Revista Síndico 213

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Mais segurança para sua família e redução de custos do seu condomínio. Instale agora a Portaria Virtual.

Editorial ÍNDICE

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De Síndico para Síndico De Síndico para Síndico, acho que essa frase resume bem o que veremos nesta edição da Revista Síndico. Uma edição com a cara do dia a dia dos condomínios, com a prática da gestão condominial estampada nas suas páginas, com a opinião de quem vive realmente a administração, de quem enfrenta os desafios, os dissabores e a satisfação de ser Síndico (a). Além disso, você terá acesso ao conhecimento de especialistas da área que colaboram sempre com o nosso aprendizado. O desejo é de que os nossos leitores se vejam em nossa revista, possam aprender e compartilhar experiências, melhorar e questionar-se sobre as suas práticas.

3500 famílias em 2017

Daqui para diante, o personagem principal é você, Leitor. Seja bem-vindo à Revista Síndico!

18 Conheça a rotina de quem se dedica à função de Síndico

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Programa de gestão pode proporcionar resultados sustentáveis

De morador insatisfeito a Síndico realizado Regimento interno: o grande aliado do Síndico Gestão de Facilities: planejamento e padronização operacional para o Condomínio V

10 A comunicação no centro da administração condominial 12 Esquadrias com manutenção em dia evitam acidentes

no Condomínio

14 O que é preciso saber antes de contratar um

funcionário terceirizado

16 Os pets e os limites da convivência em Condomínio 18 As responsabilidades e desafios da carreira de uma

Síndica profissional

22 Mantenha o condomínio em segurança com a escolha

do sistema adequado

24 Manutenção preventiva, mais segurança e economia

Fernanda Mendonça Jornalista Mtb 15.549

para o Condomínio

26 Da inexperiência à Gestão à vista 28 Quiz das obrigações legais: teste seus conhecimentos 30 Ser Síndico é fácil, difícil é fazer gestão 32 Mensagem de Natal 33 GUIA DE FORNECEDORES

Set/Out/Nov 2017 Edição nº 213

Av. Dr. Nilo Peçanha 1221, 601 Três Figueiras - Porto Alegre - RS CEP 91330-000

CONSELHO EDITORIAL: Ingo Voelcker, Roger Silva, Christian Voelcker, Cristina Dittgen, Luciene Machado COORDENAÇÃO: Cristina Dittgen (Gerente de Produto), Marianna Festa EDITORA EXECUTIVA/ Jornalista responsável: Fernanda Mendonça – MTb 15.549 REPORTAGEM E FOTOS: Anahi Fros – MTE 9420, Louise Pierosan – MTE 16501 e Fernanda Mendonça – MTb 15.549 PRODUÇÃO GRÁFICA: Shout Publicidade Capa: Regina Beer COMERCIALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS: (51) 3216-6166/revistasindico@auxiliadorapredial.com.br Projeto e edição gráfica: Regina Beer

A Revista Síndico não se responsabiliza pela qualidade dos serviços prestados e pelos produtos oferecidos pelos anunciantes, sendo os mesmos de inteira responsabilidade das empresas anunciantes. Não é permitida a reprodução de textos desta publicação sem autorização da editora.

Atendimento ao leitor Comentários, críticas e sugestões: revistasindico@auxiliadorapredial.com.br


Gestão

De morador insatisfeito a Síndico realizado Gestão eficiente mantém condomínio de quatro mil moradores com as contas em dia

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oi em 1994 que André Felipe Pautasso se mudou para o Condomínio Vergéis. Dessa época, ele lembra principalmente da falta de estrutura do local, de um lugar adequado para as crianças brincarem. Passados 23 anos, o administrador de empresas por formação e hoje Síndico do Vergéis se orgulha de ter construído, em sua gestão, uma quadra de futebol, uma brinquedoteca, diversas obras de melhorias. E, principalmente, orgulha-se de de manter um ótimo relacionamento com os moradores. Para gerir o condomínio, hoje com oito torres, 478 unidades, quatro piscinas, três quadras esportivas, oito salões, nove churrasqueiras, duas academias, duas brinquedotecas, uma sala de games, três playgrounds e uma grande área verde com jardins e outras acomodações para os moradores, Pautasso conta com a ajuda de 26 funcionários.

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Três deles são focados na administração direta, trabalhando de domingo a domingo dentro do condomínio, sempre com o respaldo da Gestão Total da Auxiliadora Predial. Sem esquecer dos subsíndicos das oito torres e do Conselho, composto por três moradores. A trajetória do atual Síndico começou com o descontentamento em pagar uma alta taxa condominial sem desfrutar de uma boa estrutura, com as constantes chamadas extras, os conflitos entre a administração e os moradores e o permanente saldo devedor no condomínio.

Reerguendo o Vergéis Em 2012, André Pautasso, então vice-síndico uniu-se a outros condôminos que decidiram concorrer à administração do Vergéis. Depois de ganharem a eleição o que ocorreu foi um “choque de gestão”, nas palavras de Pautasso. “Todos os contratos foram revistos e tudo foi pensando para que não houvesse mais necessidade de chamadas extras”. O quadro de pessoal também foi reduzido e o foco passou a ser a contratação de profissionais espe-

cializados e dispostos a aprender. “Compramos alguns equipamentos e contratamos, para o quadro permanente, funcionários com boa qualificação técnica”, diz. Dessa forma, conseguiu-se otimizar os recursos do condomínio e diminuir os gastos com empresas prestadoras de serviços, que cobravam valores exorbitantes. “No primeiro ano, ajustamos as contas. No segundo ano, começamos a recuperar o condomínio, que estava sucateado”, lembra.

O maior desafio Um ano após André eleger-se Síndico, o Vergéis passou de quatro para oito torres e a inadimplência, de 2% para 40%. Isso porque muitos apartamentos demoraram a ser ocupados e os pagamentos das cotas condominiais não eram feitos regularmente. O Administrador lembra que o condomínio só não entrou em colapso porque, desde 2012, a gestão havia implantado um planejamento estratégico, seguindo-o à risca: “Já havíamos previsto um aumento na inadimplência, mas nunca achamos que seria tão alto”.

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gestão

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se ele ou ela quer aprender. Se ele quiser, nós vamos lhe dar a oportunidade” explica Pautasso. Para ele, a valorização dos funcionários traz bons retornos para o condomínio, a produtividade aumenta e as funções são cumpridas com excelência.

Lidando com os conflitos Quatro mil pessoas convivendo em um condomínio e apenas um caso de ação judicial movia por um morador.

