Jornal de Negócios - #345

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É HORA DO CHÁ

Mercado em torno da bebida está em alta no País, com destaque para pequenos negócios que investem em toque brasileiro sem abrir mão da tradição

Pág. 4

Aos 100 anos, Ponto Chic vai além do bauru Pág. 3

Amigos inovam com bar de carnes defumadas

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Revendedora
Pág.
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de lingerie evolui para marca própria
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Carla Cardoso, da Estrela Vitta: chá com saúde integrada

O nó górdio e a mortalidade empresarial

Neste mês de janeiro realizamos a primeira reunião do ano com o time de gerentes e coordenadores do Sebrae-SP.

O objetivo foi um alinhamento inicial em relação a 2023, que é o primeiro dos quatro anos de mandato desta Presidência do Conselho Deliberativo Estadual e da Diretoria Executiva.

Achei importante propor um desafio para tão qualificada equipe e busquei inspiração na antiga lenda do nó górdio, tido como impossível de desatar. Fazendo um breve parêntese, explico a lenda do nó górdio, nome de um antigo lavrador da Frígia, região onde hoje se localiza a Turquia. Ao chegar à cidade, Górdio notou a desorganização existente e, pelo seu espírito prático e comunitário, foi resolvendo um problema aqui, outro ali, até que os habitantes, muito felizes, o aclamaram rei da Frígia.

Porém, o tempo foi passando e começou a existir temor pela morte

Destaques

do adorado rei. Seria necessário escolher um sucessor. Mas como? Foi quando o rei Górdio deu um nó e lançou o desafio de que quem o desatasse seria o próximo rei.

Muitos tentaram e ninguém conseguiu, até a chegada de Alexandre Magno, que não teve dúvidas: desembainhou a espada e cortou o nó, sendo coroado para governar a Frígia e realizar grandes conquistas. O nó ficou tão famoso que o depositaram no templo de Zeus. Com o passar dos anos, essa metáfora tornou-se a ilustração da solução de um problema complexo, resolvido de maneira simples e eficaz.

E qual seria o nó górdio do Sebrae-SP? Sem dúvida, a redução do índice de mortalidade empresarial dos pequenos negócios. O que o Sebrae-SP poderia fazer para melhorar essa situação, que produz perdas para a sociedade, tanto de recursos e capital, quanto de esperança e sonhos?

Sebrae-SP abre 10 mil vagas para programa de inovação

Para aumentar a produtividade e implantar soluções inovadoras nos pequenos negócios, o Sebrae-SP está com 10 mil vagas abertas para o Programa ALI – Agente Local de Inovação – no Estado de São Paulo. As micro e pequenas empresas participantes do programa serão acompanhadas por um profissional durante seis meses. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 19 de fevereiro.

“O ALI é um programa consolidado com uma metodologia compro-

vada. Receber o acompanhamento de um especialista para identificar pontos de melhoria e auxiliar na implantação de soluções faz toda a diferença”, destaca o gestor estadual do programa ALI do Sebrae-SP, Adriano Nakamura.

Ao se inscrever no programa, a empresa passa por um diagnóstico para identificar o perfil de inovação e iniciar um ciclo de melhoria da produtividade composto por mapeamento de dificuldades, encontros de orientação personalizados,

Essa é a grande pergunta e nossa equipe foi então desafiada para encontrar soluções. Buscaremos incansavelmente as respostas em reuniões periódicas com os colaboradores, inspirando novos projetos e, principalmente, estimulando que todos vistam a “pele” dos empreendedores, entendam os problemas do dia a dia das empresas e contribuam com orientações que façam diferença para o empreendimento.

Com resultados positivos que se desdobrem em caixa e lucro, os pequenos negócios poderão crescer, atender mais clientes, comprar mais de fornecedores, empregar e remunerar seus colaboradores, pagar impostos, girar a economia e contribuir socialmente em suas cidades. É o que desejamos!

Conte com o Sebrae-SP em seu empreendimento. Estaremos cada vez melhores para melhor atendê-lo! Um ótimo ano empreendedor a todos!

desenvolvimento e implantação de soluções, aplicação de ferramentas de inovação, mensuração de indicadores e trocas de boas práticas.

A inovação nem sempre está ligada ao lançamento de um produto ou serviço. Em muitos casos, a inovação ocorre no ajuste de um processo que refletirá em um aumento de produtividade e ganho no faturamento.

Em 2022, foram atendidas 20.757 empresas, que registraram um aumento médio de 29,4% na produtividade e de 98% no quesito inovação.

“O programa registrou uma abrangência de 513 municípios atendidos, o que representa cerca de 80% do total das cidades do Estado de São Paulo. Isso mostra a capilaridade do programa, que auxiliou muitas empresas, principalmente na pandemia, a remodelar os negócios e vender online”, afirma Nakamura.

Os interessados e interessadas em participar do programa podem se inscrever pelo site https://sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/brasilmais.

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MANUEL HENRIQUE FARIAS RAMOS, Presidente do Sebrae‑SP

Tradição como marca

vai ter, a decoração, uniforme dos garçons. Mas isso não significa que ficamos parados no tempo, que não vamos digitalizar ou atender pelos aplicativos de delivery. Os pratos vegetarianos, veganos, a diminuição do consumo de carne e os hambúrgueres vegetais que imitam o sabor da carne, por exemplo, já são muito mais do que tendências, estão consolidados. Já é necessário ter opções para estes públicos. Mantemos a receita original, pois é isso que a maioria dos clientes vem buscar, mas nos permitimos variações para atender um público mais novo.

