Educomunica 03

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EDUCOMUNICA

Ano II – nº 3 - dezembro, 2010

Cìntia Sousa

Colegiados da FACED discutem novas diretrizes curriculares As graduações de Pedagogia e Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo, e pós-graduação em Educação, mestrado e doutorado, organizam-se em comissões para discutir os novos projetos pedagógicos com base nas diretrizes repassadas pelo MEC. O objetivo das comissões é considerar o profissional que se pretende formar com o intuito de avaliar e aprimorar os cursos oferecidos pela Faculdade de Educação (FACED). O EDUCOMUNICA entrevistou Mara Rúbia Alves Marques, diretora da faculdade, e os presidentes de cada grupo responsável pela discussão sobre a implantação do novo projeto político pedagógico. Faculdade de Educação: análise curricular no Jornalismo, Pedagogia e Pós-Graduação

Marina Luísa

A “Operação Treme-Terra” objetiva revelar a nova face das Forças Militares Brasileiras para a população e desenvolver atividades como coletiva de imprensa, reportagem de guerra, táticas de defesa e sobrevivência em um conflito entre países. Nove estudantes do curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) participaram da operação. Página 11

Novos equipamentos propiciam melhorias Página 9

Curso de Jornalismo elege novo C.A. A eleição da nova chapa do Centro Acadêmico gera expectativas entre os alunos. A nova gestão, eleita com 80% dos votos, acredita que a integração entre as turmas trará benefícios ao curso. Entre as principais propostas da “Chapa ComunicAção” estão conseguir espaço físico e filiar-se à Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS). Página 3

Ana Clara Macedo

Alunos participam de treinamento para cobertura de guerra

Páginas 6 e 7

Maioria compareceu às urnas: abstenção de 20%

História de vida de idosos é tema de Projeto da UFU Página 2

Página 4

Seminário Regional debate processo avaliativo

ENTREVISTA

Página 8

Pedagogia recebe nota máxima em avaliação do MEC Página 10

Pesquisa resgata pilares do Ensino Infantil em UDI Página 5

Brunner Macedo

Simulação de linha de defesa militar contra invasão civil

CEPAE inclui alunos com deficiência no ensino superior

Secretária Rosane de Oliveira expõe etapas atribuladas da vida Página 12


EDUCOMUNICA

O jornalista tem como função social levar informação à população, tendo compromisso com a verdade. Este jornal executa essa função no âmbito da Faculdade de Educação (FACED), que engloba os cursos de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo e de Pedagogia, sendo destinado aos seus técnicos, docentes e discentes. O segundo período de graduação de um estudante de jornalismo da UFU é acompanhado de uma rotina desgastante. A produção do nosso jornal começa com o levantamento das pautas limitadas ao espaço da FACED, que podem ser eventos, estudos, projetos, fatos, entre outros. Após isto, começa a busca por entrevistados, que vai desde o contato com pessoas relevantes para a reportagem e a produção de perguntas até a compatibilidade de horários. A coleta de informações não se limita às entrevistas, mas se estende a outras fontes, tornando o trabalho mais árduo. As fotos são essenciais na composição da matéria, logo, uma foto não basta. Depois de todo esse processo começa a construção do texto, suas correções e, finalmente, a diagramação. Nesta edição há dois temas relevantes para elucidar o debate sobre a formação do jornalista e do pedagogo. O primeiro aspecto é entender que a preparação conceitual para jornalista é fundamental, motivo pelo qual devemos defender a permanência do curso na Comunicação Social para que a profissão não caia no tecnicismo e continue desempenhando sua função. No curso de Pedagogia a discussão é a mesma: defender o propósito para o estudante não se transformar em mero reprodutor das técnicas de ensino, mas que as compreenda e as aplique na prática. No caso da Universidade Federal de Uberlândia, onde o Jornalismo é vinculado à FACED, a retirada da sua formação humanista o desvincularia de sua proposta inicial, que é a de promover educação através da comunicação.

UFU

Idosos conquistam espaço em Projeto de Extensão Professores da UFU gravam histórias de vida em visita a asilo Karla Mariana Fonseca – Luiza de castro – Natália Nascimento – Renato Faria

O projeto de extensão “Narrativas de vida: A constituição identitária dos idosos”, do programa “Conexões de Saberes” iniciou-se, neste semestre, com o objetivo de ouvir histórias de vida de idosos residentes no Asilo São Vicente e São Paulo no bairro Fundinho. A proposta é fortalecer a identidade de cada idoso.

