Seafood Brasil #59

Page 1


Como pescado amazônico tem ganhado cardápios pelo Brasil e preservado as tradições nacionais

a faca e o salmão na mão

Com presença consolidada no cardápio do brasileiro, salmão reforça sua competitividade diante da ascensão de novas espécies, rotas, origens e do reposicionamento nos canais de venda

MKT & INVESTIMENTOS O que rolou na Apas Show, Aquishow, ExpoCamarão, IFC Amazônia e Seafood Expo Global

www.seafoodbrasil.com.br

Titular gringo

Se o pescado no Brasil estivesse disputando uma competição de futebol, o salmão com certeza estaria entre os nossos titulares e atacantes goleadores. Seria daqueles estrangeiros que se conectam tanto com a nação que acabam vestindo, naturalmente, a nossa camisa amarelinha.

O futebol e o pescado, aliás, têm muitas outras coisas em comum. E uma das que mais me agradam são os movimentos silenciosos — e outros nem tanto — que provocam transformações em efeito cascata. E um desses ciclos acontece bem diante dos nossos olhos (e paladares): o do salmão no Brasil.

Nesta edição da Seafood Brasil, a reportagem de Capa (pág. 48) mostra as mudanças que vêm reposicionando esse pescado no mercado nacional, seja com o avanço de novas espécies, o surgimento de novas conexões ou as ações estratégicas no varejo e no food service.

E trazemos outras discussões importantes. Em Especial (pág. 68), por exemplo, mostramos como o salto tecnológico a bordo das embarcações brasileiras têm impactado a

Redação redacao@seafoodbrasil.com.br

Publishers: Julio Torre e Ricardo Torres

Editor-chefe: Ricardo Torres

Editor-executivo: Léo Martins

Repórter: Fabi Fonseca e Mariana Naviskas

Designer gráfico: Thalita Cibelle Medeiros

Marketing e Tráfego: Letícia Baptiston e Mariana Naviskas

Crédito da foto de capa: Natasha Breen/Canva

atividade. Já em Na Cozinha (pág. 74), o destaque vai para opescado amazônico, que tem conquistado cada vez mais espaço em cardápios nacionais e menus autorais.

E como não poderia faltar, nossa cobertura dos grandes eventos setoriais em MKT & Investimentos (a partir da pág. 12) traz a Apas Show, em São Paulo (SP); a Aquishow Brasil, estreando em Uberlândia (MG); mais uma ExpoCamarão, dentro do PEC Nordeste, em Fortaleza (CE); e a Seafood Expo Global, em Barcelona (ES) – todas revelando produtos, gargalos e oportunidades para o mercado de pescado no Brasil e no mundo.

Seja qual for a frente, o que a gente vê é um setor que, apesar dos desafios, segue em movimento, se posicionando e se reinventando. Já o novo ciclo do salmão é apenas uma das ondas dessa maré maior.

Boa leitura!

Fabi Fonseca

Gôndola
Na Planta
Caiu na Rede
Fabi Fonseca e Ricardo Torres
“Temos [o setor] todas as condições ao nosso favor. O que falta agora é uma mudança interna que nos permita impactar a cadeia como um todo.”

trabalhou na iniciativa privada em uma piscicultura especializada em reprodução de espécies nativas, onde ela teve contato com diversos piscicultores e empresas que influenciaram suas realizações posteriores e dão a ela a vivência necessária para encarar esse desafio.

Para compreender melhor como será sua atuação à frente da SNA, a Seafood Brasil realizou esta entrevista exclusiva com de Paula, que detalha os caminhos que pretende seguir no novo cargo. Combinando formação técnica, preparação acadêmica, experiência prática no setor e uma dose equilibrada de consciência interna e disciplina coletiva, tudo indica que o futuro do setor aquícola parece estar em boas mãos. Confira!

1A senhora é uma das poucas mulheres a ocupar um cargo de destaque em um setor historicamente masculino. Como você enxerga esse papel e de que forma a sua formação pode contribuir para sua gestão na Secretaria Nacional de Aquicultura (SNA)?

Toda a minha carreira foi pautada em atividades relacionadas à pesquisa aplicada e ações de extensão. Portanto, toda essa vivência servirá de base para minha atuação nas demandas da SNA e, apesar de ter minhas convicções, sempre buscarei o diálogo com o setor produtivo e farei o que estiver ao meu alcance para contribuir com o desenvolvimento da aquicultura nacional.

Sendo assim, independentemente do gênero, o cargo é um indicativo de reconhecimento. Claro que também entendo que pelo fato de eu ser mulher, potencializa ainda mais o impacto positivo da minha nomeação, porém, é importante frisar que temos várias servidoras mulheres na SNA, trabalhando nas diretorias e na coordenação-geral, o que evidencia o nosso nível de comprometimento. Ou

seja, valorizamos os nossos colegas homens, mas conseguimos conquistar nosso espaço com muito trabalho, perseverança, dedicação, zelo, força, delicadeza, entre outras qualidades.

2 Em um setor estratégico que combina desafios como sustentabilidade, competitividade internacional e barreiras regulatórias, quais os principais que a senhora encontrou ao assumir a SNA? Desses entraves, qual será sua prioridade e o que o setor produtivo pode esperar em termos de desburocratização e modernização regulatória?

Os desafios da aquicultura nacional não são novidade para o setor produtivo. Temos demandas relacionadas à articulação da cadeia produtiva, questões tributárias a serem aprimoradas, regularização da atividade como um todo, dificuldades na obtenção de fomento, entre outros - e todos impactam significativamente a atividade. Há regiões com desempenho mais eficiente e outras nem tanto, cada qual com suas particularidades. Porém, esses desafios não são simples de resolver, pois dependem de diversos atores para a efetivação e validação das mudanças necessárias. Temos um tempo muito curto para atuar nessas demandas e por isso, serei prudente ao afirmar que todos esses gargalos estão no nosso radar e que nossa equipe está comprometida em contribuir para a melhoria desse cenário.

No entanto, nossa prioridade é dar seguimento aos instrumentos de repasse de recursos oficializados anteriormente, pois neles estão inseridos projetos e ações voltadas ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva nacional. Priorizamos também a construção de uma base de dados efetiva, que sirva de orientação para a formulação de políticas públicas eficazes. Assim,

estaremos focados em incentivar inovações tecnológicas com foco em competitividade e sustentabilidade na aquicultura.

Sobre a modernização regulatória, a Secretaria Nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura (SNA/MPA), dentro de suas possibilidades, abriu algumas frentes para atuar na desburocratização da cadeia como um todo. Trabalhamos no grupo de revisão da CONAMA 413, com o intuito de facilitar o licenciamento ambiental para a aquicultura, além de estarmos desenvolvendo um acordo de cooperação técnica com o Ministério de Minas e Energia (MME), que visa ordenar o uso das bordas de reservatórios para aquicultura em águas da União. Outra iniciativa diz respeito à proposição de uma base de dados integrada entre diferentes entidades gestoras, o que facilitará a articulação entre os órgãos nos processos de regularização e fomento da cadeia produtiva.

3 Quais são os planos da Secretaria para fomentar a adoção de novas tecnologias e práticas inovadoras no setor aquícola brasileiro e aumentar a produção para atender à demanda interna, mas sem deixar de lado a sustentabilidade?

Neste ponto, a SNA/MPA está fomentando ações como: projetos voltados ao monitoramento ambiental em águas da União; atuações de assistência técnica digital, que proporcionam aos produtores familiares acesso a consultores especializados em aquicultura; e modelos produtivos mais resilientes às mudanças climáticas, como aquaponia, sistemas de recirculação, sistemas multitróficos, produção de moluscos e algas. Neste contexto, a Secretaria tem apoiado pesquisas em tecnologias voltadas ao aumento

da produtividade, incentivando a interiorização da carcinicultura e a ampliação do uso de práticas sustentáveis de aquicultura. Além disso, a SNA integra as estratégias de adaptação e mitigação do Plano Clima, com ações direcionadas à aquicultura, e participa dos grupos de trabalho da Agricultura no G20 e no BRICS, incluindo ações voltadas à produção de alimentos aquáticos sustentáveis.

4 De que maneira a aquicultura pode contribuir para as questões de segurança alimentar e impulsionar o desenvolvimento econômico em áreas menos favorecidas? Quais políticas estão sendo desenvolvidas com esse objetivo?

“Minha visão para o futuro é que, ao nos disciplinarmos de forma coletiva, conseguiremos nos destacar nacional e internacionalmente. ”

A SNA/MPA tem articulado ações no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o que resultou na assinatura de um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), visando à inclusão do pescado na merenda escolar. A Secretaria também atua junto ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para incluir a aquicultura no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de integrar o Programa Brasil Sem Fome, que busca reduzir a insegurança alimentar e nutricional por meio do pescado oriundo da aquicultura.

5 Sob sua liderança, quais as novas metas que a Secretaria Nacional de Aquicultura está traçando para o futuro e qual é a sua visão para a aquicultura brasileira nos próximos anos?

Nossa meta é melhorar a cadeia aquícola como um todo, com foco em ações que beneficiem coletivamente a atividade. Minha visão para o futuro é que, ao nos disciplinarmos de forma coletiva, conseguiremos nos destacar nacional e internacionalmente. Temos todas as condições ao nosso favor. O que falta agora é uma mudança interna que nos permita impactar a cadeia como um todo.

Há 10 anos nascia a Abipesca, como um farol que ilumina os mares e os caminhos de uma indústria que carrega uma missão coletiva: conduzir o setor a um novo ciclo de desenvolvimento, inovação e competitividade, representando interesses legítimos com responsabilidade e visão de futuro.

Há 10 anos nascia a Abipesca, como um farol que ilumina os mares e os caminhos de uma indústria que carrega uma missão coletiva: conduzir o setor a um novo ciclo de desenvolvimento, inovação e competitividade, representando interesses legítimos com responsabilidade e visão de futuro.

Na Água

Tecnologia para pesca e criação

Crédito das fotos:

Divulgação/Empresas

Chegando com tudo

A AHV (Animal Health Vision), empresa holandesa chegada ao Brasil há 2 anos, anunciou dois produtos voltados para a tilapicultura: o Tila PRO, de ação anti-inflamatória e que foi desenvolvido com componentes bioativos naturais que interrompem a comunicação bacteriana Quorum Sensing (QS); e o Tila SPI, de efeito antibacteriano e que combina componentes bioativos naturais que promovem o equilíbrio do sistema imunológico. Segundo informações da marca, em conjunto, os itens são potencializados, sendo que o objetivo final é prevenir surtos bacterianos, bem como mitigar a resposta inflamatória causada por vírus.

Do chão não passa Impermeabilização. Essa é a palavra de ordem da Aquapex, geomembrana que é o lançamento da Unny Geo. A marca destaca que a solução foi desenvolvida para a impermeabilização de viveiros

escavados, tanques elevados e outras aplicações técnicas que o setor precisa. Ainda de acordo com a empresa, o produto possui três vezes mais proteção UV e vem na cor verde-preta ou branca-preta. Por fim, a novidade chega para somar ao portfólio da marca, que já conta com bobinas fracionadas, painéis soldados sob medida e tanques circulares.

H2 com muito O

A LSCOMEX, holding que conta com marcas como Aerolis e JKW, focou seus esforços para apresentar ao público a linha de sopradores radiais JKW, além de mangueiras porosas para microbolhas, que por sua vez, acabam ampliando a eficiência da oxigenação na água. A companhia destaca as duas soluções são eficazes para uma produção: afinal, quanto menor a bolha, melhor a oxigenação da água.

Aquicultura 2.0

Um sistema de gestão especializado em fazendas de cultivo de camarão e peixe. É assim que a Meu Pescado define seu produto, que neste ano, ganhou algumas atualizações. As principais foram uma nova integração com o WhatsApp, melhorias no módulo financeiro, avanços de desempenho e aprimoramentos no aplicativo de campo. Dessa forma, a empresa ressalta que a solução vai continuar digitalizando a aquicultura e apoiando o produtor a se tornar cada vez mais profissional, ou seja, oferecendo

mais controle sobre a propriedade, possibilitando decisões mais assertivas e gerando melhores resultados, lucratividade e sustentabilidade ao negócio.

Mais tudo

Já a IMEV trouxe ao público o DB Aqua+, solução definida pela empresa como um probiótico com maior concentração de bactérias ácido-lácticas do que sua versão anterior. O produto, que foi desenvolvido em parceria com a Dimeve, conta com uma nova formulação, que por sua vez, possibilita: auxílio na colonização intestinal; melhora na digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes; contribui com o equilíbrio da microbiota e saúde intestinal; e oferece suporte no biocontrole reforçado de bactérias patogênicas.

Flutuando

e bombeando Com foco em equipamentos para a produção aquícola, a Mais Hidro Soluções destaca a sua bomba flutuante para fluídos com presença de sólidos. Segundo a empresa, as bombas podem ser acopladas sobre estruturas tipo balsa, são construídas em fibra de vidro e contam com casco e cofre integrados, formando assim uma câmera de sustentação. Com capota removível ou articulada, o equipamento possui saída de recalque flangeada e um sistema de proteção para o caso de eventuais inundações.

& Investimentos

Na onda da transformação do varejo

Apas Show 2025 cumpriu seu papel como vitrine de inovação e tendências, encerrando sua 39ª edição com destaque para a transformação do varejo. Já o pescado é visto como um segmento de potencial e tem presença crescente no setor supermercadista

AApas 2025 recebeu mais de 151 mil visitantes, gerou R$ 16,5 bilhões em negócios e totalizou mais de 900 marcas expositoras

Foram mais de 151 mil visitantes em quatro dias, 102 mil m2 de área ocupada e 900 marcas expositoras – sendo 250 internacionais, de 22 países. O evento, realizado no Expo Center Norte (SP), movimentou R$ 16,5 bilhões em negócios, superando as expectativas de crescimento de 7,8% e consolidando-se como vitrine de tendências e oportunidades.

“A Apas Show não é apenas uma feira: é um reflexo da transformação do nosso setor e da sociedade. Um festival, de fato. Cada edição é um novo marco na forma como conectamos negócios, inovação e propósito para um varejo mais moderno, humano e sustentável”, afirmou Carlos Correa, diretor-geral da Apas.

ndar pelos corredores da Apas Show é ter a garantia de que, a cada estande, você estará prestes a descobrir algo novo — e estará mesmo. Consolidada como um termômetro de

Texto: Fabi Fonseca | Colaboração: Léo Martins consumo e palco para a inovação no segmento alimentar, o evento de 2025 encerrou sua 39ª edição com números significativos e um recado ao mercado: o varejo está se transformando e o pescado tem cada vez mais protagonismo nesse novo cenário.

Entre as transformações, uma das mais visíveis é o avanço do pescado no comportamento de compra. O economista da Apas, Felipe Queiroz, avaliou que o desempenho do varejo em 2024 foi positivo, impulsionado pelo aumento da renda real da população, redução do desemprego e maior oferta de produtos. Nele, segundo o profissional, o segmento de pescado tem apresentado um crescimento significativo, puxado por uma oferta mais estável e diversificada,

Seafood Brasil

Marketing & Investimentos

Tilápia protagonista, mas indo além

A Bello Alimentos reforçou posicionamentos estratégicos e apresentou novas parcerias ao público. “Este ano, estamos apostando fortemente na tilápia novamente. Além disso, firmamos uma parceria com as marcas do grupo GeneSeas, como a DellMare e a Saint Peters. Também temos parcerias com produtores nativos do Mato Grosso e peixes do Norte, como tambaqui, pintado e pacu”, destacou Marcos Paludo, diretor agroindustrial do Grupo Pluma, que detém as marcas Bello e Levo Alimentos.

No estande da C. Vale Alimentos , os visitantes encontraram todo o portfólio de tilápia da marca. “Trouxemos filé, postas, tiras, petiscos e outros itens, permitindo que o público conheça as características dos produtos e também os deguste”, comentou Jiana Simili.

Já a Lar Cooperativa apresentou sua novidade para 2025: o filé de tilápia, lançamento pensado para atender à crescente demanda por proteínas saudáveis e práticas. “O produto foi muito bem recebido pelos visitantes e reforça o compromisso da Lar com inovação e diversificação do portfólio”, comentou Isabela Cristine Kahl, Trade Marketing da empresa.

As empresas do Grupo Ambar Amaral também foram à Apas com um portfólio cheio de lançamentos. Enquanto a Raguife – com sua marca Fanfood e linhas de produtos para pets – esteve com destaque para o produto destinado a gatos adultos, a Brazilian Fish também apresentou suas inovações. “A gente vem tentando trabalhar o processo de

agregar valor à tilápia, mas saindo do nosso core business e indo para o pescado de uma forma geral”, destacou Christian Becker, diretor comercial da empresa. No portfólio da companhia, destaque para novas embalagens colecionáveis de pratos prontos, novos pratos com tilápia – como arroz à moda e nhoques recheados – e para o pastel em formato de peixinho. A estratégia também passa por ampliar os SKUs com espécies como panga, polaca, merluza e salmão. E, entre as apostas, está ainda o pão de queijo com recheio de tilápia e dois novos sabores para o sorvete proteico à base do peixe.

Já a GTF, antiga GTFoods, que nos últimos anos vem intensificando

A Mar & Rio apostou na renovação da marca para reforçar sua presença no varejo. Sob a nova assinatura “Pratici”, a empresa apresentou uma nova roupagem, além de lançar diversos produtos voltados à praticidade no preparo e ao consumo cotidiano

sua atuação na piscicultura, levou novos produtos e destacou sua estratégia de consolidação no varejo nacional com a marca Canção. O estande da empresa reforçou a versatilidade da tilápia e o reposicionamento da companhia, que passou recentemente por um processo de rebranding. “A gente precisa aumentar a disponibilidade de produtos, não só tilápia in natura, que é o carrochefe, que tem grande consumo, mas diversificar esse portfólio e acrescentar mais itens para ganhar cada vez mais corpo na categoria de pescado”, afirmou Luiz Mauro Pedroso, diretor comercial. Entre os lançamentos, a marca levou o Small Fish – um nugget de tilápia –e o bolinho de tilápia empanado.

