REVISTA SAÚDE RIO VERDE - EDIÇÃO 07 - 08/04/2019

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Doença mão-pé-boca

DRA. ISABELA GOMES E SILVA ÁVILA PEDIATRA CRM/GO 17994 | RQE 11398 • Professora na faculdade de Medicina de Rio Verde - GO FAMERV; • Certificada até julho de 2019 pelo Programa de Suporte avançado em vida em pediatria da American Heart Association; • Aprimoramento em Nutrologia Pediátrica em 2016 pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

É uma síndrome clínica caracterizada por: • Febre • Odinofagia (dor na garganta) com dificuldade para se alimentar (em casos mais graves porém raros pode causar desidratação devido a dificuldade na ingesta hídrica e alimentar); • Enantema doloroso (erupções com vesículas e aftas localizadas na mucosa oral, especialmente na face interna das bochechas, palato, garganta e língua); • Rash cutâneo (erupção cutânea) macular, papular ou vesiculares alongadas em formato de “grão de arroz” rodeadas por um halo eritematoso, que podem se romper. Localizadas nas mãos e nos pés, podendo ocorrer com menor frequência em outras localizações como na face, nas nádegas, nos joelhos, cotovelos e região genital; • As lesões de pele normalmente não são pruriginosas, porém são comumente dolorosas. Outras doenças podem apresentar-se com lesões semelhantes, como a estomatite herpética, a herpangina, o sarampo e o eritema multiforme. Lesões surgem após 3 a 6 dias da exposição ao vírus. A resolução dos sintomas ocorre em cerca de 7 a 10 dias podendo chegar até cerca de 2 a 3 semanas e é autolimitada (se resolve sozinha) É causada pelo Coxsackie vírus A16 e, ocasionalmente, por outros sorotipos como o coxsackie vírus A6 e enterovírus A71. É ALTAMENTE CONTAGIOSA, de transmissão fecal-oral, mas que também pode ser transmitida por contato com secreções nasais e respiratórias, contato físico e pelo conteúdo das vesículas. Acomete principalmente os menores de 5 anos de idade. Pode ocorrer durante todo ano mas principalmente nos meses de primavera, verão e início do outono. Imunidade É necessário lembrar que a doença é causada por vários tipos do vírus. Desta forma, o paciente pode desenvolver mais de uma infecção viral que leva à mesma sintomatologia da síndrome mão-pé-boca. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é clínico e o tratamento é com sintomáticos (antitérmicos, analgésicos e em alguns casos anti-inflamatórios). O mais importante é não deixar a criança desidratar, uma boa opção para isso é oferecer alimentos mais pastosos (ex: mingau, purê, gelatina), alimentos mais gelados, sem temperos.

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Revista Saúde | Março . 2019 | rsaude.com.br

Evite comidas ácidas, muito quentes ou condimentadas. Ofereça suco, chá gelado e água, servidos em pequenos goles. Quando causada pelo enterovírus A71, a doença tende a ser mais grave, podendo cursar com complicações graves. Desde 2008, um novo genótipo de Coxsackie vírus A6 tem sido associado a uma doença mais severa que ocorre como a doença mão-pé-boca típica, porém apresenta febre mais elevada, lesões na face, períneo, glúteos, com maior duração (12 dias), descamação nas palmas das mãos e nas plantas dos pés de 1 a 3 semanas depois e onicomadese (queda das unhas) indolor 1 a 2 meses depois do quadro agudo. Medidas De Controle O risco de transmissão para a Doença MãoPé-Boca pode ser reduzido através de práticas de higiene: • Lavagem FREQUENTE e CORRETA das mãos, especialmente após a troca de fraldas e de usar o banheiro. Uso de álcool-gel. • Limpeza de superfícies e artigos incluindo brinquedos, primeiramente com água e sabão e então desinfetando com uma solução a base de alvejante com cloro/água sanitária (feita com uma colher de sopa do produto adicionada à 4 copos de água); • Evitando contato próximo (beijar, abraçar, dividir talheres e copos) com pessoas com Doença Mão-Pé-Boca; • Limitar a exposição das crianças doentes, mantendo as que apresentam sintomas afastadas da escola ou creche; • Não há vacina disponível até o momento.


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