Revista Qualidade & Inovação - Edição 1

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revista qualidade & inovação



Conteúdos

revista qualidade & inovação

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AAMM | 4

Perfisa | 12

Especialização e profissionalismo no percurso da AAMM

Light Steel Framing

iBase | 8

ModelEco | 14

Universo de soluções inovadoras

Construções eficientes

Medtronic | 10

DosMontes | 16

Na vanguarda da tecnologia médica

Qualidade para a construção

Futureng | 11

Seixas & Filhos | 18

A força do aço na construção

LSF somos diferentes

Editorial A relação entre qualidade e inovação é fundamental para o sucesso das organizações. Qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente com as perceções de cada indivíduo. Diversos fatores, como a cultura, o tipo de produto ou o serviço prestado, as necessidades e expectativas, influenciam diretamente a definição de qualidade. A inovação poderá resultar de novas combinações de meios produtivos, designando-se de inovação tecnológica, que comporta em si a inovação de produto (bens ou serviços) e a inovação de processo. No entanto, o termo também está ligado à inovação não tecnológica. Na inovação não tecnológica pode-se incluir a inovação organizacional ou administrativa, nomeadamente as novas formas de organização do trabalho ou a modificação das estruturas organizacionais; o acesso a novos mercados; a adoção de técnicas avançadas de gestão, ou ainda a utilização de novas matérias-primas menos poluentes e mais protetoras do ambiente. Assim, a inovação deixou de estar centrada em exclusivo na vertente tecnológica, para passar a abranger todas as áreas dentro de uma organização, tendo múltiplas utilidades: dá acesso a novos mercados, aumenta lucros, gera emprego, fortalece as marcas e a qualidade. Em todos os setores de atividade, enquadrados em mercados cada vez mais concorrenciais e de dimensão global, existe uma necessidade premente de que todos os fatores produtivos sejam otimizados pela implementação de ferramentas e conceitos que envolvam a gestão do negócio rumo à excelência da qualidade e inovação, criando-se assim vantagens competitivas. Nesta 1ª edição da Revista QI Qualidade e Inovação, apresentamos empresas que apostam na sustentabilidade e diferenciação e inovam continuamente os seus processos organizacionais de gestão e produção e, consequentemente uma abordagem estruturada e estratégica da Qualidade e Inovação relacionadas com os fatores de competitividade que facilitam a antecipação de novas necessidades e tendências. Nas próximas páginas, encontrará excelentes exemplos de empresas e empresários que elegem a qualidade e inovação como forma de estar.

Ficha Técnica Propriedade: Ilustre Narrativa, Lda Diretor: Paulo Padilha Direção Editorial: Fátima Vieira Direção Gráfica: Tiago Rodrigues Corpo Redatorial: Andreia Rodrigues, Frederica Jardim, Pedro Lopes, Teresa Mata (redacao@revistaqualidadeinovacao.pt) Fotógrafo: Marco Rosado Redação e Publicidade: Rua das Hortas, 27 Fração C 4410-377 – Arcozelo-Miramar / +351 935 870 796, +351 962 554 060 / geral@revistaqualidadeinovacao.pt Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Económico / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Periodicidade: Mensal, julho 2019

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Paulo de Moura Marques


revista qualidade & inovação

Especialização e profissionalismo no percurso da AAMM

Com uma carreira de duas décadas reconhecida com inúmeras distinções, tanto a nível nacional como internacional, Paulo de Moura Marques é um dos sócios fundadores da sociedade de Advogados AAMM- Abecasis, Moura Marques e Associados.

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ste escritório foi fundado em finais de 2012 e actua em áreas tão diferentes da advocacia como: o Direito Administrativo, Direito Constitucional, Contencioso Administrativo e Arbitragem, Contratação Pública, Parcerias Público-Privadas, Direito da Saúde, Serviços Públicos, Empreitadas, Expropriação, Domínio Público, Ambiente, Ordenamento do Território, Urbanismo, Turismo, Energia, Água, Telecomunicações e Função Pública. Nesta entrevista, o advogado abordou o início da sociedade de Advogados, a sua carreira e alguns temas que estão a marcar a atualidade. Como, quando e em que áreas actua a AAMM? Paulo Marques - Nós começámos em final de 2012 e estamos agora a completar os primeiros sete anos de vida do escritório. Começámos com um foco muito grande no Direito Público. Aqui estamos a falar das mais variadas vertentes, como é o caso do contencioso, arbitragem ou de acompanhamento de indústrias e entidades públicas. Acredito que devemos conhecer

bem as áreas em que os nossos clientes estão inseridos. Temos que estar ao lado do cliente, perceber as suas necessidades e como os setores, onde eles se encontram, se regulam e funcionam. Hoje para se fazer direito não basta saber só de direito. Nós temos que saber do mundo, também. Esta é uma forma de acção que se afasta de outros escritórios, vistos como mais tradicionais, mas nós também nos consideramos um escritório pouco tradicional. Quais foram os principais obstáculos que encontraram na altura em que criaram este escritório de advogados e como os enfrentaram? Paulo Marques - O primeiro obstáculo que é necessário enfrentar reside na quantidade de escritórios de qualidade que existem. Há uma saudável concorrência que nos leva a, todos os dias, lutar para manter os nossos clientes e conquistar novos. Essa luta faz-se pela tentativa de prestarmos o melhor serviço aos clientes que temos. A retenção de talento é outro desafio que enfrentamos. Os jovens advogados têm uma noção da profissão muito diferente daquela que

tínhamos há 20 anos. Os novos modelos de raciocínio sobre a profissão obriga-nos a adaptar para retermos a proficiência. Para além disso, a forma de aprendizagem dentro da profissão tem mudado. O estágio e o início de carreira estão diferentes. Os advogados mais novos estão sujeitos a exigências maiores do que aquelas que num mesmo momento de carreira, há 20 ou 30 anos atrás, teríamos. Um desafio comum à profissão é o atraso na justiça. Em vários casos é gritante, chegando a implicar que já não se possa falar em justiça, em casos que se alongam por 10 ou 15 anos. Isto acaba por desencorajar quem a ela pretende aceder. No início disse que o vosso sucesso estava relacionado com o facto de conhecerem a fundo cada uma das áreas de serviço em que actuam. Diria que esta é a principal razão para serem reconhecidos? Paulo Marques - O que eu posso dizer é que o conhecimento que temos e pretendemos manter de certas indústrias é o ingrediente para alguém que quer ter algum tipo de sucesso. O facto de termos ou não sucesso e a

sua medida, é algo que não somos nós mesmos que podemos avaliar. A tentativa de ser bem-sucedido é um trabalho duro. Envolve muito estudo, devoção e esforço. Os escritórios devem fazer a escolha de qual é o modelo que querem empregar, ou seja, qual a medida de esforço individual que vão exigir aos colegas mais novos e mais velhos, porque se assiste a uma tendência geral de admissão de carreiras paralelas ou de admissão de níveis diferentes de esforço individual dentro das organizações, o que é visto como um produto do pensamento millenial, em que a profissão e outros interesses complementam em igual medida o indivíduo, mas a perversidade dessa crença instalada reside no facto de ela levar a que se perca a noção individual de dever e esforço, e com eles a estabilidade que a aprendizagem sólida implica e a visão de largo prazo do advogado e da sociedade em que se insere. Estamos, coletivamente, a perder força produtiva no direito, quando, paradoxalmente, mais advogados e advogadas querem, todos os anos, ingressar na profissão. Esta sempre foi uma profissão para gente que quer abraçar várias horas

de trabalho e muito estudo. Às vezes pode ser ingrato pois os resultados podem não ser imediatos ou corresponder ao trabalho despendido. Porém, não me parece que haja outro caminho. A ideia de que várias experiências sucessivas, em diferentes ambientes, são positivas para os advogados, são ideais afastados do que os decisores em sociedade de advogados realmente pensam. Dificilmente algum decisor vai avaliar positivamente um currículo de um advogado ou advogada com 5 anos de profissão que passou por tantos escritórios quantos os anos de profissão que tem. Esteve envolvido na assessoria jurídica de operações de elevada complexidade de domínio público, como foi com o actual Parque das Nações. Já se passaram 20 anos desde a Expo'98 e há pouquíssimo tempo foi anunciado que nos terrenos da antiga Lisnave vai nascer um projecto muito semelhante ao da Expo. Quais são as dificuldades que um advogado enfrenta neste tipo de grandes obras? Paulo Marques - Não conheço em detalhe o projeto que vai arrancar. julho 2019 ■ 5


