Edição 128 - Fevereiro/2018

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Vinícius Brandão Foto - Agência Brasília

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governador Rodrigo Rollemberg foi apresentado às linhas gerais do Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, que ocorrerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães na Semana do Meio Ambiente, de 5 a 7 de junho. Representantes da organização não governamental Instituto Lixo Zero Brasil apresentaram ao governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, as linhas gerais do congresso que a entidade promoverá na cidade, dedicado à educação ambiental. A reunião foi na tarde desta quarta-feira (28) no Palácio do Buriti. O Congresso Internacional Cidades Lixo Zero ocorrerá no

Centro de Convenções Ulysses Guimarães na Semana do Meio Ambiente, de 5 a 7 de junho. Gestores e especialistas de várias partes do mundo virão para o evento. Segundo a diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos, foi proposto aproveitar o congresso para incentivar os brasilienses a separar todo o material reciclável, para que ele não seja levado ao Aterro Sanitário de Brasília, destinado somente a rejeitos, ou seja, a resíduos não aproveitáveis. A ideia será implementada. “O governador sugeriu que escolhêssemos uma região administrativa para fazer um projeto inicial e, dali, expandir”, explicou Kátia. O congresso trará ao País especialistas de todo o mundo em programas ambientais de conscientização, de educação, de reciclagem, de compostagem e de políticas públicas.

O presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, Rodrigo Sabatini, alertou para a responsabilidade da população com o meio ambiente. “Quando a gente pensa em meio ambiente, o mais importante é pensar sobre as nossas responsabilidades, que passam pelo consumo.” Além do SLU, o evento em junho terá a participação da Secretaria do Meio Ambiente. Coleta seletiva por cooperativas atende 10 regiões do DF A separação de material reciclável é uma das preocupações do governo de Brasília. Como parte das ações de desativação do lixão da Estrutural em 20 de janeiro deste ano, os catadores foram incorporados no mercado de trabalho de coleta seletiva e reciclagem. Desde segunda-feira (26), dez regiões administrativas passaram a ser atendidas pela coleta seletiva de cooperativas.

Um dia no trabalho Denise Caputo Foto: Carlos Gandra Comunicação Social - CLDF

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om acordo para superar o trancamento da pauta por vetos do governo, a Câmara Legislativa aprovou nesta quarta-feira (28) dois projetos de lei do Executivo que tratam da abertura de créditos suplementares à Lei Orçamentária Anual. No total, o montante supera R$ 470 milhões, dos quais cerca de R$ 100 milhões são destinados à nomeação de aprovados em concursos públicos para diversas áreas. A maior parte dos recursos está prevista no PL nº 1.898/2018, que envolve R$ 349 milhões: R$ 340 milhões para a Secretaria de Fazenda para pagamento de execução de sentenças judiciais, os chamados precatórios, e R$ 9 milhões para a Central de Abastecimento de Brasília (Ceasa) – segundo o texto original enviado à Casa. A proposta, contudo, foi aprovada com diversas emendas: 32 apresentadas no plenário, com a finalidade de remanejar recursos para diversos programas: atenção à saúde e à qualidade de vida no DF, promoção de direitos da pessoa idosa, entre outras ações. Já o PL nº 1.899/2018 envolve um total de mais de R$

122 milhões, maior parte para a contratação de servidores. Após ampla discussão, estimulada principalmente pela falta de informações a respeito do quantitativo de nomeados e para quais categorias, os distritais aprovaram o texto do Buriti com emendas. “Vamos votar em respeito aos servidores e depois vamos cobrar as nomeações, já que o governo pode acabar usando esses recursos para qualquer outra coisa”, afirmou o deputado Wellington Luiz (PMDB). Por sua vez, o presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), aproveitou a situação para enfatizar a importância de o Executivo enviar propostas com todas as informações necessárias para “garantir segurança para a votação”. “São as dúvidas que acabam levando a debates acalorados, e R$ 120 milhões não é R$ 1 milhão”, afirmou o parlamentar, ressaltando o montante de grande vulto. O líder do governo na Câmara, Agaciel Maia (PR), deu razão ao colega e se comprometeu a apresentar dados dos projetos palacianos não só na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) – a qual preside – mas a todos os demais parlamentares. Os dois projetos foram aprovados em primeiro e em segundo turno nesta tarde e agora voltam ao Executivo para sanção ou veto do governador Rodrigo Rollemberg.

