Jornal de Negócios - Edição #332

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facebook.com/sebraesp    youtube.com/sebraesaopaulo    twitter.com/sebraesp     instagram.com/sebraesp | Versão impressa ­‑ 241.559 exemplares # 33 2 | Dezembro de 2021 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 |

Lucas Guilherme Vedelago, da Taboka Véia Fashion, em Rio Preto: expectativa alta

HORA DE VENDER (E DE PLANEJAR)

Empreendedores estão mais otimistas em relação ao Natal deste ano, mas devem aproveitar para organizar 2022 desde já. Veja as dicas para tirar o melhor do momento Pág. 8

Tradicional no interior, padaria aposta em delivery na Capital Pág. 3

Energia solar ganha espaço entre os pequenos Pág. 4

Sucesso do skate brasileiro impulsiona negócios do setor Pág. 6


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Transformação, gente e inovação – deu match! TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor Mais um ano desafiador termina. Em 2021, ainda sofremos os efeitos danosos da pandemia, mas com uma diferença importante: os aprendizados ao longo do ano serão essenciais para consolidar a atuação dos empreendimentos, de qualquer porte, rumo à reconstrução do crescimento sustentável. No nosso último bate-papo do ano, quero compartilhar com você algumas lições que consolidei de tudo que ouvi, vi e vivi nesses dias, em reuniões, visitas, debates, conversas com grandes e pequenos empresários, lideranças, especialistas, colaboradores: 1. Com as transformações geradas pela pandemia da Covid-19, e as próximas que virão, não há negócio que vá operar no mesmo formato. Portanto, faça a mudança, antes que alguém faça você mudar, como bem lembrou Ricardo Amorim durante sua palestra na Feira do Empreendedor. 2. Para ter êxito nessa estratégia, você precisa de três ativos: gente, inovação e conhecimento/matéria-prima. Ocupe-se de reter e promover o talento de seus colaboradores; consolide a cultura da inovação – é preciso reinovar constantemente; e dê match em novos aprendizados. a. Importante: toda e qualquer transformação, incluindo a digital, começa com a transformação humana. Não adianta adquirir os melhores equipamentos e não investir nas pessoas. 3. Invista no colaboracionismo e expanda sua rede de parceiros. Quando conectamos conhecimentos,

recursos e vontades, as chances de se chegar a um resultado melhor e mais rapidamente é gigante. Lembre-se de quantas equações até então impossíveis conseguimos solucionar neste ano, utilizando essa fórmula potente. 4. Cultive a atitude empreendedora em si e nos seus colaboradores. A busca de oportunidades e iniciativa; a persistência; corra riscos calculados; constante aprendizado, planeje, execute, monitore; estabeleça metas; amplie sua rede de contatos; tenha confiança. São ações como essas que vão dinamizar seu empreendimento. 5. Planeje para curto espaço de tempo; execute com transparência, ética e energia, monitore e remodele a realidade. Certeza que em algum momento você pensou: “não tenho tempo para isso, preciso vender, lucrar” ou ainda “isso serve para grandes corporações, eu sou pequeno e não tenho recursos para fazer tudo isso”. Verdade, não é algo fácil, mas não é impossível. Vimos tudo isso durante a Feira do Empreendedor Digital 2021 – a maior feira digital de empreendedorismo do mundo, com 600 expositores, mais de 200 mil atendimentos a 70 mil visitantes e negócios gerados durante as rodadas virtuais na ordem de R$ 10 milhões. Os empreendedores com quem tive a oportunidade de conversar saíram inspirados a colocar em prática as “teorias” que apresentamos acima. Temos também os resultados de pequenas empresas que participaram do programa Brasil Mais, realiza-

do pelo Sebrae, Senai e governo federal para confirmar isso. Em São Paulo os, 300 agentes locais de inovação (ALIs) atenderam neste ano, mesmo com todas restrições, mais de 10 mil empresas, em 567 municípios. No último ciclo de atendimento, os participantes registraram aumento de 45% de produtividade em plena pandemia, com a incorporação de inovação na gestão, mercado, produtos. O Sebrae-SP esteve, está e estará ao lado do empreendedor, apoiando o processo de reestruturação. Acabamos de aprovar o planejamento e orçamento de 2022, que vai garantir mais de R$ 670 milhões em ações efetivas de apoio ao empreendedorismo e pequenos negócios, assim como no desenvolvimento regional, inovação, arranjos produtivos, transformação digital e ampliação da cultura empreendedora. Nossa meta é atender 1 milhão de empreendedores em todo o Estado de SP. Porque acreditamos que esse é o caminho para o empreendedorismo 5.0, renovado, conectado, colaborativo, flexível, ágil, pronto para ser protagonista das transformações, verdadeiramente sustentável e peça-chave no movimento tão vital da reconstrução da nossa economia e sociedade. Aproveito este momento para desejar a você, seus familiares e colaboradores ótimas festas de final de ano. Que sejam renovadas em nós a fé, a esperança, a força e a resiliência para transformar nossas expectativas em conquistas fantásticas. Feliz Natal e próspero 2022.

Destaques

Programa Impulsiona SP oferece capacitação sobre inclusão produtiva

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Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, por meio do programa Impulsiona SP, firmou parceria com o Sebrae no Programa de Fortalecimento Local em Inclusão Produtiva (PFLIP). A iniciativa vem promovendo capacitações e auxiliando os técnicos e gestores da administração pública municipal e estadual e integrantes de entidades locais para a construção e implementação de ações integradas de inclusão produtiva. Até o momento, mais de 150 técnicos e gestores estão em formação em 35 municípios paulistas.

A capacitação busca fortalecer as equipes da rede socioassistencial no apoio e orientação para o mundo do trabalho e empreendedorismo à população em situação de vulnerabilidade socioeconômica. "Essa é uma ação importante no acolhimento e inclusão produtiva das pessoas em maior situação de fragilidade em nosso Estado. Neste período de retomada das atividades, o governador João Doria quer garantir acesso e oportunidade digna a todos", destaca Célia Parnes, Secretária Estadual de Desenvolvimento Social. "Desde o início da pandemia, o Sebrae não somente ampliou

a disponibilidade de seus canais de atenção e atendimento aos públicos empreendedores, mas também entendeu que deveríamos ir até onde novos públicos de pré-empreendedores por necessidade estão, entre eles as pessoas na informalidade econômica e em vulnerabilidade social", comenta Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP. A capacitação começou em agosto de 2021 e tem duração de sete meses. Ao todo, 272 municípios devem participar dessa primeira fase do programa, fundamentado em três pilares: "Inclusão Produtiva: o papel da Assistência Social e demais atores locais", "Inclusão

Produtiva: construção de planos de ações" e "Inclusão Produtiva: execução dos planos de ações". Os municípios com a capacitação em andamento são Agudos, Atibaia, Avanhandava, Barra Bonita, Barbosa, Barretos, Bauru, Bom Jesus dos Perdões, Cafelândia, Catanduva, Catiguá, Colina, Cubatão, Diadema, Dois Córregos, Guaiçara, Igaraçu do Tietê, Jaborandi, Jaú, Joanópolis, Lençóis Paulista, Lins, Macatuba, Mauá, Nazaré Paulista, Mineiros do Tietê, Palmares Paulista, Pederneiras, Penápolis, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Caetano do Sul, São José do Rio Preto e São Vicente.


