Revista Saúde São José dos Campos/SP - Edição 3 - 12/2016

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ENXERGANDO BEM NA MELHOR IDADE

Degeneração da Retina Vivemos em um tempo onde a humanidade vem obtendo cada vez mais benefícios através dos avanços da ciência e da medicina. E a longevidade é um reflexo disso. A expectativa média de vida da população aumenta a cada ano, mas não basta apenas viver mais. Desejamos envelhecer com qualidade. Locomover-nos com agilidade, manter uma boa memória, viajar, sair para dançar... e enxergar bem. É tudo que queremos na melhor idade. E o que fazemos na juventude reflete-se anos mais tarde em nossas vidas. Baseado na genética, etnia, fatores ambientais que incluem os hábitos de vida, o nosso organismo envelhece de maneiras diferentes. Com o avanço da idade, algumas pessoas podem desenvolver déficit de memória, outras de audição, podemos ainda ter dificuldade de locomoção. Se a retina envelhece precocemente, a visão é afetada. Hoje, o terceiro maior investimento da indústria farmacêutica mundial concentra-se nas doenças degenerativas da retina. Mas o que é a retina ? A retina é um tecido localizado na região posterior do globo ocular que tem como função transformar a imagem recebida em estímulo nervoso (elétrico). Esse estímulo é conduzido para o cérebro através do nervo óptico e, assim, é formada a visão. Na retina, a região responsável pelo foco central e detalhes da visão que usamos para ler e dirigir por exemplo, é chamada de “mácula”. Essa estrutura possui de 4 a 5 milhões de células fotorreceptoras - os cones. Essas células não se multiplicam ou regeneram e precisamos protegê-las durante toda a vida para que a nossa visão não fique comprometida. Na “Degeneração Macular relacionada à Idade” – DMRI, os cones sofrem um processo degenerativo devido a um acúmulo proteico. São as chamadas “drusas”, que depositam-se logo abaixo da retina. As drusas são um sinal de envelhecimento retiniano, como as rugas em nossa pele, por exemplo.

Atualmente, a DMRI é apontada como a causa mais comum de perda de visão nas pessoas acima de 55 anos vivendo em países desenvolvidos. Estima-se que até o ano de 2020, 8 milhões de pessoas com 65 anos ou mais poderão apresentar DMRI. E a taxa de acometimento aumenta progressivamente com a idade. Os sintomas iniciais são um “embaçamento” no centro da visão, mais especificamente durante tarefas que exigem a percepção de detalhes, como leitura ou escrita. Também a percepção de linhas retas podem ser afetadas e o paciente passa a enxergar os objetos com um formato tortuoso. Isso é percebido em um auto exame chamado “Teste de Amsler”. Na medida em que a doença avança, podem se formar pontos cegos no campo visual central. É muito frequente que se um olho tem DMRI, o outro olho também desenvolva a doença. Existem duas formas de degeneração: 1. A forma seca que corresponde a 90% dos casos. Baseia-se na atrofia progressiva simples das células fotorreceptoras 2. A forma úmida que envolve a proliferação de vasos sanguíneos que se situam logo abaixo da mácula, produzindo um efeito nocivo na função e anatomia dos cones.

O desenvolvimento da DMRI é mais prevalente em pessoas acima dos 55 anos de idade e os fatores genéticos associados aos do ambiente são fundamentais para a instalação da doença. Exposição à radiação ultravioleta solar, tabagismo e dieta pobre em legumes, frutas e verduras são fatores de risco ambientais para a DMRI.

vegetais, como espinafre, abobrinha, couve-flor, ervilha, brócolis, e em alguns frutos, como laranja, mamão, pêssego e kiwi, além da gema de ovo. Ela protege a mácula dos efeitos nocivos da radiação solar; 2. Praticar regularmente atividade fisica; 3. Usar óculos que contenham filtros protetores para os raios ultravioletas. Alguns estudos sugerem que o espectro de luz azul solar também contribui para a instalação da DMRI e a indústria óptica já disponibiliza lentes para este tipo de proteção. Tratamentos disponíveis: Atualmente, o tratamento disponível para a DMRI seca é o uso via oral de vitaminas antioxidantes que contenham luteína, ômega 3, vitamina A, C, E e Zinco. Já a DMRI úmida, deve ser tratada com o uso mensal e programado de medicações intraoculares. Este tipo de tratamento é chamado de anti angiogênico e tem como finalidade a regressão dos vasos sanguíneos que tem efeito nocivo sobre a mácula. Devemos lembrar que hábitos de vida saudáveis e visitas regulares ao oftalmologista são fundamentais na prevenção e diagnóstico precoce da doença, contribuindo para que as pessoas tenham uma excelente visão durante toda a sua vida.

Como prevenir, então, o envelhecimento precoce da retina ? Não fumar e evitar ambientes com fumaça de cigarro. 1. Ter como hábito alimentar uma dieta baseada em castanhas e peixes ricos em ômega 3 e legumes, frutas e verduras que contenham luteína. A luteína é um pigmento de tonalidade amarelo-limão presente em alguns

DR. PEDRO ALEXANDRE HENRIQUES LUIS -

CRM 92125

OFTALMOLOGISTA | RQE 22739

• Graduação e Residência Médica pela UNICAMP. • Título de Especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. • Sócio Fundador da Clínica OphthalmoCare. MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE NOSSO GUIA MÉDICO NAS PÁGINAS 6, 7

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