Refrigério 16ª edição

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Quando sua mĂŁe diz que ĂŠ gorda Desejo de morrer Mulheres acautelai -vos dos predadores Sobre casamento e amor


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Trilha 02 do CD

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inda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se eu não tiver amor eu serei como bronze que soa, ou como um címbalo num sino que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar, e eu conheça todos os mistérios, e toda a ciência, e toda sabedoria, e tenha todos os entendimentos, se eu não tiver amor pra me entregar, pra me dedicar, perdoar, pra acolher, nada aproveitará. Ainda que eu tenha tamanha fé... Fé! A ponto de transportar montes, se eu não tiver amor nada disso me servirá, ainda que eu tenha a atitude de pegar todos os meus bens e doa-los aos pobres, e até entregar em martírio, em nome da honradez e da minha macheza de dizer não abro mão das minhas convicções! E da ortodoxia da minha fé! Mas se eu fizer isso tudo sem ser por causa de amor, nada disso construirá coisa alguma em mim. O amor é paciente o amor é benigno, o amor não arde em ciúmes, o amor não se jacta não se ufana, não se ensoberbece, o amor não se conduz inconvenientemente, o amor não se alegra com nenhuma forma de injustiça, o amor não sabe dizer bem-feito, o amor apenas regozija-se com a verdade. O amor tudo sofre,

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não tem medo de sofrer, tudo crê, dá chance positiva as possibilidades humanas sempre! Tudo espera, espera o bem, espera o melhor, o amor não sabe torcer pelo que não é bom, e o amor tudo suporta, porque o amor jamais acaba, ele muda de formas ele muda de modos. Mudando a relação, muda o tipo de amor, mas a gente não desama, você pode um dia ter amado alguém conjugalmente e aquela relação se inviabilizou como conjugalidade, mas você se ama, nunca vai desamar aquela pessoa. Há muitas formas de amar, mas o amor não sabe se reverter de si mesmo, agora nós vemos como espelho, mas naquele dia nós veremos face a face, e então havendo línguas cessarão, havendo ciência passará, havendo profecias desaparecerão. Agora, pois permanecem a fé a esperança e o amor, agora a fé vai passar um dia, porque hoje eu creio porque não vejo, no dia que eu vir não precisarei mais crer, a esperança que eu tenho passará porque eu espero porque aguardo, quando o que eu aguardo se materializar, eu não precisarei mais de esperança, mas o amor, o amor jamais desaparecerá!


Muitos temas jamais se esgotam, e quando pautados com sabedoria e habilidade nos proporcionam alegria e crescimento de consciência. O amor é o tema que lidera todos os demais, é o que mais edifica a alma e melhor adorna nossa existência. Não poderia ser diferente! Deus é amor! Logo, se você gerencia sua vida na direção e na prática do amor, você conhece a Deus e por ELE é conhecido, isso é maravilhoso! Nas páginas desta edição, você encontrará logo no início o texto “O amor é o melhor caminho” parafraseado por Caio Fábio. Leia e reflita nas fortes implicações impostas aos que trilham esta vereda. Você poderá ouvir a narração do texto no CD anexo com a voz do próprio autor. Nossos leitores sabem que este será sempre nosso tema “recorrente” em cada edição da revista Refrigério, porque como definiu bem Marcos Campos no seu texto “A dinâmica do Amor”; o amor é um sentimento unânime. Não há quem não anseie

experimentar seus caminhos, na ida e na volta. Cora Coralina em seu poema “As pedras de Aninha” nos diz: - Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. Fazemos coro com a poetisa e lhe convidamos a ler cada artigo desta edição como se estivesse aprendendo mais uma preciosa lição nesta inesgotável fonte oferecida para dessedentar sua sede de Amor! Boa leitura e até a próxima edição. José Maria de Souza

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CNPJ: 13.451.835/0001-00 Inscrição Municipal: 617613

Direção Geral

2 O amor é o melhor caminho

José Maria de Souza

3 Amor, tema inesgotável!

Periodicidade

jotafeviva@ig.com.br

Quadrimestral

5 Aninha e suas pedras 6 O que podemos aprender com “A mulher mais feia do

mundo” 8 Quando sua mãe diz que é Gorda 10 A Bem aventurada Mulher! 11 Dez Mandamentos para transgredir 12 Principios para ser Bem Sucedido 14 O amor e sua simples recomendação 15 Ostras Vazias 16Páscoa 17É hora de gargalhar! 18 O amor patológico 20 Mãe, um monumento vivo da graça de Deus 22 Em seus passos o que Jesus jamais faria? 24 Te disseram! 25 O que é Páscoa? 26 Desejo de Morrer… 28 Aprendendo sobre Deus com Jesus 30 Alegria 31 A dinâmica do Amor 32 Steve Jobs - O discurso da minha vida. “Ligar os pontos” 34 Mulheres-Acautelai-vos do predadores 36 Raiva sem violência 38 A Parábola da vaquinha - Gestão de crises 39 On, Off - De que lado você está? 40 Cuidado com o dinheiro! 42 Sobre casamento e amor

Abrangência

Governador Valadares, Caratinga, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Acesita, Teófilo Otoni, Conselheiro Pena, Resplendor, Vitória e Vila Velha (ES).

Tiragem 2500

Impressão

EGL Editores Gráficos Ltda

Foto/Capa 123RF

Diagramação

Atendimento ao leitor Isabel Gomes da Silva

Atendimento ao Cliente e Mídia José Maria de Souza

Pontos de Vendas Livraria Nova Aliança Rua Marechal Floriano, 1116 - Centro Telefone: (33) 3271.0164 Governador Valadares - MG L I V R A R I A

100% Cristão Livraria Rua Afonso Pena, 2881- Centro Tel: (33) 3277-8411 Governador Valadares - MG

Contatos

(33) 8416.8835 – Claro / (33) 9132.3901 – TIM (33) 3084.3197 – Livre refrigeriopravoce@gmail.com refrigeriopravoce@hotmail.com www.revistarefrigerio.net

A Revista Refrigério é uma publicação cristã, sem cunho religioso cuja missão é publicar argumentos e conteúdos que reforçam a proposta de espiritualidade bíblica neotestamentária verificados na vida e ministério de Jesus Cristo e de todos os seus apóstolos e discípulos que fielmente experimentaram a veracidade dos seus ensinos acerca do amor a Deus, a si mesmo e ao próximo. Sendo Jesus, a referência e o marco inicial da prática do amor e da vontade de Deus, conforme Ele ensinou e foi registrado por João, o apóstolo, no seu evangelho: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros”. João 13:34 Desvencilhamos dos temas religiosos por conveniência editorial, entendendo que para nada contribuem senão para confundir, fomentantando o sectarismo e o debate religioso inútil que amplia a distância entre as pessoas.

Ano VI Edição XVI Março 2014

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Não te deixes destruir... Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. Cora Coralina


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e lhe perguntassem o que é a beleza, como a definiria? O que é que torna uma pessoa bonita, em que traços encontramos essa tão desejada beleza? A jovem que inspirou o texto que você está lendo se chama Lizzie Velasquez e tem 25 anos, atualmente. Quando nasceu, seis semanas antes do previsto, Lizzie pesava menos de um quilo e os médicos não tinham boas perspectivas para seus pais. Lizzie tinha uma síndrome genética rara, sem nome, da qual só se conhece outros dois casos em todo o mundo. Caso sobrevivesse, ela não poderia ganhar peso, e dificilmente falaria, andaria ou faria qualquer coisa que se espera que uma criança ou um adulto saudável faça. Contrariando toda a perspectiva de uma vida desgraçada, Lizzie não morreu, embora seu peso nunca tenha passado dos 30 quilos e ela tenha perdido a visão do olho direito e parte da do esquerdo. Anda e fala muito bem. É formada em comunicação e vive como escritora (caminha para o terceiro livro) e oradora

motivacional. Mas as flores no jardim só vieram depois de muito esterco - com o perdão da expressão. Na escola, como se pode imaginar, teve de lidar com a crueldade do bullying dos colegas, que a chamavam de monstro, vovó e pele e osso. Ninguém a queria por perto. Há alguns anos, quando estava no ensino médio, uma pessoa postou no Youtube de um trecho da participação de Lizzie em um programa de TV quando tinha 11 anos, e intitulou o vídeo de "A mulher mais feia do mundo". Um belo dia Lizzie estudava na frente do computador quando viu uma imagem familiar na barra de vídeos sugeridos. Os oito segundos do vídeo sem áudio já haviam sido vistos por mais de 4 milhões de pessoas. Lê todos os comentários, que vão de receitas para que tirasse a própria vida e impedir que as pessoas ficassem cegas ao ver tamanha feiúra, a perguntas como por que seus pais não te abortaram? "Cada um deles era como se o punho daquela pessoa saísse do computador e me acertasse", ela contou, anos depois.

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Eu conheci a história de Lizzie Velásquez por acaso, na manhã de oito de janeiro de 2014, e fiquei instantaneamente chocado com as características que fazem da vida dela tão extraordinária. E tão instantaneamente quis escrever esse texto para falar com as minhas amigas, com irmãs, tias e sobrinhas, e com qualquer outra mulher que está constantemente a observar e reclamar sobre as imperfeições em seus corpos que a maternidade, a falta de dinheiro ou um relacionamento ruim impôs a elas. E que sentem péssimas por isso. Por que Lizzie, com tudo o que a vida lhe deu sem possibilidade de devolução, é capaz de dizer que sua condição é uma benção? Que agradece a Deus por ter tido oportunidade de viver todas as coisas que tem experimentado? Por que? Por que Lizzie é tão confiante e tão leve ao falar de seu problema? Eu tenho uma ideia das razões. Em primeiro lugar, porque é uma mulher de fé. E a ciência já tem provado o que a fé é capaz de


fazer pela vida das pessoas. Em segundo, porque Lizzie tem pais incríveis, que a criaram com todo o amor que outras pessoas rejeitariam a ela durante sua vida. E porque eles, ao contrário de outras pessoas, conseguiam enxergar nela aquilo que olhos preconceituosos, falta de amor, curiosidade, compreensão e bondade com o próximo, além de um conceito de beleza superficial, doentio e cruel alimentado pela mídia, talvez não nos deixe enxergar: sua verdadeira beleza. A beleza de quem ela é não do que ela aparenta. E o que você tem a ver com isso? Eu digo. Você reclama do que a sociedade impõe e exige de você e acredito que está certa em fazer isso. Mas comete um equívoco ao permitir que esses padrões a transformem em algo que você não é. Ao correrem para mesas de cirurgia, para academias, para dietas insuportáveis meramente por questões de aparência física (e quase nunca pela saúde). E na sede de alterar essa imagem, esse reflexo desagradável, se esquece de edificar o mais precioso: a autoestima, essa poderosa

combinação de confiança, determinação e bom humor que fazem de Lizzie a mulher que toda mulher deveria ser. Pode não ser a mais bela do mundo, mas com certeza faz do mundo um lugar melhor. E se nada do que foi dito até aqui foi suficiente, Lizzie tem um recado pra você: "Vocês querem saber? Eu tive uma vida realmente muito difícil. As coisas foram