O síndico André Felipe Pautasso do Condomínio Vergéis. (esq.) e o Gestor do condomínio, Edson Jair Veppo

Passado o sufoco e com a ocupação gradual dos imóveis novos, as contas voltaram à estabilidade e, atualmente, a inadimplência é de 8%.

Tecnologia como solução Por conta do aumento do número de condôminos, devido à conclusão das outras torres, a gestão recebeu o apoio do condômino Ricardo Karam, que desenvolveu um aplicativo exclusivo, o Easycodo, que permite a reserva de espaços. Mas o recurso à tecnologia não parou por aí. De olho na segurança dos moradores, em 2015 foram instaladas câmeras de monitoramento que são gerenciadas pela própria equipe de administração. “Hoje é possível gerenciar online todo o condomínio”, conta Pautasso. Todos os moradores foram cadastrados, o que permite um melhor controle de entrada e saída. 6

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Isso também agiliza a entrega da correspondência e de encomendas, já que os moradores são avisados da chegada pelo WhatsApp. Uma newsletter eletrônica mantém a comunicação permanente com os moradores, também são enviadas newsletter. A documentação, assim como a pasta contábil, ganhou um espaço no mundo virtual e tudo é organizado para facilitar o acesso online, resultando em agilidade, organização e transparência da gestão.

Valorização dos funcionários Uma das grandes apostas do Síndico é na valorização dos colaboradores. Todos já fizeram ou vão fazer cursos de capacitação. Segundo Pautasso, um dos requisitos para ser funcionário do Vergéis é ter vontade de aprender. “Antes de contratar alguém, já perguntamos

Qual é o segredo? Para começar, contar com um colaborador especializado em conciliação, como é o caso do Gestor do condomínio, Edson Jair Veppo. Depois de trabalhar por 30 anos como gerente em hotelaria, ele se aposentou e foi trabalhar, temporariamente, na portaria do Vergéis. Mas o tempo foi passando e Edson foi ficando. Até ser chamado, pela qualidade do seu desempenho, para a gestão direta do confomínio. Edson Veppo é, hoje, um dos funcionários mais respeitado pelos moradores. “Sempre tento resolver tudo na conversa, mostro o Regimento Interno e argumento. Normalmente é assim que solucionamos as coisas, aqui,” explica. “Quando a situação é mais grave, é hora de o Síndico entrar em cena, mas isso acontece em apenas 10% dos casos”, conta. O sucesso desse modelo é atribuído à confiança e ao respeito que a gestão conquistou, assim como ao relacionamento próximo e amigável mantido com os moradores. “As maiores diferenças entre o Vergéis de hoje e o do passado são o relacionamento com os condôminos e a estrutura. O condomínio de agora é um espaço que acolhe toda a família,” finaliza o Síndico. u

Regimento Interno: um grande aliado do Síndico

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que aconteceria num campeonato de futebol se não existissem regras para jogos e jogadores? O mesmo que ocorreria num Condomínio sem Regimento Interno, claro, com consequências diferentes. É o Regimento Interno que disciplina o funcionamento do dia a dia do prédio e a conduta dos moradores, sejam proprietários ou locatários, e também dos demais usuários, auxiliando o Síndico.

O que o Regimento Interno deve conter: >> Normas de funcionamento, por exemplo: horário de início e fim dos serviços de piscina, sauna, salão de festas, quadras de esportes etc. E as regras básicas de uso dos elevadores. >> Proibições, como: estender roupas nas sacadas externas, colocar faixas ou letreiros na fachada do prédio, destinar os funcionários a serviços particulares.

“O Regimento sintetiza as normas de operação do Condomínio. Por exemplo, horário de funcionamento das piscinas, salões de festas, quadras esportivas”, exemplifica o advogado Gilberto Koenig, professor da Escola de Síndicos. Mas para que o Regimento realmente cumpra seu papel disciplinador e auxilie o Síndico, ele precisa apresentar o conteúdo correto e não pode contrastar com o que diz a Convenção do Condomínio.

O que não deve ter: >> Regras que entrem em confronto com o direito de propriedade dos condôminos, como limitar o número de moradores nos apartamentos ou a presença de animais. >> Normas que vão de encontro à Convenção do Condomínio ou a leis superiores, como o Código Civil e a Constituição. >> Ser registrado em cartório, sem ser parte integrante da Convenção e com assinatura de menos de dois terços dos condôminos.

Em caso de necessidade de reformulação, Gilberto Koenig indica que o trabalho seja feito por profissional especializado, com consulta aos condôminos, para que reflita os seus interesses. Depois disso, deve ser aprovado em assembleia por maioria. u 7


gestão

Gestão de facilities:

planejamento e padronização para o Condomínio

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a hora de contratar serviços terceirizados para o Condomínio, contar com uma empresa que ofereça todo apoio à gestão condominial pode ser uma grande vantagem, que começa com a unificação de contratos, englobando todas as necessidades do empreendimento. De acordo com Leandro Martins dos Santos, sócio-diretor da empresa TK3, o fato de uma única empresa fornecer todos os serviços operativos para o Condomínio traz mais eficiência, dinamismo e ótima relação custo/benefício. “Os resultados

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normalmente superam a expectativa dos clientes”, comenta Santos. A modalidade de prestação de serviços, conhecida como Gestão de facilities, oferece vantagens sobre a contratação de diversas empresas porque a gestora global, para que possa atuar em diversas frentes, precisa estudar a fundo o empreendimento no que diz respeito à infraestrutura, limpeza, segurança e perfil dos moradores. “Oferecer serviços customizados empregando políticas, tec-

nologias e alocando pessoas bem treinadas para o modelo definido. Este é o principal conceito da aplicação da gestão de facilites”, explica o sócio-diretor da TK3. “E para que isso ocorra é preciso compreender as necessidades de cada local e desenhar políticas de gestão adequadas, visando a obter a melhor relação custo/benefício, segurança, conforto e um atendimento de primeira para os moradores”, diz.

A prática A gestão de facilities implementada pela TK3 desenvolve, por exemplo, um plano de limpeza e conservação para cada superfície e ambiente a ser tratado, considerando: a aplicação do melhor produto, sua quantidade e a padronização dos serviços. Assim, inde-

pendentemente de quem vá executar tal atividade, já existirá um padrão a ser seguido. A empresa também mede à distância, por tecnologia de software, toda a infraestrutura do Condomínio, acompanhando online e de forma preventiva o funcionamento das bombas, o consumo de água e de energia elétrica. E pode diagnosticar antecipadamente o esforço excessivo ou o mau funcionamento das bombas, analisando o fluxo de água. “Isso é gerir de fato a infraestrutura do Condomínio com a precisão e a visão preventiva necessárias à redução de custos. E então, se necessário, atender às ocorrências com uma equipe de manutenção volante, disponível 24 horas por dia”, explica Leandro Martins dos Santos.