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Não sei qual será o grau de semelhança com a Expo mas estamos a falar de uma zona ribeirinha que vai ser reaproveitada. O trabalho de advogados é essencial pois dificilmente algum gestor público vai tomar uma decisão sem saber dos riscos, qual é o quadro legal e em que medida pode ser implementado. Os advogados estão envolvidos em todas as partes do processo. Este é um trabalho que requer muito tempo a escrever e a pensar. Muito trabalho de bastidores? Paulo Marques - Sim. São muitas horas de trabalho, claro. O advogado é aquele que fica na terceira fila, junto à cortina, quando está a decorrer a assinatura de um ato formal, mas muitas vezes teve uma palavra decisiva, em momentos cruciais, para se conseguir chegar aquele momento. Ser advogado é também estar nas sombras, mas isso é o ambiente da profissão. Quando falamos em trabalhar na sombra, falamos de trabalhar de um modo discreto para alcançar um resultado. Usando uma linguagem futebolística, quando nós, os advogados, metemos golos, não vamos festejar para ajunto à bancada e nem sequer podemos festejar em campo. Este "trabalho nas sombras" é algo que lhe agrada? Paulo Marques - Este é um "trabalho nas sombras" pois não é reconhecido publicamente. Não podemos falar por causa de razões deontológicas mas o nosso trabalho acaba por ser reconhecido porque há outras fontes que o acabam por desvendar. Esse "trabalho nas sombras" interessa-me pois são-nos entregues missões importantes e as fazemos com gosto. É a nossa profissão. Não o fazemos pelo reconhecimento público ou pela busca de glória. Aliás, não podemos sequer publicitar os resultados dos processos que nos estão confiados. Existe essa exigência de recato, que se justifica. Sei que o doutor foi responsável pela preparação e acompanhamento de vários sectores da legislação. Olhando para trás, mudaria alguma coisa no trabalho que realizou? Paulo Marques - Na minha carreira tenho poucas coisas que posso dizer que me arrependi ou não gostaria de ter feito. Dei sempre tudo aquilo que acreditei que deveria dar e o contínuo a fazê-lo. Sobre o trabalho feito ao nível da legislação, e se fosse atual-

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São muitas horas de trabalho, claro. O advogado é aquele que fica na terceira fila, junto à cortina, quando está a decorrer a assinatura de um ato formal mas muitas vezes teve uma palavra decisiva, em momentos cruciais, para se conseguir chegar aquele momento. mente, teria feito alguma coisa de diferente? Paulo Marques - A minha participação no trabalho legislativo teve sempre que ver com a definição do que poderia ser aperfeiçoado nos setores legislativos ou criação de legislação necessárias, cabendo sempre aos órgãos com competência legislativa saber o que adoptar das propostas ou não. Continuo, como pessoa interessada, a participar e dar contributo sempre que é solicitado. Lamento não poder fazer mais. Há setores em que as leis precisam de ser mudadas ou implementadas. Já agora, quais seriam os setores que precisavam de leis mudadas ou implementadas? Paulo Marques - Temos o setor digital, que está em constante alteração. Parece que estamos constantemente a correr atrás de algo que a realidade já mudou. No setor dos transportes há coisas que estamos a ver e que estão claramente muito mal. Nós temos que regular. Os transportes são um fio condutor que Portugal tem com o exterior. Mas também há os setores mais novos, como o aeroespacial.

A maior parte dos diplomas que tar um acesso debate. Não sou um estão a ser discutidos é porque algo especialista na matéria mas a minha aconteceu na sociedade e isto nos convicção é que todos aqueles que leva a pensar que tem de ser regu- produzem trabalho intelectual devem lado ou a regulação existente deve ser remunerados. Para mim a premissa ser alterada. Evoluímos muito, nós essencial é que o trabalho intelectual portugueses, começámos a apostar no também é trabalho, também é criação. planeamento como uma ferramenta A pessoa despendeu energia, conhemas a verdade é que nos falta um cimentos e , portanto, deve ser ser planeamento mais sério. Nós temos remunerada pelo que fez. Este pareque apreender que o planeamento nos ce-me um princípio basilar e a ideia dá conforto, é um guia. Dá-nos uma da União Europeia parece-me ser para forma de pensar. O sucesso não apa- que haja um reconhecimento. Depois, tem que haver alguma rece apenas como um simples fruto do acaso. Ele é fruto do trabalho e regulação e quando entramos no fedo planeamento. Isto acontece tanto nómeno da regulação falamos sempre no direito como em outros setores da na gradação da regulação. Ou seja, o que vou regular e que de forma vou vida em sociedade. regular. Às vezes esquecemos que a vida em comunidade traz autonomia Falando sobre a área do digital e liberdade mas com ela vem a respone o artigo 13, temos vozes a favor e contra esta medida apro- sabilidade e por isso é preciso haver regras. Aqui falamos da necessidade vada pelo Parlamento Europeu. de uma filtragem sobre o que pode Queria pergunta-lhe se concorda com esta medida e se esta ou não ser disponibilizado. é de planeamento ou reacção Gostava de colocar uma questão a um mercado cada vez mais sobre os drones, aparelhos cada produtivo? Paulo Marques - O artigo 13.º, tal vez mais comuns e que por como o artigo 11.º da proposta le- vezes causam alguns "problegislativa comunitária, estão a levan- mas". Nós não planeamos bem


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esta questão. O que é necessário fazer para darmos um uso mais correcto a estes aparelhos? Paulo Marques - Os drones são uma realidade ainda recente. Nós temos que regular de uma forma inteligente. Há certos e determinados locais onde devem ser restringidos no que toca a altitude em que podem voar. Noutros locais, a proibição deve ser total. Parece-me difícil conceber que ainda estamos num plano em que, apesar da legislação existente, das preocupações de segurança e da consciência coletiva sobre o tema, se continua a discutir se, deve haver regulamentação e de que tipo. Julgo que a regulamentação veio para ficar, como a atividade dos drones veio para ficar. Será mais fácil tratarmos a questão mantendo estas duas premissas como premissas base de qualquer raciocínio. A regulação deve existir mas não devemos ter uma visão primária em relação aos drones. Aliás, como com quaisquer máquinas, elas têm a sua função. Questão diferente é o operador dessa máquina e o uso que faz dela. Eu já tinha dito publicamente que é necessário um licenciamento do operador e mantenho esta opinião. Não é suficiente deixar a questão da aprendizagem sobre as regras de utilização destes aparelhos apenas para os autodidactas ou numa base da auto-regulamentação. Escritório AAMM

Voltando a falar sobre a relação do advogado com o constituinte. Uma relação de proximidade é a principal causa para um processo ganho? Paulo Marques - Não concordo. Ela é um pressuposto da relação com o cliente, uma relação de confiança. A competência do defensor é o principal requisito para a eficácia processual. Quais são as características que um bom advogado deve ter? Paulo Marques - Um bom advogado ou uma boa advogada têm que ter características relativamente simples. O complexo é congregá-las num mesmo indivíduo. Primeiro devem ter uma grande capacidade técnica. Não há grandes advogados se estes não souberem muito de direito. Depois, têm que ter experiência. O outro atributo, eu já disse isto, é muito trabalho e dedicação. Quando falo de trabalho estou a referir-me ao estudo e à devoção apresentada. Também tem que ter capacidades comerciais ou fica um mero intelectual do direito e esta função pensante corresponde á função de jurista. O advogado é também um jurista, mas não apenas um jurista. Um advogado tem que ter

Não era capaz de viver um dia-adia igual. A vida no direito todos os dias dá-nos dias diferentes. Obriga-nos a uma maleabilidade no pensar e no agir.

