Manual de Normatização_RODA

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Manual de normatização ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre PROJETO III: CULTURA E INFORMAÇÃO Profº Marise de Chirico COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM II Profª. Regina Ferreira da Silva MARKETING II Profº Giancarlo Ricciardi PRODUÇÃO GRÁFICA Profª Mara Martha Roberto COR E PERCEPÇÃO Profª Paula Csillag PROJETO GRÁFICO Ivan Ravena Pinheiro Ribeiro Karolinne Pedrosa Cavalcante Rodrigo Nunes Bruhns Sara Bergamin de Carli

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SUMÁRIO 05 07 09 11 13 17 19 21 25 27 33 41 45 47 49 51 53 55 57 84 104 142 149 151 170

Apresentação Análise da concorrência Público-alvo Conceituação Universo gráfico Marca Logotipo Paleta tipográfica Paleta cromática Ícones Elementos de apoio Capa Colagem Fotografia Ilustração Produção gráfica Layout Elementos da master Estilos tipográficos Manchas Normas de diagramação Tabela de conteúdo Painel do leitor Roteiro Espelho

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APRESENTAÇÃO Com o intuito de padronizar o projeto gráfico da revista e da marca RODA e garantir a unidade visual, este manual apresenta todas as regras de marketing, identidade visual, diagramação, conceituação e direção de arte do projeto. Ao longo do manual será explicado o mercado em que a nossa revista se encontra, seu público-alvo, concorrência, universo gráfico, layout e diagramação. Além disso, serão apresentados os conceitos e as diretrizes para seguir o padrão estabelecido pelo projeto, respeitando imagem da marca. Para contribuir com a visualização deste manual, foram selecionadas fotografias ilustrativas e ilustrações exclusivas demonstrando os conceitos e regras da revista e da marca.

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CONTEXTO

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análise da concorrência

ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA A RODA é uma revista pertencente à temática musical, especificamente, uma revista que aborda o universo do samba. Para a análise da concorrência, primeiro foram analisados revistas que pertencem ao segmento de música no âmbito geral. A partir disso, foi observado que essas revistas tem como foco a música internacional, podendo variar apenas a abordagem e o posicionamento adotado. A Rolling Stones, por exemplo, é uma revista mais voltada ao entretenimento do que ao musical, pois seu conteúdo é destinado também a HQs, livros, filmes, TV, entre outros. Outras revistas do ramo que foram analisadas, como a Total Guitar Brasil e a Roadie Crew tratam, respectivamente, de instrumentos e tecnologias no universo da música e do Heavy Metal internacional. Em seguida, foram investigados os concorrentes diretos, isto é, revistas que tem o samba como objeto central do conteúdo. Dentro desse nicho de mercado, por estranho que pareça, em um país onde o samba é considerado patrimônio cultural, nota-se um vácuo de conteúdo. Em vista disso, nossa concorrência direta limitou-se para a Revista Carnaval – que não aborda o samba de maneira geral, se restringindo apenas ao samba de enredo e as informações sobre escolas de samba. Em razão desse vazio no mercado editorial, percebe-se uma demanda apaixonada por samba ainda não atendida no ramo de revistas impressas do gênero. Por fim, com a ausência de concorrentes diretos, fomos instruídos a pesquisar sobre concorrentes indiretos, como blogs, sites, programas de TV, entre outros que estão paralelos ao universo da mídia impressa. Com essa busca, encontramos o site Revista Música Brasileira, no qual é abordada a música enraizada no território nacional como um todo: MPB, bossa-nova, pagode, os diferentes tipos de samba, entre outros. Além desse, também foi encontrada a página Samba, pertencente à Catraca Livre, onde são discutidos diversas notícias relacionadas ao gênero musical. Acima disso, tendo em vista que a RODA abrange também a relação entre o samba e outros aspectos que compõe a cultura e a atualidade brasileira, para ampliar nossa análise da concorrência, buscamos também abranger revistas que tratam de aspectos culturais, como a CULT e a seLecT. manual de normatização

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CONTEXTO

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público-alvo

PÚBLICO-ALVO Para surgir a revista RODA, analisamos o universo musical em todo e as existentes abordagens deste tema pelas revistas impressas disponíveis no mercado. Com isso, notou-se que, ironicamente, no país onde o samba é reconhecido como patrimônio cultural, havia um vácuo: há pouca oferta de revistas que aborde o gênero musical para muita demanda por parte dos amantes do samba. Com isso, a revista RODA é exclusivamente voltada e planejada para abordar o samba – com ênfase no samba paulista – e atender aos amantes desse gênero musical. Além do amor pelo samba, esse público também compartilha o interesse na cultura de seu país, fatores que se relacionam com as várias raízes que o Brasil tem em si, como: artísticas, expressivas, sociais, políticas, esportivas, literárias, entre outras. Com esse amor pelo país, o leitor da revista RODA adota um perfil consciente, que vive antenado nas questões sociais e políticas da atualidade e que, devido a isso, tem em si uma preocupação ambiental com o torrão brasileiro. Essa responsabilidade e a paixão pelo Brasil, refletem no apego e fascínio pelas viagens ao longo de seu vasto – e maravilhoso – território. A RODA é especialmente destinada para a população paulistana acima dos 18 anos, que vivem na grande metrópole e que são habituados com a correria do dia-a-dia, porém, que mesmo com isso, conseguem dedicar um tempo a diversão nas ruas e nos botecos de São Paulo, tendo um estilo de vida boêmio. Esse público tem o hábito e o prazer pela leitura, juntamente com uma curiosidade insaciável pelos assuntos de seu interesse. Acima de tudo, todos que admiram o samba ou que fazem desse gênero a sua vida, estão convidados a entrar na nossa roda!

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CONCEITUAÇÃO

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missão e projeto editorial

CONCEITUAÇÃO MISSÃO EDITORIAL A revista RODA tem como missão atender os interesses dos nossos leitores fanáticos por samba. Assim como vocês, valorizamos todos os aspectos que giram em torno dessa expressão artística brasileira, desde suas raízes até simples curiosidades, dos mestres passados a novos criadores. Oferecemos a vocês uma experiência prazerosa, informativa e impactante que será lembrada na próxima vez que forem dizer no pé. Aquele abraço!

PROJETO EDITORIAL A revista RODA atende um segmento de mercado esquecido por outras revistas de música. Observando o cenário atual das publicações do ramo, percebemos que há um vácuo e uma precariedade na qualidade dos poucos projetos gráficos e editoriais das revistas existentes. Nosso público é composto por jovens – de idade e de espírito – apaixonados pelo samba e suas vertentes, que vivem uma vida boêmia e buscam em nossa revista o prazer da leitura de um material de qualidade. Isso é evidenciado em todo nosso projeto gráfico, que traz como elemento principal a colagem, a ilustração e a fotografia. A colagem, na capa e em algumas imagens no interior da revista, traz cor e vibração, e uma sensação de mistura e agregamento de cultura, sintetizando o conceito de roda. As ilustrações, presentes no miolo da revista, são mais sóbrias e sofisticadas, criando uma unidade para a revista. As fotografias manifestam um filtro que condiz com a cor do eixo em que está empregada. Para melhor organizar esse amplo universo do samba, a RODA é dividida em 5 eixos que são nomeados com base em músicas consagradas do gênero, sendo eles: desde que o samba é samba; alma boêmia; samba da minha terra; alguém me avisou e conversa de botequim. Cada um desses possui uma vertente importante sobre o universo de samba e, acima de tudo, sobre o Brasil.

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CONCEITUAÇÃO

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universo gráfico

UNIVERSO GRÁFICO Nos registros e ilustrações analisadas foi possível notar a predominância de cores quentes e tons terrosos em imagens que representam interesses do nosso público-alvo, como a iluminação característica de botecos em tons amarelados, as cores dos instrumentos utilizados dentro desse estilo musical – que em sua maioria transitam entre tons amadeirados, a cor da cerveja e paisagens ensolaradas características do nosso país, cuja cultura também é alvo do conteúdo da revista Nas fotografias de instrumentos, percebemos que é frequente o uso de elementos gráficos geométricos semelhantes a estampas tribais aparentemente desenhadas de forma manual, o que estabelece uma conversa com todo o contexto dos ambientes em que o samba é inserido, por estes terem um caráter popular, em sua maioria. Pelo fato do samba ter se originado a partir dos batuques trazidos pelo povo africano, sempre se tratou de um gênero popular, e isso dialoga de várias maneiras com o design vernacular, que foi para onde escolhemos direcionar as representações gráficas da RODA. Por design vernacular, entendemos todo o design não sistematizado em códigos estrurados de linguagem gráfica que acontece espontaneamente nas ruas, sendo movido pela cultura de um país. Decidimos aplicar o estilo onde fosse possível e adequado na linguagem gráfica da revista. A fim de conferir aspectos rústicos ao logo, ele foi desenhado manualmente com ajuda de recursos digitais e ferramentas como brushes que simulam pincéis de cerdas grossas. Todos os outros apectos visuais da RODA também apontam para esse estilo. Para a capa e algumas imagens inseridas junto com o conteúdo das matérias e sessões, optamos por colagens que também transmitam a ideia de trabalho manual, e que, além da rusticidade característica, também representa a mistura de elementos tão comum do samba, da cultura brasileira e do design vernacular.

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CONCEITUAÇÃO

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universo gráfico

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CONCEITUAÇÃO

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marca

MARCA A RODA é uma marca que se entrega à abordagem do samba brasileiro dando maior ênfase em sua atuação no cenário paulista. É dedicada aos paulistanos que, além de compartilharem o amor pelo samba e pelo vasto universo desse gênero musical, também possuem paixão pela leitura e pelo Brasil, e levam um estilo de vida boêmio. Em nossa revista, buscamos integrar o patrimônio cultural do Brasil, isto é, o samba e as múltiplas expressões culturais presentes no cenário brasileiro e musical. Através da RODA, tomamos como objetivo entregar ao nosso público uma fonte de informação, consulta e inspiração traduzida em uma leitura prazerosa e de seu interesse.

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PROJETO GRÁFICO

x

x

x x x

2,5 mm

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logotipo

LOGOTIPO A marca da revista RODA é um representada por um logotipo. Seu lettering foi feito à mão, simulando pinceladas que trazem a aparência vernacular, rústica e urbana – portanto as letras são mais robustas e não apresentam serifas. Vernacular, em seu sentido literal, é um adjetivo que significa “particular ou característico de um país – nação, região etc.” Essa forma de linguagem visual leva consigo os fatores das raízes do Brasil, assim como o tema central da revista: o samba. Para manter esse gestual, as letras são arredondadas e a letra “O” é o elemento que remete à forma circular de uma roda. Para chegar ao resultado final foram feitos testes das letras, todas partindo de um círculo para criar unidade. As pequenas falhas ao redor das letras tem como objetivo evidenciar as cerdas do pincel. A cor utilizada no logo é sempre uma das cores presentes na paleta cromática pré-estabelecida, tendo preferência a cor que melhor contraste com o fundo de onde está empregado. Esse caráter flexível da identidade é correspondente à intenção da revista de não ser rígida, mas sim uma mistura cultural, assim como o samba.

ÁREA DE PROTEÇÃO Para que não haja interferência visual no logotipo que atrapalhe a sua leitura e para garantir máxima clareza e impacto visual, o logo deverá sempre ser empregue respeitando os valores de sua área de proteção, isto é, deixando esse espaço livre de elementos.

REDUÇÃO MÁXIMA PERMITIDA A redução máxima permitida é de 2,5 mm de altura.

VERSÕES P E B O logotipo poderá ser empregue em preto e em branco dependendo de sua aplicação, isto é, em sua versão positiva e negativa,

COR O logotipo pode ser aplicado em qualquer cor que componha a paleta cromática da RODA, desde que esta estaleça um destaque harmônico com o fundo onde está empregue.

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PROJETO GRÁFICO

Urbana Bold ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Urbana Medium ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Urbana Light ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| OFERTA DO DIA ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 0123456789 &*%$@#()\/+=“”:;?!,

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paleta tipográfica

PALETA TIPOGRÁFICA IDENTIDADE A tipografia utilizada na identidade da revista RODA, isto é, a tipografia que permanece sempre na diagramação da revista, sendo empregue em fólios, marcadores de edição, chapéu de eixos e seções, retrancas de matérias e a utilizada na capa, será a Urbana. Para o fólio e os marcadores de edição contidos nas páginas, será utilizada a fonte Urbana Light no tamanho 10pt – e em caixa alta para os marcadores. No chapéu dos eixos e das seções, será utilizada a fonte Urbana Bold no tamanho 12pt – o chapéu do eixo, em caixa alta, enquanto que o chapéu que nomeia as seções ou retrancas de matérias ficam inteiramente em caixa baixa. Nas legendas de fotos e gráficos, a fonte utilizada será Karmina Medium com corpo 9pt. Além disso, no editorial, no sumário e na agenda da RODA, é empregue nos títulos de página a fonte Oferta do Dia, uma tipografia inteiramente em caixa alta e de caráter vernacular criada a partir da observação de cartazes de supermercados brasileiros que foi desenhada por Eduardo Ramalho.

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PROJETO GRÁFICO

Urbana Bold ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Urbana Medium ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Urbana Light ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Urbana Light Italic ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Patrick Hand SC ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Karmina Regular ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| Karmina Italic ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 &*%$@#()[]{}\/–+=“”:;?!,| 24


paleta tipográfica

EDITORIAL A fonte Urbana é uma tipografia sem serifas, que tem em si uma característica condensada. Desenhada por César Puertas, as hastes são inspiradas em letterings encontrados na Colômbia. Essa experiência urbana que a fonte contém, conversa com o conceito de “vernacular” e “popular” que a revista RODA adota em seu projeto editorial, contribuindo esteticamente de forma coerente para a revista. Sua boa legibilidade e sua clareza resultam em uma boa hierarquia visual e um diálogo e combinação positiva com a Karmina, tipografia que irá ser utilizada em textos corridos. Por esses motivos, a Urbana será empregue em títulos, linha fina, intertítulos, informações sobre autores e data de textos, fólio, olho, legendas e chapéu da página. A Urbana Bold será utilizada no título, intertítulo, nome do autor do texto e no chapéu da página. Para o fólio, olho, linha fina e data de postagem, será utilizada a fonte Urbana Light. Sua versão em Itálico será aplicada em palavras da língua estrangeira. Já nas legendas que acompanhem gráficos e imagens, será usada a Urbana Medium. A tipografia Patrick Hand SD será utilizada em box de informações. Ela apresenta um perfil gestual e manuscrito, combinando com o conceito do box. Seu emprego será na cor preto, a fim de evitar problemas de legibilidade e impressão. A fonte Karmina é uma tipografia com serifas grandes, eixo vertical, formas nítidas e que conta com algumas influências caligráficas, o que confere à fonte uma boa legibilidade do texto e também, um bom diálogo com o conteúdo da revista. Foi criada por Veronika Burian e José Scaglione com a intensão de suportar as piores condições de impressão: papéis de baixa qualidade, alta velocidade de impressão com prensas na web e variações no nível de tinta da impressora. Suas características visuais conferem à revista RODA uma imagem benéfica, pois facilita a leitura de seu público, é altamente protegida de problemas de impressão, sua forma compacta otimiza a economia de espaço, além de sua configuração caligráfica, o que ocasiona uma expressividade e também, uma aparência de distração. Por esses motivos, no texto principal da revista é empregado a Karmina Regular, enquanto as palavras estrangeiras são aplicadas em Karmina Italic. manual de normatização

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PROJETO GRÁFICO

C 65 M 85 Y 100 K 40

R 85 G 47 B 27

C 40 M 100 Y 100 K 10

R 152 G 34 B 31

C 0 M 60 Y 95 K 0

R 239 G 125 B 23

C 0 M 40 Y 100 K 0

C 25 M 35 Y 100 K 0

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R 249 G 177 B 4

R 203 G 162 B 14

C 50 M 35 Y 100 K 0

C 15 M 85 Y 100 K 0

R 150 G 147 B 40

R 208 G 81 B 4


paleta cromática

PALETA CROMÁTICA A paleta de cores da revista constitui-se de seis cores em sua maioria vibrantes e de alta saturação que representam as cores mais frequentemente presentes no universo visual do público-alvo, sendo estas: Marrom, vermelho, laranja, amarelo e verde. Elas devem ser aplicadas alternadamente no logo da capa, tendo preferência as cores que fizerem um bom contraste com o fundo da imagem no qual será posicionado. Dentro da revista, serão utilizadas como ferramenta de diferenciação entre os eixos, tendo a cor do respectivo eixo aplicada nos elementos de apoio e na retranca.

CORES DE IDENTIFICAÇÃO DE EIXOS Essas cores, além de serem utilizadas no logo, capa, entre outros meios de composição, identificam os cinco eixos da revista RODA.

CORES DE APOIO Essas cores são utilizadas apenas em composições utilizadas na RODA, a fim de manter uma identidade cromática.

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PROJETO GRÁFICO

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ícones

ÍCONES Para cada eixo da revista Roda – Alma boemia; Desde que o samba é samba; Samba da minha terra; Alguém me avisou e Conversa de botequim” –, elaboramos um ícone extraído do universo do samba que tem a utilidade e finalidade de representá-los. No total, serão utilizados 5 ícones. Os desenhos tem traços manuais, como todo o universo gráfico da revista e apresentam apenas o contorno sutil. Todos os ícones saíram da forma de um círculo em perspectiva e todos os objetos retratados tem, em sua essência, a forma de uma roda. Sendo assim, o diálogo entre a identidade da revista e a iconografia é espontâneo e coerente. Os ícones são posicionados no canto superior externo das páginas da esquerda e empregues a partir da segunda página de cada seção ou matéria retrancada, na primeira página destas, é utilizado o nome escrito do eixo em caixa alta. Se em determinado eixo tem três seções, logo terão três nomes de eixo enquanto que as páginas restantes que o compõe trarão o ícone correspondente.

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PROJETO GRÁFICO

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA Desde que o samba é samba é um eixo da RODA dedicado à abordagem de assuntos que fazem parte do âmbito histórico do gênero. Algumas das seções incluídas nesse eixo são Fica mais um pouco, amor, seção voltada para homenagens; Ai, que saudades da Amélia, onde são tratadas matérias de tributos; Tempos idos, onde são abordados temas relacionados às raízes do samba brasileiro.

ALMA BOÊMIA Tendo em vista que a RODA é voltada para um público que possui interesses culturais em um amplo sentido, o alma boêmia é um eixo da revista que trata de informações do cenário cultural brasileiro no geral. Aqui estão inclusas seções ligadas à arte, literatura, política, cinema, entre outras.

SAMBA DA MINHA TERRA Aqui é onde acontece a ampliação de informações do samba para nosso público paulista. Aqui entram notícias, reportagens, entrevistas e tudo o que há de melhor em todo esse Brasil no ramo do samba. Aqui serão abordados os sambas de todos os lugares. As seções desse eixo receberão o nome do lugar que se trata a matéria, como Rio de Janeiro; Pernambuco; entre outras.

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ícones

ALGUÉM ME AVISOU Esse eixo é onde nós contamos aos nossos leitores tudo o que há de bom e de novo no universo do samba paulista. E isso vai desde a seção Convite do Arnesto – lançamentos no gênero –, passa pela Não deixe o samba morrer, onde estão todos os novos talentos que estão surgindo pro show continuar – até chegar em Com que roupa? – agenda bimestral de São Paulo .

CONVERSA DE BOTEQUIM Essa é a parte mais expressiva e livre dessa RODA. Entra aqui o Pranto de poeta, com nossos selecionados cronistas que compõem a coluna assinada; o Só chora quem ama, com o poema do leitor, e ainda Aquele abraço, a ultima seção, dedicada a poemas visuais.

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PROJETO GRÁFICO

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA

tempos idos Manifestação cultural do Batuque de Umbigada no Teatro do Incêndio no Bixiga

Grupo de samba Cururuquara do município de Santana do Parnaíba, em evento organizado por eles

Uma história de luta e resistência

O

samba teve origem lá no continente africano e foi trazido para o Brasil pelos negros que foram escravizados. Sua origem está ligada à dança originária em Angola, denominada umbigada. O batuque de umbigada, também conhecido como tambu ou caiumba, é uma manifestação cultural trazida para o Brasil pelos escravos de origem bantu. Com seus instrumentos como o tambu, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore; quinzengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambu e nele se apoia; as matracas, que são os paus que batem no tambu do lado oposto do couro; guaiás ou chocalhos de metal em forma de cones ligados. Na dança, homens e mulheres formam duas fileiras que se defrontam, encontram-se no centro do salão, fazendo passos variados e terminam com a umbigada. A região Sudeste caracterizou-se por concentrar um grande contingente de negros, principalmente os de origem cultural bantu. Estudos mostram que, em 1850, cerca de 90% dos homens e 2/3 das mulheres escravizados em fazendas com 20 a 50 escravos no Sudeste eram africanos. A continuidade

do tráfico negreiro manteria essa percentagem ao longo de todo o século 19, com a economia açucareira e mais tarde a do café, que exerceu impacto em áreas pouco populosas sendo, portanto, fundadas por gerações de comunidades de escravizados da região centro-africana, entre elas, em sua maioria, bacongos, umbundos e ovimbundos. De acordo com a professora Olga Von Simson entre as bagagens trazidas pelos escravizados que vinham da região Nordeste do Brasil veio também o que hoje denominamos de patrimônio imaterial, isto é, os saberes e os hábitos culturais que eles adquiriram na sua infância e juventude. Entre esses saberes culturais certamente chegou também o de cantar e dançar o samba de roda, uma prática já então em ampla difusão por toda a região nordestina e na qual também se incluía a umbigada, originada do antigo ritual religioso angolano em honra à deusa da fertilidade. Diante desse contexto, percebe-se que o resultado da vinda desses escravizados de origem bantu favoreceu a propagação de algumas manifestações afro-brasileiras com base cultural comum,

como as “danças de umbigada”. Essas manifestações se espalharam pelo interior paulista, recebendo diferentes denominações, de acordo com as especificidades adquiridas nos locais. Cidades como Rio Claro, Campinas, Piracicaba, São Simão e Itapira; Itu, São Roque, Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Laranjal Paulista e Tietê, no eixo Médio do Rio Tietê; Redenção da Serra, Jacareí e Caçapava, no Vale do Paraíba, são algumas das áreas de ocorrência do samba rural paulista no passado. Atualmente Tietê, Capivari e Piracicaba continuam sendo espaços dessas manifestações. O Treze de Maio em Piracicaba, o Sábado de Aleluia em Capivari e a Festa de São Benedito em Tietê são algumas das ocasiões em que passado e presente se confundem na dança de umbigada, nos reaquecimentos dos tambores ao calor da fogueira, nos longos versos improvisados em que homens e mulheres, jovens e velhos (re)vivem um ritual que o tempo não conseguiu apagar. Essa mesma modalidade de samba é também praticada atualmente nos municípios Santana do Parnaíba (grupos Cururuquara e Gritos da Noite),

Vinhedo (Samba de D. Aurora), em Mauá (Samba Lenço), Quadra (Samba Caipira) e em Pirapora do Bom Jesus (Samba de Roda). A partir da minha pesquisa de Doutorado defendida na Unicamp em 2009, tive contato com os batuqueiros das cidades de Piracicaba, Capivari e Tietê que relataram as histórias guardadas em suas memórias, envolvendo violência, repressão e preconceitos. Nos relatos dos sambistas paulistanos pode-se perceber que a história do samba rural de São Paulo foi marcada pela luta e resistência contra o poder estabelecido. São histórias que ressaltam a resistência ao sofrimento do cativeiro, a luta para manter a vida e a cultura. Destacam-se as histórias em que os escravos tinham que dançar o batuque escondidos dos senhores e que quando descobertos tinham que “disfarçar” os cantos ou eram castigados. A formação dos bairros de periferia, nas cidades do interior paulista, após o final do século 19, contribuiu para a manutenção dessas danças de umbigada, mesmo que ressignificadas. Levadas pelos ex-escravos que deixavam as fazendas em busca de um trabalho na zona urbana e que

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acabavam se refugiando nesse contexto periférico, essa manifestação cultural enfrentou o desafio de continuar existindo em uma sociedade que buscava novas regras de convivência. No interior paulista, os ex-escravos distribuíram-se em espaços das periferias das cidades ou se mantiveram nas zonas rurais compondo o que se denomina de universo caipira. Os descendentes desses grupos, ao rememomomentos que caracterizaram o período, marcados principalmente pela luta em prol da sobrevivência. Nos depoimentos de membros das famílias, estão presentes as mágoas, a revolta e a indignação decorrentes dessa marginalidade que estava presente em todos os momentos possíveis. No ambiente de trabalho, na convivência cotidiana, assim como no lazer.

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No entanto, fica evidente que a situação de marginalidade e racismo não passou despercebida pelos negros e negras vítimas da discriminação. Essa percepção fazia-se notar também nas letras das músicas que, dentro do universo do batuque, retratavam a situação por que passavam as famílias, como na letra criada e cantada por Dona Anicide Toledo, de Capivari, para denunciar a situação do filho que sofria discriminação no trabalho: “Eu moro em Capivari, gosto muito da minha terra, eu moro em Capivari, São João que me perdoe, do que eu vou falar aqui. Precisa acabar o racismo, dentro de Capivari” – depoimento concedido a Claudete de Sousa Nogueira em 2006. Assim, ao ouvir e vivenciar as experiências narradas pelos descendentes dos antigos batuqueiros pode-se perceber que o samba foi e continua sendo um espaço de resistência e do exercício da cidadania.

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tempos idos Adoniran Barbosa assinou canções que entraram para o imaginário nacional

Uma breve história sobre o peculiar samba paulista Identidade controversa do ritmo em São Paulo não intimidou seus talentos e não o impediu de se consolidar no Brasil foto Gabrielle Celestino

Exemplo de a partir de onde é empregado o ícone, isto é, a primeira página da seção Tempos idos leva o nome por extenso do eixo, enquanto as demais páginas exibem o ícone correspondente

Vanessa Cavalcante

foto Nathaly Oliveira

Negros escravizados tinham que dançar o batuque escondidos dos senhores TEXTO Claudete Nogueira

TEXTO Antônio Rafael Junior

O

s defensores de um estilo próprio do samba e instrumentação, como “o maior peso do batuque, paulista sempre tiveram como base o enal- feito com muito surdo e bumbo, e pouca miudeza tecimento da sua origem rural. A zabumba – pandeiro, cuíca, frigideira, chique-chique”. usada por negros escravizados para marcar o comNo entanto, a existência de um samba tipicapasso da música tornou conhecido o samba de mente paulista é controversa. Não é consensual bumbo, ritmo que marcou o gênero de forma a nem mesmo entre alguns dos maiores sambistas servir de referência para diferenciar o samba pau- de São Paulo o reconhecimento de que há um eslista do carioca, ao qual sempre foi comparado. tilo paulista que diferencie este gênero musical Em depoimento ao documentário Samba à das demais regiões do País. Paulista, fragmentos de uma história esquecida, lançado em 2007 por Gustavo Mello, o sambista CONTROVÉRSIAS Geraldo Filme, um dos ícones do gênero em São Considerado o pai do samba paulista, Adoniran Paulo, afirmou categoricamente: “Nosso samba Barbosa foi justamente uma figura contrária à não tem nada a ver com o samba do Rio, é tão dife- classificação regional do samba, afirmando que rente em tudo, nos tipos de manifestação da gen- o samba paulista, carioca, baiano, entre outros, te, no andamento. O nosso vem mesmo daqueles seriam iguais. Para ele, o que existia era simplesbatuques, daquelas festas que eram dadas aos mente o samba brasileiro. Outro importante samescravos quando tinham boas colheitas de café”. bista paulista que não demonstra preocupação Um dos grandes defensores do samba típico de com a segmentação regional é Germano Mathias. São Paulo é o cantor, compositor, produtor e pesAs controvérsias quanto à identidade paulista do quisador musical Osvaldo Barro, conhecido como samba muito se devem a transformações que esse Osvaldinho da Cuíca. Para ele, o samba paulista tem gênero musical sofreu por conta do desenvolvicaracterísticas próprias quanto à estrutura rítmica mento da grande São Paulo, principalmente no

decorrer do século 20. Uma das transformações foi o avanço da industrialização que, pouco a pouco, restringiu os espaços que serviam de redutos do samba nas grandes cidades, sobretudo na capital, que foi a mais afetada pela mudança. Ao defender que “o samba paulista é diferente do samba baiano que se instalou na cidade do Rio de Janeiro”, o dramaturgo Plínio Marcos escreveu um artigo no jornal Folha de São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977, em que destacou os principais redutos do gênero na “cidade da garoa” – a grande São Paulo – naquela época: Jardim da Luz, Barra Funda, Largo da Banana, Praça Marechal, Alameda Glete, Bexiga, Rua Direita, Praça da Sé, Largo da Banana, Barra Funda, Jardim da luz e Praça da Sé, locais em que, segundo ele, “o crioulo vindo do interior ia se instalando perto dos locais de trabalho”. O desenvolvimento econômico aqui no Brasil descaracterizou vários desses locais, como o Largo da Banana, por exemplo, que deu lugar ao Memorial da América Latina. E assim o samba foi perdendo seus antigos espaços. O que não quer dizer que o gênero foi esquecido. Apenas transformado.

TRANSFORMAÇÕES Além das modificações geográficas dos antigos redutos do samba, pesquisadores apontam uma significativa influência do rádio nas características do samba paulista, especialmente a partir do ano 1936, com a inauguração da Rádio Nacional. A emissora passou a difundir o samba carioca por todo o Brasil, tornando-o uma espécie de referência nacional. Outro impacto deveu-se à oficialização do carnaval paulistano em 1968, o que levou os tradicionais cordões carnavalescos da capital paulista a seguirem os padrões dos desfiles do Rio. De acordo com a historiadora Ligia Nassif Conti, que fez sua tese de doutorado na USP (Universidade de São Paulo) sobre esta temática, foi a partir de 1968 que “as posições contrárias à padronização do carnaval diante do modelo carioca e os discursos lamentosos da descaracterização sofrida pelo carnaval paulista tomaram forma”. Mais que isso, a inauguração do Sambódromo do Anhembi, em 1991, reforçou as críticas dos antigos sambistas por ser “uma estrutura fechada e com entrada restrita a um público pagante”.

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Exemplo do emprego do ícone em PB Negativo para fotos em preto e branco – perfil estabelecido para fotos em entrevistas e no eixo Samba da minha terra – ou para fotografias que se mostrem escuras ou claras em excesso

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pela luz dos olhos teus Martinho José Ferreira, conhecido popularmente como Martinho da Vila

Martinho da Vila: “O samba vive um momento forte, avançado e merecido” Sambista defende que O Samba, de Georges Gachot, é um filme para brasileiro ver. Em entrevista exclusiva, fala da atual fase forte do samba e discute política TEXTO João Carraro

foto Joanna D’Ávila

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artinho José Ferreira, mais conhecido como Martinho da Vila, a quem o samba ensinou tantas lições, destaca no documentário O Samba, exibido durante o Festival de cinema do Rio, uma das mais importantes: “Os verdadeiros revolucionários são otimistas”. E logo entoa para o diretor francês Georges Gachot, que o seguiu com a câmera para adentrar os bastidores da escola Unidos de Vila Isabel, os versos de sua canção mais gravada dentro e fora do Brasil, Canta, canta, minha gente, marcando cadência e exibindo o sorriso que ele julga ideais para cantá-la. Por telefone, a provavelmente já cansada de uma vida de entrevistas no rastro de tantas composições bem-sucedidas e inconfundível voz do sambista Martinho da Vila passeia pelos mais variados temas, do filme à política no Brasil, passando pelos 100 anos que o samba completa no ano que vem. O único desgosto de Martinho, apesar de a conversa acontecer em uma segunda-feira de manhã, parece ser a falta de ideologia com que se faz política no país. Mas o tema não o impede de dar risada. Nem o cansaço, nem a segunda-feira.

Soube que, no começo, você não foi com a ideia de fazer o filme, mas terminou topando e, no fim, gostou do resultado. O que o preocupava? É verdade, eu resisti, mas apenas porque eu estava com a agenda complicada, mas aí o diretor me disse que eu não precisava fazer nada, que ele só ia me seguir em alguns momentos do meu cotidiano. E assim foi. Eu apareço muito, né?

Na verdade, não achamos que aparece tanto. Mas você é quem guia o espectador. Essa era a intenção. Tem gente falando que é um filme para gringo ver, mas muito pelo contrário!

O que todo mundo espera? Um show de samba. Aquela coisa com rainhas de bateria, mulatas. E o que o filme entrega é um show de samba, mas com um tamborim e uma voz. É outro tipo de show. A história começa com alegorias cobertas, rumo à Sapucaí, e termina não com uma rainha da bateria, mas sim com uma senhora sambando. É algo para se pensar. Por isso, digo que é um filme para brasileiro ver. roda.com.br

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rio de janeiro Beth Carvalho, 71, autora de obras como O Show tem que continuar e Camarão que dorme a onda leva

Beth Carvalho: “O samba é do povo, que sofre, que sabe o que é a fome” Cantora relembra os tempos em que o ritmo era desprezado por gravadoras por ser muito popular TEXTO María Martín

foto Creuza Costa

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as grandes janelas de seu apartamento, em O que você comemorou no dia em que o samba um condomínio de alto padrão na Zona Sul completou o aniversário dos seus 100 anos? do Rio, Beth Carvalho – Rio de Janeiro, 1946 Comemorei os 100 anos do samba e os 50, agora – vê seus vizinhos baterem panelas toda vez que o 52, da minha carreira. Houve uma evolução grande, ex-presidente Lula ou Dilma Rousseff aparecem na sobretudo. A gravação ficou muito melhor. Antes, televisão. Um deles, conta a cantora, a incomoda o som do samba era mal gravado, tecnicamente especialmente porque, durante o panelaço, olha na falando. As gravadoras pensavam que era simplessua direção. Ela dá risada, mas uma sombra de preo- mente botar um bando de negros lá dentro e diziam: cupação e tristeza ronda toda a entrevista. Sentada “vamos lá, batuca aí”. Aquelas pessoas não tinham em uma cadeira de rodas – ela ainda se recupera de noção de que você tem que ter um microfone para um grave problema de saúde na coluna após passar o surdo, tem que ter um microfone para o tam tam, um ano no hospital – Beth cria longos silêncios após para cada coisa, entendeu? A coisa era mal tratada suas respostas e uma frase rompe vários deles: “Essa pelas gravadoras. Elas não entendiam o samba. Eu, coisa com Lula está me preocupando”. Martinho da Vila, nossos produtores, os técnicos, Três dias depois da Polícia Federal levar o ex- fomos responsáveis por essa melhora. -presidente para depor, Beth conversou com a RODA, quando criticou a operação, chamou as Faltava profissionalização das produtoras pessoas à luta e alertou para supostas conspirações ou havia um certo desprezo pelo samba? dos Estados Unidos. A conversa central, porém, Tinham desprezo também. Natural. Como tudo foi sobre o samba, o ritmo que levou uma das suas o que é popular é alvo de desprezo. Mas tiveram músicas até Marte. Uma engenheira na Nasa pro- que engolir, tiveram que nos engolir, porque nós gramou acordar um robô de uma sonda com a mú- fomos, durante muito tempo, os tentáculos das sica Coisinha do Pai, de Beth Carvalho, em 1997. gravadoras. Podia ter disco de elite, que não

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o mundo é um moinho Projeto África ao Samba, no Museu Afro Brasil

Projeto social usa samba para tratar transtornos psiquiátricos As vantagens do samba invadem o vasto campo da psicologia e trazem grandes benefícios à sociedade TEXTO Georges Ribeiro

riado pelo Núcleo de Educação do Museu no ano de 2014, o projeto África ao Samba, por meio de análises das influências africanas no samba brasileiro, atende pessoas com transtornos psíquicos dos mais variados níveis. Inclusão, respeito e dignidade são algumas das ideias que norteiam a missão do Museu Afro Brasil. O projeto África ao Samba, a partir da análise das influências africanas no samba brasileiro, atende pessoas com transtornos psíquicos em seus mais variados níveis, afim de promover a reintegração social de seu público por meio de oficinas que analisam a história social do samba, tendo todo o acervo e as exposições temporárias da instituição como eixos organizadores das atividades. “Este projeto possibilita aos participantes ter condições de se apropriar de seus territórios e que possam ter acesso ilimitado ao que por ele é ofertado. Ainda que alguns dos beneficiados atendidos estejam acometidos por graves comprometimentos mentais, a experiência do projeto África ao Samba tem um agudo potencial educativo e terapêutico, uma vez que as todas as visitas e diálogos ajudam

os participantes a trabalharem plenamente suas elaborações, representações e suas significações, contribuindo na promoção de sua saúde mental. Os resultados desse projeto social tem sido muito satisfatórios no que diz respeito a socialização dos pacientes atendidos”, destaca o assistente de coordenação do núcleo de educação do museu, Márcio Farias. “Esta percepção também é sentida pelos próprios participantes do projeto”, revela a usuária Madalena Felippe. “Minha autoestima foi lá pra cima. Não tenho mais vergonha de ser atraída pelo som dos tambores, seja por diversão, com o samba, ou pelo som dos atabaques, da religião, da umbanda, do candomblé. Agora eu sou uma mistura de tudo isso”, afirma contentemente. Segundo o Museu Afro Brasil, nos quatro anos de sua existência, cerca de 40 pessoas atendidas por unidades de saúde mental do município de São Paulo, tais como as unidades do Centro de Atenção Psicossocial – Itaim, Butantã e Sé – e do Centro de Convivência Cooperativa – Previdência e Ibirapuera –, já passaram pelo projeto e a maioria apresentou resultados muito positivos.

foto Teresa Teixeira

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pranto de poeta

Uma crônica para entender São Paulo TEXTO Eduardo Benesi

ILUSTRA Ivan Ravena

Era uma vez um motorista que odiava o motoqueiro que odiava o ônibus que odiava o ciclista que odiava o pedestre que odiava condutores de guarda-chuvas. O núcleo de aborrecimentos paulistanos se concentra num cenário caótico chamado trânsito. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem a Avenida Paulista, uma moça com óculos de grau, que adora arte e barulho, que nos espia por prédios hiperativos, que carrega o fardo da anfitriã. O paulistano possui uma velocidade própria e ansiosa, temos crises de irritação com quem não se adapta ao nosso trote. Andar devagar é quase um atestado de “não sou daqui”. Mas não dá pra generalizar. Tem aquela bairro-senhora, a Vila Mariana, da nostalgia idosa, dos pés de romã e casinhas com cores descascando: um abraço de vó. Em São Paulo a concorrência acontece inclusive no trânsito: quando você para o carro no farol e o automóvel do lado também vai brecar, repare que ele sempre vai dar um jeito de frear um pouco a sua frente. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem a Pompeia, aquele bairro que corre em 60 graus, que tem gente falando alto e tem palmeirenses mil.

