A Ejaculação Precoce (EP) DR. EDENILSON BORGES DE OLIVEIRA SOBRINHO
A ejaculação precoce (EP) é uma das disfunções sexuais masculinas mais frequentes, principalmente entre os homens mais jovens (5%-40% dos homens sexualmente ativos).
UROLOGIA CRM/SP: 107512 - RQE: 19213 • Formado pela Universidade Federal de Pernambuco.
A ejaculação precoce se manifesta principalmente na adolescência. Falta de experiência, medo de mau desempenho, inibição diante da parceira podem criar um estado de ansiedade intensa que leva o jovem a ejacular rapidamente. Com o tempo, esse problema tende a desaparecer. Em alguns homens, porém, esse transtorno está presente também na vida adulta e pode levar à disfunção erétil. A causa é quase sempre a mesma: nível elevado de ansiedade. Raramente está associada a síndromes neurológicas mais graves, como a esclerose multipla. O problema é que quanto mais repetidas forem essas ejaculações, mais ansiosos eles ficam, mais adrenalina produzem e mais rápido ejaculam. Em alguns casos, a ansiedade é tanta que acabam desenvolvendo algum tipo de disfunção erétil. Nem o próprio paciente que se queixa de ejaculação precoce sabe dizer quanto tempo leva para ejacular, porque é muito difícil controlar a experiência sexual no relógio. Há, porém, dois estudos realizados em 2005, mostrando que o homem normal demora mais ou menos de dois a quatro minutos para ejacular, o que não é muito tempo. A diferença está naquele que consegue, durante a fase de excitação, manter a ereção por período mais prolongado antes de chegar ao clímax e ejacular. Todo mundo já teve a experiência de uma relação sexual rápida, mas muito satisfatória. O problema da ejaculação precoce não é o tempo, mas a insatisfação, porque sobra
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Revista Saúde | Janeiro . 2017 | rsaude.com.br
a sensação de que tudo aconteceu muito depressa e de que a parceira ficou desapontada. Para fazer o diagnóstico é importante conversar com o paciente e levantar sua história. Praticamente, não existem exames a que se possa recorrer. No que se refere ao tratamento, há dois caminhos: psicoterapia e uso de antidepressivos. Considero o primeiro mais eficaz para o indivíduo aprender a controlar a resposta ejaculatória. A terapia sexual dura em média de três a quatro meses e os resultados são bons para a maioria dos pacientes que aceitam fazê-la. Nesse processo, é muito importante contar com a ajuda de uma parceira cooperativa. Para os que não aceitam fazer psicoterapia ou já fizeram e o resultado não foi satisfatório, a indicação é introduzir doses baixas de medicamentos antidepressivos que apresentam o efeito colateral de retardar a ejaculação, porque aumentam a quantidade de serotonina no cérebro. Isso ficou bastante claro nos pacientes que tomavam doses altas desses remédios para combater a depressão e não conseguiam ejacular.