Estação Aeroporto #16

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Ano II - #16 - Distribuição gratuita

Sarah Jessica Parker sensacional A estrela de Sex and the City fala sobre seu novo filme, “Cadê os Morgans?”

Especial Carnaval Conheça os melhores roteiros para curtir a folia

Turismo | Cultura | Moda | Beleza | Comportamento | Arquitetura | Tecnologia | Gastronomia | Vinhos


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Editorial Olê olê, olê olá! Fevereiro chegou, oba! É um mês de alegrias, de muita folia, é tempo de Carnaval! Rufem os tambores, alegrem-se as colombinas, festejem os foliões... Abram alas para o samba entrar, viva a maior festa popular brasileira! São quatro dias quase “inesgotáveis” de festa. Do samba se faz uma prece, uma oração carnavalesca, para que tudo se transforme em pura diversão. As magníficas escolas desfilam na avenida, exibindo com orgulho o resultado de um trabalho que levou 365 dias para ficar pronto. Nesse clima, a Estação Aeroporto traz para vocês uma das mais tradicionais Escolas de Samba Cariocas, a Grande Rio, famosa por sua inigualável bateria, além de sugestões de lugares onde os tambores rufam até perder a força. Tem também o colorido das fantasias carnavalescas, uma das paixões do povo brasileiro. E uma dica de viagem para quem quer fugir dos agitos do carnaval. Esvoaçante como a foto da capa mostra, Sarah Jessica Parker

foi a estrela escolhida para colorir os seus olhos. Simplesmente absoluta! Ela, que é uma das grandes atrizes desta geração, fala sobre seu novo filme. E não para por aí: Noel Rosa em seu centenário. Um resumo do que marcou nos desfiles do último São Paulo Fashion Week, escrito pela jornalista Maristela Amorim. Em Lugares por onde andei, Yasmim Entres fala de seus bons dias em Maceió. Acompanhamos ainda a abertura da temporada de passeios a bordo dos grandes transatlânticos pelo Brasil afora. E para finalizar, deixo vocês se deliciarem com a coluna do Raul Caldas Filho, feita especialmente para a edição e para o leitor da Estação Aeroporto. Bom Carnaval e viva fevereiro! Um beijo no coração, fiquem com Deus. Narrimann Chede

Expediente Diretora Narriman Chede narimanchede@estacaoaeroporto.com

Colunistas Raul Caldas contato@raulcaldasfilho.com.br

Curitiba Mirian Lins (41)3232-3466 Paraná@centralcomunicacao.com.br

Jornalista Responsável Rodrigo Brasil rodrigobrasil@estacaoaeroporto.com

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Editor Executivo Dani Ferrera daniferrera@estacaoaeroporto.com

Correspondente Internacional Celso R.de Campos Corrêa Fone:3271223246 celso@estacaoaeroporto.com

Florianópolis Enilson Tartari (48)8466-0339/8436-1213 enilson@estacaoaeroporto.com Redação Rua:Anita Garibaldi#79 sala 606-Centro Executivo Miguel Daux - Florianópolis SC (48)3222-1840 redação@estacaoaeroporto.com

Direção de Arte Rodrigo Kurtz rodrigokurtz@estacaoaeroporto.com

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Diretora de Marketing Ana Carolina Rotolo anacarolina@estacaoaeroporto.com

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Sumário

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Sarah Jessica Parker

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Destinos Carnavalescos 09 Horizontes 12 Mimos 14 Lugares por onde andei 16 Beleza 19 Aposte 20 Decoração 22 Turismo Internacional 24 Habitat 26 Capa 30 Desembarque 36 Tecnologia 38 Cultura

80 Noel Rosa

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Mimos

50 Desembarque 56 Gastronomia 59 Vinhos 61 Velocidade 62 Mais Estação 64 Economia 66 Brasil 68 Moda 80 Previsões 2010 82 Estação Final 85 Crônica 86 Página poética 7


Horizontes

Onde os tambores batem mais forte

Olinda | Pernambuco

m Olinda, igrejas barrocas e o casario do século 17 são cenário para um dos carnavais mais autênticos do País, com muitas brincadeiras de rua, música e dança. Pelas ruas os foliões podem admirar as paisagens que mesclam o azul do mar, o verde da vegetação e a beleza das construções históricas. Olindenses e turistas percorrem as estreitas ladeiras dançando ao som de bandas de frevo e maracatu. Os tradicionais blocos de troça e os famosos bonecos gigantes participam o tempo todo da diversão. Nesses dias, Olinda se transforma em um grande palco para a manifestação da cultura popular. O carnaval de Olinda ostenta dezenas de bonecos gigantes, sendo o mais conhecido o Homem da MeiaNoite, que está nas ruas desde 1932 e é responsável por dar início, oficialmente, à zero hora do sábado de Zé Pereira, ao carnaval olindense. A partir de então, os tradicionalíssimos blocos e troças percorrem suas ladeiras, embalados pelo ritmo contagiante do frevo. A 7km de Olinda, em Recife, o carnaval tem sua abertura com a saída do maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, no sábado pela manhã. No bairro do Recife Antigo, a festa começa à tarde, com feirinhas de artesanato e apresentações de grupos percussivos, entre outras atrações. Na noite da segunda-feira, no Pátio do Terço, é realizada uma das manifestações mais emocionantes da cultura negra no nordeste, a Noite dos Tambores Silenciosos, pontualmente à meia-noite. No interior, algumas cidades têm seus carnavais típicos, como Nazaré da Mata, com o Maracatu de Baque Solto, Bezerros, com os Papangus, Pesqueira, com o Carnaval dos Caiporas, e Triunfo, no Sertão pernambucano, onde é realizada a folia dos Caretas. Olinda abriga igrejas ricas em ornamentos e talhas e também singelas capelas. A maioria foi construída nos séculos XVI e XVII e exibe arquitetura e imagens barrocas. Algumas merecem destaque, como o Mosteiro de São Bento, com altar folheado a ouro, e o Convento de São Francisco, que integra um conjunto de templos. A Sé, em local com vista privilegiada, é a mais antiga da cidade e uma das primeiras a serem construídas no Brasil. Artistas plásticos instalaram seus ateliês por todos os cantos da cidade. Os visitantes podem entrar e apreciar as obras de pintura, escultura e cerâmica. O Museu de Arte Sacra abriga a rica arte religiosa do Estado de Pernambuco. O Palácio possui, ainda, dois torrões primitivos, e as doze janelas do pavimento superior, construído depois, com balcões de madeira, ao estilo do século XVIII.

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Fotos Divulgação

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Desfile de bonecos gigantes em Olinda. Na terça-feira de carnaval, tradicionalmente acontece o desfile de cerca de 90 bonecos gigantes organizados pelo bonequeiro Silvio Botelho.


Fotos Divulgação

À esquerda: Grupo de maracatu de Pernambuco. Abaixo: Grupo de mascarados do Carnaval de Olinda, casario da cidade e vista aérea do Carnaval.

Mais informações: Prefeitura Municipal de Olinda: www.olinda.pe.gov.br Informações turísticas: Tel. (81) 3439-9434

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Fotos: Divulgação

Mimos Privilégio Joias em edição limitada ou peças únicas, com gemas raras pela qualidade, cor e lapidação fazem parte da coleção Privilégio, da Bergerson. Destaque para o conjunto de colar e brincos de ares vintage, bem ao gosto da tendência da alta joalheria, onde os diamantes recobrem o ouro branco e gotas de esmeralda dão o toque final. Preço sob consulta. Mais informações: www.bergerson.com

Verão Chic Chega ao mercado brasileiro a mais recente criação de Marc Jacobs em óculos de sol, para o verão 2010. Com inspiração nos anos 70, Jacob usou e abusou das pérolas nas novas peças, que ganharam ar ultra-feminino. A tendência é encontrada em duas versões e destaca-se pela leitura moderna que o estilista conseguiu imprimir. O maxióculos em acetato MJ 307/S traz minipérolas na haste, que ganham contemporaneidade ao se desencontrar com a parte frontal. Preço Sugerido: R$ 1.442,00. Mais informações: www.safilo.com.br

Brilho versus nude O Verão chegou, e com ele o brilho, os paetês e a alegria do Carnaval. Todos querem brilhar e ser vistos, seja em Salvador, na Sapucaí, ou então atrás de algum bloco de rua. Mas sempre fica o medo de parecer fantasiado e, digamos assim, brega. Colocar roupas com paetês, vidrilhos, metais e saltos imensos ou se vestir com peças básicas, neutras e sem glamour algum? Entre ficar monótona ou purpurinada, a loja virtual OQVESTIR e a consultora de moda Rosana Sperandéo garimparam e mesclaram as peças que precisam estar na mala de Carnaval, seja para pular na rua, ou se deliciar na praia com o som da folia. Ou seja, brilho misturado a peças neutras são a pedida da vez! A moda atual, depois de muito ser reinventada, trouxe paetês e brilhos também para o dia. Produções com peças chamativas junto com outras mais monocromáticas ficam bem em todos os biótipos e são ótimas para encarar o confete e serpentina. Fique de olho! Para esta produção, a noite pode ser trocada pelo dia, sem problemas. Um belo almoço à beira mar pede este look, fresco e confortável.

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Sandália com salto cone, Gino Ventori para OQVESTIR, R$ 180,00

Bolsa de seda bordada, Daniela Cutait para OQVESTIR, R$ 669,00


Fotos: Divulgação

Valorize o tempo Esportivo e elegante, tem a caixa em aço e alterna, num contraste sutil, acabamentos acetinados encima e polidos dos lados. O movimentos mecânico, certificado cronômetro, apresenta um mecanismo único no mundo chamado “cronógrafo 30 segundos”, que permite um cálculo ultrapreciso do tempo decorrido. Mas a exclusividade não fica apenas pela imagem e pelo coração do relógio. O fundo da caixa deste Breitling for Bentley Motors está ornamentado com uma gravura em relevo da silhueta de três, dos mais míticos modelos do automóvel Bentley, três carros que, tal como todos os modelos da Breitling for Bentley, aliam na perfeição o estilo e a performance. Preço Sugerido: R$ 22.126,00 Mais informações: www.breitling.com

Referência de bom gosto Quem é que não passa apertado quando vai fazer as malas para viajar? O Espaço Home indica a linha Space Bag, que organiza e acomoda tudo perfeitamente dentro da mala ou do armário sem esforço ou stress. O processo é simples: sucção do ar de dentro do produto que, de acordo com a capacidade do Space Bag escolhido e após fechado, deve ser comprimido e enrolado até obter a retirada completa do ar. Se tiver à mão um aspirador de pó, melhor ainda! A sucção será completa e irá triplicar o espaço de armazenamento ou o espaço da mala. Nos tamanhos Medium, Large, Extra Large e Jumbo para malas ou guarda roupas, entre outras opções. Custa a partir de R$ 25,00. Mais informações: www.espacohome.com.br

Crocodilo para os pequenos A linha infantil da Lacoste acaba de chegar às araras da Petit-Pavé, loja multimarcas especializada em moda para os pequenos. Com ares esportivos, a moda casual da Lacoste é opção ideal para crianças de todas as idades. As camisetas pólo, símbolo da Lacoste, tem versão infantil em cores para todos os gostos. As calças e bermudas em branco ou azul-marinho são dedicadas aos meninos. Para as meninas, o destaque é o vestido em algodão com ar retrô, inspirado nos uniformes de jogadoras de tênis. A loja Petit-Pavé está localizada na Rua José Gonzaga Lima, 77, no Bairro Kobrasol, em Florianópolis.

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Lugares por onde andei

Maceió, o paraíso das águas

Por Yasmim Chede Entres

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oram seis dias de viagem, o suficiente para curtir, relaxar, namorar, e se impressionar com as belezas que a natureza reservou para Maceió. Depois de consultas na internet, revistas, guias, amigos e taxistas da cidade, planejamos um roteiro especial, viajando pelas praias, gastronomia, cultura e entretenimento, mas nessa edição só iremos relatar o que realmente valeu a pena nessa viagem. Dia 26/12 - Passeio pela Orla em Pajuçara, a principal avenida da cidade, que liga as Praias Jatiúca, Ponta Verde, Sobral, Praia da Avenida, enfim, não tem como desviar dessa rota. Uma caminhada pela orla é necessária para já começar a se localizar na cidade. Em Pajuçara encontra-se uma grande concentração dos principais bares, restaurantes, lojas, bancos, locadora de veículos. Quiosque Lopana, um quiosque na areia da praia super descontraído, com uma galera animada, que se reúne a qualquer hora do dia para tomar uma cervejinha e jogar conversa fora. Uma dica: Caipivodka de Uva, uma delícia. Dia 27/12 - Praia do Francês, uma praia que agrada todas as tribos, desde a galera que gosta de agito na areia ao pessoal que procura relaxar e curtir a praia. No costão direito fica a área dos surfistas, para os adeptos do esporte que estão atrás das ondas.

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Fotos: Divulgação

Piscinas naturais: As Galés de Maragogi, a 130 km ao norte de Maceió. Ao lado: Orla em Pajuçara.

Restaurante Divina Gula, uma comidinha mineira deliciosa. Desde 1992 sua cozinha é estrelada pelo guia 4 Rodas. Dia 28/12 - Angra de Ipioca, um lugar mais sossegado, bom para relaxar e curtir a praia. O Restaurante Hibisco é famoso por já fazer parte do passeio na região. Outra opção é a Maikai Choparia, que fica aberta todos os dias, sempre com música ao vivo. Dia 29/12 - Piscinas naturais de Pajuçara, um dos passeios turísticos mais tradicionais. As jangadas levam as pessoas até uns 5/6 Km da beira do mar, onde ficam as piscinas naturais. As próprias jangadas dispõem dos serviços e atendem as pessoas no meio do mar, oferecendo bebidas e aperitivos. O que resta é relaxar. Restaurante Wanchako, considerado um dos melhores do Brasil, com especialidade na comida peruana, IMPERDÍVEL. Dia 30/12 - Passeio para Maragogi. Vale a pena alugar um carro e conhecer as Galés de Maragogi, piscinas naturais rodeadas de corais. Diversas espécies de peixes ficam à nossa volta enquanto os profissionais registram as fotos embaixo da água. No final do passeio, pode-se conferir as fotos e decidir se vai querer ficar com elas ou não. Uma dica: Não é preciso optar pelo mergulho com cilindro, a


Fotos: Divulgação / Acervo

Ao lado: Praia do Gunga.

profundidade é suficiente para mergulhar apenas com máscara. Restaurante TAKÊ, escolhido pela revista VEJA. O restaurante Oriental possui diariamente um buffet de sushi, sashimis e pratos quentes, além da deliciosa costela de carneiro Dumaia, muito conhecida em Maceió. Dia 31/12 - Praia do Gunga, particularmente foi a preferida. Caminhando em direção ao costão direito, tem aluguel de Buggys e quadriciclos para quem gosta de se aventurar. O passeio dura quase uma hora, ao longo de 9 km pela areia da praia. Tem a opção de parar para tomar um banho de rio e admirar as Falésias, muito lindo. Restaurante Kharuuf, oferece o que tem de melhor na culinária Árabe, em um ambiente muito agradável, a poucos metros da praia. No segundo andar tem um piano bar que torna o ambiente ainda mais especial, um charme. Dia 01/01 - O hotel escolhido foi o Ritz Lagoa da Anta. Dispõe de várias atividades, como mini-golf, academia, SPA com diversas massagens, sauna. Além do restaurante LeSururu e um sushi-bar. Restaurante Famiglia Giuliano, especializado em massas e cozinha internacional. Ambiente amplo e agradável, com um ótimo atendimento. Assim finalizamos nossa maravilhosa viagem de final de ano. Maceió é realmente um paraíso a céu aberto.

Acima: Yasmin e o namorado Diogo Avelino Lopes.

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Lançamentos para ela Unhas mais fortes e belas O primeiro tratamento express para unhas do Brasil! Unhas fortes em apenas três aplicações. O Banho de Porcelana oferece uma coquetel de nutrientes fortificantes para unhas. Possui ativos que estimulam o crescimento e deixam as unhas mais resistentes. Esta formulação é específica para unhas fracas, e oferece um tratamento de choque baseado no exclusivo sistema de calcificação induzida quimicamente, acelerando seu endurecimento! O Banho de Porcelana também possui agentes anti-resíduos que eliminam manchas de bronzeadores, esmaltes escuros e nicotina do cigarro. Mais informações: www.balbpharm.com.br

Cuide-se bem A partir de dezembro de 2009, as 2.810 lojas do Boticário no Brasil oferecem às consumidoras o Cuide-se Bem Sabonete Líquido Íntimo – primeiro produto da empresa para a higiene íntima da mulher. A novidade proporciona uma agradável sensação de limpeza, frescor e bem-estar durante todo o dia, minimizando possíveis odores naturais. Ginecologicamente e dermatologicamente testado, o item é hipoalergênico, mantém o pH natural da região íntima e é indicado para o uso diário. A marca Cuide-se Bem tem opções para corpo, rosto e banho. A linha alia praticidade e qualidade com a oferta de diversos produtos, sete deles com opções de refil. O preço sugerido do Cuide-se Bem Sabonete Líquido Íntimo é de R$ 17,90 e o Sabonete Perfumado Camomila e Malva tem preço estimado de R$ 9,90.