Você representa a quarta geração da família no Ponto Chic. Como fazer um negócio familiar prosperar?

mos sem repassar tanto para os produtos?

Para quem vive na Capital paulista, é praticamente impossível dissociar o lanche bauru do Ponto Chic. Pão francês, rosbife, picles, tomate e o mix de quatro queijos fundidos se tornaram sinônimo de um dos restaurantes mais longevos de São Paulo, que chegou à marca dos 100 anos vendendo 140 mil baurus em 2022, mas sem antes passar por diversos obstáculos, como sucessões familiares e a pandemia de Covid-19. Na entrevista abaixo, Rodrigo Alves, da quarta geração à frente da lanchonete, comenta sobre os desafios de equilibrar tradição e inovação em suas quatro lojas.

Quais as maiores dificuldades para empreender no Brasil hoje?

Com certeza é a instabilidade. É muito difícil fazer um planejamen-

to de longo prazo. Estamos sempre suscetíveis a reviravoltas na economia que acabam dificultando muito. Não é possível ter tempo para a ideia madurar. Em paralelo, aponto também a insegurança jurídica, principalmente nas questões trabalhistas. Ficamos em dúvida em como agir, mesmo fazendo aquilo de acordo com o que é correto.

Quais os desafios em manter uma rede de 100 anos como o Ponto Chic e dosar inovação com o tradicional, como o clássico bauru?

Eu costumo falar que o Ponto Chic é um jovem senhor de 100 anos, exatamente por estar aberto à inovação e novas tendências. Mas a nossa hospitalidade é tradicional. A gente vende tradição. O cliente vem ao Ponto Chic esperando ter uma experiência tradicional e o que vai trazer isso é a nossa hospitalidade: a forma de atender, a imagem que

Tivemos a primeira geração do senhor Odílio (Cecchini, fundador) que acabou vendendo o Ponto Chic para o meu avô e meu pai, já que não teve uma sucessão familiar pensada. O importante para um negócio familiar é pensar justamente na sucessão. Pensar se serão herdeiros, que vão viver da renda do negócio, ou se vão para dentro do negócio, entender e se especializar. Essa escolha depende muito mais dos sucessores do que dos mais velhos. Tudo isso precisa ser construído, planejado e discutido por várias mãos dentro da família para que todos fiquem confortáveis e colocando a empresa como prioridade.

Quais os principais ensinamentos que a pandemia trouxe?

Certamente a gestão financeira. O quanto é importante ter os números e os relatórios de acompanhamento da gestão todos prontos. As empresas foram pegas desprevenidas, mas conseguiu sobreviver quem tinha como injetar capital ou um relacionamento bem estabelecido com o banco, com acesso a crédito, para depois renegociar as dívidas em várias parcelas futuras. Além disso, o próprio capital de giro precisa estar redondo justamente para manter a empresa em pé nesses momentos cruciais.

Como os restaurantes podem lidar com a alta dos insu-

Isso depende muito da estratégia e do perfil do negócio. No caso do Ponto Chic, temos a qualidade como valor da empresa. Qualidade não se negocia. Então vai ser muito difícil não repassar o custo para o cardápio. A gente sabe que se baixarmos a qualidade ou diminuirmos a porção, vamos perder o cliente para sempre. Se eu repasso o valor, o cliente pode até reclamar, mas retorna e continua frequentando, pois percebe que o preço continua justo para a qualidade do produto. Agora, depende também do perfil do cliente e do contexto de cada empresa. Se ela está em um lugar cuja competição está acima do preço, então se faz necessário usar a criatividade, lançar pratos novos, apresentações diferentes que consigam driblar um pouco essa questão. Por isso é preciso ter os números da empresa na ponta do lápis para saber exatamente quando é preciso fazer reajustes. Não adianta fazer algo para agradar o cliente e não pensar na sobrevivência da empresa. É necessário ter equilíbrio.

O bauru é um patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. Há planos de expansão da marca?

No momento, não temos nenhum plano de expansão para fora da cidade de São Paulo. Temos estudos acontecendo em novas áreas para a abertura de dark kitchens, exclusivas para delivery, mas ficamos sempre atentos às oportunidades que possam surgir, apesar de não ser a prioridade no momento. Precisamos agora voltar a termos robustez financeira. Por conta da pandemia foi necessário injetar capital na empresa, fazer endividamento bancário. Optamos por não demitir ninguém da equipe. Estamos colhendo esses frutos porque estamos com a equipe formada, inteira, todos treinados. Não enfrentamos hoje um problema comum no segmento que é a contratação de mão de obra.

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Entrevista do mês Rogério Lagos Foto: Divulgação Rodrigo Alves, do Ponto Chic: 140 mil baurus vendidos em 2022

Cada vez mais presente nas prateleiras dos mercados brasileiros, o chá está conquistando espaço nos cardápios de cafeterias e ganhando suas próprias casas e lojas especializadas. E as expectativas são positivas: 43% de crescimento do mercado entre 2019 e 2023, chegando a movimentar R$ 1,5 bilhão este ano, segundo a empresa global de pesquisa Euromonitor.

