Revista Saúde Florianópolis - Edição 11 - 02/2018

Page 50

Tireoidite de Hashimoto e o Hipotireoidismo

A causa mais comum de hipotireoidismo em nosso meio é autoimune: a tireoidite linfocítica crônica, também conhecida como Tireoidite de Hashimoto.

Uma doença autoimune ocorre por uma falha do nosso sistema imunológico que passa a produzir anticorpos “com uma programação errada”. Em situações normais, os anticorpos deveriam atacar apenas agentes invasores e nocivos a nossa saúde (como vírus e bactérias). Quando o sistema imunológico “se engana”, as células de defesa podem ser programadas para atacar alguma proteína, órgão ou tecido do nosso próprio organismo. Nesta doença, Tireoidite de Hashimoto, o sistema imunológico do próprio indivíduo ataca a tireoide através dos linfócitos (células de defesa) e anticorpos, levando à destruição do tecido tireoidiano. À medida que a tireoide vai sendo destruída, sua produção normal de hormônios (T3 e T4) vai diminuindo e, consequentemente, o hipotireoidismo se instala. O quadro clínico do Hipotireoidismo é causado pela deficiência hormonal tireoidiana. Os sintomas mais comuns são como bócio (aumento do tamanho da tireoide), cansaço, lentidão, depressão, ganho de peso, frio excessivo, pele seca, queda de cabelo, inchaço nos olhos, dificuldade em se exercitar, dificuldade para perder peso, rouquidão, tontura, zumbido, apneia do sono, constipação, irregularidades menstruais e problemas de ereção, que podem aparecer em diversas combinações e intensidades. Cerca de 10 em cada 100 pessoas possuem anticorpos contra a tireoide.

Contudo, nem todos desenvolvem hipotireoidismo. A Tireoidite de Hashimoto possui um forte componente genético, ou seja, é mais comum em pessoas que tenham familiares com o mesmo problema. Mulheres têm 10 vezes mais chances de ter a doença do que os homens. Outros grupos mais acometidos são os idosos, indivíduos com doenças cromossômicas como síndrome de Down e síndrome de Turner e aqueles que já possuem outra doença autoimune como diabetes mellitus tipo 1 e insuficiência adrenal. A Tireoidite de Hashimoto é uma doença crônica, isto é, não tem cura. O tratamento quando ocorre hipotireoidismo é longo e a dosagem dos níveis hormonais se faz necessária algumas vezes por ano. A dose utilizada para a reposição do hormônio tireoidiano irá variar de acordo com o grau da deficiência da produção desse hormônio em cada indivíduo. Nos casos em que os anticorpos são positivos e a função tireoidiana é normal, o paciente deve realizar avaliação médica e hormonal periódica. O surgimento de nódulos ou outras doenças associadas também devem ser avaliados pelo médico endocrinologista. Nota: este material tem caráter meramente informativo e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, converse com seu endocrinologista.

DRA. JULIANA DE MATTOS LIMA LEPSCH GUEDES

- CRM /SC 18624

ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA - RQE 13955

• Médica Graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; • Pós Graduação em Endocrinologia e Metabologia pelo IDEF - SC; • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM.

50

Revista Saúde | Fevereiro . 2018 | rsaude.com.br

MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE NOSSO GUIA DAS PÁGINAS 12 A 18


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Revista Saúde Florianópolis - Edição 11 - 02/2018 by Revista Saúde - Issuu