Irresistível Daisy é um perfume refrescante e feminino, como uma brincadeira inocente. É sofisticado, mas não é sério. É luminoso e atraente. Brilhante e encantador, Daisy remete ao frescor de um buquê floral, envolvente e aconchegante. No coração da fragrância, notas florais de gardênia e pétalas de violeta, envolventes e luminosas. O frescor delicioso do morango, com folhas de violeta e grapefruit vermelho, compõem as notas de cabeça. Nas notas de fundo, o musk, um toque de baunilha e madeiras brancas, que dão um toque quente e sensual ao perfume. Uma fragrância floral luminosa, refrescante e feminina, com um toque reluzente. Um retrô moderno com a assinatura de Marc Jacobs. Preço estimado: R$ 224,90 Mais informações: www.sacks.com.br

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Fotos: Divulgação

Beleza


Fotos: Divulgação

Lançamentos para ele Sem pelos indesejados O Aparador de pelos Trimmer, da Britânia, remove os pelos do nariz, da orelhas e das sobrancelhas. Além de aparar barba, bigode e costeletas! É o fim daqueles pelos indesejados, que só poderiam ser removidos por meios dolorosos. Leve, compacto e fácil de usar, possui corpo emborrachado, dando maior segurança durante o uso. A tampa protetora protege o aparelho após o uso. Funciona com uma pilha AA, pode ser levado a qualquer lugar e não necessita de energia elétrica. Preço estimado: R$ 20,00 Mais informações: www.britania.com.br

Vanguarda Criada em 1987, Lab Series For Men apresentou-se como a primeira linha completa de cuidados masculinos de prestígio. Lab Series foi a primeira marca dedicada exclusivamente aos homens. Estar sempre à frente tem sido a chave do sucesso. A marca Lab Series tem conhecimentos e uma credibilidade indiscutível como especialista em cuidados masculinos. Uma equipe de elite de cientistas e especialistas em cuidados da pele trabalha no Lab Series Research Center e utiliza o poder da ciência para criar novas fórmulas tecnologicamente avançadas. Os produtos Lab Series oferecem aos homens os resultados que procuram. Para todos os problemas, Lab Series tem uma solução. Toda linha pode ser encontrada no site da Strawberry. Mais informações: br.strawberrynet.com

Linha especial Acaba de chegar às lojas o Estojo Barba Malbec Reserva Especial com Gel Após Barba 110 g e Sabonete Perfumado 90 g. Os dois produtos possuem a fragrância do Malbec, rica em contrastes, inspirada no refinado mundo dos vinhos, opção de presente ideal para agradar aos homens de bom gosto. O Gel Após Barba é um produto suave e refrescante com propriedades umectantes, calmantes e anti-inflamatórias, que diminuem a sensibilidade após o barbear. Contém extrato de uva, cujas propriedades antioxidantes protegem da ação dos radicais livres. O Sabonete Perfumado Malbec deixa a pele macia e delicadamente perfumada. Preço estimado: R$ 49,90

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O sonho que todos esperavam no combate à celulite

Velashape foi desenvolvido com uma nova tecnologia que revolucionou os tratamentos da celulite e redução de medidas. Com uma concepção única, Velashape combina as técnicas de uma suave pressão negativa (sucção, manipulação mecânica da pele, radiofrequência bipolar e raios infravermelhos), garantindo resultados surpreendentes. Sem dor, sem contra-indicações, sem celulite.

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Aposte Fotos: Christian Parente

Maquiagem ousada

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ão Paulo Fashion Week, todo mundo sabe, é referência não só em moda, mas também em maquiagem. A Estação Aeroporto usou algumas dicas do maquiador Celso Kamura (do SPFW 28). Maria Bonita – A inspiração foi a arquiteta modernista Lina Bo Bardi, que projetou o Masp, tanto nos looks da coleção quanto no make realizado pela equipe de Celso Kamura. Look natural, pele bem feita, make natural, baton rosa pálido CKamura 119 aplicado com dedos na boca, para dar um ar saudável, natural e transparente. O detalhe maior foram os cabelos. Chapados, eles eram divididos geometricamente, uns em riscas inteiras, outros em zigue-zag, arrematados com rabo baixo fora do centro do pescoço, um pouco para a lateral. As riscas da raiz dos cabelos foram pintadas com spray nas cores azul, preto, verde e vermelho. Cores preferidas da arquiteta Lina Bo Bardi. O desfile aconteceu no Sesc Pompéia. Alexandre Herchcovitch Feminino – Inspirado no leste europeu e no estilo folk, criado juntamente com o estilista Alexandre Herchcovitch. As pálpebras levavam sombra azul marinho (preto fosco por baixo e azul escuro por cima), em formas arredondadas, cobrindo somente as pálpebras, não mais que isso. A parte de baixo dos olhos foram cobertas com uma risca de laranja fluorescente do lado de fora ao centro e completado com uma risca de dourado do centro ao canto interno do olho de dourado metálico. Leve camada de rímel nos cílios superiores e inferiores. Blush pêssego e boca lavanda, aplicado com os dedos. Cabelo preso com coque ao centro da cabeça, deixando parte da lateral dos cabelos soltos e presos em tranças finas. Tranças extras também foram aplicadas ao look. Muito spray e fios soltos, dando um ar despojado ao look. Finalizado com lenços e correntes. Samuel Cirnansk – Make retro e moderno, com ar gélido na pele, bem branca e cintilante. Sombra e blush cinza cintilante, baton rosa bem claro glacial. Cabelos presos com fios soltos e bem desfiados. Lustres e objetos foram incrementados ao look antes de entrar na passarela.

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Decoração Quem visita a Posh Club, casa noturna que abriu pelo terceiro ano consecutivo em Florianópolis (SC), percebe que o diferencial vai além do serviço, da música e do cardápio exclusivo: o ambiente mescla luxo com conforto. O projeto criado pela arquiteta e decoradora Taty Iriê divide o local em quatro espaços – biblioteca (lounge de entrada), temakeria, pista de dança e varanda – todos prezando pela comodidade dos clientes do dancing club. “A Posh é frequentada por pessoas que têm um certo grau de exigência, que viajam, gostam de boa música e prezam pelo conforto e qualidade de serviço, e foi pensando nelas que criamos este ambiente”, explica Andre Sada, um dos sócios da casa. Segundo Taty Iriê, o grande desafio do projeto era aliar o novo design das casas noturnas exclusivas e de clubs mundiais à proposta estética da Posh. “A ambientação da Posh precisava diferenciá-la das outras duas estruturas e estar de acordo com o público-alvo, formado por pessoas exigentes”, conta a arquiteta. O paisagismo da entrada e a fachada da Posh seguem uma linha mais contemporânea, contrastando com o interior mais suntuoso e sofisticado. Ao entrar no club, o visitante se depara com a biblioteca, que tem inspiração renascentista, com paredes de pedra e sofás de veludo

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Fotos: Divulgação

Luxo & Modernidade

nas cores marrom, preto e coral, criando uma atmosfera intimista. Cômodas italianas, espelhos venezianos, livros antigos e as reproduções das telas de Peter Paul Rubens complementam o espaço, traduzindo o estilo do período do Renascimento com suas formas, volumes e texturas, bem como a valorização do homem e da natureza. As flores naturais, velas e os objetos completam a decoração, criando uma atmosfera de luxo. “Já a temakeria tem um conceito mais contemporâneo, com preto e amarelo ouro predominando nas cores, e cordas que remetem às usadas em barcos, criando um ambiente despojado e atual”, explica a decoradora, lembrando que a mesa, grande e comunitária, também vem ao encontro desta proposta atual. Diferente dos outros espaços, a pista de dança segue um estilo sóbrio, com predomínio de preto e cinza, e tem como centro das atenções um grande lustre. As mesas dos camarotes trocam de cor e são sincronizadas com o som da pista. Atrás do local do DJ, uma parede de pastilhas douradas com cortinas, e a própria mesa do DJ, também em tons dourados, conferem glamour ao ambiente. O último espaço é a varanda, onde a dobradinha preto e branco se faz presente, composta por bancos, futtons e almofadas, que trazem o ar de despojamento de volta à casa. “Às vezes os espaços se mostram mais descontraídos e despojados; em outras, formatam ambientes de puro luxo e sofisticação, seguindo à risca o clima e o dia-a-dia das pessoas que frequentam a Posh”, completa Taty Iriê.


Decoração Fotos: Divulgação

Tulipa A “Tulipa” tem design de Sybille van Gammeren e é produzida pela holandesa Quasar. Com base em aço inox e níquel, sua cúpula possui zíperes de alumínio que permitem das mais variadas aberturas até a “desabrochada” completa. São duas versões: a de mesa, que tem 25 cm de diâmetro por 40 cm de altura, e a de pé, com 1,60 m de altura. Mais informações: www.quasar.nl

Luminárias POP Para quem busca luminárias diferenciadas, a “Lamp-in-abox” é uma opção fantástica. São bases variadas e cúpulas com fotos e ilustrações que vão da Barbie até a linha da Marvel. Além disto, você pode escolher uma imagem e fazer o seu abajur da maneira que achar mais legal. Falando em escolher, é assim que funciona também com as bases. Disponíveis em diversos modelos, incluem materiais como metal, resina e vidro. O preço varia entre US$ 34,00 e US$ 64,00 e as cúpulas saem por US$ 29,00. Mais informações: www.lampinabox.com

Cozinhando com estilo Na hora de fazer um peixe ou frango para a refeição, que tal panelas charmosas, com o pegador no formato do animal que você vai preparar? A Doural tem uma opção diferente para ilustrar as receitas: as panelas de ferro fundido esmaltadas com o pegador no formato de bicho da marca francesa Staub. As panelas estão disponíveis nas prateleiras da Doural, no formato oval, com 28 cm, na cor azul, com o pegador no formato de peixe, por R$ 705,38, e no formato oval, de 31 cm, nas cores vermelha, grafite, preta, azul e verde, com o pegador no formato de galo. Os pegadores podem ser vendidos separadamente, por R$ 83,80. Mais informações: www.doural.com.br

Móveis corporativos Presente nos Estados Unidos, Ásia e em toda a Europa, a marca mais sofisticada da Itália em mobiliário corporativo, a Estel, está chegando ao país. Referência em soluções office mobiliário, a empresa destaca-se em sua categoria. O projeto do show room na Avenida Brasil, no Jardim Paulista, em São Paulo, foi contratado junto ao arquiteto Sérgio Casas – especialista em projetos corporativos, e tem inauguração prevista para este mês. Mais informações: www.estel.it ou (11) 3081-6100

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Turismo internacional Aspen | EUA

Fotos: Divulgação

Esqui em alto estilo

Paisagens magníficas, boa estrutura e muita neve garantem diversão dos visitantes.

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famosa estação de esqui de Aspen, no Colorado (EUA), conhecida no mundo todo por seu complexo de quatro montanhas de neve, recebe visitantes de toda parte do mundo e é uma das favoritas dos brasileiros. A neve, como sempre, está sensacional nesta época, com mais de 1,3 metros na base das montanhas. As pistas encerram suas atividades de inverno somente dia 4 de abril de 2010. Com apenas seis mil habitantes permanentes, a cidade chega a abrigar 27 mil moradores na alta temporada de inverno - de dezembro a março. Durante o período, trabalhadores temporários de diversas nacionalidades e proprietários de imóveis no local misturam-se aos cerca de 250 mil turistas e esportistas que lotam resorts, condomínios e hotéis. Muitos vão para praticar esqui e snowboarding nas quatro principais montanhas da região - Snowmass, Buttermilk, Highlands e Aspen Mountain -, mas há também quem visite a cidade para experimentar os novos pratos dos restaurantes, comprar artigos de grife ou desfrutar de finais de semana românticos em chalés cobertos de neve. A cidade é também muito conhecida pelas celebridades que circulam por lá. Atualmente, Austrália, Brasil e Reino Unido lideram o ranking de visitantes estrangeiros em Aspen. Turistas deixam na cidade em média US$ 346 por dia. Diárias de resorts e hotéis chegam a custar US$ 3000, mas há também boas opções por cerca de US$ 120 por dia. O

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local oferece vários pacotes para esquiar durante o carnaval. As diárias na semana de 12 a 20 de fevereiro custam $2.055,00. Reservas pelo e-mail: reservations@ snowmasslodging.com. Na programação de inverno, são promovidos desde shows de rock gratuitos nas bases das montanhas a temporadas de ópera e concertos de música erudita no teatro. Para crianças que não querem esquiar, há opções de patinação e passeios de trenó. Nos arredores da cidade, hot springs (piscinas com águas termais) atraem famílias e casais. Nesta temporada 2009-2010, os visitantes se depararão com muitas novidades nas montanhas, que contaram com investimentos de $8 milhões, e a finalização da primeira fase dos $18 milhões para renovação dos quartos do luxuoso The Little Nell, único hotel cinco-estrelas de Aspen. Novidade para a turma que está curtindo a temporada de inverno em Aspen. Eduardo Gaz, da Ski Brasil, criou um serviço de concierge exclusivo para seus clientes. Ou seja, um atendimento local 24 horas, por telefone e Nextel, apto a dar assistência no que for necessário aos viajantes, como os lugares imperdíveis para visitar, reservas nos melhores restaurantes, ajuda na escolha de equipamentos, contratação de instrutores especializados que falem português e qualquer outro pedido dos viajantes.


Acima: Cidade possui hotéis confortáveis, como o Hyatt Grand Aspen. Abaixo: Montanhas têm 1,3 metros de neve na base nessa época. Abaixo, à direita: Região tem quatro montanhas para esquiar.

Saiba mais: Tel.: 1-800-525-6200 ou 1- 970-925-1220 ou www.aspensnowmass.com Ski Brasil: www.skibrasil.com.br / contato@skibrasil.com.br

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Habitat

The Westcliff

| Joanesburgo | África do Sul

Fotos: Divulgação

Retiro de luxo

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ituado na África do Sul, sede da Copa do Mundo em 2010, o Westcliff é um encantador retiro de luxo com jardins paisagísticos, fontes e caminhos rústicos. O hotel proporciona um espaço intimista que assegura privacidade, tranquilidade e conforto, sem o ambiente impessoal dos grandes hotéis. O Westcliff é um encantador retiro de luxo com jardins paisagísticos e o ambiente de uma vila mediterrânica. O hotel foi construído em uma área cercada por grandes jardins, que dão ao hóspede a impressão de se estar fora da cidade. O lugar é perfeito para saborear Joanesburgo e, ao mesmo tempo, se refugiar desta cidade. Os 115 espaçosos quartos são divididos em vilas e foram decorados de maneira independente. Cada quarto tem uma área mínima de 47 m², e possui design e decoração individuais. A maioria tem uma va-

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randa privada com vista para o Jardim Zoológico ou para um dos pátios. Alguns dizem que o hotel tem os melhores banheiros da África. Situado num exclusivo subúrbio de Joanesburgo, o Westcliff goza de vistas espetaculares sobre a cidade. Oferece uma Ala Empresarial especial, com todas as comodidades de escritório fora do escritório, assim como serviço de transporte gratuito para os centros comerciais locais, escritórios e restaurantes. O hotel possui 115 quartos, duas piscinas aquecidas, academia 24 horas, quadra de tênis, Spa The Botanical, sala de conferência, sala para banquetes e jantares de negócios, Business Center, além de dois restaurantes: o Polo Bar e o La Belle Terrase. Há ainda o restaurante do deck, da área das piscinas, que todas os finais de tarde oferece aos hóspedes chá e drinques ao pôr do sol.


Fotos: Divulgação

À esquerda: Almoço com vista para a piscina. Abaixo, à direita: Studio suite e banho famoso, com vista de Joanesburgo. Mais abaixo: Vista externa do hotel.

Serviço: The Westcliff 67 Jan Smuts Avenue, Westcliff, Joanesburgo, 2193, África do Sul. Tel.: +27 (0)11 481 6000. Fax: +27 (0)11 481 6010. www.westcliff.co.za

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Capa

Sarah absoluta Atriz está de volta no filme “Cadê os Morgan?”, em que a eterna Carrie Bradshaw dá show na companhia do galã Hugh Grant

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ano de 2010 promete ser de Sarah Jessica Parker. Ela acaba de rodar as cenas finais de “Sex and the City 2”, com elenco original da série, sob direção de Michael Patrick King, e estreou nos cinemas do mundo com a comédia romântica “Cadê os Morgans?”. Na fita, ela divide a tela com o ator inglês Hugh Grant, sob direção de Marc Lawrence. A atriz deu vida a uma das personagens contemporâneas mais emblemáticas já vistas nas telas, Carrie Bradshaw, personagem que a transformou em ícone fashionista durante as seis temporadas bem-sucedidas de Sex and the City, um fenômeno da televisão. Tamanho foi o sucesso da série que os produtores resolveram apostar em uma versão para a tela grande, em 2008. “Sex and the City”, o filme, teve uma estreia sem grandes pretensões, foi quase uma brincadeira entre os roteiristas e o elenco, e acabou faturando 625 milhões de dólares no mundo todo. Isso sem falar no sucesso de vendas de todas as temporadas da série em DVD. Seu novo filme, uma comédia romântica, traz a história de um casal que tem que abandonar a sua vida confortável de Manhattan e ir para as terras agrestes do Wyoming, para fugir de um assassino. O público conhece os Morgans no momento em que o casamento deles está num impasse. Paul (Grant), um advogado extremamente bem-sucedido, e Meryl (Sarah), sua linda mulher, se afastam e vivem uma relação distante, embora ele esteja desesperado para reconquistá-la. Meryl, uma corretora de imóveis, acha difícil perdoar o marido e esquecer alguns deslizes dele no passado, e tudo indica que eles vão se divorciar. Depois de ser interrogado pela polícia, o casal Morgan volta a viver a sua vida como antes, mas quando o assassino ataca de novo, os policiais se dão conta de que ambos estão em perigo e os convencem a entrar no Programa de Proteção às Testemunhas e assumir uma nova identidade, longe de Nova York, para sua própria segurança. Sarah começou a trabalhar aos nove anos de idade, quando conseguiu o papel principal em “A Vendedora de Fósforos” (“The Little Match Girl”). Ela participou do teste quase que por acaso, e foi escolhida entre outras 500 concorrentes. Este papel mudou a sua vida. Sarah vem de uma família de oito filhos, e passou parte da infância em Ohio. Um dos passeios especiais da família era ir ao cinema, em ocasiões especiais. Ela adora comédias, e, acima de tudo, comédias românticas. “Íamos ao cinema no Ano Novo e era uma festa para todos nós, porque a família inteira adorava comédias românticas e clássicas. Mais tarde, eu me dei conta de que os filmes que concorrem ao Oscar são lançados nessa época do ano. Antigamente, as comédias também eram indicadas ao Oscar. Quando se tornou possível alugar filmes, sempre pegá-

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Por Dani Ferrera vamos comédias e assistíamos durante o feriado de Ação de Graças”, conta. “Meus irmãos eram muito engraçados e ríamos muito na minha família, por isso acho que tenho uma queda por comédias.” Discreta na vida particular, Sarah não é o tipo de celebridade que frequenta as páginas de escândalos de jornais e revistas, apesar de ser figura fácil nas páginas de estilo e celebridades. Embora alguns órgãos de imprensa insistam que seu casamento com o ator Matthew Broderick não ande bem, os dois procuram mostrar o contrário. Vivem em harmonia entre dois endereços em Nova York. Casados desde 1997, eles são pais do pequeno e estiloso James e das gêmeas Marion e Tabitha. As gêmeas foram geradas por uma barriga de aluguel, algo que a família sempre divulgou sem problema algum. Sua carreira começou em “Rich Kids”, de 1979, passando pelo blockbuster “Footloose – Ritmo Louco”, de 1984. De lá até os dias de hoje, ela trabalhou em grandes sucessos, como “L.A. Story”, “Lua-deMel a Três”, “O Clube das Desquitadas”, “Marte Ataca!”, “Deu a Louca nos Astros”, “Tudo em Família” e “Armações do Amor”. Nesta deliciosa entrevista, Sarah fala de tudo um pouco: família, Sex and the City, Hugh Grant e os Morgan. Bem- humorada, ela mostra por que é uma das grandes artistas e ícone de toda uma geração. Com vocês, Sarah Jessica Parker. Estação Aeroporto: Hugh Grant sempre diz que é mal-humorado e uma pessoa com quem é difícil trabalhar. Isso é verdade? Sarah Jessica Parker: Hugh é um amor de pessoa, apesar de tudo o que ele próprio diz sobre como é difícil e mal-humorado. Ele sempre se apresenta dizendo que é terrível e acho que deve ser uma maneira de deixar as pessoas desconcertadas, mas ele não é nada assim. Eu o adoro e não gostaria tanto dele se a experiência de trabalho não tivesse sido tão boa. A filmagem foi longa e as locações eram difíceis (risos). Ele é uma ótima pessoa. Eu tinha trabalhado com ele há muitos anos. Em qual filme? O nome do filme era “Medidas Extremas” (“Extreme Measures”). Acho que éramos antagonistas. Eu estava muito ocupada, porque estava trabalhando em um espetáculo na Broadway e refilmando algumas cenas de “O Clube das Desquitadas” (“The First Wives Club”). Eu ficava indo e voltando do Canadá e ele e Liz Hurley eram os produtores do filme. Eu não tive oportunidade de conhecê-lo bem naquele filme, não sei direito o motivo. Mas, neste filme, apesar de estar longe da família e em Santa Fé por cinco semanas, o que foi um pouco difícil, sem dúvida, ele e Marc Lawrence conseguiram tornar a experiência tão boa que eu simplesmente adorei. Hugh é super-inteligente e engraçado. É um ótimo ator e cuida de todos os detalhes do filme. Além disso, ele é um amor. Marc e Hugh já trabalharam juntos antes. Quem convidou você para trabalhar no filme?