A alta é motivada, principalmente, pela busca de bebidas saudáveis, livres de açúcar, com baixo número de calorias, sem conservantes e corantes. A consultora do Sebrae-SP

Helena Andrade destaca, ainda, outro ponto a favor dos chás: as diversas finalidades relacionadas ao seu consumo, como hidratação, relaxamento e bem-estar.

Mercado de chás

Expectativa é de alta de 43% no mercado brasileiro entre 2019 e 2023;

Sejam prontos, em saquinho, a granel, gaseificados ou cheio de bolhas: o bubble tea. Para quem tem interesse de investir no setor de chás, Helena afirma que ainda existe espaço para crescer, sobretudo pela aceitação entre o público jovem, que será responsável pela expansão do produto nos próximos anos, segundo relatório da ONG Forum for the Future.

“Grandes marcas de chá passarão a expandir seus investimentos no Brasil, uma vez que o consumo no Oriente já está consolidado e, aqui, há um grande potencial de consumo. Outro ponto importante é que pequenas marcas de chá têm um apelo maior com relação a sustentabilidade, e isso vem conquistando a preferência de muitos consumidores”, reforça a consultora do Sebrae-SP.

A empresa Estrela Vitta existe há dez anos oferecendo serviços de saúde integrativa. Mas foi no início da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, que a proprietária Carla Cardoso resolveu criar blends (misturas) de ervas para ajudar os clientes a ficarem em casa mais calmos durante o período de incertezas.

Carla esteve na China em 2019, onde realizou um curso de ervas chinesas e, desde então, busca se aprimorar na área. Foi durante uma missão empresarial promovida pelo Sebrae-SP para Dubai, nos Emirados Árabes, que a empreendedora abriu os olhos para inovar e investir no mercado.

A viagem também rendeu novos parceiros para negócios. O cacau de qualidade da Chocolates Baianí,

de Juliana e Tuta Aquino, foi usado nos blends para aumentar o aroma e qualidade do produto e resultar em um chá gourmet especial.

E, junto com Pedro Moura Junior e Rafaela Emerin, da Cervejaria Cão Loko e FCB Gastro Pub, Carla está criando um chá gaseificado. “É uma tendência que está aumentando a cada ano em vários países e estamos confiantes de que o produto também seja aceito no Brasil, mas também ousamos buscar a chance de exportação”, destaca. Hoje, a Estrela Vitta tem uma casa de chá em São Paulo, clínica de saúde e abriu recentemente uma fábrica de chás e infusões. O otimismo também está na estratégia para a empresa, com planos para aumentar a fábrica e buscar novas parcerias.

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Foto: Divulgação Carla Cardoso, da Estrela Vitta: planos de aumentar a fábrica de chás e infusões

esquenta no Brasil

conheça

RAÍZES

Outra empreendedora que aposta nos chás é Patrícia Akemi Fuzisaka Moribe, fundadora da Mori Chazeria, aberta em 2021, em São Paulo. Pertencente à terceira geração de imigrantes japoneses no Brasil, Patrícia tem orgulho das suas raízes e bebe chá desde criança. “O chá faz parte da cultura oriental e percebi que, por meio do chá, eu poderia divulgar a cultura dos meus antepassados de uma forma inovadora e interessante”, relata. Além das infusões, o local oferece almoços, salgados, doces e realiza eventos especiais. Ainda tem opções mais “tropicais”, como drinks não alcoólicos com chá e suco de fruta, chá gelado com água de coco, infusões brasileiras, como o mate com limão ou capim-limão com suco de maçã, chamado de “sucha” (suco + chá).

Entre os fatores que contribuíram para o crescimento do mercado, Patrícia aponta a preocupação crescente dos brasileiros com a alimentação e a busca por uma vida equilibrada. “O chá pode ser um aliado no nosso dia a dia corrido. O momento do chá pode ser um momento prazeroso de autocuidado. Ele é um produto muito rico em sabores, aromas, histórias e cultura”, destaca.

Para fomentar o negócio, a empreendedora pretende seguir com a divulgação da cultura japonesa e a cultura do chá. “Pretendemos oferecer mais tea experiences, workshops, palestras e cursos sobre temas relacionados à cultura oriental”, planeja.

ROTA DO CHÁ

Conhecida como a capital brasileira do chá, o município de Registro, no sul do Estado de São Paulo,

chegou a ter um ‘boom’ com cerca de 40 fábricas em funcionamento. Atualmente três empresas se destacam, cada uma com suas características, e fazem parte da Rota do Chá, evento anual de conhecimento, vivência e networking.

A Rota promove visitas guiadas no Sítio Shimada (chás orgânicos e artesanais), Sítio Yamamaru (chás cultivados sob método agroflorestal) e Amaya Chás (única fábrica de maior porte da região). A proposta é para o participante vivenciar o chá como um todo: desde a colheita, passando pelo processamento até a degustação, em uma imersão com muitas histórias. Neste ano, o evento acontece de 9 a 12 de novembro (informações em https:// infusorina.com/)

A família dos irmãos Miriam Mikiko Yamamaru Oka e Kazutoshi Yamamaru chegou ao Brasil em 1953, onde se estabeleceu no

Modelos de negócio

Bairro da Raposa. Assim como as outras empresas do setor, sofreu na década de 1990 e chegou a encerrar as atividades. A retomada ocorreu mais recentemente, em 2017, com a proposta de um sistema agroflorestal, ou seja, as plantas do chá são cultivadas entre outras plantas nativas, como o palmito juçara. “Esse consórcio com a natureza deu muito certo”, conta Miriam.

