aparecem como linhas escuras no interior de túbulos renais e\ou lúmen. Fonte: an Overview of Canine Leptospirosis, sweetshimas.com.

PRAZO DIAS 2 dias 2 dias 7 dias 7 dias 2 dias

Ocasionalmente, tais incidências podem gerar dúvidas e confusões durante o diagnóstico veterinário. sendo assim, a qPCR, mais uma vez se destaca dentre tantas outras metodologias de diagnóstico, pois é a mais precisa na confirmação definitiva da presença do patógeno, seja ele bacteriano ou protozoário, como em casos de surtos de uveítes. 5. ASPECTOS CLÍNICOS Casos benignos são descritos com quadros febris e discreto aumento ganglionar, até casos de grave comprometimento do sistema nervoso central, uveítes oculares, o aborto e mortalidade neonatal. A infecção é principalmente adquirida pela ingestão de cistos de T. gondii através de consumo de carne crua ou através de oocistos em alimentos contaminados por fezes de hospedeiros. Existe uma elevada soroprevalência de T. gondii nos gatos, mas a doença clínica é rara, pois é um ciclo enteroepitelial e não costuma produzir sinais clínicos além de corrimento ocular e fezes pastosas a líquidas. 27


BIOLOGIA MOLECULAR O controle de tais enfermidades passa, necessariamente, pelo diagnóstico preciso. Em casos de animais domésticos a fim de evitar contaminações aos proprietários, e no caso de animais de produção, a partir do número de reativos em cada rebanho, avalia-se a conveniência de utilização de medidas sanitárias e de controle, tais como vacinação e tratamentos como antiparasitários, a fim de evitar maiores perdas econômicas para o criador.

Figura 2: Cisto tecidual contendo bradizoítos. Fonte: Toxoplasma gondii, www.ufrgs.br.

Figura: Taquizoítos de Toxoplasma gondii (setas). Fonte: Toxoplasma gondii, www.ufrgs.br.

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6. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O diagnóstico se baseia na associação da sintomatologia clínica com os testes realizados no TECsA laboratórios. Possuímos o maior menu de exames do Brasil, e os seguintes exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega:

CÓDIGO 307 309 82 305 653 733 783

COD/EXAMES

MATERIAL

Toxoplasmose Canina Toxoplasmose Equina Toxoplasmose Felina Toxoplasmose + Clamidiose Felina Imunohistoquímica PCR Real Time qualitativo PCR Real Time quantitativo

Tudo tampa vermelha Tudo tampa vermelha Tudo tampa vermelha Tudo tampa vermelha Fragmento de tecido formalizado Tubo tampa roxa Tubo tampa roxa

PRAZO DIAS 5 dias 5 dias 5 dias 1 dia 14 dias 7 dias 7 dias


HEMATOLOGIA

ANEMIA HEMOLÍTICA EM CÃES E GATOS(1) 1. INTRODUÇÃO A anemia é definida como uma alteração dos componentes da série vermelha do sangue caracterizada pela diminuição de eritrócitos, concentração de hemoglobina e/ou hematócrito em relação aos valores de referência para a idade e espécie animal. Constitui-se raramente em uma doença primária e geralmente é o resultado de um processo (doença) generalizado. Sendo assim, é necessário que se conheça a causa da anemia para que o tratamento racional seja empregado, pois ele não é direcionado por si só, para a anemia, exceto como uma medida de emergência. 2. HEMÓLISE A hemólise é o processo normal de destruição dos eritrócitos velhos pelas células do sistema monocítico-fagocitário (SMF). Eventualmente, pode haver um aumento da taxa de hemólise atingindo inclusive os eritrócitos normais e resultando numa anemia hemolítica. A anemia por destruição acelerada dos eritrócitos pode ser causada por hemólise intra ou extravascular (fagocitose). A hemólise intravascular pode ser causada por bactérias como Clostridium perfringens tipo A ou C, Clostridium hemolyticum, Leptospira sp, produtos químicos como a fenotiazina, cebola, azul de metileno e cobre. Já a hemólise imunomediada pode ser causada por transfusão incompatível ou isoeritrólise neonatal. A hemólise extravascular é causada por parasitas de eritrócitos, como por exemplo Mycoplasma haemofelis, Anaplasma sp, Eperythrozoon sp; pode ser imunomediada como na AHAI (Anemia Hemolítica Auto -Imune), lupus eritematoso, anemia infecciosa equina e pode ser causada por defeitos eritrocíticos intrínsecos como deficiência da enzima piruvato quinase. As anemias hemolíticas são normalmente refletidas por uma reticulocitose que varia de moderada a acentuada

e parâmetros eritrocitários que vão de macrocítico e normocrômico a macrocítico e hipocrômico. Devemos sempre lembrar que são necessários vários dias para que estes índices se tornem alterados e aparentes. Podemos classificar as anemias regenerativas hemolíticas conforme a sua causa em: anemias de origem parasitária, tóxica e por distúrbios imunológicos. 3. ANEMIAS HEMOLÍTICAS DE ORIGEM PARASITÁRIA Alguns microorganismos parasitam diretamente as hemácias podendo resultar em hemólise intravascular ou extravascular.Hemoparasitas como a Babesia são os causadores da Babesiose Canina, que é um protozoário intracelular(Babesia canis - transmitida por carrapatos), tendo-se no início uma hemólise intravascular, com aparecimento de icterícia, embora isso não seja uma constante. Outros sintomas são febre, hemoglobinemia e esplenomegalia. As alterações laboratoriais mais importantes são: anemia regenerativa, trombocitopenia, leucocitose no pico da hemólise (não muito intensa), linfocitose na fase de recuperação, hemoglobinúria, bilirrubinúria, proteinúria, cilindrúria e alterações bioquímicas inespecíficas.