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Foto: Divulgação Foto: Divulgação


Bem, Hugh já tinha sido contratado e, como em geral acontece, recebi um telefonema do meu agente dizendo que Marc Lawrence ia dirigir um filme com Hugh Grant e que Marc queria que eu interpretasse Meryl, contracenando com Hugh. Ele perguntou se eu queria ler o roteiro e eu disse que sim. Tenho vários amigos atores em Nova York que já tiveram o prazer de trabalhar com Marc Lawrence, que tem uma reputação exemplar. Ele também tem ótima reputação com as pessoas que nunca trabalharam com ele. Recebi todas essas informações juntamente com o roteiro e adorei a idéia de fazer o filme. Era uma comédia romântica à antiga e eu sabia que, se nós trabalhássemos bem, tudo ia dar certo. Eu também fiquei lisonjeada e animada por contracenar com Hugh. A história é sobre o quê? Você e Hugh interpretam um casal cujo casamento está passando por uma crise... Isso mesmo. Eles são casados há 10 anos e, durante um certo tempo, foram bastante felizes – pelo menos é o que Meryl acha –, e depois foram se afastando, porque Hugh tem uma personalidade que já a tinha magoado muito no passado. Ele está realmente arrependido e tenta convencê-la a dar uma segunda chance. Ela concorda em ir jantar com ele, antes de mostrar uma casa a um cliente. Eles jantam juntos e ele pede perdão, dizendo: ‘Por favor, vamos tentar de novo. Não desista de mim.’ Então, ele pergunta se pode ir junto com ela mostrar a casa. Quando chegam lá, eles testemunham o assassinato do cliente, que tinha uma longa ficha criminal. Eles tentam matar Meryl. Eles entram no Programa de Proteção às Testemunhas e são obrigados a sair de Nova York. Num dos diálogos do filme, a polícia diz para ela: ‘Você prefere morrer ou deixar Nova York, para ficar segura?’ E ela responde: ‘Me dê um minuto para eu pensar’. Para ela, é muito difícil sair de Manhattan. Então, eles acabam numa cidade do interior e, pelo que vi, você tem que lidar com animais e correr pelo deserto. Como foi? Foi muito legal e, às vezes, muito engraçado. Não posso falar pelo Hugh, que gosta da natureza e dos grandes espaços – eu também, de certa forma -, mas havia muita poeira e tínhamos que andar a cavalo tempo todo. Havia uma cena em que eu tinha que tirar leite da vaca junto com Sam Elliott, que era muito engraçado. Espero que o filme passe todo o bom-humor dele. Sam, que mora numa fazenda de verdade, fica muito à vontade com os animais de todas as raças, mas eu tive muito medo de fazer algo que não fosse adequado com a vaca e que ela acabasse me dando um coice. Eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo – e não tinha que saber, pois a minha personagem não tinha –, mas foi engraçado e ridículo! Não me senti muito à vontade em cima de um cavalo – a Meryl também não. Por isso acho que o resultado foi bom. Hugh sabe montar a cavalo, por isso foi mais tranquilo para ele. Mas, o mais cansativo foi correr o tempo todo pelo deserto. Há uma cena inteira em

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Fotos: Divulgação

que nós corremos pelo deserto e dá para perceber o tipo de relacionamento do casal. Então, nós corremos sem parar nos desertos de Santa Fé. Achei que foi muito cruel, porque estava fazendo muito calor – essa foi a parte mais difícil. Eu imagino que a vida de uma atriz tenha várias situações inusitadas, mas tirar leite de uma vaca é uma situação bastante diferente, não? Acho que sim (risos). Deixe-me ver. Eu tirei leite das vacas, montei a cavalo, corri no deserto – isso foi bem esquisito –, e atirei com rifles. E ainda filmei com um urso pardo. Conheço atores que já fizeram coisas muito mais estranhas, mas foi uma experiência e tanto ter feito todas essas coisas num mesmo filme. Depois dessa experiência, você acha que gostaria de viver em uma cidade do interior? (risos) Adoro viajar. De verdade. Fico planejando viagens que não se concretizam. Por isso, acho que não tem a ver com o fato de sair da minha cidade, da minha casa. Mas, a verdade é que adoro ficar em casa. Gosto da cidade. Adoro cidades grandes! Santa Fé é linda e talvez não tivesse tido a oportunidade de conhecer em outra situação, por isso adorei ter ido até lá. Mas, gosto mesmo é da cidade grande. Respondi à sua pergunta? (risos) Respondeu, sim. É engraçado porque gosto de experimentar coisas novas e, às vezes, depois de passar por uma experiência como a minha, é que vemos que escolhemos a cidade certa para morar. Os habitantes de Santa Fe são maravilhosos, a cidade é linda e tem um ritmo e um som que são muito diferentes de uma cidade grande. Mas, sou muito urbana e gosto de ter muita gente ao meu redor (risos). Você disse que teve que ficar longe de sua família durante as filmagens. Você ficou longe deles durante todo o período da filmagem? Meu filho estava na escola e não é bom fazê-lo faltar às aulas. Como fiquei nervosa por ele viajar de avião sozinho, não nos vimos durante as filmagens. Foi horrível e pior ainda para mim. Eu decidi que não quero que isso aconteça de novo. No filme que estou fazendo agora, há uma parte em que vou para fora do país por um período mais longo. Porém, os meus filhos vão junto. Aliás, parabéns pelo nascimento das gêmeas. Elas vão bem? Muito obrigada. Elas são ótimas. Estamos vivendo um momento fantástico. O diálogo é muito importante em uma comédia romântica como “Cadê os Morgans?”. Você se preparou antes da filmagem? Conseguimos ensaiar um pouco antes de começar a filmar, o que é sempre muito bom, e foi ótimo ficar na mesma sala que

Marc e Hugh, que já se conhecem bem e têm um jeito de trabalhar juntos que sempre deu bons resultados. Eles trabalham para melhorar os diálogos. No ponto em que estou não gosto de entrar em um projeto que precise ser muito mudado – o que, aliás, não foi o caso deste, porque um projeto assim não vai adiante. Segui as dicas de Hugh e Mark e foi muito agradável. Foi realmente muito divertido. Você sempre gosta de comédias? Sempre gostei de comédias. A minha família adora comédias. Íamos ao cinema no Ano Novo e era uma festa para todos nós, porque a família inteira adorava comédias românticas e clássicas. Mais tarde, eu me dei conta de que os filmes que concorrem ao Oscar são lançados naquela época do ano e, antigamente, as comédias também eram indicadas ao Oscar. E quando foi possível alugar filmes, sempre pegávamos comédias e assistíamos durante o feriado de Ação de Graças. Meus irmãos eram muito engraçados e ríamos muito na minha família, por isso acho que tenho uma queda por comédias.” Isso tem a ver com o fato de você ter desejado ser atriz? Não sei direito. Não sei por que eu pensei em ser atriz. A primeira vez, eu li no jornal local de Cincinnati que a afiliada da NBC estava fazendo testes para uma versão televisiva de “A Vendedora de Fósforos” (“The Little Match Girl”), que foi filmada pela NBC, apesar de os testes terem sido feitos em Cincinnati. Não sei por que eu achei que podia tentar. Eu nunca fui uma menina autoconfiante nem ambiciosa, mas fiz o teste e ganhei o papel. Não sei direito o que aprendi com essa experiência, mas, de certa forma, decidi tentar a carreira de atriz. Ao mesmo tempo, o meu irmão estava fazendo algo parecido e, nos anos 70, Cincinnati (Ohio) tinha muitos eventos culturais muito interessantes, com um teatro, onde todos os grandes atores de Nova York iam se apresentar. Além disso, tínhamos dois ótimos museus, um teatro de música clássica e, claro, um cinema local onde eram exibidos ótimos filmes. Nós tínhamos uma vida cultural bastante animada. Na minha família, adorávamos ouvir discos o dia inteiro e também a estação de rádio local, que transmitia um programa chamado Live From Lincoln Center (Ao vivo do Lincoln Centre). Isso fazia parte da nossa vida, pois não tínhamos muito dinheiro e nada disso custava caro. Para uma menina que não tinha muita confiança em si mesma, foi incrível o que você fez. Você já pensou o quanto isso mudou a sua vida? Claro, poderia ter sido qualquer outra menina. Minha vida mudou completamente. Não sei por que eu era ideal para aquele papel e não sei por que o destino me deu uma vida tão privilegiada, mas nunca me esqueço disso, porque eu poderia ser como qualquer outra criança. Havia 500 crianças para fazer o teste para aquele papel e tenho certeza de que havia outras meninas que poderiam ter representado muito bem, talvez até melhor do que eu. Mas, eu fui a escolhida e não sei por quê.

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Sem dúvida, isso mudou a minha vida.” Você contou sobre a maneira como foi criada e os valores que aprendeu com sua família e que ficaram com você até hoje. Você tenta transmitir esses valores a seus filhos? Tento, sem dúvida. Matthew pensa como eu. Nem ele nem eu somos de famílias ricas, portanto sempre tivemos que trabalhar. O pai de Matthew era um ator profissional que às vezes ganhava dinheiro e ficava mais de um ano sem trabalho. Quando Matthew decidiu ser ator, não foi para ficar rico e famoso, pois ele nem sabia que isso existia. O pai de Matthew, que era um ator profissional de sucesso e muito respeitado, viajava muito e se apresentava em vários teatros e só mais tarde se tornou um ator de televisão conhecido e começou a ter sucesso, financeiramente falando. Mas, o que ele buscava era ser bom na sua profissão. Eu só conhecia este lado. Não sabia de todas as outras coisas que acontecem ou deixam de acontecer na vida de um artista. Não quero que meu filho seja criado assim. É muito difícil criar um filho e evitar criar uma vida que não seja real. A vida de James é bem diferente da que Matthew e eu tivemos, quando éramos crianças. Não precisamos nos preocupar em ganhar dinheiro para pagar a conta de luz. A conta de telefone também será paga. Podemos pagar a mensalidade da escola dele, comprar vários presentes de aniversário. As circunstâncias da vida dele são bem diferentes das nossas. É difícil ter essa realidade e conseguir mostrar a ele que existe outra realidade também. Mas, nós tentamos. Não é mais difícil do que não ter dinheiro. Não quero dizer que temos uma vida ruim. Mas, é um grande desafio para nós. Você filmou “Sex and the City 2”. O primeiro filme foi um grande sucesso. O que acha dessa continuação? Fiquei muito satisfeita com o primeiro filme. Acho que todos estavam ótimos e trabalharam muito bem. E, o que é melhor, o público foi assistir ao filme, o que sempre é um grande alívio! (risos). Este aqui também está indo muito bem. O que é interessante é que todos os atores querem muito a continuação. Acho

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que estamos ainda mais próximos neste segundo filme. Por quê? Não sei dizer por quê. Talvez seja porque o primeiro filme foi há dois anos e nós estávamos com saudades do grupo. É incrível, porque todo mundo quer participar. Temos que enfrentar alguns desafios, porque neste segundo as locações foram diferentes e perdemos muito tempo, mas estamos resolvendo esses problemas. O mais importante foi nos reunirmos de novo. Não sei por que gosto tanto de representar aquele papel. Mas, gosto demais. A personagem Carrie é muito diferente de você? Talvez seja por isso. (risos) Talvez. E a vida de ator é assim mesmo, não é? Criar personagens. Não se trata de representar a si mesmo. Seria muito chato. E também muito difícil. E, de verdade, adoro trabalhar com as pessoas com quem contraceno. Gosto de representar aquele personagem tão diferente de mim e gosto de trabalhar com essas pessoas. Se eu tenho que ficar longe da minha família, que pelo menos seja para ficar perto dessas pessoas. Você está satisfeita com o fato de a história ter tomado outra direção? No primeiro filme, contamos uma história de adultos, mas o “Sex and the City 2” é o oposto. Se tudo der certo, vai ser uma comédia e tanto. O filme é, propositalmente, fútil e cheio de fantasias. A história passa um sentido da vida, qualquer que seja a parte da vida de Carrie, mas com um grande toque de humor. É grande e é engraçado. O que você vai fazer agora com o fim das filmagens de Sex and the City 2? As filmagens foram longas e só terminamos agora em janeiro. Não vou fazer nada. Só vou trabalhar de novo no segundo semestre do ano que vem.



Tecnologia O iPad é um computador tablet com tela de 9,7 polegadas sensível ao toque. O produto, definido por Steve Jobs como “realmente mágico”, ocupa uma categoria entre o laptop e o smartphone e leva o nome de iPad. A novidade estará disponível em três versões: com memória flash de 16 GB, 32 GB e 64 GB. A novidade se conecta à internet, tem tela sensível a múltiplos toques, teclado touchscreen QWERTY, permite ver fotos e vídeos – inclusive canais de TV e a versão em alta definição do YouTube. A novidade pesa cerca de 680 gramas, tem 1,2 cm de espessura, bateria de dez horas em uso (mais de um mês em standby, segundo o fabricante), acelerômetro, Bluetooth e Wi-Fi com velocidade de acesso maior que a do iPhone 3GS. O produto será uma espécie de iPhone aumentado, que oferecerá menos limitações de espaço aos usuários e aos desenvolvedores de aplicativos. Os usuários pode-

rão acessar a loja virtual iTunes pelo próprio dispositivo, para comprar músicas e filmes. A Apple fica com parte do lucro obtido com a venda de aplicativos, como jogos, comercializados geralmente entre US$ 0,99 e US$ 9,99. Preço: a partir de US$ 499,00. Mais informações: www.apple.com/ipad

Cinema para levar no bolso A nova versão do celular o LG New Chocolate, o BL40, apresenta uma grande evolução em relação ao primeiro modelo, lançado no Brasil em 2006. A começar pelo que mais impressiona: uma tela de 4 polegadas no formato 21:9, o mesmo usado nos cinemas. A tela sensível ao toque responde muito bem aos movimentos. O celular, que usa rede 3G, ainda traz outros recursos típicos de smartphones, como Wi-Fi, GPS embutido e uma boa câmera de 5 megapixels. Preço: R$ 1.500,00.

Celular com Android 2.0 O Motorola Milestone possui tela capacitiva gigante de 3,7, Bluetooth, Wi-Fi, GPS, acelerômetro, câmera de 5 megapixels, vídeos com qualidade de DVD (720 x 480), cartão de memória de 8 GB, processador de 550 MHz, teclado QWERTY, Android 2.0 com HTML5 e Flash completo. A versão vendida pela Vivo virá com uma base multimídia, que transforma o celular em uma central de fotos, músicas e porta-retratos digital. O aparelho já desembarcou no Brasil. Preço: R$ 599 num plano de 200 minutos + 500 MB de dados.