O Sítio Yamamaru também faz parte de um projeto do Sebrae-SP para desenvolver o turismo rural no Bairro da Raposa em conjunto com mais sete empresas, de diferentes produtos. “Desenvolver a qualidade do produto artesanal é a forma das pequenas empresas se diferenciarem no mercado. Estamos fazendo um trabalho para desenvolver a comunidade para o turismo e aumentar as frentes de atuação”, afirma o consultor do Sebrae-SP Ricardo Oliveira.

O empreendedor disposto a investir no mercado encontra uma série de oportunidades, como fabricar seu próprio chá e comercializar, atuar com sua marca em eventos e atender o mercado corporativo. Outras possibilidades são: importar chás e comercializar os produtos nas redes sociais ou em loja física no varejo ou atacado, montar uma chazeria para atender presencialmente os apreciadores da bebida e diversificar o portfólio com outros produtos, comercializar bubble tea, fabricar ou importar kombuchas (bebida fermentada a partir do chá) ou adquirir uma franquia.

Mas, antes de avançar no negócio, a consultora do Sebrae-SP Helena Andrade destaca a importância de entender os hábitos de consumo dos clientes e as questões ligadas a sustentabilidade “Nesse ponto as pequenas marcas ganham vantagem e podem fazer disso parte da sua proposta de valor. Entender as mudanças nos hábitos de consumo das pessoas e mostrar que o chá é capaz de oferecer uma experiência que vai muito além do simples consumo da bebida”, reforça.

Segundo a consultora, a falta de conhecimento sobre o produto ainda é um desafio para quem atua no setor. Outro ponto de atenção é que muitas pessoas ainda preparam o chá de maneira incorreta, impactando diretamente no sabor e na experiencia de quem está consumindo. “Fatores como o tempo de infusão e temperatura da água impactam diretamente no sabor”, alerta.

Sítio Shimada

Ume Shimada, do Sítio Shimada, foi tema do “Conte sua História” do Jornal de Negócios. Confira a matéria em: https://sp.agenciasebrae.com.br/cultura-empreendedora/educacao/aos-95-anos-vovo-empreende-com-fabricacao-de-chas/

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pequenas empresas que já atuam no setor, com inovação e toques locais
Patrícia Fuzisaka Moribe, da Mori Chazeria: chá vem de tradição familiar

Plano de sucesso

O ano de 2023 chegou com a expectativa de melhora para os negócios; veja dicas para estar pronto

Oano novo se inicia e, com ele, muitos empreendedores renovam seus votos e o desejo de ver o negócio crescer e prosperar. Para tanto, é necessário ter metas definidas e um plano de ação elaborado para alcançá-las. O consultor de negócios do Sebrae-SP, Ruy Costa, afirma que é comum que empresários possam se sentir perdidos na hora de estabelecer uma direção a ser seguida. “É necessário ter metas definidas e um plano de ação elaborado para alcançá-las. E é nesse momento que o planejamento estratégico entra em cena. Alguns estudos indicam que a falta de planejamento é uma das principais razões que contribuem para a mortalidade dos pequenos negócios”, afirma o consultor.

Para ajudar os pequenos negócios, o especialista elaborou algumas orientações para que os empreendedores iniciem o ano com o pé direito.

Saiba quais são seus objetivos

Os objetivos do seu empreendimento para este ano devem estar claros num plano de negócios, de modo que o empreendedor identifique os passos para atingimento das metas e, assim, obtenha resultados positivos na empresa.

Conheça seu negócio

É preciso conhecer os processos internos da empresa e saber operá-los de forma a superar as dificuldades macroeconômicas do novo ano. Entre esses processos, estão controle de custos, informações de fornecedores e processo produtivo.

Atenção ao capital de giro

É a quantidade de dinheiro que a empresa precisa ter à disposição para pagar contas básicas, como seus custos fixos, por exemplo. Ter uma boa previsão dessa receita é fundamental para um negócio saudável financeiramente.

Controle seu fluxo de caixa

É obrigatório para qualquer negócio ter controle diário das entradas e saídas de dinheiro, conforme as datas dos compromissos. Isso ajuda a identificar a disponibilidade de saldo para tomada de decisões que envolvem custos.

Faça a DRE – Demonstração de Resultado do Exercício

Essa é uma ferramenta básica que ajuda a entender o negócio levando em conta o mês anterior, sendo possível enxergar as finanças da empresa e, assim, corrigir as estratégias para o mês seguinte.

Não misturar as contas

Sempre mantenha em separado as contas do empresário como pessoa física das contas jurídicas do negócio. Nada de pagar boletos de casa com o dinheiro da gaveta da empresa.

Saiba divulgar

O que não se mostra, não se vende. Por isso, é importante ter uma boa relação com seu cliente, oferecendo a ele uma experiência diferenciada desde o primeiro contato até o pós-venda.