Seafood
Brasil

“O varejo em um mundo de transformação”

Impactos das mudanças climáticas

95% dos consumidores notaram alterações na oferta de produtos devido a eventos climáticos

64% mudaram de marca por conta do aumento de preços

Tendênciasdeconsumoalimentar

Substituição de carnes vermelhas por proteínas mais acessíveis, como:

• Ovos

• Frango

Alta na preferência por:

• Refrigerantes zero

• Alimentos mais saudáveis, práticos e sustentáveis

Mudanças estruturais na sociedade

• Redução do tamanho das famílias

• Aumento da presença de pets nos lares

• Impulsionamento do consumo no segmento pet

Transformaçãonoshábitosdecompra

• 7 em cada 10 consumidores frequentam mais de uma loja por mês

• Supermercados de bairro ganham preferência para reposição

• E-commerce em alta: crescimento de 16% no faturamento em 2024

Impulsionado por:

• Busca por preço

• Variedade de produtos

Perfil do novo consumidor

• Multicanal: combina experiências online e presenciais

• Mais consciente, exigente e sensível a:

- Clima - Preço - Propósito das marcas

Bacalhau em foco e portfólios com novidades

Para a Caxamar Brasil, a quarta participação do evento veio acompanhada de um crescimento expressivo: “Tivemos um incremento de aproximadamente 200% nas vendas em relação ao ano passado”, relatou Abner Almeida, CEO e cofundador da empresa. Como resposta às demandas do varejo, a empresa lançou embalagens em novos tamanhos, mais atrativas e práticas para supermercados. Outro passo estratégico foi a entrada no mercado com o camarão P. vannamei

A Opergel também reforçou seu compromisso com a diversificação e o posicionamento da marca no varejo de pescado. “Estamos com a linha de skin pack, que é uma embalagem mais moderna, que mostra mais o produto e gourmetiza o peixe”, explicou Geraldo Neves, gerente da filial Sul. A novidade contempla itens como vieira, lombo de salmão e duas apresentações de camarões, com foco na linha Empório.

Já a portuguesa Ferraz levou ao evento uma gama de produtos e uma estratégia clara de expansão no mercado brasileiro. “O nosso produto-prêmio é efetivamente o bolinho de bacalhau, mas estamos inovando com folhados de salmão, Bacalhau à Brás, Bacalhau com Broa”, explicou André Coelho, diretor-geral da empresa.

Fique viciado Fique viciado

Pescados da mais alta qualidade

1 Fishery Port Road #01-01 Singapore 619729

TEL:+65 6266 6566

E-MAIL:sales@chuncheng.com

Lepidocybium flavobrunneum

Lepidocybium flavobrunneum

Xiphias gladius Xiphias gladius

Marketing & Investimentos

Agregando valor com novidades e sustentabilidade

A Korin apresentou duas novidades: “o salmão defumado e as porções fracionadas”, afirmou Roberto Veiga, responsável pela produção do salmão da empresa. Segundo ele, o diferencial dos produtos está nas certificações internacionais de sustentabilidade (ASC –Aquaculture Stewardship Council) e bem-estar animal (Certified Humane®), o que, na prática, garante ao consumidor um produto com rastreabilidade e responsabilidade ambiental.

O Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) fortaleceu sua atuação ao lado de importadores e exportadores parceiros. “Estamos aqui desde 2012, apoiando quem importa do Alasca e divulgando a pesca selvagem, natural e sustentável que é marca do nosso Estado”, disse Leonardo Silveira, gerente da River Global,

A BomPORTO aproveitou para realizar um jantar de lançamento do KiFish, sua recente aposta para o mercado brasileiro. Elaborado com filés congelados de polaca do Alasca, o lançamento será oferecido em porções voltadas tanto ao varejo quanto ao food service

Camarão em alta

“Neste ano, o foco é reforçar nosso posicionamento como ‘O camarão do Brasil’”, afirmou Emmanuel Klein, diretor comercial da Qualimar Pescados. Segundo Klein, os produtos da marca já estão presentes em quase todo o território nacional, mas a participação na Apas permite alcançar novos mercados em estados e municípios distantes. “Nosso objetivo aqui é encontrar

supermercadistas de todas as regiões do Brasil”, explicou. No estande, os visitantes puderam conferir o mix completo, incluindo camarão com cabeça, sem cabeça, descascado, limpo e em diversos tamanhos. Entre os destaques estavam a coroa de camarão pronta para consumo com molho rosé e o camarão gigante em embalagem skin pack

Por outro lado, a Marchef Pescados apresentou na feira sua linha de camarões em pacotes de

empresa que representa o ASMI na América Latina. Silveira também mencionou os esforços de marketing para aumentar a penetração da polaca e do surimi no mercado brasileiro, com vídeos que mostram o preparo direto do congelado destacando textura e sabor. “O salmão já é consolidado, mas a polaca e o surimi são grandes apostas para ampliar o mix de pescado nos PDVs.”

Já a Golden Foods apresentou na feira a linha The Fish, um lançamento da Work Food Business (WFB), holding que se uniu à empresa para trazer novidades em pescado do Vietnã, China, Chile, Argentina e Portugal. “O primeiro item da linha é a polaca congelada, já disponível em mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa espécie é apenas o começo de uma série de lançamentos que planejamos”, explicou Thiago Monteiro, diretor comercial.

150 g e 300 g, sendo que o pacote maior inclui um sachê de tempero. “Também trouxemos diversos produtos empanados de 150 g, como anel de lula, mexilhão e camarão com casca”, explicou Rafael Pedroza, diretor comercial da empresa. Entre os lançamentos, a empresa destacou sua linha premium em skin pack, que inclui camarões maiores, ostra gratinada, anel de lula nacional e mexilhão desconchado e meia concha nacionais.

Divulgação/ASMI

Feições de quem transforma

Em sua edição de 2025, Apas Show contou em seus quatro dias com as principais empresas do varejo de pescado focadas em um objetivo: ajudar com seu potencial na transformação do setor supermercadista brasileiro.

João Machado, Antônio Guimarães e Sidônio Barros (Soguima|Reymar)

Tiago Bueno (Seafood Brasil) e Evandro Raffel (LAR)

Eduardo Frasson, Roberto Gutierres e Alessandro Medeiros (Bom Peixe)

James Loureiro e Carlos Aragon (Bom Peixe)

Dionato Santos, Ivan Lasaro Filho e Geraldo Neves (Opergel)

Kely Souza e Renata Dietrich (Minerva Foods)

Felipe Katata (Cermaq), Danilo Takata (Mar & Rio) e Mariana Spinelli (Cermaq)

Júlio Cesar Antônio, Fabricia Roweder Antônio, Edu Guedes e Fábio Gusman (Mar & Rio)

Vitor Pierri e Maicon Tosin (Planalto Fish)

Marcos Nogueira e Tiago Alves (Perte Alimentos)

Felipe Scartezzini (Swift) e José Wellington (Marnobre)

João Miranda (Noronha Pescados) e Marcelo Eiger (Trident Seafoods)

Carolina Nascimento (Xtra Mile)

Marcos Ramos (Perte Alimentos) e Tiago Dreher (Focus Trading)

Pedro Duque e Marcelo Varela (Carapitanga|Qualimar)

Tiago Bueno (Seafood Brasil), Angélica Seilbitz e Rafael Sousa (Bacalhau BomPORTO)

Antônio Ramon Amaral, Ana Helena Amaral, Sônia Amaral, Milena Amaral e Felipe Amaral (Grupo Ambar Amaral|Brazilian Fish|Raguife)

Deise Machado, Michelle Santos, Thiago Oliveira e Alan Massacotte (Riberalves)

Estande Bello Alimentos

Angélica Seiblitz e Sérgio Sousa (Bacalhau BomPORTO)

Ricardo Pedroza, Charles Mendonça, Camila Pedroza, Rafael Pedroza, Gustavo Pedroza e Alexandre Rustice (Marchef Pescados)

Ade Almeida (Zaltana Pescados) e Fábio Serra (Invest Rondôndia)

Lucas Tavares (Itaueira), Gentil Filho (Bomar Pescados) e Charles Mendonça (Marchef Pescados)

Guilherme Blanke (Noronha Pescados), Gabriel Pires (PartnersBR), Gian (WL Food Marketing FZE) e Júlio Cesar (Braza Foods Dubai)

Pedro Cavalcanti (Frezze) e João Miranda (Noronha Pescados)

Márcio Ortega (Fenix|Baita), Raphaela Oberlaender (AquaChile) e Victor Arruda (Fenix|Baita)

Jeovanne, Elias, Samuel, Domênico Molon (Vivenda do Camarão), Rodrigo Joaquim (Grupo 5), Marcus Roberto, Eliane Costa e Moises (Vivenda do Camarão)

Márcia Santos (Soares Representações), Fabiano (Horta Vitae), Daniele Fernanda (Padan Alimentos), Fabiana Soares (Soares Representações) e Carlos Terra (Marnobre)

Angelo Bari e Jiana Simili (C. Vale)

Maurício Deliberaes e Alexandre Lachi (Copacol)

Sebastian Maraggi (La Serenissima) e Marcilio Alfano (Di Salerno)

Equipe comercial Frescatto

Equipe comercial Frumar

Alvaro Camargo (ProChile)

Thiago Monteiro (Golden Foods)

Emmanuel Klein (Qualimar Pescados)

Léo Martins (Seafood Brasil), Letícia Baptiston (ASMI) e Fabi Fonseca (Seafood Brasil)

Estande Ferraz

Gonçalo Bastos e Abner Almeida (Caxamar Brasil)

Leonardo Silveira, Leticia Baptiston, Vanessa Pamio e Rodrigo Mascareñas (ASMI)

Luiz Mauro Pedroso e Rafael Tortola (GTF)

Roberto Veiga e Celso Morinaga (Korin)

fora do Estado de São Paulo. Eu estou citando esses números basicamente como uma forma de dimensionar o crescimento do evento e a importância dele para proporcionar um avanço na cadeia produtiva do pescado”, afirmou.

Paula ainda apresentou um conjunto de entregas recentes da pasta, entre elas, a assinatura de 446 contratos de uso de reservatórios da União – incluindo áreas estratégicas em Minas Gerais – e a formalização de acordos com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério de Minas e Energia do Brasil (MME) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Em sua passagem pelo evento,, o ministro do MPA, André de Paula, aproveitou para anunciar a abertura de consulta pública sobre a regulamentação do uso das bordas das Áreas de Preservação Permanente (APP) como áreas de apoio e acesso às pisciculturas em reservatórios de usinas

Reconhecendo e premiando

A Aquishow Brasil também premiou pessoas que se destacam por sua contribuição para o fortalecimento da aquicultura no Brasil. As Personalidades da Aquicultura da edição 2025 foram Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, e Giovanni Lemos, fundador da revista Aquaculture Brasil e professor na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

No evento também foi entregue ainda o Prêmio Inovação Aquícola aos seguintes vencedores:

Categoria Produção:

Wagner Camis com BIA (Biometria por Inteligência Artificial GW1);

Categoria Academia:

Manoel Xavier Pedroza Filho com CIAQui (Centro de Inteligência e Mercado da Aquicultura);

Categoria Sustentabilidade: Tiago Milanin com desenvolvimento de um teste para identificar patógenos (bactérias e vírus) causadores de enfermidades em peixes de pisciculturas a partir do DNA ambiental (eDNA).

Premiações e competições também animaram o público na edição de 2025

comercial@bompeixe.com.br bompeixe.com.br bompeixeoficial

CAIXETA DE SAITH E

Marketing & Investimentos

hidrelétricas. A iniciativa resulta de um acordo de cooperação técnica entre o MPA e o Ministério de Minas e Energia.

Debatendo desafios e avanços

A programação de palestras da Aquishow Brasil 2025 reforçou diversas frentes essenciais para a consolidação da tilapicultura brasileira. No âmbito do cooperativismo, por exemplo, oeconomista e coordenador de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob Aracoop, Jeferson Humberto dos Santos, apresentou ocase de Morada Nova de Minas, município mineiro que protagoniza o crescimento da piscicultura nacional. “A atividade não beneficia apenas os produtores, mas toda a cadeia: frigoríficos, graxarias e funcionários. Hoje, mais de 200 famílias são impactadas diretamente”, explicou.

O projeto, iniciado em 2018, foi estruturado com base em um diagnóstico participativo e contou com a parceria do Sebrae e do sistema OCEMG. Segundo Santos, o diferencial do projeto está no protagonismo do cooperativismo como doutrina, aliando o impacto social à viabilidade econômica. “Trazer o cooperativismo para mais próximo de atuação, próximo do local, fazer com que uma cadeia inteira entenda um processo e se desenvolva em conjunto, isso dá resultado financeiro. E, se tem resultado financeiro, a gente consegue crescer e elevar a marca também. É bom para todo mundo”, concluiu.

Durante o painel “Mercado de exportação para a tilápia brasileira”, ofundador e diretor da Divisão de Pescado da Ayamo Global Foods, Vinicius Orsi, lembrou que o Brasil já ocupa a quarta posição entre os maiores produtores mundiais de tilápia, mas ainda engatinha no quesito exportações. “A gente produz muito e exporta pouco, e isso deve mudar”, afirmou.

Em 2024, a curva começou a se inverter, com as vendas externas praticamente dobrando em relação a 2023, impulsionadas especialmente

sanidade etc.

Considerada novo ponto geográfico no mapa da aquicultura e um território com forte potencial para consolidar ações coletivas e estruturantes, Uberlândia (MG) já foi confirmada como sede da próxima edição da feira

pelos filés frescos, cuja demanda foi alavancada pela crise sanitária na Colômbia. “O Brasil estava pronto e conseguiu abraçar essa oportunidade”, reforçou Orsi. Para manter e expandir esse protagonismo, ele defende a estratégia de mirar no mercado norteamericano, com seu alto nível de exigências, como não ter o off-flavor, a sangria bem-feita, a padronização nos cortes e embalagens, além da rastreabilidade e certificações. “É preciso profissionalismo extremo em cada etapa para que a tilápia brasileira

se consolide como referência mundial em qualidade.”

Transformação tecnológica, eficiência, expansão e mais…

A tradicional feira de exposição de produtos e serviços reuniu empresas nacionais e internacionais de todos os portes, que aproveitaram oambiente de negócios e networking para apresentar lançamentos e reforçar seu posicionamento junto à cadeia aquícola. A seguir, veja os principais destaques:

Público acompanhou atentamente as palestras técnicas, que trouxeram debates estratégicos sobre cooperativismo, exportação, profissionalização,

Marketing & Investimentos

Tecnologia Suporte institucional

O avanço da aquicultura brasileira tem atraído cada vez mais soluções para o setor. Um desses exemplos é a Shimpl que marcou presença no evento reforçando a proposta de transformar dados em decisões estratégicas. “Ela é uma plataforma de gestão de dados produtivos e financeiros, mas o mais importante dela é uma plataforma para tomada de decisão”, destacou Gustavo Maia, country manager da empresa no Brasil. A ferramenta, que já é utilizada em outros países, foi recentemente introduzida no mercado brasileiro e oferece funcionalidades como predições de produção por ciclo, tanque ou fazenda, além de cenários financeiros baseados em dados de mercado, permitindo, por exemplo,

determinar o momento ideal da despesca com foco em rentabilidade.

Pela primeira vez na Aquishow Brasil, a chilena I Devac busca aproximar sua tecnologia de inteligência artificial e robótica aplicada à piscicultura das demandas específicas do mercado brasileiro. “Queremos ter presença aqui e poder adaptar nosso produto à realidade do Brasil, principalmente à tilápia”, disse Osiel Guzman, médico-veterinário e representante da companhia Com atuação no cultivo de salmões e trutas no Chile, a companhia está em fase inicial de inserção no Brasil e aposta no diálogo com produtores locais para entender particularidades produtivas e ambientais que exigem customização dos equipamentos.

Muitas associações do setor também marcaram presença com suporte institucional. Entre elas, no estande da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), a diretora técnica, Aniela Banat, destacou o fortalecimento da feira e o papel crescente da tilapicultura nacional. “É bem interessante que a gente vem acompanhando a evolução que passa a tilapicultura brasileira”, afirmou. Segundo ela, a robustez do evento este ano e o engajamento de jovens profissionais indicam uma renovação promissora para o setor. Banat também frisou a importância do elo entre a indústria e a produção primária: “A gente tem um trabalho muito forte junto com esses elos.”

O evento também foi palco para Pedro Rivelli oficializar sua chegada à presidência da Associação de Aquicultores e Empresas Especializadas do Estado de Minas Gerais (PeixeMG), dando início a uma nova fase da entidade mineira. “A associação foi remontada há 3 anos pelo Jorge e pelo Leonardo [antigo presidente e vice, respectivamente], que fizeram um excelente trabalho”, explicou Rivelli. Diante da necessidade de engajar mais os produtores e garantir representatividade efetiva, a nova diretoria assumiu em junho com a proposta de profissionalizar a gestão. A principal medida revelada por Rivelli é a criação de um conselho de administração com atores estratégicos da cadeia, além da contratação de um diretor executivo com experiência no terceiro setor. “A ideia é a gente desenvolver, captar recursos e tornar a associação sustentável”, revelou.

Entre as novidades na feira, a AtmosMarine apresentou soluções tecnológicas para monitoramento ambiental aquícola, com destaque para o uso de imagens de satélite

Nutrição

No evento, a ADM apresentou ao mercado a Nutripiscis Oxygen, ração voltada exclusivamente à tilapicultura e desenvolvida para otimizar o desempenho dos peixes. “O intuit o desse produto é fazer com que o produtor aumente o ganho de peso do peixe mesmo nos períodos de desafio de baixa oxigenação”, explicou Kleber Ragazzo, gerente regional de vendas da ADM para São Paulo e Triângulo Mineiro . A proposta da empresa é permitir que o peixe converta mais, mesmo com menor oferta de ração.

Já a Raguife levou o seu lançamento que é uma ração de gramatura voltada especialmente para a fase de alevinagem, com foco em eficiência zootécnica e qualidade de ág ua. “Hoje eu desconheço uma fábrica de ração no Brasil que faz esse produto com gramatura 0.5”, afirmou o sócio-diretor Felipe Amaral. Segundo ele, o formato do produto já é padrão em mercados internacionais, mas tinha custo elevado para os piscicultores brasileiros. Agora, com produção nacional, o objetivo é garantir acesso ao produto que possibilita ao peixe maior digestibilidade e conversão alimentar.

Por sua vez, a Guabi apostou na sua nova linha de rações iniciais para peixes, agora sob o nome Guabitec Impulse. Segundo Gustavo Pizzato, product manager da companhia , a reformulação vai além de uma mudança de identidade visual. “Agora, a gente traz Impulse, refletindo toda a parte de iniciais da Guabi”, disse. Com a novidade, a companhia quer oferecer soluções que aliam nutrição a estímulos imunológicos, com foco em desafios específicos das primeiras fases de cultivo.

Marketing & Investimentos

Estrutura

Durante a Aquishow, o diretor da Altamar Equipamentos e Sistemas Aquáticos, Marcelo Shei, contou que a mudança de sede de Santos (SP) para Jacareí (SP) possibilitou um crescimento pujante com mão de obra qualificada vinda de setores como a aviação e o automotivo, o que acelerou a área de desenvolvimento em engenharia da empresa. Como consequência, a empresa cresceu quase três vezes em número de colaboradores no último ano, possibilitando a companhia fundar ainda a Tropical Aqua, que está focada em equipamentos e em seus diversos usos. “Ela foi um spin-off e acho que tem capacidade de ser maior que a própria Altamar. A gente começou pelo aqua, mas eles não estão limitados só à área”, conta Shei, destacando que equipamentos como o tambor rotativo a ultravioleta tem atendido ainda à agricultura, indústria de bebidas, farmacêuticas e outras.