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Entrevista do mês

Mais do que pão

José Eduardo de Souza, da Padaria Real, conta como foi expandir mantendo o DNA da empresa

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fama da coxinha e dos pães da Padaria Real, de Sorocaba, há muito tempo já não se restringia à cidade onde foi fundada em 1957. Hoje com quatro lojas e dois cafés, a Real chegou a São Paulo com uma operação delivery no final de 2019 – e encarou todas as mudanças provocadas pela pandemia em um terreno novo. Com cerca de 800 funcionários no total, a padaria procura se estabelecer como uma empresa “humana” e acolhedora para clientes e colaboradores, conforme conta na entrevista a seguir o CEO da Real, José Eduardo de Souza, mais conhecido como Doia, filho de um dos fundadores da empresa, José Vicente de Souza. A Padaria Real é muito tradicional em Sorocaba. Como surgiu a ideia de abrir uma filial em São Paulo? Desde que eu me conheço por gente ouvimos de amigos, cliente e fornecedores que precisávamos ter uma Padaria Real em São Paulo. Sempre com comentários muito positivos sobre a cidade e o público de uma forma geral. No entanto, esse não era um plano porque nossa produção é toda em Sorocaba, e tínhamos em mente que nossas lojas precisavam estar sempre perto da nossa produção. Estar perto significa também manter a atuação próxima a nós, líderes e gestores da Padaria Real. Sempre acreditamos nisso, mas cinco meses antes da pandemia inauguramos a primeira cozinha em São Paulo, o nosso primeiro delivery na capital paulista. E, sim, nossa chegada foi um sucesso. Quando a pandemia começou, o delivery já estava muito bem e só cresceu nesse período. A ideia surgiu porque um primo que tinha um restaurante em São Paulo acabou fechando o estabelecimento e nos oferecendo o local. De fato, o ambiente tinha uma cozinha incrível, e logo nos encantamos pela oportunidade, mas chegamos à conclusão de que era pequeno para a nossa produção. Foi então que começamos a andar

que encontramos de nos manter conectados com esses clientes é por meio das nossas redes sociais. Temos uma preocupação muito grande em entregar amor, carinho, atenção com cada cliente.

José Eduardo de Souza, CEO da Padaria Real: otimismo com chegada à Capital

pelo bairro de Pinheiros e encontramos o local perfeito, onde estamos hoje com o delivery. Há muita diferença entre empreender em São Paulo, lugar com forte concorrência, e no interior? É diferente, sim, especialmente porque estamos falando de um volume de pessoas muito maior. Além disso, o bairro de Pinheiros também é uma região com um público muito exigente quanto à qualidade do alimento e quanto ao serviço. É uma região com grandes restaurantes, padarias etc. Por conta disso, nós desenhamos um processo de produção bastante rápido, algo que tem grande valor na região. Escolhemos um cardápio com produtos ícones da Padaria Real, sucessos de venda, e que podem ser preparados e entregues de forma ágil, mantendo a alta qualidade que sabemos oferecer e que esse público merece.

Como é a operação de um negócio que é apenas delivery? Isso muda a relação com o cliente? É realmente diferente porque perdemos um pouco do olho no olho. Inclusive, como curiosidade, esse sempre foi um ponto de atenção na hora de iniciar a atuação no delivery, justamente porque acreditamos muito nessa relação próxima com os nossos clientes. Desde que a Padaria Real nasceu, sempre colocamos muito amor em nossas produções, nas relações que construímos com cada pessoa, seja cliente ou colaborador. Para suprir essa questão no delivery, nós tentamos trabalhar com recadinhos, surpresas, envio de novidades, enfim, algo criativo para tentar conseguir tocar esse cliente na maioria das vezes. Nem sempre conseguimos, mas é algo que fica muito no nosso radar. Outra forma

Por que a decisão de se posicionar como uma empresa voltada para inclusão e diversidade? Não foi uma decisão, foi algo que aconteceu justamente porque somos humanos. Olhamos para as pessoas com carinho, com atenção para aquilo que ela faz bem. O primeiro passo começou para atender à legislação. Aprendemos muito com esse movimento, colocamos muita atenção, muito interesse e muito amor. Enxergamos talentos e habilidades com capacidades iguais ou até melhores do que pessoas sem deficiência. Todo esse movimento nos ajuda muito a desenvolver um olhar empático. Nós nos tornamos muito melhores convivendo com esses profissionais. Foi um trabalho que nos conquistou, que nos encantou e que faz uma diferença enorme nas nossas vidas. Foi tudo muito natural pela cultura, pelo DNA na Padaria Real. Acredito que dá tão certo justamente porque é de verdade, porque é natural. Ainda há caminhos para inovar no setor de padarias? Acredito que sim. As inovações normais que já estamos vendo são especialmente ligadas à tecnologia: autopagamento, produção automatizada, sistema de pedido etc. Mas, apesar da forte transformação que a tecnologia está promovendo, ainda acredito que a grande inovação é conseguirmos promover experiências humanas. Estamos carentes de atenção, interesse e amor. A tecnologia nos ajuda, nos dá agilidade e uma experiência muito legal, mas acredito que o grande lance ainda é tocar a essência humana, porque assim inspiramos as pessoas. É algo que respiramos na Padaria Real e que gostaríamos de intensificar cada vez mais.


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O sol nasce para

Energia solar ganha força como alternativa para redução de

Marli Alves instalou o sistema de energia solar em seu salão de beleza: “Vou pagar bem menos pela eletricidade”

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Rogerio Lagos

m dos principais itens dos custos de muitas das empresas, a energia elétrica tem ficado mais cara. Com a crise hídrica que o Brasil atravessa, desde setembro tem sido aplicada a bandeira tarifária que adiciona R$ 14,20 nas contas a cada 100 kWh consumidos. Diante desse cenário, a solução para as micro e pequenas empresas reduzirem seus gastos pode vir do céu: o sol, que passou a ser um grande aliado para geração de eletricidade de forma limpa e sustentável por meio dos chamados sistemas de energia solar fotovoltaica.

Pesquisa realizada pelo Sebrae em Mato Grosso com mais de 350 empresas em 2020 aponta que a energia elétrica representa 15,44% dos custos que mais pesam no dia a dia. De acordo com a consultora de negócios do Sebrae-SP Patrícia Peceguini, esse valor pode variar ainda mais dependendo do porte e segmento da empresa, além das diferenças climáticas que influenciam no uso do ar-condicionado. De acordo com a vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Bárbara Rubim, gerar a própria energia é uma possibilidade que traz economia para

os pequenos negócios. “Ao fazer isso, a empresa passa a ter uma previsibilidade maior de qual vai ser o custo com eletricidade, se previne das elevadas altas tarifárias que o Brasil vem enfrentando e libera uma parcela representativa de seu orçamento para reinvestir no desenvolvimento de suas atividades fins”, comenta. Em Araraquara, no interior de São Paulo, a empreendedora Marli Alves instalou um sistema de energia solar em novembro de 2020 em seu salão de beleza, Shampoo Cabeleireiros. Mesmo sendo Microempreendedora Individual (MEI), ela fez os cálculos e percebeu que valeria a pena.

Sua conta de energia elétrica ficava em média R$ 500 por mês. Fez o financiamento do sistema por cinco anos pagando mensalmente o mesmo valor. “Daqui a quatro anos acaba o meu financiamento e vou pagar cinco a seis vezes menos de energia por mês com o sistema solar. Minhas clientes querem conforto, mas antes eu tinha medo de ligar o ar-condicionado e não conseguir pagar a conta. Agora isso acabou.” A empreendedora conta, ainda, que pretende utilizar a economia com os custos de energia para fins pessoais. “Pretendo viajar mais e fazer uma reserva para a faculdade do meu filho”, revela.