este composto de atributos. E uma grande capacidade de negociação? Paulo Marques - Quando ela é necessária, também. Os advogados devem utilizar a dialéctica, tópica e a retórica. Todas as artes antigas devem ser utilizadas. O que o apaixonou no direito? Paulo Marques - Não era capaz de viver um dia-a-dia igual. A vida no direito todos os dias dá-nos dias diferentes. Obriga-nos a uma maleabilidade no pensar e no agir. Esta maleabilidade obriga-nos a ter a capacidade de nos superar, tanto como indivíduos como instituições. O que o direito também tem de apaixonante é que, a propósito de cada pequena questão, devemos pensar de uma forma orientada para a gestão de uma infinitude de situações e assim percebemos de que forma a mesma se enquadra no que estamos a tratar ou se outros valores nos obrigam a uma por uma regra ou solução diferente. Qual foi o processo que puxou mais por si enquanto advogado? Paulo Marques - Tive inúmeros processos que me prenderam muito e

não apenas na vertente do tempo dispendido. Tive projetos pequenos e projetos grandes que me deram muito gosto de participar e que considero muito interessantes, mas não os vou individualizar pois também não o posso fazer. Mas continuo a ter assuntos nos quais gosto muito de trabalhar.

dito que não vamos ter advogados generalistas por muito mais tempo. Houve alterações na regulação da carreira de advogado, realidade que antigamente não era regulada; também houve regulação do estágio como modo de acesso à profissão; o relacionamento do estado com os cidadãos ou a protecção dos próprios cidadãos no seu direito à justiça também mudou. Por fim, a gradual substituição do papel do advogado em várias atividades, seja por acesso de outros profissionais a atividades geralmente guardadas para os advogados, seja pela necessidade do advogado passar a integrar em projetos multidisciplinares, quando tradicionalmente era um operador solitário. Houve um ambiente que mudou muito e estou certo que nos próximos 20 anos vai mudar muito mais.

Quem é o Paulo de Moura Marques quando não está a trabalhar? O que o apaixona na vida? Paulo Marques - É difícil despir as vestes de advogado quando chego a casa. Às vezes, em momentos de lazer, somos chamados de volta à profissão porque o telefone tocou. Mas fora da atividade profissional, nos momentos de lazer, sou uma pessoa normal. Tenho os meus hábitos, tenho os mais hobbies, tenho as minhas formas de ver o mundo. Tenho uma paixão pela A profissão de advogado mudou aviação e tudo o que se relaciona com muito nos últimos 20 anos. O ela; sou um adepto fervoroso da sele- que ainda falta fazer na advocação nacional e gosto muito de viajar. cia em Portugal? Não sou apenas advogado, também Paulo Marques - Sendo um optimista, sou marido, sou familiar, sou amigo. diria que ainda há muito para fazer. Há uma outra pessoa para além da É o mesmo que perguntar o que saadvocacia. bemos de ciência. Ainda temos muito que apreender, que fazer. Falta, por Olhando para a advocacia que exemplo, regular a relação com os se fazia há 10 ou 15 anos atrás, colegas mais novos; a relação dos quais são as principais mudanpróprios cidadãos com o estado. ças? Ainda estamos longe de um objetivo Paulo Marques - Existem mudanças de equilíbrio desejável. Esta é uma grandes. Desde logo nós, os advoga- realidade que quem trabalhe com didos, mas não só, temos de basear a reito público sente. Porque o direito nossa base de conhecimentos na atual público (relações particulares-Estado) legislação. Essa legislação só tem au- não está sedimentada como certas mentado. A criação legislativa é bem áreas das relações entre privados. maior do que a extinção ou extinção Percebemos que há muita discussão legislativa. Isto acontece por causa que ainda teremos de ter para que se de duas coisas. A primeira é o apro- caminhe no bem sentido. O papel fundamento da vida em sociedade do advogado aí é muito importante. e isso leva à criação de mais regras. Também falta um acesso mais faciliO princípio liberal não passa pela tado à justiça ou proporcionar melholegislação. Segundo, porque os opera- res condições aos nossos magistrados. dores económicos nos vários sectores exigem essa legislação. Claramente houve grandes mudanças. É claramente por causa disso que existem cada vez mais advogados especializados em certas matérias. Falamos do fenómeno da especialização. Acre-

geral@aamm.pt

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Universo de soluções inovadoras iBase - Software Solutions Sediada em Braga, a Virtualforum nasceu em 2004, tendo como objetivo o desenvolvimento de aplicações e serviços informáticos.

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tualmente, enquanto Script Base Software Solutions, responde às criar o seu próprio negócio. Assim nasce a Virtualforum, necessidades específicas primeiramente vocacionada para empresas na área do das diversas áreas jurí- calçado, o grande capital de experiência e know-how dicas, nomeadamente adquirido por António Alvim. Contudo, fruto de um escritórios de advogados, agentes de desafio lançado por um grande escritório de agentes de execução, administradores judiciais, execução, que à data, estava a constituir-se, para a criação departamentos de contencioso, re- de um software de gestão, o rumo da empresa começou cuperação de créditos e leiloeiros, um processo de metamorfose. através da linha de produtos iBase. Na altura, haviam duas possibilidades em cima da mesa, Em entrevista à Revista Qualidade e o desenvolvimento a pedido do cliente de um software Inovação, António Alvim, sócio-ge- que seria somente do cliente ou desenvolver um produto rente da empresa, dá a conhecer a sua suscetível de ser comercializado e colocado ao dispor de génese e as inúmeras potencialidades um conjunto de clientes. A decisão de António Alvim das soluções iBase. acabou por ditar o crescimento e desenvolvimento da António Alvim é um empresário sua empresa e, assim em 2005, foi feito o lançamento da carismático e dinâmico que tem pau- primeira aplicação para o ramo jurídico, nascendo o iBase tado a sua atividade profissional por AE para agentes de execução. Rapidamente, esta ferramenta uma grande visão estratégica, sentido obteve uma forte aceitação no mercado, até que a Câmara de responsabilidade e paixão. Com 15 dos Solicitadores tendo o seu próprio software, promoveu anos de experiência como responsável a obrigatoriedade dos agentes de execução o utilizarem. do departamento de informática de Para António Alvim, “este foi um grande obstáculo”, uma empresa na área do calçado, o contudo a dificuldade aguça o engenho e, desta forma, empresário embarca na aventura de a família de soluções iBase expandiu-se para se adaptar

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António Alvim, sócio-gerente


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Graças à persistência e à equipa, conseguimos chegar a instituições de crédito e desenhar um sistema em que recolhemos informação dos processos que vão sendo tramitados nos diversos escritórios e integrá-la no sistema central do credor. Isto é um avanço enorme. às especificidades das várias áreas jurídicas, apresentando hoje diferentes soluções dedicadas a agentes de execução, advogados, administradores judiciais, departamentos de contencioso, recuperação de crédito e leiloeiras. E esta é a grande vantagem e diferenciação. “A nossa concorrência apresenta uma plataforma transversal, ou seja pode ser colocada num escritório de agentes de execução, advogados ou administradores judiciais, quando na verdade estamos a falar de segmentos completamente distintos”, sublinha o engenheiro, acrescentando que a sua empresa enveredou por “um caminho mais difícil, mas com claras vantagens”. Apesar da complexidade em adaptar o iBase aos vários segmentos, porque obriga a maior manutenção, uma equipa maior e porque cada versão é customizável, esta é uma ferramenta desenhada a pensar no negócio e que permite uma visão global sobre o negócio.

