Revista Vitrola 20 Edição

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Ospróximos meses de 2022 prometem ser marcados por importantes acontecimentos. Além da realização da Copa do Mundo de Futebol no Catar, teremos também as eleições presidenciais, que estão diretamente relacionadas ao futuro do nosso país. Almejamos que o próximo governo tenha um plano de reforma tributária mais justa para as pessoas, para os negócios e para o Brasil.

Em nossa gestão à frente da Vitrola, avaliamos sempre o ano anterior para projetar o próximo. O planejamento estratégico é uma ferramenta importante na compreensão das mudanças do ambiente interno e externo, pois ajuda a reconhecer as ameaças e principalmente as oportunidades para nossos negócios.

Estamos há 34 anos no mercado, e costumo dizer que nunca sabemos tudo. Nosso aprendizado é constante, e nos dedicamos a isso com muita disciplina. A leitura, mais uma vez, mostra-se como ferramenta poderosa nesse processo. Tive contato com a obra Essencialismo, ainda em 2021,

e o texto me permitiu fazer uma avaliação das minhas prioridades. O livro apresenta muito mais do que estratégias de gestão de tempo ou técnicas de produtividade: ele nos flexiona a pensar sobre quem buscamos ser e o que estamos fazendo para que isso seja possível. Quando tentamos fazer tudo e ser tudo, realizamos concessões que nos afastam da nossa meta.

E pensando nisso, tanto a Editora quanto a Distribuidora vislumbram um próspero ciclo para os dias que se aproximam. Assim, convidamos você a desfrutar desse material que preparamos com o intuito de mantê-lo bem-informado. Nesta revista, você encontrará entrevistas com novos autores da Vitrola Editora, resenhas literárias, colunas argumentati vas, além de conhecer nossos parceiros comerciais. Em nossa matéria de capa, trazemos Carla Madeira, a escritora brasileira que mais vendeu livros em 2021 e que está com novos projetos para o semestre ao lado do Grupo Editorial Record.

Boa leitura

Ramir M. Severiano Diretor da Vitrola

BRAINSTORM

Março/Abril 2022

Ano VI, Edição 20

A Revista Vitrola é desti nada aos nossos clientes, amigos livreiros e colaboradores, com o objetivo de difundir informações culturais, novidades do mercado e cases de sucesso. Desta forma, salientamos que o conteúdo dos anúncios é de responsabilidade de cada editora, não refletindo, necessariamente, a opinião da Vitrola. As fotos possuem créditos específicos.

Produção:

Vitrola Editora e Distribuidora Ltda.

Edição:

Vitor Manfio

Redação e Produção:

Isadora Sant’Anna - Jornalista

Projeto Gráfico:

Erick Alves e Bruna Lopes

Tiragem:

2.500 exemplares

Circulação:

Trimestral

Periódico Gratuito

Disponível também em versão digital

Lançamentos da Vitrola

Editora

A literatura, por si só, permite ao leitor um mergulho profundo em histórias fantásticas. Dito isso, escrevemos duas resenhas literárias sobre os grandes lançamentos da Vitrola Editora: o primeiro texto é sobre O Corcunda de Notre Dame, e o segundo é sobre Jane Austen e suas respectivas obras Orgulho e Preconceito e Persuasão.

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Vamos Ler: amor cultural que vem de berço

Criado na maior cidade do país, o paulista Antônio Vendrame conta sua história de vida para a Vitrola e explica como é estar à frente da livraria que é seu projeto de vida, na cidade de Jaú, interior de São Paulo.

Brasão Supermercados: diferencial que é referência

Supermercado, praça de alimentação e cinema, tudo no mesmo lugar: no sudeste do Paraná, o Brasão faz história há mais de 24 anos, sendo referência no seu segmento.

Em Santa Maria, Magalli Vidal e Jonas Graczcki viabilizam uma experiência literária aos leitores de forma personalizada quando abriram seu negócio no Royal Plaza Shopping, aproximando a leitura dos visitantes do espaço.

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Corvus Book: o acesso à leitura no coração do Rio Grande capa

Eleita uma das autoras contemporâneas mais importantes de 2021, Carla Madeira estampa a capa da revista Vitrola para falar sobre suas inspirações.

mais esperto que o diabo repete o fenômeno de 2020 e ocupa novamente o posto de mais vendido do ano no país

1 bilhão de motivos

para você entender e aplicar os 3rS

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O LIVRO ESCRITO PELO

DO GRUPO

Enquanto o varejo brasileiro sofre os efeitos da recessão econômica, algumas marcas aproveitam o momento para executar estratégias de gestão e marketing, com o intuito de se consolidarem no mercado.

Criar um projeto empreendedor e fazê-lo dar certo no atual cenário está longe de ser uma tarefa fácil. Tributações e impostos, controle de caixa e contratações são peças-chave para o processo dar certo, além da responsabilidade de fazer bons investimentos.

A complexidade que gira em torno de qualquer empreendimento é gigantesca. Apesar disso e com todos os prós e contras, nosso país comporta marcas relevantes que se tornaram referência. Qual seria, então, a fórmula do sucesso?

A prosperidade dos negócios não segue um método único, muito menos uma receita de bolo. Distintamente, o reconhecimento ocorre a partir de fatores bem desenvolvidos, tais como: planejamento, estudo, confiança e profissionalismo. Esse é o case das Lojas Renner, empresa brasileira que já bateu seus próprios recordes de vendas e ambiciona um crescimento no exterior.

O gaúcho José Galló assumiu o cargo de consultor em 1991, bem na fase em que a empresa têxtil estava à beira da falência, depois de, aproximadamente, oito anos de uma gestão despreparada. Considerada, hoje, uma das maiores varejistas do Brasil, a Renner é uma referência em fast fashion e está à frente de marcas como Youcom, Repasse, Camicado e Realize.

No livro “O poder do encantamento”, ao relembrar momentos cruciais de sua carreira, sempre voltada para o varejo, o administrador José Galló permite-nos conhecer sua visão a respeito do setor. Revela, assim, como conseguiu transformar a Renner em uma extraordinária empresa da moda popular.

Todo executivo tem um estilo

de liderar, e o de José Galló chama atenção pela simplicidade nas ações que executa. Com um misto de eficiência operacional, um olhar atento ao cliente, muita confi ança e um tino especial para moda, atingiu o sucesso da marca. Entretanto, sua maior crença reside no encantamento do cliente – talvez essa seja a virada de chave, como o próprio gestor e autor explica: “Encantar signifi ca superar as expectativas, indo um passo adiante da satisfação, ao entregar algo mais do que aquilo que já esperam de nós.”

Em sua obra, ele nos ensina como colocar em prática a filosofia do encantamento. Admirado e enaltecido pelos maiores executivos e empresários do Brasil, José Galló espera conquistar os leitores com sua fi losofi a: “Que tenhamos em mente um pensamento que norteia o dia a dia de cada um dos colaboradores das Lojas Renner que, assim como eu, adoram desafios: não sabendo que é impossível, nós vamos lá e fazemos.”

DIRIGENTE
RENNER CONTA A HISTÓRIA DA EMPRESA E COMO ELA FOI CONSOLIDADA NO MERCADO COM O PASSAR DOS ANOS.

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CONHEÇA A GENIALIDADE DE JANE AUSTEN PELA ÓTICA DA VITROLA EDITORA

Aautora responsável por difundir os universos de grandes clássicos atemporais, Jane Austen, é considerada uma escritora à frente de seu tempo. Desde muito nova, já demonstrava vocação para contar histórias sobre mulheres fortes. Embora nascida no século XVIII, em uma Inglaterra aristocrata, a inglesa sempre soube que seria alguém com convicções fortes a respeito do papel feminino na sociedade. E não foi diferente com o clássico “Orgulho e Preconceito”, considerado um dos romances mais envolventes do mundo, por meio do qual conseguimos observar a burguesia do século XIX.