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Se você vem de fora, se prepare: vão imitar seu sotaque. Corrigir português aqui é uma constante, tem muito daquele egocentrismo de quem acha que a linguagem correta é somente a local. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem Pinheiros: bairro de fim de tarde, das varandas apertadas, da boemia benedita, das cervejas abaixo de 0, dos arquitetos e sofás, de instrumentos teodoros e lojas musicais. Paulistano é especialista em perder o trailer do filme, de te conhecer a fundo em um dia e no outro fingir que não te conhece. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem o Bixiga: bairro do calor afetivo, daquele gosto de manjericão, das mamas braçudas, da vibração confortável, do amor pomodoro. Aqui, vão te perguntar indiretamente qual é o seu cargo:

“O que você tá fazendo da vida?”, e você precisa estar “marca” e dos preços bananas. Para incomodar os fazendo algo, invente qualquer coisa, do contrário paulistanos basta andar em cordão de isolamento você é um poeta vagabundo. Mas não dá pra gene- (casais ou grupos que bloqueiam uma passagem ralizar. São Paulo tem a Frei Caneca, rua cor-de-rosa, estreita por estarem andando lado a lado) e você do rebolado protesto, do beijaço, de gente festeira, será muito xingado em pensamento. Ouse parar na das figuras que “ahazam”. Em São Paulo só é atraso esquerda da escada rolante, você será responsável 10 minutos depois do próprio atraso. O metrô é uma por todo um atraso coletivo. Somos neuróticos, central de gente rolando continuamente suas time- não duvide. Mas não da pra generalizar. São Paulo lines pelo smartphone. Uma multidão sorrindo pra tem a Mooca, bairro calórico, de mãe preocupada, pequenas telas. Mas não dá pra generalizar. da pizza de massa grossa, da rabiola inocente, do Paulistano sofre com a ressaca de euforia: tem moleque travesso, do sol de domingo no Juventus. preguiça de ligar no dia seguinte, e aos domingos, Tem Capão Redondo e tem várias tias do Yakult. só existe depois das três da tarde. Mas não dá pra Tem o Tatuapé e bichinhos de luz. Tem o Morumbi generalizar. São Paulo tem a 25 de Março, rua do e tem lugar que eu nem conheço. São Paulo é sede suor, em que carro não tem vez, dos catálogos de dos paradoxos, mas não dá pra generalizar. roda.com.br

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PROJETO GRÁFICO

tempos idos

Gabrielle Celestino

Adoniran Barbosa assinou canções que entraram para o imaginário nacional

decorrer do século 20. Uma das transformações foi o avanço da industrialização que, pouco a pouco, restringiu os espaços que serviam de redutos do samba nas grandes cidades, sobretudo na capital, que foi a mais afetada pela mudança. Ao defender que “o samba paulista é diferente do samba baiano que se instalou na cidade do Rio de Janeiro”, o dramaturgo Plínio Marcos escreveu um artigo no jornal Folha de São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977, em que destacou os principais redutos do gênero na “cidade da garoa” – a grande São Paulo – naquela época: Jardim da Luz, Barra Funda, Largo da Banana, Praça Marechal, Alameda Glete, Bexiga, Rua Direita, Praça da Sé, Largo da Banana, Barra Funda, Jardim da luz e Praça da Sé, locais em que, segundo ele, “o crioulo vindo do interior ia se instalando perto dos locais de trabalho”. O desenvolvimento econômico aqui no Brasil descaracterizou vários desses locais, como o Largo da Banana, por exemplo, que deu lugar ao Memorial da América Latina. E assim o samba foi perdendo seus antigos espaços. O que não quer dizer que o gênero foi esquecido. Apenas transformado.

TRANSFORMAÇÕES Além das modificações geográficas dos antigos redutos do samba, pesquisadores apontam uma significativa influência do rádio nas características do samba paulista, especialmente a partir do ano 1936, com a inauguração da Rádio Nacional. A emissora passou a difundir o samba carioca por todo o Brasil, tornando-o uma espécie de referência nacional. Outro impacto deveu-se à oficialização do carnaval paulistano em 1968, o que levou os tradicionais cordões carnavalescos da capital paulista a seguirem os padrões dos desfiles do Rio. De acordo com a historiadora Ligia Nassif Conti, que fez sua tese de doutorado na USP (Universidade de São Paulo) sobre esta temática, foi a partir de 1968 que “as posições contrárias à padronização do carnaval diante do modelo carioca e os discursos lamentosos da descaracterização sofrida pelo carnaval paulista tomaram forma”. Mais que isso, a inauguração do Sambódromo do Anhembi, em 1991, reforçou as críticas dos antigos sambistas por ser “uma estrutura fechada e com entrada restrita a um público pagante”. roda.com.br

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Adoniran Barbosa assinou canções que entraram para o imaginário nacional

elementos de apoio

ELEMENTO DE CONTINUAÇÃO

Gabrielle Celestino

ELEMENTOS DE APOIO O elemento que indica que o texto continua na próxima página é uma palheta utilizada para tocar instrumentos de corda. O ícone induz ao leitor virar a página, sendo que propõe a ideia de que o texto ainda não acabou. Para garantir a padronização do elemento, o ícone deverá ser exibido na cor correspondente ao eixo em que está empregue, no tamanho de 0,6 paicas de altura, há 0,6 paicas do fim do texto.

a das transformações foi ção que, pouco a pouco, serviam de redutos do es, sobretudo na capital, a mudança. mba paulista é diferente nstalou na cidade do Rio Plínio Marcos escreveu de São Paulo, em 13 de destacou os principais reda garoa” – a grande São dim da Luz, Barra Funda, Marechal, Alameda Glete, da Sé, Largo da Banana, uz e Praça da Sé, locais rioulo vindo do interior s locais de trabalho”. O ico aqui no Brasil descaocais, como o Largo da deu lugar ao Memorial m o samba foi perdendo ue não quer dizer que o nas transformado.

TRANSFORMAÇÕES Reprodução em Além das modificações geográficas dos antigostamanho real (0,6uma paicas de altura) redutos do samba, pesquisadores apontam significativa influência do rádio nas características do samba paulista, especialmente a partir do ano 1936, com a inauguração da Rádio Nacional. A emissora passou a difundir o samba carioca por todo o Brasil, tornando-o uma espécie de referência nacional. Outro impacto deveu-se à oficialização do carnaval paulistano em 1968, o que levou os tradicionais cordões carnavalescos da capital paulista a seguirem os padrões dos desfiles do Rio. De acordo com a historiadora Ligia Nassif Conti, que fez sua tese de doutorado na USP (Universidade de São Paulo) sobre esta temática, foi a partir de 1968 que “as posições contrárias à padronização do carnaval diante do modelo carioca e os discursos lamentosos da descaracterização sofrida pelo carnaval paulista tomaram forma”. Mais que isso, a inauguração do Sambódromo do Anhembi, em 1991, reforçou as críticas dos antigos sambistas por ser “uma estrutura fechada e com entrada res0,6 paicas trita a um público pagante”. roda.com.br

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PROJETO GRÁFICO

Vanessa Cavalcante

Grupo de samba Cururuquara do município de Santana do Parnaíba, em evento organizado por eles

acabavam se refugiando nesse contexto periférico, essa manifestação cultural enfrentou o desafio de continuar existindo em uma sociedade que buscava novas regras de convivência. No interior paulista, os ex-escravos distribuíram-se em espaços das periferias das cidades ou se mantiveram nas zonas rurais compondo o que se denomina de universo caipira. Os descendentes desses grupos, ao rememomomentos que caracterizaram o período, marcados principalmente pela luta em prol da sobrevivência. Nos depoimentos de membros das famílias, estão presentes as mágoas, a revolta e a indignação decorrentes dessa marginalidade que estava presente em todos os momentos possíveis. No ambiente de trabalho, na convivência cotidiana, assim como no lazer.

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No entanto, fica evidente que a situação de marginalidade e racismo não passou despercebida pelos negros e negras vítimas da discriminação. Essa percepção fazia-se notar também nas letras das músicas que, dentro do universo do batuque, retratavam a situação por que passavam as famílias, como na letra criada e cantada por Dona Anicide Toledo, de Capivari, para denunciar a situação do filho que sofria discriminação no trabalho: “Eu moro em Capivari, gosto muito da minha terra, eu moro em Capivari, São João que me perdoe, do que eu vou falar aqui. Precisa acabar o racismo, dentro de Capivari” – depoimento concedido a Claudete de Sousa Nogueira em 2006. Assim, ao ouvir e vivenciar as experiências narradas pelos descendentes dos antigos batuqueiros pode-se perceber que o samba foi e continua sendo um espaço de resistência e do exercício da cidadania.


nesse contexto periféltural enfrentou o dedo em uma sociedade de convivência. No scravos distribuíramias das cidades ou se ais compondo o que se pira. s grupos, ao rememo-

aram o período, mara luta em prol da sontos de membros das s mágoas, a revolta e dessa marginalidade dos os momentos posbalho, na convivência azer.

Grupo de samba Cururuquara do município de Santana do Parnaíba, em evento organizado por eles

elementos de apoio

ELEMENTO DE PARADA O ícone que indica que o texto acabou é um circulo estático que dialoga com a identidade da RODA e com a mensagem de integração que a revista passa. Os círculos possuem o,6 paicas de altura e largura, devem ser empregues a 0,6 paicas do texto e, assim como o ícone de indicação de continuidade, devem possuir a cor do eixo em que estão localizadas.

Reprodução em tamanho real (0,6 paicas de largura e altura)

No entanto, fica evidente que a situação de marginalidade e racismo não passou despercebida pelos negros e negras vítimas da discriminação. Essa percepção fazia-se notar também nas letras das músicas que, dentro do universo do batuque, retratavam a situação por que passavam as famílias, como na letra criada e cantada por Dona Anicide Toledo, de Capivari, para denunciar a situação do filho que sofria discriminação no trabalho: “Eu moro em Capivari, gosto muito da minha terra, eu moro em Capivari, São João que me perdoe, do que eu vou falar aqui. Precisa acabar o racismo, dentro de Capivari” – depoimento concedido a Claudete de Sousa Nogueira em 2006. Assim, ao ouvir e vivenciar as experiências narradas pelos descendentes dos antigos batuqueiros pode-se perceber que o samba foi e continua sendo um espaço de resistência e do exercício da cidadania.

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PROJETO GRÁFICO

ai que saudades da amélia

Matheus Cavalcante

O cantor e compositor brasileiro Dorival Caymmi em praia do Rio de Janeiro

a minha infância até hoje”, refletia Caymmi em um programa de televisão que celebrou seus 85 anos. Embora o êxito tenha chegado quando ele foi viver no Rio de Janeiro, em 1938, o artista foi um dos responsáveis pela imagem idealizada que se construiu da Bahia. Suas composições pareciam vender turisticamente esse Estado, o maior do Nordeste brasileiro. A atriz e cantora Carmen Miranda interpretou em 1939 a canção de Caymmi O que é que a Baiana Tem? no filme musical Banana da Terra – e, com a ajuda do cantor e compositor, estilizou e exportou a figura da baiana, que despertou em muita gente o desejo de conhecer essa terra mística e tropical. Além de suas conhecidas Canções Praieiras, que evocam o mar e histórias de pescadores, compôs os Postais da Bahia, que descreviam o sincretismo no vestuário, na arquitetura, nas festas, na comida e na religião de sua terra. “Caymmi era uma espécie de antropólogo instintivo. A obra conserva a Bahia de sua época”, assinala Stella. Seus amigos Carybé, artista plástico e Jorge Amado, escritor, fizeram o mesmo com suas respectivas disciplinas. Os três fizeram da cultura afro-baiana uma boa fonte de inspiração

para suas criações. A Carybé está dedicada uma mostra na Casa de América, na qual 30 de suas gravuras dialogam com letras de canções de Caymmi. Dorival Caymmi nasceu sem acesso a muitos recursos para desenvolver seu talento, foi um autodidata. Com cerca de 100 canções e 20 discos gravados ao longo de 60 anos de carreira, considera-se que sua obra é pequena em quantidade, em comparação com a de outros artistas. Mas a sua qualidade e a inovação garantiram seu lugar na posteridade.

O artista foi um dos responsáveis pela imagem idealizada que se formou do Estado da Bahia roda.com.br

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refletia Caymmi em um celebrou seus 85 anos. ado quando ele foi viver o artista foi um dos resalizada que se construiu s pareciam vender turisaior do Nordeste brasileiMiranda interpretou em que é que a Baiana Tem? a Terra – e, com a ajuda lizou e exportou a figura m muita gente o desejo ca e tropical. s Canções Praieiras, que e pescadores, compôs os eviam o sincretismo no as festas, na comida e na mi era uma espécie de anconserva a Bahia de sua s amigos Carybé, artista critor, fizeram o mesmo plinas. Os três fizeram boa fonte de inspiração

foto Matheus Cavalcante

ASPAS O cantor e compositor brasileiro Caymmi em praia do Rio de Janeiro As aspas são Dorival extraídas da tipografia Urbana Bold. Por serem gráficas e não tipográficas, a opção visual adotada foi de utilizar apenas as aspas de abertura. A cor do elemento de apoio leva a mesma cor do eixo em que o texto está incluído. Foi definido que seu tamanho será de 3 paicas de largura e seu posicionamento deverá começar a meia paica acima da linha em que está a primeira linha do texto, e há 1 paica de distância do texto, sempre à esquerda. A relação de espaço entre o texto e o olho é de 1 linha – paica – livre e 1 paica onde inicia a aspas.

Reprodução em tamanho real (3 paicas de largura)

para suas criações. A Carybé está dedicada uma mostra na Casa de América, na qual 30 de suas gravuras dialogam com letras de canções de Caymmi. Dorival Caymmi nasceu sem acesso a muitos recursos para desenvolver seu talento, foi um autodidata. Com cerca de 100 canções e 20 discos gravados ao longo de 60 anos de carreira, considera-se que sua obra é pequena em quantidade, em comparação com a de outros artistas. Mas a sua qualidade e a inovação garantiram seu lugar na posteridade. 1,5 paicas

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O artista foi um dos responsáveis pela imagem idealizada que se formou do Estado da Bahia

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PROJETO GRÁFICO

Guilherme Dias

O rapper e, agora, mais nova face do samba paulista, em um de seus shows

Para a carreira, o samba passa a ser essencial. Tanto que a turnê nacional do disco será inteiramente dedicada ao samba e tem estreia marcada para 27 de maio, em Porto Alegre. Depois, Criolo faz duas apresentações no Rio de Janeiro, no Circo Voador, entre 2 e 3 de junho, e no dia 10, desembarca em Belo Horizonte para tocar no Arraiá Incrível, no Parque Municipal. “Vamos rodar com uma banda montada, organizada com todo o carinho do mundo pelo Daniel Ganjaman e pelo Marcelo Cabral”, avisa. Dadas suas devidas proporções, Espiral de ilusão é uma mudança bem-vinda e oferece para seu público a oportunidade de conhecer o artista em um formato mais artesanal e menos polido, como se estivesse cara a cara com ele. Nesse disco, Criolo não é rapper, mas cantor e compositor de samba. Modesto, ele desconversa quando questionado sobre a sua posição como expoente de um samba contemporâneo. “Estou mais para discípulo, alguém que ama, admira, sou um pouco guardião”, pondera.

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A capa é assinada pelo designer gráfico e ilustrador Elifas Andreato, que já desenvolveu algumas das capas de discos mais conhecidas da MPB, como Ópera do malandro, do ilustre Chico Buarque, e A rosa do povo, do ícone do samba Martinho da Vila.

Espiral de Ilusão Criolo Oloko Records a no site Audição gratuit espiral/ t/ ne lo. rio w.c ww


elementos de apoio

BOX DE INFORMAÇÕES O box tem a função de apresentar informações complementares ao conteúdo da matéria, como endereços de lugares, site correspondente, entre outros. Para que o box converse com o conteúdo e projeto da RODA – que é organico e circular –, optamos por empregar uma intervenção gráfica na revista. Como a RODA é destinada para públicos com amor ao samba, e logo, pessoas que frequentam bares que tocam esse gênero, decidimos utilizar como box um guardanapo. Isso confere a revista um caráter informal e expressivo. O tamanho do box irá variar de acordo com o tamanho do texto que será contido nele. Para a tipografia empregada conversar com o conceito do box, optamos por uma tipografia manual, sem pesos e com alta legibilidade. Como o conteúdo do box é pequeno – sendo destinado para observações – a caixa alta da fonte não irá interferir negativamente na leitura, apenas propor uma afinidade com o leitor e um caráter de anotação.

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capa

CAPA As capas da RODA são composições expressivas, dinâmicas e artísticas. Por não conter chamadas de capa, o conteúdo é representado em forma de colagem, sintetizando de maneira gráfica a abordagem principal da respectiva edição da revista, isto é, as matérias principais. Além das imagens empregadas, também estarão presentes elementos obrigatórios para todas as composições de capa, como o logo, que sofrerá variação de cores a cada edição, podendo transitar entre as cores pré-determinadas pela paleta cromática, tendo preferência a cor que melhor contrastar com o fundo sobre o qual será posicionado. Ele será posicionado preferencialmente centralizado no canto superior da página. Informações comerciais como código de barras e preço também serão devidamente empregadas em todas as publicações. A capa é um reflexo do interesse do público da revista: jovens amantes do samba em busca de uma leitura prazerosa sobre esse estilo musical, tais como informações sobre o cenário cultural brasileiro, também alvo do conteúdo da revista. A colagem foi adotada como a linguagem visual principal da revista por existir um diálogo entre essa abordagem e o perfil vernacular que pretende-se adotar, além de estabelecer uma relação com os interesses do público-alvo, que vão desde arte, até as raízes da cultura brasileira e do samba.

LOGOTIPO O logotipo sempre estará posicionado centralizado na parte superior da página. Sua cor varia pelas cores da paleta cromática desde que proporcione destaque com o fundo.

INFORMAÇÕES As informações apresentadas na capa são: edição, mês, ano e preço. São posicionadas abaixo do código de barras, ambos na inseridos em uma caixa pré-estabelecida localizada no canto superior direito da página. A caixa deve ser da cor do logotipo enquanto a tipografia Urbana Medium tamanho 10pt e entrelinha é utilizada no mês, ano e preço na cor do fundo da composição. O número da edição, composto por três digitos, ganha destaque com a Urbana Bold tamanho 26pt.

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DIREÇÃO DE ARTE

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capa

COLAGEM As capas da RODA apresentam uma colagem colorida centralizada na página. Essa colagem traz, essencialmente, fatores que indicam o conteúdo da matéria principal da edição. São vários elementos que somados resultam em uma composição harmônica.

LOMBADA As informações contidas na lombada da RODA são: logotipo, edição, ano e mês de postagem. Tendo em vista que a RODA é uma revista colecionável e que a cor auxilía na identificação da edição, a cor da lombada será sempre a mesma da capa, com a continuação da colagem. O logotipo é posicionado na vertical e centralizado na lombada, de modo que fica pra cima quando a capa estiver apoiada sobre uma superfície. Os número da edição está em Urbana Light 12pt enquando que os dados de ano e mês de publicação estão em Urbana Medium 8pt.

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DIREÇÃO DE ARTE

ai que s O sambista Wilson das Neves morreu aos 81 anos na capital do Rio de Janeiro

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colagem

COLAGEM A linguagem visual dominante da RODA é a colagem pois, assim como o conceito de ‘roda’, a colagem agrupa elementos a afim de formar uma composição e um conjunto. O samba também dialoga com isso, tendo em vista que é um gênero musical que compõe um universo vasto de estilos que surgem da somatória de várias culturas das diversas regiões brasileiras, em especial, a nordestina. Além disso, a colagem também é um modo urbano de expressão, o que se relaciona com o vernacular, estilo estético dominante da RODA. É por meio da colagem que a RODA conta histórias sobre seu conteúdo da edição na capa e também nos abres da matéria principal da edição. A colagem deve, portanto, ser autoexplicativa para os amantes do samba e é obrigatório vibrar assim como o estilo musical abordado e a cultura que o envolve.

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DIREÇÃO DE ARTE

idos ALMA tempos BOÊMIA

sonho de bamba Adoniran Barbosa assinou canções que entraram para o imaginário nacional

A atriz Alessandra Negrini desfilou pelo bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, em 2016

foto Gabrielle Celestino

São Paulo rasga clichês para fazer Carnaval virar uma festa de massa Mais paulistanos decidem ficar na cidade para ser folião nas ruas e aposentam fama de mal-humorados TEXTO André de Oliveira

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decorrer do século 20. Uma das transformações foi TRANSFORMAÇÕES explicar o fenômeno do ressurgimento imaginário e correto do geográficas paulistano, dos talvez o ara avanço da industrialização que, pouco a pouco, Além reto das modificações antigos do Carnaval de ruaque paulistano, vamos fosse uma coisa em apontam Salvador, uma restringiu os espaços serviam de redutos do redutos dosomente samba, imaginável pesquisadores parafrasear um dos maissobretudo simbólicos lá na Bahia. Próximo dado. Este ano, nas nadacaracterísticas menos samba nas grandes cidades, na ecapital, significativa influência do rádio icônicos sambistas história estado do Rio do que blocos se cadastraram para a folia. que foi a maisda afetada peladomudança. do355 samba paulista, especialmente a partir do ano de Janeiro,Ao o compositor Nelson Sargento, queécosPara quem estatísticas,da o número repre- A defender que “o samba paulista diferente 1936, gosta com adeinauguração Rádio Nacional. tuma dizer assimbaiano sobreque o samba: “O samba ago-do Rio senta emissora um aumento de 27% de bloquinhos mais por do samba se instalou na cidade passou a difundir o samba acarioca niza, mas não morre”. A máximaPlínio intacta, do jeito em relação ano passado. E, por falar em 2015 de Janeiro”, o dramaturgo Marcos escreveu todo oaoBrasil, tornando-o uma espécie de refeque está, vale paraFolha os paulistanos. Só que 42% doOutro público escolheu ficaràinumtambém artigo no jornal de São Paulo, em 13 edeestatísticas, rência nacional. impacto deveu-se oficialipara explicar o de Carnaval deque ruadestacou daqui, éosmelhor em Sãopaulistano Paulo no último carnaval, fevereiro 1977, em principais tencionalmente re- zação do carnaval em 1968, o que levou colocardutos a coisa dessena jeito: SãodaPaulo segundo feitacordões pela SPTuris. Isso tudo do gênero “cidade garoa”agoniza, – a grande São os pesquisa tradicionais carnavalescos daem capital mas não morre. É o queépoca: vemosJardim cotidianamente naFunda, uma cidade em que até recentemente, tradição Paulo – naquela da Luz, Barra paulista a seguirem os padrões dosadesfiles do Rio. no Minhocão, no Largo da Batata, Glete, Praça Roosevelt, na data era interior ou buscar foliaConti, Largo da Banana, Praça Marechal, Alameda De viajar acordopara com oa historiadora Ligia Nassif nas hortas comunitárias, na Paulista Aberta. E com recifenses, e baianos.na USP (Universidade Bexiga, Rua Direita, Praça da Sé, Largo da Banana, que fez suacariocas tese de doutorado às impressões. agora também no Carnaval. A cidade que se números, vamos Barra Funda, Jardim da luz e Praça da ideaSé, locais Depois de Sãodos Paulo) sobre esta temática, foi a partir de Se até1968 pouco São Paulo passava os dias de do lizou sem estáele, sendo invadida por do eles. em pedestres que, segundo “o crioulo vindo interior quetempo “as posições contrárias à padronização solitária, acabrunhada, hoje lança canPara deixar bem claro perto isso, dos o Carnaval rua Carnaval ia se instalando locais dede trabalho”. O carnaval diante do modelo carioca e os discursos didatura espontânea à musa da festa. Pelo quarto paulistano está aí, surrupiando, nemaqui queno por uns descadesenvolvimento econômico Brasil lamentosos da descaracterização sofrida pelo cardesfilando Acadêmicos dias, o espaço cinzento automóveis. racterizou váriosdos desses locais, como o Largo ano da consecutivo naval paulista tomaram no forma”. Mais quedoisso, a Banana, por exemplo, que deu lugar ao Memorial inauguração dodiga-se Sambódromo do Anhembi, – que, de passagem, juntou em Vamos aos números. No final de semana pré- Baixo Augusta da410.000 Américapessoas Latina. E assimàsoruas samba foi perdendo 1991, reforçou críticas dos antigos sambistas 130 mil pessoas –, a as atriz paulistana Alessandra -carnaval, foram da cidade O que nãoou quer dizer o pordesfilou ser “uma estrutura fechada e com entrada resvestida de noiva e monopolizou com ouseus semantigos samba espaços. no pé, fantasiadas não, bê-queNegrini gênero foi esquecido. Apenaso transformado. trita A a um público fantasia foipagante”. uma provocação contra badas ou sóbrias, só para festejar mesmo. Veja timelines. bem. Até bem poucos anos atrás pré-carnaval, no o conservadorismo, popular hoje entre políticos

so do batuque, ouca miudeza chique”. samba tipicaé consensual res sambistas que há um esênero musical

sta, Adoniran ra contrária à firmando que entre outros, ia era simplesmportante sampreocupação mano Mathias. ade paulista do ações que esse do desenvolvicipalmente no

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brasileiros que estão loucos para aprovar um com Santana, mas levanta ainda outro ponto. retrógrado Estatuto da Família. Nada mais anti- “É importante lembrar que o poder público, de -Carnaval. Além de dar um recado para os recal- dois anos para cá, também encampou a festa e cados, Negrini estava linda. Unanimidade entre tem estabelecido diálogo com a sociedade para todos os gêneros. Já está praticamente eleita por que ela aconteça com tranquilidade”, diz. Apesar dos conflitos, que já acabaram até aclamação popular como a melhor rainha de bateria do Brasil. E ainda deu um recado: o negócio com a Polícia Militar jogando bombas e distridela não é desfile no Anhembi ou Sapucaí com os buindo cacetadas em foliões, a Prefeitura de São famosos. “A vibe do bloco é outra. É a diversidade, Paulo tem tentado organizar o festejo fazendo é ser feliz, ocupar as ruas. Isso me interessa mais”, com que os dias sejam tranquilos – mas sem estragar a festa – para todos. No site Carnaval disse em reportagem ao UOL. Para o músico e pesquisador da história do de Rua, é possível encontrar informações sobre samba, Chico Santana, o movimento do carnaval blocos e medidas que serão tomadas para os de rua, surgido nos últimos 5 anos, é explicado dias de festa. Se a única máscara que São Paulo por dois pontos. “Primeiro, é uma demanda da usou nos últimos anos foi a de mal-humorada, cidade pela ocupação do espaço público que vem o carnaval de rua, cada vez maior, mostra que as sendo cada vez mais utilizado e isso se refletiu no coisas já mudaram. A carioca Leandra Leal, que Carnaval. Segundo, é um resgate de um espírito desafiou todos os estereótipos ao sair do Rio carnavalesco mais puro de descontração, de es- de Janeiro para subir no trio elétrico do Baixa pontaneidade, de fuga do carnaval mercantilizado Augusta ao lado de Alessandra Negrini, não dos abadás e das escolas de samba. É sair para a rua deixou dúvidas sobre a queda dessa máscara para brincar”, comenta. André Santos, historiador carrancuda: “É lindo São Paulo aceitar o caos do que também trata do assunto, concorda 100% Carnaval, aceitar essa loucura”.

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rio de janeiro

ho posa com os e Brito e Nelson

convite do arnesto Beth Carvalho e o ícone do samba, Cartola, em fotografia do acervo pessoal da cantora

foto Cecília Mirela

Você é quem tem que estar pronto para o samba. Tem que estar pronto para ter essa coragem de dividi-lo com o mundo

uma composisamba porque a não é sambisna, traz coisas ca tão popular de acontecer.

vê essas nimalistas?

durante muito do samba que é que o samba nova louvou a o, não se falava ona Sul, então úsicas porque me bastavam. ba de raiz, um avaquinho] eu mais.

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João Paes

O rapper Criolo em dez sambas

foto Fernando Contini

chama de um “sonho de menino”: algo que só pode acontecer porque ele está maduro o suficiente para isso. E se as músicas são sentimentos para ele, isso é traduzido nas letras que criam metáforas delicadas e inteligentes, contando mágoas sobre o amor, rindo do costumeiro e apontando faces da realidade. “As músicas saem do jeito que quem as compõe está, então é por isso que elas ficam de determinado jeito”, afirma. Sendo assim, Criolo está entre a celebração e a melancolia, sem tirar os dois pés da indignação. “Passei quase 30 anos da minha vida escrevendo rap, que é um jeito de a raiva ir para o mundo. Dessa vez eu decidi canalizar essas sensações de outra forma.” Forma essa que deu origem a dez Criolofoicomeça E você sente muitas saudades da época do Sua escola demúsicas samba,inéditas. a Mangueira, campeãseu ábum com a crescente Cartola e do Nelson Cavaquinho? do desfile neste ano. O que significouLápara você, vemvocê? Sinto. O Nelson para mim era o maior de todos. Foi lindo, estávamos há tantos anosregado sem ganhar. descrevendo um amor a algumA Eles sofreram muito, eram pobres e melhoraram, Mangueira mereceu, [Maria] Bethânia também. álcool e àaincerteza de um cotidiano modéstia à parte, comigo. Muita gente pensava que O samba pegou, Na época foi ojantar sambae mais com né? direito a almoço, café o Cartola estava morto e ele veio à tona. A minha cantado da Avenida, issoFaz já faz ganhar. Estava penda manhã. a introdução de suas gravadora contratou ele, e passou a ter um disco sando quanto as metáforas escolas ficaram diferentes. As belas em Dilúvio de solidão, por ano. Com Nelson Cavaquinho foi a mesma escolas de samba eramcom umcuíca lugare onde composique conta coro feminino. coisa. Não ficaram ricos, mas a vida deles melho- tores tinhamMenino sua própria ala, davam o sangue pela mimado, música publicada rou bastante. Que é o justo, né? escola e durante todo cantavam antesodoano disco, é aeles terceira faixa eseus um sambas. Cansei de gravar músicas“Esses indo na quadra, verdadeiro desabafo. meninos ouvindo o compositor cantando… E a coisa foi mimados são todas aquelas pessoas Você voltou a encontrar talentos parecidos? a ala que era dos comque têm acom responsabilidade de reger Achei, mas apenas parecidos. Mas todos da velha mudando, acabaram Já perdeu o a nação, mas eles... que têm outras todo prioriguarda. Há jovens bons, mas não com a capaci- positores, desmotivaram sentidoasa escola dena samba. É trabalhar”, um absurdocomenta. não dar dades hora de dade deles. Mas eu osou pelonessa jovem, viu? Tanto E por que escolher gênero nova fase? Para o artista, moral para oEm compositor. Os enredos eram sobre seguida, entra que eusão lancei muitafoi gente nova.quem Se não o samba“Você coisas diferentes: o samba o escolheu. é quem o samba-enredo a história Brasil, quemúsica era uma obrigação que o ia parar, né? Como seguir o samba então, sem pronto tem que estar prontovai para o samba. Tem que estar para doNas águas, que faz referência Vargas pelo bem dado nação, e a gente inovação? Não podemos parar, exemplo,explica. no Getúlio ter essa coragem de dividi-lo compor o mundo”, Criolo já aoimpôs candomblé. Filha Maneco vem sambas-enredo. Agora quem Paulinho da Viola. Depois do Paulinho temdesde o Jorge2006,estudava escreve samba há muito tempo, pelo menos quando através parados fechar esta primeira parte do manda, são os patrocinadores. escola patroAragão,aArlindo Sombrinha, Pagodinho, gravou primeiraCruz, versão de Ainda Zeca há tempo, e com mais intendisco, trazendo umUma Criolo que intercinada por uma de iogurte brincadeira. Wanderley Monteiro... E 2008 agoraejá2012: tem “O outra gera-Nó na sidade, segundo ele, entre próprio orelha, pretamarca a canção de uma émaneira difeFalar um sobre iogurte! Vejauma bem! ção, Alfredo Del-Penho, Sérgio de Marques, de 2011, era para ser um albúm samba”,Teresa revela. Gravar rente, com vozDeturparam distinta da tudo. que Cartola estar se remexendo lá noa ouvir. túmulo… Cristina... Tem muita gente aí. Espiral de ilusão, é o que disco inteiro só de samba, estamos habituados como Criolodevenós

E, ainda que o artista já tenha gravado alguns sambas, como Linha de frente, Fermento pra massa e Casa de mãe, de fato algo novo estava por vir depois de 2014: seu primeiro disco só de samba. As batidas eletrônicas do rap deram lugar a uma sonoridade mais orgânica feita com base no cavaco, no violão de sete cordas, em metais e percussões, além de um coro bem afinado e disposto a dar suporte a Criolo quando a música pede. E embora o disco de samba tenha saído somente neste ano, ele revela que a paixão pelo gênero é antiga. “De tempos em tempos, eu parava para compor sambas, mas em 2016 foi diferente e as minhas emoções desaguaram dessa forma. Foi, assim, uma junção da energia desses outros momentos com a de agora”, diz, satisfeito com o resultado final do seu trabalho no álbum. Criolo conta que foi acometido por “febres de samba” nos anos de 2002, 2004, 2008 e 2009, mas que a última delas foi diferente e acabou virando disco. “Não foi uma coisa pensada: ‘agora eu vou fazer samba’. Foi de uma maneira natural, uma forma que encontrei de compor minhas músicas”, comenta.

arte de uma tão trazendo ra?

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SAÍDA

“É uma ode que está muito ligada ao que acontecia lá em casa. Nós ouvíamos todos os sambistas ilustres”, os que são extremamente populares”, diz, citando nomes como Nelson Sargento, Cartola e Zeca Pagodinho. Além disso, o lançamento deste trabalho está ligado à permissão que Criolo se deu para criar um disco de samba. “Eu autorizei, finalmente, um sentimento que estava guardado na minha cabeça por muito tempo. E tudo isso, todo esse trabalho, é sobre esse interno e esse externo, tanto do “Quem vai lucrar com essa patifaria que eu vivo quanto sobre o que aconÉ gente da alta na papelaria tece ao meu redor”, afirma o cantor. Delação premiada é jogo de poder Junto com o disco Espiral de ilusão, E se for pra rua tentam me deter ele lançou uma revista-encarte online Mozinho tá longe, eu vivo a sofrer e gratuita que conta com entrevistas, Me aposentar só depois de morrer.” partituras, letras, fotos de estúdio, Em meio às suas frases intrincadas, pausadas e sua voz serena, ilustrações de Elifas Andreato, que Criolo conta que o samba veio, na verdade, do berço. “Minha mãe foi o responsável pela capa do álbum, e meu pai tiveram um papel muito importante, o samba sempre além de imagens e textos autorais esteve presente lá em casa, no cotidiano. Meu pai é apaixonado de Criolo. No material, o artista deterpor Martinho da Vila”, explica. O albúm dá a ele a oportunidade mina: “O samba é algo muito especial de prestar uma homenagem não só ao gênero, como também à para todos nós, para o nosso povo e, sua relação com os pais, que lhe passaram esse gosto pela música. claro, para minha família”.

Calçada é a faixa seguinte à primeira e, com ritmo acelerado, inverte a forma clássica das músicas, começa com o refrão, que é intercalado pelos versos. Boca fofa é a oitava faixa e mistura samba e pagode. A nona canção, Hora de decisão, começa em tom apocalíptico com o som marcante do músico Ed Trombone. O percurso pela Espiral de ilusão chega ao fim com a faixa Cria de favela, que exibe o todo ecletismo dos estilos da música brasileira. “O disco tem muita lágrima – não acredito que algumas composições ficaram tão dançantes – mas também muita ressurreição, superação. A gente que cresce em favela e passa por esses percalços sabe muito bem como o sistema vira as costas para nós.”

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fotografia

FOTOGRAFIA A fotografia é a linguagem visual utilizada no conteúdo da RODA, isto é, em todas as matérias, seções e entrevistas – com exceção da matéria principal de cada edição, que terá seu abre feito a partir da colagem. É por meio das imagens que conseguimos comunicar o leitor sobre tudo o que há no universo do samba paulista – e, em alguns casos, do samba brasileiro no geral. A fim de padronizar o visual da RODA, as fotografias utilizadas devem ser cuidadosamente editadas para receber o filtro equivalente a cor do eixo em que está incluída e aumentar seu constraste, enfatizando as cores e nuances da foto. As fotos que compoem a primeira página de cada seção deverão estar sangradas dos dois lados com um vácuo em relação o texto – que será exemplificado na mancha de diagramação.

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DIREÇÃO DE ARTE

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ilustrações

ILUSTRAÇÕES A ilustração é uma linguagem visual exclusiva do último eixo da RODA, isto é, o Conversa de botequim. Esse recurso foi adotado pois, por ser um eixo mais expressivo, o conversa de botequim envolve relatos sobre a metrópole paulista, sobre o samba e sobre o sentimento que ambos juntos trazem. Os colunistas, poetas e cronistas que possuem esse lugar na RODA têm seus textos, poesias e contos ilustrados por Ivan Ravena, aluno do curso de Design da ESPM. As ilustrações são essencialmente neutras, compostas pelas cores preto, branco ou verde – isto é, a cor que representa o eixo.

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LAYOUT

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produção gráfica

PRODUÇÃO GRÁFICA Para corresponder ao universo gráfico da RODA, a produção gráfica apresenta uma mistura do visual vernacular e urbano com a estética de limpeza, que é própria do público-alvo. A RODA foi projetada para ser impressa em três cadernos de 32 páginas e um caderno de 16 páginas em papel Pólen 90g/m e também um caderno de 16 páginas em Color Plus 80g/m. A opção de alteração do papel se dá em razão da intensão de destaque do eixo central – Samba da minha terra – que trata a vertente do samba brasileiro de modo geral, enquanto que o resto da RODA aborda o samba paulista. O papel utilizado na capa é o Triplex 300g/m, com verniz de reserva aplicado no logotipo da revista.

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formato

LAYOUT FORMATO DA PÁGINA 17,78 x 23,70 cm

MARGENS Superior: 2,1167 cm Inferior: 1,6933 cm Externa: 1,6933 cm Interna: 3,0339 cm

GRID Número de colunas: 8. Número de fileiras: 12. Gutter: 12 pt. Baseline grid: 12 pt.

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master

ELEMENTOS DA MASTER Todos os elementos da master são posicionados a 1 paica da margem inferior e alinados as suas respectivas margens. A tipografia aplicada é a Urbana com variações de light e bold, em 10 pt na cor preto e, em fundos coloridos, em branco. Esses elementos devem aparecer em todas as páginas da RODA que se encontram a partir do expediente, exceto quando há alguma imagem ou anunciosobre elas.

FÓLIO O fólio será sempre em light e é alinhado às margens externa.

SITE O site da RODA – roda.com.br – é sempre posicionado na página direita, à 1 paica do fólio, em bold.

LOGOTIPO O logotipo da RODA está sempre posicionado na página esquerda, à 1 paica do fólio, em PB positivo ou negativo.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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estilos de parágrafo

ESTILOS TIPOGRÁFICOS Para que a diagramação da RODA seja mantida com fidelidade em todas as seguintes edições, é necessário a utilização de estilos de parágrafos pré-estabelecidos. Os estilos se diferenciam para seções, matérias, entrevistas e colunas assinadas. Assim como os estilos, a ocupação do grid pelo texto também é divergente para cada formato editorial da RODA. Aqui estabelecemos as normas de padronização que devem ser seguidas. A princípio, abordaremos a seção, que sempre deverá ter seu início – título – na página esquerda e não contém abre. Em seguida, veremos a matéria, onde tem abre na página esquerda e seu início – título – na página direita. Continuando, veremos o formato de entrevista, que segue as normas de abre e início estabelecidas pela matéria. Por fim, a coluna assinada, que não possui abre e cujo início pode ser tanto na página direita quanto na esquerda.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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seção

SEÇÃO As seções não possuem abre e devem sempre ter seu início – título, linha fina, autor e começo do conteúdo textual – na página esquerda. O texto da seção é dividido em duas colunas iguais de quatro módulos e sempre deve ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

CHAPÉU DE EIXO Urbana Bold, 11/13 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas esquerdas.

CHAPÉU DE SEÇÃO Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas direitas.

TÍTULO DE SEÇÃO Urbana SemiBold, 30/32 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

LINHA FINA Urbana Light, 13/15 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

AUTOR Urbana Semibold, 9/12 pt e CxA para a categoria – texto, imagem, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 10/12 pt para o nome do autor. Sempre alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização e alinhado ao baseline grid.

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO TEXTO Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, sem recuo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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seção

CAPITULAR DO PRIMEIRO PARÁGRAFO Oferta do Dia Regular, 11/12pt, CxA, alinhado ao baseline grid.

SEGUNDO PARÁGRAFO DO TEXTO EM DIANTE Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid.

INTERTÍTULO Urbana Bold, 12/12 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, com espaço antes de 1 paica/12 pt, sem recuo de parágrafo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

OLHO Urbana Light, 21/23 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

LEGENDA Urbana Medium, 9/11 pt, CxAb, alinhado sempre à direita, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt, aplicada na cor do eixo em que está imposta, sempre alinhada à margem ou à imagem e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

CRÉDITOS DE IMAGENS Urbana Semibold, 9/11 pt,em versalete para a categoria da imagem – foto, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 9/11 pt para o nome do autor. Deve ser sempre empregue na vertical com leitura de baixo para cima, sem hifenização, com recuo de 12 pt em relação ao começo da imagem.Deve ser aplicada na cor branco quando empregue sobre imagens e na cor preto quando aplicado ao lado delas.