Maria Cecília de Lima

Editorial

Ano II – n° 3

Os encontros devem Pesquisadores durante visita ao asilo O projeto acontece em parceria resultar nas produções de um vídeodocumentário e de um livro com o com a ação intitulada “Saúde bucal contar das narrativas dos idosos desde e geral das pessoas que se encontram no processo de envelhecimena infância até a chegada ao asilo. O início do projeto aconteceu to”, coordenado pela professora pela iniciativa da professora do Ins- Terezinha Rezende Carvalho de tituto de Letras da Universidade Fe- Oliveira da Escola Técnica de Saúderal de Uberlândia (UFU), Maria de (ESTES-UFU). Os pesquisadores mostram-se aniAparecida Resende Ottoni, coordenadora do projeto. “Narrativas de mados e relatam como cada encontro vida” conta com a participação de proporciona uma mudança positiva mais dois professores da instituição, em suas vidas. “Saio diferente a cada Gerson de Sousa e Maria Cecília de encontro do projeto. É uma lição de Lima, e de duas bolsistas do curso vida”, confessa Maria Aparecida. de Enfermagem, Alline Kalita Ber- “Nós não sofremos. Diante daquele nardes e Patrícia Talita de Moura sofrimento contado ali, percebemos Oliveira.

como nossa vida é boa”, completa. C

EXPEDIENTE O jornal EDUCOMUNICA é uma produção experimental dos alunos do 2º período do Curso de Comunicação Social: Habilitação em Jor nalismo da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolvida no Projeto Interdisciplinar em Comunicação II, sob orientação do Prof. Dr. Gerson de Sousa. Planejamento Gráfico e Editoração: Ricardo Ferreira de Carvalho. Bolsista: Elisa Chueiri. Coordenadora do curso de Comunicação Social: Profa. Dra. Adriana Cristina Omena dos Santos. Diretora da FACED: Profa. Dra. Mara Rúbia Alves Marques. Tiragem: 250 exemplares. Impressão: Agência de Notícias – Jornalismo/UFU.

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UFU

Propostas do novo C.A. entusiasmam alunos A representatividade da antiga gestão causou insatisfação entre os estudantes

Promover a integração entre os alunos, obter um espaço físico para o Centro Acadêmico (C.A.) e filiar-se à Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS). Essas são as principais propostas da chapa Comunicação, eleita no dia 22 de outubro, com 80% dos votos pelos estudantes do curso de Comunicação Social da UFU.

Ana Clara Macedo

A presidente da comissão eleitoral, Andrêssa dos Santos, ressalta que a votação ocorreu de forma tranquila. “A maioria dos eleitores, cientes da importância de se eleger uma nova chapa para o C.A. do curso, compareceu às urnas”, analisa. A abstenção de 20% é considerada um aspecto positivo pelo presidente da antiga e da atual chapa, Francklin Tannús. “A ausência dos eleitores está relacionada ao curto tempo disponível para votação”, declara. A eleição aconteceu em dois períodos: das 12 às 14 horas e das 18 às 19 horas.

Luiz Cézar questiona representatividade do Centro Acadêmico

Ana Clara Macedo

Ana Clara Macedo – Karina Mamede – Mariana Goulart – Nayla Gomes

Alunas do curso de Jornalismo participam do processo eleitoral: chapa eleita com 80% dos votos

O processo eleitoral permitiu o trua de forma heterogênea. Ele comdebate sobre a representatividade do pleta dizendo que a presença de aluCentro Acadêmico. “Para mim, a nos das duas turmas irá facilitar o relação entre os alunos e o Centro trabalho do Centro Acadêmico. “O Acadêmico, até o C.A., como enti“Para mim a relação entre dade representatimomento, é inexistente”, declara va, poderá os alunos e o Centro o aluno da segun- Acadêmico, até o momento, é cumprir melhor da turma Luiz Césuas funções”. inexistente.”- Luiz Cézar zar Cordeiro. O Aluna da sepresidente da chapa defende: “A pri- gunda turma e integrante da chapa meira gestão trabalhou dentro do ComunicAção, Jessica Marquês ratipossível”. E acrescenta: “mas o fato fica que a união de três alunos da de existir apenas uma turma fez com primeira turma e de seis da segunda que ele perdesse a função de repre- é uma forma de o C.A. cumprir suas sentar o curso.” propostas. Com a vitória dos novos Com a entrada de novas turmas, representantes as expectativas são Tannús acredita que o curso se cons-

positivas. C

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UFU

Centro inclui pessoas com deficiência na UFU CEPAE oferece suporte pedagógico aos alunos durante a carreira acadêmica

