Revista Rochas & Equipamentos N.100

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Rochas & Equipamentos | 1º Trimestre 2011 | Nº 100 | XXVI Anos | Preço: € 8.00




REVISTA DA INDÚSTRIA DA PEDRA NATURAL NATURAL STONE INDUSTRY MAGAZINE PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL Nº 100 - 26º ANO 1º TRIMESTRE 2011 JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO DIRECTOR NUNO HENRIQUES C.I.P. Nº 2414 nuno@rochas.info PROPRIEDADE COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA. NIPC - Nº 502 102 152 EDITORES: COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.

Empresa Jornalística Registada no Instituto de Comunicação Social nº 223679 CAPA: EXPOSALÃO, S. A. EDITOR EXECUTIVO: NUNO HENRIQUES DESIGN E PRODUÇÃO: CRISTINA SIMÕES DIR. ADMINISTRATIVA: M. JOSÉ SOROMENHO REDACÇÃO: MANUELA MARTINS DEP. COMUNICAÇÃO E ASSINATURAS: M. JOSÉ SOROMENHO IMPRESSÃO: OFFSET MAIS - Artes Gráficas, S.A. Rua Latino Coelho Nº6 - Venda Nova | 2700 - 516 Amadora Telef.: 21 499 87 00 | Fax: 21 499 87 17 Email: dc.offsetmais@netcabo.pt www.offsetmais.pt PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA: COMÉDIL, LDA. ASSINATURA ANUAL: PORTUGAL: 32 Euros TIRAGEM: 3000 Ex. COLABORADORES NESTA EDIÇÃO COLABORATORES A. Casal Moura Brian Robert Gurteen Ernesto Matos Luís Lopes Jorge Cruz Pinto Manuel Martins Octávio Rabaçal Martins Ruben Martins Victor Lamberto Visa Consultores

ADMINISTRAÇÃO, REDACÇÃO E PUBLICIDADE: Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A 1170 - 119 LISBOA - PORTUGAL Telef.: + 351 21 812 37 53 | Fax: + 351 21 814 19 00 E-mail: rochas@rochas.info www.rochas.info ROCHAS&EQUIPAMENTOS E A SUA DIRECÇÃO EDITORIAL PODERÃO NÃO CONCORDAR NECESSARIAMENTE COM TODAS AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS PUBLICADOS OU POR AFIRMAÇÕES EXPRESSAS EM ENTREVISTAS, COMO NÃO SE RESPONSABILIZA POR POSSÍVEIS ERROS, OMISSÕES E INEXACTIDÕES QUE POSSAM EVENTUALMENTE EXISTIR. ROCHAS&EQUIPAMENTOS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA ASSOCIAÇÃO SECTORIAL. DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL: EMPRESAS EXTRACTORAS E TRANSFORMADORAS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL, FABRICANTES E REPRESENTANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, ABRASIVOS, FERRAMENTAS DIAMANTADAS, ACESSÓRIOS, ARQUITECTOS, CONSTRUTORES, DESIGNERS, ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS, ENTIDADES OFICIAIS, ENTIDADES BANCÁRIAS, UNIVERSIDADES, INSTITUTOS E FEIRAS SECTORIAIS. PREÇO: 8,00 € DEP. LEGAL Nº 40622/90 REGISTADO NO I.C.S. Nº 108 066 ROCHAS & EQUIPAMENTOS É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:

CORRESPONDENTES: Brian Robert Gurteen - Alemanha Cid Chiodi Filho - Brasil Manuel Santos Guedes - Portugal Marco Selmo - Itália Paulo Flório Giafarov - Brasil Sérgio Pimenta - Bélgica

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS

BÉLGICA


Sumário Summary Editorial Editorial

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EDITORIAL Feiras & Congressos Fairs & Congresses

Materiais Materials

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Entrevista Interview

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MÁRMORES E CALCÁRIOS PORTUGUESES QUEREM AUMENTAR EXPORTAÇÕES

MÁRMORES DE PORTUGAL 6

FEIRAS 2011

Sopa da Pedra The Stone Soup

MARMOMACC 2010 – O SUCESSO CONTINUA

OS SABORES DA PEDRA - CARNES DA PEDRA Notícias News

ARTE ESCULPIDA EM VILA VIÇOSA

80

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CONSULTOR DE MARKETING ACONSELHA EMPRESÁRIOS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL A CRIAR CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO BRASIL FAZ PARCERIA TECNOLÓGICA COM ESPANHA

A FEIRA NACIONAL DA PEDRA ESTÁ DE VOLTA À BATALHA

Empresas Companies

20 ANOS DE SUCESSO LUSOROCHAS – ROCHAS ORNAMENTAIS, LDA Mercados Markets

O SIROR VAI ESTAR EM DESTAQUE NA TEKTÓNICA Boas Práticas Best Practices

INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO EUROPEU

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A CALÇADA PORTUGUESA ESPALHA HISTÓRIA PELOS QUATROS CANTOS DO MUNDO

2011 AINDA VAI SER UM NO MUITO DIFÍCIL PARA A CONSTRUÇÃO NACIONAL CIENTISTAS TESTAM UM MATERIAL INOVADOR PROTOCÉLULAS QUE ENVOLVEM O CONSUMO DE CARBONO DO MEIO FALECEU VÍTOR VASQUES, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CEVALOR

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FALECEU A SRA. D. ADELAIDE MATA - COMPANHEIRA DE UMA VIDA DO SR. CARLOS MATA

CANAL ABERTO Documentos Documents

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ESTUDO PROMOVIDO PELA ASSIMAGRA REVELA EMPRESAS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS

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R & E Buyers Guide R & E Buyers Guide

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BUYERS GUIDE

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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Editorial Editorial Caros Leitores, nuno@rochas.info

Chegámos ao número 100. O que não deixa de ser apenas um número, mas que incorpora a simbologia de destino e o sentimento de meta alcançada. Uma meta traçada antes de mim, mas que é minha incumbência dar-lhe continuidade. A revista Rochas & Equipamentos define-se hoje sem o pirronismo típico, como veículo atemporal do mundo da Pedra Natural e levá-lo a quem da sua beleza usufrui. É nosso objectivo não só informar, reportar e educar dentro do sector, mas cada vez mais, mostrar a nobreza deste material aos agentes envolvidos no seu uso. Por essa razão aumentámos a distribuição gratuita a instituições, empresas e agentes que sejam associados de alguma maneira à prescrição deste belo material. Muita coisa mudou nestes 25 anos de trabalho. Mudaram, governos, associações, empresas, operadores, modismos, leis, podemos mesmo dizer que o mundo mudou. Mas a Pedra, continua como sempre, eterna. Mas é na mudança que nos queremos centrar. Como os mais atentos repararam, temos vindo a mudar o design da revista e mudámos a sua periodicidade, para melhor adaptar a revista às feiras e ao mundo. Pois se uma coisa aprendemos neste anos de actividade é que cada vez mais rápido, o mundo muda ciclicamente. Restando-nos uma rápida adaptação á sua veleidade. Se cada vez é mais necessário uma concórdia entre o tipo e forma dos materiais entre os profissionais que os prescrevem. Conceitos como design, sustentabilidade e ecologia, marcam o sector no politicamente correcto. Mas a verdade, na sua forma mais crua, é que politicamente o sector continua sem o apoio devido. Esperamos que mude rapidamente, mas até lá, resta-nos trabalhar e acreditar que algo vai mudar. Tem que mudar! Vários estudos internacionais, indicam a Pedra Natural como o material de revestimento com a menor pegada ecológica, contudo em Portugal as empresas continuam a não ter apoio energético para a sua extracção e a sua sustentabilidade é ameaçada por artigos e leis que não são só, não realistas, como hipócritas. Já com a cada vez maior emersão de materiais compósitos para a construção, falta um apoio real dentro da formação dos actuais e futuros prescritores. Portugal perdeu a sua agricultura, pesca e sector secundário. Sem criticar a sua recuperação, a aposta rápida tem que ser nos recursos geológicos. E francamente, acredito em nós. Acredito que muitas das empresas, associações e agentes institucionais vão trabalhar e criar um futuro melhor. O futuro passa pela colaboração sem fronteiras, exportação e esperar pela presente mas etérea reabilitação urbana. Prova disso é o número recorde de empresas a candidatarem-se a projectos de internacionalização, presença portuguesa em feiras, projectos associativos e iniciativas institucionais. Nós iremos fazer a nossa parte e esperar que o que foi conjecturado se cumpra. O sector, tanto em Portugal como no mundo precisa de um 2011 com as pessoas certas nos lugares certos, onde todos possam ganhar e não adormecer ao som de uma ópera inatingível.

Nuno Esteves Henriques 4

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Feiras & Congressos Fairs & Congresses

AGENDA 2011 2011 JANEIRO BUDMA 2011 11 - 14 JANEIRO POZNA - POLÓNIA

MARMIN STONE 17 - 20 FEVEREIRO SALÓNICA - GRÉCIA

WORLDBEX 16 - 20 MARÇO MANILA - FILIPINAS

BAU 17 - 22 JANEIRO MUNIQUE - ALEMANHA

BUILDARCH 23 - 26 FEVEREIRO BANGALORE – ÍNDIA

DOMOTEX ASIA / CHINAFLOOR 22 - 24 MARÇO XANGAI - CHINA

INDIA STONEMART 20 - 23 JANEIRO JAIPUR - ÍNDIA

BUILD UP 23 - 26 FEVEREIRO BANGALORE – ÍNDIA

REVESTIR 22 - 25 MARÇO SÃO PAULO - BRASIL

SURFACES 25 - 27 JANEIRO LAS VEGAS - E.U.A.

TECNO+STONE 23 - 26 FEVEREIRO KIEV - UCRÂNIA

MARBLE - R&E* 23 - 26 MARÇO IZMIR - TURQUIA

STONEXPO 26 - 28 JANEIRO LAS VEGAS - E.U.A.

MARÇO

LONDON HOMEBUILDING AND RENOVATING SHOW 24 – 27 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO

FEVEREIRO BUILDMAT 03 - 06 FEVEREIRO COIMBATORE - TAMIL NADU – ÍNDIA CONSTRUCTION & INTERIOR DESIGN 04 - 06 FEVEREIRO TURKU - FINLÂNDIA bC INDIA 08 - 11 FEVEREIRO MUMBAI - ÍNDIA MARMOL 08 - 11 FEVEREIRO VALÊNCIA - ESPANHA VITÓRIA STONE FAIR - R&E* 15 - 18 FEVEREIRO VITÓRIA - ESPIRITO SANTO- BRASIL IMMA STONE FAIR 17 - 20 FEVEREIRO CHENNAI - ÍNDIA

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ECOBUILD 01 - 03 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR - R&E* 06 - 09 MARÇO XIAMEN - CHINA ARCHITECTURE + CONSTRUCTION MATERIALS 08 - 11 MARÇO TÓQUIO - JAPÃO MEDIBAT 09 - 12 MARÇO SFAX - TUNÍSIA

ITIF ASIA 28 - 30 MARÇO CARACHI – PAQUISTÃO TECHNIPIERRE - R&E* 31 MARÇO - 3 ABRIL LIÈGE - BÉLGICA ABRIL MOSBUILD 05 - 08 ABRIL MOSCOVO - RÚSSIA

COVERINGS - R&E* 14 - 17 MARÇO LAS VEGAS - NEVADA - E.U.A.

IBF - FEIRA DE CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA CHECA 12 – 16 ABRIL BRNO - REPÚBLICA CHECA

THE NATURAL STONE SHOW 15 - 17 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO

PEDRA - R&E* 14 - 17 ABRIL BATALHA - PORTUGAL

UZBUILD 15 – 18 MARÇO TASHKENT – UZBEQUISTÃO

INTERKAMIEN 15 - 17 ABRIL KIELCE - POLÓNIA

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www.rochas.info

STONETECH - R&E* 20 - 23 ABRIL PEQUIM - CHINA MAIO

AGOSTO

BATIMATEC 03 - 06 MAIO ARGEL - ALGÉRIA

CACHOEIRO STONE FAIR CACHOEIRO ITAPEMIRIM - BRASIL

CHILECONSTRUYE 11 - 14 MAIO SANTIAGO - CHILE

SETEMBRO

LIBYA BUILD 15 - 19 MAIO TRIPOLI - LÍBIA CONSTRUMAT 16 - 21 MAIO BARCELONA – ESPANHA ASTANABUILD 18 - 20 MAIO ASTANA - KAZAQUISTÃO KBC KITCHEN AND BATH 25 – 28 MAIO XANGAI - CHINA EXPO MADAGASCAR 26 - 29 MAIO ANTANANARIVO - MADAGÁSCAR EXPOSTONE 31 MAIO – 03 JUNHO MOSCOVO – RÚSSIA

BALTIC BUILD 12 – 14 SETEMBRO SÃO PETERSBURGO – RÚSSIA BUILDING & CONSTRUCTION INDONESIA 21 - 24 SETEMBRO JACARTA - INDONÉSIA MARMOMACC - R&E* 21 – 24 SETEMBRO VERONA – ITÁLIA JAPAN HOME AND BUILDING SHOW 28 – 30 SETEMBRO TÓQUIO – JAPÃO NOVEMBRO BATIMAT 7 - 12 NOVEMBRO PARIS - FRANÇA

JUNHO

FUNÉRAIRE 17 - 19 NOVEMBRO PARIS - FRANÇA

STONE+TEC - R&E* 22 - 25 JUNHO NUREMBERGA - ALEMANHA

NATURALSTONE 27 – 29 ISTAMBUL - TURQUIA R&E* - DISTRIBUIÇÃO E REPORTAGEM

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MARMOMACC 2010

Verona - Itália 29 de Setembro - 02 de Outubro

O SUCESSO CONTINUA

MARMOMACC 2011 Verona - Itália

21 - 24 de Setembro

Este ano a 46ª edição da MARMOMACC (2011) vai realizar-se ligeiramente mais cedo. Marque já na sua agenda, na terceira semana de Setembro, os dias 21 a 24 para expor ou visitar o mais importante evento da indústria da pedra natural, equipamentos e tecnologia do sector. A nova calendarização responde aos pedidos de vários operadores estrangeiros que acreditam poder, deste modo, rentabilizar melhor a estadia de trabalho na cidade monumental, associando-a a um programa turístico em condições climatéricas mais agradáveis.

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A Feira registou “ um crescimento global de 12,5% “ As estatísticas da 45ª edição da “Mostra Internazionalle de Marmi, Pietre e Tecnologie” que decorreu em Itália, Verona, entre 29 Setembro e 2 de Outubro de 2010, foram entretanto publicadas. A Feira registou um crescimento global de 12,5% contrariando as previsões mais pessimistas do mercado, face ao panorama económico global.

crescimento global da feira “deve9%-sedoa uma maior participação de economias emergentes nos continentes

asiático, africano e americano

A principal leitura e conclusão a tirar destes números é que continua a valer a pena os empresários, arquitectos e designers investirem na deslocação e presença neste espaço que permanece incontornável e privilegiado para fazer novos negócios, fidelizar clientes e actualizar informação. Se fizermos uma análise ainda mais fina verificamos que 9% do crescimento global da feira deve-se a uma maior participação de economias emergentes nos continentes asiático, africano e americano, o que abre perspectivas para uma evolução e diversificação das vendas.

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deu mais um sinal “ deA Aquelemanha está a contrariar a tendência económica depressiva do velho conti-

nente com um crescimento de expositores na ordem dos

19,8%.

A Líbia foi o país que registou um maior aumento de participantes profissionais (+75,6%), seguido do Brasil (+63,4%), da Índia (+ 54,1%) e da Turquia (+49,2%).

Na Europa, a Alemanha deu mais um sinal de que está a contrariar a tendência económica depressiva do velho continente com um crescimento de expositores na ordem dos 19,8%. O mercado alemão é um dos mais importantes no segmento de produtos processados, o que também ajuda a perceber este comportamento positivo, atípico nos países europeus, na actual conjuntura económica. Esta edição da MARMOMACC ficou também marcada pela participação conjunta de 10 empresas Palestinianas. A participação organizada revela uma estratégia com o objectivo de alcançar uma ligação mais directa aos mercados Europeu e Norte-Americano. Israel também reforçou a participação na feira (+52%) assim como o Líbano (+63,4%). Pela sua primeira participação destacam-se países como a Roménia, a Ucrânia, o México e os Emirados Árabes Unidos.

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No caso Português, “ esta edição de 2010

revelou-se também pela maior afluência de empresas

nacionais: trinta e uma.

No caso Português, esta edição de 2010 revelou-se também pela maior afluência de empresas nacionais: trinta e uma. Destas, treze participaram através da organização efectuada pela ASSIMAGRA. As opiniões variam mas captou-se a ideia mais ou menos generalizada de que nesta quadragésima quinta edição os contactos estabelecidos são mais promissores. Numa tentativa de abrir novos mercados os empresários portugueses estabeleceram relações com expositores do Kuwait, do Líbano e do Sri Lanka.

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Os produtores nacionais de calcário ficaram particularmente satisfeitos com a elevada participação Asiática e Brasileira e pela actual tendência dos mercados que lhes é favorável. Os empresários que apresentaram novos acabamentos e linhas também foram bem sucedidos a avaliar pela receptividade que os seus produtos alcançaram. Falamos das ardósias e dos xistos, de novas opções para fachadas e de inovadores acabamentos para espaços interiores com design. Apesar da grandiosidade desta feira regista-se a opinião de alguns participantes que consideram excessivos os seus 76.000 m2. Alguns stands atribuídos às empresas foram maiores do que o solicitado e nas áreas destinadas à exposição de máquinas e equipamentos alguns espaços ficaram vazios.