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assustadoras, foram pesadas. Mas minha vida está em minhas mãos. Eu posso escolher fazer disso algo muito ruim ou algo muito bom. Eu decidi ser orgulhosa da pessoa que sou, de estar na pele em que estou. Sinto-me especial. Posso não enxergar de um olho, mas enxergo do outro. Posso ser magra demais, mas meu cabelo é ótimo. E pode ser que eu não pareça com a Kim Kardashian ou todas essas pessoas nas revistas ou as estrelas de cinema. Realmente não me vejo assim. Mas não me importa. Ninguém tem que parecer como uma esplendorosa celebridade. Seja quem é e sinta orgulho disso. A melhor forma de se vingar daqueles que julgam e te menosprezam é contra-atacar com seus méritos e conquistas". Bem, eu convido vocês a digitarem o nome de Lizzie Velásquez nas buscas do Youtube e do Google. E duvido que se depois de ver os vídeos de suas palestras e ler suas declarações, ela não passa de um rosto medonho e de objeto de pena para a imagem da motivação e da esperança. Felipe Lima


Eu tinha sete anos quando descobri que você era gorda, feia e horrorosa. Até então, eu acreditava que você era linda – em todos os sentidos da palavra. Eu lembro de fuçar os antigos álbuns e ficar um bom tempo olhando para fotos suas no deck de um barco. Seu maiô branco, tomara que caia, parecia glamoroso como o de uma estrela de cinema. Sempre que eu tinha a chance, tirava aquele maiô maravilhoso do fundo do seu armário e ficava imaginando quando é que eu seria grande o suficiente para vesti-lo, quando é que eu seria como você. Mas numa noite, tudo isso mudou. Estávamos todos vestidos para uma festa e você me disse: “Olha para você, tão magra e bonita. E olha para mim, gorda, feia, horrorosa.” De primeira, não entendi o que você quis dizer. “Você não é gorda.” - eu disse inocente e com sinceridade - ao que você respondeu, “Sim, eu sou, querida. Sempre fui gorda, desde criança.” Nos dias seguintes, eu tive algumas revelações doloridas, que moldaram a minha vida toda. Concluí que:

1. Você deveria ser mesmo gorda, porque mães não mentem. 2. Gordo é sinônimo de feio e horroroso. 3. Quando eu crescesse, seria como você e, portanto, seria gorda, feia e horrorosa também. Passados alguns anos, eu revivi essa conversa e todas as centenas de outras que vieram depois e tive muita raiva de você. Por não se julgar atraente ou digna de atenção. Por ser tão insegura. Porque, como meu grande modelo de mulher, você me ensinou a agir assim também. A cada careta que você fazia em frente ao espelho, a cada nova dieta do momento que iria mudar sua vida, a cada colherada culpada de “ai, eu não devia”, eu aprendia que mulheres deveriam ser magras para serem dignas e socialmente aceitas. Que meninas deveriam passar por privações porque a maior contribuição delas para o mundo era a aparência física. Exatamente como você, eu passei a minha vida inteira me sentindo gorda – (nem sei quando foi que “gorda” se tornou um sentimento). E porque eu acreditava que era gor-

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da, também me achava imprestável. Mas os anos se passaram. Sou mãe. E sei que te culpar por minha péssima relação com meu corpo é inútil e injusto. Hoje entendo que você também é um produto de uma longa linhagem de mulheres que foram ensinadas a se odiar. Olha só para o exemplo que a vovó te deu. Era uma vítima da própria aparência, e fez regime todos os dias da vida dela até morrer, aos 79 anos. Costumava se maquiar para ir ao correio, por medo de alguém vê-la de cara lavada. Eu me lembro do “suporte” que ela te deu quando você anunciou que papai tinha te deixado por outra mulher. O primeiro comentário dela foi, “Eu não entendo porque ele te deixaria. Você se cuida, usa batom. Entendo que você esteja acima do peso, mas não é muito.” Papai também não te acalentava. “Meu Deus, Jan”, uma vez ouvi ele te dizer. “Não é difícil. Calorias consumidas x calorias gastas. Se você quer perder peso, você só tem que comer menos.” Aquela noite, no jantar, eu assisti você


implementar essa dica milagrosa de emagrecimento do papai. Você preparou um chow mein para o jantar (se lembra como, nos anos 80, no subúrbio da Austrália, essa combinação de carne moída, repolho e shoyu era considerada o melhor da culinária exótica?). A comida de todo mundo estava em um prato comum, mas a sua estava em um pratinho de sobremesa. Enquanto você sentava em frente a sua patética porção de carne moída, lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto. Eu não disse nada. Nem quando os seus ombros começaram a curvar por causa do seu incomodo. Ninguém te amparou. Ninguém te disse para deixar de ser ridícula e se servir um prato decente. Ninguém te disse que você já era amada, já era boa o suficiente. Suas conquistas e seu valor – como professora de crianças com necessidades especiais e mãe de três filhos – eram repetidamente reduzidos à insignificância quando comparados aos centímetros de cintura que você não conseguia perder. Me despedaçou o coração testemunhar seu desespero, e sinto muito por não ter te defendido. Eu já tinha aprendido, àquela altura, que você ser gorda era culpa sua. Eu tinha ouvido papai falar de perder peso como um processo “muito simples” – coisa que, ainda assim, você não conseguia fazer. A lição: você não merecia comer e com certeza não merecia nenhuma compreensão.

Mas eu estava errada, mãe. Hoje eu entendo o que é crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas mensagens. Nós acabamos nos tornando nossos próprios carcereiros e nos impomos punições sempre que não conseguimos chegar lá. Ninguém é mais cruel conosco do que nós mesmas. Mas essa maluquice precisa acabar, mãe. Acaba com você, acaba comigo. Acaba agora. Merecemos mais – mais que ter dias horríveis por pensamentos ligados a nossa péssima forma física, desejando que ela fosse diferente. E não é mais só sobre você e eu. É também sobre a Violet. Sua neta tem apenas 3 anos e eu não quero que esse ódio ao corpo tome conta dela e estrangule sua felicidade, sua confiança, seu potencial. Eu não quero que ela acredite que a aparência é o maior ativo que ela possui, e que vai definir o valor dela no mundo. Quando a Violet nos olha para aprender a ser uma mulher, precisamos ser os melhores modelos que pudermos. Precisamos mostrar para ela, com palavras e com as nossas ações, que as mulheres são boas o suficiente exatamente como são. E para ela acreditar, nós precisamos acreditar primeiro. Quanto mais velhas ficamos, mais pessoas queridas perdemos, doentes ou em acidentes.

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A perda é sempre trágica, sempre muito precoce. Às vezes eu penso o que essas pessoas não dariam para ter mais tempo num corpo saudável. Um corpo que as permitisse viver um pouco mais. O tamanho das coxas ou os pés de galinha não importariam. Seria vivo, e portanto seria perfeito. O seu corpo é perfeito. Ele te permite desarmar todo mundo com seu sorriso, contaminar cada um com sua risada. Te dá seus braços para envolver a Violet e apertá-la até ela gargalhar. Cada momento que gastamos nos preocupando com a nossa forma física é um momento jogado fora, um pedaço precioso de vida que a gente não vai recuperar nunca mais. Vamos honrar e respeitar nossos corpos pelo que eles fazem ao invés de desprezá-los pelo que eles são. Vamos manter o foco em viver vidas saudáveis e ativas, deixar nosso peso de lado e largar nosso ódio ao corpo no passado, que é onde ele merece ficar. Quando eu olhava para aquela foto sua de maiô branco anos atrás, meus olhos inocentes de criança enxergavam a verdade. Eu via amor incondicional, beleza e sabedoria. Eu via a minha mãe. Com amor, Kasey. Nota: Texto original em inglês, escrito por Kasey Edwards e publicado no Daily Life. Traduzimos com a autorização da autora. Agradecemos.


A Bem aventurada Mulher! B

um mundo mais justo e mais humano. Bem aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Cristo o Senhor: escuta-O, acolhe-O, segue-O, como tantas mulheres do evangelho, e se deixa iluminar por Ele na opção de vida. Bem aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade.

em aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana. Bem aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro. Bem aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande. Bem aventurada quando nela e ao redor dela acolhe faz crescer e protege a vida. Bem aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço dela, onde ela venha a ser diminuída ou deturpada. Bem aventurada a mulher que se empenha em promover

A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada. Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade. Provérbios 31:30-31

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Coisas que Fazem Mal Quando Você Faz Bem. As afirmações abaixo são verdadeiras. E se você gosta de evitar fazer o mal, não leia. Caso você deseje fazer o mal, leia. Se você é bom, leia com atenção. Pode ser que você mude de idéia acerca de você mesmo. Havendo dúvida, leia assim mesmo. Havendo certeza, não perca seu tempo. Leia outra coisa. Não havendo nada para fazer, faça o bem. Se você não sabe o que é bom, olhe no espelho, abra a janela, beba água, ande, coma, beba, ame e não se sinta culpado por gostar dessas banalidades. Faz bem! Preparado? Não fique demais. Não há nada maravilhoso e nem tampouco novo sendo escrito aqui. Leia então!

1. É mal fazer o bem para todo aquele 5.

que é mau. Ele o odiará pela maldade de seu bem. 2. É mal pensar o bem acerca de quem só concebe o mal. Ele usará você sem escrúpulos. 3. É mal desejar que o Bem aconteça a quem o inveje por você ser bom. Ele o julgará superior e o invejará com todo ódio. 4. É mal realizar o bem a quem tem complexo de inferioridade em relação a você. Ele crerá que você o está humilhando.

É mal não fazer nada de mal a quem só deseja o mal a você. Ele não agüentará a sua não resposta às provocações. 6. É mal ajudar o covarde quando está em desvantagem. Ele pensará que você é cúmplice. 7. É mal fazer o bem aos que tudo vêem como impuro. Sua bondade será interpretada como frouxidão. 8. É mal fazer o bem aos que o adulam. Eles pensarão que sua bondade é pagamento e tentarão ampliar os negócios com sua alma.

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9. É mal fazer o bem a quem não ama. Ele nunca acreditará em você. 10. É mal fazer o bem a quem cobiça. Ele desejará seu bem a serviço dos interesses dele. Bem, já que é assim, dê uma surra de bondade no mundo! Transgrida esses princípios sempre. Será para o seu Bem. Espero que você seja incorrigível. Seja esse pecador. Peque esse pecado. Sofra desse mal. Você está condenado! Graças a Deus! www.caiofabio.net


Creia que sua vida cumpre um propósito divino na terra. Você é influenciado pelos genes que herdou de seus pais e é bastante "circunstancializado" pelo meio no qual vive. Entretanto, mais forte que as determinações genéticas e os condicionamentos do meio social, é o seu chamado para ser. Você foi criado como um sacerdote neste universo de Deus. Por isso, você existe e sabe que existe. Encha sua consciência com este significado. Quando você assumir sua vocação para ser, as outras pessoas vão "encontrar você". Creia que seu dia ganha força e energia espiritual quando você ora. Portanto, ore sempre. Mesmo nos seus afazeres. Sempre que uma notícia ou informação lhe chegar, entregue-a a Deus. Ofereça a Deus as potenciais e as possibilidades que cada fato, percepção ou impressão lhe trazem ao coração. Além disso, pare um pouco todos os dias, ainda que seja só um pouco, e ore. Dê graças por tudo e abrace o Senhor no seu coração. Quando orar, peça coisas específicas, mas não esqueça de sempre terminar de modo submisso e geral, dizendo: "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céu". Afinal, você não sabe se o que quer é o melhor. Mas o Senhor sabe! Creia que a maior inteligência que Deus lhe deu não é a intelectual nem a emocional, mas, sim, a inteligência. "O coração tem razão que a própria razão desconhece." Usar a cabeça (inteligência intelectual) e saber se relacionar com o próximo e as circunstâncias (inteligência emocional) é fundamental. Mas não é essencial. O essencial habita os mistérios do espírito, no mundo do coração. Portanto, dê atenção aos seus sonhos noturnos e aos seus sentimentos perceptivos. Quando você tiver uma "impressão" não a despreze de cara. Medite. Ore. Discirna. A resposta pode estar no passado. Mas, às vezes, trata-se de uma intuição profética. Pode ser um alerta sobre o futuro. Nesse caso, ore, corrija a rota, e prossiga. Creia que quando alguém ama a Deus, ao próximo e respeita a vida, então tudo ganha sincronismo e conectividade. Isso é apenas uma outra forma de dizer que "todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus". O amor a Deus traz sentido para a sua vida. O amor de Deus transforma o cenário mais absurdo numa conspiração do bem.