Olho no dinheiro que não é seu

Atenção para não se deixar levar pela necessidade urgente de dinheiro e usar de alternativas mais caras – como um empréstimo direto no aplicativo do banco ou deixar a conta no vermelho – quando poderia utilizar um financiamento mais barato ou uma linha de crédito mais adequada ao seu perfil.

Invista o lucro de forma correta

Saber investir o lucro da empresa é um dos segredos de um bom negócio. O dinheiro que “sobra” pode ser muito útil para gerar receita para futuros investimentos.

Capacite-se!

No mundo dos negócios atual, a importância de se capacitar adequadamente é um fator decisivo no sucesso ou fracasso de seu negócio. Procure ajuda especializada, faça um diagnóstico e entenda quais pontos você precisa melhorar.

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Vendas consultivas – um novo conceito em vendas

Em tese, existem dois tipos de vendas: a venda de alto impacto – a mais conhecida –, e a venda consultiva. Na venda de alto impacto prevalece a força do argumento. Nela, o vendedor se esforça para derrubar as objeções, enfraquecendo-as com argumentos ensaiados, com um grau elevado de insistência. Já a venda consultiva é aquela em que a argumentação não é tão importante, pois o que vale é o entendimento das necessidades do cliente.

Mas vender soluções implica necessariamente em quê?

1) O vendedor precisa encontrar um comprador com uma necessidade;

2) O vendedor precisa fazer o comprador admitir a necessidade;

3) Juntos, vendedor e comprador precisam desenvolver uma visão de solução baseada nos produtos e/ou serviços ofertados. Uma necessidade ou desejo é aquilo que motiva um cliente a buscar uma solução. Necessidades e desejos não são a mesma coisa, embora o cliente as apresente como tal.

2023: desafios à frente

O trabalho do consultor de vendas é buscar o entendimento mútuo com o cliente. Sua habilidade é que vai qualificá-lo com um verdadeiro consultor de vendas. Mas, afinal, como fazer uma venda consultiva com sucesso?

Confira algumas dicas:

 Demonstre empatia (coloque-se no lugar do cliente);

 Elabore questões para entendimento claro de suas necessidades;

 Peça mais detalhes: “Conte-me mais sobre isso”;

 “Tem certeza que vamos à causa do problema e não um mero sintoma?”;

 Apresente respostas claras, completas e confiáveis;

 Estabeleça um canal de comunicação claro, sem ruídos ou mal entendidos.

Por meio desta ferramenta, podemos criar uma relação de longo prazo com nossos clientes.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

A primeira edição do Jornal de Negócios de 2023 marca também o início da nova gestão da diretoria executiva do Sebrae-SP. Os desafios que estão colocados à nossa frente são muito claros: é preciso encontrar maneiras para que os empreendedores do Estado de São Paulo consigam aplicar cada vez mais as soluções oferecidas pelo Sebrae-SP no dia a dia de suas empresas e percebam os resultados na prática, seja no aumento das vendas, na redução de custos ou na conquista de novas parcerias, por exemplo. Nosso compromisso é de melhoria constante, especialmente no que diz respeito à inovação e ao uso de tecnologias digitais, assim como no fortalecimento da cultura empreendedora para chegar até aqueles que ainda estão pensando empreender.

Outro desafio diz respeito aos Microempreendedores Individuais (MEIs), a categoria que mais cresceu nos últimos anos, especial-

mente durante a pandemia. Hoje são mais de 11,5 milhões de MEIs no Brasil, sendo que 3,2 milhões estão apenas no Estado de São Paulo, segundo o Data Sebrae. Precisamos de atenção especial a esse público, garantindo capacitação para que eles consigam evoluir na trajetória empreendedora, fazendo com que o trabalho se traduza em renda e em expansão dos negócios. Além disso, é necessário sensibilizar trabalhadores que estão na informalidade sobre a importância de se tornar MEI, com cobertura previdenciária e mais profissionalismo.

Estamos empenhados em criar novas ações para sermos o diferencial no desenvolvimento dos pequenos negócios no Estado de São Paulo. Tudo isso envolve um trabalho conjunto do Sebrae-SP e de seus colaboradores com governos e entidades de classe, mostrando a importância do empreendedorismo como gerador de renda, ocupação digna e desenvolvimento econômico. Os desafios que 2023 nos coloca são grandes, mas maior ainda é nossa determinação em tornar o ambiente empreendedor paulista ainda mais dinâmico e descomplicado.

Acompanhe o Sebrae‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: facebook.com/sebraesp flickr.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo

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ELOGIE.

ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br

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ANDERSON SANTOS Consultor de negócios do Sebrae-SP Divulgação SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos NELSON HERVEY COSTA , ‑superintendente do Sebrae‑SP

o sebrae‑sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.

Para tornar a comuni cação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos pre senciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antece dência de 5 (cinco) dias úteis à data de realiza ção do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pes soalmente nos Escri tórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800.

SUA EMPRESA PODE FAZER PARTE DO TIME DE PARCEIROS DO SEBRAE-SP

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anunciar sp-jn@sebraesp.com.br Comercial É pra já. É pra você.
Pra transformar aquele seu sonho em negócio.