Assinalou-se nesta edição da MARMOMACC a participação de dois expositores do Estado do Vaticano. E se esta presença é compreensível pela histórica ligação do Vaticano aos mármores, já será mais difícil descortinar o interesse comercial de um expositor proveniente da Antárctida!

mArmomAcc A 45ª edição em números 1530 expositores 56 países 76.000 m2 11 pavilhões 25.368 profissionais internacionais Brasil 474 China 737 Egipto 221 Índia 908 Israel 412 Líbia 72 Líbano 231 Tunísia 130 Turquia 830

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+63,4 % +3 %

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+21,43 % +26,9 % +52 % +75,6 % +26,9 % +21,5 % +49,2 %



A FEIRA NACIONAL DA PEDRA ESTÁ DE VOLTA À BATALHA De 14 a 17 de Abril, na ExpoSalão

Negócios sólidos

A ExpoSalão – Centro de Exposições promove de 14 a 17 de Abril de 2011 a 5ª edição da PEDRA - Feira Nacional da Pedra Natural. Com lugar marcado no Centro de Exposições da Batalha, a feira bianual da PEDRA enquadra-se geograficamente numa das regiões onde a indústria da pedra natural tem mais presença, promovendo a sua visibilidade e força no mercado externo, neste que é um evento ímpar à escala nacional. Portugal é o nono produtor mundial de Pedra natural. Com uma produção superior a 3 milhões de toneladas por ano, é um sector de extrema importância para a economia nacional assim como de relevo internacional muito significativo. É nesta conjuntura que a Feira da PEDRA se tem revelado, edição após edição, uma mais-valia para

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as empresas do sector, uma vez que se trata de uma plataforma privilegiada para a exposição de novidades, partilha de know-how e transferência de tecnologias para extrair e trabalhar a pedra. É um espaço onde também se cultivam parcerias entre agentes que em muito contribuem para o desenvolvimento de actividades mais eficientes e de negócios mais rentáveis. A feira apresenta-se como uma oportunidade ímpar para as empresas divulgarem os seus produtos, estabelecerem novos contactos, fortalecerem relações comerciais e claro, concretizarem negócios. A PEDRA decorrerá nos seguintes horários: - 14 a 16 de Abril (5ª feira a Sábado) das 14h00 às 23h00 - 17 de Abril (Domingo) das 11h00 às 20h00.



O SIROR Vai Estar Pedras Naturais Natural Stones

Em Destaque Na

A 13ª Edição da TEKTÓNICA vai decorrer de 3 a 7 de Maio, na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações. O certame, organizado pela AIP-CCI - Associação Industrial Portuguesa e a FIL, vai ocupar toda a área exposicional com uma mostra representativa dos diversos sectores: SK - Salão Internacional de Pavimentos e Revestimentos Cerâmicos, Espaço Cozinha e Banho; SIMAC - Salão Internacional de Materiais, Máquinas e Equipamentos para a Construção, SIROR – Salão Internacional das Pedras Naturais, Tek Green - Salão das Energias Renováveis, Construção Sustentável e Responsabilidade Social na Construção e Tek Máquinas - Salão das Máquinas e Equipamentos para Construção e Obras Públicas. Durante 5 dias, a feira vai ser palco de grandes encontros profissionais, incluindo conferências, seminários, workshops, entre outras actividades, nos quais serão abordados temas actuais e relevantes para o sector da construção. As actividades no âmbito do SIROR contam com o apoio da Assimagra e da imprensa especializada no sector da Pedra. As obras candidatas ao “PRÉMIO António Esteves Henriques – A Pedra na Arquitectura” vão ser apresentadas no evento.

A organização da TEKTÓNICA aguarda a visita de profissionais de todo o mundo, com especial incidência nos países da Comunidade da Língua Portuguesa, Norte de África, Médio Oriente e Países de Leste. Os Hosted Buyers, convidados da TEKTÓNICA, procuram as novidades que as empresas nacionais com capacidade de exportação vão apresentar na feira.

A TEKTÓNICA, considerada como a maior feira de construção em Portugal, é dirigida a arquitectos, designers, empreiteiros, empresas de construção civil e obras públicas, engenheiros, geólogos, grossistas e retalhistas, operadores, nacionais e estrangeiros, projectistas e consultores, subempreiteiros, técnicos do sector e autarquias locais.

A TEKTÓNICA com o apoio das Entidades Oficiais, das principais Organizações Sectoriais e socioprofissionais de Portugal e o envolvimento do tecido empresarial, pretende estimular a identificação de oportunidades e a concretização de negócios através da exposição e de actividades profissionais complementares cada vez mais reconhecidas no sector.

Durante este ano, a TEKTÓNICA vai acompanhar as empresas portuguesas a feiras internacionais nos mercados con-

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siderados prioritários e em franca expansão. Entre elas, destacamse a Lipoexpo, a decorrer na Líbia em Fevereiro, a Constrói Angola, a FICH- Feira Internacional de Construção e Habitação em Cabo Verde e a Construmar, em Marrocos, todas a acontecer durante o mês de Outubro.

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Boas Práticas Best Practices

CANAL ABERTO Coordenação: A. Casal Moura Colaboração: Laboratório do INETI e Cevalor

Sou produtor de blocos e de placas em bruto. Tenho que proceder à marcação CE da pedra? A marcação CE não incide sobre a pedra, mas sim sobre os diversos produtos destinados a serem incorporados nas construções e com o objectivo de assegurar o controlo do respectivo desempenho. Porque nem os blocos nem as placas em bruto são produtos finais, não estão sujeitos a marcação CE.

Utilizei ladrilhos de 60x60x3 cm de uma ardósia estrangeira, assentes sobre apoios, para pavimentar um pátio ao ar livre. Aconteceu que, decorrido um mês, muitos desses ladrilhos começaram a lascar segundo um ou dois planos paralelos à face vista. Pergunto qual terá sido a causa e como deveria ter procedido para me certificar de que tal não viria a acontecer. Como sabe, as ardósias são rochas com xistosidade muito evidente, podendo dividir-se facilmente em lâminas paralelas, mais ou menos espessas (clivam segundo os planos de xistosidade). No geral, trata-se de rochas de granularidade muito fina que sofreram metamorfismo de muito baixo grau mas suficiente para propiciar a orientação dos minerais argilosos, levando-os a disporem-se em planos paralelos, sendo que as forças de ligação entre esses planos são muito fracas (daí a clivagem das ardósias e dos xistos em geral ser fácil). Pode mesmo acontecer que a grandeza dessas forças de ligação seja menor em alguns dos planos e daí resulte que, após terem sofrido vários períodos de humedecimento/secagem, as placas venham a lascar segundo os planos de menor coesão. E quanto mais espessa for a placa, maior probabilidade existirá de conter planos de maior fraqueza. Por outro lado, existem rochas a que comercialmente se dá o nome de ardósias e que, na verdade o não são. É o caso dos lutitos e de muitas outras rochas sedimentares laminadas, que, ao contrário das ardósias e dos xistos, quando abrem, isso acontece segundo planos paralelos à estratificação (e não segundo planos de xistosidade). Esses planos de estratificação são, em regra, ainda menos coesos que os de xistosidade. É claro que existem diversas qualidades de ardósia e, para a utilização pretendida (um pátio ao ar livre), deveria ter sido seleccionada uma ardósia de qualidade extra. O que poderia ter feito para verificar o comportamento da ardósia que escolheu quando exposta aos agentes atmosféricos, era mandar realizar um ensaio de choque térmico, o qual reproduz as acções do calor e da humidade sobre a pedra. Em alternativa, bastaria mesmo mergulhar uma ou várias placas em água deixando que se embebam bem, depois secá-las completamente ao sol ou em forno muito brando (não excedendo os 110 ºC), de imediato mergulhá-las novamente em água e repetir o procedimento umas vinte vezes. Se a ardósia não lascasse, seria considerada adequada.

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O mercado disponibiliza materiais em pedra aglomerada com aspecto que lembra o da pedra natural e verifico que, algumas vezes, possuem designações semelhantes, o que pode confundir o utilizador. Será que a pedra aglomerada substitui a pedra natural em todos os seus atributos? A pedra aglomerada é um produto feito com fragmentos de pedra natural (90 a 95%) aglutinados por um ligante, normalmente uma resina. À partida, diremos que não será difícil distingui-la da pedra natural por simples observação e muito menos o será ao microscópio. Já existem Normas harmonizadas para a marcação CE de alguns produtos de pedra aglomerada, pelo que a sua qualidade industrial está assegurada. Quanto ao respectivo desempenho em obra, é um facto que já a temos visto aplicada com resultados satisfatórios. Todavia, ainda é cedo para se conhecer a sua durabilidade, a qual irá depender sobretudo do comportamento do agente ligante. Ou seja, valerá o que valer a resina. Por outro lado, é certo que não tem o comportamento ao fogo da pedra natural, dado que tais resinas são combustíveis. De qualquer modo, é minha opinião (e a de muita gente) que a pedra aglomerada não tem a “nobreza” da pedra natural.

Recebi um fornecimento de ladrilhos para colocar na minha casa, mas, agora, o aplicador que contratei diz que a pedra é fraca e que não se responsabiliza pelo trabalho final. Já pensei em devolver a pedra, mas ainda não sei o que fazer e, por isso, preciso da sua ajuda. Desde já lhe fico agradecido e, dada a urgência, peço-lhe a fineza de me responder por e-mail para j.guimaraes@....... Sr. Guimarães: nestas situações impõe-se agir com a prudência necessária. A começar: já pediu ao seu fornecedor para lhe mostrar trabalhos onde essa pedra foi aplicada? Aí poderá ajuizar se lhe agradam ou não. Continuando: conhece bem o aplicador que contratou? Se sim, e tem toda a confiança nele, não aplique e devolva o fornecimento. Se não, procure outro aplicador com boas referências e registe e siga a opinião dele. É que não pode deixar de considerar que o aplicador que lhe disse que a pedra é fraca o possa ter dito erradamente (por convencimento ou por simples desconhecimento) ou eventualmente ter segundas intenções, como sejam, desculpabilizar-se no caso de o trabalho ficar mal feito ou procurar justificar ter de demorar mais tempo a executá-lo invocando cuidados especiais (e por isso ir sair mais caro que o previsto) ou, então, fazer com que o senhor contrate um novo fornecedor (se calhar conhecido dele) e pague bem mais por uma pedra semelhante ou por outra que ainda pode valer menos que a que já tem. Tenha consciência de que, no “mundo” dos produtos da construção, o utilizador final é a parte mais fraca, porque, quase sempre, e como é natural, é o que sabe menos sobre esses produtos. E, já agora, pelo menos fique a saber que tão importante é a qualidade da pedra como a do trabalho de aplicação. Por isso, é de escolher sempre fornecedores e aplicadores idóneos!

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Documentos Documents

INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO EUROPEU

POR: Octávio Rabaçal Martins

Engenheiro de Minas Assessor Principal

A crise económica e financeira mundial acabaria por reflectir-se inevitavelmente no Sector Europeu das Rochas Ornamentais, acusando em 2008 o intercâmbio os recuos quantitativos de 1,7% nas exportações e de 2,5% nas importações, muito embora em valor se tenham granjeado os acréscimos de 3,2% nas expedições EXPORTAÇÕES internacionais e de 0,3% nas aquisições, em conParâmetros 2007 2008 Variação (%) sequência da subida de 5% do preço médio uniMil toneladas 5230,90 5142,20 -1,7 tário nas vendas e de 2,8% nas correspondentes Milhões Euros 2100,10 2167,20 3,2 compras, comprovando o alto apreço pelos arteEuros/Ton. 401,48 421,45 5,0 factos do Ocidente. A Europa, embora ressentindo-se da crise, não deixou de marcar sólida presença. Apesar do recuo ponderal patente em 2008, a expressão valorativa progrediu.

Pelos preços unitários, constata-se que a União Europeia exporta preferentemente artefactos com elevado valor acrescentado, e importa maioritariamente matéria-prima para ulterior processamento e expedição de produto transformado. Esta magna realidade vem a ser a consequência imediata do elevado padrão técnico e tecnológico, mas também profissional, alcançado pelos povos petreamente mais evoluídos da União Europeia, onde a tradição se alia profícua e proveitosamente às grandes conquistas científicas, educativas e culturais, as mais retumbantes do nosso Planeta. E note-se que a actual crise económica e financeira mundial não teve início na Europa, mas sim nos Estados Unidos da América, com a especulação imobiliária agravada a partir de Agosto de 2007. Afirmar que a Europa dos vinte e sete países constitui um só grande mercado doméstico, significa subli-

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IMPORTAÇÕES

Mil toneladas

9878,8

9634,5

-2,5

Milhões Euros

2402,8

2409,5

0,3

Euros/Ton.

243,23

250,09

2,8

Fonte: “Stone 2009” - World Marketing Handbook - Eurostat

nhar uma realidade magnífica e irreversível. A questão é válida, por maioria de razão, no Sector Pétreo Ornamental, que foi um dos primeiros a traduzir a própria vocação comunitária em actos concretos: não aconteceu por acaso o acto constitutivo da Federação Europeia do Sector, que foi precedido durante alguns anos por um Comité de Coordenação, saído do célebre e frutuoso Congresso de Florença sabiamente realizado em 1964. Actualmente assume destacada importância colocar em evidência como a União Europeia governa quota muito significativa do intercâmbio mundial. Para além das motivações internas, que em diversos povos comunitários representam volumes da ordem de 50% da produção útil global, absorvendo os materiais de menos qualidade recusados pelos exigentes mercados externos, o intercâmbio internacional representa uma parcela de grande valor.



EU / 27 - INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO NO BIÉNIO 2007-2008

2007/2008

2007

2008

Anos

Códigos

EXPORT 1000 Ton.

Milhões Euros

IMPORT Euros/Ton.

1000 Ton.

Milhões Euros

Euros/Ton.

25.15

2451,60

500,30

204,07

1022,80

192,60

188,32

25.16

576,70

88,20

152,94

3674,70

624,70

170,00 168,90

68.01

160,60

37,40

232,88

1815,90

306,70

68.02

1923,70

1519,70

790,00

2883,30

1185,70

411,23

68.03

29,60

21,60

729,73

237,80

99,80

419,68

Total

5142,20

2167,20

421,45

9634,50

2409,50

250,09

25.15

2384,70

461,90

193,69

1086,10

186,20

171,44

25.16

637,50

85,10

133,49

3453,80

684,50

198,19

68.01

151,60

31,10

205,15

2085,00

327,50

157,07

68.02

2022,90

1499,60

741,31

2996,70

1105,40

368,87

68.03

34,25

22,40

654,97

257,20

99,20

385,69

Total

5230,90

2100,10

401,48

9878,80

2402,80

243,23

25.15

2,80

8,30

5,40

-5,80

3,40

9,80

25.16

-9,50

3,70

14,60

6,40

-8,70

-14,20

68.01

5,90

20,10

13,40

-12,90

-6,40

7,50

68.02

-4,90

1,40

6,60

-3,80

7,30

11,50

68.03

-13,50

-3,30

11,70

-7,50

0,60

8,80

Total

-1,70

3,20

5,00

-2,50

0,30

2,80

Fonte: “Stone 2009” - World Marketing Handbook - Eurostat

POSIÇÕES PAUTAIS: 25.15

Rochas carbonatadas em blocos e serradas

25.16

Rochas siliciosas em blocos e serradas

68.01

Pedra natural talhada para calcetamento

68.02

Rochas calcárias e siliciosas em obra

68.03

Ardósia laborada

A nível consolidado, isto é, excluindo as movimentações internas, o ano de 2008 fechou com a exportação global superior a 5,1 milhões de toneladas valorizadas em 2167,2 milhões de Euros, enquanto as importações perfizeram 9,6 milhões de toneladas, que importaram em 2,4 mil milhões de Euros, bastante acima das expedições. No confronto dos dados de 2008 com os de 2007, observaram-se os declínios de 1,7% nos fornecimentos e de 2,5% nas aquisições, mas o valor subiu respectivamente 3,2% e 0,3%. A situação ponderal regrediu, mas pecuniariamente houve ligeiros avanços.

28

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Assim, pelo menos nesta fase, os efeitos da situação conjuntural mostram-se bastante circunscritos, tanto mais quanto o valor médio por unidade de produto se apresenta quase invariável, trepando 5% nas expedições e 2,8% nas compras. Desagregando os resultados, constata-se o bom incremento ponderal das vendas de calcários em bruto e de pedra natural talhada para calcetamento, enquanto mergulharam as rochas siliciosas em bruto e os artefactos polidos. Nos aprovisionamentos, pelo contrário, em volume apenas treparam as rochas siliciosas em bruto, que todavia evidenciaram apreciável queda (-14,2%) do respectivo valor médio. O enorme desenvolvimento sectorial dos maiores países extra-europeus (China, Índia, Irão e Turquia na Ásia, e Brasil na América Latina) não vem impedindo a Europa dos Vinte e Sete de conservar dimensões bastante apreciáveis simultaneamente da extracção,


do processamento, do intercâmbio, das aplicações domésticas, e da ocupação, mobilizando directamente não menos de 300 mil trabalhadores. Não acontece por acaso que o volume das importações, superando em 2008 nada mais, nada menos que 87,4% do correspondente às exportações, se traduz pelo menos em 150 milhões de metros quadrados equivalentes à espessura convencional de 2 centímetros a aplicar em obras, para além dos resíduos do processamento. Por outro lado, não se deve ignorar que a quota maioritária destas aplicações se refere a materiais provenientes dos grandes produtores extra-europeus, e em particular da China e da Índia, que figuram à frente da escala mundial de extracção, de processamento e de distribuição, embora ainda com baixos “ratio per capita”.