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Creia que a leitura bíblica feita com os olhos do coração ilumina a alma e os caminhos da terra. Ler a Bíblia é importante. Mas lê-la com os olhos da alma é essencial. Quem lê com intelecto enxerga textos e os compreende. Quem lê com o coração discerne “caminhos sobremodo excelentes”. Faça da leitura bíblica não apenas um meio de fortalecimento espiritual. Leia-a como caminho de descoberta e de insight para a sua visão do mundo, de si mesmo e de Deus. Creia que uma atitude mental positiva tanto é resultado de uma espiritualidade sadia, como também pavimenta o caminho de todo ser humano bem-sucedido. Eu costumo dizer que mesmo ateus-positivos se dão melhor na vida que ateus-negativos. O mesmo princípio se aplica a cristãos. Creia que generosidade e dadivosidade são forças espirituais poderosas e que atraem para quem as pratica as melhores oportunidades e possibilidades da vida. Por isso, é tão importante dar dízimos e ofertas. Escolha causas, projetos e pessoas nos quais você acredita e dê no mínimo 10% dos seus ganhos para essas iniciativas. De fato, fazendo assim, você está abrindo portas invisíveis para você mesmo. E lembre-se: faça isso com entusiasmo e alegria. Creia que o que diferencia o fazer do não-fazer é apenas uma decisão seguida de gesto simples. Assim sendo, nunca adie o início de qualquer coisa na qual você acredita se a oportunidade se apresentar, e seu coração responder com paz e fé. O gesto necessário, tanto para se levantar de cama quanto para levantar a cama, é um só, colocar-se de pé. Daí Jesus dizer: “Levanta-te, toma teu leito e anda”. Creia que a melhor composição de imagem exterior e de virtude interior para um cristão é aquela que combina a “simplicidade dos pombos” (imagem exterior) com a “prudência das serpentes” (virtude interior). Sendo assim, seja astuto por dentro e simples por fora. Sempre dá certo e proteje a vida. Creia que a maior bênção de possuir uma consciência é poder usá-la para auto-examinar-se todos os dias. Quem se auto-examina resiste melhor às criticas, pois se utiliza delas para diminuir seus próprios equívocos, e se mostra imune a eles quando a consciência o convence de estar fazendo aquilo que é certo. Auto-exame é o que faz a diferença entre aqueles que vivem para preservar sua imagem e reputação daqueles que vivem para o que é verdadeiro e real. Caio

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O AMOR e sua simples recomendação

Simples recomendações são necessárias para dar sentido às relações humanas na vida diária. Somos descuidados com as coisas simples. E tudo se resume na pratica do bem. Gastamos muitas energias na busca por sofisticação e desempenho. Dando pouca ou nenhuma atenção a ações simples na relação com nosso semelhante. Para nosso próprio prejuízo e mal. No texto abaixo preste bastante atenção nas simples recomendações do amor, onde se aprende acerca da supremacia do bem sempre. Leia com carinho.

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ão finjam apenas amar aos outros: amem realmente. Odeiem tudo aquilo que está errado. Coloquem-se ao lado do bem. Amem-se uns aos outros com afeição fraternal e tenham prazer em honrar uns aos outros. Não sejam nunca preguiçosos no trabalho, porém sirvam fervorosamente ao Senhor. Fiquem alegres com tudo quanto Deus está planejando para vocês. Sejam pacientes na dificuldade e sempre perseverantes na oração. Quando os filhos de Deus estiverem em necessidade, sejam vocês os primeiros a ajudá-los. E criem o hábito de convidar hóspedes para jantar em suas casas; ou, se precisarem passar a noite, dêemlhes pousada. Se alguém o maltratar porque você é um cristão, não o destrate; ore, sim, para que Deus o abençoe. Quando outros estiverem alegres, alegrem-se com eles. Se estiverem tristes, participem de sua tristeza. Trabalhem juntos com alegria. Não busquem

mostrar grandeza. Não procurem cair nas boas graças de gente importante, mas tenham prazer na companhia de gente comum. E não pensem que vocês sabem tudo! Nunca paguem o mal com o mal. Façam as coisas de maneira tal que todos possam ver que vocês são absolutamente honestos. Não contendam com ninguém. Tanto quanto possível, vivam em paz com todos. Queridos amigos, nunca se vinguem. Entreguem tudo a Deus, pois Ele disse que retribuirá àqueles que o merecem. (Não façam justiça com as próprias mãos). Ao invés disso, dêem de comer a um inimigo se ele estiver com fome. Se estiver com sede, dêem-lhe alguma coisa para beber e assim vocês estarão "amontoando brasas vivas sobre a cabeça dele". Em outras palavras, ele se sentirá envergonhado de si mesmo por aquilo que tiver feito a vocês. Não deixem que o mal prevaleça, mas triunfem sobre o mal, praticando o bem. Romanos 12:9-21

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“Ostras

vazias”

que não disse? Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Você já sofreu o duro golpe do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Então, produza uma pérola ! Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR. Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de movimento. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, mágoas, deixando as feridas abertas e alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem. Assim, na prática, o que vemos são muitas "Ostras Vazias", não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Um sorriso, um olhar, um gesto, na maioria das vezes, vale mais do que mil palavras!

"Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas." Pérolas são produtos da dor; resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de areia. Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a penetra, ás células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida, de modo algum produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. O mesmo pode acontecer conosco. Se você já sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas

O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.

Lucas 6:45

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- O Espírito Santo também é Deus? - É sim. - E Minas Gerais? - Sacrilégio!!! - É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo? - Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas quando você for no catecismo a professora explica tudinho! - Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa? - Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos. - Coelho bota ovo? - Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais! - Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa? - Era, era melhor, ou então urubu. - Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu? - Isso eu sei: na sexta-feira santa. - Que dia e que mês? -??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia. - Um dia depois. - Não, três dias. - Então morreu na quarta-feira. - Não, morreu na sexta-feira santa... Ou terá sido na quartafeira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo! - Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua? - É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus. - O Judas traiu Jesus no sábado? - Claro que não! Se ele morreu na sexta!!! - Então por que eles não malham o Judas no dia certo? - É boa pergunta. Filho atende ao telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí. - Alô, quem fala? - Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está? - Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau. - Papai, qual era o sobrenome de Jesus? - Cristo. Jesus Cristo. - Só?

Luiz Fernando Veríssimo

- Papai, o que é Páscoa? - Ora, Páscoa é... Bem... É uma festa religiosa! - Igual Natal? - É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição. - Ressurreição? - É, ressurreição. Marta vem cá! - Sim? - Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal. - Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu? - Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho? - Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! - Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus? - É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

- Que eu saiba sim, por quê? - Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha? - Coitada! - Coitada de quem? - Da sua professora de catecismo!"

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Éhorade

!

gargalhar !

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Q

uem ama patologicamente, não consegue sair da ilusão e nem enxergar a realidade. Você sabe o que significa o amor patológico? O Filme "Atração Fatal" que fez muito sucesso há tempos atrás e até hoje é visto e comentado, exemplifica um pouco o que é amar obsessivamente, ou patologicamente. Claro que o filme expressa um nível super elevado de amor patológico, ele vai a extremos. Mas para se amar de forma patológica, apenas um pouco daquilo que o filme exemplifica é necessário. Talvez, no seu próprio círculo de amizades, você conheça casos assim, em que a pessoa ama louca e freneticamente, sem se importar se o objeto de seu amor tem a mínima intenção em corresponder aquele sentimento. O mais interessante, é que quem ama patologicamente, não consegue sair da ilusão e nem enxergar a realidade. É como se ela ficasse cega e estatizada no momento em que nutriu a esperança.

Algumas vezes ela se apaixonou e foi correspondida. Porém a outra pessoa, por não amar suficientemente ou com a mesma intensidade, ou por diversas circunstâncias, resolve sair da relação e o amante patológico jamais aceita este fato, dedicando então a sua vida inteira reconquistar aquele amor de forma obcecada. O mais interessante é que pessoas que amam desta forma, normalmente vêem isto como um grande feito! Elas se orgulham de amar a tanto tempo a mesma pessoa e ainda se ufanam de que o outro não sabe mesmo o que está perdendo, pois elas sim..amam com qualidade. Acontece que este tipo de amor, é tudo, menos amor. "O amor não se exaspera, não se conduz inconvenientemente, não busca seus próprios interesses". Mas o que acontece dentro da pessoa portadora do amor patológico? Em primeiro lugar, ela sente apego a uma sensação que em determinado momento foi causada pelo objeto de

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seu amor. Mas na verdade esta sensação é o reflexo da própria carência afetiva supostamente preenchida pelo objeto de seu amor. Não é ao outro que ela ama, mas sim ao símbolo que o outro representa para ela. O outro passa a ser o retrato de sua própria necessidade. Algumas pessoas que portam o amor obsessivo ou patológico, revelam (com orgulho) que passarão a vida inteira se preciso for a espera que o objeto de seu "amor" ceda ao seu encanto. Na maioria das vezes, o "objeto do amor" já construiu sua vida bem longe do arraial da possibilidade do amante obsessivo. Alguns casaram, tiveram filhos, mudaram de país... E mesmo assim o obsessivo nutre a sua ilusória esperança. O amor obsessivo jamais deve ser confundido com o amor incondicional. O amor incondicional parte da possibilidade e da decisão, enquanto o amor obsessivo, parte da impossibilidade e da ilusão. Outra característica do amante


obsessivo, é que sua vida fica estagnada no intento da conquista do objeto de seu amor. Todos os seus pensamentos, decisões, resoluções, sonhos e objetivos tem um único nome: "objeto do amor obsessivo". As suas esperanças são nutridas por "viagens" que a mente proporciona. Seja um olhar, uma palavra mais atenciosa, e algumas vezes, até mesmo um comentário ofensivo, gera no obsessivo a nova ilusão de que aquilo significa amor da parte do outro, e isto vira um ciclo infindável que se retro-alimenta de sua própria doença. O amante obsessivo não ama ao outro, mas ama ao sentimento que o outro desperta nele. Ele ama a sensação que o outro lhe proporciona. Bem, até aqui eu falei do amante obsessivo, que ama a impossibilidade. Ama platonicamente o objeto de seu amor. Mas e quando o objeto de seu amor corresponde este amor? Há cura? O amor deixa de ser obsessivo? Bem, na maioria dos casos não, e havendo correspondência, esta relação passará a ser o "inferno na terra" para este casal. O obsessivo passa a respirar o ar que o outro respira. Não desenvolve vida

própria, não tem seus próprios sonhos, mas sonha os sonhos do outro. Não desenvolve suas próprias relações, não cresce intelectualmente, pois não sobra tempo para isto, precisa estar atento e alerta a vida do outro e dar conta de cada passo. Vive como se o outro fosse sua propriedade, e não aceita que o outro desenvolva nenhuma atividade que fuja ao seu controle total e absoluto. Os delírios de ciúmes nestes casos também são comuns. Alguns chegam a construir em suas mentes estórias completas de traição e infidelidade do seu parceiro de forma infundada. Claro que este tipo de amor e relação não sobrevive muito tempo. E até porque não sobrevive, gera no amante obsessivo, mais doença e insegurança, o que o fará amar cada vez mais patologicamente e o adoecerá ainda mais. Se você vivencia uma situação de amor patológico, seja com você mesmo ou com a alguém próximo, procure ajuda terapêutica e liberte-se disto o quanto antes para amar com qualidade. O amor é o melhor sentimento que alguém pode experimentar. Mas o amor saudável e verdadeiro é precedido de equilíbrio, verdade e pacificação.

