Revista Saúde - Uberlândia-MG Novembro/2015

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Nefrolitíase

Pedras nos rins Ocorrem pela cristalização de solutos, mais frequentemente oxalato/fosfato de cálcio e ácido úrico, na grande maioria das vezes, por saturação destes na urina devido a insuficiente ingesta hídrica, fatores dietéticos e metabólicos. O hábito de espiar a cor da urina e mantê-la sempre límpida com uma ingesta líquida adequada, por si só, reduz em 60% a chance de formação dos cálculos. Pedras estacionadas no rim, não geram grande desconforto , tendo mudança na clínica para forte cólica quando estes migram para o ureter, dor que será tanto maior quanto maior a capacidade do cálculo em impedir a passagem da urina. Podem causar obstrução urinária com perda gradativa da função renal. Fator de complicação encontramos na associação da litíase com processos de infecciosos levando à formação dos temidos cálculos coraliformes , tão grandes , que lembram corais marinhos e por isso recebem esse nome. Mais grave ainda é associação do quadro de infecção urinária com cálculos obstrutivos ,tendo má evolução, sendo urgente a desobstrução desse rim nesses casos. Sinais e Sintomas • Dor lombar súbita e intensa aumentada com batidas local (sinal Giordano) , irradiando para região hipogástrica , raíz da coxa , genitais e testicular no homem; acompanhada quase sempre de náuseas e vômitos; • Hematúria (sangue na urina); • Desejo incessante de urinar, dor uretral; • Calafrios , febre e septicemia em casos com infecção envolvida.

Cólica renal ninguém esquece: “dói mais que um parto”, “parece uma facada nas costas”. São depoimentos de pacientes que já sofreram desse mal , tamanha a intensidade da dor . Estima-se que cerca de 10% da população brasileira já tiveram, têm ou terão cálculos renais sendo portanto patologia de grande prevalência.

Diagnóstico • Urina tipo I e Urocultura : hematúria , cristais e piócitos; • Hemograma : nas associações infecciosas; • Creatinina /Ureia: função renal no sangue; • Ultrassom : avalia estrutura anatômica renal , presença de cálculos ou dilatação renal, limitado para cálculos ureterais; • RX abdome: calcificações em trajeto urinário que sejam impregnadas pelo cálcio (oxalato/ fosfato de cálcio -85%), com limitações para visualização de cálculos de acido úrico (10%) que são radiotransparentes; • Urotomografia helicoidal: gold standart para litíase e estudo do aparelho urinário , permite verificar cálculos em todo trajeto urinário. Tratamento • Analgesia da dor com presteza; • Ingesta hídrica adequada para cada tipo de trabalho, clima e tipo de alimentação, sendo recomendado 2 a 3 litros de água por dia; • Evitar consumo de alimentos que predispõem à formação de cálculos : excesso proteínas ( carne 100g/dia) , sal (pelo sódio) na forma simples ou industrializada (condimentos e refrigerantes). Buscar ingesta de sucos cítricos que possuem fator de proteção (citrato) contra formação de litíase urinária; • Dissolução com medicações, pedras pequenas (menores 4mm); • Litotripsia Extracorporea por Ondas de Choque (LECO) : método de fragmentação por ondas vibratórias para abalar estrutura de cálculos com densidades menores , preferencialmente entre 5 e 10 mm de tamanho, tendo inconveniente de riscos de hematomas renais , fragmentação parcial do cálculos e não garantia da eliminação dos fragmentos; • Litotripsia ENDOSCÓPICA: método mais moderno com microcâmeras que ascendem pela uretra até cálices renais , utilizando força do laser para fragmentação de cálculos de qualquer tamanho ou densidade, com alto índice de sucesso sem maiores danos ao parênquima renal, tendo inconveniente do alto custo; • Litotripsia Percutânea: método de tratamento com orifícios cutâneos que chegam até o rim, tendo inconveniente de dano pontual ao parênquima renal e risco maior de complicações com hemorragias; • Cirurgia Convencional.

Dr. Ali Mustafa Cheik Jr.

CRM/MG 37443

Urologista | Cirurgião Geral • Cirurgião Geral e Urologista pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU - MG • Diretor do Departamento de Urologia do Hospital Santa Clara - Uberlândia - MG

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