BOX DE INFORMAÇÕES Patrick Hand SC, 12/12 pt, CxA, alinhamento centralizado e na vertical, sem hifenização, sem recuo, sem story e aplicado em preto.

TRECHO DE MÚSICAS Karmina Itálico, 9/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid. Com espaço anterior de 1 paica ou 12 pt e com espaço superior de 1 paica ou 12 pt.

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matéria

MATÉRIA As matérias possuem abre situado na página esquerda e devem sempre ter seu início na página direita. O texto da matéria é dividido em duas colunas de cinco módulos – à esquerda – e três módulos – à direita – e sempre deve ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

CHAPÉU DE EIXO Urbana Bold, 11/13 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas esquerdas.

RETRANCA DE MATÉRIA Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas da direita.

TÍTULO DE MATÉRIA Urbana Black, 35/36 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

LINHA FINA Urbana Light, 13/15 pt, CxAb, alinhado a esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

AUTOR Urbana Semibold, 9/12 pt e CxA para a categoria – texto, imagem, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 10/12 pt para o nome do autor. Sempre alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização e alinhado ao baseline grid.

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO TEXTO Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, sem recuo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

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matéria

CAPITULAR DO PRIMEIRO PARÁGRAFO Oferta do Dia Regular, 11/12pt, CxA, alinhado ao baseline grid.

SEGUNDO PARÁGRAFO DO TEXTO EM DIANTE Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid.

INTERTÍTULO Urbana Bold, 12/12 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, com espaço antes de 1 paica/12 pt, sem recuo de parágrafo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

OLHO Urbana Light, 21/23 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

LEGENDA Urbana Medium, 9/11 pt, CxAb, alinhado sempre à direita, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt, aplicada na cor do eixo em que está imposta, sempre alinhada à margem ou à imagem e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

CRÉDITOS DE IMAGENS Urbana Semibold, 9/11 pt,em versalete para a categoria da imagem – foto, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 9/11 pt para o nome do autor. Deve ser sempre empregue na vertical com leitura de baixo para cima, sem hifenização, com recuo de 12 pt em relação ao começo da imagem.Deve ser aplicada na cor branco quando empregue sobre imagens e na cor preto quando aplicado ao lado delas.

BOX DE INFORMAÇÕES Patrick Hand SC, 12/12 pt, CxA, alinhamento centralizado e na vertical, sem hifenização, sem recuo, sem story e aplicado em preto.

TRECHO DE MÚSICAS Karmina Itálico, 9/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid. Com espaço anterior de 1 paica ou 12 pt e com espaço superior de 1 paica ou 12 pt.

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entrevista

ENTREVISTA As entrevistas possuem abre situado na página esquerda e devem sempre ter seu início – título, linha fina, autor e começo do conteúdo textual – na página direita. O texto da entrevista é dividido em duas colunas iguais de quatro módulos cada e sempre deve ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

CHAPÉU DE EIXO Urbana Bold, 11/13 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas esquerdas.

RETRANCA DE ENTREVISTA Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas da direita.

TÍTULO DE ENTREVISTA Urbana SemiBold, 30/32 pt, CxAb, alinhado a esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

LINHA FINA Urbana Light, 13/15 pt, CxAb, alinhado a esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

AUTOR Urbana Semibold, 9/12 pt e CxA para a categoria – texto, imagem, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 10/12 pt para o nome do autor. Sempre alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização e alinhado ao baseline grid.

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO TEXTO Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, sem recuo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

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entrevista

CAPITULAR DO PRIMEIRO PARÁGRAFO Oferta do Dia Regular, 11/12pt, CxA, alinhado ao baseline grid.

SEGUNDO PARÁGRAFO DO TEXTO EM DIANTE Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid.

INTERTÍTULO Urbana Bold, 12/12 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, com espaço antes de 1 paica/12 pt, sem recuo de parágrafo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

PERGUNTA DE ENTREVISTA Urbana Bold, 10/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, sem recuo, alinhado ao baseline grid e com espaço antes de 1 paica ou 12 pt.

OLHO Urbana Light, 21/23 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

LEGENDA Urbana Medium, 9/11 pt, CxAb, alinhado sempre à direita, sem hifenização, sem recuo, com story de 12 pt, aplicada na cor do eixo em que está imposta, sempre alinhada à margem ou à imagem e com a primeira linha alinhada ao baseline grid.

CRÉDITOS DE IMAGENS Urbana Semibold, 9/11 pt,em versalete para a categoria da imagem – foto, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 9/11 pt para o nome do autor. Deve ser sempre empregue na vertical com leitura de baixo para cima, sem hifenização, com recuo de 12 pt em relação ao começo da imagem.Deve ser aplicada na cor branco quando empregue sobre imagens e na cor preto quando aplicado ao lado delas.

TRECHO DE MÚSICAS Karmina Itálico, 9/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid. Com espaço anterior de 1 paica ou 12 pt e com espaço superior de 1 paica ou 12 pt. manual de normatização

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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coluna assinada

COLUNA ASSINADA As colunas assinadas não possuem abre e podem ter seu início – título, créditos de autor e começo do conteúdo textual – tanto na página esquerda quanto na direita. O texto da coluna assinada é dividido em duas colunas iguais de quatro módulos e sempre deve ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

CHAPÉU DE EIXO Urbana Bold, 11/13 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas esquerdas.

RETRANCA DE COLUNA Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor do eixo em que está inserido e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas direitas.

TÍTULO DE COLUNA Urbana SemiBold, 30/32 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e com uso do story se conter aspas.

AUTOR Urbana Semibold, 9/12 pt e CxA para a categoria – texto, imagem, ilustra, entre outros – e Karmina Italic, 10/12 pt para o nome do autor. Sempre alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização e alinhado ao baseline grid.

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO TEXTO Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, sem recuo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

SEGUNDO PARÁGRAFO DO TEXTO EM DIANTE Karmina Regular, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, hifenizado, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid.

manual de normatização

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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coluna assinada

INTERTÍTULO Urbana Bold, 12/12 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, com espaço antes de 1 paica/12 pt, sem recuo de parágrafo, com story de 12 pt, alinhado ao baseline grid.

BOX DE INFORMAÇÕES Patrick Hand SC, 12/12 pt, CxA, alinhamento centralizado e na vertical, sem hifenização, sem recuo, sem story e aplicado em preto.

TRECHO DE MÚSICAS Karmina Itálico, 9/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem hifenização, com recuo de 12 pt ou 1 paica, com story de 12 pt ou 1 paica, alinhado ao baseline grid. Com espaço anterior de 1 paica ou 12 pt e com espaço superior de 1 paica ou 12 pt.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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agenda

AGENDA A agenda bimestral contida no eixo Alguém me avisou da RODA possui um caráter vernacular que se relaciona diretamente ao sumário, expediente e colaboradores. Sua imagem de fundo é uma parede texturizada na cor do eixo. As aplicações de fólio, site e logo se dão em branco, assim como as informações textuais das páginas. O conteúdo é dividido em quatro colunas de dois módulos cada e o espaço cedido para esse formato é de no máximo duas duplas.

RETRANCA Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor branco e posicionado apenas no superior esquerdo das páginas da direita.

TÍTULO DA PÁGINA Estilo de parágrafo utilizado para títulos de seções.

NOME DO MÊS Oferta do Dia Regular, 38/38 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor equivalente ao eixo Alguém me avisou.

DIA DO MÊS Oferta do Dia, 22/25 pt, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e com a cor do eixo Alguém me avisou.

NOME DO LOCAL E PREÇO Urbana Bold, 10/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor branco.

HORÁRIO E ATRAÇÃO Urbana Medium, 10/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor branco. Localizado após o local e antes do preço.

NOME DO LOCAL PARA LOCALIZAÇÃO Oferta do Dia Regular, 13/15 pt, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor de apoio laranja.

manual de normatização

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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sumário

SUMÁRIO O sumário da RODA possui um caráter vernacular que se relaciona diretamente a agenda, expediente e colaboradores. Sua imagem de fundo é uma parede texturizada na cor branco. O espaço que ocupa na revista é equivalente a uma dupla. As aplicações de fólio, site e logo se dão em preto, assim como a maioria das informações textuais das páginas.

TÍTULO DE PÁGINA Oferta do Dia Regular, 38/38 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor equivalente ao papel especial do eixo Samba da minha terra.

NOME DOS EIXOS Oferta do Dia Regular, 14/16 pt, alinhado à direita, sem hifenização, com a primeira linha alinhada ao baseline grid e aplicado na cor do eixo que está representando.

NOME DA SEÇÃO OU RETRANCA Urbana Bold, 10/12 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor do eixo em que está incluído.

TÍTULO DE MATÉRIAS, SEÇÕES E ENTREVISTAS Urbana Light, 10/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

NÚMERO DA PÁGINA Urbana Bold, 10/12 pt, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

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editorial

EDITORIAL O editorial da RODA possui um caráter vernacular que se relaciona diretamente a agenda, expediente e colaboradores. Sua imagem de fundo é uma parede texturizada na cor branco. O editorial ocupa na RODA a terceira página – página à direita. As aplicações de fólio, site e logo se dão em preto, assim como as informações textuais das páginas.

RETRANCA Urbana Bold, 11/13 pt, Cxb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, aplicado na cor equivalente ao papel especial do eixo Samba da minha terra.

TÍTULO DE PÁGINA Oferta do Dia Regular, 38/38 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor equivalente ao papel especial do eixo Samba da minha terra.

PRIMEIRO PARÁGRAFO DO TEXTO DO EDITORIAL Urbana Light, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

SEGUNDO PARÁGRAFO DO TEXTO DO EDITORIAL Urbana Light, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, com recuo de 12 pt ou 1 paica, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

ASSINATURA Oferta do Dia Regular, 15/17 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor tema da edição, isto é, a cor do papel especial que é empregue no eixo Samba da minha terra.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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colaboradores

COLABORADORES Os colaboradores da RODA ocupam a segunda página da revista, isto é, uma página esquerda. O projeto gráfico aplicado possui um caráter vernacular que se relaciona diretamente a agenda, expediente e o sumário. Sua imagem de fundo é uma parede texturizada na cor branco. As aplicações de fólio, site e logo se dão em preto, assim como as informações textuais das páginas.

RETRANCA Urbana Bold, 11/13 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, na cor de apoio laranja.

TÍTULO DE PÁGINA Oferta do Dia Regular, 48/50 pt, CxA, alinhado à esquerda, sem hifenização, alinhado ao baseline grid e aplicado na cor de apoio laranja.

NOME DO COLABORADOR Urbana Light, 10/12 pt, CxAb, alinhado à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

TEXTO DE IDENTIFICAÇÃO DO COLABORADOR Urbana Light, 9/12 pt, CxAb, alinhamento justificado com a última linha alinhada à esquerda, sem recuo, sem hifenização, alinhado ao baseline grid, com uso do story e aplicado na cor preto.

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ESTILOS TIPOGRÁFICOS

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normas textuais

NORMAS TEXTUAIS A fim de manter a padronização textual da RODA, optamos por definir à revista uma linguagem única e uniforme através de normas. Essas normas devem ser respeitadas em todas as edições.

PALAVRAS ESTRANGEIRAS Palavras em idioma estrangeiro devem sempre ser diferenciadas. Em título, linha fina, intertítulo, texto principal e legendas devem ser em itálico. Entretanto, as palavras apenas receberão diferenciação se forem palavras estrangeiras contextualizadas. No caso de ser linguagem técnica ou palavra incorporada à língua portuguesa, não será diferenciada.

NOMES DE OBRAS Em toda a revista, a opção editorial adotada foi que títulos de músicas, espetáculos, livros, filmes, entre outros, devem sempre estar em itálico.

APELIDO OU PSEUDÔMINO Em toda a revista, a opção editorial adotada para apelidos e pseudôminos de artistas foi a inserção destes entre colchetes.

APOSTOS Em toda a revista, a opção textual adotada para apostos foi a utilização de traço médio.

GESTUAL EM ENTREVISTAS Quando em uma entrevista o artista estabelece um gestual que vale ser ressaltado no texto, esse gesto virá entre colchetes.

CITAÇÕES DIRETAS As citações diretas contidas dentro do texto deverão ser contidas entre aspas.

SIGLAS As siglas dentro do texto devem ser empregues em caixa alta.

NOME DA MARCA O nome da marca RODA deverá sempre ser escrito em versal. manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: EXPEDIENTE E COLABORADORES Texto Imagem

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manchas

EXPEDIENTE

alô alô, realeza

colaboradores

o samba é meu dom

Jimmy (Marcelo Pontes) Professor de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, diretor do departamento de Marketing, Pesquisa e Economia da faculdade e um grande estudioso do carnaval paulista. Na Revista RODA, Jimmy atua como colunista, depositando toda sua experiência com a escola de samba Vai-Vai e seu conhecimento na área empresarial.

Tatiana Oliveira Formada em Jornalismo e em Letras Estrangeiras Modernas na Universidade Norte do Paraná e com pós graduação em Comunicação Popular e Comunitária, Tati possui experiência com produção e revisão de conteúdo para veículos impressos. Na primeira edição da revista RODA, ela contribuiu no aspecto verbal, criando a matéria principal.

Celso Cruz É terapeuta e atua como coordenador do Papo, programa de acolhimento, aconselhamento e acompanhamento dos estudantes da ESPM. Líder da Área de Comunicação e Artes da Escola, onde é professor desde 2001. É dramaturgo e diretor teatral, com pós-doutorado pela ECA-USP. Seu sangue expressivo pulsa nas veias da revista RODA por meio da poesia.

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

PROJETO III: CULTURA E INFORMAÇÃO

Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre

Profº Marise de Chirico

PROJETO EDITORIAL E GRÁFICO

Profº Giancarlo Ricciardi

Wilson das Neves se foi e deixou para trás um legado de muita ginga e samba, embora o pesar dos fãs de sua música ainda esteja pairando por aqui. Em sua primeira edição, a Revista RODA – que não teria como não se comover com esse acontecimento – faz sua homenagem ao cantor, instrumentista e compositor carioca, contando um pouco de sua vida e sua influência no cenério musical brasileiro ao longo dos anos. Voltando a São Paulo, damos destaque ao novo álbum de Criolo, que se arriscou no universo do samba sem decepcionar, trazendo um quê de novo para suas críticas sociais em forma de melodia. A Revista RODA também traz ainda uma breve história sobre a trajetória do samba na Bahia, berço do gênero; entrevistas com os mestres Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho. A gloriosa agenda de Setembro/Outubro conta o que há de bom para reunir os amigos e dizer com o pé. E, no seu eixo mais expressivo, um pé em administração e carnaval com uma coluna do diretor da Vai-Vai, Marcelo Pontes, além de um poema exclusivo do artista Celso Cruz. A equipe da Revista RODA dá as boas-vindas e abre as portas do seu e ao seu lançamento, pois veio pra saciar a sede de música, cultura e informação. Reúnam os parceiros, peguem uma gelada e entrem na roda!

Aquele abraço!

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM II Profª. Regina Ferreira da Silva

MARKETING II Ivan Ravena Pinheiro Ribeiro Karolinne Pedrosa Cavalcante Rodrigo Nunes Bruhns Sara Bergamin de Carli

2

PRODUÇÃO GRÁFICA Profª Mara Martha Roberto

COR E PERCEPÇÃO Profª Paula Csillag roda.com.br

3

manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: EDITORIAL Texto Imagem

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s

erior de Propaganda e Marketing o de Marketing, Pesquisa e Econoso do carnaval paulista. Na Revista epositando toda sua experiência onhecimento na área empresarial.

s Estrangeiras Modernas na Unigraduação em Comunicação Poeriência com produção e revisão s. Na primeira edição da revista al, criando a matéria principal.

do Papo, programa de acolhimennto dos estudantes da ESPM. Líder ola, onde é professor desde 2001. pós-doutorado pela ECA-USP. Seu evista RODA por meio da poesia.

manchas

alô alô, realeza

o samba é meu dom Wilson das Neves se foi e deixou para trás um legado de muita ginga e samba, embora o pesar dos fãs de sua música ainda esteja pairando por aqui. Em sua primeira edição, a Revista RODA – que não teria como não se comover com esse acontecimento – faz sua homenagem ao cantor, instrumentista e compositor carioca, contando um pouco de sua vida e sua influência no cenério musical brasileiro ao longo dos anos. Voltando a São Paulo, damos destaque ao novo álbum de Criolo, que se arriscou no universo do samba sem decepcionar, trazendo um quê de novo para suas críticas sociais em forma de melodia. A Revista RODA também traz ainda uma breve história sobre a trajetória do samba na Bahia, berço do gênero; entrevistas com os mestres Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho. A gloriosa agenda de Setembro/Outubro conta o que há de bom para reunir os amigos e dizer com o pé. E, no seu eixo mais expressivo, um pé em administração e carnaval com uma coluna do diretor da Vai-Vai, Marcelo Pontes, além de um poema exclusivo do artista Celso Cruz. A equipe da Revista RODA dá as boas-vindas e abre as portas do seu e ao seu lançamento, pois veio pra saciar a sede de música, cultura e informação. Reúnam os parceiros, peguem uma gelada e entrem na roda!

Aquele abraço!

TO III: CULTURA E INFORMAÇÃO

arise de Chirico

NICAÇÃO E LINGUAGEM II

egina Ferreira da Silva

ETING II

ancarlo Ricciardi

ÇÃO GRÁFICA

ara Martha Roberto

PERCEPÇÃO

ula Csillag roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: SUMÁRIO Texto Imagem

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manchas

001001

nesta nesta edição edição AI QUE SAUDADES DA AMÉLIA DA AMÉLIA desde desde que o que oAI QUE SAUDADES 10 31 anos 10sem 31Nelson anos sem Cavaquinho Nelson Cavaquinho sambasamba é samba é samba 12 Postais 12da Bahia Postais da Bahia 14 Adoniran 14 Barbosa Adoniran Barbosa 16 WILSON 16 DAS WILSON NEVESDAS NEVES

FICA MAIS FICA UM MAIS POUCO, UMAMOR POUCO, AMOR 24 Entrevista 24 com Entrevista Paulinho comdaPaulinho Viola da Viola 30 Seu Carlão 30 Seu do Peruche Carlão do Peruche

TEMPOS IDOS TEMPOS IDOS 34 Uma história 34 Uma dehistória luta e resistência de luta e resistência 38 A história 38 de A história Assis Valente de Assis Valente 43 O peculiar 43 samba O peculiar paulista samba paulista

CAMARÃOCAMARÃO QUE DORME QUEA DORME ONDA LEVA A ONDA LEVA 46 Como 46 funciona Comouma funciona escolauma de samba? escola de samba?

A COISA TÁ PRETA AQUI TÁ PRETA alma alma boêmiaboêmiaA COISA AQUI 51 Samba51e política Samba e política

Ano 01 Ano 01 Set 2017 Set 2017

sambasamba da minha da minha terra terraBAHIA

BAHIA

80 Samba, 80o sangue Samba,que o sangue corre nas queveias correda nas Bahia veias da Bahia

RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO 86 Entrevista 86 exclusiva Entrevistacom exclusiva Beth Carvalho com Beth Carvalho

PERNAMBUCO PERNAMBUCO 92 Samba92temSamba lugar garantido tem lugar em garantido Pernambuco em Pernambuco

DO ARNESTO DO ARNESTO alguém alguém me avisou me avisouCONVITE CONVITE 98 Ensaio98de Rodrigo Ensaio de Camus Rodrigo inspira Camus samba inspira “existencialista” samba “existencialista” 100 Estrela 100de Xica Estrela da Silva, de Xicacantora da Silva, renasce cantora norenasce samba no samba 103 Criolo103 transformou Criolo transformou “surtos” de“surtos” samba em de samba um álbum em um álbum

NÃO DEIXE NÃO O SAMBA DEIXE OMORRER SAMBA MORRER 109 Entrevista 109 exclusiva Entrevistacom exclusiva Grazzicom Brasil Grazzi Brasil

O MUNDOOÉMUNDO UM MOINHO É UM MOINHO 112 Acessibilidade 112 Acessibilidade no samba no samba 114 Projeto 114usaProjeto sambausa parasamba tratarpara transtornos tratar transtornos psiquiátricos psiquiátricos 116 Samba 116alegra Samba avósalegra em asilo avósdeem Porto asiloAlegre de Porto Alegre

SONHO DESONHO BAMBADE BAMBA 56 São Paulo 56 rasga São Paulo clichês rasga clichês

COM QUE COM ROUPA? QUE ROUPA? 118 Agenda 118dasAgenda rodas de dassamba rodasde desetembro samba deesetembro outubro e outubro

PELA LUZ PELA DOS OLHOS LUZ DOS TEUS OLHOS TEUS 61 Zeca Pagodinho 61 Zeca Pagodinho é tema de musical é tema de musical 67 Entrevista 67 com Entrevista Martinho comda Martinho Vila da Vila

conversa conversa de botequim de botequimPRANTO DE PRANTO POETADE POETA 122 Coluna 122assinada Coluna assinada

TATU BOMTATU DE BOLA BOM DE BOLA 72 Escola72 de samba Escolacria de samba time decria futebol time de futebol

SÓ CHORASÓQUEM CHORA MAMA QUEM MAMA 127 Poema 127de Celso Poema Cruz de Celso Cruz

UMA SIMPLES UMA SIMPLES MARGARIDA MARGARIDA 76 Arte brasileira 76 Arteganha brasileira mostra ganha exclusiva mostra exclusiva

4

4

128 AQUELE 128 ABRAÇO AQUELE ABRAÇO

roda.com.brroda.com.br 5

manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: AGENDA Texto Imagem

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manchas

ALGUÉM ME AVISOU

especial

com que roupa?

Agenda

setembro 02

Sesc Interlagos: 14h Pagode da 27, Samba da Laje e Samba da Vela. Entrada gratuita

06

Traço da União: 21h Grupo Arruda. R$20 (lista) e R$30 (porta)

07

Traço da União: 13h Samba do Chapéu. R$20 (lista) e R$30 (porta)

08

Ó do Borogodó: 21h Maurinho de Jesus. R$20

09

Ó do Borogodó: 21h Adriana Moreira e Cordão da Fuleragem. R$25

11

Ó do Borogodó: 20h Carlinhos Vergueiro. R$45

12

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Edinho Silva. R$15

13

Ó do Borogodó: 21h Inimigos do Batente. R$15

14

Ó do Borogodó: 21h Forró com Tião Carvalho. R$20

Casa Barbosa: 19h Samba da Valdinéia. R$10 Traço da União: 19h Daniel Tatit apresenta “O Samba Que Une a Gente”. Preço não informado

15

Ó do Borogodó: 21h Trio Gato com Fome. R$20 Traço da União: 21h Moacyr Luz e Toninho Geraes.

16

Ó do Borogodó: 21h Juliana Amaral. $25

18

21

Casa Barbosa: 19h Roberta Oliveira & Bando de Lá. R$10 Traço da União: 19h Batuque de Corda. R$15 (lista) e R$25 (porta)

22

Traço da União: 21h Jorge Aragão. R$40

19

23

20

Casa Natura Musical: 22h – Martinho da Vila. Ingressos variam entre R$70 e R$280

Ó do Borogodó: 21h Cochichando e Anaí Rosa. R$15

Ó do Borogodó: 21h Adriana Moreira e Cordão da Fuleragem. R$15

09, 16, 23 e 30 Feijoada do Traço de União. Mulher R$25 e Homem R$35

Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, São Paulo - SP. (11) 3814-4087. Estação Fradique Coutinho (Linha 4)

27

Rua Rui Barbosa, 559, Bela Vista, São Paulo – SP. https://www.facebook.com/barbosabixiga/

CASA BARBOSA

Ó do Borogodó: 21h Juliana Amaral. R$15

SESC INTERLAGOS

28

CASA DA LUZ

Avenida Manuel Alves Soares, 1100, Parque Colonial, São Paulo - SP. (11) 5662-9500

Ó do Borogodó: 21h Raidilia. R$20

Rua Mauá, 512, Centro, São Paulo - SP. http://casadaluz.org/

29

SAMBA DA VELA

Ó do Borogodó: 21h Jorge Ceruto. R$20 Traço da União: 21h Samba do Brotô. R$15 (lista) e R$25 (porta)

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Edinho Silva. R$25

Ó DO BOROGODÓ

Ó do Borogodó: 21h Inimigos do Batente. R$15

30

Ó do Borogodó: 21h Cochichando e Anaí Rosa. R$25

118

Eixo4_Alguém me avisou.indd 118

Ó do Borogodó: 20h Umbando. R$15

26

Ó do Borogodó: 21h Toinho Melodia e Conjunto Picafumo. R$20

Ó do Borogodó: 20h Ó do Avesso apresenta Anná. R$30

03, 10, 17 e 24

Casa de Cultura de Santo Amaro - Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434, Santo Amaro, São Paulo - SP.

TRAÇO DA UNIÃO Rua Cláudio Soares, 73, Pinheiros, São Paulo – SP. Estação Faria Lima (Linha 4)

CASA NATURA MUSICAL Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, São Paulo - SP. Estação Faria Lima (Linha 4)

ESTAÇÃO SÃO JORGE Av. Guilherme Cotching, 798, Vila Maria, São Paulo - SP.

roda.com.br

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Eixo4_Alguém me avisou.indd 119

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manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: MATÉRIA Texto Imagem

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manchas

ALMA BOÊMIA ALMA BOÊMIA

a coisa aqui tá preta a coisa aqui tá preta Batista, Wilson Batista, autorWilson de obras comoautor de obras como noSão pescoço e O bonde São Januário Lenço no pescoço e OLenço bonde Januário

A MÚSICA A MÚSICA COMOCOMO UM UM SÍMBOLO DA CRÍTICA SÍMBOLO DA CRÍTICA SOCIAL BRASILEIRA SOCIAL BRASILEIRA Uma oanálise samba comodeinstrumento de Uma análise sobre sambasobre comooinstrumento políticadae resistência da cultura popular do país sátira política sátira e resistência cultura popular do país TEXTO João José daTEXTO SilvaJoão José da Silva

50

Fernando Souza

Fernando Souza

A A

canções se constituem em se constituem em canções não malandragem temmalandragem sido vista por tem muitos como sidoautores vista por muitosessas autores comonão essas grande número. passeio pelo unigrande número. Um passeio pelo unium estilo de composição dede samba largamente difun-largamente um estilo composição de samba difun- Um da malandragem ser enda malandragem pode ser endido nos tempos da Primeira República (1889-1930). O verso dido nos tempos da Primeira República (1889-1930). O verso pode contrado sambas como Ora gênero teria sido desestimulado e perseguido no Estado Novo, no contrado emVejam sambas como Ora Vejam gênero teria sido desestimulado e perseguido Estado em Novo, só, de Sinhô,degravado pela primeira implantado em 1937, por ser considerado só, de Sinhô, gravado pela primeira implantado em 1937, porpotencialmente ser consideradodepotencialmente em 1927; sestabilizador da ideologia trabalhista que então se buscava vez em 1927; lanA Malandragem, lansestabilizador da ideologia trabalhista queimentãovez se buscava im-A Malandragem, anona de 1928, por plantar. De acordoplantar. com essa a história teria início na çado çado noAlcebíades ano de 1928, por Alcebíades Devertente acordo com essa vertente a história teriano início Amor De Malandro, década de 1880, quando traumatizados portraumatizados anos Barcelos; Barcelos; AmordoDe Malandro, do década ex-escravos de 1880, quando ex-escravos por anos cantor smael Silva,cantor Francisco de trabalho compulsório, ao secompulsório, verem livres,aorecusaram tra- recusaram smaelAlves Silva, Francisco Alves de trabalho se verem olivres, o trae Freire Júnior, emJúnior, 1929; elançado O aos Incorporados balho regular, logobalho identificado escravidão. Incorporados e Freire em 1929; e O aos lançado regular,àlogo identificado à escravidão. de Mim?,Que samba contingentes marginalizados demarginalizados cidades como ode Riocidades de Janeiro, SerádedeIsmael Mim?, samba de Ismael contingentes como oQue Rio Será de Janeiro, Silva eritmo Niltonde Bastos, lançado emBastos, 1931. lançado em 1931. eles encontrariameles um encontrariam meio de expressão no samba, ritmo de Silva e Nilton um meio de expressão no samba, origem popular, nascendo nesse momento o samba malandro.o samba malandro. origem popular, nascendo nesse momento De certa forma, essa interpretação acaba reproduzindo ar- reproduzindo ODE AO MALANDRO De certa forma, essa interpretação acaba ar- ODE AO MALANDRO gumentos dos senhores de escravos em suade defesa da imigração Outros exemplos notórios de sambasnotórios de sambas gumentos dos senhores escravos em sua defesa da imigração Outros exemplos europeia por considerarem os libertos incapazes de servirem malandros lançados antes dolançados endu- antes do endueuropeia por considerarem os libertos incapazes de servirem malandros como trabalhadores assalariados. Por outro lado, a verdade é que com a como trabalhadores assalariados. Por outro lado, arecimento verdade édo quepatrulhamento, recimento do patrulhamento, com a há poucas composições que critiquem o trabalho e apresentem em cena do Departamento há poucas composições que critiquem o trabalhoentrada e apresentem entrada em cena do Departamento a malandragem como alternativa, mesmo antes do Estado Novo, deEstado Imprensa – em a malandragem como alternativa, mesmo antes do Novo,e Propaganda de Imprensa e Propaganda – em professor História afirma o historiador Tiagoode Melo Gomes, 1939desão: Morro da Mangueira, professor História afirma historiador Tiago de Melode Gomes, 1939 são: Morrodeda Mangueira, de Contemporânea naContemporânea Universidade Federal Rural de Pernambuco. Manoel Dias, 1926 –, Eu Quero é Nota na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Manoel Dias, 1926 –, Eu Quero é Nota Pesquisando trabalhos sobre o assunto, vasculhando antigas par- – Artur Faria,par1928 –, CaixaFaria, Econômica Pesquisando trabalhos sobre o assunto, vasculhando antigas – Artur 1928 –, Caixa Econômica tituras, livros sobretituras, músicalivros popular e outras fontes, ele enotou que – Nássara e Orestes – e Barbosa, 1933 – e sobre música popular outras fontes, ele notou que –Barbosa, Nássara e1933 Orestes

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roda.com.br

51 roda.com.br

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convite do arnesto convite do arnesto Kleber Cavalcante Gomes, Kleber Cavalcante Gomes, conhecido comoconhec Criolo mais conhecido comomais conhec Criolo

CRIOLO TRANSFORMOU CRIOLO TRANSFORMOU “SURTOS” DE SAMBA “SURTOS” DE SAMBA EM EM UM ÁLBUM DEDICADO UM ÁLBUM DEDICADO A ESTE GÊNERO A ESTE GÊNERO Espiral reúne 10sobre composições Espiral de ilusão reúnede10ilusão composições a vida e osobre amora vida e o amor Guilherme Augusto TEXTO Guilherme TEXTO Augusto

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Juliana Dias

Juliana Dias

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do salto entre estilos, ascido e criado noascido Grajaú, na zona de São Apesar doCriolo salto entre estilos, Criolo e criado nosul Grajaú, naPaulo, zona sul deApesar São Paulo, não pelo considera rap,“abandonou” o rap, Kleber CavalcanteKleber Gomes,Cavalcante mais conhecido nome não consideraoque Gomes,pelo mais conhecido nomeque “abandonou” já quedaambos os gêneros “irmãos”, artístico Criolo, já artístico está inserido na já indústria da música já quesão ambos os gêneros são “irmãos”, Criolo, está inserido na indústria música com capacidades perseverança há pelo menos 20 anos, rimando cantando: “Esse desaguar de “Esse com capacidadese de perseverança e há pelo menose20 anos, rimando e cantando: desaguar de de contextos de luta música que veio em formaque de rap muito bempoderia ter vindo criados em contra contextos de luta contra música veiopoderia em forma de rap muitocriados bem terem vindo opressão classeopressão e racismo. em forma de samba”. Durante infânciaDurante do músico, nos anos deTanto classe e racismo. Tanto em forma deasamba”. a infância do músico, nos de anos é quee oo rap primeiro lançado do single lançado do 1980, o samba era 1980, o ritmo mais comum na periferia, e o rapnaera é que o primeiro o samba era o ritmo mais comum periferia, era single disco, Menino uma crítica a novidade; hoje, ao contrário,hoje, é no samba que oséfãs Criolo disco,éMenino mimado, é uma crítica a novidade; ao contrário, node samba que os fãs de Criolomimado, a Michel Temer, João Dória eTemer, Geraldo veem o novo: “Aconteceu aí”, brinca. a Michel João Dória e Geraldo veem o uma novo:inversão “Aconteceu uma inversão aí”, brinca. Criolo, O gênero sempre esteve presente vida do rapper,na tanto Alckmin de que, nas palavras de Criolo, O gênero semprenaesteve presente vida doAlckmin rapper, que, tantonas palavras “não esta nação”. nos grupos de amigos quanto de na amigos relação quanto com os na pais e comcom os os podem reger esta nação”. nos grupos relação paispodem e comreger os “não Espiral de ilusão éEspiral o seu de quarto vizinhos do Grajaú.vizinhos “O samba descrevia o nosso cotidiano,o nosso ilusão é o seu quarto do que Grajaú. “O samba que descrevia cotidiano, depois de álbum, a nossa malandragem. E eu, aos poucos, E fuieu, meaos aproximando, um hiato de três depois de um hiato de três a nossa malandragem. poucos, fui meálbum, aproximando, do meu jeito”, lembra. Foi jeito”, da boca da mãe, Vilani, e doMaria anos que seguiu buda, do meu lembra. FoiMaria da boca da mãe, Vilani, e do Convoque anos queseu seguiu Convoque seu buda, fanatismo do pai,fanatismo Cleon Gomes, porCleon Moreira da Silva, que cortado relançamento do pai, Gomes, por Moreira da Silva,apenas que pelo cortado apenas pelo relançamento Criolo tirou as primeiras notasasdeprimeiras samba. Mais entrouMaisdetarde, seu albúm tempo (2016), Criolo tirou notastarde, de samba. entrouAinda dehá seu albúm Ainda há tempo (2016), no Pagode da 27, grupo de pagode Grajaú paradoo Grajaú artista,que,em queoforam alterdas algumas no Pagode da 27,do grupo de que, pagode para artista, em que foramletras alterdas algumas letras reúne vários grandes compositores de samba do Brasil.deAsamba partir domachistas e transfóbicas, trabalho que reúne vários grandes compositores Brasil. A partir machistas e transfóbicas, trabalho que daí, o gênero aparentemente contraditório ao que o rtista estáao que o artista dedicou secundarista. daí, o gênero aparentemente contraditório o rtista está àoluta artista dedicou à luta secundarista. habituado foi fazendo cada vez parte da vez “Depois de Convoque seu buda, come- seu buda, comevidamais do músico: habituado foi mais fazendo cada parte da vida “Depois de Convoque do músico: cei a me perceber como alguém que como alguém que “Você tem o Samba“Você da Vela, cei a me perceber temooSamba Sambana daLaje, Vela,ooSamba Sambada naKombi, Laje, o Samba da Kombi, Algumas coisas Algumas coisas o na Cidade Adhemar. uns tempos praDe cá,uns eu tempos fui me permienvelhecendo. o na De Cidade Adhemar. pra cá, euestá fui envelhecendo. me permi- está explica. em mim”, explica. tindo esse flerte mais íntimo”, conta, no íntimo”, encarte do disco. mudaram tindo esse flerte mais conta, no encartemudaram do disco. em mim”,

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pernambuco

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pernambuco

Foliões em carnaval Foliões na em carnaval na cidade de Olinda, Pernambuco cidade de Olinda, Pernambuco

O SAMBA TEM TEM O SAMBA LUGAR GARANTIDO LUGAR GARANTIDO EM PERNAMBUCO EM PERNAMBUCO Um ritmo genuinamente popular, o Samba é querido Um ritmo genuinamente popular, o Samba é querido em todo Brasil,em outodo melhor, tocado, cantado e dançado Brasil, ou melhor, tocado, cantado e dançado TEXTO Maraba Soares TEXTO Maraba Soares

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foto Yasmeen Kristine

foto Yasmeen Kristine

foto Julia Orlando

foto Julia Orlando

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de Pernambuco que se refere a exascido como o Frevo nas como entranhas do espírito do povo Pernambuco no que se refere a exascido o Frevo nas entranhas do espírito do povo node Umcarnavalescas. carnaval nordestino, o Samba ocupou o Samba sudesteocupou brasileiro e lá pressões Um carnaval nordestino, o sudeste brasileirocarnavalescas. e lá pressões do Recife em que comecem a predotomou como sua morada. Em várias situações nossasituações do Recife em que comecem a predotomou como sua morada. Emdavárias da nossa minar escolas de samba qualquer história cultural, ohistória Sambacultural, teve suaoforça rítmica minarou escolas de samba ou qualquer Samba teve dominando sua força rítmica dominando outro exotismo já não é um o coração dos pernambucanos. escolas de samba levavamde samba outro exotismo dirigido, já não é um o coração dos As pernambucanos. As escolas levavam dirigido, carnaval recifensecarnaval ou pernambucainúmeras pessoas inúmeras às ruas e pessoas até chegaram em númerecifense ou pernambucaàs ruasa eexistir até chegaram a existir em númeé um inexpressível, e até ro maior do que asroagremiações deas Frevo. Várias delas fizeram no: é postiço um inexpressível, postiço e até maior do que agremiações de Frevo. Váriasno: delas fizeram sub-carioca sucesso no carnaval, disputando entre si o título deentre melhor caricaturesco carnaval sub-carioca sucesso no carnaval, disputando si odetítulocaricaturesco de melhor decarnaval ou sub-isso ou sub-aquilo. De modo Pernambuco. Escolas de SambaEscolas como ade “Império Samba”; ou sub-isso ou sub-aquilo. De modo Pernambuco. Samba do como a “Império do Samba”; inesperada nopredominância, no “Sambista do Cordeiro”; “Deixa “Estudantes de São“Estudantes José”; que que a inesperada “Sambista do Falar”; Cordeiro”; “Deixa Falar”; deaSão José”; predominância, carnaval deste ano,carnaval do samba subcae “Gigantes do Samba” fizeramdo ouSamba” fazem parte dessa história. deste ano, do samba subcae “Gigantes fizeram ou fazem parte dessa história. alarmar, inquietar e des- inquietar e desMas o movimentoMas sambista de Pernambuco conten- rioca, rioca, deve alarmar, o movimento sambistasofreu de Pernambuco sofreudeve contenpertar o brio de todo bom pernamdas de quem não queria pois o‘cariocar-se’, Samba já era a repertar o brio de todo bom pernamdas de ‘cariocar-se’, quem não queria pois o Samba já era a rebucano: é preciso a invasão seja que a invasão seja ferência no carnaval do Rionodecarnaval Janeiro. do NasRio décadas de 1940 bucano: é preciso ferência de Janeiro. Nasadécadas de 1940 a que e que o carnaval volte a 1970, defensores do “carnaval pernambucano” posicionaram sedetida; detida;dee 67 que o carnaval de 67 volte a 1970, defensores do “carnavalsepernambucano” posicionaram ser espontaneamente e ca- recifense e cacontra o modo decontra como o Samba dominava festa de momo. a festa espontaneamente modo de como o aSamba dominava de momo. ser recifense racteristicamente Sepernambucano. Se Destacam-se as posições do jornalista e político Mário Melo, que Mário racteristicamente Destacam-se as posições do jornalista e político Melo, que pernambucano. há algum a trair o carchegou a afirmar que ‘o samba é carioca, calabarismo a trair o carchegou a afirmar que ‘oportanto, samba é indigno carioca, de portanto, indignocalabarismo de há algum Recife, favordo de Recife, um car-a favor de um carexistir por estas terras’; do sociólogo Gilberto Freyre, que pu- naval existirepor estas terras’; e do sociólogo Gilberto Freyre,doque pu- anaval naval estranho, sejaestranho, o quantoque seja o quanto blicou o manifestoblicou intitulado “Recifense sim, sub-carioca naval o manifesto intitulado “Recifensenão!”. sim, sub-carioca não!”. que dominado Pela força das palavras pradas se ter uma ideia dose clima de acirraantescalabarismo. dominado este calabarismo. Pela dá força palavras dá pra ter uma ideia do antes clima de acirra- este Afinal, como se explica repentina mento nessa épocamento entre nessa frevistas e sambistas pernambucanos, Afinal,acomo se explica a repentina época entre frevistas e sambistas pernambucanos, de não sei quantasde não sei quantas observe: “[…] A traição ostensiva tradições mais características organização observe: “[…] Aàstraição ostensiva às tradições maisorganização características roda.com.br

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manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

Ocupação textual da mancha da matéria. Duas colunas disformes com cinco e três módulos.