Garantia de eficiência Para garantir umaw eficiente é preciso focar na padronização da execução, de ações e comportamentos, definidos pelas políticas que norteiam a prestação de todos os serviços contratados. Segundo Santos, diferentemente do que ocorre em outros cenários, os funcionários contratados seguirão procedimentos de conduta e comportamento previamente definidos e aprovados pelo cliente. Ainda durante a execução dos serviços são efetuadas diversas auditorias, com o objetivo de monitorar e melhorar constantemente os serviços ofertados. Os resultados são expostos por meio de relatórios definidos e aprovados pelo Condomínio durante o planejamento do modelo de atuação da empresa. u 9


gestão

Gilson Leite, Síndico do Terra Nova Nature (TNN)

Síndico pondera que o melhor a fazer é ouvir sempre o morador, orientá-lo sobre as diferenças entre interesses privados e coletivos, usar a Convenção para argumentar e alinhar as expectativas, sempre sugerindo soluções possíveis para o condômino.

A comunicação no centro da administração

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ma cidade dentro da capital gaúcha”. É assim que o administrador de empresas Gilson Leite, atual Síndico do Terra Nova Nature (TNN), define o Condomínio de 1.252 unidades, cerca de 4,3 mil moradores e que ocupa uma área de 163 mil metros quadrados. Eleito em abril de 2016, Leite, que tem o auxílio direto de três

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subsíndicos, além da Auxiliadora Predial, conta que estar à frente do Condomínio não foi exatamente uma opção, mas um desafio profissional. “Administrar um Condomínio deste porte requer base sólida, experiência, liderança, expressão verbal e, principalmente, compromisso”. Para ele, com experiência de 30 anos em corporações nacionais e

multinacionais, o TNN é como uma grande empresa e deve ser gerido com procedimentos, processos claros, comunicação assertiva, planejamento, ação e resultados. “Diante de uma situação particular no TNN, me preparei e lancei-me candidato, com programa de atuação definido, campanha publicitária e forte atuação na comunicação por redes sociais, encon-

tros com moradores e bate-papos”, comenta sobre a eleição para Síndico.

A gestão do TNN Gilson Leite explica que o trabalho é “árduo e prazeroso, desenvolvido em equipe. Há muito a ser feito, mas os resultados têm sido ótimos”. E que é importante saber ouvir, entender do negócio, buscar parcerias, conhecimento e expertise com planejamento e foco, pois novas demandas diárias ocorrem e precisam ser resolvidas no ato. “É como trocar a roda do trem com ele em movimento. E ele tem de seguir”, compara. Mais que um trem, o condomínio tem o tamanho de um pequeno município e, muitas vezes, precisa de dedicação de 15 horas diárias de trabalho para se dar conta das demandas. “A responsabilidade em administrar essa cidade é imensa e grande parte dos moradores, senão a maioria, desconhece a amplitude.” Mesmo que algumas demandas não sejam exatamente de responsabilidade da gestão condominial, o

Comunicação e excelência na gestão Com as estatísticas em mãos, o administrador trabalha com um percentual de 80% de condôminos que não acompanham as ações da gestão e, por isso, vê na comunicação um papel fundamental de esclarecimento e de educação. Um dos grandes desafios da gestão, segundo Leite, é “fazer chegar a informação a todos. Ter meios oficiais de divulgação de informações faz muita diferença”. A comunicação, ele comenta, também auxilia no relacionamento com os moradores mais exigentes, porque acaba com as dúvidas em relação as ações da gestão e, ao mesmo tempo, atende às expectativas desse perfil de condômino. Apesar do alto nível de exigência do TNN, até por conta de suas dimensões, e do pouco tempo de gestão, o Síndico diz que a situação vem se equilibrando graças ao trabalho sério, planejado, compartilhado em reuniões com moradores e com as comissões internas, sempre com clareza e foco. “Vejo tudo isso como um indicador da direção positiva em que estamos seguindo”, conclui. u 11


pRODUTOS & SERVIÇOS

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diz o engenheiro, “75% dos clientes que atendemos hoje são de prédios recém-inaugurados com problemas de infiltração”. Além das questões climáticas, características da capital gaúcha, entre outros motivos para os problemas com janelas destacam-se: >> Produtos de má qualidade; >> Tipo inadequado de esquadria; >> Instalação incorreta; >> Falta de manutenção adequada

Manutenção de esquadrias evita acidentes

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ão tantas preocupações quando o assunto é administrar um Condomínio que nem sempre sobra tempo para monitorar as condições das esquadrias ( janelas e portas). As estruturas, muitas vezes, só são percebidas quando ocorrem acidentes ou quedas durante os fortes temporais que ocorrem em Porto Alegre.

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O engenheiro Denis Marques é diretor da MPA empresa que está há 15 anos no mercado, e conta que são recorrentes as quedas de esquadrias devido ao desgaste dos componentes quando há ventos e chuvas fortes. A explicação, conforme o engenheiro, está no fato de que as esquadrias não são feitas de acordo com s características de cada localidade.

“Na hora da fabricação não são levados em conta, por exemplo, o volume de água e a velocidade do vento em cada região”, diz. Marques acrescenta que, por não serem planejadas para suportar o volume de chuva recebido, muitas esquadrias não a capacidade de drenagem adequada. E aí aparecem as infiltrações. Elas não são exclusivas das construções mais antigas. Como

Prevenção de acidentes Como prevenir é sempre preferível a remediar o problema, seguem algumas medidas que o Síndico pode tomar para evitar acidentes envolvendo esquadrias no Condomínio: >> Fechos: devem estar sempre rígidos para evitar que se desprendam da estrutura, o que pode comprometer a segurança interna do Condomínio ou mesmo causar acidentes externos. Durabilidade média do fecho: cinco anos. >> Braços: garantem a articulação da janela, no movimento de abrir e fechar. É necessário que estejam sem folgas e sem rigidez. Caso contrário, parte da esquadria pode se soltar e cair na área externa do prédio. Durabilidade média dos braços: dez anos. >> Borrachas: vedam as janelas. Não podem estar ressecadas, curtas ou esfarelando. O mau estado de conservação pode causar infiltrações. Durabilidade média das borrachas: cinco anos.