Olá amigos leitores, A partir desta edição, publicarei alguns textos escritos na minha adolescência quando comecei a trabalhar aos 10 anos de idade. “Domingo: Amanhã tenho que me levantar de madrugada, pegar o ônibus que mais parece uma lata de sardinha. Pensando bem, uma lata de sardinha é bem mais confortável que aquela Maria Fumaça do tempo do “epa”. Nela pelo menos os pobres peixes estão mortos e nós, operários não estamos nem mortos nem vivos. Segunda-feira: É gente que vai, gente que vem do trabalho. Suor, perfume, sono, preguiça, fome, resfriado, dor de cabeça, ilusões, sonhos, cada um com seus problemas. E se ainda não bastasse tudo isso, um bêbado a vomitar num canto, ao lado de uma bela jovem com ares de princesa, que fez o maior escândalo ao ser atingida no pé. Nisso, passa um vendedor de chocolate. Compro um. Logo atrás vem um cego, que não sei se é cego, mas, como estou com o dinheiro na mão, doulhe cinco cruzeiros. Ele diz: “Deus te ajude meu filho!” Respondo: “E estou mesmo precisando. Obrigado!” Até que enfim chego ao meu destino depois de duas horas nesta bela convivência com meus irmãos.

Ao chegar, a primeira coisa que noto são os fiscais que me dizem: - Viemos mudar os preços dos combustíveis. Subiram mais 30%. Respondo: Tudo bem, eu não tenho carro mesmo. Que suba! E penso... Que belo início de semana! E assim começo meu dia. Tenho que lavar um caminhão que carregava bois. Como é duro não ter dinheiro e ter que me submeter a isso. Ficar embaixo de um caminhão como este, com água ao meio da canela e todos os resíduos caindo em cima. Logo depois uma mercêdes de uma madame que não sei para que lavar, pois chega a recender jasmim. Quando estou terminado de polir a madame, vem o senhor Afrânio, rico fazendeiro, em seu trator com os dois pneus furados e quer que eu os arrume, troque o óleo e o engraxe. Termino tudo isso às 14 horas. Então tenho uma folga e vou ajudar a atender na bomba de gasolina. Então ouço as pessoas reclamando: - Nossa! Subiu de novo? Mas, ainda não faz uma semana do último aumento! Aí fico a pensar: Se a gasolina subiu, obviamente sobe o leite, o pão, as passagens de ônibus. Tudo sobe, só não sobe o meu ordenado. Todo mês sobram mais dias no fim do meu salário. Nisto, seu Juvenal que é

o dono do posto me chama e diz: - Tem um ônibus para você lavar. Já coloquei no lavatório. É um coletivo. Capricha para ver se eles voltam sempre. Então tive uma bela surpresa. Era o mesmo coletivo que peguei para vir trabalhar. Estava quase irreconhecível, mais parecia um chiqueiro que um ônibus, inclusive, o rastro do bêbado ainda estava lá. Pego a vassoura e a pá e vou à luta. São tocos de cigarro, terra vermelha, todo

tipo de imundice que só os homens são capazes de fazer. Em meio a tudo isto, lembro-me da tarde de domingo, quando estava a observar as nuvens e em meio a elas surgiu um urubu lá em cima, planando livre com todo o céu. Bem, não só o céu a sua disposição, mas também a terra. Naquele instante quis ser um deles, pois tinha certeza de que, quando estivesse em cima de um muro, ninguém olharia para mim. Ninguém iria querer me prender em uma gaiola para me exibir aos amigos. Nenhum dono de restaurante francês iria querer me matar para fazer um novo prato. Pois, urubu ao molho parto não é possível nem de se imaginar. E assim são os meus dias de trabalho. Com sonhos, ilusões e um belo toque de realidade.”


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