Por outro lado, a Têxtil Sauter reforçou sua conexão com o setor aquícola e celebrou os resultados da nova fase de crescimento. “O segmento de piscicultura cresce junto com a Sauter”, afirmou Rosemeire Cardoso. Conforme ela, desde 2020 a empresa opera em uma nova planta industrial e atuando com itens como redes de arrasto e telas antipássaro. No entanto, além da tradicional operação na piscicultura e pesca, a companhia agora investe em soluções para o agronegócio, que contempla produtos como telas para sombreamento, ráfias para solo e coberturas para estufas.

Com mais de duas décadas de atuação e sede em Campinas (SP), a Greenpeças marcou presença

destacando sua expertise na fabricação de equipamentos mecânicos para extração de óleo e farelo de soja, além da produção de rações - inclusive para o setor aquícola. Hernando Constança, diretor-presidente da empresa, ressalta a importância de fornecer soluções industriais aos pequenos e médios produtores: “Levar a indústria para esse campo faz com que ele [produtor] possa agregar valor à atividade”. No segmento de piscicultura, a companhia fornece maquinário completo para produtores que fabricam sua própria ração.

Já a LSCOMEX esteve no evento apresentando a sua trajetória de mais de duas décadas com foco em compressores e inovação aplicada à piscicultura. A holding, que inclui marcas como Aerolis e JKW, foca na linha de sopradores radiais JKW, além de soluções complementares, como as mangueiras porosas para microbolhas, que ampliam a eficiência da oxigenação na água. “Quanto menor a bolha, melhor a oxigenação da água”, afirmou o diretor técnico, Jonildes Lima , que demonstrou ainda os formatos desenvolvidos pela companhia, como os modelos em estrela e pétala.

A Heinrich Equipamentos focou no que considera seu principal avanço

Tecnologia, estrutura, nutrição e sanidade foram algumas das áreas que a Aquishow trouxe ao público em sua edição 2025

tecnológico: a atualização do filtro de tambor rotativo, o carro-chefe da empresa. “É um equipamento bem versátil que serve para sistemas de engorda, para laboratórios de reprodução e algumas outras aplicações industriais também”, explicou o proprietário Arthur Heinrich. Sediada em Cafelândia (PR), a companhia se especializou em soluções voltadas para filtragem de água, desinfecção e sistemas de recirculação (RAS), além de equipamentos voltados à reprodução de peixes e cultivos intensivos.

Também com ênfase em qualidade de água, a NanoBiologic marcou presença com o sistema NanoZeta, tecnologia baseada em nanobolhas que visa transformar o manejo da água em cultivos intensivos. “Um tanque com nanobolha, com potencial Zeta, tem capacidade de fazer tratamento, um peixe mais gordo sai mais cedo do tanque e tem menos doença”, explicou o fundador da empresa, Oliver Povareskim . Conforme ele, a tecnologia, já aplicada em cultivos agrícolas no Brasil e na aquicultura japonesa, agora ganha força no setor de pescado nacional. “A gente conseguiu, nos últimos 5 anos, fazer essa tecnologia e disponibilizar com custo compatível com o Brasil”, destacou.

Especializada em soluções ambientais para a aquicultura, a Unny Geo destacou o lançamento da geomembrana Aquapex, voltada à impermeabilização de viveiros escavados, tanques elevados e outras aplicações técnicas no setor. “Ela tem três vezes mais proteção UV e vem na cor verde-preta ou branca-preta”, contou Walquíria Costa, proprietária da empresa. A novidade soma-se ao portfólio da marca, que inclui bobinas fracionadas, painéis soldados sob medida e tanques circulares.

Sanidade

O crescimento da aquicultura no Brasil tem motivado a aposta em soluções para a sanidade, que impulsiona também a entrada de companhias internacionais no mercado, a exemplo da PlusVet Animal Health, que apresentou uma plataforma de itens voltados ao desempenho e à sanidade aquícola. “Nós temos um portfólio com três produtos, porém, muito poderoso”, afirmou Arnaud C. O destaque vai para o PhytoAqua, voltado à mitigação de desafios sanitários recorrentes na tilapicultura brasileira. A linha é complementada pelo AroMar, voltado à melhora do desempenho zootécnico

Já a holandesa AHV (Animal Health Vision) levou sua tecnologia voltada para o combate preventivo a bactérias. A empresa nasceu na Europa e hoje, faz parte de um grupo que atua também nas áreas de saúde humana, vegetal e industrial. “Todos os produtos são fitoterápicos, à base de extratos vegetais extremamente concentrados, além de ser uma tecnologia patenteada. Somos uma empresa de biotecnologia”, explicou Micaele Sales. Com presença também no Chile - especialmente no cultivo de salmão -, a companhia chegou ao País há 2 anos e agora, estreia no mercado com dois produtos voltados para a tilapicultura:

Já a brasileira Real Fish celebrou um marco importante em sua trajetória ao consolidar mais uma exportação de matrizes de tilápia, desta vez para a República Dominicana, como conta o diretor e sócio da empresa, Francisco Carlos Altimari Jr. “Completamos mais uma exportação de matrizes de tilápia, agregando um material genético de qualidade”, destacou. Além do avanço no mercado internacional, a empresa apresentou ao público duas novidades voltadas ao manejo hídrico. O primeiro lançamento é o Hiperbio, um biorremediador indicado para manutenção dos parâmetros

o autêntico camarão

Congelado a bordo

PRODUTO SELVAGEM COM UM SABOR ÚNICO

CONTROLE INTEGRAL DA CADEIA DE ABASTECIMENTO

QUALIDADE PREMIUM 10-20 PEÇAS / QUILO

IBERCONSA DE ARGENTINA, S.A. Parque Industrial Pesquero S/N (9120) Puerto Madryn Chubut +54 280 4453088 www.iberconsa.com

Novo lugar, velhos (e alguns novos) rostos

Estreando sua fase itinerante, Aquishow 2025 foi realizada pela primeira vez em Uberlândia (MG) para reunir, entre 27 e 29 de maio, os principais profissionais de todos os segmentos da cadeia produtiva da aquicultura nacional.

Lucas Welsh (Sea Carbon) e Gabriel Jesus (BioSyn)

Fernanda de Paula, Juliana Lopes (MPA), Kátia Mastroto (UnaPele), Ministro André de Paula (MPA), Silvania Brigano (UnaPele), Marilsa Patricio (Aquishow|PeixeSP) e Luiz Figueiredo (UnaPele)

Ministro André de Paula (MPA), Vitor Regiani (RVR) e Marilsa Patricio (Aquishow|PeixeSP)

Estande do Ministério da Pesca e Aquicultura

Eliceo Valderrama, Sílvio Romero e Carlos Ramirez (BAP|Global Seafood)

Gerlucio Neri, Paulo, Paulo Cruzeiro e Sandro (Neogenétics)

Marcelo Shei e Izabella Farias (Altamar)

Micaele Sales, José Troncoso e Martin Reinke (AHV)

Miguel Pizziolo, Juarez Silva, Marcos Leandro e Gabriel Pizziolo (Juvenil Peixe Vida e Barra Multifish)

Aniella Banat (ABIPESCA)

Francisco Medeiros (PeixeBR) e Daniel Victória (Bahia Pesca)

Marcelo Lara (ABRAPES)

Tiago Bueno (Seafood Brasil) e Ana Carolina Iozzi (ASC)

Felipe Amaral, Bruno Pereira, Victor Rasteiro e Gabriel Andrade (Raguife|Grupo Ambar Amaral)

Zé Dias Neto e Breno Manzini (Prevet)

Francisco Medeiros (PeixeBR) e Jaqueline Chavez (SEAGRI-Glória/BA)

Willian Lima, Andrea Aires e Bruno Lopes (Friocenter)

Milena Souza, Ilana Leone e Marcelo Piritiba (Bahia Pesca)

Ismael Amorim, Vinícius Mendanha, Antônio Leonardo, Carlos Ishikawa, Luara Cassiano, Masé Paiva, Roni Paiva e Caio Perazza (IPESCA)

Carlos Brandão, Francisco Altimari, Gastão Fachini e Filipe Araujo (Real Fish)

Vanderlei Paula e José Carlos (Intaba)

André Blanch e Delton Pereira (MSD)

Gustavo Pereira, Tiago Gomide e Alexandre Silva (Supra)

Daniela Gaspar e Bruna Castro (Phibro)

Estande Vaxxinova

Arnaud Collard e João Moutinho (PlusVet)

Tiago Bueno (Seafood Brasil), Thiago Ushizima (Adisseo) e Thiago Tardivo (SEPEA-TO)

Candi Demarchi (Suiaves), Santiago Benites (Aquivet) e Eduardo Conte (Suiaves)

Thiago Tardivo, Raimundo Lima, Nane, Sérgio Barbosa, Jales Barros e Matheus (SEAPEA-TO)

Wilson Boscolo (Unioeste), Carolina Maia (BN Nutrição Animal), Carolina Vasconcelos (Alltech), Luciana Lacerda (Equali-z) e Elaine Longui (MigPlus)

Estande ADM

Vinicius Bueno (Piscicultura Raio do Sol), Marcelo Trez (ADM), Rafaela Pinho e Juliano Kubitza (Fider | MCassab)

Cristiani Castelan, Assis Castelan, Emerson Esteves e Assis Herique (Global Peixe)

Nedyr Chiesa, Luiz Dysarz, João Bordingnon e Eniel Klein (Trevisan)

Miguel Fernandez, Adrielli Brito e Marco Rozas (Pathovet)

Marketing & Investimentos

Renato de Almeida, Bruna Wagner, Wagner Corrêa, Thais Milena e Gabriel Robles (Imeve)

Flávio Renato e Evandro Penha (BRX Aeradores)}

Vinicius Orsi e Martin Muller (Ayamo Global Foods)

Estande GenoMar

Álvaro Leal e Jorge Oliveira (Meu Pescado)

Estande da Caixa

Tiago Bueno, Fabi Fonseca (Seafood Brasil), Gracielle Vieira e Lucas Fernandes (Aquishow)

Beatriz Peres (UMC) e Kaká Ambrósio (DuPeixe)

Raquel Almeida, Graziela Caixeta e Rômulo Junior (Lonax)

Fabiana Pilarski, Masé Paiva, Luciane Sperandio e Daniela Nomura (mulheres CAUNESP)

Luiz Ayroza (consultor), Eduardo Rasguido (PeixeMG), João Manoel (PeixeBR) e Thiago Tardivo (SEPEA-TO)

Marcelo da Silva (Big Peixe SC), Daniel Pereira (iAqua|Aqualuz Camarão), André Camargo (iFish) e Altemir Gregolin (IFC Brasil)

Maria Merce, Marcelo Nunes, Sarah Oliveira e Thiago Ushizima (Adisseo)

Amanda Mots, Ronaldo Pameira, Luiz Carmo e David Nawa (AtmosMarine)

Daiana Carvalho e Ailton Rodriguês (Aquabit_Aqua Comunidade)

Erico IGnacio, Osiel Guzmán e Jorge Esteban (I Devac)

Gustavo Maia e Alan Liera (Shimpl)

Rafael Rocha, Pedro Rivelle, João Mauro Mendes, Rodolfo Cheloni e Adriano Borges (PeixeMG)

Rosemeire Cardoso e Renata Moreira (Têxtil Sauter)

Juliana Arantes, Jeferson Santos e Amanda Martins (Siccob Aracoop)

Thiago Santos, Walquiria Costa e Evelyn Juliane (Unny Geo)

Time Guabi

A favor de um setor cada vez mais forte

Realizada mais uma vez no PEC Nordeste, ExpoCamarão se consolidou em sua 3ª edição como um pilar fundamental da carcinicultura não só do Nordeste, mas também para fortalecer a atividade em âmbito nacional

Texto: Léo Martins

Os números comprovam: os 100 mil visitantes, os 1.400 estandes ocupados por 600 empresas, instituições, cooperativas, instituições de pesquisa, órgãos públicos e startups do agro, colocam o PEC Nordeste não só como o maior evento indoor do agronegócio do Norte e Nordeste do Brasil, mas fez a edição 2025 superar as expectativas em seu entorno.

Realizado entre os dias 05 e 07 de junho de 2025, no Centro de Eventos

do Ceará, em Fortaleza (CE), o evento, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) e pelo Sebrae Ceará, reuniu em três dias, produtores, técnicos, pesquisadores, estudantes, empresários e representantes institucionais de todos os estados nordestinos e de outras regiões do País, tudo em 32 mil m2

E dentro da programação ocorrida durante a feira que reforçaram a diversidade do PEC Nordeste, estava um inteiramente voltado à

carcinicultura: a ExpoCamarão.

Em sua terceira edição, o evento registrou números importantes que constataram um crescimento exponencial: em 2023, foi registrado pouco mais de 80 estandes, sendo que em 2025, esse número saltou para 230. “O PEC Nordeste, como um todo, tomou todo os 35 mil m² do Centro de Eventos do Ceará, sendo que deste espaço, foi ocupado pela ExpoCamarão”, detalhou Ravi Porto, coordenador de comunicação e marketing da Associação dos Produtores de

ExpoCamarão reforçou o papel da carcinicultura para o setor aquícola nacional

Camarão do Ceará (APCC), entidade que foi uma das apoiadoras e organizadoras do evento. “Por isso, já estamos planejando a edição 2026 e nos preparando para a de 2027, que provavelmente será no novo Parque de Exposições junto com o PEC Nordeste”, revelou Porto.

Este crescimento também é reconhecido pela Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), que entende que a ExpoCamarão vem se consolidando no calendário de eventos por sempre buscar um ambiente de troca de conhecimento e fortalecimento do setor. “Este é o terceiro ano consecutivo em que a ABCC participa, com o objetivo de fortalecer a parceria com a APCC e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento do segmento”, declarou Bruna Fernandes, Coordenadora de Projetos da entidade.

De acordo com a Fernanda Gomes de Paula, Secretária Nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura, o órgão esteve presente na ExpoCamarão justamente para ouvir o setor produtivo e esclarecer dúvidas por meio de conversas diretas com interessados e atendimentos em seu estande. “Além disso, nossa equipe participou como palestrante e mediando painéis voltados para a discussão de questões produtivas demandadas na região, articulando a resolução junto ao setor público e privado”, destacou. “Por isso, esse é um evento de grande importância para nós e para a cadeia produtiva da carcinicultura nacional e, especialmente, no nordeste brasileiro”, completou.

Informação para formação

Durante a ExpoCamarão, o conteúdo programado também teve seu destaque para levar conhecimento de qualidade aos visitantes: foram 52 palestras técnico-científicas voltadas para carcinicultura e aquicultura ministradas por especialistas do setor.

Jesus Malpartida Pasco, CEO da JMPaquaculture, empresa que presta assessoria e consultoria em aquicultura, palestrou durante a

feira sobre “Manejo prático da qualidade de água e solos na produção de camarão marinho”, que por sua vez, abordou tudo o que engloba a produção. “Expliquei aos produtores como realizar seus manejos, os ensinando os porquês e como eles devem fazê-los. Também pude mostrar como utilizar tal e qual produto, tudo para que eles não precisem gastar em vão”, contou o palestrante Pasco. “Meu objetivo foi mostrar que é possível produzir melhor do jeito certo com o mínimo custo possível, o que despertou muito o interesse do público com o material, conceitos e conhecimento transmitidos.”

Outra palestra que ganhou destaque foi a de Itamar Rocha, presidente da ABCC. Em seu painel, Rocha levou o tema

“Carcinicultura Cearense: Desafios da sustentabilidade frente aos entraves e dificuldades confrontadas pelos seus carcinicultores”, abordando pontos como o panorama mundial da carcinicultura, a produção e consumo do camarão no Brasil, e o potencial de expansão da atividade cearense. “Claro que só quem pode responder o quão satisfatório foi a palestra são os carcinicultores presentes”, disse Rocha. “Porém, quando se considera que mais de 80% dos produtores de camarão do Ceará não contam com Licenças Ambientais e, apenas 1,5% tiveram acesso a qualquer tipo de financiamento em 2024, minha palestra soou como um alento para a grande massa dos micros e pequenos produtores”, relatou o palestrante.

Durante os três dias de PEC Nordeste, ExpoCamarão trouxe tecnologia, inovação e conhecimento aos produtores nordestinos
Palestra de Jesus Malpartida Pasco abordou o tema “Manejo prático da qualidade de água e solos na produção de camarão marinho”

Marketing & Investimentos

Inovações, soluções e tecnologia para todos os tamanhos

Seja pequeno, médio ou grande produtor, a ExpoCamarão, fazendo jus a sua tradição, levou ao evento tudo aquilo que o carcinicultor precisa para crescer com segurança e assim, fortalecer cada vez mais o segmento no Brasil. A seguir, veja os principais destaques apresentados durante o evento:

A Bomar aproveitou o encontro para levar aos visitantes seu novo laboratório de pós-larva de camarão em Beberibe, além de mostrar uma nova genética com foco em crescimento. “As duas novidades já apresentam resultados muito expressivos em campo. Também aproveitamos a oportunidade para apresentar os alevinos de tilápia que produzimos em Icaraí de Amontada”, relatou Ricardo Carriero, gerente comercial da marca.

Já Roseli Pimentel Pinheiro e Silva, gerente geral das Unidades produtoras de pós-larvas da Potiporã, disse que a empresa levou um conceito para o segmento de pós-larvas: a importância de integrar genética e sanidade na escolha dos animais. “Hoje, sabemos que considerar só um dos dois aspectos não é suficiente: é essencial monitorar tanto a diversidade genética, quanto a carga viral, para garantir o povoamento com os melhores lotes possíveis”, pontuou. E isso, segundo ela, exige um grande esforço, desde a seleção e manejo criterioso dos reprodutores, até investimentos contínuos em análises laboratoriais. “E viemos mostrar que a Potiporã tem nível técnico e qualidade para oferecer esse padrão.”

No segmento de nutrição, Moacy Maia, sócio diretor da Samaria, contou que no estande da empresa, os visitantes puderam conferir todo o portfólio para carcinicultura. “Trouxemos todas nossas linhas, como a SM, SM Starter, SM Bio e SM Line, que oferecem opções eficazes para o melhoramento de crescimento e sobrevivência do animal”, explicou.

Para o diretor, apresentar esses produtos na ExpoCamarão é a estratégia certa, “uma vez que a feira esta crescendo e ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional.”

Para a parte de aditivos, a Phibro, de acordo com Eduardo Urbinati, gerente de negócios de aquicultura, reforçou sua linha PAQ com os produtos PAQ Gro e PAQ Protex. “Ambos já são conhecidos no mercado da carcinicultura como redutores de estresse e imunomodulador, respectivamente”, detalhou o profissional, que ainda destacou que o objetivo da marca ao participar do evento. “Queremos estar presentes com nossas soluções nutricionais, junto aos principais players do mercado em uma feira que está a cada ano maior.”

No mesmo segmento, a IMEVE, em parceria com a Dimeve, apresentou o DB Aqua+, um probiótico com maior concentração de bactérias ácido-lácticas do que a versão anterior. “Essa nova formulação representa um avanço importante em nossa linha de soluções para a aquicultura”, explicou Jessyca Alexandre, assessora técnica comercial em carcinicultura da empresa. “Essa atualização oferece auxílio na colonização intestinal, melhora na digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes, contribui com o equilíbrio da microbiota e saúde intestinal, e oferece suporte no biocontrole reforçado de bactérias patogênicas.”