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Novo tablet da Apple


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Tecnologia Impressora com tela digital A Epson lançou a impressora fotográfica PictureMate Show, que possui uma tela digital de sete polegadas integrada, além dos recursos tradicionais de impressão. O produto tem 270 megabytes (MB) de memória interna para armazenar fotos e doze formatos para slideshow, como relógios, calendários ou efeitos de animação. A tela digital tem resolução de 480 por 800 pixels, no formato 15:9, e conta com um controle remoto para controlar as funções. Preço sugerido: US$ 300,00. Mais informações: www.epson.com.br

Muito além das horas O relógio All Black, da linha Core, traz altímetro, barômetro, termômetro e profundimento para até 10 metros. Ideal para quem pratica esportes radicais. Preço: R$ 1399,00. Mais informações: www.suuntobrasil.com.br

Bonita por dentro e por fora A câmera Sony Cybershot DSC T900 se destaca com suas dimensões reduzidas e sua beleza. Oferece monitor touchscreen de 3,5 polegadas, reconhecimento de faces e função Smile Shutter, que captura imagens de pessoas automaticamente quando detecta aquele sorriso no rosto. O zoom óptico é de 4x. Preço sugerido: R$ 2.299,00. Mais informações: www.sonystyle.com.br

Para toda obra A multiferramenta Crunch, da Leatherman, parece um alicate de pressão, mas também conta com outros 12 utensílios, de lixa a chave Philips. Cabe no bolso e serve para arrumar qualquer coisa. Preço: R$ 469,00. Mais informações: www.leatherman.com

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Cultura - Teatro

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Encontro com a língua e a memória

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aseada em conto do húngaro Móricz Zsigmond (1879-1942), adaptado por Paulo Santoro, a peça “A Mulher que Ri” mostra um homem que tenta reconstruir seu passado a partir das memórias do relacionamento que teve com os pais na juventude. Com direção de Yara de Novaes (“Caminho para Meca”), a peça traz no elenco Eloisa Elena (interpretando a mãe), Fernando Alves Pinto (filho) e Plínio Soares (pai). Um homem relembra seus pais e nota como o incrível bom-humor de sua mãe, mesmo nos momentos mais difíceis, transformou sua percepção da vida, de si mesmo e do mundo. Surge em cena tentando reconstituir seu passado, achar sujeitos, verbos e objetos que possam nortear sua história. Repete, faz e refaz combinações de palavras, até encontrar, pregado em suas costas, como uma prótese, ele próprio, um pouco mais jovem. Como que suportando sobre si o peso da própria existência, consegue, finalmente, construir uma frase inteligível, coerente, que será ponto de partida para sua caminhada em busca do tempo perdido. A encenação persegue a trilha que leva ao teatro contemporâneo. Um teatro em que o texto dramático está em constante e provocativa mutação, onde as fronteiras de gêneros literários ou das artes desaparecem para iluminar uma cena com linguagem

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plurisignificada. Um boneco representa o protagonista nas passagens sobre sua infância. Um dado curioso é que o ator Fernando Alves Pinto sofreu uma queda de bicicleta em 1996, ficou uma semana em coma, recobrou a consciência, mas sua memória foi embora, para só retornar lenta e parcialmente aos poucos, após meses. Há mais de um ano em cartaz, a peça cumpriu três temporadas na capital paulista (teatros Alfa, Coletivo e Tusp) e participou do Festival Internacional de Teatro de Curitiba e da Mostra de Refrências Teatrais de Suzano. O autor do texto, Paulo Santoro, tornou-se conhecido no Centro de Pesquisa Teatral, de Antunes Filho, com a peça “O Canto de Gregório”. Já a diretora, a mineira Yara de Novaes, vem se destacando em São Paulo com espetáculos de sucesso, como “O Caminho Para Meca” e “As Meninas”. Serviço: O que: “A Mulher que Ri” Onde: Funarte - Sala Renée Gumiel (Al. Nothman, 1058, São Paulo, SP). Quando: De 22 de janeiro a 07 de fevereiro de 2010. Sexta, sábado e domingo, às 20h Quanto: Ingressos R$ 12,00 e R$ 6,00 (meia)


Cultura - Teatro Fotos: Divulgação

Entre o palco e o picadeiro

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peça “Deadly” combina circo, dança e interpretação em um espetáculo fluente, que testa os limites e possibilidades do teatro físico. Vencedora do III Festival de Teatro Físico e Visual da Cultura Inglesa-SP, a peça representou o Brasil no Fringe Festival de Edimburgo, Escócia, onde ganhou o Total Theatre Awards - People’s Choice, por ter sido apontado pelo público como o melhor espetáculo de Teatro Físico do Festival. “Deadly” é uma criação de Deborah Pope (neo zelandeza residente em Londres) e Rodrigo Matheus (brasileiro residente no Brasil), fundadores da companhia No Ordinary Angels. Rodrigo Matheus é também o fundador da cia. Circo Mínimo, produtora do espetáculo. No Ordinary Angels foi fundada em Londres em 1990, com a intenção de investigar as possibilidades do teatro por meio do circo. Circo Mínimo foi fundado em 1988, em São Paulo, com o mesmo objetivo. Sem texto, “Deadly” explora a relação homemmulher, seus erros e acertos, prazeres, frustrações, batalhas e inevitável cumplicidade. É contado Por meio dos sete pecados capitais, assunto que povoa a formação cultural do mundo ocidental, e levando em conta que a noção de pecado tenha se transformado violentamente nas últimas décadas. Pelo bem ou pelo mal, na alegria ou na tristeza, “Deadly” usa o circo como metáfora para os perigos das relações, assim como para a alegria dos vôos de liberdade. Além da linguagem corporal dos atores, as técnicas de corda e trapézio são formas de comunicação com o público. Segundo o jornal inglês The Guardian, seu grande sucesso está em criar uma rara e perfeita união entre circo e narrativa, e atuações nas quais cada acrobacia tem um sentido metafórico muito além da sua simples demonstração de habilidade. O Circo Mínimo foi criado por Rodrigo Matheus, em 1988, com o espetáculo de mesmo nome, o qual foi indicado para o prêmio MAMBEMBE (Categoria revelação, pela pesquisa de linguagem) naquele ano, em parceria com Alexandre Roit e Camila Bolaffi. Em 1993, quando Matheus voltou a São Paulo, depois de morar por quatro anos na Europa, montou “Prometeu”, com direção de Cristiane Paoli Quito, parceira desde os tempos de teatro amador. Este espetáculo recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo do Festival de Curitiba de 1996, prêmio

do público, e de Melhor espetáculo de rua, prêmio da crítica, no mesmo Festival. Em 1997, o Circo Mínimo produziu o espetáculo “Deadly”, dirigido por Sandro Borelli, criação da dupla No Ordinary Angels, composta por Deborah Pope e Rodrigo Matheus (criada na época em que Matheus morou na Inglaterra, e mantida desde então). Originalmente patrocinada pelo Festival de Teatro de Curitiba, reestreou este ano por meio de programas de fomento ao teatro na capital paulista.

Serviço: O que: “Deadly ” Onde: Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295, Lapa, São Paulo, SP. Tel.: 3864-4513). Quando: De 15/1 a 21/2. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 20h. Quanto: R$ 10,00 e R$ 5,00.

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Cultura - Música O novo trabalho de Daniela Mercury, batizado de Canibália, pode ser definido com uma palavra: síntese. Pode parecer estranho para um trabalho que chega ao mercado com cinco capas e cinco diferentes sequências musicais. Surpreendente, também, considerando que se trata de uma artista que se consagrou pela multiplicidade de talentos (cantora, dançarina, compositora e produtora) e estilos musicais (do axé ao samba reggae, da mpb à ousadia do casamento da música eletrônica com ritmos baianos). Neste disco, produzido por Daniela Mercury, Ramiro Musotto, Alfredo Moura, Mikael Mutti e Gabriel Povoas, marcado por uma base eletrônica que dá ritmo a praticamente todas as faixas, ela retoma as origens africanas com a poderosa “Oyá por nós”, dois toques de candomblé para Yansã com drum’bass, cantada em parceria com Margareth Menezes. Com a canção “Dona desse lugar”, ela homenageia os primeiros habitantes de Vera Cruz, a voz dos nossos avós, que no século XVI colocaram o alemão Hans Staden para experimentar pela primeira vez e na pele o conceito de “canibália”. A música, dançante, utiliza um sampler do fonograma “Wanãridobê”, tradicional canto do povo xavante, para fazer a homenagem e a conexão concreta entre a arte do passado e do presente. O que: Canibália (Álbum) Artista: Daniela Mercury Quanto: R$ 30,00 Lançamento: Sony Music

Evening Star Sir Paul McCartney em apresentação histórica. O eterno Beatle reuniu no mesmo show os grandes sucessos que marcaram sua trajetória musical. No espetáculo, grandes hits da fase com os Beatles e da carreira solo. Seu carisma e magnetismo estão presentes neste registro ao vivo. Paul parece ter superado o traumático e caro divórcio, voltou com fôlego de garoto. Entre os hits, destaque para “Drive My Car”, “Yesterday”, “Back In USSR”, “Sgt. Peppers”, “Live and Let Die” e muitos outros sucessos de uma carreira com mais de 40 anos. O que: Good Evening New York City (DVD + 2 CDs) Artista: Paul McCartney Quanto: R$ 53,00 Lançamento: Universal Music

Shock Value II Em “Shock Value II”, o rapper e produtor Timbaland remapeia a paisagem pop/R&B, ultrapassando os limites do gênero mais uma vez. Sua imensa influência e habilidade de estar à frente dos demais faz com que um grande número dos artistas mais populares de hoje mostrem-se prontos para participar da série Shock Value. Esta segunda investida destaca convidados como Justin Timberlake, Katy Perry, Miley Cyrus, The Fray, Chris Daughtry, Chad Kroeger do Nickelback, Brandy e Keri Hilson. O primeiro single de “Shock Value II”, “Morning After Dark”, estreou em outubro de 2009. O que: Shock Value II (Álbum) Artista: Timbaland Quanto: R$ 35,00 Lançamento: Universal Music

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Senhora dos Ventos


Cultura - Música John Mayer Quarto álbum de estúdio de John Mayer, Battle Studies foi co-produzido por John Mayer e Steve Jordan e estreia três anos depois de Continuum, o aclamado álbum de 2006. Battle Studies reúne o calor, as melodias e a simplicidade do rock/pop californiano das décadas de 70 e 80. É um álbum confessional, relaxado e solto, que foi gravado numa residência particular na Califórnia. O primeiro single do álbum, “Who Says”, desafia os padrões convencionais em relação ao que as pessoas podem realizar ou assumir, independente das restrições impostas pela sociedade. Battle Studies também fala de temas universais em “Heartbreak Warfare”, “Assassin”, e “War of My Life”, enquanto a guitarra come solta em “Rock Song” e na reinterpretação de “Crossroads”. O guitarrista, que é famoso por gostar de tocar com os colegas, convidou Taylor Swift, um dos mais brilhantes novos talentos, para participar em “Half of My Heart”. O que: Battle Studies (Álbum) Artista: John Mayer Quanto: R$ 40,00 Lançamento: Sony Music

P!nk A energia sem fim de P!nk está de volta no DVD Funhouse Tour Live In Austrália. O álbum traz P!nk cantando seus sucessos da última década e músicas de seu quinto disco, Funhouse, que vendeu 5 milhões de cópias ao redor do mundo. O show foi todo filmado em HD, na Austrália, onde ela bateu o recorde de 60 apresentações. Desde seu disco de estréia, em 2000, P!nk tem sido aclamada como uma cantora e compositora de talento indomável. Até hoje, a moça nascida na Pensilvânia já vendeu 30 milhões de discos pelo mundo. Entre seus CDs, destaque para M!ssundaztood (2001), que chegou a 11 milhões de cópias vendidas pelo mundo, e I’m Not Dead (2006), que ultrapassou a marca de cinco milhões de unidades e levou as músicas “Who Knew” e “U + Ur Hand” ao topo das paradas. O que: Funhouse Tour Live In Austrália (DVD) Artista: P!nk Quanto: R$ 49,90 Lançamento: Sony Music

Quando em Roma “When in Rome” (com lançamento direto em DVD no Brasil) traz em sua trilha sonora grandes nomes, como Jason Mraz, com “Kickin It With You”, Matchbox Twenty, com “How Far We’ve Come”, e Paolo Nutini, com “Pencil Full of Lead”. O álbum chega às lojas dia 25 de fevereiro. No enredo, Beth Harper (Kristen Bell) é uma bem-sucedida jovem corretora de imóveis, mas... não tem nenhuma sorte no amor. No entanto, quando a nova-iorquina viaja para Roma para visitar sua recém-casada irmã, ela impulsivamente rouba moedas de uma famosa fonte de desejos, e então é perseguida por um bando de aspirantes a amantes. O elenco tem também as estrelas Josh Duhamel, Will Arnett, Jon Heder, Dax Shepard, Danny Devito e Anjelica Huston. O que: When in Rome Sound Track (Álbum) Artista: Vários Quanto: R$ 30,00 Lançamento: Warner Music

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Cultura - Cinema Dilacerado pela morte de seu amante em um trágico acidente, George Falconer (Colin Firth) mantém as aparências, e ainda é visto por outros como um homem no controle. Mas em um dia crucial em 1962, na ensolarada Califórnia, onde ele criou raízes, este professor universitário urbano se vê no limite da vida. Ele vai descobrir os ecos do passado no presente e vislumbrar versões alternativas do futuro - incluindo a forte possibilidade de nenhum futuro para si mesmo. “Direito de Amar” revela o poderoso pulso de romance que funciona sob a superfície dos acontecimentos cotidianos. George não foi testemunha do acidente que matou seu Jim (Matthew Goode), mas o evento inquietante ainda assombra seus pesadelos. Ele acorda para, com a precisão de uma ressaca, ainda ver Jim como se ele estivesse vivo na casa que partilharam juntos por muito tempo. Em uma sequência de suspense angustiante, George prepara-se para apertar o gatilho, pronto para por um fim em sua vida, quando o telefone toca para interrompê-lo. À noite, George visita sua velha amiga Charley (Julianne Moore), uma célebre beleza internacional aposentada, em sua elegante casa. Eles sabem muito um sobre o outro, e será por meio desse reencontro que Charley ajudará a George a recuperar sua vida e encontrar um novo sentido para seguir em frente. Estreia esmagadora de Tom Ford na direção de um longa e Firth soberbo, em uma grande atuação.

Ninja Assassino Raizo (Rain) é um dos mais temíveis assassinos do mundo. Tirado das ruas ainda criança, foi treinado para ser um matador do Clã Ozunu, sociedade secreta cuja própria existência é cercada de lendas. Porém, acossado pela execução impiedosa de uma amiga pelo clã, Raizo liberta-se dele e desaparece. Agora, ele aguarda, enquanto se prepara para uma vingança exemplar. Em Berlim, a agente da Europol Mika Coretti (Naomie Harris) segue uma pista de movimentação financeira que liga assassinatos políticos a uma rede obscura de matadores que não deixa pistas, mas tem origem na Ásia. Contrariando ordens superiores de Ryan Maslow (Ben Miles), Mika acessa documentos altamente confidenciais, para descobrir a verdade por trás das mortes. Sua investigação faz dela um alvo do Clã Ozunu, que envia uma equipe de matadores, comandados por Takeshi (Rick Yune), para a “queima de arquivo”. Raizo salva Mika dos atacantes, mas sabe que o Clã não vai desistir enquanto os dois não forem eliminados.

Legião No suspense de ação sobrenatural “Legião”, uma lanchonete afastada torna-se um improvável campo de batalha que assegurará a sobrevivência da raça humana. Quando Deus perde a fé na humanidade, ele envia seu exército de anjos para iniciar o Apocalipse. A única esperança da humanidade reside em um grupo de pessoas que não se conhecem e estão numa lanchonete deserta e no Arcanjo Miguel (Paul Bettany). No elenco de “Legião”, pesos do cinema como Dennis Quaid, Lucas Black, Tyrese Gibson, Kate Walsh, Charles S.Dutton e Willa Holland, todos sob a batuta de Scott Stewart. A grande surpresa fica por conta de Bettany. Sua versatilidade como ator chega a ser contagiante. Ele vai de comédias românticas, como “Wimbledon O Jogo do Amor”, ao drama, em “Uma Mente Brilhante”.

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Direito de Amar


Cultura - Cinema Fotos: Divulgação

Garry Marshall apresenta... “Idas e Vindas do Amor” retrata o cotidiano, de alguma forma interligado, de dez pessoas em Los Angeles durante o Dia dos Namorados. Mas essas pessoas sempre têm uma peculiaridade. Existem aqueles que estão apaixonados e usam a data para celebrar sua união; outros, sozinhos, buscam um amor; e também aqueles que se vêem no meio de confusões e não sabem como lidar com a situação. Tudo abordado de uma maneira leve, divertida e com uma mensagem positiva. Garry Marshall dirigiu “Idas e Vindas do Amor” a partir do roteiro de Katherine Fugate, com um elenco inacreditável de astros e estrelas como Jessica Alba, Julia Roberts, Jessica Biel, Ashton Kutcher, Bradley Cooper, Shirley McLaine. Marshal é um bom diretor de atores, e com esse filme ele retoma parcerias com alguns, como Julia Roberts, com quem havia trabalhado em “Uma Linda Mulher” e “Noiva em Fuga”, além de Hector Elizondo e Anne Hathaway, de “O Diário da Princesa”.

Preciosidade Preciosa é um filme cru, honesto, e transborda esperança, ao abordar a capacidade de superação do ser humano. Ambientado em 1987, narra a história de Claireece “Precious” Jones (Gabourey Sidibe), uma jovem com uma vida que ninguém deseja. Analfabeta e obesa, ela está grávida pela segunda vez do próprio pai. Vive em uma casa no Harlem com sua mãe Mary (Mo’Nique), uma mulher má, amarga e invejosa, que culpa a filha por ter dado ao marido mais filhos, e acredita que ela goste de ser violentada pelo marido. Preciosa é constantemente espancada e submetida ao sadismo grotesco e repugnante de sua progenitora. Pratos, tapas e o que mais estiver pela frente são armas nas mãos do monstro Mary. Mesmo com todo sofrimento, Claireece tem seus momentos de fuga, seus sonhos, o único lugar onde ela é feliz, realizada e amada. Ameaçada de ser expulsa da escola e com isso perder o auxílio dado pelo governo, Precious recebe uma oferta que

mudará sua vida completamente: a assistente social a transfere para uma escola alternativa com um programa educacional chamado Each One/ Teach One, onde ela descobre que não está só no mundo. Com o auxilio de sua nova professora, Srta. Rain (Paula Patton), Claireece aprende a ler e a escrever. Ali inicia a jornada de saída da escuridão e do sofrimento, e aprende a conviver com os monstros do passado, os filhos que teve com o pai e uma doença sem cura. A fita está cheia de surpresas, entre elas, as atuações de Lenny Kravitz e Mariah Carey. Mo’Nique é realmente um caso à parte – sua Mary é a pior vilã do cinema, e sua atuação merece todos os prêmios conquistados. Baseado no romance Push, de Sapphire, o roteiro incrível de Geoffrey Fletcher tem a direção de Lee Daniels. “Preciosa” concorre em seis categorias no Oscar 2010: melhor filme, atriz, atriz coadjuvante, roteiro adaptado e montagem. E com chances reais de levar boa parte deles.

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Cultura - Literatura

Por Rodrigo Kurtz

Mais conhecida pela novela “Gigi”, que deu origem ao musical de mesmo nome, a novelista francesa SidonieGabrielle Colette (1873 - 1954) foi polêmica durante toda sua vida. Além do casamento com um bissexual, casos com outras mulheres e com o próprio enteado, seus livros sempre causavam burburinhos na França. Entre eles, nasceu “Chéri”, recentemente adaptado para o cinema pelo ótimo Stephen Frears, que refaz a parceria de “Ligações Perigosas” com Michelle Pfeiffer. O livro nos joga no meio da belle époque, no mundo nostálgico e imoral da França anterior à Primeira Guerra Mundial. Neste cenário, conhecemos a bela Léa de Lonval, uma cortesã que tem por rival Charlotte Peloux, mãe do mimado Chéri. O romance é sobre a separação de Léa e Chéri, após seis anos de relacionamento, quando este é compelido a casar depois de uma tramóia da mãe. Refugiado no passado, Chéri recorda-se de momentos serenos e apaixonantes ao lado da amante, vinte e quatro anos mais velha. “Chéri” é uma análise profunda a alma feminina, e uma das mais importantes obras da autora de “A Vagabunda” e “A Ingênua Libertina”.

O que: Chéri Autor: Collette Páginas: 176 Quanto: R$ 32,90 Lançamento: Record

Preciosa

Loucos Pela Tempestade

“Preciosa”, de Sapphire, é um livro dolorido, realista e enaltecedor. Conta a história de uma adolescente negra, analfabeta e obesa do Harlem. Vítima de maus tratos da mãe e abuso sexual do pai, ela busca em si própria um acolhedor mundo de fantasia, onde é cortejada por garotos e dá uma boa vida à sua filha, que é ao mesmo tempo sua irmã – mas sempre é acordada abruptamente pela realidade. As coisas começam a mudar quando ela conhece a bondosa e dedicada professora Blue Rain – que a ajuda a entender e expressar seus sentimentos, dando voz à dignidade da garota. A autora Sapphire, retirou da própria experiência, em um centro de aprendizado alternativo no Harlem, a matéria-prima para este romance, também adaptado para o cinema.