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todos os negócios

custos e aumento da competitividade das pequenas empresas No Sítio Harmonia, na cidade de Caconde, também no interior de São Paulo, o produtor rural e presidente do Sindicato Rural no município, Ademar Pereira, também buscou a solução na energia gerada pelo sol. O empreendedor conta que foi o primeiro a instalar o sistema na região em 2018 motivado pela economia, já que seu uso impacta diretamente de forma positiva nos custos de sua produção de café. Antes gastava em média R$ 1,5 mil com energia, mas hoje não passa de R$ 70 por mês. “Essa diferença nos ajudou a investir em equipamentos importantes na produção, como sistemas de irrigação, cercas elétricas e muitas outras necessidades que auxiliam no processo como um todo. Essa economia permite que façamos muitas coisas que antes não tínhamos recursos”, explica Pereira. O empreendedor afirma que ainda afirma que, atualmente, mais de 100 pequenas propriedades rurais em Caconde utilizam o sistema de energia solar fotovoltaico, assim como o serviço de internet que se faz valer do sistema em cumes de montanhas para retransmitir o sinal Wi-Fi para mais de 1,3 mil produtores da cidade. “Foi uma revolução. Algo simples, mas que transformou a realidade dentro do município conectando o produtor rural e fazendo com que esse mundo digital exista no agronegócio de Caconde”, comemora. O Sebrae-SP na região, por meio do Escritório Regional de São João da Boa Vista, oferece informações e ajuda os pequenos produtores rurais a analisar a viabilidade de implantar o sistema de energia solar em suas propriedades. “Muitos entendem que energia solar é só para empresas grandes, mas o Sebrae mostra que o pequeno também se beneficia muito. Consultores de finanças visitam as nossas propriedades e mostram em uma planilha de Excel os cálcu-

los do nosso consumo de energia, dimensionam o investimento e analisam o retorno. Tudo isso facilita a nossa tomada de decisão”, explica Pereira.

ESPAÇO PARA CRESCER

Apesar das vantagens, poucas pequenas empresas conhecem os benefícios e como funciona, na prática, a implantação desse sistema. A pesquisa “Energia Solar e os Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em parceria com a Absolar e a Fundação Seade, aponta que das 3.199 empresas ouvidas, apenas 0,1% das microempresas e empresas de pequeno porte já instalaram o sistema de geração fotovoltaica. Outros 9,2% dizem conhecer, mas não usam; 20% não conhecem; enquanto 70,7% conhecem pouco e não usam. Em contrapartida, o estudo mostra que, dos empresários e empresárias que possuem o sistema fotovoltaico, 83,9% reduziram os gastos com energia elétrica e mais da metade (60%) pretende investir mais em energias renováveis, sendo que, desses, 47,5% na fonte solar fotovoltaica. Para a consultora Patrícia Peceguini, os valores economizados com energia geram uma redução nos custos totais do negócio e aumentam a lucratividade da empresa. "O resultado (lucro) maior promove um aumento do capital de giro, que pode ser utilizado para reserva de emergência, compra de mercadorias com desconto, redução de despesas com juros e antecipações, ou ainda, para investimentos diversos", comenta.

COMO INSTALAR

De acordo com a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim, a recomendação é sempre olhar o histórico da empresa escolhida para a instalação a fim de analisar outros serviços já realiza-

dos, como é composto o corpo de funcionários e a especialidade que essa empresa tem para garantir um bom atendimento. Num segundo momento, Bárbara explica que o pequeno negócio interessado precisa mostrar à empresa de instalação o histórico de seu consumo de energia e a situação da estrutura física em que o futuro sistema será instalado. De posse dessas informações, a empresa faz o dimensionamento do sistema, elabora o projeto e o interessado pode procurar as mais de 70 opções de linhas de crédito que existem disponíveis atual-

mente para este tipo de financiamento. Uma vez liberado o recurso, o sistema é instalado e a solicitação de acesso é feita à rede da concessionária de energia. É por meio desse procedimento que a conexão do sistema é efetivamente realizada e a compensação dos créditos de energia começam a vigorar. “Na prática, a energia gerada pelo sistema vai ser injetada na rede da distribuidora que atende aquela unidade quando não estiver sendo consumida de forma instantânea, gerando créditos de energia na conta de luz da pequena propriedade”, explica.

OPORTUNIDADE PARA EMPREENDER O mercado de energia solar no Brasil está aquecido. De acordo com a Absolar, existem hoje mais de 20 mil empresas que fazem a instalação de sistemas de energia solar fotovoltaico no País – mas ainda há espaço para mais, o que significa também uma oportunidade para empreender no segmento. O Jornal de Negócios consultou duas empresas do setor que oferecem o modelo de franquias para novos empreendedores. A HCC Energia Solar, fundada em 2005 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, atualmente possui 40 unidades no Brasil, sendo dez no Estado de São Paulo e duas na capital. De acordo com o gestor da unidade Barra Funda, Fábio Barradas, a rede prevê aumentar em 30% o número de franquias em 2022. A empresa oferece três modalidades de franquias, com taxa mínima de investimento de R$ 12 mil a R$ 22 mil e retorno de investimento estimado de oito a 13 meses, de acordo com o modelo escolhido. Barradas explica que, para se tornar um franqueado, vale a pena a pessoa interessada fazer um curso de energia solar com uma empresa que atue no mercado. "Quanto mais a pessoa aprender sobre energia solar, mais fácil será ingressar em uma franquia, pois terá mais conhecimento técnico", comenta. Outras dicas são fazer uma pesquisa de campo para saber como é o mercado consumidor na região em que reside, desconfiar de valores baixos demais oferecidos e economizar capital para dar início ao empreendimento. A Energy Brasil, por sua vez, foi fundada em 2018 em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, entrando no franchising em 2019. Atualmente conta com mais de 400 unidades em todo o Brasil, com 114 unidades no Estado de São Paulo e 19 na capital. O investimento inicial é a partir de R$ 99 mil e o prazo de retorno estimado varia de 6 a 12 meses, dependendo do modelo escolhido. Segundo o sócio-diretor da Energy Brasil, Marcelo Macri, a expectativa é abrir 150 novas franquias em 2022, representando um crescimento de 33% no número de unidades da rede. “Esse tipo de franquia é uma das alternativas mais vantajosas hoje em dia, visto que a instalação de sistemas de energia fotovoltaica vem crescendo significativamente nos últimos anos, devido ao constante aumento dos problemas ambientais e principalmente o aumento dos custos de energia elétrica”, comenta Macri.