Percurso de crescimento e sucesso

empresa não ter conseguido passar a mensagem junto da CAAJ (Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça) que tem todas as condições para apresentar um software que permite monitorizar todos os escritórios e fiscalizar. “Era bom para a própria instituição, porque foi criada com essa missão e não está a fazer isso, então porque não adotam esta ferramenta”, questiona. No processo de expansão das soluções surgiu o iBase Advogados, um sistema informático dirigido à área de advocacia que apoia na gestão de carteira de clientes e os vários processos tramitados, sendo flexível na adaptação à estrutura do escritório, permitindo a gestão por departamentos para estruturas que assim o necessitem. “Entrámos na área da advocacia, mais uma vez tentámos inovar, e estamos com um projeto de uma aplicação online. O modelo tradicional de negócio que tínhamos permitia a instalação remotamente, mas fazíamos a sessão de formação presencial. Neste momento, estamos a tentar enveredar por outro modelo de negócio, será um segundo sistema para esta área da advocacia, no fundo uma plataforma online mais transversal, que tenha as funcionalidades que são essenciais, com a vantagem de serem acedíveis a partir de qualquer dispositivo e a um preço competitivo”, avança o empresário. Um dos últimos produtos da família iBase, foi o iBase Auction, um sistema informático que foi especialmente desenvolvido para fazer face às necessidades específicas das leiloeiras, permitindo o controlo dos vários tipos de bens com possibilidade de integração com portais do cliente, assim como preparação e registo de leilões. Das suas inúmeras funcionalidades fazem parte a possibilidade de integração com portais web, preparação e registo de leilões, módulo do leilão presencial, geração de relatórios, gestão de prazos e gestão documental. António Alvim salienta ainda que a OSAE “reconheceu-nos valor na área dos leilões e quis avançar com o e-leilões, uma plataforma de leilões eletrónicos, estamos com eles e o projeto está a correr muito bem”, confessa, lembrando que a sua empresa já tinha iniciado o desenvolvimento da plataforma iBase Negócios, uma ferramenta que se assemelha ao e-leilões, mas que dada esta parceria com a Ordem dos Solicitadores ficou em stand by. O projeto mais recente é com a APDEL – Associação Portuguesa de Estabelecimentos de Leilão. Tendo a APDEL analisado as soluções iBASE e, comparando-as com as existentes no mercado, entendeu adquirir as plataformas iBase Auction e iBase Negócios que, eram até ao momento, os produtos da área de negócio das leiloeiras, tendo sido estabelecida uma nova parceria. A APDEL tem como objetivo neste negócio, proporcionar às suas associadas leiloeiras, um software de gestão dos seus processos, bem como o maior portal de vendas do país estando para o efeito, em transformação e adaptação o iBase Negócios que entretanto passará a denominar-se e-negocios.pt. Nesta plataforma virão a estar em venda os bens, no âmbito de processos judiciais, insolvência, execuções e vendas extrajudiciais.

Com a obrigatoriedade de os agentes de execução utilizarem o software da OSAE - Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução e, só se justificar a implementação do iBase em grandes escritórios de agentes de execução, António Alvim, em 2007, decidiu focar-se nos administradores judiciais, uma área em que “não existe um software comparável ao nosso, nem com a nossa implantação”, refere. O iBase A.J é um sistema informático dirigido ao ad- Com os olhos no futuro ministrador judicial que lhe permite o controlo total dos Em termos de futuro, as metas estabelecidas por António vários tipos de processos, quer sejam de insolvência, PER, Alvim passam pelo crescimento sustentado, disponibiliFiduciários ou qualquer outro. De acordo com o nosso zando um conjunto de soluções que se apresentam como entrevistado, muitas vezes o credor tem dificuldades em uma evidente mais-valia para o mercado, assim como aposperceber o estado do processo ou processos e revelou: tar cada vez mais na área bancária. A Script Base Software “Graças à persistência e à equipa, conseguimos chegar a Solutions assume-se como uma empresa de referência no instituições de crédito e desenhar um sistema em que desenvolvimento de soluções diferenciadoras e, assim vai recolhemos informação dos processos que vão sendo continuar, norteando a sua atuação pelo foco no cliente, tramitados nos diversos escritórios e integrá-la no sistema apostando na qualidade e inovação como motores do central do credor. Isto é um avanço enorme”, avalia. seu desenvolvimento. António Alvim confessa-se desapontado apenas pela

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Na vanguarda da tecnologia médica Luís Lopes Pereira, diretor-geral

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Medtronic é uma empresa líder mundial em soluções, serviços e tecnologia médica, com 70 anos de história. Quais os princípios que norteiam o seu percurso? Na Medtronic trabalhamos diariamente, de forma ética e responsável, para garantir que todos os doentes têm igual acesso à inovação terapêutica. Queremos ser pioneiros na concretização de projetos de valor acrescentado assentes nos resultados dos nossos produtos. Como estão organizadas as soluções terapêuticas que a Medtronic disponibiliza? A Medtronic está atualmente organizada em quatro grandes grupos, para as quais disponibiliza vários produtos e soluções terapêuticas. Relacionado com as suas origens, a Medtronic 10 ■ julho 2019

criou o CardioVascular Group (CVG), que reúne áreas terapêuticas como o pacing, electrofisologia, hemodinâmica, cirurgias cardíacas e vasculares, entre outras. Temos também o Restorative Therapeutic Group (RTG), do qual fazem parte, por exemplo, a neurocirurgia, a cirurgia à coluna, o tratamento de dor, a incontinência gastro urológica, a ORL, a navegação, o tratamento de AVC. O Minimum Invasive TherapiesGroup (MITG) engloba todas as técnicas avançadas e convencionais de cirurgia e material essencial ao bloco operatório. Finalmente a área da Diabetes, para já bastante focada na diabetes tipo I (disponibilização de bombas de insulina e sistemas de monitorização da glicose no sangue) mas que atualmente apresenta soluções inovadoras também para a diabetes tipo II. Paralelamente lançámos a Integrated Health Solutions (IHS), uma área de serviços que visa

Medtronic O conhecimento e a vontade de desenvolver técnicas mais inovadoras, em cada vez mais áreas terapêuticas, tem sido acompanhado e inspirado pela sua missão, que se resume em “aliviar a dor, restabelecer a saúde e prolongar a vida”. São estes valores que fazem da Medtronic uma empresa líder, não só em Portugal como no Mundo inteiro, e um dos maiores fornecedores hospitalares, como conta em entrevista o diretor-geral, Luís Pereira.

ajudar a tornar efetiva a qualidade dos proce- a busca por soluções disruptivas é parte intedimentos e a eficiência hospitalar. Esta área grante do nosso ADN. A liderança é conquisestá também focada em ajudar os hospitais a tada pela qualidade das soluções tecnológicas e medir os outcomes clínicos, que farão parte pelo serviço disponibilizado por colaboradores dos futuros modelos de negócio a desenvolver. de excelência. Somos um dos principais forneSaliento algumas das nossas soluções mais cedores hospitalares tanto em volume como na disruptivas entre todas as tecnologias médicas. capacidade de gerar inovação. A CoreValve, uma válvula cardíaca que se implanta no coração através de um cateter, sem Para os próximos anos, quais as estraténecessidade de cirurgia cardíaca, evitando desta gias delineadas? forma os efeitos secundários e agressivos que O pipeline da Medtronic, nas nossas áreas de uma intervenção desta natureza acarreta para os negócio, é bastante promissor. O principal prodoentes. O Activa, um gerador de estimulação blema no futuro não se prenderá apenas com a cerebral profunda que reduz os sintomas de inovação, mas sim com a necessidade urgente distonia, torna os doentes mais independen- de uma mudança de paradigma na gestão dos tes e possibilita-lhes movimentar-se de forma contratos e na avaliação das terapêuticas, por autónoma, equilibrada e segura. O Micra, o forma a garantir a sustentabilidade do SNS mas pacemaker mais pequeno do mundo e único também das empresas do setor da saúde. No por não ter elétrodos. O LinQ, o único regista- nosso caso em particular, dado o curto ciclo dor de eventos cardíacos, é o mais pequeno no de vida que as tecnologias médicas apresentam, mercado e é implantado subcutaneamente, não todo o processo de entrada de mercado tem requerendo intervenção cirúrgica. O LigaSure é que ser célere, caso contrário o país corre o o nosso sistema de energia bipolar modificada risco de não acompanhar o desenvolvimento para selar vasos que garante altíssima qualidade tecnológico da saúde. Mas as empresas e os e segurança durante a cirurgia. O-Arm é um prestadores de saúde têm também de ser capazes sistema de navegação de raio-X a três dimensões. de ir demonstrando o valor das tecnologias que As bombas de insulina MiniMed, em conjunto disponibilizam, através da avaliação dos resultacom sistemas de monitorização contínua da dos clínicos a que se propõem. Esta avaliação glicose, constituem uma real substituição do contínua das tecnologias de saúde é um grande pâncreas. Finalmente o Sistema BIS controla a desafio para todos os intervenientes, porque profundidade anestésica dos doentes durante a é necessário salvaguardar o direito de acesso cirurgia, e é por isso uma inovação indispensável dos doentes aos tratamentos e à inovação. Há para a qualidade cirúrgica. Estas soluções são 13 anos que somos distinguidos pelo GPTW apenas as algumas, muitas outras poderiam ser como uma das melhores empresas para trabalhar. Todos nós, colaboradores da Medtronic, aqui apontadas. sentimo-nos orgulhosos de poder fazer parte desta companhia e, juntos, iremos certamente Podemos dizer que a inovação está no mais longe. ADN da organização? Enquanto empresa tecnológica líder de mercado,


A força do aço na construção revista qualidade & inovação

Futureng

A Futureng é essencialmente um gabinete de engenharia exclusivamente dedicado ao sistema LSF.