Desde criança, Norman Ollestad foi levado pelo próprio pai a buscar aventuras esportivas delirantes e perigosas. Juntos, eles enfrentaram ondas, gelo, alturas, profundidades, animais, calor e outras situações extremas, enquanto outros meninos e pais, no máximo, jogavam bola. Essas estimulantes provas de habilidade salvaram a vida do jovem Ollestad no acidente de avião que matou o pai e a madrasta. Aos 11 anos, o menino se valeu dos loucos ensinamentos paternos para descer sozinho uma montanha gelada, após o Cessna em que os três viajavam se chocar com uma montanha. Em “Loucos Pela Tempestade“, Ollestad disseca sua infância, o desastre e a relação com um pai carismático cuja determinação e amor pelo perigo o enfureciam e estimulavam.

O que: Preciosa Autor: Sapphire Páginas: 192 Quanto: R$ 29,90 Lançamento: Record

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Chéri

O que: Loucos Pela Tempestade Autor: Norman Ollestad Páginas: 308 Quanto: R$ 42,90 Lançamento: Record


Cultura - Literatura Samba de enredo: história e arte “Samba de enredo: história e arte”, de Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas, é uma obra que já nasce como referência no assunto. Com o conhecimento adquirido por anos de estudo e vivência no mundo do carnaval, mas sobretudo por amor ao samba, a dupla mergulhou fundo na pesquisa do gênero musical que é um símbolo da originalidade brasileira. As origens, os grandes clássicos e as curiosidades do samba de enredo são revelados por esta dupla, que fez uma vasta pesquisa sonora e documental. Samba de enredo: história e arte apresenta uma abordagem inédita do único gênero épico genuinamente brasileiro. O que: Samba de enredo: história e arte Autor: Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas Páginas: 238 Quanto: R$ 34,90 Lançamento: Editora Civilização Brasileira

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Dedinhos para os negócios

Metodologia Para Esportistas

É difícil não comparar, mas diferente de Xuxa, que parece ter estacionado nos anos de 1980, Eliana cresceu com seu público. Hoje, além de excelente apresentadora, ela encontra destaque em outras áreas, como a de empresaria bem sucedida. Eliana acaba de lançar uma editora a Master Books, editora voltada para livros de arte. Seu primeiro lançamento é o livro “Eu queria Ser...” de Priscila Prade. No livro a fotografa reúne ensaios originalmente produzidos para a finada Revista MTV, onde celebridades eram transformadas em outras personalidades. A própria Eliana foi Marilyn Mason, Junior Lima deu vida a Jimmy Hendrix ,João Barone transformou-se em um pracinha da 2ª Guerra, Edgard Scandura deu vida ao capitão Jean–Luc Picard de “Jornada nas Estrelas”. O projeto gráfico é um espetáculo a parte. (por Dani Ferreira)

Com 30 anos de prática e estudo no universo do Yoga, o preparador psicofísico Luiz Albertini criou o YogaSports e agora lança livro sobre o método que desenvolve para desempenho dos atletas. Entre os principais benefícios trazidos pela prática, estão: aumento VO2 máx, melhora da resistência física e mental, aumento da concentração, estabilidade articular, alongamento, flexibilidade e tônus dos músculos, aumento do equilíbrio e vitalidade. O método atua sobre o corpo físico, a consciência e o espiritual, desenvolvendo desde a respiração com ganho na absorção de oxigênio em quase 30% - o que faz muita diferença -, até no fortalecimento da força de vontade. O foco das técnicas do YogaSports é proporcionar equilíbrio psicofísico para o melhor desempenho do atleta. O método conduz o praticante no caminho do autoconhecimento, do auto-aperfeiçoamento e da auto-realização, para reforçar suas aptidões. (por Dani Ferreira)

O que: Eu Queria Ser Autor: Priscila Prade Quanto: Sob consulta Lançamento: Master Books

O que: Yoga para Corredor Autor: Luiz Albertini Quanto: R$ 46,00 Lançamento: All Print Editora

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Cultura - DVD Besouro foi o maior capoeirista de todos os tempos. Um menino que - ao se identificar com o inseto que ao voar desafia as leis da física - desafia ele mesmo as leis do preconceito e da opressão. Passado no Recôncavo Baiano dos anos 20, “Besouro” é um filme de aventura, paixão, misticismo e coragem. Uma história imortalizada por gerações com ação e poesia, no cenário deslumbrante do nordeste brasileiro. “Besouro” marca a estreia de João Daniel Tikhomiroff - um dos diretores de comerciais mais premiados do mundo - na direção de longas, e conta com roteiro de Patrícia Andrade, de “2 Filhos de Francisco”. O que: “Besouro” Quanto: Apenas para locação Lançamento: Disney DVD

Vôo Rasante Descubra uma das maiores maravilhas da natureza em “Grande Balé Vermelho – O Mistério dos Flamingos”, uma milagrosa história de amor, coragem e sobrevivência. Em um lugar como nenhum outro no planeta, o dramático e isolado Lago Natron, no norte da Tanzânia, você será testemunha de um espetáculo jamais visto - milhares de flamingos chegando para continuar o ciclo da vida. Focando na aventura de um solitário filhote e com uma paisagem nunca antes registrada, “Grande Balé Vermelho” é uma estonteante jornada de raro visual e mágica beleza. O que: Grande Balé Vermelho – O Mistério dos Flamingos Quanto: Apenas para Locação Lançamento: Disney DVD

Os Vigaristas Desde a infância, Stephen (Mark Ruffalo) e Bloom (Adrien Brody) partilham tudo entre eles. Stephen é quem brilhantemente crias os mirabolantes planos. Porém ele continua buscando incessantemente o golpe perfeito. Enquanto isso, Bloom quer apenas viver uma vida de aventuras. Ansioso para se aposentar, Bloom aceita tomar parte em um último grande golpe. Ele entra na vida de Penelope (Rachel Weisz), uma solteira entediada de Nova Jersey, única herdeira de uma fortuna. Quando um verdadeiro romance começa a florescer entre eles, ele reluta em explorar a sua ingenuidade, mas ela já mordeu a isca. O que: Os Vigaristas (Blu-Ray) Quanto: R$ 90,00 Lançamento: Paris Filmes

Tá Chovendo Hamburguer Quando a invenção mais recente de Flint Lockwood (Bill Hader) acidentalmente destrói a praça da cidade e parte em disparada rumo às nuvens, ele considerou acabada sua carreira de inventor. No entanto, algo incrível começa a acontecer: uma chuva de deliciosos cheeseburgers. O que antes era um sonho, agora é fato: sua máquina funciona de verdade! Porém, quando o equipamento sai de controle, cabe a Flint, com a ajuda de Sam Sparks (Anna Feris), a garota do tempo, encontrar um modo de desligar a engenhoca e salvar a pátria. O que: “Tá Chovendo Hambúrguer” Quanto: R$ 89,90 Lançamento: Sony Home

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Fotos: Divulgação

Mestre Besouro


Cultura - DVD Fotos: Divulgação

A Trilha Cydney (Milla Jovovich) e Cliff (Steve Zahn) formam um casal aventureiro, que resolve passar a lua-de-mel nas mais belas e remotas praias do Havaí. Caminhando nas selvagens e isoladas trilhas, eles acreditam ter encontrado o paraíso. Entretanto, quando se deparam com um assustado grupo de turistas que informa sobre o assassinato de um casal em outra ilha, eles passam a discutir um possível retorno para casa. Longe da civilização, todos aparentam ser uma ameaça e ninguém sabe em quem confiar. O paraíso se transforma em um verdadeiro inferno quando uma batalha pela sobrevivência tem início. O que: “A Trilha” (Blu-ray) Quanto: R$ 89,90 Lançamento: Imagem Filmes

Código de Conduta Clyde (Gerard Butler) é um dedicado pai de família que testemunha sua esposa e filha serem assassinadas. Um dos culpados ganha liberdade graças a um acordo feito com o ambicioso promotor Nick (Jamie Foxx). Anos depois, o assassino é encontrado morto e Clyde é preso mesmo sem provas contra ele. Seu único objetivo é denunciar o corrupto sistema judicial, nem que para isso tenha que matar todos os envolvidos. Mas, se Clyde já está na cadeia, como o promotor poderá impedi-lo, já que ele está sempre um passo à frente de todos? O que: Código de Conduta (Blu-Ray) Quanto: R$ 89,90 Lançamento: Imagem Filmes

Diário de um Adolescente Adaptação do livro de Jim Carrol, no qual conta sua adolescência problemática. Leonardo DiCaprio está no papel de Jim, um garoto que joga no time de basquete da escola, arruma confusões nas ruas com os amigos e tem suas primeiras experiências com drogas. Ele se vicia e aos poucos seu mundo vai desabando: desmaia durante um jogo, rouba, é expulso de casa pela mãe, se prostitui. Só lhe resta sua poesia, até que um ex-viciado, Reggie (Ernie Hudson), o ajuda a se recuperar e retomar sua vida. O que: Diário de um Adolescente Quanto: R$ 29,90 Lançamento: Flashstar

Tá Rindo do Quê? George Simmons (Adam Sandler) é um comediante de stand up bem-sucedido. Ele ama seu trabalho, sente-se empolgado sempre que sobe ao palco e realizado com a conexão que estabelece com o seu público. Contudo, um dia descobre que tem uma doença sanguínea incurável e que lhe resta menos de um ano de vida. Em uma das apresentações, George nota Ira (Seth Rogen), um comediante em ascensão, que trabalha num restaurante para ganhar a vida e que ainda encontra problemas em dissociar seus personagens dele próprio. Por perceber em Ira o desejo de se tornar um grande comediante, George o convida para ser seu assistente. O que: Tá rindo do Quê? (DVD) Quanto: Apenas para locação Lançamento: Universal Pictures

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Cultura - Artes Plásticas Por Dani Ferrera Fotos: Divulgação

Talento Made in Brasil

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ifícil definir Glauco Diógenes, ilustrador, artista plástico, diretor de arte, designer. Sua inquietação artística é sem duvida a grande responsável por trabalhos altamente elogiados e inovadores. Bom gosto, charme e acima de tudo talento são marcas do multimídia. Glauco acaba de ser um dos brasileiros selecionados pela WGSN - UK como colaborador fixo no diretório de graphics, sendo responsável por fornecer estampas e ilustrações em diversos reports, conteúdo exclusivo para assinantes. O designer já desenvolveu uma coleção especial. O WGSN é o maior portal de conteúdo para pesquisa, análise de tendências e notícias para as indústrias de moda e estilo do mundo. Mais de 25 mil pessoas utilizam seus serviços em 65 países. Como artista, participou ainda da CowParade Rio 2007 e do projeto Toy Art Chrysler. Seu portfólio conta também com projetos como o livro “Backstage - O Brasil na moda”, de Paulo Borges e Giovanni Bianco; “Branding e Design Gráfico” (Night Club Rubi); Direção de Arte e Design para a campanha de implantação da marca Accessorize London no Brasil; repaginação dos web sites de grandes marcas. Colaborou no departamento de marketing das marcas Rosa Chá e Tereza Santos. Seus projetos recentes incluem a concepção das ações de marketing de pesos como Cavalera, Zoomp, Zapping e Lucyinthesky; ilustrações e programação visual de instalações desenvolvidas pelo escritório do Arquiteto Marcelo Rosenbaum; criação e desenvolvimento de material de apoio promocional da MTV-Brasil;

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colaboração internacional para revistas de tendência Paperjam, Nico e Flydoscope; além do projeto Absolut Brasil, para a Vodka Absolut. Com escritório em São Paulo, a equipe de Glauco desenvolve projetos para clientes de todo o Brasil e também das cidades de Barcelona, Amsterdam, Milão, Londres, Nova York, Tokyo, Berlim e Zurique. Colabora regularmente para veículos como “H” Magazine, Focus e Wallpaper. Também atua em parceria com a agência new media Gringo, recentemente sediada no Brasil. Desde janeiro, todos podem ver sua colaboração com a CowParade 2010, sua obra batizado de PsiCOWdelic, de visual alegre e colorido. A partir de um processo elaborado inicialmente em 2D, as formas dessa obra foram desenhadas à mão. Ao finalizar a arte, Glauco digitalizou, tratou e transferiu a imagem para um software, a fim de escalonar e fazer a sua rotação e corte. “Ao criar a PsiCOWdelic, pensei em diversão, em democracia e também em alguma forma de fazer com que as pessoas interagissem como se estivessem em um museu, em uma galeria, porque há muita gente que não tem acesso a nenhuma dessas grandes descobertas”, explica o artista. Você pode conferir a contribuição de Glauco para a maior exposição do mundo na rua Jauperi 1383, no bairro de Moema, em São Paulo. A exposição vai até dia 22 de Março e conta com 90 vacas espalhadas por toda São Paulo. Para maiores informações sobre o artista, visite sua homepage www.glaucodiogenes.com.br


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Desembarque

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antendo a tradição do Carnaval de Rua, Diamantina é famosa por abrigar um dos quatro melhores carnavais do país. A festa se estende até o raiar do dia, por entre suas estreitas ruas de pedra e seus casarões antigos. “Carnaval de Diamantina - Um festival de cultura!” é o tema do carnaval deste ano, que trará novidades como criação de novos espaços para apresentação musical, valorização dos blocos e dos músicos. Destaque para o desfile do Bloco carnavalesco “Vai Quem Quer” e os bonecos gigantes. Durante a noite, o agito fica por conta de duas batucadas, Bat Caverna e Bartucada, que se revezam no palco montado na Praça do Mercado. Tudo começou na passagem do Barão Tschudi pela cidade, na década de 1860. Então, os habitantes tentaram convencer o aristocrata naturalista alemão a aguardar o Carnaval no antigo Tijuco, prometendo-lhe festa tão animada quanto as que ocorriam na Corte. Ele provavelmente não se arrependeu. A terra de Juscelino Kubitschek, que fica a 290 km ao norte de Belo Horizonte, é repleta de belíssimos casarões do século XVIII. O pequeno povoamento surgido às margens do rio Tijuco, em 1691, se tornaria próspero já no começo do século XVIII, quando começou a corrida pelo diamante – pedra que lhe deu o nome. Pela abundância da riqueza natural, Diamantina se tornou palco de importantes momentos do período colonial, recebendo a visita de imperadores e desfrutando de leis próprias para a exploração do diamante. As marcas da importância histórica de Diamantina permanecem no casario, na arquitetura e nos monumentos. A cidade é pontilhada de igrejas no estilo barroco. As construções católicas são ricas em ornamen-

Abaixo: O acervo arquitetônico compõe um dos conjuntos paisagísticos mais belos de Minas. Esquerda: Carnaval de rua é famoso em todo país.

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Diamantina | Minas Gerais tos, com imagens florais, de anjos, colunas retorcidas e talha dourada – registro da riqueza do período da extração do ouro e de pedras preciosas. Para preservar tanta riqueza, a cidade foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2002. Mas se engana quem pensa que o passeio à Diamantina se limita às construções históricas. Nos arredores da cidade, é possível tomar banho em belas cachoeiras, visitar grutas e fazer caminhadas ecológicas. A cachoeira da Sentinela (situada entre formações rochosas e vegetação de campos rupestres), a das Fadas (com 25 m de altura) e a das Três Quedas (com 70 m de queda d’água) são as principais.

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Carnaval tradicional


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Esquerda: Casarões do século XVIII. Abaixo, à esquerda: Região abriga belos rios e cachoeiras. Abaixo: Casas têm detalhes em cores vivas.

Mais informações: Secretária de Cultura e Turismo: Tel.: (38) 3531 1636 Site da cidade: www.diamantina.com.br

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Desembarque

Na rota dos trios elétricos

Salvador

| Bahia

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alvador receberá este ano cerca de 500 mil turistas durante o Carnaval. Como uma correnteza da qual ninguém quer escapar, os trios elétricos arrastam quem estiver em Salvador durante a folia de Momo. Os trios elétricos, carretas com amplificadores de som que servem de palco ambulante, percorrem três circuitos oficiais. Atrás deles, mais de dois milhões de foliões seguem por 25 km de ruas e avenidas. O Osmar vai do Campo Grande até a praça Castro Alves, no Centro da cidade; o Dodô, do Farol da Barra até Ondina, na orla; e o Batatinha passa pelo Pelourinho. O primeiro é o mais antigo, e reúne os desfiles dos blocos mais tradicionais do evento. No Dodô, onde ficam os camarotes de artistas famosos, a festa começa a ficar mais animada no fim da tarde e segue até a madrugada. Por suas características singulares, Salvador tornouse um dos principais destinos turísticos internacionais. A cidade é famosa por sua história, pela miscigenação cultural, pelo sincretismo religioso e pelo povo hospitaleiro. As ruas do Centro Histórico transportam o turista para os primórdios da história do Brasil. Até 1763, Salvador foi a capital da Coroa Portuguesa nas Américas, destacando-se, também, como o principal porto do Hemisfé-

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Com muita alegria, festas espalhadas por toda a cidade e uma mistura de ritmos sem comparação, o Carnaval chega a levar milhões de pessoas às ruas.

rio Sul até o século XVIII. Tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, o Centro Histórico de Salvador possui milhares de casarões dos séculos XVI, XVII, e XVIII, circundados por uma farta atividade cultural desenvolvida no local. Divide-se em três áreas principais: a Praça Municipal ao Largo de São Francisco, o Pelourinho e o Largo do Carmo, finalizando com o Largo de Santo Antônio. O Pelourinho, um rico centro cultural, reúne artistas de todos os gêneros: cinema, música, pintura, etc. Uma votação pela internet, com votos de internautas de dez países, elegeu os sete Pontos Mágicos de Salvador: Barra, Contorno/Comércio, Baia de Todos os Santos; Bonfim/Ribeira, Centro Histórico, Itapuã e Dique do Toror. Não deixe de visitar os museus, como o Museu de Arte da Bahia, o mais antigo do Estado. Fundado em 1918, funciona hoje no Solar Cerqueira Lima. Destacamse no acervo esculturas em madeira, barro e marfim, pinturas em azulejos e pratarias dos séc. XVII, XVIII e XIX, assim como peças do mobiliário baiano do mesmo período. Como se não bastasse Salvador ainda conta com muitas belezas naturais: são 50 km de praias, além de diversos parques ecológicos.


Fotos: Divulgação

Acima, à esquerda: loco Pierrot Tradição de Plataforma. Acima, à direita: Famoso Elevador Lacerda, que liga a Cidade Alta com a Cidade Baixa.. Acima: Famosas baianas. Acima, à direita: Apresentação do Grupo Folclórico Zambiapunga.

Mais informações: Portal Oficial do Carnaval de Salvador: www.portaldocarnaval.ba.gov.br Secretaria de Turismo: www.emtursa.ba.gov.br

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Desembarque

Santo Antônio de Lisboa | Florianópolis | Santa Catarina

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Floripa também tem folia

Bloco Baiacu de Alguém faz a festa em Santo Antônio de Lisboa. Ao lado: Ponte Hercílio Luz, um dos símbolos de Florianópolis.