A embora contida desaceleração ponderal dos aprovisionamentos em 2008 chama em atenção, antes de tudo, a queda da procura na Europa Central, com particular respeito para a retirada do mercado germânico, enquanto a estagnação das exportações encontra motivação na queda do mercado norte-americano, primeiro importador mundial de rochas em obra, que está a conferir ampla preferência aos baratos – embora inferiores – artefactos líticos chineses. Contudo o crescimento do valor médio por unidade de produto em ambas as direcções de tráfego comprova que o Sector Pétreo Decorativo Europeu pode contar, também num momento difícil do ciclo conjuntural, com factores técnicos, tecnológicos, profissionais e qualitativos em condições de testemunhar superior inovação e alta competitividade, tirando grande proveito de Marcação de Qualidade, que ilustra o carácter genuíno e naturalmente autentico.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

29


A Europa constitui um grande mercado doméstico que não exclui a presença de condições específicas bastante diversas de país para país, o que não deixa de ser normal. Algumas realidades, como as de Leste, evidenciaram resultados superiores à média, enquanto nos sistemas sectorialmente mais maduros, como os da Espanha, Itália, Portugal e Grécia, os obstáculos, os entraves e os estrangulamentos se fizeram sentir de maneira mais acentuada, sublinhando por maioria de razão a premente necessidade de adequados correctivos, sobretudo no domínio das infra-estruturas e nos campos financeiro e promocional. É um facto que a concorrência extra-europeia beneficia de custos particularmente competitivos e por vezes notáveis intervenções estratégicas, matriz não última do seu sucesso: mais uma válida razão para confirmar o pleno direito da Indústria Pétrea Decorativa dos Vinte e Sete às atenções que competem a um Sector caracterizado pela presença de tradições irrepetíveis, de uma tecnologia de vanguarda, e sobretudo, de extraordinários valores profissionais, humanos e sociais, garantido superior qualidade de vida.

30

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1 - Eurostat Institut of Luxembourg for the European Union Countries – Statistics 2008 2 - Martins, Octávio Rabaçal – China: Uma grande Potência em Rochas Ornamentais in “A Pedra”, Lisboa, nº 83, Primavera 2002 3 - Martins, Octávio Rabaçal – A Indústria das Rochas Ornamentais na União Europeia. Produção e Mercado Externo in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nº 72, 4º trimestre de 2003 4 - Martins, Octávio Rabaçal – Promoção, Inovação e Relançamento Pétreo Ornamental Europeu in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nº 78, 2º trimestre de 2005 5 - Martins, Octávio Rabaçal – Perspectivas Actuais de Evolução do Sector Pétreo Decorativo Mundial in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nº 90, 2º trimestre de 2008 6 - Martins, Octávio Rabaçal – Arrancada das Rochas Ornamentais através do Mundo no Ano de 2004 in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nos. 91-92, 3º e 4º trimestres de 2005 7 - Montani, Carlo – “Stone 2008” – World Marketing Handbook, Faenza Editrice, Faenza – Itália, 2008 8 - Montani, Carlo – “Stone 2009” – World Marketing Handbook, Faenza Editrice, Faenza – Itália, 2009 9 - Napoli, Silvana – “Stone Sector 2007” – Italian Industry and International Trends, Carrara – Itália, 2008 10 - Napoli, Silvana – “Stone Sector 2008” – Italian Industry and International Trends, Carrara – Itália, 2009



Materiais Materials

MÁRMORES DE PORTUGAL POR: RUbEn MaRtins1 & lUÍs lOpEs2

RESUMO Os “Mármores de Estremoz” foram durante décadas a imagem de marca das Rochas Ornamentais Portuguesas. Condicionantes essencialmente económicas a que se associa um desconhecimento dos prescritores das propriedades físicas, químicas e mecânicas das diferentes rochas originaram uma “moda” que privilegia essencialmente a homogeneidade dos materiais em detrimento da sua longevidade. Realçamos que não houve esgotamento de matéria-prima havendo, das diferentes variedades de mármore, reservas suficientes para sustentar uma actividade extractiva por várias centenas de anos.

GEOLOGIA E HERANÇA MINEIRA Apesar da sua dimensão, Portugal possui unidades extractivas de rochas ornamentais em todo o seu território. De facto, o Norte é rico em rochas ígneas, particularmente em granitos (Fig. 1), enquanto os calcários sedimentares microcristalinos concentram-se no Maciço Calcário Estremenho (Fig. 2). Existem reservas consideráveis de brechas calcárias no Algarve (São Brás de Alportel – Tavira, Sul de Portugal), bem como de sienito nefelínico, único no Mundo e explorado na Serra de Monchique (Algarve). Os xistos possuem um pólo extractivo de expressão considerável na zona do Porto, registando-se ainda alguma exploração no Alentejo, em Barrancos.

32

ROCHAS & EQUIPAMENTOS



“ portugAl possui unidAdes extrActivAs de rochAs ornAmentAis

em todo o seu território.

“on

orte é rico em rochAs ígneAs,

pArticulArmente em grAnitos.

Fig. 1 – Rochas Ornamentais em Portugal – Granitos e Rochas Similares (IGM, 1997).

34

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


os cAlcários sedimentAres microcristAlinos concentrAm-se no

mAciço cAlcário estremenho.

Fig. 2 – Rochas Ornamentais Carbonatadas em Portugal (IGM, 1997).

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

35


Os mármores são explorados no Alentejo, numa estrutura geológica conhecida por anticlinal de Estremoz. Esta estrutura de direcção NW-SE, com 42x8 km (Fig. 3), apresenta uma forma elíptica alongada entre Sousel e Alandroal. Geologicamente insere-se na Zona de Ossa-Morena e os mármores com interesse ornamental apresentam uma extensão aflorante com cerca de 27 km2 (Moreira & Vintém, 1997).

N

lEgEnda Depósito de cobertura

Plio-Plistocénico a actual

Xistos negros * Liditos

Silúrico

Mármores de cores claras

1 - Mármore escuro (Ruivina) 2 - Parcialmente dolomitizados (Olho de Mocho) 3 - Metavulcanitos intercalados 4 - Parcialmente brechificados

* Metavulcanitos ácidos e básicos alternantes com Mármores Xistentos

Complexo Vulcano sedimentar carbonatado

Metavulcanitos ácidos e básicos

Ordovícico (?)

nível silicioso

Metadolomias Alternância de mármores xistentos e metavulcanitos básico-intermédios

Rochas intrusivas hercínicas Filões básicos Filões de quartzo, localmente com arsenopirite Rochas peralcalinas

36

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

“o

s mármores são

Câmbrico

Metavulcanitos ácidos e básicos e conglomerado de base Xistos, micaxistos, quartzitos negros e liditos

Fig. 3 – Mapa geológico do anticlinal de Estremoz (Moreira, J., and Vintém, C., coords., 1997), sobreposto a uma imagem do Google Earth. Os mármores estão representados a azul-escuro e a azul-claro. Adaptada de Lopes & Martins (2010).

Precâmbico

explorAdos no

Alen-

tejo, numA estruturA geológicA conhecidA por AnticlinAl de

estremoz



O anticlinal de Estremoz é o principal centro produtor de mármore em Portugal e um dos mais importantes a nível mundial. A existência de muitas pedreiras na região permite uma exposição tridimensional da geologia sem par no resto do território português. Ainda mais que já existem pedreiras que atingem cerca de 150 m de profundidade. Esta exposição permite verificar que os efeitos da Orogenia Varisca na região estão bem preservados. Estes reflectem-se no dobramento e redobramento diferencial dos mármores em função da espessura das camadas, da maior ou menor ocorrência de materiais xistificados e interestratificados e da própria natureza destes. De qualquer modo estas estruturas preservadas nas pedreiras originam belos padrões estéticos que, frequentemente, são realçados nas aplicações finais dos mármores (Fig. 4).

“o

AnticlinAl de

estre-

moz é o principAl centro produtor de more em

már-

portugAl e um

dos mAis importAntes A

nível mundiAl.

Fig. 4 – Padrões geométricos obtidos pelo corte e polimento em livro aberto de chapas de mármore Ruivina.

No passado também se exploraram mármores noutras localidades alentejanas: Vila Verde de Ficalho, Trigaches, Serpa, Viana do Alentejo e Escoural (Fig. 2). Apenas a primeira referida apresenta actualmente alguma actividade. Em todos os casos os mármores ocorrem integrados em Complexos Vulcano-Sedimentares. Ainda que ocorram algumas variações locais a sequência litoestratigráfica composta por mármores, calcoxistos, metavulcanitos ácidos e básicos é uma constante. As diferenças texturais e mineralógicas que apresentam estão condicionadas pela posição que estas jazidas apresentam em relação à Orogenia Varisca, ou seja apresentam condições metamórficas para a sua formação (diferentes pressões e temperaturas) (Lopes, 2003). Nas últimas décadas foram feitos inúmeros estudos para avaliar os mármores paleozóicos do Alentejo (Gonçalves, 1972; Reynaud & Vintém, 1994; IGM, IST & UE, 2000; Vintém, et al., 2003; Carvalho, 2008). Tendo em conta a interacção entre a actividade extractiva e o ambiente a aplicação de metodologias que permitem um uso mais eficiente do terreno, também têm sido estudadas e no futuro conduzirão a uma gestão eficiente e global do território (Falé et al., 2004; 2006).

38

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


É do conhecimento geral que estes mármores foram explorados como recurso geológico desde a Antiguidade. A mais antiga evidência escrita, data de 370 a.C. O achado arqueológico está representado por uma lápide mandada fazer pelo capitão cartaginês Maarbal na sua viagem de Faro para Elvas e foi descoberta pelo Padre Espanca em Terena – Alandroal (Brito da Luz, 2005). Mais tarde, ainda no Período Romano, os mármores foram largamente utilizados tanto como elementos estruturais como decorativos, por exemplo no Templo Romano de Évora (Fig. 5), no Teatro Romano de Mérida (Espanha) (Fig. 6), etc. Na Idade Média, os mármores foram utilizados para a construção de palácios, castelos e outros edifícios. Desde o século XV os mármores começaram a ter uma utilização mais proeminente, tanto nacional como internacionalmente, tendo sido transportados pelos exploradores portugueses para a África, Índia e Brasil. Durante os séculos seguintes, foram procurados para fins ornamentais e aparecem embutidos com várias associações policromáticos em monumentos nacionais e internacionais, como por exemplo o Mosteiro dos Jerónimos (Portugal), o Mosteiro de Escorial (Espanha), em vários monumentos em Roma (Itália), no Louvre e em Versailles (França). A alguns destes foi atribuído o estatuto de Património Mundial da UNESCO (Milheiro, 2003). No século XX, com a introdução de novas tecnologias de produção e especialmente, na década de 70, com a abertura da economia portuguesa ao exterior, a indústria do mármore deu um salto quantitativo e qualitativo tornando-se uma referência mundial (Brilha et al., 2005).

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

39


“n

o

período romAno,

os mármores ForAm lArgAmente utilizAdos tAnto como elementos estruturAis

como decorAtivos.

Fig. 5 – Templo Romano de Évora; as bases e os capitéis das colunas em granito, são de mármore branco de Estremoz.

Fig. 6 – Detalhe do Teatro Romano de Mérida (Espanha); as colunas são em mármore “Ruivina da Lagoa” que se encontra no flanco Sudoeste do anticlinal de Estremoz.

Os mármores correspondem a uma pequena parte do anticlinal de Estremoz. Considerando que só se exploram 30% dos 27 km2 que os mármores ocupam, 10% de aproveitamento e explorações até 100 m de profundidade, obtemos 220 milhões de toneladas o que, levando em conta a exploração média anual máxima de 400.000 toneladas no período entre 2000 e 2002 (INE – Instituto Nacional de Estatística), permite-nos apontar reservas para cerca de 550 anos. Este valor é calculado por defeito pois sabemos que a jazida chega a atingir mais de 400 m, em Fonte da Moura – Pardais (Vila Viçosa), e entre Carrascal e Encostinha (Borba), onde os mármores mais nobres e de melhor qualidade estão a mais de 280 m. Actualmente existem apenas quatro pedreiras com cerca de 100 m de profundidade, ou seja, podemos seguramente afirmar que não será por falta de matéria-prima que os mármores alentejanos deixarão de poder afirmar-se mundialmente.

“n

ão será por FAltA de mAtériA-primA que os mármores

AlentejAnos deixArão de poder AFirmAr-se mundiAlmente.

40

ROCHAS & EQUIPAMENTOS



ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS Durante muitos anos as empresas que desenvolviam a sua actividade nos Concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa caracterizaram-se por estruturas familiares, com recursos humanos pouco qualificados, pautadas por métodos de gestão intuitivos. Com acrescente concorrência nacional e estrangeira, as empresas, gradualmente, têm vindo a organizarem-se, apostando em quadros qualificados, num apreciável desenvolvimento tecnológico, na formação profissional e por isso numa mão-de-obra mais qualificada, numa gestão profissionalizada materializada em linhas de desenvolvimento bem definidas, maior sensibilidade para as questões ambientais e numa estratégia de marketing planeado e mais agressivo. Actualmente, são algumas as iniciativas e os projectos com vista à promoção e ao desenvolvimento do subsector das rochas ornamentais e particularmente dos mármores alentejanos, apostando em campanhas de segurança, higiene e saúde no trabalho, bem como no desenvolvimento do conceito de empresas eco-eficientes e em metodologias de valor sustentável. Testemunhando a importância do Sector das Rochas Ornamentais na economia portuguesa, foi governamentalmente reconhecido o “Cluster da Pedra Natural”, na sequência do qual se constituiu a Associação Valor Pedra (VAPE) cuja missão consiste na implementação de iniciativas relacionadas com o Cluster das Pedras Naturais que visem a inovação, a qualificação e a modernização das empresas do Sector e que desenvolvam a cooperação entre empresas, associações empresariais, centro tecnológico, instituições de I&D, centros de formação e outras entidades do Sector contribuindo para a dinamização de processos de transferência de tecnologia, de incremento da produtividade, competitividade e inovação nas diversas actividades económico – produtivas. Esta Associação, sediada fisicamente no CEVALOR (Centro para o Estudo e Valorização das Rochas Industrias e Ornamentais), integra como sócios fundadores, o próprio CEVALOR, associações sectoriais como a ANIET (Associação Nacional da Indústria Extractiva e Transformadora) e a ASSIMAGRA (Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins), industriais do sector, institutos públicos como o LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) e universidades (Universidade de Évora, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Instituto de Engenharia do Porto). Desde a sua criação tem mobilizado empresas, universidades e institutos para a apresentação de projectos que visam a Promoção da Pedra Natural Portuguesa, a Sustentabilidade Ambiental da Industria Extractiva e o Desenvolvimento de Novas Tecnologias para a Competitividade da Pedra Natural. Actualmente, dois dos principais projectos já estão aprovados e em curso, e como contam com a participação de várias empresas e das duas Associações Industriais (ASSIMAGRA e ANIET), a transferência de resultados para as empresas será uma realidade.

42

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


“d

esenvolvimento

sustentável, é Aquele que sAtisFAz As necessidAdes

do presente sem comprometer A possibilidAde dAs gerAçÕes FuturAs

sAtisFAzerem As suAs própriAs necessidAde.

Estes projectos vêm de encontro ao inevitável desenvolvimento que as empresas da região terão de sofrer e que passará forçosamente por um processo de modernização, onde o conceito de sustentabilidade deverá estar sempre presente. Existem inúmeras definições de sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável, sendo que uma das mais citadas e que de certa forma generaliza o conceito é a publicada pela Bruntland Comission (World Comission on Environment and Development), no seu relatório (Our Common Future). Assim, de acordo com esta comissão o desenvolvimento sustentável “é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (Bonito, 2010). Assim, as empresas do sector deverão desenvolver modelos de forma a optimizarem três indicadores da sustentabilidade: o ambiental, o económico e o social. No indicador ambiental é fundamental o controlo do volume de resíduos produzidos, do consumo energético, de água, de materiais consumíveis, a optimização no tráfego de equipamentos móveis e a prevenção de acidentes ambientais. No indicador económico é fundamental a quantificação dos custos do processo produtivo e do lucro gerado, despesas com instalações, cauções e custos ambientais, não esquecendo também possíveis custos envolvidos em acções de I&D. Finalmente, no indicador social dever- se-á ter em linha de conta a promoção do emprego directo e indirecto, sem descurar um parâmetro económico fundamental que é a prevenção de riscos de acidentes.

“A

s empresAs do sector deverão desenvolver modelos

de FormA A optimizArem três indicAdores dA sustentAbilidAde: o

AmbientAl, o económico e o sociAl.

PRODUÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS Não obstante uma implacável recessão económica mundial, ligeiramente contrariada pelo contributo de países como a China e a Índia, países esses com uma posição cada vez mais marcante no panorama do comércio mundial de rochas ornamentais, Portugal, apesar, de ter vindo a perder quotas de mercado e da dificuldade de se manter competitivo com alguns países do Oriente, Turquia e Brasil, mantém-se firmemente numa posição de relevo no que diz respeito à produção de rochas ornamentais (Tabela 1), graças à qualidade evidenciada pelo material pétreo nacional e à adaptação empresarial.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

43


Tabela 1 – Produção mundial de rochas ornamentais em toneladas. Países China Índia Irão Itália Turquia Espanha Brasil Egipto Portugal Grécia USA França Polónia

2003 18 600 000 14 221 000 10 000 000 10 810 623 6 200 000 7 625 000 6 000 000 1 950 000 2 792 545 2 100 000 1 340 000 1 231 500 800 000

2004 20 600 000 15 528 000 10 400 000 10 883 849 7 725 000 7 830 000 6 400 000 2 200 000 2 950 190 2 100 000 1 460 000 1 189 020 1 100 000

2005 21 000 000 17 367 000 10 493 000 10 658 758 8 250 000 7 987 000 6 900 000 2 800 000 2 948 732 2 100 000 1 360 000 1 200 480 1 100 000

2006 21 500 000 19 000 000 11 045 000 10 554 903 9 400 000 8 100 000 7 500 000 3 300 000 3 122 358 2 200 000 1 330 000 1 214 600 1 100 000

2007 22 000 000 21 500 000 11 100 000 10 048 221 9 500 000 8 000 000 7 500 000 3 500 000 3 178 840* 2 100 000 1 500 000 1 200 000 1 100 000

Fontes: Internazionale Marmi e Macchine Carrara Spa (2007); *DGEG (2008).

No peso do mercado nacional de Rochas Ornamentais, os mármores de Estremoz, Borba e Vila Viçosa durante muitos anos posicionaram-se no lugar cimeiro no que diz respeito à extracção, transformação e exportação, no entanto, gradualmente têm vindo a perder terreno para outras rochas ornamentais, nomeadamente, os calcários sedimentares do Maciço Calcário Estremenho, com forte desenvolvimento graças ao mercado chinês e também para os aglomerados que têm paulatinamente vindo a conquistar mercado e são hoje uma realidade principalmente na produção de bancadas de cozinha. Actualmente, os mármores de Estremoz, pertencendo ao Subsector das Rochas Ornamentais e integradas no Sector da Pedra Natural, são extraídos e transformados, por cerca de 6 % das empresas do total do País gerando um volume de emprego de 12,22%, também em relação ao total nacional, só ultrapassado pelas grandes regiões de Lisboa e Porto (Martins, 2009). Apesar da crise mundial, as estatísticas têm revelado uma ligeira subida na produção de rochas ornamentais portuguesas com uma evolução de 2 792 545 t em 2003, para 3 178 840 t em 2007 (Tabela 1). Fazendo uma análise da produção das diferentes tipologias em Portugal constata-se, que os calcários têm apresentado uma importância crescente e são os que mais contribuem para o valor da produção nacional (Fig. 7). Por outro lado, os mármores embora apresentem uma tendência decrescente o seu valor praticamente se mantêm, reflectindo a qualidade destes materiais. Esta observação é confirmada pelo facto de, por exemplo, em 2007 a produção de calcários (629 941 t) ser sensivelmente três vezes superior à dos mármores (240 200 t) e, no entanto o seu valor (47 840 000 €) apenas acresce 27% em relação aos mármores (37 743 000 €). Análise similar poderia ser feita em relação aos granitos, aqui com diferenças ainda mais acentuadas. Efectivamente os valores de produção ainda são mais elevados (798 990 t) e o valor económico é praticamente idêntico (38 162 000 €) (Fig. 8).

44

ROCHAS & EQUIPAMENTOS



Os números são perfeitamente elucidativos da importância que, actualmente, a extracção de mármores e calcários tem em Portugal. Queremos realçar que estes valores apenas se referem à produção de matéria-prima e não ao valor acrescentado pela transformação e aplicação da mesma. Diferentes materiais requerem processamento diferenciado conforme o acabamento e posterior aplicação.

Rochas Ornamentais em Portugal Produção (€)

Produção (x1000) €

50000 40000 30000 20000 10000 0

2003 Mármores

2004 Cálcários

2005

2006

Granitos Similares

2007

Ano

Ardósia e Xistos

Fig. 7 – Produção de Rochas Ornamentais em Portugal entre 2003 e 2007 (DGEG, 2008).

Rochas Ornamentais em Portugal

Produção (t)

Produção (t)

800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0

2003

Mármores

2004 Cálcários

2005

2006

Granitos Similares

2007

Ardósia e Xistos

Fig. 8 – Valor das Rochas Ornamentais em Portugal entre 2003 e 2007 (DGEG, 2008).

46

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Ano



CARACTERÍSTICAS DOS MÁRMORES ALENTEJANOS A excelência dos mármores alentejanos torna-os muito versáteis, permitindo a sua utilização como pavimentos e revestimentos de interiores e exteriores, decoração de interiores (lareiras, soleiras, mesas, escadarias, tampos de cozinha, etc.). Também são frequentemente usados em mobiliário urbano, como bancos, mesas de jardim e fontes, na arte funerária, como alvenaria em obras de engenharia, como elementos estruturais em edifícios e para calcetamento de passeios e estradas. A sua trabalhabilidade e variedade de cores, torna-os pedras de primeira escolha por escultores que, ao longo dos tempos têm produzido obras de arte de grande requinte e elevado valor estético. A alta qualidade dos mármores de Estremoz, de grão médio revelam excelentes propriedades físicas e mecânicas, bem como pela sua beleza, a qual é comprovada pelo seu preço e pelo elevado volume de pedra extraída, colocando Portugal num dos lugares cimeiros a nível mundial, no que diz respeito à produção de mármore. As cores variam desde o branco, até ao creme, cor-de-rosa, cinzento ou preto, com variadas vergadas de diferentes cores (p. ex. branco com vergadas cor-de-rosa). O tipo de mármore rosa é internacionalmente cobiçado, graças à sua qualidade e beleza. Também os blocos da variedade branca ou creme são frequentemente procurados para estatuária (Fig. 9). Fig. 9 – Alguns tipos de mármores portugues mais conhecidos.

Analisando os valores relacionados com propriedades físicas e com a composição carbonatada de diversos mármores portugueses e alguns provenientes da Turquia, Itália, Grécia, China e Brasil (Tabela 2), constata-se que os mármores portugueses da Zona de Estremoz – Borba – Vila Viçosa apresentam valores perfeitamente enquadrados com os valores revelados pelos restantes. Em relação à resistência mecânica à compressão antes e depois do teste de gelividade, os valores são relativamente semelhantes, com excepção dos valores apresentados pelo “Bianco Carrara Unito C” de Itália, “Imperial Pink” do Brasil e “Salome” da Turquia com valores muito altos para mármores. Em relação aos valores da resistência mecânica à flexão, os mármores portugueses exibem resultados muito favoráveis. Os restantes parâmetros revelam valores esperados para rochas carbonatadas, possuindo os mármores portugueses, características óptimas para aplicações em interiores, exteriores, arte funerária e para o fabrico de tampos para revestimentos de móveis.

48

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


ROCHAS & EQUIPAMENTOS

49

China

185 75,6

971

898

1019

184 83,8 174

1182

1199 833 1019

174

65 151

155

959

844

2703

2715

2717

2713

2718

2713

2709

Massa Volúmica Aparente kg/m3

0,1

0,05

0,06

0,05

0,07

0,07

0,08

Absorção de Água à P. At. N. %

2820

2880

2732 2693 2730

2705

2674

2688

2710 2730

0,17

0,68

0,06 0,08 0,1

0,11

1,5

1,6

0,1 0,1

MÁRMORES ESTRANGEIROS

256

270

179

238

243

208

208

965

1181

1209

447 590

977

952

950

863

950

933

895

Resistência Mecânica à Flexão kg/cm2

0,4

0,17

0,2 0,2

0,28

0,14

0,16

0,15

0,2

0,17

0,23

Porosidade Aparente %

Fonte: Ministério da Indústria e Energia, Direcção Geral de Geologia e Minas (1992); http://www.stoneexpozone.com

Villa Gray

China

Mystique Dark

Greece

Brazil

Imperial Pink

Turkey

Greece

Greek Cipolino

Salome

Italy

Calacatta Bianco

Thassos Saliara Snow White vein

Italy

863

Vila Viçosa, Pardais, Fonte da Moura

Ruivina da Fonte da Moura

Bianco Carrara Unito C

930

Borba, S. Tiago de Rio de Moinhos, Ruivina

Ruivina Escuro

648 701

872

Vila Viçosa, Bencatel, Santos

Rosa Aurora

Turkey

990

Borba, S. Tiago de Rio de Moinhos, Herdade do Mouro

Crème Venado

Afyon White

970

Estremoz, Sta. Maria, Cerca de Sto. António

Branco Rosado

Turkey

967

Vila Viçosa, Bencatel, Vigária

Branco

Afyon Tiger Skin

788

Vila Viçosa, Pardais, Lagoa

Branco Estatuária

Resistência Res. Mec. Com. Mecânica após Teste à Compressão de Gelividade 2 kg/cm kg/cm2

Localização

Tipo

MÁRMORES PORTUGUESES

8

10,3

7,2

14,8

5,4

7,3

11,1

7,3

12,6

9,9

Coeficiente de Dilatação Linear Térmica 10-6 por ºC

0,35

0,37

3,31

8,55

4,72

6,66 0,51

2

2,6

3,7

2,6

2

2,1

2,8

Resistência ao Desgaste mm

46

71

73,8

55

45-50

50-55

60

50

45-50

65-70

Resistência ao Choque cm

Tabela 2 – Propriedades físicas e composição carbonatada de alguns mármores portugueses e estrangeiros.

78,9% CaO 45,9% CO 33,8% CO22 19,9% MgO

57% CaO 43% CO2 96% Calcite

99,6% CaO 95,2% CaO 55% CaO 44% CO2

95% Calcite 54% CaO 43% CO2

99% Calcite 55% CaO 43% CO2

99% Calcite 54% CaO 43% CO2

99% Calcite 54% CaO 43% CO2

94% Calcite 55% CaO 44% CO2

99% Calcite 55% CaO 44% CO2

98% Calcite 54% CaO 43% CO2

Composição Carbonatada


ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E OUTRAS ACTIVIDADES NA REGIÃO DOS MÁRMORES As zonas de intensa actividade mineira, fortemente dinamizadora das economias das regiões onde se desenvolvem, inevitavelmente descaracterizam o meio ambiente, transfigurando-o na maior parte das vezes de forma definitiva. Quando a actividade cessa ou abranda é fundamental encontrarem-se soluções para a sua reactivação. É aqui que a imaginação e o conhecimento adquirido ao longo da actividade são fundamentais, para que se consiga tirar partido do legado deixado pela indústria. Até final de 2010, o Projecto Rumys, “Rutas Minerales de Iberoamérica y Ordenamiento Territorial: un Factor Integral para el Desarrollo Sostenible de la Sociedad“, desenvolvido pelo CYTED (Cooperação “Ciencia y Tecnología de la Región Iberoamericana”), em diferentes campos, desde a investigação básica até ao desenvolvimento tecnológico e à inovação, surgiu da necessidade da criação de mecanismos no sentido de minimizar os impactes negativos deixados pela indústria mineira nas Sociedades Ibero-Americanas e rentabilizar o património mineiro e a sua riqueza mineral, considerando aspectos tão diversos como a geologia, a mineração, o turismo, o património histórico, a gastronomia e a sociedade. Em cada rota, o Projecto Rumys elaborou um inventário histórico da produção e valorização do património cultural e geomineiro, evidenciando o seu relacionamento com a Sociedade e em dois livros publicou os resultados desse inventário e previu qual o impacte social esperado com vista à promoção do desenvolvimento regional (Falé et al., 2008, 2009).

“Ar

otA do

mármore, locAlizAdA no AnticlinAl de estremoz,

promove o turismo industriAl que pAssA ForçosAmente pelo desenvolvimento integrAdo e simultÂneo de váriAs vertentes, como A turísticA, A cientíFicA,

A industriAl, A culturAl e A desportivA.

Para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Projecto RUMYS, foi candidatado, através da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, S.A., o Projecto “Promoção do Turismo Industrial”. Independentemente da sua aprovação há o compromisso entre a Universidade de Évora, a Direcção Geral de Energia e Geologia e a Câmara Municipal de Vila Viçosa de implementar a Rota do Mármore, como havia inicialmente sido preconizada com o acordo dos industriais, estando a sua inauguração agendada para a próxima Feira Internacional de Mármore do Alentejo (FIMAL) a realizar em Outubro próximo.

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Esta rota, localizada no Anticlinal de Estremoz, promove o turismo industrial que passa forçosamente pelo desenvolvimento integrado e simultâneo de várias vertentes, como a turística, a científica, a industrial, a cultural e a desportiva. A proposta apresentada consiste no envolvimento de empresas com potencial para o desenvolvimento do turismo industrial, através da elaboração de um plano de visitas turísticas. Assim, é uma óptima oportunidade para o visitante conhecer o potencial económico da cidade, bem como a valorização da marca das empresas envolvidas no projecto, a geração de novos negócios e a promoção turística da cidade. A integração entre os sectores industrial e de serviços envolvendo o processo de produção industrial nos roteiros de visitas da cidade, caracteriza-se como uma forma viável de desenvolvimento turístico local, uma vez que os colaboradores das empresas participantes do projecto, passam a ocupar o papel de actor principal do processo (Falé, et al, 2009). Para além das Rotas do Mármore, a região é dotada de condições ímpares e cenários absolutamente impressionantes para a prática do turismo de aventura e para a realização de provas mais ou menos radicais, como são exemplos as provas motorizadas “offroad”, competições de “BTT”, “Trial Bike” e “Moto Trial”. A primeira edição da prova Challenge Trophy que decorreu em Maio de 2010, nos Concelhos de Sousel, Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal contou com cerca de uma centena de atletas e durou dois dias onde os participantes tiveram de realizar várias provas de orientação e de obstáculos, aproveitandose o facto de algumas pedreiras com lavras suspensas apresentarem condições de segurança e técnicas para a sua concretização (Fig. 10).

Fig. 10 – Actividade no âmbito da prova VIII Challenge Trophy em pedreira com lavra suspensa no flanco sudoeste do anticlinal de Estremoz, Vila Viçosa.

Certas cavidades possuem características acústicas de alta qualidade permitindo a realização de concertos e festivais de música. Exemplo disso é o projecto a “Ópera vai aos Mármores”, que inclui a realização de uma ópera numa pedreira que será uma grande produção, com projecção nacional e internacional.

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Assim, o aproveitamento de pedreiras inactivas, nas proximidades dos centros urbanos, podem ser reconvertidas em centros de arte e lazer, com investimentos relativamente baixos, envolvendo alguma modelação superficial, plantação de ecrãs arbóreos, construção de infra-estruturas e adaptação dos terrenos para utilização adequada e em segurança.

CONCLUSÕES E APONTAMENTO FINAL De referir que os valores alcançados pela produção das rochas carbonatadas em Portugal, se deve particularmente à subida da produção de calcários sedimentares, em detrimento dos mármores que, nos últimos anos têm vindo a decair. A estagnação dos preços nacionais e mesmo a sua queda no panorama pétreo decorativo mundial fica a dever-se por um lado à substituição de tipologias de topo de gama por outras manifestamente inferiores, quer no que respeita à qualidade da rocha, quer no recurso à produção automática computorizada de peças normalizadas de série mais baratas que as de processamento mais complexo e elaborado e por outro à pressão da concorrência internacional, ou seja, aos baixos preços da oferta, sobretudo chinesa e indiana, mas também turca e brasileira (Martins, 2009). O mármore tem vida e é temperamental, muda de cor e textura conforme a luz do dia, a humidade e com o tempo, também envelhece. A sua heterogeneidade torna-o singular, podendo revelar verdadeiras pinturas abstractas, os seus traços sinuosos mostram-se por vezes rebuscados e de forte personalidade, impondo-se aos olhos de quem o observa. A diversidade das suas cores torna-o irreverente, mas também ele é capaz de se revelar sóbrio, materializado na constância do seu aspecto cromático, assim as condições que prevaleceram na sua génese o permitam. Aqueles que o trabalham, primeiro têm de o conhecer bem e tornarem-se íntimos, só assim conseguirão “moldá-lo” com sabedoria, alguma dela adquirida e herdade desde há milénios. Não é fácil domar um carácter rebelde, mas há quem o tenha feito com mestria, como Miguel Ângelo, Bernini, entre outros génios da escultura, munidos de arte e engenho possuíam a capacidade de dar vida à pedra. Também hoje, os há (Fig. 11), porém têm a preciosa ajuda da técnica e do desenvolvimento tecnológico. Fig. 11 – Bonsai, escultura de César Valério, Vila Viçosa.

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“A

Arte de dAr mAis-vAliA Ao

mármore, ou A outro tipo de pedrA ornAmentAl requer (...) sensibilidAde. só Assim é possível tirAr pArtido de umA mAtériA-primA de excepcionAl belezA.