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experiência da empresa nesta área remonta ao primeiro edifício assim construído no nosso país, tendo acompanhado a evolução do sistema em Portugal e no mundo desde 1994. Mais recentemente, alguns dos seus projectos destinaram-se ao mercado estrangeiro, nomeadamente Espanha, França, Suécia, Brasil, Angola, Cabo Verde e outros países africanos ou nas ilhas do Caribe. Visto que não existe formação académica em instituições de ensino, era comum receber inúmeras solicitações para a transmissão de conhecimentos sobre o processo construtivo, os materiais adequados e as vantagens do LSF. Devido a isso, o gabinete tem feito várias apresentações anuais para transmitir as informações básicas para alguém iniciar a sua actividade nesta indústria.

Light Steel Framing O LSF é um sistema construtivo que tem atraído cada vez mais a atenção do mercado português, seguindo a tendência internacional. LSF é o acrónimo da expressão inglesa Light Steel Framing, usada mundialmente para definir um processo construtivo cuja estrutura é constituída por perfis metálicos enformados a frio, fabricados a partir de chapa de aço galvanizado. São portanto estruturas ligeiras em aço e, devido a isso, popularizou-se a expressão “casas em aço leve”. Tanto a liga do aço como a galvanização devem corresponder ao regulamentado nos Eurocódigos. A engenharia determina a configuração da secção, as espessuras e os métodos de conexão dos milhares de perfis que constituem uma estrutura LSF. Esta designação distingue este tipo de sistema das estruturas onde se usam perfis laminados a quente e que possuem um peso muito superior.

Vantagens do baixo peso da estrutura O sistema LSF apresenta um conjunto de características vantajosas em relação a outros sistemas construtivos. Analisando apenas uma dessas características – o excelente rácio entre peso e resistência – vejamos as vantagens que são alcançadas. O baixo peso dos perfis e das vigas metálicas, apesar das suas grandes dimensões, facilitam o transporte, a elevação e a montagem. Os elementos estruturais não necessitam de cofragem nem de suportes temporários. A conexão através sistemas de fixação mecânica é eficiente e rápida. A colocação de tubagens e condutores eléctricos dispensa a abertura de roços. Estas e muitas outras técnicas fáceis e céleres diminuem consideravelmente a mão-de-obra e, consequentemente, reduzem os prazos e os custos. Assim, uma construção que requeira um prazo de execução de dez meses a um ano usando os métodos usuais poderá ser concluída em apenas seis meses, ou até menos. A redução de peso sobre as fundações evita os riscos de assentamento do edifício e as consequentes fissuras, tão habituais nas paredes de alvenaria. Reduzindo a dimensão das fundações ou a necessidade de alcançar estratos mais profundos, é possível diminuir os custos e o impacto no ambiente. Além disso, tendo menos massa, um edifício mais leve será menos solicitado no caso de um sismo, o que poderá decidir a sobrevivência dos ocupantes. Apesar de ser usado em todo o mundo para a construção residencial de raiz, incluindo prédios de apartamentos e unidades hoteleiras, o baixo peso do aço e dos restantes materiais usados no Light Steel Framing, tornam este método construtivo ideal para reabilitar edifícios antigos. Na reabilitação, as principais aplicações envolvem a reconstrução de coberturas ou a criação de

novos pisos. Especialmente em certas zonas urbanas, algumas delas de difícil acesso como no centro histórico das cidades, a utilização de materiais mais leves reduz as dificuldades de transporte e elevação. O LSF mostra ser especialmente vantajoso na substituição de pisos em madeira ou telhados já degradados. O baixo peso dos materiais aplicados, frequentemente elimina a necessidade de reforçar a estrutura antiga do edifício. Em alguns casos, esta vantagem torna o LSF a única alternativa possível para dividir espaços ou acrescentar um novo piso. Diminuir a carga sobre estruturas antigas contribui ainda para melhorar o seu desempenho perante um terramoto. Edifícios que mantêm apenas as suas fachadas podem ser completamente renovados ou ampliados, com pisos intermédios, novos pisos e novas coberturas, usando as estruturas ligeiras em aço. Nestes casos, a estrutura antiga acaba por receber menos cargas do que antes, resolvendo problemas de engenharia que se tornariam difíceis ou extremamente caras usando o betão armado ou o aço pesado. Também, sendo mais fácil de trabalhar, mais leve, incombustível e imune ao ataque de insectos ou outros agentes biológicos, o aço apresenta enormes vantagens em relação às estruturas de madeira. A reabilitação ou remodelação de espaços em edifícios antigos permite manter o mesmo aspecto ou traça existente, mas trazendo melhoras significativas ao conforto interno.

Outras vantagens Outras vantagens apreciáveis prendem-se com a rapidez de construção, a eliminação de cofragem e de escoramento temporário, não necessitar de abertura de roços, menor consumo de água com a consequente eliminação de tempos de cura ou de secagem e ainda menos ruídos e escombros.

Resumo de algumas vantagens do LSF na reabilitação urbana: •Menos carga sobre estruturas existentes •Melhor comportamento perante sismos •Acesso mais fácil às zonas antigas e históricas •Menos meios de transporte e mais fácil elevação dos materiais •Incombustível e imune ao ataque de insectos •Maior rapidez de construção •Menor consumo de água •Evita escoramento e cofragem •Eliminação de tempos de secagem e cura •Abertura de roços é desnecessária •Menos resíduos no final da obra •Preços mais competitivos devido à rapidez e facilidade de montagem •Estabilidade dos preços - variações de preços são extremamente raros Vários são já os exemplos de intervenções em edifícios antigos nas nossas cidades, inclusive em imóveis de interesse público. Um dos exemplos é o Palácio Valada e Azambuja, no Largo do Calhariz em Lisboa, cuja cobertura com mais de 80 planos distintos foi totalmente reconstruída com perfis de aço enformados a frio. Neste aspecto, a actual crise internacional abre novas oportunidades para a reabilitação, devido a cada vez maior consciência da necessidade de recuperar o património ao invés de simplesmente construir de novo. Com a maior divulgação do sistema LSF, processo no qual a Futureng tem dado o seu contributo, antevemos que a perfilaria ligeira em aço tornar-se-á a solução padrão a muito curto prazo. Mais informação sobre o sistema construtivo pode ser obtida no site da Futureng. O Facebook da empresa, que conta já com mais de 110.000 seguidores, inclui várias centenas de fotos ilustrativas. http://www.futureng.pt https://www.facebook.com/futureng julho 2019 ■ 11