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lorianópolis é mais conhecida por suas mais de 40 praias e demais belezas naturais, mas também possui uma vida cultural riquíssima, e quem gosta de Carnaval poderá se surpreender. A folia de Momo reúne grandes blocos de sujo e um belíssimo desfile de escolas de samba no Centro da cidade. Além disso, o samba de raiz vive um resgate há alguns anos na Ilha e atualmente embala um público fiel com boas opções praticamente todas as noites. Para quem busca um carnaval de rua mais familiar e tradicional, o endereço certo é Santo Antônio de Lisboa, um de seus bairros mais antigos, situado no norte da Ilha. Em um cenário com ruas de paralelepípedos, casarões açorianos e lojas de artesanato, desfilam blocos como o Baiacu de Alguém, que utiliza bonecos e alegorias produzidos pela própria comunidade e valoriza a música e cultura locais. Os personagens principais do bloco foram inspirados nos personagens do boi-de-mamão, folclore tradicional da região que lembra o bumba-meu-boi. Seus enredos abordam temas inspirados no folclore ilhéu e tematizam de maneira crítica e satírica questões ligadas ao cotidiano e a vida social da Ilha, como transporte público e preservação ambiental. Este ano, o Baiacu desfila na sexta e segunda-feira (ver programação no site do bloco), fazendo uma homenagem à música da ilha. Para participar dos desfiles, às sextas e segundas-feiras de Carnaval, é preciso comprar a camiseta do Baiacu. Nos meses anteriores à festa, o bloco organiza festas e ensaios. Tudo começou no carnaval de 1992, quando um grupo

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de amigos resolveu buscar uma solução coletiva e divertida para participar do carnaval de rua de Florianópolis e que não fosse aquela tradicional brincadeira dos blocos de sujos. E assim, ano a ano, o bloco foi crescendo, ficando com uma bateria mais potente, agregando aqueles que gostavam de uma forma alternativa de se divertir no carnaval de Floripa. Até 1998 o Baiacu de Alguém desfilou no sábado de carnaval no centro da cidade, passando no ano seguinte para o bairro de Santo Antônio de Lisboa. Atualmente a associação tem como objetivos desenvolver atividades culturais e educativas; apoiar a viabilização de projetos, em especial, na área cultural; promover atividades voltadas para a defesa e a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais. Recentemente, “Pescadores de Cultura: projeto de mobilização sócio-comunitária de Santo Antônio de Lisboa”, da Associação Cultural Baiacu de Alguém, tornou-se um Ponto de Cultura, reconhecido pelo Ministério da Cultura. Outros blocos, como o Avante e grupos de maracatu, contribuem para animar a folia em Santo Antônio. Outro destaque do bairro é o Bloco da Marcha Rancho, ou Rancho do Neco, onde o músico e compositor Orlando Mello, conhecido como Neco, reúne amigos e o público em geral para roda de samba e outros gêneros musicais. Músicos de primeira se revezam tocando no local, um rancho de pesca adaptado situado na Ponta do Sambaqui, com bela vista para a baía sul.


Fotos: Divulgação

Mais informações: Bloco Baiacu de Alguém: Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 650, Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis (SC). Tel.: (48) 3235-1183 / (48) 9101-1183. www.baiacudealguem.com.br Secretaria Municipal de Turismo: (48) 3952-7000. www.pmf.sc.gov.br

Acima, à direita: Escolas de Samba da Ilha desfilam na Passarela Nego Quirido. Abaixo: Baiacu produz bonecos inspirados no folclore da Ilha.

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Terra, água ou ar

Fotos: Divulgação

Na rota dos cruzeiros marítimos

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s cruzeiros marítimos tornam-se cada vez mais difundidos no Brasil, e a cada ano que passa o país recebe quantidade maior de grandes navios transatlânticos. A temporada de cruzeiros 2009/2010 será a maior de todos os anos. O Brasil receberá em 2010 cinco grandes companhias marítimas: Costa Cruzeiros, Royal Caribbean, MSC Cruzeiros, Ibero Cruzeiros e CVC Cruzeiros, num total de 18 navios, dois a mais que no ano passado. A previsão é que 900 mil pessoas embarquem nessas viagens, contra 520 mil em 2008. Ou seja, um crescimento de 73%. Desde 1995, o número de passageiros que viajam em cruzeiros no mundo aumentou mais de 150%. No Brasil, cresceu 620% nos últimos oito anos, segundo a Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar). Com 422 cruzeiros nesta temporada, o Brasil é o sexto maior destino de cruzeiros marítimos do mundo. Perde apenas para a América do Norte, Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha. Um fator que contribuiu para essa expansão é que, além dos portos do Rio de Janeiro e Santos, foram construídos novos portos para embarque de cruzeiros em Salvador, Maceió, Recife, Fortaleza e João Pessoa. Outra grande vantagem para os turistas nacionais é que normalmente a temporada brasileira de cruzeiros coincide com o inverno no Hemisfério Norte, quando as companhias marítimas deslocam seus melhores navios para os mercados emergentes. No passado, fazer viagens em cruzeiros era coisa para gente com muito dinheiro, mas já não é mais assim. Com a moeda americana cerca de 30% mais baixa,

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os cruzeiros acabam saindo mais baratos. Atualmente deixaram de ser uma opção de turismo para poucas pessoas que têm muito dinheiro, e passaram a ser uma opção mais popular, especialmente porque as agências de turismo também oferecem pacotes que podem ser parcelados em muitas vezes. De acordo com a Abremar (Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas), um dia em um cruzeiro custa US$ 150 por pessoa. Em seu site (www. abremar.com.br), a entidade afirma que viajar em um transatlântico “é barato” e custa “quase o mesmo que um bom hotel”. Mas em um navio o turista tem transporte para conhecer diferentes destinos e refeições, além, é claro, da hospedagem. Existem muitas opções de rotas e pacotes turísticos de cruzeiros temáticos, que incluem saúde, fitness, spa, festas eletrônicas, shows, GLS, para público de todos os tipos de pessoas e idades. A criação dos cruzeiros temáticos, há 15 anos, ajudou a difundir as viagens turísticas de navio. O cruzeiro “É o Amor”, por exemplo, tem show com a dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano. Já o “Emoções em Alto Mar”, que está em sua sexta edição, traz o rei Roberto Carlos. A procura pelos cruzeiros tem sido enorme, e em muitas temporadas é preciso fazer reserva com bastante antecedência para garantir um lugar. Os turistas descobriram que viajar de navio é vantajoso, pois oferece uma grande variedade de opções de lazer e entretenimento, como se fosse um resort flutuante, além de possibilitar conhecer destinos cobiçados. Estar a bordo de um destes transatlânticos é viver


Fotos: Divulgação

Dicas para sua viagem

uma experiência inesquecível. Todos os navios oferecem pelo menos cinco refeições diárias inclusas na tarifa, e os tripulantes têm direito a estrutura completa de lazer. As cabines, confortáveis, possuem TV, telefone, toillete e ar condicionado. Além disso, esses verdadeiros resorts flutuantes oferecem piscinas, pista de cooper, academia de ginástica, biblioteca, teatro, discoteca, sauna, massagem, cabeleireiro, lojas free shop, cybercafe. Diariamente é entregue na cabine um jornal com dicas e horários de todas as atividades que acontecem no navio. Nesse jornal também são disponibilizadas informações sobre os portos de escala. Os navios de cruzeiro atualmente podem transportar mais de seis mil passageiros, uma verdadeira cidade em alto-mar. Um dos navios de cruzeiros mais famosos é o Freedom of the Seas, que pertence à Royal Caribbean International. Outro é o Oasis of the Seas, o maior já construído, que possui vinte andares e é capaz de transportar 6 360 passageiros. As principais rotas das grandes companhias internacionais são: América do Sul (outubro a março); Bahamas e Caribe (janeiro a dezembro); Nova York com Canadá (setembro a dezembro); Canal do Panamá (abril a setembro); Mediterrâneo, Grécia e Mar Egeu (abril a outubro); Mar Báltico (abril a outubro); Tahiti (janeiro a dezembro); Hawaii (janeiro a dezembro); Alaska (junho a setembro); Ásia (outubro a março); Nova Zelândia e Austrália (outubro a dezembro); Mar Vermelho e África (outubro a novembro); Ilhas Canárias (setembro a dezembro).

• Conheça e escolha bem o navio do cruzeiro que você vai embarcar e o que ele oferece em termos de segurança, conforto e atividades. • Saiba qual é o tipo de cruzeiro do qual você irá participar, pois podem ser voltados para públicos específicos, como o caso de cruzeiro universitário, para solteiros, gay-friendly, etc. • Procure informações por onde passa o roteiro do cruzeiro. • Saiba onde vai ser o embarque e o desembarque. • Compre sua passagem com antecedência, para garantir os preços mais baratos. • Veja se o preço oferecido é por pessoa, baseado em ocupação dupla ou simples, e se já estão inclusos impostos e taxas. • Confira como é a cabine do cruzeiro e os serviços oferecidos. • As comidas e bebidas são geralmente pagas em dólar e têm preços caros. • É proibido levar bebidas e comidas de fora para dentro do navio. • Leve protetor solar e remédios, inclusive de enjôo, pois há farmácias dentro, mas também são caras. • Informe-se sobre os trajes da viagem, pois, dependendo o navio, pode ter jantares de gala.

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Sabor

A casa é sua Novo restaurante na beira da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, convida a degustar legítimas receitas francesas, mas com tempero bem brasileiro

Serviço: Chez Toi Rua Laurindo Januário da Silveira, 4367, Porto da Lagoa, Florianópolis Telefone: (48) 3233-6828 www.restaurantecheztoi.com.br

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cozinha francesa é cheia de requintes. Exige paciência, atenção e cuidados especiais. É assim que o chef Marcello Guzzo trabalha. Depois de uma temporada de cinco anos em Biarritz, na França, onde participou de diversos cursos, foi chefe de restaurante concorrido e teve as suas receitas autorais elogiadas inclusive pelo mestre todo-poderoso Alain Ducase, Marcello resolveu voltar para o Brasil. Saudades da família, dos amigos, do calor do país. Escolheu um cantinho do Porto da Lagoa para inaugurar ali o Chez Toi, um restaurante elegante, mas sem ostentação. Que recebe com charme, inclusive, os que preferem chegar pelas águas calmas da Lagoa da Conceição. A ambientação do espaço foi criada pelo arquiteto Rico Mendonça, que buscou referências no elegante balneário da costa atlântica francesa. O espaço tem uma agradável área externa, lounge com sofás confortáveis, salão com mesas clássicas, adega climatizada e uma cozinha toda em inox, dividida por funções conforme a exigência das receitas. É ali também que fica a câmara fria, para conservar os alimentos. Da cozinha saem os pratos com receitas franco-brasileiras, que têm conquistado e encantado os comensais. Para a alegria do chef e sua equipe, toda formada na França.

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Robalo com gallete de massa folhada, compota de cebola e tomate confit Ingredientes: 1 filé de robalo de 180g a 200g 1 cebola média 2 tomates Açúcar de confeiteiro Sal Pimenta Tomilho 2 dentes de alho 1 disco de massa folhada 60 g de folhas de espinafre ½ colher de manteiga Ossos de vitela Flor de sal Azeite de oliva

Como fazer Compota de cebolas - Cortar a cebola em lâminas bem finas, refogar em azeite de oliva e abaixar o fogo, para cozinhar a cebola bem devagar, por mais ou menos 40 minutos, prestando atenção para não queimar. No final, adicionar uma pitada de açúcar para ajudar a caramelizar a cebola. Corrigir o tempero com sal. Tomates confit - Pegar dois tomates, tirar a pele, cortar em quatro e tirar as sementes. Colocar em uma assadeira (forma) com azeite e temperar com açúcar de confeiteiro, sal, pimenta, tomilho e um dente de alho grosseiramente picado. Cobrir com papel alumínio e levar ao forno por uma hora e meia a 100°. Retirar do forno, virar as pétalas de tomate e cozinhar por mais 30 minutos a 100°. Reservar.

Robalo - Temperar o filé de robalo com sal e pimenta do reino, grelhar em frigideira bem quente com azeite de oliva cada lado por um minuto. Terminar o cozimento no forno a 200° por quatro minutos - coberto com papel alumínio. Como montar - Colocar a gallete de massa folhada sobre o prato. Por cima, arrumar uma camada da compota de cebola, depois o espinafre e por último quatro pétalas de tomate confit (faça esta operação para as duas galletes). No centro, coloque o filé de robalo e regue com uma colher de sopa do suco de vitelo, meia colher de sopa de azeite extra-virgem e uma pitata de flor de sal. Sirva com um bom vinho branco. Francês, de preferência!

Massa Folhada - Com a ajuda de um aro, cortar dois discos de massa folhada do tamanho desejado.Arrumeas numa assadeira com um peso em cima, para que a massa não cresça. Levar ao forno por 10 minutos a 200°. Retirar do forno e pressionar a massa para fazer uma galette bem fininha. Reserve. Espinafre - Em uma frigideira, colocar meia colher de sopa de manteiga, 60 g de folhas de espinafre e um dente de alho descascado na ponta. Cozinhar adicionando sal e pimenta. Suco de vitelo - Levar os ossos de vitelo ao forno a 225° para que fiquem dourados. Retirar do forno e por em uma caçarola com guarnição aromática bouquet garnit. Cobrir com água e cozinhar por doze horas em fogo baixo. Peneirar, passar para outra caçarola e reduzir bem.

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Vinhos Foto: Divulgação

O vinho na panela

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vinho entra como um ingrediente importante em alguns pratos clássicos, a ponto de disputarem o protagonismo com os outros elementos, como no coq au vin, bouef bourguignone, peras ao vinho, etc. Em algumas regiões, como no Piemonte (Itália), o respeito ao seu vinho maior é tão grande que pratos são criados para ele, como brasato al barolo e risotto al barolo. Os vinhos, quando utilizados como ingrediente, acrescentam cor, sabor e textura, oferecendo um ingrediente a mais. No caso dos tintos, acrescentam ainda belas cores às preparações. São quatro as situações mais comuns em que são utilizados com esta finalidade: marinar (peixes, carnes e aves), deglaçar (ajudando a formar a base de um molho), servir como meio de cozimento a pochê e aromatizar frutas e molhos de sobremesa. Devemos estar atentos ao tempo de marinadas de peixes e aves, em que a ação do vinho se faz mais depressa, comparativamente àquele gasto maior, caso fossem de carnes vermelhas ou de caça. A dica de alguns chefs para molhos à base de vinhos, em geral, é que se use uma parte de vinho para duas ou três partes de líquido ou creme. Obtém-se assim melhor equilíbrio dos sabores. Cuidado para não queimar o vinho (sabor acre no prato). Para evitar isso, pode-se regar, colocando um pouquinho de água na assadeira para reduzir a temperatura. A maioria preconiza o uso de panelas de inox ou esmaltadas, já que as de ferro, alumínio ou cobre podem dar à preparação gosto metálico pela combinação do vinho com um destes elementos. Grandes mentiras (quase mitos) permeiam a relação do vinho na panela, como a que diz que vinhos ruins para beber são bons para a cozinha. Ao escolher o vinho para o preparo do alimento, se ele não é de boa qualidade, não o use para cozinhar. O fato de colocá-lo ao fogo não necessariamente melhora suas características básicas, por isso, ele deve ser de qualidade. O vinho não é boa companhia na panela quando você utiliza aquela sobra na garrafa guardada há algum tempo. Não há benefício nenhum neste caso. O vinho deve ser limpo e fresco, não sendo recomendável empregá-lo estando aberto há muitos dias, independente de estar arrolhado e guardado em geladeira. O ideal é que se deguste o mesmo vinho utilizado na preparação do prato, porém, quando especial isso fica quase utópico. Porém, a comida agradeceria e muito, se em sua elaboração fosse usado um copo da garrafa que será usada à mesa. Outra mentira diz que o vinho como ingrediente, desde que seja bom, serve. É lógico que o vinho não deve ter passado do ponto nem estar oxidado (o uso de vinhos fortificados é um caso à parte), entretanto, algo mais deve ser respeitado. O bom senso mostra que pratos mais simples pedem vinhos modestos, enquanto os mais complexos sugerem exemplares também mais complexos. De um modo geral, podemos

Gerson Lopes dizer que frutos do mar pedem vinhos brancos secos e leves, ao passo que carnes de caça pedem tintos pesados. Carnes brancas pedem tintos ou brancos, dependendo da receita. Pratos de coelho pedem tintos médios, assim como os de cordeiro. Com relação aos risotos, devemos utilizar espumante ou branco seco e leve, que servem também para os pratos de frutos do mar, peixes e carnes brancas; para risotos de carnes vermelhas e funghi porcini e aves com sabor de caça, como galinha d’angola, preferimos os tintos. Também não é verdade que os vinhos madeirados ou acarvalhados podem ser utilizados sem nenhum problema. Tintos (e brancos) com muito corpo e madeira, em geral, têm pouca acidez e não funcionam bem na cozinha. Seus sabores amanteigados e de barrica se voltam amargos e distorcem a receita. Cuidado deve-se ter com a quantidade de vinho a ser utilizada, pois a acidez natural do vinho se acentuará no prato. Carnes mais delicadas são afetadas mais facilmente pela acidez e álcool do vinho. Aprender a cozinhar com vinhos é uma arte, tanto quanto harmonizá-los à mesa. A escolha do vinho deve ser feita com o mesmo cuidado e rigor dos demais ingredientes. Aqui vale o ditado popular que diz: “não se aprende a nadar, sem cair na piscina”. Portanto, vamos praticar!!!

Gerson Lopes Editor do site www.vinhoesexualidade.com.br; Colunista do jornal Estado de Minas sobre vinhos (“In Vino Veritas”); Colaborador da revista Wine Style (www.winestyle.com.br).

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Velocidade

Utilitário e esportivo

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A versão topo-de-linha é capaz de acelerar aos 100 km/h em apenas 5,3 segundos, graças ao inédito motor V8 biturbo de 4,4 litros e 408 cv de potência. Arrojado, o visual do X6 impressiona pelas linhas marcantes. Sua dianteira lembra muito a do utilitário esportivo X5. A caída do teto na parte traseira é uma das principais inovações do X6 e o que mais o diferencia de seu irmão mais próximo, o X5. Ambos compartilham a mesma plataforma, mas o novo modelo é um pouco mais comprido e largo e bem mais baixo: 1,69 metro de altura, ante 1,76 do X5. A versão 4.4 V8 biturbo custará R$ 390 mil nas concessionárias brasileiras, enquanto o modelo 3.5 de 6 cilindros sai por R$ 325 mil.