O enredo gira em torno da família Bennet, formada pelo Sr. Bennet, sua esposa e suas cinco filhas (Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia). A protagonista Elizabeth é uma bela jovem, orgulhosa, com forte personalidade e opiniões diferentes das demais pessoas do seu círculo social. Lizzie, como é chamada, possui dentro de si inquietações com as convenções sociais de sua época, a exemplo de seguir o padrão social feminino de ter que se casar e ser mãe. Nessa história, temos o romance entre a moça e o belo Mr. Darcy, um solteiro cobiçado da alta burguesia que, ao conhecer Elizabeth, sente algo muito forte em um primeiro momento, mas se recusa admitir seus sentimentos por causa de sua origem humilde. Com uma vasta biografia, os textos de Jane Austen tornaram-se sucesso mundial. Seu último romance publi-

cado, que retrata a época e suas condições sociais, “Persuasão”, é uma obra de ficção rica em detalhes e repleta de bom humor. Com uma leve dose de ironia e sob uma nova perspectiva, a autora descreve a sociedade inglesa do século XIX de forma minuciosa e discute pontos comuns à época, como o preconceito, a elitização e a discrepância social. A obra retrata a vida de Anne Elliot,

uma jovem doce que se apaixona pelo pobre, porém ambicioso jovem oficial da Marinha, capitão Frederick Wentworth. Aparentemente tudo se mantém na esfera do belo e maravilhoso, mas há um problema: a família de Anne não concorda com o relacionamento do casal. Desse modo, convencem-na a romper os laços amorosos.

Após oito anos desde o término, Anne já não cogita mais a possibilidade de se casar, pois os sentimentos que inundam seu coração demonstram os rastros de dor que o fim do noivado em sua primeira juventude lhe causara. Isso piora quando Frederick, agora capitão Wentworth, retorna para a vida de Anne, cruzando o seu caminho várias vezes, o suficiente para ela se lembrar da decisão errada que havia tomado quando jovem.

Com essas duas breves sinopses, finalizamos essa dupla dica de leitura, sem deixar de considerar o quanto narrativas bem construídas podem ultrapassar os preconceitos da época e de forma inteligente criticar os comportamentos sociais.

Apesar de uma perspicácia apurada e excelência na escrita, Austen viveu numa época em que as mulheres não possuíam tanta autonomia. Filha de um reverendo, foi obrigada a aprender atividades domésticas voltadas à constituição de esposa. Solteira, precisou quebrar muitos orgulhos e preconceitos para se tornar uma grande autora e um exemplo de protagonismo feminino no ramo literário.

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Em pleno século XXI, mesmo após 200 anos de sua morte, a autora ainda consegue avivar interesse por suas obras Texto: Bruna Lopes

A literatura e a sua contribuição para a história ocidental

Construída no período entre 1163 e 1345, na Île de la Cité, ilha localizada no curso do Rio Sena, em Paris, a Catedral de Notre Dame é uma das igrejas góticas mais antigas do mundo. Notre Dame significa Nossa Senhora, uma dedicação à Virgem Maria.

À época, a cidade de Paris continha um forte crescimento populacional e econômico. Além de configurar um centro intelectual relevante na Europa medieval, possuía um grande número de artesãos e mercadores nos arredores da cidade.

Em Notre Dame, foram realizados importantes acontecimentos, entre eles, a coroação de Napoleão Bonaparte e a beatificação de Joana D’Arc.

No século XIX, a catedral parisiense apresentava um péssimo estado de conservação. Em virtude disso, cogitou-se a sua derrubada. Todavia, a demolição da catedral só não aconteceu por um fato inusitado.

Victor Hugo, escritor francês, publicou um livro que foi um grande sucesso na época: “Notre-Dame de Paris”. A obra foi publicada em 1831 e seu sucesso foi tão grande que não só o plano de demolição da catedral caiu por terra, como também o rei Luís Filipe I ordenou sua restauração em 1844.

Eternizada pelos personagens Quasímodo, Esmeralda e Frollo, a história se passa em 1482 e ilustra

a sociedade medieval da França. Importante ressaltar que os protagonistas da narrativa provêm de todas as camadas sociais existentes. Os nobres, os representantes do clero e os fidalgos cruzam-se, nas ruas da cidade, com os ciganos, os pobres e os mendigos.

O enredo destaca Quasímodo, criança corcunda, abandonada em frente à Notre Dame. Frollo, arquidiácono, acolhe-o, adota o menino e cuida deste como se fosse seu filho.

Esmeralda, cigana renegada pela sociedade como feiticeira, é muito bonita e, devido à sua dança, é cortejada por muitos homens. Inclusive, Quasímodo e Frollo se apaixonam por ela em segredo.

Victor Hugo não é um simples escritor, pois prova que a literatura genuína pode coexistir com as convicções individuais. A literatura legítima é a expressão direta de “experiências autênticas” e não de “opiniões”. Mediante essa sua forma de pensar, foi capaz de desenvolver uma obra de ficção que, ao passo que consegue inserir o leitor dentro da Paris do século XV, contribui para a manutenção da cultura e dos valores históricos franceses.

Texto: Vitor Manfio

Criado na maior cidade do país, o paulista Tonico Vendrame conta para a Vitrola como é estar à frente da livraria que é seu projeto de vida, na cidade de Jaú - SP.

auxiliar na parte comercial. Sempre à volta de caixas de mercadorias, foi conhecendo bem as formas de negociação que ocorrem entre editoras, distribuidoras, livrarias e consumidor final.

Você

já viveu algum momento no qual teve a certeza de que estava trilhando o caminho certo? Alguma vivência que o(a) motivou a ponto de saber que tinha se encontrado profissionalmente? O paulista Tonico Vendrame passou por essa experiência ao inaugurar sua livraria “Vamos Ler”, em Jaú, no interior de São Paulo. Com anos de prática profissional no mercado e com uma família composta por livreiros, o empresário nasceu em um berço cultural que o impulsionou a alçar grandes voos.

Nascido na capital do maior estado do Brasil, Tonico pôde acompanhar, desde pequeno, a rotina de Antônio, seu pai e profissional renomado, responsável por gerir diversas livrarias na cidade que não dorme. Ao lado de dois irmãos, cresceu diante da oportunidade de

As Livrarias Peruíbe construíram uma extensa história ao lado do público leitor, ofertando-lhes, anos a fio, o melhor da literatura. Nesse percurso temporal, o proprietário de “Vamos Ler” ingressou no Curso de Hotelaria e descobriu novos caminhos que o levaram à promoção e à organização de eventos culturais. Entretanto, por questões familiares, por volta dos anos 2000, deixou em stand-by esse projeto e assumiu, ao lado de sua mãe, duas livrarias em São Paulo, praticando suas habilidades como administrador. “Eu sempre digo que o brasileiro é muito empreendedor, mas pouco gestor. E não deveria ser assim. O certo seria aprendermos sobre educação financeira nas escolas, porém é uma pena que apenas uma parte da população consiga desenvolver isso ainda no tempo de escola”, afirmou Vendrame em entrevista concedida à Vitrola Editora.

Em 2009, com uma bagagem de produção de eventos, o empresário, além de estar à frente dos empreendimentos da família, foi o responsável por realizar a feira da Universidade de São Paulo (USP), o que lhe proporcionou grande notoriedade — logo, bons resultados e boas oportunidades. Ou seja, editoras como Companhia das Letras, Record, Globo, Harper Collins e Pla-

Fotógrafa: Fernanda Ferraz

neta depositaram em Tonico muita confiança na realização de eventos, com o intuito de propagação das respectivas marcas. Ademais, Zeca Camargo, Jô Soares, Fernanda Montenegro e Monja Coen foram algumas das personalidades que ele assessorou e acompanhou nos lançamentos dos livros e em sessões de autógrafo. Com uma rotina árdua até meados de 2018, muitas portas foram se abrindo e sua trajetória como empresário foi reconhecida pelos colegas de distintas profissões e por atores sociais do meio.

Sabemos quão difícil se tornou trabalhar com conhecimento e literatura na era digital. Tal dificuldade, juntamente com uma intensa crise financeira, ainda em 2017, levaram Tonico a fechar as portas das duas livrarias que cuidava na capital. Em virtude disso, mudou-se para Jaú, com o intento de embarcar em um projeto promissor com seu irmão, Eduardo Dias Vendrame. Naquele momento, a “Vamos Ler” ingressava no mercado editorial.

BAGAGEM LITERÁRIA: O DIFERENCIAL QUE PROMOVE O SUCESSO

Aantiga revistaria localizada no centro da cidade de Jaú, que vendia produtos decorativos, opções de presente e utensílios domésticos, passou a ser um ponto de referência para venda de produtos literários. O público levou um certo tempo para se acostumar com a mudança interna, mas foi se familiarizando e compreendendo o novo propósito de trabalho

dos sócios. “Lá no centro era bem bacana de trabalhar, mas as pessoas estavam acostumadas com a venda de outros produtos, fora que o estacionamento não era tão fácil de conseguir, porque era em uma rua muito movimentada e isso atrapalhava o acesso ao nosso espaço”, relembrou Tonico.