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manchas

convite do arnesto convite do arnesto

Você é quem Vocêtem é quem tem que estarque pronto estar pronto para o samba. para o samba. Tem que estar Tem que estar pronto para pronto ter essa para ter essa coragem coragem de dividi-lo de dividi-lo com o mundo com o mundo

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João Paes

João Paes

O rapper Criolo em dez O rapper sambasCriolo em dez sambas um “sonho chama de de menino”: um “sonho de menino”: E, ainda que o artista E, ainda já tenha que gravado o artista alguns já tenha sambas, gravado como alguns chama sambas,decomo quede só fato pode acontecer algo queporque só podeele acontecer porque ele Linha de frente, Fermento Linha de pra frente, massa Fermento e Casa pra de mãe, massadee fato Casa dealgo mãe, está disco maduro o suficiente está maduro para isso. o suficiente para isso. algo novo estava por algo virnovo depois estava de 2014: por vir seudepois primeiro de 2014: disco seu só de primeiro só de se as músicas são E sentimentos se as músicas são sentimentos samba. As batidas samba. eletrônicas As batidas do rap eletrônicas deram lugardo a uma rap deram sonori-lugar a Euma sonoriele,deisso para ele,nas issoletras é traduzido nas letras dade mais orgânicadade feitamais comorgânica base no cavaco, feita com nobase violão node cavaco, sete nopara violão seteé traduzido cordas, em metais ecordas, percussões, em metais alémede percussões, um coro bem além afinado de umecoroque bem afinado e que criam metáforas criam metáforas delicadas e inte- delicadas e intedisposto a dar suporte disposto a Criolo a dar quando suporte a música a Criolopede. quando E embora a música pede. E embora ligentes, contandoligentes, mágoas contando sobre o mágoas sobre o o disco de samba tenha o disco saído de samba somente tenha neste saído ano,somente ele revela neste queano,amor, ele revela rindoque do costumeiro amor, rindo e apondo costumeiro e apona paixão pelo gênero a paixão é antiga. pelo “Degênero tempos é antiga. em tempos, “De tempos eu parava em tempos, parava tandoeu faces da realidade. tando “As faces músicas da realidade. “As músicas para compor sambas, paramas compor sambas, saem jeito que saem quemdo as jeito compõe que quem as compõe mas em 2016 em 2016 foi diferente e as minhas foi diferente e asdominhas está, junção então éda por isso está,que então elaséficam por isso que elas ficam emoções desaguaram emoções dessa desaguaram forma. Foi, assim, dessa forma. uma junção Foi, assim, da uma dediz, determinado de determinado afirma. Sendo jeito”, afirma. Sendo energia desses outros energia momentos desses com outros a de momentos agora”, diz, com satisfeito a de agora”, satisfeito jeito”, assim, a celebração Criolo estáeentre a celebração e com o resultado final com dooseu resultado trabalho final nodo álbum. seu trabalho no álbum. assim, Criolo está entre a melancolia, sem tirar a melancolia, os dois pés sem datirar os dois pés da Criolo conta que foi Criolo acometido conta que por foi “febres acometido de samba” por “febres nos de samba” nos indignação. “Passei indignação. quase 30 “Passei anos quase 30 anos anos de 2002, 2004, anos 2008 de 2002, e 2009, 2004, mas 2008 que aeúltima 2009, delas mas que foi a última delas foi minha vida escrevendo da minha rap, vida que escrevendo é rap, que é diferente e acaboudiferente virando disco. e acabou “Não virando foi uma disco. coisa“Não pensada: foi uma da coisa pensada: jeito deuma a raivaum ir para jeitoodemundo. a raiva ir para o mundo. ‘agora eu vou fazer‘agora samba’. eu vou Foi de fazer uma samba’. maneira Foinatural, de umauma maneiraum natural, Dessa vez eu decidi Dessa canalizar vez euessas decidi canalizar essas forma que encontrei forma de compor que encontrei minhasde músicas”, compor comenta. minhas músicas”, comenta. sensações de outrasensações forma.” de outra forma.” Forma essa que deuForma origem essa a dez que deu origem a dez músicas inéditas. Criolo músicas começa inéditas. seuCriolo começa seu ábum com a crescente ábumLácom crescente Lá vem você, vema você, descrevendo um amor descrevendo regado a algum um amor regado a algum álcool e à incertezaálcool de ume àcotidiano incerteza de um cotidiano com direito a almoço, com jantar direitoeacafé almoço, jantar e café da manhã. Faz a introdução da manhã.de Faz suas a introdução de suas belas metáforas embelas Dilúvio metáforas de solidão, em Dilúvio de solidão, que conta com cuíca que e coro contafeminino. com cuíca e coro feminino. Menino mimado, música Menino publicada mimado, música publicada antes do disco, é a terceira antes dofaixa disco, e um é a terceira faixa e um verdadeiro desabafo. verdadeiro “Esses meninos desabafo. “Esses meninos mimados são todasmimados aquelas são pessoas todas aquelas pessoas que têm a responsabilidade que têm ade responsabilidade reger de reger a nação, mas que têm a nação, outras mas priorique têm outras prioridades na horaasde trabalhar”, dades na hora comenta. de trabalhar”, comenta. E por que escolher oE gênero por quenessa escolher novao fase? gênero Para nessa o artista, nova fase? as Para o artista, Em seguida, entraEm seguida, entra o samba-enredo coisas são diferentes: coisas foi osão samba diferentes: quem ofoi escolheu. o samba“Você queméoquem escolheu. “Você é quem o samba-enredo tem que estar pronto tempara queoestar samba. pronto Tempara que oestar samba. pronto Tempara que estar Naspronto águas,para música Nas que águas, faz referência música que faz referência ter essa coragem de terdividi-lo essa coragem com ode mundo”, dividi-lo explica. com oCriolo mundo”, já explica. Criolo jáFilha ao candomblé. aodo candomblé. Maneco vem Filha do Maneco vem escreve samba há muito escreve tempo, samba pelo há menos muito tempo, desde 2006, pelo menos quando desdepara 2006, quando fechar esta primeira para fechar parte esta do primeira parte do gravou a primeira versão gravoude a primeira Ainda háversão tempo,dee Ainda com mais há tempo, inten- e com mais inten- umdisco, disco, trazendo Criolo trazendo que interum Criolo que intersidade, segundo ele, sidade, entre segundo 2008 e 2012: ele, entre “O próprio 2008 Nó e 2012: na orelha, “O próprio Nó na orelha,de uma preta a canção pretamaneira a cançãodifede uma maneira difede 2011, era para ser de 2011, um albúm era para de samba”, ser um albúm revela.de Gravar samba”, um revela. Gravar um voz rente, com uma rente, distinta comda uma quevoz distinta da que disco inteiro só de samba, disco inteiro de samba, habituados nós estamos a ouvir.habituados a ouvir. comosó Espiral de ilusão, comoéEspiral o que Criolo de ilusão,nós é oestamos que Criolo

“É uma ode que está “É uma muitoode ligada que ao está muito ligada ao SAÍDA SAÍDA que acontecia quecasa. acontecia Nós ouvílá em casa. Nós ouvíCalçada é a faixa Calçada seguinte éà aprimeira faixa seguinte e, com àritmo primeira acelerado, e, com ritmo acelerado,lá em amos todosque os sambistas amos todos ilustres”, os sambistas os ilustres”, os inverte a forma clássica inverte das a forma músicas, clássica começa dascom músicas, o refrão, começa que com o refrão, que são extremamente quepopulares”, são extremamente diz, populares”, diz, é intercalado pelosé versos. intercalado Boca pelos fofa éversos. a oitavaBoca faixa fofa e mistura é a oitava faixa e mistura citando nomes citando Nelsonnomes Sargento, como Nelson Sargento, samba e pagode. Asamba nona canção, e pagode. Hora A nona de decisão, canção,começa Hora deem decisão, começa emcomo e Zeca Pagodinho. Cartola e Zeca Pagodinho. tom apocalíptico com tomoapocalíptico som marcante com doomúsico som marcante Ed Trombone. do músicoCartola Ed Trombone. Além disso, deste o lançamento deste O percurso pela Espiral O percurso de ilusão pelachega Espiral aode fimilusão com chega a faixaao fim Além com adisso, faixa o lançamento trabalho está ligadotrabalho à permissão está ligado que à permissão que Cria de favela, queCria exibedeofavela, todo ecletismo que exibedos o todo estilos ecletismo da música dos estilos da música Criolo deu para Criolo criar um se deu discopara de criar um disco de brasileira. “O disco tem brasileira. muita“O lágrima disco–tem nãomuita acredito lágrima que algumas – não acredito que se algumas samba. autorizei, samba. finalmente, “Eu autorizei, um finalmente, um composições ficaram composições tão dançantes ficaram – mas tãotambém dançantes muita – mas ressurtambém muita“Eu ressurque estava sentimento guardado quenaestava guardado na reição, superação. Areição, gentesuperação. que cresce A em gente favela que e passa crescepor emesses favela e sentimento passa por esses percalços sabe muito percalços bem como sabe o muito sistemabem viracomo as costas o sistema para nós.” vira as costas nós.”porminha minhapara cabeça muito cabeça tempo.por E muito tempo. E tudo isso, todo essetudo trabalho, isso, todo é sobre esse trabalho, é sobre esse interno e esseesse externo, interno tanto e esse do externo, tanto do “Quem vai lucrar com “Quem essavai patifaria lucrar com essa patifaria que eu vivo quantoque sobre eu ovivo quequanto acon- sobre o que aconÉ gente da alta na papelaria É gente da alta na papelaria tece ao meu redor”, tece afirma ao meu o cantor. redor”, afirma o cantor. Delação premiada Delação é jogo depremiada poder é jogo de poder Junto com o discoJunto Espiral com de oilusão, disco Espiral de ilusão, E se for pra rua tentam E se for mepra deter rua tentam me deter ele lançou uma revista-encarte ele lançou uma online revista-encarte online Mozinho tá longe, eu Mozinho vivo a sofrer tá longe, eu vivo a sofrer e gratuita que conta e gratuita com entrevistas, que conta com entrevistas, Me aposentar só depois Me aposentar de morrer.” só depois de morrer.” partituras, letras, partituras, fotos de estúdio, letras, fotos de estúdio, de Elifas ilustrações Andreato, deque Elifas Andreato, que Em meio às suas frases Em meio intrincadas, às suas pausadas frases intrincadas, e sua voz pausadas serena, eilustrações sua voz serena, foi “Minha o responsável foi ocapa responsável do álbum, pela capa do álbum, Criolo conta que o samba Criolo veio, contana que verdade, o samba doveio, berço. na“Minha verdade,mãe do berço. mãe pela desempre imagens além e textos de imagens autorais e textos autorais e meu pai tiveram um e meu papel paimuito tiveram importante, um papel muito o samba importante, sempre oalém samba No material, de Criolo. o artista Nodetermaterial, o artista deteresteve presente lá em esteve casa, presente no cotidiano. lá em casa, Meu no paicotidiano. é apaixonado Meu paideé Criolo. apaixonado “O samba é algo mina: muito “O samba especial é algo muito especial por Martinho da Vila”, por Martinho explica. Oda Vila”,dáexplica. albúm a ele a O oportunidade albúm dá a ele amina: oportunidade para também todos nós, para o nosso todos povo nós, para de prestar uma homenagem de prestar não umasóhomenagem ao gênero, como não sótambém ao gênero, à como à para e, o nosso povo e, sua relação com os sua pais,relação que lhecom passaram os pais,esse quegosto lhe passaram pela música. esse gosto pela música. claro, para minha família”. claro, para minha família”.

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pela luz dos olhos pelateus luz dos olhos teus

Jorge Carran

Jorge Carran

Zeca Pagodinho e Arlindo Zeca Pagodinho Cruz, e Arlindo Cruz, parceiros na músicaparceiros e amigosnanamúsica vida e amigos na vida

esteve pensar internada,esteve foi ao hospital internada, com foi ao hospital com “Estou ansioso com “Estou a estreia, ansioso bem com nervoso. a estreia, É bizarro bem nervoso. pensar É bizarro cervejas escondidas cervejas num escondidas saco plásti- num saco plástique estou representando que estouo representando cara. Deposito o máximo cara. Deposito de alegria o máximo de alegria co. “Ado água do gelo co.foi “A pingando água do gelo porfoi pingando por em cena”, detalha. emOcena”, sambista detalha. aproveita O sambista o momento aproveita do papo o momento papo corredor. todofizemos o corredor. a festa”, Mas fizemos a festa”, para continuar a para descortinar continuar o passado a descortinar longínquo. o passado Não há longínquo. lem- todo Nãoohá lem- Mas ele ressalta, com um ele ressalta, ar de sapeca. com um ar de sapeca. branças de campeonatos branças de de campeonatos futebol ou recordações de futebolde oubrincarecordações de brincasua popularidade A sua unânime popularidade reunânime redeiras com pipa. Disso, deiras ele comquase pipa.sempre Disso, ele esteve quase fora. sempre Por opção. esteve fora. A Por opção. sultou empara convites sultou inesperados em convites parainesperados para “Só queria ficar nas “Só viagens queria ficar pelonas samba. viagens Gostava pelo de samba. ir para Gostava de ir o mundo da política, o mundo todosda negados. política, todos negados. as favelas ver o partido-alto. as favelas verParecia o partido-alto. que a vida Parecia me dizia: que ‘Fica a vida me dizia: ‘Fica Ele ri da montagem ri dasua montagem imagem com sua imagem aqui, porque é isso aqui, queporque você vai é isso usar’”, queteoriza. você vai Ironicamente, usar’”, teoriza. a Ironicamente, a Elecom como sendo presidente como sendo da República, presidente da República, felicidade ingênua, felicidade quase infantil, ingênua,explodiu quase infantil, na personalidade explodiu na personalidade sucesso nas redes, sucesso mas muda nas redes, o tommas muda o tom depois de crescido. depois Atualmente, de crescido. o esporte Atualmente, preferido o esporte do carioca preferido do carioca da voz diante do da assunto. voz diante do assunto. Na maior parte das Nahoras, maior ele parte engole das horas, ele engole de pele morena éde brincar. pele morena é brincar. “Deus meelivre. Estou “Deusfora me livre. disso”,Estou fora disso”, cerveja e se distrai cerveja com os e se netos. distrai Sem com limites. os netos. “Já lutei Semmuito, limites.e “Já lutei muito, limitou-se a dizer.limitou-se Ainda quea ele dizer. nãoAinda que ele não preciso viver o que preciso conquistei”, viver o reconhece. que conquistei”, reconhece. tenhaé perdido bom humor, perdidoZeca o bom humor, Zeca Não à toa, para uma Nãonação à toa, inteira, para uma Zeca nação Pagodinho inteira, éZeca símboPagodinho símbo- o tenha anda cabisbaixo.anda Na TV, cabisbaixo. ele assiste Na TV, ele assiste lo de festa. Viroulouma de festa. marca.Virou As dezenas uma marca. de causos As dezenas pitorescos de causos pitorescos apenasaabatadesenhos apenas animados a desenhos ou a animados ou a protagonizados por protagonizados ele ao longopor da profissão ele ao longo ilustram da profissão a bata- ilustram séries séries como Chaves – uma das favo- – uma das favolha travada entrelha as travada duas existências entre as duas que residem existências numque único residem numcomo únicoChaves Sente medoritas. dos noticiários. Sente medo dos noticiários. ser. Para fugir deser. entrevistas, Para fugirZeca de entrevistas, já pulou muros Zecade já emissora pulou murosritas. de emissora “No meu vagabundo meu tempo, não vagabundo não de TV. Frequentemente, de TV. Frequentemente, é visto pelas ruasé visto de bermudão pelas ruas – às de bermudão – àstempo,“No nenhuma,mulher isso não nenhuma, isso não vezes sem camisa. vezes Na última sem camisa. semana, Napublicou última semana, na internet publicou um naassaltava internetmulher um assaltava existia.Noah Que emundo existia. é esse?”, Que mundo diz, es- é esse?”, diz, esvídeo em que dança vídeo o sucesso em que dança Despacito o sucesso com osDespacito netos Noah come os netos pantado: “Fui criado pantado: em favela, “Fui criado e via em favela, e via Em 2015, de 3quando anos. Em a amiga 2015, quando Beth Carvalho a amiga Beth Carvalho Catarina, de 3 anos. Catarina,

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é feita na Barra. éEm feita Xerém, na Barra. a ativiEm Xerém, a ativiquando assaltavam. quando Se tivesse assaltavam. uma senhora Se tivesse na loja, umaeles senhora esperana loja, eles esperadade é maisdade possível não devido é mais àpossível devido à vam sair para roubar. vam Agora, sair para osroubar. bandidos Agora, de hoje os bandidos em dia matam de hoje em dianão matam presença maciça presença de evangélicos. maciça de evangélicos. qualquer um à toa, qualquer como seum a vida à toa,não como valesse se a nada”. vida não valesse nada”. da ideologia Adepto pazda e amor ideologia paz e amor Ele já pensou, inclusive, Ele já pensou, em deixar inclusive, o paísem para deixar morar o país em para Adepto morar em frequentador frequentador de igrejas assíduo de igrejas sua casa de Miami, suanos casa Estados de Miami, Unidos. nos “Nem Estados seiUnidos. o estado“Nem dela sei eo estado dela eassíduo e terreiros, e terreiros, Pagodinho o Zeca não Pagodinho não após a passagem após do furacão”, a passagem revela. do O furacão”, plano foirevela. descartado O plano tãofoi descartado tãoo Zeca vêdeprimido. nenhum problema vê nenhum em temas problema su- em temas sulogo: se distanciar logo: das se pessoas distanciar próximas das pessoas o deixaria próximas deprimido. o deixaria postamente postamentecomo controversos, a como a A melancolia se A reflete melancolia na relação se reflete com onapapel relação e a com caneta: o papel e a caneta:controversos, e o casamento gay: e o casamento gay: com as letras, Zeca comtambém as letras, está Zeca mais também quieto.está As suas maisúltimas quieto. As transexualidade suas últimas transexualidade umCruz, tem que “Cada fazerum tem gosta, que fazer o que gosta, o que composições foram composições produzidas foram com produzidas o músico Arlindo com o músico Cruz, “Cada Arlindo outros. desrespeitar Tudo outros. Tudo antes de o colegaantes ser internado, de o colegaem sermarço, internado, por causa em março, de umpor mas causasem de desrespeitar um mas sem que tem abuso é demais. que temSe abuso tiveréum demais. Se tiver um profundamente. AVC. O estado deAVC. saúde O estado do amigo de osaúde entristece do amigo o entristece profundamente. homem e uma homem seelambendo uma mulher se lambendo O sambista não O tomou sambista coragem não tomou para visitar coragem o compadre para visitar no o compadre no mulher minha frente, eu minha vou falar: frente, ‘Ei, voeu vou falar: ‘Ei, vohospital, com medo hospital, de encarar com medo seu maior de encarar parceiro seumusical maior parceiro na namusical na na para casa, cês,vão vãopara paraum casa, mo-vão para um moatual situação desfavorável atual situação – osdesfavorável dois se conheceram – os doisaos se 19 conheceram anos. cês, aosvão 19 anos. para o mato’”, tel, vão afirma, para oacresmato’”, afirma, acresAo sofrimento natural, Ao sofrimento somam-se natural, perdassomam-se recentes no perdas universo recentestel, novão universo centando: “Há centando: pessoas sem “Háuma pessoas sem uma da batucada, comdaasbatucada, mortes de com Wilson as mortes das Neves, de Wilson Chiquinho das Neves, Chiquinho religião que são do religião bem. que Há pessoas são do bem. Há pessoas Vírgula, Almir Guineto Vírgula, e Luiz AlmirMelodia. Guineto e Luiz Melodia. com religião que com são más. religião Umaque coisa são más. Uma coisa não tem a ver com não a outra”. tem a ver com a outra”. As suas palavrasAs sãosuas firmes. palavras Na são firmes. Na família, ele manda família, e desmanda. ele manda “Eue desmanda. “Eu respeito todo mundo, respeito e ensino todo mundo, isso”. e ensino isso”. Poucos meses atrás, Poucos a suameses filha atrás, mais a sua filha mais nova, Maria Eduarda nova,da Maria Silva,Eduarda de 13 da Silva, de 13 anos de idade, implorou anos de idade, ao pai implorou por ao pai por uma viagem de uma fériasviagem a NovadeYork férias a Nova York durante o Natal.durante O pedido o Natal. foi veeO pedido foi veementemente negado mentemente por Zeca.negado por Zeca. A assessora aproveita A assessora a brecha aproveita a brecha no discurso parano lembrar discurso a Zeca parade lembrar a Zeca de sua suposta participação sua suposta no prograparticipação no programabotou Domingão Faustão. Domingão Até o dofeFaustão. Até o fe“Esse negócio de “Esse Arlindo negócio ficar doente de Arlindo parece ficar que doente botouparece todo que todo doma chamento, que ele entoaria era certo que ele entoaria mundo doente. Está mundo faltando doente. umEstá pedaço faltando grande umno pedaço samba. grande A chamento, no samba.era A certo cinco canções vivo, canções no programa ao vivo, no programa música está triste. música Isso me estádesanima. triste. IssoA me essadesanima. hora, Arlindo A essa ia hora, Arlindo ia aocinco de domingo. reclama. domingo. “Ah,Ele não reclama. “Ah, não chegar aqui e contar chegar umaqui monte e contar de histórias. um monte A gente de histórias. ia rir praA gente ia rir pra Elede dá para mandar odáFausto para mandar fazer o proo Fausto fazer o procaramba. Sinto muita caramba. falta Sinto disso muita tudo”,falta confidencia. disso tudo”, confidencia. lá ema casa?”. grama Fimláde empapo, casa?”. a Fim de papo, a se sobrepõem sobrepõem Na vida que segue, Na os vida pequenos que segue, prazeres os pequenos prazeresa se grama secretária insiste.secretária Fim da conversa, insiste. Fim da conversa, conflitos mundanos. conflitos Um sorriso mundanos. brotaUm no rosto sorriso quando brota no lembra rosto quando lembra O sambista anuncia. se O sambista se da proximidade com da proximidade o dia de Sãocom Cosme o dia e Damião, de São Cosme de quem e Damião, é o repórter de quem anuncia. é o repórter novamente: queixa “Ah, vocês, novamente: hein!?“Ah, vocês, hein!? devoto. Todos osdevoto. anos, naTodos data de os anos, 27 de setembro, na data deele 27 de distribui setembro,queixa ele distribui Agora todo mundo Agora vai embora. todo mundo E euvai embora. E eu doces para uma legião docesde para crianças uma legião nas ruas, de crianças seguindo nas a tradição ruas, seguindo a tradição vou beber com quem?”. vou beber com quem?”. que mistura o catolicismo que mistura a crenças o catolicismo de matriz a crenças africana. de A matriz ação africana. A ação

Fora do palco Fora do eupalco sou eu sou um qualquer, um qualquer, mas mas estou meestou acostumando me acostumando às homenagens. às homenagens. No inícioNo dainício minhada minha carreira não carreira iria topar não iria topar

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salvador

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salvador

O lugar ainda O lugar de espaço aindapara carece de espaço para violão, cavaquinho,violão, pandeiro, cavaquinho, atabaque,pandeiro, prato, triângulo, atabaque, timbau prato, triângulo, timbaucarece guardar os trajes das sambadeiras, os trajes das sambadeiras, – e põem a voz, enquanto – e põem as amulheres voz, enquanto marcam as omulheres ritmo usando marcam as o ritmo usando as guardar a chuvacom danifica chuvadodanifica que é muito do que é palmas, dançam uma palmas, a uma dançam para osuma tocadores a uma vestidas para os tocadores com as vestidas as amuito ali e nãoguardado há recursos ali nem e não há recursos nem roupas típicas e chamam roupas as típicas companheiras e chamampara as companheiras fazer o mesmo para guardado fazer o mesmo para– pagar um funcionário. para pagar um funcionário. com a umbigada. Tudo com aisso umbigada. aconteceTudo dentro issodeacontece um círculo dentro – a de mesmo um círculo a mesmo nos de der o“Se direito Deusdenos terder uma o direito de ter uma roda –, que no passado roda se –, que formava no passado espontaneamente se formava depois espontaneamente de “Se Deus depois sede,tão vou morrer gratificada sede, vou morrer e feliz, gratificada e feliz, um dia de trabalhoum ou das dia de festas trabalho de rezas ou das aos festas santos,detão rezas populaaos santos, populaporque vou deixar porque vou uma na Terra deixar na Terra uma res no interior baiano. res no “O interior samba de baiano. chula“O está samba para odeRecôncavo, chula está para o Recôncavo, lembrança lembrança trabalho”, dodiz, meu trabalho”, diz, está para está paradoo meu com o cultivo de cana comdeo açúcar, cultivo de assim cana como de açúcar, o bluesassim comoo o blues alimentando a esperança. alimentando a esperança. Mississipi, nos Estados Mississipi, Unidos,nos com Estados o algodão”, Unidos, compara com o Mendes, algodão”, compara Mendes, Umuma outro é manter outro vivo desafio é manter vivo uma das maiores referências uma das maiores de música referências na Bahia,de citando músicauma na Bahia, das citando dasdesafio Um o interesse por essa dos ejovens por essa e mais importantes contribuições mais importantes musicais contribuições dos EUA ao musicais mundo.dos EUAoaointeresse mundo. dos jovens outras modalidades de samba. modalidades Para de samba. Para O samba de roda, mesmo O samba sendo de roda, secular, mesmo continua sendoasecular, ser praticontinua a ser prati- outras Nicinha Dona Amaro, Nicinha 1949), (Santo Amaro, 1949), cado, especialmente cado, no interior especialmente da Bahia. noAinda interior assim, da Bahia. tem de AindaDona assim, tem de (Santo outra sambadeira tradicional sambadeira da tradicional da lutar para se manter. lutar Apesar para se domanter. samba de Apesar ser patrimônio do samba cultude ser patrimônio cultu- outra região, é a responsável, região,há é a38responsável, anos, há 38 anos, ral do país e do mundo, ral doainda país enão do mundo, foi reconhecido ainda não formalmenfoi reconhecido formalmensamba de rodapelo Raízes samba de Santo de roda Raízes de Santo te pelo próprio Estado te pelo baiano. próprio IssoEstado significa baiano. que, apesar Isso significa do queque,pelo apesar do que “alguns seAmaro, interessam, “alguns masse interessam, mas como Dona Dalva Damiana como Dona Amaro, Dalva Damiana já se conquistou, guardiãs já se conquistou, do sambaguardiãs do samba muitos preferem o axé, opreferem arrocha o axé, o arrocha enfrentam batalhas enfrentam diárias para batalhas garantir diárias a preservação para garantir de a preservação de muitos e oCachoeira, pagode”, oritmos e o hoje pagode”, mais ritmos po- hoje mais poalgo que pertence algo não só quea pertence elas, mas não a todos. só a elas, Em Cachoeira, mas a todos. o Em pulares na que Bahia. pulares É também na Bahia. a eles É também a eles Suerdieck ainda carece Suerdieck sim de ainda umacarece sede própria. sim de uma Da casa sedeque própria. Da casa o atual secretário o atual cultura secretário do da cultura do ocupa em aluguel ocupa graçasem a um aluguel convênio graças com a um a Prefeitura convênio de com aque Prefeitura de que da o músico Jorge Estado, Portugal, o músico Jorge Portugal, Cachoeira, a placa da Cachoeira, entrada da a placa casa da foientrada roubadada recentemente. casa foi roubadaEstado, recentemente.

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Reimes Cavalcante

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Rayane Marinheiro

Santo Amaro, de Santo fica aAmaro, matrizonde fica a matriz Roda Suerdieck, o mais Rodatradicional Suerdieck, do o mais Recôncavo, tradicional cujodo nome Recôncavo, ela decujo nome ela onde das Casas das da Casas região, do Samba “o da região, “o emprestou da fábrica emprestou de tabaco daonde fábrica trabalhou, de tabaco feito onde a mãe trabalhou, cha- feito a mãe do cha-Samba samba é tradicionalmente tradicionalmente comum comruteira, por 32 anos. ruteira, Foi suapor maneira 32 anos. deFoi manter sua maneira vivo aquilo de manter que vivo aquilo que samba é um portamento musical”. portamento Para entenmusical”. Para entendesde muito jovemdesde aprendeu muitoa jovem fazer –aprendeu “grudar uma a fazer palavra – “grudar na uma palavra na dê-lo em sua dê-loé em preciso sua origem, resé preciso resoutra e jogar em cima outra uma e jogar música” em cima para criar uma música” composições para criar que composições queorigem, gatar a sua configuração gatar a sua primeira, configuração primeira, nascem do dia-a-dia, nascem comodo mostra dia-a-dia, sua primeira como mostra canção: sua primeira canção: que deu origem a que todas deu asorigem demais:a todas as demais: o samba de roda,oque samba é declarado de roda, que é declarado “Venha cá como quiser, “Venha ô, jiló cá como quiser, ô, jiló patrimônio imaterial patrimônio nacionalimaterial pelo nacional pelo Como quiser venhaComo cá, ô, quiser jiló venha cá, ô, jiló Instituto do Patrimônio Instituto Histórico do Patrimônio e Histórico e Plantei jiló, não pegou Plantei jiló, não pegou Artístico Nacional Artístico (IPHAN) Nacional em 2004 (IPHAN) em 2004 A chuva caiu, rebentou A chuva caiu, rebentou e mundial, pela UNESCO, e mundial, em pela 2005.UNESCO, em 2005. Eu cortei miudinho,Eu cortei miudinho, Samba de roda não Samba de roda é o mesmo que não é o mesmo que botei na panela botei na panela uma roda de samba. uma Sua roda identidade de samba. Sua identidade Pensei que era jiló, Pensei que era jiló, reside na chula, uma reside espécie na chula, de canuma espécie de cannão é jiló, é berinjela.” não é jiló, é berinjela.” tiga de louvor à mulher tiga de e àlouvor belezaà femulher e à beleza fedeclamada com técnica declamada vocal com técnica vocal Não resta dúvida de Não queresta o berço dúvida do samba de que éo oberço Recôncavo, do samba a é minina o Recôncavo, a minina específica específicahomens, por cantadores homens, faixa de terra ao redor faixada de Baía terrade aoTodos redor os daSantos, Baía derepleta Todos os de Santos, repletapor de cantadores naa viola-machete e também na portuviola-machete portuépoca da Coroa que naPortuguesa época da Coroa chegouPortuguesa a e também chegou rios navegáveis, que riosnanavegáveis, guesa, incorporada à percussão incorporada afri- à percussão afriser responsável porser 5% responsável do PIB brasileiro por 5%–do graças PIB brasileiro às suas plan– graças às suas plan- guesa, cana. Da roda, cana. Dahomens roda, participam e homens e tações de açúcar e tações de tabaco de açúcar e também e deao tabaco intenso e também comércio aode intenso comércio departicipam mulheres: tradicionalmente, mulheres: tradicionalmente, utensílios que havia utensílios na região. que Láhavia existem, na região. ainda hoje, Lá existem, mais deaindatambém hoje, mais de também eles tocam os instrumentos eles tocam–osviola, instrumentos – viola, 250 quilombos. Segundo 250 quilombos. Roberto Mendes, Segundocantor Roberto e compositor Mendes, cantor e compositor

Rayane Marinheiro

Baba Pote e dona Nicinha: Baba Pote e dona Nicinha: candomblé e samba candomblé em Santo Amaro e samba em Santo Amaro

Reimes Cavalcante

A Casa do Samba de Santo A CasaAmaro do Samba da de Santo Amaro da Purificação, a principal Purificação, do Recôncavo a principal baianodo Recôncavo baiano

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manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: SEÇÃO Texto Imagem

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manchas

tempos idos

tempos idos Adoniran Barbosa assinou Adoniran canções Barbosa assinou canções que entraram para oque imaginário entraramnacional para o imaginário nacional

Uma breve Uma breve história história sobre sobre o peculiar o peculiar sambasamba paulista paulista

O O

s defensores de ums defensores estilo próprio de do umsamba estilo próprio e instrumentação, do samba ecomo instrumentação, “o maior peso como do batuque, “o maior peso do batuque, paulista sempre tiveram paulistacomo sempre basetiveram o enal-como feito base com o enalmuito surdo feito com e bumbo, muitoe surdo poucaemiudeza bumbo, e pouca miudeza tecimento da sua origem tecimento rural. da A sua zabumba origem rural. – pandeiro, A zabumba cuíca,–frigideira, pandeiro,chique-chique”. cuíca, frigideira, chique-chique”. usada por negros usada escravizados por negros paraescravizados marcar o compara marcar No entanto, o com- a existência No entanto, de um a existência samba tipicade um samba tipicapasso da música passo tornoudaconhecido música tornou o samba conhecido de mente o samba paulista de é mente controversa. paulista Não é controversa. é consensualNão é consensual bumbo, ritmo que bumbo, marcou ritmo o gênero que marcou de forma o gênero a nem de mesmo forma aentrenem alguns mesmo dos maiores entre alguns sambistas dos maiores sambistas servir de referência servir paradediferenciar referênciaopara samba diferenciar pau- de o samba São Paulo pau-o reconhecimento de São Paulo o de reconhecimento que há um es-de que há um eslista do carioca, aolista qualdo sempre carioca, foiao comparado. qual sempre foi comparado. tilo paulista que tilo diferencie paulistaeste quegênero diferencie musical este gênero musical Em depoimento Em ao documentário depoimento aoSamba documentário à das demais Samba regiões à dasdodemais País. regiões do País. Paulista, fragmentos Paulista, de uma fragmentos história de esquecida, uma história esquecida, lançado em 2007lançado por Gustavo em 2007 Mello, poro Gustavo sambistaMello, o sambista CONTROVÉRSIAS CONTROVÉRSIAS Geraldo Filme, um Geraldo dos ícones Filme,doum gênero dos ícones em Sãodo gênero em Sãoo pai Considerado Considerado do samba paulista, o pai do Adoniran samba paulista, Adoniran Paulo, afirmou categoricamente: Paulo, afirmou categoricamente: “Nosso samba “Nosso Barbosasamba foi justamente Barbosauma foi justamente figura contrária uma àfigura contrária à não tem nada a ver não com tem o samba nada a do verRio, comé otão samba dife- do classificação Rio, é tão dife-regional classificação do samba, regional afirmando do samba, que afirmando que rente em tudo, nos rente tipos emdetudo, manifestação nos tipos da de genmanifestação da paulista, gen- o carioca, o samba samba paulista, baiano, entre carioca, outros, baiano, entre outros, te, no andamento.te,Ono nosso andamento. vem mesmo O nosso daqueles vem mesmo daqueles seriam iguais. Para seriam ele, oiguais. que existia Para ele, era osimplesque existia era simplesbatuques, daquelas batuques, festas que daquelas eram festas dadas que aos eram dadas aos brasileiro. mente o samba mente o samba Outro importante brasileiro. Outro sam- importante samescravos quando escravos tinham boas quando colheitas tinham de boas café”.colheitas café”. que bistadepaulista bista nãopaulista demonstra que preocupação não demonstra preocupação Um dos grandes defensores Um dos grandes do samba defensores típico dedo samba de com com atípico segmentação regional a segmentação é Germano regional Mathias. é Germano Mathias. São Paulo é o cantor, São Paulo compositor, é o cantor, produtor compositor, e pes- produtor e pesAs controvérsias quanto As controvérsias à identidade quanto paulista à identidade do paulista do quisador musical quisador Osvaldo Barro, musical conhecido Osvaldo Barro, como conhecido comose devem samba muito sambaamuito transformações se devem aque transformações esse que esse Osvaldinho da Cuíca. Osvaldinho Para ele, odasamba Cuíca.paulista Para ele,tem o samba paulista tem sofreu gênero musical gêneropor musical contasofreu do desenvolvipor conta do desenvolvicaracterísticas próprias características quanto àpróprias estruturaquanto rítmicaà estrutura mentorítmica da grandemento São Paulo, da grande principalmente São Paulo,no principalmente no

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decorrer do séculodecorrer 20. Umado das século transformações 20. Uma das foitransformações TRANSFORMAÇÕES foi TRANSFORMAÇÕES o avanço da industrialização o avanço daque, industrialização pouco a pouco, que, pouco pouco, Além adas modificações Além das geográficas modificações dos antigos geográficas dos antigos restringiu os espaços restringiu que serviam os espaços de redutos que serviam do de redutos redutos do do samba, redutos pesquisadores do samba, apontam pesquisadores uma apontam uma samba nas grandes samba cidades, nas sobretudo grandes cidades, na capital, sobretudo na capital, significativa influência significativa do rádioinfluência nas características do rádio nas características que foi a mais afetada que foi pela a mais mudança. afetada pela mudança. do samba paulista, doespecialmente samba paulista, a partir especialmente do ano a partir do ano Ao defender que “o Aosamba defender paulista que “oé diferente samba paulista é diferente 1936, com a inauguração 1936, comdaa Rádio inauguração Nacional. da Rádio A Nacional. A do samba baiano do quesamba se instalou baiano naque cidade se instalou do Rio na emissora cidade dopassou Rio emissora a difundirpassou o samba a difundir carioca o por samba carioca por de Janeiro”, o dramaturgo de Janeiro”, Plínio o dramaturgo Marcos escreveu Plínio Marcos todo escreveu o Brasil, tornando-o todo o Brasil, uma tornando-o espécie de refeuma espécie de refeum artigo no jornal umFolha artigodenoSão jornal Paulo, Folha em de 13 de São Paulo, emnacional. 13 de Outro rência rênciaimpacto nacional. deveu-se Outro impacto à oficiali-deveu-se à oficialifevereiro de 1977, em fevereiro que destacou de 1977, os emprincipais que destacou re- oszação principais re- zação do carnaval paulistano do carnaval em 1968, paulistano o que levou em 1968, o que levou dutos do gênero nadutos “cidade do gênero da garoa” na–“cidade a grande daSão garoa” os – a tradicionais grande São cordões os tradicionais carnavalescos cordões da carnavalescos capital da capital Paulo – naquela época: PauloJardim – naquela da Luz, época: Barra Jardim Funda, da Luz, Barra Funda, paulista a seguirem paulista os padrões a seguirem dos desfiles os padrões do Rio. dos desfiles do Rio. Largo da Banana, Largo Praça da Marechal, Banana,Alameda Praça Marechal, Glete, Alameda Glete,com a historiadora De acordo De acordo com Ligiaa historiadora Nassif Conti,Ligia Nassif Conti, Bexiga, Rua Direita, Bexiga, PraçaRua da Sé, Direita, LargoPraça da Banana, da Sé, Largo queda fezBanana, sua tese deque doutorado fez sua tese na USP de doutorado (Universidade na USP (Universidade Barra Funda, Jardim Barra daFunda, luz e Praça Jardim dada Sé,luzlocais e Praça de da São Sé, Paulo) locais sobre de esta São Paulo) temática, sobre foiesta a partir temática, de foi a partir de em que, segundo em ele,que, “o crioulo segundo vindo ele,do “o interior crioulo vindo doque interior 1968 “as posições 1968contrárias que “as posições à padronização contrárias doà padronização do ia se instalando perto ia se instalando dos locais de perto trabalho”. dos locais O decarnaval trabalho”. O docarnaval diante modelodiante cariocadoe modelo os discursos carioca e os discursos desenvolvimento desenvolvimento econômico aqui no econômico Brasil descaaqui no Brasil descalamentosos da descaracterização lamentosos da descaracterização sofrida pelo car- sofrida pelo carracterizou vários racterizou desses locais, vários como desses o Largo locais, da como o Largo da tomaram naval paulista naval paulista forma”.tomaram Mais queforma”. isso, a Mais que isso, a Banana, por exemplo, Banana, quepor deuexemplo, lugar ao Memorial que deu lugarinauguração ao Memorialdo Sambódromo inauguração do do Sambódromo Anhembi, emdo Anhembi, em da América Latina. daEAmérica assim o Latina. samba foi E assim perdendo o samba1991, foi perdendo reforçou as1991, críticas reforçou dos antigos as críticas sambistas dos antigos sambistas seus antigos espaços. seus Oantigos que não espaços. quer dizer O que que não o quer que oestrutura pordizer ser “uma por serfechada “uma estrutura e com entrada fechada res-e com entrada resgênero foi esquecido. gênero Apenas foi esquecido. transformado. Apenas transformado. trita a um públicotrita pagante”. a um público pagante”.