Além de sua linha tradicional de bombas e flutuantes, a Mais Hidro Soluções aproveitou a ExpoCamarão para apresentar outros equipamentos para a produção aquícola. “Trouxemos a bomba de despesca para camarões, a bomba Vórtex (para fluidos com presença de sólidos) e um aplicativo para o monitoramento remoto de motobombas”, revelou Ricardo Lopes, diretor operacional da marca. Para Lopes, além de apresentar equipamentos ao setor, a feira tem um outro papel: “Aproximar nosso time técnico e os potenciais clientes.”

Já na parte de tecnologia, Jorge Oliveira, CEO da Meu Pescado, informou que a empresa levou ao evento seu sistema de gestão especializado em fazendas de cultivo de camarão e peixe, que por sua vez, tem o propósito de digitalizar a aquicultura e apoiar o produtor a se tornar cada vez mais profissional. “Nosso foco é proporcionar mais controle sobre a propriedade, possibilitando decisões mais assertivas, que gerem melhores resultados, maior lucratividade e sustentabilidade no negócio”, explicou. Além disso, a companhia apresentou ao público atualizações nessa plataforma, como a nova integração com o WhatsApp, melhorias no módulo financeiro, avanços de desempenho e aprimoramentos no aplicativo de campo.

Tecnologia e inovação fizeram parte das soluções apresentadas na feira
ExpoCamarão levou aos visitantes lançamentos para todos os tamanhos de produções
Seafood Brasil
Meu Pescado/Divulgação

Os sorrisos de um setor forte

Durante os dias 05 e 07 de junho, o segmento celebrou com sorrisos durante a ExpoCamarão , a carcinicultura nacional cada vez mais forte e com perspectivas positivas para o futuro

Juliana Lopes e Fernanda de Paula (MPA)

Roberto Neto, Caio Holanda, George Modesto, Lays Barbosa e Alfredo Freire (iAqua)

Francisco Medeiros (PeixeBR) e Tiago Bueno (Seafood Brasil)

Marcelo Simão (Samaria Rações), Leonel Ferreira (produtor de camarão) e Felipe Tavares (FECAM)

Jaqueline Medeiros e Erica Araújo (Larvi)

Cláudio Tuamm, Francisco Altimari e César Garcia (Real Fish)

Moacy Maia, Luzia Maia, Cristiano Maia e Christianny Maia (Samaria Rações | Potiporã)

Jessyca Alexandre (Imeve | Dimeve), Micaele Sales (AHV) e Célio Henrique (Palestrante)

Letícia Vidal, Bárbara Vieira e Ricardo Lopes (Mais Hidro Soluções)

Roseli Pimentel e Cristiano Maia (Samaria Rações | Potiporã)

Eduardo Urbinati (Phibro), Daniel Lanza (UFRN) e Alessandro Ferreira (Innutri)

Pedro Gomes (Hipra), Rafael Venâncio (Samaria Rações), Marco Aurélio e Charlys Emanuel (Agronorte), Inácio Soares (produtor de camarão) e Rafael Stedile (Agronorte)

Pierina Pablo e Pablo Paez (Prilabsa)

Rosangela, Mauricio Dorigatti Jr, Francisco Totti e Mauricio Dorigatti (AcquaSystem Brasil)

Archibald Rehder, Daniela Nomura, Maricelia Neves e José Cruz (Vidara)

Cristine Macedo e Marcos (Inve Aquaculture)

Fernanda Maruoka, Itamar Rocha e Bruna Fernandes (ABCC | Fenacam)

Jorge Oliveira, Alvaro Leal, Thiago Madeira (Meu Pescado)

Pedro Fontenele, Isaac Chaves e Diego Maia (Biotê Nutrição Animal)

Zeca Marcondes e Domiedson Santos (Korin Agricultura)

Márcio Bourscheid (Bonkoski), Romulo Fiorucci (Safeeds) e Gilberto Bonkoski (Bonkoski)

Flávio Varas e Rafael Liano (Aquatec)

Evandro Lorenz, Candi Guttler e Guilherme Cabral (Suiaves)

(Larvifort)

Virginia Padua e Luiz Ferraz (Ferraz Máquinas)

José Edvaldo, Evandro Penha, Vagner Paiva e Allan Anjos (BRX Aeradores)

Estande Bomar Pescados

Estande ADM

Estande Imeve | Dimeve

Thiago Felix, Filipe Pinheiro e Albert Santiago (Alquimia)
Maisa Magna, Raissa Pinheiro e Karolayne Damasceno
Diego Sousa e Luiz Paulo (APCC)
Fernanda Maruoka (ABCC | Fenacam), Jeferson Couto (Carapitanga) e Giovanni Mello (UDESC | Aquaculture Brasil)

Bem-vindo, mundo!

Com mais de 35 mil profissionais de 87 países, Barcelona recebe a maior edição da Seafood Expo Global para reforçar o papel estratégico da indústria pesqueira mundial com inovações tecnológicas, sustentabilidade e tendências de consumo

“ Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la.”

Se tem uma frase que ajuda a resumir o que foi a Seafood Expo Global 2025, é esta proferida por Dante Alighieri, famoso poeta e escritor italiano responsável pela obra A Divina Comédia. Afinal, a sede de um setor cada vez mais ávido por inovação e conhecimento levou, entre fornecedores e compradores, cerca de 35 mil profissionais do segmento de pescado à feira que, em sua 31ª edição, foi tida como a maior de sua história.

Realizada entre os dias 06 e 08 de maio, na Gran Vía da Fira de Barcelona, na Espanha, a Seafood Expo Global reuniu 2.187 empresas expositoras de 87 países e 68 pavilhões nacionais e regionais em um espaço de 51.217 m². Com novos países e regiões participantes, como Albânia, Egito, Geórgia, Groenlândia, Malta e Nigéria, o evento ainda contou com novos pavilhões nacionais e regionais da Agencia de Gestión Agraria y Pesquera de Andalucía, da Federação Japonesa de Cooperativas de Fabricantes de Molho de Soja, do ProEcuador, do Sri Lanka Export Development Board e do Instituto Valenciano de Competitividad Empresarial, IVACE (Espanha), além da Autoridade de Desenvolvimento Comercial do Paquistão (TDAP). Já o lado brasileiro foi representado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que, por sua vez, será detalhado mais adiante neste texto.

Divulgação

Inovação e tecnologia em destaque

Em seus três dias de evento, a Seafood Expo Global teve como um de seus grandes destaques a apresentação de inovações tecnológicas voltadas para a sustentabilidade e eficiência na cadeia produtiva. Assim, os expositores levaram aos visitantes tudo o que há de atual em processamento de pescado, como materiais de embalagem e máquinas, equipamentos e suprimentos para refrigeração e congelamento, equipamentos de processamento primário e secundário, controle de higiene e saneamento, além de serviços de garantia de qualidade.

No entanto, a novidade neste assunto ficou a cargo de soluções de automação, digitalização e inteligência

artificial, que foram amplamente discutidas com foco em rastreabilidade, controle ambiental e redução de impactos ambientais.

“Não há outra maneira de acessar fornecedores globais de frutos do mar em um só lugar. Afinal, todos com quem queremos conversar estão aqui”, disse Andrew Lively, CEO da Ocean Perfect, empresa de logística de frutos do mar vivos.

Nesta linha, Juliano Kubitza, diretor da Fider Pescados, uma das empresas brasileiras que estiveram no evento, destacou que a Seafood Expo serve para acompanhar as tendências globais e fortalecer parcerias estratégicas. “Para nós, representa uma oportunidade de mostrar o que o Brasil tem de melhor na aquicultura”, afirmou.

Barcelona sediou a 31ª edição da Seafood Expo Global, recebendo 2.187 empresas e mais de 35 mil profissionais em três dias de evento
Texto: Léo Martins

Amanhã sustentado por três letras

Texto: Léo Martins | Créditos fotos: IFC/Divulgação

Se hoje perguntassem a você, leitor, qual evento em 2025 sediado no Pará, que tem três letras e que vai ajudar a traçar o futuro através da sustentabilidade, sua resposta seria a COP 30, encontro que será realizado pela primeira vez aqui no Brasil em Belém entre 10 e 21 de novembro? Porém, não é da COP 30 que estamos falando, mas sim de outro evento que ocorreu em 2025 também na capital paraense: o IFC que, em sua versão Amazônia, recebeu mais de 6 mil participantes de 23 a 25 de abril para consolidar a pesca e a aquicultura sustentáveis como eixo para o futuro da região (e do segmento nacional).

Realizado no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em

Em sua segunda edição, International Fish Congress & Fish Expo Amazônia (IFC Amazônia) discute como a produção de pescado pode ser útil para o futuro amazônico do ponto de vista da sustentabilidade

sustentável da pesca na Amazônia.

Belém, o International Fish Congress & Fish Expo Amazônia chegou a sua segunda edição como um congresso e feira dedicados à pesca e à aquicultura na região amazônica. Com o tema central “Produção de pescado para uma Amazônia sustentável”, o encontro integrou cadeias produtivas na região, conectando representantes, povos tradicionais, pesquisadores, gestores públicos e empresas do setor.

Sustentabilidade em foco

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades federais e estaduais, como o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que reforçaram o compromisso com o desenvolvimento

IFC Amazônia reuniu mais de 6 mil pessoas entre os dias 23 e 25 de abril para consolidar a pesca e a aquicultura como elementos sustentáveis da região

“Destacar a importância desse evento, o segundo IFC aqui na Amazônia, o que não deixa dúvidas do sucesso absoluto que essa nova edição representa. É muito importante que isso ocorra em Belém, cidade que vai sediar encontros importantes este ano”, afirmou de Paula.

Por outro lado, o governador Barbalho fez questão de destacar o papel fundamental que o pescado tem para o Estado. “[A atividade pesqueira] representa a geração de emprego, a oferta de alimento de qualidade para as pessoas e uma solução a partir de produções sustentáveis.”

A relação entre COP 30 e IFC Amazônia

A confusão entre os dois eventos é justificável. Originalmente, o IFC Amazônia estava programado de 12 a 14 de novembro de 2024. Porém, com a confirmação da COP 30 em Belém, o encontro foi adiado para abril de 2025 e convidado a ser um evento pré-COP30, servindo como palco de debates sobre

Números gerais do evento

6.744 inscritos

85 expositores

43 painéis

72.315 visualizações online

591 trabalhos científicos

pesca e aquicultura, alinhados aos objetivos da COP 30.

Por isso, durante o IFC Amazônia, foi destacado o potencial da pesca e aquicultura como alternativas de baixo carbono – foram apresentados dados que mostram que a produção de pescado na Amazônia emite dez vezes menos gases de efeito estufa que a pecuária.

“A Amazônia não é só carbono: é água, biodiversidade e gente. Essas atividades podem alimentar milhões sem derrubar uma árvore”, afirmou Altemir Gregolin, um dos articuladores do congresso.

Sabor, tecnologia e conhecimento

Com participação de expositores, especialistas e público, ao longo de três dias, o IFC Amazônia contou com mais de 70 instituições parceiras para trazer mais de 40 horas de programação técnica, incluindo conferências, 43 workshops e painéis setoriais, além de uma exposição tecnológica.

No caso da Feira de Negócios e Tecnologia, que ocupou 4 mil m2, expositores apresentaram máquinas,

Reconhecimento à inovação

O Prêmio IFC Amazônia 2025 reconheceu projetos que contribuem para a segurança alimentar e para um futuro sustentável nos pilares econômico, social e ambiental:

• Prêmio Inovação em Aquicultura –Pirarucu da Mexiana (Ilha do Marajó)

• Prêmio Políticas Públicas – SEMAS (Governo do Pará)

• Prêmio Ciência e Tecnologia –Embrapa Aquicultura e Pesca

• Prêmio Sustentabilidade – BNDES

equipamentos e sistemas de produção para visitantes interessados nas tendências do setor. E se teve apetite tecnológico, o IFC Amazônia ainda trouxe o Corredor do Sabor, que celebrou a gastronomia local, além do espaço Na Cozinha Show, com chefs como Angela Sicilia e Diego Alvino que reinventaram pratos com pirarucu e açaí. A feira de 2025 ainda apresentou aos presentes o IFC Bio Fashion, que por sua vez, foi criado para elevar Belém ao circuito da moda sustentável ao contar com desfiles de peças feitas de couro de peixe e biojóias.

Já o conhecimento foi representado pelo Congresso Internacional de Aquicultura

Dando voz ao novo e às mulheres

A segunda edição do IFC Amazônia também abriu espaço para novas ideias com o Inova Aqua, criado para dar voz à inovação. O espaço recebeu apresentações de trabalhos científicos e a participação de seis startups selecionadas pelo Sebrae, que por sua vez, apresentaram soluções em acompanhamento de carbono, biodigestores de fibra e produção de alevinos de pirarucu, reforçando o compromisso do evento com a inovação voltada à sociobiodiversidade local. Além disso, o IFC Amazônia promoveu o 5º Encontro Mulheres das Águas, que reuniu mulheres do setor que são exemplo de superação e liderança em suas áreas.

Encontro Mulheres das Águas reuniu mais uma vez mulheres que possuem histórias inspiradoras

e Pesca e o Simpósio Internacional de Aquicultura Ornamental e Aquariofilia com conteúdo programático. O painel de abertura “Tendências em relação ao mercado mundial de pescado, oportunidades e estratégias para a região Amazônica” ficou a cargo de Audun Lem (FAO), Alexander Turra (USP) e Cátedra Unesco. Os especialistas Manoel Xavier Filho (Embrapa), Victor José Soares (Amazon) e Eduardo Ono (CNA) integraram o encontro “Mercado e suas perspectivas: desafios, estratégias e a criação de uma marca para o pescado da Amazônia” e o painel “Expectativas e estratégias do Brasil na COP 30 e como a pesca e a aquicultura podem ser protagonistas”, teve a participação de Eduardo Sfloglia (Ministério da Pesca) e Bruno Abaurre (Itamaraty).

Compromisso com o futuro: a Carta de Belém

Durante o IFC Amazônia, foi apresentada a Carta de Belém, documento que estabelece compromissos com metas de sustentabilidade, incentivo aos produtores e integração das cadeias produtivas.

O documento, que será oficialmente entregue aos líderes globais durante a COP 30, foi elaborado e assinado por mais de 30 entidades do setor pesqueiro e aquícola, incluindo pescadores, aquicultores, pesquisadores, cooperativas, empresas e outras organizações.

As notícias mais importantes de nosso site no último bimestre

Mercosul e EFTA concluem acordo de livre comércio

Durante a cúpula do Mercosul, realizada no início de julho em Buenos Aires, o Ministério das Relações Exteriores anunciou a conclusão do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês). O Itamaraty divulgou que a medida representa um novo passo para o fortalecimento do comércio exterior, especialmente para micro, pequenas e médias empresas ao proporcionar acesso ampliado ao mercado para mais de 97% das exportações entre as partes, o que deve impulsionar o comércio bilateral e gerar benefícios para empresas e consumidores. Neste contexto, o setor de pescado brasileiro poderá se beneficiar diretamente com o aumento do acesso a esses mercados, elevando a competitividade dos produtos sul-americanos e abrindo novas perspectivas para as importações brasileiras, caracterizadas principalmente por produtos de pescado com elevado valor agregado e de consumo, como é o caso do bacalhau no Brasil.

China libera mercado para todo pescado extrativo brasileiro

Em decisão anunciada no dia 27 de junho pela Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), a China oficializou a liberação de todas as espécies de pescado de origem extrativa provenientes do Brasil. A liberação, que é resultado de esforços conjuntos entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Câmara Setorial da Produção e Indústrias de Pescados, foi viabilizada pela atualização do sistema de habilitação interno chinês, concluída recentemente, que atende às exigências sanitárias do governo local. Na prática, todas as espécies de pescado extrativo brasileiro estão autorizadas a entrar na China, bem, como as empresas brasileiras habilitadas pelo Mapa, que já podem iniciar imediatamente os embarques.

Plano Safra 2025/26 prevê crédito de R$ 89 bi à agricultura familiar

O Governo Federal lançou oficialmente no Palácio do Planalto o Plano Safra 2025/2026, com previsão de R$ 89 bilhões em crédito rural para a agricultura familiar - com inclusão da pesca artesanal e do pequeno aquicultor - e R$ 516 bilhões para o agronegócio, R$ 8 bilhões a mais em relação ao ciclo anterior. Na safra 2024/2025, o crédito rural para o desenvolvimento dos setores pesqueiro e aquícola também foi evidenciada: foram liberados mais de R$ 1,1 bilhão para investimentos na aquicultura e R$ 378 milhões para a pesca. Ao todo, os recursos resultaram em 6.712 contratos para aquicultores e 18.673 para pescadores.

Produção global de ração cresce, mas aquicultura ainda recua

O Alltech Agri-Food Outlook 2025, levantamento anual da Alltech baseado em dados de mais de 28 mil fábricas de ração em 142 países, revelou um aumento de 1,2% na produção mundial, que chegou a 1,396 bilhão de toneladas em 2024. Já a aquicultura registrou uma queda global de 1,1% em relação a 2023, mas avançou em mercados como África e Europa. Conforme o relatório, apesar de eventos como surtos sanitários, flutuações climáticas e incertezas econômicas, o setor de produção de ração obteve ganhos consistentes em segmentos-chave, como ruminantes e pet food. Com um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, a América Latina foi uma das regiões com melhor desempenho na produção de rações em 2024, totalizando 198,4 milhões de toneladas. No Brasil, a produção de ração animal atingiu 86,6 milhões de toneladas, um avanço de 2,4% frente a 2023.

Canva
Canva Seafood

Seguro-Defeso: veja o que muda com novo decreto homologado em junho

Através do Decreto n° 12.527 de 24 de junho de 2025, o Governo Federal regulamentou um novo modelo de concessão do Seguro-Defeso. A iniciativa moderniza as regras, combate fraudes e busca garantir que o benefício alcance os pescadores profissionais artesanais que realmente dependem dessa atividade. Atualizando os Decretos nº 8.424 e nº 8.425, ambos de 2015, a nova regulamentação reforça o compromisso com a proteção social e a transparência. Entre as mudanças, destacam-se a exigência de comprovação do exercício contínuo da atividade pesqueira, a atualização cadastral no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) e o fortalecimento da fiscalização. Além disso, os Ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente e Mudança do Clima atuarão em conjunto no monitoramento das atividades pesqueiras e na definição técnica dos períodos de defeso.

Novo acordo incentiva pescado na alimentação escolar no Brasil

Em conjunto com o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para expandir o consumo de pescado na alimentação escolar. A iniciativa tem como foco a capacitação de pescadores artesanais, aquicultores familiares e agentes da alimentação escolar, promovendo saúde e sustentabilidade. Com validade de 24 meses, o acordo reforça a Lei nº 11.947/2009, que determina que pelo menos 30% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) sejam destinados à compra de alimentos da agricultura familiar, incluindo o pescado proveniente da pesca artesanal.