Por considerar a relevância desse aspecto e suas vivências nas lojas familiares, como também nas bienais do livro, Tonico almejava um espaço amplo que proporcionasse uma experiência literária positiva para o seu cliente. Com foco nesse propósito, em 2019, comprou a parte do irmão e mudou seu endereço para uma casa residencial bem localizada, com possibilidade de conforto aos leitores e com um toque poético em sua essência.

A “Vamos Ler” foi adquirindo características únicas que a transformaram em uma livraria de grande sucesso, considerando desde a iluminação harmoniosa do ambiente até a disposição das obras. Outro aspecto extremamente importante que passou a ser colocado em prática foi a forma personalizada de escutar os clientes e atendê-los.

Atualmente, quatro pessoas fazem parte do time de vendedores da livraria e todas são estimuladas a expandir seus conhecimentos para que possam prestar assessoria a cada um que cruza as portas da empresa e visa à busca do prazer proporcionado pela literatura. De igual modo, bem atender cada um que deseja usufruir de uma boa conversa ou da experiência presencial de folhear e cheirar os livros.

SEGUNDA CASA

Ao nos conceder a entrevista, com muito orgulho, Tonico esclareceu como o empreendimento tornou-se a sua segunda casa. Sente-se à vontade para cuidar do jardim, reorganizar os livros e, de modo especial, utiliza o seu tempo para pensar em ações que façam a marca crescer ainda mais. Possivelmente, um espaço que oferte café pode ser implementado na empresa. Eventos culturais e rodas de conversa dentro da livraria também são projetos futuros que têm o claro objetivo de convidar o leitor para ocupar esse espaço destinado ao conhecimento e ao compartilhamento de histórias.

O empresário também afirmou que, além do ponto físico em Jaú, consegue distribuir os produtos para lojas da região, atuando como distribuidor.

Com base nessa vasta bagagem e de forma entusiasmada, Tonico almeja o retorno de bienais, feiras, sessões de autógrafo e lançamentos de livros, pois, para ele, é imprescindível vivenciar a atmosfera cultural em todas as suas vertentes. Com esse objetivo, para o futuro, projeta aumentar sua visibilidade mediante o crescimento da marca.

certeza, você, estimado leitor, conhece empresas com raízes familiares, com avós ou tios que abandonaram a carteira assinada e decidiram empreender, ou então com primos que se tornaram comerciantes e, até mesmo, prestadores de serviço. O legado de desenvolver uma marca e mantê-la sólida no mercado é uma decisão importante para quem deseja ser protagonista da própria narrativa. Eis o que define a história do Brasão Supermercados, escrita no berço da família Dalmora.

Ainda em 1974, seu Zilio e dona Carolina fundaram o Comercial Pato Branco de Secos e Molhados, na cidade de Pato Branco, PR. Desde então, passaram a atender a todo o sudeste deste estado Cláudia Maria Dalmora, é a sócia administradora das unidades de Guaratuba, cidade praiana que tem cerca de 40 mil habitantes, mas recebe um público de aproximadamente um milhão pessoas por ano, que objetivam descansar e aproveitar a diversidade natural do local.

Nesse cenário paradisíaco que atrai muitos turistas, a empresa familiar desenvolveu seu propósito de se tornar uma referência no segmento. Com o passar dos anos, os proprietários reformaram o ambiente físico, para que este proporcionasse conforto e praticidade aos clientes. Os resultados não poderiam ser melhores, pois mais lojas foram inauguradas em diferentes localidades. Cada um dos filhos de Zilio e Carolina assumiu uma unidade e, conjuntamente, todos se responsabilização pelo sucesso do empreendimento.

A gestora Claudia Maria Dalmora nos conta a história de sucesso do empreendimento. Mantendo o ideal de sempre ofertar um diferencial em produtos e marcas, além da unidade inaugurada no bairro de Brejatuba da cidade praiana em 1996, após quatro anos de trabalho focado no desenvolvimento regional, a família decidiu abrir mais uma loja no centro da cidade de Guaratuba. Ao total, a empresa opera com 220

colaboradores em alta temporada, o que impacta significativamente a economia local.

INOVAÇÕES QUE SÃO DIFERENCIAIS

Sabemos que a inovação tecnológica acompanha o nosso cotidiano. Por esse motivo, continuamente, precisamos buscar recursos que aprimorem as nossas experiências de consumo.

O que faz você optar por uma determinada loja, uma farmácia ou um supermercado específico e não pelos demais estabelecimentos comerciais? Possivelmente pelos preços, pela qualidade dos produtos ou pelo atendimento personalizado. Contudo, o que de fato é decisivo são os diferenciais que uma marca e um propósito ofertam.

A fim de facilitar as compras aos seus clientes, o Brasão Supermercados é um estabelecimento inovador e possui um design interno adaptado.

Cláudia relembra o momento em que, ao lado da gerência do

Com
O Brasão começou sua história há mais de 60 anos, iniciando no sudoeste do Paraná e tornando-se referência no seu segmento Fotógrafo: Adriel Moreira

empreendimento, decidiu ofertar outros serviços, terceirizados, para proporcionar mais conforto e praticidade à sua marca. Em 2020, foram inaugurados espaços múltiplos de lazer dentro do próprio Super. Assim, as pessoas que escolhem fazer suas compras na unidade de Brejatuba também podem desfrutar de uma praça de alimentação, de um espaço kids e ainda duas salas de cinema.

“De Paranaguá até Guaratuba, não tinha cinema, então, foi um grande movimento para o comércio local. Nós conseguimos trazer para a cidade algo que ainda não tinha e isso nos alegra muito”, afirma a proprietária.

Na loja matriz, as opções de refeição são muitas: comida japonesa, hamburgueria, petiscos e outras delícias fazem parte da proposta diferente de serviço ao cliente. Cláudia acrescenta que o espaço kids tem sido uma excelente alternativa, pois permite que os pais façam as compras enquanto seus filhos se divertem em um parque

adaptado. Da mesma forma, o cinema aumentou o fluxo de clientes dentro do Brasão.

LITERATURA AO ACESSO DE TODOS

Além das opções gastronômicas e de lazer na unidade de Brejatuba, em ambas as lojas de Guaratuba, você também encontra a marca Vitrola.

Em uma viagem ao litoral catarinense, Cláudia encontrou nossos produtos em um dos nossos parceiros. Segundo a proprietária, “os

expositores me chamaram muito a atenção pelo requinte, formato e principalmente por caberem uma quanti dade interessantí ssima de livros. O nosso ticket médio aumentou signifi cati vamente por causa das vendas casadas que ocorreram”.

A parceria que iniciou no ano de 2021 rende bons frutos. Nossos vendedores externos visitam o Super com frequência para organização dos expositores, bem como para sugestão do que está em alta no mercado livreiro, tendo em vista as reposições necessárias. Além disso, uma equipe interna presta um atendimento personalizado via whatsapp e e-mail para melhor atender às demandas do cliente.

A proprietária relembra que antigamente o valor do livro era muito elevado, porém, hoje, ela percebe que as pessoas veem o produto como conhecimento, por isso, investem em novas aquisições. Em 2022, os gestores do Brasão Supermercados pretendem desenvolver campanhas promocionais em datas comemorativas, envolvendo os livros como forma de incentivo ao hábito de ler. À vista disso, é nítida a consciência que a marca tem da importância que a cultura exerce na sociedade.

Considerado o quinto município mais populoso do estado, Santa Maria é um grande polo universitário devido à quantidade de instituições de ensino que comporta, bem como pelo elevado número de jovens que saem de suas casas e se mudam para a cidade em busca de especialização profi ssional. Além de ser um centro científico, é um lugar muito acolhedor para quem decide tentar a vida, a exemplo de Magalli e Jonas.

Ela, natural de Faxinal do Soturno, e ele, de Gravataí, foram passar um período de quinze dias a trabalho em Santa Maria e hoje são sócios na Corvus Book, empresa parceira da Distribuidora Vitrola. Localizada na Avenida Nossa Senhora das Dores, no Royal Plaza Shopping, a livraria surgiu de um insight dos proprietários e, principalmente, em decorrência do apreço que ambos têm pelas diversas formas de expressão cultural.

