Cynthia hand • sobrenatural unearthly 01

Page 300

300

Começo a voltar para casa, Tucker não se mexe. Olho de relance para ele

com ansiedade. Ele espera algo.

– O que é, quer uma gorjeta? – pergunto. – Claro. – Não tenho dinheiro. Quer entrar? – Estava achando que não ia me convidar. Indico por gestos para que me siga. – Espera aqui. Coloco a caixa de sapatos no balcão da cozinha e corro para o andar de

cima para vestir umas calças jeans e uma camisa de flanela amarela e azul. Vejo a

minha imagem ao espelho e paraliso. O meu cabelo cor de laranja parece um ninho de ratos. Entro no banheiro e tento pentear os nós e depois o tranço numa longa

trança que me cai pelas costas. Ponho um pouco de rouge. Uma camada de gloss e estou novamente apresentável.

Quando volto para o andar de baixo, encontro Tucker na sala de estar,

sentado no sofá, com as botas em cima da mesa de café. Está olhando pela janela,

onde o vento agita a grande telha que está lá fora, a árvore num turbilhão de

movimento, cada folha tremendo de vida. Adoro aquela árvore. O vendo ali, a admirando, me irrita. Quero pôr Tucker dentro de uma caixinha segura onde posso prever o que ele quer, mas ele se recusa a ficar lá dentro. – Bela árvore – comenta ele.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.