Figura 1: Hemácia ao centro parasitada por Babesia canis. Fonte:(2)

Hemobartonelose é uma parasitemia de gatos e cães causada por rickettsias denominadas de Mycoplasma haemofelis e Mycoplasma haemocanis, localizadas na periferia dos eritrócitos.Os principais sintomas são febre, icterícia, esplenome-

galia, hepatomegalia, prostração, anorexia e petéquias. As alterações laboratoriais encontradas são: anemia regenerativa

macrocítica hipocrômica, leucocitose com eosinofilia, trombocitopenia e proteinúria na urinálise.

4. ANEMIA HEMOLÍTICA TÓXICA Anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz pode ocorrer em cães e gatos. São compostos oxidantes presentes na circulação que podem reagir na hemoglobina em dois pontos: no radical sulfidril dos aminoácidos da globina e em parte da molécula de ferro. A oxidação da hemoglobina leva à precipitação e à formação do corpúsculo. Muitos casos de anemia hemolítica por corpúsculo de Heinz são resultantes da ingestão de substância oxidantes como cebola, ou da ação de drogas oxidantes como a Acetaminofeno. A cebola e o alho contêm dissulfeto de alilpropila e alicina, respectivamente, que causam a formação de corpúsculos de Heinz e anemia hemolítica. Os princípios tóxicos destes alimentos são oxidantes e acumulam-se nas hemácias, ocasionando a desnaturação da hemoglobina e formação dos corpúsculos. Há então a perda da capacidade de deformação das hemácias, havendo sua retenção nos capilares, e subseqüente fagocitose. 5. ANEMIAS HEMOLÍTICAS CAUSADAS POR DISFUNÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é uma consequência do aumento da destruição de hemácias, como resultado da ação de anticorpos contra estas ou da adesão de complexos imunes a ela. Uma forma de anemia hemolítica imunomediada que acomete animais recém-nascidos é a isoeritrólise neonatal. A anemia hemolítica autoimune é considerada uma das causas mais freqüentes de doença hemolítica em cães, mas é descrita com uma frequência muito menor em gatos. Pode ocorrer 29


HEMATOLOGIA como um evento idiopático ou ser secundária a uma variedade de desordens infecciosas, neoplásicas, entre outras. Os fármacos mais incriminados são o levamizol em cães e o propiltiouracil em gatos. Distinguir entre AhIm primária e secundária é crucial para um tratamento efetivo. A doença primária requer terapia imunossupressora agressiva. A AhIm secundária raramente responde bem sem que a causa primária seja eliminada e em alguns casos pode piorar com terapia imunossupressora. Não há achados patognomônicos para a AhIm, mas sabe-se que anemia com hematócrito inferior a 25%, presença de hemoglobinúria e/ou bilirrubinúria, reticulocitose, auto-aglutinação, esferócitos e uma resposta apropriada a terapia imunossupressora confirmam o diagnóstico de AhIm primária.

MATERIAL

Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa vermelha

Figura 2: Mucosas ictéricas de um animal com AHIM. Fonte: (3)

Urina em frasco estéril Sangue no tubo tampa vermelha Sangue em tubo tampa roxa, cinza e vermelha Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa roxa Sangue no tubo tampa roxa

COD/EXAMES

PRAZO DIAS

39-HEMOGRAMA COMPLETO - PET E ANIMAIS SILVESTRES

MESMO DIA

615- EHRLICHIA SP - METODO PCR REAL TIME QUALITATIVO

7 7

633- BABESIA CANINA - METODO PCR REAL TIME QUALITATIVO 548- MYCOPLASMA HAEMOCANIS (HAEMOBARTONELLA CANIS) - METODO PCR REAL TIME QUALITATIVO 668 - PERFIL DOENÇA TRANSMITIDA PELO CARRAPATO Exames: babesia - sorologia IgM, IgG; pesquisa de Erlichia - sorologia IgM, IgG. 234- URINA ROTINA 253- ANTICORPO ANTI NUCLEAR (ANA)- Diagnóstico de Lúpus Eritematoso. 788- CHECK UP GLOBAL DE FUNCOES COM HEMOGRAMA 358- PESQUISA DE HEMATOZOARIOS 713- TIPAGEM SANGUÍNEA DE CÃES 710- TIPAGEM SANGUÍNEA DE GATOS

7 3 1 4 1 1 1 1

Bibliografia • 1. ANEMIA HEMOLÍTICA EM CÃES E GATOS - REVISÃO DE LITERATURA. Solato, Priscila, et al., et al. 11, Garça : FAEF, 2008, Vol. VI. • 2. VETNEXT. Babesiosis in dogs and cats. VetNext. [Online] VetNext. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www.vetnext.com/search.php?s=aandoening&id=73323052010%20201. • 3. VetSuite Veterinarians - Hematology & Oncology . IMMUNE-MEDIATED HEMOLYTIC ANEMIA . WURTSBORO VETERINARY CLINIC. [Online] Vetstreet , 2010. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www.wvc.vetsuite.com/Templates/ContentPages/Articles/ViewArticleContent.aspx?Id=888.