Em julho de 2020, a Corvus abriu suas portas para o público, tendo em vista a conquista de seu espaço no mercado livreiro. Para tanto, desde sua inauguração, tem propor-

cionado aos seus amigos e clientes um atendimento personalizado, de acordo com o gosto literário e com a intenção de compra de cada um. Em entrevista exclusiva à Vitrola, a sorridente Magalli, ou Magui para os amigos, afirmou: “Se tivesse que escolher uma palavra para associar a mim e ao meu sócio, com certeza, seria livros. A Corvus gosta de tra-

tipo de material. Por esse motivo, embarcamos juntos nesse sonho.”

A empresa trabalha com um grande diferencial no ramo, isto é, muito além de comercializar produtos literários ou ligados às culturas pop ou geek, presta uma assessoria aos clientes. A equipe formada pelos dois sócios e duas vendedoras dedica-se à compreensão do perfil de cada leitor, a fim de proporcionar a melhor experiência de compra possível.

balhar com terror, suspense, fantasia e thriller. Nós encontramos muitas pessoas com este gosto literário mais específico e que desejam esse

“Tanto eu quanto meu sócio somos apaixonados por livros desde sempre. Por isso, prestamos uma assessoria ao cliente por meio de uma entrevista para melhor compreendermos o que ele busca. Já no caso de crianças, pesquisamos as obras que combinam com a faixa etária, porque é fundamental a orientação da leitura e não apenas a venda do produto. Esse tipo de atendimento nos permite formar um vínculo muito bonito com o nosso cliente”, esclareceu Magalli, ao mencionar a imprescindibilidade da atenção com cada consumidor diante do propósito de criar uma rede de relacionamentos.

Em Santa Maria, Magalli Vidal e Jonas Graczcki viabilizam uma experiência literária aos leitores de forma personalizada Fotógrafa: Ketherin Camargo

Empolgada, Magui relatou uma situação que ocorreu nos dias que antecederam a virada do ano para 2022. Ou seja, uma das primeiras clientes da loja, uma senhora de Fortaleza - CE, tem uma filha que estuda na Universidade Federal de Santa Maria. Como tem o hábito de comprar livros na Corvus e enviá-los à moça, no dia 30 de dezembro, na oportunidade em que viajou para o sul do Brasil, a cliente fez questão de conhecer o espaço e os amigos que sempre a atenderam com muito afeto. Esse episódio demonstra, pois, a importância de um atendimento diferenciado ao consumidor.

Juventude inovadora

Jovens, atentos às tendências do mercado e conectados à forma de funcionamento do funil: editoras, distribuidoras, livrarias e consumidores finais, os proprietários fizeram referência ao crescimento do consumo literário, tanto impresso quanto digital, em 2021. Nesse sentido, os sócios da Corvus Book confirmam que houve, no meio cultural, um aumento significativo dos livros digitais, ainda mais com a inserção do Kindle, mas ambos também reconhecem o valor do livro impresso nas mãos do leitor, pois é uma experiência incomparável.

Os proprietários reafirmaram o valor afeti vo em presentear com obras físicas: “o que é mais bacana: você escolher uma obra, organizar uma embalagem bonita ou dar um PDF para alguém? Existe esse apelo à troca de conhecimento e ao mergulho nas histórias vivenciadas, em uma imersão cultural, dentro das livrarias físicas. Após a reclusão por causa da pandemia, conseguimos perceber a quanti dade de idosos e crianças que nos visitam não somente para comprar, mas também para uma boa conversa, para deixar o dia mais leve.”

Nessa perspectiva, a empresa compreende que esse movimento na era digital pode ser observado sob outra ótica e se tornar corro-

borativo também com a divulgação das novidades, das obras clássicas e dos produtos desse segmento que já estão em estoque na loja. Tanto no Instagram quanto no Facebook, com a identidade “@CorvusBookstore”, os proprietários postam resenhas literárias, fotos produzidas, vídeos e reels interativos que aproximam o cliente da livraria e impulsionam as vendas, uma vez que despertam a curiosidade em torno de cada obra. Nesse sentido, instiga o público a buscar conhecimento por meio dos livros.

Ao evidenciarem a retomada dos eventos presenciais, de modo especial, das feiras, Magalli prontamente se animou e argumentou: “Eu não sei se as pessoas se empolgam ou se sentem em uma atmosfera diferenciada, mas as feiras proporcionam uma visibilidade muito boa, é um marketing gratuito para as livrarias. Saber que poderemos atuar novamente nesses espaços nos dá um sopro de esperança de dias melhores.”

Vitrola e a Corvus

Com o mesmo objeti vo de facilitar o acesso ao conhecimento, aos livros e à cultura,

Corvus Book e Vitrola compartilham um momento de ascensão do consumo literário.

Por intermédio de um antigo empregador dos sócios da livraria, em uma conversa sobre possíveis fornecedores, surgiu a necessidade de estabelecerem uma parceria com uma distribuidora de livros. Após uma primeira ligação por parte da livraria, um dos vendedores externos da Vitrola visitou a empresa e firmou parceria.

Os sócios afirmaram que estão muito contentes com a forma de negociação, com os prazos de entrega, com o atendimento atencioso e também com a variedade de obras que podem obter a partir do acervo da distribuidora. Os empreendedores enfatizaram que uma das obras mais bem vendidas na loja é “A Revolução dos Bichos”, da Vitrola Editora.

Com o aumento das vendas no ramo livreiro, Magalli e Jonas pretendem aumentar a quantidade de unidades no prazo de cinco a dez anos.

literatura em profundidade

Eleita uma das autoras contemporâneas mais importantes de 2021, Carla Madeira estampa a capa da revista Vitrola para falar sobre suas inspirações.

Oritmo e a trama envolventes de “Tudo é rio” conquistaram, de uma vez por todas, o leitor brasileiro. Lançada pela Editora Record, em fevereiro do ano passado, em novo projeto gráfico, a estreia literária da escritora mineira Carla Madeira se tornou o segundo livro de ficção nacional mais vendido em 2021, com quase 60 mil exemplares comercializados. O sucesso é resultado de um poderoso boca a boca aliado à grande capilaridade do Grupo Editorial Record. “Tudo é rio” segue no topo da lista dos mais vendidos das principais livrarias atrativas do país, muitas vezes, acompanhado por “Véspera”, terceiro livro da autora, lançado também pela Editora Record.

A propaganda espontânea dos fãs não teria se sustentado por tanto tempo se não fosse pela qualidade

literária da obra de Carla Madeira Carneiro. A trama instigante em torno de um triângulo amoroso, narrado de forma tão elegante quanto despudorada, tem incrível capacidade de manter os leitores com os olhos fixos às páginas até o ponto final. Isso justifica o comum relato dos que concluíram a leitura numa única tarde ou num fim de semana.

Temas que surgem na trama, a exemplo de abuso e violência doméstica, configuram o ponto de partida para questionamentos mais profundos sobre a condição humana, tais como: vale a pena ser livre sem amar? Como se chega ao extremo? É possível perdoar o imperdoável? Dalva, Lucy e Venâncio mostram os anseios do amor que é fogo, bem como do afeto que pode se transformar em obsessão; assim sendo, até que ponto somos capazes de controlar nossos instintos?

A obra “Tudo é rio”, lida com tanta voracidade pelos leitores, precisou de um longo período de decantação até chegar às livrarias. A cena cen-

tral, por envolver um caso brutal de violência familiar, paralisou a autora a ponto desta precisar de quase quinze anos para retomar a escrita. Desse modo, o livro que começou a ser escrito em 1998 como um exercício de linguagem despretensioso só foi retomado em 2012.

“A coisa mexeu com questões muito profundas em mim e eu não sabia como sair da situação, talvez ainda não tivesse maturidade para lidar com aquilo. Nesse período, tive dois filhos e vivenciei plenamente a maternidade, o livro estava sendo gestado nesse período também”, recorda-se Carla Madeira.

O estilo e o convite à reflexão conquistaram a atenção da jornalista e escritora gaúcha Martha Medeiros que, ao dedicar uma coluna ao livro, fez a curva de vendas dar uma primeira guinada. Para ela, “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga”.

O livro também caiu no gosto dos livreiros que o recomendam efusivamente. Na Pocket Store, em Porto Alegre, o proprietário Ivan Pinheiro Machado costuma desafiar, em tom de brincadeira, os amigos e clientes mais assíduos. Em suas palavras, “Digo que se eles não gostarem de ‘Tudo é rio’ dou cem dólares, mas ninguém nunca voltou para reivindicar os dólares. É uma maneira de elogiar este que é um grande livro”.