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ALMA BOÊMIAALMA BOÊMIA

foto Gabrielle Celestino

foto Gabrielle Celestino

Identidade controversa Identidadedocontroversa ritmo em São do ritmo Pauloem nãoSão intimidou Paulo não intimidou seus talentosseus e nãotalentos o impediu e não de oseimpediu consolidar de se noconsolidar Brasil no Brasil TEXTO Antônio Rafael TEXTO Junior Antônio Rafael Junior

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sonho de bambasonho de bamba A atrizdesfilou Alessandra A atriz Alessandra Negrini peloNegrini desfilou pelo do2016 Baixo Augusta, em 2016 bloco Acadêmicos dobloco BaixoAcadêmicos Augusta, em

São Paulo São Paulo rasga rasga clichêsclichês para fazer para Carnaval fazer Carnaval virar uma virarfesta umade festa massa de massa Mais paulistanos Maisdecidem paulistanos ficar decidem na cidadeficar paranasercidade para ser folião nas ruasfolião e aposentam nas ruas fama e aposentam de mal-humorados fama de mal-humorados TEXTO André de Oliveira TEXTO André de Oliveira

P P

ara explicar o fenômeno ara explicar do ressurgimento o fenômeno doimaginário ressurgimento reto eimaginário correto doreto paulistano, e corretotalvez do paulistano, talvez do Carnaval de rua do Carnaval paulistano, devamos rua paulistano, fosse uma vamos coisa somente fosse uma imaginável coisa somente em Salvador, imaginável em Salvador, parafrasear um dos parafrasear mais simbólicos um dos emaislásimbólicos na Bahia. Próximo e lá na dado. Bahia. Este Próximo ano, nada dado. menos Este ano, nada menos icônicos sambistas icônicos da história sambistas do estado da história do Rio do do estado que do 355Rio blocos do seque cadastraram 355 blocospara se cadastraram a folia. para a folia. de Janeiro, o compositor de Janeiro, Nelson o compositor Sargento, que Nelson cos-Sargento, Para quem que cosgosta de Para estatísticas, quem gosta o número de estatísticas, repre- o número repretuma dizer assimtuma sobredizer o samba: assim“Osobre samba o samba: ago- “O senta samba um aumento ago- senta de 27% um de aumento bloquinhos de 27% a mais de bloquinhos a mais niza, mas não morre”. niza, Amas máxima não morre”. intacta,Ado máxima jeito intacta, em relação do jeito ao anoem passado. relaçãoE,aopor anofalar passado. em 2015 E, por falar em 2015 que está, também que valeestá, paratambém os paulistanos. vale para Sóos que paulistanos. e estatísticas, Só que 42% e estatísticas, do público escolheu 42% do público ficar in-escolheu ficar inpara explicar o Carnaval para explicar de ruaodaqui, Carnaval é melhor de rua daqui, tencionalmente é melhor em tencionalmente São Paulo no último em Sãocarnaval, Paulo no último carnaval, colocar a coisa desse colocar jeito: a coisa São Paulo desse agoniza, jeito: São Paulo segundo agoniza, pesquisasegundo feita pelapesquisa SPTuris.feita Isso pela tudoSPTuris. em Isso tudo em mas não morre. É mas o quenão vemos morre. cotidianamente É o que vemosnacotidianamente uma cidadena em que uma atécidade recentemente, em que até a tradição recentemente, a tradição Praça Roosevelt, no Praça Roosevelt, na data era viajarna para data o interior era viajar oupara buscar o interior folia ou buscar folia Minhocão, no Largo no Minhocão, da Batata,no Largo da Batata, comAberta. recifenses, com recifenses, e baianos.cariocas e baianos. nas hortas comunitárias, nas hortas na comunitárias, Paulista Aberta. na EPaulista E cariocas Depois dos números, Depoisvamos dos números, vamos às impressões. agora também noagora Carnaval. também A cidade no Carnaval. que se ideaA cidade que se ideaàs impressões. lizou sem pedestres lizou está sem sendo pedestres invadida estápor sendo eles.invadida eles. Se até por pouco tempo Se São até pouco Paulo passava tempo São os dias Paulo depassava os dias de Para deixar bem Para clarodeixar isso, obem Carnaval claro isso, de rua o Carnaval desolitária, rua Carnaval Carnaval acabrunhada, solitária, hoje acabrunhada, lança can- hoje lança canpaulistano está aí,paulistano surrupiando, estánem aí, surrupiando, que por uns nem que porespontânea uns didatura didatura à musa espontânea da festa. Pelo à musa quarto da festa. Pelo quarto dias, o espaço cinzento dias, odos espaço automóveis. cinzento dos automóveis. ano consecutivo ano desfilando consecutivo no Acadêmicos desfilando do no Acadêmicos do Vamos aos números. Vamos No aos finalnúmeros. de semana No préfinal de semana pré-– que, Baixo Augusta Baixo diga-se Augusta de passagem, – que, diga-se juntou de passagem, juntou -carnaval, 410.000-carnaval, pessoas foram 410.000 às ruas pessoas da cidade foram às 130 ruasmil da cidade pessoas –,130 a atriz mil pessoas paulistana –, aAlessandra atriz paulistana Alessandra com ou sem samba com no ou pé,sem fantasiadas samba no oupé, não, fantasiadas bê- Negrini ou não, bê- vestida desfilou Negrinidedesfilou noiva evestida monopolizou de noiva e monopolizou badas ou sóbrias,badas só para oufestejar sóbrias,o só mesmo. para festejar Veja otimelines. mesmo. Veja A fantasia timelines. foi uma A provocação fantasia foi contra uma provocação contra bem. Até bem poucos bem.anos Até bem atráspoucos pré-carnaval, anos atrás no pré-carnaval, no o conservadorismo, o conservadorismo, popular hoje entre popular políticos hoje entre políticos

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Santana, comlevanta Santana, ainda masoutro levanta ponto. ainda outro ponto. brasileiros que estão brasileiros loucosque paraestão aprovar loucos umparacom aprovar um mas “É importante “É importante que o poder lembrar público, que odepoder público, de retrógrado Estatuto retrógrado da Família. Estatuto Nada da mais Família. anti- Nada mais anti-lembrar para cá,dois também anos para encampou cá, também a festaencampou e a festa e -Carnaval. Além de -Carnaval. dar um Além recadodepara dar os umrecalrecadodois paraanos os recaldiálogo estabelecido com a sociedade diálogo com para a sociedade para tem estabelecido cados, Negrini estava cados, linda. Negrini Unanimidade estava linda. entre Unanimidade entre tem aconteça que tranquilidade”, ela aconteça com diz. tranquilidade”, diz. todos os gêneros.todos Já estáospraticamente gêneros. Já está eleita praticamente por que ela eleita por com Apesar Apesarque dosjá conflitos, acabaramque até já acabaram até aclamação popular aclamação como a melhor popularrainha como de a melhor barainha de dos ba- conflitos, comoanegócio Polícia Militar com ajogando Polícia bombas Militar jogando e distri- bombas e distriteria do Brasil. E ainda teria do deuBrasil. um recado: E aindao deu negócio um recado: buindocom cacetadas em foliões, cacetadas a Prefeitura em foliões, de São a Prefeitura de São dela não é desfile no delaAnhembi não é desfile ou Sapucaí no Anhembi com osou Sapucaí os buindo tem tentado Paulo organizar tem tentado o festejo organizar fazendoo festejo fazendo famosos. “A vibe do famosos. bloco é “A outra. vibeÉdo a diversidade, bloco é outra. ÉPaulo a diversidade, com quemais”, os diascom sejam quetranquilos os dias sejam – mastranquilos sem – mas sem é ser feliz, ocupar éasser ruas. feliz, Isso ocupar me interessa as ruas. mais”, Isso me interessa estragar a festa –estragar para todos. a festa No–site para Carnaval todos. No site Carnaval disse em reportagem disse aoem UOL. reportagem ao UOL. de história Rua, é possível Rua, é possível informações encontrar sobre informações sobre Para o músico e Para pesquisador o músico pesquisador daehistória do da do deencontrar blocos e medidasblocos que serão e medidas tomadas quepara serãoostomadas para os samba, Chico Santana, samba, o movimento Chico Santana, do carnaval o movimento do carnaval dias de festa. Se adias única de máscara festa. Se que a única São máscara Paulo que São Paulo de rua, surgido nos de últimos rua, surgido 5 anos, noséúltimos explicado 5 anos, é explicado nos últimos anosnos foi últimos a de mal-humorada, anos foi a de mal-humorada, por dois pontos. por “Primeiro, dois pontos. é uma “Primeiro, demanda da é umausou demanda da usou o carnaval carnaval de rua,ocada vez maior, de rua,mostra cada vez quemaior, as mostra que as cidade pela ocupação cidade do pela espaço ocupação públicodo que espaço vem público que vem já mudaram. A carioca já mudaram. LeandraA Leal, carioca queLeandra Leal, que sendo cada vez mais sendo utilizado cada vez e isso mais se utilizado refletiu no e issocoisas se refletiu no coisas desafiou todos os desafiou estereótipos todos ao os sair estereótipos do Rio ao sair do Rio Carnaval. Segundo, Carnaval. é um resgate Segundo, de um é um espírito resgate de um espírito de Janeiro no triopara elétrico subir do noBaixa trio elétrico do Baixa carnavalesco maiscarnavalesco puro de descontração, mais puro de de descontração, es- de Janeiro de para es- subir Augusta ao ladoAugusta de Alessandra ao lado Negrini, de Alessandra não Negrini, não pontaneidade, de fuga pontaneidade, do carnavaldemercantilizado fuga do carnaval mercantilizado deixoua dúvidas queda dessa sobremáscara a queda dessa máscara dos abadás e das escolas dos abadás de samba. e das É escolas sair para de samba. a rua Édeixou sair paradúvidas a rua sobre carrancuda: “É lindo carrancuda: São Paulo“Éaceitar lindo São o caos Paulo do aceitar o caos do para brincar”, comenta. para brincar”, André Santos, comenta. historiador André Santos, historiador Carnaval, aceitar Carnaval, essa loucura”. aceitar essa loucura”. que também trata que dotambém assunto,trata concorda do assunto, 100% concorda 100%

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o mundo é um moinho o mundo é um moinho Projeto África ao Samba, Projeto África ao Samba, no Museu Afro Brasilno Museu Afro Brasil

Projeto Projeto socialsocial usa samba usa samba para para tratartratar transtornos transtornos psiquiátricos psiquiátricos As vantagens As dovantagens samba invadem do samba o vasto invadem campoo vasto campo da psicologia da e trazem psicologia grandes e trazem benefícios grandes à sociedade benefícios à sociedade TEXTO Georges Ribeiro TEXTO Georges Ribeiro

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Eixo4_Alguém me avisou.indd Eixo4_Alguém 114-115 me avisou.indd 114-115

foto Teresa Teixeira

os participantes participantes plenamente a trabalharem suas plenamente suas riado pelo Núcleoriado de Educação pelo Núcleo do Museu de Educação do Museu aostrabalharem elaborações, elaborações,e representações suas significações, e suas significações, no ano de 2014, o no projeto ano de África 2014, aooSamba, projeto África ao Samba,representações contribuindo contribuindo de na suapromoção saúde mental. de sua saúde mental. por meio de análises por meio das influências de análisesafridas influências afri-na promoção resultados Os projeto resultados social desse temprojeto sido muito social tem sido muito canas no samba canas brasileiro, no samba atendebrasileiro, pessoas com atende Os pessoas com desse satisfatórios satisfatórios diz respeito no que a socialização diz respeito a socialização transtornos psíquicos transtornos dos maispsíquicos variadosdos níveis. mais variados níveis. no que pacientes dos pacientes destaca atendidos”, o assistente destaca de o assistente de Inclusão, respeitoInclusão, e dignidade respeito são algumas e dignidade das sãodos algumas das atendidos”, coordenação coordenação de educação do núcleo do museu, de educação do museu, ideias que norteiam ideias a missão que norteiam do Museua Afro missão Brasil. do Museu Afro Brasil.do núcleo Márcio Farias. Márcio percepção Farias.também “Esta percepção é sentidatambém é sentida O projeto África ao O Samba, projeto África a partiraodaSamba, análiseadas partir da análise das “Esta pelos próprios pelos próprios do projeto”, participantes reveladoa projeto”, revela a influências africanas influências no samba africanas brasileiro, no samba atende brasileiro, atende participantes Felippe.Madalena “Minha autoestima Felippe. “Minha foi autoestima foi pessoas com transtornos pessoas psíquicos com transtornos em seuspsíquicos mais usuária em seusMadalena mais usuária pra cima. Não tenho lá pramais cima.vergonha Não tenho demais ser atraívergonha de ser atraívariados níveis, afim variados de promover níveis, afim a reintegração de promover aláreintegração pelo som dos tambores, da pelo som sejados portambores, diversão, seja compor diversão, com social de seu público socialpor de meio seu público de oficinas por meio que dedaoficinas que samba, ou opeloosom samba, dos ou atabaques, pelo somdados religião, atabaques, da religião, analisam a história analisam social do a história samba, tendo social todo do samba, o otendo todo candomblé. umbanda,Agora do candomblé. eu sou uma Agora eu sou uma acervo e as exposições acervotemporárias e as exposições da instituição temporárias da da umbanda, instituição do da mistura de tudo isso”, mistura afirma de tudo contentemente. isso”, afirma contentemente. como eixos organizadores como eixos dasorganizadores atividades. das atividades. Segundoter o MuseuSegundo Afro Brasil, o Museu nos quatro Afro Brasil, anos nos quatro anos “Este projeto possibilita “Este projeto aos participantes possibilita aos ter participantes de sua existência, sua de existência, 40 pessoas cerca atendidas de 40 pessoas atendidas condições de se apropriar condições dede seus se apropriar territóriosde e que seus territórios e que decerca saúde unidades mental de do saúde município mental de do município de possam ter acessopossam ilimitado terao acesso que por ilimitado ele é oferao que por por unidades ele é ofer-de por São atendidos Paulo, tais como São Paulo, as unidades tais como do Centro as unidades de do Centro de tado. Ainda que alguns tado. Ainda dos beneficiados que algunsatendidos dos beneficiados Atenção Psicossocial Atenção – Itaim, Psicossocial Butantã e– Sé Itaim, – e do Butantã e Sé – e do estejam acometidos estejam por graves acometidos comprometimentos por graves comprometimentos Centro de Convivência CentroCooperativa de Convivência – Previdência Cooperativa – Previdência mentais, a experiência mentais, do projeto a experiência África ao doSamba projeto África ao Samba –, já epassaram Ibirapuera pelo –, já projeto passaram e a maiopelo projeto e a maiotem um agudo potencial tem um educativo agudo potencial e terapêutico, educativo eeIbirapuera terapêutico, ria apresentou ria apresentou muito resultados positivos. muito positivos. uma vez que as todas umaas vezvisitas que as e diálogos todas as visitas ajudame diálogos ajudam resultados roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: ENTREVISTA Texto Imagem

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manchas

DESDE QUE O SAMBA DESDE É SAMBA QUE O SAMBA É SAMBA

fica mais um pouco, fica amor mais um pouco, amor Paulinho da Viola emPaulinho da Viola em sua casa, no Rio de Janeiro sua casa, no Rio de Janeiro

Paulinho Paulinho da Viola: da Viola: “O samba “O samba não acabou não acabou só só porqueporque o povoonão povodeixou” não deixou” O nomeado músico O nomeado de 74 anos músico faladesobre 74 anos o centenário fala sobre o centenário do samba, o carnaval do samba, moderno o carnaval e a crise moderno atual brasileira e a crise atual brasileira TEXTO María Martín TEXTO María Martín

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foto André Leite Rocha

foto André Leite Rocha

P P

É difícil arrancar dele É difícil uma crítica arrancar e fácil deledemais uma crítica e fácil demais aulo César Batista de aulo Faria César (RioBatista de Janeiro, de Faria (Rio de Janeiro, ouvir elogios a quem ouvir o acompanhou elogios a quem emosuas acompanhou anem suas an1942) não faz nada1942) com não pressa. faz nada Um múcom pressa. Um múPaulinho danças. Viola Paulinho tem hoje,da aoViola todo,tem 53 hoje, ao todo, 53 sico que demorousico maisque dedemorou 15 anos na mais danças. de 15 anos na da anos de carreira. anosplano de carreira. hoje, além Seu de plano contihoje, além de conticonclusão de uma conclusão letra não vê deinconveniente uma letra nãoem vê inconveniente em Seu nuar com esporádicos, alguns shows é lançar esporádicos, um é lançar um se estender mais de se15 estender minutosmais em cada de 15uma minutos das emnuar cadacom umaalguns das shows novo. em Ele não disco sabenovo. quando, Ele não não sabe sabe quando, com não sabe com perguntas desta entrevista. perguntas Assim, desta oentrevista. encontro,Assim, em disco o encontro, quais músicas, quais nãomúsicas, se importa. masTrabalhará, não se importa. Trabalhará, um dia chuvoso naum suadia casa chuvoso da zona naoeste sua casa do Rio da zona oeste do Rio mas escreverá, reescreverá, escreverá, gravará reescreverá, e regravará… gravará Ele e regravará… Ele de Janeiro, dura cerca de Janeiro, de quatro durahoras cercacorridas. de quatro horas corridas. tem não tem dia pressa. ficará pronto”. “Algum dia ficará pronto”. “Eu falo muito, vou“Eu emendando falo muito, uma voucoisa emendando na outraumanão coisa napressa. outra “Algum e eu não sei sintetizar”, e eu não diz sorrindo. sei sintetizar”, diz sorrindo. A conversa começa A noconversa que foi sua começa oficina node que marfoi suaOoficina marsambadefaz seu primeiro O sambacentenário faz seu primeiro há pouco. centenário há pouco. cenaria, onde Paulinho cenaria, restaurava onde Paulinho violões, restaurava móveis violões, móveis você Que referências Queconsidera referências serem, vocêdigamos, considera serem, digamos, talhados e até tacostalhados de sinuca. e até A tacos madeira de sinuca. é, juntoA madeira é, junto nessa indispensáveis indispensáveis comemoração? nessa comemoração? com a música e a mecânica, com a música uma paixão e a mecânica, muito antiga. uma paixão antiga. Namuito letra de Bebadosamba Na letrafalo de de Bebadosamba muitas delas, falo mas de muitas delas, mas Hoje, aquele esconderijo Hoje, onde aquele osesconderijo pregos se guardam onde os pregos se guardam eu falo aí dos nomes eu mais falo aítradicionais, dos nomes ligados mais tradicionais, às ligados às em caixas de charutos em está caixas ocupado de charutos por trastes está ocupado que escolas, por trastes queescolha é uma escolas, bemé pessoal. uma escolha Tem obem Donga, pessoal. Tem o Donga, a família foi deixando a família por lá.foiHádeixando cerca depor umlá. ano Há cerca de Silva, um ano Ismael Noel Rosa, Ismael o próprio Silva, Noel AryRosa, Barroso, o próprio que Ary Barroso, que que as ferramentas,que algumas as ferramentas, com mais de algumas cem anos, com mais de cem eu não citoanos, na música, eu não Paulo citodanaPortela, música, que Paulo foi funda Portela, que foi funnão saem dos seus estojos não saem de couro dos seus nordestino, estojos demas couro nordestino, mas Cartola, dador da Portela, dador daNelson Portela, Cavaquinho, Cartola, Nelson Zé Cavaquinho, Zé Paulinho promete limpar Paulinho tudo promete aquilo limpar e retomar tudoosaquilo e retomar Kéti, esse eraosgrande… Kéti, Elton esse era Medeiros, grande…Candeia... Elton Medeiros, Candeia... trabalhos atrasados. trabalhos Ele precisa, atrasados. confessa. Ele “Eu precisa, po- confessa. “Eu poOlha, é muito difícil.Olha, Wilson é muito Batista, difícil. Geraldo Wilson Pereira, Batista, Geraldo Pereira, deria ter sido marceneiro, deria terou sido talvez marceneiro, um bancário ou talvez um bancário Monsueto Menezes, Monsueto Dona Ivone Menezes, Lara…Dona E muitos Ivone Lara… E muitos aposentado. Mas não aposentado. deixaria deMas tocar não violão”, deixaria diz.de tocar violão”, outros quediz. fogem da outros minha que memória fogem da agora. minha memória agora.

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Todas as fotografias contidas dentro do formato editorial “entrevista” são apresentadas em preto e branco

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Beth Carvalho, 71, autora Beth Carvalho, de obras como 71, autora O Show de obras como O Show tem que continuar e tem Camarão que continuar que dorme e Camarão a onda leva que dorme a onda leva

Beth Carvalho: Beth Carvalho: “O samba “O samba é do povo, é do povo, que sofre, que sofre, que sabe que sabe o que éo aque fome” é a fome” Cantora relembra Cantora os tempos relembra em os quetempos o ritmoem eraque o ritmo era desprezado pordesprezado gravadoraspor porgravadoras ser muito popular por ser muito popular TEXTO María Martín TEXTO María Martín

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foto Creuza Costa

foto Creuza Costa

D D

as grandes janelas de as grandes seu apartamento, janelas deem seu apartamento, O que você comemorou em O queno você diacomemorou em que o samba no dia em que o samba um condomínio deum altocondomínio padrão na Zona de alto Sulpadrão na ZonaoSul completou aniversário completou dos seus o aniversário 100 anos?dos seus 100 anos? do Rio, Beth Carvalho do –Rio, RioBeth de Janeiro, Carvalho 1946 – Rio de Janeiro, 1946 Comemorei os 100Comemorei anos do samba os 100 e os anos 50,do agora samba e os 50, agora – vê seus vizinhos –baterem vê seuspanelas vizinhostoda baterem vez que panelas o 52, toda que carreira. o 52, Houve davez minha da minha uma carreira. evolução Houve grande, uma evolução grande, ex-presidente Lula ex-presidente ou Dilma Rousseff Lula ou aparecem Dilma Rousseff na sobretudo. aparecemAna gravação sobretudo. ficou muito A gravação melhor. ficou Antes, muito melhor. Antes, televisão. Um deles, televisão. conta a Um cantora, deles,a conta incomoda a cantora, a incomoda o som do samba era o som maldo gravado, samba tecnicamente era mal gravado, tecnicamente especialmente porque, especialmente durante o panelaço, porque, durante olha nao panelaço, na falando. falando.olha As gravadoras pensavam As gravadoras que era pensavam simples- que era simplessua direção. Ela dá risada, sua direção. mas uma Ela dá sombra risada,demas preouma sombra de preomente botar um bando mente de botar negrosum lá dentro bando de e diziam: negros lá dentro e diziam: cupação e tristeza ronda cupação toda e tristeza a entrevista. rondaSentada toda a entrevista. Sentada “vamos lá, batuca aí”. “vamos Aquelas lá, batuca pessoas aí”.não Aquelas tinhampessoas não tinham em uma cadeira de em rodas uma – ela cadeira aindadeserodas recupera – elade aindanoção se recupera de quedevocê noção tem que deter queum você microfone tem quepara ter um microfone para um grave problemaum de saúde grave problema na colunade após saúde passar na coluna apóstem passar o surdo, que tero um surdo, microfone tem quepara ter um o tam microfone tam, para o tam tam, um ano no hospitalum – Beth anocria no hospital longos silêncios – Beth cria após longospara silêncios após entendeu? cada coisa, para cadaAcoisa, coisa entendeu? era mal tratada A coisa era mal tratada suas respostas e uma suas frase respostas rompe vários e umadeles: frase rompe “Essa vários deles: “Essa Elas pelas gravadoras. pelas não gravadoras. entendiamElas o samba. não entendiam Eu, o samba. Eu, coisa com Lula estácoisa me preocupando”. com Lula está me preocupando”. Martinho da Vila, Martinho nossos produtores, da Vila, nossos os técnicos, produtores, os técnicos, Três dias depois da Três Polícia dias Federal depois da levar Polícia o ex-Federal levar o ex- fomos fomos responsáveis por essa responsáveis melhora. por essa melhora. -presidente para depor, -presidente Beth para conversou depor, com Beth aconversou com a RODA, quando criticou RODA, aquando operação, criticou chamou a operação, as Faltava chamou as Faltava profissionalização profissionalização das produtoras das produtoras pessoas à luta e alertou pessoas paraàsupostas luta e alertou conspirações para supostas ouconspirações havia um certoou desprezo havia um pelo certo samba? desprezo pelo samba? dos Estados Unidos. dosAEstados conversa Unidos. central, A porém, conversa central, Tinham porém, desprezo Tinham também.desprezo Natural. também. Como tudo Natural. Como tudo foi sobre o samba, ofoiritmo sobreque o samba, levou uma o ritmo dasque suaslevouo uma suas é alvo que édas popular o quedeé desprezo. popular é Mas alvo tiveram de desprezo. Mas tiveram músicas até Marte.músicas Uma engenheira até Marte.na Uma Nasa engenheira pro- quenaengolir, Nasa protiveram queque engolir, nos engolir, tiveramporque que nos nós engolir, porque nós gramou acordar umgramou robô deacordar uma sonda um robô comde a múuma sonda com a mú- muito fomos, durante fomos, tempo, durante os tentáculos muito tempo, das os tentáculos das sica Coisinha do Pai, sica deCoisinha Beth Carvalho, do Pai,em de Beth 1997. Carvalho, em 1997. Podia gravadoras. gravadoras. ter disco de Podia elite, que ter disco não de elite, que não

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pela luz dos olhos pela teus luz dos olhos teus Martinho José Ferreira, Martinho conhecido José Ferreira, conhecido popularmente como popularmente Martinho da Vila como Martinho da Vila

Martinho Martinho da Vila: da Vila: “O samba “O samba vive um vive momento um momento forte, forte, avançado avançado e merecido” e merecido” Sambista defende Sambista que Odefende Samba, que de Georges O Samba, Gachot, de Georges Gachot, é um filme para é um brasileiro filme para ver. Em brasileiro entrevista ver. exclusiva, Em entrevista exclusiva, fala da atual fase falaforte da atual do samba fase forte e discute do samba política e discute política TEXTO João Carraro TEXTO João Carraro

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foto Joanna D’Ávila

foto Joanna D’Ávila

M M

artinho José Ferreira, artinho maisJosé conhecido Ferreira, mais Soube conhecido que, no começo, Soubevocê que,não no foi começo, com avocê ideianão foi com a ideia como Martinho da Vila, comoa quem Martinho o samba da Vila, ade quem fazero samba o filme, mas de fazer terminou o filme, topando mas terminou e, no topando e, no ensinou tantas lições, ensinou destaca tantas no lições, do- fim, destaca no dogostou do resultado. fim, gostou O que dooresultado. preocupava? O que o preocupava? cumentário O Samba, cumentário exibido Odurante Samba,o exibido Festival durante o Festival É verdade, eu resisti, É verdade, mas apenas eu resisti, porquemas eu estava apenas porque eu estava de cinema do Rio, uma de cinema das mais do Rio, importantes: uma das mais “Os importantes: “Os com a agenda complicada, com a agenda mas aí complicada, o diretor memas disseaí o diretor me disse verdadeiros revolucionários verdadeiros sãorevolucionários otimistas”. E logo são otimistas”. E logo que eu não precisava quefazer eu não nada, precisava que elefazer só ianada, me que ele só ia me entoa para o diretor entoa francês paraGeorges o diretorGachot, francêsque Georges Gachot, que momentos seguir em alguns seguir em alguns do meumomentos cotidiano. do E meu cotidiano. E o seguiu com a câmera o seguiu paracom adentrar a câmera os bastidores para adentrar os bastidores assim foi. Eu apareço assim muito, foi. né? Eu apareço muito, né? da escola Unidos de da Vila escola Isabel, Unidos os versos de ViladeIsabel, sua os versos de sua canção mais gravada canção dentro mais e fora gravada do Brasil, dentro Canta, e fora do Canta, NaBrasil, verdade, não achamos Na verdade, que aparece não achamos tanto.que aparece tanto. canta, minha gente,canta, marcando minha cadência gente, marcando e exibindocadência exibindo Mas evocê é quem guia Mas ovocê espectador. é quem guia o espectador. o sorriso que ele julga o sorriso ideais que paraele cantá-la. julga ideais para cantá-la. Essa era a intenção. Essa Tem eragente a intenção. falandoTem que gente é um falando que é um Por telefone, a provavelmente Por telefone, jáa cansada provavelmente de filme já cansada de ver, para gringo filme mas para muito gringo pelover, contrário! mas muito pelo contrário! uma vida de entrevistas uma vida no rastro de entrevistas de tantasnocomrastro de tantas composições bem-sucedidas posições e inconfundível bem-sucedidasvoz e inconfundível do O que todo voz mundo do Oespera? que todo mundo espera? sambista Martinhosambista da Vila passeia Martinho pelos da Vila maispasseia va- Um pelos maisdevashow samba. Um Aquela show de coisa samba. comAquela rainhascoisa com rainhas riados temas, do filme riados à política temas, do no filme Brasil,àpassanpolítica node Brasil, passanbateria, mulatas. deEbateria, o que omulatas. filme entrega E o que é um o filme entrega é um do pelos 100 anos do quepelos o samba 100 anos completa que ono samba ano completa ano mas show denosamba, show com de um samba, tamborim mas com e uma um tamborim e uma que vem. O único que desgosto vem. O deúnico Martinho, desgosto apesar de Martinho, apesar voz. É outro tipo devoz. show. É outro A história tipo decomeça show. A com história começa com de a conversa acontecer de a conversa em uma acontecer segunda-feira em uma de segunda-feira de alegorias alegorias cobertas, rumo à Sapucaí, cobertas, e termina rumo à Sapucaí, não e termina não manhã, parece ser manhã, a falta de parece ideologia ser acom faltaque de ideologia se comcom se dacom umaque rainha bateria, uma mas rainha simdacom bateria, uma mas se- sim com uma sefaz política no país.fazMas política o tema nonão país.o Mas impede o tema de não o impede de É nhora sambando. nhora algo sambando. para se pensar. É algo Porpara isso,se pensar. Por isso, dar risada. Nem o cansaço, dar risada. nem Nem a segunda-feira. o cansaço, nem a segunda-feira. digo que é um filmedigo para que brasileiro é um filme ver.para brasileiro ver. roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

Ocupação textual da mancha de entrevista. Duas colunas uniformes com quatro módulos

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manchas

fica mais um pouco, fica amor mais um pouco, amor

parece a minimiza. pareceOque queaéminimiza. a saudade? O que é a saudade? Acho que a gente vive Achouma que situação a gente vive muito uma difícil. situação muitoque difícil. Existe uma luta política Existeeuma muita luta desinformação política e muita da desinformação A memória éda muitoAimportante memória é para muito mim, importante tem um para mim, tem um nossa parte. Mas pela nossa primeira parte. Mas vez você pela tem primeira uma vezpeso vocêmuito tem uma grande.peso Ele me muito perguntou grande. sobre Ele mea perguntou sausobre a saudiscussão aberta sobre discussão uma questão aberta sobre muitouma antiga questão e dade muito antiga e “Eudade e eu disse: nãoesinto eu disse: saudade”. “Eu não Issosinto ficousaudade”. Isso ficou que não é só daqui que que não é a corrupção. é só daqui É que algo é amuito corrupção. algo muito noÉfilme e eu estava noandando filme e eu uma estava vez andando na cidadeuma vez na cidade sério, mais que qualquer sério, mais outraque coisa, qualquer eu acho. outra Eu coisa, eu acho. Eu me eparou e uma senhora uma senhora e me disse: me“Como parou eé me quedisse: “Como é que tento acompanhar tento de alguns acompanhar jornais, tento de alguns discutir jornais, tento discutir você pode dizer uma vocêcoisa podedessas? dizer uma Eu acabei coisa dessas? de Eu acabei de com meus filhos, meus com amigos, meus filhos, mas meus eu acho amigos, que é masperder eu acho quepessoa, é perder uma você uma não sabe pessoa, o que você isso não sigsabe o que isso siguma areia muito grande uma areia para muito o meugrande caminhão. paraEu o meunifica caminhão. Eu Enifica para mim”. ela disse paraisso mim”. comElágrimas ela dissenos isso com lágrimas nos não sei como vai senão desenvolver sei como tudo vai seisso. desenvolver tudo isso. A única resposta olhos. olhos. que A única eu tive resposta foi abraçá-la que eu tive foi abraçá-la [os olhos de Paulinho [os se olhos avermelham] de Paulinho e comecei se avermelham] a e comecei a chorar com ela. Quando chorarfalo comisso ela.fico Quando emocionado. falo isso fico emocionado. Há algo que ultimamente Há algo que lhe ultimamente indignou, lhe indignou, Mas o que eu queriaMas dizer o que é que eutalvez queriaeu dizer nãoésinta que talvez eu não sinta como um possívelcomo aumento um possível de impostos? aumento de impostos? essaNessa saudade, se eu saudade, quisessecomo voltar seno eutempo, quisesse voltar no tempo, Olha, se essa é a Olha, melhorseproposta… essa é a melhor Nessa hora proposta… horacomoessa porque para mim é porque como separa tudomim estivesse é como presente. se tudo estivesse presente. em que as pessoas em nãoque têmascondições pessoas não de comprar têm condições de comprar Quando falo doQuando Paulo daeuPortela falo doé Paulo como da se ele Portela é como se ele nada… De repente uma nada… ação Deda repente Petrobras umavale ação cinco da Petrobras valeeu cinco estivesse aqui, quando estivesse eu falo aqui, do Pixinguinha, quando eu falo quedo Pixinguinha, que reais, a maior companhia reais, a do maior país.companhia Qual é o signifido país. Qual é o signifié a coisa que eu mais é agosto coisade queouvir eu mais na minha gosto vida, de ouvir na minha vida, cado disso? Tem muita cadogente disso?que Tem investiu muita dinheiro gente que investiu dinheiro está aqui. aZé Kéti, ele está que aqui. é adoração, Zé Kéti,é como que é adoração, se é como se aí, pequenos investidores aí, pequenos que foram investidores estimulados que foram a ele estimulados estivesse eu falo aqui. daQuando minha avó, eu falo queda minha avó, que isso. O que você vaiisso. dizerOpara que você essasvai pessoas? dizer para essasestivesse pessoas? aqui. Quando amo, minha mãe, meu amo, pai, minha eu não mãe, sinto meu a falta pai, deles, eu não sinto a falta deles, é como se eles porque estivessem é comoaqui. se eles Euestivessem acho que aqui. Eu acho que Se decepcionou com Se estes decepcionou últimoscom governos? estes últimosporque governos? talvezsofro seja menos, um mecanismo talvez seja de um defesa mecanismo de defesa Sim, estou um pouco Sim,decepcionado. estou um pouco Masdecepcionado. de uma sofro Masmenos, de uma que eu criei, eu nãoque sei.euMeu criei, passado eu nãoései. muito Meuprepassado é muito premaneira geral, é difícil maneira ficargeral, entusiasmado é difícil ficar nesses entusiasmado nesses sente, não. mas isso nãosente, quer dizer mas isso que não eu seguro quer dizer ele. que eu seguro ele. tempos. Mas eu não tempos. gosto de Mas falar eu disso, não gosto não.de falar disso,

foto Kristine Rocha

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foto Natália Andrade

Não tinha sambódromo, Não tinha haviasambódromo, pequenas arquibanhavia pequenas arquiban“Acende uma chama “Acende uma chama cadas, o povo invadia cadas, o desfile, o povo não invadia havia o desfile, como não havia como É o som de um samba É o som de um samba controlar controlar eu adorava. isso. Principalmente Mas eu adorava. Principalmente Que chega nas ondas Quedachega noitenas praondas mim da noite pra mim isso. Mas porque a batucada,porque era outra a batucada, batucada.era outra batucada. Dizendo que a história Dizendo nos ensina que a história nos ensina A forma de tocar mudou A formamuito. de tocar Cada mudou bateria muito. Cada bateria E um amor assim ninguém E um amor domina.” assim ninguém domina.” tinha um som diferente, tinha um você som poderia diferente, diferenciar você poderia diferenciar as ninguém escolas pela as escolas como pela tocavam forma oscomo instrutocavam os instruEssa frase, “que um Essa amor frase, assim “queninguém um amor doassim do- forma mentos. como não mentos. havia E essa como quantidade não haviadeessa es- quantidade de esmina”, tinha um significado mina”, tinha naum época significado que vocêna época queE você colas, censurar ficavam um tempo colas, ficavam enormeum desfilando. tempo enorme Mas desfilando. Mas não quer saber, mas não eles quernão saber, podiam mas censurar eles não podiam a medida foram quecrescendo as escolaseforam sofis- crescendo e sofisisso. [Paulinho continua isso. [Paulinho cantando]. continua cantando].a medida que as escolas ticando seus enredos ticando e aprimorando seus enredos suas e aprimorando fantasuas fantasiasmudou é claroeque o andamento tudo mudou acee o andamento ace“Se há um tempo de“Se amargura há um tempo de amargura sias é claro que tudo lerou. Pensava-se que lerou. ficava Pensava-se mais vibrante. que ficava Você mais vibrante. Você Pode haver a desventura Pode haver a desventura pode acelerar, maspode tem acelerar, que ter um maslimite. tem que Nesse ter um limite. Nesse De um samba sem calor De um samba sem calor andamento que asandamento escolas fazem quehoje, as escolas reparefazem no hoje, repare no Mas nada se conserva Maseternamente nada se conserva eternamente tamborim tocando:tamborim ele não faz tocando: mais a síncopa ele não faz do mais a síncopa do Depois a gente se vêDepois amor.”a gente se vê amor.” samba. Antes nãosamba. era qualquer Antes não pessoa eraque qualquer saía pessoa que saía tocando um instrumento, tocandosaíam um instrumento, os melhores.saíam Isso os melhores. Isso Essa música tinha um Essasignificado, música tinha nãoum precisava significado, não precisava dava um balanço dava samba um balanço que nãono existe samba mais. que não existe mais. falar diretamente de falar nada, diretamente estava aí. de Inúmeros nada, estava ar- aí. Inúmeros ar- no O fato das escola se O verem fato das obrigadas escola seaverem passarobrigadas em a passar em tistas fizeram isso para tistasdriblar fizeram a censura. isso para driblar a censura. um tempo cronometrado, um tempo vercronometrado, as pessoas correnver as pessoas corrense empurrandodo, inclusive se empurrando para nãoinclusive serem pepara não serem peO que acha do Carnaval O quede acha hoje? do Carnaval É muito de hoje? Édo, muito nalizadas, isso nãonalizadas, é desfile. isso não é desfile. diferente daquelesdiferente em que você daqueles participava? em que você participava? Ao mesmo Aosambas mesmochamados tempo, os sambas samba chamados samba Essa história é também Essa história longa. Na é também década de longa. 1970Na década de 1970tempo, os de terreiro são sambas ou de quadra que atésão hoje sambas que até hoje eu ainda saía na Portela eu ainda e começamos saía na Portela a notar e começamos que de terreiro a notar ou quede quadra cantados pelas pessoas são cantados e gravados pelas pelos pessoas artistas, e gravados pelos artistas, algumas escolas apresentavam algumas escolas uns apresentavam sambas mais unssão sambas mais enquanto os sambas enquanto de enredo, os sambas com algumas de enredo, ex- com algumas excurtos e mais rápidos, curtos mais e mais vibrantes. rápidos, Asmais escolas vibrantes. As escolas até descartáveis. ceções, são até descartáveis. enfrentavam algunsenfrentavam problemas, entre alguns eles problemas, de espaço.entreceções, eles desão espaço.

foto Natália Andrade

Paulinho da Viola emPaulinho da Viola em sua casa, no Rio de Janeiro sua casa, no Rio de Janeiro

foto Kristine Rocha

Paulinho da Viola e Canhoto Paulinho da Viola e Canhoto da Paraiba no Pixinguinha da Paraiba de 1978 no Pixinguinha de 1978

O Carnaval deste ano O Carnaval está cheio deste de marchinhas ano está cheio deNo marchinhas documentário No sobre documentário a sua vida, de sobre Zuenir a sua vida, de Zuenir sobre a crise econômica sobre ea política. crise econômica Se tivesse e política. que Ventura, Se tivessea que saudade Ventura, é um tema a saudade recorrente. é um Às tema recorrente. Às compor uma letra compor crítica hoje, umasobre letra crítica o que seria? hoje, sobre vezes o que parece seria?que você vezesfoge parece dela, queàsvocê vezesfoge dela, às vezes

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não deixe o samba morrer Grazzi Brasil irá cantar no Paraíso do Tuiuti em 2018

Você participou dos programas Astros, do SBT, e Ídolos, da Record. Como foram essas participações e que impacto tiveram em sua carreira? Em 2008, participei do reality Astros e também do Ídolos. No Astros, eu fiquei entre os nove finalistas, mas não ganhei, infelizmente. Depois foi a vez do Ídolos e, de 30 mil pessoas, fiquei entre as 15 melhores. Em 2010, participei do Ídolos de novo e, de 43 mil participantes, fiquei entre os 30 melhores. Sinceramente, o Ídolos só me trouxe a experiência de que, às vezes, é melhor você ir caminhando devagar pra chegar lá. Me ensinou também que cada um tem seu talento e que esse negócio de competição na música não combina.