FAO divulga avaliação global sobre estoque de peixes marinhos

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou durante a Conferência dos Oceanos da ONU, a Revisão do Estado dos Recursos Pesqueiros Marinhos Mundiais –2025. O estudo oferece uma análise mais atualizada e abrangente sobre a sustentabilidade das pescarias marinhas. De acordo com o documento, 64,5% dos estoques marinhos globais estão dentro de níveis sustentáveis, enquanto 35,5% permanecem sobreexplorados. Além disso, em termos de desembarques, 77,2% da pesca mundial provém de fontes biologicamente sustentáveis. Por outro lado, regiões com gestão pesqueira eficiente, como o Pacífico Nordeste (92,7%), Sudoeste (85%), e a Antártida (100%) mostram que investimentos em governança, monitoramento científico e cooperação internacional produzem resultados

MPA lança boletim com diagnóstico atualizado da atividade pesqueira

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) apresentou o Boletim RGP Profissionais durante a 44ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (CONAPE), realizada em Brasília nos dias 17 e 18 de junho. O documento oferece um panorama detalhado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), consolidando dados atualizados sobre pescadores e aquicultores em todo o Brasil. O Boletim, baseado nos dados levantados pela Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa da Pesca e Aquicultura (SERMOP), revelou que 49% dos pescadores registrados são mulheres, enquanto 99,7% atuam na pesca artesanal e 87,7% têm o peixe como produto principal. Contudo, os dados também destacam desafios como a baixa renda: 84% dos profissionais vivem com até R$ 1.045 mensais.

Leia esse QR Code e acesse nosso portal: https://www. seafoodbrasil.com.br/ noticias

Na Planta

Tecnologia em processamento de pescado

Spin-off na aquicultura

O destaque da Altamar

Equipamentos e Sistemas

Aquáticos foi a criação da Tropical Aqua, uma espécie de spin-off da empresa focada em equipamentos multifuncionais. Dentro deste espectro, segundo a companhia, o novo braço da marca produz soluções como tambor rotativo a ultravioleta, também aplicados na agricultura, indústria de bebidas e farmacêutica. A marca ainda destaca que a Tropical Aqua não estará só limitada à área de aquicultura e por isso, tem capacidade futuro de ser maior que a própria Altamar.

Cheio de coisas

A linha SGD, da Frigocenter, conta com compressores semi-herméticos de dois estágios de compressão. Com condensação a ar ou água acoplada, o equipamento ainda possui

gabinete para montagem externa, sistema de controle núcleo DX com interface amigável e interativa, tecnologia Microchannel e controle de condensação com velocidade variável, gerando mais de 30% de economia de energia. Por fim, a linha tem tecnologia embarcada de IoT (Internet das Coisas), podendo assim ser interligado a sistemas de monitoramento e análise de dados em nuvem.

Organizando as sardinhas

O classificador de sardinhas da Brusinox é um sistema para separar sardinhas em cinco tamanhos diferentes. A marca informa que a tecnologia possui operação rápida e fácil, justamente por oferecer ao operador agilidade na hora de regular o tamanho dos peixes. Por fim, a empresa ainda destaca a robustez do equipamento, característica essa que oferece uma longa vida útil à solução.

Feito tudo em casa

Já a Greenpeças destaca a sua fábrica de ração, solução essa que é indicada para pequenos e médios produtores que possuem piscicultura e que querem produzir seus próprios insumos. De acordo com a companhia, o equipamento é composto por uma estrutura formada por equipamentos como peletizadora, resfriador, peneira vibratória e o triturador. A companhia ainda destaca que a tecnologia é inteiramente customizada, o que significa que ela poderá ser “montada” variando à necessidade de cada cliente.

Em faixa de pescado

A enfaixadora automática em linha modelo SVAL da Ulma é uma solução que possui um design modular para envolver com filme retrátil em lâmina uma grande gama de produtos individuais e de qualquer comprimento. A marca também ressalta que essa tecnologia é dedicada para conseguir embalagens onde um fechamento total não é necessário através de duas bobinas que são seladas transversalmente. Com capacidade de produção de até 1.080 ciclos/h em função do produto e filme, a SVAL cota ainda com um sistema de selagem e corte de filme através de barra aquecida teflonada com regulagem eletrônica de temperatura.

Pouca água, mais filé

Denominada pela Marel como uma solução de salmão sustentável do mercado, a MS2750 é um equipamento que fornece rendimento no processo de filetagem em pescado de 1 kg a 1,5 kg. Utilizando 15 litros de água por minuto, a tecnologia acaba economizando até 2,5 milhões de litros por ano. A marca ainda destaca que o item se conecta também ao cortador de cabeça MS 2721V ou ao PaceInfeeder integrado, processando até 25 peixes por minuto em um fluxo constante sem a entrada do operador. Por fim, os processadores podem optar por ferramentas opcionais para cortar as costas e a barriga, reduzindo o corte manual.

Crédito das fotos: Divulgação/Empresas

Sabe o que os grandes chefs têm em comum? Eu te conto.

Peixaria Frescatto tãolegalque nem peixaria.parece

Nós somos a fornecedora de pescados dos principais restaurantes do país e estamos prontos para levar toda essa qualidade para sua cozinha.

Em nossa peixaria, em Moema, você encontra pescados exclusivos e premium, além de muitas opções para comer peixe e frutos do mar todos os dias.

Venha conhecer a Peixaria Frescatto e descubra por que somos a peixaria mais legal da cidade.

Leve o bem para toda cidade com entrega agendada.

WhatsApp: (11) 96496-7315

Peça a Felicidade na Alameda dos Nhambiquaras, 508 - Moema/ SP.

O Brasil oferece resiliência e capilaridade de mercado ao salmão, com o consumo pulverizado em diversos canais

Um porto seguro

Em um panorama global onde os ventos sopram com incertezas para todos os lados, o salmão parece ter encontrado no Brasil um verdadeiro porto seguro. Isso porque, mesmo com a inflação ainda pressionando o bolso do consumidor, o cenário atual reúne ingredientes que favorecem seu desempenho comercial em 2025: estabilidade de preços do pescado, dólar em queda, mercado de

Ao combinar apelo de consumo, capilaridade de canais e estabilidade econômica relativa, Brasil se consolida como um dos mercados estratégicos para que o salmão de diversas origens ganhe cada vez segurança para crescer

trabalho em recuperação, consumo pulverizado em diversos canais e um bom apetite do consumidor. “Vamos torcer para que de fato, este seja o momento de virada dos ventos!”, resume Abraão Oliveira, engenheiro de pesca especializado em fluxos comerciais de pescado, fundador da consultoria ProjePesca e cofundador da JubartData.

Neste contexto, a conjuntura econômica atual tem efeitos diretos sobre

a competitividade do salmão frente a outras proteínas animais e, apesar de manter um tíquete médio mais elevado, o peixe segue ganhando espaço na mesa dos brasileiros. “O que antes era tratado como artigo gourmet, hoje circula com fluidez entre diferentes classes e perfis de consumo”, pontua Oliveira. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio de 2025, enquanto carnes bovinas (+23,48%) e aves e ovos

Texto: Fabi Fonseca
Canva

Após crescimento sustentado em valor e volume pós-pandemia, o setor passou a conviver com uma nova conjuntura, agora vista pela pressão sobre preços, redirecionamento de fluxos comerciais e um cenário geopolítico mais desafiador.

(+11,74%) registraram altas em 12 meses, o grupo “pescados” apresentou deflação acumulada de 0,37% no varejo. Neste levantamento, o item “salmão” teve uma leve alta de 1,61%, configurando uma relativa estabilidade que, na avaliação de Oliveira, “pode ser bem aproveitada pelos importadores e distribuidores, desde que aliados a uma estratégia comercial adequada”.

Um dos elementos que ajudou na popularização do salmão no Brasil foi a culinária japonesa

No gosto do brasileiro

Não é exagero dizer que a presença do salmão no Brasil é hoje ubíqua - afinal, o peixe aparece constantemente entre os mais populares pelos brasileiros e está praticamente em toda e qualquer parte. Já a sua popularização caminhou lado a lado com a expansão da culinária japonesa e com a valorização de proteínas consideradas mais saudáveis.

“É difícil imaginar um restaurante japonês, um supermercado premium ou até mesmo um rodízio de churrascaria sem a presença do salmão — seja em fatias de sashimi, em tartares ou grelhado ao lado de picanhas e linguiças”, ilustra Oliveira.

Além disso, a taxa Selic ficou em 15% e, apesar de manter elevado o custo do crédito, os juros altos contribuem para controlar a inflação e reduzir a volatilidade cambial.

Produção concentrada e reconfiguração

global

No panorama da produção internacional, o mercado de salmão atravessa um momento de reconfiguração. Após crescimento sustentado em valor e volume póspandemia, o setor passou a conviver com uma nova conjuntura, agora vista pela pressão sobre preços, redirecionamento de fluxos comerciais e um cenário geopolítico mais desafiador. “O enfraquecimento da demanda norteamericana, além das novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos e os possíveis impactos logísticos das guerras do outro lado do mundo têm forçado os principais países exportadores a reavaliar suas estratégias comerciais”, explica Oliveira.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 65% da produção global de salmão está concentrada em 2 países: Noruega, com uma produção de 1,5 milhão de toneladas anuais, e Chile, com aproximadamente 1 milhão de toneladas.

Dentro deste panorama, enquanto os noruegueses mantêm o foco nos mercados europeus, o Chile tem nos Estados Unidos, Japão e Brasil seus principais destinos. No caso brasileiro, a fatia das exportações chilenas avançou 19% entre 2023 e 2024, saltando de 101,3 mil para 120,5 mil toneladas — o maior volume já registrado.

Canva
Canva
Salmão segue presente no food service em recuperação, impulsionado por eventos, turismo e a retomada de hábitos pós-pandemia

Avanço do salmão no mercado brasileiro, com destaque para o coho, tem movimentado as empresas chilenas

Em rota de expansão

Salmão do Atlântico ainda lidera as importações chilenas para o Brasil, mas o coho começa a ganhar mais espaço nas gôndolas e no food service

Com o consumo consolidado e volumes expressivos de importação, o Brasil mantém-se como o principal destino do salmão chileno na América Latina. A combinação entre características visuais, proximidade geográfica, versatilidade culinária e sazonalidade têm favorecido a diversificação da oferta — especialmente com o avanço do salmão coho (Oncorhynchus kisutch) no portfólio exportador do país. De acordo com dados da ProChile, as exportações de salmão do Chile para o mercado brasileiro ultrapassaram US$ 915 milhões em 2024, representando um salto expressivo frente aos US$ 603 milhões registrados em 2019.

Embora o salmão do Atlântico e a truta ainda representem a maior parte do volume exportado, o coho — comercializado em versões sem cabeças e evisceradas — vem registrando crescimento acelerado. Entre janeiro e maio de 2024, os embarques da espécie somaram US$ 19,8 milhões, alta de 22,5% sobre os US$ 16,1 milhões no mesmo período do ano anterior. “Observamos que a resposta do consumidor a esse tipo de oferta, que responde à necessidade de uma dieta saudável, nutritiva e de fácil preparo, seja frito na

frigideira, assado no forno ou cru em preparações frescas, tem sido decisiva para o aumento de novos formatos e apresentações, principalmente no varejo”, destaca Hugo Corales, diretor comercial da ProChile no Brasil.

Varejo em disputa

Nas gôndolas brasileiras, o coho já começa a disputar espaço com o tradicional salmão do Atlântico - um exemplo é a força da espécie na comercialização da chilena AquaChile. Max Dominguez, diretor de vendas da companhia, conta que as exportações da empresa para o Brasil alcançaram US$ 320 milhões em 2024, com cerca de 90% do volume sendo salmão do Atlântico fresco, mas só o coho apresentou crescimento superior a 36% no primeiro trimestre de 2025. “O equilíbrio entre preço competitivo, versatilidade no processamento e apelo visual tem posicionado o coho como uma alternativa cada vez mais valorizada em relação ao salmão

Atlântico”, reforça Dominguez.

Segundo ele, a estratégia da empresa para ampliar a presença da espécie no Brasil passa por diferentes frentes. “Educação do consumidor, parcerias com distribuidores locais, desenvolvimento de produtos com valor agregado e no posicionamento como uma alternativa ao salmão do Atlântico”, diz. Já a sazonalidade, cuja colheita ocorre entre setembro e fevereiro, com maior

Ações do ProChile como a presença em feiras e a realização de evento fortalecem a presença institucional e das espécies de salmão chilenas

ABRAPES: A Força da Cadeia do Pescado evidenciada nas ações que impulsionam o desenvolvimento do setor

A Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES) reafirma seu papel de liderança, sendo protagonista nas discussões e avanços junto às Instituições Públicas e Privadas ao apresentar as principais demandas do setor e buscar as soluções necessárias para o desenvolvimento da cadeia de pescado.

A ABRAPES representa 1/3 de todo o pescado comercializado no Brasil, gerando mais de 8 mil empregos diretos e indiretos.

Prezamos por produtos de qualidade, sanitariamente seguros e amplamente disponíveis para a população, seja com a produção nacional ou internacional.

É através da união de esforços e da parceria com o governo que seguimos fortalecendo a qualidade, a sustentabilidade e a competitividade do pescado brasileiro no mercado doméstico e global.

Faça parte da ABRAPES, junte-se a este time que faz acontecer.

Para mais informações, entre em contato conosco: Visite nosso site: www.abrapes.org

Veja nossos associados

comunicacao@abrapes.org

+55 11 5105 8269

@abrapespescado

@abrapesoficial

Capa

Por que o Brasil é mercado foco para o salmão chileno?

1

Proximidade geográfica com o Chile

• Facilita o envio de produtos frescos, diferencial à categoria.

2 Potencial da classe média

• Estima-se que cerca de 100 milhões de brasileiros integrem a classe C.

3 Histórico de atuação comercial no País

• Fortalece a presença e confiança dos exportadores no mercado local.

4 Redes de comercialização consolidadas

• Canal HORECA (hotéis, restaurantes, bares, cafés e serviços de catering): onde o setor já tem forte presença.

• Supermercados: segmento em constante crescimento nos últimos anos.

Fonte:

Segundo ele, a espécie já representa 10% do volume total de exportações da companhia, assim, ao lado do Atlântico, que tem liderança absoluta, o peixe ganha status de alternativa estratégica. “O panorama é positivo porque, dentro de uma conjuntura global que inclui aumento de produção na Noruega e melhores condições operacionais no Chile, o Brasil segue como destino prioritário para o salmão chileno na região”, analisa Katata.

Para ele, a diversidade de espécies amplia as possibilidades do mercado e não representa, necessariamente, uma competição. “Não é que o coho seja melhor que o salar [ Atlântico], nem o contrário. São produtos diferentes, com usos distintos. Isso amplia as possibilidades de consumo como um todo”, destaca.

Desafios à mesa

volume entre outubro e dezembro, faz com que o peixe seja comercializado congelado no restante do ano.

Food service começa a reagir

Enquanto o varejo puxa a demanda por novas espécies, o food service começa a responder de forma mais cautelosa. Conforme Max Dominguez, o preço mais estável e os cortes diferenciados do salmão coho têm sido fatores-chave para seu crescimento no canal de alimentação fora do lar. “Essa vantagem tem sido especialmente valorizada por restaurantes, sushi bares e serviços de catering, onde o controle de custos é essencial”, observa.

Coho: tendência ou realidade?

A Cermaq é outra exportadora de salmão chileno ao Brasil que acompanha de perto o comportamento do mercado e os sinais de transformação. “O coho chegou para ficar”, fala Felipe Katata, presidente Cermaq Brasil.

Apesar do cenário, muitos entraves ainda exigem atenção dos chilenos no mercado brasileiro. O presidente da Cermaq Brasil lembra um ponto de tensão que surgiu: a exclusão do pescado importado da cesta básica no âmbito da Reforma Tributária. “Isso criaria um gargalo natural por conta da taxação adicional e impactaria diretamente diversos empregos”, alerta Felipe Katata. Ele ressalta que a medida poderia afetar negativamente o varejo e, principalmente, o setor de food service — com destaque para a gastronomia japonesa, altamente dependente do salmão importado. “Seria de suma importância que esse gargalo não fosse levado adiante”, completa.

Já Max Dominguez aponta a volatilidade cambial como um desafio permanente, mas observa que muitas empresas já adotam estratégias financeiras e acordos de longo prazo para mitigar riscos. “Além disso, o crescimento do consumo de pescado no Brasil, aliado a uma cadeia logística mais profissionalizada e à maior familiaridade do consumidor com o produto, está criando um ambiente mais favorável para a expansão do salmão chileno, especialmente em formatos frescos e premium”, finaliza.

AquaChile
Chilenos defendem atributos do salmão como cor naturalmente intensa, a textura e o menor teor de gordura

Apelo sustentável

Com previsão de safra robusta em 2025 e apelo à sustentabilidade, o salmão selvagem do Alasca aposta na ampliação de comunicação no mercado e na diferenciação das espécies para expandir sua fatia no Brasil

Com a temporada de pesca de salmões selvagens em andamento no Alasca (EUA), que vai de junho a agosto, as projeções de captura para 2025 apontam para um ciclo promissor. Dados recentes do Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) indicam um aumento de 85% na captura total anual de salmões no estado, em comparação com o ano anterior.

O principal impulso vem do salmão pink (Oncorhynchus gorbuscha), cuja estimativa de captura cresceu 245%, conforme informações do Alaska Department of Fish and Game. “Essa projeção está alinhada com o ciclo de vida

bienal previsível dessa espécie e se destaca especialmente devido à baixa histórica nas capturas em 2024, quando comparadas a outros anos pares”, analisa Leonardo Silveira, consultor de Trade & Marketing do ASMI na América Latina.

Até o início de julho, as pescarias comerciais no Alasca já haviam registrado a captura de 11,3 milhões de salmões, o que representa 5% da meta projetada para a temporada. Entre as espécies, keta (Oncorhynchus keta), e sockeye (Oncorhynchus nerka) vêm se sobressaindo nas áreas da Enseada Prince William, Baía de Bristol e Península do Alasca.

Esse cenário reforça o movimento estratégico que o ASMI, entidade responsável pela promoção do pescado do estado norte-americano na América Latina, vem promovendo para ampliar a presença do salmão do Alasca no mercado brasileiro. A origem selvagem, aliada a um modelo de gestão pesqueira, é o pilar da comunicação adotada nos canais de varejo e food service.

No entanto, esse apelo não é à toa. Com ações sustentáveis previstas em sua Constituição desde 1959, o Alasca é o único estado dos Estados Unidos da América a ter institucionalizado a prática de Rendimento Sustentado (Sustained Yield) que, em síntese,

RAGUIFE PRO HEALTH

A ração Pro Health foi desenvolvida especialmente para manter a saúde e o crescimento das tilápias durante o frio:

Alta digestibilidade, mesmo em temperaturas mais baixas Melhor aproveitamento proteico, reduzindo desperdícios

Estabilidade na água, ideal para alimentação em climas frios

NO FRIO, O MANEJO FAZ TODA DIFERENÇA!

garante a preservação dos recursos naturais com base científica, controle e limites de captura definidos anualmente. “Peixes, florestas, vida selvagem, pastagens e todos os demais recursos renováveis pertencentes ao Estado devem ser utilizados, desenvolvidos e preservados com base no princípio do rendimento sustentado, respeitando-se as preferências entre usos benéficos”, explica Silveira.