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LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

MITOS E VERDADES NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA 1. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL – SOROLOGIA Em todo o Mundo, a Sorologia é o exame eleito como o mais SENSÍVEL para o diagnóstico laboratorial da Leishmaniose Canina. Em Todos os países onde esta doença está presente o que se realiza em PRIMEIRA INSTANCIA é a sorologia - seja por ELISA e IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA- RIFI e mais recentemente por Imunocromatografia, ou seja, pelas três combinadas, como realizamos no TECSA. A sorologia é muito SENSÍVEL E ESPECÍFICA. São centenas de publicações científicas respaldando este FATO. Use a Sorologia para o diagnóstico laboratorial inicial da Leishmaniose! 2. Por que utilizamos três métodos sorológicos na Leishmaniose ? Pelo mesmo motivo que o Ministério da Saúde padronizou vários métodos no diagnóstico da AIDS – para aumentar a certeza do diagnóstico laboratorial, uma vez que se trata de doença grave e de uma zoonose. Um método sorológico complementa o outro em sensibilidade (RIFI e DPP) e em especificidade (ELISA), a análise dos três em conjunto é que vai nos dar um bom diagnóstico laboratorial. 3. Quando tenho os três métodos divergentes, o que isto quer dizer? Temos de analisar cada método de forma separada e manter um estreito relacionamento com seu Laboratório de escolha para discutir os casos. Atualmente o método ELISA se encontra bastante específico e por isto as vezes pode conflitar com o método de RIFI e da Imunocromatografia, que estão com alta sensibilidade. Na RIFI e no DPP dificilmente vai “escapar “ um cão reagente sem que seja diagnosticado, isto quer dizer que praticamente não temos falso-negativos com estes métodos.

4. Um resultado Reagente no DPP e Não reagente no ELISA e na RIFI o que pode ser? Pode ocorrer de alguns animais serem reagentes no DPP e Não reagentes ou Indeterminados (Zona Cinza – perto do Cutoff do teste ) no ELISA e na RIFI. Nestes casos a explicação é a alta sensibilidade do DPP que pode levar ao estado de Reagente. O melhor a fazer nestes casos é solicitar a Sorologia com Diluição Total para ver até que ponto temos o titulo no exame de RIFI, caso esteja acima ou igual a 1/160 descarte reação cruzada – este cão tem Leishmaniose, mesmo se o ELISA estiver indeterminado - isto vai ser possível pois o ELISA está menos sensível do que a RIFI. Siga o resultado da RIFI. No caso de suspeita de reação cruzada a primeira coisa a fazer são os testes diagnósticos de patologias que podem levar a este quadro. Pesquise a presença de hemoparasitas, inclusive a presença de Tripanossoma. Pode ser erro do laboratório (geralmente pessoal mal treinado em RIFI ou com pouca experiência ) ou algum problema sério na conservação desta amostra – por exemplo amostra hemolisada ou com crioaglutininas repita o exame em outra amostra. 5. Deu um resultado Reagente no RIFI e Não Reagente ou Indeterminado no ELISA o que pode ser? • Pode ser Reação cruzada com outra patologia, pesquise as patologias que mais freqüentemente dão reação cruzada. • Pode ser o início de uma soroconversão de animal infectado , pois com a RIFI mais sensível do que o ELISA , nós podemos começar a ter Reagentes apenas no RIFI. Repita o exame após 30 dias – neste intervalo este animal será considerado suspeito, use coleira com Deltametrina + repelentes tópicos. • Caso o título da RIFI seja 1/80

solicite diluição Total ao laboratório, caso venha maior ou igual a 1/160, descarte reação cruzada e considere este animal como Reagente. • Este resultado também pode ocorrer quando existe uma hemólise muito acentuada da amostra, pois a hemólise interfere no ELISA. • Pode ser animal em tratamento que consegue “negativar “ o ELISA mas mantém a RIFI com baixos títulos. Lembre-se que existem Proprietários administrando Alopurinol por conta própria e isto causa uma mudança total na interpretação dos resultados dos exames. 6. Sorologia com Diluição total, o que é isto? O exame de Reação de IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA- RIFI, é o exame sorológico que sai com títulos, é quantificável quando Reagente. Começando com 1/40 - que consideramos um título baixo e na zona cinza da RIFI , e indo até títulos como 1/1280 ou mais. Quanto maior o título da RIFI, pior o prognóstico, segundo a literatura científica. Portanto, saber em qual patamar , com qual título está o animal que você encaminhou, é muito importante. No TECSA você pode solicitar a Diluição TOTAL – na rotina diluímos até 1/80, mas se solicitar diluição Total vamos diluir até o máximo. Com isto você pode acompanhar este animal se o mesmo for ser submetido a tratamento – pois sabemos que muitos colegas estão optando pelo tratamento, ainda que ilegal pelo MS. Títulos maiores ou iguais a 1/160 já afastam a possibilidade de ser uma reação cruzada, as reações cruzadas são quase sempre com títulos de 1/40 e até 1/80. 7. Outros Métodos Diagnósticos para Leishmaniose Não podemos esquecer que testes sorológicos requerem correlação clínica e epidemiológica e em caso de dúvida, se 31


LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA faz necessário a realização de outros testes diagnósticos como: PESQUISA DIRETA DO AGENTE através de Citologia/ Biópsia de Linfonodo, de Pele, ou ainda de Punção de Medula e a IMUNO-HISTOQUÍMICA. Ou Mais recentemente o PCR pelo sistema de Real Time – o mais moderno , sensível e seguro método de biologia molecular para o diagnóstico da LVC e que ainda serve para quantificar o agente em circulação no paciente. 8. Proteína Total e Frações – Relação A/G. Comprovada por diversos trabalhos científicos publicados. Nós do TECSA, relatamos esta correlação há muito tempo e agora diversos pesquisadores corroboram nossa experiência. Solicite, sempre junto à sorologia para Leishmaniose, o exame Proteínas Total e Frações, que vem com a relação A/G. Utiliza-se o mesmo SORO e o preço é muito acessível. Fique de olho na relação A/G, caso seja menor do que 0,60 a chance de ser uma infecção por Leishmania é grande, embora NÃO SEJA PATOGNOMÔNICO. Trata-se de mais um parâmetro que pode nos auxiliar nos casos Indeterminados ou com resultados de RIFI com 1/40 ou 1/80 persistentes. Peça sempre junto ao exame de Leishmaniose. O TECSA participa da REDE de Laboratórios do Diagnóstico da Leishmaniose visceral canina do Ministério da Saúde – através do LACEN – FUNED . E com isto somos submetidos a programas de Controle de QUALIDADE como o abaixo, que foi o último realizado, no qual atingimos nota máxima.

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PATOLOGIA

APLICAÇÕES DAS COLORAÇÕES ESPECIAIS

NO DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

1. INTRODUÇÃO O exame histopatológico é considerado uma “fotografia” das mudanças sofridas pelos tecidos como resultado da agressão dos diversos agentes (físicos, químicos ou microbiológicos). Através de sua experiência, o histopatologista procede à identificação, interpretação e associação das lesões com as prováveis causas. A identificação morfológica de microrganismos ou substâncias específicas pode aumentar a confiabilidade do diagnóstico. Esta identificação baseia-se no uso de corantes especiais, os quais dependem das características químicas, enzimáticas ou da capacidade de ligação da substância de interesse ao corante. 2. TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE ROTINA É a técnica tintorial empregada para facilitar o estudo dos tecidos sob microscopia. A coloração é de importância fundamental em histologia, pois os tecidos não tratados têm pouca diferenciação óptica. As colorações, de um modo geral, se efetuam por processos físico-químicos ou puramente físicos e podem ser consideradas segundo a modalidade, a ação, o caráter, o grau de ação, o tempo, o número de corantes e a cromatização. Para se corar adequadamente a célula, deve-se recorrer a um método de coloração sucessiva do núcleo e do citoplasma. A combinação mais comum de corantes usada em histologia e histopatologia é a Hematoxilina e Eosina (HE). Nas células coradas com HE (coloração de rotina) os ácidos nucléicos presentes no núcleo são corados pela hematoxilina, dando ao núcleo um tom azul-púrpura. A eosina é atraída pelos elementos básicos da proteína do citoplasma da célula, corando-o de róseo a vermelho. PRINCIPAIS APLICAÇÕES DAS COLORAÇÕES ESPECIAIS:

3. COLORAÇÕES PARA MICROORGANISMOS O isolamento de microorganismos causadores de doença nem sempre é possível, quer por demora entre a morte do animal e a colheita das amostras, o que permite a contaminação de todos os tecidos por microorganismos provenientes do intestino, quer por terem sido administrados aos animais agentes farmacológicos que inibem posteriormente o crescimento “in vitro” dos possíveis agentes patogênicos. Desta forma, foram desenvolvidas técnicas que quando aplicadas aos cortes histológicos permitem a identificação dos microorganismos. Nestas técnicas, incluem-se as técnicas para as bactérias gram-positivas e gram-negativas, micobactérias álcool-ácido-resistentes, fungos e parasitas. A coloração de Gram permite a separação das bactérias em gram-positivas, que retêm os complexos de cristal de violeta-iodina e em gram negativas, que são descoradas pelo álcool ou acetona e coradas pela safranina ou fucsina (corantes de contraste). No final obtemos as bactérias gram-positivas azuis escuras e as gram-negativas vermelhas. Já o fundamento da técnica de coloração de Ziehl-Neelsen baseia-se na capacidade que alguns microorganismos possuem em reter os corantes complexos básicos (tais como carbolfucsina) após forte descoloração com ácido-álcool. A resistência aos ácidos depende do elevado conteúdo em lípidos (ácidos micólicos e ácidos gordos de cadeias longas) das paredes celulares das micobactérias. A técnica de PAS, já referida é muito utilizada para evidenciar fungos, no entanto quando existem em pequena quantidade é preferível optar pelo método de Grocott. O método de Grocott permite-nos evidenciar fungos e leveduras. O método baseia-se na redução da prata pelos grupos aldeídos resultantes da oxidação pelo ácido crômico. No final, obtêm-se os fungos marcados de

cor negra. Na demonstração de protozoários a técnica mais popular é a coloração de Giemsa, com este método os protozoários e outros microorganismos ficam corados de azul escuro, enquanto que o fundo fica rosa ou azul claro, os núcleos ficam azuis. Há também evidenciação de grânulos citoplasmáticos em mastócitos, sendo muito aplicáveis na determinação de mastocitomas.