Qual o motivo da escolha do nome Grazzi Brasil? Aos 17 anos, fui fazer uma gravação num estúdio. Na gravação, um senhor chamado Cristóvão ficou observando meu modo de cantar, interpretar, e entrou em estado de euforia. Ficou muito empolgado e, logo depois que terminei a gravação, veio conversar comigo. Me elogiou e desejou sucesso. Foi como se ele profetizasse a minha trajetória artística dali pra frente. Ele sugeriu esse nome, Grazzi Brasil, para que noutros países as pessoas

DIAS ATUAIS Após o sucesso e a atuação da Grazzi Brasil em programas de televisão, a cantora, atualmente, está entre a lista dos candidatos a participar do The Voice Brasil, programa vocálico da Globo. Os jurados da sexta temporada do reality show televisivo serão Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Michel Teló e Lulu Santos. Ivete entra no lugar de Claudia Leite – que passa a integrar a banca do The Voice Kids. A sexta temporada do programa estreia na Globo no próximo dia 21 de setembro, após a novela A Força do Querer. Grazzi Brasil provavelmente irá soltar sua voz grossa e famosa cantando um samba tradicional. Nós, da Revista RODA, apostamos na canção Alguém me avisou, de Maria Bethânia, e acreditamos que, ao ser escolhida – considerando seu sucesso e seu embazamento cultural – irá tomar Ivete Sangalo como técnica e conselheira.

APÓS O SUCESSO

A cantora fez sua estreia no carnaval paulista este ano quando dividiu o microfone da Vai-Vai com Wander Pires. Grazzi, entretanto, já está na carreira musical há 17 anos, com uma filha de 13. “Canto desde os 13 anos. Tenho que agradecer imensamente aos convites que estão surgindo e, principalmente, a todos os integrantes do Tuiuti. Venho para somar.” afirma a cantora sambista. Renato Thor, o presidente da escola de samba de São Cristóvão, se encantou com a voz de Grazzi vendo sua performance durante o último desfile da Vai-Vai. A partir disso, Thor correu atrás do contato da cantora e fez, de imediato, o convite. Cerca de uma semana depois, Grazzi já estava acertando sua participação no carnaval carioca pela agremiação.

O Paraíso do Tuiuti vai contar próximo ano com uma voz feminina em seu carro de som para o ano de 2018. A azul e amarelo contratou a compositora e intérprete Grazzi Brasil para tal, que é quem irá reforçar o time de vozes da escola. Ela vai ajudar com a interpretação do samba dos compositores Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal sobre os 130 anos da Lei Áurea. Grazzi é natural de São Paulo, onde vem fazendo sucesso em escolas de samba como a paulista Vai-Vai. “Fiquei muito feliz com o convite do Tuiuti. Eu não esperava, sinceramente… Vai ser a primeira vez que vou desfilar no Rio e ainda mais em um enredo que exalta toda nossa negritude. Tenho certeza que vai ser emocionante” diz Grazzi Brasil.

“Ela está gravando vários sambas concorrentes para as disputas das escolas daqui. Fiquei impressionado com a voz dela e corri para fazer o convite. Estou com umas ideias para ela no nosso desfile. Grazzi tem tudo a ver com o nosso enredo” afirma Thor, que a compara com a cantora Clara Nunes. A sua apresentação oficial ainda será marcada, devendo ocorrer dentro do próximo mês, durante a abertura da quadra do Tuiuti para os ensaios do carnaval de 2018. No ano que vem, a Vai-Vai será a quarta escola a desfilar no carnaval com enredo Meu Deus, Meu Deus, está extinta a escravidão?, de carnavalesco Jack Vasconcelos. A escola de samba será a quarta a entrar na avenida e se apresentará no sábado, dia 10 de fevereiro de 2018.

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rio de janeiro

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rio de janeiro

foto Fernando Contini

Beth Carvalho e o ícone BethdoCarvalho samba, Cartola, e o ícone do samba, Cartola, em fotografia do acervo em fotografia pessoal dado cantora acervo pessoal da cantora

vendiam nada, por vendiam causa do nada, samba. porÉcausa a mesma do samba. a mesma SuaÉfilha seguiu seus Suapassos filha seguiu e faz parte seus de passos umae faz parte de uma relação que vemosrelação no povo quebrasileiro, vemos noque povo susbrasileiro, que susnova geração de talentos. nova geração O que de estão talentos. trazendo O que estão trazendo tenta este país comtenta seu trabalho, este país com isso seu é a mesma trabalho, isso é a mesma as novas gerações àasmúsica novas gerações brasileira?à música brasileira? coisa. Mesma coisa. coisa. O samba Mesma é uma coisa.coisa O samba da es-é uma coisa es- geração. Muito boada a nova Muito boa A Luana a novaé geração. uma composiA Luana é uma composiquerda, do povo, querda, os compositores do povo, são os compositores do povo, tora sãoe muito do povo, talentosa, torasabe e muito tudo talentosa, de sambasabe porque tudo de samba porque que sofre, que sabe que o que sofre, é aque fome, sabe então o que euéme a fome, então eu me viveu a vida inteiraviveu comigo, a vida masinteira ela não comigo, é sambismas ela não é sambissinto muito honrada sinto demuito formarhonrada parte disso de formar tudo. parte ta. Adisso novatudo. geração,ta. e no A nova caso da geração, Luana,e traz no caso coisas da Luana, traz coisas mais sofisticadas. Não maisésofisticadas. uma músicaNão tão épopular uma música tão popular mas tem a que chance eu faço, demas acontecer. tem chance de acontecer. O samba é um gênero O samba machista? é um gênero machista? como a que eu faço,como O Brasil é machista, O Brasil né? Não é machista, é só a música, né? Não masé só a música, mas está melhorando muito. está melhorando Dona Ivonemuito. Lara, então, Dona Ivone Lara, então, Como você, defensora Comodovocê, popular, defensora vê essas do popular, vê essas se tornou a primeira se tornou mulhera aprimeira fazer samba-enmulher a fazer samba-enmúsicas mais sofisticadas, músicas mais sofisticadas, minimalistas?mais minimalistas? redo numa escolaredo de samba. numa escola Antes de nãosamba. tinha Antes não tinha Eu também pertenci Eu àtambém bossa nova pertenci durante à bossa muito nova durante muito nenhuma possibilidade nenhuma de mulher possibilidade fazer nada de mulher fazerA nada tempo. bossa nova tempo. é um A braço bossa do nova samba é umque braço do samba que disso. E, mesmo assim, disso. ela E, mesmo fez semassim, aparecer, ela fez só sem aparecer, só tem tem sua sofisticação também. sua sofisticação Não é quetambém. o sambaNão é que o samba depois que o nomedepois dela foi quedestacado. o nome dela Da minha foi destacado. Da minha não seja sofisticado, não mas.... seja sofisticado, a bossa novamas.... louvou a bossa a nova louvou a parte também houve parteuma também revolução. houveNos uma anos revolução. anosse falava ZonaNos Sul, não Zonaem Sul, subúrbio, não se falava não se emfalava subúrbio, não se falava 70, eu, Clara [Nunes] 70, eeu, Alcione Clara [Nunes] [Nazareth] e Alcione fomos [Nazareth] em Zonafomos Norte. Euem sempre Zonafui Norte. da Zona Eu sempre Sul, então fui da Zona Sul, então as primeiras mulheres as primeiras a vender mulheres muitos discos. a vender eu muitos discos. eucom me emocionava me aquelas emocionava músicas comporque aquelas músicas porque A gente quebrou um A gente tabuquebrou que existia. um Nós tabufizeque existia. Nós fize-comigo, tinham a ver tinham só que a vernão comigo, me bastavam. só que não me bastavam. mos esse sucessomos todoesse e lançamos sucesso novos todo e comlançamos comEu novos também quando Euouvia também um quando samba de ouvia raiz,um umsamba de raiz, um positores. Eu tinha positores. moral naEuprodutora, tinha moral podia na produtora, samba dopodia Cartola samba ou do Nelson do Cartola [Cavaquinho] ou do Nelson eu [Cavaquinho] eu lançar os novos e lançar resgatar osos novos velhos. e resgatar os velhos. me emocionava tanto me emocionava quanto. Ou mais. tanto quanto. Ou mais.

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foto Cecília Mirela

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foto Cecília Hia Mirela

foto Cecília Hia Mirela

Cantora Beth Carvalho Cantora posa com BethosCarvalho posa com os compositores Guilherme compositores de Brito eGuilherme Nelson de Brito e Nelson

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foto Fernando Contini

Pergunta pessoal, mas como foi conciliar a maternidade com a carreira de cantora? É claro que ocorreram algumas pausas. Eu fiquei meio envergonhada quando fiquei grávida, pela minha idade. Dei uma parada. Teve uma época em que tive que trabalhar em loja, mas nunca abandonei a música. Houve uma pausa, com certeza, pois eu morava com a minha mãe e cinco irmãos, além da minha filha. O pai da minha filha é minha mãe. Então ela dizia: “Você tem que trabalhar, vai ficar cantando?”. Porque até entrar uma grana na música demora mais que um pouco.

pudessem logo entender que sou uma cantora brasileira e que cantaria músicas genuinamente brasileiras. Como eu sou muito ligada à cultura do nosso país e adoro ser brasileira, fiquei muito feliz, gostei bastante desse nome e o trouxe aos poucos para a minha vida artística.

foto Rafaela Araújo

Em casa você já tinha influências musicais? Já. Cresci ouvindo Jorge Ben, Bebeto e essa turma, com a minha mãe. Ela gostava e eu cresci ouvindo, não tinha como não gostar. Foi uma boa herança.

E você sente muitas E você saudades senteda muitas épocasaudades do da época Sua escola do de samba, Suaaescola Mangueira, de samba, foi campeã a Mangueira, foi campeã Cartola e do Nelson Cartola Cavaquinho? e do Nelson Cavaquinho? do desfile neste ano. do Odesfile que significou neste ano. para O que você? significou para você? Sinto. O Nelson para Sinto. mim O Nelson era o maior para de mim todos. era o maior Foi lindo, de todos. estávamos Foihálindo, tantos estávamos anos semhá ganhar. tantosAanos sem ganhar. A Eles sofreram muito, Eleseram sofreram pobres muito, e melhoraram, eram pobresMangueira e melhoraram, mereceu, Mangueira a [Maria]mereceu, Bethâniaatambém. [Maria] Bethânia também. modéstia à parte, comigo. modéstia Muita à parte, gente comigo. pensava Muita que gente O samba pensavapegou, que né? O samba Na época pegou, foi oné? samba Na época mais foi o samba mais o Cartola estava morto o Cartola e ele estava veio à morto tona. Ae minha ele veio àcantado tona. A minha da Avenida, cantado isso já da fazAvenida, ganhar. Estava isso já penfaz ganhar. Estava pengravadora contratou gravadora ele, e passou contratou a terele, um edisco passou sando a ter um quanto disco as escolas sando quanto ficaramasdiferentes. escolas ficaram As diferentes. As por ano. Com Nelson por ano. Cavaquinho Com Nelson foi a Cavaquinho mesma escolas foi a mesma de samba escolas eram um delugar samba onde eram composium lugar onde composicoisa. Não ficaramcoisa. ricos, Não masficaram a vida deles ricos,melhomas a vida tores deles tinham melhosua própria tores tinham ala, davam sua própria o sangue ala, pela davam o sangue pela rou bastante. Que érou o justo, bastante. né? Que é o justo, né? escola e durante oescola ano todo e durante eles cantavam o ano todo seuseles cantavam seus sambas. Cansei de sambas. gravar músicas Cansei indo de gravar na quadra, músicas indo na quadra, ouvindo o compositor ouvindo cantando… o compositor E a coisa cantando… foi E a coisa foi Você voltou a encontrar Você voltou talentos a encontrar parecidos? talentos parecidos? acabaram mudando, com a ala acabaram que era com dos coma ala que era dos comAchei, mas apenasAchei, parecidos. mas apenas Mas todos parecidos. da velhaMas mudando, todos da velha desmotivaram positores, eles... desmotivaram Já perdeu todo eles... o Já perdeu todo o guarda. Há jovensguarda. bons, mas Há jovens não com bons, a capacimas nãopositores, com a capacisentido escola desentido samba.aÉescola um absurdo de samba. não Édar um absurdo não dar dade deles. Mas eu dade soudeles. pelo jovem, Mas euviu? sou Tanto pelo jovem, viu?aTanto o compositor. moral para Os enredos o compositor. eram sobre Os enredos eram sobre que eu lancei muita quegente eu lancei nova. muita Se nãogente o samba nova. Semoral não opara samba a história Brasil,a que história era uma do Brasil, obrigação que era queuma o obrigação que o ia parar, né? Comoiavai parar, seguir né?o Como sambavai então, seguir sem o samba então,do sem Getúlio Vargas Getúlio pelo bem Vargas daimpôs nação,pelo e a gente bem da nação, e a gente inovação? Não podemos inovação? parar, Nãopor podemos exemplo, parar, no por exemplo, noimpôs estudava estudava sambas-enredo. através dos Agora sambas-enredo. quem Agora quem Paulinho da Viola. Paulinho Depois doda Paulinho Viola. Depois tem o Jorge do Paulinho tem oatravés Jorge dos manda, são os patrocinadores. manda, são os Uma patrocinadores. escola patro-Uma escola patroAragão, Arlindo Cruz, Aragão, Sombrinha, ArlindoZeca Cruz,Pagodinho, Sombrinha, Zeca Pagodinho, cinada porgerauma marca cinadadepor iogurte uma marca é brincadeira. de iogurte é brincadeira. Wanderley Monteiro... Wanderley E agoraMonteiro... já tem outra E agora gera-já tem outra Falar sobre iogurte! Falar Vejasobre bem!iogurte! Deturparam Veja bem! tudo. Deturparam tudo. ção, Alfredo Del-Penho, ção, Alfredo SérgioDel-Penho, Marques, Teresa Sérgio Marques, Teresa Cartola deve estar Cartola se remexendo deve estar lá nosetúmulo… remexendo lá no túmulo… Cristina... Tem muita Cristina... gente aí.Tem muita gente aí. roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

MANCHAS DIAGRAMA: COLUNA ASSINADA Texto Imagem

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manchas

CONVERSA DE BOTEQUIM

Uma crônica para Adoniran Barbosa TEXTO Gabriela dos Santos

ILUSTRA Ivan Ravena

“Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem Que sai agora às onze horas Só amanhã de manhã.” Canta um senhor de cabelos brancos no trem. As pessoas em volta o analisam como se ele fosse um ser de outro planeta. Ao que percebo, fui a única que sorri. Talvez a rotina da metrópole tenha deixado a pessoas tão anestesiadas, que as fazem estranhar quem vive com mais leveza. A sensação é de que há uma trava, ferrugem nos sorrisos – parafraseando um outro poeta, dessa vez brasiliense. Desci do trem e segui meu caminho pensando naqueles versos e em como alguém pode se imortalizar por meio da própria rotina. Sim, rotina! O que Adoniran fazia era cantar o cotidiano – o dele e o de todos os paulistanos – e ouvir suas canções é se transportar para uma São Paulo antiga, que muitos de nós só conhece por fotos, filmes e causos. Quem é que não cria uma imagem mental ouvindo versos como os que Adoniran cantava?

João Rubinato, nome de batismo de Adoniran, assim como muitos, foi um paulistano progênito da imigração italiana na cidade do café e é considerado o pai do samba de São Paulo, mas começou a caminhar com as próprias pernas trabalhando como entregador de marmitas lá em Jundiaí. Diante de sua história de vida, ouso dizer que o que fez Adoniran Barbosa tão grande foi o fato de ele conseguir ver arte onde ninguém mais via e, quando digo arte, me refiro à capacidade que temos de transformar uma coisa em outra coisa mais bonita. Se ele – e tantos outros – não conseguissem enxergar algum tipo de beleza nessa cidade esmagadora de sonhos, muitos dos hinos paulistanos nem sequer existiriam. Quantos mais podem existir? “Domingo nós fumo num samba No Bexiga na Rua Major Na casa do Nicola… À mezza notte o’clock Saiu uma baita duma briga Era só pizza que avuava junto com as brachola.”

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pranto de poeta

Uma crônica para entender São Paulo TEXTO Eduardo Benesi

ILUSTRA Ivan Ravena

Era uma vez um motorista que odiava o motoqueiro que odiava o ônibus que odiava o ciclista que odiava o pedestre que odiava condutores de guarda-chuvas. O núcleo de aborrecimentos paulistanos se concentra num cenário caótico chamado trânsito. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem a Avenida Paulista, uma moça com óculos de grau, que adora arte e barulho, que nos espia por prédios hiperativos, que carrega o fardo da anfitriã. O paulistano possui uma velocidade própria e ansiosa, temos crises de irritação com quem não se adapta ao nosso trote. Andar devagar é quase um atestado de “não sou daqui”. Mas não dá pra generalizar. Tem aquela bairro-senhora, a Vila Mariana, da nostalgia idosa, dos pés de romã e casinhas com cores descascando: um abraço de vó. Em São Paulo a concorrência acontece inclusive no trânsito: quando você para o carro no farol e o automóvel do lado também vai brecar, repare que ele sempre vai dar um jeito de frear um pouco a sua frente. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem a Pompeia, aquele bairro que corre em 60 graus, que tem gente falando alto e tem palmeirenses mil.

Se você vem de fora, se prepare: vão imitar seu sotaque. Corrigir português aqui é uma constante, tem muito daquele egocentrismo de quem acha que a linguagem correta é somente a local. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem Pinheiros: bairro de fim de tarde, das varandas apertadas, da boemia benedita, das cervejas abaixo de 0, dos arquitetos e sofás, de instrumentos teodoros e lojas musicais. Paulistano é especialista em perder o trailer do filme, de te conhecer a fundo em um dia e no outro fingir que não te conhece. Mas não dá pra generalizar. São Paulo tem o Bixiga: bairro do calor afetivo, daquele gosto de manjericão, das mamas braçudas, da vibração confortável, do amor pomodoro. Aqui, vão te perguntar indiretamente qual é o seu cargo:

“O que você tá fazendo da vida?”, e você precisa estar “marca” e dos preços bananas. Para incomodar os fazendo algo, invente qualquer coisa, do contrário paulistanos basta andar em cordão de isolamento você é um poeta vagabundo. Mas não dá pra gene- (casais ou grupos que bloqueiam uma passagem ralizar. São Paulo tem a Frei Caneca, rua cor-de-rosa, estreita por estarem andando lado a lado) e você do rebolado protesto, do beijaço, de gente festeira, será muito xingado em pensamento. Ouse parar na das figuras que “ahazam”. Em São Paulo só é atraso esquerda da escada rolante, você será responsável 10 minutos depois do próprio atraso. O metrô é uma por todo um atraso coletivo. Somos neuróticos, central de gente rolando continuamente suas time- não duvide. Mas não da pra generalizar. São Paulo lines pelo smartphone. Uma multidão sorrindo pra tem a Mooca, bairro calórico, de mãe preocupada, pequenas telas. Mas não dá pra generalizar. da pizza de massa grossa, da rabiola inocente, do Paulistano sofre com a ressaca de euforia: tem moleque travesso, do sol de domingo no Juventus. preguiça de ligar no dia seguinte, e aos domingos, Tem Capão Redondo e tem várias tias do Yakult. só existe depois das três da tarde. Mas não dá pra Tem o Tatuapé e bichinhos de luz. Tem o Morumbi generalizar. São Paulo tem a 25 de Março, rua do e tem lugar que eu nem conheço. São Paulo é sede suor, em que carro não tem vez, dos catálogos de dos paradoxos, mas não dá pra generalizar.

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CONVERSA DE BOTEQUIM

GENEROSIDADE Um desfile não é formado apenas pelos destaques, celebridades e carros alegóricos deslumbrantes. É bom lembrar que, para que um carro alegórico se movimente na avenida, existem várias pessoas trabalhando dentro dele – pessoas que não veem o desfile, e não aparecem para a audiência. É lugar comum dizer da importância do trabalho em equipe em qualquer organização, e é difícil imaginar um trabalho em equipe com bons resultados sem um mínimo de generosidade entre seus membros.

ILUSTRA Ivan Ravena

ATENÇÃO DOS DETALHES

As escolas de samba surgem no Rio de Janeiro, no final dos anos 20. O termo “Escola” é fundamental para entendermos a cultura existente nestas agremiações - seus integrantes se intitulavam “Escola” porque consideravam os locais dos seus encontros um lugar onde o aprendizado era compartilhado. A cultura das Escolas de Samba, com suas crenças e valores, são identificadas e têm uma grande importância, fazendo com que as tradições sejam preservadas, respeitadas e mostradas durante os desfiles. Fazendo uma analogia com o universo empresarial, podemos dizer que a Escola de Samba é uma grande “Fábrica de Emoções”. Por trás de um desfile existe toda uma estrutura complexa, semelhante a uma linha de produção, cujo objetivo é entregar um show de emoção, encantamento e alegria. Para isso, o trabalho é feito durante o ano inteiro, gerando empregos, criando processos, desenvolvendo a criatividade, gerenciando verbas e tempo, e administrando uma enorme quantidade de pessoas, com culturas, formações, objetivos e responsabilidades bastante diferentes. Para que isso seja feito com eficiência, alguns pontos merecem destaque:

Para se colocar na avenida desfiles maravilhosos são necessários meses de trabalho, e todo esse trabalho tem pouco mais de uma hora para ser apresentado. Qualquer erro cometido pode ser fatal na hora da apuração, não há uma segunda oportunidade. A disputa é cada vez mais acirrada, e exatamente por isso que cada detalhe é fundamental. Sozinhos, esses detalhes passariam despercebidos, mas, no conjunto, é o que faz uma Escola ser melhor ou pior.

SATISFAÇÃO DO CLIENTE Uma Escola de Samba tem diferentes públicos, claramente identificados: o seu produto principal, a emoção, deve ser entregue não apenas para o folião, mas também para as pessoas que pagaram ingresso no sambódromo, com a expectativa de ver um espetáculo exuberante, e para o público que fica em casa, assistindo pela televisão, gerando audiência e, consequentemente, assegurando a verba de transmissão para o próximo ano. A satisfação destes clientes parece estar sendo muito bem feita. Em 2017, todas as escolas desfilaram praticamente com sua capacidade máxima de foliões, o que significa que todas as fantasias foram vendidas. Os sambódromos estavam lotados, a transmissão pela TV foi vista, apenas no Brasil, por mais de 30 milhões de pessoas. A quase totalidade das pessoas que desfilam sai da avenida satisfeita, recomendando a experiência para os amigos e familiares, e voltando no ano seguinte. Isto é exemplo claro de manutenção de cliente e comunicação boca-a-boca na sua essência.

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baianas, que abençoam a Escola trazendo seu axé, ou quando vemos pessoas reverenciando o pavilhão da Escola, beijando a bandeira, podemos ter a certeza de que ali tem alguém muito comprometido.

TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em equipe é o mais evidente ponto que se observa quando se compara a gestão de uma Escola de Samba com uma corporação. Mas, mesmo assim, merece uma reflexão importante, pois este é o eixo fundamental que faz com que as Escolas de Samba consigam desenvolver seu trabalho. Numa Escola de Samba todos querem desfilar bem e ganhar o carnaval. É por isso que, na hora do desfile, ninguém precisa pedir para o outro caprichar, porque o engajamento com a Escola é, por si só, suficiente para que as pessoas façam o seu melhor.

COMO FAZER?

Olhando a forma de gestão de uma Escola de Samba, fica uma questão: como fazer para se criar uma organização engajada, com pessoas comprometidas, num ambiente cada vez mais complexo e, por vezes, caótico? Nós já aprendemos que, em qualquer organização, as coisas só acontecem se as SENSO DE PROPRIEDADE É comum ouvirmos que as pessoas devem “vestir pessoas envolvidas quiserem que aconteça. Esta forma de gestão, que todos os anos nos a camisa da organização”. Na Escola de Samba isso é feito com naturalidade, e fica claro quando brinda com um espetáculo, não é obra do acaso. Ao ouvimos alguém dizer: “hoje tem ensaio na minha contrário, é fruto do trabalho incansável de inúEscola”. De nada adianta desfile com milhares de meras pessoas que, trabalhando em equipe, conseefeitos especiais e fantasias luxuosas, porque o guem criar o maior espetáculo da terra. O aparente que efetivamente ganha o carnaval são as pessoas. caos que se verifica nos ensaios é, na verdade, uma A maioria dos quesitos de julgamento dependem “re-ordem”, muito mais adequado a um ambiente cada dia mais complexo, caótico, e muito criativo. fundamentalmente dos integrantes. Essa conjunção mágica de cantoria, dança e Por isso a importância dos símbolos, histórias, mitos e rituais. Quando vemos integrantes da Escola ritmo, como afirma o consultor Renato Bernhoeft, abrindo caminho para a Velha-Guarda, numa atitude “é uma experiência digna de ser olhada por nossos de agradecimento com quem ajudou a construir a acadêmicos, consultores, executivos e empresas, Escola, quando vemos o respeito dedicado à ala das com maior interesse e menor preconceito”.

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Gestão se aprende na Escola… de Samba TEXTO Marcelo Pontes [Jimmy]

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DIAGRAMAÇÃO

MATÉRIA ABRE DE MATÉRIA É posicionado sempre na página esquerda com uma imagem que sangra por todas as bordas, ocupando toda a página. Essa imagem deve possuir a aplicação de um filtro da cor do eixo.

CHAPÉU DE EIXO Deve vir sempre na primeira página de determinada seção ou retranca – nas páginas seguintes, será utilizado o ícone do eixo. Sua cor é preferencialmente a cor do eixo, porém, dependendo da legibilidade que a imagem confere, poderá ser aplicado em branco ou preto.

LEGENDA Deve vir sempre no primeiro módulo de página, alinhado à direita. Sua cor é preferencialmente a cor do eixo, porém, dependendo da legibilidade que a imagem confere, poderá ser aplicado em branco ou preto.

FOTOGRAFIA As fotos aplicadas em matérias devem ser tratadas para possuir um filtro equivalente à cor do eixo. Além disso, é obrigatório que as imagens sangrem para todos os lados, ocupando toda a página da esquerda.

CRÉDITOS NO ABRE Deve ser sempre posicionado sobre a foto, no interior da mancha. É alinhado à margem interna e à margem inferior e aplicado na cor branco. Para auxiliar a legibilidade deve ser alterada a imagem e não a posição e a cor dos créditos.

FÓLIO Quando a imagem preenche a página toda, o fólio é cego.

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normas de diagramação

ALMA BOÊMIA

foto Fernando Souza

Wilson Batista, autor de obras como Lenço no pescoço e O bonde São Januário

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DIAGRAMAÇÃO

MATÉRIA PÁGINA INICIAL DE MATÉRIA É posicionado sempre na página direita e possui o título, a linha fina, o autor e o início do conteúdo.

RETRANCA DE MATÉRIA Deve vir em todas as páginas direitas da matéria na cor do eixo e é posicionado 1 paica acima da margem superior, alinhado à esquerda na margem interna.

TÍTULO É alinhado à esquerda em caixa alta e deve sempre ser iniciado no segundo módulo do grid.

LINHA FINA A linha fina está alinhada à esquerda, sem recuo e é posicionada à uma linha de distância do título.

AUTOR Os créditos do autor do texto são alinhados à esquerda, em caixa alta e são posicionados à uma linha de distância da linha fina.

CAPITULAR Em abertura de matéria haverá capitular na primeira letra da primeira palavra do texto na fonte Oferta Do Dia, 11/12pt.

TEXTO O texto principal da matéria sempre inicia-se no sexto módulo – de baixo para cima –. É justificado à esquerda com recuo de 12pt na primeira linha a partir do segundo parágrafo e utiliza story de 12pt.

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normas de diagramação

a coisa aqui tá preta

A MÚSICA COMO UM SÍMBOLO DA CRÍTICA SOCIAL BRASILEIRA Uma análise sobre o samba como instrumento de sátira política e resistência da cultura popular do país TEXTO João José da Silva

A

malandragem tem sido vista por muitos autores como essas canções não se constituem em um estilo de composição de samba largamente difun- grande número. Um passeio pelo unidido nos tempos da Primeira República (1889-1930). O verso da malandragem pode ser engênero teria sido desestimulado e perseguido no Estado Novo, contrado em sambas como Ora Vejam implantado em 1937, por ser considerado potencialmente de- só, de Sinhô, gravado pela primeira sestabilizador da ideologia trabalhista que então se buscava im- vez em 1927; A Malandragem, lanplantar. De acordo com essa vertente a história teria início na çado no ano de 1928, por Alcebíades década de 1880, quando ex-escravos traumatizados por anos Barcelos; Amor De Malandro, do de trabalho compulsório, ao se verem livres, recusaram o tra- cantor Ismael Silva, Francisco Alves balho regular, logo identificado à escravidão. Incorporados aos e Freire Júnior, lançado em 1929; e O contingentes marginalizados de cidades como o Rio de Janeiro, Que Será de Mim?, samba de Ismael eles encontrariam um meio de expressão no samba, ritmo de Silva e Nilton Bastos, lançado em 1931. origem popular, nascendo nesse momento o samba malandro. De certa forma, essa interpretação acaba reproduzindo ar- ODE AO MALANDRO gumentos dos senhores de escravos em sua defesa da imigração Outros exemplos notórios de sambas europeia por considerarem os libertos incapazes de servirem malandros lançados antes do enducomo trabalhadores assalariados. Por outro lado, a verdade é que recimento do patrulhamento, com a há poucas composições que critiquem o trabalho e apresentem entrada em cena do Departamento a malandragem como alternativa, mesmo antes do Estado Novo, de Imprensa e Propaganda – em afirma o historiador Tiago de Melo Gomes, professor de História 1939 são: Morro da Mangueira, de Contemporânea na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Manoel Dias, 1926 –, Eu Quero é Nota Pesquisando trabalhos sobre o assunto, vasculhando antigas par- – Artur Faria, 1928 –, Caixa Econômica tituras, livros sobre música popular e outras fontes, ele notou que – Nássara e Orestes Barbosa, 1933 – e roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

MATÉRIA

ÍCONE Utilizado na página esquerda a partir da segunda página da seção ou da retranca. Deve ser empregado com 3 paicas de largura alinhado à margem externa.

LEGENDA A legenda deve ser posicionada sempre acima das imagens à, pelo menos, uma linha de distância.

CRÉDITOS Devem ser preferencialmente aplicados no lado exterior da imagem em preto. Quando houver vazamento da foto para fora, deverá ser aplicado no lado interno da imagem em preto. Se a imagem for vazada para ambos os lados, os créditos devem ser aplicados sobre a imagem – em branco – apoiado na margem externa e há 12 pt do fim inferior da imagem.

IMAGENS Devem possuir um filtro da cor do eixo e seu posicionamento é sempre acima do texto, nunca abaixo. As fotos podem ou não ser sangradas, dependendo diretamente do conteúdo e de seu tamanho. É necessário ter 2 linhas de distância com relação ao texto – com exceção da primeira página de seção.

LETRA DE MÚSICA As letras de música citadas no decorrer do texto são empregues em itálico e possuem recuo de 12 pt. Além disso, é necessário uma linha antes e depois em relação ao texto.

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normas de diagramação

foto Divulgação

Detalhe da capa do álbum O Tal Malandro, do sambista de breque Moreira da Silva

O Trabalho me deu Bolo – Moreira da Silva e João Golô, 1937. Mas o exemplo mais característico é Lenço no Pescoço, do músico Wilson Batista, gravado em 1933 por Sílvio Caldas. A maioria dos estudos sobre a relação samba-malandragem cita Lenço no Pescoço como a “profissão de fé” do malandro. Ao elencar os principais ícones da malandragem – chapéu do lado, tamanco arrastando, lenço no pescoço, navalha no bolso, orgulho da vadiagem – a canção era a exaltação orgulhosa da malandragem: “Sei que eles falam Deste meu proceder Eu vejo quem trabalha Andar no miserê Eu sou vadio Porque tive inclinação Eu me lembro, era criança Tirava samba-canção Comigo não Eu quero ver quem tem razão.”

Enfim, “o momento histórico foi parte decisiva na incorporação do gênero e do ato da malandragem como símbolos nacionais, o samba malandro surge em um momento em que se buscava nas classes populares os parâmetros para uma nova maneira de se pensar a nacionalidade”, diz o historiador Tiago Gomes.

ODE AO TRABALHO Assim, samba e malandragem acabam por serem aglutinados em um repertório de imagens que simbolizava ingenuidade, juventude e pureza nacional. Entretanto, não deve ser esquecido o conjunto de sambas de compositores consagrados do gênero, como Sinhô, o Donga, Assis Valente

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DIAGRAMAÇÃO

MATÉRIA

RETRANCA DE MATÉRIA Deve vir em todas as páginas direitas da matéria na cor do eixo e é posicionado 1 paica acima da margem superior, alinhado à esquerda na margem interna.

ESPAÇO LIVRE A primeira fileira de módulo na parte superior da página deve ser sempre livre de textos e imagens, podendo ser inserido nesse espaço apenas legendas.

OLHO Possui recuo de 4 paicas, sendo 3 delas ocupadas pela aspas. Devem ter sua primeira linha apoiada ao baseline grid e é obrigatório o espaço de duas linha antes e – no mínimo – uma depois do olho em relação com o texto.

MANCHA DE TEXTO Em páginas de matéria há duas colunas de texto que ocupam cinco – coluna esquerda – e três – coluna direita – módulos.

ELEMENTO DE PARADA Devem ter o,6 paicas de altura e largura e são posicionadas a 0,6 paicas do texto. A cor conferida ao elemento é a mesma do eixo em que está empregue.

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normas de diagramação

pela luz dos olhos teus

quando assaltavam. Se tivesse uma senhora na loja, eles espera- é feita na Barra. Em Xerém, a ativivam sair para roubar. Agora, os bandidos de hoje em dia matam dade não é mais possível devido à presença maciça de evangélicos. qualquer um à toa, como se a vida não valesse nada”. Adepto da ideologia paz e amor Ele já pensou, inclusive, em deixar o país para morar em sua casa de Miami, nos Estados Unidos. “Nem sei o estado dela e frequentador assíduo de igrejas após a passagem do furacão”, revela. O plano foi descartado tão e terreiros, o Zeca Pagodinho não vê nenhum problema em temas sulogo: se distanciar das pessoas próximas o deixaria deprimido. A melancolia se reflete na relação com o papel e a caneta: postamente controversos, como a com as letras, Zeca também está mais quieto. As suas últimas transexualidade e o casamento gay: composições foram produzidas com o músico Arlindo Cruz, “Cada um tem que fazer o que gosta, antes de o colega ser internado, em março, por causa de um mas sem desrespeitar outros. Tudo AVC. O estado de saúde do amigo o entristece profundamente. que tem abuso é demais. Se tiver um O sambista não tomou coragem para visitar o compadre no homem e uma mulher se lambendo hospital, com medo de encarar seu maior parceiro musical na na minha frente, eu vou falar: ‘Ei, voatual situação desfavorável – os dois se conheceram aos 19 anos. cês, vão para casa, vão para um moAo sofrimento natural, somam-se perdas recentes no universo tel, vão para o mato’”, afirma, acresda batucada, com as mortes de Wilson das Neves, Chiquinho centando: “Há pessoas sem uma religião que são do bem. Há pessoas Vírgula, Almir Guineto e Luiz Melodia. com religião que são más. Uma coisa não tem a ver com a outra”. As suas palavras são firmes. Na família, ele manda e desmanda. “Eu respeito todo mundo, e ensino isso”. Poucos meses atrás, a sua filha mais nova, Maria Eduarda da Silva, de 13 anos de idade, implorou ao pai por uma viagem de férias a Nova York durante o Natal. O pedido foi veementemente negado por Zeca. A assessora aproveita a brecha no discurso para lembrar a Zeca de sua suposta participação no progra“Esse negócio de Arlindo ficar doente parece que botou todo ma Domingão do Faustão. Até o femundo doente. Está faltando um pedaço grande no samba. A chamento, era certo que ele entoaria música está triste. Isso me desanima. A essa hora, Arlindo ia cinco canções ao vivo, no programa chegar aqui e contar um monte de histórias. A gente ia rir pra de domingo. Ele reclama. “Ah, não dá para mandar o Fausto fazer o procaramba. Sinto muita falta disso tudo”, confidencia. Na vida que segue, os pequenos prazeres se sobrepõem a grama lá em casa?”. Fim de papo, a conflitos mundanos. Um sorriso brota no rosto quando lembra secretária insiste. Fim da conversa, da proximidade com o dia de São Cosme e Damião, de quem é o repórter anuncia. O sambista se devoto. Todos os anos, na data de 27 de setembro, ele distribui queixa novamente: “Ah, vocês, hein!? doces para uma legião de crianças nas ruas, seguindo a tradição Agora todo mundo vai embora. E eu que mistura o catolicismo a crenças de matriz africana. A ação vou beber com quem?”.

Fora do palco eu sou um qualquer, mas estou me acostumando às homenagens. No início da minha carreira não iria topar

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DIAGRAMAÇÃO

SEÇÃO PÁGINA INICIAL DE SEÇÃO É posicionado sempre na página esquerda e possui o título, a linha fina, o autor e o início do conteúdo.

CHAPÉU DE EIXO Deve vir sempre na primeira página de determinada seção ou retranca – nas páginas seguintes, será utilizado o ícone do eixo. Sua cor é preferencialmente a cor do eixo, porém, dependendo da legibilidade que a imagem confere, poderá ser aplicado em branco ou preto.

TÍTULO É alinhado à esquerda em caixa alta e deve sempre ser iniciado no segundo módulo do grid.

LINHA FINA A linha fina está alinhada à esquerda, sem recuo e é posicionada à uma linha de distância do título.

AUTOR Os créditos do autor do texto são alinhados à esquerda, em caixa alta e são posicionados à uma linha de distância da linha fina.

CAPITULAR Em abertura de seção haverá capitular na primeira letra da primeira palavra do texto na fonte Oferta Do Dia, 11/12pt.

TEXTO O texto principal da matéria sempre inicia-se no sexto módulo – de baixo para cima –. É justificado à esquerda com recuo de 12pt na primeira linha a partir do segundo parágrafo e utiliza story de 12pt.