6 | JORNAL DE NEGÓCIOS

O salto

Cinco meses após a Olimpíada, o bom desempenho dos skatistas brasileiros

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Marcos Leodovico*

uando os skatistas brasileiros Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros conquistaram suas medalhas na Olimpíada de Tóquio, encerrada em agosto deste ano, não só serviram de inspiração para muita gente praticar o esporte, mas também impulsionaram os negócios desse segmento, que registraram alta na procura por equipamentos, acessórios, aulas e locais de prática ligados à modalidade. Incluído nos jogos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para rejuvenescer o público e atrair mais audiência, o skate ganhou

Francisco Rodrigues, da marca de skate Chico’s: atletas olímpicos ajudaram a aquecer o mercado

uma visibilidade inédita por aqui, acentuada pelo bom desempenho dos atletas do País. Prova disso está no aumento de 50% que as vendas de skate pela internet tiveram entre a semana da primeira conquista olímpica brasileira, de 25 a 31 julho, e a anterior, segundo a consultoria Neotrust, efeito que, mesmo cinco meses após a competição, ainda é percebido no mercado. “O êxito de atletas brasileiros puxou o interesse da população, principalmente de crianças, o que motiva pedidos de skate como presente. Mesmo que a maior parte dessas crianças perca o interesse

com o tempo, algumas levarão a atividade para o resto da vida”, afirma o consultor do Sebrae-SP Guilherme Amato. O maior interesse do brasileiro pelo esporte também ficou nítido no Google. A procura relacionada a skate aumentou 1.150% nos dias seguintes às conquistas dos brasileiros na Olimpíada. Isso fez do Brasil o país com mais buscas pelo assunto no período. Seja de forma temporária ou permanente os novos skatistas vêm para engrossar um mercado que conta com mais de oito milhões de praticantes no Brasil, segundo a Confederação Brasileira

de Skate (CBSK), e movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano em venda de roupas e acessórios, de acordo com pesquisa realizada pela Sports Good Intelligence (SGI) em parceria com a Adventure Sports Fair (ASF) e a promotora alemã de eventos esportivos ISPO. O segmento, que já vinha com bom desempenho comercial, tem passado bem pela pandemia, uma vez que nesse período a prática de esportes individuais e ao ar livre ganhou força diante dos coletivos e em lugares fechados. Além disso, o aumento da popularidade ajuda a derrubar o preconceito ainda remanes-


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do skate

no jogos continua a impulsionar os negócios ligados ao esporte cente sobre o esporte, que chegou a ser proibido na cidade de São Paulo nos anos 1980, só para citar um exemplo de discriminação. Francisco Rodrigues, dono da marca de skate Chico’s, concorda que a Olimpíada foi um forte incentivo para a modalidade. Ele confirma o aumento do movimento na sua loja em Santo André, com mais interessados nos seus produtos. “Temos que exaltar o que a Rayssa Leal e os outros atletas fizeram nos Jogos Olímpicos. Foi nesse momento que todos voltaram os olhares para o esporte e viram a grandeza que o skate tem para todos os públicos”, diz. Ele também concorda que a visibilidade da competição ajuda a reduzir o preconceito, tanto com relação a quem pratica quanto com quem trabalha com o segmento. “Poucas pessoas tinham coragem de trabalhar ou falar que eram skatistas. O que ajudou bastante foi o fato de o País ser um celeiro de grandes talentos no esporte”, afirma Rodrigues, que tem as pranchas de surf como modelo para os shapes dos skates que produz. Rodrigues conta que desde muito novo gostava de trabalhar por conta própria e tentou empreender em vários ramos, mas foi no skate que se encontrou. O empreendedor começou a trabalhar com a fabricação de skates em 2013, quando ainda atuava na área de eventos. “Vi no empreendedorismo uma forma de realizar os meus sonhos e, como sempre gostei de skate, foi a forma que achei de me conectar e levar um propósito para outras pessoas”, explica. Apesar do crescimento na procura por skates e acessórios, algumas lojas ainda precisam melhorar na parte estrutural e na identidade a ser passada para o público, segundo o consultor do Sebrae-SP Guilherme Amato. Ele ressalta a importância ter bons produtos para comercialização,

mas principalmente se preocupar com os detalhes na hora em que o cliente faz a compra. “Há muitos skateshops espalhados pelo País, porém a maioria tem um alcance regional e pouca margem para trabalhar. Uma ótima oportunidade é oferecer equipamentos de qualidade, sejam nacionais ou importados, para mostrar que há respeito com o que é entregue ao cliente”, afirma.

GRIFE

O medalhista olímpico Pedro Barros está dos dois lados do balcão. Enquanto acumula vitórias no esporte, vê seus negócios ligados ao skate prosperarem. Em 2012, ele e o pai criaram a marca LayBack com o objetivo de representar o estilo de vida de quem passa boa parte do tempo sobre um shape com rodinhas. Tudo começou com a LayBack Beer, uma cerveja artesanal nascida em Florianópolis (SC). Atualmente, a marca inclui o LayBack Park, que reúne pista de skate, cerveja e gastronomia no mesmo lugar, com franquias em São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte, Criciúma e Brasília, somando 12 unidades. No último ano, a empresa viu seu faturamento crescer 500%. Este ano, Barros lançou a marca de shapes para skate Privé. As peças são feitas sob encomenda ou de acordo com a vontade e necessidade dele. Ele mesmo produz cada shape, fugindo assim do processo industrial.

*Estagiário sob supervisão dos editores

EXPLORANDO O NICHO O skate pode ser considerado um nicho de mercado, ou seja, um recorte do mercado com um público específico, necessidades e interesses bem particulares. Empreender dentro desse modelo requer vários pontos de atenção. • Para atuar em nicho, é necessário primeiramente que o empreendedor conheça bem o produto e o público que deseja alcançar. • O mercado de nicho exige conhecimento aprofundado do comportamento do cliente para utilizar estratégias de vendas que devem ir além de um preço competitivo. • Ainda que a demanda pelo produto ou serviço seja alta, você precisa ser visto pelo público, portanto, investir na divulgação é fundamental. • O atendimento dos clientes de um nicho não precisa ser sempre com algo inédito. O importante é identificar quais são as “dores”, necessidades e desejos do público que você quer alcançar e que estão sem resposta por parte das empresas não segmentadas. • Avalie como está o mercado em questão. Identifique o que está em ascensão ou declínio. Você deve oferecer o que as pessoas querem agora, mas também o que elas vão querer em um longo período. • Converse com os clientes que buscam seu produto ou serviço. Faça testes com o que será oferecido, participe de comunidades desse público, inclusive as online, e pesquise a opinião dos integrantes. Aproveitar o ponto de vista dessas pessoas para ajudar no desenvolvimento do seu negócio faz com que elas se tornem divulgadoras da sua empresa. • Demonstre paixão, interesse e conhecimento pela sua área de atuação para se tornar uma autoridade no assunto. • Use o marketing de conteúdo para mostrar seu conhecimento: faça análises de produtos, dê dicas, comente as notícias mais recentes sobre o segmento, use dados, números e estatísticas para embasar as informações oferecidas ao público.


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PLANEJAMENTO

Com expectativas mais positivas de vendas para o Natal, empreendedor

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Gisele Tamamar

Lucas Vedelado, da Taboka Véia, começou a compra do estoque em junho

epois de um Natal de recorde negativo de vendas no varejo físico em 2020, o quadro é de mais otimismo para o fim de 2021. O avanço da vacinação contra a Covid-19 e o fim das restrições de horário para comércio e serviços se traduzem em uma expectativa de vendas positiva e deixam os empresários mais animados para recuperar o faturamento neste final de ano. Projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens e Turismo (CNC) mostra uma alta de 3,8% nas vendas para este Natal. Por isso, a recomendação para os empreendedores é começar o quanto antes a se preparar para a reta final das vendas de Natal, planejar a queima de estoque e começar 2022 com a casa em ordem. “Tanto o consumidor quanto o empresário estão mais animados, mas existe uma cautela por conta da inflação. Não é um cenário excelente, mas é um cenário onde as pessoas enxergam oportunidades”, destaca o consultor do Sebrae-SP Artur Shoiti Santos Takesawa. E, para quem pretende aproveitar a data mais importante do varejo para vender mais, o consultor reforça a importância da organização do negócio e do planejamento nas quatro principais áreas: financeira, mercado (marketing e vendas), organização interna (processos) e equipe. “O empresário deve avaliar cada uma dessas áreas, se planejar e se preparar, com metas claras. Depois de todo planejamento feito, treine a equipe e crie um plano de ação”, orienta. O sócio-administrador da loja Taboka Véia Fashion, Lucas Guilherme Vedelago, faz parte do grupo dos otimistas e espera um crescimento de 10% nas vendas de final de ano. Tanto que começou a planejar as compras e reforçar o estoque da loja de São José do Rio Preto desde junho. “Já com previsão