Nem só de escultura se faz o aproveitamento do mármore. A sua aplicação como matéria-prima de construção, também tem sido feita desde há milénios, pois desde cedo o homem descobriu as potencialidades deste nobre material. A arte de dar mais-valia ao mármore, ou a outro tipo de pedra ornamental requer mais do que uma simples formação técnica. É necessária sensibilidade, desde a fase de extracção, passando por todos os estágios incluídos na transformação, até à correcta aplicação em obra (Fig. 12). Só assim é possível tirar partido de uma matéria-prima de excepcional beleza, caso contrário o resultado final poderá Fig. 12 – Espectacular exemplo de aplicação de mármore branco numa escadaria de uma casa particular.

umA últimA notA, antóniO ManUEl EstEvEs hEnRiQUEs QUE, DURANTE 30 ANOS ATRAVÉS DA SUA REVISTA ROCHAS & EQUIPAMENTOS, SEMINÁRIOS, CONFERÊNCIAS, PUBLICAÇÃO DE LIVROS E MUITAS OUTRAS ACTIVIDADES, DINAMIZOU E PROMOVEU O SECTOR DAS ROCHAS ORNAMENTAIS PORTUGUESAS, A QUEM DIRIGIMOS A NOSSA SINCERA HOMENAGEM. AO GRANDE TRABALHO REALIZADO POR

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1

Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Portugal e GeoBioTec Centro de Investigação, FCT (e-mail: rubevm@gmail.com)

2

Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Portugal; Associação Valor Pedra – Cluster da Pedra Natural & Centro de Geofísica de Évora, FCT (e-mail: lopes@uevora.pt)



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Assimagra (2006) - Guia de Gestão Ambiental do Sector das Pedras Naturais. Bonito, N. M. P. (2010) - Sustentabilidade na Indústria da Rocha Ornamental, análise da cadeia de valor em termos de consumo de energia, resíduos, impacte ambiental, uso de matérias-primas e processo produtivo; Tese de Mestrado em Engenharia Geológica; Universidade de Évora, pp. 139. Brilha, J.; Andrade, C.; Azerêdo, A.; Barriga, F. J. A. S.; Cachão, M.; Couto, H.; Cunha, P. P.; Crispim, J. A.; Dantas, P.; Duarte, L. V.; Freitas, M. C.; Granjal, M. H.; Henriques, M. H.; Henriques, P.; Lopes, L.; Madeira, J.; Matos, J. M. X.; Noronha, F.; Pais, J.; Piçarra, J.; Ramalho, M. M.; Relvas, J. M. R. S.; Ribeiro, A.; Santos, A.; Santos, V. & Terrinha, P. (2005) - Definition of the Portuguese frameworks with international relevance as an input for the European geological heritage characterization. Episodes, Vol. 28, No3, 36 p. Brito da Luz, L. M. N. B. (2005) - Análise Crítica ao Modelo de Desenvolvimento do Sector das Pedras Naturais: O Caso dos Mármores no Triângulo de Estremoz - Borba - Vila Viçosa, 1980 – 2003; Tese de Mestrado em Economia e Estudos Europeus; Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Economia e Gestão, pp. 290. Carvalho, J.M.F. (2008) - Cartografia Temática do Anticlinal, Zona dos Mármores, 2008, 36 p. Casal Moura, A. (2008) - Guia Prático para a Marcação CE dos Produtos em Pedra Natural; DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia; pp. 112. Casal Moura, A.; Carvalho, C.; Almeida, I.; Saúde, J. G.; Farinha Ramos, J.; Augusto, J.; Rodrigues, J. D.; Carvalho, J.; Martins, L.; Matos; M. J.; Machado, M.; Sobreiro, M. J.; Peres, M.; Martins, N.; Bonito, N.; Henriques, P. & Sobreiro, S. (2007) - Mármores e Calcários Ornamentais de Portugal. INETI, 383 p. Confindustria Marmomacchine - Directory, Editrice Promorama, Milano Itália, 2008 Conti, A; Bessi, C. I. (1996) - Il Marmo...Ieri e Oggi, Storia fotografica della lavorazione del marmo. Società Editrice Apuana, 251 p. DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia (2008) - Indústria Extractiva – Informação Estatística No12, 8 p. Falé, P.; Lopes, L.; Martins, R.; Henriques, P.; Carvalho, J.; Viegas, J.; Cabaço, J. (2009) - A Rota do Mármore no Anticlinal de Estremoz (Portugal), pp. 123 – 133, in Paúl Carron M. Ed., Rutas Minerales en el Proyecto RUMYS, p. 135, Guayaquil – Equador. ISBN 978- 9942-02240-0. CYTED. http://www.rumys.espol.edu.ec/publicacionesasp?pagina=Publicaciones Falé, P.; Lopes, L.; Martins, R.; Henriques, P.; Carvalho, J.; Viegas, J.; Cabaço, J. (2008) - A Rota do Mármore no Anticlinal de Estremoz (Portugal), in Paúl Carron M. Ed., Rutas Minerales de Iberoamérica, p. 242, ISBN 978-9942-01-654. RUMYS, Rutas Minerales y Sostenibilidad, CYTED - Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo. Guayaquill, Equador; pp. 169 – 177. Falé, Patrícia; Henriques, Paulo; Midões, Carla; Carvalho, Jorge M. F. (2006) - Proposta para o reordenamento da indústria extractiva no Anticlinal de Estremoz: Núcleo de Pardais = Re-planning of the marble extraction industry in the Estremoz Anticline: Pardais nucleus: a proposal. Actas do VII Congresso Nacional de Geologia 29 de Junho a 13 de Julho de 2006. http://e-geo.ineti.pt/bds/ornabase/default.aspx http://www.aniet.pt/ http://www.assimagra.pt/ http://www.cevalor.pt/

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http://www.dgge.pt/ http://www.graniteland.com/ http://www.graniteland.com/stone http://www.lneg.pt/

http://www.rochas.info/ http://www.stoneexpozone.com/ http://www.stoneworld.com/ http://www.valorpedra.pt/



CÉSAR VALÉRIO

Materiais Materials

ARTE ESCULPIDA

EM VILA VIÇOSA “d

As suAs

obrAs pode-se dizer que

AlgumAs pArecem estAr vivAs e A mAioriA tem o nome do

sentimento

que representA e trAnsmite.

césAr vAlério, nasceu em Vila Viçosa no ano 1976, onde reside e trabalha actualmente. Movido pela paixão de trabalhar o mármore, começa aos 17 anos a trabalhar como aprendiz de canteiro na oficina do pai. Em 2003, então com 27 anos, cria a sua primeira escultura abraçando desde então a actividade.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS


Actualmente já criou mais de 22 obras, algumas delas de grande porte chegando a superar os 1.500 kg. Das suas obras pode-se dizer que algumas parecem estar vivas e a maioria tem o nome do sentimento que representa e transmite. Salientamos aqui duas suas criações que actualmente fazem parte da sua colecção pessoal: - “Entrega” e “Injustiça”

“Entrega”

Imagem de um SAMURAI de joelhos como sinal de uma pessoa forte e de poder que oferece o seu coração, alma e serviços na sua forma pura e humilde. Esta peça foi esculpida a partir de um bloco de mármore Ruivina com 1,16x1,00x1,15m com um peso aproximado das 3 ton. Foram investidas 3980 horas de variadas técnicas de esculpir, lixar e polir reduzindo o bloco a uma imponente estátua com cerca de 1,5 ton.

“Injustiça”

A representação de um ANJO manifestando o sentimento que o baptiza pela inclinação da cabeças e os braços cruzados como quem não consegue repor a acção justa. Esta peça foi realizada em mármore branco português, mede 1,67x0,40x0,40m e pesa aproximadamente 200 Kg.

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Empresas Companies

20 Anos de sucesso 20 yeArs oF success

lUsOROchas - ROchas ORnaMEntais, lda A comemorar os já 20 anos, a Lusorochas – Rochas Ornamentais, Lda., é uma empresa portuguesa que se dedica à transformação de mármores e calcários e está sedeada em Pêro Pinheiro, zona de transformação de pedra por excelência. Celebrating 20 years of activity, Lusorochas – Rochas Ornamentais, Lda., is a Portuguese company dedicated to marble and limestone transformation, located in Pêro Pinheiro, a place with great tradition in stone transformation.

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Inovação | Qualidade | Design Inovation | Quality | Design A gerência é constituída pelo Eng.º Paulo Duarte (responsável pelo planeamento da produção e pela área financeira), por Domingos Duarte (que dirige a área de embalagem e acabamentos) e pela Dra. Ana Paula Ferreira (responsável da área comercial e de Marketing).

Management is assured by Eng. Paulo Duarte (responsible for production planning and financial department), Domingos Duarte (who directs the finishing and packaging department) and Ana Paula Ferreira (responsible for commercial department and Marketing).

Além da qualidade da matéria-prima, é no investimento em alta tecnologia e avançados sistemas de produção e na qualificação da sua equipa técnica que a Lusorochas encontra a justificação para a sua diferenciação na resposta a grandes projectos.

Besides the quality of the raw product, it is due to investment on high technology, advanced production systems and team qualification that Lusorochas justify its ability to answer to demanding projects.

Tendo, desde cedo, orientado os seus objectivos para a exportação, a Lusorochas conseguiu atingir a meta a que se propôs e o mercado internacional constitui actualmente 80% do destino da sua produção. A lista de destinos para os quais a empresa exporta inclui vários países europeus (França, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Escandinávia) e também EUA, Barbados, Argélia, Marrocos, China e Japão. Por isso, e apesar da crise que veio atingir o sector da construção, com

With an early early focus on exports, Lusorochas managed to achieve the goal it was proposed and international markets are currently the destiny of over 80% of its production. The list of countries where the company exports to includes several European countries (France, United Kingdom, Belgium, Holland, Scandinavia) and also USA, Barbados, Algeria, Morocco, China and Japan. Despite the crisis that reached the national construction

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Inovação | Qualidade | Design Inovation | Quality | Design reflexos no sector da pedra, a empresa tem vindo a registar, desde há 3 anos, um crescimento anual superior a 20%. Este crescimento é também o resultado da aposta nos mercados internacionais e nas economias emergentes, mercados onde a empresa tem vindo a ganhar competitividade.

market and somehow the stone market, the enterprise has been achieving an annual growth rate superior to 20% in the last 3 years. These results are also the result of the investment on international markets and emergent economies. It is here that the company has become more competitive.

A capacidade de produzir trabalhos mais complexos e de responder a obras de grandes dimensões permite apresentar bons resultados no segmento de mercado de gama alta que não acusa tanto a crise.

The capacity to produce complex works and answering to big projects also allows to present good results at an upscale market which does not reflects the crisis so much.

Ao longo dos anos a empresa tem investido no aumento das instalações, contando actualmente com 3 pavilhões num total de área coberta de mais de 3800 m2. A fatia mais significativa do investimento é, porém, a nível do equipamento, tecnologia e software: a substituição progressiva das máquinas culminou na aquisição de três máquinas CNC e uma Stone-Cut para corte e perfilagem de peças mais complexas.

Over the years the company has invested on its quarters counting currently 3 pavilions and more than 4.500 sq.yd of covered area. The major part of the investment, however, is for equipment, technology and software. The progressive replacement of older machines by more recent ones culminated with the acquisition of 3 CNC machines and one Stone-Cut for the cut of complex pieces.

A formação dos seus colaboradores é outro foco de relevo. O Eng.º Paulo Duarte, aponta “a valorização do quadro humano da empresa como um aspecto crucial no sucesso da organização” e explica que “quem trabalha com as máquinas de controlo numérico tem formação em AutoCAD para que mais facilmente pos-

The employees’ formation is another important investment. One of the managers, Eng. Paulo Duarte, points out “the valorisation of company’s human capital as a major factor on organization’s success” and explains that “who works with CNC machines has formation in auto-cad in order to

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Inovação | Qualidade | Design Inovation | Quality | Design sa resolver algum problema que surja e assim evitar perdas de tempo desnecessárias”. A questão do tempo é aliás um dos pontos que a Dra. Ana Paula Ferreira faz questão de realçar: “Sabendo como é importante para o cliente poder contar com o produto pronto no prazo acordado, a Lusorochas é capaz de definir com rigor o tempo de execução do projecto e o prazo de entrega junto do cliente.”

more easily solve any question that comes out and thus avoiding wasting time unnecessarily”. Time is moreover one of the aspects that Mrs. Ana Paula Ferreira wants to emphasize: “being aware of how is important for our clients to get the finished product on an established date, one of our strengths is being capable of defining accurately the time of execution and the delivery time.”

O gestor realça que “o sistema de produção desenvolvido maximiza os recursos disponíveis permitindo-nos dar resposta a solicitações complexas sem necessitarmos de um grande esforço em termos de mão-de-obra”.

The manager still appoints that “the production system that has been developed here maximises the existing resourses allowing us to answer complex requests with no need of a big effort on labour”.

Entre as pedras transformadas contam-se os calcários da região da Serra dos Candeeiros: Moca Creme, Semi-Rijo, Moleanos e Rosal bem como o Lioz e os mármores Ruivina e Estremoz, entre outras. Conforme indicado pelo Eng.º Paulo Duarte, “a procura varia com as tendências na arquitectura, quando algum cliente solicita pedras que não existem em Portugal isso é providenciado através de armazéns que trabalham em parceria com a Lusorochas, o que permite atender qualquer tipo de pedido desde que as pedras estejam disponíveis no mercado internacional, mas 90% das pedras que trabalhamos são de origem nacional.”

The stones the company works with are mostly limestones of Serra dos Candeeiros: Moleanos, Moca Cream, Semi-Rijo and Rosal, as well as Lioz and the marbles Ruivina and Estremoz, among others. As indicated by Eng. Paulo Duarte, “demand also varies with design tendencies, but when a client asks us for stones that are not from Portugal, we can provide them through partnerships with warehouses. This allows us to supply any type of stone since they are available on the international market”, still “about 90% of the stones we work with are Portuguese.

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Inovação | Qualidade | Design Inovation | Quality | Design A gama de produtos fabricados inclui chapa, ladrilho, fachadas e forro de parede bem como lareiras, escadas, cantarias e cornijas. A aposta diferenciadora é porém nas peças por medida (como é o caso de medidas especiais para o ladrilho) e nas peças especiais, como as cornijas com perfil. Peças ornamentadas, com grande trabalho de pormenor e detalhes minuciosos são desafios bem-vindos para a equipa de programação que, aliando know-how à última tecnologia 3D (CAD/CAM), tem conseguido responder a desafios exigentes que superam mesmo as expectativas do cliente. É nesta linha de produtos diferenciados que a empresa pretende continuar a apostar.

The range of manufactured products includes slabs, tiles, façades and wall cladding, fireplaces, stairs, stonework and cornices. What differentiates us, however, is cut-to-size and special pieces, like cornices with profiles. Ornamental pieces, with a lot of details and great detail work are a welcome challenge to the production team who, by combining know-how with the latest 3D technology (CAD/CAM), has been capable of answer to very demanding requests and overcome the client’s expectations. The company wants to keep following this approach of specializing on differentiated products.

Os objectivos da Lusorochas para o futuro passam pela aposta contínua na inovação, de modo a dar resposta aos novos desafios, e pela antecipação das tendências do mercado para dar continuidade à vantagem competitiva alcançada, de forma a que continue a ser uma das pioneiras na realização de diversos projectos em que a qualidade é um ponto-chave.

The main goals for the future include a continuous effort on innovation, being capable to answering new challenges and anticipate the market tendencies in order to maintain the competitive advantage already reached and keep being a pioneer on several projects where quality is the key point.

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Mercados Markets A cAlçAdA portuguesA ESPALHA HISTÓRIA PELOS QUATRO CANTOS DO MUNDO. POR: ERnEstO MatOs

o chão é umA dAs bAses FundAmentAis pArA o desenvolvimento dA comunicAção, dA economiA, do lAzer e do desFrutAr de umA cidAde. se o pudermos usuFruir de umA mAneirA culturAl onde os vAlores étnicos de cAdA região se vAlorizem, AliAdos A um piso consistente e durável, então A vidA em sociedAde será substAnciAlmente melhor. A técnicA dA cAlçAdA portuguesA pode Aqui ter um pApel FundAmentAl. As águAs drenAm mAis FAcilmente As terrAs e As poeirAs existentes nA ruA são eliminAdAs com mAior FAcilidAde.

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“n

A minhA segundA visitA A

mAputo

tive A oportunidAde de ir à ilhA de

moçAmbique

e Aí depArei-me com um conjunto de cAlçAdAs e elementos Arquitectónicos dignos de umA embAixAdA do pAtrimónio dA

Como se poderá verificar, estejamos ou não atentos, os desenhos das calçadas fazem sobressair riquíssimos elementos gráficos que dão alma à vivência de uma cidade. Paris ou Londres podem ter realmente os mais belos jardins, mas os passeios das suas principais avenidas são cinzentos e tristes. A luz não reflecte com naturalidade porque o cimento absorve os raios luminosos e as fachadas adormecem mais cedo.

Na minha segunda visita a Maputo tive a oportunidade de ir à Ilha de Moçambique e aí deparei-me com um conjunto de calçadas e

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unesco.

elementos arquitectónicos dignos de uma embaixada do património da Unesco. Assim, não vale a pena continuar a lutar por verdadeiras cidades-museus onde se possam desfrutar valores universais 24 horas por dia? A calçada tem aqui um peso indispensável, tal como o foi aproveitado em Macau, considerado actualmente um dos principais pólos de turismo da Ásia, além de dignamente salvaguardado pela Unesco.