Se após a verificação dessas peças ainda houver dúvidas em relação à conservação das esquadrias, é aconselhável pedir a ajuda de um profissional capacitado, de maneira a evitar acidentes futuros.

Não entre numa fria na hora de escolher um profissional Apesar da necessidade, às vezes contratar uma empresa prestadora de serviços, pode ser uma dor de cabeça. Isso porque alguns prestadores acabam não realizando a manutenção correta das janelas e o problema se agrava. “A melhor maneira de escolher um profissional é pedir o seu Atestado de Qualidade Técnica”, indica o diretor da MPA. O documento é composto por indicações de Clientes que já usufruíram os serviços da empresa e atestaram a sua eficiência. Dessa forma, a garantia de que o profissional fará um bom trabalho se torna maior.

Segurança para os pequenos A segurança dos moradores do Condomínio deve ser uma das prioridades do Síndico e quando o assunto envolve crianças, é preciso redobrar o cuidado com as janelas. Pensando nisso, a MPA desenvolveu um delimitador de janela, de com baixo custo. O sistema consiste em limitar a abertura da esquadria considerando o tamanho da criança e, assim, evitar quedas.u

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O que saber antes de contratar um terceirizado As mudanças na lei, os prós e os contras desse tipo de contração

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terceirização de serviços já não é novidade para o Condomínio e muitos Síndicos optam por essa forma de contratação para substituir o funcionário com carteira assinada. Entre os principais serviços terceirizados estão: limpeza, portaria e segurança. Ocorre que as leis sobre a terceirização foram modificadas pelo Legislativo este ano. E para saber quais foram as principais mudanças e saber e os cuidados que o Condomínio deve ter antes de contratar uma empresa terceirizada, conversamos com o advogado Ricardo André Dettmer, especialista em Direito do Trabalho. Síndico - O que configura a terceirização? Ricardo Dettmer - A contratação de uma empresa prestadora de serviços que cede os seus funcionários para trabalharem no Condomínio. O vínculo empregatício dos funcionários se dá com a empresa terceirizada, que tem a responsabilidade de custear os encargos trabalhistas decorrentes do contrato. Qual seria uma boa razão para não terceirizar? Cuidado com a “economia de palito”. É preciso desconfiar de preços excessivamente baixos. Normalmente, essas empresas não têm estrutura para manter em dia as obrigações fiscais e trabalhistas decorrentes dos contratos de trabalho e, muito menos, de suportar, em caso de condenação pela Justiça do Trabalho. E quando isso ocorre os pagamentos passam a ser responsabilidade dos contratantes. Antes da contratação, é importante verificar a idoneidade da empresa e sua capacidade financeira dela. Cabe ao Síndico exigir provas de que a contratada tenha, por exemplo, capital compatível com o número de funcionários, para poder arcar com eventuais processos trabalhistas. 14

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Quais foram as principais mudanças na Lei da Terceirização? Entre as alterações está a possibilidade de terceirizar tanto as atividades-meio, o que já podia ser feito, quanto as atividades-fim. Por exemplo, uma escola, que tem como atividade-fim o ensino, agora pode contratar professores terceirizados. Outra mudança diz respeito ao capital financeiro: as prestadoras de serviços terceirizados agora são obrigadas a terem um capital financeiro mínimo, considerando seu número de funcionários Quais são as vantagens e desvantagens da terceirização, para o Condomínio? Quando o profissional é terceirizado e seu desempenho não é bom, existe a possibilidade de pedir a substituição à empresa responsável. Quando o terceirizado falta ao trabalho, a empresa contratante também deve substituí-lo, sem custo adicional. Além disso, o Condomínio não tem gastos com os encargos trabalhistas. Já no caso da carteira assinada, há gastos com encargos trabalhistas e fiscais, mas, também, maior segurança jurídica. Corre-se menos risco de sofrer uma condenação em processos trabalhistas, que representam despesas grandes. Ainda no caso da contratação direta, o empregador deve pagar pela eventual substituição der quem falta e, caso o desempenho do funcionário contratado não seja satisfatório, irá arcar também com os custos da demissão. u 15


pRODUTOS & SERVIÇOS

Os pets e o limite no Condomínio

Petita

Com regras claras, a convivência pode ser muito positiva

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les já tomaram conta da maioria dos corações dos brasileiros. De cada quatro habitantes do país, três têm, pelo menos, um animal de estimação. Isso coloca o o Brasil no 4º lugar mundial em número de pets. São cães, gatos, aves, peixes... E muitos são criados em apartamentos. Fazem parte da rotina do Condomínio, convivem com os demais moradores, usam elevadores ou escadas e circulam pelos corredores e jardins. O jornalista Fábio Mariot é um dos milhões de brasileiros que têm animais de estimação em Condomínio. Ele conta que nunca teve pro-

blemas no prédio com Petita, sua legítima vira-latas de porte médio. “Como a Petita é bem tranquila, nunca tive problema com vizinho”. Além de tranquila, ela é bem popular no prédio: se fica alguns dias sem circular, os outros moradores já querem saber por anda Petita, conta o Fábio. Para manter o comportamento tranquilo, a cachorrinha é levada a passear pelo menos quatro vezes por dia. E um dos passeios é sempre mais longo, em local com mais espaço. Para sair, Petita recebe a coleira e transita normalmente pelas escadas ou elevadores, já que no Condomínio não há regras explícitas

sobre a circulação de animais. “Não temos um número de grande de pets, então isso não chega a ser uma pauta frequente nas discussões”, comenta Mariot. A falta de normas claras para a convivência dos pets em prédios é mais comum do se que pensa, até porque o aumento do número de animais de estimação criados em apartamentos é relativamente recente. Os Condomínios ainda estão se adaptando e estabelecendo regras para a presença dos pets. Para entender um pouco mais sobre as questões legais que envolvem a convivência, a Revista Síndico conversou com o advogado Elias de An-

drade Rodrigues, especialista em Direito Imobiliário.

