Experimentando a perfeita vontade de Deus

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Experimentando a perfeita vontade de Deus SĂŠrgio Luiz do Espirito Santo

PrefĂĄcio de Pr. Rimack Antonio R. Almeida



ISBN 978-85-67582-01-6 1ª Edição – maio de 2015

Copyright © 2015 Todos os direitos reservados ao autor. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio – eletrônico, mecânico, fotocópias etc. – sem a devida permissão do autor. Produção Editorial, Arte e Diagramação Microart Publicações www.microart.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Santo, Sérgio Luiz do Espírito Experimentando a perfeita vontade de Deus / Sérgio Luiz do Espírito Santo. -- 1. ed. -São Paulo : Microart Publicações, 2015.

1. Deus - Vontade - Ensino bíblico 2. Santidade 3. Vida cristã I. Título.

15-03587

CDD-231.4

Índices para catálogo sistemático: 1. Deus : Vontade : Ensino bíblico : Doutrina cristã 231.4 2. Vontade de Deus : Ensino bíblico : Doutrina cristã 231.4


Microart Publicações 1ª edição 2015



Prefácio

Recebi com alegria o honroso convite de prefaciar este livro. Já se passaram quinze anos, desde que tive o privilégio de conhecer Sérgio do Espírito Santo, um homem simples, sábio, temente a Deus e de firmes convicções. Seu embasamento bíblico e o equilíbrio de enfoque, tornaram este livro agradável de se ler, consistente, longe de teorias mirabolantes e complexas. Uma das maiores preocupações do cristão é conhecer a vontade de Deus. O que Ele nos permitiu conhecer está revelado nas Escrituras Sagradas. A vontade de Deus é soberana, insondável, mas felizmente pode ser experimentada. Revelações proféticas quanto ao nosso amanhã ou o fato de cumprirmos a programação de uma determinada igreja não nos coloca no caminho da experiência da vontade de Deus; mas sim uma consciência clara acerca da misericórdia que recebemos através do grande amor de Deus por nós. Sua vontade não é conhecida por meios místicos, mas através de uma vida de consagração, implica cumprir condições que o próprio Deus nos dá. Não significa experimentar somente o que nos é agradável, pois mesmo andando com Jesus, lidaremos com problemas, dificuldades comuns a nós, míseros mortais, o que implicará muitas vezes lágrimas, tribulações e arrependimentos, 5


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mas acontecerá quando certamente satisfizermos as condições estabelecidas por Deus na Sua palavra. Sérgio consegue transmitir nas páginas de seu livro uma mensagem profunda vinda de um coração que tem “experimentado a vontade de Deus¨ e a Sua graça. Pare um pouco e procure escutar a voz de Deus falando através deste livro. Muito do que está escrito preparará você para vencer sentimentos de inadequação e entendimento de que a VONTADE de Deus não é para ser sabida como um conhecimento prévio de nada, mas como uma entrega em amor, entrega incondicional em gratidão às Suas misericórdias que não têm fim e se renovam a cada manhã. Mudando nossa maneira de ver a vida, existindo num permanente estado de renovação da mente, apresentando-nos ao Pai com uma vida consagrada, oferecendo nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, inconformados com o mundo e seu modus operandi contrário aos valores cristãos, com certeza conheceremos e experimentaremos mais a respeito da boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Pr. Rimack Antônio Rosa Almeida


Apresentação

Este livro não pretende ser uma tese sobre o tema da vontade de Deus para nós, mas apenas reflexões livres do meu coração, baseadas no que vivi, percebi e aprendi até os dias em que o escrevi. A minha própria experiência tem me ensinado que não dá para sistematizar Deus e o Seu modus operandi, pois, afinal, o Espírito é livre e, como o vento, sopra aonde quer. Por isso, não apresento receitas baseadas nas minhas experiências, já que estas são minhas, meu caminho de vida com Deus. O que faço é procurar levar o leitor a perceber comigo os pontos em comum na ação de Deus na vida e através da vida de muitos homens e mulheres da Bíblia, mas sem enveredar pelo caminho da teologia que engessa e leva ao engano, pois, com certeza, Deus tem uma vontade perfeita, um plano perfeito para todos nós, que Ele opera em nós e conjuntamente o conduz adiante a partir das escolhas que fazemos. Não é um livro para quem busca respostas específicas sobre questões de sua vida, mas para quem deseja se encontrar em Deus, se percebendo como alvo do Seu amor na vida que leva sem se deixar enganar por revelações de planos especiais de Deus para sua vida, que tem condenado a muitos a uma existência angustiante, que se resume só ao que a 7


