PORTO ALEGRE, 13 DE JUNHO DE 2025

Nº 173

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PORTO ALEGRE, 13 DE JUNHO DE 2025

Nº 173

No dia 26 de maio, estivemos novamente em Brasília reunidos com Marcus Cavalcanti, secretário do PPI. Segundo o secretário, a Trensurb deve sair da lista de privatizações. Esta posição se acumula com mais outras duas promessas de retirada e seguiremos em mobilização até garantir o futuro da Trensurb pública.
Seguimos cobrando que Lula mantenha seu compromisso com os trabalhadores e retire a Trensurb do Plano Nacional de Desestatização (PND).
Mas estamos diante de contradições dentro do governo Lula, que parece ter rompido seu compromisso com o povo trabalhador que o elegeu para derrotar o projeto da extrema-direita. Entretanto, Lula tem feito alianças e seguido uma política que favorece os especuladores e os banqueiros, com uma agenda de austeridade como o arcabouço fiscal. São medidas que precarizam a vida de milhares de brasileiros.
Isso se reflete nas pesquisas de aprovação ao governo do presidente, em que Lula atingiu 57% de desaprovação dos eleitores brasileiros, segundo a nova pesquisa Quaest divulgada em 4 de junho. O índice é o mais alto desde o início do atual mandato. Já a aprovação caiu para 40%, também o menor nível registrado até agora.
O arcabouço fiscal foi criado em 2023 para substituir o teto de gastos e é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal. Na prática, os
cortes significam uma contradição no governo Lula, pois barra os investimentos e avanços significativos em áreas essenciais como educação, saúde, transporte, segurança e prioriza emendas parlamentares em detrimento de áreas estratégicas.
O Brasil é a oitava economia do mundo, mas temos uma desigualdade social imensa. A crise e o endividamento da classe média só aumenta. Desde maio, ocupamos a terceira posição no ranking dos maiores juros reais do mundo, após a decisão do Banco Central de elevar em 0,50 ponto percentual a taxa Selic, agora em 14,75%.
Por isso, precisamos fazer pressão popular para garantir nossos direitos. Para que haja o aumento real do salário mínimo acima da inflação, mais recursos para os benefícios sociais, o fim do arcabouço fiscal e a auditoria da dívida pública.
Na Trensurb, mesmo após um aporte de quase R$ 200 milhões para a reconstrução da operação após as enchentes, estamos diante de condições precárias de trabalho, com problemas estruturais que deveriam ter sido sanados.
O Sindimetrô RS defende uma reconstrução transparente, com investimentos para restabelecer um serviço de qualidade e essencial para o povo gaúcho.

Precisamos lutar para termos um Governo que atenda às necessidades da população e da classe trabalhadora e não aos interesses dos grandes empresários e do sistema financeiro.



Com o eixo “Trensurb pública: recomeço ou fim”, o 13o Congresso dos(as) Metroviários(as) do RS reuniu durante o final de semana, se reuniram a delegação de trabalhadores(as) da Trensurb, metroviários de outras regiões do país e também representantes sindicais e do movimento social. O evento ocorreu no Hotel Mares do Sul em Tramandaí. A programação contou com rodas de conversa, mesas de debate e atividades formativas
A abertura do foi presidida pelo presidente Chagas e a vice-presidente Almada e contou com a presença da Deputada Federal Fernanda Melchionna, do sociólogo Israel Dutra e do economista David Deccache.
Destacamos as presenças de Bira Toledo (ex-sindicalista metroviário inativo da Trensurb). Além de representantes sindicais Marília Iglesias (ASHPS), João Ezequiel (Simpa), Luciana Almeida (ASERGHC), Arlindo Ritter (Sindisaúde), Lucas Machado (Juntos), o ato de abertura também teve as falas de repre-


sentantes das centrais sindicais Etevaldo Teixeira (TLS), Helen Souza (Sintect RS - CSP Conlutas) e Vicente Celistre (CTB).
No sábado pela manhã, aconteceu a mesa de conjuntura Internacional com Israel Dutra E David Deccache. Os debatedores trouxeram aspectos da economia e do contexto político e avaliaram a conjuntura atual, com a análise da ascensão da extrema-direita e do avanço das políticas neoliberais em todo o mundo. Após, houve a participação dos participantes da plenária. As teses sobre conjuntura internacional foram lidas e debate em grupos e retorno para debate em plenária.