A exposição foi composta por duas vertentes. A primeira, exclusivamente sobre Macau, resultante do lançamento do livro “Calçada Portuguesa de Macau” e de uma exposição que esteve patente em Lisboa, em Abril de 2010. Aqui, num percurso, através de 12 imagens de locais daquele território mágico, poderemos assim viajar por uma dimensão extraordinária, quer nos exteriores como nos interiores dos espaços comerciais. A China no seu esplendor cultural e estética embrenhada nos desenhos da calçada. A segunda parte é um trajecto através de um itinerário com 21 imagens à volta do globo, este planeta chamado Terra. Inicia-se a viagem em Lisboa e como que em linha recta vamos circum-navegar e terminar no Brasil.

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Pelo caminho, pelas vias terrestres, pé ante pé fazemos de novo a circum-navegação de Magalhães, por um mar também, mas agora num mar de pedras, de mitos, de ritmos, de ternura e desejo, tal os navegadores do passado que mostraram o mundo ao mundo com simples velas de lona como as lonas destas imagens. Da velha Europa descemos a África e já pela outra costa, depois de Moçambique descemos a Timor para voltar a subir à China. Atravessamos o Pacífico e ali no meio encontramos o Hawai, continuamos até à costa Oeste americana, cruzamos a Route 66 até Bristol e descemos ao Brasil, depois, aqui nos encontramos. Vêem como é fácil viajar! Tal como o é fácil fazer nos empedrados de calçada e nos seus desenhos que em cada rua podemos embarcar em viagens infinitas.


“A

culturA AindA está vivA dentro de cAdA um de nós,

independentemente dA região do mundo

em que nos encontrAmos.

Alguns padrões da calçada já pertencem há muito tempo à cultura popular de cada região como é o caso de Cabo Verde que apostou nos padrões da tapeçaria. O Brasil, com desenhos de influência índia através do projecto do arquitecto paisagista Burle Marx, em Copacabana. Em Maputo, um exemplo aplicado na Escola Nacional de Artes Visuais na Avenida HoChi-Min que através de uma parceria de intercâmbio cultural aplicou sabiamente no chão padrões da cultura de Cabo Delgado. Quantos outros desenhos e calçadas se poderiam aplicar com facilidade? A cultura ainda está viva dentro de cada um de nós, independentemente da região do mundo em que nos encontramos. E a cultura não serve para mais nada senão para de uma forma unida transmitirmos e partilharmos os valores desta comunidade universal.

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Entrevista Interview

UMA ENTREVISTA REALIZADA por tEREsa QUintEla ENTRE 1 Eng. caRlOs caxaRia, 2 Eng. ManUEl siMÕEs E 3 sR. ManUEl bRitO da lUz

MÁRMORES E CALCÁRIOS PORTUGUESES QUEREM AUMENTAR EXPORTAÇÕES No passado dia 28 de Setembro o Parque de Feiras e Exposições de Estremoz foi palco para uma entrevista realizada pela Jornalista Teresa Quintela sobre o panorama das exportações dos Mármores e Calcários nacionais. É esta entrevista que aqui publicamos por gentil cedência da Antena 1.

tEREsa QUintEla: Portugal já foi o terceiro maior exportador de Rochas Ornamentais, neste momento ocupa o nono lugar. Os empresários do Sector querem subir nesta tabela e acabam de fazer uma grande campanha nesse sentido na maior exposição universal de sempre, em Xangai, na China, onde participaram mais de 240 países e organizações internacionais. Uma ampla delegação de empresários portugueses deu a conhecer a qualidade das Rochas Ornamentais portuguesas.

portugAl já Foi

o terceiro mAior exportAdor de rochAs ornAmentAis, neste momento ocupA o nono lugAr.

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As nossas exportações de Rochas Ornamentais para a China, por exemplo, somam, anualmente, cerca de 250 Milhões de Euros mas os empresários do Sector acreditam que estes números podem crescer e muito, ou não fosse a China o maior consumidor mundial de pedra natural. É justamente na exportação que os empresários do Sector depositam todas as esperanças já que, como dizem, em Portugal o mercado está praticamente estagnado.


TQ: Eng. Carlos Caxaria qual é, neste momento, o panorama do Sector das Rochas Ornamentais em Portugal? Eng. Carlos Caxaria: Temos que olhar para o Sector das Rochas Ornamentais com três perspectivas diferentes: - Temos a área dos granitos que é complemente diferente da dos mármores - Depois temos a dos mármores da zona do triângulo em que nós nos inserimos hoje - E a zona centro da pedra das Serras de Aire e Candeeiros Podemos dizer que na Zona das Serras de Aire e Candeeiros o mercado está bom, está tudo vendido à partida, tem grande procura especialmente para a China; o mesmo não acontece com os Mármores aqui da Zona do Alentejo onde aparentemente há uma pequena recuperação mas que ainda está longe de atingir os tempos de há dez anos atrás, por exemplo. […]

Na zona de Estremoz, “notou -se um aumento das vendas e isso teve a ver principalmente

Euro em relação ao Dólar. “ com a queda do

TQ: O Eng. Manuel Simões é o Presidente da Assimagra. Este Sector, como disse no início, está em nono (9º) lugar como exportador de Rochas Ornamentais; há quem diga que de facto desde o início do ano as vendas tendem a crescer… nota-se de facto essa tendência ou é uma subida muito ténue? Eng. Manuel Simões: Não é a subida que nós queríamos mas realmente no decorrer deste ano, principalmente aqui na zona de Estremoz, notou-

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se um aumento das vendas e isso teve a ver principalmente com a queda do Euro em relação ao Dólar. Os principais mercados do nosso mármore são os países árabes, portanto é sempre feita a comparação com Dólar. […] As empresas têm sofrido bastantes dificuldades em termos de tesouraria nos últimos 3-4 anos que foram bastante complicados dada a diferença que o Dólar e o Euro atingiram e que levou ao esmagamento acentuado dos preços. TQ: Essa ligeira subida que se nota desde o início do ano é relativamente às exportações? MS: Obviamente relativamente às exportações. Directa ou indirectamente, deve ser exportado cerca de 80-90% do mármore que é extraído na zona de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, portanto o consumo interno é baixo para a capacidade de extracção que existe.

TQ: Sr. José Manuel Brito da Luz é empresário de Vila Viçosa e quase 90% da produção da sua empresa é também exportada para os mais diversos países, qual é a situação actual da sua empresa? Sr. José Manuel Brito da Luz – Nós somos duas empresas, temos uma empresa extractiva e uma transformadora e no total das duas empresas temos 120 trabalhadores. TQ: Então a Marbrito é…? JMBL: Marbrito é a transformadora e a Marmoz a extractiva. TQ: Então dê-nos as duas perspectivas: qual é o balanço que faz, neste momento, do seu negócio? JMBL: O balanço que faço neste momento do negócio é bastante mau. Embora eu penso que, em relação ao ano passado, tenha havido um aumento em termos quantitativos, em moeda o valor é bastante mais baixo. Isto diz-me: há mais procura mas a valorização da nossa pedra tem sido muito baixa porque os mercados que a têm levado para exportação têm-nos apertado os preços de uma maneira significativa. […]

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TQ: Sr. Eng. Carlos Caxaria, a China importa de Portugal sobretudo o mármore em bruto […] e a transformação é feita lá não sendo assim possível quantificar a mais-valia desta maneira. Ou seja, seria preferível para os empresários portugueses vender o produto já transformado? Mesmo assim, é evidente que a China é um mercado que é uma grande aposta… CC: Isso seria o ideal, de qualquer maneira é falaciosa a ideia de que os blocos podem não ter mais-valia. Há blocos que se vendem a tão bom

é um mercado de “mãoa -Cdehina -obra barata, por isso, é óbvio que eles tentem comprar os blocos para transformarem lá e depois concorrem a obras internacionais com industriais

portugueses a preços mais bai-

xos com a nossa própria pedra.

preço que a mais-valia vai no bloco. E o mercado interno pode também trabalhar blocos de 2ª onde também vai buscar essa mais-valia do mármore transformado. Logo, não é linear dizer que a exportação de blocos não dá mais-valia. Pode dar mais-valia. Agora, a China é por definição um mercado de mão-de-obra barata como nós sabemos, por isso, é óbvio que eles tentem comprar os blocos para transformarem lá e depois concorrem a obras internacionais com industriais portugueses a preços mais baixos com a nossa própria pedra. Logo, isto já diz algo… TQ: Isso era uma pergunta que gostaria de lhe fazer: como é que é possível proteger a origem da pedra, isto é, é possível que ela depois de transformada seja vendida como uma pedra que não é originária de Portugal?



CC: Não, essa questão não se coloca. Elas são relativamente conhecidas e os industriais poderão confirmar isso mas julgo que essa questão não se coloca. Penso que é uma falsa questão. TQ: Em tempos falava-se muito disso mas em relação a Carrara… Considera que é uma falsa questão? CC: É uma falsa questão e até já me deram a justificação: a questão dos mármores de Carrara que eram mármore português, deriva de um carimbo que era posto na pedra que dizia “M. Carrara” mas não se referia a Mármore de Carrara, era “Marina de Carrara” que era o destino da pedra.

é uma questão “ Ndeãosermos maiores

ou sermos mais pequenos,

é termos a devida dimensão para o país que temos.

TQ: Eng. Manuel Simões, qual é o balanço que fazem da campanha que fizeram agora na Expo Xangai? MS: O balanço é bastante positivo, os resultados vamos ter que esperar. Houve uma aposta em mostrar-se todas as diferentes pedras que existem em Portugal: hoje na China os nossos calcários das Serras de Aire e Candeeiros já têm uma taxa de conotação bastante elevada, portanto a China deve ser responsável, nesta altura, por uma compra superior a 50% no que se refere a blocos de 1ª qualidade e se fizermos viagens pelas grandes fábricas chinesas já encontramos calcários portugueses. No que se refere ao mármore (e aos granitos mas aí vai ser bastante mais difícil), portanto, no que se refere aos mármores cristalinos aqui da zona de Estremoz essa penetração não existe e obviamente a China hoje é o principal mercado do mundo… não só para o mármore, como para tudo. E quem já foi à China, e quem já visitou e tem no-

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ção das taxas de crescimento existentes na China e, principalmente, ao nível da construção porque é aí que se gasta a pedra, tem noção que não nos podemos demorar muito nem atrasar a colocar lá o mármore português porque, tendo em conta a produção que nós temos… TQ: Há outros mercados concorrentes e mais baratos… MS: Obviamente. Todos esses oito que estão à nossa frente, tiveram apoios nas alturas correctas, alguns deles governamentais. Como existe também a China… TQ: São sobretudo a Turquia, o Irão… MS: A Turquia, o Irão, o Egipto… portanto, todos esses novos mercados que nos últimos dez anos ultrapassaram Portugal, com grande margem. TQ: E agora como é que se pode fazer este caminho? MS: O problema não é o voltar a ultrapassá-los porque isso vai ser difícil até por uma questão geológica, ou seja, a nossa jazida existe aqui entre Estremoz, Borba e Vila Viçosa e se formos ao Redondo ou ao Alandroal que estão aqui bem perto, já não temos mármore para explorar e, quando falamos de uma país como o Egipto, como a Turquia ou como o Irão, estamos a falar de países que são se calhar metade da Europa e em que é normal que as jazidas sejam maiores. Não é uma questão de sermos maiores ou sermos mais pequenos, é termos a devida dimensão para o país que temos e para todos os efeitos a Rocha Ornamental é uma riqueza natural que nós temos no nosso subsolo e que funciona um pouco como o petróleo na Ará-

Quando se exporta 90% “daquilo que se arranca em Vila

Viçosa e Estremoz, entra divisa

à troca de pedra e é uma riqueza natural que não nos implica

absorção de divisa externa.


bia Saudita, ou seja, nós ainda trocamos pedra por divisa para o país, contudo, quando todos os dias ouvimos os problemas que o país tem, que todos os dias estamos a vender dívida, aqui no Sector, ainda se continua a vender pedra à troca de dinheiro que vem do exterior para Portugal. Portanto, quando se exporta 90% daquilo que se arranca em Vila Viçosa e Estremoz, entra divisa à troca de pedra e é uma riqueza natural que não nos implica absorção de divisa externa. […] Numa pedreira a maior parte do capital investido passa, ainda hoje, por mão-de-obra e custos energéticos. Esses custos energéticos são elevadíssimos em Portugal. Eu posso dar um pequeno exemplo: uma máquina que viva a 100 m de profundidade de uma pedreira só para arrancar pedra e que nem pneus tem – uma máquina giratória, por exemplo –, paga o mesmo preço do gasóleo do

Mercedes do Sr. Presidente da República, e isto é uma coisa que não tem explicação e só acontece em Portugal. Ou seja, não é plausível e não tem lógica. Mais valia termos máquinas agrícolas no fundo das pedreiras. Mas tem sido sempre assim. Não há qualquer tipo de apoio a esta extracção da riqueza portuguesa que depois é trocada por divisa. Nós sabemos que não é o momento certo para estarmos a pedir apoios ao Governo numa altura destas… TQ: Não terá muito sucesso… MS: Exactamente. E os bancos também não nos conseguem ajudar. Por isso vamos ter que tentar entrar num mercado como a China e penso que a solução passa um pouco por aí. TQ: E quando diz que correu bem esta campanha, quais são os indicadores que tem? MS: Correu bem porque houve muitos contactos

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com empresários. Houve duas perspectivas nesta campanha: houve a perspectiva da Expo Xangai e houve a perspectiva do grupo de empresários que acompanhou esta campanha que não esteve só na Expo Xangai, esteve, por exemplo, em Macau que é uma zona ainda com ligações estreitas a Portugal. TQ: É uma boa porta de entrada na China… MS: É um sítio onde a pedra portuguesa tem alguma penetração. Fizeram-se muitas visitas a sítios também localizados onde seria interessante mostrar a nossa pedra; houve contactos com os diversos agentes do sector, tanto empresários como arquitectos e agora vamos esperar os resultados. Mas foi um primeiro passo e foi positivo. […]

TQ: José Manuel Brito da Luz, como empresário já aqui disse que a sua empresa atravessa algumas dificuldades. Neste triângulo Estremoz, Vila Viçosa, Borba, a maioria das empresas está, neste momento, a atravessar esse mesmo panorama de dificuldade? JMBL: Eu posso falar pela minha […] mas está aqui o meu colega Manuel Simões que além de ser presidente da Assimagra também é industrial de extracção e industrial de transformação e penso que passará pelo mesmo. Ele já falou aqui num ponto fulcral que é uma das principais despesas das nossas empresas: a parte do gasóleo e a parte da electricidade, que são custos extremamente altos na parte extractiva e isto sem falar dos meios humanos que são também eles um custo alto. Se as empresas não forem ajudadas nesse sentido, eu faço uma pergunta: o que será se as empresas aqui deste triângulo Estremoz, Borba e Vila Viçosa começarem a fechar? […] TQ: Porque ainda é o principal empregador…

TQ: Eng. Carlos Caxaria, há alguma perspectiva para a criação em Portugal de alguma organização que ajude estes industriais na exportação e a aumentar a exportação?

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CC: Nós sabemos que realmente o Alentejo tem passado um mau bocado porque essas informações vão-nos chegando. Direi que 50% das pedreiras estão fechadas hoje, logo, […] cerca de 50% das pessoas estão no desemprego.

A nossa ideia […], “é criar uma espécie de núcleo empresarial virado para

a exportação, onde o objectivo é procurar novos mercados e tentar entrar nos mercados

de grande dimensão.

Também entendemos que os industriais não têm tido a capacidade de se organizarem para se virarem para o mercado externo de grande dimensão. Há muitas que têm o seu próprio mercado externo mas para responder a mercados como o da China o industrial a nível individual não tem capacidade de resposta para as grandes obras. Então, a nossa ideia que já está a germinar há mais de um ano e para a qual está-se a dar os passos no sentido da concretização, é criar uma espécie de núcleo empresarial – chamemos-lhe um núcleo empresarial virado para a exportação – onde o objectivo não é concorrer com os mercados que as empresas têm – interno ou externo –, mas sim procurar novos mercados e tentar entrar nos mercados de grande dimensão. Aqui a dificuldade passará por vezes em arranjar pedra para grandes encomendas com as mesmas características mas é um esforço que se vai levar a cabo até para dar alguma visibilidade à pedra do Alentejo que é onde tem havido alguma falha. […] Tem de se investir mais na visibilidade da pedra do Alentejo e se calhar até menos nas empresas porque tem-se gasto muito dinheiro das empresas ao longo destes últimos 20 ou 30 anos e os resultados, nalgumas circunstâncias, não são


muito animadores mas se nós estivermos a promover a pedra e se as pessoas gostarem de pedra e consumirem pedra, o reflexo é directo nas empresas. […]

Se nós estivermos “ a promover a pedra e se as pessoas gostarem de pedra

O problema é continuar o trabalho e conseguir que estes objectivos se cumpram.

TQ: O sector dos mármores já atravessou, como percebemos, melhores dias mas os empresários não baixam os braços e apostam agora em novos mercados para tentar aumentar o volume de exportação.

e consumirem pedra, o reflexo

é directo nas empresas.