Além disso, o cineasta Bruno

Barreto procurou a autora com a intenção de desenvolver uma adaptação cinematográfica de “Tudo é rio”. Ela ficou lisonjeada pela possibilidade de ver rostos físicos para Lucy, Dalva e Venâncio, entretanto, à época, como estava escrevendo “A natureza da mordida”, preferiu priorizar este projeto criativo. Ademais, Carla sempre deixou muito claro o desejo de o filme ser dirigido por uma mulher.

VÉSPERA: UMA GRANDE APOSTA

Em seu mais recente romance, “Véspera”, há também um acontecimento chocante quando uma mãe decide abandonar o filho numa avenida movimentada de mão única. Após dois minutos, a personagem se arrepende; quando volta, a criança não está mais lá. “É uma característica que está presente na minha obra literária, de saber como se chega ao extremo”, descreve a autora, que tem um terceiro livro a ser relançado pela Record em 2022.

O livro foi escrito durante a pandemia, depois de uma pesquisa profunda sobre o mito de Caim e Abel. “Sou de uma família religiosa. Então, essa busca espiritual faz parte da minha história. Para ‘Véspera’, precisei estudar muito a Bíblia para pensar esse mito. Como a gente explica que Deus é bom se tem essa história de Caim e Abel?”, questiona Carla. “Aí surge o personagem do Padre Tadeu, da ideia que ele coloca da diversidade; cada um tem uma oferenda, traz as suas potências de coisas legais para dar para o outro.”

O segundo e mais significativo boom em relação às vendas surgiu no ano passado com o lançamento de “Véspera”, que renovou o interesse dos leitores pela obra de Carla Madeira e colocou “Tudo é rio” novamente na lista dos livros mais vendi-

dos. Desde o relançamento, o melhor mês de venda foi janeiro de 2022. A visibilidade fez com que personalidades da cultura e do mundo das letras, como a cantora Marisa Monte, a atriz Alice Wegmann e o advogado Pedro Pacífico, idealizador de um dos mais influentes perfis de Instagram dedicados a livros, descobrissem a obra.

Nos 57 anos de vida de Carla Madeira, o caminho até o sucesso literário foi diverso. Depois de ter desistido de cursar Matemática na universidade, compreendeu que seu dom era comunicar e se formou, então, em Jornalismo e Publicidade. Já muito jovem, a autora se uniu a algumas amigas e fundou a Lápis Raro Agência de Comunicação, uma das agências mais importantes de Minas Gerais. A paixão pelas palavras associou-se à música, o que a levou a compor canções e fazer parte de uma banda de MPB. Segundo ela, aprendeu observando as letras do Clube da Esquina, de Chico Buarque, de Gilberto Gil e de Caetano Veloso.

VERTENTE ARTÍSTICA

Especialista em retratar a vida, nua, crua, sem rodeios, exatamente como ela é, a autora fala sem medo das más interpretações. De forma explícita, retrata a dor, a pele, a luxúria, o medo e a complexidade do ser humano a ponto de provocar no leitor a identificação com seus personagens.

A literatura em profundidade é para poucos, e Carla deságua nessa vertente em cada texto que se propõe a escrever. Ela transborda sua arte.

A veia artística é familiar. Com uma mãe artesã, a autora foi encorajada a buscar suas próprias versões sobre quem queria ser. Assim, aprendeu a dar espaço à sua sensibilidade criativa.

Carla, definitivamente, está longe de se afastar da literatura.

Para 2022, a obra “A natureza da mordida” ganhará segunda edição e já está sendo cotada como mais um grande sucesso de vendas. Muito além de números expressivos, a autora faz parte de um símbolo de representatividade importantíssimo: mulheres na literatura. E isso tem muito a ver com um passado desigual.

Em 1860, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis publicava periodicamente capítulos da obra “Úrsula”, o primeiro livro lançado por uma mulher no Brasil. Considerada uma pioneira na crítica antiescravista do país, ela tocava em assuntos que outros não ousavam fazer qualquer referência. Dessa data até a inserção de Carla nesse cenário, foram anos de tabus, preconceitos e limitações

em torno do que era permitido ou do que se esperava de histórias escritas por mulheres.

A autora foge dos padrões. Usa palavrões e escreve o que precisa ser dito. Prova disso é a primeira palavra de “Tudo é rio”: puta. Escrita exatamente assim, sem mais nem menos. A personagem principal não faz a linha das mocinhas que, ao longo da trama, faz um esforço para permanecer ao lado de um grande amor. Lucy é uma garota de programa, e a obra nos tira da zona de conforto, provocando relevantes reflexões sobre os instintos animalescos que vivem em cada um de nós.

Mesmo após um cenário de grandes incertezas, o varejo de livros no Brasil fechou o último ano em alta, conforme apontam os relatórios do Painel do Varejo de Livros no Brasil, realizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen, plataforma de opinião de consumidores do Brasil.

Durante os últimos meses, alguns destaques, a exemplo de Lives e do TikTok — ferramenta de compartilhamento de vídeos curtos —, impulsionaram as vendas no segmento. De igual modo, assuntos relacionados à saúde, ao bem-estar, ao empreendedorismo e às finanças influenciaram os leitores.

De modo gradativo, as pessoas foram aprendendo a conviver com o novo vírus, e a pandemia as estimulou à fuga do contexto

real e à busca de novos mundos, o que proporcionou um reflexo positivo para a ficção literária.

Dentre as apostas para os próximos meses, os livros de fi cção e os infantojuvenis encabeçam a lista das obras preferidas pelos leitores. Apesar da relevância dos eventos programados para 2022, como eleições e copa do mundo, as expectativas que circundam o mercado livreiro são boas, haja vista o número de leitores, que vem crescendo no país nos últimos anos.

Consonante a tudo isso, para este ano, a Vitrola Editora preparou um catálogo de lançamentos que irá satisfazer não apenas o cliente. Isso se justifica porque, para a empresa, a literatura é vista como um alimento capaz de nutrir a capacidade cognitiva

humana, e aquele que se sustenta de bons frutos tem a mente saciada. Eis, aqui, alguns dos lançamentos para 2022:

• O Corcunda de Notre-Dame (Victor Hugo);

• Fome (Izabel Artagão);

• O Alienista (Machado de Assis);

• Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski);

• O Processo (Franz Kafka);

• Um Conto de Natal (Charles Dickens).

Vitor Manfio - Editor da Vitrola Editora

Costumamos

dizer que somos uma empresa privilegiada por contarmos com tantos colaboradores que se destacam em suas atribuições. O vendedor Hermes Magalski, 28 anos, é um exemplo disso. Sempre acompanhado de um chimarrão topetudo, já nos primeiros momentos da manhã, trata todos os colegas com muita gentileza, educação e busca ser útil aos diversos setores da Vitrola.

Nascido em Palmitinho - RS e com um perfil de trabalho executor, Hermes sempre buscou sua independência financeira. Aos 13 anos de idade, entrou para o mercado de trabalho, atuando em uma fábrica de refrigerantes de Frederico Westphalen - RS. Nas muitas andanças da vida, o colaborador adquiriu uma bagagem de conhecimento e desenvolveu diversas habilidades que possibilitaram o seu ingresso na Distribuidora de Livros Vitrola em maio de 2018.

Entre um mate e outro, ele separou um tempo de sua rotina para dividir conosco como é estar à frente de uma grande carteira de clientes. “Atualmente, sou vendedor interno e, ao lado da minha equipe, atendo a região de Santa Catarina, boa parte do Paraná e São Paulo. Compreendo minha responsabilidade, visto que a empresa está em constante crescimento. E isso exige uma postura ética e atenciosa com nossos clientes”, afirmou.

Com objetivo de aprimorar sua competência enquanto profissional, constantemente busca novos conhecimentos. Além disso, por ser o gestor da região e prezar por um trabalho constituído por metas e desafios, procura compartilhar com a sua equipe cases de sucesso e o máximo de exemplos possíveis, pois acredita que a venda é um processo de experiência. Para ele, o primeiro passo para ser um bom vendedor é gostar de pessoas, e, a partir daí, planejar os atendimentos até que as vendas sejam realizadas de forma satisfatória, tanto para os clientes quanto para a distribuidora.