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EM DOSE DUPLA

precisa aproveitar o período para se organizar também para o cenário de 2022 de falta de produtos, entramos em contato com os fornecedores e pedimos a antecipação de entregas e até mesmo o agendamento. Os produtos chegam semanalmente e já temos uma remessa maior pedida para reforçar o estoque de Natal”, conta. Entre as ações para atrair mais clientes, o empresário vai repetir o sorteio de diárias e pacote de um fim de semana

TUDO PRONTO

em um resort em Olímpia entre os compradores. Na Ícaro Jeans, também em São José do Rio Preto, a preparação para as vendas de Natal começou em outubro com a contratação de uma nova colaboradora. “A nossa energia está voltada, principalmente, pra fazer um atendimento acolhedor e assertivo. As expectativas para o Natal são as melhores possí-

veis”, conta Michelle Souza Silva, proprietária da empresa. Para 2022, Michelle pontua o começo do ano sempre desafiador, mas que planeja promoções para driblar o período. O consultor do Sebrae-SP enfatiza a importância de tentar zerar o estoque. “O empresário deve fazer um saldão com tudo que encalhou. A venda de 2022 na verdade já começa no dia 26 de dezem-

bro. Ele precisa vender tudo o que não vendeu até o Natal, mexer no preço e começar a liquidar”, aconselha. É um período para rever todo o histórico de produtos vendidos e avaliar os que tiveram mais saída e quais encalharam para o planejamento de compras do ano. “É importante fazer uma estimativa de vendas mês a mês e planejar as estratégias de vendas utilizadas”, afirma.

Como tirar o melhor das vendas de fim do ano e já começar 2022 com o planejamento em dia

Dicas para o Natal

Comece bem 2022

Não se esqueça dos clientes atuais: manter os clientes com quem a empresa já tem relacionamento é fundamental. Mantenha contato, ative a comunicação nas redes sociais e no WhatsApp para que eles se lembrem sempre de você.

Dê início ao planejamento agora: fim de ano sempre é corrido, mas é importante começar desde já a se organizar. Assim, você ganha tempo para fazer as projeções. Se deixar apenas para janeiro, já perdeu um mês, tempo que é crucial para o negócio.

Cuidado com a aparência do negócio: a preocupação deve ser com a

Faça um saldão: aproveite para tentar zerar o estoque em janeiro e não ficar com mercadoria parada. Às vezes, pode ser o caso de até ficar no prejuízo em algumas peças: melhor recuperar parte do valor de custo do que deixar o produto envelhecer no estoque.

Hora de avaliar o histórico de venda: olhe os fornecedores, produtos, tamanhos, cores. Quais foram os mais vendidos e quais encalharam? Todo esse detalhamento será importante para fazer novos pedidos e privilegiar as peças que tiveram facilidade na hora da venda.

parte interna e externa da loja. A vitrine deve estar bem montada e iluminada. Se tiver loja de rua, não esqueça de observar as condições da calçada e se há alguma placa ou obstáculo que impeça a visualização da loja. Fique atento ao visual merchandising, organize as peças de acordo com a modalidade dos produtos e cores para o cliente conseguir se ambientar rapidamente e facilitar o atendimento dos vendedores.

Faça promoções: estamos em uma fase de recuperação e o poder de compra diminuiu. Crie estratégias promocionais para não perder clientes, ofereça opções mais em conta para os clientes que buscam opções com valores mais baixos.

Treine a equipe para aproveitar o máximo desse momento: colaboradores atentos e focados refletem em bons resultados. A liderança precisa oferecer um ambiente acolhedor para o funcionário se sentir motivado e buscar as metas estabelecidas.

Treine a equipe para aproveitar o máximo desse momento: colaboradores atentos e focados refletem em bons resultados. A liderança precisa oferecer um ambiente acolhedor para o funcionário se sentir motivado e buscar as metas estabelecidas.

Pós-venda: não solte a mão do cliente! Mantenha o cadastro atualizado para seguir o relacionamento com quem já comprou de você. Com o colaborador bem treinado, o pós-venda se torna natural.

Vantagens claras: dentro das promoções, faça ofertas reais. Mostre as vantagens de comprar na empresa. Exemplos: frete grátis, desconto na segunda ou terceira peça, kits de produtos para que o consumidor se sinta estimulado a comprar.

Utilize as redes sociais: não publique apenas fotos do produto ou serviço. Aproveite o marketing de conteúdo para gerar curiosidade, informar, postar um conteúdo educativo e engajar. Invista em anúncios patrocinados. Defina quem é seu cliente para direcionar a publicidade.

Fonte: Artur Shoiti Santos Takesawa, consultor do Sebrae-SP.

Planeje mês a mês: estabeleça metas de vendas mensais e combine com a estratégia comercial que será usada no período. Quais temáticas serão trabalhadas? Quais produtos vou destacar? Quais ferramentas digitais vou utilizar?

Olhe o calendário anual: escolha as datas comerciais que fazem sentido fazer campanhas, além das tradicionais (Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, Black Friday). Considere o aniversário da loja, aniversário da cidade, dia de datas de profissionais (Dia do Médico, Dia do Advogado).

Mantenha a equipe engajada: os colaboradores precisam estar preparados e motivados. A equipe não pode olhar apenas para o dia a dia, mas estar ciente do planejamento do ano todo para ajudar no desempenho comercial da empresa.

Crie ações específicas para o cliente que não compra mais com você há um tempo: faça contato com essas pessoas que faz tempo que não aparecem na loja. Busque no cadastro e ofereça algum tipo de desconto especial para ele retornar.

É o momento de reavaliar o negócio: será que mantenho o ponto, busco outro lugar, avalio a abertura de uma filial? O negócio pode ter vários canais de venda, mas é crucial que ele tenha três ferramentas digitais que vão vender 24 horas para a empresa: redes sociais, sites e presença em marketplaces. Quer saber mais sobre como aproveitar melhor as datas comemorativas? Acesse o QR Code ao lado


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Sua empresa faz social selling? Estratégia de marketing via redes sociais é cada vez mais usada para conquistar clientes

U

ma das principais tendências do marketing digital é o social selling, isto é, o uso das redes socias para criar relacionamento com potenciais clientes. A estratégia é utilizar Facebook, Instagram, TikTok, Pinterest, LinkedIn, Twitter etc. para realizar conexões, criar interesse e atrair possíveis consumidores. O conceito é baseado em conquista e confiança, alimentado por lealdade e continuidade. Nas redes sociais é possível segmentar, impulsionar e direcionar as mensagens, o que representa um terreno fértil para o crescimento de empresas que investem no social selling. Esse tipo de marketing digital serve para atrair e manter um relacionamento com o público em potencial de forma mais rápida, prática e em volume maior. Outra vantagem é o fato de não utilizar ferramentas de marketing de interrupção, como o telemarketing, diminuindo as barreiras de aceitação e criando uma fidelização por sua marca ou empresa. O potencial cliente torna-se um fã, um seguidor, e passa a acompanhar suas postagens, “salvando” o que é relevante para ele. A estratégia traz resultados, mas a prática mostra que cada pessoa consome de oito a dez postagens antes de avaliar a possibilidade de compra. É fundamental também haver uma integração com as demais etapas do processo como atendimento, entregas, embalagem e pós-venda para que o investimento valha a pena. A seguir, você encontra algumas orientações de como fazer o social selling.