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DESDE QUE O SAMBA É SAMBA

31 anos sem o grande Nelson Cavaquinho, o poeta do juízo final Nos adimiráveis versos do compositor desfilam letras sobre desamores, despedidas e a morte TEXTO André de Oliveira

H

á 31 anos Nelson Cavaquinho desaparecia – dessa vez em definitivo – pela segunda vez na vida. Apesar de seus dois sumiços – ou de suas duas mortes, como provavelmente ele gostaria –, sua figura continua sendo enigmática. Morreu no ano de 1986, aos 74 anos, no Rio de Janeiro, mas sua voz rouca, suas músicas sombrias – que falam de desamores, despedidas e morte – ainda desnorteiam: não há em Nelson nenhum resquício do estereótipo do samba como uma música alegre, feita para agradar. A primeira vez em que Nelson Cavaquinho desapareceu foi pouco antes da década de 1950. Nascido em 1911, o cantor fez sucesso até a metade do século passado, quando a época áurea do samba – marcada por figuras como Carmem Miranda, Dalva de Oliveira e Dorival Caymmi – acabou. Ele e seu amigo Cartola, compositor de vários clássicos, como O Mundo é Um Moinho e As Rosas Não Falam, passaram anos de ostracismo artístico. Até que no início de 1960 foram redescobertos pela classe média carioca que buscava novos ares nos velhos morros cariocas.

Quando voltou, Nelson já havia abandonado o cavaquinho que tinha lhe rendido o apelido na juventude. Seu instrumento agora era o violão. Saído diretamente de um túnel do tempo, ele recendia há uma época passada, esquecida. Se o Brasil se profissionalizava, Nelson era o símbolo do improviso, do amadorismo. Se éramos o país do futuro, ele era nosso passado de pé no chão. “Muito mais do que arcaico, Nelson parece ter nascido extemporâneo, na contramão da ‘promessa de felicidade’”, escreveu no artigo Rugas, o artista e ensaísta Nuno Ramos. No entanto, ao contrário de Cartola, que se fixou como um dos maiores sambistas brasileiros, Nelson também é lembrado, mas em segundo plano. É que junto ao seu nome não é possível usar qualquer adjetivo que proponha sutileza ou conforto. Enquanto Cartola oferecia respostas e conselhos em suas músicas, Nelson oferecia incômodo puro e simples. “Preste atenção, querida Embora eu saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és.”

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DIAGRAMAÇÃO

SEÇÃO SEGUNDA PÁGINA DE SEÇÃO É posicionado sempre na página direita e possui uma imagem – com filtro da cor do eixo – que deverá ser obrigatóriamente vazada para os dois lados. A relação entre o texto e a imagem está exemplificado ao lado.

NOME DE SEÇÃO Deve vir em todas as páginas direitas da matéria na cor do eixo e é posicionado 1 paica acima da margem superior, alinhado à esquerda na margem interna.

ESPAÇO LIVRE A primeira fileira de módulo na parte superior da página deve ser sempre livre de textos e imagens, podendo ser inserido nesse espaço apenas legendas.

CRÉDITOS Devem ser preferencialmente aplicados no lado exterior da imagem em preto. Quando houver vazamento da foto para fora, deverá ser aplicado no lado interno da imagem em preto. Se a imagem for vazada para ambos os lados, os créditos devem ser aplicados sobre a imagem – em branco – apoiado na margem externa e há 12 pt do fim inferior da imagem.

ESPAÇO LIVRE Nas duplas que iniciam a seção, é necessário deixar um vácuo de 5 linhas entre a imagem e o texto.

MANCHA DE TEXTO Em páginas de seções há duas colunas de texto iguais que ocupam quatro módulos cada. Nas duplas que iniciam a seção, o texto deverá sempre ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

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ai que saudades da amélia

foto Rodrigo Bernardes

Nelson em documentário de Leon Hirszman, de 1969

Em Nelson Cavaquinho, sambista e poeta, tudo remete ao final. Se, por exemplo, se fala em folhas, lembra-se das secas. Até sua barriga, na gíria cômica inventada por ele próprio, vira um cemitério de frango. Se o samba é por vezes um gênero que desconhece autores, confundindo-os nas coletâneas em que intérpretes desfilam pout-pourris recheados de clássicos, Nelson Cavaquinho é inconfundível. Suas letras são sombrias, sua voz é rasgada, esculpida pelo excesso de álcool e tabaco barato. O modo como ele toca violão, usando apenas o polegar e o dedo mínimo, é dissonante, forte. Em um de seus sambas mais famosos, Nelson ordena: “Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor”. Em outro, anuncia: “É o Juízo Final, a história do bem e do mal. Quero ter olhos pra ver a maldade desaparecer”. Nenhuma história poderia ser mais o Nelson Cavaquinho” que a do próprio Nelson Cavaquinho. Obcecado pelo final, ele viu seu fim ainda em vida e depois voltou só para lembrar os brasileiros, empolgados pela invenção da bossa-nova, pela vida dourada da zona sul do Rio de Janeiro, do barro de

que também eram feitos. Seu estilo, como escreveu Ramos, era uma espécie de anti-João Gilberto. Enquanto um busca o minimalismo, a sutileza, o outro escancarava as dores de se estar vivo. Ainda segundo o ensaísta, há no sambista o desejo e a recusa do moderno, coisa que caracteriza quase tudo o que o Brasil almeja ser. “Em Nelson, a vida é o que é, num certo sentido, aquilo que sempre foi. Por isso, não carrega ansiedade nem projeto. Parece tão desejável quanto a morte”. E, contudo, apesar de ser provavelmente o sambista que mais escreveu sobre o fim, a imagem que talvez melhor defina sua personalidade é a do mito que diz que ele próprio, Nelson Cavaquinho, tremia de medo ao pensar em seu juízo final. Conta-se que ele passou uma madrugada inteira atrasando o relógio: a ideia era que, desse modo, ele poderia enganar a morte. Sabe-se hoje que a tática não deu certo, mas Nelson, de um jeito ou de outro, ao mexer nos ponteiros, conseguiu permanecer parado no tempo, dentro do passado de onde veio. E, por isso mesmo, é hoje uma ponte para o que o Brasil foi e deixou de ser. roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

SEÇÃO

ÍCONE Utilizado na página esquerda a partir da segunda página da seção ou da retranca. Deve ser empregado com 3 paicas de largura alinhado à margem externa.

LEGENDA A legenda deve ser posicionada sempre acima das imagens à, pelo menos, uma linha de distância.

IMAGENS Devem possuir um filtro da cor do eixo e seu posicionamento é sempre acima do texto, nunca abaixo. As fotos podem ou não ser sangradas, dependendo diretamente do conteúdo e de seu tamanho. É necessário ter 2 linhas de distância com relação ao texto – com exceção da primeira página de seção.

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foto Matheus Manoel

Carlão do Peruche, 87, um dos fundadores da Unidos do Peruche, em um de seus shows

Na década de 1940, Carlão já havia se iniciado no mundo carnavalesco paulistano, desfilando na Flor do Bosque, uma escola de samba pequena no Bosque da Saúde e, no ano de 1947, como ritmista na Lavapés – escola de samba mais antiga ainda em atividade do estado de São Paulo. A ideia de se criar uma escola de samba na Casa Verde surgiu entre amigos e militantes da Lavapés com sambistas da região do Parque Peruche. Em 1956, Seo Carlão se tornou um dos fundadores da Sociedade Esportiva Recreativa Beneficente Unidos do Parque Peruche, agremiação localizada na zona norte da cidade, que realizava seus ensaios em um espaço chamado “Terreiro do Caqui”. Passados 61 anos desde a sua fundação, Seo Carlão – hoje no cargo de Presidente de Honra e da Velha Guarda da escola – acompanhou de perto o processo de criação e evolução da agremiação, mantendo sempre a originalidade e o comprometimento que o destaca no mundo do samba até hoje. “No meu entender, eu não compactuo com

o Carnaval de atualmente. Não passa de uma disputa entre as escolas de samba. Trabalha-se o ano inteirinho para um desfile que dura 65 minutos. Mais de três mil componentes atravessando dois quilômetros; parece uma boiada, uma procissão.” A percepção para captar as principais distorções da sociedade e até antecipar acontecimentos, como a mercantilização do Carnaval e a criação do Bloco Sovaco de Cobra, em 1975, marca definitivamente a trajetória de Seo Carlão como um dos grandes militantes do gênero na capital paulista. Carlão, no papel de sambista e amante do gênero, fez sua parte por ter tido a coragem de colocar o dedo na ferida mesmo sob tantas condições adversas, quando muitos se calaram e não agiram. Ele encerra a entrevista com uma crítica de respeito ao atual cenário político: “Nós somos o povão. Tudo o que fazem lá em cima reflete aqui. Nós somos o país que mais paga impostos. Para onde é que vai o nosso dinheiro? Ainda mais com esse bando de gente ‘honesta’ nos dirigindo.”

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DIAGRAMAÇÃO

ENTREVISTA ABRE DE ENTREVISTA É posicionado sempre na página esquerda com uma imagem em preto e branco que sangra por todas as bordas, ocupando toda a página.

ÍCONE Vem sempre a partir da segunda página de determinada seção ou retranca. No abre de entrevistas sua aplicação se dá em branco enquanto que nas demais páginas segue o padrão de cor de eixo.

LEGENDA Deve vir sempre no primeiro módulo de página, alinhado à direita. Sua cor é sempre branco.

FOTOGRAFIA As fotos aplicadas em matérias devem ser sempre em preto e branco. Além disso, é obrigatório que as imagens sangrem para todos os lados, ocupando toda a página da esquerda.

FÓLIO Quando a imagem preenche a página toda, o fólio é cego.

CRÉDITOS NO ABRE Deve ser sempre posicionado sobre a foto, no interior da mancha. É alinhado à margem interna e à margem inferior e aplicado na cor branco. Para auxiliar a legibilidade deve ser alterada a imagem e não a posição e a cor dos créditos.

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normas de diagramação

foto Joanna D’Ávila

Martinho José Ferreira, conhecido popularmente como Martinho da Vila

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DIAGRAMAÇÃO

ENTREVISTA PÁGINA INICIAL DE ENTREVISTA É posicionado sempre na página direita e possui o título, a linha fina, o autor e o início do conteúdo.

NOME DE SEÇÃO OU RETRANCA Deve vir em todas as páginas direitas da matéria na cor do eixo e é posicionado 1 paica acima da margem superior, alinhado à esquerda na margem interna.

TÍTULO É alinhado à esquerda em caixa alta e deve sempre ser iniciado no segundo módulo do grid.

LINHA FINA A linha fina está alinhada à esquerda, sem recuo e é posicionada à uma linha de distância do título.

AUTOR Os créditos do autor do texto são alinhados à esquerda, em caixa alta e são posicionados à uma linha de distância da linha fina.

CAPITULAR Em abertura de seção haverá capitular na primeira letra da primeira palavra do texto na fonte Oferta Do Dia, 11/12pt.

TEXTO O texto principal da entrevista sempre inicia-se no sexto módulo – de baixo para cima –. É justificado à esquerda com recuo de 12pt na primeira linha a partir do segundo parágrafo e utiliza story de 12pt.

PERGUNTA DE ENTREVISTA As perguntas de entrevista são alinhadas à esquerda e em bold. Possuem 12 pt de espaço entre os blocos de perguntas e não há espaços entre as perguntas e respostas.

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pela luz dos olhos teus

Martinho da Vila: “O samba vive um momento forte, avançado e merecido” Sambista defende que O Samba, de Georges Gachot, é um filme para brasileiro ver. Em entrevista exclusiva, fala da atual fase forte do samba e discute política TEXTO João Carraro

M

artinho José Ferreira, mais conhecido como Martinho da Vila, a quem o samba ensinou tantas lições, destaca no documentário O Samba, exibido durante o Festival de cinema do Rio, uma das mais importantes: “Os verdadeiros revolucionários são otimistas”. E logo entoa para o diretor francês Georges Gachot, que o seguiu com a câmera para adentrar os bastidores da escola Unidos de Vila Isabel, os versos de sua canção mais gravada dentro e fora do Brasil, Canta, canta, minha gente, marcando cadência e exibindo o sorriso que ele julga ideais para cantá-la. Por telefone, a provavelmente já cansada de uma vida de entrevistas no rastro de tantas composições bem-sucedidas e inconfundível voz do sambista Martinho da Vila passeia pelos mais variados temas, do filme à política no Brasil, passando pelos 100 anos que o samba completa no ano que vem. O único desgosto de Martinho, apesar de a conversa acontecer em uma segunda-feira de manhã, parece ser a falta de ideologia com que se faz política no país. Mas o tema não o impede de dar risada. Nem o cansaço, nem a segunda-feira.

Soube que, no começo, você não foi com a ideia de fazer o filme, mas terminou topando e, no fim, gostou do resultado. O que o preocupava? É verdade, eu resisti, mas apenas porque eu estava com a agenda complicada, mas aí o diretor me disse que eu não precisava fazer nada, que ele só ia me seguir em alguns momentos do meu cotidiano. E assim foi. Eu apareço muito, né?

Na verdade, não achamos que aparece tanto. Mas você é quem guia o espectador. Essa era a intenção. Tem gente falando que é um filme para gringo ver, mas muito pelo contrário!

O que todo mundo espera? Um show de samba. Aquela coisa com rainhas de bateria, mulatas. E o que o filme entrega é um show de samba, mas com um tamborim e uma voz. É outro tipo de show. A história começa com alegorias cobertas, rumo à Sapucaí, e termina não com uma rainha da bateria, mas sim com uma senhora sambando. É algo para se pensar. Por isso, digo que é um filme para brasileiro ver. roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

ENTREVISTA

ESPAÇO LIVRE A primeira fileira de módulo na parte superior da página deve ser sempre livre de textos e imagens, podendo ser inserido nesse espaço apenas legendas.

LEGENDA A legenda deve ser posicionada sempre acima das imagens à, pelo menos, uma linha de distância.

IMAGENS Devem ser sempre preto e branco e seu posicionamento é sempre acima do texto, nunca abaixo. As fotos podem ou não ser sangradas, dependendo diretamente do conteúdo e de seu tamanho. É necessário ter 2 linhas de distância com relação ao texto – com exceção da primeira página de seção.

CRÉDITOS Devem ser preferencialmente aplicados no lado exterior da imagem em preto. Quando houver vazamento da foto para fora, deverá ser aplicado no lado interno da imagem em preto. Se a imagem for vazada para ambos os lados, os créditos devem ser aplicados sobre a imagem – em branco – apoiado na margem externa e há 12 pt do fim inferior da imagem.

MANCHA DE TEXTO Em páginas de entrevistas há duas colunas de texto iguais que ocupam quatro módulos cada. Nas duplas que iniciam a seção, o texto deverá sempre ser iniciado no sexto módulo – de baixo para cima.

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normas de diagramação

pela luz dos olhos teus

foto Joanna D’Ávila

Martinho fala com exclusividade à RODA sobre filme O Samba, no qual aparece revelando o seu cotidiano

O que você opina sobre a radicalização das discussões políticas hoje no Brasil?

Tampouco aproveitamos o fato de sermos latino-americanos, você não acha?

Vivemos em uma democracia radical, no sentido das posições radicalizadas, em que os objetivos são puramente político-partidários. Muitos órgãos de imprensa parecem praticamente órgãos de oposição, difundindo notícias como se fossem informativos criados por partidos específicos. Imagine pessoas com pouca instrução recebendo essas notícias… A desinformação é total.

Sim, esse intercâmbio cultural deveria ser muito maior na região. Tem que ser muito curioso para ir atrás das novidades culturais sobre a América Latina aqui. Uruguai é o país hispano-americano onde tenho mais público. Eles gostam de samba. O samba cresceu pela importância política, social, econômica e cultural. Hoje, o gênero vive um estágio forte, avançado.

Outro quesito que fala contra nós, ainda hoje, é nossa relação débil com a África, tema que você defende há anos. O que pode dizer sobre isso?

Falando de samba, depois de ter sido marginalizado por tanto tempo, ele passou a abrir portas para o Brasil no mundo inteiro. Como você avalia o samba, hoje?

Sim, nós continuamos distantes. Hoje, um pouco menos pelo lado econômico, mas sim muito pelo cultural. Sou membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, que integra oito países lusófonos. É uma idealização, que poderia contribuir com uma maior proximidade, mas precisaria ser levada mais a sério pelas administrações dos países envolvidos.

No começo, o samba era discriminado. Foi se impondo por força própria. Hoje, se o presidente de uma escola de samba do grupo especial ligar para um prefeito ou para um governador, eles atendem na hora. O samba cresceu por sua importância política, social, econômica e cultural. Vive um estágio forte, avançado, muito merecido. roda.com.br

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DIAGRAMAÇÃO

COLUNA ASSINADA A coluna assinada é parte fundamental do quinto eixo da RODA, Conversa de botequim. Ela apresenta uma certa flexibilidade, com textos que podem começar tanto em páginas da direita quanto da esquerda, e ilustrações posicionadas de modo adequado a cada situação.

CHAPÉU DE EIXO O chapéu de eixo deve vir sempre na primeira página de determinada seção ou retranca – nas páginas seguintes, será utilizado o ícone do eixo. Ele é aplicado 1 paica acima da margem superior e apoiado na margem externa.

TÍTULO É alinhado à esquerda e deve sempre ser iniciado na segunda fileira de módulos.

AUTORES Os créditos do autor do texto e do ilustrador são alinhados à esquerda e posicionados 1 linha abaixo do título. Ambos os nomes são colocados na mesma linha, devendo haver uma distância de 2 paicas e um traço de separação centralizado entre eles.

ILUSTRAÇÃO Todo texto de coluna assinada deve vir acompanhado de uma ilustração, que deve estar amarrada ao grid de forma que não haja interferências.

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CONVERSA DE BOTEQUIM

Gestão se aprende na Escola… de Samba TEXTO Marcelo Pontes [Jimmy]

ILUSTRA Ivan Ravena

As escolas de samba surgem no Rio de Janeiro, no final dos anos 20. O termo “Escola” é fundamental para entendermos a cultura existente nestas agremiações - seus integrantes se intitulavam “Escola” porque consideravam os locais dos seus encontros um lugar onde o aprendizado era compartilhado. A cultura das Escolas de Samba, com suas crenças e valores, são identificadas e têm uma grande importância, fazendo com que as tradições sejam preservadas, respeitadas e mostradas durante os desfiles. Fazendo uma analogia com o universo empresarial, podemos dizer que a Escola de Samba é uma grande “Fábrica de Emoções”. Por trás de um desfile existe toda uma estrutura complexa, semelhante a uma linha de produção, cujo objetivo é entregar um show de emoção, encantamento e alegria. Para isso, o trabalho é feito durante o ano inteiro, gerando empregos, criando processos, desenvolvendo a criatividade, gerenciando verbas e tempo, e administrando uma enorme quantidade de pessoas, com culturas, formações, objetivos e responsabilidades bastante diferentes. Para que isso seja feito com eficiência, alguns pontos merecem destaque:

SATISFAÇÃO DO CLIENTE Uma Escola de Samba tem diferentes públicos, claramente identificados: o seu produto principal, a emoção, deve ser entregue não apenas para o folião, mas também para as pessoas que pagaram ingresso no sambódromo, com a expectativa de ver um espetáculo exuberante, e para o público que fica em casa, assistindo pela televisão, gerando audiência e, consequentemente, assegurando a verba de transmissão para o próximo ano. A satisfação destes clientes parece estar sendo muito bem feita. Em 2017, todas as escolas desfilaram praticamente com sua capacidade máxima de foliões, o que significa que todas as fantasias foram vendidas. Os sambódromos estavam lotados, a transmissão pela TV foi vista, apenas no Brasil, por mais de 30 milhões de pessoas. A quase totalidade das pessoas que desfilam sai da avenida satisfeita, recomendando a experiência para os amigos e familiares, e voltando no ano seguinte. Isto é exemplo claro de manutenção de cliente e comunicação boca-a-boca na sua essência.

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DIAGRAMAÇÃO

COLUNA ASSINADA RETRANCA DE COLUNA Deve vir em todas as páginas direitas de coluna assinada, na cor do eixo, sendo posicionada 1 paica acima da margem superior, apoiada na margem interna da página.

ESPAÇO LIVRE A primeira fileira de módulos na parte superior da página deve ser sempre livre de textos e imagens.

MANCHA DE TEXTO Em páginas de coluna assinada há duas colunas de texto iguais que ocupam quatro módulos de largura cada. Na página que inicia a seção, o texto deverá sempre ser iniciado na sétima fileira de módulos, sem o uso de capitular.

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públicos, uto prinapenas pessoas mo, com berante, sistindo nsequensmissão clientes Em 2017, nte com ue signiendidas. smissão mais de ade das atisfeita, amigos nte. Isto liente e cia.

normas de diagramação

pranto de poeta

GENEROSIDADE Um desfile não é formado apenas pelos destaques, celebridades e carros alegóricos deslumbrantes. É bom lembrar que, para que um carro alegórico se movimente na avenida, existem várias pessoas trabalhando dentro dele – pessoas que não veem o desfile, e não aparecem para a audiência. É lugar comum dizer da importância do trabalho em equipe em qualquer organização, e é difícil imaginar um trabalho em equipe com bons resultados sem um mínimo de generosidade entre seus membros.

ATENÇÃO DOS DETALHES Para se colocar na avenida desfiles maravilhosos são necessários meses de trabalho, e todo esse trabalho tem pouco mais de uma hora para ser apresentado. Qualquer erro cometido pode ser fatal na hora da apuração, não há uma segunda oportunidade. A disputa é cada vez mais acirrada, e exatamente por isso que cada detalhe é fundamental. Sozinhos, esses detalhes passariam despercebidos, mas, no conjunto, é o que faz uma Escola ser melhor ou pior.

baianas, que abençoam a Escola trazendo seu axé, ou quando vemos pessoas reverenciando o pavilhão da Escola, beijando a bandeira, podemos ter a certeza de que ali tem alguém muito comprometido.

TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em equipe é o mais evidente ponto que se observa quando se compara a gestão de uma Escola de Samba com uma corporação. Mas, mesmo assim, merece uma reflexão importante, pois este é o eixo fundamental que faz com que as Escolas de Samba consigam desenvolver seu trabalho. Numa Escola de Samba todos querem desfilar bem e ganhar o carnaval. É por isso que, na hora do desfile, ninguém precisa pedir para o outro caprichar, porque o engajamento com a Escola é, por si só, suficiente para que as pessoas façam o seu melhor.

COMO FAZER?

Olhando a forma de gestão de uma Escola de Samba, fica uma questão: como fazer para se criar uma organização engajada, com pessoas comprometidas, num ambiente cada vez mais complexo e, por vezes, caótico? Nós já aprendemos que, em qualquer organização, as coisas só acontecem se as SENSO DE PROPRIEDADE É comum ouvirmos que as pessoas devem “vestir pessoas envolvidas quiserem que aconteça. Esta forma de gestão, que todos os anos nos a camisa da organização”. Na Escola de Samba isso é feito com naturalidade, e fica claro quando brinda com um espetáculo, não é obra do acaso. Ao ouvimos alguém dizer: “hoje tem ensaio na minha contrário, é fruto do trabalho incansável de inúEscola”. De nada adianta desfile com milhares de meras pessoas que, trabalhando em equipe, conseefeitos especiais e fantasias luxuosas, porque o guem criar o maior espetáculo da terra. O aparente que efetivamente ganha o carnaval são as pessoas. caos que se verifica nos ensaios é, na verdade, uma A maioria dos quesitos de julgamento dependem “re-ordem”, muito mais adequado a um ambiente cada dia mais complexo, caótico, e muito criativo. fundamentalmente dos integrantes. Essa conjunção mágica de cantoria, dança e Por isso a importância dos símbolos, histórias, mitos e rituais. Quando vemos integrantes da Escola ritmo, como afirma o consultor Renato Bernhoeft, abrindo caminho para a Velha-Guarda, numa atitude “é uma experiência digna de ser olhada por nossos de agradecimento com quem ajudou a construir a acadêmicos, consultores, executivos e empresas, Escola, quando vemos o respeito dedicado à ala das com maior interesse e menor preconceito”. roda.com.br

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manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

SUMÁRIO O sumário deve sempre ocupar uma página dupla.

IMAGEM O sumário deve sempre vir empregue em uma parede texturizada branca.

NOME DE EIXO Os nomes dos eixos vem sempre em suas cores e acompanhados de seus respectivos ícones abaixo.

MATÉRIA PRINCIPAL O nome da matéria principal da edição – ou matéria de capa – é aplicada em Urbana Bold 10/12 pt e em versal.

CONTEÚDO Os nomes das matérias, seções e entrevistas vem sempre em Urbana Light 10/12, alinhados à esquerda.

NÚMERO DA PÁGINA O número das páginas vem sempre em Urbana Light, 10/12 pt, alinhado a direita, na cor preto.

ÍCONE O ícone de cada eixo deve ser colocado 1 paica à esquerda dos números das páginas e aproximadamente 1 paica e meia abaixo do nome de seu respectivo eixo, adotando também a cor deste. A largura dos ícones não deve ocupar mais de 1 módulo e meio.

NOME DA SEÇÃO OU RETRANCA O nome da seção ou da retranca que engloba o conteúdo é aplicado em Urbana Bold, 10/12 pt, na cor do eixo.

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normas de diagramação

nesta edição desde que o samba é samba

AI QUE SAUDADES DA AMÉLIA 10 12 14 16

31 anos sem Nelson Cavaquinho Postais da Bahia Adoniran Barbosa WILSON DAS NEVES

FICA MAIS UM POUCO, AMOR 24 Entrevista com Paulinho da Viola 30 Seu Carlão do Peruche

TEMPOS IDOS 34 Uma história de luta e resistência 38 A história de Assis Valente 43 O peculiar samba paulista

CAMARÃO QUE DORME A ONDA LEVA 46 Como funciona uma escola de samba?

alma boêmia

A COISA AQUI TÁ PRETA 51 Samba e política

SONHO DE BAMBA 56 São Paulo rasga clichês

PELA LUZ DOS OLHOS TEUS 61 Zeca Pagodinho é tema de musical 67 Entrevista com Martinho da Vila

TATU BOM DE BOLA 72 Escola de samba cria time de futebol

UMA SIMPLES MARGARIDA 76 Arte brasileira ganha mostra exclusiva

4

manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

EXPEDIENTE O expediente se encontra na segunda página da revista, ou seja, uma página à esquerda.

CHAPÉU O chapéu do expediente é aplicado 1 paica acima da margem superior e apoiado na margem externa.

IMAGEM O expediente deve sempre vir empregue em uma parede texturizada branca.

TÍTULO O título é sempre aplicado na segunda fileira de módulos, apoiado na margem externa da página.

FOTO DOS COLABORADORES As fotos dos colaboradores são produzidas em colagem, assim como a capa da revista RODA, e aplicadas 1 paica à esquerda das descrições, ocupando no máximo 2 módulos de largura.

DESCRIÇÃO A descrição dos colaboradores se inicia 4 paicas abaixo do título. Há 2 paicas de distância entre o término de uma descrição e o início da seguinte. O texto é apoiado a 2 módulos de distância da margem externa da página e sua largura ocupa 5 módulos.

FÓLIO O fólio do expediente é visível, sendo aplicado sobre a imagem da parede.

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normas de diagramação

EXPEDIENTE

colaboradores Jimmy (Marcelo Pontes) Professor de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, diretor do departamento de Marketing, Pesquisa e Economia da faculdade e um grande estudioso do carnaval paulista. Na Revista RODA, Jimmy atua como colunista, depositando toda sua experiência com a escola de samba Vai-Vai e seu conhecimento na área empresarial.

Tatiana Oliveira Formada em Jornalismo e em Letras Estrangeiras Modernas na Universidade Norte do Paraná e com pós graduação em Comunicação Popular e Comunitária, Tati possui experiência com produção e revisão de conteúdo para veículos impressos. Na primeira edição da revista RODA, ela contribuiu no aspecto verbal, criando a matéria principal.

Celso Cruz É terapeuta e atua como coordenador do Papo, programa de acolhimento, aconselhamento e acompanhamento dos estudantes da ESPM. Líder da Área de Comunicação e Artes da Escola, onde é professor desde 2001. É dramaturgo e diretor teatral, com pós-doutorado pela ECA-USP. Seu sangue expressivo pulsa nas veias da revista RODA por meio da poesia.

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

PROJETO III: CULTURA E INFORMAÇÃO

Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre

Profº Marise de Chirico

PROJETO EDITORIAL E GRÁFICO

Profº Giancarlo Ricciardi

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM II Profª. Regina Ferreira da Silva

MARKETING II Ivan Ravena Pinheiro Ribeiro Karolinne Pedrosa Cavalcante Rodrigo Nunes Bruhns Sara Bergamin de Carli

PRODUÇÃO GRÁFICA Profª Mara Martha Roberto

COR E PERCEPÇÃO Profª Paula Csillag

2

manual de normatização

133


DIAGRAMAÇÃO

EXPEDIENTE COR A cor do título e do chapéu é definida pela cor do papel especial utilizado no terceiro eixo da revista, Samba da minha terra.

LOGOTIPO O logotipo da revista é aplicado com 5.5 mm (1p3.65) de altura. Ele fica centralizado entre as duas paicas acima do texto do expediente, apoiado visualmente na margem externa da folha.

TEXTO DO EXPEDIENTE O texto do expediente se inicia na segunda linha da décima fileira de módulos. Ele é dividido em duas colunas com alinhamento à esquerda, sendo a primeira apoiada na margem externa da página e a segunda, na calha entre a quarta e a quinta coluna de módulos.

LOGO DA INSTITUIÇÃO O logo da instituição é apoiado nas margens interna e inferior da página

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normas de diagramação

EXPEDIENTE

colaboradores Jimmy (Marcelo Pontes) Professor de Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, diretor do departamento de Marketing, Pesquisa e Economia da faculdade e um grande estudioso do carnaval paulista. Na Revista RODA, Jimmy atua como colunista, depositando toda sua experiência com a escola de samba Vai-Vai e seu conhecimento na área empresarial.

Tatiana Oliveira Formada em Jornalismo e em Letras Estrangeiras Modernas na Universidade Norte do Paraná e com pós graduação em Comunicação Popular e Comunitária, Tati possui experiência com produção e revisão de conteúdo para veículos impressos. Na primeira edição da revista RODA, ela contribuiu no aspecto verbal, criando a matéria principal.

Celso Cruz É terapeuta e atua como coordenador do Papo, programa de acolhimento, aconselhamento e acompanhamento dos estudantes da ESPM. Líder da Área de Comunicação e Artes da Escola, onde é professor desde 2001. É dramaturgo e diretor teatral, com pós-doutorado pela ECA-USP. Seu sangue expressivo pulsa nas veias da revista RODA por meio da poesia.

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

PROJETO III: CULTURA E INFORMAÇÃO

Curso de Graduação em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre

Profº Marise de Chirico

PROJETO EDITORIAL E GRÁFICO

Profº Giancarlo Ricciardi

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM II Profª. Regina Ferreira da Silva

MARKETING II Ivan Ravena Pinheiro Ribeiro Karolinne Pedrosa Cavalcante Rodrigo Nunes Bruhns Sara Bergamin de Carli

PRODUÇÃO GRÁFICA Profª Mara Martha Roberto

COR E PERCEPÇÃO Profª Paula Csillag

2

manual de normatização

135


DIAGRAMAÇÃO

EDITORIAL O editorial se encontra na terceira página da revista, ou seja, uma página à direita.

RETRANCA DO EDITORIAL A retranca do editorial é aplicada 1 paica acima da margem superior e apoiado na margem interna.

IMAGEM O editorial deve sempre vir empregue em uma parede texturizada branca.

TÍTULO DO EDITORIAL O título é sempre aplicado na segunda fileira de módulos, apoiado na margem interna da página.

TEXTO DO EDITORIAL O texto do editorial se inicia 4 paicas abaixo do título. O texto é apoiado na margem interna da página e tem 5 módulos de largura.

ASSINATURA A assinatura do editorial é colocada 1 paica abaixo do texto e é apoiada na margem interna da página.

FOTOS DA EQUIPE As fotos dos membros da equipe são produzidas em colagem, assim como a capa da RODA. Os nomes, em Urbana Light, são integrados na colagem. As fotos possuem 2 módulos de largura cada e estão distribuídas de forma equidistante horizontalmente, tendo seu apoio 1 paica acima da margem inferior.

FÓLIO O fólio do editorial é visível, sendo aplicado sobre a imagem da parede.

136


normas de diagramação

alô alô, realeza

o samba é meu dom Wilson das Neves se foi e deixou para trás um legado de muita ginga e samba, embora o pesar dos fãs de sua música ainda esteja pairando por aqui. Em sua primeira edição, a Revista RODA – que não teria como não se comover com esse acontecimento – faz sua homenagem ao cantor, instrumentista e compositor carioca, contando um pouco de sua vida e sua influência no cenério musical brasileiro ao longo dos anos. Voltando a São Paulo, damos destaque ao novo álbum de Criolo, que se arriscou no universo do samba sem decepcionar, trazendo um quê de novo para suas críticas sociais em forma de melodia. A Revista RODA também traz ainda uma breve história sobre a trajetória do samba na Bahia, berço do gênero; entrevistas com os mestres Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho. A gloriosa agenda de Setembro/Outubro conta o que há de bom para reunir os amigos e dizer com o pé. E, no seu eixo mais expressivo, um pé em administração e carnaval com uma coluna do diretor da Vai-Vai, Marcelo Pontes, além de um poema exclusivo do artista Celso Cruz. A equipe da Revista RODA dá as boas-vindas e abre as portas do seu e ao seu lançamento, pois veio pra saciar a sede de música, cultura e informação. Reúnam os parceiros, peguem uma gelada e entrem na roda!

Aquele abraço!

roda.com.br

3

manual de normatização

137


DIAGRAMAÇÃO

AGENDA A agenda é uma seção do eixo Alguém me avisou. Por ser uma página fixa, ela tem um estilo gráfico que conversa com o de outras páginas fixas da RODA, como o expediente e o sumário.

CHAPÉU DE EIXO O chapéu de eixo deve vir sempre na primeira página de determinada seção ou retranca – nas páginas seguintes, será utilizado o ícone do eixo. Ele é aplicado 1 paica acima da margem superior e apoiado na margem externa.

TÍTULO O título é sempre aplicado na segunda fileira de módulos e apoiado na margem externa, seguindo a regra de título de seção.

NOME DO MÊS O nome do mês é aplicado na terceira fileira de módulos e apoiado na margem externa da página.

DIA DO MÊS A primeira fileira de dias do mês se inicia 3 paicas abaixo do título, na quarta fileira de módulos, sendo a única em que os números estão obrigatoriamente na mesma linha. Os demais dias são dispostos 2 paicas abaixo do término da descrição do evento anterior.

DESCRIÇÃO DO EVENTO A descrição do evento deve começar na paica seguinte ao dia do mês que se refere, ocupando 2 módulos de largura. A primeira coluna de descrições é apoiada na margem externa da página, e as demais na calha entre cada coluna de dois módulos.

138


normas de diagramação

ALGUÉM ME AVISOU

Agenda

setembro 02

Sesc Interlagos: 14h Pagode da 27, Samba da Laje e Samba da Vela. Entrada gratuita

06

Traço da União: 21h Grupo Arruda. R$20 (lista) e R$30 (porta)

07

Traço da União: 13h Samba do Chapéu. R$20 (lista) e R$30 (porta)

08

Ó do Borogodó: 21h Maurinho de Jesus. R$20

09

Ó do Borogodó: 21h Adriana Moreira e Cordão da Fuleragem. R$25

11

15

12

Traço da União: 21h Moacyr Luz e Toninho Geraes.

Ó do Borogodó: 20h Carlinhos Vergueiro. R$45

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Edinho Silva. R$15

13

Ó do Borogodó: 21h Inimigos do Batente. R$15

14

Ó do Borogodó: 21h Forró com Tião Carvalho. R$20

Casa Barbosa: 19h Samba da Valdinéia. R$10 Traço da União: 19h Daniel Tatit apresenta “O Samba Que Une a Gente”. Preço não informado

Ó do Borogodó: 21h Trio Gato com Fome. R$20

16

Ó do Borogodó: 21h Juliana Amaral. $25

18

21

Ó do Borogodó: 21h Toinho Melodia e Conjunto Picafumo. R$20 Casa Barbosa: 19h Roberta Oliveira & Bando de Lá. R$10

Traço da União: 19h Batuque de Corda. R$15 (lista) e R$25 (porta)

22

Ó do Borogodó: 20h Ó do Avesso apresenta Anná. R$30

Traço da União: 21h Jorge Aragão. R$40

19

23

20

Casa Natura Musical: 22h – Martinho da Vila. Ingressos variam entre R$70 e R$280

Ó do Borogodó: 21h Cochichando e Anaí Rosa. R$15

Ó do Borogodó: 21h Adriana Moreira e Cordão da Fuleragem. R$15

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Edinho Silva. R$25

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manual de normatização

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DIAGRAMAÇÃO

AGENDA

NOME DE SEÇÃO O nome da seção é aplicado 1 paica acima da margem superior e apoiado na margem interna.

EVENTOS ESPECIAIS O título “especial” deve ser aplicado na vertical, com sentido de leitura de baixo para cima. Ele é apoiado na calha entre a terceira e a quarta fileira de módulos e na margem interna da página. Os dias do primeiro evento estão dispostos na quarta paica a partir da margem superior, com a descrição do evento começando na paica seguinte. Deve haver 2 paicas entre o término da descrição de um evento e a indicação dos dias do evento seguinte. Os dias e a descrição dos eventos são apoiados a 3 paicas da margem interna da página.

INFORMAÇÕES Informações sobre os locais dos eventos devem ser colocadas a partir da terceira linha da quarta fileira de módulos, a mesma da primiera linha de dias do mês. Há 1 paica entre o término das informações de um local e o início das do local seguinte. Os elementos são apoiados a 11 paicas da margem interna da página.

SEPARADOR Um traço em estilo vernacular deve ser usado para separar as descrições dos eventos das informações sobre os locais, sendo colocado centralizado entre as duas.

140


ó: 21h ae umo.

19h a& $10

o: 19h rda. R$25

o: 21h R$40

ó: 21h nvida $25

usical: o da Vila. am entre

normas de diagramação

especial

com que roupa?

03, 10, 17 e 24 Ó do Borogodó: 20h Umbando. R$15

09, 16, 23 e 30 Feijoada do Traço de União. Mulher R$25 e Homem R$35

26

Ó DO BOROGODÓ

Ó do Borogodó: 21h Inimigos do Batente. R$15

Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, São Paulo - SP. (11) 3814-4087. Estação Fradique Coutinho (Linha 4)

27

Rua Rui Barbosa, 559, Bela Vista, São Paulo – SP. https://www.facebook.com/barbosabixiga/

CASA BARBOSA

Ó do Borogodó: 21h Juliana Amaral. R$15

SESC INTERLAGOS

28

CASA DA LUZ

Avenida Manuel Alves Soares, 1100, Parque Colonial, São Paulo - SP. (11) 5662-9500

Ó do Borogodó: 21h Raidilia. R$20

Rua Mauá, 512, Centro, São Paulo - SP. http://casadaluz.org/

29

SAMBA DA VELA

Ó do Borogodó: 21h Jorge Ceruto. R$20 Traço da União: 21h Samba do Brotô. R$15 (lista) e R$25 (porta)

30

Ó do Borogodó: 21h Cochichando e Anaí Rosa. R$25

Casa de Cultura de Santo Amaro - Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434, Santo Amaro, São Paulo - SP.

TRAÇO DA UNIÃO Rua Cláudio Soares, 73, Pinheiros, São Paulo – SP. Estação Faria Lima (Linha 4)

CASA NATURA MUSICAL Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, São Paulo - SP. Estação Faria Lima (Linha 4)

ESTAÇÃO SÃO JORGE Av. Guilherme Cotching, 798, Vila Maria, São Paulo - SP.

roda.com.br

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manual de normatização

141


DIAGRAMAÇÃO

AGENDA

ÍCONE O ícone do eixo vem sempre a partir da segunda página da seção.