Muito atencioso, o colaborador destaque desta edição ressalta que a assessoria ao cliente é um diferencial que apresenta a todos os seus parceiros. Ligações para conferir as reposições

e mensagens via whatsapp para verificar as entregas demonstram a sua preocupação com a satisfação dos seus consumidores. Para Hermes, o ambiente leve e o coleguismo praticado em equipe e com os demais colaboradores da empresa são diferenciais que o motivam a buscar os melhores resultados possíveis.

Muito comprometido com o planejamento que a Vitrola estabelece a cada novo semestre, o vendedor agradece a oportunidade de crescimento dentro da empresa e garante que se sente feliz por construir um plano de carreira. Com isso, a longo prazo, almeja continuar sua busca por uma especialização profissional, visando a cargos superiores na distribuidora.

Hermes Magalski é vendedor interno da Vitrola e busca ofertar a melhor performance de trabalho ao lado de sua equipe Fotógrafa: Bruna Lopes

Casamento: como ferimos, como curamos

O psicólogo Vilson Langaro Corral, ao relançar sua obra pela Vitrola Editora, fala, em um diálogo livre de julgamentos, sobre as relações afetivas em tempos de amores líquidos

Filho de um paulista e uma gaúcha, o estimado psicólogo e escritor Vilson Langaro Corral construiu sua vida baseada em memórias saudáveis ao lado dos pais. No decorrer de muitas experiências pessoais, ele constatou o quão importante é se sentir seguro para compartilhar reflexões que auxiliam no crescimento pessoal de cada um. “Passei por muitos caminhos, nunca equivocados, pois, mesmo sem perceber, cada um deles me levava mais perto do que iria fazer. Às vezes, querendo fugir do próprio destino, mal sabia que estava indo exatamente em sua direção. Esse é um dos paradoxos da vida: ao pensar que estamos fugindo de algo no que se refere ao destino, na verdade, estamos indo abraçá-lo.”, falou com convicção.

Atualmente dedica-se ao consultório clínico focado em terapia individual e de casais. Também é facilitador de cursos de autoconhecimento que ocorrem de forma presencial e, em breve, on-line. Nessa fase em que encontrou a completude na área da Psicologia, Vilson lançou um livro com foco nas relações afetivas.

“Casamento: como ferimos, como curamos” é uma obra cativante, destinada a pessoas que desejam descobrir como é possível amadurecer em sua forma de amar. Assim, teremos em breve a publicação do texto integral pelo selo da Vitrola Editora em todos os nossos parceiros comercias.

Convidamos o autor para uma entrevista bastante significativa sobre sua vida pessoal e seu livro. Confira:

Vilson, além de ministrar cursos e workshops sobre conhecimento dentro da área da Psicologia, você também trabalha diretamente com pacientes no consultório?

Sou psicólogo clínico e atendo diariamente, de segunda a sexta, em consultório na cidade de Passo Fundo. Normalmente, o público-alvo é formado por adultos e atuo também como terapeuta de casais, com atendimentos presenciais e de forma on-line, modalidade que cresceu muito nos últimos anos.

Olhando seu Instagram, identificamos conteúdos disponibilizados que tratam de assuntos específicos. Você acha que as mídias digitais auxiliam a sanar as dúvidas de seus seguidores e amigos?

As plataformas digitais têm atingido e impactado a vida de muitas pessoas. São muito eficientes e encontramos excelentes profissionais em todas as áreas. Podem realmente ser um canal de aproximação de seguidores, de pacientes e de amigos em geral, com textos, lives, dicas, tira-dúvidas e uma infinidade de temas valiosíssimos para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Com 25 anos de profissão, qual foi o maior aprendizado sobre comportamento humano?

A grande maioria do comportamento humano é transgeracional, isto é, adquirido de nossos pais e assim por diante. Sou facilitador de cursos de autoconhecimento. Num desses cursos, criei um pequeno, mas preciso teste que confirma essa hipótese. Basicamente, os comportamentos humanos são reproduções daquilo que observamos de nossos pais. Por exemplo: observe um comportamento seu, podendo ser “positivo” ou “negativo” e pergunte-se de quem foi copiado: do pai (sistema pai) ou da mãe (sistema mãe). Contudo, não há comportamento humano que não possa ser aprimorado ou requalificado quando um indivíduo realmente deseja melhorar um determinado aspecto. Somos seres em constante transformação.

Lançado pela primeira vez ainda em 2020, o seu livro “Casamento: como ferimos, como curamos” tem uma grande aceitabilidade pelo público leitor. Quando foi o momento em que você decidiu escrever a obra e qual foi sua motivação?

A pandemia trouxe e tirou coisas valiosas da vida de muitas pessoas. Para mim, trouxe um tempo de reflexão. A ideia inicial foi escrever sobre o impactante tema do workshop “Estratégias fatais da infância”, curso por mim desenvolvido

e administrado para mais de 5 mil pessoas. Contudo, durante a noite, num sonho, surgiu a ideia de escrever sobre a temática “relacionamentos”, abordando especialmente o casamento. Como sou terapeuta de casais, assuntos e temas do coti diano foram transcritos para o livro com uma linguagem acessível para os leitores. Realmente foi muito bem aceito pelo público, tendo sua primeira edição esgotada em poucos dias. É um livro para se ter na cabeceira da cama; é um manual sobre a arte de conduzir um bom casamento. Os capítulos podem ser lidos de forma aleatória, bastando, por exemplo, escolher um tema por noite.

Em tempos de amores líquidos, permanecer em uma relação é uma escolha. Agora com reedição pela a Vitrola Editora, como você descreve a obra para quem tem interesse em conhecê-la e aprender com o texto?

Essa obra é dedicada aos que acreditam e aos que não acreditam em relacionamentos. E mesmo os que dizem que não acreditam, no íntimo, desejam encontrar uma pessoa que torne suas vidas mais leves e que possam desfrutar de tudo o que uma relação saudável pode proporcionar. Essa obra fala de vários temas do cotidiano. Certamente, o leitor encontrará dicas valiosas para qualificar o seu relacionamento e compreender muitas coisas que acontecem em sua vida conjugal. A fala é simples, atual, afetiva e carregada de casos clínicos, bem como de histórias reais de pessoas reais. Uma riqueza de informações aguarda o leitor. Escuto, com muita frequência e com alegria no coração, que os que leram têm o desejo de presentear as pessoas que amam.

Para os próximos anos, podemos esperar mais alguma obra de sua autoria ou quem sabe até uma continuação do livro “Casamento”?

Aos jovens, é importante lembrá-los que o amor possui fases e que o romantismo do início vai sendo modificado com o tempo. Amar é desafiador e somente os corajosos decidem encará-lo, mas é muito, muito compensador. Um bom casamento é um tesouro de altíssimo valor em função de tudo o que ele pode oferecer. Todavia, seguramente, os problemas surgem; com eles, a capacidade de lidar com as dificuldades ou fugir delas. O casal passa por momentos desafiadores, porém é importante estar consciente de que existe socorro, auxílio e pessoas especializadas para lidar com a maior parte dos problemas. A verdade é que a maioria que casa não pensa em se separar.

Sim, está a caminho uma espécie de continuação desse primeiro volume, já em adiantado processo, com previsão de conclusão ainda para este ano. Relacionamento é a grande temática humana, a maior delas. O assunto é inesgotável. O segundo livro segue o raciocínio da primeira obra, mantendo a fidelidade da linguagem e a fala afetiva, com orientações preciosas colhidas em milhares de sessões. A obra é dedicada para quem deseja ter um casamento de nível elevado.

Se você, como analista, pudesse dar um bom conselho a um jovem casal, qual seria?

O casamento pode ser uma das aventuras mais desafiadoras que podemos empreender. Hoje sabe-se que a qualidade de vida está ligada à qualidade das relações. Quando a vida conjugal está com a qualidade afetada, então, é possível afirmar que entre 60% a 80% da qualidade de vida está comprometida.

A sugestão é que quando os problemas começam a aparecer, é hora de buscar ajuda de terapeutas de casais. Normalmente, quem busca esse tipo de auxílio encontra as respostas que precisa.

Se, sessenta anos atrás, alguém falasse que você poderia assistir a novelas e seriados televisivos na palma de sua mão, ou então comprar um produto de outro país com apenas um clique, você acreditaria?Hoje em dia, não saímos de casa sem o celular no bolso. Seja para enviar uma mensagem, pagar algum boleto, conferir um vídeo, receber uma ligação ou até escrever um livro (como Fabrício Carpinejar costuma fazer no bloco de notas de seu celular).

