Revista Saúde Porto Velho/RO - Edição 08 - 05/2017

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Lombalgia Crônica avaliação e conduta terapêutica intervencionista A dor na coluna é a segunda maior queixa e também a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Define-se por lombalgia, a dor presente na região lombar e com radiação, não excedendo abaixo dos joelhos.

A lombalgia aguda é geralmente incapacitante (a taxa de recuperação é de 90% dentro de 6 semanas) e sua etiologia, na maioria das vezes, é inflamatória na musculatura paravertebral e tratável na grande maioria das vezes. Mas, a dor lombar crônica (mais de 12 semanas de dor do início dos sintomas atuais) desenvolve-se entre 2% e 7% das pessoas . Ela é responsável por 75% a 85% dos afastamentos totais do trabalho. Sua prevalência de duração é relatada como maior do que 70%, e seu pico de prevalência ocorre entre as idades de 35 e 55 anos, ou seja, população ativa e produtiva. Este tipo incapacitante de dor requer maior investigação e avaliação profissional por se manter, apesar das condutas e tratamentos clínicos com terapêutica medicamentosa e fisioterápicas ( RPG, acupunturas, quiropraxias, osteopatias, etc), tornando-se refratária. Na sua evolução, alguns fatores de risco para a lombalgia são pouco compreendidos, sendo os mais frequentes relatados: 1. Trabalho físico pesado; 2. Frequentemente, dobrar-se, torcerse, levantar-se, puxar e empurrar; 3. Trabalho repetitivo; 4. Postura estática; 5. Vibrações; 6. Fatores de risco psicossociais, incluindo estresse, angústia, ansiedade, depressão, disfunção cognitiva, comportamento da dor, insatisfação do trabalho. Quanto aos exames de imagem para melhor elucidação e diagnóstico para as inúmeras causas relacionadas às estruturas da coluna vertebral, a Ressonância magnética e a Tomografia Computadorizada são os de maiores indicações e mais vantajosas. Os sinais ou sintomas de comprometimento neurológico em um paciente com lombalgia são dormência ou fraqueza nas pernas e dor ciática, com radiação para além dos joelhos. A dor ci32

Revista Saúde | Maio . 2017 | rsaude.com.br

ática apresenta correlação elevada ( 95%) e sua ausência torna pouco provável a existência de hérnia de disco lombar. A especialidade Neurocirúrgica, com ênfase em tratamentos para coluna vertebral, teve imensa evolução nos últimos 50 anos para tratamento das diversas causas da lombalgia crônica. Utilizando-se de técnicas intervencionistas modernas para diagnóstico e terapêutica, de forma minimamente invasivas, possibilita tratamento efetivo com mínimos riscos de sangramentos operatórios, poucos ou nenhum ponto de sutura no local cirúrgico. Técnicas Intervencionistas de diagnóstico: • Bloqueio de facetas intervertebrais (por agulhas); • Discografia (teste de dor de origem do disco intervertebral com punção pela pele); • Injeções transforaminais epidurais ou bloqueios seletivos de raízes nervosas; • Injeções sacroilíacas. Técnicas Terapêuticas Intervencionistas: A justificativa para estas técnicas na coluna são baseadas nas seguintes considerações: • As origens principais de dores cronicas na coluna, ou seja, discos e articulações, são acessíveis ao bloqueio neural; • A remoção ou correção das anormalidades estruturais da coluna podem não alcançar a cura, podendo até piorar as condições dolorosas; • Processos degenerativos ( “desgaste”) da coluna vertebral e da oriegem da dor são complexos; • A eficácia de uma grande variedade de intervenções terapêuticas no tratamento da dor crônica espinhal (técnicas com fisioterapias) não foi demonstrada de forma conclusiva.


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