Revista Saúde Campo Grande/MS - Edição 7 - 03/2014

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RETINOPATIA DIABÉTICA

CONCEITO: Retinopatia diabética é o conjunto de alterações nos vasos sanguíneos e na retina causados pela diabetes. É uma doença complexa e progressiva que afeta os vasos sanguíneos dos olhos. Quase 10% da população sofre de diabetes, e a retinopatia diabética acomete mais de 50% dos pacientes diabéticos. Estes apresentam um risco de perder a visão 25 vezes maior do que as pessoas que não apresentam a doença. No momento atual, a retinopatia diabética se destaca como um grande problema, sendo a principal causa de cegueira em adultos. Atualmente sabemos que o diagnóstico e tratamento precoces podem reduzir em 80% o risco de cegueira decorrentes da diabetes. O Controle rigoroso da glicemia com uma dieta adequada, uso de pílulas hipoglicemiantes, insulina, uma combinação destes tratamentos, prescritos pelo médico endocrinologista é a principal forma de evitar a retinopatia diabética. O tratamento reduz drasticamente as complicações oculares e de outros órgãos. O cuidado com a alimentação deve ser associado à prática regular de exercícios e acompanhamento médico frequente. Não se deixe enganar pela ausência de sintomas. CLASSIFICAÇÃO: Não-proliferativa: leve, moderada e severa. Proliferativa: fase mais avançada da doença quando pode ocorrer perda súbita de visão por hemorragia vítrea e descolamento de retina tracional. É importante saber que a principal causa de baixa de visão nessa doença é o edema macular, que pode estar presente ou não em qualquer fase da doença, portanto podemos ter doentes com a doença na fase leve apresentando baixa significativa de visão, assim como pacientes na fase proliferativa (mais avançada) sem sintoma algum, sendo por isso, muito importante que todos os diabéticos sejam avaliados periodicamente por um oftalmologista, mesmo que não apresentem qualquer sintoma.

EXAMES NECESSÁRIOS PARA O ACOMPANHAMENTO DA RETINOPATIA DIABÉTICA: • Mapeamento de retina; • Retinografia; • Angiofluoresceinografia; • Ultrassonografia; • OCT (Tomografia de coerência optica). TRATAMENTO: • Controle clínico: Sem o controle metabólico rigoroso será difícil obter qualquer melhora ou a melhora será transitória. • Fotocoagulação com laser: O tratamento pelo laser pode estabilizar a doença e melhorar a visão em alguns casos. Entretanto, apesar do tratamento a laser, 25% dos casos ocorre sangramento para dentro do olho (hemorragia vítrea), associada ou não , ao descolamento tracional da retina. Isto pode levar à necessidade de vitrectomia. • Vitrectomia: Retirada cirúrgica do vítreo para os casos mencionados acima. • Injeções intravítreas: Nos últimos anos temos utilizado injeções intraoculares de corticoides e bloqueadores do VEGF(fator de crescimento vascular endotelial, um importante mediador químico na gênese dessa doença). Essas medicações são eficientes para reduzir neovasos e edema retiniano, mas têm efeito transitório, podem ser utilizados sozinhas ou combinadas com laser e/ou vitrectomia. CONCLUSÃO: Oriente seus amigos diabéticos a procurar um oftalmologista. Fuja dos exames de vista “grátis”, eles custam muito mais caro do que você imagina. Em geral, só é feito o exame de refração (exame para ver o grau), pois o intuito é apenas fazer o óculos. Em caso de glicemia alta, o exame do grau pode alterar e o paciente fazer um óculos que não fique bom porque a visão oscila. Muitas pessoas acabam perdendo a sua visão por falta de orientação adequada e exame cuidadoso de sua retina. Não espere por sinais e sintomas, a retinopatia diabética pode se desenvolver sem sintomas. Quanto mais cedo você iniciar o tratamento, maior será sua eficácia.

Foto: Marcos Vollkopf

Dr. Claudio Guensei Shinzato CRM/MS 4045| RQE 2395 Oftalmologia

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