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igreja lhes permite ser, como se a vida comum fosse mundana em si mesma porque não lida com o que é “sagrado”. Para não ser presunçoso, eu diria que minhas palavras neste livro são o apontar de uma direção que, acredito, ajudará a muitos a tomarem o caminho de suas vidas em Deus, com Deus e por Deus, sem que percam a capacidade de sempre reavaliar seu caminhar e fazer correções sempre que for necessário. O Autor.


Sumário

Prefácio .......................................................................................

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Apresentação ..............................................................................

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Introdução ..................................................................................

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1. O começo certo ..................................................................... Deus deseja que este sacrifício, além de vivo, seja santo ...... Deus deseja que o sacrifício seja também agradável ............ O que é um culto racional?................................................... Pensando como Deus ............................................................

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2. Confiando na intercessão do Espírito ................................... Devemos confiar na intercessão do espírito por causa da nossa fraqueza....................................................................... Devemos confiar na intercessão do espírito, porque só ela possibilita que nossas orações sejam ouvidas e entendidas por Deus ...............................................................................

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3. O modus operandi de Deus ..................................................

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4. A disciplina de Deus .............................................................

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Exemplos da disciplina de Deus na história da Israel...........

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Conclusão...................................................................................

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Introdução

Descobrir ou experimentar a vontade de Deus? Qual desses dois termos define melhor o modo como devemos procurar conhecer a Sua vontade? Experimentar, para mim, é mais apropriado, visto que ele define bem como vem o conhecimento dessa vontade. Já a palavra descobrir, dá a ideia de algo imediato e definitivo que pode ocorrer à parte das experiências com Deus. Embora essa distinção não seja muito relevante, ela serve ao menos para refletirmos acerca de como devemos nos relacionar com Deus sem que falsas expectativas nos inquietem o ser, deixando-nos com a sensação de que, a menos que saibamos o projeto de Deus para nós, a vida será fria e sem sentido. Sim, descobrir a vontade de Deus não é possível, mas ela pode ser experimentada. Não se pode descobri-la como se Deus fosse impessoal, investigável como algo científico, sujeito ao nosso conhecimento além do que Ele mesmo quiser dar a conhecer de si. O que pudermos conhecer dEle, será porque Ele mesmo decidiu revelar. Aliás, o que nós cristão sabemos sobre Deus, sabemos porque Ele mesmo nos revelou por meio das Escrituras Sagradas.

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Mesmo alguns crentes tem algumas ideias sobre Deus, que possuem algo de pagão no que tange ao modo como podemos conhecer Sua vontade. Certa vez, eu conversava com um irmão sobre coisas que estava pedindo a Deus nas minhas orações, e ele disse: “Quando você pedir experiências a Deus, especifique ou Ele pode mandar alguma bem difícil com a qual você poderá sofrer muito”. Não é um conceito de Deus um tanto pagão? Deus, segundo as palavras desse irmão, seria como um computador que não sabe nada, mas apenas atende a códigos e as senhas conforme o programa. Fica parecendo aqueles deuses pagãos imaginados por muitos povos antigos, que não podiam dizer o que queriam, mas seus próprios adoradores imaginavam o que lhes agradava, se ofertas de alimentos, se sacrifício de animais ou de gente, batucadas a noite inteira etc. O Deus que nós servimos é cheio de amor e sábio para se revelar quando quer, como quer e na medida em que determinou se deixar conhecer. Nenhum esforço humano fará com que algo mais sobre Ele seja conhecido se isso não for da sua vontade. E tem gente que imagina essa possibilidade. Um bom exemplo disso está num velho filme de Spielberg, chamado Os caçadores da arca perdida. Nele, dois arqueólogos inimigos disputavam a descoberta da Arca da Aliança (aquela que Deus mandou Moisés construir como símbolo de sua presença no meio do povo de Israel). Em certo momento do filme, um deles diz ao outro: “Se encontrarmos esta arca, teremos um transmissor para falar com Deus”. Até parece que Deus está brincando de esconde-esconde, esperando que a qualquer momento algum humano mais esperto o descubra e desvende os seus mistérios para a humanidade. Quão tolos são os que imaginam que Deus seja assim. Infelizmente, muitos crentes agem como se também concebessem Deus dessa forma. Eu tive a oportunidade de conhe-