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Algumas caracteristicas do amor patologico: 1. Você costuma sentir angústia, taquicardia ou suor quando seu (sua) parceiro(a) se distancia (mesmo afetivamente) ou quando vocês estão brigados? 2. Costuma se preocupar de maneira excessiva com a vida do (a) seu (sua) parceiro (a)? 3. Você não consegue diminuir a atenção e o cuidado que presta ao (a) seu (sua) parceiro (a)? 4. Gasta muito tempo para controlar as atividades do (a) parceiro (a), em ações, como ligar para ver onde ele (a) está? 5. Você já deixou de fazer coisas de que gostava por causa do relacionamento? 6. Se o relacionamento traz problemas para sua vida pessoal ou familiar, mesmo assim você o mantém? Caso positivo, busque ajuda e ame de forma saudável e equilibrada. Ana D Araújo www.anadaraujo.com.br


As palavras do nosso vernáculo não são suficientes para enaltecer a sublime missão da maternidade. O amor de mãe é cantado e decantado na poesia e na prosa. No nível humano nenhum amor transcende ao amor de mãe. A mãe se entrega se doa e investe o melhor do seu corpo, do seu tempo, da sua vida, dos seus recursos e dos seus sonhos na vida dos filhos. A mãe é um monumento vivo da graça de Deus. É ela que, como ninguém, cuida dos filhos, educa os filhos, ensina-os os princípios e valores mais importantes da vida.

A

compreensão dessa verdade levou o grande estadista Abraão Lincoln a afirmar que ninguém é pobre se tem uma mãe intercessora. Uma mãe pode ser uma mulher jovem ou idosa, culta ou analfabeta, rica ou pobre, mas será sempre uma mulher influenciadora. Eu, particularmente, devo minha vida à minha mãe. Quando ela estava grávida, foi colocada diante do dilema de escolher entre sua vida e a minha; de sacrificar-me no ventre ou morrer com o filho. O médico não via outra saída. Ela, porém, se dispôs

a morrer com o filho, em vez de abrir mão dele. Ela disse: “Estou pronta a morrer com o meu filho e a dar minha vida por ele, mas não estou pronta a abrir mão dele”. Nesse momento, ela fez um voto a Deus e disse: “Deus, se tu poupares minha vida e a vida do meu filho consagrá-lo-ei a ti para ser um pastor de almas”. O Senhor ouviu a oração da minha mãe e eu nasci. Minha mãe, embora mulher simples, que nunca teve o privilégio de sentarse num banco de escola, ensinou-me as mais profundas lições da vida.

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Destaco alguns atributos de uma mãe que se constitui num monumento vivo da graça de Deus

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filhos na dinâmica da vida, ao deitar e ao levantar. Elas ensinam seus filhos no caminho e não apenas o caminho. Elas inculcam as verdades eternas na mente de seus filhos, porque antes essas verdades estão em seu coração.

Uma mãe é uma intercessora incansável – Ninguém ora pelos filhos como as mães. Elas carregam os filhos no ventre e também no coração. Elas como ninguém se colocam na brecha em favor dos filhos. As mães nutrem os filhos, choram pelos filhos, acariciam os filhos e oram por eles. as mães sempre encontram tempo para interceder pelos filhos. Precisamos de mães que dobrem os joelhos em favor dos filhos!

3.

Uma mãe é uma heroína admirável – Ninguém é capaz de sacrifícios tão grandiosos pelos filhos como uma mãe. Elas estão prontas a viver e a morrer pelos filhos. Elas, à semelhança de Ana, choram diante de Deus para ter filhos e depois de 2. Uma mãe é uma educadora recebê-los, os devolve para o responsável – Embora, os Senhor. Uma mãe é uma heroína maridos sejam os responsáveis admirável quando se trata de pela criação dos filhos na defender seus filhos, de lutar disciplina e admoestação do por eles, e vê-los caminhando Senhor as mães ficam mais Foto: Dariusz Klimczak vitoriosamente na vida. Que tempo com os filhos e são as que Deus nos dê mães intercessoras, educadoras, que mais influenciam na formação moral e espiritual como bravas guerreiras lutem e chorem pelos deles. As mães são como espelho para os filhos. filhos até vê-los como coroas de glória nas mãos Elas demonstram mais do que falam. Elas ensinam do Senhor. pelo exemplo mais do que com as palavras. Elas Rev. Hernandes Dias Lopes são verdadeiras pedagogas que ensinam seus

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"Em seus passos o que faria Jesus?" é o título de um livro escrito por Charles Sheldon e publicado originalmente em 1896, nos Estados Unidos, com o título "In His Steps". A obra conta a história de Henry Maxwell, ministro da Primeira Igreja da cidade de Raymond, que vive honestamente sua vida confortável e sem contratempos, até o dia em que surge em sua igreja um homem pobre e necessitado. O episódio o leva a questionar seus próprios valores, o seu modo de vida e prioridades, colocando diante de si a inquietante questão: "O que Jesus faria?". A partir disso, decide propor aos �iéis de sua igreja que se comprometam durante um ano a não fazerem nada sem antes perguntarem o que Jesus faria na mesma situação. O desenrolar da história descreve as experiências, tanto de satisfação e realização pessoal, como também de con�lito e incompreensão que vão enfrentando à medida que se empenham em levar adiante o desa�io proposto.

H

oje em dia há tanta gente doente e inescrupulosa dizendo agir "em nome de Jesus", proclamando da boca para fora "seguir os passos de Jesus", mas negando-o nas atitudes, enganando, extorquindo, manipulando e oprimindo que fica difícil encontrar Jesus, de verdade, nos passos destes. Ainda que eles gritem ou cantem

nervosamente o nome de Jesus o tempo todo e façam até alguns aparentes sinais milagrosos. Algumas vezes a imagem e referência do Jesus dos Evangelhos se apaga e se confunde com tanta demonstração tosca do que querem erroneamente fazer parecer Jesus, mas nem de longe se parece efetivamente com os 22

passos de Jesus. Mais do que levantar questões meramente morais ou culturais, percebo a urgência de esclarecer o que não representa e jamais se veria na vida prática do verdadeiro Jesus dos Evangelhos. Acredito que boa parte do engano se dá pelo fato das pessoas não lerem e não conhecerem minimamente os


Evangelhos, além da grande distorção que se faz com as escrituras por dinheiro ou para fazer perpetuar os domínios aprisionantes das instituições e dos rituais de poder humano. Jesus jamais exigiu sacrifícios pessoais, esforço financeiro ou físico, presentes ou qualquer tipo de oferta para abençoar, curar, salvar, purificar e orientar as pessoas a sua volta. Jesus jamais utilizou seu poder como estratégia de marketing pessoal. Embora os milagres fossem um sinal para que as pessoas cressem, e muitos o buscavam por causa dos prodígios e do pão que era multiplicado milagrosamente, Jesus jamais utilizou isso para segurar o povo a sua volta. Jesus jamais distribuiu pão só para garantir plateia e ter a quem evangelizar. Jesus jamais rejeitou qualquer pessoa por não professar a fé da mesma forma que ele a professava e a entendia. Mesmo Jesus frequentando sinagogas, tendo nascido no judaísmo, jamais deixou de andar e falar com pagãos, gentios, pecadores e toda sorte de gente considerada impura para os padrões da lei de Moisés. Jesus jamais deixou a lei da religião ser mais importante que a vida e a misericórdia. Jesus jamais deixou de amar. Jamais recusou a mesa e a comunhão mesmo a quem ele, de antemão, já sabia que o trairia. Até diante da angústia, do medo e do abandono, Jesus jamais se deixou ser vencido pelo rancor. Jesus jamais usou em benefício próprio a influência que exercia sobre os discípulos. Jesus jamais ensinou expandir

o Reino através do acúmulo de bens ou da construção de templos. Jesus jamais fez conchavos políticos, acordos com Roma ou com a religião dominante em troca de favores, cargos e liberdade para continuar pregando o que e onde bem quisesse. Jesus jamais deixou de dizer a verdade por medo ou conveniência. Jesus jamais disse a verdade para agredir, ofender ou provocar vaziamente. Jesus jamais disse a verdade só para provar que estava certo. Jesus jamais usou a verdade, ao contrário, se deixou ser usado por ela. Jesus jamais denunciou o pecado sem amor, de forma constrangedora, ameaçadora ou sem acolher até as últimas consequências o próprio pecador envolvido. Jesus jamais tratou os pecados particulares das pessoas de forma pública e vexatória. Jesus jamais se deixou levar pela aparência externa. O que o fazia se desdobrar em 23

misericórdia era a sinceridade interior e despretensiosa. Jesus jamais ficou indiferente ao sofrimento, fosse ele de ordem psíquica, espiritual ou física. Jesus jamais tratou com diferença pobres e ricos. Se alguma diferença ficou evidente, jamais foi contra a justiça. Jesus jamais deixou de ser humano, mesmo sendo Deus se fez servo de todos. Muitas outras coisas jamais se encontrariam no espírito e nos passos do Jesus dos Evangelhos, da Palavra de Deus feita carne, materializada e revelada definitivamente aos homens. Os passos de Jesus são reconciliadores, libertadores e despertam para a vida ainda que tudo a sua volta seja caos e morte. O que não se enquadra no Deus que se entrega por amor e misericórdia não cabe nos passos de Jesus. O Deus que jamais se deixa enganar nos ensine a discernir nossos passos e nos abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente! Pablo Massolar


Qual o impacto da opinião de um terceiro em sua vida? Já pensou sobre isto? Te disseram que você é burro, um lerdo, um pamonha! E você acreditou! Te disseram que você é a vagabunda da casa, a ovelha negra, a filha problema! E você acreditou! Te disseram que você é homossexual, a bichinha, o fresco! E você acreditou! Te disseram que Deus existe! E você acreditou! Te disseram que Deus não existe! E você acreditou! Andam dizendo por aí, por você já estar com trinta, trinta e cinco, quarenta anos ou mais e ainda não ter se casado, só pode ser muito problemático! Ou por escolher demais, deverá ser escolhido. Isso se não ficar para a titia. E você acreditou! Sabe de uma coisa, talvez até possa ser que você seja burro mesmo, a ovelha negra da casa, o

Trilha 10 do CD

fresquinho, pois as definições mais forte que você nutre sobre a sua identidade nunca são aquelas que constroem o alicerce das suas convicções para gerar vida em você e sim as que solidificam o seu desprazer, gerando essa sensação de inutilidade pra vida. Não seja tolo, não faça isso, não alimente o seu desprazer! Você já notou, percebeu, quantas sentenças se tornam verdades irrevogáveis, pelo simples fato de não questionarmos absolutamente nada?! Quantas mentiras se tornaram verdades ainda alimentadas por você! Sei o peso significativo de uma palavra emantada de alguém que provém de uma autoridade. Seja de um pai, de um esposo, de uma mãe, de um amigo, seja de quem for! Mas eu tenho certeza e plenas convicções que você é muito mais que a definição que os outros dão sobre a sua vida. Me diga uma coisa?! Você ainda vai continuar crendo no que os outros dizem sobre você? Pense! Jackson Garcia - Psicanalista Clínico

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P

áscoa é um evento religioso judaico/cristão, normalmente considerado pelas igrejas cristãs como a maior e a mais importante celebração. Na Páscoa os cristãos relembram e anunciam a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação que teria ocorrido durante a celebração da Páscoa dos judeus, em Jerusalém, entre o ano 30 e 33 da Era Comum. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido primeiramente durante o Pessach (Passagem em Hebraico), data em que os judeus comemoram o êxodo, libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito, liderados por Moisés, para a Terra Prometida. A palavra Páscoa advém exatamente do termo Pessach, em hebraico, da festa judaica. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. O sentido de “passagem” vem do julgamento de Deus sobre Faraó e os egípcios, que oprimiam e escravizavam o povo judeu, até que Deus anuncia a Moisés que libertará o seu povo da escravidão. Segundo a Bíblia (Livro do Êxodo), Deus mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas (Êxodo capítulo 12), disse o Senhor a Moisés que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas os primogênitos de Israel seriam poupados.