Clarice Sousa

Andrêssa dos Santos – Clarice Sousa – Marcos Vinícius Reis – Maria Tereza Borges

para o sucesso acadêmico. A maioria diz sentir suas chances de sucesso aumentadas com o apoio recebido, explica Lázara. O órgão oferece cursos a distância para os professores da educação básica sem limitar o atendimento educacional especializado ao ensino superior. Um grupo de profissionais lançou, recentemente, um livro de pesquisas na área. A obra, editada em libras e com arquivo eletrônico, está em processo de construção com o objetivo de garantir a acessibilidade para todos. O centro conta com o apoio do governo federal, por meio do “Projeto Incluir”, que favorece o oferecimento de formação continuaLázara da Silva: o objetivo do CEPAE é garantir os direitos aos alunos deficientes da, atividades culturais, cursos e eventos para proporcionar apoio beO Centro de Ensino, Pesquisa, entra em contato com o curso, se apre- néfico aos alunos da UFU. Atendimento e Extensão em Educa- senta e deixa em aberto esse canal de A proposta do CEPAE é congreção Especial (CEPAE) da Universi- comunicação”, explica. “Mas ele é que gar professores, prioritariamente da dade Federal de Uberlândia (UFU) tem que nos procurar para que a gente UFU, para desenvolver trabalhos de promove, desde 2004, a inclusão de agende o serviço”. pesquisa, ensino e extensão na área pessoas com diferentes deficiências O atendimento a esse aluno ocor- de educação especial. O espaço destino ensino superior. O objetivo é prore de formas variadas. “A gente tem nado ao atendimento especializado porcionar atendimento educacional localiza-se na Famantido intérpreespecializado a esses alunos para gaculdade de Edute de língua de si“Os alunos sentem suas rantir os direitos de estudos na unicação (FACED) e nais, com um chances aumentadas com o versidade. oferece suporte aluno surdo do apoio recebido” – Lázara da Silva pedagógico e asO centro é destinado aos professo- curso de sessoria aos curres dos diversos cursos da UFU envol- química”, diz Lávidos com educação especial e oferece zara. Na biblioteca do campus Santa sos com alunos portadores de atendimento educacional especializado Mônica, o centro mantém estagiários deficiência transtornos globais do dedirecionado aos alunos com deficiência bolsistas para auxiliar os acadêmicos senvolvimento e altas habilidades/suda UFU. A coordenadora Lázara da com deficiência nas pesquisas e no perdotação e público da educação Silva ressalta que o trabalho é oferecer deslocamento. A coordenadora reve- especial segundo a Política Nacional suporte pedagógico aos alunos sem in- la que o CEPAE possui um acervo de educação Especial do Ministério vadir a carreira acadêmica deles. “A com depoimentos e relatos dos alu- da Educação e Secretaria de Educagente entra em contato com o aluno, nos sobre a importância do centro ção Especial. C

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UFU

Precursor do uso de jornal em sala de aula é revisitado Técnicas de Célestin Freinet são utilizadas até hoje na Educação Infantil para alfabetização

A utilização do jornal na educação infantil como recurso no processo de alfabetização das crianças é uma das práticas implementadas pelo pedagogo e pensador francês Célestin Freinet. Freinet é o principal sujeito de estudo da pesquisadora Raquel Pereira Soares, aluna da graduação em Pedagogia. Ela constata a falta de conhecimento de professores do ensino infantil sobre as técnicas criadas pelo pedagogo. “Muitos professores não sabem, mas usam as técnicas desenvolvidas por Freinet”, comenta Soares.

fugir um pouco do uso das cartilhas”. Os murais para exposição de trabalhos e a produção de textos, a partir de correspondências entre alunos da mesma escola ou de escolas diferentes, são técnicas desenvolvidas pelo francês.

Bruna Isa Sanchez

Augusto Ikeda – Bruna Isa Sanchez – Lucas Martin – Luiz Cézar Cordeiro

A pesquisadora destaca a influência do pensador no planejamento de aulas ministradas no período de criação das primeiras escolas de ensino infantil em Uberlândia.