IMAGEM A agenda deve sempre vir empregue em uma parede texturizada branca.

COR A cor aplicada nos títulos, dias do mês, traço de separação, chapéu do eixo, ícone do eixo e nome da seção é a cor do eixo Alguém me avisou.

FÓLIO O fólio da agenda é visível, sendo aplicado sobre a imagem da parede.

142


normas de diagramação

Agenda

outubro 02

Ó do Borogodó: 20h Ó do Avesso apresenta Mauro Amorim com participação de Alaíde Costa. R$45

03

Ó do Borogodó: 21h Adriana Moreira e Cordão da Fuleragem. R$15

04

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Edinho Silva. R$25

05

Ó do Borogodó: 21h Forró do Zé Pitoco. R$20

06

Ó do Borogodó: 21h Raidilia, sambas, batuques e cantorias. R$20

07

Ó do Borogodó: 21h Inimigos do Batente. R$25

Estação São Jorge: 14h - Grupo fundo de quintal. R$25

12

Casa da Luz: 17h Grupo Samba da Luz. R$5

13

Casa Barbosa: 19h Trio Gato com Fome. R$17

16

Ó do Borogodó: 20h15 Inbloco: hepteto. Preço não informado

17

Ó do Borogodó: 21h Zé Barbeiro convida Carmen Queiroz. R$15

21

Casa Barbosa: 19h Roberta Oliveira & Bando de Lá. R$10

23

Ó do Borogodó: 22h Renato Martins. Preço não informado

18

26

19

27

Ó do Borogodó: 22h Inimigos do batente. R$15

Casa Barbosa: 19h Os Carpideiros. R$17

20

Ó do Borogodó: 22h Choro de Bola. Preço não informado

Ó do Borogodó: 22h Roda de samba do terreiro grande. Preço não informado

Casa Barbosa: 19h Sambarbosa. R$17

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manual de normatização

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ANEXOS

TABELA DE CONTEÚDO REVISTAS

CAPAS E EDITORIAL Fotos Chamadas Carta do editor Carta do leitor Missão editorial Sumário Entrevista Tutoriais (aprendendo a tocar) Informação sobre instrumentos Tributo Guia de lançamentos (CDs) Guia de lançamentos (Livros/HQ) Guia de lançamentos (Filmes) Colaboradores Expediente Contato de empresas parceiras Link para playlist virtual Agenda Coluna assinada

TEMAS Discografia Cinema Arte Drogas Política HQ Lançamentos Profissional (Diretor) Cantores Celebridades (TV) Bandas

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ROLLING STONES

TOTAL GUITAR BRASIL

CULT

REVISTA DJ CULTURA SOUND


tabela de conteúdo

ROLLING STONES

TEMAS

TOTAL GUITAR BRASIL

CULT

REVISTA DJ CULTURA SOUND

Filmes Músicas Arquivo (Lembranças) Bebidas Teatro Cidade Visuais Literatura Fotografia Críticas de arte História Samba POP Sertanejo Gospel Latino Pagode Funk Rock Brasileiro Rock Internacional Eletrônica Clássico Abordagem do “negro” na música Direitos Inovação e Tecnologia Arte e educação Classificação de escolas de samba Abordagem de “mulher”no samba Choro Samba de roda Samba de enredo Carnaval: Série A. Carnaval: Grupo Especial. Carnaval: Acesso. Crianças. São Paulo Rio de Janeiro Revista brasileira

Revista internacional

Seção

Matéria

Coluna

manual de normatização

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ANEXOS

TABELA DE CONTEÚDO REVISTAS

CAPAS E EDITORIAL Fotos Chamadas Carta do editor Carta do leitor Missão editorial Sumário Entrevista Tutoriais (aprendendo a tocar) Informação sobre instrumentos Tributo Guia de lançamentos (CDs) Guia de lançamentos (Livros/HQ) Guia de lançamentos (Filmes) Colaboradores Expediente Contato de empresas parceiras Link para playlist virtual Agenda Coluna assinada

TEMAS Discografia Cinema Arte Drogas Política HQ Lançamentos Profissional (Diretor) Cantores Celebridades (TV) Bandas

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REVISTA CONCERTO

SELECT

REVISTA MOJO CARNAVAL


tabela de conteúdo

REVISTA CONCERTO

TEMAS

SELECT

REVISTA MOJO CARNAVAL

Filmes Músicas Arquivo (Lembranças) Bebidas Teatro Literatura Visuais Vintage Fotografia Críticas de arte História Samba POP Sertanejo Gospel Latino Pagode Funk Rock Brasileiro Rock Internacional Eletrônica Clássico Abordagem do “negro” na música Direitos Inovação e Tecnologia Arte e educação Classificação de escolas de samba Abordagem de “mulher”no samba Choro Samba de roda Samba de enredo Carnaval: Série A. Carnaval: Grupo Especial. Carnaval: Acesso. Crianças. São Paulo Rio de Janeiro Revista brasileira

Revista internacional

Seção

Matéria

Coluna

manual de normatização

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ANEXOS

TABELA DE CONTEÚDO PORTAIS VIRTUAIS

TEMAS Discografia Cinema Arte Drogas Política HQ Lançamentos Profissional (Diretor) Cantores Celebridades (TV) Bandas Filmes Músicas Arquivo (Lembranças) Bebidas Teatro Literatura Visuais Vintage Fotografia Críticas de arte História Samba POP Sertanejo Gospel Latino Pagode Funk Rock Brasileiro Rock Internacional Eletrônica

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REVISTA MÚSICA SAMBA. BRASILEIRA SERAFINA CATRACALIVRE


tabela de conteúdo

REVISTA MÚSICA BRASILEIRA SERAFINA

TEMAS

SAMBA. CATRACALIVRE

Clássico Abordagem do “negro” na música Direitos Inovação e Tecnologia Arte e educação Classificação de escolas de samba Abordagem de “mulher”no samba Choro Samba de roda Samba de enredo Carnaval: Série A. Carnaval: Grupo Especial. Carnaval: Acesso. Crianças. São Paulo Rio de Janeiro Seção

Matéria

Indefinido

manual de normatização

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ANEXOS

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painel do leitor

PAINEL DO LEITOR

manual de normatização

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ANEXOS

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roteiro

ROTEIRO DEFINIÇÃO DOS CONCORRENTES Para definir a concorrência da revista RODA, além do samba – que simboliza um vácuo no mercado editorial impresso, apenas sendo encontrada uma revista do gênero, a Revista Carnaval –, definimos como critério de análise de concorrência, revistas que abordem questões culturais do cenário brasileiro, tais como arte, música, literatura, entre outros. Isso se dá em razão de um dos focos da revista RODA ser destinado à abordagem dos fatores culturais do Brasil.

ESCOLHA PARA ANÁLISE DETALHADA Os concorrentes analisados foram determinados por não somente abordarem o samba como tema central da revista – tendo em vista que há um vácuo no mercado editorial que atende e aborda esse segmento –, mas por tratarem da cultura e aspectos brasileiros, como músicas, artes, literatura, filosofia, ciências sociais, e também o cenário do país, como fatores políticos e sociais. Primeiramente, analisamos as revistas musicais e identificamos extrema distinção entre o tema que iremos abordar. Entre elas estão Rolling Stones, Total Guitar Brasil, Roadie Crew, Billboard (EUA), Mojo (ING), entre outras. Para revistas que abordam o samba como tema central, apenas identificamos a Revista Carnaval existente e em publicação até os dias atuais. Para revistas que tem como tema central a cultura brasileira – como artes, musicas, personalidades, política, filosofia, ciências humanas, entre outros – foram identificadas a revista Cult, Bravo!, Revista da Cultura, seLecT, Revista Bula e Rebuliço. Em cima disso, escolhemos para análise detalhada da concorrência as revistas: Revista Carnaval, Cult e seLecT.

manual de normatização

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ANEXOS

REVISTA CARNAVAL MISSÃO EDITORIAL “A Revista Carnaval surgiu em setembro de 2011 com uma proposta inovadora: ser a primeira revista digital totalmente voltada para a folia. Seus leitores poderiam folhear em seus computadores a publicação que receberiam por email. A adesão dos amantes da festa de Momo foi rápida e mês após mês o número de leitores que solicitam as edições vem crescendo. Atualmente, são, aproximadamente, 22 mil pessoas que recebem a publicação, sem contar os que têm acesso pelos amigos que repassam os arquivos. Em suas páginas, os leitores podem curtir as novidades do Carnaval, entrevistas, análises e matérias especiais com qualidade e as características típicas do veículo revista. A grande festa é merecedora de uma edição especial. A cobertura detalhada dos desfiles da Sapucaí e as informações sobre o que aconteceu na Estrada Intendente Magalhães, no Anhembi e nas ruas do Rio de Janeiro são acompanhadas por um show de fotografias.”

POSICIONAMENTO A revista assume um posicionamento que se destina a pessoas que estão interessadas no universo do carnaval brasileiro, tendo como foco o samba-enredo e desfiles de escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ela aborda informações e notícias sobre escolas de samba e desfiles. sendo publicada bimestralmente.

PROFISSIONAIS Editor: David Júnior. Diretor Executivo: Otávio Sobrinho.

ASSUNTOS ABORDADOS A revista tem como foco principal as escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo. Sua abordagem gira em torno de notícias sobre essas escolas: seus participantes, eventos e calendário, enredos de desfiles, posição entre as escolas, promoções e inscrições nessas escolas, informações sobre CDs, entre outros.

FORMATOS EDITORIAIS A princípio, logo na segunda capa, está a classificação das escolas de samba do Rio de Janeiro. O primeiro formato é o “Editorial”, o qual exibe o conteúdo da atual edição da revista. Em algumas

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análise de concorrência – revista carnaval

edições, na mesma página (pág. 1) e em outras, na próxima página (pág 2) em relação ao “Editorial”, está o “Sumário”, onde estão a relação entre o conteúdo da edição e a página que está. As seções identificadas com base em duas edições da revista (disponíveis em plataforma virtual) são: “Crianças”; “Sampa”; “Arte”; “Série A”; “Acesso”; “Homenagem”; “Especial”. Somente em algumas edições há entrevista. As matérias, no geral, abordam assuntos como rainhas de bateria, blocos carnavalescos, treinos, lembranças; enredos e temáticas de escolas de samba; histórias de superação entre personalidades dessas escolas, etc. Na terceira capa há a classificação das escolas de samba de São Paulo. A “missão editorial” foi retirada do eixo “fale conosco” e “quem somos” do site da Revista Carnaval.

CAPA E FORMATO DA REVISTA No geral, as capas trazem imagens dos desfiles de carnaval do Rio e de São Paulo, tanto de porta-bandeiras, integrantes e sambistas, como também de alegorias. Seu logo é aplicado no centro superior da página, em branco com um contorno em preto. Suas chamadas são grandes e coloridas, aparentemente sem relação entre o conteúdo (forma) e a escolha cromática. Além disso, as frases de chamada também têm contorno e são grandes e sem padronização de uma versão para a outra. Quanto ao formato, como a análise se restringiu pela plataforma virtual, não foi possível identificar o tamanho e no site não consta a informação.

ANÁLISE GRÁFICA DA MARCA O logotipo da Revista Carnaval é simples, usa um contorno preto em toda a sua utilização. Assume cores diferentes em capas, porém, aparentemente não há relação com o conteúdo que a compõe.

TIPOGRAFIAS A tipografia das chamadas de capa contém serifas e estão representadas em caixa alta, com cores sem relação com o tema e com contornos. A fonte utilizada em títulos é serifada, em caixa alta e em bold. Já a fonte do chapéu não tem serifa, assim como as das legendas e as do fólio – que estão em itálico, ambas –. manual de normatização

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ANEXOS

Os textos, por estranho que pareça, são empregados em uma fonte sem serifa, o que dificulta o fluxo de leitura. Há também o uso de “capitular” – em fonte com serifa – que, geralmente, interfere no texto que está ao lado. Os olhos empregados em texto contêm uma tipografia com serifas, em caixa alta e não há padronização de elementos de apoio – como as aspas.

CORES A revista claramente não possui uma paleta cromática definida e padronizada para todas as edições. Geralmente, são empregadas cores vivas para cada matéria e/ou seção. Por exemplo: é utilizado vermelho para a caixa de texto onde está escrito “Editorial”, porém, na mesma página, também é empregado o laranja na caixa de texto escrito “Sumário” e o azul em “Expediente”. Além disso, a Revista Carnaval apresenta caixas de texto grandes laranja com opacidade reduzida para o conteúdo do sumário e azul com opacidade reduzida para o conteúdo do expediente.

IMAGENS As imagens da Revista Carnaval são, basicamente, fotos ligadas ao evento e às escolas de samba cariocas e paulistas. No geral, as imagens apresentam baixa resolução.

GRID Após análise, foi constatado que a revista utiliza um grid de três colunas, apenas. Essa conclusão se deu após perceber que a maioria das matérias possuem duas colunas e um espaço ao lado semelhante ao ocupado.

PREÇO Revista grátis sob pedido no site.

DISTRIBUIÇÃO Feita através do site.

COMUNICAÇÃO Feita através do site.

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análise de concorrência – revista carnaval

ANÁLISE SWOT •• ••

•• ••

Forças: Bom diálogo com o público alvo e bom conhecimento do tema – samba de enredo, escolas de samba, entre outros. Fraquezas: Se posicionar de maneira frágil para a marca, não adotando uma padronização visual e negligenciando aspectos importantes de comunicação visual defendidos por teóricos do tema. Oportunidades: Há um vácuo no mercado editorial que aborde o samba como tema central – de modo geral. Ameaças: Novas revistas no ramo do samba surgindo no mercado editorial, considerando que há espaço e demanda para elas.

manual de normatização

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ANEXOS

REVISTA CULT MISSÃO EDITORIAL “A cult é uma revista mensal voltada às áreas da arte, cultura, filosofia, literatura e ciências humanas. Com uma circulação de 35 mil exemplares, distribuídos em âmbito nacional, a publicação é conhecida por sua independência editorial – o que sempre a levou a tratar, em seus vinte anos de existência, de temas pouco explorados normalmente pelos mais variados veículos do jornalismo cultural. A inventividade e, muitas vezes, o ineditismo na abordagem dos assuntos exigem em contrapartida a redação de textos longos, densos e com um nível de profundidade cada vez mais raro no mercado editorial – escritos por renomados intelectuais ligados à vida acadêmica e jornalistas de sólida trajetória profissional. Daí ser motivo de orgulho para a revista o fato de contar entre seus assinantes com grande parte das universidades e bibliotecas do país. Cada edição da cult chega às bancas apresentando ao leitor um dossiê especialmente organizado sobre determinado tema que possa contribuir para o amplo debate de ideias e a franca circulação de saberes e conhecimentos de interesse público. Completam as edições matérias especiais, artigos, resenhas, ensaios, entrevistas e perfis que contemplam aspectos variados da vida cultural brasileira em caráter mais amplo. A revista prima pela qualidade de seus textos, que, embora intencionem ajudar na ampliação do repertório cultural do leitor, jamais abrem mão da linguagem culta formal, condição necessária para o desenvolvimento da consciência crítica. A linguagem visual adotada pela direção de arte procura dialogar ativamente com os textos, concebendo um conjunto de imagens que não somente é agradável aos olhos do leitor como também estimula seu campo perceptivo. A cult muito se orgulha de seu posicionamento à margem dos grandes consensos fabricados pela indústria cultural, dedicando-se a causas pouco debatidas ou negligenciadas – às quais somente um jornalismo independente e autônomo é capaz de dar sua necessária visibilidade.”

POSICIONAMENTO A revista assume um posicionamento cultural, abordando questões pouco debatidas ou negligenciadas, como é falado

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análise de concorrência – cult

em sua missão editorial acima. Sendo assim, segundo a cult, ela declara um jornalismo independente e autônomo, capaz de tratar de assuntos polêmicos no âmbito da cultura brasileira, da arte, da literatura, da filosofia e das ciências humanas.

PROFISSIONAIS Editora e diretora responsável: Daysi Bregantini Editor: Welington Andrade Diretora de arte: Andreia Freire Assistente de edição e editora do site: Amanda Massuela Redação/tv cult: Helô D’Angelo Estagiário de redação: Paulo Henrique Pompermaier

ASSUNTOS ABORDADOS A revista tem como foco principal os acontecimentos e informações culturais brasileiras. Afundo nisso, a revista aborda assuntos de literatura, arte, filosofia e ciências humanas do cenário atual.

FORMATOS EDITORIAIS A revista possui as informações sobre as pessoas que contribuíram para a criação da presente edição, seguido da carta do editor, que aborda os assuntos que serão tratados na edição, o sumário vem logo depois, trazendo os temas que contém na edição, tanto matérias como seções. Também há a carta do leitor, um espaço dedicado às opiniões dos leitores da revista. Seguindo, contém um local onde são colocados os colaboradores da edição. As seções são divididas por temas, nomeadas como “dossiês”, “livros”, “notícias”, “entrevistas”, “perfil”, “música”, “cinema”, “teatros”, “ensaios”, “reportagens” e “fotografia”. As matérias são nomeadas com nomes das personalidades que são tratadas no texto. Por fim, há as colunas assinadas, que apresentam os mesmos escritores e seus textos mensais.

CAPA E FORMATO DA REVISTA As capas trazem fotografias, composições ou ilustrações. O logo está sempre posicionado à esquerda da página, envolvido em um box que varia de cor dependendo do conteúdo da capa. A tipografia do box, contendo o logotipo da marca, é vazada, manual de normatização

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ANEXOS

transpondo a imagem. A capa aborda o conteúdo da matéria principal utilizando diversas formas de linguagem. As chamadas são sutis, empregues de maneira padronizada e com lugares determinados, como: alinhadas à esquerda e/ou alinhadas à direita. O nome da personalidade abordada na matéria principal sempre ganha destaque na capa. A revista tem um tamanho bom para o manuseio e leitura (27,3 x 20,5 cm) e possui encadernação canoa, ou seja, as folhas são grampeadas no meio. É uma publicação mensal da Editora Bregantini.

ANÁLISE GRÁFICA DA MARCA O logotipo da cult é apresentado em uma fonte sem serifa, em caixa alta, localizada dentro de um box que sofre alterações de cor ditada através da capa, com a palavra “cult” vazada, isto é, com a cor de fundo da capa. O logotipo é minimalista, porém bem chamativo e conceitual, assim como o conteúdo abordado na revista. Sua forma é adequada as capas propostas pela revista e é flexível no quesito de ser alinhável tanto à direita quanto à esquerda, além de centralizado.

TIPOGRAFIAS As tipografias das chamadas de capa não contêm serifas, apresentando clareza e contraste. O uso de bold e light na capa remetem à uma hierarquia visual. Os títulos centrais de colunas são representados em fontes com serifas de caráter bold, apresentando uma legibilidade boa e uma combinação e contraste positivos com as outras tipografias empregues na página. Os títulos de matérias e seções são representados em fontes sem serifas e retas, com perfil bold e em caixa alta. Para os títulos primários de seções – como o da matéria de capa – é utilizada a mesma tipografia, só que maior que os demais títulos. Para todas as linhas finas – independente de coluna, entrevista, matéria ou seção –, é utilizada uma tipografia sem serifa em light, o que suaviza o título. O nome do autor do texto, o chapéu, utilizado para identificar seções e colunas, – geralmente seguido pelo nome da personalidade abordada na seção/matéria ou do título – o fólio e o número da edição também se apresentam na mesma tipografia da linha fina, porém em caixa alta e em tamanho menor.

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análise de concorrência – cult

O olho, destaque contido dentro do texto extraído de uma parte, se dá em caixa alta numa tipografia serifada, contando com as aspas de elemento visual e alinhamento centralizado. O texto corrido é iniciado por uma capitular bem aplicada e empregue em uma fonte serifada que auxilia no fluxo da leitura.

CORES A revista cult é composta por uma paleta cromática neutra. Seus tons presentes em todas as edições são, essencialmente, preto, branco e cinza. As cores adicionais são definidas com base na capa da edição. Sabe-se que a capa da edição é referente à matéria principal dela, sendo assim, a cor predominante ou chave na capa, irá simbolizar essa matéria no sumário para obter ênfase. Essas cores secundárias variam de azul, vermelho, amarelo, entre outras. Mas os tons são sempre semelhantes, não muito vibrantes, porém não tão apagados também! Eles compõem a identidade da revista e como ela é vista pelo leitor.

IMAGENS As imagens empregadas na revista cult variam desde fotografias e colagens a ilustrações e gráficos. As fotografias, no geral, possuem uma máscara tonal padronizada, sendo assim, geralmente, todas as fotografias da revista cult são pretas e brancas ou com o tom alaranjado. Já as ilustrações também são padronizadas. No geral, são linhas de “rascunho” em preto, com imagens aplicadas em cima, tornando a composição mais harmonica e mais “integrada”.

GRID Após análise, foi constatado que a revista cult utiliza uma grade modernista. Essa conclusão se deu após perceber que as colunas ganhavam formas diferente no decorrer da revista. Algumas páginas são compostas de três colunas iguais – como em colunas assinadas –, outras de duas colunas distintas – uma maior e outra menor –, outras com duas colunas iguais – e uma margem grande –. As imagens empregadas nas páginas seguem uma linha invisível, porém perceptível que se alinham com o texto e com as margens – quando não há sangramento da foto. manual de normatização

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ANEXOS

PREÇO R$ 15,90 (preço de venda virtual em site da revista).

DISTRIBUIÇÃO Vendida através de bancas, livrarias, internet ou por assinatura.

COMUNICAÇÃO Feita através do site da revista cult.

ANÁLISE SWOT ••

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Forças: Tem como foco questões culturais, mas vai além disso, instigando o leitor, provocando uma leitura prazerosa e propondo um diálogo entre as raízes cultura e o cenário atual do país. A relação entre marca e consumidor acontece naturalmente. Fraquezas: Com o vasto conteúdo a ser explorado pelo foco da revista – arte, literatura, filosofia e ciências humanas –, muitas vezes o conteúdo da edição pode não agradar ou interessar todo o público que a revista visa alcançar. Oportunidades: O cenário cultural brasileiro é amplo e apresenta grandes abordagens e muito interesse por parte dos leitores. Ameaças: Novas revistas no ramo cultural podem ser mais seletivas e segmentadas, assim, se um consumidor desejar uma revista cultural mais voltada para arte, possivelmente ele escolherá a seLecT ao invés da cult.


análise de concorrência – cult

REVISTA SELECT MISSÃO EDITORIAL “seLecT é uma revista especializada em artes visuais e cultura contemporânea, com versão digital, mobile e impressa, de periodicidade trimestral. Seu objetivo é contribuir de forma consistente para a informação e a formação do público de arte do país, divulgando trabalhos artísticos e curatoriais e oferecendo reportagens, informações jornalísticas, textos analíticos e reflexões. Com um time de colaboradores pluralista, sua cobertura abrange o sistema da arte no Brasil, mas tem olhos também para a cena internacional e para a inserção dos artistas brasileiros no mundo. Sua missão é estimular o conhecimento, a circulação de ideias e o debate e, assim, contribuir para promover o desenvolvimento e a consolidação das artes no país.”

POSICIONAMENTO A revista assume um posicionamento cultural, abordando essencialmente como tema central as artes visuais. Sua imagem traduz modernidade, conceituação e diferenciação, sendo esses os objetivos principais da arte contemporânea. Seu conteúdo proporciona informações do ramo artístico do país ao seu leitor. É uma revista que tem como público artistas, curadores, críticos, historiadores, colecionadores, galeristas, diretores de instituições culturais, produtores, estudantes e um público cada vez mais amplo de amantes da arte, da cultura e das áreas da economia criativa.

PROFISSIONAIS Diretora de Redação: Paula Alzugaray Direção de Arte: Ricardo Van Steen Repórter Especial: Marion Strecker Repórter de Mídias Digitais: Ana Abril Repórter: Luciana Pareja Norbiato Repórter: Luana Fortes Secretária de Redação: Roseli Romagnoli

ASSUNTOS ABORDADOS A revista tem como foco principal as informações acerca do tema artes visuais, podendo apresentar ao seu leitor um conteúdo que se expande desde curadoria e informações sobre exposições, até textos reflexivos sobre o tema abordado. manual de normatização

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ANEXOS

FORMATOS EDITORIAIS A revista possui, a princípio, seu editorial, isto é, uma carta do editor que introduz os assuntos que a edição trará em questão. A edição também apresenta um sumário próprio, onde podem ser vistas e identificadas as matérias e as seções de cada edição, organizadas em eixos. Os eixos são “Da Hora”, que conta com agenda semanal com notícias sobre o que acontece no Brasil e é subdividido em seções, como “Arte e Educação”, “Amantes”, “Críticas”, “Curadoria”, entre outras; “Em construção” que trata da visita ao espaço de trabalho do artista e acompanhamento de uma obra; “Fogo Cruzado” que aborda um debate em que convidados refletem sobre grandes temas atuais; “Acervos”, isto é, uma análise sobre acervos de instituições artísticas culturais.

CAPA E FORMATO DA REVISTA O formato da revista seLecT é de 21,0 x 27,5 cm. Suas capas trazem fotos, composições, montagens virtuais, temas de arte, como pintura, desenhos, gravuras, entre outros. O logo está sempre posicionado na parte superior da capa à esquerda, podendo variar de versões entre vermelho e branco; vermelho e preto; vermelho e vazado, e também pode variar a “bandeira” que contém no logo de letra em letra. As chamadas da capa são sutis e variam de alinhamento à esquerda e/ou à direita, de acordo com a imagem que está reproduzida na capa. O nome da matéria principal apresentada pela edição ganha destaque na capa, introduzindo o leitor para o universo da abordagem.

ANÁLISE GRÁFICA DA MARCA O logotipo da seLecT é composto por uma tipografia arredondada e uma inserção em vermelho que pode variar como (1), ser uma letra em vermelho e (2), um box vermelho que englobe em si apenas uma letra, sofrendo variações quando aplicado em diversas capas. A marca seLecT cria uma identidade visual expressiva, mutável e diferenciada como seu tema de abordagem: arte. As cores utilizadas no logo são variadas entre tipografia preta com box vermelho; tipografia vermelha sem box; tipografia branca com box vermelho; tipografia vermelha com box vermelho; letra vazada, entre outras. A identidade do logotipo depende da composição empregada na capa, suas cores, suas formas, entre outros aspectos visuais.

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análise de concorrência – select

TIPOGRAFIAS As tipografias das chamadas de capa não contêm serifas, apresentando clareza e contraste. O uso de bold e light na capa remetem à uma hierarquia visual, assim como na revista cult. Nas colunas, os títulos são empregados em uma tipografia fina, sem serifas e em caixa alta. As legendas de fotos contidas nas colunas são sem serifa, em CxAb em um perfil tipográfico condensado. A capitular da coluna é representada pela primeira frase do texto, utilizando uma tipografia em caixa alta, bold e mais retilínea. Nas seções e matérias, o título principal é representado por uma tipografia bold, em caixa alta, sem serifa e retilínea. Se houver complemento do título, é representado pela mesma tipografia, em caixa alta, mas em um perfil light. A linha fina é empregada em uma tipografia sem serifas, fina, mais geometrizada, em CxAb com perfil light. A capitular é marcada pela primeira frase do texto, com a mesma tipografia utilizada para a capitular das colunas. Tanto o chapéu da seção, quanto o nome do autor e os marcadores de seção e de créditos por imagem vem representados com a mesma tipografia, porém, enquanto a seção, os marcadores e créditos são expostos em light, o nome do autor recebe um bold. O texto corrido da revista possui uma tipografia com serifa, facilitando a legibilidade e o fluxo de leitura. Os olhos que se localizam dentro do texto têm a mesma tipografia que a linha fina (já citado acima).

CORES A revista seLecT é composta, assim como a revista cult, por uma paleta cromática neutra. As únicas cores no editorial são o branco do suporte e o preto da tipografia. Além disso, as cores da revista ficam por conta das imagens, que, por sua vez, variam de tonalidade de acordo com o tema abordado na matéria ou seção em que elas se localizam. No eixo “Da Hora” da revista, é possível ver um pouco de cor aplicada em tipografia. Ao falar sobre eventos relacionados à arte acontecendo no cenário, eles usam uma linha em vermelho para especificar o local do evento, a duração e o site da instituição responsável. A cor vermelha provém do ícone que identifica o eixo: um box – assim como o do logotipo – vermelho com “Da Hora” inserido dentro. manual de normatização

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ANEXOS

IMAGENS As imagens utilizadas na revista seLecT variam sua saturação de acordo com o conteúdo da matéria/seção. Em textos onde a arte mais enraizada e elitizada vigora, temos uma paleta cromática em imagens que variam do preto e branco para a tonalidade mais aquecida, com tons de laranja. Onde o texto aborda uma arte mais urbana, popular e moderna, há a maior inserção de cores nas imagens que o cercam.

GRID Após análise, foi constatado que a revista seLecT utiliza uma grade modernista. Essa conclusão se deu após notarmos a organização das colunas de texto – a maioria das páginas dividem seu conteúdo em duas colunas textual – e, principalmente, a organização das imagens. Estas, acabam por tirar de vez qualquer dúvida sobre o uso de um grid modular estruturado na grade modernista.

PREÇO Aproximadamente R$20,00. (Preço estimado com relação ao pacote anual da revista que totaliza R$79,90 no preço de banca e a postagem da revista que é trimestral.)

DISTRIBUIÇÃO Vendida através de bancas, livrarias, internet ou por assinatura.

COMUNICAÇÃO Feita através do site da revista seLecT.

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Forças: Tem como foco questões artísticas e consegue um domínio muito positivo no ramo, sendo referência entre as revistas de arte. Constrói uma relação forte com o público pela sua linguagem. Fraquezas: A arte possui interpretações pessoais, isso pode virar uma fraqueza da revista dependendo da abordagem dos temas de arte e suas diferenças com a mentalidade do leitor. Oportunidades: O cenário cultural artístico é amplo e diverso, apresentando muito interesse por parte dos leitores. Ameaças: Novas revistas no ramo artístico.


análise de concorrência – select

CONCLUSÃO ASPECTOS DE PARIDADE A Revista Carnaval, por ter um público pertencente à classe mais baixa e popular, tem seus aspectos editoriais e gráficos totalmente diferentes das outras revistas. Por outro lado, devido à abordagem das revistas cult e seLecT, estas apresentam semelhanças fortes nos quesitos editoriais e gráficos. A semelhança visual mais notável é a utilização da cor, onde as duas apenas padronizam as cores preto e o suporte branco. Além disso, pode ser evidenciado como ponto de paridade entre ambas o perfil e a tonalidade das imagens, sendo essas mais aquecidas e/ou totalmente desaturadas – preto e branco. Além disso, essas duas revistas compartilham semelhanças nas capas, que contém fotos, colagens, ilustrações, e outros modos de composição visual. As chamadas de capa também são parecidas, tendo em vista que o local que elas se localizam nas capas são compatíveis. A identidade visual é aplicada alinhada à esquerda para ambas as revistas, o que também evidencia a igualdade entre as duas. As tipografias também são parecidas, tendo em vista que ambas empregam as tipografias serifadas para textos; sem serifas, alongadas, em caixa alta e retilíneas para títulos de matérias e seções; tipografias sem serifas, light, e em CxAb para a linha fina e fontes em caixa alta, sem serifa, light para fólio, nome do autor e chapéu da seção. Fora os fatores gráficos, também batem os aspectos editoriais. Ambas as revistas apresentam o editorial – isto é, a introdução aos assuntos que serão abordados na edição – e o expediente. O sumário também não fica de fora. Como os temas são semelhantes, também há características semelhantes nas seções, como a abordagem da arte; ensaios; reportagens; entrevistas; entre outros.

ASPECTOS DE DIFERENCIAÇÃO Como já visto acima, a revista que mais de diferencia das demais é a Revista Carnaval. Por seu tema ser conteúdo da cultura brasileira e os critérios para a definição de concorrentes serem desiguais para a Revista Carnaval entre as demais, não será muito explorado os aspectos editoriais de seções, pois é óbvio que por ser uma vertente restrita da cultura brasileira, não terá uma abordagem compatível com as seções da cult e da seLecT. manual de normatização

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ANEXOS

A princípio, uma das consequências desses aspectos de diferenciação ocorrerem é a Revista Carnaval ser destinada às classes C e D, ao contrário das demais que atendem uma classe mais alta e, logo, mais esclarecida. Isso é visível no aspecto gráfico da revista. Certamente não há investimentos financeiros que abastecem e investem em um design editorial mais complexo e apropriado para a leitura. Isso pode ser visto com clareza na troca estabelecida quando o título é empregado em fontes com serifas, enquanto o texto não contém serifas. Além disso, há um problema de padronização do alinhamento: em diversos textos, o alinhamento é justificado, enquanto em outros, é alinhado à esquerda. Isso também acontece com o título, que as vezes é empregado centralizado, enquanto outras é alinhado à esquerda e à direita. Diferente da cult e seLecT, certamente não há uma organização e padronização visual estabelecida na criação das edições. A ausência de uma paleta cromática é visível quando comparamos uma edição da revista com outra. As cores utilizadas para determinada seção em um exemplar, não é utilizado em outro. Isso também é visível na organização das páginas. Enquanto o sumário em uma edição é na página 2, por exemplo, em outra, ele ocupa a página 4. Isso estabelece uma certa barreira com o leitor, que se sente perdido ao ler a revista. Enquanto a cult e a seLecT estabelecem uma organização visual das imagens em um grid estabelecido e igual para toda a revista, a Revista Carnaval se ausenta do uso deste, empregando somente três colunas de apoio. Sendo assim, é perceptível a diferença e a falta que a grade faz no design editorial. Só com esses fatores já deu para sentir a diferença existente entre a Revista Carnaval e as revistas cult e seLecT. Mas as divergências são gritantes.

RELAÇÕES ENTRE ASPECTOS EDITORIAIS E GRÁFICOS A revista seLecT dialoga o seu editorial com seu projeto gráfico quando aborda em sua missão o objetivo de contribuir com o leitor passando informações. Isto é, para que haja efetivamente a troca de informações entre revista e público, é preciso que a linguagem gráfica do suporte seja clara. Isso reflete nas tipografias simples e facilmente compreensíveis, nas cores neutras, na

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roteiro

redução de elementos gráficos que agreguem um peso visual para a página, na organização e padronização dos textos e dos títulos e, principalmente, no uso da grade para estruturar imagens, ilustrações, e propor uma consistência gráfica que seja benéfica para a recepção de dados. Já a revista cult em sua missão editorial, aborda que seu objetivo ao desenvolver o projeto gráfico da sua revista é de dialogar ativamente com os textos, concebendo um conjunto de imagens que não somente é agradável aos olhos do leitor como também estimula seu campo perceptivo. Nisto, podemos ver que a clareza, assim como para a seLecT, também é importantíssima para a cult, que não abre mão da sua linguagem culta formal. Esse tipo de linguagem observado tanto verbalmente quanto não verbal na revista, dialoga com a missão da cult que é a contribuição para o amplo debate de ideias, fazendo assim com que seu leitor amplie seu repertório cultural, refletindo no cotidiano de seu público. Seu projeto gráfico bem estruturado, organizado, claro nas informações textuais, e hierarquicamente planejado, proporciona aos seus leitores não só uma leitura fácil, mas também uma leitura prazerosa. Na Revista Carnaval, devido à seu público e ao tema tratado ser popular e cotidiano, contém em sua missão editorial a proposta de ser voltada para a folia. Isso se dá visivelmente nas páginas onde são empregadas diversas cores, tipografias, tipos de alinhamentos, entre outros. Tecnicamente, em termos de comunicação visual, as ocorrências citadas poderiam ser consideradas erradas, porém, como o objetivo é fazer uma intensa folia destinada a uma classe social determinada, o gráfico dialoga com o editorial.

manual de normatização

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ANEXOS

DESENVOLVIMENTO PÚBLICO ALVO O público-alvo da RODA contempla, primeiramente, os apaixonados pelo samba. Essencialmente moradores da grande metrópole paulista que possuem acima de 18 anos, pertencem a classe média alta e alta e que levam um estilo de vida boêmio. Essas pessoas têm paixão pelo Brasil e, logo, possuem uma forte preocupação ambiental, social e urbana. Também são indivíduos que, por amar tanto seu solo, investem em viagens pelo território brasileiro e se interessam excessivamente por toda a tradição, costumes e cultura local que envolve a arte, literatura, teatro, cinema, esporte, entre outros.

DESCRIÇÃO DO CONSUMIDOR O consumidor da revista RODA é amante do samba e das raízes brasileiras e, devido a isso, é curioso em busca das questões que influenciam e que são presentes no samba paulista. São pessoas que levam uma vida agitada e cheia de compromissos, mas que sempre dedicam uma parcela do seu tempo para aproveitar o que a cidade oferece de melhor e, é claro, ler aquilo que lhes interessa e que lhes desperta paixão.

DESCRIÇÃO DO CONCEITO DA MARCA RODA A revista RODA tem o propósito de apresentar todo o vasto universo do samba paulista em quatro eixos e, além disso, possui um eixo dedicado ao samba brasileiro no geral. Seu nome traz consigo o conceito de união que é observado nas famosas rodas de samba, sendo assim, buscamos ter perante nossos leitores uma identidade acolhedora, apresentando tudo o que há de melhor no samba da capital paulista. As possíveis extensões para a marca RODA são outras revistas, voltadas para o samba em outros locais do Brasil como o Rio De Janeiro, Pernambuco, Bahia, entre outros. Além disso, a marca RODA também poderia ser transformada em uma reunião anual que contemplaria os sambistas atuais em diálogo com a velha guarda paulista. A revista tem como particularidade a inserção do leitor no universo do samba, que é retratado através das escolhas de projeto gráfico e direção de arte baseadas no universo gráfico investigado.

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roteiro

PREÇO A SER COBRADO Com base no público-alvo da RODA, nos concorrentes diretos e indiretos, na periodicidade da revista e, principalmente, no projeto da marca de criar um produto único com perfil colecionável e com alta qualidade, a proposta é que a revista bimestral tenha um preço que gire em torno de R$29,90.

DISTRIBUIÇÃO A distribuição será feita em revistarias de livrarias como Cultura, Fnac, Martins Fontes, Saraiva, Livraria da Vila, entre outros, além de também ser encontrada no site www.revistaroda.com.br e nas bancas de São Paulo.

COMUNICAÇÃO A revista terá visibilidade por ser patrocinadora de eventos paulistas e, alguns brasileiros ligados à samba e cultura. Haverá também a divulgação do produto por meio das redes sociais, como sites, páginas no Facebook, propagandas no YouTube e perfil no Spotify.

POSICIONAMENTO DA RODA Exclusiva em seu conceito, a RODA se apresenta aos leitores não apenas como um complemento, mas como parte integrante da cultura do samba. Com sua direção de arte acolhedora e alto-astral e seu conteúdo único e diversificado, a RODA é a primeira publicação que tem os apaixonados pelo samba sempre em mente. Queremos que a RODA seja percebida como algo que vai além de uma revista: ela é a celebração do passado, do presente e do futuro do samba.

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ANEXOS

ESPELHO 1º caderno (inteiro – 32 pg) 1ª Capa

LEGENDA

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Anúncios Páginas fixas* Eixo 1: Desde que o samba é samba Eixo 2: Alma boemia Eixo 3: Samba da minha terra Eixo 4: Alguém me avisou Eixo 5: Conversa de botequim Matéria Seção Entrevista Coluna assinada Abre de eixo

INFORMAÇÕES GERAIS

Cadernos: 3 cadernos inteiros (32 pg) 1/2 caderno (16 pg) especial 1/2 caderno (16 pg) normal

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3º caderno (meio – 16 pg) 64

Total de páginas: 128 páginas Páginas de conteúdo: 107 Páginas de propaganda: 21 (16%) Normal: Papel Pólen Soft 80g Especial: Papel Color Plus 80g

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4º caderno (especial color plus – meio – 16 pg) 80

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5º caderno (inteiro – 32 pg) 96

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*Páginas fixas: Expediente, colaboradores, editorial, sumário e poema visual.

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