TQ: Eng. Manuel Simões, se o resultado for de facto aquele que esperam desta campanha que têm feito e de outras que certamente farão, há capacidade de resposta das empresas portuguesas para poder exportar em grande quantidade para um mercado como a China? MS: Eu penso que sim. Aqui o problema seria se não existisse a pedra. Existindo pedra, extraí-la e aumentar as produções não será nenhum drama: há pessoas no desemprego que é possível empregar e máquinas existem todos os dias à venda […].

1 2

DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins

3

empresas MARBRITO/MARMOZ de Vila Viçosa

NOTA: Para efeito de publicação desta entrevista a Rochas&Equipamentos muniu-se te todo o cuidado para a sua transcrição o mais fiel possível, ainda assim, pelas diferenças assumidas entre a entrevista falada e a publicação escrita, viu-se necessitada de pequenos ajustes sem nunca alterar, contudo, o contexto da mesma.

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Sopa da Pedra The Stone Soup

OS SABORES DA PEDRA Carnes na Pedra

POR:

Victor Lamberto1

Nesta coluna, que aborda, desde há algum tempo, conexões entre as pedras e os sabores, apresentam-se, agora, as Carnes na Pedra, confeccionadas sobre uma pedra aquecida a temperatura extremamente elevada, técnica que toda a gente parece saber dominar…

A utilização de pedras ou rochas na culinária não é recente, pois este processo é conhecido desde, pelo menos, 18.000 a.C.. Os nossos antepassados longínquos terão, então, apreendido que as rochas têm aptidão para a acumulação e radiação lentas de calor. Esta importante propriedade presente nos materiais rochosos tornou-os, assim, uma ferramenta ideal para a confecção gastronómica de variados alimentos (e.g. pão, vegetais, mariscos, peixe, carnes, pizas, biscoitos) em culturas atentas aos recursos que a Natureza disponibilizava. (http://www.ehow.com/how_5045639_cook-hot-stones.html)

Esta propriedade, que converte a rocha num «termo-acumulador» natural pronto a ser usado é a denominada condutividade térmica, definida como a capacidade que um corpo apresenta de transmitir calor. Actualmente, a utilização da pedra na confecção de alimentos tem vindo a ser recuperada, podendo ser uma experiência aprazível, plena de sabores únicos e convívio, e evidenciando que, afinal, e como alguns de nós sabiam ou suspeitavam, a gastronomia é uma ciência interdisciplinar que envolve diversas ciências, designadamente a Geologia.

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Utilização de pedras na confecção de alimentos: Importa mencionar, desde já, alguns aspectos importantes na utilização de pedras na confecção de alimentos: a maior ou menor facilidade com que transmitem calor depende do tipo de pedra considerada: assim, as rochas mais ricas em sílica (quartzo) apresentam geralmente maiores valores, sobretudo o quartzito, mas também o granito, decrescendo ligeiramente nos mármores e mais acentuadamente nos calcários, e tendendo as rochas vulcânicas e afins ricas em Fe e Mg (e.g. basalto, gabro) para menores valores; a quantidade de calor transmitido, de forma homogénea em toda a superfície, é directamente proporcional à sua área e inversamente à espessura das mesmas; em termos de forma e dimensão, podem ser rectangulares, quadradas ou circulares (menos habituais), e individuais ou colectivas…

Neste contexto, são usadas pedras de rochas de diversos tipos, mas a utilização mais comum centra-se na utilização de rochas vulcânicas e afins (e.g. basalto, gabro), não sendo obrigatória a utilização de qualquer gordura, ao contrário do que sucede com outras formas de confecção igualmente imbuídas de convívio (e.g. fondue)… A utilização de pedras na cozedura de alimentos é muito versátil (e.g. aves, vaca, porco, marisco, peixe, vegetais, cogumelos). Todavia, no presente texto, e dado que atravessamos dias com temperaturas mais baixas, que justificam a ingestão de mais calorias, a escolha recaiu sobre uma receita de viandas, as Carnes na Pedra (adaptada de http://paracozinhar.blogspot.com/2009/05/carnes-na-pedra.html).

(http://www.highfieldsmotel.com.au/_webapp_400877/Hot_Rock_is_here)

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Ingredientes: Considere-se, em primeiro lugar, e para um repasto para quatro convivas, os seguintes ingredientes: 2 bifes grandes de vaca, cortados em pequenos lombinhos | 2 lombinhos de porco, cortados em pequenos bifinhos | alho em pó | sal | 1 ovo | 1 colher de chá de mostarda | sumo de limão | pimenta | gordura (azeite ou óleo) | 1 colher de sobremesa de pó de caril | 1 dente de alho picado | 1 colher de sopa de salsa picada | 1 colher de sopa de ketchup | molho inglês | 1 colher de chá de cominhos | 1 colher de chá de cravinho | 1 colher de chá de coentros em pó | 1 colher de chá de açafrão das índias | alface | couve roxa | cenoura ralada | batatas noisette | 2 laranjas em rodelas | 1 pimento verde em tiras | 1 chouriço de carne em rodelas…

Preparação e Confecção: Segue-se a preparação e confecção deste prato, que comporta os seguintes passos: Colocar a pedra, ou pedras, no forno e deixar aquecer durante 30 minutos a cerca de 200º C, seguindo as respectivas instruções; Temperar as carnes separadamente com o alho em pó e o sal;

molho de alho; na terceira juntar o ketchup e umas gotas de molho inglês, obtendo-se molho cocktail; adicionar à última os cominhos, o cravinho, os coentros e o açafrão, obtendo-se um molho oriental; Preparar a salada, com a alface, a couve roxa e a cenoura, e fritar ou assar no forno as batatas; Colocar os acompanhamentos (salada, batatas, laranjas e pimentos) em pequenas taças e levar para a mesa juntamente com os molhos; Levar as carnes para a mesa em recipientes separados, bem como o chouriço; Acender as lamparinas, caso sejam utilizadas, retirar a(s) pedra(s) do forno e colocar sobre a mesa em suporte apropriado; Chamar os convivas para a mesa; Colocar as carnes e os pimentos a grelhar sobre a(s) pedra(s) e deixar que cada conviva trate da sua refeição… Todavia, aconselha-se o leitor a deixar levar-se pela imaginação e a preparar os seus próprios condimentos e molhos e a optar por outros acompanhamentos. Sugere-se, outrossim, e para que este prato convivial seja devidamente degustado, o acompanhamento de um bom vinho, ou cerveja, que contribua para a concretização de um momento de grande prazer, descontracção, diversão…

Colocar o ovo, a mostarda, um pouco de sumo de limão, sal e pimenta e um pouco de gordura num copo alto e bater com uma varinha mágica até obter uma mistura cremosa, à qual se adicionará mais gordura até à obtenção de uma mayonnaise - o molho-base; Dividir este molho por quatro pequenas taças: a uma delas acrescentar o pó de caril, obtendo-se um molho de caril; à seguinte acrescentar o alho e a salsa picados, obtendo-se um

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(http://paracozinhar.blogspot.com/2009/05/carnes-na-pedra.html)


Utilização e Manuseamento das Pedras: E quais os procedimentos a seguir na utilização e manuseamento das pedras? Eis, desde já, algumas observações e sugestões: A manutenção de temperatura da superfície é importante: a CESA (Catering Equipment Suppliers’ Association) do Reino Unido defende que a dimensão das pedras terá que assegurar uma temperatura acima de 63º C durante um mínimo de 35 minutos - estudos indicam uma espessura mínima de 3 cm para garantir o calor durante pelo menos 40 minutos; São peças que atingem pesos superiores a 2 kg; É igualmente importante a garantia de segurança nesta utilização, pelo que recomenda-se a realização de testes que avaliem a presença de substâncias prejudiciais (e.g. chumbo, mercúrio, amianto) e que conduzam à sua certificação para uso alimentar; São previamente aquecidas lentamente (e.g. 20 minutos a 8 horas) no forno a temperaturas muito elevadas (e.g. 230 a 460º C) - vide instruções de utilização da pedra;

São usadas como «grelhadores de interior», colocadas sobre uma base segura e comportando, ou não, pequeno(s) recipiente(s) ou lamparina(s) para a manutenção da temperatura; Poderão cortar-se os alimentos (e.g. 2,5 cm x 5-7,5 cm) e preparar toda a refeição enquanto decorre o aquecimento no forno; Não é obrigatória a utilização de qualque gordura, mas aconselham-se algumas gotas e pedras de sal sobre a superfície quente (maior sabor, menor aderência); Os temperos e o tempo de cozedura dependem do «cozinheiro»; A colocação de muita comida ao mesmo tempo diminui a velocidade de cozedura; Recomenda-se cuidado com queimaduras e o uso de pinças ou talheres longos para manuseamento dos alimentos e, mesmo, limpeza de algum resíduo que se acumule durante a cozedura; Desaconselha-se a limpeza com detergente ou sabão, sendo preferível a utilização de água e de uma pequena espátula plástica ou esponja não abrasiva para a remoção de quaisquer resíduos…

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Poderá ser esta uma oportunidade para a pedra portuguesa aproximar-se do consumidor, posicionandose nas mesas dos convivas, em utilizações simples e ideais para o convívio com família ou amigos? Bem, a sua ligação a outra das imagens mais características e apelativas de Portugal, a gastronomia, poderá potenciar a promoção da pedra portuguesa… Desta forma, prossegue-se a degustação de sabores da pedra, neste caso com as lentas e conviviais Carnes na Pedra, sabores que se ligam à Geologia, através da utilização de «pedras grelhadoras de interior»…

(foto do autor)

Assim, e tendo presente que

vida rápida é uma vida superficial (Carl Honoré, 2004), que “ uma ” depressa e bem não há quem (provébio popular) e que “ apressado come cru (idem), ” “convidam-se os leitores a”preparar e degustar umas Carnes na Pedra…

Lentamente, com Prazer e em Boa Companhia, como defende o movimento global Slow Food!!! 1 Eng.º Geólogo, Mestre em Planeamento Mineiro, leader do Convivium Alentejo - Slow Food; vlamberto@gmail.com

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slowfoodalentejo@gmail.com



Notícias News Consultor de marketing aconselha empresários do sector da pedra natural a criar Consorcio de Exportação A FDP –“ Federación de la Piedra Natural de España”publicou recentemente na sua revista “Piedra Natural” um artigo de um prestigiado consultor em gestão, estratégia e marketing que aconselha a união dos empresários do sector como o caminho mais vantajoso para alcançar a internacionalização das empresas.

mercados externos.

outras empresas.

- Transmitem uma imagem mais forte e consistente. - Alcançam uma gestão mais profissionalizada e aumentam assim a sua competitividade.

- Gerem os conhecimentos adquiridos de forma mais organizada e estruturada.

Ignacio Prieto enumera algumas das razões que os empresários devem valorizar para tomar a decisão de constituir um consórcio para a exportação. A sua opinião, como perito, é a de que são muitas as vantagens que os consórcios proporcionam aos seus associados:

- Criam economias de escala que lhes permitem utilizar em comum ferramentas de promoção com maior alcance e eficácia, obter poupanças nas compras, fazer maiores investimentos em investigação e design e trabalhar com equipas mais especializadas. - Obrigam-se a utilizar procedimentos mais estruturados e homogéneos, em qualidade e serviços.

- Chegam e vendem a mais clientes. - Controlam melhor a distribuição dos seus productos. - Detectam mais cedo e mais fácilmente novas tendências e oportunidades. - Antecipam e previnem com mais facilidade mudanças cíclicas e estruturais nos mercados, novos concorrentes e produtos. - Constroem uma marca e melhoram a sua visibilidade nos

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- Obtêm sinergias que permitem um maior e melhor conhecimento dos mercados, da legislação, das certificações técnicas e ambientais em vigor, o que redunda em práticas mais seguras.

- Adquirem maior capacidade de resposta a projectos personalizados, através da constituição de um gabinete comum que integre arquitectos, designers e projectistas. - Adquirem novos conhecimentos decorrentes das suas experiências noutros mercados e de procedimentos adoptados por

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- Reduzem substancialmente os pressupostos necessários ao processo de internacionalização graças à partilha de custos e subsídios. O perito em gestão de marketing reforça que num tecido empresarial onde predominam as pequenas e médias empresas o consórcio pode ser uma resposta para as dificuldades que o sector atravessa, consequência da crise global que incide de forma particular na construção e obras publicas. O mercado interno espanhol está paralisado e as alternativas têm que ser procuradas através da conquista de mercados externos. Mas desafia os empresários a metas mais ambiciosas do que a mera exportação. Aponta para a internacionalização. E explica a diferença: a internacionalização é um posicionamento comercial, pressupõe uma estratégia e a decisão de assumir um papel activo e de ser uma referência nos mercados onde se vendem os productos. A “mera” exportação é uma actividade mais passiva.


Brasil faz parceria tecnológica com Espanha O Cetemag - Centro Tecnológico do Mármore e Granito – vai assinar, durante a edição da Vitória Stone Fair a decorrer na região do Espírito Santo (entre 15 a 18 de Fevereiro 2011) um acordo de cooperação técnica com o congénere espanhol, o CTAP - Centro Tecnológico Andaluz de la Piedra. A parceria visa garantir a transferência de conhecimento e tecnologia para as empresas de rochas do Brasil que estão a fortalecerse para uma maior agressividade comercial nas exportações. Em contrapartida o centro espanhol

vai beneficiar de apoio financeiro à investigação no decorrer de 2011.

São estas algumas das inovações que o Cetemag e o CTAP vão apresentar na Vitória Stone Fair:

Emic Malacarne, presidente do sindicato Sindirochas considera que “este é um passo muito importante para o sector da pedra brasileiro, pois o CTAP é, sem qualquer dúvida, um dos melhores centros tecnológicos do mundo”.

IDstone: sistema de gestão integrado do stock da pedreira ao produto final.

Durante a feira os dois organismos vão partilhar um stand conjunto para expor as novidades tecnológicas utilizadas na Europa e ainda desconhecidas pelas indústrias do Espírito Santo.

O Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag) tem um âmbito nacional e foi criado em 1988 para o aperfeiçoamento tecnológico das empresas brasileiras de rochas ornamentais. O CETAP foi fundado em 2002 e assume-se com o objectivo de ser uma referência mundial na investigação e desenvolvimento de tecnologia para a indústria da pedra natural.

Linha de Controlo de Qualidade: classifica ladrilhos de acordo com as dimensões, permitindo a venda de lotes de ladrilho com uniformidade geométrica. Visão Artificial: faz leitura da superfície da rocha e classifica de acordo com a qualidade da pedra. Captura: sistema de gestão integrado on-line do funcionamento das máquinas que assinala as paragens dos equipamentos e problemas que ocorram durante a produção.

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Estudo promovido pela Assimagra revela empresas socialmente responsáveis Os empresários do sector das rochas ornamentais têm preocupações de ordem social que se traduzem em contributos concretos para o desenvolvimento dos territórios e das comunidades onde estão inseridas. Estas práticas de responsabilidade social revelam-se, fundamentalmente, no apoio às iniciativas locais, desportivas, culturais e sociais, na comunidade onde as empresas estão integradas e representam um investimento anual das empresas na ordem dos 3 a 5% do lucro obtido. Outra manifestação é a contribuição em materiais para a construção

de edificações e de pavimentos com relevância sócio-territorial. O investimento na modernização do sector assume maior expressão na melhoria das condições de bem-estar e segurança dos trabalhadores e na componente ambiental: regeneração paisagística, valorização das pedreiras, recolha e deposição de resíduos, gestão e reciclagem de águas. Este estudo integra-se numa candidatura da ASSIMAGRA ao COMPETE (Programa Operacional Factores de Competitividade) que prossegue o aumento da competitividade e a sustentabi-

lidade do sector. As conclusões foram apresentadas por Isabel Beja, num seminário – “Oportunidades e desafios para a indústria Extractiva”- promovido pela Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins que decorreu nas instalações da ASSIMAGRA, em Porto de Mós e nas instalações do CEVALOR, em Borba, nos dias 1 e 3 de Fevereiro. O trabalho agora divulgado baseou-se em visitas de campo, entrevistas e questionários a empresários e directores de 30 empresas que operam nas 3 áreas de maior implantação desta actividade: Porto de Mós/Batalha, Pêro Pinheiro e Borba/Vila Viçosa.

Comunicar as boas práticas O estudo conclui que as boas práticas de responsabilidade social agora detectadas devem ser rentabilizadas através da comunicação. A imagem que persiste do sector é obsoleta. Há um elevado desconhecimento dos decisores, dos órgãos de comunicação e da comunidade em geral sobre a evolução e modernização desta actividade económica. Um desconhecimento que obscurece a realidade e não premeia as boas práticas. Impõe-se uma actividade de informação, continuada, actualizada e consistente que enquadre o contributo da indústria das rochas ornamentais para o desenvolvimento económico, regional e social numa meritória actividade de aproveitamento dos recursos e matérias-primas naturais.