À tarde, ocorreu a mesa de conjuntura Nacional com Rafael Lemes (GLZ Advocacia), a Deputada Estadual Luciana Genro (PSOL), Délcio Caye (Pro Just Advocacia), com mediação de Ronas Filho e Ana Paula Almada. As falas dos debatedores trouxeram a análise principalmente da luta pelo fim da escala 6x1 e estratégias jurídicas na luta pelos direitos trabalhistas.









. A mesa com representantes de . . de Centrais Sindicais foi foi mediada por Keity Goularte e Ronas Filho e contou com a participação de Regis Ethur (CSP-Conlutas), Etevaldo Teixeira (TLS) e Paulo Waldman (CTB). Após, os grupos se reuniram para a leitura e debate em plenária.
No domingo, a mesa de diversidades contou com as presenças de Carla Zanella, Bira Toledo e Vinícius Santos para a Mesa de diversidades, mediada por Jorge Ferreira e Ana Paula Almada. A mesa colocou no centro as pautas de gênero, raça e classe para pensar nas estruturas do preconceito e em formas de combate às desigualdades.
Após, reunimos os metroviários convidados para debater na mesa sobre o Acordo de Trabalho Especial, com metroviários do país dividindo suas experiências na luta por um transporte público de qualidade e na luta contra o avanço das privatizações no sistema metroferroviário.
A delegação do Nordeste contou com Thiago Mendes (vice-presidente do Sindmetrô-PE), Rinaldo Lins e Joedson Silva, além de Adriana Melo (SINFEAL). A categoria apro-



vou um ACE em 2024, garantindo estabilidade dos(as) servidores por 2 anos. No fim de maio, o relatório da PPI determinou a estadualização da CBTU-PE, abrindo o caminho da privatização do metrô de Pernambuco. O leilão está marcado para 2026.
Narciso Soares, vice presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo explicou como funcionam os projetos de privatizações nas linhas do metrô e do trem da capital paulista. É o capitalismo sem risco: as linhas privadas continuam recebendo subsídios e investimentos públicos para garantir o lucro. Além disso, são as líderes de panes e acidentes.
A delegação do Distrito Federal trouxe Átila Fiuza, Marcos Carvalho e Amanda Souza, dirigentes do Sindmetrô-DF. O metrô de lá apresenta diversos problemas como falta de efetivo, terceirizações e a sobrecarga do sistema sem a aplicação dos recursos públicos prometidos pelo governo.
Para encerrar o evento, houve a votação do Regimento interno, Programação, Tesesm Adendos, Balanço, Plano de lutas e Moções. Seguimos mobilizados para avançar conjuntamente na resistência contra todos os projetos de privatização no país. Seguimos em defesa de um transporte público de qualidade, estatal e com tarifa zero!





No mês de maio estivemos em Brasília em duas ocasiões para reuniões com representantes do governo federal para questionar sobre a retirada da Trensurb da lista de privatizações.
No dia 14, aconteceu a audiência com Elisa Vieira Leonel, Secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. A agenda foi marcada a partir do comitê das mulheres em defesa da Trensurb e articulada a partir da deputada Sofia Cavedon.
Já a reunião do dia 26 de maio, foi articulada junto da Deputada Fernanda Melchionna. Estivemos reunidos com Marcus Cavalcanti, secretário do PPI em Brasília.
A pauta da reunião foi questionar novamente o governo sobre o futuro da Trensurb pública. O calendário de venda da Trensurb foi atualizado no site do BNDES.

A nova data prevê o leilão para o segundo trimestre de 2027.
Segundo Cavalcanti, a Trensurb deverá sair do PND assim que a etapa dos estudos do BNDES sejam concluídos. Os estudos ainda necessitam de dados que o Governo Estadual deve fornecer para serem finalizados, foi dado prazo até 06/06 para que isso ocorra. Seguimos em alerta.
A possibilidade da saída da Trensurb do PND existe porque não há acordo entre o governo federal e estadual sobre a modelagem da concessão e financiamentos da Trensurb.
É importante salientar que Lula tem avançado com as privatizações no Brasil e precarizado a vida do povo trabalhador.
O futuro da Trensurb não está garantido e seguiremos na luta em defesa de um transporte de qualidade, público para a população gaúcha.







Jornal do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do RS Rua Monsenhor Felipe Diehl, 48 - Humaitá, Porto Alegre/RS