Bacilos álcool-ácido resistentes – Mycobacterium sp. Coloração especial - Ziehl-Neelsen

Hifas ramificadas - Aspergillus sp. Coloração especial - GROCOTT

4. PIGMENTOS E MINERAIS Nos tecidos podemos observar alguns pigmentos que devem ser caracterizados para assim se poder determinar a patologia em questão, dentre os vários pigmentos existentes e que tem importância na patologia animal destacamos a melanina, a hemossiderina, a lipofuscina e nos minerais o cálcio. Na reação de Perls para a hemossiderina, o ácido hidroclorídrico separa a proteína do ferro permitindo que o ferrocianido de potássio se ligue ao ferro na forma férrica e que se forme o ferrocianido férrico (azul da Prússia). Assim os tecidos com hemossiderina e alguns óxidos e sais de ferro ficam azuis. 33


PATOLOGIA

No método de Fontana–Masson para a melanina é utilizada uma solução de prata amoniacal sem banho redutor. Apenas as substâncias capazes de reduzir diretamente os sais de prata tais como a melanina são evidenciadas. No final, os grânulos argentafins e a melanina ficam de cor negra enquanto os núcleos e o citoplasma variam de rosa a vermelho. Já as lipofuscinas são uma mistura heterogênea de pigmentos nos quais se incluem os ceróides. Existem algumas técnicas que nos permitem evidenciar de alguma forma estes pigmentos, destacamos o método de Sudam negro B que deixa o pigmento negro e o método de Zielh-Neelsen modificado ficando as lipofuscinas de cor magenta. Finalmente, no método de von Kossa para o cálcio formam-se sais de prata que são depois reduzidos para prata metálica negra pelo uso de luz ou de um revelador fotográfico, obtendo-se no final os sais de cálcio de cor negra. 5. Reação de metacromasia Certos corantes reagem com os componentes do tecido e os coram com uma cor diferente da cor da solução corante. A mudança de cor do corante chamase metacromasia. O azul-de-metileno, o azul-de-toluidina e a tionina são exemplos de corantes simples que exibem metacromasia. Com os corantes azuis a cor muda para vermelho. A coloração dos mastócitos com o azul-de-metileno constitui um bom exemplo. Os grânulos do citoplasma coram-se em vermelho-púrpura, enquanto que o resto do tecido fica azul. 6. PAS (PERIODIC ACID-SCHIFF) É uma técnica de coloração muito útil e esteticamente agradável, substituindo em alguns laboratórios a coloração de rotina (HE – Hematoxilina e Eosina ). Esta técnica dá uma reação positiva com todos os polissacarídeos complexos, o que inclui o glicogênio, ácido hialurônico, mucoproteínas, glicoproteínas, glico-

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lípidos e fosfatídeos. Assim, serve para demonstrar/detectar o glicogênio, mucinas neutras, membranas basais e evidenciar a maior parte de fungos e parasitas. 7. COLORAÇÃO DAS FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO Existem algumas colorações para demonstração dos tecidos conjuntivos, a maioria cai na categoria das colorações tricrômicas. O termo coloração tricrômica é o nome geral para técnicas que evidenciam o músculo, fibras de colágeno, fibrina e eritrócitos. Como o nome indica, são utilizados três corantes um dos quais é usado como corante nuclear. Uma das colorações mais antigas é o método de van Gieson, com a qual os núcleos ficam de azuis escuros a pretos, cartilagem azulada, o colágeno vermelho (fibras de colágeno e membranas basais) e os outros tecidos amarelos (fibras elásticas, citoplasma das células epiteliais e musculares). Outra coloração tricrômica muito utiliza é a de Masson, com esta técnica pode-se observar os núcleos azuis escuros ou pretos, o músculo, os eritrócitos e o citoplasma das células vermelhos e o colágeno azul. 8. Coloração da substância amilóide A coloração com Vermelho do Congo seguida pela observação com luz standart ou polarizada é a técnica mais prática para detectar a substância amilóide. A coloração não tem nenhuma especificidade química, sendo dependente da disposição das moléculas. Nesta técnica, a substância amilóide, o tecido elástico e os grânulos eosinofilicos ficam vermelhos enquanto que os núcleos ficam azuis. 9. Coloração de gorduras As técnicas que permitem a detecção de gorduras estão muito limitadas visto não poderem ser aplicadas em material em parafina, devido ao fato das gorduras se dissolverem no xilol ou nos outros materiais usados para esclarecimento. Fica, portanto, limitada a sua aplicação

aos cortes de congelação. A técnica de Sudan negro B cora os ésteres de colesterol e os triglicerídeos de azul muito escuro e alguns fosfolipídeos de cinzento. 10. Avaliação da proliferação celular Avaliação quantitativa de AgNOR permite, mais do que o índice mitótico, a correlação entre grau histológico e prognóstico, já que essa contagem revela o estágio do ciclo celular. Um aumento no número de AgNOR seria resultado de proliferação celular com aumento na transcrição e aumento do conteúdo celular de DNA, o que ocorre em células que proliferam mais ativamente, auxiliando desta forma na avaliação do comportamento neoplásico ou hiperplásico. A técnica de AgNOR é útil para marcar o DNA ribossomal e seus níveis de transcrição, permitindo visualizar o nucléolo e estudar a variação do tamanho do nucléolo e o número de pontos corados pela prata em tecidos. 11. Colorações argentafins e argirofilicas A reação argentafim depende da presença no tecido de substâncias do grupo fenólico (tais como catecolaminas ou indolaminas), que reduzem os sais de prata e outros metais – Fontana-Masson. Nos dois tipos de colorações obtêm-se grânulos castanhos escuros ou negros. Estas colorações utilizam-se para detectar células neuroendócrinas e melanina. 12. APOIO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Além do exame histopatológico de rotina (HE) ou com uso de colorações especiais, o TECSA Laboratórios oferece aos Médicos Veterinários uma grande variedade de exames para auxiliar no diagnóstico de diversas outras patologias, seguindo todos os padrões ISO de qualidade nas principais áreas:


PATOLOGIA COD/EXAME

PARÂMETROS

Biópsia incisional/excisional, peça cirúrgica e fragmentos de necropsia. PAS, GROCOTT, Giemsa, Ziehl-Nielseen, Shorr, Masson, Good Pasture (Gram), Vermelho Congo, Alcien Blue, Warthinc, Azul da Prússia, Von Kossa e Impregnação pela prata. Punção aspirativa por agulha fina, citologia vaginal, pesquisa de Leishmania sp., citologia de líquido cavitário, pesquisa de 87 - Citologia Malassezia sp. 648 - Imuno-histoquímica Leishmania sp. 89 - Necropsia Necropsia de animais domésticos e exóticos de grande e pequeno porte. 644 - Margens cirúrgicas Avaliação das margens de segurança da excisão tumoral através de marcação com tinta nanquim. 658 - Imuno-histoquímica de neoplasias Painel geral da neoplasia. Um marcador para determinação da origem (se epitelial, mesenquimal ou de células redondas), prognóstico e produtos de síntese de células neoplásicas. 86- Histopatologia 650 - Histopatologia com coloração especial

PRAZO 4 dias 7 dias 3 dias 4 dias 2 dias 4 dias 14 dias

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MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

ACNE FELINA DICAS DO LABORATÓRIO

DR. LUIZ EDUARDO RISTOW tecsa@tecsa.com.br MV, Mestre em Medicina Veterinária UFMG CRMV-SP 5540 V CRMV-MG 3708

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FONTE: ANJOS, T.M.

A acne felina é uma dermatose comum em felinos, de origem idiopática, sem predisposição sexual ou racial. Trata-se de um distúrbio de queratinização folicular e hiperplasia glandular que pode ser complicada por infecções secundárias, sejam elas de causa bacteriana, fúngica ou parasitária. Clinicamente acomete a porção do queixo e inicia-se com a formação de comedos, podendo infeccionar-se e evoluir para foliculite ou furunculose. Geralmente ocorre em gatos adultos ou geriátricos, sendo incomum em jovens, sendo esta uma diferença notável entre a acne felina e as acnes canina e humana, uma vez que estas duas últimas tendem a se confinar à adolescência, podendo ter correlação com a dinâmica de hormônios. Sua etiopatogenia ainda não é bem elucidada, havendo causa e predisposição multifatorial: alteração do ciclo de crescimento do pêlo, hábito pobre de higienização (grooming), estresse, predisposição seborréica, produção sebácea anormal, imunossupressão e infecção viral crônica concorrente. A acne felina está associada aos cuidados inadequados (ou à falta de cuidado) do felino, mas pode também ser secundária a demodicose, dermatofitose (Microsporum canis) ou infecção por Malassezia spp. A natureza cíclica da doença pode estar associada à inabilidade do novo pêlo anágeno de expulsar os plugues queratosebáceos. Infecções bacterianas quando presentes ocorrem secundariamente e associada à ruptura folicular. Uma variedade de bactérias pode estar envolvida como: Streptococcus spp., Pasteurella multocida, Staphylococcus spp. coagulase-positivo, Micrococcus spp., Escherichia coli e Bacillus cereus. Leveduras como Malassezia spp também são comuns. Alguns relatos estão associados à esporotricose. Também podem estar relacionadas com a acne felina a demodicose, dermatofitose e granuloma eosinofílico. Pesquisadores citam também o envolvimento de dermatite de contato com a acne felina, além de aparecimento inexplicável de acne felina contagiosa em animais

FONTE: ANJOS, T.M.

Acne Felina

Figura 1: Felino com dermatose na região do queixo (antes e após limpeza da área acometida)

de criatórios. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e na exclusão de outras causas como demodicose, malassesiose e dermatofitose. O diagnóstico diferencial deve também envolver atopia (alergia) e, laboratorialmente, a análise histopatológica que é uma ferramenta de grande auxílio na caracterização microscópica da lesão. Por se tratar de uma afecção muito comum e de etiopatogenia não muito bem esclarecida, os diagnósticos definitivo e diferencial, além da conduta terapêutica, devem ser baseados em exames laboratoriais. Para isso o TECSA Laboratórios disponibiliza várias análises citadas no quadro abaixo, além do Kit VetCheck para isolamento e identificação de dermatoses fúngicas. Bibliografia: Texto adaptado de ANJOS, T. M. Acne felina: Revisão de literatura.

“O que você quer na próxima DICA? Responda ao e-mail tecsa@tecsa.com.br e nos dê a sua sugestão, opinião ou dúvida. Teremos o maior prazer em ouvi-lo.”

Exames do Tecsa Laboratórios (Laboratório de referência nacional) que auxiliam no diagnóstico das principais Dermatopatias de Felinos Exames / Produtos

Prazo dias

Cód 684 - Teste Alérgico a Picada de Pulga (Saliva)

7

Cód 683 - Teste Alérgico Triagem

2 7

Cód 686 - Teste Alérgico Painel 24 Alérgenos

7

Cód 685 - Teste Alérgico Painel 36 Alérgenos

7

Cód 688 - Teste Alérgico Alergia a Malassezia

7

Cód 355 - Pesquisa de Sarna e Fungos

1

Cód 373 - Perfil de Hipertireoidismo: TGP (Alt), Creatinina, TSH, Hemograma completo, T4 Livre

3

Cód 086 - Exame Histopatológico

4 5

Cód 650 - Histopatológico com Coloração especial

7

Cód 051 - Cultura / Antibiograma

5

Cód 255 - Cultura para Fungos / Cód 625 - Antifungiograma

15 12

Cód 760 - Identificação Fúngica + Antifungiograma (pré-requisito: envio do VetCheck Dermatófitos com cultivo prévio)