A Light Steel Framing Perfisa

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Perfisa – Fábrica de Perfis Metálicos S.A. foi criada em 1992 com o intuito de ser a primeira empresa fabricante de perfilaria enformada a frio em Portugal dedicada exclusivamente ao fabrico e comercialização de perfis para tetos e divisórias. Como avalia o seu percurso? Avalio de forma muito positiva. O facto de termos sido os primeiros fabricantes nacionais de perfis metálicos para o segmento de tetos falsos e divisórias significou que rapidamente começamos a ser apelidados como os líderes nesta classe. Mas a realidade é que trabalhamos diariamente para reafirmar este título. Exemplo disso é o facto de termos sido capazes de repetir o feito relativamente aos perfis para a construção em aço leve, tipicamente conhecida como Light Steel Framing, os quais fomos os primeiros a produzir no mercado nacional há cerca de 16 anos. Por outro lado, tenho muito or-

gulho no somatório dos valores, aptidões e aspirações que esta empresa possui: as suas pessoas. Temos a felicidade de contar com colaboradores de backgrounds bastante diversificados: não só em termos de formação académica, mas também ao nível da experiência profissional na indústria, que em alguns casos chega a ser de 30 anos. De que forma descreve o core business da Perfisa e o tipo de produtos/soluções que esta disponibiliza? O core business da Perfisa foca-se no desenvolvimento e fabrico de soluções integradas sustentáveis para o mercado da construção a seco, nomeadamente no segmento das divisórias e tetos falsos em gesso cartonado e no segmento de estruturas metálicas, tais como no sistema Light Steel Framing. Há mais de 25 anos que a Perfisa se orgulha de ser uma entidade consolidada, constituída por uma equipa comprometida


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Exemplo de moradia com dois pisos em Aço Leve

casa é constituída por centenas de internacionalização tem sido bemperfis metálicos em aço galvanizado -sucedida. enformado a frio. Além de termos um registo de O facto destes perfis serem leves e exportação para mais de 20 países altamente resistentes permite conferir continuamos a sentir uma forte neuma maior segurança estrutural às cessidade em investir na adaptação construções, ampliações e reabilita- e certificação dos nossos produtos ções sem comprometer a liberdade em novos mercados. Exemplo disso criativa na conceção do projeto. é o facto de possuirmos um Sistema Tudo isto se traduz numa cons- de Gestão da Qualidade certificado trução antissísmica mais rápida que e contarmos com certificações pela possui todas as vantagens térmicas AENOR e CSTB para o mercado e acústicas inerentes aos sistemas de espanhol e francês, nomeadamente. construção a seco. É importante realTambém possuímos uma filial preçar que o aço é 100% reciclável pelo sente em Angola que nos permite serque este é um tipo de construção que vir parte do mercado africano. Ainda nos permite satisfazer os desejos de assim pretendemos reforçar as nossas hoje sem comprometer a sustentabi- relações com os países francófonos e lidade das gerações futuras; PALOP’s.

gama de produtos complementares à perfilaria ligeira e estrutural, mas também melhorando a forma como estes produtos chegam ao cliente. Para isso abrimos dois Centros Logísticos, um em Albergaria-a-Velha e outro em Lisboa. Incrementámos a nossa quota de exportações e de investimento direto estrangeiro com a abertura de uma filial em Angola, a qual tem sido chave para servir os clientes no continente africano. Mantemos também uma presença regular em feiras internacionais e visitas comerciais em países A Perfisa tem uma presença tais como Espanha, França, Angola, muito forte a nível nacional e Cabo Verde, Moçambique, Marrocos, internacional. Quais as mais-vaentre outros. lias desta estratégia? Quais os mercados onde estão implemenO que distingue a Perfisa num tados e quais os que tencionam mercado cada vez mais comainda atingir? petitivo? Quais são as marcas Consideramos que a estratégia de distintivas da empresa? Existem dois fatores distintivos para a Perfisa. O primeiro é a nossa capacidade de inovação que nos permitiu obter um portefólio de soluções tão amplo. Esta capacidade deve-se muito ao núcleo dinâmico que possuímos alocado à conceção e desenvolvimento de soluções com menor impacto ambiental para o mercado da construção a seco. O segundo é a Qualidade dos nossos produtos e do nosso nível de serviço. Acreditamos que a Qualidade é indissociável do nome Perfisa e que é ela que nos distingue da nossa concorrência, a qual aposta pouco na inovação e mais na reprodução dos nossos produtos em formato low-cost.

em criar valor acrescentado nos produtos e serviços destinados aos seus clientes/parceiros. De que forma a crise na construção afetou a empresa? A crise exigiu à Perfisa que se reinventasse transformando desafios em Nesta edição falamos de consoportunidades de crescimento. Os trução em Light Steel Framing anos de crise foram aqueles onde – em que consiste? Quais as mais apostamos na expansão da nossa mais-valias inerentes a este gama de produtos com fim a alargar a sistema? Em que contextos pode nossa área de intervenção. Tudo isto ser aplicada? sem sacrificar a qualidade dos nossos O Light Steel Framing, é um sistema produtos, que é um dos propósitos que se baseia na utilização do aço centrais que move a empresa desde como principal elemento de uma a sua conceção. estrutura. Desta forma, em vez de uma abordagem mais tradicional de Para fazer frente à crise vivida betão e tijolo, a estrutura de uma no sector da construção, a empresa adotou uma estratégia alavancada em dois princípios: procurar novas formas de servir os seus clientes e incrementar a sua quota de exportações e de investimento direto estrangeiro. De que forma se traduziram estes dois princípios? Procurámos novas formas de servir os nossos clientes expandindo a nossa

A crise exigiu à Perfisa que se reinventasse transformando desafios em oportunidades de crescimento. Os anos de crise foram aqueles onde mais apostamos na expansão da nossa gama de produtos com fim a alargar a nossa área de intervenção.

Que projetos poderemos encontrar no portfólio da Perfisa? Possuímos inúmeras obras de referência nacional e internacional nas vertentes de construção, reabilitação e ampliação. Recordo, só a título de exemplo, que fornecemos os nossos produtos para edifícios tão emblemáticos como foram o Centro Cultural de Belém em Lisboa, Castelo de São Jorge, o Aeroporto de Lisboa, diversos Pavilhões da Expo 98, a Casa da Música no Porto assim como diversos hospitais, centros comerciais, entre muitos outros edifícios em toda a península ibérica. Quais as metas a atingir para 2020? Que estratégia têm implementada para o crescimento e desenvolvimento da Perfisa? O desenvolvimento de novas soluções faz parte do ADN da Perfisa. Até ao final deste ano vamos lançar um novo perfil estrutural no mercado e inaugurar um novo centro de investigação em Albergaria-a-Velha em parceira com uma universidade portuguesa com o intuito de capacitar ainda mais os nossos clientes. Mas o mais importante é que o nosso compromisso se mantém inalterado: contribuir para a afirmação de métodos construtivos alternativos e com menor impacto ambiental, oferecendo um leque alargado de soluções que proporcionem uma melhoria na qualidade de vida de todos os que as utilizem.

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Revestimentos eficientes Model Eco

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Model Eco surgiu em 2012 como empresa spin-off da Perfisa. Quais as razões que levaram à sua criação? Como avalia o seu percurso? A Model Eco foi criada para se dedicar à investigação e produção de soluções de revestimento alternativas através de processos ambientalmente sustentáveis. Fruto da necessidade de simplificar as soluções de revestimento em estruturas metálicas, a empresa fez a sua primeira afirmação no mercado com o painel ISOLPRO. Este produto foi fruto de um longo processo de inovação aberta com institutos que partilhavam um objetivo comum: o desenvolvimento de uma solução resistente ao fogo que fosse capaz de suportar elevados impactos e abrasões sem descurar o necessário isolamento

térmico-acústico. O lançamento de um produto novo e inovador comporta sempre algum risco, todavia o feedback que temos obtido até à data tem sido bastante positivo. Quais são os princípios e valores que norteiam a sua atividade? Os princípios da Model Eco espelham muito os do Grupo Perfisa. Como tal a qualidade, inovação e o profissionalismo são os alicerces que dão forma ao perfil estratégico da atividade da empresa. Acresce ainda uma profunda preocupação ambiental patente na génese do próprio nome da empresa.