Conforme ele, é justamente a gestão de pesca do estado norte-americano que cria apelo junto ao consumidor. “Isto gera a percepção de que ele está escolhendo um produto natural – o que é verdade. Um grande trabalho tem sido realizado para mostrar ao consumidor que este produto além de natural é sustentável”, completa.

Campanhas, diferenciação e desafios

Para tornar essa proposta de valor mais atraente, o ASMI tem intensificado suas ações no Brasil. A estratégia inclui campanhas com influenciadores, presença em eventos gastronômicos, inserções em revistas especializadas e parcerias com chefs e distribuidores locais. Recentemente, o instituto lançou ações voltadas à divulgação das cinco principais espécies do Alasca — sockeye, pink, coho (Oncorhynchus kisutch), king (Oncorhynchus tshawytscha) e keta — destacando características como tonalidade da carne, perfil nutricional e sabor.

O foco está em comunicar ao consumidor final, à indústria, varejo e food service os atributos distintos de cada uma das espécies. “Todas essas ações de comunicação junto aos consumidores finais (com influencers e chefs), mostram como o salmão selvagem congelado agrega sabor, frescor, aroma, textura e segurança do alimento aos pratos e ao consumidor”, completa Letícia Fernanda Baptiston, consultora de Trade & Marketing do ASMI.

Já a atuação com um portfólio amplo de espécies também traz desafios. Por isso, o instituto age em parceria com as empresas no Brasil, não apenas na importação e distribuição, mas também no apoio regulatório, na promoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia e na forma de apresentação do pescado congelado. “A indústria brasileira já importa e distribui o produto, e está preparada para trabalhar com o salmão selvagem congelado”, ressalta Baptiston.

Outra aposta é no fracionamento do pescado que, por ser feito localmente, possibilita, segundo a especialista, a venda em itens diversos. “Um exemplo são as pequenas porções para os que moram sozinhos, algo comum nos grandes centros urbanos, para que estes possam comprar, descongelar e preparar porções práticas e suficientes para uma refeição”, finaliza Baptiston.

Safra 2025 em andamento

Só na Baía de Bristol, as capturas de sockeye registraram um salto de 176% em relação ao volume do mesmo período em 2024 e, em todo o estado do Alasca, o incremento acumulado já chega a 46%. Apesar desse avanço, outras regiões, à exceção de Kodiak, apresentaram recuos nas pescarias

A Universidade de Washington revisou para cima, em 11,5%, a projeção de captura do sockeye na Baía de Bristol, refletindo o desempenho acima das expectativas nos primeiros dias da safra. Já as capturas de keta em Prince William Sound representam atualmente 65% do total estadual.

As capturas atuais de keta estão abaixo das registradas no início da temporada de 2024, mas ainda se espera que o total de 2025 fique 20% acima do de 2024 até o fim da temporada.

Modelo de pesca com base científica garante sustentabilidade e regularidade nas capturas de pescado
ASMI/Divulgação

FENA AM

FENACAM’25: O acontecimento técnico e empresarial de maior destaque setorial da América Latina!

Permanecendo e se reinventando

Salmão já se consolidou no canal varejista brasileiro, mas as empresas do setor permanecem desafiadas a lidar com as mudanças do segmento, manter as vendas e atrair os consumidores

Émuito difícil a gente ir ao supermercado e não identificar logo de cara um salmão. E o motivo de isso acontecer é porque as espécies e suas características únicas já têm presença consolidada nas gôndolas brasileiras. Neste novo ciclo do salmão, o protagonismo do pescado, especialmente no canal varejista, segue firme, mas precisa ser constantemente reforçado diante de um cenário competitivo, com mudanças no comportamento do consumidor e uma oferta cada vez mais diversificada.

A entrada de novos fornecedores e o crescimento de formatos de maior valor agregado são algumas das transformações que o setor enfrenta. Se antes o salmão chileno reinava absoluto, hoje, o consumidor tem à disposição cortes de origens distintas, com características e posicionamentos variados.

A Frescatto foi uma das pioneiras na importação de salmão chileno nos anos 1990. “Desde então, o salmão se consolidou como uma das proteínas mais valorizadas no País”, diz Rafael Barata, diretor de comércio exterior da empresa. Atualmente, a aposta é em um portfólio que inclui o produto do Chile

e o selvagem do Alasca. A proposta, segundo ele, é oferecer “uma experiência mais diversificada e alinhada às tendências globais de consumo.”

Outra empresa que observa as mudanças é a Frumar. A companhia acredita que o crescimento da demanda abre novas oportunidades tanto para o varejo quanto para o food service, onde a diversificação é parte do valor. “Buscamos sempre colocar o

cliente no centro das decisões”, diz o CEO, Eder Krummenauer. A empresa também trabalha com salmão do Chile e o selvagem do Alasca.

Nesse contexto, até empresas tradicionalmente ligadas a outras espécies veem no salmão uma nova oportunidade de atuação. É o caso da Brazilian Fish, que acaba de estrear na categoria com filés porcionados congelados. “Salmão também é

Salmão segue no gosto do consumidor brasileiro

FAQ do salmão no food service

Quais são os desafios para as marcas que atuam com salmão no ponto de venda?

• Alta saturação de produtos similares nas gôndolas

• Espaço limitado no linear para exposição eficiente

• Baixa diferenciação entre marcas compromete a atratividade

• Pressão por custo-benefício: diferenciação precisa vir com preço competitivo

consolidado no mercado brasileiro, e aliado à marca forte que já temos na tilápia, vamos potencializar a venda”, projeta Christian Becker, diretor comercial da empresa.

Retorno norueguês

A reabertura do mercado brasileiro ao pescado de cultivo norueguês, anunciada em setembro de 2024, marca um novo capítulo na disputa por espaço nas gôndolas e no cardápio do consumidor.

Randi Bolstad, diretora Brasil do Conselho Norueguês da Pesca informa que a retomada contempla não apenas o salmão, mas outras espécies e formas de apresentação da aquicultura norueguesa, como peixes inteiros e eviscerados, filés frescos e defumados. “A categoria ‘peixe de cultivo’ foi a que conquistou o acesso, e o primeiro produto relevante dentro dela é, naturalmente, o salmão”, explica.

A primeira operação foi realizada neste ano pela Casa Santa Luzia, empório paulistano que já havia trabalhado com o produto. “Nosso objetivo era claro: sermos os primeiros a reintroduzir o salmão norueguês defumado no mercado brasileiro após anos de ausência”, conta Anderson Santos, gerente de importação da empresa.

Fresco ou congelado: a percepção ainda pesa?

• Preferência clara pelo fresco nas lojas com peixaria própria

• Consumidores confiam mais nos cortes feitos na hora ou bandejas preparadas in loco

• Produtos congelados ganham espaço, mas ainda enfrentam resistência por falta de informação

• Oportunidades de comunicação no PDV aparecem com explicações sobre técnicas de ultracongelamento, degustações para desmistificar diferenças e etc.

Astaxantina*: mitos e oportunidades

• Resistência em queda, mas ainda existe entre consumidores receosos

• Pouca presença nas embalagens e PDV sobre o tema

• Oportunidade para o varejo e as marcas está em esclarecer a origem natural do carotenóide na ração, ressaltar os benefícios nutricionais, a segurança do manejo alimentar e da aquicultura moderna

Brazilian Fish, mais conhecida por seu trabalho com tilápia, projeta ampliar o portfólio nos próximos meses
O salmão é líder nas vendas da Frescatto em sua recém-inaugurada unidade em São Paulo
Na Frumar, a aposta é na busca crescente por praticidade e conveniência
Frumar/Divulgação
Frescatto/Divulgação

Controle total para melhor desempenho do corte e refile

Faça alterações em tempo real para aproveitar ao máximo a matéria-prima e as habilidades dos operadores. O monitoramento avançado dos sistemas de corte e refile StreamLine proporciona:

■ Coleta de dados em tempo real

■ Ajuste automático do fluxo de produção

■ Aumento do rendimento

A StreamLine da Marel se integra perfeitamente para transformar sua linha de processamento de pescados em uma solução completa, avançada, eficiente e precisa, que impulsionará seu negócio para o futuro.

Fome de salmão no prato (e no negócio)

Na Let’s Poke, a diversidade de espécies de salmão é um fator crucial para oferecermos um mix de proteínas mais atrativo no cardápio, além uso estratégico das diferentes partes do peixe

O que torna o salmão o queridinho do food service?

• Versatilidade de cortes e aplicações

• Praticidade de preparo

• Alta aceitação do consumidor

• Alta disponibilidade de produtos com frescor e qualidade

• Apelo visual e técnicas de preparo

• Criatividade brasileira na cozinha

Com novas aplicações, formatos e origens, o salmão mantém destaque em um cenário de transformação do consumidor e retomada da alimentação fora do lar

Apresença do salmão no mercado brasileiro já é sólida, mas o que se observa agora é um novo ciclo de mudança e diversificação das espécies também no food service, impulsionado pela retomada do setor e pela evolução das preferências do consumidor. Seja na vitrine do sushi bar, nos bowls de poke, em sanduíches ou marmitas saudáveis, o peixe reafirma seu protagonismo, adaptando-se a novos formatos e ocasiões de consumo.

“O salmão tem se consolidado como um dos protagonistas na requalificação dos cardápios no pós-pandemia”, afirma o chef sushiman Régis Sassaki, conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP). Para ele, o movimento é resultado de uma mudança no comportamento de consumo. “Sua presença crescente reflete a busca dos consumidores por alimentos mais saudáveis, versáteis e com valor percebido.”

A visão de Sassaki é reforçada por Amauri Sales de Melo, sóciofundador e CEO da Home Sushi Home, que acrescenta à lista de exigência crescente do consumidor também por qualidade. “A culinária japonesa tem sido cada vez mais consumida e o salmão, o principal produto, acaba sendo analisado com mais detalhe”, expõe.

Felipe
Scappatura
Fonte: Amon Samuel de Assis, instrutor, consultor e chef de cozinha

Na Home Sushi Home, que integra o Grupo HSH, o salmão representa mais da metade do custo de mercadoria e por cerca de 75% do faturamento

Segundo ele, embora frescor, aparência e textura continuem liderando os critérios de escolha, a percepção de qualidade vem sendo cada vez mais rigorosa.

Na rede Let’s Poke, focada na culinária havaiana, o salmão também se destaca como protagonista. Conforme João Marcelo Ramos, sócio-fundador e diretor de expansão, a proteína responde por aproximadamente 65% das porções servidas, embora esse percentual já tenha sido maior, chegando a 80%. “Temos buscado maneiras de diluir um pouco essa predominância, por uma questão de custos — devido à alta do salmão nos últimos anos — e também como forma de mitigação de riscos frente a alguma crise ou impacto global na oferta”, pontua.

O bônus e o ônus da diversificação

Se por um lado o hábito do consumidor ainda sustenta a liderança do salmão no food service, por outro, há uma abertura crescente para a inovação, impulsionada por inúmeras espécies e formas de comercialização.

Nesse contexto, o sócio-fundador da Let’s Poke defende a criação de novas experiências com o ingrediente já consolidado. “O consumidor está cada

Mais comunicação = mais valor

Para o instrutor, consultor e chef Amon Samuel de Assis, a crescente presença do salmão nos cardápios brasileiros precisa ser acompanhada por uma comunicação mais clara sobre suas variedades e usos. “Essa comunicação precisa começar a acontecer com urgência. As empresas de pescado e importadoras precisam entender que o consumidor final precisa conhecer cada tipo de salmão, porque suas peculiaridades e aplicações ajudam a fazer a escolha certa, gerando mais consumo.”

O chef tem colocado esse discurso em prática em projetos junto a marcas do setor em uma atuação de orientação e educação que, segundo

vez mais aberto a experimentar novas abordagens para um produto que já adora, buscando essa ‘novidade’ mesmo dentro do que é familiar”, observa. No cardápio da rede, o peixe aparece em versões marinadas, grelhadas, defumadas e com temperos exclusivos.

Essa mudança acompanha o que já vem sendo observado por operadores do setor. “Há uma tendência de uso em pratos quentes, sanduíches, pokes e até em versões empanadas ou defumadas para delivery”, aponta Régis Sassaki, da Abrasel-SP. A inovação, nesse caso, vai além do sensorial: é também uma ferramenta estratégica.

No entanto, a ampliação de possibilidades também gera gargalos. “A diversificação amplia o acesso a produtos valorizados pelos consumidores, mas também impõe desafios aos restaurantes, que precisam lidar com possíveis variações de custo e oferta”, alerta Sassaki. Neste sentido, o custo elevado da proteína segue como um dos principais. “A gestão das margens é um dos maiores desafios que os restaurantes enfrentam hoje, especialmente com o controle do CMV diante dos preços elevados”, admite Ramos.

ele, tem trazido resultados positivos. “A satisfação cresce a todos, assim como as vendas, e usar as redes sociais e mídia a favor da indústria do pescado leva informação e quebra barreiras.”

O chef Amon usa seu talento culinário em pratos de salmão e defende mais informação no setor para impactar a experiência do consumidor

Amauri Sales de Melo, da Home

Sushi Home, reforça que “sem dúvida, o salmão é um dos insumos mais sensíveis”. Por isso, a rede adotou a gestão integrada de cardápio entre suas marcas, permitindo o uso do mesmo ingrediente em diferentes receitas. “Isso nos dá mais flexibilidade na gestão de compras e estoque, e garante mais criatividade na hora de montar os pratos, oferecendo opções que mantêm o valor percebido pelo cliente, mesmo em momentos de alta no custo”, afirma.

Fora isso, Ramos complementa que a sustentabilidade da operação depende de uma logística eficiente, seja para proteína fresca, congelada ou resfriada, o que amplia o papel dos fornecedores, que passam a atuar também como consultores. Deste modo, a rastreabilidade e a transparência tornam-se cada vez mais valorizados pelo consumidor. “Precisamos garantir padrões de qualidade impecáveis e transparentes”, reforça.

E como consequência, a exigência crescente do consumidor e a busca por padronização intensificam a demanda por capacitação no setor. “Hoje, escolas de gastronomia e consultorias especializadas têm desempenhado um papel fundamental”, finaliza Sassaki.

Divulgação
Divulgação

Na Gôndola

A oferta de peixes, crustáceos e moluscos

Crédito das fotos: Divulgação/Empresas

Que peixe

O KiFish foi a grande novidade da BomPORTO para o mercado brasileiro, lançamento desenvolvido para quem busca uma refeição rápida e nutritiva no dia a dia quanto para chefs e operadores de food service que precisam de um ingrediente confiável. Apresentado ao público durante a Apas 2025, o produto foi elaborado com filés congelados de polaca do Alasca 100% natural e sem conservantes. Com cada embalagem contendo três porções individuais embaladas separadamente, o produto pode ser preparado frito, grelhado ou assado.

Uma combinação inusitada

Dentre as novidades da Brazilian Fish deste ano, como novas embalagens colecionáveis de pratos prontos, novos pratos com tilápia e sabores inéditos para o sorvete proteico, o destaque ficou por conta do pão de queijo com recheio de tilápia. O produto, que também conta com a versão tradicional sem o recheio do pescado, foi desenvolvido pela empresa para que essa combinação surpreenda o paladar dos consumidores com a tilápia, que é o carro–chefe da companhia, e o pão de queijo, que é um alimento queridinho do público brasileiro. O lançamento está disponível em embalagens de 400 g.

Sob nova pele

Já a Marchef Pescados apostou no lançamento de sua linha skin pack. A empresa divulgou que a novidade, que busca trazer praticidade ao consumidor, vale para todos seus produtos premium, ou seja, para itens com camarões maiores, ostra gratinada, anel de lula, lombo de atum, mexilhão desconchado e meia concha, polvo eviscerado e tentáculo de polvo. Ainda de acordo com a marca, as embalagens da linha skin pack variam entre 200 g e 500 g, dependendo do pescado a ser escolhido.

Roupas novas

+ novas apostas

Em todo o seu portfólio, a Caxamar teve dois destaques principais. O primeiro foram as novas embalagens especiais para supermercados de lombo de bacalhau dessalgado congelado Gadus morhua 1 kg, lombo de bacalhau dessalgado congelado Gadus morhua 800 g, lombo de bacalhau dessalgado congelado Gadus morhua 600 g, postas de saithe peixe congelado com sal Pollachius virens 800 g e lombos de Saithe com pele congelado com sal Pollachius virens 1 kg. Já o segundo destaque é a aposta da empresa em um novo segmento: o camarão P. vannamei, que por sua vez, será destinado principalmente a restaurantes e peixarias, e já está disponível para compra. As duas novidades estão previstas para chegar às prateleiras no segundo semestre de 2025.

“Chuchando” o camarão

Camarão como petisco juntamente com um molho para a famosa “chuchada”. Foi para oferecer isso ao consumidor que a Qualimar Pescados destacou sua coroa de camarão com molho rosé. A empresa informa que o produto é oferecido pronto para consumo, ou seja, é só

descongelar e consumir, sem a necessidade de um preparo prévio. O camarão é com cauda, já vem descascado e em embalagens de 150 g.

O novo Lar da tilápia

O filé de tilápia foi a grande novidade da Lar Cooperativa para 2025. De acordo com a empresa, o lançamento foi pensado para atender à crescente demanda por proteínas saudáveis e práticas, sendo ainda ideal para quem tem rotinas mais puxadas, mas que não quer abrir mão de uma alimentação saudável. Comercializado de forma congelada, o item é vendido sem pele e em embalagens de 700 g.

atum e bolinho de salmão – todos recheados com cream cheese. Ainda de acordo com a empresa, os produtos chegam ao mercado em embalagens de 320 g, já empanados e préfritos, prontos para ir direto à air fryer, forno ou fritadeira.

Nos tentáculos o polvo

De petisco em petisco

A Apas Show foi o palco para a Mar & Rio Pescados apresentar ao público a sua linha de aperitivos congelados, nova roupagem e nova marca Pratici. As novidade foram pensadas para atender os consumidores com praticidade e sofisticação. Para isso, a empresa disponibilizou três opções: coxinha de camarão, croquete de

Pensado para atender tanto consumidores quanto cozinheiros profissionais, o polvo cozido congelado foi a grande novidade da Soguima na Apas 2025. De acordo com a companhia, o item está disponível em diversos pesos a partir de 150 g e, por ser comercializado cozido, oferece a vantagem da praticidade na hora do preparo, bem como evita desperdício - benefícios esses que fazem o produto ser aceito na Europa, Canadá e Estados Unidos.