Foto: Divulgação

BMW anunciou a chegada do X6 ao mercado brasileiro, pouco depois de ser lançado no mercado europeu. Segundo a montadora alemã, o modelo inaugura uma nova categoria de carros, os SAC (Sport Activity Coupé), uma mistura de cupê com utilitário esportivo. O X6 será vendido em apenas duas configurações, o xDrive 35i e o xDrive 50i. Praticamente recém-lançado, o X6 já conta com quase 40 mil unidades vendidas por todo o mundo. A versão de entrada vem equipada com motor 3.5 de 6 cilindros e 304 cv. O modelo topo de linha tem motor 4.4 V8 biturbo, com incríveis 406 cv, que fazem o utilitário ou esportivo, como preferir, ter um desempenho surpreendente.

X6

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Sexualidade Foto: Divulgação

Problemas sexuais da mulher e do homem

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s problemas sexuais afetam homens e mulheres e têm causas diversas. Todas as dificuldades ou disfunções sexuais têm grande impacto na qualidade de vida, autoestima, humor e, particularmente, nos relacionamentos dos casais. As mulheres podem apresentar diferentes disfunções sexuais: • do desejo (falta de libido, vontade/apetite sexual ou falta de resposta ao estímulo), mais comuns nas mulheres maduras; • da excitação (falta de sensação de prazer e lubrificação); • do orgasmo (falta do clímax), mais presentes entre as adultas jovens; • além de outras disfunções como a dispareunia (dor na penetração) e o vaginismo (dificuldade parcial ou total ao coito). Entre os homens, as disfunções seriam: • do desejo, cada vez mais presente entre os homens; • da excitação, (impotência ou disfunção erétil - DE), mais presente a partir dos 40 anos; • do orgasmo (ejaculação precoce ou rápida - falta de controle ejaculatório, mais frequente entre homens jovens, e ejaculação retardada - dificuldade de ter orgasmo/ejaculação no coito ou na presença da parceira), mais presente entre homens mais velhos. Com o avançar da idade, tanto no homem quanto na mulher, há uma baixa hormonal e, como consequência, respectivamente, podemos encontrar o relato de dificuldade em ter ou manter a ereção peniana e deficiência ou ausência de lubrificação vaginal. Essa situação é mais comum na mulher, que teve pouca ou quase nenhuma atividade sexual na fase adulta, ou passou por longo período de inatividade sexual. Um problema sexual da mulher pode afetar direta ou indiretamente o desempenho sexual do parceiro. Por exemplo: percebendo o desinteresse e a falta de receptividade e de prazer da parceira com suas carícias, com o tempo, o homem pode desenvolver um quadro de ejaculação precoce (ou rápida), “aprendendo” a ter orgasmo rápido. Assim não deixa de “cumprir seu papel”, mantém atividade sexual, e investe só o tempo “suficiente”, já que sente que a parceira está incomodada. Por outro lado, quanto mais tempo a mulher tem para viver a intimidade em casal, com calma e tranquilidade, mais chance terá de ficar excitada e satisfeita na relação sexual. Porém, com a rotina e a vida corrida e agitada de nossos dias, nem sempre terá esse tempo disponível e, quando tiver, nem sempre o desejo despertará na mesma sintonia. No caso do homem ter disfunção erétil, seu médico

Gerson Lopes

poderá optar no tratamento por um medicamento oral, que oferece a vantagem de um tempo maior de funcionamento no organismo, permitindo assim que ele se dedique à atividade sexual sem pressa. Isso acaba sendo vantajoso também para a mulher. Por fim, observamos que a satisfação sexual em um casal não depende só do homem ou só da mulher. As disfunções sexuais de um podem se refletir no outro, assim como o bom desempenho estimula e motiva o outro. É importante que o casal esteja em sintonia e que tanto os interesses da mulher quanto do homem sejam considerados. Dizemos que o casal está adequado quando cada um está bem consigo e bem com o outro. Em geral, a presença de disfunção em um ou em ambos leva à inadequação.

Gerson Lopes Médico, com atuação em sexologia, coordenador do departamento de Medicina Sexual do Hospital Mater Dei/BH/MG e do projeto “Sexualidade com Qualidade”, da Associação Saber (www.ongsaber.org.br - 0800.7744.525).

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Moda

Tramando o inverno

Por Maristela Amorim

Temporada de frio anuncia tricôs quentinhos, mas muita perna de fora também. Numa diversidade de propostas, cores e estruturas

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s previsões apontam para um inverno rigoroso, com baixas temperaturas para aproveitar os muitos tricôs pesados e aconchegantes que foram destaque em quase todos os desfiles da mais recente temporada de São Paulo Fashion Week. A grande passarela da moda nacional, que antecipa tendências e acalma os sentidos dos curiosos atentos ao que vem por aí mergulhou numa deliciosa trama de fios, vários deles bem coloridos, como há muito não se via. Em contrapartida, as pernas de fora se mantêm no foco da moda. Em saias e vestidos muito curtos e nos shorts, que permanecem com tudo! Mas a diversidade de propostas é imensa. Ao contrário de edições anteriores, cheias de evidências, o que se viu agora foi uma viagem fantástica pelo imaginário de cada um dos criadores. O que é muito bom. Significa que as marcas estão apostando na própria identidade e seguindo um caminho de conceitos individuais. Marcantes os desfiles de Ronaldo Fraga – como sempre! -, desta vez inspirado na bailarina e coreógrafa alemã Pina Bausch e todo embalado por Caetano Veloso, e o de Samuel Cirnansck – que buscou na marcenaria do século 18 elementos ímpares para o seu desfile bem feito, arrematado com chapéus em forma de abajur e encerrando com uma mesinha – é, essas de centro de sala! – feito saia. Mas é claro que isso não vai para as lojas, muito menos para as ruas. O que deve encantar os olhos e cobrir os corpos são os muitos paletós e casacos nas mais variadas versões, vestidos e saias em todos os comprimentos, as calças por vezes mais largas e curtas e com a barra dobrada – uma versão mais elegante das boyfriend -, as estampas em xadrez tartã, peid-depoule, tweed e outras versões. Os ombros, por hora, aparecem mais estruturados. Assim como os quadris em modelos esculturais que provam que moda também é arquitetura. Grande aposta ainda para os shorts, macacões e macaquinhos. Em todas as versões curtas, muitas leggings e meias – de preferência, nada convencionais (rendadas, coloridas, estampadas...). Nos pés, além dos calçados criativos que dão show, as botas sobressaem. Desde o estilo coturno, passando pelas ankle boots até as de cano bem longo. Detalhes à parte, muitos zíperes à mostra, algumas franjas, um pouco de brilho também. Enfim, um inverno para agradar a todos.

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Animale por Fernanda Calfat


Simone Nunes por Fernanda Calfat

Forum por Fernanda Calfat

Huis Clos por AgĂŞncia Fotosite

Origens O inverno chega escultural, com formas acentuadas especialmente nos ombros e nos quadris. Mas com muitos recortes e detalhes que evidenciam a tendĂŞncia

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Huis Clos por Agência Fotosite Mário Queiroz

Lino Villaventura por Agência Fotosite

Amapô

Conforto absoluto As calças estão muito mais folgadas, fluidas, às vezes com a cintura alta, outras com a bainha curta Maria Bonita Extra

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Simone Nunes por Fernanda Calfat


Simone Nunes por Fernanda Calfat

Envolvente

Do Estilista por Agência Fotosite

Casacos de todos os comprimentos, de todas as formas, de muitos materiais. Que venha o frio! Iódice por Fernanda Calfat

Mário Queiroz por Agência Fotosite

Neon por Agência Fotosite

Alexandre Herchcovitch por Márcio Madeira

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Cori por Agência Fotosite

Neon por Agência Fotosite

Informalmente Macacões, macaquinhos e shorts, referências de uma moda bem esportiva, ressurgem elegantes, revelando deliciosamente as formas e o corpo

Animale por Fernanda Calfat

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Simone Nunes por Fernanda Calfat


Saia assim Muitas saias para todas as horas e ocasiões. Estruturadasa, rodadas, justinhas, curtíssima, clássicas ou compridas

Triton por Fernanda Calfat

Forum por Fernanda Calfat

Simone Nunes por Fernanda Calfat

Neon por Agência Fotosite

Alexandre Herchcovitch por Márcio Madeira

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Triton por Fernanda Calfat

De corpo inteiro Os vestidos são a marca da feminilidade. Agora em tricô ou tecido plano, com brilhos, formas fluidas ou bailarina, estruturados ou sequinhos

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Lino Villaventura por Agência Fotosite

Do Estilista por Agência Fotosite

Jefferson Kulig por Agência Fotosite

Colcci por Márcia Fasoli


FH por Agência Fotosite

Sem clichês

Alexandre Herchcovitch por Márcio Madeira

Huis Clos por Agência Fotosite

Mario Queiroz por Agência Fotosite

Xadrez é mesmo um clássico de inverno. Só que desta vez a trama quadriculada tomou outros ares, nada convencionais

Maria Bonita por Agência Fotosite

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Reconhecimento moldado pelo profissionalismo

Quem nasce em Florianópolis convive desde cedo com os conceitos de beleza em evidência. Com o Dr Luciano Schütz não foi diferente. Hoje, o médico, cirurgião plástico, divide sua atuação entre a capital e Criciúma, no sul do estado catarinense. Como reflexo de sua competência, credibilidade e reconhecimento, foi indicado e assumiu o posto de Presidente Regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no estado de Santa Catarina (SBCPSC). Graduado em Medicina pela UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina e com pós-graduação em Cirurgia Plástica pela mesma entidade, estagiou no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas de São Paulo, Hospital Jean-Claude Bichat e Laboratório de Anatomia René Descartes em Paris/França. 72

Entre os procedimentos que ele realiza, estão: Lipoaspiração e Lipoescultura, Rinoplastia, Prótese de Mama, Face-Lift, Lift de Braços e Coxas, entre outros. Os procedimentos mais requisitados, segundo o próprio Dr. Luciano Schütz, são os de próteses mamárias, lipoaspiração e face-lift. Além de cirurgião plástico de habilidade, mostra que também sabe empreender. Prova disso é que está lançando sua nova clínica na cidade de Criciúma. Uma clínica idealizada por ele, para oferecer um padrão de atendimento que possa até mesmo superar a expectativa do seu público. Serviço: Clínica Luciano Schütz Informações: 48 3430 0990 / 48 9915 0990 (Criciúma) 48 3225 2299 (Florianópolis)


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Š 2009 Columbia Pictures Industries, Inc. Todos os Direitos Reservados. Š 2010 Layout e Design Sony Pictures Home Entertainment Inc. Todos os Direitos Reservados.


Carnaval Foto: Divulgação

Na terra da folia Acima: xxxxxxxxxxxxxxx À esquerda: xxxxxxxxxxx

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poeta e cronista Olavo Bilac dizia que só tinha uma tristeza: “a de sair da vida sem gozar os carnavais incontáveis que ainda acontecerão no Rio de Janeiro pelos séculos sem fim”. De fato, os brasileiros estão alegremente fadados ao Carnaval. Apoteose da alma brasileira, a folia de Momo remonta às nossas origens portuguesas e africanas, e desenvolveu-se no país de modo tão contundente e espontâneo que se tornou mesmo síntese da identidade nacional, um espelho de nossas alegrias, tristezas, semelhanças e diversidades. No Brasil, já no século 16, os portugueses se entregavam ao entrudo, uma espécie de vale-tudo às vésperas dos 40 dias de penitências da quaresma. O nome entrudo lembrava que a entrada desse período de privações estava próxima, o que incentivava a população a se deixar levar pelo espírito festivo. Dedicava-se assim a uma grande variedade de jogos, diversões e troças durante esses dias. Desde a década de 1850, os jornais anunciam o final do entrudo. Esse, entretanto, persistiu em sua forma tradicional até as primeiras décadas do século 20. Porém, continua a existir até hoje no espírito debochado, infantil e iconoclasta do Carnaval. Os bailes mascarados, diversão trazida da França, iniciaram no Brasil por volta de 1835, no Rio de Janeiro. A partir de 1840, a moda se espalhou pelo país, com destaque para Porto Alegre e Recife. Além das danças e da apresentação de trechos de óperas, os bailes a fanta-

sia ofereciam outros tipos de diversão, como sorteio de prêmios, jogos de sorte, corridas de saco e encenações teatrais, geralmente peças humorísticas. Uma das manifestações mais características do nosso Carnaval é o chamado José Pereira, outra herança dos portugueses. Na segunda metade do século XIX, o termo era usado para designar qualquer tipo de bagunça carnavalesca acompanhada de zabumbas e tambores, semelhantes ao que chamaríamos hoje de bloco de sujo. Uma das principais razões da fama duradoura do Zé Pereira foi a encenação da peça “O Zé Pereira carnavalesco”, apresentada pela companhia teatral Jacinto Heller. “E viva o Zé Pereira/ Pois a ninguém faz mal/ E viva a bebedeira/ Nos dias de Carnaval”, dizia a música-tema. Também se realizavam nessa época os congos ou cacumbis, uma espécie de encenação de danças guerreiras representando o encontro do séquito do rei do Congo com grupos inimigos, terminando com a morte e ressurreição do herdeiro real. Os cucumbis misturavam tradições africanas com santos católicos. Na segunda metade do século 19, alguns grupos de cucumbis perderam sua característica religiosa e passaram a incorporar o espírito da folia que tomava conta da capital do país nos dias de Carnaval. O primeiro desfile organizado de Carnaval surgiu em 1855, quando um grupo de jovens da sociedade fluminense resolveu organizar um passeio de mascarados. Reunido sob a denominação de Congresso das Summi-


sociedades foi aos poucos se desfazendo. O termo sociedade seria cada vez mais associado aos clubes e alegorias. Ranchos e cordões seriam os grupos populares, mais singelos e, ao mesmo tempo, mais originais. Uma das peculiaridades dos ranchos eram seus enredos. Geralmente uma lenda, um episódio histórico ou uma peça de teatro, eles eram contados por meio dos detalhes nas fantasias, das singelas carretas com cenários e de algumas poucas referências nas letras de suas marchas lentas. Os cordões, por sua vez, incorporavam o caráter selvagem e descontrolado da folia no imaginário da população. Ligados aos extintos cordões de velhos, que pontuavam as festas populares do Rio desde o início do século 19, os cordões carnavalescos representavam a expressão negra dos cucumbis, com seus índios, reis, mametos (crianças) e animais, desfilando ao som da batucada dos tambores. Famosos por suas brigas, eram frequentemente citados nas crônicas policiais dos jornais, o que fixava sua imagem de marginalidade e violência. Aos poucos, a selvageria dos cordões foi controlada e esses grupos passaram a ser vistos como uma espécie de Carnaval inocente, essencialmente popular, de pureza primitiva, sem a riqueza das sociedades ou a organização dos ranchos. O ano de 1929 é um marco do Carnaval, pois é a partir dades Carnavalescas, desfilou por boa parte das ruas da capital, partindo da praia de D. Manuel, no centro da cidade. Esse passeio marcou o surgimento das chamadas sociedades carnavalescas, que dominaram a folia carioca até as primeiras décadas do século 20, incorporando em seus desfiles os carros alegóricos. Três sociedades se destacariam a partir dos anos 1880: os Tenentes do Diabo, os Democráticos e os Fenianos. Elas disputariam entre si, durante décadas, a preferência dos foliões brasileiros com desfiles grandiosos – os Tenentes do Diabo, por exemplo, anunciavam, em 1875, a presença de 253 carros em seu desfile. Conhecidos pelos termos genéricos de ranchos, cordões e sociedades, os grupos populares tomavam conta do Carnaval das ruas do Rio de Janeiro em finais do século 19, ocupando todos os espaços não utilizados pelos desfiles das grandes sociedades. Havia grupos para todos os gostos, desde os mais organizados, desfilando ao som de melodias harmoniosas acompanhados de violões e instrumentos de sopro, até os mais “selvagens”, que se apresentavam ao som de batuques acompanhados de tambores. À medida que as primeiras décadas do século 20 avançam, a confusão que misturava ranchos, cordões e

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Foto: Divulgação

Acima: Escunas promovem passeios para os turistas. À esquerda: Baía de Camamu é a terceira maior do Brasil em volume de águas. Abaixo: Mata de coqueiros que se estende pela praia.


Foto: Divulgação

Acima: Escunas promovem passeios para os turistas. À esquerda: Baía de Camamu é a terceira maior do Brasil em volume de águas. Abaixo: Mata de coqueiros que se estende pela praia.

de então que a prefeitura do Rio decidiu se envolver oficialmente com a festa. Paralelamente à folia que se oficializava nos espaços nobres da cidade, outro Carnaval, menos sofisticado, tomava forma numa área periférica ao centro: a praça Onze. Reunindo trabalhadores do cais do porto, comunidades negras de ex-escravos e imigrantes, a região era um espaço de contatos entre diversos tipos de gente. Não é à toa que ali se deu o nascimento do samba urbano e das escolas de samba, expressões culturais que passariam a representar a própria alma brasileira a partir dos anos 1940. Segundo texto de O Jornal, publicado em 1929, “o elemento mais importante de sucesso nos festejos carnavalescos é a colaboração do povo com seus cânticos e as suas danças, que são manifestações de espírito próprio e não têm similares em nenhum outro país do mundo. O samba, criação genuína da alma brasileira, constitui a essência do carnaval carioca. É o que lhe dá cor, o que lhe imprime forma, o que lhe infunde vida”. Apesar de criadas nos anos 1930, é a partir dos anos 1940 que as escolas de samba começaram a adquirir importância na folia carioca. Surgidas das adaptações sofridas pelos cordões, blocos, cucumbis e zés-pereiras, as escolas de samba se manteriam, por muitos anos, como

as mais singelas e despojadas manifestações do Carnaval carioca. Espécies de primas pobres dos grupos populares, elas se apresentavam nos espaços menos nobres da folia, como os subúrbios afastados ou a praça Onze. No início do século 20, o Carnaval do Recife regurgitava de grupos populares, à moda do Rio de Janeiro. A um deles, chamado Clube de Alegorias e Críticas dos Caraduras, é atribuída a origem do frevo. O grupo desfilava com um carro sobre o qual uma banda tocava polcas e marchas militares em ritmo acelerado, alternadas com paralisações nas quais eram apresentados pastoris cômicos com homens no papel das pastorinhas. Esse grupo era chamado de frevedouro, estando aí a origem do termo frevo. Até meados do século 20, a folia de Salvador apresentava uma variedade de grupos que misturavam as festas negras com o Carnaval sofisticado dos bailes e das sociedades. Em 1951, entretanto, um acontecimento marcaria a história carnavalesca da cidade, como uma espécie de “mito fundador”: a visita do famoso clube de frevo pernambucano Misto Vassourinhas. A chegada à capital baiana foi triunfal, com o grupo arrastando uma verdadeira multidão ao ritmo do frevo. A animação foi tanta que a banda acabou sendo sufocada pela multidão, decidindo voltar ao navio e frustrando a expectativa de muitos soteropolitanos. Impressionados com a resposta da multidão, dois músicos da cidade, Dodô e Osmar, resolveram instalar um sistema de som em seu velho automóvel, a Fobica, e desfilar no domingo de Carnaval ao som do ritmo que tinha contagiado a cidade. Surgia assim, Bahia afora, o trio elétrico. * Adaptação do texto “Terra de samba e pandeiro – Uma história do Carnaval”, de Felipe Ferreira, presente no livro Meu Carnaval Brasil, editado por Leonel Kaz e Nigge Loddi. A publicação tem patrocínio do Bradesco Seguros e Previdência.