Célia Maria do Nascimento Tavares relata que profissionais da educação, no início da década de 1980, se reuniam para Exemplo dis- “Muitos professores não sabem, discutir as técniso são as visitas mas usam as técnicas cas e o pensatécnicas, conheci- desenvolvidas por Freinet.” - Soares mento de das como aulaFreinet. “Isso passeio. Esta consiste em aproveitar ajudou a moldar os primeiros passos momentos extraclasse e “trazer as ex- da Educação Infantil em Uberlândia”, periências que o passeio proporciona garante Tavares, hoje assessora de às crianças para a sala de aula, para educação infantil da Secretaria Muni-

“Freinet representava a busca pelo novo” - Soares

cipal de Educação (SME), e ex professora de Pré-escola à 4ª série do Ensino Fundamental. Raquel Soares acredita que a pedagogia de Célestin Freinet contribui para a quebra do ensino tradicional. “Na época, eu acredito que Freinet representava a busca pelo novo, uma nova forma de pensar a educação”, finaliza. C

Fonte: FIMEM (www.freinet.org)

Saiba mais sobre Freinet

Pedagogo Francês Célestin Freinet

Célestin Freinet nasceu em Gars, França, no ano de 1896. Aos 24 anos, começou a ensinar nos Alpes Marítimos para crianças em fase de alfabetização. Entre os anos de 1921 e 1924, o francês passou a observar as crianças, seus hábitos e aquilo que mais lhes interessava aprender, o que contribuiu para o desenvolvimento de suas técnicas de ensino para a educação infantil, centradas no indivíduo. Entre os anos de 1926 e 1928, ele utilizou jornais produzidos em sala de aula para divulgar suas técnicas na associação de ensino para leigos e, em 1947, fundou a ICEM, uma cooperativa de ensino, reunindo, na França, 20 mil participantes. Em 1956, Freinet lançou uma campanha nacional por “25 alunos por sala de aula”. O pedagogo francês morreu em 1969, na pequena cidade de Vence.

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UFU

Cursos discutem propostas de mudança curricular Projeto ético, político e pedagógico busca adequações da faculdade à sua realidade Angélica Guimarães – Cíntia Sousa – Gisllene Rodrigues – Jessica Marquês Cíntia Sousa

“o profissional que se quer formar ao final do período da graduação”, enfatiza a diretora.

Mara Rúbia expõe as diretrizes da UFU: frutos da discussão interna da FACED

Os cursos presenciais da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) passam por reestruturação curricular. Os professores e alunos das graduações de Pedagogia e de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo e da Pós-Graduação em Educação organizam-se em comissões para discutir, com mais ênfase, este ano, as mudan-

ças no projeto pedagógico. As discussões dos grupos consistem em analisar as implicações políticas presentes em cada área. A diretora da FACED, Mara Rúbia Alves Marques, explica que o projeto curricular engloba pressões ou interesses externos à universidade, presente na sociedade ou no governo. As modificações levam em consideração

A mudança do projeto pedagógico baseia-se em duas diretrizes curriculares internas da universidade. Os cursos que formam profissionais da educação fundamentam-se no documento “Projeto institucional de formação e desenvolvimento profissional da educação”. As unidades acadêmicas com formação em bacharel pautam-se nas “Orientações gerais para a elaboração de projetos pedagógicos de cursos de graduação”. Esses documentos são frutos da discussão institucional interna devido à exigência do Ministério da Educação (MEC) em reformular os projetos pedagógicos de graduação. O curso de Pedagogia, coordenado pela professora Geovana Ferreira Melo Teixeira, discute as mudanças, dentro do colegiado, com o intuito de redimensionar o projeto pedagógico e, na sequência, avaliar e aprimorar o curso. A graduação completou, em março passado, 50 anos e há quatro

Proposta curricular será definida pelo perfil do aluno Cíntia Sousa

A comissão do curso Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo, presidida pela professora Sandra Garcia, se reúne desde agosto com o objetivo de analisar o projeto pedagógico e as novas diretrizes para o curso de Jornalismo determinadas pelo MEC. Sandra explica que a definição do projeto curricular e as atividades necessárias das disciplinas devem levar em conta os seguintes critérios: o contexto geral onde a universidade está inserida; as necessidades da comunidade e a comunicação global; e o perfil de aluno e jornalista que se quer formar.

Sandra: mudança curricular tem prazo de um ano

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Para ampliar a discussão, os integrantes da comissão pretendem realizar uma assembleia com professores e alunos do Jornalismo para discutirem e delimitar as principais dificuldades e mudanças no projeto político pedagógico do curso. A comissão tem o prazo de um ano para realizar o processo de reestruturação e conta com o apoio de três docentes e duas alunas.


