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AURILENE SAMPAIO | FLOR QUE SE FEZ ROSA

FLOR QUE SE FEZ ROSA

AURILENE SAMPAIO | Itapipoca, CE.

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A entrega perfeita, dois corpos ligados a um único desejo, desejo carnal; O dia propicio, dois corações batendo num mesmo ritmo, frenético e intenso; A pureza se foi, os prazeres sentidos, cargas elétricas pulsando nas veias, músculos rígidos, delírios singulares, êxtase ébrio. A culpa, realidade sóbria, perfusão sombria. E se passaram os dias... Em um corpo instalou-se a culpa, e ele não sangrou; Os dias passaram... No corpo ficou a marca, pois ele não sangrou; Mais dias passaram... Já não há tempo para arrependimento, ele insistiu em não sangrar; Outros e muitos outros dias se foram... Já não mais deseja sangrar, uma vida se fez, nele uma flor cresceu. Um corpo que carrega outro, sem ajuda do corpo que a maculou; E muitos anos se foram...

O amor instalou-se, a vida floriu e em rosa se fez; A rosa adolesceu, a vida caliçada padeceu. Amores sentidos, amores sofridos em dias, anos e vidas; Décadas passadas... Dois corpos que se unem em um reboliço de ancas, para depois ser um; Apenas um que brota e flori!

AURILENE SAMPAIO é formada em Letras pela UFC- Universidade Federal do Ceará, professora da rede estadual de ensino – SEDUC-CE, especialista em docência do ensino superior- SENAC, mãe, ouvinte e amiga da violoncelista Ariadna Sampaio, esposa, mulher, amante, namorada e parceira do poeta Mandu Holanda, madrasta e fã do filósofo Gabriel A. Holanda. Apaixona por linguagens e artes, nas noites de insônia lê e escreve nos dias de sono, lê, escreve, dá aula, cuida da vida, mas prefere dormir. Autora do conto A pedra lascada e do poema O Ser tão do sertão, ambos publicados na Revista Phillos. | AURILENE_LENE@YAHOO.COM.BR