1 2

Defina o público-alvo Isso contribui para o direcionamento das ações. Pode ser utilizado para determinar em qual produto será o foco ou trabalhar a área geográfica de atuação, entre outras possibilidades.

Persona Defina o tipo de comunicação e em qual rede social existe uma maior aderência. É necessário entender e desenvolver a persona para que a escolha possa atingir o público adequado. Por exemplo, para potenciais clientes empresariais (B2B), o LinkedIn é a rede mais indicada.

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Use as redes sociais de forma empresarial (perfil empresarial)

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Conteúdo

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Use fotos de qualidade e, de preferência, autorais

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Copywriting

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Uso de #

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Localização

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Influenciadores digitais

Construa uma marca profissional; os canais usados precisam passar confiança.

O social selling deve atrair, conquistar e engajar, e para isso é preciso haver conteúdo interessante para seus potenciais seguidores ou não haverá conversão de venda. É necessário entender as necessidades e desejos do potencial cliente para poder “resolver seus problemas” e ser lembrado para a compra.

Boas fotos aumentam a visualização e, quando produzidas pela própria marca, passam credibilidade.

É a produção de textos de forma persuasiva, levando o leitor a uma ação, geralmente de compra. O mais importante é falar a linguagem que será compreendida e que ecoe no potencial cliente.

A hashtag é muito usada nas redes sociais para criar hiperlinks, ou seja, canais de acesso a assuntos que partem da mesma palavra e, teoricamente, levam pessoas com interesses iguais para lugares em comum.

Uma estratégia que funciona é tornar seu negócio mais conhecido por regiões. Você pode fazer isso por meio das hashtags ou inserindo a localização em cada postagem.

Eles estão em ascensão e podem atrair um público grande. Mas é necessário avaliar se o público é o mesmo que você deseja. Você tem conteúdo e produtos para atender à demanda gerada? O valor cobrado trará o resultado esperado? Analise o nicho, o engajamento da página do influencer e se ele ou ela tem aderência aos seus objetivos.

Conheça mais sobre social selling lendo o QRCode acima ou acesse https://bit.ly/302JVCY


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Divulgação

De olho no Natal e em 2022 AMANDA ALVES LAUDACIO Analista de negócios do Sebrae-SP

Parcerias valem a pena? Diante de um cenário cada vez mais competitivo no mundo empresarial, encontrar formas de destacar-se é uma necessidade. Entre tantas possibilidades, uma delas é fazer parcerias. O propósito de uma parceria estratégica é atender de modo mais completo os consumidores. Muitas dão errado porque os envolvidos consideram apenas os seus interesses financeiros e ignoram as demandas dos clientes. Para que se possa fazer boas parcerias, é preciso enxergar as demandas do seu público, aquelas que extrapolam a área de atuação da sua marca. É necessário descobrir as necessidades que não têm a ver diretamente com o que você vende, mas que se relacionam e podem ser supridas por um parceiro. Seu cliente conseguirá encontrar em um só lugar tudo o que ele procura, sem ter de pesquisar outras empresas e profissionais? Se ele confia no que você oferece, tem mais chances de confiar também no que você indica. Por isso é tão importante fazer parcerias com marcas em que você confia, pois se o parceiro não entregar o que prometeu

ao cliente, a sua imagem também pode ficar prejudicada. Ter compatibilidade de pensamentos é fundamental para uma parceria de sucesso. Com a indicação por parte de outras empresas, fica mais barato atrair clientes. Porém, é preciso ter atenção a alguns pontos. Boas parcerias enriquecem a sua relação com o consumidor; as ruins podem jogar fora o trabalho que você teve para encantar seus clientes. Se vocês não combinarem todos os detalhes, podem acabar não somando habilidades. O público dos dois precisa enxergar a parceria como uma proposta única, feita por duas marcas com o objetivo comum de entregar algo valioso. Para conseguir sucesso, os resultados da parceria devem ser analisados ou você não vai conseguir identificar o retorno dela. O importante não é só analisar se as vendas aumentaram. É essencial compreender se os resultados cresceram o máximo possível ou se há o que melhorar. Quanto mais informações sobre o desempenho você tiver, mais fácil será compreender o que você está ganhando com a parceria.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Estamos em dezembro, mês que representa a melhor época para o comércio. Neste fim de ano, a perspectiva é de melhora para os negócios, beneficiados pelo avanço da vacinação. O empreendedor deve direcionar seus esforços para aproveitar ao máximo as oportunidades – tanto no ambiente online quanto presencial – e também já encaminhar um bom início de 2022, como mostra a matéria da pág. 8. A vida de empresário é sempre assim: um olho no hoje e outro no amanhã. O momento é organizar os negócios, traçar estratégias para aumentar as vendas este mês, direcionar o marketing para a data, atrair o consumidor, planejar a saída do estoque (para não chegar em janeiro com encalhe), pensar em uma política de precificação especial, promoções, oferecer um atendimento de excelência, diferenciado e com foco na solução. Ao mesmo tempo, já é hora de estudar o que fazer assim que o período de festas passar. O ano de 2022 já está aí e é importante estar atento ao cenário econômico, considerando inflação, preços de combustíveis,

eletricidade e as contas de início de ano. O dono ou dona de um pequeno negócio que souber fazer uma boa leitura e se planejar, vai ter condições de enfrentar melhor as adversidades e, consequentemente, obter bons resultados. A pandemia testou os limites de todos e, felizmente, a grande maioria das empresas conseguiu superar esse período difícil. Foi necessário inovar, se reinventar, buscar alternativas e estar aberto a mudanças. O momento é de recuperação e o Sebrae-SP vai continuar ao lado do empreendedor oferecendo apoio por meio de cursos, consultorias, serviços, soluções e tudo mais que estiver ao nosso alcance para fazer a caminhada dos pequenos negócios mais suave e promissora. Termino desejando um feliz Natal e reiterando minha crença de que, com confiança, perseverança e um trabalho bem conduzido e de qualidade, vamos fazer de 2022 um ano cheio de realizações.

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

Acompanhe o Sebrae­‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi­‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br


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Para anunciar

sp-jn@sebraesp.com.br Comercial

o sebrae­‑sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.

Para tornar a

comuni‑

cação mais acessível ao cliente com deficiên‑ cia auditiva, o Sebrae­‑SP disponibiliza o serviço de

SUA EMPRESA PODE FAZER PARTE DO TIME DE PARCEIROS DO SEBRAE-SP

intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de reali‑ zação do evento. O clien‑ te ou seu representante poderá se inscrever pes‑ soalmente tórios

nos

Regionais,

Escri‑ pelo

portal do Sebrae­ ‑SP ou pelo 0800 570 0800.