O PULo do gato

A marca PUL foi a grande aposta que a Minerva Foods apresentou ao público. Segundo a empresa, a novidade, que conta com itens para o varejo e food service com as espécies mais demandadas pelos consumidores do Brasil, foi pensada para trazer qualidade, variedade e valor agregado ao consumidor. Para isso, a companhia dividiu a PUL em duas linhas: a Dia a Dia, com pescado com melhor custobenefício como panga, merluza e polaca; e a Premium, com pescado de maior valor agregado como salmão, filé de saithe e bolinho de bacalhau.

Anúncio

Especial

Tecnologia usada pelas embarcações pesqueiras, em conjunto com todos os atores inseridos dentro do segmento do pescado, são os responsáveis por mostrar o caminho para a modernização da pesca nacional

Navegando em águas tecnológicas

De sonares a softwares, o avanço tecnológico interfere diretamente no cotidiano das embarcações no Brasil, com mais precisão, segurança e inteligência na arte de pescar, ajudando ainda a guiar os rumos do setor

Texto: Mariana Naviskas

Se antes o pescador dizia, como na canção de Paulinho da Viola, que “não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”, hoje o mar segue navegando — porém ao lado de GPS, sensores, sonares e painéis digitais. A tecnologia a bordo vem transformando profundamente o trabalho na pesca, sem tirar do mar sua força de guia, mas trazendo mais previsibilidade, segurança e eficiência para quem vive dele.

Nos últimos anos, o dia a dia em alto-mar vem ganhando novas camadas de inteligência operacional e essa modernização está mudando a forma como se pesca no Brasil. Mais do

que um salto em produtividade, tratase de uma transformação na forma como o trabalho a bordo é planejado, executado e acompanhado.

“A tecnologia embarcada permite melhor gerenciamento logístico da operação de pesca, com informação e coleta de dados que auxiliam na tomada de decisão e possibilitam, por exemplo, menor tempo de deslocamento, análise de risco à condições adversas de navegação, aumento da precisão na localização de cardumes, entre outros”, explica o diretor da Navitec, Fabrício Ardigo.

Segundo ele, a utilização dessas soluções reduz significativamente o tempo de busca por cardumes e,

consequentemente, o consumo de combustível. “Isso representa um ganho direto na produtividade”, adiciona Ardigo. Além disso, tudo é processado em tempo real, o que torna possível atuar de forma mais estratégica e segura, com dados como: profundidade, temperatura da água, posição geográfica, velocidade, rota, presença e mensuração de cardumes, relevo no fundo do mar, risco de colisão, entre outros. “Esses dados são apresentados de forma visual em painéis interativos, de fácil entendimento.”

Outra vantagem da tecnologia é que os sistemas de navegação contribuem diretamente para a segurança da tripulação ao otimizar rotas, alertar sobre riscos e prevenir acidentes em alto-mar. “O uso do AIS

Canva

Para diretor da Navitec, Fabrício Ardigo, tecnologia utilizada nas embarcações traz segurança, praticidade e economia de tempo aos armadores

[Sistema de Identificação Automática], por exemplo, permite maior controle do tráfego marítimo, evitando colisões e facilitando a comunicação entre embarcações. Há também o dispositivo ‘homem ao mar’ integrado ao AIS, que emite um sinal de localização quando um tripulante cai na água. Esse tipo de tecnologia pode ser decisivo para salvar vidas em situações de emergência”, relata o diretor.

Há tecnologia para todos: de pequenas traineiras artesanais até barcos industriais de grande porte. E, de acordo com Ardigo, a ideia é tornar, cada vez mais, as soluções acessíveis a quem mais precisa: pescadores artesanais e embarcações menores. “Optamos por oferecer versões mais compactas dos sistemas, com instalação simplificada e interfaces intuitivas, que exigem menos intervenção técnica especializada a bordo”, explica. Atualmente, a empresa trabalha com sondas e ecossondas de alta sensibilidade, telas multifuncionais com visualização integrada de dados, radares marítimos, sistemas GPS de alta precisão, piloto automático,

AIS, rádios VHF e HF, sistemas de comunicação via satélite, sonares de varredura, monitores para dados ambientais e sensores diversos para controle e automação.

Além disso, a companhia oferece integração entre esses equipamentos, criando sistemas para navegação, monitoramento e controle da embarcação. “Ou seja, oferecemos não apenas os equipamentos, mas também suporte técnico especializado e soluções adaptadas à realidade do setor pesqueiro brasileiro”, destaca o diretor Ardigo. Com foco na realidade brasileira, a empresa trabalha com pacotes escaláveis, que permitem ao pescador começar com funcionalidades essenciais, como GPS e sonda, e ampliar o sistema com sensores e módulos adicionais conforme a demanda.

Facilidade e economia através dos dados

Outra fornecedora nesse cenário é a Radionaval Eletrônica, que também tem apostado na inovação para transformar o trabalho a bordo das embarcações. Como conta o proprietário e fundador, Lindolfo Rosa, hoje o foco principal da empresa é hidroacústica, com equipamentos de detecção e avaliação de cardumes de peixe, como: sonares de varredura lateral multifeixe 3D, sondas verticais 3D para mapeamento do fundo, sondas para medir o tamanho do peixe dentro do cardume, sondas de maré para medir rumo e velocidade, entre outros.

“Oferecemos equipamentos eletrônicos para uma embarcação de pesca, principalmente sonares de longo alcance. Esse equipamento consegue detectar cardumes em volta da embarcação e fornece ao pescador distância, direção, profundidade e tonelagem aproximada do cardume”, detalha. Ele reforça que os sonares ainda permitem indicar a quantidade de indivíduos em cada cardume, o tamanho deles, se o cardume pode ser cercado ou não, tudo em tempo real. “Isso impacta diretamente na economia de óleo”, afirma Rosa.

A fornecedora também aposta na facilidade de uso como diferencial. “Quanto à dificuldade de operação ou de aceitação desse equipamento, é pouca.

Na prática, ele conta que os resultados são percebidos no dia a dia da operação. “A tecnologia gera uma grande economia para o pescador, de dinheiro e de tempo. Antes da tecnologia, os pescadores ficavam procurando, ziguezagueando para baixo e para cima. Sendo assim, os equipamentos eletrônicos hoje se tornaram vitais para navegação, comunicação e detecção”, declara Rosa.

A importância de quem usa os equipamentos

Na outra ponta dessa cadeia, os armadores também têm desempenhado um papel decisivo na modernização da pesca brasileiranão apenas como usuários das novas tecnologias, mas como protagonistas na busca ativa por inovação. Agnaldo Hilton dos Santos, presidente do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), ressalta esse protagonismo: “A participação em eventos e feiras voltados à indústria da pesca é sempre uma oportunidade de introduzir novas tecnologias e costuma ser o caminho

O proprietário e fundador da Radionaval Eletrônica, Lindolfo Rosa, apresenta o sonar que detecta cardumes a até 10 mil metros de distância

Regulamentação e apoio aos avanços tecnológicos

de muitos armadores, que buscam melhorar sua atividade. Buscar novidades na área de eletrônica, novos métodos e equipamentos operacionais é a visão dos empresários mais arrojados, que costumam gerar inovações à cadeia produtiva”, explica. “E esse intercâmbio com empresários de outros países, buscando conhecer novas tecnologias e parcerias, também é algo que acontece e sempre foi estimulado pelo Sindipi”, completa.

Segundo Santos, muitos armadores também têm investido diretamente no desejo por soluções tecnológicas e capacitação de suas tripulações. “Isso demonstra que a mudança está acontecendo de dentro para fora, partindo de quem realmente entende as necessidades e os desafios do dia a dia no mar”, movimento esse que para o presidente, traz ganhos tangíveis. “Hoje, os sonares não apenas identificam os cardumes, mas informam também o tamanho por porcentagem de indivíduos e outros dados que permitem ao mestre capturar apenas peixes no tamanho adequado”, justifica.

Ou seja, todo este contexto resulta em uma pesca mais eficiente e menos impactante. “Os equipamentos de localização, navegação, GPS, rádios, rastreadores para monitoramento, antenas de recepção de internet, todos

Do lado do governo, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) garante que está atento às demandas do setor. “O Governo Federal disponibiliza linhas de financiamento e fomento para pescadores, aquicultores, comunidades pesqueiras, cooperativas e empresas do setor pesqueiro”, informa o Ministério, que destaca que entre as principais oportunidades, estão as linhas de crédito incluídas no Plano Safra. Além disso, o MPA conta que tem apostado em parcerias com universidades, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Um dos projetos em colaboração com o CNPq busca implementar pesquisas de longo prazo para subsidiar uma gestão sustentável e eficiente dos recursos pesqueiros marinhos”, declara. Outro destaque é a revitalização do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS).

Nesta linha, Cadu Villaça, oceanógrafo e presidente do Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura (Conepe),considera a atualização, homologação de alternativas e, principalmente, o alcance universal do PREPS como prioritário, pois, para ele, o programa opera com pouco alcance, limitações e falhas. “São menos de 2.000 embarcações aderidas, em universo de quase 30 mil”, pontua. O presidente do Conepe ainda analisa que é um desafio combinar incentivo público com viabilidade econômica. “Está na gestão de recursos comuns, como o PREPS, a maior oportunidade [para a modernização tecnológica no setor], com a busca de instrumentos de financiamento. Até deveria haver consideração [dos órgãos] para custeio público, parcial ou integral, pois os reflexos na sustentabilidade são seguros e importantes.”

Porém, o MPA destaca que outro incentivo para tornar essas mudanças possíveis é a capacitação dos profissionais do setor. “Mantemos um programa abrangente de capacitações profissionais, realizadas tanto para suprir demandas imediatas quanto para promover o constante aprimoramento”, explica o Ministério.

Display multifuncional com navegador GPS e sonda
Os displays multifuncionais com navegador GPS e sonda permitem a identificação de peixes e cardumes
Navitec/Divulgação
Navitec/Divulgação
Por serem os usuários diretos da tecnologia, Agnaldo Hilton dos Santos, do Sindipi, destaca que os armadores têm papel fundamental para a modernização da pesca nacional

POLPA DE SALMÃO:

VERSATILIDADE PARA CADA RECEITA.

Nossa polpa 100% carne de salmão é a escolha perfeita para criar pratos inovadores e deliciosos. Ideal para nuggets, hambúrguer, lasanha, tartare e muito mais. Conserva todo o sabor e a qualidade do melhor salmão da Aqua.

HAMBÚRGUER LASANHA TARTARE

O presidente do Conepe, Cadu Villaça, opina que tecnologia e preservação precisam andar juntas, tudo para não haver comprometimento dos estoques naturais das espécies

contribuíram muito para o aumento e eficiência de capacidade produtiva e para o conforto e a segurança dos pescadores”, diz Santos.

Tecnologia e preservação juntas

Mas nem tudo são águas tranquilas quando o assunto é tecnologia pesqueira. “A gestão pesqueira sob a competência de dois ministérios [Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)], que nitidamente têm visões distintas a respeito do ordenamento pesqueiro, têm criado dificuldades práticas aos armadores e pescadores brasileiros”, critica Agnaldo Hilton dos Santos, citando um caso específico. “O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente propôs que fossem proibidos sonares de varredura nas modalidades que atuam sobre o recurso. Porém, eles atuam justamente para garantir uma pesca eficaz, com o mínimo de captura incidental e sem desperdícios.”

Já para Cadu, que representa diversos elos da cadeia produtiva da pesca extrativa e da aquicultura brasileira, a tecnologia é um caminho

sem volta, mas que precisa ser trilhado com consciência. “Se não houver controle e diretrizes claras, a tecnologia pode acabar estimulando uma intensificação da atividade que compromete os estoques naturais e acelera a mortalidade de espécies-alvo. Não se trata de desacelerar o progresso, mas de direcioná-lo com critérios ambientais bem estabelecidos.”

Ele destaca que hoje, qualquer barco carrega um ou mais GPS, o que traz segurança e beneficia produtividade, mas leva também a um aumento na capacidade de pesca. “Este é um aspecto que deve ser observado com atenção, pois afeta a mortalidade por pesca. Portanto precisa estar bem ponderado nas políticas pesqueiras e no seu foco sustentável”, justifica. Sendo assim, segundo ele, a sustentabilidade não pode ser apenas um discurso paralelo ao avanço tecnológico: “Tecnologia e preservação precisam andar juntas. O aumento da eficiência de captura, se mal regulado, pode levar a desequilíbrios importantes nos ecossistemas e ameaçar a renovação dos recursos pesqueiros.”

Para o presidente do Conepe, o equilíbrio está na transparência dos dados e na gestão colaborativa. “A tecnologia tem o potencial de fornecer as informações que faltam para uma boa gestão pesqueira. O problema é quando esses dados não são utilizados para construir políticas sólidas e sustentáveis, com participação ativa do setor produtivo, da ciência e do governo.”

Olhando para a tecnologia voltada à aquicultura, Villaça destaca equipamentos de monitoramento de qualidade d’água, status da biomassa e alimentação automática, que trazem também grandes melhorias em produtividade, além de um controle mais efetivo dos cultivos. Tudo isso traz benefícios sanitários importantes, além de diminuição de custos de produção, o que, a médio prazo, incentiva o consumo e favorece a cadeia toda. “Não há como negar que a tecnologia veio para ajudar, mas tem que ter atenção para os limites biológicos, que devem ser sempre respeitados.”

Neste contexto, o presidente do Conepe vê na tecnologia uma aliada também na fiscalização e no ordenamento pesqueiro, para combater a pesca ilegal. “Principalmente pelo rastreio de embarcações, casado com entradas e saídas de porto, acompanhamento de desembarques e mapas de bordo, destinos de produção”, expõe.

Outro ponto colocado por Villaça é que muitas embarcações artesanais sequer têm acesso às tecnologias básicas de rastreabilidade ou monitoramento.“Várias das importantes pescarias brasileiras são desenvolvidas predominantemente por embarcações artesanais - lagosta, peixes vermelhos, tainha, modalidades de malha, linha e anzol, até os atuns de cardume. Toda essa produção carece de rastreabilidade, tanto em conceito como em ferramentas e auditabilidade. Aí é que a tecnologia pode e deve entrar”, opina.

A fala do presidente do Conepe reforça a urgência de se olhar para a inclusão tecnológica de forma estrutural e estratégica. A transformação digital do setor pesqueiro, segundo ele, “não pode ser concentrada apenas nos grandes players, sob risco de ampliar as desigualdades e comprometer a sustentabilidade da cadeia como um todo.”

Antena de radar marítimo digital
Conepe/Divulgação Navitec/Divulgação

Otimismo ao avistar o futuro do setor

Sendo assim, Fabrício Ardigo, da Navitec, enxerga com otimismo o que vem pela frente. “Acreditamos que a automação e a inteligência artificial são fundamentais para a eficiência da pesca no Brasil”, afirma. “A tendência é de que os sistemas se tornem cada vez mais integrados, com sensores e softwares trocando dados entre si, otimizando rotas, reduzindo custos e minimizando riscos ambientais”, justifica. Para ele, os avanços também passam por garantir que mais pescadores tenham acesso às tecnologias. “Com políticas públicas adequadas e capacitação técnica para os profissionais do mar, o Brasil tem todas as condições de se tornar uma referência em pesca inteligente na América Latina.”

Seja pelas mãos firmes dos armadores, pelo empenho de quem

desenvolve soluções em terra firme ou pela escuta das entidades públicas, o fato é que o setor pesqueiro nacional começa a navegar em águas mais tecnológicas. Talvez ainda seja o mar

quem navega, mas agora ao lado de radares, painéis e gente cada vez mais preparada, a maré não os levará para longe de seus destinos.

Antenas de TV via satélite oferecem alta performance de estabilização, mesmo em condições de navegação adversas Navitec/Divulgação

A gastronomia amazônica une técnicas ancestrais à ingredientes tradicionais e leva espécies de pescado regionais para todo o Brasil

Amazônia à mesa: os sabores dos rios no paladar do consumidor

Pescado amazônico invade todo o País para contar histórias, preservar tradições e alimentar o futuro com um sabor nacionalmente ancestral

Peixes amazônicos como pirarucu, tambaqui e tucunaré vêm ganhando espaço em cardápios pelo Brasil, deixando de ser exclusividade regional para brilhar em menus sofisticados e festivais gastronômicos. Símbolos de uma biodiversidade rica e de técnicas ancestrais, esse pescado avança graças

Texto: Mariana Naviskas ao trabalho de chefs, distribuidores, pesquisadores e eventos estratégicos. O reconhecimento nacional, no entanto, é de certa forma recente. “Nos últimos 30 anos, esses itens vêm tendo reconhecimento nacional e, agora, internacional. Existiu um movimento entre chefs de cozinha paraenses que trouxeram outros chefs do Brasil para conhecer nossos produtos”, afirma a chef, professora universitária do curso

de gastronomia e pesquisadora na linha do Alimento Étnico, Giselle Arouck.

O chef Leo Modesto é nascido no nordeste paraense e percebe essa mudança de perto. “De 10 anos para cá, a gente tem uma maior valorização dos ingredientes amazônicos para fora do Estado. Já nos últimos 5 anos, vemos uma crescente valorização do próprio consumidor daqui. A cada ano, esse movimento cresce.”

Segundo o ele, hoje, todos os chefs olham para a Amazônia. “O ‘valor amazônico’ é muito grande. As pessoas não sabem o que é um mapará, por exemplo, mas quando falamos que é um peixe amazônico, ele ganha outro valor”. O chef lembra do impacto ao ver, pela primeira vez, um mapará à venda em uma rede de carnes em São Paulo. “Achei inusitado e, ao mesmo tempo, pensei: olha só o quanto é valorizado esse pescado que as pessoas não fazem nem ideia de que tipo é”, brinca.

Já o chef e consultor Diego Alvino também sente o impacto da expansão do pescado amazônico. “O turismo gastronômico, chefs renomados e pesquisas científicas contribuíram bastante e, de forma direta, para a divulgação das riquezas que temos na Amazônia”. Para ele, ver pratos com peixes da região sendo valorizados em restaurantes de outras partes do Brasil é motivo de alegria: “A Amazônia é de todos, é nossa. Cuidem dela, valorizem ela. Temos um mundo de possibilidades na Amazônia”, expõe. A professora Arouck concorda. “Eu me sinto honrada quando vejo que algum restaurante fora do nosso Estado está valorizando uma espécie amazônica, como já acontece com o tambaqui, pirarucu e filhote. Acho que é um movimento importante e interessante.”

Por outro lado, o chef Modesto reforça a importância social dessa expansão. “Ver nosso pescado valorizado em outra região é incrível, porque a gente pensa em toda a cadeia

produtiva. Quando vemos pessoas consumindo e falando sobre, mesmo não tendo todo o conhecimento, porque, de certa forma, essa valorização já muda o olhar [para a região]“, destaca. “O valor amazônico muda a história por trás do prato e, para todo mundo que trabalha com isso, essa valorização é muito gratificante”, completa.

Cultura e variedade

Trabalhar com pescado amazônico é, para os três chefs, um ato de valorização brasileira. “É enaltecer a cultura alimentar de uma região riquíssima em termos de biodiversidade. São cerca de 3 mil espécies de peixes amazônicos, de rio e mar, já que aqui, também temos a costa banhada pelo oceano Atlântico.