Para isso, o povo de Israel deveria sacrificar um cordeiro, passar o sangue do cordeiro imolado sobre as portas de suas casas, e o anjo passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros. Isso causou intenso clamor e tristeza entre o povo egípcio, que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de Israel para a Terra Prometida. A Bíblia judaica e cristã institui a celebração do Pessach em Êxodo 12.14: "Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra ao Senhor: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua". A Páscoa cristã celebra a morte sacrificial e a ressurreição de Jesus Cristo. Nos Evangelhos, Jesus é anunciado como o "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", deste modo, toda a simbologia da Páscoa judaica aponta para Jesus que, através de sua morte e seu sangue, liberta o homem do poder da morte e do pecado. Depois de morrer na cruz, o corpo de Jesus foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até sua ressurreição. É o dia santo mais importante para os cristãos. A festa moderna utiliza a imagem do coelho e ovos pintados com cores brilhantes,

representando a luz solar, dados como presentes. É comum, hoje, a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate. No entanto, o costume não é citado na Bíblia, nem na Páscoa judaica, nem na Páscoa cristã. Portanto, este costume é uma alusão a antigos rituais pagãos. A Páscoa, em suas raízes mais antigas, é uma festa genuinamente bíblica, que aponta figuradamente para o sacrifício de Jesus por toda a humanidade. Esta é a oportunidade que, como cristãos, discípulos de Jesus, temos de anunciar não somente o sentido cultural da festa, mas, principalmente, que ela tem a ver com o amor de Deus por toda humanidade. Isto inclui todos nós. Deus entregou seu único filho, como sacrifício pelos nossos pecados e Nele, somente Nele, temos Vida Eterna, ou seja, "passamos" da morte para a vida. O evangelho de João, no capítulo 3, resume esta mensagem da seguinte forma: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que entregou (à morte) o seu único Filho para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a Vida Eterna." Pablo Massolar

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Querido Pastor Caio,

Preciso dizer ao senhor o que eu sinto já há muito tempo e não tenho coragem de dizer para os outros... Pastor, eu não gosto de viver. Não encontro satisfação na minha vida familiar, na minha vida profissional, na minha vida afetiva, na minha vida espiritual. Estou cansada de tentar mudar as coisas. Estou cansada de orar e de esperar mudanças. Quando imagino que eu ainda vou viver muitos anos, tenho desejo de morrer já. Nunca me senti amada em minha casa. Minha mãe sempre fez muita diferença entre os filhos e, como resultado, sempre houve muita competição entre todos. Uma das minhas irmãs faz de tudo para me humilhar e eu, sinceramente, acho que não sinto amor por ela. Se eu pudesse, eu preferiria não ter contato algum com ela. Gostaria de estar bem longe da minha família. Sofro com a solidão também. Não sou casada, não tenho filhos, não tenho namorado. Toda vez que gostei de alguém de verdade fui rejeitada. Não agüento mais tanta rejeição. Profissionalmente, também é difícil. Estudei tanto (fiz doutorado no exterior, agora tenho uma bolsa de pós-doutorado) e não consegui até agora um lugar na universidade. Por que eu não posso ser feliz? Por que eu não posso encontrar amor na minha vida? Por que eu passei anos e anos pedindo a Deus por algo que não me é concedido? Cadê a resposta para as minhas orações? O que eu sinto é que minha vida, como ela é, não vale a pena ser vivida. P. Minha querida amiga: Graça e Paz! Primeiro: É necessário eliminar a possibilidade da depressão químico-orgânica estar presente em você. Por isso, procure um médico psiquiatra, relate os seus sentimentos [não busque medicação alguma de saída], e peça a ele para verificar [talvez via um encaminhamento ao um Endocrinologista] se você está com baixa de elemento químico essencial à motivação; pois, não raramente, as pessoas sofrem por causa de deficiências químicas ou alterações cerebrais em razão do vício em dor depressiva, e, sem o saberem, buscam remédio onde não há remédio. Ora, se esse for o seu caso uma pequena ajuda médica, seguida de terapia, muito lhe poderá ser útil. Segundo: Procure um bom terapeuta, o melhor de sua cidade, e exponha os seus sentimentos, pois, há muitos volumes de falta de amor em você, o que gera essa visão sem auto-estima e sem valor de significado. Terceiro: Independentemente de qualquer outra constatação proveniente de exames e resultados médicos, digo a você o seguinte: a)Pelo clima inafetivo de sua casa, com ódios e antipatias oriundos das escolhas de sua mãe entre os filhos, uma pessoa de mente fraca, de alma vulnerável e de espírito sem esperança transcendente, pode perfeitamente desenvolver este tipo de sentir que a tem abalado tanto. b)Não é possível negar que certas pessoas acabam desenvolvendo desejos de morte em contextos familiares como o seu.

c)Também não é possível negar que em tais situações algumas pessoas, inconscientemente, começam a pensar em morte [suicídio] como “vingança”, como ódio, como raiva, e como violência contra os que supostamente a “infelicitam”. Entretanto, pela leitura de sua carta, o que pude sentir é que você, provavelmente em razão do ambiente familiar de “competição”, deixou que elegessem para você os elementos significantes da vida: marido, filhos, diplomas, bom emprego e atratividade sexual. Tolice! Homem algum dá significado existencial à mulher nenhuma. O mesmo se pode dizer de filhos, emprego, diplomas, cursos, e qualquer outra coisa; pois, de fato, nenhuma delas enche o coração com nada além de um “copo de água”. Ou seja: quem apenas bebe de tais fugazes esperanças logo voltará a ter sede, a menos que se nutra de um sentido mais profundo. Mais ainda: você é religiosa, mas sem vida espiritual alguma. Sim! A leitura de sua carta está carregada de dor e insatisfação religiosa e existencial, mas nada tem de vida no espírito. Você pergunta: “Cadê as respostas às orações?” Ora, Deus é Deus de vida, de alegria, de paz, de amor, de verdade, de justiça e de tudo o que essencial à vida. Entretanto, Ele não é cupido, nem o deus do emprego, nem o deus das soluções de mudança do mundo por nossa causa. O tesouro de Deus só cabe no coração, e isso apenas de pessoa em pessoa. Leia em João 12 que Jesus “conseguiu um 26

jumentinho e, montado nele, entrou em Jerusalém”, embora os Seus discípulos não entendessem o significado do que estava acontecendo, a ponto de João dizer que eles só compreenderam o significado depois que “Jesus havia sido glorificado”. Ora, eles estavam vindos da ressurreição de Lazaro, a qual, de tão majestosa em seu feito, não necessitava de grandes discernimentos para que se visse o seu significado. Entretanto, a vida não é feita de “ressurreições de Lázaros”, mas sim de muitos e muitos pequenos e “inexpressivos jumentinhos”. Para entender o significado majestoso de Lazaro ressuscitado, basta não ser parte do grupo que sente ciúmes do poder de Jesus, e, portanto, mostrando-se desejoso de eliminar a Jesus e a Lazaro a fim de “apagarem as evidencias do feito milagroso”, como foi o caso do Sinedrio e da seita dos fariseus. Entretanto, para entender “o sentido do jumentinho”, diz João, tem-se que ter “Jesus glorificado” no coração, do contrário, Jesus usa o jumento, e Seus discípulos, encantados com “grandezas Lazarianas”, ficam sem entender nada. Hoje em dia a alma está viciada em apoteoses. Daí você me dizer de seu doutorado fora e de sua bolsa de pós-doutorado dentro, e, ainda assim, ter ficado sem sentido para viver, pois, de fato, não houve uma “ressurreição de Lazaro”, que, para você seria um bom emprego na Universidade, um marido culto e amante de você, e, sobretudo, o reconhecimento da família acerca de seu valor.


O que há é um jumentinho ao qual você segue, embora creia que Jesus está montando nele, mas sem que isso faça sentido algum para você. Não minha amiga! A vida, de verdade, é feita de coisas simples e singelas, de jumentinhos e de pequenas jornadas, de atos singelos e sutis em seus significados; sendo daí que procede nosso sentido de todos os dias, pois, esse é o “pão nosso de cada dia”. Entretanto, se Jesus ainda não tiver sido entronizado pela fé em nós, como razão ABSOLUTA de nosso existir, tudo o mais perde a graça, a alegria e o significado, ainda que amanhã você descobrisse que sua mãe mudou para com você, e sua irmã tenha passado a admirá-la. Jesus “glorificado” em nós é Jesus como o sentido total de nossa existência. Ora, quando isto acontece essas coisas deixam de ser os deuses de nossas esperanças e passam a ser coadjuvantes pequenos no significado de nossa existência. Ou seja: sem Jesus [o Pão eterno], se a pessoa tem a falsa idéia de que o pão humano é o alimento existencial da vida, o que resta é o que se instalou em você: frustração samaritana, que é viver em busca de uma água de poço que mate a sede para sempre, o que é loucura fantasiosa. Somos todos filhos de uma geração alimentada por mentira existencial! Para esta nossa geração de fracos e frustrados, a felicidade é marido, filhos, emprego e reconhecimento. Ora, esses são os deuses

naturais de nossa geração. Entretanto, para quem conhece tudo, já teve tudo, já provou tudo, já lambeu tudo, já comeu tudo, já foi incensado em tudo, e, ainda assim, vê que o vazio e a falta de sentido perduram — fica claro que todas essas coisas são boas coadjuvantes na existência, mas jamais devem ser vistas como razão de viver. Na hora em que Jesus, não a religião, entrar em você por uma apropriação sua em fé, logo você verá seu espírito arrebentar-se em gozo indizível, mesmo que nada mude á sua volta. Você falou que está cansada de tentar mudar as coisas, pois elas não mudam. No entanto, mesmo que mudassem, nada mudaria, pois, de fato, a única coisa que precisa mudar é seu olhar acerca do sentido da existência, o qual nada tem a ver com os “temas” por você eleitos como deuses do sentido da vida. O mundo não mudará. Quem pode e tem que mudar é você. Assim, pare de ter essa pena toda de você mesma, bem como pare de culpar sua mãe, sua irmã, os homens, a Universidade, etc. O que sinto é que uma pessoa como você, com sua atitude, com suas esperanças sempre doídas e transferidas para outros, se torna chata, pois, exala uma energia que patrão algum quer ter por perto. Desse modo, até para ter o emprego que sua qualificação acadêmica permite você precisará parar de ser uma coitadinha, sempre esmolando favores, e sempre andando como quem diz: “Eu sei que não dará certo!”

