Aborto e progesterona Aborto, segundo a Organização Mundial de Saúde , é a interrupção da gestação antes de 20-22 semanas ou com peso inferior a 500g. Precoce quando ocorre até 12 semanas. Tardio quando ocorre entre 13 e 20 semanas. Conduta baseada em evidências 1 Repouso no leito Uma revisão da Cochrane mostra que não há melhora significativa.
4 Progesterona A progesterona prepara o endométrio para a implantação do embrião. Mantém o útero relaxado. Aumenta a concentração plasmática do fator bloqueador dos linfócitos que é imunomodulador, antiabortivo e melhora a vascularização uterina. Uma meta-análise avaliou o uso de vários progestágenos citados por via oral, intramuscular ou vaginal na prevenção de ameaça de abortamento e selecionou 15 estudos com 2.118 pacientes, considerando o abortamento como principal desfecho. Foi observado que não houve melhora dos resultados no grupo que utilizou progesterona, comparado ao Grupo Controle e ao Placebo, exceto quando o grupo estudado era composto por pacientes com abortamento habitual.
2 Abstinência sexual Por acreditar que as prostaglandinas do líquido seminal e a ocitocina liberada na excitação sexual podem levar a contrações uterinas. 3 Antiespasmódicos Usados para cólicas no início de gravidez.
A tabela abaixo resume conduta publicada na revista Femina de fevereiro de 2010. Evidências científicas sobre as condutas na ameaça de abortamento esporádico: Intervenções
Desenho do estudo
n amostral
Risco de abortamento
Grau de recomendação
Repouso
Meta-análise
230
Não reduz
A
Vitaminas
Meta-análise
35.353
Não reduz
A
ECR
170
Reduz
A
Progestágenos
Meta-análise
2.118
Não reduz
A
Didrogesterona
ECR
154
Reduz
A
hCG
ECR
183
Não reduz
A
Aspirina
ECR
570
Não reduz
A
Relaxamento muscular
Segundo o Protocolos de Conduta – Obstetrícia UFC abril 2013. A progesterona aparece como SEM BENEFÍCIO COMPROVADO em abortamentos precoces (entre 4ª e 8ª semanas).
No primeiro trimestre, a ultrassonografia é indispensável para avaliar a evolução satisfatória da gestação e a real necessidade de qualquer intervenção diante de uma ameaça de abortamento, já que a maior parte dos abortos, neste período, ocorrem devido a anormalidades cromossômicas do concepto. A análise da progesterona pode dar um prognóstico da gravidez, porém não costuma servir como tratamento. “Não
há nada o que fazer se o nível der baixo. Dar progesterona não significa que você vai conseguir que a gravidez evolua. O nível baixo do hormônio é sinal de risco da gestação, mas não costuma ser a causa. “Pode ser que a pouca progesterona seja um problema, mas normalmente não é. Uma pequena fração dessas mulheres se beneficia do uso da progesterona”, comenta Eduardo Cordioli, coordenador da maternidade do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Assim como a abstinência sexual serve para o casal de isentar de possível sensação de culpa, serve também a prescrição da progesterona na primeira gravidez, para o obstetra se livrar de acusações infundadas. Fonte de Consulta: 1-Revista Femina Fev 2010; 2-Protocolos de Condutas – Obstetrícia UFC abril 2013; 3- Manual de Orientação- Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério – Febrasgo, 2010
Dr. Carlos Calixto dos Santos
CRM/PR 7585
Ginecologia e Obstetrícia - RQE 6511 | TEGO 443 • Graduado pela Santa Casa de Misericórdia de Vitória ES • Pós-Graduado pelo I.G. da Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ • Título Especialista pela FEBRASGO
70
MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE NOSSO GUIA NAS PÁGINAS 8,9, 10 e 11