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cer muita gente que, embora viva alienada de Deus, na hora do desespero, da dificuldade, do dilema, corre para o monte para saber o que Deus acha. Esses irmãos agem como se estivessem consultando o Urim e Tumim, objetos que os sumo-sacerdotes trazia no peito, e que consultavam quando precisavam saber da vontade de Deus para assuntos do momento. Algum rei perguntava: “Devo ir à peleja contra os filisteus ou não?”, e o sumo-sacerdote consultava o Urim e Tumim obtendo a resposta. É dessa forma que muita gente tem agido em relação à vontade de Deus. Pensam que ela pode ser descoberta de uma hora para outra em suas vidas, bastando fazer a oração certa, ou ir orar com a irmã ou irmão certo. Aí eles chegam com a vida toda atrapalhada de tanto tomar decisões erradas, e pedem para a irmã de oração “consultar o Urim e Tumim”: “Ora, irmã, e vê o que Deus fala sobre isso pra mim”. Isso acontece todos os dias por aí, porque muita gente não quer compromisso com Deus, mas apenas que Ele lhes diga o que fazer na hora do aperto. Tenho visto pessoas cujas vidas lançam dúvidas sobre sua confissão de fé em Cristo, mas que vivem fazendo correntes de oração, uma atrás da outra, às vezes até mais de uma no mesmo período, como se isso fosse um modo de negociar com Deus alguma benção. Conheci certa vez, numa igreja, uma pessoa que já a frequentava por três anos, sempre fazendo alguma corrente, mas que me disse que ainda não tinha se decidido por Cristo, porque não sabia se era isso que queria. Um dado triste que constatei, mas que parece ser apenas parte de uma realidade mais triste ainda: essas pessoas encontram estímulo por parte de muitos crentes para continuarem vivendo assim, com essa fé estranha de quem acredita que isso é uma opção que se pode


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fazer para apenas receber orientações e bênçãos de Deus, mas não experimentá-Lo. O mundo está cheio de gente assim, que quer apenas descobrir a vontade de Deus. O estranho em tudo isso é que para pelo menos crer que Deus existe é preciso ter fé. Bem, essa fé é apenas uma das muitas “fés” que o ser humano pode ter. Mesmo que a pessoa não tenha nenhuma experiência com Deus, ela crê que Ele existe porque aprendeu assim com a família, na igreja. Daí, porém, crer certo como disse Jesus é outra coisa: “... quem crê em mim como diz a escritura, rios d’água viva correrão do seu ventre.” (João 7:38)

O que ocorre é que a pessoa vive uma vida miserável espiritualmente porque restringe a sua relação com Deus a um “toma-lá-dá-cá” mas que na verdade ocorre só na mente da pessoa. As coisas boas que ela recebe na vida vêm sobre ela porque Deus é misericordioso e “... faz vir o seu sol sobre bons e maus e a chuva sobre justos e injustos”. Mas o coitado ou coitada fica pensando que é porque tem ido muito ao monte, feito muitas correntes, distribuído muitos folhetos, dado boas ofertas, e por aí vai. É como o servo mau da parábola dos talentos que tinha medo do seu senhor porque “sabia” que ele era homem duro. Vemos que o Senhor da parábola o trata seguindo a sua lógica e questiona porque ele, em vez de guardar o dinheiro no banco para que rendesse juros, o escondeu num lenço? Sabemos que Deus não é assim como o imaginado pelo servo mau. Mas também podemos deduzir que Deus avalia nossa conduta pela nossa “Teologia”. Se pensarmos bobagens sobre Deus, viveremos uma espiritualidade de bobagens e Ele requererá de nós obrigações conforme o nosso modo de