A Model Eco nasceu para se dedicar ao fabrico e comercialização da placa ISOLPRO. Quais as mais-valias inerentes a este produto? O painel ISOLPRO é um inovador painel compósito de cimento leve e diversos outros materiais de origem natural. Sendo desenhado para fins estruturais e não estruturais, este é um produto com Conformidade Europeia (CE) que conta com inúmeras vantagens técnicas, tais como a excelente resistência a impactos e abrasões, reduzida absorção de água e o eficaz isolamento térmico e acústico, culminando numa proposta única: substituir dois produtos (OSB e EPS) numa única aplicação poupando tempo em obra. Apesar de todas estas características, o meu destaque vai para a resistência ao fogo. Os painéis ISOLPRO são dotados de um alto desempenho

ao fogo, comprovado laboratorialmente com soluções de parede em Light Steel Framing (LSF) resistentes a duas horas e meia de fogo a uma temperatura de 1100 °C, sem incremento significativo no interior da habitação. Na realidade foi com bastante surpresa que após o fogo que assolou o Algarve no verão passado fomos informados que uma das poucas casas que permaneceu intacta após esse terrível incendio foi a de um cliente que construiu uma casa em aço leve e que utilizou o ISOLPRO como solução de revestimento! A placas ISOLPRO são adaptáveis a qualquer tipo de sistema construtivo, ou mais particularmente à tecnologia Light Steel Framing? Apesar de terem sido desenvolvidas com o sistema de Light Steel Framing em mente, as placas ISOLPRO são adaptáveis a qualquer tipo de sistema construtivo, tais como estruturas metálicas mistas, estruturas em madeira, pedra ou betão. O facto de terem propriedades estruturais também implica que podem ser aplicadas em diferentes modalidades, tais como em construções novas, ampliações ou reabilitações enquanto elementos de preenchimento e rigidificação de paredes, coberturas, pavimentos ou fachadas. De que forma este produto contribui para a inovação no setor e para a consolidação da atuação e dos serviços prestados? A placa ISOLPRO é um produto inovador graças às suas características físicas, mas também devido à versatilidade de aplicação, não havendo um produto similar no mercado. Prova disso é facto de ter sido criada uma norma europeia propositadamente para avaliar o desempenho desta placa, uma vez que que não havia enquadramento legislativo

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para um produto com este tipo de propriedades. O facto de ser um produto sustentável e ecofriendly faz com que também seja cada vez mais procurado? Que avaliação faz da sua aceitação no mercado? Sem dúvida que sim. Em 2013 o primeiro protótipo do ISOLPRO obteve o destaque no Espaço Inovação da Tektónica e este foi um prémio que nos deixou muito satisfeitos por representar o culminar de um longo processo de investigação. Desde então o ISOLPRO tem vindo a ganhar o seu espaço no mercado dos revestimentos em Portugal, mas curiosamente tem sido no estrangeiro, onde o consumidor é mais sensível às questões de conforto e segurança, onde o produto tem mais brilhado. Em que mercados atua a empresa e que mercados pretende ainda atingir? Já existem diversas obras edificadas no estrangeiro com ISOLPRO em países como Espanha, França, Bélgica, Angola, Moçambique, Guadalupe, Ilha da Reunião, Guiana Francesa, entre outros. Pretendemos continuar a reforçar a aposta em países francófonos e PALOP’s onde as preocupações com a humidade estão bastante presentes na mente dos consumidores. Com os olhos postos no futuro, que ambições acalenta a Model Eco? Estamos confiantes no potencial de crescimento da placa ISOLPRO e vamos continuar a direccionar todos os nossos esforços no sentido de assegurar a qualidade deste produto e em promover novas iterações que antecipem as necessidades dos nossos clientes.



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Qualidade para a construção DosMontes

Criada em 1999, Dosmontes - Construção está vocacionada desde o seu início, e em exclusivo, à construção em LSF (Light Steel Framing) ou estrutura metálica ligeira em perfis de aço galvanizado. Francisco Vilhena, administrador da empresa realça como vantagens claras do LSF, a leveza e o baixo custo operacional e energético.

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Dosmontes - Construção foi fundada há 20 anos, dedicando-se desde o início e em exclusivo à construção em LSF (Light Steel Framing). Como descreve e caracteriza este percurso? Há 20 anos, o LSF e muitos dos materiais que o compõem eram praticamente desconhecidos em Portugal. Não havia certificações energéticas dos edifícios, e algumas pessoas perguntavam para que é que precisavam de isolamento térmico, quando a concorrência não lhes falava nisso. Não foi fácil a divulgação de um sistema construtivo novo quando não havia a capacidade financeira para uma campanha de marketing importante. Havia já algumas casas construídas, mas a generalidade dos técnicos da construção não conhecia o LSF: arquitetos, engenheiros ou empreiteiros, o cliente final muito menos. Foi então preciso apresentar e divulgar a solução, para isso era preciso construir. Amostras reais do produto seriam a única forma credível de o fazer. Foi um processo lento, com um grande investimento em tempo, na divulgação e formação do mercado. Foi fulcral a ajuda e confiança de clientes conhecedores, destemidos e temerários. Com alguns altos e muitos baixos, sucessivos recomeços, e muita persistência;

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Obra em Sintra, 2019

não foi fácil mas valeu a pena. Foi principalmente graças à reconstrução e reabilitação que a Dosmontes se afirmou, e não tanto na construção de raiz. É na reconstrução que o LSF tem mais trabalho e cativado maior interesse. É uma solução com muitos e sérios argumentos, face a soluções convencionais mais pesadas, mas que obrigam a grandes reforços do existente para o seu suporte, resultando também em maiores cargas no preço.

rentes necessidades. Com o custo da mão-de-obra, felizmente a aumentar, e a disponibilidade da mesma para trabalhos de baixa qualificação a diminuir, há que ser mais eficiente e capaz na montagem. Investir mais na qualificação de quem executa, e nos materiais, é o que deixa valor e fica na posse do cliente, compensando o que se paga. Esta é a forma que julgamos mais correta de trazer qualidade e competitividade para a construção.

Como e porquê decidiu apostar neste tipo de sistema construtivo? Exatamente pela capacidade específica dos diferentes materiais, cada um deles desempenha a função necessária: para a estrutura - o aço, material produzido industrialmente com especificações rigorosamente definidas, largamente empregue em todas as estruturas onde se pretende resistência, durabilidade, fiabilidade, baixo peso e preço; para os revestimentos, placas de grande dimensão e baixo peso, fáceis de aplicar e acabar, com grande rapidez; o isolamento, nas componentes, térmica e acústica, com diferentes materiais, tanto na envolvente exterior sem descontinuidades, como dentro das paredes aproveitando a sua espessura, entre os perfis metálicos. Vivemos no século XXI, onde se projetam diariamente novos materiais, criados especificamente para as dife-

Como poderemos definir o conceito de LSF e que mais-valias estão inerentes a este sistema? O LSF desenvolveu-se como sistema construtivo, essencialmente para resolver dois importantes problemas: a resistência sísmica em regiões suscetíveis; assim como para reduzir o consumo de madeira e florestas. Na base do princípio construtivo está a repetição, geralmente a cada 60cm, de conjuntos pilar-viga-pilar como elementos resistentes. Com grande elasticidade, fortemente interligados entre si, leves, fáceis de manusear e montar, distribuindo as cargas ao longo de todas as paredes estruturais. Estas paredes descarregam uniformemente as suas cargas em vigas contínuas de fundação em betão armado, menos sobrecarregadas, de menor dimensão e peso, minimizando assentamentos desiguais, porque a pressão no terreno é assim


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realmente mais uniforme. Não havendo problemas de assentamentos desiguais nas fundações, não haverá fragilidades na estrutura, evitando-se a habitual fissuração das paredes rígidas de alvenaria e betão, e seus inúmeros inconvenientes. O LSF trouxe para Portugal o sistema EIFS-Capoto, pela necessidade dum revestimento de aparência tradicional, que isola totalmente por ser contínuo, e assim eliminando pontes térmicas, maximizando a eficiência do isolamento. Outra das vantagens do LSF vem da minimização do desperdício em obra, não só o aço é infinitamente reciclável, como os trabalhos de abrir e fechar roços nas paredes são totalmente evitados com os perfis já furados de fábrica, reduzindo o tempo de obra e a produção de resíduos.

A nossa extensa experiência, prática e conhecimento do sistema permitenos encontrar as soluções necessárias e orçamentar corretamente uma obra ainda sem projeto de estabilidade.