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2011 ainda vai ser um no muito difícil para a Construção Nacional Os dados agora divulgados pela AECOPS na sua última análise de conjuntura regional não deixam grandes margens para dúvidas sobre o que terá representado, no seu conjunto, o ano findo, para a actividade do Sector. Com efeito, a Associação estima que a sua produção tenha sofri-

do uma quebra de 6,5%, o que contribuirá para uma redução acumulada, desde 2002, de 35%. Ainda mais preocupante, frisa a Associação, é o facto de também no presente ano não se perspectivar um melhor comportamento da actividade. Na verdade, com base nos di-

versos indicadores disponíveis, entre os quais as opiniões dos empresários do Sector, que se mostram bastante pessimistas relativamente ao andamento das suas unidades produtivas, a AECOPS assegura que 2011 voltará a ser um ano muito difícil, perspectivando uma contracção do seu volume global de produção à volta dos 5,0%.

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Cientistas testam um Material Inovador: Protocélulas que envolvem o consumo de carbono do meio Uma equipa internacional de cientistas está a testar um material inovador produzido por protocélulas e que envolve o consumo de carbono do meio, apresentando-se como solução de construção “verde” com grande potencial. Cientistas ingleses da Universidade de Greenwich e da University College London estão actualmente a colaborar com colegas das Universidades de Glasgow e do Sul da Dinamarca na produção de algo inovador. Os investigadores usam protocélulas, que não são mais que pequenas gotas de óleo suspen-sas em água que, através de reacções

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químicas, se comportam como pequenos microorganismos. Estas células são capazes de produzir uma substância sólida através da captura de carbono da matriz de água, precipitando-o criando um revestimento do qual acabam por se libertar, o que, realizado a grande escala poderia permitir produzir um novo material “coralino” com grande potencial na área da construção. Este material poderia ser a solução ideal para o problema da falta de estabilidade da cidade de Veneza e seria uma alternativa de construção “verde” na medida que a sua produção envolve a captação de CO2.

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Um exemplo desta tecnologia inovadora está em exposição na Bienal de Veneza 2010. Com efeito, o Pavilhão Canadiano criado para este evento recorre a protocélulas para produzir materiais sólidos aproveitando o carbono produzido pela respiração dos visitantes.



Faleceu Vítor Vasques, presidente do

Conselho de Administração do CEVALOR

Faleceu no passado dia 20 de Janeiro o Eng.º Vítor Manuel Gomes Vasques – Presidente do Conselho de Administração do CEVALOR após internamento hospitalar. Licenciado em Engenharia Química Industrial pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e exercendo a sua actividade pro-

fissional no Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial como Director, desempenhou outros cargos, como o� de Secretário de Estado da Segurança Social, Deputado da Assembleia da República; Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Dirigente de vários Clubes Desportivos; entre outros.

Natural os cargos de Presidente do Conselho de Administração do CEVALOR, Presidente da Direcção da ESTER, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da RECET e foi o primeiro Presidente da Direcção da Associação VALORPEDRA, criada em 2009, para Gestão do CLUSTER DA PEDRA NATURAL.

Entre 2006 e 2009, integrou o Conselho de Administração do CEVALOR em representação do INETI.

A equipe da revista Rochas & Equipamentos expressa as suas condolências à família enlutada e a toda a estrutura do CEVALOR e os desejos de um feliz término do projecto iniciado.

Actualmente, Vítor Vasques acumulava no Sector da Pedra

CEVALOR 01|02|2011

Faleceu a Sra. D. Adelaide Mata Companheira de uma vida do Sr. Carlos Mata É com grande pesar que comunicamos o falecimento da Sra. D. Adelaide Mata, vítima de doença prolongada. Companheira de uma vida, juntos simbolizavam o que de melhor este sector incorpora em humanidade e profissionalismo através da empresa C.Mata Export. Empresa que cresceu e fez crescer o sector português.

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Fica o adeus e as preces de quem também cresceu com a simpatia, elegância e sorriso da D. Adelaide. Condolências de toda equipa da Revista Rochas & Equipamentos para o Sr. Carlos Mata, família e amigos. As celebrações fúnebres realizaram-se no dia 1 de Janeiro de 2011, na igreja de Casais Robustos.



R & E BUYERS GUIDE R & E BUYERS GUIDE PLANT EQUIPMENT

CUT TO SIZE

QUARRY EQUIPMENT

TILES

LIMESTONE

SLABS

GRANITE

BLOCKS

MARBLE

DIAMOND TOOLS

SLATE

ABRASIVES

PORTUGUESE PAVEMENT

SERVICES

OTHER STONES

FAIRS

Pág. 17 Portuguese Association of Portuguese Pavement Producers

ABRESSA GROUP Central: Barcelonès, 39 – Pol. Ind. del Ramassá 08520 Les Fraqueses del Vallés - Barcelona - Spain Tel.: (34) 93 846 58 75 Fax: (34) 93 846 80 29 E-mail: ae.abressa@abressa.com www.abressa.com

Edifício Estrada Romana 2480-013 Alqueidão da Serra - Portugal Tel.: | Fax: + 351 243 406 110 | + 351 244 402 191 E-mail: geral@aecp.org.pt www.aecp.org.pt

V.C.Capa

Pág. 37

AIREMÁRMORES – EXTRACÇÃO DE MÁRMORES, LDA.

ANTÓNIO JACINTO FIGUEIREDO, LDA.

OFFICE AND FACTORY: Rua dos Arneiros – Ataíja de Cima 2460-712 Alcobaça – Portugal Tel.: + 351 262 508 501 | + 351 938 383 600 Fax: + 351 262 508 506 E-mail: geral@airemarmores.pt www.airemarmores.pt

Apartado 2, Estrada Nacional, 9 – Cruz da Moça 2715-951 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 270 100 | + 351 219 678 210 Fax: + 351 219 271 627 E-mail: commercial@ajfigueiredo.pt a.j.figueiredo@mail.telepac.pt www.afigueiredo.pt

Pág. 31 C. MATA EXPORT

CARRARA MARMOTEC

Casais Robustos - Apartado 67 2396-909 Minde Codex - Portugal Tel.: + 351 249 890 652 Fax: + 351 249 890 660 E-mail: cmata@cmataexport.com www.cmataexport.com

CarraraFiere Srl Viale Galilei, 133 54033 Marina di Carrara (MS) - Italy Tel.: + 39 0585 787963 Fax: + 39 0585 787602 info@carraramarmotec.com www.carraramarmotec.com

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Pág. 57

Pág. 91

CASA DOS DIAMANTES LINO A. FERNANDES, LDA.

CFM - PROJECTO E CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS, LDA.

Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe – Amares P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - Portugal Tel.: + 351 253 311 300 Fax: + 351 253 311 400 E-mail: casadosdiamantes@mail.telepac.pt www.cdd.com.pt

Av. Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 – Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 678 280 Fax: + 351 219 678 289 E-mail: geral@cfm-maquinas.pt www.cfm-maquinas.pt

Pág. 51

Pág. 13

CO.FI.PLAST

CONSTRUAL - CONSTRUTORA MECÂNICA, LDA.

ABRADIAM, LDA Estrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, Nº 8 2865-020 Fernão Ferro - Portugal Tel.: + 351 212 121 126 Fax: + 351 212 122 227 E-mail: abradiam@sapo.pt

Av. da Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 - Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 678 280 Fax: + 351 219 678 289 E-mail: construal@construal.pt www.construal.pt

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DELLAS

DIAMOND SERVICE PORTUGUESA, LDA.

Official Dellas Seller: Lino A. Fernandes, Lda - Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe - Amares - P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - Portugal Tel.: + 351 253 311 300 Fax: + 351 253 311 400 www.dellas.it

Zona Industrial – Lote 2 – Apartado 61 EC Vila Viçosa - 7160-999 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 886 840 Fax: + 351 268 886 849 E-mail: diamondservice@diamondservice.pt www.diamondservice.pt

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DIAPOR – DIAMANTES DE PORTUGAL, S.A.

DRAGÃO ABRASIVOS, LDA.

Rua 8 – Zona Industrial de Rio Meão Apartado 412 – 4524-907 Rio Meão – Portugal Tel.: + 351 256 780 400 Fax: + 351 256 780 409 E-mail: geral@diapor.pt www.diapor.pt

Rua Dragão Abrasivos, nº595 - Apartado 6 4536-904 Paços de Brandão - Portugal Tel.: + 351 227 442 007 Fax: + 351 227 448 739 E-mail: dragao@mail.telepac.pt www.dragaoabrasivos.pt

Pág. 85 EQUIMÁRMORE - EQUIPAMENTOS P/ MÁRMORE, LDA.

EUROGRANIPEX LDA

E.N. 9 – Apartado 22 2715-901 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 671 197 Fax: + 351 219 271 964 E-mail: comercial@equimarmore.pt

Núcleo Empresarial da Venda do Pinheiro 2665-602 Venda do Pinheiro - Lisboa Portugal Tel.: | Fax: + 351 219 662 039 TM: + 351 910 766 041 / 2 Email: comercial@eurogranipex.com eurogranipex@eurogranipex.com www.eurogranipex.com

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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Capa / Pág. 21

Pág. 79

EXPOSALÃO - CENTRO DE EXPOSIÇÕES, S.A.

EZEQUIEL FRANCISCO ALVES, LDA.

Apartado 39 2441-951 Batalha - Portugal Tel.: + 351 244 769 480 Fax: 351 244 767 489 E-mail: info@exposalão.pt www.exposalão.pt

OFFICE AND FACTORY: Avª Marquês de Pombal, nº 247 Falimas – Morelena 2715-005 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 279 797 Fax: + 351 219 279 705 E-mail: efa.lda@mail.telepac.pt www.efa-marmoresrosa.com

Pág. 45 FIGALJOR - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRANITOS E MÁRMORES, S.A.

GASPARI MENOTTI - S.P.A.

Av. Liberdade, 168/170 – Apartado 1 2715-097 Pêro Pinheiro - Portugal Tel.: + 351 219 279 552 Fax: + 351 219 672 724 E-mail: geral.pp@figaljor.pt www.figaljor.pt

CORPADVANCE, S.A. Quinta da Fonte, Edifício D. Pedro I 2770-071 Paço de Arcos - Portugal Tel.: + 351 920 256 Fax: + 351 912 901 E-mail: geral@corpadvance.com www.corpadvance.com

Pág. 1

Pág. 55

GH - INDÚSTRIAS ELECTROMECÂNICAS, S.A.

GRANIPLAC, LDA. | GRANITOS DO CENTRO, LDA

Zona Industrial do Soeiro, Lote 9 4745-460 S. Mamede Coronado - Portugal Tel.: + 351 229 821 688 Fax: + 351 229 821 687 E-mail: geral@ghsa.com www.ghsa.com | www.pontesrolantes.pt

Zona Industrial – Apartado 26 3150-194 Condeixa-a-Nova – Portugal Tel.: + 351 239 942 430 Fax: + 351 239 941 051 E-mail: graniplac@graniplac.pt www.graniplac.pt

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GRANISEL REALTM - SOCIEDADE DE COMERCIALIZAÇÂO DE PEDRAS NATURAIS, LDA

GRANITRANS – TRANSFORMAÇÃO DE GRANITOS, LDA.

P.O. BOX 1007 - 5000-999 Vila Real - Portugal Tel.: + 351 259 330 600 Fax.: + 351 259 330 605 E-mail: pedrasvral@granisel.eu www.granisel.eu

Rua dos Serrados – Negrais 2715- 346 Pêro Pinheiro - Portugal Tel.: + 351 219 671 016 | + 351 219 677 127 Fax: + 351 219 670 801 E- mail: info@granitrans.pt www.granitrans.pt

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GRUPO FRAZÃO - EXTRACÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ROCHAS LDA.

GRUPO GALRÃO

Zona Industrial Norte – Pé da Pedreira – Apartado 67 2026-901 Alcanede - Portugal Tel.: + 351 243 400 598 Fax: + 351 243 400 606 E-mail: grupofrazao@grupofrazao.com www.grupofrazao.com

Av. da Liberdae, 153 2715-004 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 270 302 Fax: + 351 219 279 912 E-mail: galrao@galrao.com www.galrao.com

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS


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JORGE CRUZ PINTO E CRISTINA MANTAS ARQUITECTOS LDA.

LUSOROCHAS ROCHAS ORNAMENTAIS LDA

Rua do Banco nº18 2765-397 Estoril - Portugal Tel.: + 351 214 661 290 | + 351 214 661 291 Fax: + 351 214 661 292 E-mail: geral@cruzpinto.com www.cruzpinto.com

Casal de Silvérios - Pedra urada 2715-358 Almargem do Bispo - Portugal Tel.: + 351 219 677 559 Fax: + 351 219 677 549 E-mail: info@lusorochas.com

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LUXIMAR – TRANSF. EXP. IMP. DE MÁRMORES E GRANITOS, LDA.

MARBLE

Alam. Henrique Pousão 15 7160-262 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 980 526 Fax: + 351 268 980 549 Parque Ind.: Tel.: + 351 268 999 280

IZFAS Sair Esref Bul. No:50 Kulturpark 35230 Izmir - Turkey Tel.: + 90 2324971229 Fax: + 90 2324971238 info@izmirfair.com.tr www.marble.izfas.com.tr

C.Capa

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MARBRITO, S.A.

MARFILPE – MÁRMORES E GRANITOS, S.A

Apartado 54 EC. Vila Viçosa 7161-909 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 550 Fax: + 351 268 889 569 E-mail: marbrito@marbrito.com www.marbrito.com

IC2 Casal da Amieira, Apartado 174 2440-001 Batalha - Portugal Tel.: + 351 244 768 030 | + 351 244 768 120 Fax: + 351 244 768 342 E-mail: geral@marfilpe.pt www.marfilpe.pt

V.Capa

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MARMOZ - COMPANHIA INDUSTRIAL DE MÁRMORES DE ESTREMOZ, LDA.

MOCAMAR – MÁRMORES DE ALCANEDE, LDA.

Apartado 54 7160-999 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 550 Fax: + 351 268 889 569 E-mail: marmoz@marmoz.com www.marmoz.com

Zona Industrial – Pé da Pedreira – Apartado 46 2025-161 Alcanede – Portugal Tel.: + 351 243 400 687 | 243 400 275 | 243 408 879 Fax: + 351 243 408 892 E-mail: mocamar@mail.telepac.pt www.mocamar.com.pt

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POEIRAS - MÁQUINAS & FERRAMENTAS, LDA.

OCTÁVIO RABAÇAL MARTINS (ENG.º )

Zona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 50 7161-909 Vila Viçosa – Portugal Tel.: + 351 268 889 380 Fax: + 351 268 889 389 E-mail: poeira.lda@mail.telepac.pt www.poeiras-mf.pt

Ex.-Assessor Principal do Instituto Geológico e Mineiro Av. Eng.º Arantes de Oliveira, 28 r/c Esq. 1900 Lisboa - Portugal

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STONE+TEC

STONETECH

NurnbergMesse GmbH Messezentrum 90471 Nurnberg Tel.: + 49 (0) 9 11. 86 06-49 69 Fax: + 49 (0) 9 11. 86 06-82 28 E-mail: visitorservice@nuernbergmesse.de www.stone-tec.com

CIEC Exhibition Company, Ltd. 1/F, General Service Building6 East Beisanhuan Road Beijing 100028 - China Tel.: + 86 1084600335 Fax: + 86 1084600325 E-mail: sunying@ciec.com.cn www.stonetech.org.cn

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TEKTÓNICA - FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

TWO - TOTAL WEB OUTPUT

Rua do Bojador, Parque das Nações 1998-010 Lisboa - Portugal Tel.: + 351 218 921 500 Fax: + 351 218 921 515 E-mail: fil@aip.pt | tektonica@aip.pt www.fil.pt

Rua Castilho, nº1, 3º Dto 1250-069 Lisboa - Portugal Tel.: + 351 213 161 253 E-mail: info@two.pt www.two.pt

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URMAL – JOAQUIM DUARTE URMAL & FILHOS, LDA.

VARIOGRAMA

Apartado 16 2716 Pêro Pinheiro – Portugal Tel.: + 351 219 677 580 Fax: + 351 219 279 172 E-mail: urmal@urmal.com www.urmal.com

Largo do Corpo Santo, nº6 - 1º 1200-129 Lisboa – Portugal Tel.: + 351 213 241 090 Fax: + 351 213 241 099 E-mail: info@variograma.com www.variograma.com

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VISA CONSULTORES de Geologia Aplicada e Engenharia do Ambiente, S.A.

VITÓRIA STONE FAIR

LISBOA

Rua Alto da Terrugem, n.º 2 Rua Júlio Dinis, n.º247 - 5º Escritório E3 - 4050-324 Porto 2770-012 Paço de Arcos Tel.: + 351 226 007 580 Tel.: + 351 214 461 420 Fax: + 351 226 007 581 Fax: + 351 214 461 421 E-mail: geral@visaconsultores.com www.visaconsultores.com

Milanez & Milaneze Av. José Rato, 1117 - Bairro de Fátima 29160 - 790 Serra ES - Brazil Tel.: + 55 2734340617 Fax: + 55 2734340601 E-mail: info@vitoriastonefair.com.br www.milanezmilaneze.com.br

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WIRES ENGINEERING

XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR

ABRADIAM, LDA Estrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, nº8 2865-020 Fernão Ferro - Portugal Tel.: + 351 212 121 126 Fax: + 351 212 122 227 E-mail: abradiam@sapo.pt

Xiamen Jinhongxin Exhibition Co., Ltd. Xiamen International Conference and Exhibition Center Xiamen P.C.361008 - China Tel.: + 86 5925959612 Fax: + 86 5925959611 E-mail: info@stonefair.org.cn www.stonefair.org.cn

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