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Ora, o mesmo vale para homens também. Homem algum que eu conheça [exceto os mais coitadinhos que você] desejará estar com uma mulher negativa, depressiva, triste, coitada, e vergada por dores que só existem porque são nutridas pela própria pessoa. Quem tenta mudar pai, mãe, mercado de trabalho e o mundo a fim de ser feliz, morrerá de dor e frustração. Sim! Pois o único mundo que pode ser mudado por você é o seu mesmo. Sim! O mundo do seu olhar, do seu interpretar e do seu agir. Entretanto, enquanto Jesus não for “glorificado” em você como seu Senhor em tudo, como sentido de sua existência, então, tudo será como está. Todavia, se em seu olhar Ele se tornar o Sentido Absoluto de sua vida, então, mesmo presa, com fome, com frio, sem amigos, sem presenças, sem ajudas e sem nada, ainda assim você entenderia o sentido das pequenas coisas, e, em todas elas veria o amor de Deus, o que daria a você sentido para ser em tudo, até nas coisas insignificantes como um “jumentinho”. Pense no que lhe falei. Faça o que lhe disse, e, quando puder, me dê um retorno! Nele, que nos chama a aprendermos a ser felizes em humildade, ou até chorando ou sendo perseguidos, Reverendo Caio Fabio


A

prender sobre Deus é muito mais do que teologia. Não dá para fazer um perfil de Deus como muitos pretendem com enunciados que, baseados em certas ações de Deus, tentam defini-lo de um modo geral. O Deus do velho testamento é o mesmo Deus do novo testamento. Só muda a didática, a pedagogia no trato para com os homens. No velho testamento, homens brutos necessitavam de um Deus que lidasse com eles na sua brutalidade. No Novo, uma gente angustiada e perdida encontrou aquele que tira toda angústia e dá direção. Mas era o mesmo Deus que se fez carne e agora vem lidar como gente com gente que sofre e que precisa de salvação. Não somente a salvação escatológica que livra do inferno eterno, mas também a salvação da alma no presente, que livra do engano, da religiosidade vazia, do senso de justiça própria, do orgulho, pecado-mor daquele que é o pai de todos os pecados - o Diabo. Conta-nos a Bíblia que uma certa mulher estrangeira vendo Jesus passar certa vez gritou dizendo: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim porque minha filha está miseravelmente endemoninhada”. E Jesus nada respondeu à pobre mulher. Com isso, os discípulos se incomodaram e pediram ao mestre que a despedisse porque era uma estrangeira. A velha xenofobia tomou

o lugar da compaixão no coração destes homens, mas dos homens podemos esperar coisas assim, até de quem se diz religioso (esses ainda não sabiam de que espírito eram). Mas e de Deus o que devemos esperar? Quando oramos e pedimos algo a Deus em nome de Jesus como esta mulher fez, o que esperar? Que respostas receberemos? É aqui que está o drama. Bem, nenhuma resposta é o que ouvimos muitas vezes como nesse caso. Mas em se tratando de Deus (e Jesus era Deus entre os homens, certo?) Nenhuma resposta significa muita coisa. Mas é claro que isso depende também de quem suplica pois a mulher não desistiu. Como ela continuou gritando atrás deles Jesus disse alguma coisa: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel “. Espera aí, é isso mesmo? Jesus estava dizendo que não poderia atender ao pedido daquela criatura desesperada porque ela não era descendente de israelitas? Uma judia? E os outros estrangeiros a quem ele ajudou? Vamos equacionar a coisa: Se Jesus tinha ajudado outros estrangeiros então esta não era a questão. Mas porque ele disse isso? Vejamos: Se a mulher era grega, de origem siro-fenícia então porque gritava a Jesus usando um título que só para os judeus tinha significado – Filho de Davi? Isso é como gente que incorpora os estereótipos da vida 28

religiosa como ir à igreja, carregar Bíblia debaixo do braço, falar amém, aleluia e outros hábitos sem o menor comprometimento com o que estas coisas devem significar. Acham que fazendo assim ganharão”moral” na hora de fazer um pedido a Deus. Se Ele ficar silencioso lembre-se que pode ser isso. Chegue como quem você é. Como a mulher insistiu depois do silêncio de Deus ouviu que era de fora e não poderia ser atendida e aí se achega mais a Ele e o adora dizendo: “Senhor, socorreme”. Note que à medida que Jesus vai resistindo, a mulher vai mudando a abordagem. “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-sevos-á...” Mas acredite não é de mera insistência que Jesus fala aqui: “e orando não useis de vãs repetições como os gentios que pensam que por muito falar, serão ouvidos.” Está ocorrendo um processo aqui neste embate entre a mulher e Jesus, por isso, quando ela o adorou ele ainda resistiu um pouco mais: “Não é bom pegar o pão dos filhos e lançálo aos cachorrinhos”. Com esta, muita gente pularia fora da conversa morrendo de vergonha e raiva da humilhação pública. E não é que no transcorrer da vida enquanto se espera uma resposta de Deus, muita gente se ressente com o que ouve e recebe no caminho e termina a luta na oração? Perde a chance de ganhar o debate porque é melindroso(a) e


orgulhoso(a). E era exatamente esse o problema da mulher – orgulho. Mas diferentemente da maioria melindrosa e cheia de justiça própria, depois de ouvir a dura reposta ela se sai com uma que encerrou o debate a favor dela (E favor não é graça?). Ela disse: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Aí Jesus não viu outra saída senão dar a ela o que buscava. Ela recebeu o que queria. Sua filha seria curada, livre do demônio. Bem, isso é só um jeito de colocar a coisa. O fato é que não há aqui nenhum capricho de Deus em conduzir a mulher nesse processo de humilhação para só depois lhe conceder a bênção. A questão é que o mal entrou na filha dela pela via do orgulho que habitava o seu coração. Para que a menina fosse curada era preciso fechar a porta que dava acesso ao mal. Como

escreveu tiago: “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ai Diabo e ele fugirá de vós”. Ao não esmorecer diante da resistência de Deus (e Deus resiste mesmo ao soberbo) e sujeitando-se a ele humildemente, ela encontrou a cura para si no coração e na alma e para a filha. Toda demora de Deus, todo silêncio, toda contrariedade na vida que parece nunca mudar para nosso bem é um processo para nossa cura. É claro que esta cura só ocorrerá se correspondermos humildemente como esta mulher durante a conversa com Deus. Nunca pense em Deus como sendo duro, inacessível por causa de certas resoluções duras tomadas por Ele no antigo testamento. A dureza foi pela mesma razão que levou Jesus a resistir à mulher: orgulho. Só que a brutalidade daqueles tempo exigiam medidas mais drásticas, mas tudo com o mesmo objetivo de levar

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suas almas à salvação livrando-os das coisas que são portas para o mal. Digo isso porque sei que as percepções de muitos sobre o Deus do Velho Testamento tem sido um entrave na oração. Mas Jesus é a exata expressão do Deus pai. Quer conhecer Deus? Olhe para Jesus! Note como ele tratava as pessoas e como para cada uma delas tinha um jeito específico, às vezes ríspido segundo nossos padrões sociais, mas era tudo em amor porque há algo mais urgente do que atender a demandas sociais, etiquetas – há gente doente da alma precisando de cura. E todos, de algum modo, embora em graus e modos diferentes, estamos entre esses. Se alguém achar que não precisa de cura espiritual é o pior dos doentes pois nem mesmo sabe que é. Sérgio Luiz do Espírito Santo E-mail: sergioluesp@hotmail.com


Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. Salmos 16:11 Este é o estado em que o meu espírito se encontra nestes dias. A questão é que agora presto mais atenção a este sentimento real na “vereda da vida”, e me pego dando gargalhadas sozinho. Alías, procuro dar atenção a tudo que diz respeito a minha vida e a todos que me cercam. Orações e atitudes tolas, raivas e pensamentos tolos, repetições e juízos tolos isso tudo é muito triste: prefiro a alegria! Deus tem me fortalecido e ajudado nos momentos de lutas e provocações. Através dos sofrimentos o senhor trabalha em nós a fé, o domínio próprio e a esperança de dias melhores. A alegria inundou a minha alma, para me ensinar que a vida não é só marcada por lutas e perdas... Mas por alegrias e ganhos. Estou muito alegre com minha esposa e filhos e

eles também comigo. Posso sentir que queremos estar perto uns dos outros. Estou muito alegre com meu trabalho, os resultados chegam de longe. Estou também muito alegre com meus pais, pois eles aceitam com prazer minha disponibilidade e auxílio. Estou muito alegre com meus amigos e companheiros da fé e da vida. Eles percebem que é verdadeira a minha alegria, alguns até duvidam que tenho passado por lutas. Sinto alegria ao ler nas Escrituras: “Alegrai-vos sempre! Outra vez digo alegrai-vos!” É como mastigar a comida varias vezes antes de engolir e prestar atenção na textura, sabor e etc... É assim que está fazendo minha alma. Mastiga devagar todos os gomos dos frutos da alegria.

“A alegria adquire-se. É uma atitude de coragem. Ser alegre não é fácil, é um ato da vontade” Gaston Courtois

José Maria de Souza jotafeviva@ig.com.br

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O

ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”. Jesus valorizou o amor ao instigar Simão, o fariseu, abraçando a “pecadora” e declarando: “aquele a quem pouco se perdoa pouco ama”. O Mestre apontou pelo menos um de seus caminhos/causas: o perdão. Aquele a quem pouco se perdoa pouco ama e aquele a quem muito se perdoa muito ama. EUREKA! Para que eu me expresse pelas vias do amor nas minhas experiências relacionais, com Deus e com o próximo, eu preciso ser perdoado. E para ser perdoado eu preciso ser culpado. E como todo culpado que precisa de perdão, eu preciso de confissão. E confissão pressupõe olhos abaixados, humildes, plenos de fé transbordante de dúvidas. Eis nosso grande problema. Eis nossa grande solução. Simão não se sentia culpado, afinal era religioso, conhecedor das Escrituras, íntegro, padrão de conduta aos olhos humanos. Como sentir-se culpado? Como necessitar de confissão? Como experimentar o perdão? Pouco amou. A pecadora não. Era suja, indigna, rejeitada pelos homens, com a moral no esgoto. Só tinha as mãos sujas, indignas e culpadas para erguer. Foi o que fez. Recebeu o perdão por todas as suas mazelas e, por isto, muito amou. Onde eu estou. Onde você está. Mais próximo de Simão ou da “pecadora”. Avaliemos pelo tipo de amor que expressamos para com Deus e o próximo. Marcos Campos dos Santos

amor é um sentimento unânime. Não há quem não anseie experimentar seus caminhos, na ida e na volta. Infelizmente por ser uma palavra muito pronunciada, é, talvez, uma das mais “gastas”. Sentimos-lhe como um sentimento nobre por isto buscamos-lhe com a alma. Ao menor sinal de sua aproximação nosso corpo denuncia-lhe. O cérebro disponibiliza-se e dispara emocionantes substâncias de prazer; o coração responde com o incremento imediato no seu ritmo, alucinando-o; os pulmões intensificam seus movimentos e todos os demais órgãos se congregam fascinados, apontando numa só direção. Tudo isto ocorre involuntariamente. Isto é amor? Sim, faz parte do amor, mas não o define “in totum”. O amor é mais. Não é só um sentimento involuntário, de geração espontânea. Participamos de sua feitura. Seus caminhos são humanos. Transforma o bruto com suas profundas lapidações, docilizando-lhe. Seus caminhos são espirituais, tornando simples terráqueos em suaves seres angelicais. Quem dele experimenta conhece andares superiores. Quem não se exprime nele vive em vão, pois “ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que eu entregue o meu próprio corpo para

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O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos. Provérbios 16:9 Em 12 de junho de 2005, Steve Jobs, então presidente-executivo da Apple Computer e da Pixar Animation Studios, fez um discurso aos formandos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O texto em que Jobs fala de sua vida recebe três divisões ao que ele intitula “histórias” onde detalha com precisão os temas relevantes em sua vida até aquele dia, na presença de centenas de formandos, autoridades e familiares. Publicaremos cada uma destas “historias” nas três edições deste ano para que você leitor da Refrigério conheça um pouco da vida deste homem que foi tão relevante na sua geração, nos deixando um legado tecnológico exclusivo e único, influenciando de forma tão positiva cada um de nós. Eis a primeira parte, inspire-se. É preciso encontrar o que você ama "Estou honrado por estar aqui com vocês em sua formatura por uma das melhores universidades do mundo. Eu mesmo não concluí a faculdade. Para ser franco, jamais havia estado tão perto de uma formatura, até hoje. Pretendo lhes contar três histórias sobre a minha vida, agora. Só isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos. Eu abandonei a Universidade Reed depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para

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que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: 'Apareceu um garoto. Vocês o querem?' Eles disseram: 'É claro'. Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai


nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. Este foi o começo da minha vida. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha ideia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam muito mais interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no

dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: a Universidade Reed oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada pôster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante. Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro

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computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria freqüentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois. De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Porque acreditar que os pontos vão se ligar em um momento vai te dar a confiança para seguir seu coração, mesmo que te leve para um caminho diferente do previsto, e isso fará toda a diferença.


