História da Educação - RHE - n. 27

Page 26

26

Schulbuch, porque privilegiam o aspecto institucional, ou ainda os japoneses kyôkasho porque, a seus olhos, o essencial residirá nos conteúdos?... Em suma, é certo falarmos de um mesmo objeto quando realizamos um estudo comparativo? 2 "On the borders of textbooks…" 35 Os manuais escolares fazem parte, ao menos nos países desenvolvidos, do universo cotidiano das crianças e das famílias depois de muitas gerações. Podemos compreender que uma tal familharidade parece uma definição supérflua para os contemporâneos. Ao contrário, é surpreendente constatar que numerosos cientistas que trabalham no campo, no qual os pesquisadores alemães têm, no início dos anos 1970, reconhecido uma identidade e dado um nome Schulbuchforschung 36, não julgam mais útil definir sempre preliminarmente seu objeto de pesquisa. O gramático britânico Ian Michael escreveu em 1990: "Não é fácil de dizer se uma obra é ou não um livro escolar. Se importa pouco dar uma definição exata, no entanto, é necessário fornecer uma descrição aproximada, senão todas as obras remetem para essa categoria" 37. Mas resta definir os critérios objetivos sobre O título dessa seção está em inglês no original, o que é mantido na tradução. Significa: "Nos limites dos livros-textos" (Nota do Tradutor). 35

A pesquisa sobre os manuais escolares (Schulbuchforschung) não aparece como uma disciplina acadêmica: não são, portanto, os métodos que fundam sua unidade, são os objetos. Visa apreender o manual no seu contexto global e a recontextualizar seu "discurso". Ver, especialmente, Richard Olechowski (dir.), Schulbuchforschung, Frankfurt am Main/New York, Peter Lang, 1995 (Schule, Wissenschaft, Politik, 10); é também o nome (Internationale Schulbuchforschung) que tem, depois de 1979, a revista publicada pelo Georg-Eckert Institut de Brunswick. O espanhol Agustín Escolano Benito lançou, por outro lado, nos anos 1990, o neologismo "manualística".

36

«It is not easy to say when a work is a textbook. Exact definition does not matter, but description of some sort is necessary, or all books become relevant»: Ian Michael, «Aspects of Textbook Research», Paradigm, 2, March 1990, p. 5. 37

História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 27 p. 9-75, Jan/Abr 2009. Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.