Revista Síndico: O Condomínio pode proibir moradores de terem animais? Elias Andrade - De forma alguma. O Judiciário já tem posicionamento pacífico; é direito do condômino possuir animal de estimação e as normas (Convenção ou Regulamento) que proíbem animais em Condomínios podem ser consideradas abusivas. O Condomínio pode proibir a circulação dos pets nas áreas comuns? Entendo que proibir seria uma medida extrema, uma vez que morar em Condomínio é dividir a propriedade e, portanto, todos os condôminos são proprietários de uma parte do espaço. Rrecomenda-se que, no lugar da proibição, sejam criadas regras para a circulação dos animais e para o acesso a determinados espaços. Assim, os condôminos donos de pets podem usufruir da estrutura do Condomínio sem causar desconforto aos demais moradores. Que regras precisam estar claras em relação aos pets no Condomínio? A principal delas é em relação ao trânsito dos animais nas áreas comuns. É proibida a condução sem coleira ou mesmo permitir que os

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animais transitem sem o acompanhamento dos proprietários. Essa recomendação vale, principalmente, para não causar desconforto a pessoas que tenham algum tipo de fobia ou restrição a animais. Quando uma regra em relação aos pets no Condomínio pode ser considerada abusiva? Toda regra que interfira no direito individual do condômino, como a proibição de possuir animal ou a obrigação de leva-lo sempre no colo, pode ser considerada abusiva. Assim como regras que restrinjam o direito do morador a ter apenas animais de pequeno porte.

Como resolver conflitos que envolvem animais de estimação? Inicialmente, o Síndico deve tentar atuar como mediador, buscando a conscientização do proprietário do pet sobre a importância de respeitar as normas. Da mesma forma, haverá situações em que o Síndico deve pedir tolerância ao reclamante. Os cachorros vão latir em algum momento, por exemplo, mas se esse barulho não for extremo e nem muito comum, não pode ser considerado uma infração.

Como evitar conflitos por conta dos pets? É fundamental a conscientização dos proprietários: morar em Condomínio implica respeitar limites, em especial quanto à condução correta dos animais e, principalmente, quanto à "educação" dos cachorros, para que evitar latidos e outros barulhos em horários impróprios, como as horas de sono dos demais condôminos.

E se o barulho ou incômodo sair do controle? Em último caso, não havendo sucesso na mediação, deve-se partir para as penalidades previstas nas normas do prédio, como multas. Dependendo da gravidade da situação, o Condomínio pode inclusive recorrer ao Poder Judiciário, pedindo a retirada do animal do prédio. Mas aí é preciso comprovar que a situação tornou-se insustentável. u 17


CAPA

As responsabilidades e desafios de uma Síndica profissional Conheça um pouco da rotina de quem se dedica exclusivamente à função

S

er Síndica profissional exige tempo, conhecimento técnico, dedicação, segurança, paciência e humanização nas relações. E tudo isso faz parte do cotidiano de Josiane Luiza Bertuzzi. Ela se dedica exclusivamente à função de Síndica, com empresa constituída desde 2010. Porém, há 27 anos, com 20 anos de idade, já dava os primeiros passos como gestora de Condomínio numa imobiliária. A experiência durou pouco, já que ela decidiu ir atrás da vocação. Formada em Administração, com ênfase em Gestão Financeira, trabalhou diretamente na área por 13 anos. Mesmo assim, arrumava um tempinho para administrar alguns Condomínios. Um deles é o Itararé, onde atua há 12 anos, desde que comprou um apartamento no local. “Para mim, era simples: eu conhecia as leis.” A experiência administrativa vinha de seu trabalho cotidiano que, além de finanças, envolvia projetos e, consequentemente, as leis para liberá-los. Quando deixou o emprego, em 2008, a ideia era ficar em casa e se dedicar a criação dos filhos, mas Josiane logo mudou de ideia e investiu na carreira de Síndi-

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ca. Como já fazia a gestão do Itararé e de outros prédios, começou a receber indicações dos profissionais da Auxiliadora Predial, que a apoiava na administração de parte de sua carteira. Foi assim que o número de clientes começou a crescer. Em 2010, ela passou a ter um CNPJ e, hoje, Josiane conta com o apoio de duas colaboradoras, que atuam diretamente nos Condomínios, enquanto se dedica à administração, dando segurança financeira ao cliente e cuidando de toda a documentação e das obrigações legais. “Sou uma espécie de gerente”, esclarece.

Obrigações legais Quando o assunto são as obrigações legais do Condomínio, todo cuidado é pouco. Afinal, o Síndico, profissional ou não, é quem responde civil ou criminalmente pelo não cumprimento ou pelo cumprimento equivocado das obrigações. “As obrigações legais não servem para cumprir tabela. Elas trazem segurança ao Condomínio”, explica a gestora. Ela cita como exemplo o Laudo Técnico de Inspeção Predial (LTIP), que, em sua concepção, é uma ferramenta de tra19


CAPA

balho, uma forma de planejamento, pois aponta as necessidades do prédio, em respeito à segurança dos moradores. Mas que adianta o Síndico ser consciente sobre as suas responsabilidades se os seus clientes não aceitarem o cumprimento das obrigações legais? “Um Síndico profissional não pode fazer somente o que agrada ao cliente. Tem que fazer o que deve ser feito”, responde Josiane. Ela conta que, ao longo da carreira, deixou de gerir três Condomínios que se recusaram a cumprir determinadas obrigações legais. Ela se afastou como uma forma de garantir segurança legal, mas, também, pela convicção de que não seria certo que os prédios permanecessem sem exe20

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cutar tais recomendações. Na concepção de Josiane, é melhor perder o cliente do que colocar-se em em risco. Para se antecipar ao problema, a Síndica profissional deixa claro, já na primeira assembleia, a importância de cada responsabilidade legal e os riscos de não mantê-las em dia. “Faço questão de que as explicações estejam em ata.” Dessa forma, em caso de problemas, o registro pode ser usado em sua defesa. Em sua gestão, sempre que há alguma adequação apontada num laudo, , Josiane já trata de fazer o orçamento e apresentar para aprovação dos moradores. “Não peço permissão para fazer o orçamento porque estou respaldada pela lei para isso.”

Como resolver conflitos sem estar no Condomínio Muitos Síndicos em começo de carreira e que pretendem se profissionalizarperguntam-se como é possível resolver conflitos entre moradores sem estar no Condomínio. Josiane conta que foi resolvendo essa questão ao longo da carreira. A palavra-chave, ela diz, é ‘imparcialidade’ na hora de uma resolução. “Levo muito em conta se a reclamação é de apenas um morador. Também peço para que, se possível, seja enviada alguma prova, como áudio ou imagem.” Por não estar no Condomínio, essas são formas de se certificar do que é relatado. A Síndica recomenda ouvir sempre as duas partes e tentar entender o que está por trás da reclamação. “Às vezes,

Pas digenis pratemp ossequi ut et, quia nobis maionet dolo omni aborem ut apide nistrum, cullibus adi ipidestniet undenis magnamust id ut il est rem

as pessoas estão passando por problemas pessoais e o barulho do vizinho não é realmente o motivo do desconforto”, explica. Ela comenta que “ser um pouco psicóloga e humanizar as relações faz parte da profissão e que é preciso sempre ter paciência e dialogar com todos”. 21


inovação

Mantenha a segurança do condomínio com o sistema adequado Programa de gestão pode proporcionar novos padrões de desempenho e resultados sustentáveis