Inovação entre amigos

O restaurante e bar Braza5 inaugurou dois meses antes da pandemia e teve de se reinventar para continuar funcionando

Ana Roxo*

Orestaurante e bar Braza5, localizado em Mogi das Cruzes, nasceu em janeiro de 2020. Com apenas dois meses de funcionamento, no entanto, os sócios tiveram que fechar as portas por causa da pandemia de Covid-19 e tiveram de se adaptar a um novo estilo de servir comida.

O Braza5 nasceu do sonho de cinco amigos: Renato e Rafael Russo, Charbel Antoun, Thiago Eloy e Paola de Morais, que sempre gostaram de se reunir para fazer churrasco e tomar cerveja. “Antes de investirmos no negócio, fizemos cursos de churrasco, de assadores, cursos de como fazer cerveja, então nos juntávamos nos fins de semanas e passávamos oito horas fazendo nossas próprias cervejas e churrasco. Foi daí que veio a ideia de abrir um empreendimento que juntasse essas duas paixões: churrasco e cerveja”, diz a sócia Paola.

Um dos momentos mais desafiadores para o empreendimento foi justamente o começo da pandemia, com o restaurante no início e os sócios ainda aprendendo a gerenciar o estabelecimento da melhor maneira. “No dia 17 de março (de 2020), a gente teve que esvaziar toda a cozinha e o bar, colocamos os itens e ingredientes todos no nosso salão que era para receber pessoas e fomos dividindo entre nós e os funcionários, porque senão aqueles itens seriam perdidos. Foi uma situação bem triste, parecia que nosso sonho estava morrendo”, conta.

Depois de 15 dias, quando passou a ser permitido que restauran-

EXPEDIENTE

Publicação mensal do Sebrae‑SP

Edição impressa

CONSELHO DELIBERATIVO

Presidente: Manuel Henrique Farias Ramos

tes trabalhassem na modalidade delivery, o Braza5 decidiu se reinventar, e mesmo sem terem estudado ou se planejado para ser um restaurante com atendimento a distância, decidiram focar nas entregas para sobreviver e tornar-se conhecido entre a clientela.

Além de restaurante, no local também funciona uma loja com itens de churrasco, cervejas artesanais disponíveis para compra e lembrancinhas personalizadas do próprio empreendimento. Com a volta da abertura dos restaurantes, mesmo em horários restritos, a loja foi determinante para eles terem um retorno financeiro positivo.

Mas foi em 2022 que o restaurante cresceu e ganhou visibilidade, com o principal diferencial sendo na hora da preparação das

DIRETORIA EXECUTIVA

suas carnes. “Nós trabalhamos com as carnes defumadas, feitas no pit smoker. É um conceito em que são preparadas por 12 horas, um processo bem artesanal” explica Paola.

O estabelecimento tem espaço para 130 pessoas e hoje recebe eventos corporativos, casamentos, aniversários e, durante a Copa do Mundo, fizeram eventos especiais nos jogos do Brasil. Atualmente, o Braza5 se tornou um restaurante bastante conhecido em Mogi das Cruzes e recebe público de diferentes idades e de fora da cidade. “Nossa faixa etária está entre 18 anos e 60 anos, mas eu recebo pessoas com mais idade, porque vão os avós, os pais, e também temos pratos para crianças. Aqui todo dia é uma festa, a gente coloca música ao vivo, é uma área de relaxamen-

Diretor‑superintendente: Nelson Hervey Costa

Diretor Técnico: Marco Vinholi

Diretor de Administração e Finanças: Reinaldo Pedro Corrêa

JORNAL DE NEGÓCIOS

Unidade Marketing e Comunicação

Gerente: Vanessa Silva Pinto

ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

to, todo dia tem comemoração de algum cliente, então é sempre uma alegria diferente”, conta.

Quanto ao Sebrae-SP, Paola diz que foi essencial para estruturar e organizar o negócio, principalmente para o entendimento entre os sócios. “A gente não conseguia pensar direito nos relatórios, em como íamos trabalhar tudo isso. A gente vai inovar, mas como? São cinco cabeças pensando, com ideias diferentes, que se juntam e se divergem, e se entendem novamente. Então os programas do Sebrae-SP, como o ALI (Agentes Locais de Inovação), ajudaram a gente a estruturar essas ideias, onde vamos dedicar nossas energias”, lembra.

Paola também participou de vários cursos do Sebrae-SP e agora se prepara para dar início ao Empretec. “O diferencial do Sebrae-SP é que ele está abrindo nossos horizontes, além de todos os aprendizados que estamos tendo, ele está nos dando oportunidade de fazer networking”.

O consultor do Sebrae-SP Marcio Donizetti, do ER Alto Tietê, conta que o Braza5 teve grandes avanços após os cursos e consultorias. “Eles são aplicados, sempre procuram colocar em prática as orientações. No início tiveram problemas com relação ao atendimento, o que é normal para quem está começando. Mapearam os processos e pontos críticos e melhoraram”, afirma o consultor. E completa: “Eu frequento o estabelecimento como cliente, acho o ambiente inovador e sempre estou indicando”.

