Revista Guarulhos - Edição 51

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datas

O Dia das Mães começou a ser comemorado nos áureos tempos do Império Grego. A história conta que a mais antiga comemoração da data é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a mãe dos deuses. Nas homenagens, os gregos faziam ofertas e davam presentes. Com a queda do Império Grego e ascensão do Romano, toda a religiosidade, principalmente no quesito mitológico, foi copiada mudando apenas o nome dos personagens, no caso, os deuses. Em Roma, a celebração durava cerca de três dias - entre 15 e 18 de março. Também eram realizadas festas em homenagem a Cibele, mãe dos deuses. Uma comemoração semelhante à dos dias atuais iniciou-se na Inglaterra, a partir do século XVII: era o “Domingo das Mães”. Durante as missas, os filhos entregavam presentes para suas mães. De acordo com a história, os filhos que trabalhavam longe de casa ganhavam o dia para poderem visitar suas mães. Portanto, era um dia destinado a visitar as mães e dar presentes, ou seja, apenas parecido com os dias atuais. O próximo registro também está no século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. As trabalhadoras recebiam – dos patrões – um dia de folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de “Mothering Day”, fato que deu origem ao “mothering cake”, um bolo para

as mães, que tornaria o dia ainda mais festivo e comestível. Já nos Estados Unidos, as primeiras sugestões para a criação de uma data visando à celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de “O Hino de Batalha

da República”. No entanto, foi outra americana, Anna Jarvis, no Estado da Virgínia, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905, Anna, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Suas amigas ficaram preocupadas com o sofrimento dela e tiveram a ideia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Anna quis que a festa fosse estendida a todas as

No Brasil O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data 54

no segundo domingo de maio. Em 1947, dom Jaime de Barros Câmara, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

mães - vivas ou mortas -, com um dia em que todas as crianças lembrassem delas e as homenageassem. O objetivo era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas do Estado norte-americano. Logo em seguida, outros Estados aderiram à comemoração. Em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os Estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data. O sonho foi realizado, mas o Dia das Mães tornou-se uma data triste para Anna Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse uma dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos - flor que simboliza a maternidade. “Não criei o Dia das Mães para ter lucro”, disse, furiosa, a um repórter, em 1923. Nesse mesmo ano, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos de todo o mundo, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe. ■■


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