Entrevista podendo trazer benefícios para alguns administradores e acionistas, porém, mina os alicerces, prejudicando a própria empresa e, portanto, o país. Outro pecado é o crescimento não orgânico, juntando culturas em empreendimentos de difícil deglutição, causando danos às vezes irreparáveis. Salvo umas
RBA: Que tipo de leitura o senhor mais gosta? Qual o último livro que leu? EAL: Leitura que trata de assuntos de minha área de atuação e da minha formação humana. Atualmente estou relendo meu livro, “Gestão para um mundo melhor”, como também relendo e organizando minhas centenas de artigos publicados, buscando reorganizá-los para dar sequência a meu livro. Para isso pesquiso muita literatura da área de gestão. RBA: Se o senhor pudesse dar um conselho aos Administradores novos
tantas boas exceções. Outro pecado de-
no mercado, qual seria?
corre do rápido avanço tecnológico, que
EAL: A qualidade de vida das pessoas decorre do desenvolvimento do país. O país
algumas empresas não acompanharam
depende essencialmente do desempenho das empresas para crescer e se desen-
e sofrem por isso. Outro pecado é não
volver. As empresas precisam de Administradores conscientes de suas responsa-
entender os conceitos básicos, funda-
bilidades com a sociedade e o futuro da humanidade. Isso exige profunda reflexão,
mentais da governança corporativa.
estudar permanentemente, muito trabalho e participação ativa.
Portanto, implantá-la mal. Ou até mesmo desconhecê-la. Poderíamos citar alguns outros. Porém, quero apenas di-
Elcio Anibal de Lucca
zer que se as empresas entendessem o real motivo delas existirem, os pecados
Registrado no Conselho Regional de Administração de São Paulo
seriam menores. Fica para reflexão ou
(CRA-SP) sob o número 8167
para outra entrevista. RBA: O senhor é membro de institutos, como Akatu e Ethos. Qual a sua opinião, por exemplo, sobre as
Graduado em Administração, com mestrado pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP)
chamadas “empresas sociais”? Vê futuro nelas?
Presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo
EAL: Sim, sempre fui e sou membro
(MBC), também presidiu (1991 a 2008) a Serasa, a única empresa a
de alguns institutos. Os sérios são
receber três vezes o Prêmio Nacional da Qualidade (1995, 2000 e 2005)
essenciais para o sistema organiza-
e também a única a trazer para o Brasil o Prêmio Ibero-americano da
cional do país.
Qualidade (2002 e 2006). A Serasa figurou, por nove anos consecutivos
RBA: Como o senhor avalia o en-
últimos anos, tem sido destacada como empresa-modelo em cidadania
sino da Administração nas principais universidades brasileiras?
corporativa e sustentabilidade. Desde janeiro de 2008, é presidente de Assuntos Corporativos da Experian na América Latina e vice-presidente
EAL: Não acompanho o ensino em
do Conselho de Administração da Serasa. É presidente e um dos
todas as escolas. Algumas têm rele-
empresários idealizadores do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e,
vância mundial. A minha afinidade é
desde 1999, líder permanente dos Fóruns Empresariais Nacional e do
maior com a EAESP-FGV, onde acom-
Mercosul da Gazeta Mercantil. Preside também a Associação Latino-
panho de perto a evolução no dia a dia.
Americana de Credit Bureaus (Alacred). É membro do Conselho da
Como já dissemos, a velocidade do
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Preside ainda vários outros
mundo de hoje exige trabalho insano para manter-se na ponta.
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(1999/2007), como uma das melhores empresas para trabalhar e, nos
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conselhos. Foi eleito Administrador Emérito de 2004, pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP) e, em 2007, membro da Academia Brasileira de Marketing – Cadeira 31