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Kit VetCheck Dermatófitos com 6 4 testes

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MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

COLETA DE SANGUE PARA ANÁLISES LABORATORIAIS EM FELINOS 1. INTRODUÇÃO A criação de gatos como animais de estimação vem crescendo cada vez mais no Brasil. Os gatos possuem algumas particularidades da espécie como a coleta de sangue que requer alguns cuidados especiais para que se possa enviar ao laboratório amostras de boa qualidade e que irão fornecer resultados mais confiáveis. Sendo assim, essas particularidades serão citadas para auxiliar ao médico veterinário para que este sempre envie ao laboratório materiais de ótima qualidade que não comprometerão os resultados finais. 2. PREPARO DO PACIENTE E ENVIO DE AMOSTRAS Algumas recomendações são feitas antes de coletar o sangue do paciente em questão (felino). Inicialmente, o ideal é que o paciente esteja em jejum de 8-12 horas, para evitar que as amostras apresentem lipemia. A lipemia pode causar hemólise e alterar os resultados dos exames. Outra observação que deve ser feita diz respeito ao estresse provocado nos gatos no momento da coleta. O gato, diferentemente do cão, no momento da coleta apresenta sinais de medo e excitação mais intensos com a consequente liberação de adrenalina que em concentrações elevadas pode alterar o resultado de alguns exames (hemograma e glicemia). Assim, o ideal é deixar o animal o mais calmo e relaxado possível para iniciar a coleta. Deve-se respeitar o volume de sangue recomendado, pois se a quantidade de sangue colocada for maior do que a indicada no frasco o sangue poderá coagular e se a amostra for em menor quantidade poderá causar diluição da amostra, causando assim alterações. A homogeneização deve ser de forma correta e não se deve agitar excessivamente o tubo. O sangue coletado não deve permanecer em temperatura ambiente por muito tempo ou em altas temperaturas e nem mesmo ser congelado. É recomendado que permaneça sob refrigeração entre 2 e 8 °C até chegar ao laboratório no qual será processada. Após coletado o sangue não deve esquecer-se de identificar cada amostra com os dados do paciente, sempre acompanhada da requisição do exame para agilizar todo o processo laboratorial. 3. COLETA DE SANGUE Nos felinos, os locais de preferência e indicados para a coleta de sangue são: veias radial, jugular, cefálica, tibial e safena lateral ou medial. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados como: observar o calibre da agulha a ser utilizada com o calibre do vaso a ser puncionado. • retirar a pressão da seringa antes da colheita, para evitar colabamento das paredes do vaso a ser puncionado. • realizar a tricotomia e assepsia locais com álcool iodado a 70%. • • introduzir a agulha, já acoplada à seringa, com o bisel voltado para cima, num ângulo de aproximadamente 30°. evitar garroteamento prolongado e bombeamento do sangue. • deixar o sangue fluir com o mínimo de vácuo; caso o sangue não flua, rotacionar a agulha com a seringa delicada• mente, procurando melhor posicionamento. Uma alternativa interessante é utilizar o anticoagulante diretamente na seringa que coletará o sangue. Tal procedimento é recomendado para coletas prolongadas em animais de pequeno porte (principalmente gatos que relutam muito no momento da coleta), hipotensos e desidratados, pois impede a formação de coágulos e consequentemente a perda da amostra coletada. Para tanto, basta aspirar o anticoagulante na seringa com a agulha acoplada, fazendo com que o ponto morto da seringa fique preenchido com a solução. Assim, ao começar a fluir, o sangue imediatamente entrará em contato com o anticoagulante. Após o término da coleta, puxe delicadamente o embolo da seringa, deixando um espaço vazio de aproximadamente 1 cm entre o final do embolo e a superfície do sangue, e homogeneíze por inversão.

Bibliografia

• 1. Animal Medical Center (AMC). The Donation Process. AMC. [Online] NH Website Design. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www.amcne.com/services/blood-bank/about-the-donation-process/.

Figura 1: Coleta de sangue da veia jugular de um gato: Fonte: (1)

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MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

COLETA DE AMOSTRAS EM AVES SILVESTRES DICAS E ORIENTAÇÕES 1. INTRODUÇÃO A criação de aves silvestres ocorre por todo Brasil, tanto na forma amadorista (por hobie) quanto na forma comercial (preservação de espécies e venda de filhotes). No entanto, o criador tem que ser autorizado pelo IBAMA para que não possa ser acusado de cometer crimes ambientais. Dentre as aves mais apreciadas pelos criadores estão os pássaros canoros como o trinca ferro, curió, azulão, canário da terra e vários outros. Há também, as aves da família dos psitacídeos como o papagaio, a arara e as maritacas. Sendo assim, é comum chegar à clínica veterinária, um cliente portando uma destas aves solicitando atendimento e, como a maioria das doenças que afetam as aves silvestres são de origem infecciosa, é de extrema importância identificar o causador da doença para, a partir daí, o médico veterinário tomar as medidas cabíveis para combater e prevenir a doença. Dentre os principais agentes que causam doenças nas aves, estão as bactérias, fungos e parasitos (endo e ectoparasitos). A coleta das amostras de forma correta é de fundamental importância para realização dos exames laboratoriais e conclusão do diagnóstico.

fecções. É importante imaginar a unha dividida em 3 partes e o corte deve ser realizado na porção mais distal do corpo da ave por onde sairão gotas de sangue e caso seja necessário, pode-se cauterizar para interromper o sangramento. Caso o sangue não esteja saindo, verifique se a pata não está sendo comprimida impedindo esta saída. No caso de ser ne-

Fig. 2 – Contenção de um pássaro. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH

3. COLETA DAS FEZES A análise das fezes é de grande utilidade para a identificação do agente e com ela, pode-se realizar os exames parasitológico, esfregaço, PCR- RT ou pesquisa direta para Chlamydia e coprocultura. A melhor maneira de coletar estas fezes é colocar um pedaço de papel, plástico ou papel alumínio (limpos) abaixo dos poleiros de forma a coletar fezes frescas (recém liberadas). No caso de recintos coletivos, pode-se fazer um “pool” das fezes coletadas para enviar ao laboratório para serem analisadas.