*Estagiária sob supervisão dos editores

Diagramação: Gibbor Brasil Publicidade e Propaganda. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME, Carlos Raphael do Valle – ME e Ferdinando Ramos Plus Images para o Sebrae‑SP. Apoio comercial: Unidade

Relacionamento: (11) 3177‑4784

SEBRAE‑SP

Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo ‑SP. CEP: 01504‑001

Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiárias: Ana Roxo e Maya Ortega. Imagens: www.gettyimages.com.

PARA ANUNCIAR sp jn@sebraesp.com.br imprensa@sebraesp.com.br FALE COM A REDAÇÃO

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(A partir da esq.) Charbel Antoun, Renato Russo, Paola de Morais, Rafael Russo e Thiago Eloy: churrasco virou negócio

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MULHERES LÍDERES E EMPREENDEDORAS

( Alta Books)

O livro oferece visões femininas sobre o mercado de trabalho. Apresenta também os sete compromissos que mulheres deverão assumir consigo mesmas para ter sucesso e que as guiarão rumo ao topo da carreira como executivas ou empreendedoras. A realização profissional e a consequente independência financeira são importantes meios de empoderamento. Este livro pretende mostrar que o talento, a inteligência e a capacidade feminina são necessárias e valorizadas hoje no mercado, nos mais diversos campos de atuação.

NEGÓCIO ESCALÁVEL: como transformar sua ideia em uma startup bemsucedida (Gente)

Ao criar uma empresa, o empreendedor sonha com a durabilidade e o sucesso financeiro do negócio. Porém, as dificuldades e os obstáculos, muitas vezes, fazem com que ele desista da escalada no meio do caminho. Segundo pesquisas, apenas 55% das startups continuam em pleno funcionamento após três anos do início do negócio. Como, então, recuperá-las ou já as criar para a longevidade? O autor Oséias Gomes apresenta as possíveis causas que derrubam um empreendimento, ensina os jovens empresários como evitá-las e mostra como alcançar o sucesso, estruturando a startup de fora para dentro, considerando as peculiaridades do mercado.

INVESTIMENTOS EM STARTUPS CAEM PELA METADE

Investimentos em startups brasileiras caíram pela metade em 2022, totalizando US$ 4,46 bilhões no ano passado, ante US$ 9,8 bilhões em 2021. Os dados são da plataforma de inovação Distrito. Apesar da queda, a cifra marca o segundo melhor ano para o setor, de acordo com a série histórica da Distrito, iniciada em 2013. O recorde continua com o ano de 2021, cujo valor de quase US$ 10 bilhões foi impulsionado pela digitalização da pandemia, que aquece o setor de startups, e pelos juros básicos então em baixa histórica.

BOA PARTE DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS NÃO ESTÁ PREPARADA PARA 5G

Dez de 26 municípios brasileiros com mais de 500 mil habitantes – desconsiderando as capitais –não contam com leis para receber plenamente a tecnologia 5G. A informação é do Conecte 5G, iniciativa das operadoras de telecomunicação para divulgar informações sobre a implantação no Brasil. As adaptações na legislação são importantes para o avanço da tecnologia, porque muitas cidades impõem restrições baseadas em leis de uso e ocupação do solo.

CONSULTA DE CPF E CNPJ JÁ PODE SER FEITA POR WHATSAPP

Empreendedores de pequeno porte já contam com um novo recurso que permite consultar pelo WhatsApp, em cerca de cinco minutos, o histórico de profissionais e companhias antes de assinar o contrato. O serviço é da startup Exato Digital. Ao enviar um número de CPF ou CNPJ para o contato do assistente virtual da empresa, um relatório é gerado com informações fiscais, trabalhistas, criminais e eleitorais da pessoa ou companhia analisada. A rapidez no retorno de informações é possível por meio de uma tecnologia que captura dados públicos de pessoas físicas e jurídicas disponibilizados em diferentes sites, como Portal da Transparência, Receita Federal e órgãos internacionais. O preço para consulta parte de R$ 20.

10 | JORNAL DE NEGÓCIOS
TEC &

IDEIAS

PODCAST

EXPONENTIAL WISDOM

Em inglês e comandado por Dan Sullivan e Peter Diamandis, apresenta conversas sobre tecnologia e inovação – além de servir para quem quer estudar o idioma. Serve de inspiração para pensar em negócios, saúde ou vida pessoal. Disponível na Apple Podcasts.

PERGUNTE A QUEM ENTENDE

Vale a pena investir em publicidade digital para mobile?

Estamos vivenciando um momento em que o mercado digital brasileiro está se estabelecendo cada vez mais nos dispositivos móveis. Conforme pesquisa realizada pela Digital AdSpend, do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), em parceria com a Kantar Ibope Media, cerca de 77% da distribuição de publicidade digital foi mobile e apenas 23% foi destinada para desktop.

DOCUMENTÁRIO

AMERICAN EXPERIENCE: HENRY FORD

Um fascinante retrato de um menino criado no campo que saiu do anonimato para se tornar a maior influência inovadora dos Estados Unidos no século XX. Disponível no Prime Video.

VÍDEO MEI

Fique por dentro das mudanças previstas para os MEIs em 2023 como novos valores de DAS, direitos e deveres.

https://youtu.be/EmKxTW7QQeU

O investimento em publicidade digital em apps para dispositivos móveis é extremamente necessário atualmente. Os apps passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Hoje podemos utilizar apps para tudo, desde jogos online, prática de exercícios e até transações bancárias. Aparecer para os internautas nesses momentos específicos é a oportunidade que as empresas não podem perder.