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ma das maiores preocupações nos dias de hoje, nas grandes cidades brasileiras, é a insegurança. E é em busca de um lar mais seguro que muitos brasileiros escolhem Condomínios como opção de moradia. Segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 havia4,3 milhões de apartamentos em todo o país; já em 2010 esse número havia saltado para 6,1 milhões, um aumento de 43%. Ocorre que, ainda que se viva em um Condomínio fechado, é preciso atentar para alguns cuidados e, quando necessário, contar com sistemas e outros recursos destinados a reforçar a segurança. Para saber quais são os pontos-chave da segurança de um Condomínio, a Revista Síndico conversou Jorge Heger, diretor Operacional da empresa Zero Risco – Consultoria e Gestão em Segurança, Jorge Heger. Segundo ele, o primeiro passo é elaborar e implementar um plano de segurança adequado, seguido de uma gestão profissional contínua. “Geralmente, o Síndico é o responsável pela segurança. Só que, na maioria das vezes, ele não tem conhecimento técnico para executar a tarefa de forma apropriada”, explica Heger.

Os “nós” da segurança no Condomínio Partindo da premissa que segurança se faz com inteligência e com o equilíbrio entre tecnologia, pessoal e procedimentos bem definidos, 22

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quando um dos três elementos está sub ou superdimensionado em relação aos outros, o Condomínio apresenta vulnerabilidades. Segundo Jorge Heger, os problemas de segurança mais comuns são: >> Ausência de capacitação regular para as equipes de portaria ou de segurança; >> Ausência de política de segurança; >> Não utilização da tecnologia adequada à realidade de risco à qual o condômino está exposto; >> Falta de procedimentos operacionais bem definidos para orientar as ações das equipes de segurança; >> Inexistência de um projeto de segurança patrimonial >> Inexistência de procedimentos de emergência para que os porteiros ajam corretamente, sem comprometer ou agravar uma situação de risco

As possíveis soluções Existem no mercado diversos sistemas de segurança, dos mais básicos aos mais avançados. Entre eles: controle de acesso por biometria, senhas ou tags, portarias virtuais e Sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV) com softwares analíticos embarcados. Para saber qual é a solução mais adequada a cada Condomínio, o diretor da Zero Risco recomenda que seja feita uma análise técnica visando a mapear os possíveis riscos, o perfil dos moradores e a rotina diária do prédio. “O sistema tem que

gerar segurança, porém não pode se dificultar a operação do Condomínio no dia a dia”, eplica. A mudança de hábitos dos moradores, no eu se refere à segurança coletiva, também pode ser estimulada por meio de palestras do envio de dicas mensais, por exemplo. “Mas, acima de tudo, é fundamental que o Condomínio entenda que a segurança deve ser analisada, ajustada, monitorada e esse é um processo contínuo, que não pode ser interrompido, para evitar que as vulnerabilidades reapareçam”, conclui Jorge Heger. u 23


inovação

Manutenção preventiva

=

segurança e economia

"P

revenir é melhor do que remediar”, assegura um conhecido ditado, que vale também quando o assunto é a manutenção preventiva do Condomínio. A simples ação de verificar periodicamente as estruturas, equipamentos e sistemas evita gastos excessivos no futuro, assim como acidentes e outros transtornos para Síndicos e moradores. A manutenção preventiva nada mais é do que um conjunto de atividades e ações administrativas e técnicas a serem executadas antecipadamente,

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para manter a capacidade funcional e o pleno desenvolvimento de uma edificação, “bem como de todos os acessórios e equipamentos eletromecânicos, bioquímicos e físicos, a fim de atender todas as necessidades de saúde, habitabilidade e segurança dos seus usuários”, explica o engenheiro e perito Mário Nasi. Ele explica que a cultura da manutenção preventiva é recente e ganhou força após a aprovação e revisão da NBR 5674/99, que trata da manutenção de edifícios, e da implementação das novas normas de desempenho, como NBR 15575/2013. A par-

tir de então, a indústria da construção civil, prefeituras e Condomínios deram início a um movimento de estudos e planos preventivos de manutenção. Quando se fala em prevenção é preciso lembrar, também, ão , da chamada manutenção preditiva. “Ela se ocupa da otimização de processos, melhoria da produtividade e da qualidade de todos os equipamentos envolvidos no Condomínio”, ressalta o perito. O objetivo desse tipo de manutenção é diminuir o intervalo máximo entre os reparos, reduzindo os custos com paradas através de combinações de técnicas, monitoramento e controle de qualidade.

Economia e segurança A prática da manutenção preventiva é capaz de manter o pleno funcionamento do Condomínio, evitando que sistemas e equipamentos de uso diário sejam paralisados. Além do mais, evita ações corretivas que envolvem custos altos e não planejados. A iniciativa para realização de manutenções preventivas faz parte de um conjunto de ações legais, administrativas e técnicas de responsabilidade do Síndico. Nasi chama a atenção para o fato de que, de acordo com o Código Civil, é do Síndico a responsabilidade civil e criminal por negligência em ações preventivas que possam comprometer sistemas e, consequentemente, causar danos físicos e/ou patrimoniais aos condôminos e terceiros. “Rrecomenda-se que o Síndico tenha pleno conhecimento e execute todas as obrigações legais civis necessárias, por meio dos laudos técnicos obrigatórios, com o objetivo de prevenir problemas e manter o Condomínio em boas condições de uso, habitabilidade e segurança”, orienta. Para saber quais áreas, sistemas e equipamentos precisam (e quando)da manutenção preventiva, é pre-

ciso observar as recomendações contidas nos diversos laudos do Condomínio, como o Laudo de Inspeção Predial (LTIP), o Programa de Prevenção Contra Incêndio (PPCI),o Laudo de Marquises, Fachadas e sacadas, entre outros.