Recentemente escrevi um artigo sobre as mulheres, avisando aos homens que tomassem cautela com mulheres carentes. Muitas mulheres reclamaram perguntando por quê eu ajudara os homens e colocara toda culpa de relacionamentos errados em cima delas. Para atender seus pedidos, ocupo-me agora de outro tipo de predadores: homens que se aproveitam de mulheres carentes e fragilizadas. Este tipo de homem sabe exatamente o que a mulher carente precisa: atenção, elogios, sentir-se valorizada, “amada”, e adotam o estilo de vítima. Não sei bem porquê, mas mulheres gostam de tomar de conta de homens “vitimizados”. Observe bem o entre aspas. Sim, porque até o se fazer de vítima faz parte da capa de cordeiro. Frases como: 34

“Sou um gênio incompreendido dentro de casa”. “Minha mulher não supre minha carência sexual” (Claro que ele não usa palavras tão elegantes para descrever sua esposa- o mais real seria: “Minha mulher não me satisfaz na cama.); “Minha mulher é muito diferente de mim”; “Minha mulher não me entende”; “Eu e minha mulher não temos mais nada em comum, você e eu sim, temos tanta coisa em comum”. E por aí vai o vale das lamentações sobre seu casamento “supostamente” falido. E aí está você, querida amiga, só, divorciada, separada, com filhos, ou não, sem companhia, carente, querendo encontrar alguém que lhe entenda e com quem você possa compartilhar momentos alegres e tristes. Mas, veja bem: este tipo de homem não quer compartilhar momentos


tristes com você, porque contas a pagar, menino chorando à noite, fraldas para trocar, casa para limpar ou ajudar a esposa, reclamações, muitas vezes das irresponsabilidades dele, isto ele já tem em casa. Ele quer mesmo é se divertir, fazer sexo com alguém diferente, um corpo novo, uma mulher que o faça gemer sem sentir dor, como fala alguma música por aí. Portanto, se você espera que este “pobre triste homem” lhe quer para todas as horas da sua vida, caia na real. Ele só quer alegria, alegria. E, se você pensa que ele um dia pensa em largar a “bruxa” da esposa que ele pintou para você. Ledo engano. Se você realmente pesquisar, este homem provavelmente tem uma esposa boa, bonita, que o compreende, que confia nele, e nem passa pelo pensamento dela que ele está “chavecando” outra mulher, e o pior, às suas custas, pintando-a totalmente diferente do que ela é, e…se fazendo de vítima. Se você observar bem: a grande vítima é a mulher dele. Será que as mulheres ainda não entenderam que essa conversa de homem casado incompreendido e maltratado pela sua esposa, que o casamento está ruim, que já estão dormindo em cama separados, não cola mais? Esta história é tão antiga quanto o rapaz que quando quer ter relações com a virgem “pede uma prova de amor”- sua virgindade. Claro, que muitas amantes levam a melhor que as esposas: afinal de contas, eles dão jóias, levam-nas para motéis maravilhosos. O cansaço nunca

existe na hora de encontrá-las. A conversa nunca acaba. Sempre há novidades para falar, sempre há sussurros no pé do ouvido na hora da transa. Surpresas, presentes, promessas de amor… Amor, nada platônico, mas também nada eterno. Principalmente agora que vivemos tempos em que na mídia escritores apregoam o fim da monogamia, aconselham o homem a dar vazão aos seus instintos prazerosos. As mulheres divorciadas em número rampante tornam-se presas fáceis dos predadores impiedosos que sempre juram que um dia deixarão suas esposas e ficarão com elas. Só lhes peço uma coisa: cuidado: se ele faz com a esposa hoje, amanhã será com você, porque o camarão de hoje, amanhã tornar-se-á o arroz com feijão. Homem incompreendido, maltratado, mal-amado dentro de casa o melhor a fazer é: tente melhorar seu casamento, se não der, divorcie-se, aí sim você poderá tentar sua felicidade com outra. Mas, pelo amor de Deus mulheres carentes, não dêem ouvidos a esses predadores cafajestes que querem somente uma boa noite ou tarde de sexo, ou várias tardes, sei lá, mas que não estão nem um pouco interessados com seu coração, suas emoções e nem nas consequências do seu estado quando eles lhes abandonarem. Fujam desses predadores, como se foge do diabo. Se ele existe, é na forma de homens mentirosos e falsos galanteadores de mulheres carentes.

Silvia Geruza F. Rodrigues 35


Trilha 13 do CD

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A

raiva é uma força que podemos canalizar para o que é positivo. A raiva - ou indignação, ou ira, como alguns preferem – é um sentimento. E, como sentimento, em si, não é boa nem má. Sentir raiva é inerente à natureza humana. Até Deus se enraivece; e as Sagradas Escrituras têm registros da ira do Senhor. Acontece que a maioria das pessoas apresenta dificuldade em aceitar o sentimento da raiva; elas aprendem desde pequenas que não podem sentir raiva. Então, passam a negar e disfarçar esse tipo de sentimento. Essa dificuldade é decorrente da confusão que fazemos entre sentir e agir. Sentir raiva é uma coisa; ter um comportamento raivoso é outra, totalmente diferente. A Bíblia permite que tenhamos ira, mas nos aconselha a não pecarmos por causa dela. Como indivíduos, não somos responsáveis pelo que sentimos – mas somos responsáveis pelas ações que praticamos por causa dos nossos sentimentos. A melhor referência que temos à possibilidade de nos irarmos e, mesmo assim, mantermos um comportamento adequado, e que já citei em meu livro: Raiva – Seu bem, seu mal, é o da pessoa de

Cristo. Há três situações no Evangelho em que os escritores registraram a indignação do Filho de Deus. A primeira foi quando o Mestre se viu diante de um deficiente físico, um homem que tinha uma das mãos atrofiadas e não podia trabalhar ganhando o pão de cada dia. Pois Cristo rompeu com as leis judaicas que faziam menção àquele tipo de condição, chamando-o à frente das pessoas, e ali o curou. Porém, o Filho de Deus ficou indignado com as pessoas que censuraram o milagre que fizera. Na segunda vez, ele ficou indignado com os próprios discípulos. Eles haviam dispensado os pais que tentavam trazer suas crianças para que Cristo as abençoasse. A indignação foi tanta que ele, contrariando seus auxiliares, ordenou que chamassem os pais e seus filhos de volta; e então, na frente de todos, abençoou cada um dos pequeninos. E a terceira situação envolveu os mercadores que estavam no templo tirando proveito dos peregrinos que vinha de longe. Caso seus animais não fossem aceitos para o sacrifício, os viajantes eram obrigados a adquirir outros, aprovados pelos sacerdotes, vendidos ali mesmo – e com preço

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bem alto. Enfurecido, o Mestre expulsou os exploradores do templo, chamando-os de ladrões. E, quando os vendilhões tentaram pegar alguma coisa de volta, Jesus não o permitiu, virando as mesas. A diferença mais importante que se percebe entre a ira de Cristo e aquele sentimento de raiva que nós temos é que, muitas vezes, agimos assim porque nos sentimos simplesmente contrariados ou lesados de alguma forma. Naqueles três episódios em que o Filho de Deus ficou irado, sua indignação foi direcionada aos que tinham poder e autoridade em suas mãos – todavia, não protegeram

e confrontar aqueles que agiam deliberadamente de modo errado. A raiva é uma força que podemos canalizar para o que é positivo. Se ficamos indignados com as injustiças sociais, podemos protestar contra aqueles que têm o poder, tanto político quanto financeiro, de mudar as coisas. O que o Evangelho não aceita é que a energia da raiva seja canalizada para a destruição. Faz-se necessário, então, que revisemos as motivações das nossas indignações. Se for por causa da nossa própria pessoa, que possamos crescer até o ponto de sabermos que não somos mais que pó – e pó não é muita coisa,

“A raiva - ou indignação, ou ira, como alguns preferem – é um sentimento. E, como sentimento, em si, não é boa nem má. Sentir raiva é inerente à natureza humana.” nem defenderam os que eram indefesos, desprotegidos. Sim, o Salvador ficou enraivecido contra os religiosos que se mostraram insensíveis com o sofrimento do deficiente físico; com os discípulos, que endureceram o coração e não permitiram que as crianças chegassem até ele; e com os líderes religiosos no templo que, aproveitando-se de sua posição, exploravam os devotos. Outra diferença é que Cristo não negou, escondeu ou disfarçou sua raiva. Quem estava ali, viu muito bem o que ele fez – e Jesus não teve medo de se expor

mesmo. E que nos avaliemos para a descoberta da finalidade que damos aos sentimentos da raiva. Isso porque, como é uma força, a raiva não some pelo simples fato de negarmos ou de fingirmos que ela não existe. Que façamos como Cristo! Que nossas indignações sejam pela defesa dos indefesos, dos sem voz, dos fragilizados. Se assim o fizermos, com certeza, o Evangelho que professamos será muito mais eficiente e faremos diferença no meio em que vivemos. Esther Carrenho

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Muitas vezes precisamos perder o que temos para batalhar e vermos que é possível sair da nossa zona de conforto e melhorar cada vez mais. Esta parábola nos conta como as perdas, mesmo que a princípio pareçam ruins, se revelam na verdade como pontes que nos conectam a ricas possibilidades jamais experimentadas.

E

ra uma vez um sábio chinês e seu discípulo. Em suas andanças, avistaram um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, três filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e sede o sábio e o discípulo pediram abrigo e foram recebidos. O sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo. - O senhor vê aquela vaca? - disse o homem. Dela tiramos todo o sustento. Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos. O sábio agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo: - Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá embaixo. O discípulo não acreditou. - Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato? A vaquinha é tudo o que eles têm. Se a vaca morrer, eles morrem! O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem: - Vá lá e empurre a vaquinha. Indignado, porém resignado, o discípulo

assim fez. A vaca, previsivelmente, estatelouse lá embaixo. Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com remorso. Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas, ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importandos, antena parabólica. Perto da churrasqueira, adolescentes, lindos e robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão. O coração do discípulo gelou. Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora. Devem estar mendigando na rua, pensou o discípulo. Aproximou-se do caseiro e perguntou

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se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá - Claro que sei. Você está olhando para ela. Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte, altivo, a mulher mais feliz e as crianças, jovens saudáveis. Espantado, dirigiu-se ao homem e disse: - Mas o que aconteceu? Estive aqui com meu mestre alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo? O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu: - Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento. Era tudo o que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito melhor que antes. Moral da história: Às vezes é preciso perder para ganhar mais adiante. É com a adversidade que exercitamos nossa criatividade e criamos soluções para os problemas da vida. Muitas vezes é preciso sair da acomodação, criar novas ideias e trabalhar com amor e determinação.