O professor de Tecnologia da Informação, da Universidade Federal de Santa Maria – Campus Frederico Westphalen, Roberto Franciscatto, lançará, em maio, pela Vitrola Editora, o livro “40 mitos e verdades sobre o seu celular – guia prático de sobrevivência digital”.

Considerando a finalidade da obra de desmistificar alguns dogmas sobre essa tecnologia, convidamos o especialista para listar cinco mitos sobre o seu celular. Talvez você ainda não os conheça, mas pode tomar conhecimento com esta publicação. Confira os mitos:

Creme dental ajuda a remover riscos na tela?

A resposta é: não (deixemos o creme dental somente para hábitos de higiene bucal). Trata-se de um mito que se espalhou por algum tempo, mas que não ajuda nos riscos e demais problemas com a tela. Além de não ajudar, o creme dental pode ser absorvido pelo celular e danificar o LCD ou trazer outras complicações ao seu dispositivo.

Você quer realmente proteger sua tela? Coloque uma película de boa qualidade e resistente (faça uma pesquisa sobre as películas voltadas para o modelo de seu celular). Existem inú-

meras opções de preços, de produtos utilizados na fabricação e de testes comparativos na internet que podem ajudá-lo(a) nessa tarefa.

Arroz em celular que molhou resolve?

Essa pergunta é recorrente e um mito que muitas pessoas já praticaram alguma vez na vida. A verdade é que colocar o celular em um recipiente com arroz é um ato mais de desespero para tentar salvar o aparelho que caiu na água do que qualquer outra coisa.

O arroz pode absorver a água superficial do dispositivo, porém é ineficaz para sugar a água que se encontra internamente (nas partes que acabam sendo danificadas). Sendo assim, sua eficácia é praticamente zero.

Deixar o carregador plugado na tomada sem utilizar pode danificá-lo?

Sabemos que a praticidade em deixar o carregador na tomada, sempre no mesmo lugar, pode facilitar a busca pelo mesmo (sim, já fiz isso com frequência), porém essa prática pode reduzir consideravelmente a vida útil de um carregador, uma vez que ele pode ser afetado pelas oscilações da rede elétrica (corrente alternada), prin-

cipalmente em casos de sobretensão (picos na rede) ou queda de luz. Diferentemente de outros dispositivos presentes em nossa casa, a exemplo de geladeira, televisão e micro-ondas, todos projetados para suportar a rede elétrica e suas alternâncias 24 horas por dia, os carregadores são projetados para ficar na tomada apenas o tempo necessário para carregar a bateria do celular. Novamente destaco a importância do uso de carregadores homologados, que passam por testes exaustivos em situações extremas, ou seja, testes que deixam o aparelho ligado na tomada em um período de aproximadamente um mês sem emitir choques elétricos e nem mesmo entrar em curto-circuito.

Aparelhos em locais muito quentes ou frios podem afetar a bateria?

Sim, e temos uma explicação bem interessante para isso. As baterias compõem-se de íons de lítio, o que lhes confere um poder de carregamento mais rápido e quantidade maior de energia. Contudo, elas são mais sensíveis à exposição em temperaturas extremas (calor ou frio), sendo que o calor é o seu maior vilão.

No caso de altas temperaturas, as baterias de íons de lítio podem sofrer danos em suas estruturas internas; em casos mais problemáticos, há riscos de explosão e/ou princípio de incêndio nas mesmas. Quanto à exposição das baterias a baixas temperaturas, estas podem prejudicar o funcionamento dos circuitos elétricos presentes em seu interior, causando oxidação e falhas diversas em casos extremos.

Eduardo Bitello e Michael Soares, além de sócios em um escritório de advocacia, tornaram-se responsáveis pela publicação de uma grande obra pela Editora Citadel. O livro “1 bilhão de motivos para você entender e aplicar os 3Rs” trata do conceito de simplificação em relação à nossa atividade essencial. Quando olhamos ao redor, quando lemos artigos de jornal, livros e comentários, quando assistimos a um programa de televisão, percebemos quantos caminhos podem ser encurtados. Curiosos para melhor compreendermos essa temática, entrevistamos os autores em um bate-papo exclusivo à Vitrola.

Na obra “1 bilhão de motivos para você entender e aplicar os 3Rs”, vocês divivem as suas trajetórias pessoais e descrevem o método que criaram para administrar a tributação de empresas da marca MARPA - Gestão Tributária. Contem-nos um pouco sobre o início dessa amizade e sociedade que rendeu o sucesso da empresa e a escrita desse livro.

MICHAEL: Nós nos conhecemos em uma operação de transação entre duas empresas. Eu o apoiei e fiz o processo de transação de venda de uma empresa que era dele na época. E foi amor à primeira vista (risos). Brincadeira à parte, tivemos uma excelente sinergia e percebemos que havia obstinação e foco em comum. Isso foi em 2015; em 2016, abrimos o escritório. Fizemos uma experiência no início, apenas com alguns clientes, mas aí percebemos que a coisa poderia crescer e tomar corpo, que era uma grande oportunidade. Renunciamos às

operações que cuidávamos na época: o escritório do Eduardo, e eu, com as minhas atuações no escritório de meu pai. Assim fundamos a MGT Gestão Tributária. Além de sócios, somos grandes amigos. Nossa relação está muito acima do escritório e acredito que isso é muito importante para a nossa trajetória.

O livro é dividido pelas falas dos dois autores, com ideias que se complementam. Como funcionou o processo de escrita, os debates das temáticas, a seleção dos cases e das lições?

MICHAEL: Eu e o Eduardo combinamos muito bem como seria traçada a história do livro e listamos tópicos. Como o conteúdo do livro começou com gravações de áudio, para que os assuntos fluíssem mais facilmente, cada tópico foi tratado pelos dois, então, um complementava o outro. Durante essas gravações, em torno dos tópicos previamente escolhidos, os cases foram surgindo. Um lembrava de uma história importante; o outro, de outra, e assim foram se complementando. Interessante dizer que, nesse momento, ainda não havíamos pensado em dividir as falas dos autores em cores. Essa foi uma solução que surgiu depois e ajudou muito na fluidez da leitura final.

Da metodologia dos 3Rs (Reorganizar, Recuperar e Reduzir), existe algum ponto que se sobressai e se torna mais importante na hora de gestar a tributação de uma empresa?

MICHAEL e EDUARDO: Sim, existe. Nessa metodologia, quando chegamos ao empresário, ali se inicia uma aber-

tura de horizonte. Explicando melhor, 3G é reorganizar, recuperar e reduzir, e nosso trabalho é abrir os olhos do empresário e fazer raios X do negócio dele, descobrindo, muitas vezes, coisas que ele mesmo não sabe ou não se atentou. E isso é totalmente compreensível ao pensar que ele está tão focado na operação principal do negócio dele, dentro daquela bolha de resolver problemas todos os dias e produzir. Assim, não olha, muitas vezes, para o lado tributário. E aí nós conseguimos reorganizar o momento atual da empresa, reduzir os seus custos, ou seja, questões tributárias que já foram pagas além do necessário até o momento presente e recuperar esses mesmos custos para o futuro. Assim, o seu fluxo de caixa será maior, já que ele não terá mais essa carga tributária que estava sendo paga equivocadamente.

Ainda sobre o método utilizado pela MARPA e pelas estratégias abordadas no livro, qual é a lição fundamental para os empreendedores e que vocês gostariam que todos soubessem?

MICHAEL e EDUARDO: A parte fundamental do nosso trabalho é produzir caixa para o empresário. É lógico que ele já está pensando nisso o tempo todo; esse é o negócio dele, a alma dele, o core business. Contudo, como ele imagina isso normalmente: vou vender mais; vou aumentar meu quadro de vendedores ou meu leque de produtos; vou ter mais clientes; vou vender mais e, consequentemente, aumentar caixa; vou aumentar minhas ações de marketing para atingir mais clientes, por conseguinte,

vender mais. É claro que tudo isso é importante, entretanto, em muitos casos, ao diminuir uma das linhas de custo da empresa, é possível ter um aumento de caixa ou margem sem fazer nada disso que falamos. Ou melhor, diminuir uma linha de custos na administração da empresa significa poder fazer uma (ou várias) dessas ações que mencionamos. Hoje muitos negócios têm sua margem final muito reduzida ou ela só surge nos grandes volumes. Principalmente nesses casos, ter uma diminuição considerável na carga tributária pode fazer o negócio alavancar rapidamente.