Cíntia Sousa

Pedagogia almeja três aspectos na formação do aluno Cíntia Sousa

passou por sua última reestruturação no projeto pedagógico. Além do perfil profissional, Geovana acrescenta que o colegiado se preocupa com três dimensões importantes: o saber, o saberfazer e o ser. Essas concepções devemse basear na necessidade do aluno em compreender a relação entre o ensino e a escola. (leia matéria ao lado)

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As mudanças no projeto político pedagógico do curso de Pedagogia devem permear três aspectos da formação discente: o saber, o saber-fazer e o ser. Essa é a principal ênfase da coordenadora do curso de pedagogia, Geovana Teixeira. Ela explica que o saber consiste em dominar os fundamentos e as metodologias concernentes à formação. No segundo item, saber-fazer, o aluno necessita transpor o seu conhecimento acadêGeovana: interesse dos alunos é pequeno mico e colocar em prática a relação indissociável entre teoria e prática. O ser, terceiro, abrange o relacionamento tanto do trabalho docente quanto o de gestão da docência. Anualmente, os estudantes avaliam o curso e analisam a atuação dos docen tes e as disciplinas. A proposta desse redimensionamento é estudar os problemas no projeto pedagógico, implantado em 2006, e atender as novas normas repassadas pelo MEC. O colegiado da Pedagogia, responsável pelo novo projeto, percebeu a necessidade da mudança curricular devido às assembleias re alizadas com os docentes e os discentes. As reuniões começaram este ano. “Falta interesse dos alunos na discussão sobre a mudança”, ressalta Geovana Teixeira. O colegiado é formado por professores da graduação e uma aluna.

Marcel é convidado da comissão de Jornalismo

O curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo elabora a reestruturação do projeto pedagógico com objetivo de reorganizar o planejamento do curso conforme as novas exigências da realidade acadêmica. A reestruturação curricular coincide com a discussão do MEC, em âmbito nacional, na proposta de modificar os projetos pedagógicos dos cursos de Jornalismo. A Comissão do MEC é presidida

por José Marques de Melo e tem o objetivo em atribuir à formação jornalística um viés tecnicista e desvincular o jornalismo da comunicação social. O professor Marcel Mano, membro da comissão da reestruturação da graduação em Comunicação Social, aponta que a maior dificuldade é “atender as exigências legais e avançar para minimizar os impactos negativos de uma formação puramente tecnicista.” (leia matéria na página 6)

A inserção de alunos de diferentes regiões nos programas de PósGraduação em Educação, mestrado e doutorado, provocou a necessidade de reformular o projeto pedagógico das linhas de pesquisas. Carlos Henrique de Carvalho, coordenador da Pós-Graduação, espera que as modificações se consolidem, no decorrer de 2011, e o novo currículo esteja à disposição dos discentes, em 2012. (leia matéria abaixo). C

O coordenador da Pós-Graduação, Carlos Henrique, defende que a proposta da reforma é deixar o curso com disciplinas mais transversais. “É importante pensar no programa, e não especificamente na linha, e na formação do pesquisador na área de educação”, explica.

Cíntia Sousa

Pós-Graduação objetiva transversalidade nas disciplinas

Os professores dos programas de mestrado e doutorado têm a perspectiva de consolidar, até 2011, as mudanças no projeto político pedagógico e estabelecer novo currículo nas disciplinas das três linhas de pesquisas: História e historiografia da educação, Políticas e gestão em educação e Saberes e práticas educativas. A proposta de modificar o projeto pedagógico surgiu a partir do movimento interno entre os pro- Carlos Henrique: a mudança leva em fessores, ressalta Carlos Henrique. O grupo promove, em dezembro, um seminário para discutir consideração o perfil do aluno as modificações no projeto curricular pedagógico. O evento será ministrado por Elizabeth Fernandes de Macedo, coordenadora adjunta da Capes e professora da pós-graduação da UERJ.