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Polindo as ideias

O mecânico Renato Carlos Barbosa decidiu ampliar seus conhecimentos e descobriu um negócio

D

Mariel Mathias*

edicação e interesse em se aprimorar são os dois pilares seguidos pelo mecânico automotivo Renato Carlos Barbosa. No começo deste ano, Renato soube que teria início em sua cidade, Ipuã, na região de Franca, um curso do programa Empreenda Rápido voltado para polimento e cristalização de carros, e não perdeu tempo para se inscrever. “Resolvi fazer o curso, que era realizado pelo Senai em conjunto com o Sebrae. A partir daí abri minha empresa, Renato Polimento e Cristalização, mas também continuei trabalhando como mecânico automotivo”, diz. No curso, além das questões de gestão da empresa, Barbosa entendeu um pouco mais sobre questões técnicas de polimento e cristalização. “Polir e cristalizar o carro, é fazer um tratamento da lataria da pintura do carro, acertar o verniz da tinta para deixá-lo com mais brilho”. O programa Empreenda Rápido já capacitou milhares de pessoas de diversas áreas de atuação dentro do empreendedorismo. “O programa envolve capacitações técnicas e de gestão para pessoas físicas ou jurídicas poderem futuramente abrir um negócio. No caso do Renato Barbosa, essa oportunidade foi uma porta de entrada para que ele usasse os conhecimentos adquiridos no programa e começasse a empreender”, conta Laura Mendes, analista de negócios do Sebrae-SP. Embora Barbosa tenha começado a empreender durante a pandemia, ele não se deixou abalar pela falta de clientes. “No começo do ano foi complicado. As pessoas já não querem gastar tanto, preferem cortar custos, mas agora está melhorando,

Renato Carlos Barbosa fez o curso de polimento e cristalização do Empreenda Rápido

aumentou muito a quantidade de clientes”, diz. Além disso, no início também havia o medo de não conseguir ter lucro. “Você tem os gastos investindo em materiais de qualidade, mas sem a certeza que terá algum cliente. Fica aquela insegurança de não ter um retorno do dinheiro. Essa é uma área mais restrita, não é todo mundo que se interessa por estética automotiva”, diz o empreendedor. Na prática, os clientes de Barbosa começaram a chegar pelo famoso “boca a boca” e foram crescendo na cidade, mas não parou por aí. Ele também criou uma conta no Facebook para poder se comunicar com os atuais e com os futuros clien-

tes. “Tento cobrar um preço razoável no mercado, com que eu possa conquistar mais clientes e não perder os atuais”, explica. Depois do Empreenda Rápido, Barbosa resolveu continuar se capacitando para estar à frente do negócio e por isso participa também do programa Bolsa Empreendedor. “O Bolsa Empreendedor está dando o curso de finanças e marketing para auxiliar as pessoas que estão abrindo sua empresa e isso está me ajudando muito, além de recebermos um valor para participar do curso.” Segundo Laura Mendes, do Sebrae-SP, os empreendedores que participaram do programa irão receber

uma quantia de R$ 1 mil para impulsionar o negócio, e após o programa concluído também terão acesso a uma linha de crédito no Banco do Povo, desde que não tenham restrições financeiras. Atualmente, Barbosa está atendendo seus clientes em todos os finais de semana – já que durante a semana fica na oficina mecânica – e já faz planos para, no futuro, expandir a atuação no mercado. “Meu desejo é conseguir mais clientes, expandir meu negócio e, principalmente, investir cada vez mais em equipamentos e produtos novos para oferecer a esse mercado”, conclui. *Estagiária sob supervisão dos editores

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

Marcos Leodovico e Mariel Mathias. Imagens: www.gettyimages.com. Diagramação: Bruna Silene dos Santos. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784

CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários:

SEBRAE­‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo­‑SP. CEP: 01504­‑ 001 PARA ANUNCIAR sp-jn@sebraesp.com.br

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LIVROS MARKETING 5.0: TECNOLOGIA PARA A HUMANIDADE (Sextante) Com sua habilidade de tornar os grandes temas do marketing claros para o grande público, Philip Kotler mostra neste livro como as novas tecnologias podem criar valor, atender às necessidades dos clientes e fazer a diferença no mundo. Atento às transformações sociais e tecnológicas da última década, ele explica como integrar a evolução digital às drásticas mudanças de comportamento dos consumidores, tratando de temas como o futuro da experiência do cliente, inteligência artificial para automação de marketing e ativismo corporativo. Em um estilo conciso e direto, Kotler oferece recomendações práticas, exemplos de empresas de diversos segmentos e percepções excepcionais sobre os desafios tecnológicos e, sobretudo, humanos que as empresas devem encarar. GESTÃO DIGITAL: O GUIA ESSENCIAL PARA ALCANÇAR O SUCESSO NO MERCADO ON-LINE (Maquinária) As oportunidades de começar a empreender e alcançar a independência financeira estão ao nosso alcance. O mundo digital é muito mais democrático e barato se comparado ao modelo tradicional de negócio, além de ser muito mais generoso no âmbito das ideias, contatos e marketing. Por outro lado, assim como em todos os mercados, o digital exige trabalho duro, senso de responsabilidade e, em alguns casos, sacrifícios. Para guiar os futuros empreendedores no mercado, Ellen Salomão traz sua própria história com a Agência Vê, um grande case de sucesso de infoprodutos do Brasil, para demonstrar o que pode ou não dar certo neste mercado tão novo, mas com tanto potencial. CRIE MARCAS COM ALMA: APRENDA A CONSTRUIR MARCAS COM PROPÓSITO E CRESCIMENTO EXPONENCIAL (Gente) Empresas e marcas surgem e desaparecem todos os dias. O que faz com que algumas perdurem e outras não? O que faz uma marca se tornar referência, inesquecível, ficar na memória do consumidor? Para Eduardo Vanzak, cofundador da Desinchá e sócio da agência Vanzak Labs, a resposta é simples: essas marcas têm clareza de propósito e, acima de tudo, têm alma. Ao contrário do que muitos pensam, construir uma marca que tenha alto impacto é mais simples do que pode parecer: basta ter uma metodologia clara e simples e não subestimar a importância dessa criação. Ou seja, não se trata de algo que vai custar caro ou que uma agência precisa fazer por você. Para desmistificar o branding, o autor usa sua extensa experiência de sucesso com marcas e empresas e apresenta tudo isso neste livro.

TEC & EMPREENDER AJUDA MULHERES A SE LIVRAR DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Pesquisa anual do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) mostra que montar a própria empresa ajudou 48% das empreendedoras a se livrar da violência doméstica. O levantamento, feito em parceria com o Instituto Locomotiva, está na sexta edição e ouviu 2.736 pessoas maiores de 18 anos que empreendem, sendo 313 homens e 2.423 mulheres. Pela primeira vez, havia perguntas sobre violência doméstica, mas o tema vem sendo percebido pela Rede Mulher Empreendedora há pelo menos cinco anos. “Começamos a ter clareza disso pelos depoimentos delas. Quando o negócio dava certo e elas começavam a ganhar dinheiro, diziam que conseguiam sair de situações de violência”, afirma Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede e do IRME.

TIKTOK TEM NOVAS FERRAMENTAS PARA EMPRESAS CRIAREM ANÚNCIOS

O TikTok colocou à disposição ferramentas que vão contribuir para ampliar a presença de pequenas e médias empresas na rede social. O novo TikTok Ads Manager, uma extensão do TikTok For Business, é uma plataforma de autoatendimento em que os empreendedores podem criar e publicar anúncios e campanhas, com ferramentas criativas, orçamento flexível e segmentação de público. Isso permite, que as empresas ajustem os gastos com anúncios a qualquer momento. O TikTok também permite introduzir contas comerciais com ferramentas personalizadas às necessidades dos empreendedores, que poderão executar anúncios de forma mais simples e eficiente.