Um fator que leva ao atual investimento em publicidade nos dispositivos móveis é o amplo acesso à internet nas principais regiões metropolitanas do Brasil, que alcança 97% dos consumidores.

O mercado nacional está oferecendo uma ótima oportunidade para o desenvolvimento dos pequenos negócios. Todos sempre estão com o celular na mão e recebem diversos anúncios diariamente. Quem quer crescer, precisa de um bom planejamento para aproveitar essa oportunidade que o mercado oferece. Para se ter uma ideia, foi esperado um investimento de mais de R$ 30 bilhões em publicidade digital no Brasil em 2022.

No momento, temos mais celulares inteligentes em circulação do que pessoas no País. São aproximadamente 242 milhões de smartphones em uso, para 214 milhões de habitantes. A tendência para 2023 é que a distribuição de publicidade digital para mobile ultrapasse 80%. Esse número tende a crescer ainda mais e, junto com ele, o investimento na área.

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e ‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.

EDIÇÃO 345 | JANEIRO DE 2023 | 11
Divulgação Saiba mais em:

Lingerie para todas

“Desde sempre tive vontade de empreender. Comecei vendendo de forma consignada: comprava de vendedoras de joias, roupas íntimas etc. e revendia com uma comissão. Caso não vendesse, eu devolvia os produtos. Porém, eu ainda tinha vontade de me desvincular do método comissionado. Em um final de semana, viajei para Juruaia (MG) (cidade conhecida como “Capital da Lingerie”), onde comprei algumas peças básicas de lingerie e as revendi para minhas colegas de trabalho. No mês seguinte, eu fiz uma lista de encomendas e fui novamente para Juruaia. Com isso, acabei criando clientela e separava um final de semana do mês para ir até lá fazer compras.

Conforme as revendas iam dando certo, fui mantendo minhas clientes e montando um estoque, até que consegui unificar 22 ‘sacoleiras’ para realizar minhas revendas. Ao mesmo tempo, mantive meu trabalho de carteira assinada. Então, em uma de minhas visitas para Juruaia, fui conhecendo algumas pessoas, e uma delas foi um funcionário de uma loja que me propôs fabricar minhas próprias peças, em sociedade com a esposa dele, Elisângela. Juntando o nome dela ao meu, fundamos a Bella Li Lingerie.

No começo, funcionava da seguinte forma: eu e meu marido separávamos um dia da semana, levávamos a matéria prima até Juruaia e trazíamos as encomendas para São João da Boa Vista. Porém, as máquinas disponibilizadas eram um pouco limitadas, então investimos em mais uma máquina que podia realizar novos modelos de peças, para abranger mais clientes. Depois disso, eu separava meus pedidos em São João, distribuía entre minhas sacoleiras e deixava o resto para ser vendido em Juruaia.

Um ano depois, a empresa ia bem, mas o sócio, marido da Elisângela,

hoje minha gerente, disse que iria investir em agricultura, o que me levou a assumir o negócio. Hoje em dia, temos 20 funcionários no total, entre costureiros e vendedores. Trabalhamos somente com atacado, mas quando recebemos pedidos de varejo indicamos nossas revendedoras.

Conforme os anos foram passando, fui investindo mais em seguir tendências e abranger mais públicos, além de buscar mais conhecimento. Foi assim que comecei minha jornada com o Sebrae, passei por diversas consultorias, mas posso afirmar que uma das melhores que pude vivenciar foi o ALI (Agentes Locais de Inovação), em 2019, quando tive a oportunidade de aprender um pouco mais sobre identidade de marca e até investir mais em marketing por si só.

Ainda em 2019, surgiu uma ideia de um novo projeto: a confecção de sutiãs e próteses para mulheres que passaram por cirurgias de câncer de mama. A princípio, realizamos doações em um hospital em Botucatu, interior de São Paulo. Logo em seguida, quis expandir para a minha própria cidade, foi quando fui contatada pela Associação Comercial, junto a um grupo de mulheres empreendedoras, e em parceria com a Unifae (Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino) criamos o Projeto Supera, onde fazemos doações de próteses, sutiãs, lenços e almofadas para auxiliarem essas mulheres nesse período turbulento.

Durante a pandemia, tivemos que nos adaptar a esse ‘novo normal’, embora não conseguíssemos suprir

a demanda de um atendimento tão diferenciado como é com o presencial. Adaptamos estilos, criando peças mais confortáveis para o momento de quarentena, além de ter dado um boom na venda de pijamas, já que esse é o novo uniforme do home office. Agora, em 2023, o que temos como meta é investir em novos maquinários e ampliar o Projeto Supera, que agora também terá um ‘braço’ em Americana, além de um novo espaço, onde será sediado nosso ‘showroom’.

O que fica de dica é: sempre se organize em relação a suas metas, sempre traga produtos de qualidade para fidelizar os clientes e se organize financeiramente para que possa obter o sucesso desejado”.

*Estagiária sob supervisão dos editores

12 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Elizandra Beraldo, da Bella Li Lingerie: design próprio e preocupação social
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