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Seminário analisa o sistema educacional brasileiro Ensino público e privado são precários por agregarem semelhantes aprendizagens Ana Beatriz Tuma – Deisiane Cabral – Sabrina Tomaz – Valquíria Amaral Deisiane Cabral

ensino fundamental não existe um currículo nacional e, sim, parâmetros curriculares, que não são obrigatórios”. Na discussão “Avaliação nas Situações Educacionais” a professora Olenir Mendes salienta: “nas licenciaturas da Universidade Federal de Uberlândia os alunos terminam o curso sem entender que avaliação e prova são diferentes”. A professora defende a avaliação formativa voltada para a aprendizagem do aluno. Mendes explica que avaliação será “tudo o que for necessário para ver se o aluno aprendeu ou não e não somente os instrumentos avaliativos, como as provas”. A professora Tatiane Silva diz que o docente deve avaliar com justiça o estudante e considerar todo o processo avaliativo. Entre elas, as relações interpessoais nos trabalhos em grupo. Silva participou do minicurso “Instrumentos clássicos de avaliação: a prova em destaque”. Ela esclarece como as marcas educacionais causadas pelos resultados das avaliações podem, inclusive, desmotivar os alunos a estu-

Luiz Carlos de Freitas, da Universidade de Campinas (Unicamp), analisa quadro de avaliação no país

O Seminário comemorou os dez anos do GEPAE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional), que integra a FACED (Faculdade de

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em cada nível educacional, no Brasil. E cabe ao governo federal induzir essas partes do País a colocarem em prática determinadas diretrizes. “No

darem determinadas disciplinas. C Deisiane Cabral

A qualidade precária do ensino bra- Educação). A escola pública, para sileiro na escola pública e na particular Freitas, agrega, em média, semelhante é um dos pontos discutidos pelo profes- produção de aprendizagem em relasor Luiz Carlos de Freitas, da Universi- ção a particular. “O ensino público e a dade de Campirede privada são Avaliação formativa é nas (Unicamp). precários”, analiFreitas, um dos importante para a aprendizagem sa. “A escola pardestaques, ministicular, que do aluno - Mendes trou a palestra recebe um aluno “As Políticas Públicas de Avaliação e a melhor, com um nível socioeconômiQualidade de Ensino” no I Seminário co superior, deveria agregar mais coRegional de Avaliação e no III Semi- nhecimentos ao estudante”. nário Municipal de Literatura e Língua Existe, realmente, uma política púPortuguesa realizado nos dias 26, 27 e blica brasileira? Freitas explica que os 28 de outubro, em Uberlândia. estados e municípios têm sua política

“Avaliação não é só prova”, argumenta Olenir


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Equipamentos contribuem para formação jornalística Técnicos e professores discutem as dificuldades no processo de aquisição

Letícia Alessi

A aquisição de equipamentos para as disciplinas práticas é fator importante para melhorar a qualidade da formação dos alunos do curso de jornalismo na análise de técnicos e professores entrevistados pelo Educomunica. Eles concordam que a obtenção da quantidade de equipamentos está diretamente vinculada ao melhor aproveitamento dos discentes. A coordenadora do curso de Comunicação Social: Habilitação em jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Adriana Omena, comenta as formas de compra dos aparelhamentos. A falta de equipamentos é devido à lentidão do processo de aquisição e entrega. O procedimento de compra pode ocorrer por intermédio da UFU com o MEC. As compras podem ser feitas através de projetos de extensão ou pesquisa. Nos projetos financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) o próprio professor compra e envia as notas para o CNPQ. Já nos projetos fi-

HP 5550D: imprime colorido, frente e verso, em até formato A3

Letícia Alessi

Iasmin Tavares – Letícia Alessi – Rinaldo Augusto – Vanessa Borges

Marcelo Melazzo durante edição de áudio: equipamentos já adquiridos para radiojornalismo

nanciados pela Fundação de Amparo à dor, até os mais gerais, como aparelhos Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), de ar condicionado e de TV. as compras são feitas pela Fundação de O técnico em áudio Marcelo MeApoio Universitário (FAU). lazzo confirma a compra de todos os Outra forma de adquirir equipa- equipamentos necessários para a discimentos é por meio de negociação dire- plina de radiojornalismo, mas ressalva ta com o MEC. Omena afirma que, que o espaço físico do campus para sua por ocasião do REUNI (Programa de utilização é problemático. Apoio ao Plano de Reestruturação e A professora de telejornalismo MôExpansão das Universidades nica Vieira afirma que embora os aluFederais), foi ennos não utilizem “Os equipamentos são fundamentais caminhado ao os equipamentos, para a realização do trabalho MEC um docucomo apertar o botelejornalístico” - Mônica Vieira mento com uma tão da câmera ou lista de solicitação sentar na ilha de do curso que envolve inúmeros equi- edição pra editar, eles são fundamenpamentos, desde 15 câmeras fotográfi- tais para a realização do trabalho telecas até uma ilha de edição. A compra, jornalístico. “Há o cinegrafista que vai no valor 200 mil reais, não tem previ- fazer as imagens e um técnico em edisão da chegada. ção que vai editar o material dos aluEntre os equipamentos já adquiri- nos”, esclarece Mônica. “Sem o dos estão aqueles mais específicos para suporte técnico não será possível que o curso de jornalismo, como uma im- os alunos produzam material telejornapressora A3 e um microfone condensa- lístico”, finaliza. C