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Carnaval

Grande Rio de emoção

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epois de todo o glamour do Carnaval de 2009, a Grande Rio homenageia em 2010 os 25 anos do Sambódromo do Rio de modo divertido e irreverente. O carnavalesco Cahê Rodrigues já adiantou que pretende relembrar todas as alegrias, tristezas e acontecimentos importantes que marcaram a história do símbolo do carnaval do Rio de Janeiro. Falar do sambódromo será uma viagem pelo mundo da fantasia, da imaginação, de muito brilho, alegrias e lágrimas. Este ano, a Rainha de Bateria da Escola continuará sendo a belíssima atriz Paola Oliveira, que inspira os ritmistas comandados pelo Mestre Ciça. A bateria homenageará os garis. “Venho nessa homenagem justa aos garis, um pessoal que tem força e que trabalha bastante para o Carnaval”, comentou Paola. Quarta escola a entrar na passarela no segundo dia de desfiles de 2010, a Grande Rio tenta conquistar seu primeiro título do Grupo Especial. O enredo deste ano é “Das Arquibancadas ao Camarote Nº1 - Um “Grande Rio” de Emoção/ Na Apoteose do Seu Coração!”, de Cahê Rodrigues. O idealizador do tema foi o presidente da escola, Hélio de Oliveira. O tema abordará os 25 anos do Sambódromo e o vigésimo aniversário do camarote mais famoso do carnaval do Rio de Janeiro, o Camarote da Brahma, também conhecido como o Camarote Número 1. “Na apoteose do planeta Carnaval/ Grande Rio, eu sou guerreiro/ Sou brasileiro e faço meu ziriguidum/

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Vibra arquibancada, explode/ O camarote nº1”, diz um trecho do enredo. A escola promete para 2010 uma grande homenagem àqueles que ajudaram e ajudam a construir a história da Sapucaí, os sambistas, os operários do samba, grandes carnavalescos. “Temos que reconhecer o mérito de cada um nessa história”, diz Cahê. O carnavalesco adianta que os 3,8 mil componentes da escola serão divididos em sete setores e 34 alas. No primeiro setor, a energia que contagia a festa da Avenida: o público das arquibancadas e dos camarotes. No segundo, a trajetória da Praça 11 à Praça da Apoteose, o sambódromo carioca. No terceiro setor, uma grande homenagem a quem Cahê chama de “Mentes loucas e brilhantes”, os carnavalescos, que ajudaram a criar o estilo do carnaval carioca. Entre os homenageados, Fernando Pinto, Arlindo Rodrigues, Renato Lage, Max Lopes e Joãosinho 30. No segundo carro, Beth Andrade aparece como grande destaque, em cima da estrela da Mocidade. O quarto setor também trata daqueles que estão por trás dos desfiles: os operários da folia, que ajudam a transformar os sonhos em realidade. O quinto e o sexto setor vão mostrar os grandes desfiles que ficaram marcados na cabeça do povo e os sambistas eternizados no carnaval do Rio de Janeiro. Cahê adianta que fará aí uma grande homenagem ao poeta Jamelão.

Fotos: Divulgação

Nas laterais: Cenas do desfile do ano passado. Acima: Paola Oliveira, Rainha da Bateria.


Fotos: Divulgação

No encerramento, o carnavalesco promete fazer o público viajar até o ano 3000 para mostrar como será o carnaval do futuro. “Fazemos aqui uma alusão ao carnaval de Fernando Pinto na Mocidade em 1985: Ziriguidum 2001 um Carnaval das estrelas”, conta. Muitas celebridades participarão do desfile da Grande Rio. Íris Stefanelli e Zeca Pagodinho serão destaques. A atriz Susana Vieira desfilará no chão, antecedendo a primeira ala da escola, com a fantasia “Musa da criação”. “Desfilo na Grande Rio desde quando ela estava no Grupo de Acesso. É praticamente uma vida dentro dessa escola, que eu amo”, disse Susana. Outra atriz que promete causar frisson logo na comissão de frente da Grande Rio é Cris Vianna. Ela integra a abertura da escola, que quer resgatar a raiz do verdadeiro sambista. É o que explica o coreógrafo Renato Vieira. “É uma mistura de ‘sambashow’ com ‘Ópera do malandro’, e a Cris é a nossa estrela maior”, disse Renato.

Origens Nos anos 50, a cidade de Duque de Caxias teve uma participação efetiva no carnaval carioca, com a escola de samba Cartolinhas de Caxias. Esta agremiação desfilou do grupo de elite das escolas cariocas três vezes (1951, 1958 e 1959), participando depois, com frequência, dos grupos intermediários. O último desfile da Cartolinhas foi em 1971, quando, com o intuito de fundar uma grande agremiação que representasse dignamente o município, os dirigentes das escolas União do Centenário, Cartolinhas de Caxias, Capricho do Centenário e Unidos da Vila São Luis uniram-se, e de sua fusão foi fundada a GRES Grande Rio em 10/05/1971. Finalmente, em 1988, a Grande Rio fundiu-se à Acadêmicos de Caxias, dando origem à atual Acadêmicos do Grande Rio. Na sua estréia, em 1989, a escola já subiu de grupo, com o enredo “O mito sagrado de Ifé” passando para o Grupo de Acesso A.

Mais informações: Site oficial: www.academicosdogranderio.com.br

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Mais Estação

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Feitiço de Noel Rosa

Cena do filme “Noel - O Poeta da Vila” (2006), do diretor Ricardo van Steen.

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á cem anos nascia Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937), o Poeta da Vila, um dos maiores compositores da música popular brasileira. Soube cantar os amores, as dores e a boemia, que conheceu intimamente nos morros do Rio de Janeiro, contribuindo para aceitação e reconhecimento do samba para além do subúrbio. Talentoso cronista do cotidiano, produziu em apenas 26 anos de vida cerca de 230 músicas que primam pelo humor, virtuosismo formal e pela veia crítica. Para homenageá-lo, a escola de samba Unidos de Vila Isabel levará Noel Rosa ao maior espetáculo do mundo, com um desfile intitulado Noel: A Presença do Poeta da Vila. O enredo será contado em 31 alas e oito carros alegóricos, num total de 3,5 mil integrantes, de forma cronológica. A escola será a quinta a desfilar na segundafeira de carnaval, dia 15. O samba foi composto por Martinho da Vila, presidente de honra da escola, que também lançará o CD Martinho Canta Noel, com músicas do compositor. “Se um dia na orgia me chamassem/ Com saudades perguntassem/ Por onde anda Noel?/ Com toda minha fé responderia/ Vaga na noite e no dia/ Vive na terra e no céu”, dizem os primeiros versos. Martinho da Vila participa ainda das comemorações pelo centenário de Noel Rosa promovidas pela Academia Brasileira de Letras, para a qual o Poeta da Vila é “o acadêmico do samba”. “Tudo o que eu quis foi fazer um samba à altura de Noel”, disse. “Ele foi uma figura fantástica, não tinha vaidade e era uma pessoa antipreconceito. Estudei muito a vida dele para fazer o samba da Vila.” Outro músico que homenageia Noel é Ivan Lins, que lança o CD triplo “Viva Noel” pela gravadora Velas. Por enquanto, o CD chega ao mercado em dois volumes. O motivo é que, para concretizar o

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projeto, foi preciso arranjar um patrocinador, a Associação Atlética Banco do Brasil. No terceiro CD haverá uma surpresa. No piano, Ivan Lins acompanhará o próprio Noel, que canta e toca violão em uma gravação de “Cordiais Saudações”’. “Noel Rosa era um cronista de mão cheia de seu tempo. Não era nada romântico, mas era muito passional. Um grande observador dos costumes e do comportamento do carioca”, disse. Noel nasceu de um parto difícil em que o uso do fórceps pelo médico causou-lhe um afundamento da mandíbula que lhe marcou por toda a vida. Criado no bairro carioca de Vila Isabel, filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento de 1923 a 1928. Noel cresceu frágil e mirrado. Amava a rua, a confusão dos amigos, as pipas, os piões e os balões. Os saraus em sua casa eram constantes. Sua mãe tocava bandolim; seu pai, violão; sua madrinha, piano; sua tia, violino. As crianças participavam, ouvindo. Foi dona Martha quem iniciou Noel na música, ensinando-lhe a tocar bandolim. Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música - e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Fazia ponto no Café Vila Isabel, do Carvalho, local onde fez grande parte de suas composições, nas madrugadas. Era ali que o encontravam ou deixavam recados para que fizesse serestas e serenatas. O carnaval em Vila Isabel era um dos melhores do Rio de Janeiro. O bairro tinha muitas Batalhas de Confete e competia com blocos de outros bairros em desfiles com premiações. Vila Isabel possuía dois blocos: o Cara de Vaca, formado pela turma da Rua Souza Franco /


tuberculose. A boemia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, a bebida e o cigarro. Mudou-se para Belo Horizonte, trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado. Faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre.

Bibliografia

Duas obras são de grande importância para se estudar Noel Rosa: “No Tempo de Noel Rosa”, escrita pelo amigo Almirante, e a essencial “Noel Rosa: Uma Biografia”, de João Máximo e Carlos Didier.

Outros livros

Noel Rosa: Língua e Estilo (Castellar de Carvalho e Antonio Martins de Araujo) Songbook Noel Rosa 1, 2 e 3 (Almir Chediak) Noel Rosa: Para Ler e Ouvir (Eduardo Alcantara de Vasconcellos O Jovem Noel Rosa (Guca Domenico) Torres Homem; e o Faz Vergonha, formado pela turma da Rua Maxwell, próximo à Fábrica Confiança, do qual Noel fazia parte. Dizem que o nome do bloco originou-se do comportamento de Noel Rosa, que estava sempre com brincadeiras, fazendo vergonha. Noel entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e a noitadas regadas à cerveja. Ele começou a ganhar projeção com o “Bando de Tangarás”, do qual era um dos componentes, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito. Sua primeira aparição em público foi a 27 de junho de 1929, no Tijuca Tênis Clube. Tinha, então, apenas 18 anos. Ainda em 1929, foi lançado no teatro, como compositor, por Eratóstenes Frazão, que era jornalista, ator teatral e compositor. Nessa época, Noel arriscou as suas primeiras composições, “Minha Viola” e “Toada do Céu”, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de “Com que roupa?”, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada por meio de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz”. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida. Noel teve ao mesmo tempo algumas namoradas. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci, a dama do cabaré. Passou os anos seguintes travando uma batalha contra a

Filmes sobre Noel

Noel Rosa já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Chico Buarque, no filme “O Mandarim” (1995), e Rafael Raposo, no filme “Noel - Poeta da Vila” (2006).

O ator Rafael Raposo interpreta Noel Rosa, em “Poeta da Vila”, ao lado de Camila Pitanga, que vive sua amante Ceci.

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Estação Festa

by Narriman Chede narriman@estacaoaeroporto.com

Aniversário de Jamil Nicolau By Marco Dutra Mariana Weickert, Paola Orleans e Bragança e Jorge Pontual. Embaixo, Alex Eckschmidt, Sergio Marone e Sergio Amorim.

Tato Malzoni

Paulo Cesar Avila, Duda Cunha e Aurelio Paladini

Beyoncé Floripa

By Fabrícia Pinho Tutu Homem de Mello, Lucia e Luiz Fernando de Vincenzi e Cris Mello

Governador Luís Henrique da Silveira e Ivete Appel da Silveira

Jessica Staub e Ricardo Lonwdes

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Roberta Buffon


Aniversário de Cláudio Gastão By Marco Cézar

Claudio Gastão da Rosa Filho, Maria Vitória e Cristiane Rosa

Mais de 200 convidados celebraram os 40 anos de vida do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho nos salões do luxuoso La Perle, dia 28 de janeiro. Muitas personalidades de destaque do mundo jurídico e da política, empresários e jornalistas foram cumprimentar o amigo, que vive um momento especial na carreira, com atuação elogiada em casos de grande repercussão. Uma das presenças mais marcantes da noite foi a do vice-governador Leonel Pavan. A produção da festa foi assinada pelo escritório comandado por Lúcia Prazeres. A trilha sonora ficou por conta do DJ Henrique Fernandes. Gastão recepcionou os convidados junto com a mulher, Cristiane, grávida de oito meses, à espera da chegada da segunda filha, Maria Júlia. A pequena primogênita do casal, Maria Vitória, deu um show à parte durante a festa, distribuindo sorrisos para todos. Paulo Cordeiro e Claudia Wendhausen

Claudio Gastão da Rosa Filho, Cacau Menezes e Claudio Gastão da Rosa

Guilherme e Patrícia Grilo, Cibele e Juarez Silveira

Hélio e Fátima Costa

Max Gonçalves, Urbano Salles e Adriana Althoff

Leda Martorano

Wilfredo Gomes

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Crônica

Reminiscências Carnavalescas Raul Caldas Filho

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xistiam, no cada vez mais longínquo século XX, certos locais e pontos de Florianópolis que já estavam incorporados às tradições carnavalescas ilhoas. O inexorável avançar das épocas e o desenvolvimento urbano, com a sua tão observada vocação destrutiva, fizeram, porém, com que tais points ou desaparecessem, soterrados pela esfomeada voracidade imobiliária, ou se transformassem em prosaicas casas comerciais. Exemplo do primeiro caso é o ainda lembrado Miramar, colocado abaixo sem dó e piedade, quando o aterro cobriu uma considerável parcela da Baía Sul. O simpático local, com suas feições belle époque, misto de trapiche, bar e abrigo de ônibus, deixou, em vista das circunstâncias, de “mirar o mar”. Nunca se entendeu, no entanto, por que a original construção, que até hoje poderia continuar embelezando o inexpressivo centro da capital catarinense e ainda prestar bons serviços, foi derrubado para dar lugar a nada. Isto é: um terreno baldio, que virou estacionamento. Coisas da Desterro e de suas péssimas administrações. Outro ponto que sumiu do mapa, apesar de ainda existir materialmente (no momento é ocupado pela Livraria Catarinense), foi o bar e confeitaria Chiquinho, localizado em pleno coração da cidade, no cruzamento das ruas Felipe Schmidt com Trajano, em frente ao decadente “Senadinho”. Nas mesmas imediações, houve também um local para quem gostava de assistir tudo de camarote (pois todos os desfiles passavam por ali): o bar do Lux, localizado no 2º andar do hotel com a mesma denominação, prédio hoje transformado em escritórios e saletas de variado uso. Ainda naquela jurisdição ficava o Nippon Lanches, mais conhecido como Bar do Japonês, apenas um espremido corredor, mas que fervia mais que um caldeirão, nesses dias de loucura instituída. Era em torno dessas “bocas” que as coisas costumavam pegar fogo, quando o desvario carnavalesco baixava sobre a área central entre as décadas de 50 a 80. A primeira “bumbada” (ou toque de bumbo) do Carnaval, seguida dos acordes do “Abre Alas”, executada por dois clarins, eram desferidos ao meio-dia de sábado em frente ao Chiquinho. A partir daí, as águas começavam a rolar. À tarde, como ocorre até agora, as ruas eram tomadas de assalto pelos irreverentes blocos de sujo, muito mais espontâneos e hilariantes do que os atuais, dominados pela grossura e vulgaridade. O tresloucado desfile termi-

nava invariavelmente no Miramar, onde era promovido um nem sempre espontâneo banho de mar a fantasia. As maiores vítimas desses eufóricos eventos eram os gays da época (então chamados pejorativamente de “bichas”, ou outros designativos mais pesados), que, querendo ou não, acabavam sempre n‘água, com fantasias, cabeleiras, maquiagem e tudo. Um exemplo da maldade machista, sem dúvida. Mas hoje eles(as) estão dando o troco, com as suas Paradas Gays. Voltando ao Lux Hotel. Foi lá, num Carnaval dos bons tempos, que Lagartixa, o mais autêntico e popular Rei Momo da cidade, hospedou-se, com dois súditos (amigos meus, aliás), para se manter em “concentração absoluta” nos dias do seu reinado. Do hotel, o soberano da folia e seu séquito partiam para os mais variados eventos. Mas eis que, no domingo, cumprindo os compromissos de sua carregada agenda, ele tomou um homérico porre, ao percorrer mil clubes do interior da Ilha de Santa Catarina. Ocorria, porém, que a sua principal incumbência da noite era prestigiar o baile do Clube 12 de Agosto, o templo da elite citadina. Quando o Rei Momo chegou em frente ao clube, já foi uma trabalheira tirá-lo do automóvel que o conduzia. Depois, devido ao seu avantajado porte (digno do deus Baco), deflagrou-se uma verdadeira operação de guerra para que o Monarca e todo o seu peso conseguissem subir as escadarias, pois ele não se aguentava em pé. Ao dar a sua primeira volta no salão, Sua Majestade deixou a coroa cair no chão e perdeu o cetro. Deu-se ligeiro sururu e ele acabou empurrado por um garçom, caindo sentado no colo da esposa do Almirante do 5º Distrito Naval. E adormeceu de imediato, justamente na mesa da Presidência, onde se encontravam outras graduadas autoridades municipais e estaduais. Foi um Deus nos acuda. Todos os “leões de chácara” foram convocados às pressas. E, a muito custo, conseguiram levantá-lo. *** Foi a primeira vez na história do Carnaval da Ilha de Santa Catarina (e quiçá do Brasil) que o Rei Momo foi convidado a se retirar de um clube. Raul Caldas Filho Jornalista, cronista e ficcionista. www.raulcaldasfilho.com.br contato@raulcaldasfilho.com.br

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Por Geraldo Vandré

Foto: Divulgação

Porta Estandarte

Olha que a vida tão é linda e se perde em tristezas assim Desce o teu rancho cantando essa tua esperança sem fim Deixa que a tua certeza se faça do povo a canção Pra que teu povo cantando teu canto não seja em vão Eu vou levando a minha vida enfim Cantando e canto sim E não cantava se não fosse assim

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Levando pra quem me ouvir Certezas e esperanças pra trocar Por dores e tristezas que bem sei Um dia ainda vão findar Um dia que vem vindo E que eu vivo pra cantar Na avenida girando, estandarte na mão pra anunciar


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