Que projetos poderá destacar do portfólio da Dosmontes – Cons- que obrigou a um crescimento da estrutura produtiva da empresa, retrução? O projeto que mais marcou o curricu- presentando ainda um marco na imlum da Dosmontes foi realizado em plementação e prova da capacidade 2011 no Palácio Valada e Azambuja do LSF na recuperação de edifícios em Lisboa, onde foi feita a ampliação centenários, pré-betão. de um piso sobre a biblioteca municipal, em funcionamento durante toda Quais são os elementos diferena obra. Reforçámos a laje existente, ciadores da empresa num merconstruímos um piso acima, e refize- cado cada vez mais competitivo mos uma cobertura de 20 águas, mais e globalizado? três em cada uma das 20 mansardas A nossa extensa experiência, prática e construídas de novo ou recuperadas conhecimento do sistema permite-nos num total de 80 águas. Foi uma obra encontrar as soluções necessárias e

orçamentar corretamente uma obra ainda sem projeto de estabilidade. Temos também o conhecimento sobre os trabalhos complementares, anteriores e seguintes, deixando na obra as condições necessárias, e transmitindo ao cliente a forma correta de continuar o trabalho com os materiais e processos mais adequados, evitando assim erros caros e desnecessários.

para 2020? Embora na reabilitação haja ainda muito trabalho a ser feito, a procura de habitação nova em LSF, é um mercado em crescimento. A produção de uma solução integrada, chave na mão, será um dos projetos a desenvolver, se iremos sozinhos ou em parcerias diversas, o futuro o dirá.

Obra em Cascais, 2019

Com os olhos postos no futuro, que metas pretende atingir? Que projetos estão em cima da mesa

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LSF SOMOS DIFERENTES Seixas & Filhos O LSF desde há uma década que desperta interesse e curiosidade no que respeita ao método alternativo da construção civil, e foi essa alternativa que levou o administrador da empresa, Rogério Seixas a apostar nesta tecnologia e fazer a diferença.

A

Seixas & Filhos a diferença. surge como uma Como descreve o percurso da empresa familiar, empresa? Quais são os prinuma vez que se cípios que norteiam a sua trata de uma soatividade? ciedade constituída A construção civil tem na base fapor Rogério Seixas, a sua esposa miliar um percurso sempre muito e os seus três filhos. O carácter constante e, claro, somente por três familiar assume extrema imporfatores que consideramos de extrema tância para a empresa? O que importância e de carácter primordial, são eles a honestidade, depois a horepresenta este legado? O ponto principal é ter cargos dire- nestidade e, por fim a honestidade. Só tivos ocupados pelos próprios mem- assim nos é possível criar amigos para bros e escolhidos a partir de laços além de clientes e manter o nosso de sangue e da reciprocidade da con- padrão sempre em crescente. fiança entre os mesmos. Para nós, é não deixarmos cair uma história com A preocupação com a qualimais de 40 anos e fazer com que dia dade de serviço é um elemento após dia a palavra-chave seja sempre diferenciador da Seixas & Filhos.

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Como descreve o vosso trabalho desde o início do processo até à fase final de construção? Esse é talvez dos temas que mais nos definem, pois, associados à honestidade que falava há pouco vem, sem dúvida alguma, a aposta em recursos humanos de grande competência e as ferramentas para que ambos se possam aliar e, daí nascer um produto de excelência. Não temos por hábito fazer pela metade, gostamos do “copo cheio”, pois na nossa metodologia existe sempre a sequência alfabética que não gostamos de desprimorar. Vamos de A a Z, seguindo os padrões de qualidade a que somos (deveríamos) ser obrigados, pois não obstante essa obrigação, fazemos questão de

A construção civil tem na base familiar um percurso sempre muito constante e, claro, somente por três fatores que consideramos de extrema importância e de carácter primordial, são eles a honestidade, depois a honestidade e, por fim a honestidade

Produção Fábrica

cumprir todos os critérios e normas europeias, porque gostamos de preparar o futuro. A Seixas & Filhos utiliza como slogan “Especialistas em Light Steel Framing”, porque todos os colaboradores da empresa são qualificados em montagem de estruturas metálicas em LSF. Existe, portanto, uma grande aposta na formação? Sim, efetivamente esse é um dos que utilizamos, porque é o que tão bem nos define na vertente da empresa de Engenharia e Construção, estamos num processo de certificação ISO 9001, bem como a marca CE que para além de certificar o nosso produto final aquando da produção irá também fazer com que as montagens em obra e os montadores de estruturas também eles fiquem certificados. A formação para a nossa empresa não é nada mais que conhecimento e aprendizagem de forma contínua... e morremos a saber muito pouco, por isso e como queremos longevidade, queremos aprender e fazer melhor por muito mais tempo. Quais são os fatores distintivos da empresa? O nosso efetivo e os mecanismos de que dispomos, aliados a uma vontade inigualável de querer mais e melhor sempre, faz com que digamos várias vezes no dia que “LSF – Somos Diferentes”. Apostamos acima de tudo


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2020 será o ano das novidades, no que respeita ao crescimento que consideramos imperativo que seja de dentro para fora e não o contrário. Estamos a projetar a nossa nova unidade fabril que contará com uma área útil de cerca de 1000m2.. na qualidade do nosso produto e gostamos de ver e fazer coisas com perfeição e detalhe. A empresa está virada para um mercado que compreende o distrito de Setúbal até ao Algarve. Nos objetivos está a ponderar abranger todo o território nacional? Sim, somos a única empresa a operar na área do fabrico de perfis LSF com esta tecnologia desde a margem sul do tejo até ao Algarve e não nos

ficamos pelo continente, atualmente temos já uma forte presença através de parceiros nas ilhas, bem como em Espanha e França, estes dois últimos são mercados que nos têm vindo a desafiar e, nos quais em breve, haverá novidades que serão, não só importantes para o crescimento da empresa, bem como para a oferta no mercado do LSF. Em que contexto surge a Seixas & Filhos Engenharia e Construção? Que objetivos estiveram

consideramos ser atualmente de grande excelência. A responsabilidade social é um elemento de grande importância para esta organização empresarial. Em que medida? Que tipo de trabalho/apoio desenvolvem nesta área? Este é um ponto sensível e que nos traz sempre uma grande emoção, posso dizer em nome da família que somos de causas, particularmente o apoio a idosos e crianças é para mim uma obrigatoriedade enquanto ser humano, não abdico dessa ajuda em troca de um grande evento social Obra uma escola primaria na Província de Inhambane em Moçambique onde distribuímos diverso material escolar e alguma roupa, no entanto temos outras iniciativas que desafio os interessados a experimentar e a contactarem-nos, pois do pouco fazemos a diferença, prefiro não desenvolver aqui muito mais este tema pois gosto de falar sobre isto no campo onde as adversidades estão presentes.

Gabinete de Engenharia inerentes à sua criação? A engenharia e construção antecede à Indústria pelo legado familiar pois há 40 anos em Portugal não tínhamos este conceito, ou seja aqui quisemos ter a certeza do tipo de produto que melhor se adequaria no mercado nacional, criamos a prática no terreno e só depois iniciámos a Indústria onde disponibilizámos a todos os nossos clientes e parceiros um produto que

onde transborde mediatismo, e aqui até posso ser acusado por estar a dar esta entrevista, pois estou a contribuir para esse mediatismo, mas não, o que faço é porque a nós nos traz uma satisfação que seria impossível descrever, por norma desafio a fazerem o mesmo para que possam entender o que é sermos úteis fazendo o bem não olhando a quem. Tivemos presentes no apoio que regularmente damos a

Por onde passa o futuro das duas empresas? Quais as metas a atingir para 2020? 2020 será o ano das novidades, no que respeita ao crescimento que consideramos imperativo que seja de dentro para fora e não o contrário. Estamos a projetar a nossa nova unidade fabril que contará com uma área útil de cerca de 1000m2 onde iremos avançar para além do forte crescimento na exportação, também com um projeto na área da casa chave na mão executada em ambiente controlado (fábrica) e com uma conclusão no prazo de 5 dias úteis depois da entrega em obra.

Esse será um tema que trará muitas vantagens e inúmeras surpresas para os nossos clientes mais, diria “que gostam de ver a coisa acontecer de forma rápida e eficiente”.

facebook.com/seixasefilhoslda 212242187

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