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entendê-Lo. A ignorância não nos livra de consequências e castigos e, por isso, não deve ser uma opção. O certo é aprender sobre Deus conforme Ele mesmo revela de si para que a sua vontade se cumpra em nós. Por isso, prefiro a palavra experimentar, para referir-me ao modo de conhecer a vontade de Deus. Experimentar a vontade de Deus é experimentar o próprio Deus nas nossas vidas, aprendendo sobre Ele. É aqui que nasce a verdadeira teologia, a de quem vive com Deus, O experimenta, conhece, aprende e faz conforme Sua vontade. Mas não é teologia que só conhece Deus a partir de definições teóricas, elaboradas por algum acadêmico que pode, às vezes, só conhecê-Lo por meio de livros, sendo sua relação com Ele pura especulação. Jesus condenou essa falsa teologia dizendo aos Saduceus: “Errais, não conhecendo as escrituras nem o poder de Deus;” (Mat. 22:29). E os Saduceus sabiam os textos bíblicos de cor e salteado, o que confirma que só saber não basta, é preciso experimentar. A Bíblia deixa bem claro que a verdadeira teologia, que surge a partir da vida vivida em Deus, que vem pelo conhecimento da Sua vontade perfeita, não é privilégio só dos letrados, dos estudados e portadores de algum título. Pelo contrário, isso costuma ser privilégio justamente dos menos estudados, e sabe por quê? Porque gente simples especula menos, tem a cabeça menos cheia dos questionamentos que a sabedoria humana produz, e quando lê a Bíblia, crê simplesmente que o que está ali é a palavra de Deus. E se você quiser confirmar isso, basta ler I Coríntios 1:26 a 29, onde Paulo diz claramente que a maioria dos que Deus tem chamado, é de gente simples e desinteressante, desprezada pelo mundo, porque é considerada fracassada segundo seus padrões, mas que não foi desprezada por Deus. É essa gente simples, que crê na palavra de Deus, que


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ora e busca conhecer Sua vontade, que tem aprendido a verdadeira teologia, a das suas vidas sofridas, marcadas, cheias de esperança em Deus e com coisas lindas para mostrar sobre Ele. Obviamente, não estou aqui fazendo apologia da ignorância como modo de vida. Apenas faço coro com Jesus e Paulo que afirmaram que todo e qualquer entendimento de Deus, que seja oriundo de sistemas humanos, do sábio, do escriba, do inquiridor deste século e que pretende ser a forma de Deus ser conhecido e entendido é mau em si mesmo, pois é apenas religião ou vã filosofia. O meio pelo qual Deus pode ser conhecido e a Sua vontade para nós veio de Deus mesmo: Jesus. Não o Jesus histórico que também é uma tentativa dos sábios e entendidos de enquadrá-Lo às suas compreensões para depois entregá-las aos homens. Quando penso nisso sempre sinto uma vontade maior ainda de conhecer a Deus, Sua vontade, Sua graça, Seu amor. Eu sei que isso está disponível para mim. Sei também que existem coisas que preciso saber sobre Deus, coisas reveladas na Sua palavra, para que eu possa me relacionar com Ele do modo como Ele mesmo determinou. Sei que existem coisas que eu devo fazer para ser agradável a Ele, para que minhas ações condigam com minha confissão de fé em Cristo, e assim eu possa conhecer “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.


Sérgio Luiz do Espitito Santo

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perfeita vontade de Deus

sempre enigmático. Claro está que o preço do caminho da liberdade é muito mais alto do que o das prisões. O primeiro exige decisões. Decisões entremeadas de possibilidades intrincadas, decisões a partir de vozes sonoramente variadas, decisões essenciais que desembocam no além de Deus. O segundo, mais fácil, prescinde de decisões, pois o preso não raciocina, simplesmente obedece ao seu feitor. Deus escolheu o caminho da fé. Por isso, a importância do livro que você tem em suas mãos. O autor propõe que sigamos pelo andar superior e não há como acessá-lo sem a elevação de mãos vazias que suplicam por auxílio. Auxílio sempre encontrado na direção oposta, sempre encontrado de cima para baixo, do superior para o inferior. Concordo com o autor quando afirma: “Estou convencido de que grande parte de nossa dificuldade em compreender e aceitar a vontade de Deus é proveniente do nosso pouco conhecimento da obra do Espírito Santo.” Pr. Marcos Campos

Sérgio Luiz do Espitito Santo

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Experimentando a perfeita vontade Experimentando Não há caminho mais relevante doa que o que propõe levar o deRelevante Deus mas homem ao conhecimento da vontade de Deus.


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