N

ão é de hoje que o mundo está mudando cada vez mais rápido. Vivemos numa era onde o que é novo agora, pode se tornar obsoleto amanhã. Uma era onde as grandes transformações acontecem a mais de 100.000 Kbs/seg., mesmo quando estamos Off. As mudanças climáticas estão aumentando, E prever o futuro, Ficou quase tão incerto, Quanto tentar adivinhá-lo. O trânsito está caótico, E chegar primeiro virou mais importante que chegarmos juntos. Não existe mais dialogo. Buzinar virou mais importante que falar. Estamos compartilhando individualidade ao invés de solidariedade. Vivemos uma era Onde vinte e quatro horas é pouco Para respondermos todos os e-mails que recebemos. Nossas redes sociais e nossos amigos Agora são virtuais. Antes, Vivíamos conectados à terra, ao mato, ao vento, à água. Ou simplesmente, Às coisas que nos fazem bem. Agora, Apenas estamos conectados à internet. Será que é esta a evolução da humanidade? Aquilo que vai nos levar adiante? On? Ou Off? O que devemos ser? De que lado devemos estar? Pedir licença, por favor, falar: Obrigado, você

primeiro, me desculpe, é Off. Dizer olá, ou às vezes não dizer nada, é On. Prazer em reunir amigos, juntar a turma e compartilhar experiências, é Off. Enviar mensagens prontas e curtir fotos de desconhecidos, é On. Jogar bola, andar de skate, conhecer pessoas, se aventurar, é Off. Viver o tempo todo dentro do escritório, e não sair do quarto... On? Ou Off? De que lado você está? Esta é uma das poucas respostas que você não vai encontrar no Google. É preciso parar para pensar. Afinal, É muito difícil saber como vai ser o futuro, Quando você não tem a menor idéia do que está acontecendo no presente. É hora de reiniciar o seu jeito de olhar o mundo. Que o mundo pode ser igual, Mas diferente. Não adianta você querer a sustentabilidade Sem ser sustentável. De que lado você está? O consumo inconsciente pode ser evitado. O que você tem demais, Muitos ainda nem conhecem.

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O desperdício deve ser combatido. O colapso econômico do planeta Não se resolve com a elevação das suas compras, Mas talvez, com retorno às suas origens: Humildes, sinceras, despretensiosas, colaborativas e auto produtivas. On? Ou Off? De que lado você está? Está passando a hora de se ligar. Plante o bem para colher o bem. Onde se planta, tem vida. Temos que ficar com o planeta E respirar o mesmo ar. Temos que deixar filhos melhores Para que tenhamos netos melhores. Sustentabilidade é isso. Saber se desligar na hora certa E respeitar o meio ambiente. Viver em comunidade E para a comunidade. As melhores idéias do mundo São as melhores idéias para o mundo. Lembrese! Não existem flores sem sementes. O mundo está ficando carente de gentileza. A intolerância está gerando intolerância. Somos capazes de reclamar uns dos outros, Mas não somos capazes de responder uma indelicadeza com um sorriso. Se não mudarmos, O mundo não muda. On? Ou Off? De que lado você está? O mundo está mudando muito rápido. Ou corremos agora, ou iremos correr atrás. Conecte-se a um novo futuro para o Planeta. Nunca deixe que ele desligue. Deivison Pedroza

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Trilha 05 do CD


O dinheiro é o maior causador de problemas do mundo. Nenhum assunto produz tantas brigas familiares e nenhum ocupa mais espaço nos noticiários. O dinheiro é o maior senhor de escravos do mundo, o ídolo mais adorado em nossa geração. Precisamos aprender a lidar com o dinheiro antes que ele se torne o nosso carrasco. Não se trata de ter muito ou pouco dinheiro. O que precisamos é ficar livres de sua tirania e o usarmos para a glória de Deus, para o nosso aprazimento e para o bem do nosso próximo. Vejamos alguns princípios:

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. Ganhe o seu dinheiro honestamente – A Lei de Deus é clara e categórica: “Não furtarás”. O furto é qualquer manobra para tomar o que é do outro, seja de forma ostensiva ou oculta. O furto é uma apropriação indébita do que não nos pertence. Os bens mal-adquiridos transformam-se em maldição em vez de bênção. Aqueles que se enriquecem de forma ilícita verão que o dinheiro que acumularam transforma-se em combustível para sua própria destruição. Deus abomina a injustiça social. Aqueles que vivem encastelados em torres de marfim, embriagados pela

ganância, acumulando tesouros e mais tesouros, tirando o pão da boca do faminto para acumular suas riquezas terão que um dia comparecer perante o justo Juiz de vivos e de mortos! . Gaste o seu dinheiro criteriosamente – A Bíblia nos ensina a não gastar o

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dinheiro naquilo que não é pão, ou seja, não gastar em coisas supérfluas. Muitas pessoas gastam tudo que ganham, vivendo de forma ostensiva e até nababesca sem qualquer sensibilidade


àqueles que estão à sua volta. São pessoas egoístas e avarentas. Jesus falou do homem rico que vivia regaladamente em seus banquetes sem compadecer-se de Lázaro, faminto e chagado à sua porta. Sua riqueza cegou-o para as suas reais necessidades bem como lhe fechou o coração para as urgentes necessidades do seu próximo. E ao morrer foi para o inferno. Também Jesus chamou de louco o homem que pensou na sua riqueza apenas como um estoque para abastecer a sua própria alma. Reter mais do que é justo é pura perda. Sonegar pão ao que tem fome e vestes ao nu é um pecado que condenará a muitos no dia do juízo. . Invista o seu dinheiro sabiamente – O dinheiro é uma semente. A semente que se multiplica não é aquela que comemos, mas a que semeamos. Quem muito semeia, com

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abundância ceifará. Devemos semear o dinheiro em vez de desperdiçá-lo. Como semear com sabedoria? Primeiro, honrando ao Senhor com as primícias de toda a sua renda. Segundo, cuidando da sua família com responsabilidade. Terceiro, socorrendo a todos, especialmente os domésticos da fé. Jesus condenou o homem que enterrou o seu dinheiro com medo de perdê-lo em vez de colocálo no banco para render juros. A sábia administração financeira é um princípio divino. Devemos ser bons e fiéis mordomos dos bens que Deus nos confia. Ganhar de forma desonesta ou gastar tudo que ganhamos com futilidades e coisas supérfluas está em total desacordo com a Palavra de Deus. . Economize seu dinheiro cuidadosamente – Os especialistas em economia dizem que a diferença entre o rico

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e o pobre é que o pobre gasta o seu dinheiro em passivos e o rico em ativos. O pobre gasta seu dinheiro naquilo que lhe dá mais despesa e o rico investe o seu dinheiro naquilo que lhe trará mais dividendos. Precisamos ser cautelosos para não comprarmos por compulsão nem à prestação aquilo de que não estamos realmente precisando. Muitas pessoas ficam endividadas porque se perdem nas compras, se enrolam com os créditos e se afogam nos juros. Há pessoas que gastam compulsivamente e se tornam consumistas, comprando o que não precisam, com o dinheiro que não têm, para impressionar as pessoas que não conhecem. Em vez de administrar sabiamente o que ganham e viver contente com o que têm, vivem atormentadas pela insatisfação e desesperadas pelas dívidas. Rev. Hernandes Dias Lopes


“Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora á altura dele”. Gênesis 2.18 enho me perguntando o que faz as pessoas optarem pelo casamento se contam com outras alternativas para a vida a dois. A justificativa mais comum para o casamento é o amor. Mas devemos considerar que amor é uma experiência cuja definição está em xeque não apenas pela quantidade enorme de casais que “já não se amam mais”, como também pelo número de pessoas que se amam, mas não conseguem viver juntas. Talvez por estas duas razões – o amor eterno enquanto dura e o amor incompetente para a convivência – nossa sociedade providenciou uma alternativa para suprir a necessidade afetiva das pessoas: relacionamentos temporários em detrimento do modelo indissolúvel. Mas, mesmo assim, o número de pessoas que optam pelo casamento em sua forma tradicional, do tipo “até que a morte vos separe” cresce a cada dia. Acredito que existe uma peça do quebra cabeça que pode dar sentido ao quadro. Trata-se da urgente necessidade de desmistificar este conceito de amor que serve de base para a vida a dois. Afinal de contas, o que é o amor conjugal? Para muitas pessoas, o amor conjugal é confundido com a paixão. Paixão é aquela sensação arrebatadora que nos faz girar por algum tempo ao redor de uma pessoa como se ela fosse o centro do universo e a única razão pela qual vale a pena viver. Esta paixão geralmente vem acompanhada de uma atração quase irresistível para o sexo, e não raras vezes se confunde com ela. Assim, palavras como amor, paixão e tesão acabam se fundindo e tornando-se quase sinônimas.

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Este conceito de amor justifica afirmações do tipo “sem amor nenhum casamento sobrevive”, “sem paixão, nenhum relacionamento vale a pena”, “é o sexo apaixonado que dá o tempero para o casamento”. Minha impressão é que todas estas são premissas absolutamente irreais e falsas. Deus justificou a vida entre homem e mulher afirmando que não é bom estar só. Nesse sentido, casamento tem muito

pouco a ver com paixão arrebatadora e sexo alucinante. Casamento tem a ver com parceria, amizade, companheirismo, e não com experiências de êxtase. Casamento tem a ver com um lugar para voltar ao final do dia, uma mesa posta para a comunhão, um ombro na tribulação, uma força no dia da adversidade, um encorajamento no caminho das dificuldades, um colo para descansar, um alguém com celebrar a vida, a alegria e as vitórias do dia-a-dia. Casamento tem a ver com a certeza da presença no dia do fracasso, e a mão estendida na noite de fraqueza e necessidade. Casamento tem a ver com ânimo, esperança, estímulo, valorização, dedicação desinteressada, solidariedade,

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soma de forças para construir um futuro satisfatório. Casamento tem a ver com a certeza de que existe alguém com quem podemos contar apesar de tudo e todos ... a certeza de que, na pior das hipóteses e quaisquer que sejam as peças que a vida possa nos pregar, sempre teremos alguém ao lado. Nesse sentido, não é certo dizer que sem amor nenhum casamento sobrevive, mas sim que sem casamento nenhum amor sobrevive. Não é certo dizer que sem paixão, nenhum relacionamento vale a pena, mas sim que sem relacionamento nenhuma paixão vale a pena. Não é o sexo apaixonado que dá o tempero para a vida a dois, mas a vida a dois que dá o tempero para o sexo apaixonado. Uma coisa é transar com um corpo, outra é transar com uma pessoa. Quão mais valiosa a pessoa, mais prazeroso e intenso o sexo. Quão menos valorizada a pessoa, mais banal a transa. Assim, creio que podemos resumir a vida a dois, entre homem e mulher, conforme idealizada por Deus, em três palavras que descrevem um casal bem sucedido... Um casal bem sucedido é um par de amantes. Um casal bem sucedido é um par de amigos. Um casal bem sucedido é um par de aliados. São três letras A que fornecem a base de uma relação duradoura. Amante se escreve com A. Amigo se escreve com A. Aliado se escreve com A. E não creio ser mera coincidência o fato de que todas as três, amante, amigo e aliado, se escrevem com A... A de AMOR.


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