A montagem do plano O engenheiro explica que após a contratação e o recebimento dos laudos técnicos exigidos por lei, o Síndico, junto com o Conselho Consultivo, deve planejar, no curto, médio e longo prazos (máximo um ano) todas as necessidades e recomendações prévias de manutenções futuras, existentes nos laudos. “É importante sempre priorizar os sistemas construtivos, máquinas e equipamentos semindicadores de colapso e perda de desempenho que possam inviabilizar o uso, a habitabilidade, a saúde e a segurança de todos os moradores e funcionários”, finaliza Mário Nasi.u

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Tecnologia

Da inexperiência à Gestão à Vista Dedicação resultou em uma gestão transparente

G

estão à vista é sinônimo de transparência, de deixar à vista de todos as informações fundamentais do negócio, como os números, as metas e os resultados – positivos e negativos. Mais do que expor os dados a todos os interessados, o formato em que isso é feito é de suma importância porque transmite confiança e credibilidade, orienta os profissionais a buscarem as metas desejadas e leva a público, com rapidez, as realizações e os bons resultados, o que se transforma em reconhecimento. Além de não mascarar os resultados insatisfatórios.

A gestão à vista no Condomínio É notório que essa forma de administração já é amplamente utilizada em diversas empresas. Mas e nos Condomínios, seria possível implantar a gestão à vista? Mas é possível implantar a gestão à vista também nos Condomínios? Quem nos explica é o engenheiro Keven Medeiros Günther, também Síndico do Condomínio Plaza Cervantes. Insatisfeito por não dominar todas as informações sobre a vida financeira do Condomínio, ele resolveu criar seu próprio método de controle interno, além de utilizar o modelo fornecido pela Auxiliadora Predial, sua administradora. “Eu recebia os balancetes e ficava perdido porque já não lembrava mais o que havia gasto em janeiro, por exemplo, para explicar aos moradores”. A inspiração de Kevin para começar a gestão à vista veio de um período de trabalho em uma multinacional, que costumava expor as informações 26

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sobre os resultados e metas em um mural, ao qual todos os funcionários tinham acesso. E, também, do controle das despesas pessoais, que ele já fazia com a ajuda de planilhas. Com a certeza de que é necessário usar a tecnologia a favor do Condomínio, facilitando a administração e tornando mais didáticas as explicações para os moradores, o engenheiro começou a desenvolver um modelo de planilhas no programa Excel, sempre levando em conta as necessidades específicas do Condomínio “No início eu perdi muito tempo para mapear o conjunto de informações, mas nos meses seguintes tudo ficou mais fácil”, comenta Günther. Após a criação das planilhas, chegou a hora de montar gráficos para demonstrar visualmente os gastos mais relevantes e manter a a atenção dos condôminos nas assembleias, já que o Síndico notava que muitos participantes ficavam dispersos por não entenderem as explicações “Eu notei que as dúvidas diminuíram muito, porque as pessoas focam na tela e entendem os dados dos gráficos”, explica. Além de apresentar as informações de forma transparente, a gestão à vista ajuda o Síndico a manter a saúde financeira do prédio e a prever, com antecedência, como estará o seu caixa, pois com o controle total sobre os gastos, fica bem mais fácil se planejar. O resultado é um Condomínio com as contas equilibradas e sem a necessidade de realizar chamadas extras. Hácerca de dois anos usando o método de administração, a intenção de Günther, que está se qualificando na Escola de Síndicos, é ampliar a transparência e o acesso às informações, expondo permanentemente as planilhas e os gráficos, com os dados mensais, em um espaço específico do prédio, onde todos possam ter acesso. Além de levar o modelo a outros Condomínios, uma vez que ele pretende começar a sua carreira de Síndico profissional. u

O engenheiro Keven Medeiros Günther, Síndico do Condomínio Plaza Cervantes

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teste seus conhecimentos sobre obrigações legais

Você, Síndico, está cansado de saber que as obrigações legais do Condomínio são responsabilidades sua e que deixar de cumpri-las ou cumpri-las de maneira inadequada pode resultar em sanções previstas em lei. Que tal testar os seus conhecimentos sobre as obrigações legais do Condomínio? Responda o quiz abaixo e confira seu nível de conhecimento. Boa sorte! 1. Quais são os tipos de responsabilidades de um Síndico? a. Responsabilidade civil e responsabilidade solidária; b. Responsabilidade civil e responsabilidade criminal; c. Apenas responsabilidade civil; 2. Entre as obrigações civis do Condomínio estão: a. Laudo de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA); b. Recolhimento do Imposto de Renda; c. Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); 28

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3. Entre as obrigações trabalhistas do Condomínio estão: a. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); b. Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI); c. Responsabilidade de manutenção e construção de passeio público; 4. O Seguro Obrigatório cobre: a. A área comum do Condomínio contra incêndio ou destruição total ou parcial; b. As áreas privativas do Condomínio contra incêndio ou destruição total ou parcial; c. Toda a edificação contra incêndio ou destruição total ou parcial da estrutura das áreas de uso comum e privativas do Condomínio; 5. Qual é o período de validade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)? a. Seis meses b. Dois anos c. Um ano

6. O Laudo de Marquise, Sacada, Fachada e outros tem a finalidade de: a. Avaliar visualmente a fachada do condomínio para identificar rachaduras; b. Prevenir patologias estruturais que possam comprometer a estrutura e, consequentemente, a segurança de moradores e pedestres; c. Avaliar tecnicamente as marquises para determinar reformas preventivas; 7. Quem deve fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)? a. O empregador é obrigado a fornecer aos seus funcionários, sempre que as condições de trabalho assim exigirem; b. A responsabilidade de comprar os equipamentos é do funcionário; c. Não é necessário usar o EPI para trabalhar no Condomínio; 8. Qual é a função do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI)? a. Prever alternativas de combate a incêndio com foco na preservação da integridade física e patrimonial dos moradores do Condomínio; b. Prever alternativas de combate a incêndio com foco na preservação de áreas comuns do Condomínio; c. É um plano individual que prevê o combate de incêndios nas unidades habitacionais; 9. O Laudo Técnico de Inspeção Predial (LTIP) atesta: a. Se o PPCI está adequado à edificação; b. A segurança das edificações e indica problemas ou risco de acidentes; c. A segurança das edificações e os possíveis riscos de acidente de trabalho;

Confira as respostas corretas : 1–b; 2–a; 3–a; 4–c; 5–c; 6–b; 7–a; 8–a; 9–b; 10–a.

Agora, é hora de saber qual o seu nível de conhecimentos: Até cinco acertos – Síndico em aprendizagem Se você acertou até cinco questões, não desanime, o assunto é realmente complexo. Siga estudando. Logo, logo, você será um especialista em obrigações legais. De cinco a oito acertos – Síndico bem informado Você foi muito bem! Mostrou que está bem informado sobre o assunto e que faltam poucos detalhes para ser nota 10. 10 acertos – Síndico especialista Parabéns! Você é um Síndico especialista e mostrou ter um excelente conhecimento técnico para exercer a função.