Nascido no nordeste do Pará, o chef Leo Modesto destaca as técnicas ancestrais que a região amazônica mantém no preparo de peixes
Edu Modesto/Divulgação
O pirarucu é um dos peixes que fora do Pará, segundo o chef Diego Alvino, é um dos únicos a ser reconhecido
Diego Alvino/Divulgação

Na cozinha

Temos uma enorme diversidade que precisa ser valorizada, e isso só acontecerá se ela for conhecida”, opina Giselle Arouck.

Ela reforça que mesmo na região, há quem não conheça todas as espécies disponíveis. “Fora do Pará, somente dois peixes amazônicos são valorizados hoje: filhote e pirarucu. Está na hora de nós redescobrimos nosso pescado e oferecermos ao turista. E nós temos a obrigação

de buscar alternativas para não pressionar o meio ambiente, já que trabalhar com outras espécies é uma forma de aliviar a demanda de mercado, que aumenta preços. Isso é gastronomia sustentável”, defende.

Neste contexto, Diego Alvino destaca o papel dos peixes na identidade cultural brasileira. “As práticas alimentares são reflexo da identidade cultural de um povo. Manter viva a diversidade, a preservação das tradições, o valor afetivo

Ancestralidade, mas com inovação

A culinária amazônica é, antes de tudo, respeito à tradição. “Existem técnicas ancestrais utilizadas ainda nos dias de hoje, como o moqueado, uma forma específica de preparar o local onde aquele peixe vai ser assado. Existem elementos também da natureza que utilizamos para trazer técnicas, como o papilote, peixe preparado na folha de bananeira”, explica Giselle Arouck. Para ela, novas técnicas também são interessantes, porque trazem economia de tempo, sabor diferenciado e novidade.

No preparo de peixes da região amazônica, os chefs misturam técnicas ancestrais e contemporâneas buscando um só objetivo: sabor e respeito

e social, é essencial para entender a história e as relações sociais. Trabalhar com os peixes dos nossos rios vai além de valorizar a nossa cultura alimentar: é mostrar a força e a cultura dos povos originários da Amazônia.”

E dentro da perspectiva da variedade de espécies, os chefs destacam que esse é um capítulo à parte. Afinal, mapará, pirapema, gurijuba, filhote, tamuatá, dourada, matrinchã, jaraqui e arraia são só alguns dos citados pelos entrevistados.

A mesma técnica, para Leo Modesto, tem outro nome: poqueca. “Um método ancestral de cozinhar o alimento envolvido em folha. Desde que me entendo por gente, minha avó, minha mãe, todo mundo preparava a poqueca. É um invólucro do alimento em uma folha de sororoca, bananeira, ou guarimã”, detalha. De acordo com ele, ter a poqueca no menu é uma forma de apresentar ao público a ancestralidade da cozinha amazonense. “Pegar essa técnica e levar para um evento no Rio de Janeiro ou em São Paulo é, de certa forma, inovar. Assim como estudamos técnicas de alta gastronomia, por exemplo, uma técnica francesa, temos

nossas técnicas. Eu até brinco que consigo fazer comida amazônica com técnicas amazônicas sem precisar do ingrediente amazônico.”

Já Diego Alvino aposta na união entre o tradicional e o inovador. “O moqueado é uma técnica ancestral que é atemporal e consiste em defumar e secar o peixe lentamente sobre o fogo, num método dos povos indígenas que conserva e dá sabor. Eu sempre faço e é bem comum por aqui”, informa. “Também tenho estudado bastante sobre dry aged e, no ano passado, fiz a minha primeira câmara de dry aged fish só com peixes da Amazônia”, complementa.

A primeira câmara de maturação dry aged fish do chef Diego Alvino
Diego Alvino/Divulgação

Semana do Pescado vem aí.

Quem vende bem, se prepara antes.

Deixe a sua gôndola abastecida com o maior portfólio de produtodos de tilápia do mundo.

Do melhor filé de tilápia do Brasil aos seus cortes mais versáteis, incluindo aperitivos, pratos prontos, camarões e pescados selecionados.

A Brazilian Fish entrega para o seu consumidor o verdadeiro frescor, ampla variedade e qualidade superior em todos os seus produtos.

Antecipe-se à demanda do mercado e potencialize suas vendas na Semana do Pescado com um mix de produtos completo e atrativo.

A professora universitária do curso de gastronomia e pesquisadora na linha do Alimento Étnico, Giselle Arouck destaca que os peixes amazônicos precisam ser reconhecidos para serem valorizados

O papel do chef

Apesar do avanço, ainda há bastante desconhecimento sobre os peixes amazônicos em outras regiões do Brasil. Muitos consumidores ainda não reconhecem ou sabem preparar essas espécies e é aí que entra o papel fundamental dos chefs. Afinal, são eles que apresentam ao público sabores até então desconhecidos.

“Se você não conhece uma espécie, você naturalmente vai ter resistência a ela. Se mesmo os amazônidas insistem no máximo em 30 espécies de peixes, imagina quem está fora da região. É necessário que chefs, cozinheiros e demais responsáveis pela formação de opinião do ponto de vista gastronômico coloquem nos cardápios novos peixes”, afirma Giselle Arouck. De acordo com a chef, tornar esses peixes conhecidos em outros lugares só depende dos promotores da gastronomia amazônica.

Diego Alvino também acredita nessa visão e reforça o papel dos chefs como embaixadores: “O Brasil tem grandes

dimensões geográficas e a Amazônia acaba ficando distante do eixo SulSudeste, fato esse que já dificulta o conhecimento da nossa realidade. Mas nós, como chefs, temos um papel fundamental nesse processo. Nossa missão é atuar como embaixadores da nossa culinária e usar toda nossa criatividade para educar o público e expandir o mercado. A sustentabilidade, a origem responsável e a troca de conhecimento devem nos conduzir nessa caminhada”, pondera.

Porém, na opinião de Leo Modesto, essa questão é mais comercial do que cultural. “Não vejo que existe resistência em relação ao nosso pescado. O que existe é uma barreira comercial. Hoje, não acredito que seria possível expandir para nível nacional o peixe filhote, como acontece com o frango, por exemplo. Porém, o pirarucu é uma prova de que quando é organizado aí dá para expandir”, opina. Aqui, o chef refere-se ao plano de manejo sustentável do pirarucu implementado em 1999 e que tirou a espécie do risco de extinção. “Foi feito um trabalho de valorização e hoje conseguimos encontrar pirarucu em qualquer parte do País. É um exemplo de como podemos trabalhar de forma sustentável. Então, antes de querer expandir [o consumo dos peixes amazônicos para muitas regiões], precisamos pensar em estudos de impacto. E não é interessante que uma supervalorização de um ingrediente faça com que ele fique em falta na mesa local.”

Ele ainda destaca que o Brasil possui uma bacia hidrográfica gigantesca, porém falta muito estudo e investimento para ampliar a cadeia. “Os chefs podem contribuir pesquisando mais, entendendo não só o valor amazônico, mas o tipo de pescado que temos. Falta o Brasil como um todo, não só chefs de cozinha, conhecer mais a Amazônia”, provoca.

Futuro sustentável

Fica claro que o futuro dos peixes amazônicos no food service nacional é promissor, mas precisa ser feito de forma

O sabor da Amazônia em cada garfada

Os três chefs têm, em seus menus autorais, pratos com pescado que unem ingredientes ancestrais à técnicas modernas de preparo, para um ar mais contemporâneo. Giselle Arouck destaca seu rolinho de mapará com redução do tucupi. “É uma releitura de uma preparação normalmente feita diretamente na brasa. O mapará é um peixe normalmente preparado assado e até moqueado. Para levar esse prato para um festival, tirei toda a pele, fiz um tempero muito simples e trabalhei com uma folha de chicória enrolada e no forno”. A chef também cita o ratatouille de pirarucu como outro de seus destaques. “Eu busco a criatividade para inovar nos pratos e, dessa forma, chamar a atenção do grande público [para nossa cozinha]. Acho que esse é o caminho.”

Por outro lado, Leo Modesto escolheu não apenas um peixe amazônico, mas diversos ingredientes regionais já valorizados em todo o País, com sua poqueca de pirarucu, na folha da taioba, molho de tucupi defumado, farofa de castanhas e vinagrete. “É uma preparação típica da minha região com uma releitura mais contemporânea”. Outro prato que segue o mesmo conceito é o peixe frito com açaí, que o chef transformou em um ravioli frito de peixe com um molho à base de açaí. “Tem aquele sabor salgado do peixe frito com açaí, um sabor autêntico. Foi legal brincar com o ingrediente e pensar em como seria o sabor do peixe frito com açaí na cozinha de alta gastronomia.”

Já Diego Alvino destaca seu pirarucu defumado, com barbecue de muruci, purê de banana-daterra, farofa de castanha-do-Pará

e vinagrete de feijão-manteiga. “É, sem dúvida, um dos mais pedidos em todos os restaurantes em que atuo. São sabores únicos da Amazônia em um só prato. Apesar de ser uma criação contemporânea, o moqueado e a memória afetiva se abraçam nesse prato, fazendo quase todos terem alguma boa lembrança a cada mordida.”

Exija do seu fornecedor a qualidade dos produtos Natubrás

Pescados com qualidade

respeitaempresaUmaque o ambientemeio

Matéria-prima da melhor procedência, ótimas práticas de fabricação, instalações que respeitam a legislação e equipamentos de congelamento ultrarrápido são alguns dos fatores que garantem o padrão de qualidade Natubrás. São camarões, lulas, mexilhões, polvos e cortes nobres de peixes, em embalagens práticas e seguras ao consumidor.

O sabor que faz a

Poqueca de pirarucu, na folha da taioba, molho de tucupi defumado, farofa de castanhas e vinagrete, do chef Leo Modesto
Leo Modesto/Divulgação
Giselle Arouck prepara o rolinho de mapará com redução de tucuri

responsável. O panorama, para os chefs, é otimista. “Parte dos peixes amazônicos já faz parte da grande indústria pesqueira. O tambaqui, por exemplo, é exportado em escala. Tomara que os peixes amazônicos sejam descobertos em outra extensão, mais espécies, desde que com muito cuidado, porque a pesca industrial traz consequências e ela precisa ser muito bem pensada e monitorada”, opina Giselle Arouck.

A chef enxerga um movimento da gastronomia sustentável e circular tomando corpo e sendo mais conhecido pelos entes que fazem parte do elo produtivo. Segundo ela, os profissionais da área da alimentação têm responsabilidade de fazer essas informações sobre gastronomia sustentável chegarem até o grande público. “Vejo um futuro promissor, mas que requer cuidado

em função dessa exploração, que precisa ser consciente e sustentado.”

Em outra vertente, Leo Modesto aposta na valorização crescente. “O futuro da gastronomia está sendo sempre construído, a partir do momento que temos a oportunidade de difundir sabores pelo Brasil”, inicia o chef. “Há 10 anos, nós consumíamos um filé com fritas e estava tudo bem. Não tínhamos como destaque um ingrediente amazônico, pois ele estava ali como coadjuvante. Tantos chefs que fizeram esse papel de vir até a Amazônia para levar nosso ingrediente e dizer: esse aqui é o verdadeiro ingrediente brasileiro”, completa Modesto.

Por muito tempo, de acordo com o chef, o Brasil era o País da feijoada, ou seja, comida mestiça. “Mas quando a gente fala do autêntico sabor brasileiro, ele está na Amazônia. É muito bom

finalmente ver essa valorização. E vejo cada vez mais o restante do Brasil e do mundo olhando para nós, enxergando que realmente o futuro da gastronomia brasileira está na Amazônia.”

Neste sentido, Diego Alvino concorda: “O futuro da gastronomia amazônica no cenário nacional e internacional é ocupar o lugar que é seu, tendo suas técnicas, saberes, tradições, produtos e profissionais reconhecidos e valorizados.”

Para que a expansão aconteça, os três chefs concordam: é preciso investir em educação, logística, políticas públicas e, principalmente, dar voz às comunidades que mantêm vivas as tradições da Amazônia. Só assim, o Brasil poderá, de fato, saborear toda a riqueza de seus rios – e transformar o peixe amazônico em protagonista não só da mesa, mas da identidade nacional.

Filhote com purê de pupunha
Bacon artesanal de pirarucu pronto para consumo, do chef Diego Alvino
Diego Alvino/Divulgação
Diego Alvino/Divulgação

O IFC Amazônia junto ao futuro do pescado amazônico

À medida que os sabores da Amazônia ganham protagonismo, o IFC Amazônia se fortalece como um dos principais articuladores desse movimento. A feira de negócios, que acontece desde 2023, tem o objetivo de promover debates sobre produção de pescado, desenvolvimento sustentável, inovação e bioeconomia, além de integrar as cadeias produtivas da pesca – veja mais sobre o evento deste ano na seção Marketing & Investimentos na página 40 e 41.

Para Altemir Gregolin, presidente do evento, a

O tambaqui em terras internacionais e nacionais

Pelo segundo ano consecutivo, a Seafood Expo North America (SENA) recebeu o Festival Internacional do Tambaqui de Rondônia , evento realizado em parceria entre o governo de Rondônia, o Sebrae, o frigorífico Friocenter Pescados e a Associação dos Criadores de Peixes do Estado de Rondônia (Acripar). A iniciativa, que busca ampliar a visibilidade internacional do tambaqui e impulsionar as exportações da espécie, proporcionou ao público presente na 43ª edição da feira degustações exclusivas do pescado amazônico em três locais: um restaurante em Boston, a Embaixada do Brasil em Washington e o Consulado Geral em Nova York.

No Brasil, o governo de Rondônia foi até à Seafood Show Latin America em 2024 para promover o tambaqui. “Esse pescado [o

valorização do pescado da região ainda está no início. “Mas, à medida que se passa a conhecer, descobre-se a diversidade e a riqueza de sabores existentes na Amazônia, bem como a riqueza nutricional”, explica. Segundo ele, a popularização do tema tem relação direta com o destaque que chefs da região vêm conquistando nacional e internacionalmente, e com a visibilidade da Amazônia após a escolha de Belém como sede da COP 30. “A curiosidade pela Amazônia se amplificou e sua culinária, na qual o pescado está no centro da cultura gastronômica, ganhou muito espaço.” Gregolin destaca que o IFC atua

promovendo a gastronomia com cozinhas-show e reunindo milhares de pessoas, além de ampliar o alcance da pauta em veículos de comunicação e redes sociais. O presidente também destaca a importância do diálogo entre poder público, setor privado e academia, que o IFC estimula com iniciativas como a Carta de Belém, que propõe, por exemplo, a inclusão do pescado amazônico no Fundo Clima como atividade de baixo carbono. “Assim, o consumidor compra o pescado da Amazônia considerando, sabor, valor nutritivo e preservação da floresta.”

tambaqui] é uma referência nacional e a feira foi uma oportunidade de ampliar a visibilidade deste peixe”, declarou à época Marcos Rocha, governador do Estado. “Este peixe

é um patrimônio de Rondônia e apresentar ele ao maior mercado gastronômico do Brasil, é sinônimo de reconhecimento”, completou Kivia Vilarim, coordenadora da Invest Rondônia.

Tambaqui é considerado um patrimônio do Estado de Rondônia e um dos principais peixes amazônicos da atualidade
Seafood
Brasil

Personagem Cida, a primeira pescadora

Gigante pela própria natureza, Maria Aparecida

Mendes usou seu empoderamento para conquistar o símbolo maior de sua emancipação feminina: ser a primeira mulher a tirar a carteira de pescadora artesanal profissional no Brasil

Texto: Léo Martins

Aemancipação feminina é um processo histórico e contínuo de busca por igualdade e reconhecimento dos direitos femininos, como a conquista da mulher ao voto que no Brasil, aconteceu apenas em 1932. De lá para cá, a mulher obteve avanços que, a cada dia, atingem mais camadas da sociedade, como o mundo do pescado, por exemplo. E é neste contexto que a história de Maria Aparecida Mendes se mistura com a luta (e as vitórias) da emancipação feminina. Afinal, a Personagem desta edição se tornou a primeira mulher a se ter registro de ser uma pescadora artesanal profissional no Brasil.

Alagoana da cidade de Batalha, Cida Pescadora, como é conhecida, trabalha há mais de 50 anos com peixe. Filha mais velha de 11 irmãos, ela relembra que, desde muito pequena, quando tinha 7 anos de idade, já acompanhava seu pai no trabalho, que também era pescador. “Eu nunca ganhei uma boneca, por exemplo. Além disso, eu também não estudava porque onde a gente morava, não tinha escola”, detalha. Já com 9 anos de idade, Maria Aparecida e sua família se mudaram para a Bahia, na região do Rio São Francisco, próximo a Paulo Afonso.

Porém, apesar de sua família sempre ter vivido da atividade da pesca, Cida relata que sua ideia não era ser pescadora. “Primeiro, eu queria aprender a ler e a escrever”, explica. “No entanto, meu marido faleceu quando eu era muito nova e, com duas filhas pequenas à época, a única alternativa que me restou foi a pesca. E foi aí que comecei a sentir na pele o quão difícil era ser mulher solteira e pescadora”, pontua. “Vivi situações como assédio, humilhação, preconceito, entre outras. Então, eu decidi lutar pela minha carteira de pesca.”

Ela conta que obter sua licença só aconteceu depois de um bate-papo com um capitão da Marinha, que a ouviu e a orientou para tirar sua carteira de pesca. “Tirei meu registro em 15 de julho de 1997 e, com esse reconhecimento, mostrei às mulheres pescadoras, que eu chamo de ‘Trabalhadoras da Pesca’, que todas podem conquistar seus direitos”, enaltece. Já a constatação de que sua licença foi a primeira concedida a uma mulher pela Marinha brasileira veio

através do Museu da Pessoa, em São Paulo, capital. “Por isso, eles vieram aqui para minha cidade em Sobradinho, na Bahia, para me entrevistar e contar a minha história que hoje está exposta no museu.”

Usando sua influência como pescadora, Cida diz que chegou a atuar no empoderamento das mulheres de sua região, principalmente aquelas que viviam em periferias às margens de rios e lagos, o que a levou a ser reconhecida com uma menção honrosa da ONU e homenageada pelo grupo “Mulheres do Brasil”.

Hoje, no alto de seus 63 anos e avó de dois netos, nossa Personagem não atua mais diretamente na pesca, mas empresta sua inspiração e história a outros ramos do setor. “Meu trabalho agora é ministrar cursos de beneficiamento de pescado, aproveitamento e reciclagem de resíduos”, explica. Além disso, ela destaca seu trabalho como cozinheira com mais de 100 receitas, bem como na confecção de produtos à base de pescado.

E se a emancipação feminina também é despertar o potencial das mulheres através da inspiração, Cida fez questão de deixar um recado especial para as leitoras da Seafood Brasil. “Nunca se limitem! Explorem todo o potencial que existe adormecido dentro de cada uma de vocês. Todas nós somos gigantes pela própria natureza!”, finaliza uma emancipada Maria Aparecida Mendes, a Cida Pescadora, primeira mulher a ter a carteira de pescadora artesanal profissional no Brasil.

Arquivopessoal

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.