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Pedagogia recebe nota máxima em avaliação Quatro instituições obtiveram nota máxima: UFU, UFMG, UFV e UFJF Artur Ayroso – Augusta Deluca – Victor Maciel Artur Ayroso

curso de Pedagogia no segundo semestre de 2010 com a responsabilidade de manter o nível de excelência. Alguns compromissos assumidos na carta de princípios apresentada durante o processo de eleição estão em desenvolvimento. Entre eles, está o processo interno de análise com participação do corpo discente. “Realizamos duas assembleias para apresentar e analisar a proposta de redimensionamento do curso”, afirma Geovana. A nova coordenação ainda pretende investir na revitalização do Programa de Educação Tutorial (PET), desenvolver atividades acadêmicas e culturais e promover cursos, para alunos e professores, em parceria com o Laboratório Pedagógico (LAPED). A proposta é aprimorar a utilização de tecnologias de informação nos processos pedagógicos e na produção de ma-

Maria Irene, ex-coordenadora, aponta tradição e produção acadêmica como motivos do resultado

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gogia. Além da UFU, as Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), Juiz de Fora (UFJF) e Viçosa (UFV). Maria Irene explica que três elementos chancelam a posição de destaque do curso: ser tradicional em Uberlândia, ter completado 50 anos em 2009 e ser um dos fundadores da UFU. A qualificação do curso tem resultado no perfil diferenciado dos estudantes egressos e, consequentemente, no posicionamento de destaque desses ex-alunos no mercado de trabalho local. “Através de contatos com as redes estadual e municipal, sabemos que muitos alunos formados aqui ocupam cargos de coordenação nos sistemas de ensino”, ressalta Maria Irene. A professora Geovana Melo Teixeira, membro do colegiado na gestão anterior, assumiu a coordenação do

teriais. C Augusta Deluca

O Curso de Graduação em Pedagogia da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) obteve cinco estrelas - nota máxima possível - na avaliação anual do Ministério da Educação (MEC). O Guia do Estudante da Editora Abril publicou o resultado no segundo semestre de 2010. A formação acadêmica do corpo docente da FACED é um dos fatores que contribuiu com a nota. “Mais de 90% dos professores são doutores e existe uma grande quantidade de pesquisas financiadas pelos órgãos de fomento”, ressalta a professora Maria Irene Miranda, coordenadora do curso até junho de 2010. Apenas quatro instituições mineiras receberam avaliação máxima pelo MEC no curso de graduação em Peda-

Geovana Teixeira assumiu a coordenação em 2010


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Exército oferece estágio para cobertura de guerra Estudantes adquirem conhecimento e experiência em “Operação Treme Terra”

Uma simulação de conflito entre dois países fictícios – vermelho e azul – realizada pelo 36º Batalhão de Infantaria Motorizado (Exército) foi o ponto essencial do estágio de treinamento para cobertura de guerra com os alunos do curso de Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Entre as atividades realizadas estão a coletiva de imprensa, reportagem de guerra, táticas de defesa e sobrevivência em um conflito entre países.

Marina Luísa

Nove alunos do curso de Jornalismo participaram do treinamento, nos dias 18 e 19 de outubro passado. O estágio teve duração de 40 horas e aconteceu nas cidades de Chaveslândia – MG e São Simão – GO. Para a “Operação Treme Terra”, o exército utilizou obstáculos naturais da região e for-

Marina Luísa

Amanda Pereira – Ana Flávia Bernardes – Patrícia Alves – Vanessa Duarte

Exército em treinamento de guerra no rio Paranaíba: táticas de defesa e sobrevivência

neceu equipamentos de guerra para os alunos como capacetes, coletes e mochilas. A ideia de convidar alunos do curso de Jornalismo para realizarem uma simulação de guerra, com matérias específicas e pautas, teve o objetivo de mostrar a nova postura do exército para a população. O discente Victor Masson, 22, afirma que a essência de um bom jornalista é formada pela experiência e a possibilidade de conhecer novas situações.