Fig. 4 - Orientação de onde cortar a unha. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH

cessário um volume maior de sangue, este pode ser retirado por punção da veia metatársica ou braquial. Para isso, deve-se fazer uma assepsia do local com algodão embebido em álcool, puncione a veia retirando a quantidade necessária de sangue e, após a retirada, pressione o local por 1 minuto para reduzir a incidência de hematoma. O sangue colhido deve ser colocado no tubo adequado, ser identificado e mantido sob refrigeração.

Fig. 3 -Coleta das fezes em jornal. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH Fig. 1 – Trinca ferro. Fonte:fazendavisconde.com.br

2. CONTENÇÃO Para uma boa coleta de material, é essencial que se domine as técnicas de contenção para as diversas espécie de aves, tanto as de grande como as de pequeno porte. Além disso, pode-se minimizar o estresse da ave como também garantir a segurança de quem vai coletar a amostra.

4. COLETA DE SANGUE No caso da coleta de sangue para a realização de hemogramas, citologias, esfregaço, pesquisa de hemoparasitas entre outras análises, o sangue pode ser retirado a partir de um corte na unha. Para isso, inicialmente, deve-se realizar uma limpeza do pé e da unha a ser cortada e o material deve estar devidamente esterelizado para evitar possíveis in-

Fig. 5 – Coleta de sangue em pássaros. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH

5. COLETA DE MATERIAL PARA SEXAGEM AVIÁRIA A necessidade de saber o sexo das aves com precisão é de grande utilidade para os criadores de aves silvetres e com o intuito de auxiliá-los, o TECSA oferece 39


MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES a sexagem aviária que pode ser realizada pelo sangue ou penas das aves. No caso do envio de sangue, este deve ser coletado em papel filtro de sangue proveniente preferencialmente da unha (2 manchas de 2 mm cada). Já no caso de serem enviadas penas, estas, devem ser provenientes da região peitoral ou abdominal da ave e estas penas devem conter o bulbo (raiz) e não devem conter sangue sendo armazenadas em um recipiente limpo e seco. 6. COLETA DE SECREÇÕES COM SWAB Para coletar amostras da região cloacal com swab, alguns procedimentos devem ser adotados. Primeiro, deve-se afastar as penas da região da cloaca e introduzir o swab o qual deve ser proporcional ao tamanho da ave. movimentos rotatórios devem ser realizados com delicadeza na parede da cloaca para a coleta ser adequada. O swab cloacal é importante no diagnóstico de doenças como a Clamidofilose, salmonelose, Newcastle, doença de Pacheco, dentre outras.

Fig. 6 - Swab cloacal. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH

7. NECRÓPSIA E HISTOPATOLÓGICO A realização da necrópsia informa ao médico veterinário, possíveis lesões internas que não são visíveis durante o exame clínico as quais na maioria das vezes são patognomônicas da suspeita clínica. Para isto, deve-se enviar ovos, filhotes, aves inteiras ou órgãos devidamente armazenados sob refrigeração e em recipientes adequados (caixa de isopor lacrada e identificada). Já no caso do exame histopatológico (visa pesquisar alterações nos tecidos), deve-se enviar fragmentos de cerca de 3 cm imersos em solução de formol a 10%. Fig. 7 – Papagaio em necropsia. Fonte: Imagem cedida pelo M.V. Daniel Vilela-IBAMA/BH

8. APOIO DIAGNÓSTICO TECSA LABORATÓRIOS O TECsA Laboratórios oferece inúmeros exames para o diagnóstico de doenças das aves silvestres. Os seguintes exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega:

EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS MATERIAL Sangue em papel filtro ou 6 penas arrancadas do peito Fezes frescas em frasco adequado Raspado de pele Sangue em EDTA ou Heparina Ave que veio a óbito recente mantida sob refrigeração Ave que veio a óbito recente mantida sob refrigeração Fragmentos em solução formol a 10% Swab com meio de cultura Raspados, secreções ou swab com meio de cultura Sangue em EDTA ou swab de secreções Esfregaço de fezes/secreções

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EXAMES 369 / SEXAGEM AVIÁRIA 62 / EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES - AVES 355 / PESQUISA DE SARNA E FUNGOS 143 /HEMOGRAMA COMPLETO - AVES 301 / NECROPSIA AVES - PEQUENO PORTE 446 / PACOTE DIAGNOSTICO POS-MORTEM - AVES SILVESTRES 86 / HISTOPATOLÓGICO 51 / CULTURA BACTERIANA + ANTIBIOGRAMA 255 / CULTURA PARA FUNGOS 729 / PCR – RT CHLAMYDOPHILA PSITTACI 523 / PESQUISA DIRETA PARA CHLAMYDIA SP.

PRAZO DIAS 10 DIAS 2 DIAS 1 DIA 2 DIAS 2 DIAS 5 DIAS 4 DIAS 5 DIAS 12 DIAS 7 DIAS 3 DIAS




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