10. Para fazer reformas nas unidades é preciso? a. ART ou RRT de execução, projeto e memorial descritivo; b. Autorização do Síndico; c. Autorização do Conselho de Arquitetura e Urbanismo; 29


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Condomínio e se deparou com algumas irregularidades, como a falta de notas fiscais, pagamentos sem justificativas claras, contratos caros e redundantes. “Eu só comprovei o que já sabia”. Devido a essa verificação das contas, na época, o Village Brooklyn Lofts recuperou quase R$ 29 mil para o caixa.

Ser Síndico é fácil: difícil é fazer gestão Com um olho no presente e outro no futuro, Flávio Lembi aposta na tecnologia para fazer uma gestão inovadora

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ão sou Síndico, estou Síndico!” Assim começou nossa conversa com Flávio Lembi , engenheiro mecânico e então Síndico morador do Condomínio Village Brooklyn Lofts, localizado em São Paulo e administrado pela Auxiliadora Predial. Mineiro, Lembi foi morar na capital paulista em 2014 . Como já tinha imóveis em outras localidades, ele mantinha uma planilha onde comparava os preços das cotas condominiais dos seus apartamentos.

E, logo no início, percebeu que os valores do Village Brooklyn Lofts destoavam muito dos demais. “Mesmo sabendo que o custo em São Paulo é mais alto que em outras cidades, eu percebia uma discrepância muito grande”, diz. Outro detalhe que chamava a sua atenção, sempre que verificava a prestação de contas do Condomínio, era a oscilação nos valores das despesas corriqueiras, que mudavam muito de um mês para outro. Foi então que o engenheiro resolveu solicitar os balancetes do

A recuperação do Condomínio Devido à situação constatada e ao seu interesse pelos assuntos da administração do Condomínio, Lembi acabou se tornando o Síndico. Porém, como viajava muito, a esposa assumiu a função em março de 2015, com apoio do engenheiro. . Já em fevereiro de 2017, foi a vez de Lembi ser oficialmente eleito Síndico. Como gestor, ele buscou inicialmente entender o contexto econômico e político pelo qual passa o Brasil e no qual o Condomínio está inserido. “Há muito desemprego, insegurança, descrença política, descrença entre as pessoas”, observa. Tudo isso, no entendimento do Síndico, afeta o dia a dia dos condôminos, que enxergam o local em que moram como um lugar em que eles devem ser ouvidos Diante da situação, para começar a organizar a gestão, a partir de 2015 todos os contratos começaram a ser revistos e renegociados e alguns terminaram suspensos. Até os gastos com materiais de limpeza passaram a ser monitorados minuciosamente. Também foi preciso rever as funções e a permanência de alguns funcionários. O Síndico lembra que não havia controle das horas extras, muitas vezes pagas sem justificativa, assim como da distribuição do vale-transporte, que era liberado mesmo no período de férias.

Desde a implantação dessas mudanças, o fundo de reserva passou de R$ 70 mil para R$ 280 mil, obras de melhorias foram realizadas sem precisar mexer no caixa e – um dos fatores que mais orgulha Lembi –, a taxa condominial não sofre reajuste há, pelo menos, quatro anos: “São Paulo tem cerca de 40 mil Condomínios e posso afirmar que o nosso é o único que não aumentou a cota desde dezembro de 2013”, diz. Isso tudo, levando em consideração que houve aumento nas tarifas de luz, de água, no preço do gás e de outros produtos e serviços usados diariamente no prédio. Quando questionado sobre como foi possível conseguir tudo isso, o Síndico faz questão de dizer que não há mágica, mas, sim, gestão efetiva do dinheiro do Condomínio.

De olho no futuro Além de colocar as contas em dia e de fazer as obras necessárias, o engenheiro investe na tecnologia para melhorar a comunicação interna e a segurança do Condomínio. Atualmente vêm sendo instaladas 44 câmeras de monitoramento e monitores em todos os apartamentos para que depois seja implantada a portaria remota. Também houve investimento em cercas com alarme, segurança em todo perímetro do Condomínio com infravermelho, entre outros recursos, somando 60 itens. “Tudo isso foi feito com o dinheiro que deixamos de gastar em despesas ordinárias desde 2015”, explica. No futuro, o Síndico ainda pretende implantar a biometria facial. E mais adiante, ele cogita usar a computação cognitiva, ou seja, robôs. A comunicação também deve ganhar a ajuda da tecnologia em bre-

ve. “A gestão de pessoas pode ser facilitada com o uso de tecnologia”, diz Lembi. Ele propôs um aplicativo, pensado exclusivamente para o Condomínio, que já vem sendo desenvolvido. As ideias inovadoras não param por aí. No momento, o engenheiro pesquisa o Unpack, que pode ser traduzido como “desempacotamento”, ou seja, abrir o reduto do Condomínio, até então fechado, para novas oportunidades de negócios. Um dos exemplos é a comercialização de vagas no estacionamento do prédio. Para ilustrar o “desempacotamento”, Lembi lembra do Uber, que “desempacotou” o uso dos carros particulares para fins de transporte profissional e o “desempacotamento de residências” com o Airbnb, site especializado no aluguel de quartos e imóveis por temporada. “Ser Síndico é fácil”, conclui Flávio Lembi. Quando as contas chegam, paga-se. Estragou, chama o primeiro fornecedor e manda consertar. Se não deu o dinheiro, cobre a mais dos moradores. O difícil é fazer gestão de pessoas, gestão de fornecedores e gestão financeira com recursos escassos.” u 31


pessoas

É tempo de valorizar o que temos de melhor

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á é possível perceber o brilho das lâmpadas. Das lâmpadas coloridas que alegram as casas, os apartamentos... Já é tempo de começar a organizar os enfeites da árvore de Natal, de cultivar a sua própria árvore. Já é tempo de cultivar. Está mais do que na hora de cultivar as coisas boas da vida, de valorizar a saúde, a família, o amor que recebemos e o amor que damos. Já está mais que na hora de valorizarmos o que é essencial em nossas vidas e que, muitas vezes, simplesmente esquecemos. Esquecemos que cultivar o que é fundamental o fará crescer, renascer, florescer. A você, Cliente Auxiliadora Predial, desejo que as luzes se acendam, que a árvore fique cheia de presentes, que a sua casa fique cheia de familiares e de amigos, que no seu Natal o maior brinde seja em nome do amor ao próximo, do amor por si mesmo. Nós brindamos a quem nos dá significado à vida: você, nosso melhor Cliente.

Feliz Natal! Roger Silva Diretor da Área de Condomínios.

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