Coletiva de imprensa realizada na “Operação Treme Terra”

O tenente Thalles Henrique Garcia, 22, destaca que a atividade revela a nova face das For-

ças Militares Brasileiras. “O exército está mudando a concepção de instituição fechada do regime militar, pois ele não é uma ilha, não é incomunicável”, explica o tenente. “O objetivo é criar uma relação com a imprensa e com a comunidade acadêmica, que são partes constituintes da sociedade”, completa. Essa é a segunda vez que o curso acontece na região. A primeira foi ministrada pela Escola de Comando Estado Maior do Exército, do Rio de Janeiro. O tenente Garcia explica que a escolha de Uberlândia aconteceu por três aspectos: “por ser uma cidade extremamente peculiar, com uma comunidade acadêmica muito grande e por possuir um Batalhão diferenciado, com alto grau de operacionalidade”. C 11


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Rosane destaca o trabalho voluntário como primordial Secretária da FACED revela perseverança frente às situações do dia-a-dia

Brunner Macedo

André Víctor Moura – Brunner Macedo - Renata Ferrari – Ronian Carvalho

tário pode auxiliar no desenvolvimento da sociedade? O que é necessário para que ele seja mais abrangente? R.C.S.: O trabalho voluntário é aquele que se faz com prazer, sem esperar nada em troca. A secretária gosta de seu trabalho e diz que não se vê em outra área Acho que isso ajuda muito as Rosane Cristina Santos adora ca- pessoas, tanto quem precisa, quanto minhar no Parque Sabiá, frequenta a as pessoas que trabalham. Se fosse leIgreja Batista e realiza serviços volun- vado a sério por todo mundo, teríatários. Casada há 22 anos e mãe de mos menos pessoas criminosas, que dois filhos, a secretária da FACED re- acabam com a própria vida. Porque às vela momentos difíceis, como lidar vezes a pessoa está ali passando por com doenças e se deparar com a mor- um momento tão difícil e não tem te. Confira abaixo trechos da entrevis- como chegar perto de alguém para ta concedida ao Educomunica. conversar porque tem medo. Quando EDUCOMUNICA: Aos 49 anos existe esse alguém que está ali, sem ine há 18 trabalhando na UFU como teresse nenhum, isso ajuda muito. assistente administrativo, você está Acho que o trabalho voluntário tem concluindo o curso de EAD em Ad- que partir da própria pessoa porque ministração e ainda pensa na possibi- senão ela vai trabalhar sem aquele delidade de uma pós-graduação. Quais sejo e quem está recebendo vai sentir são as suas motivações para investir isso, que ela está sendo cobrada a fazer o que não gosta. Parte de quem na carreira profissional? Rosane Cristina Santos: Eu gosto ama esse trabalho, não espera nada de trabalhar na área administrativa e em troca e daqui há algum tempo reacho que é importante ter esse conhe- cebe: ver a pessoa que ajudou, que escimento e também uma pós nessa tava ruim e como ela está bem agora. área. Isso é bom para o meu serviço e é algo que me faz crescer a cada dia. EDUC.: Como o trabalho volun-

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EDUC.: Você já passou por algum momento difícil? O que fez para superá-lo?

R.C.S.: O primeiro momento difícil pelo qual passei foi quando meu pai saiu de casa para trabalhar e não retornou. Eu e minha mãe o encontramos estirado ao lado do carro. Achei que ele tinha passado mal, mas infelizmente havia falecido. O segundo momento muito complicado foi a doença renal de minha irmã. Ela precisava de um transplante de rins e felizmente a caçula pôde fazer a doação. Seis anos depois de receber o transplante, minha irmã começou a piorar. Naquele dia ela tinha sido internada novamente e eu já pressentia o que ia acontecer. Peguei minha Bíblia e orei para que Deus a abençoasse, então me veio a palavra “E Deus levou todas as suas dores para si”. Depois disso fui para o hospital lhe fazer companhia e de repente os aparelhos começaram a indicar que o coração dela começava a parar. Os médicos tentaram reanimála, mas ela já tinha ido embora. Outro momento difícil foi há dois anos, quando descobri que minha filha tinha lúpus. Desde então lutamos com os tratamentos e vivemos cada dia como se fosse único. A superação de minhas dificuldades é sempre através da fé em Deus. Com Ele, há o consolo para todas as coisas e é o que me move a nunca desistir. EDUC.: Você tem alguma frase importante? R.C.S.: Uma frase... Uma palavra: perseverança. Acredite em Deus, tenha fé que você vai vencer muitas coisas. C


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