Em “1 bilhão de motivos para você entender e aplicar os 3Rs” existem diversas citações de grandes nomes da literatura, como Miguel de Cervantes e Antoine de Saint-Exupéry. Vocês acreditam que os livros, mesmo de gêneros diferentes do empreendedorismo, contribuem para a trajetória de um empresário? Qual o livro que mais marcou a vida de cada um de vocês e que indicariam para os nossos leitores?

MICHAEL: Nós não podemos deixar de citar aqui o livro “Mais esperto que o diabo” que nos impactou. E eu brinco até hoje que li o “Mais esperto” da Citadel uma vez e meia, pois, depois de conversar com a Editora, eu comecei a ler novamente. Quando estava na metade da leitura pela segunda vez, eu emprestei o livro e nunca mais voltou (risos). Outro livro que eu não posso deixar de citar é o “Elon Musk”, de Ashlee Vance. O “Mais esperto” nos dá uma chacoalhada e o “Elon Musk” nos obriga a pensar um pouco fora da caixa. O autor esclarece o que devemos fazer para atingir aquilo que os nossos olhos não enxergam.

EDUARDO: Eu poderia citar muitos autores, mas pensando aqui rapidamente, indico o “Comece pelo porquê”. É um livro que fez parte do surgimento da nossa companhia; fiz a leitura dele mais de uma vez e ele moldou a nossa metodologia, fez entendermos como os empresários pensam, etc. O próximo, claro, é o

best seller “Mais esperto que o diabo”. Assim como disse o Michael, ele é uma inspiração para nós e deveria ser para todos aqueles que querem pensar por si mesmos. É uma honra ter sido publicado pela mesma editora que trouxe para o Brasil esse marco na área do empreendedorismo. E, por último, o nosso livro (risos). É um livro que nós tentamos colocar nas nossas trajetórias e na trajetória da nossa empresa.

Publicado em dezembro, o livro voltado à gestão tributária já está na lista dos mais vendidos da Publish News. Qual a sensação, como escritores, de conquistar essa posição e o acolhimento do público?

EDUARDO: Puxa, quando recebi a informação, que veio pelo Michael, nós ficamos muito emocionados. Pensando em tudo aquilo que construímos, contar tudo isso no livro foi sensacional. Desde o início, fizemos esse projeto com muito carinho, muito amor e muita dedicação. Nós procuramos falar tudo ali, sem cortes, de maneira direta, colocando a nossa verdade e a nossa realidade. O dia a dia nunca é fácil, não é um conto de fadas; quando vimos o livro na lista, entendemos que isso realmente fez a diferença. Acredito que conseguimos, a partir do método 3R, conectarmo-nos com os leitores e mostrar-lhes a realidade do empresário. Foi a melhor coisa. Ser verdadeiro é sempre a melhor estratégia e isso levamos para a vida em tudo o que fazemos.

Observando o sucesso dessa parceria entre vocês, podemos aguardar um novo livro escrito de forma colaborativa ou até uma continuidade do “1 bilhão de motivos para você entender e aplicar os 3Rs”?

EDUARDO: Essa pergunta é ótima! Estou, inclusive, com o Michael aqui do meu lado agora. Então entendam que essas palavras são dos dois. Não temos dúvida de que temos uma enorme vontade de continuar esse projeto, todavia, antes de qualquer

decisão, nós queremos ouvir o feedback dos nossos leitores. Já deixamos aqui, então, todas as nossas redes abertas para receber o retorno deles. Podem nos procurar nas redes sociais, digam o que gostaram e o que não gostaram e quais os temas que poderíamos tratar em nossos próximos livros. Podem criticar também, estamos aqui para isso, não tem nenhum problema. Um projeto desses exige muito esforço e dedicação, visto que não é nossa área principal de atuação. Então requer uma energia extra e um tempo extra, mas não tenham dúvida de que é nosso desejo continuar fazendo e entregando o melhor.

MICHAEL: Sim, não tenho dúvida! Nossa vontade é continuar com esse projeto. É claro que precisamos também do ok de nossa editora, que nos apoiou muito, assumiu esse projeto ao nosso lado e acreditou também desde o início. No entanto, não tenham dúvida de que queremos continuar. Foi uma experiência fantástica e, agora, como disse o Edu, queremos o feedback. Nós vivemos disso, acreditamos nas críticas construtivas e queremos escutar o leitor, a nossa editora e também vocês, livreiros, para saber o que podemos melhorar e conseguirmos seguir essa jornada fantástica do mundo dos livros.

Fotógrafo: Assessoria de Comunicação

O PRIMEIRO THRILLER LANÇADO PELA VITROLA EDITORA

Desde 2020, a Vitrola Editora realiza um trabalho de captação de novos autores para formar um catálogo de livros de alto padrão. Boas histórias proporcionam grandes experiências literárias. Assim, cada obra é tratada como um projeto único, que visa consolidar o profissionalismo da empresa e a autenticidade de cada narrativa. Até o momento, textos infantis, romances, clássicos mundiais, poéticos e autorais são algumas das opções que os leitores encontram nos pontos comerciais parceiros, e também no e-commerce www.vitrola.com.br.

Para 2022, conteúdos de impacto estão sendo desenvolvidos para agregar valor à marca. A exemplo disto, o livro “Fome”, de Iza Artagão, é o primeiro thriller que será publicado com o selo Vitrola e estará disponível para venda em maio deste ano. Obras de suspense geralmente contam com cenas de mistério, perseguição e romance doentio. Uma outra característica desse gênero textual é o clímax que prende os leitores quando colocam os personagens principais em situações ameaçadoras.

Em virtude de o livro ser semifinalista do III Prêmio Aberst de Literatura (2020) e finalista do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2021, “Fome” tem gerado uma grande expectativa para o público leitor. Como a primeira versão foi disponibilizada no formato digital, agora, a Vitrola Editora coloca no papel essa história tão interessante.

A narrativa é baseada na vida da personagem Izadora, mais chamada de Izzy, e sua vontade é a de fazer vingança com as suas próprias mãos. Aos 27 anos, a protagonista passa por uma forte experiência que a obriga a deixar sua vida para trás e sua família para assumir uma nova identidade. Anos depois, torna-se estagiária da Promotoria do Estado do Rio de Janeiro e passa a acompanhar de perto resoluções e sentenças penais. Personagens como o juiz Arthur e o advogado Canavarro ambientam a construção de sentidos da história, mostrando que cada um pode ter uma dupla personalidade e ceder ao seu lado sombrio.

Sem entregar muitos spoilers, a obra demonstra como o sistema judiciário pode ser falho. A partir dessa perspectiva, mostra o quanto Izadora precisa lutar contra seus próprios instintos selvagens para fazer justiça. Comportamentos doentios são explícitos na personalidade de todos os personagens e o final é surpreendente.

31 EXplorar
mundos
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Frida Kahlo em Paris Marc Petitjean R$ 59,90 Só o recíproco me interessa Carolina Monsi R$ 42,90 Seja seu próprio amor Megan Logan R$ 49,90 Um dia a alma transborda Marina Leme R$ 44,90 Vozes femininas Zoe Sallis R$ 59,90 Queenie Candice CartyWilliams R$ 49,90 Eu sei por que o pássaro canta na Maya Angelou R$ 54,90 Feminismo pra quem? Daniela Moraes Brum R$ 39,90 Mulheres incríveis Kate Schatz; Mirian Klein Stahl; Jules de Faria R$ 59,90 A história de Malala Coleção inspirando novos leitores Joan Marie Galat R$ 39,90 Diácono King Kong James McBride R$ 54,90 BTS - Bíblia não o cial Dianne Pineda-Kim R$ 54,90 BlackPink Rainhas do K-Pop Helen Brown R$ 44,90 Dê adeus ao excesso Fumio Sasaki R$ 49,90 Transforme seus hábitos e sua vida Fumio Sasaki R$ 49,90 100 Coisas que pessoas de sucesso fazem Nigel Cumberland R$ 49,90 100 coisas que milionários fazem Nigel Cumberland R$ 49,90 1922 Nick Rennison R$ 54,90 Ikigai Mogi, Ken R$ 39,90
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