RECURSO DO WHATSAPP PERMITE A CRIAÇÃO DE ABAS DE CATEGORIAS DE PRODUTOS

Em funcionamento no Brasil desde o mês passado, a ferramenta "coleções", do WhatsApp, permite que usuários adicionem abas de categorias no catálogo do estabelecimento. O recurso está disponível para contas do WhatsApp Business e foi anunciada com foco nas compras de final de ano. O objetivo é resolver um problema que clientes identificaram nas contas corporativas: a necessidade de rolar por todo o catálogo para encontrar um produto específico. Até então, não havia um método rápido de pesquisa para que o cliente encontrasse um item. Agora, a possibilidade de incluir abas quer trazer aos estabelecimentos opções para alavancar as vendas, informa a empresa.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Como trabalhar o marketing digital do meu restaurante com o retorno do atendimento presencial?” Divulgação

Por Paulo Mezzalira, cofundador da MarketingChef

PODCAST

LIKE A BOSS

O podcast Like a Boss é apresentado por Paulo Silveira, CEO do Grupo Caelum Alura, de ensino de tecnologia, e Rodrigo Dantas, CEO da Vindi, plataforma de pagamentos online. Gravado em formato de série, cada temporada traz seis conversas com grandes líderes e fundadores de startups e empresas inovadoras, conhecendo suas decisões e como trabalham. Um episódio recente, por exemplo, foi com o Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru, uma das maiores empresas importadoras de vinho do Brasil, que falou sobre e-commerce. Disponível no Spotify, Google Podcasts e no site likeaboss.com.br.

FILMES

JULIE & JULIA

Tudo começou com um blog despretensioso de culinária que acabou conquistando milhares de pessoas. Baseado em uma história real, o filme mostra como um projeto pode se transformar, repentinamente, em sucesso internacional, graças a uma ideia original e o alcance quase imensurável que a internet proporciona. Disponível na Star+.

VÍDEO

Assista a Live em:

VÍDEOS PARA SEUS NEGÓCIOS

Aprenda a usar vídeos para impulsionar sua empresa. Veja as dicas para gravar e editar com qualidade para as principais plataformas como o Facebook e Instagram, e ajudar nas vendas online.

https://bit.ly/30cIYrL

Com o retorno do atendimento presencial, os proprietários de restaurantes irão sentir um aumento progressivo no movimento da casa. No entanto, será preciso mais cautela na hora de mensurar algum resultado direto sobre as campanhas de marketing feitas no digital. A pandemia fez com que muitos hábitos fossem implantados na rotina dos consumidores, e os empreendedores da gastronomia precisaram se reinventar para atender a esse novo perfil de cliente. Hoje, notamos um cliente mais antenado com todas as experiências que um restaurante pode oferecer. Por isso, entender o que o seu público consome, como se posiciona e quais são os valores compartilháveis é fundamental nessa volta. É bem provável que o cliente esteja mais sensível a informações como horários de funcionamento, cuidados que a empresa tem com relação a restrições sociais, segurança dentro do local, processos de higiene e novos cardápios. Esses são alguns assuntos pertinentes a essa retomada que podem ser destaques na comunicação digital. Além disso, a procura por serviços como reservas de mesas deve aumentar, uma vez que o cliente poderá se sentir mais seguro ao saber que o restaurante se atenta às devidas precauções com relação ao distanciamento social. Nesse período de retomada, vale redobrar as atividades de marketing digital para garantir sua presença no cotidiano das pessoas. Ou seja, aumentar a presença online em ferramentas como Instagram e Facebook, com mais interações em Stories, publicação de vídeos e posts no feed. As campanhas por meio de investimentos em mídia paga podem ser grandes aliadas para atingir novos clientes. Dentre todas as ferramentas disponíveis no marketing digital, as redes sociais, o site próprio e o Google se mantêm entre as principais que o dono do restaurante deverá dedicar sua atenção. Porém, com a retomada, utilizar o WhatsApp para criar listas de transmissões de clientes mais antigos da casa e manter um relacionamento por lá poderá gerar ótimos resultados para trazer esses clientes de volta ao estabelecimento. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e­‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.


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Caminhos delineados

Paula Caroline Garcia, da Clinic Cursos, ajuda profissionais a se reinventar na pandemia

“E

Depoimento a Tatianne Kirejjian*

u me formei em biomedicina e há 11 anos comecei a trabalhar como funcionária na Clinic Biomedicina Estética, localizada no Centro de São Paulo. Em 2015, minha chefe estava enfrentando problemas administrativos e quis se desfazer da unidade, eu vi que conseguiria comprar a empresa dela e abracei a oportunidade. Desde o primeiro momento decidi reestruturar a marca, fiz um novo logo, investi em branding e mudei alguns serviços. Logo que eu me tornei proprietária da clínica, procurei o Sebrae-SP para me familiarizar com a parte de gestão do negócio; naquela época a minha formação era 100% na área de estética e o Sebrae-SP me ajudou a entender melhor sobre a administração da empresa, marketing e financeiro. Eu participei do programa ALI (Agente Local de Inovação) em 2016. Foi bem legal, porque durante as reuniões com a agente de inovação eu tinha vários insights, aprofundei alguns conceitos, tinha novas perspectivas sobre o meu negócio e refletia sobre os processos internos. Mais para frente, também participei do Empretec, que foi revolucionário na minha vida de empreendedora. Foi uma semana de imersão total, fiz networking com outros empreendedores, aprendi muito e me ajudou a enxergar que eu estava no caminho certo. Em 2018 começamos a ministrar cursos técnicos – entre eles, os de harmonização facial, aplicação de enzimas e micropigmentação de sobrancelhas –, que aconteciam somente aos finais de semana na clínica, mas a procura foi crescendo, formava fila de alunos interessados, e eu senti a necessi-

Paula Caroline Garcia, da Clinic Cursos: setor de estética tem espaço para crescer

dade de separar a empresa em duas: uma para os procedimentos estéticos, e outra de cursos profissionalizantes. Abri outro CNPJ, fomos para um novo endereço e passamos a oferecer os cursos de segunda a sexta-feira. Como escola, nosso maior diferencial é a quantidade de pacientes modelo com que nossos alunos têm contato. A procura é alta tanto de quem quer se profissionalizar quanto de voluntários, que acabam pagando um valor mais baixo para receber o atendimento dos alunos. Inclusive, na Clinic Cursos, a equipe de atendimento é separada para fazer o contato com o aluno, o pós-venda e organização das turmas, e outra parte para fazer o recrutamento dos pacientes modelo. No começo da pandemia, os cursos pararam totalmente, nós não estávamos recebendo dos alunos, então não formamos

caixa para nos mantermos. Assim que reabrimos, a situação se normalizou, muitas pessoas nos procuravam para fazer um orçamento e comparar com escolas maiores, mas acabavam optando por fechar com a gente porque nossas turmas são de até seis pessoas. Por outro lado, durante a pandemia muitos profissionais buscaram mudar de área, queriam trabalhar com mais autonomia, flexibilidade de agenda e renda extra, isso alavancou a procura dos nossos cursos, e claro que o fato de termos preparado um espaço exclusivo para dar aulas nos ajudou a suprir a demanda. No último ano, já formamos mais de dois mil profissionais. Eu vejo que o mercado de estética está cada vez mais em alta e ainda tem muito espaço para crescer. Acredito que a autoestima está ligada à saúde, e o Brasil é um dos maiores países consumidores

de procedimentos estéticos e cosméticos. Com o tempo, esses serviços se tornaram acessíveis ao público, muito conhecimento foi importado do exterior, o que contribui para popularizar novas técnicas. Hoje em dia, com tantos novos profissionais atuando na área fica mais fácil encontrar acesso aos serviços estéticos em clínicas especializadas e, inclusive, franquias de shopping. Tenho planos de abrir uma nova unidade em São Paulo e também expandir para outros Estados. Em 2019 eu cheguei a fazer alguns testes e vi que temos potencial de fechar turmas em outras cidades, e pretendo retomar a ideia em 2022. Ainda mais para frente, como sou pós-graduada em docência do ensino superior, minha ideia é montar também um curso de pós-graduação.” *Estagiária sob supervisão dos editores


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