Revista em Família nº51

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Registro evangelizadores de fato. É importante pensar também, que para cada desafio Deus nos aponta oportunidades. Podemos elencar algumas neste contexto de evangelização nas cidades. Nas cidades encontramos muitas vezes pessoas isoladas e infelizes, vivendo no anonimato. Nosso desafio é tornar as cidades felizes onde as pessoas sejam abertas ao futuro e tenham esperança. Uma oportunidade poderia ser a promoção da pastoral da escuta que seja capaz de compreender o outro, acolher a sua diversidade, o seu ponto de vista: “Dar sentido às palavras do outro”. Fazer silêncio interior para que o outro possa entrar. Ser espaço de acolhida. Alargar a tenda do nosso eu para que o outro possa sentir-se em casa. “Da escuta sincera nasce o diálogo que não é um espaço para convencer o outro, mas um modo para construir uma relação nova através da força do Espírito”. Também a criação de espaços de acolhidas e convivências nos grandes centros urbanos gerando relações de fraternidade podem ajudar a vencer o isolamento e o individualismo. A escuta é a condição para o Primeiro Anúncio, para o encontro com Jesus. O encontro é Kairós, é o “momento no qual Deus se revela na sua multiplicidade. O diferente, o estrangeiro, o outro, são momento privilegiado onde Deus se manifesta no ser humano”. Promover a cultura do encontro, como nos pede o Papa Francisco, é promover a dimensão comunitária da fé. Outro desafio é o consumismo exagerado a que nos convidam os grandes centros urbanos. Muitas vezes o consumo exagerado revela o vazio interior que precisa ser preenchido e um certo “culto ao supérfluo”. O sempre querer mais e mais, a troca, a troca desenfreada, o descartável revelam o exagero do possuir e que também pode ser levado ao âmbito das pessoas e das relações. Hoje se pode descartar, “deletar” facilmente as pessoas de nosso convívio. A oportunidade que encontramos seria refletir sobre as necessidades reais e os valores necessários, promovendo sempre o consumo consciente. “O consumidor consciente, já no ato da compra, deve decidir o que consumir, porque

A missão de todos nós cristãos é fundamental porque “Jesus quer derramar nas cidades vida em abundância”. consumir, como consumir e de quem consumir. Ele deve buscar o equilíbrio entre a satisfação pessoal e a sustentabilidade global. Deve refletir a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si, mas em suas relações sociais, na economia e na natureza”. Nosso contexto, hoje transformado pelas tecnologias digitais, requer uma nova postura de cada um de nós. O grito que ecoa hoje dentro e fora de nossas instituições é uníssono: Precisamos de Educomunicadores de fé e da fé, ou seja, que tenham a capacidade de viver e anunciar a fé em todos os espaços, especialmente nos chamados “não-lugares”, que se apresentam a nós no ambiente digital. Esse novo continente recria a maneira como nos relacionamos uns com os outros, por isso, devemos torná-lo possível de humanização e fortalecimento de laços seguros de amizade e compartilhamento do bem. Atualmente 52% da população vive nas cidades, em 2050 serão cerca de 70%. Os cristãos são chamados a ser “Sal e Luz” em um contexto que necessita de redenção. Não é por nada que a Igreja do Brasil lança o Documento nº 105 sobre o cristãos leigos e assume o ano de 2018 como o ano do laicato. A missão de todos nós cristãos é fundamental porque “Jesus quer derramar nas cidades vida em abundância”. setembro | outubro | novembro e dezembro 2017


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